Paulo Henrique Saraiva Câmara – MD Governador do Estado de Pernambuco
André Longo – MD Secretário Estadual de Saúde Tomé de Franca – MD Secretário Estadual de Desenvolvimento Urbano e Habitação João Campos – MD Prefeito da Cidade do Recife Anderson Ferreira – MD Prefeito de Jaboatão dos Guararapes Lupércio Nascimento – MD Prefeito da Cidade de Olinda Célia Sales – MD Prefeita da Cidade de Ipojuca Clayton Marques (Keko do Armazém) – MD Prefeito do Cabo de Santo Agostinho Yves Ribeiro de Albuquerque – MD Prefeito da Cidade de Paulista Flávio Gadelha – MD Prefeito de Abreu e Lima Elcione Barbosa – MD Prefeita da Cidade de Igarassu Paulo Andrade – MD Prefeito de Itamaracá Nadegi Queiroz – MD Prefeita de Camaragibe Vinícius Labanca – MD Prefeito de São Lourenço da Mata Edmilson Almeida – MD Prefeito de Moreno Carlos Uchôa – MD Prefeito de Araçoiaba Germana Laureano – MD Procuradora-Geral do MPCO André Menezes – MD Promotor de Transportes do MPPE Édipo Soares Cavalcante Filho - MD Coordenador do CAOP Saúde
Ref.: Requerimento de vacinação dos trabalhadores do transporte coletivo
contra a COVID-19
CT/URBANA-PE/Nº 46/2021 Ilustres autoridades;
Conforme é de vosso conhecimento, na semana passada, a Urbana-PE,
juntamente com outras entidades que fazem o transporte público de passageiros da RMR e representantes dos usuários junto ao Conselho Superior de Transporte Metropolitano – CSTM, remeteu correspondência (anexa) para diversos agentes públicos envolvidos no planejamento, execução e controle do processo de vacinação do COVID-19 na RMR requerendo o início imediato da vacinação dos profissionais rodoviários, metroviários e servidores do Grande Recife Consórcio de Transportes, notadamente aqueles cuja atividade requeira contato direto com os passageiros, nos termos do PNI.
Recebemos com grande entusiasmo o anúncio do governo do estado,
autorizando os municípios a iniciarem o agendamento da vacinação de tais trabalhadores, bem como celebramos o início efetivo da vacinação da categoria pelos municípios de Recife, Olinda e Jaboatão. Tal notícia, mais do que uma conquista, traduz-se em grande alívio para toda a classe trabalhadora, que, a despeito de todos os riscos e receios, não deixou de cumprir seu mister de transportar as pessoas durante toda a pandemia.
É necessário destacarmos, todavia, que alguns municípios restringiram o
grupo de profissionais de transportes rodoviários aos motoristas e cobradores, possivelmente com base em uma interpretação das informações contidas no PNO – Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a COVID- 19 (7ª edição) que, de fato, não se mostra suficientemente claro, além de contradizer os termos do PNI.
Em seu Anexo I o PNO traça a seguinte estratégia para a categoria:
Trecho do Anexo I do PNO, 5ª edição
Observe-se que, diferentemente de todas as demais categorias profissionais tidas como prioritárias (metroviários, aeronautas, aquaviários, forças armadas, portuários, industriais, etc), o anexo I do PNO restringiu a categoria rodoviária a apenas 2 funções, quais sejam a de motorista e cobrador. Esse simples fato de tratar a categoria rodoviária de forma diferenciada em relação às outras atividades profissionais já é um indicativo de que possivelmente houve um erro na sintetização do quadro do anexo I.
Observe-se que o próprio PNO, em seu Quadro 1 – Estimativa populacional
para a Campanha Nacional de Vacinação contra a covid-19 – 2021 e ordenamento dos grupos prioritários apresenta o quantitativo de 678.264 profissionais rodoviários, o que corresponde ao quantitativo total de trabalhadores do setor acima de 18 anos, de acordo com dados do CAGED 2020 e não apenas aos profissionais que exercem a função de motorista e cobrador.
Trecho do Quadro 1 do PNO, 5ª edição
Como se não bastasse, a nota técnica Nº155/2021-CGPNI/DEIDT/SVS/MS,
constante do anexo II do próprio PNO (página 79 do PNO 5ª edição) que define ordem a ser observada na vacinação dos grupos prioritários, assim estabelece:
Trecho da nota técnica Nº155/2021-CGPNI/DEIDT/SVS/MS
Da simples leitura da Nota Técnica que fundamentou as estratégias de
vacinação das categorias prioritárias, depreende-se que a recomendação do MS é de contemplar, já no início da vacinação, não apenas motoristas e cobradores, mas todos os profissionais expostos ao contato direto com passageiros. É o caso dos funcionários das empresas de transportes coletivos que atuam como despachantes, fiscais, bilheteiros, auxiliares de tráfego, além dos servidores do Grande Recife que atuam como fiscais, gestores de terminais, organizadores de fila, dentre outras funções, que foram indevidamente alijadas da vacinação.
Além disso, observa-se que as funções administrativas/ de manutenção
também não devem ser excluídas da lista de prioridades, mas tão somente devem vir em etapa posterior às funções que atuam com contato com passageiros.
Uma vez que, de acordo com o planejamento de recebimento de doses, o
Governo do Estado optou por autorizar a liberação do agendamento de todas as categorias prioritárias pelos municípios, conclui-se que os demais trabalhadores rodoviários, bem como os servidores do CTM também deveriam ter sido contemplados nesta etapa de vacinação, sob pena de se estar adotando um critério discriminatório, ao limitar unicamente o setor rodoviário, justamente uma categoria tão essencial para o funcionamento das cidades.
Diante do exposto, vem requer o início da vacinação das demais funções da
categoria rodoviária, especialmente aquelas ligadas diretamente à operação do serviço, bem como dos servidores do CTM que exerçam atividade de fiscalização e controle operacional.
Sendo o que se apresenta, aproveitamos para renovar nossos votos da mais
alta estima e consideração, nos colocando à disposição para quaisquer esclarecimentos que se façam necessários.
Atenciosamente;
_________________________________ Luiz Fernando Bandeira de Mello Presidente