Você está na página 1de 8

NOMES COMERCIAIS MAIS COMUNS:

CARACTERÍSTICAS DOS FIOS ABSORVÍVEIS


1) Categute simples
• Tempo de absorção: Perde metade da resistência após 5 a 7 dias nos tecidos e 100%
após 3 a 4 semanas;
• Reação com o tecido: Grande;
• Uso: Ligar vasos hemorrágicos, anastomoses intestinais e fechamento de plano
subcutâneo;
• Características: Sintético, trançado e maior incidência de infecções.

2) Categute cromado
• Tempo de absorção: Perde 50% da resistência em 19 a 20 dias e 100% após 5
semanas nos tecidos;
• Reação com o tecido: Grande;
• Uso: Igual ao simples;
• Características: Obtido de intestino de boi ou carneiro e tratado com cromo.

3) Ácido poligalático (Vicryl®)


• Tempo de absorção: Cerca de 50% do fio é absorvido por hidrólise após o 28º dia
pósoperatório e 100% após o 70º dia;
• Tempo de tensão: 28 – 35 dias;
• Reação com o tecido: Mínima;
• Uso: Fechar aponeuroses e subcutâneo;
• Características: Fio sintético, trançado e maior chance de infecções.

4) Ácido Glicólico + Ácido Caprolactónico: Poliglecaprone 25 (Monocryl®,


Caprofyl®)
• Tempo de absorção: 90 – 120 dias;
• Tempo de tensão: 21 – 28 dias (É mantida em 40-50% na primeira semana e 20-30%
na segunda, sendo inexistente após a terceira semana);
• Reação com o tecido: Mínima;
• Uso: Fechar tecidos de médio suporte como subcutâneo;
• Características: Fio sintético, monofilamentar, alta resistência, pouca memória.

5) Polidiaxona (PDS®)
• Tempo de absorção: Em média a absorção do fio inicia após 90 dias e termina após
180 dias;
• Tempo de tensão: 60 – 90 dias;
• Reação com o tecido: Mínima;
• Uso: Anastomoses intestinais e urológicas; os mais calibrosos podem ser utilizados
em aponeuroses. Uso permitido em presença de infecção;
• Características: Monofilamentar, incolor ou violeta e de difícil manejo pela rigidez.
CARACTERÍSTICAS DOS FIOS INABSORVÍVEIS
1) Seda (Seda® e Mersilk®)
• Mantém tensão por aproximadamente 1 ano;
• Reação com o tecido: Baixa;
• Uso: Ligaduras vasculares e mucosa oral;
• Características: Filamento proteico, multifilamentar, fácil manuseio e fixação. Não
deve ser utilizado na presença de infecção.

2) Algodão
• De 6 meses a 2 anos, mantendo boa tensão;
• Reação com o tecido: Baixa;
• Uso: Ligaduras vasculares e mucosa oral;
• Características: Filamento proteico, fácil manuseio e fixação. Não deve ser utilizado
na presença de infecção.

3) Poliamida = Nylon (Ethilon® e o Dermalon®)


• Degradação: em 2 anos aproximadamente (após 6 meses nos tecidos perde quase
totalmente sua resistência à tensão);
• Reação com o tecido: Mínima;
• Uso: Suturas dérmicas;
• Características: Mono ou polifilamentar. Pode ser preto, verde ou branco.

4) Poliéster (Mersilene® e o Deacron®)


• Degradação em ???s aproximadamente;
• Reação com o tecido: Grande;
• Uso: Evitar;
• Características: Multifilamentar, trançado e de alta resistência.

5) Polipropileno (Prolene® e o Surgilene®)


• Mantém-se por tempo indefinido, mantém tensão por anos;
• Reação com o tecido: Mínima;
• Uso: Intradérmico, fáscia e microvascular;
• Características: Monofilamentar. Pode ser utilizado em contaminação ou infecção.
Incolor ou azul.
CUIDADOS COM A FOP

> Fases de Cicatrização:


- 1ª fase: Inflamatória – 1º ao 5º dia – ação de macrófagos e migração celular
- 2ª fase: Proliferativa – 5º dia a 4 sem – ação de fibroblastos, formação da força tênsil
e retração cicatricial;
- 3ª fase: Remodelamento – 1º ao 12º mês – maturação celular e remodelamento da
ferida;
> Força tênsil: 10% no 14º PO
50% no 30º PO
80% na 12ª sem - nunca atinge 100%
* Estudos experimentais revelaram que os fios de sutura em feridas da parede
abdominal pararam de exercer suporte mecânico entre os dias 15 e 28 do pós-
operatório, e que a aponeurose readquiriu apenas 41% de sua resistência inicial 2
meses após ter sido suturada;

> Tempo para retirada dos pontos


- Couro Cabeludo = 7 dias;
- Pálpebra e lábio = 3 a 4 dias;
- Nariz e supercílio = 3 a 5 dias;
- Orelha = 10-14 dias;
- Tronco (face anterior) = 8 a 10 dias;
- Dorso e extremidades = 12 a 14 dias;
- Mão, pé e sola = 10 a 14 dias.
OUTRAS INFORMAÇÕES
Fios cirúrgicos absorvíveis:
São fagocitados, hidrolisados, degradados e assimilados pelo tecido em que são
implantados. Os de origem animal são fagocitados por meio de atividade enzimática
durante o processo de cicatrização. Os de origem sintética são hidrolisados quando da
reação com as moléculas de água dos líquidos corporais, que se degradam e são
assimiladas pelos tecidos em cicatrização. Eles são divididos em dois grupos: sintéticos
e biológicos.

Fios cirúrgicos absorvíveis biológicos:


São conhecidos como categute (nome de origem inglesa devido à obtenção do
intestino do gato) atualmente obtido da submucosa do intestino delgado de ovinos ou
serosa de bovinos. Conforme o tempo de absorção, os categutes podem ser simples ou
cromados. Os simples apresentam absorção mais rápida, em torno de oito dias, e os
cromados absorção mais lenta, em torno de 20 dias, sendo tratados com bricomato de
potássio. O categute cromado é indicado para tecidos com cicatrização mais
demorada, como em estruturas do aparelho gastrointestinal ou no útero.

O categute simples e o cromado precisam ser mantidos em solução alcoólica para que
sejam preservadas suas propriedades de manuseio, além de protegidos da luz e das
grandes variações de temperatura, por isso são embalados em envelope primário
aluminizado. Quando é removido de sua embalagem e não usado imediatamente, o
álcool evapora e o fio perde sua flexibilidade. Para reestruturá-la, pode-se mergulhar o
fio em água estéril ou soro fisiológico, entretanto o umedecimento excessivo pode
reduzir a força de tensão.

Fios cirúrgicos absorvíveis sintéticos:


Ácido poliglicólico – fio multifilamentar com excelente maleabilidade e tem sido
empregado em larga escala como substituto dos fios de absorção lenta e dos
inabsorvíveis. O ácido poliglicólico é um material sintético obtido por meio de
polimerização do ácido glicólico, de fácil manuseio, forte, flexível e de boa tolerância.
São utilizados em anastomoses gastrointestinais, cirurgias ginecológicas, cirurgia geral
e operações urológicas.

Polímeros sintéticos monofilamentares mais recentes:


Fios compostos por polímeros como poliglecaprone e polidioxanona. São
monofilamentares, maleáveis e mantém a resistência de tensão por um período mais
prolongado que os sintéticos multifilamentares. Indicados quando se deseja um apoio
prolongado para a ferida, como no fechamento de tecido facial ou para pacientes
idosos ou oncológicos.
Os fios absorvíveis sintéticos também são embalados em envelope primário
aluminizado, porém, seco, para a sua proteção contra a umidade, a luz e as variações
de temperatura.

Fios cirúrgicos não absorvíveis:


São resistentes à digestão enzimática em tecido animal vivo. São de dois tipos:
biológicos e sintéticos.

Fios cirúrgicos não absorvíveis biológicos:


O algodão é derivado da celulose, de baixo custo, de fácil esterilização e de pouca
reação tecidual. Fio torcido de calibre variado, encontrado no comércio embalado em
envelopes e já pré-cortado, geralmente com 15 a 45 cm de comprimento. Indicado
para tecidos de rápida cicatrização e contraindicado para suturas cutâneas devido à
sua reatividade tissular.

O fio de seda, de origem animal, obtido de diversas espécies de bicho-da-seda. Suas


fibras são retorcidas ou transadas e podem passar por processo de enceramento para
diminuir sua capilaridade. Apresenta facilidade de manuseio, resistência à tração e
segurança na fixação do nó.

Fios cirúrgicos não absorvíveis sintéticos:


Subdivididos em quatro grupos:
- Poliamida: caracteriza-se pela elasticidade e resistência à água. Pode ser mono ou
multifilamentar. Fio de pouca reação, mas de difícil manipulação, duro e corrediço e
pouca segurança de manutenção do nó.
- Poliéster: apresenta-se sob a forma simples, revestido de teflon ou siliconizado. Fio
de difícil manejo por ser também corrediço; para que isso não ocorra, normalmente se
adiciona teflon e silicone, mas estes materiais podem se dissociar e provocar reação
tecidual. Utilizados em estruturas que requerem grande resistência à tração.
- Polipropileno: fio derivado das poliefinas, não biodegradável, e tem sido
recomendado o tipo monofilamentado, para a síntese de feridas contaminadas, devido
à reação tecidual mínima. É um dos fios mais inertes, com baixa capilaridade, com
mínima reação tissular e com alta resistência à tração. É Indicado nas cirurgias
cardiovasculares.
- Metálico: constituído de aço inoxidável e tântalo. Muito utilizado em tenorrafia;
eventualmente em neurorrafias e fechamento de parede abdominal. O tântalo é
menos resistente do que o aço inoxidável. São de fácil esterilização, bem tolerados, de
espessura variável, mono e multifilamentar.

Agulhas cirúrgicas
A agulha não tem papel no processo de cicatrização. Deve ser suficientemente larga,
penetrante para ultrapassar a resistência tecidual, resistente para não dobrar, mas ao
mesmo tempo flexível, para dobrar antes de quebrar, resistente a corrosão de
tamanho, forma, e calibre apropriados à aplicação a que se destina.

São utilizadas na reconstrução, com a finalidade de transfixar os tecidos, servindo de


guia aos fios de sutura. Quanto ao corpo, às agulhas são retas, curvas (círculos de 3/8,
¼, ½ e 5/8) e semi-curvas específicas para cirurgia laparoscópica, quanto à ponta são
cilíndricas (não cortantes), espatuladas, rombas ou triangulares, e quanto ao fundo
podem ser traumáticas ou atraumáticas.

As agulhas retas geralmente são cilíndricas ou triangulares, utilizadas na reconstrução


de vísceras ocas, tendões, nervos e suturas intradérmicas.
Frequentemente são usadas com as mãos, e mais raramente com porta-agulhas.

As agulhas curvas podem ser cilíndricas ou triangulares. Seu raio de curvatura é


variável, adaptando-se a cada tipo de síntese, em tamanho adequado, sempre
utilizadas com porta-agulhas. As cortantes são usadas para sutura de pele e periósteo.
As cilíndricas suturam estruturas e órgãos mais profundos.

As agulhas atraumáticas, isto é, aquelas que já trazem o fio montado, asseguram fácil
penetração nos tecidos, sem deixar lacerações, sendo o tipo universalmente mais
usado. Nas traumáticas os fios são montados no momento de uso e elas provocam
dilacerações nos tecidos.

As agulhas espatuladas são achatadas com bordas laterais cortantes. São utilizadas
principalmente em cirurgias oftalmológicas.

Grampos de pele
Método frequentemente usado para fechamento da pele. Quando usados
corretamente, oferecem excelentes resultados estéticos. Além de diminuir o tempo de
cirurgia, eles permitem a distorção decorrente do estresse exercido individualmente
pelas pontas de sutura.

Fitas adesivas de pele


As feridas sujeitas à tensão estática e dinâmica mínimas podem ser aproximadas por
uma fita adesiva de pele. A escolha da fita para fechamento da pele se baseia na
capacidade adesiva e força tensiva para manterem as bordas da ferida intimamente
aderidas e especialmente a sua porosidade para facilitar a transmissão de umidade,
evitando assim o acúmulo de fluídos debaixo da ferida.

Instrumento especial
Indicado para determinado tipo de cirurgia a ser realizada, por exemplo, a pinça de
Abadie é empregada na cirurgia gastrointestinal especialmente para anastomose
gastroentérica; o descolador de amídalas, na amidalectomia; a pinça Satinsky, na
cirurgia vascular, pinças Duval e Allis na histerectomia.

Instrumental de campo
É constituído por pinças que se destinam à fixação dos campos estéreis para
delimitação do campo operatório.
O instrumental cirúrgico se apresenta em tamanhos variados e muito deles tomam as
formas retas ou curva. Essa grande variedade de tamanhos e formas visa proporcionar
ao cirurgião uma infinidade de recursos para as mais variadas situações cirúrgicas.

Instrumental laparoscópio
- Irrigador/ aspirador
Utilizado para a irrigação e aspiração de fluidos orgânicos ou não. Importante para a
aspiração de sangue e para a lavagem da cavidade com soro fisiológico.
- Pinças, tesouras, ganchos, afastadores
Instrumentos de 5 e de 10 mm de diâmetro que não introduzidos na cavidade
abdominal ou torácica através dos trocantes para realização dos procedimentos
cirúrgicos.

- Trocartes
Compostos de cânulas de 5, 10, 12, 23 e de 33 mm no interior das quais um mandril
(tipo de lança pontiaguda) é introduzido. O conjunto perfura a parede abdominal ou
torácica. Uma vez no interior da cavidade, o mandril é retirado e a cânula fica postada
para a introdução dos instrumentos. Normalmente nos trocantes maiores se utiliza um
redutor de diâmetro permitindo a introdução de instrumental de menor diâmetro sem
a perda de CO2.

Você também pode gostar