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FACULDADE CATÓLICA DE BELÉM

FACBEL

CURSO DE TEOLOGIA

JONATHAN ARROYAVE DURANGO

PESQUISA SOBRE DIZIMO

Ananindeua-PA
2021
JONATHAN ARROYAVE
PESQUISA SOBRE O DIZIMO

Resumo apresentado a Faculdade


Católica de Belém, como requisito para
avaliação bimestral da disciplina,
Administração Paroquial , ministrada pela
Profo. Con. Roberto Cavalli

Ananindeua-PA
2021

1. Pesquisa biblica do dizimo


Antigo testamento
A Biblia contem essencia da fé crista, onde contem a revelacao de Deus
com o homen. Desde o inicio deste livro, testemunha relacao do homem com Deus,
como este testemunha sua dependencia com Ele, desde a criacao. E o homem
reconhece a primazia do ser humano entre todas criaturas, isto esta reflexado em
que ele foi criado a imagem e semelhança do próprio Deus, sob a dependência e
providência divina.
No Livro do Genesis (cf. Gn 1,8-15), apresenta o homem como lavrador e
administrador dos bens terrenos de Deus, alem disso mostra deve reconhece a
supremasia de Deus, deixando a melhor parte desses bens como oferenda a Deus
(cf. Gn 1,16s; 3,5.22).
Um dos primeiros na biblia de ofertar os bens a Deus são Caim e Abel que
são os primeira descendencia de Adao e Eva. Um dedica-se ao trabalho agricola,
outro a gaderia, estas são atividades essenciais para o sustento do homem. E
assim, segundo mostra o relatos, ambos a ofereceriam a Deus parte dos frutos de
seu trabalho (cf. Gn 4,3-4).
Outros exemplo encontra-se em Noé que após o dilúvio, oferece a Deus um
sacrifício (cf. Gn 8,20) e Deus faz uma aliança com ele e com sua descendência.
Do mesmo modo em Gn 14 apresenta-nos Abraão, depois de uma ação
vitoriosa, carregado de botins de guerra, a oferecer a décima parte de tudo ao
sacerdote do Deus Altíssimo, Melquisedec, que acabava de abençoar Abraão (cf.
Gn 14,18-20). Deve considerar que o dízimo entregue por Abraão ainda não é o
dízimo prescrito pela ley mosaica. Porque Abraão viveu muito antes que Moisés.
Mas a atitude do pai da fé expressa sua religiosidade e o costume antigo de
consagrar dízimos aos reis, que em geral exerciam também funções sacerdotais.
Por isso a oferta não é feita diretamente a Deus, mas a seu representante
Melquisedec.
Pode-se , que não mencionem uma lei do dizimo, , as antigas tradições
sobre os patriarcas evidenciam que eles conheciam e praticavam o costume de
entregar o dízimo.
Outro exemplo ainda de espontânea contribuição de bens materiais para o
serviço de Deus e de seu culto, temos, quando Moisés, no deserto, recolhe doações
para a construção do tabernáculo (cf. Ex 25,1-9).
Apartir daqui o dizimo comeca ser parte da lei de moises. Não como uma lei
mas como uma pratica entre os israelitas. Esta lei motiva a israelita a não adiar a
oferta tomada do produto da eira e do vinho novo (Ex 22,28-29), e acrescenta-se a
exigência da oferta das primícias.
Já no livro de Samuel, o povo pede ao profeta um rei que tera autoridade
de recolher o dizimos dos campos e rebanhos (cf. Sm 8,6). Mas adiante em Em
Levítico 27, 30-33, temos uma motivação para a entrega dos dízimos: Os dízimos
são propriedade do Senhor, porque dele é toda a terra e seus produtos. A Deus
pertencem os dízimos dos produtos do solo e das árvores como também os dos
rebanhos .

Novo Testamento

Já no Antigo testamento, se enfoco nos origens e evolucao do dizimo,


agora no Novo Testamento, pode-se encontra certas polemicas contra os desvios e
exageros da praxe do dizimo na lei de moises que foi prescrito; e a consciência de
que todos os cristãos devem dar sua contribuição material.
Jesus faz denuncias sobre o exagero dos doutores da Lei que, no tempo do
NT, haviam estendido o dízimo até às especiarias (cf. Mt 23,23), enquanto não
levavam em conta coisas muito mais básicas da Lei (cf. Lc 11,42). Jesus não
desautoriza o dízimo, mas chama a atenção para os fundamentos da religião e o
perigo de que sejam submergidos por práticas hipócritas.
O que Jesus condena é, na verdade, e um desvio do verdeiro valor da
oferta. Combate sempre a hipocrisia. Vem ao caso, o episódio do fariseu auto-
suficiente que subiu ao Templo para orar, vangloriando-se de que “pagava o dízimo
de tudo” (Lc 18,12). Em Mt 17,24-27, temos o relato segundo o qual Jesus, assim
como todo judeu, pagava um tributo ao Templo. Não se trata aqui do dízimo
evidentemente. Era um tributo entregue anualmente. Contudo, Jesus só o fazia para
não escandalizar, prevenindo que seus discipulos estavam isentos. Pode-se dizer
que os cristãos, desde o início, deixaram a legislação mosaica, pois já não estão sob
o regime disciplinar da antiga Lei.
Mas temos no NT especialmente no epistolario paulino e em atos olha-se
evidentes testemunhos , e também princípios explícitos, de que o cristão deve dar a
sua contribuição material para as necessidades da comunidade religiosa e o
andamento do ministério da Igreja e a caridade com os necesitados.
Assim tambem, quando ao enviar os discípulos, Jesus diz expressamente
que eles têm o direito de serem sustentados por aqueles a quem anunciam o Reino
(cf. Lc 10,2-10). O operário é digno de seu sustento (cf. Mt 10,10). Quando Jesus
também manda dar a Deus o que é de Deus (cf. Mc 12,13s), pode-se, por inclusão,
entender todos os deveres religiosos, inclusive a manutenção do culto.
Paulo organiza uma coleta em favor da Igreja-mãe de Jerusalém (cf. 2Cor
8,1-9,15), argumentando com a comunhão na fé (9,13). Em Gl 6,6, temos o seguinte
princípio: “O catecúmeno reparta todos os seus bens com aquele que o catequiza”.
O pensamento básico do Apóstolo.

2. Dizimo nos documentos da Igreja


2.1. Dizimo no documento 106 da CNNB
Quando falamos de dízimo, não falamos apenas sobre dinheiro, antes
devemos entender que o dízimo é parte integrante no processo de evangelização. A
Graça e o Amor de Deus não tem preço e nem são produtos de comercialização
junto aos cristãos. Deus nos oferece tudo de forma gratuita.
Como cristãos, devemos buscar o sentimento de pertença, gratidão e de
corresponsabilidade das ações pastorais em nossa comunidade paroquial.
Outro ponto fundamental é compreender que o entendimento consciente
sobre o dízimo colabora para o crescimento da consciência teológica do indivíduo e
da comunidade paroquial, pois o dízimo é fruto da partilha dos fieis, e a eles
pertence, a nível comunitário, paroquial e diocesano.
Ao assumir o compromisso de contribuir com o dízimo, nos dispomos a nos
encontrar com o Senhor e com a Igreja. Esse duplo encontro nos convida a uma
verdadeira conversão, uma mudança de vida. Por isso o dízimo será sempre uma
oportunidade privilegiada de através de um gesto concreto exercermos o amor
fraterno através do nosso coração.
O dízimo é um gesto de fé, a fé dá sabor e sentimento ao dízimo. Se não
acredito no que professo, o dízimo se torna apenas uma oferta solidária, e nada
mais. O cristão, contudo, vai além: porque a Igreja, ao fazer a sua partilha, a faz
exercitando a fé. Para ele, a fé vem antes da quantia partilhada. Ele não é cristão
porque é dizimista, mas é dizimista porque é cristão. Assim, a quantia partilhada tem
um motivo que a antecede: a fé em Jesus como Aquele que dá com fé, ele se
enriquece, já que é partilhado com o objetivo de evangelizar.
O dízimo é partilha pois, ao oferecê-lo, contribuímos com parte do que
temos. A união das partes oferecidas pelos membros de uma comunidade nos leva
a ter condições de investir e sustentar o nosso plano de evangelização. É
fundamental esse entendimento que ao partilhar, o dizimista está oferecendo o que
é importante para si e para a sua comunidade.
O dízimo é estável e periódico esse é o compromisso de ser dizimista em
sua comunidade, o cristão está expressando a sua decisão de ser dizimista fiel. Se
não for assim, a sua partilha seria uma oferta, e não dízimo. Para a comunidade
paroquial isso é essencial, já que ela deve evangelizar de forma organizada, o que
não seria possível se não pudesse prever, pelo menos aproximadamente, a quantia
a receber em cada mês. Assim sendo, cabe ao dizimista ser fiel na sua contribuição
também quanto à estabilidade e a periodicidade de sua contribuição.
O dízimo é escolha e decisão, logo, ser dizimista é uma opção baseada na
liberdade, também a quantia a ser oferecida deve ser decisão do próprio dizimista. A
Igreja não diz que deve ser tanto, ou a partir de tanto, ou ainda não menos que
tanto. Cabe a cada dizimista fiel tomar essa decisão e decidir com quanto vai
contribuir. A Igreja não pode tomar essa decisão por você. Esta decisão deve partir
de seu interior, deve ser uma quantia importante para você e para a comunidade. De
um modo bem simples no discernimento, todo cristão é chamado a contribuir a partir
de sua realidade. Os dez por cento bíblicos, são uma referência à qual todos são
convidados a chegar, desde que decidam fazê-lo por convicção. É você que decide
ser dizimista e com quanto vai contribuir.
O dízimo é contribuição é muito importante esse entendimento, pois ao
implantar a Pastoral do Dízimo no Brasil, os bispos decidiram que ele deve ser uma
opção, e não uma obrigação . Ao se tornar opção, ele é caracterizado pela escolha
de cada católico. A Igreja não quer que ninguém seja obrigado a contribuir, mas que
o faça livremente e com alegria. Não sendo imposto, mas proposto, o dízimo se
torna participação. Cada católico é convidado a sustentar a sua comunidade, seja
partilhando dons, carismas, inteligência. Essa partilha deve ser uma opção
consciente e generosa. Para tanto, a liberdade é essencial. Todos são chamados a
participar, ninguém, contudo, deve ser obrigado a fazê-lo!
As dimensões do dízimo
Religiosa: Pela dimensão religiosa entendemos que somos de Deus: Dele
saímos e para Ele voltamos. Sendo o tudo, logo Deus não precisa de nossos bens,
já que tudo pertence a Ele. Ao partilhar o dízimo, «dizemos» a Deus que temos
consciência de nossa plena e total pertença a Ele, portanto o que partilhamos é um
sinal da nossa pertença. É nisso que consiste a espiritualidade do dízimo: ele
amadurece e aumenta a nossa comunhão com Deus, já que vivemos conscientes de
que a nossa segurança está Nele, e não nos bens que possuímos.
Eclesial: Sabemos que Deus não precisa de nosso dízimo, mas a Igreja
presente no mundo sim, ela não tem como evangelizar sem utilizar-se dos
instrumentos adequados. Como todo batizado e exercendo o protagonismo dessa
Igreja, cabe a nós contribuir para que a missão deixada por Jesus se cumpra. Assim,
somos nós, clérigos e leigos, que fazemos com que a comunidade tenha o suficiente
para se sustentar, seja comprando velas, seja reformando salas, seja investindo na
formação de lideranças. Cabe aos membros de cada comunidade sustentá-la
exercendo a espiritualidade do dízimo, nós a fazemos através do dízimo e das
ofertas. O dízimo, contudo, deveria ser o suficiente para manter e sustentar o dia a
dia da comunidade evangelizadora.
Missionária: Ao acolher o mandato de Jesus de levar o Evangelho a todas as
pessoas , entendemos que sendo cristãos, somos missionários e missionárias. Não
temos o direito de ficar fechados em nossas comunidades sendo uma religiosidade
de manutenção. Devemos sair para ir ao encontro de quem não participa e de quem
ainda não conhece Jesus. Somos uma comunidade missionária quando nos
desacomodamos e vamos ao encontro das pessoas tanto dentro como fora dos
limites de nossa comunidade. O Papa Francisco tem insistido: «Só podemos nos
considerar cristãos de fato se, como Jesus, irmos ao encontro de todos para
anunciar, sem imposição, quem é Jesus e no que consiste o Evangelho por Ele
anunciado».
Parte do dízimo deve ser investido nas missões, tanto aquelas a serem
realizadas na própria comunidade, como aquelas a serem efetivadas fora da
comunidade. A comunidade que se acomoda e fica contente com quem já participa
perdeu, ou nunca teve, senso missionário.
Caritativa: Essa dimensão do dízimo leva os dizimistas a fazer o que Jesus
fez: olhar com amor e colocar-se a serviço dos pobres. Como é possível que
adoremos Jesus na Eucaristia e não o identifiquemos em quem sofre? Essa
incoerência sinaliza o quanto vemos Jesus aqui e não ali. A comunidade dizimista,
pela assistência e pela promoção, serve o pobre gratuitamente. É preocupante que
uma comunidade invista somente em construções, e nem sequer perceba o pobre
que está à sua porta, como o rico e Lázaro na parábola contada por Jesus. Quem
opta pelo dízimo, opta preferencialmente, não exclusivamente! pelos pobres!
Uma parte do dízimo deve ser destinada aos necessitados, aos pobres mais
pobres. Seja pela assistência, seja pela promoção. Pela assistência atende-se
àquelas necessidades urgentes, que não podem ser deixadas para amanhã, como
alimento, roupa, remédio, entre outras. Pela promoção investe-se na formação e
capacitação, dando às pessoas condições de terem uma forma de sustento e/ou
uma profissão, como curso de culinária, de preparação para o vestibular, de plantio
de horta, ou ainda o custeio de cursos profissionalizantes.
2.2. Dizimo no CIC
Por outro lado, sabemos que o Catecismo da Igreja Católica, promulgado
por São João Paulo II, no ano de 1993, não incluiu explicitamente a palavra “dízimo”
no texto do quinto mandamento da Igreja. No são apresentados assim os cinco
mandamentos da Igreja: Ajudar a Igreja em suas necessidades. E acrescenta:
“recorda aos fiéis que devem ir ao encontro das necessidades materiais da Igreja,
cada um conforme as próprias possibilidades”. ( Catesimo da Igreja Catollica nºs.
2041-2043)
2.3. Dizimo no Codigo de Direito Canonico
Cân. 222 — § 1. Os fiéis têm a obrigação de prover às necessidades de
Igreja,de forma que ela possa dispor do necessário para o culto divino, para as
obras deapostolado e de caridade, e para a honesta sustentação dos seus ministros.
§ 2. Têm ainda a obrigação de promover a justiça social e, lembrados do preceito do
Senhor, de auxiliar os pobres com os seus próprios recursos.
Cân. 1261 — § 1. Os fiéis têm liberdade de contribuir com bens temporais em
favor da Igreja. § 2. O Bispo diocesano tem o dever de advertir os fiéis da obrigação
referida no cân. 222, § 1, e de a urgir de modo oportuno.
Cân. 1262 — Os fiéis concorram para as necessidades da Igreja mediante
subvenções que lhe forem solicitadas e segundo normas estipuladas pela
Conferência episcopal.

3. Aprofundamento da aula 4
A Igreja Católica, por direito originário, independentementedo poder civil,
pode adquirir, conservar, administrar e alienar bens temporais paraprosseguir os fins
que lhe são próprios.
Os fins próprios são principalmente os seguintes: ordenar o culto divino,
providenciar à honesta sustentação do clero e dos outros ministros, exercer obras do
sagrado apostolado e de caridade, especialmente em favor dos necessitados.
A Igreja universal e a Sé Apostólica, as Igrejas particulares e ainda qualquer
pessoa jurídica, quer pública quer privada, são sujeitos capazes de adquirir,
conservar, administrar e alienar bens temporais, nos termos do direito.
O domínio dos bens, sob a suprema autoridade do Romano Pontífice,
pertence à pessoa jurídica, que legitimamente adquiriu esses bens. Todos os bens
temporais que pertencem à Igreja universal,à Sé Apostólica ou a outras pessoas
jurídicas públicas na Igreja, são bens eclesiásticos e regem-se pelos cânones
seguintes e pelos estatutos próprios.
Os bens temporais da pessoa jurídica privada regem-se pelos estatutos
próprios, e não por estes cânones, a não ser que outra coisa se determine
expressamente.
Nos cânones seguintes com o nome de Igreja designa-se não só a Igreja
universal ou a Sé Apostólica, mas também qualquer pessoa jurídica pública na
Igreja, a não ser que do contexto ou da natureza da matéria outra coisa se deduza.

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