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1 INTRODUÇÃO
2 EDITAL
Com base nos dados elétricos do sistema, rota básica desejada pelo cliente, e informações de caráter
financeiro e econômico constantes do edital, o fabricante iniciou o dimensionamento dos cabos de potência,
a formação ideal dos mesmos e a definição do método.
3 PROJETO BÁSICO
Uma vez que a linha de interligação subterrânea foi dimensionada para atender três valores de corrente, a
saber:
• 1689 A em regime permanente.
• 2196 A em regime de curta duração (30 minutos)
• 2364 A em regime de longa duração (60 minutos);
A fornecedora através do software CYMCAP –Cable Ampacity Calculation (CYME International T&D),
elaborou várias simulações para determinação da seção mínima do condutor.
O resultado das simulações apresentou 2 (dois) cabos por fase do tipo XLPE/CWS/LAT/HDPE - 1000 mm²
– Cobre. (Vide Fig.1)
O cabo foi produzido tendo como característica tecnológica principal a tríplice extrusão ( semicondutora do
condutor + isolação de XLPE + semicondutora da isolação) em linha de vulcanização continua vertical.
Considerando a corrente de curto circuito monofásico de 40 kA e o tempo de atuação da proteção (0,5 seg)
foi determinada pelo fabricante a seção mínima da blindagem.
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As duas alternativas configuraram-se aplicáveis do ponto de vista da ampacidade desde que utilizando o
sistema especial de aterramento single-point bonding.
Os cálculos visando definir a classe de tensão das SVL – Surge Voltage Limiter –, bem como a classe de
tensão do cabo terra foi elaborada pela projetista utilizando como referência os seguintes documentos
técnicos:
• ANSI/IEEE Std. 575 – 1986: ”Guide for the Application of Sheath-Bonding methods for Single
Conductor Cables and the calculation of Induced Voltages and Currents in cable Sheaths”
• Technical Bulletin 283: CIGRE WG B1-18 – PES –ICC – HomePage – Spring 2005/2006.
• Electrical Parameters – PDIC – Emergency 30 minutes, Item 31 – Induced Voltage on Metallic
Sheath (V/Km) ;( Planilha CYMCAP)
• Steady State – PDIC – Item 33 – Screen or Sheath mean diameter (m);(Planilha CYMCAP)
• High Voltage Cable Standards,Volume II ( Pirelli –England) - Pag. 5-33
Por outro lado houve também a preocupação em consultar outros materiais técnicos provenientes de
instituições internacionais reconhecidas que fornecessem embasamentos atualizados referentes ao projeto de
sistemas especiais de aterramento, com enfase no caso para o sistema single point bonding.
E de fato, orientações foram colhidas em documento emitido pela Power Engineering Society (PES),
especificamente do Insulated Conductors Committee, onde no encontro realizado em Março de 2006 houve a
discussão sobre o Technical Bulletin TB 283 ressaltando suas conclusões mais pertinentes.
Destacamos aqui aquelas que mais nos interessaram com vistas ao projeto em questão :
1. Que o maior trecho de linha encontrado até aquela data e instalado em sistema “single point
bonding” possuia 850 metros de extensão.
2. Que em sistemas com classe de tensão superior a 132 kV foram utilizados cabos coaxiais para as
conexões às SVL’s.
3. Que a extensão máxima das conexões as caixas com SVL’s foi de 10 metros.
A definição das extremidades da linha onde foram instaladas as SVL – Surge Voltage Limiter – teve como
base o Projeto da Malha de Terra da SE Curitiba fornecido pelo cliente.
Classe de tensão: 3,6/6,0 kV - Seção: 1x240 mm2 - Capa externa: PVC - Isolação em EPR.
O tipo de quantidade das caixas de desconexão de terra foram definidos pela projetista.
Cobre nú 95 mm2.
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5 PROJETO EXECUTIVO
Após as definições básicas de projeto descritas anteriormente, e em paralelo com a aprovação do projeto
básico, a projetista iniciou a elaboração do projeto executivo.
O fabricante forneceu a projetista, desenhos do projeto executivo dos novos barramentos de 525 kV e 230
kV, bem como desenhos de projeto da SE Curitiba.
Nesta etapa foi realizada uma análise minuciosa dos documentos de projeto da subestação que compõem o
cadastro de interferências, como plantas de dutos e canaletas de cabos, plantas das fundações e canaletas dos
equipamentos, sistemas de drenagem, sistemas de alimentação auxiliar e de iluminação dos pátios, sistemas
de prevenção e combate a incêndio, e plantas das malhas de aterramento dos pátios
Com base nas informações obtidas na análise dos documentos citados foram definidos os itens que seguem:
• Tipos de suportes para os terminais externos nos pátios de 525kV e 230kV;
• Seção típica da vala e;
• Rota da linha de interligação.
Inicialmente, foram previstas 12 torres metálicas para a fixação de cada um dos terminais externos de cada
fase.
Tendo em vista que a altura do barramento no pátio de 525 kV difere daquela relativa ao pátio de 230 kV,
seriam necessários 2 (dois) projetos distintos de torres metálicas e respectivas fundações. Em termos de
obras civis tal fato implicaria em maior volume de escavação para a execução das fundações, bem como no
aspecto de fornecimento, um maior empenho de aço para a fabricação das torres, além de prazos mais
extensos para a montagem.
A projetista, visando otimizar o empreendimento tanto do ponto de vista técnico quanto comercial
desenvolveu o projeto de suportes de concreto armado (vide fig.2) , sendo cada suporte uma peça única,
possuindo portanto uma única fundação e possibilitando a instalação de dois terminais de cada fase em um
mesmo suporte.
Uma vez definidos os suportes como descrito acima foi iniciado o projeto do conjunto metálico para fixação
de terminais e cabos.
Os terminais foram fixados utilizando uma chapa bipartida no topo dos suportes.
Para a fixação dos cabos foram desenvolvidas peças padrão distribuídas de acordo com a altura de cada
suporte de concreto e sendo estes suportes estruturas únicas a fixação é realizada da mesma forma para todos
os terminais de cada fase (vide fig.3).
Considerando as condições econômicas (volume de escavação), o cliente optou pela formação plana vertical
ou matriz 2x3 (vide fig.4).
Analisando documentos do projeto de aterramento da estação como plantas e memória de cálculo, foi
possível identificar a malha terra a 0,60m da linha de solo.
Conhecida a profundidade da vala da linha de interligação decidiu-se que após a escavação da mesma, a
malha de terra deveria ser recomposta imediatamente nos pontos onde necessário, passando, nestes pontos,
aproximadamente 0,50m abaixo da vala da linha de interligação.
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Como dito muitas vezes neste trabalho, toda e qualquer decisão de caráter construtivo adotada pela projetista
é embasada na análise de todos os documentos de projeto e cadastros de interferências referentes ao espaço
físico destinado a implantação de uma Linha de Transmissão Subterrânea. Para a definição da rota da linha
não é diferente.
Neste caso identificar a localização, dimensões e profundidade de cada interferência ao longo da linha é o
primeiro passo para se obter um panorama das condições do subsolo e dessa forma definir uma rota que
ofereça condições favoráveis para os cabos condutores tanto do ponto de vista de esforços mecânicos quanto
dos parâmetros térmicos.
A convivência com diversos tipos de interferências é uma constante neste tipo de empreendimento. Tal fato,
muitas vezes, implica em condições térmicas indesejáveis para os cabos condutores e o surgimento dos
chamados “pontos-quentes”.
O fabricante elaborou uma tabela apresentando as variações na ampacidade dos cabos de potencia em função
de alterações de profundidade, espaçamento entre os cabos da mesma fase, espaçamento entre fases, e na
resistividade térmica do solo.
Tendo como base as informações da tabela citada, e do ponto de vista mecânico respeitando o raio mínimo
de curvatura para os cabos de potência, a projetista, trabalhando em função do não comprometimento da
ampacidade da linha, elaborou detalhes de perfil para travessia com cada interferência (vide fig5).
Para as travessias com arruamento foi desenvolvido, a pedido do cliente, projeto de canaleta armada
atendendo a cargas (trem tipo) de 12tf.
7 MATERIAL DE RECOBRIMENTO
Tem função mecânica e térmica, portanto é o elemento que colabora com a manutenção da integridade física
do sistema. Ressaltamos a importância da especificação do mesmo uma vez que deve possuir granulometria
e umidade controladas, bem como baixa resistividade e alta difusividade térmica.
A correta especificação desse material minimiza as perdas provenientes de características adversas do solo.
O projetista além da especificação do Material de Recobrimento inclui ao projeto orientações para
armazenagem, controle da umidade, lançamento e compactação do material.
8 CRITÉRIOS DE PROJETO
A projetista incluiu no Projeto Executivo o documento “critérios de projeto”. Nele apresenta além de toda a
documentação técnica (saídas do programa CYMCAP, tabelas, etc), as referências de atas e documentos
oficiais trocados com o cliente, nos quais o mesmo manifestou suas imposições de caráter econômico.
9 CONCLUSÃO
O Projeto Executivo Eletromecânico de uma Linha Subterrânea deve garantir a integridade física dos cabos
de potência, pois somente dessa forma é possível obter a performance desejada, ou ainda operar o mais
próximo dela.
Para tal deve-se trabalhar de forma analítica, criando assim as situações mais favoráveis para a implantação
deste tipo de empreendimento onde, vale sempre lembrar, o objeto principal é o cabo de potência.
É verdade que as reais condições do subsolo só podem ser constatadas após o início das obras de escavação,
e muitas vezes a Projetista trabalha de forma reativa. No entanto se preservadas as condições favoráveis de
projeto, o impacto das reais condições pode, invariavelmente, ser minimizado. Dessa forma a interação entre
Projetista e Fabricante é a ferramenta que cria os subsídios necessários para o desenvolvimento de um
empreendimento dessa grandeza, onde cada etapa, isoladamente, deve ser vista de forma sistêmica, pois não
há um aspecto de menor importância ou relevância e sim um conjunto de decisões embasadas em
conhecimento técnico que decidirá as condições em que o sistema operará durante sua vida útil.
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FIGURA 1
FIGURA 2
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FIGURA 3
FIGURA 4
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FIGURA 5
REFERENCIAS
1. ANSI/IEEE Std. 575 – 1986: ”Guide for the Application of Sheath-Bonding methods for Single
Conductor Cables and the calculation of Induced Voltages and Currents in cable Sheaths”
2. Technical Bulletin 283 : CIGRE WG B1-18 – PES –ICC – HomePage – Spring 2005/2006 (
http://www.ewh.ieee.org/soc/pes/icc/subcommittees/subcom_c/CO2/c2w_minutes.htm)
3. High Voltage Cable Standards,Volume II ( Pirelli –England) - Pag. 5-33