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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

PRO-REITORIA DE ENSINO
PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
PARA O ENSINO BÁSICO
CURSO DE LICENCIATURA EM COMPUTAÇÃO

ANA CRISTINA DA ROSA SAMPAIO


SIMONE NASCIMENTO BRITO

O USO DO SOFTWARE GCOMPRIS COM ALUNOS DE 1º E 2º ANOS DO ENSINO


FUNDAMENTAL RAFAEL FERNANDES GOMES – BENEVIDES/PA

Benevides – PA
2015
ANA CRISTINA DA ROSA SAMPAIO
SIMONE NASCIMENTO BRITO

O USO DO SOFTWARE GCOMPRIS COM ALUNOS DE 1º E 2º ANOS DO ENSINO


FUNDAMENTAL RAFAEL FERNANDES GOMES – BENEVIDES/PA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a


Universidade Federal Rural da Amazônia
(UFRA), do Curso de Licenciatura em
Computação, orientado pelo Prof. MsC. Breno
Ramos Pantoja.

Benevides – PA
2015
ANA CRISTINA DA ROSA SAMPAIO
SIMONE NASCIMENTO BRITO

O USO DO SOFTWARE GCOMPRIS COM ALUNOS DE 1º E 2º ANOS DO ENSINO


FUNDAMENTAL RAFAEL FERNANDES GOMES – BENEVIDES/PA

Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, apresentado à UFRA, Polo Benevides, como


requisito para a conclusão do Curso de Licenciatura em Computação, com nota igual a
_______ conferido pela Banca Examinadora formada pelos professores:

________________________________________________
Prof. MsC. Breno Ramos Pantoja
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
Plano de Formação de Docentes - PARFOR
________________________________________________
Profª. Drª. Janae Gonçalves
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
Plano de Formação de Docentes - PARFOR
________________________________________________
Prof. MsC. Alex Zissou
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
Plano de Formação de Docentes - PARFOR

Benevides – PA
2015
Dedicamos este trabalho a todas as pessoas
que colaboraram para a realização deste
trabalho, especialmente aos nossos familiares
que nos apoiaram sem medida, entendendo
nossas ausências e dedicação aos estudos.

Queremos agradecer algumas pessoas


especiais que, de alguma forma, contribuíram
para a conclusão deste trabalho.
À Deus, que nos fortaleceu no seu amor e
nunca nos abandonou em nossas orações,
mesmo quando em dificuldades não
lembrávamos de pedir sua proteção e bênçãos.
Aos nossos familiares, que sempre nos
apoiaram e nos entenderam quando em nossas
ausências pela necessidade de estudar e nos
dedicar à nossa pesquisa.
Aos nossos professores, que compartilharam
conosco seus pensamentos e opiniões
permitindo-nos o arcabouço de conhecimentos
necessários à escrita desta pesquisa.
Finalmente queremos agradecer, imensamente,
à UFRA, ao MEC e ao CAPES pela
oportunidade de nos permitir realizar um curso
de graduação que nos proporcionou
conhecimentos imensuráveis para melhorar
nossa prática pedagógica.
A todos, sem exceção, nossos sinceros
agradecimentos.

“Quando eu estava na escola o computador era


uma coisa muito assustadora. As pessoas
falavam em desafiar aquela máquina do mal
que estava sempre fazendo contas que não
pareciam corretas. E ninguém pensou naquilo
como uma ferramenta poderosa. ” (Bill Gates,
2004).
SUMÁRIO

1 Introdução ....................................................................................................................... 11
2 Referencial teórico .......................................................................................................... 13
2.1 As tecnologias e a escola: uma breve reflexão ............................................................. 14
2.2 O PROINFO e as metas do MEC para a informatização das escolas públicas .............. 18
2.3 O uso do Sistema Operacional Linux Educacional nas escolas públicas: desafios à
inclusão digital ................................................................................................................. 19
2.4 Softwares livres e aprendizagens significativas ........................................................... 20
2.5 O uso do software GCOMPRIS em turmas de 1º e 2º anos do Ensino Fundamental .... 21
3 Material e métodos .......................................................................................................... 23
3.1 Local de estudo ........................................................................................................... 23
3.2 População em estudo e procedimentos ........................................................................ 23
3.3 O software GCOMPRIS ............................................................................................. 24
3.3.1 Definição e características .................................................................................... 24
3.3.2 Possibilidades pedagógicas com alunos de 1º e 2º anos do Ensino Fundamental ... 25
3.3.3 Conhecimento das funções do computador e estímulo à leitura utilizando as
ferramentas do GCOMPRIS ......................................................................................... 27
4 Questionário .................................................................................................................... 34
5 Resultados e discussões ................................................................................................... 37
6 Considerações ................................................................................................................. 47
Referências bibliográficas .................................................................................................. 49
Apêndices.................................................................................................................................51
Resumo
O crescente interesse pelas tecnologias tem levado a escola, sobretudo os educadores, a
repensar a sua prática pedagógica. Já não é possível se fechar ao mundo em transformação. O
estudo, hora apresentado, tem como tema “O uso do software GCOMPRIS com alunos do 1º e
2º anos do Ensino Fundamental Rafael Fernandes Gomes – Benevides/PA”. O interesse pelo
tema partiu das indagações sobre as dificuldades de aprendizagem dos alunos deste nível de
ensino e da necessidade de analisar e discutir a educação na EMEIEF Rafael Fernandes
Gomes intermediada pelas novas tecnologias. Já foi feito, por meio do estudo sobre o uso das
tecnologias na escola, analisar o potencial pedagógico de softwares disponível nos
computadores, sobretudo o GCOMPRIS, e suas possibilidades de uso processo de letramento
de alunos de 1º e 2º anos. Metodologicamente esta pesquisa se assentou em pesquisa de
campo que envolveu observações sistemáticas das atividades realizadas na Sala de
Informática e aplicação de questionários que, tabulados, resultaram em análises que serviram
de base para o entendimento da situação de aprendizagem dos alunos e encaminhamento de
sugestões que viabilizem a superação de problemas detectados. Com base nos resultados da
pesquisa, encaminhamos propostas para o uso do software GCOMPRIS como instrumento de
aprendizagem para alunos do 1º e 2º anos do ensino fundamental.

Palavras chave: Ensino Fundamental, Tecnologias, GCOMPRIS.


Abstract
The growing interest by technology has led the school, manly the educator to rethink your
pedagogical practice. Already don’t is close at world in change. The study presented as
theme” O uso do software GCOMPRIS com alunos do 1º e 2º anos do Ensino Fundamental
Rafael Fernandes Gomes – Benevides/PA”. The interest by theme begins of the enquiry about
the difficult of the students this level of education, of need of analyst and discuss the
education EMEIEF Rafael Fernandes Gomes intermediated by new technologies. Already
done, through of the study about the use of technology at school, analyzing the pedagogical
potential of software available on computers, especially the COMPRIS, and theirs possible
and their ability to use the process of literacy of the students. Methodologically, this study was
based on fields research, where involved systematic observations of the activities makes
Computer Room application of questionnaires that, tabulated results analyzes served as basis
for understanding the learning of the students and forwarding of suggestions that enable
overcoming of detected problems. Based on the survey results, we forward proposals for the
use of GCompris software as a learning tool for students of 1st and 2nd years of elementary
school.

Keywords: High School, Technologies, Software, CCOMPRIS.


LISTA DE IMAGENS

IMAGEM 1: Tela do software GCOMPRIS instalado no Sistema Operacional Linux


Educacional, referente às atividades de manipulação do teclado.............................................28

IMAGEM 2: Tela do software GCOMPRIS instalado no Sistema Operacional Linux


Educacional, referente às atividades de manipulação do mouse...............................................29

IMAGEM 3: Tela do software GCOMPRIS instalado no Sistema Operacional Linux


Educacional, referente às atividades de leitura.........................................................................31
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: Questionário aplicado aos professores da EMEIEF Rafael Gomes.....................35

FIGURA 2: Questionário aplicado a Coordenadora da Sala de Informática da EMEIEF


Rafael Gomes............................................................................................................................36

FIGURA 3: Tabulação de dados referentes à questão 2 do questionário aplicado aos


professores da EMEIEF Rafael Gomes....................................................................................37

FIGURA 4: Tabulação de dados referentes à questão 5 do questionário aplicado aos


professores da EMEIEF Rafael Gomes....................................................................................39

FIGURA 5: Tabulação de dados referentes à questão 9 do questionário aplicado aos


professores da EMEIEF Rafael Gomes....................................................................................39

FIGURA 6: Tabulação de dados referentes à questão 7 do questionário aplicado aos


professores da EMEIEF Rafael Gomes....................................................................................40

FIGURA 7: Tabulação de dados referentes à questão 1 do questionário aplicado aos


professores da EMEIEF Rafael Gomes....................................................................................41

FIGURA 8: Tabulação de dados referentes à questão 3 do questionário aplicado aos


professores da EMEIEF Rafael Gomes....................................................................................42

FIGURA 9: Tabulação de dados referentes à questão 6 do questionário aplicado aos


professores da EMEIEF Rafael Gomes....................................................................................42

FIGURA 10: Tabulação de dados referentes à questão 2 do questionário aplicado a


Coordenadora da Sala de Informática da EMEIEF Rafael Gomes...........................................43

FIGURA 11: Tabulação de dados referentes à questão 3 do questionário aplicado a


Coordenadora da Sala de Informática da EMEIEF Rafael Gomes...........................................43

FIGURA 12: Tabulação de dados referentes à questão 4 do questionário aplicado a


Coordenadora da Sala de Informática da EMEIEF Rafael Gomes...........................................44
11

1 Introdução

Esta pesquisa tem como tema “O uso do software GCOMPRIS com alunos do 1º e 2º
anos do Ensino Fundamental Rafael Fernandes Gomes – Benevides/PA” e foi pensada a partir
da necessidade de analisar e discutir a educação na EMEIEF Rafael Fernandes Gomes
intermediada pelas novas tecnologias. Os educadores, de forma geral, precisam refletir sobre
sua prática no novo cenário de mudanças que têm marcado a sociedade, sobretudo com
relação aos avanços tecnológicos.

Levando em consideração que esta pesquisa está voltada para o uso do software
GCOMPRIS e seu potencial pedagógico, o que a motivou foi a verificação de que os
professores pouco usam os recursos tecnológicos disponíveis na escola, sobretudo a sala de
informática.

As políticas públicas voltadas para a educação têm colaborado para um intenso


debate sobre as possibilidades de contribuição do uso das tecnologias no espaço escolar. Mas
o fato dos recursos tecnológicos estarem na escola, não favorece uma mudança se a escola, ou
mesmo o professor, não estiver preparada para incorporar essas inovações na forma de ensinar
e aprender. Por esta razão, o objetivo desta pesquisa é discutir de que forma as tecnologias,
sobretudo, os softwares livres, a exemplo do GCOMPRIS, podem auxiliar o professor a
orientar seus alunos para um aprendizado prazeroso e significativo.

Segundo Gulo (2011), a interface do GCOMPRIS ajuda os alunos a desenvolverem


habilidades de concentração e raciocínio por ser um software que possibilita a criação de
propostas pedagógicas criativas e educativas. As várias atividades que podem ser
desenvolvidas com o uso do aplicativo favorecem um aprendizado mais atrativo para os
alunos, além de incentivá-los a estudar com prazer.

Metodologicamente esta pesquisa se embasa em análise bibliográfica de autores que


discutiram o uso das tecnologias no ensino e em aplicação de questionários aos professores da
EMEIEF Rafael Fernandes Gomes, localizada na Avenida Joaquim Pereira de Queiroz, no
Bairro Maguari, município de Benevides/PA procurando, de forma quantitativa, bem como
qualitativa, levantar dados sobre o uso dos computadores disponíveis na sala de informática
da escola. Além disso, buscou verificar o nível de conhecimento, sobretudo dos professores,
quanto aos softwares instalados nas máquinas.

Partindo dos dados coletados, assim como de seus resultados, foi analisada a relação
de professores, assim como dos alunos, com as tecnologias no contexto do ensino-
12

aprendizagem da escola. Buscou-se entender os limites dos professores com relação ao uso
dos softwares educacionais instalados no Sistema Operacional Linux Educacional. Com base
nos dados, traçaram-se propostas de superação das dificuldades apresentadas pelos
professores quanto ao uso dos computadores na realidade educacional.

O objetivo geral desta pesquisa é:

 Discutir com a comunidade escolar, sobretudo com os professores do 1º e 2º


anos do ensino fundamental, as possibilidades pedagógicas do software
GCOMPRIS.

Os objetivos específicos estão voltados para um estudo sobre o uso do computador e,


mais especificamente, o GCOMPRIS, como observado abaixo:

 Colaborar para a melhoria da educação dos alunos de 1º e 2º anos do ensino


fundamental da Escola Rafael Gomes;

 Identificar na realidade escolar situações de aprendizagem que permita o uso


do software por meio de propostas que visem a superação dos entraves que
impedem que a educação caminhe para a mudança;

 Apresentar aos professores algumas atividades que podem ser desenvolvidas


com alunos do ensino fundamental de 1º e 2º anos para melhorar sua situação
de aprendizagem.

Para melhor entendimento desta pesquisa, o trabalho foi dividido em três capítulos
pensados de acordo com a evolução da mesma. No primeiro capítulo, que diz respeito ao
referencial teórico, discutimos os impactos das novas tecnologias na escola e o papel do
professor na aplicação de novas propostas pedagógicas para alunos do ensino fundamental da
rede pública de ensino. Sendo assim, analisamos, à luz das leituras selecionadas para esta
pesquisa, cinco subtemas, a saber: “As tecnologias e a escola: uma breve reflexão”; “O
PROINFO e as metas do MEC para a informatização das escolas públicas”; “O uso do
Sistema Operacional Linux Educacional nas escolas públicas: desafios à inclusão digital”;
“Softwares livres e aprendizagens significativas” e “O uso do software GCOMPRIS em
turmas de 1º e 2º anos do ensino fundamental”.

No segundo capítulo, que se refere ao Material coletado e métodos de análise, foram


tabulados os dados coletados a partir de questionários aplicados aos professores e alunos da
EMEIEF Rafael Fernandes Gomes. Por meio destes questionários, com sua devida análise de
13

dados coletados, pautamos aspectos fundamentais quanto ao uso de softwares livres para
criação de propostas de aulas participativas, assim como interativas, para crianças de 1º e 2º
anos do ensino fundamental.

Finalmente, no terceiro capítulo, discutimos os resultados das pesquisas realizadas in


loco na escola, que hora é objeto de estudo desta pesquisa, apresentando considerações
pertinentes ao uso do software GCOMPRIS nas séries em estudo, já citadas acima, buscando
contribuir para melhorias no aprendizado dos alunos de 1º e 2º anos do ensino fundamental da
escola Rafael Gomes.
14

2 Revisão bibliográfica

Não se pode negar que nossas crianças e jovens têm, cada vez mais, afinidade
com o mundo das tecnologias. As inovações que o mercado oferece lhes fascinam e
estimulam o consumismo levando-os a dominar, progressivamente, os recursos
computacionais, assim como tecnológicos, que o comércio oferece. É claro que nem todos
tem acesso às mudanças. Como informa Stahl (2008):

“A importância da apropriação das novas tecnologias por todos, é que permitirá a


atuação profissional na atual cultura tecnológica, hoje acessível apenas a poucos. É
evidente que esse acesso à sociedade da informação dependerá da disponibilidade de
formas de comunicação, de alta qualidade, rápidas e de baixo custo, o que parece
ainda um pouco distante de nossa realidade”. (STAHL, 2008, p. 2)

Segundo a autora, ainda que se esteja na era digital há muito caminho para trilhar até
que o acesso à sociedade da informação seja ampliado. Apesar de muitos indivíduos já
utilizarem as novas tecnologias digitais para diversos fins, há muitos fora desde contexto.
Pode-se considerar também, no contexto de mudanças, que a escola deve abrir suas portas
para uma discussão intensa sobre a necessidade de adequação aos avanços tecnológicos.

No debate que envolve o ambiente escolar, o professor precisa compreender-se como


elemento de mudança, se apropriando dos recursos tecnológicos para criar um ambiente mais
atrativo ao aluno. A era da informação estimula a escola para um repensar de sua
responsabilidade social. Se preparar os alunos para a vida é o seu papel, a instituição escolar
deve dar a eles um ambiente de aprendizagem integrador de ensino e pesquisa, teoria e
prática. O mundo em mutação exige dos indivíduos a habilidade de mudar a todo o momento,
sobretudo, possuir múltiplos saberes habilitando-os a superar desafios da vida. Sendo assim,
uma educação pautada no estímulo a autonomia, este dado pela escola, além da cooperação
dos alunos, possibilitará a formação de indivíduos críticos, bem como atuantes (STAHL,
2008).

Os avanços tecnológicos têm provocado uma profunda reflexão na educação escolar.

Muitos teóricos, sobretudo educadores, têm buscado entender os impactos que as tecnologias
provocam, principalmente nas crianças e jovens. Na nova era digital, é importante entender a
escola como um ambiente aberto às mudanças que ocorrem nas relações entre os indivíduos e
as tecnologias.

Buscando embasamento teórico para esta pesquisa, selecionaram-se alguns autores


15

que se debruçaram sobre os impactos das tecnologias na vida escolar. Esses autores abordam
de que forma as tecnologias estão presentes nas vidas dos alunos, tanto dentro como fora da
sala de aula, considerando os impactos de sua utilização para o desenvolvimento de
habilidades cognitivas bem como de adaptação às exigências da sociedade.

2.1. As tecnologias e a escola: uma breve reflexão

As escolas públicas têm recebido muitos equipamentos tecnológicos e seu uso ainda é
bem tímido entre os educadores. A maioria das salas de informática está sem uso
provavelmente pela falta de habilidade do professor utilizar os recursos computacionais.
Sobre o uso do computador na escola Valente (1999) mostra que o a instalação destes
equipamentos na escola não resolver o problema da inclusão digital no país. Para o autor, é
preciso apostar na formação dos professores para o uso das tecnologias que estão chegando ao
ambiente escolar.

A ênfase em cursos de formação para os professores tem sido uma das discussões mais
importantes no contexto do uso das tecnologias na educação. Quando a informática se tornou
elemento integrante do cotidiano escolar, a ideia era revolucionar as ações pedagógicas
transformando a escola em um ambiente mais dinâmico de aprendizagem. No entanto, se
esbarrou com a falta de habilidade dos professores em utilizarem os computadores. À
princípio o problema de operacionalização da máquina foi o fator de embargo para o uso deste
recurso na escola. Depois, contatou-se que se o professor não for orientado a desenvolver
habilidades para associar o conteúdo que deve ser ensinado aos recursos computacionais, de
nada lhe adianta possuir conhecimentos técnicos sobre a máquina. A questão chave que
envolve a formação dos professores para o uso do computador, assim como das demais
tecnologias disponíveis na escola, é encaminhar e propor sugestões práticas de como tais
recursos pode auxiliar no ensino de determinados conteúdos e proporcionar melhor
aprendizado nos alunos (VALENTE, 1999).

É notório que a presença do computador na escola não é fator de mudança. As


propostas de formação devem ser pensadas possibilitando ao educador utilizar os diversos
recursos computacionais para o desenvolvimento de conteúdos digitais garantindo a
dinamização e significação dos conhecimentos que são trabalhados em sala de aula. Para
Valente (1999), a tarefa de orientar os professores para o uso pedagógico das tecnologias não
é fácil, pois, segundo o mesmo, “essa formação não tem acompanhado o avanço tanto
16

tecnológico quanto do nível de compreensão sobre as questões da informática na educação


que dispomos hoje”. A dinamicidade das inovações tecnológicas defasa, sobremaneira, os
conhecimentos que adquirimos. Então, o professor deve entender que os saberes que possui
sobre tecnologias são inacabados.

As concepções sobre o uso das tecnologias na educação, sobretudo os computadores,


são diversas e diferenciadas. Grzesiuk (2008) apresenta três visões diferentes sobre o assunto:
ceticismo, indiferença e otimismo. Quanto ao ceticismo, o autor argumenta que esta forma de
pensar está assentada na ausência de recursos tecnológicos ou mesmo recursos financeiros
levando a escola a carecer de materiais essenciais para a educação de seus alunos. Neste rol de
precariedade está a falta de recurso para comprar computadores. Além da escassez de
recursos, há o discurso da desumanização na educação, visto que a máquina torna as relações
distantes e isoladas fortalecendo a ideia da substituição do professor pela máquina. O aluno
que usa o computador para aprender se torna mais robótico e insensível, fato considerado
ruim para o convívio social. Por fim, os céticos percebem que a escola, como um todo, não
está preparada para abraçar as novas tecnologias por falta de habilidade em utiliza-las, fato
problemático para a implantação de uma educação mediada pelos recursos tecnológicos,
sobretudo computacionais (GRZESIUK, 2008, p. 10).

O ceticismo de algumas pessoas demonstra que há uma visível resistência à utilização


dos computadores na escola. A falta de recursos financeiros para a aquisição de computadores,
o medo da substituição do professor pela máquina, a influência mecânica do computador
sobre a personalidade dos alunos e a falta de habilidade dos educadores para com o uso destes
equipamentos, estão entre os argumentos mais frequentes para justificar a resistência ao uso
do computador na escola. Estas posturas céticas, de certa forma, têm travado o avanço de um
debate mais profundo sobre a necessidade da escola abrir suas portas à mudança
possibilitando aos seus alunos novas formas de aprender mediada pelo uso das tecnologias.
(GRZESIUK, 2008).

A indiferença também é outro elemento que dificulta as mudanças na educação


quando se fala de tecnologias. O autor diz que os indiferentes “geralmente esperam uma
tendência a ser definida, simplesmente não possuem uma disposição crítica com relação aos
avanços tecnológicos” (GRZESIUK, 2008, 10).

Os indiferentes não contribuem para um debate significativo sobre melhorias na


17

educação, notadamente no que concerne ao uso das tecnologias. Como não se posicionam, e
nem contribuem com sugestões de superação dos problemas da educação, os indiferentes
adotam uma postura de aguardo dos caminhos que a escola vai seguir sem, no entanto,
interferir ou contribuir com orientações ou reflexões. (GRZESIUK, 2008).

Finalmente, Grzesiuk (2008) fala dos otimistas. Estes, segundo ele, são levados por
uma onda de euforia acreditando que os problemas da educação podem ser resolvidos com a
aquisição de computadores e sua utilização pelos alunos. É preciso pensar que os problemas
de aprendizagem e desinteresse dos alunos estão além da aquisição de equipamentos
tecnológicos. O uso das tecnologias na escola perpassa a necessidade de conhecer o universo
de nossos alunos, seus projetos e necessidades. É preciso diagnosticar, primeiramente, a
educação para depois criar propostas de aplicabilidade de aprendizagens a partir do uso dos
recursos tecnológicos disponíveis na escola.

Ao pensar em propostas pedagógicas, o professor precisa considerar a faixa etária,


estágio motor e cognitivo, habilidades visuais, auditivas, linguagem e lógicas, além de seu
contexto social, psicológico e psicomotor. Deve ter em mente que o aluno é um indivíduo
dotado de particularidades e necessidades, além de ser parte de um contexto social e cultural.
Por isso, quando elaborar atividades que facilitem o aprendizado da criança em ambientes
informatizados, como a sala de informática, suas ações precisam estar em sintonia com as
necessidades e limitações de seus alunos (GRZESIUK, 2008).

Cada série exige um estudo minucioso pelo professor. Como apresenta Grzesiuk
(2008), quando há uma referência aos alunos, cada faixa etária, nível de ensino, exige uma
forma de ensinar. Mediada pelas tecnologias, essa aprendizagem será, sem dúvida, mais
significativa. No entanto, as propostas criadas pelo professor devem vir acompanhadas pela
percepção do que os alunos necessitam para se sentirem atraídos pelo que irá ser ensinado.

Deve-se levar em consideração que as tecnologias, sobretudo as digitais, estão


presentes entre nossos alunos. A todo momento crianças e jovens estão utilizando os recursos
tecnológicos para diversas tarefas ou, ainda pior, sem direcionamento. De forma geral, nem a
família nem a escola estão preparadas para intermediar ou orientá-los. Dados da UNESCO
(2008) apontam que os brasileiros estão utilizando com muita frequência a rede mundial
(internet) para fins diversos. Em todas as regiões brasileiras o número de pessoas que buscam
informações para as mais diversas finalidades é crescente. As atividades de comunicação são
18

as mais comuns entre os usuários da rede mundial, dentre as quais a utilização de e-mails e
bate-papos, além de pesquisas em sites de busca, com destaque para a empresa Google
(UNESCO, 2008).

A constatação feita pela UNESCO (2008) há aproximadamente quatro anos,


demonstra que os brasileiros buscam, cada vez mais, na internet agilidade para a resolução de
seus problemas. Discutir a emergência de novas formas de aprendizagem é primordial para
que a escola acompanhe esses tempos de mudança. É notório que a sociedade se informatiza a
passos largos e que nossas crianças e jovens buscam soluções imediatas para os problemas do
dia a dia. Quando constatamos essa emergência, nos damos conta da necessidade de
reaprender a ensinar e trazer para a escola as problemáticas do mundo lá fora, para serem
pensadas de forma cooperativa.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacional Anísio


Teixeira (INEP, 2013), é fundamental que a escola ofereça infraestrutura adequada que
possibilite aos alunos um aprendizado mais significativo. A presença de um ambiente mais
cômodo para os alunos estudarem, lhes estimula a permanecer na escola. No caso da presença
das salas de informática, ainda o ensino fundamental está atrás do ensino médio, para o
atendimento das necessidades de aprendizagem dos alunos. Vejamos:

“Observa-se que, no ensino fundamental, o recurso mais disponível é o “laboratório


de informática”, sendo oferecido em 49% das escolas públicas, enquanto na rede
privada o recurso em destaque é o “acesso à internet”, presente em 90,5% das
escolas. Essas escolas atendem 81% e 97% dos alunos, respectivamente. Nas
Tabelas 21 a 24, é possível verificar quantos alunos são atendidos para cada um dos
recursos apresentados. As escolas de ensino médio possuem melhor infraestrutura do
que as de ensino fundamental” (INEP, 2013)

É notável que as salas de informática possuam um papel importante no processo de


aprendizagem dos alunos. Mas necessitam ser ampliadas para mais escolas, com a qualidade
necessária ao atendimento dos alunos, que buscam no ambiente escolar motivação para
aprender e se preparar para o mundo.

2.2. O PROINFO e as metas do MEC para a informatização das escolas públicas

As escolas, atualmente, contam com recursos tecnológicos como computadores,


notebooks, impressoras, data shows, etc. Em muitas já existem as salas de informática,
resultado de uma parceria entre MEC, Estados e municípios. Segundo Prata (2005), o
19

processo de informatização no Brasil se deu a partir da década de setenta, no contexto da


Ditadura Militar. A autora nos informa que “tal processo ocorreu em meio a interesses
políticos e econômicos, que associou a informática a uma questão de segurança nacional e
desenvolvimento” (PRATA, 2005, p. 61).

Em 2007 o Governo Federal lançou o ProInfo (Programa Nacional de Informática na


Educação). O Programa foi lançado pela Secretaria de Educação à Distância, hoje extinta, por
meio da Portaria nº 522, publicada em 09/04/1997. Segundo as observações de Prata (2005), a
intenção do MEC era programar ações que fortalecessem a prática pedagógica do professor
em sala de aula, utilizando as diversas tecnologias disponíveis para a melhoria do ensino
público.

Vale ressaltar que o ProInfo está assentado nas Leis de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (Lei nº 9.394/96) e visa aliar os recursos tecnológicos às novas formas de ensinar e
discutir conhecimentos nas escolas públicas do Brasil, diminuindo as disparidades entre o
ensino público e o ensino particular. Prata (2005) diz que o programa se fundamenta na LDB
(Lei nº 9.394/96) e, particularmente no Artigo 32, Inciso II, que dispõe sobre a formação
básica do cidadão. Neste Artigo, destaca-se o sujeito do ensino fundamental que necessita
compreender seu ambiente natural e social, seu sistema político e tecnológico, artes e valores
em que está sedimentada a sociedade em que vive. Mais adiante, no Artigo 35, Inciso IV,
dando continuidade ao processo de formação do cidadão, a educação escolar deve
proporcionar a compreensão das bases científico-tecnológicas dos processos produtivos,
ligando a teoria à prática no desenvolvimento do ensino de casa disciplina ensinada na escola
(PRATA, 2005).

Conforme a LDB, as tecnologias se inserem com importante instrumento de formação


dos indivíduos e sua preparação para a vida e para o exercício da cidadania. Dentre tantos
campos a serem explorados pelos alunos da educação básica, o campo da tecnologia é de
fundamental importância, pois permeia todos os campos do conhecimento e instrumentaliza a
sociedade produtiva em que vivemos. A intenção não é ser tecnicistas, mas mostrar que é
preciso orientar os alunos para um mundo cada vez mais informatizado. Com base nas
análises de Prata (2005) sobre o processo de implantação do ProInfo no Brasil, pode-se
afirmar que o mesmo veio trazer uma proposta de democratização dos recursos tecnológicos,
“ampliando oportunidades de acesso à tecnologia e reduzindo a exclusão digital” (PRATA,
2005, p. 63).
20

2.3. O uso do Sistema Operacional Linux Educacional nas escolas públicas: desafios à
inclusão digital

Um fato que merece atenção é referente ao Sistema Operacional utilizado nas escolas
públicas que receberam computadores do ProInfo. O incentivo à utilização de software livre
levou o MEC a adotar e instalar o Sistema Operacional Linux, este adaptado às necessidades
da educação básica. Sobre o Linux Educacional Raabe (2008) nos diz que é um sistema
operacional livre que permite que as pessoas e empresas o utilizem e o modifiquem conforme
suas necessidades. A liberdade que o programa proporciona aos seus usuários tem levado à
sua distribuição, sobretudo, em espaços e instituições públicas que desejam diminuir gastos
com o pagamento de softwares pagos (RAABE, 2008).

Por ser um sistema operacional livre e gratuito, o Linux, em sua versão educacional, é
distribuído às escolas públicas juntamente com os computadores do ProInfo. O fato de ser um
Programa pouco conhecido entre os professores, dificulta o seu uso nas escolas. Esta falta de
habilidade em utilizar as ferramentas do Linux Educacional cria resistência entre os
educadores que alegam não conhecer os “lugares” e funções dos aplicativos que estão
disponíveis. (LEMOS, 2011, p. 3).

O caráter dinâmico do ofício de educar empurra o professor à necessidade de


reaprender a ensinar. Como já foi dito, os avanços tecnológicos têm nos exigido esta nova
postura. Lemos (2011) comenta que o professor deve ser curioso, crítico e buscador de
respostas. Não pode fechar-se às mudanças, mas buscar nelas inspiração para novas práticas
pedagógicas que garantam um aprendizado significativo para seus alunos. (LEMOS, 2011, 3).

As possibilidades de uso de diversos softwares livres em práticas educativas são


riquíssimas. Como as escolas dispõem do Linux Educacional, é preciso que primeiro os
professores se apropriem de seus recursos e, depois, utilizem programas disponíveis para
elaborar aulas mais interessantes e atrativas para seus alunos.

2.4. Softwares livres e aprendizagens significativas

O uso de softwares livres no ambiente escolar não é mais novidade. Em muitas


escolas, há educadores que já utilizam estes programas em suas aulas. Segundo Fernandes
(2011), apesar de o mercado capitalista lançar softwares pagos, existem muitos deles que são
21

livres e estão disponíveis para que possam ser utilizados sem restrições no ambiente escolar.
Para a autora, “o conceito de software livre nos remete ao conceito de liberdade, ampliando as
perspectivas de inclusão digital e social de milhares de pessoas” (Fernandes, 2011, p.2).

A autora comenta que os professores que utilizam softwares livres no ensino de seus
alunos, percebem que é possível desenvolver diversas atividades tendo como ferramenta
básica o computador. Acrescenta ainda que, utilizando o computador e softwares livres, o
professor permite aos seus alunos desenvolverem a autoria com pressuposto de aprendizagem
livre. Não só o aluno se sente livre para aprender mas também o professor, já que o código
fonte livre lhe dá a oportunidade de criar suas propostas pedagógicas de forma autônoma
quando não pode aproveitar o que há no jogo para os conhecimentos que quer trabalhar com
seus alunos. É positivo quando o professor tem a oportunidade de conhecer o software e
modificar suas propostas iniciais em prol de novos projetos que atendam suas necessidades
educacionais e de seus alunos (FERNANDES, 2011).

O uso de softwares livres que estimulam o aprendizado nas escolas, também


incentivam a produção e a autoria, o que é um ganho para a educação. Quando os alunos são
incentivados a aprender com autonomia, a perspectiva de uma educação para a liberdade
estará sendo cumprida no ambiente escolar, haja vista o professor estar incentivando seus
alunos a produzir, criar e pensar sozinho sem falar que o próprio professor se torna autor do
que está ensinando aos seus alunos (FERNANDES, 2011, 4)

Mas o que é software livre? Segundo Campos (2006) “é o software que pode ser
usado, copiado, estudado, modificado e redistribuído sem restrição”. Segundo o autor, ao ser
distribuído, o software livre vem acompanhado de uma licença de software livre e seu código-
fonte é disponibilizado para modificações.

O uso desse tipo de software permite muitos ganhos. Campos (2006) enumera alguns
que, para o professor, são de grande importância quando usados em sala de aula. Dentre tais
ganhos o autor cita a liberdade do usuário executar o programa para qualquer tipo de
propósito, sobretudo na área educacional. Sendo livre, o software permite que as pessoas
possam estuda-lo e verificar como funciona adaptando-o às suas necessidades. Isto ocorre
justamente em função do código fonte ser aberto, o que deixa os usuários livres para explorá-
lo. Finalmente, os resultados da liberdade em estudar, modificar e melhorar o programa trás
ganhos para as pessoas já que melhora o desempenho do software e o enriquece enquanto
22

programa (CAMPOS, 2011).

A liberdade de modificar o que já existe no software e transformá-lo conforme nossas


necessidades é uma conquista significativa para a educação, pois o professor tem autonomia
de criar atividades e propostas pedagógicas que atendam as necessidades de aprendizado dos
seus alunos. No entanto, é preciso se debruçar sobre informações precisas acerca do uso do
programa e estudar suas funcionalidades para que haja um aproveitamento significativo do
mesmo (CAMPOS, 2011).

A escola necessita de recursos como os softwares livres para criar novas estratégias de
ensino, onde as tecnologias estejam aliadas ao aprendizado dos alunos. Aliás, a escola precisa
abrir mais suas portas para os avanços tecnológicos. É notório que nossos alunos estão
inconformados com a escola que têm. Eles querem algo mais. Se as tecnologias estão na
escola, por não as utilizar? É preciso perceber que nossos alunos já carregam consigo
conhecimentos inerentes a esse mundo tecnológico. Basta que levemos a eles propostas de
ensino e aprendizagem que, integrados às tecnologias, lhes proporcionem saberes para a vida.
(PAPERT, 2008).

2.5. O uso do software GCOMPRIS em turmas de 1º e 2º anos do ensino fundamental

Como proposta metodológica para a educação infantil, muitos autores têm destacado o
potencial pedagógico do software livre GCOMPRIS, objeto de estudo desta pesquisa. Raabe
(2008) nos mostra que em situações de aprendizagem, o software traz resultados positivos na
educação de crianças do ensino fundamental. Conforme a autora o GCOMPRIS é um
aplicativo computacional que possui propostas educacionais e integra diferenciadas atividades
voltadas para crianças de 0 a 10 anos. Apesar de serem atividades de caráter lúdico, suas
orientações recorrem para o aprendizado das crianças considerando as diversas áreas do
conhecimento que estão aprendendo na escola. O jogo possui aproximadamente 80 aplicativos
que estão distribuídos entre as diversas áreas do conhecimento, desde a língua portuguesa à
matemática (RAABE, 2008).

Voltando nosso olhar para o Ensino Fundamental menor, o GCOMPRIS compreende


uma diversidade de atividades que se misturam com o lúdico, tornando o aprendizado mais
prazeroso entre alunos que ainda estão na fase da brincadeira. Sendo um software de livre
distribuição, pode ser baixado e seu código-fonte ser modificado pelos usuários mantendo-se
23

apenas os termos de licença GNU/GPL (RAABE, 2008).

O uso do GCOMPRIZ no ensino fundamental, sobretudo entre alunos de Educação


Inicial, de 1º e 2º, ganha notoriedade pelo estímulo ao raciocínio e concentração. Além disso,
com nos diz Gulo (2011), as atividades educacionais que podem ser elaboradas pelos
professores têm um caráter lúdico, o que atrai a atenção das crianças. Além disso, “a grande
maioria oferece uma interface amigável, colorida, que pode prender a atenção da criança em
processo de alfabetização, fazendo com que ela não fique dispersa [...]” (GULO, 2011, p. 4).

Muitos pesquisadores que estudam o software GCOMPRIS afirmam que este


programa auxilia de forma criativa e educativa, sobretudo, professores e alunos do 1º ao 4º
ano do Ensino Fundamental. Não se pode perder de vista que para essa proposta de uso do
software livre GCOMPRIS dar certo é preciso que o professor se aproprie dos recursos
computacionais e conheça as funcionalidades do aplicativo que vai trabalhar com seus alunos.
24

3 Material e métodos

3.1 Locais de estudo

A Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental “Rafael Fernandes


Gomes” está localizada na zona urbana à Av. Joaquim Pereira de Queiroz, s/n, bairro do
maguari, cidade de Benevides-PA. Foi criada na administração do prefeito José Claudionor
Begot, em 30 de dezembro de 1993, com a finalidade de atender a clientela para a Educação
Infantil e Ensino Fundamental Menor (até o 5º ano) e da EJA.

A escola é composta de um quadro de funcionários que possuem 56 pessoas, sendo 01


diretor, 20 professores, 03 secretárias distribuídas em 4 turnos, 08 serventes, 03 merendeiras,
02 vigias, 02 porteiros, 01 Coordenador Pedagógico, 01 Coordenadora do L. I. Tendo um total
de 446 alunos, distribuídos nos quatro turnos em que funciona, manhã, intermediário, tarde e
noite.

A sua estrutura é composta de 06 salas de aulas, todas forradas em forro PVC, com
quatro ventiladores em cada sala, com um armário, um quadro branco, 35 carteiras, uma mesa
com cadeira do professor; 01 sala do diretor, que também divide o mesmo espaço, com a
coordenação do LI e com o Projeto Mais Educação; 01 sala para o Laboratório de
Informática; 01 secretaria; 01 deposito de merenda; 01 cozinha; 01 refeitório; 01 área coberta
para eventos em geral; 01 sala que está sendo usada para deposito, que será a sala dos
professores.; 04 banheiros, sendo dois masculino e dois feminino, um banheiro para as
pessoas com necessidades especiais; em construção temos uma quadra polivalente coberta e
em projeto está a construção da uma sala de leitura. O Laboratório de Informática possui 26
computadores e uma impressora. No entanto, apenas 10 computadores estão funcionando.

3.2 Populações em estudo e procedimentos

Esta pesquisa se destina à observação e análise dos recursos computacionais no


processo de ensino aprendizagem de alunos de 1º e 2º anos da EMEIEF Raphael Fernandes
Gomes. Especificamente, o trabalho pretendeu analisar o potencial pedagógico do software
GCOMPRIS nas séries citadas, no que se refere ao uso do computador e desenvolvimento de
habilidades de leitura entre os alunos.
25

Com base em questionários e observações, foram levantadas informações sobre o uso


das tecnologias computacionais disponíveis na Sala de Informática da EMEIEF Raphael
Fernandes Gomes, sobretudo com alunos de 1º e 2º anos do ensino fundamental.

As turmas de 1º e 2º anos funcionam no turno da manhã, tendo sido ofertadas duas


turmas de casa série. No 1º ano estão matriculados 45 anos com faixa etária entre seis e sete
anos e no 2º ano estão matriculados alunos entre oito e nove anos. Esta faixa etária alcança e
atende os objetivos desta pesquisa já que o software que está sendo analisado se destina a este
tipo de alunos.

3.3 O software GCOMPRIS

Esta pesquisa, embasada numa densa leitura sobre o uso das tecnologias no ensino
fundamental, está embasada no estudo do software livre GCOMPRIS. A escolha deste
programa partiu da facilidade de uso de suas ferramentas por professores e alunos do ensino
fundamental, sobretudo de 1º e 2º anos, e das propostas de atividades que podem ser
desenvolvidas a partir do software em estudo.

Estando voltado para crianças de até 10 anos de idade, o software contempla a


intenção desta pesquisa que visa apresentar um novo olhar sobre as formas de ensinar no
ensino fundamental menor, tendo como base o uso das ferramentas computacionais
disponíveis na escola, sobretudo softwares livres, a exemplo do GCOMPRIS.

3.3.1 Definição e características

A presença de softwares livres é notável nas escolas. O software GCOMPRIS foi


criado no ano 2000 pelo engenheiro de software Bruno Coudoin e possui 107 atividades de
caráter lúdico, conforme diz Jesus (2010). Estas atividades estão voltadas para práticas
educacionais visando melhorar o desempenho dos alunos na escola. Destaca-se que o software
apresenta sua versão livre no Linux Educacional, disponibilizado nas salas de informática das
escolas públicas, mas também tem sua versão na versão Windows. No caso deste sistema
operacional possui uma modalidade gratuita e outra paga. A modalidade paga permite que os
usuários tenham acesso à todas as atividades do software sem restrições, como pode ser
observado na versão gratuita (JESUS, 2010).

Portanto, o software funciona em vários sistemas operacionais, destacando-se o Linux


26

e o Windows visto que são de uso comum da maioria das pessoas. Funciona em computadores
com processador com 233mhz e 64 MB de memória, ocupando apenas 100 MB de espaço em
disco. Sua interface é muito simples e o designer chama atenção das crianças pelo colorido e
dinâmico que se destacam nas imagens e figuras presentes.

O software GCOMPRIS permite aos seus usuários múltiplas possibilidades de


atividades voltadas para a educação das crianças em idade escolar. Segundo a percepção de
Santos e Hetkowski (2008) o software é um programa de computador muito simples e pode
ser utilizado por qualquer pessoa. No caso da criança, de forma lúdica e educativa, lhe auxilia
nos primeiros contatos com o mouse e o teclado do computador, além de proporcionar à
mesma, apoio ao desenvolvimento da coordenação motora e desenvolvimento de várias
habilidades, dentre as quais a leitura e a escrita digital. Além das atividades voltadas para a
língua portuguesa, o programa integra atividades de matemática, ciências, geografia, jogos de
xadrez, entre outros jogos que podem servir de estímulo ao aprendizado das crianças em idade
escolar. Um ponto que merece destaque é que o software possui o código fonte aberto
possibilitando modificações conforme as necessidades dos alunos e professores (SANTOS E
HETKOWSKI, 2008).

Sendo um jogo digital, as atividades disponíveis no software em estudo estão voltadas


para crianças que estão iniciando seu processo de alfabetização. O fato de o software ser
utilizado com o uso do computador permite à criança em idade escolar o desenvolvimento
motor e conhecimentos básicos do uso do mouse e teclado, componentes periféricos do
computador. Devemos considerar que a criança já traz essa habilidade de casa, na maioria das
vezes, apenas aprimorando-a na escola. Além do desenvolvimento de habilidades motoras, o
professor pode utilizar as atividades disponíveis para trabalhar as diversas áreas do
conhecimento com seus alunos a partir da elaboração de propostas pedagógicas e utilização da
sala de informática.

Santos e Hetkowski (2008) ainda informam que o GCOMPRIS se destina à atividades


lúdicas voltadas para crianças de 02 a 10 anos de idade. Oferecendo uma interface colorida e
animada, os jogos disponíveis atraem a atenção das crianças e lhes estimula o gosto pelo
conhecimento. Esta dinamicidade das atividades facilita o aprendizado das crianças e lhes
proporciona o gosto pelos estudos.

3.3.2 Possibilidades pedagógicas com alunos de 1º e 2º anos do Ensino Fundamental


27

É notório que o software livre GCOMPRIS ofereça possibilidades pedagógicas


significativas para o aprendizado dos alunos de ensino fundamental menor e, no caso mais
específico do 1º e 2º anos, condições de entendimento dos conhecimentos trabalhados em sala
de aula.

Ao analisar o potencial pedagógico desta ferramenta digital, Biaggio (2005, apud


Santos e Hetkowski, 2008, p. 5) se reporta às ideias de Piaget sobre desenvolvimento
intelectual destacando os estágios da criança. Seguem sua análise informando que o estágio
sensório-motor está relacionado às crianças de 0 a 2 anos, o estágio pré-operacional, às
crianças de 2 a 6 anos, estágio de operações concretas, 7 a 11 anos e, finalmente, estágio de
operações formais, de 12 anos em diante. (BIAGGIO, 2005)

Conforme o esquema apresentado pelo autor é possível estimular os três primeiros


estágios descritos por ele abaixo:

I – ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR (0 a 2 anos) - Como o nome indica, neste


estágio inicial, não há ainda capacidade de abstração, e a atividade intelectual é de
natureza sensorial e motora. A criança percebe o ambiente e age sobre ele (...)
II – ESTÁGIO PRÉ-OPERACIONAL (2 a 6 anos) – (...) O principal progresso
desse período em relação ao sensório-motor é o desenvolvimento da capacidade
simbólica. Nesta fase, a criança já não depende unicamente de suas sensações de
seus movimentos, mas já distingue significados (imagem, palavra ou símbolo)
daquilo que ele significa (o objeto ausente), o significado (...)
III – ESTÁGIO DE OPERAÇÕES CONCRETAS (7 a 11 anos) – Este é um período
que se caracteriza por um tipo de pensamento que demonstra que a criança já possui
uma organização assimilativa rica e integrada, funcionando em equilibro com um
mecanismo de acomodação. Ela já parece ter a seu comando um sistema cognitivo
coerente e integrado com o qual organiza e manipula o mundo.
(BIAGGIO, 2005, p. 62, 67, 68, 72)
Conforme apresentado por Biaggio (2005, apud Santos e Hetkowski, 2008, p.5), os
diferentes estágios de desenvolvimento da criança seguem um processo de desenvolvimento
de habilidades que podem ser contemplados com as atividades do GCOMPRIS. Como diz
Santos e Hetkowski (2008), os jogos oferecidos desenvolvem habilidades conforme cada
estágio apresentado. Segundo as autoras o programa permite o desenvolvimento sensório-
motor, pois a criança melhora sua percepção audiovisual por meio das imagens e sons que o
software disponibiliza durante as atividades. Além disso, sua coordenação motora melhora
com a utilização do mouse e do teclado (SANTOS E HETKOWSKI, 2008).

Santos e Hetkowski (2008) também destacam que no estágio pré-operacional a criança


pode identificar figuras, objetos, cores, utilizando sempre o teclado e o mouse para estas
ações. Assim, consegue selecionar a cor desejada e utiliza-la conforme seus interesses, além
de passar a conhecer o rumo a ser seguido por um personagem do jogo a partir dos
28

movimentos impulsionados por ela durante o jogo. Os autores ainda entendem, neste contexto
que “as atividades que estão na relação do Gcompris permitem à criança o trabalho com
elementos que possibilitam a relação de uma atividade e o resultado, levando-o a exercitar a
organização, através de inúmeros elementos que precisam compor uma decisão” (SANTOS e
HETKOWSKI, 2008, p. 6)

As possibilidades de uso do GCOMPRIS para cada estágio são riquíssimas. Além de


do contato com a tecnologia computacional, o aluno tem a oportunidade de desenvolver
habilidades motoras com o uso do mouse, além do teclado, observação de cores, imagens,
formas, além de estimular a concentração, sobretudo no que se refere a tomar de decisões.

Conforme dados coletados e observações, a Sala de Informática é utilizada pelos


alunos das diferentes séries nos três turnos em que a escola funciona. A professora lotada na
Sala de Informática, Andrea Amorim, possui projeto de ação para este espaço pedagógico
estimulando alunos e professores a utilizarem os equipamentos instalados como ferramentas
de ensino-aprendizagem, conforme está visto na análise dos dados coletados.

Para os alunos de 1º e 2º anos do ensino fundamental, entre os estágios pré-


operacional e operações concretas, o GCOMPRIS contribui para a identificação de imagens,
cores e raciocínio lógico. Durante as atividades a mesma se depara com situações de
aprendizagem em que precisa ter controle motor, concentração e capacidade de tomada de
decisão. Quando preparada previamente, pode associar o que está estudando em sala de aula
ao que vai executar com este software na sala de informática. Por exemplo, se entender que
precisa conhecer as letras, juntar sílabas para formar palavras e identificar objetos de acordo
com suas denominações, durante o jogo sua mente lhe condiciona a identificar o que está
fazendo faz parte de seu aprendizado.

3.3.3 Conhecimento das funções do computador e estímulo à leitura utilizando as ferramentas


do GCOMPRIS

O GCOMPRIS vem instalado no Sistema Operacional Linux Educacional. Os


computadores da Sala de Informática da EMEIEF Rafael Fernandes Gomes já possuem este
software com atividades propostas para alunos de 2 a 10 anos de idade. Neste caso, foram
selecionadas para este trabalho as atividades relacionadas ao uso do computador e atividades
de leitura por considerar que são necessárias às séries iniciais do ensino fundamental. Sendo
29

assim, com relação ao uso do computador, verificou-se que há atividades de desenvolvimento


de habilidades motoras para utilização do teclado e do mouse.

Os jogos que integram o GCOMPRIS são importantes para o desenvolvimento de


habilidades essenciais que, mais tarde, auxiliarão os alunos a entender formas mais complexas
do conhecimento. Deve-se ressaltar que as propostas disponíveis neste software já estão pré-
estabelecidas não prejudicando, no entanto, a autonomia do professor visto que o mesmo tem
liberdade para alterar e criar seus próprios jogos conforme as necessidades que demandam dos
conteúdos trabalhados em sala de aula. Não se pode perder de vista que o professor tem
liberdade de elaborar e conduzir suas práticas pedagógicas conforme a leitura que faz de seus
alunos e do ambiente que o cerca. A seguir trataremos destas atividades:

1. Atividades de manipulação do teclado:

Imagem 1: Tela do software GCOMPRIS instalado no Sistema Operacional Linux Educacional, referente às
atividades de manipulação do teclado. FONTE: das autoras: captura de tela, 2014

a) Mande a bola para o TUX: esta atividade consiste na utilização da tecla Shift do teclado
para movimentar a bola em linha reta. Ao pressionar simultaneamente as duas teclas Shift, a
criança desenvolve a habilidade motora de movimento e concentração considerando a tela que
está visualizando;

b) Letras cadentes: nesta atividade a criança é convidada a digitar a letra que está caindo antes
que chegue ao chão. Além de possibilitar a manipulação do teclado, permite ao aluno
reconhecer as letras durante sua digitação, conforme o que vê na tela do computador;
30

c) Números com dados: manipulando o teclado, a criança desenvolve a habilidade de contar e


reconhecer os números no teclado;

d) Palavras cadentes: nesta atividade, a criança digita as palavras antes que cheguem ao chão.
Este é um ótimo momento para a criança desenvolver suas habilidades de leitura e escrita
digital, intermediada pelo computador.

É possível observar que as propostas de atividades para a manipulação do teclado,


além de desenvolver a coordenação motora dos alunos, os auxilia no conhecimento e
identificação das letras, reforçando o desenvolvimento da leitura entre os alunos. Além disso,
os alunos têm a oportunidade de aprimorar seus conhecimentos sobre informática interagindo
com os demais durante as atividades com o uso do computador.

Os momentos de reflexões devem ser valorizados durante as atividades didático-


pedagógicas, pois assim os alunos podem refletir sobre suas ações e aprendizados durante as
aulas na Sala de Informática. Parar para discutir, debater o que aprenderam, além de trocar
conhecimentos e experiências, é fundamental para a construção cooperativa de
conhecimentos, entre outras qualidades que este software trás para os discentes.

2. Atividades de manipulação do mouse:


31

Imagem 2: Tela do software GCOMPRIS instalado no Sistema Operacional Linux Educacional, referente às
atividades de manipulação do mouse. FONTE: das autoras: captura de tela, 2014.
a) Clique em mim: nesta atividade a criança clica com o botão esquerdo do mouse em todos
os peixes que estão nadando antes que eles deixem o aquário. Além de estar manipulando o
mouse, o aluno está desenvolvendo sua coordenação motora;

b) Movimentar o mouse: o aluno precisa movimentar o mouse para apagar a área e descobrir
o fundo onde, geralmente, há um desenho;

c) Controle a mangueira: Para molhar as flores o personagem TUX (um pinguim) necessita
manipular a mangueira. Assim, a criança necessita movimentar o mouse sobre a parte
vermelha da mesma. Isso irá mover a água, por toda a sua extensão, até as flores. Se sair da
mangueira, a parte vermelha volta ao início;

d) Clique com o mouse: Nesta atividade a criança pode clicar com o mouse para apagar a área
e descobrir o fundo;

e) Clique e desenhe: o aluno irá desenhar a figura clicando em cada ponto azul, na sequência
apresentada na tela do computador.

Observou-se que com estas atividades de manuseio do mouse os alunos,


desenvolveram habilidades importantes de movimento das mãos e conheceram funções
fundamentais para o uso do mouse em atividades com o computador. Sabendo que uma das
principais dificuldades de quem usa este equipamento é o controle de manuseio do mouse, é
possível dizer que, ao saber cada função deste pequeno dispositivo, se está possibilitando aos
alunos a conquista de habilidades que lhes servirão para futuros trabalhos escolares ou
profissionais. Afinal de contas, vive-se na era digital e não se pode ficar de fora destas
transformações.

As propostas das atividades com uso do mouse é exatamente proporcionar aos alunos
habilidades motoras e mentais capazes de lhes fazer pensar na relação causa-efeito, isto é,
suas ações resultam em cumprimento de tarefas que fecham metas iniciais propostas pelo
jogo. Um exemplo de causa e efeito é a atividade “controle a mangueira”. Nela o aluno deve
ter habilidade de conduzir o mouse no entorno da mangueira para fazer jorrar água que
molhará as flores. A meta é que as flores sejam molhadas e o caminho é controlar, por meio de
coordenação motora, o caminho que conduz a água à saída da mangueira. Se o aluno não tem
essa habilidade de controlar os movimentos das mãos, as tentativas serão diversas, já que a
32

cada saída do caminho da mangueira ele terá que retornar ao ponto inicial.

Além disso, ao utilizar o mouse, os alunos aprendem a controlar movimentos da direta


para a esquerda, de baixo para cima e vice-versa, conforme as coordenadas que lhes são dadas
nas atividades propostas. Durante as atividades, os professores de 1º e 2º anos podem orientar
seus alunos a realizarem as tarefas e, ao mesmo tempo, proporcionar paradas para reflexão
sobre as ações que estão realizando. Este pode ser um momento de troca de experiências e
ajuda mútua. O professor não pode esquecer que tais atividades devem ser previamente
planejadas e as estratégias traçadas conforme diagnóstico das habilidades que os alunos
possuem sobre o computador e conhecimentos que se irá trabalhar na aula planejada. Enfim,
não se podem executar projetos sem planeja-los.

3. Atividades de leitura:

Imagem 3: Tela do software GCOMPRIS instalado no Sistema Operacional Linux


Educacional, referente às atividades de leitura. FONTE: das autoras: captura de tela
2014

a) Jogo da memória com a numeração por extenso: nesta atividade as cartas são viradas e os
números são associados à sua numeração por extenso. A intenção é que os alunos saibam ler
números;

b) Clique em uma letra: aqui os alunos aprendem a identificar letras visualmente;

c) Prática de leitura: nesta atividade os alunos associam as palavras às imagens;

d) A letra desaparecida: as palavras são dispostas com a supressão de uma letra. Os alunos
selecionam a letra que falta para completar cada palavra;
33

e) Nome da imagem: nesta atividade os alunos movem os objetos para junto de seus nomes.

Conforme podemos observar na imagem 3, o GCOMPRIS propõe atividades de


identificação e leitura de palavras. Gulo (2011) destaca que o ensino da língua portuguesa é
fundamental nas séries iniciais. Se as atividades propostas forem apresentadas de forma
atrativa e dinâmica o aluno será capaz de aprender com mais motivação. Segundo a autora, é
nas séries iniciais do ensino fundamental que a criança deve ser motivada a aprender as letras
do alfabeto, reconhecendo-as para, posteriormente, junta-las. Seguindo o processo,
posteriormente cria palavras e, assim, aprende a ler. No GCOMPRIS as crianças aprendem a
conhecer letras utilizando o jogo como mecanismo dinâmico de aprendizagem. No jogo, a
mesma identifica no teclado do computador as letras que vão caindo na tela. Da mesma
forma, em outra etapa do jogo, à medida que as palavras vão caindo a criança deve ter
habilidade de digita-las com o uso do teclado. O resultado destas atividades, que propõem um
aprendizado lúdico, é o desenvolvimento da coordenação e reconhecimento de letras e
palavras no processo de digitação (GULO, 2011).
As discussões até agora apresentadas apontam que com o software GCOMPRIS é
possível ao professor desenvolver habilidades de leitura nos alunos sem, necessariamente, se
utilizar de recursos tradicionais de aprendizagem. A apresentação de um jogo dinâmico de
digitação de letras permitindo ao aluno reconhecê-las e desenvolver habilidades de digitação
no teclado, é um diferencial no processo de aprendizagem do mesmo. Quando comparado a
outras técnicas de aprendizagem é possível concluir que este software estimula um melhor
aprendizado nos alunos e o ensino é facilitado pelo esforço do mesmo em dominar as técnicas
do jogo. Assim, o lúdico está aliado a um ensino mais significativo e estimulador.
Destaca-se também o caráter inclusivo do software em estudo. O programa agrega
diversos temas que incluem o funcionamento do computador, ensinando a utilizar o mouse e o
teclado, como foi observado acima, além de disponibilizar vários jogos envolvendo atividades
de leitura, escrita, conhecimentos gerais, matemática, etc. A experiência de crianças com
deficiências, como paralisia cerebral, foi apresentada por Sonza (2013) como uma prática
exitosa, pois a criança demonstrou interesse pelo jogo conseguiu avanços significativos a cada
utilização do software. Os resultados do uso dos jogos disponíveis no GCOMPRIS, foi o
reconhecimento de letras, números e imagens. As informações da autora demonstram que o
programa pode trazer resultados positivos para o aprendizado de crianças, sejam elas ditas
normais ou com deficiência. Basta que o professor tenha um bom conhecimento do aplicativo
e planejamento de como vai aplicar os conhecimentos trabalhados em sala de aula com seus
34

alunos (SONZA, 2013).

De forma geral os softwares educativos devem ser avaliados a partir da sua


funcionalidade e proposta pedagógica. Tendo uma dinâmica criativa e atrativa para os alunos,
sobretudo para as crianças, estes softwares podem contribuir para o aprendizado das diversas
áreas do conhecimento que a escola necessita ensinar. No caso das crianças que apresentam
necessidades especiais os jogos e atividades contribuem para a superação de déficits de
aprendizagem colaborando para um ensino mais significativo, sobretudo, aproximando alunos
e professores (SONZA, 2013).

Comparado a outros softwares, o GCOMPRIS cumpre seu papel no contexto


educacional porque propõe atividades embasadas em conhecimentos cognitivos e
desenvolvimento das habilidades motoras e intelectuais dos alunos. Raabe (2008) compartilha
os resultados do uso deste programa com crianças do ensino fundamental em atividades de
aprendizagem que foram avaliados de forma positiva pela autora. A mesma destaca que ao
final das oficinas ministradas aos alunos os professores puderam perceber a importância de
contextualizar o software em uso associando-o aos conteúdos curriculares de forma a
problematiza-los antes mesmo de utilizar a ferramenta (RAABE, 2008).

Um aspecto que merece destaque na experiência de Raabe (2208) é o desenvolvimento


das atividades do software em grupo. As turmas foram organizadas em duplas e os alunos
apresentaram um fácil entrosamento e capacidade de resolver problemas em grupo. Outra
questão importante diz respeito á autonomia na resolução dos desafios apresentados nas
atividades do software. Os alunos foram deixados livres para encontrar e propor soluções
referentes aos problemas apresentados demonstrando autonomia e segurança na aplicação dos
resultados das discussões estabelecidas entre si (RAABE, 2008).

Assim como esta, outras experiências podem ser vistas em diversas escolas onde as
tecnologias são apresentadas aos professores e alunos. O que se produz em termos de
atividades deve estar associado ao que se ensina em sala de aula. Raabe (2008) deixa claro
que se o professor não se apropria de conhecimentos e não explora o potencial pedagógico das
ferramentas tecnológicas que a escola dispõe, dificilmente avançaremos para um novo
patamar da educação. Para além de saber utilizar o computador está a capacidade do educador
entrelaçar o conhecimento às tecnologias conduzindo saberes aos seus alunos de forma que os
mesmos pensem com autonomia.
35

4 Questionários

Esta pesquisa foi realizada com base em questionários aplicados aos professores e
coordenadora da Sala de Informática da EMEIEF Rafael Gomes. As perguntas foram
elaboradas a partir da necessidade de identificar o nível de conhecimento e interesse dos
professores pelo uso das tecnologias presentes na escola, sobretudo da Sala de Informática
para o desenvolvimento de suas aulas com alunos de 1º e 2º anos do ensino fundamental.

As perguntas direcionadas aos professores foram respondidas por 20 (vinte)


professores do Ensino Fundamental, lotados regularmente na escola. As perguntas estão
relacionadas ao uso do computador e softwares educativos em suas práticas pedagógicas e
suas percepções sobre o uso das tecnologias no ambiente escolar. Para a professora lotada na
Sala de Informática se adotou um questionário voltado para ações realizadas neste ambiente,
bem como suas percepções sobre o uso das tecnologias pelos professores da escola em estudo.
Abaixo os questionários aplicados:

1. Com que frequência você leva seus alunos para a Sala de Informática?
( ) Sempre, semanalmente
( ) Quase sempre, mensalmente
( ) Com pouca frequência, esporadicamente
( ) Nunca.

2. Qual o seu nível de conhecimento com relação ao uso dos computadores que estão
instalados na Sala de Informática?
( ) Básico
( ) Intermediário
( ) Avançado
( ) Nenhum

3. Ao levar seus alunos para a Sala de Informática, você desenvolve atividades


utilizando os softwares livres que estão disponíveis no computador?
( )Sim
( )Não
( ) Às vezes

4. Quais as principais dificuldades enfrentadas frente ao uso das novas tecnologias


disponíveis na escola?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
36

____________________________________________________________________

5. Você considera que as tecnologias possam contribuir para a melhoria do aprendizado


das crianças?
( ) Sim
( ) Não

6. Você conhece ou já ouviu falar do software livre GCOMPRIS?


( ) Sim
( ) Não

7. Você considera que as tecnologias possam auxiliar os alunos a desenvolver


habilidades motoras, de leitura e escrita com o uso das tecnologias?
( ) Sim
( ) Não

8. Quais as principais barreiras que impedem que o professor utilize a Sala de


Informática?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

9. Você já realizou formações para o uso do computador na sua prática escolar?


( ) Sim
( ) Não
Se sua resposta foi sim, qual (s) o (s) curso (s) que realizou?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

FIGURA 1: Questionário aplicado aos professores da EMEIEF Rafael Gomes, Benevides-PA. FONTE: das
autoras.

1. Você considera que as tecnologias auxiliam no melhoramento do ensino de alunos de 1º e


2º anos do Ensino Fundamental?
( ) Sim
( ) Não
Por quê?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

2. Os professores utilizam com frequência a Sala de Informática para ensinar seus alunos?
( ) Sim
37

( ) Não

3. Os softwares educativos, instalados nos computadores atendem às necessidades de


aprendizagem dos alunos?
( ) Sim
( ) Não

4. Os professores elaboraram previamente suas atividades para desenvolver suas aulas na


Sala de Informática?
( ) Sim
( ) Não

5. Os alunos se sentem motivados a aprender quando são levados à Sala de Informática?


( ) Sim
( ) Não

6. Os softwares disponíveis nos computadores atendem às necessidades de ensino-


aprendizagem dos professores e alunos?
( ) Sim
( ) Não

7. Relate experiências exitosas na Sala de Informática com alunos de 1º e 2º anos do Ensino


Fundamental.
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
FIGURA 2: Questionário aplicado a Coordenadora da Sala de Informática da EMEIEF Rafael Gomes,
Benevides-PA. FONTE: das autoras.
Os questionários acima foram aplicados com a intenção de identificar situações de
aprendizagem na Sala de Informática da escola em estudo. Os resultados foram tabulados e
analisados conforme veremos a seguir.
38

5 Resultados e discussões

Esta pesquisa foi realizada na Escola Rafael Gomes, localizada no município de


Benevides, Estado do Pará, e pretendeu analisar a relação que alunos e professores
estabelecem com as tecnologias no processo de ensino-aprendizagem. Os questionários
aplicados foram respondidos por 20 professores do ensino fundamental lotados na escola.
Para delimitar o estudo e extrair dados mais precisos, a pesquisa se direcionou para turmas de
1º e 2º anos do Ensino Fundamental da referida escola, embora o questionário tenha sido
aplicado a todos os professores da escola e coordenadora da sala de informática.

A partir de pesquisa de campo, que envolveu observações sistemáticas do cotidiano


escolar e do acesso de alunos e professores à Sala de Informática, além questionários
aplicados a professores e coordenadora da Sala de Informática, foi possível verificar que as
atividades desenvolvidas neste espaço ainda são muito tímidas.

2. Qual o seu nível de conhecimento com relação


ao uso dos computadores que estão instalados na
Sala de Informática?
20% 5%

Básico
Intermediário
35%
Avançado
40% Nenhum conhecimento

Figura 3: Tabulação de dados referentes à questão 2 do questionário aplicado aos professores. FONTE:
EMEIEF Rafael Gomes, Benevides/PA, 2013.

A figura 3 evidencia que 40% dos professores da Escola Rafael Gomes sabem utilizar,
de forma básica, os recursos computacionais. Esse básico se refere ao manuseio do teclado,
mouse e ferramentas elementares do computador. Não se inclui aí a utilização dos softwares
disponíveis. Quanto ao uso do Linux Educacional, as dificuldades se aprofundam por não
estarem familiarizados com os recursos que o mesmo dispõe. Segundo Prata (2005), a
39

inserção das tecnologias na escola não tem sido tarefa fácil, pois necessita do apoio de todos
os sujeitos que integram o ambiente escolar. A gestão também precisa estar junto com o
professor incentivando-o a utilizar as novas tecnologias e dando-lhe oportunidade de realizar
formações continuadas que lhe possibilite a inserção dos recursos tecnológicos em sua prática
pedagógica.

Ainda conforme os dados da figura 3 é significativo o percentual de professores que


não sabem utilizar o computador. Os 35% verificados são um diferencial no aprendizado dos
alunos, pois representa a exclusão dos alunos do processo de inclusão digital que se quer para
as escolas, sobretudo as públicas. Prata (2005) informa que a euforia inicial quando os
computadores chegaram às escolas foi freada pela falta de planejamento quanto ao uso destas
ferramentas. A autora ainda diz que esta euforia se traduz pelo encanto com a novidade visto
que a maioria das escolas não possuem aparatos mais atrativos para o desenvolvimento de
aulas dinâmicas. Então, as atividades curriculares que envolvem alunos e professores se
tornam mecânicas e enfadonhas. No entanto, conforme a autora, a novidade inicial dá lugar
aos problemas de operacionalização dos equipamentos, falta de gerenciamento pedagógico, o
que trava a evolução da integração das tecnologias com o ensino escolar. (PRATA, 2005)

A complexidade de criar estratégias para o uso das tecnologias na prática pedagógica


dos professores é que fragiliza sua inserção no processo de ensino-aprendizagem. Somado a
esta constatação, a pouca habilidade dos mesmos em utilizar os recursos disponíveis,
sobretudo os computacionais, afasta o professor da sala de informática tirando dos alunos a
oportunidade de aprender com mais dinamicidade.

Pereira (2008) destaca que o professor precisa conhecer o potencial pedagógico das
ferramentas tecnológicas para desenvolver aulas mais dinâmicas e atrativas. Os conteúdos
podem ser trabalhados a partir da utilização de softwares que tornarão as aulas mais atrativas
para os alunos. É visível que as crianças e jovens estão inseridos num contexto digital e, por
isso, esperam novidades do professor. Quando se deparam com uma sala de aula sem
novidades eles se desmotivam e perdem o interesse pelos estudos, pelo aprender. Como nos
diz Pereira (2008) “Do quadro de giz aos computadores ligados a internet, passamos por
tecnologias das mais diferenciadas que, utilizadas adequadamente, auxiliam no processo
educacional” (PEREIRA, 2008, p. 3).
40

5. Você considera que as tecnologias possam


contribuir para a melhoria do aprendizado das
crianças?
10%

Sim
Não

90%

Figura 4: Tabulação de dados referente à questão5 do questionário aplicado aos professores. FONTE: ENEIEF
Rafael Gomes, Benevides/PA, 2013.

9. Você já realizou formações para o uso do computador


na sua prática escolar?

40%
Sim
Não
60%

Figura 5: Tabulação de dados referente à questão 9 do questionário aplicado aos professores. FONTE: ENEIEF
Rafael Gomes, Benevides/PA, 2013.

Apesar dos professores necessitarem de mais conhecimentos para a utilização das


ferramentas computacionais, a figura 4 demonstra que eles consideram importante o uso das
tecnologias para o ensino dos seus alunos. A resposta mais plausível para o pouco uso destes
recursos é sua falta de habilidade e pouco conhecimento quanto ao uso dos recursos
tecnológicos. A extensa carga horária, falta de computadores suficientes para todos os alunos
e, dificuldades de realizar formações de inclusão digital têm sido barreiras para a superação
dos problemas entre tecnologia e educação. Na se pode afirmar que o professor está resistente
uso dos recursos tecnológicos. Falta-lhe incentivo e preparo para a inclusão de propostas
adequadas para esse diálogo tão esperado.
41

Quando perguntados sobre cursos e formações sobre inclusão digital, apenas 60% dos
professores lotados na Escola Rafael Gomes realizaram cursos voltados para o uso de
computadores e demais tecnologias na escola. A maioria dos professores entrevistados
realizou, ou realiza, seus cursos no Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) de Benevides. O
Polo está vinculado a Secretaria Estadual de Educação e dispõe de cursos de formação de
professores, com carga horária total de 200 horas, distribuídas entre quatro cursos, a saber:
Introdução a Educação Digital, Tecnologias na Educação, ensinando e aprendendo com as
TIC, Elaboração de Projetos e Redes de Aprendizagem. Os cursos ofertados são
disponibilizados na Plataforma do E-proinfo durante o ano letivo e os professores têm a
oportunidade de realiza-los de forma presencial, semipresencial e à distância.

Mesmo que 60% dos professores já tenham realizado, ou realizem cursos de formação
digital, conforme dados da figura 5, ainda há 40% dos professores que pouco ou nada sabem
sobre o uso dos computadores, fato que preocupa o processo de ensino-aprendizagem, pois os
professores que estão fora do circuito de inclusão digital deixam de oferecer aos seus alunos a
oportunidade de acesso às ferramentas computacionais.

7. Você considera que as tecnologias possam


auxiliar os alunos a desenvolver habilidades
motoras, de leitura e escrita com o uso das
10%
tecnologias?

Sim
Não

90%

Figura 6: Tabulação de dados referente à questão 7 do questionário aplicado aos professores. FONTE: ENEIEF
Rafael Gomes, Benevides/PA, 2013.
Conforme a figura 6, 90% dos professores entrevistados consideram importante o uso
das tecnologias para o desenvolvimento de habilidades motoras, leitura e escrita dos alunos.
Estes dados nos levam a concluir que os professores da Escola Rafael Gomes estão em
sintonia com a concepção de que as novas tecnologias podem contribuir para a melhoria do
aprendizado de seus alunos. No caso das séries iniciais, sobretudo 1º e 2º anos do ensino
42

fundamental, o uso do computador pode auxiliar muito do desenvolvimento de habilidades


motoras, pois os mesmos têm a oportunidade de utilizar o mouse e o teclado em atividades de
leitura e escrita. Sendo assim, levar os alunos para a sala de informática é uma excelente
oportunidade para trabalhar com o computador de forma lúdica e atrativa. Nos resultados
abaixo, é possível verificar a relação dos professores com a sala de informática, bem como
suas experiências com o uso de softwares livres, a exemplo do GCOMPRIS:

1. Com que frequência você leva seus alunos para a Sala de


Informática?
14%
Sempre, semanalmente
36%
Quase sempre, mensalmente
23%
Com pouca frequência,
esporadicamente
Nunca
27%

Figura 7: Tabulação de dados referente à questão 1 do questionário aplicado aos professores. FONTE: ENEIEF
Rafael Gomes, Benevides/PA, 2013.

Com base na análise da figura 7, observa-se que o uso da sala de informática da Escola
Rafael Gomes é frequente. Apesar das poucas máquinas funcionando, num total de 10
conectadas a internet, os professores ainda levam seus alunos para desenvolverem atividades
pedagógicas. O percentual de 36% de professores que desenvolve semanalmente atividades
neste ambiente é significativo, pois representa, juntamente com os demais números
percentuais de 27% e 23%, que utilizam o ambiente mensalmente e esporadicamente,
respectivamente, uma estatística positiva em relação ao uso da Sala de Informática. Isso
significa que os professores têm se preocupado com o uso das tecnologias na sua prática
pedagógica.

Fugimoto (2009) discute que a preocupação dos professores em utilizar os recursos


tecnológicos, sobretudo o computador, é um ganho para a educação, pois supera a ideia de
apenas manuseio do mesmo. A preocupação em associar o computador ao ensino vem
acompanhada do compromisso em criar estratégias de utilização do mesmo como forma de
superação das dificuldades de aprendizagem dos alunos. Pode-se considerar também, segundo
a autora, que o rompimento com antigos paradigmas educacionais poderá garantir um avanço
nas discussões sobre formação de professores para o uso das tecnologias. Não que estas
43

formações não existam, mas o que queremos dizer é que se deve estimular os professores a
participar das mesmas para que os mesmos possam retornar à escola com novas propostas de
ensino.

3. Ao levar seus alunos para a Sala de Informática, você desenvolve


atividades utilizando os softwares livres que estão disponíveis no
computador?

30%

40%
Sim
Não
Às vezes

30%
Fi
gura 8: Tabulação de dados referente à questão 3 do questionário aplicado aos professores. FONTE: ENEIEF
Rafael Gomes, Benevides/PA, 2013.

6. Você conhece ou já ouviu falar do software livre


GCOMPRIS?

25%

Sim
Não

75%

Figura 9: Tabulação de dados referente à questão 6 do questionário aplicado aos professores. FONTE: ENEIEF
Rafael Gomes, Benevides/PA, 2013.
Há de se considerar que, conforme os dados da figura 8, 30% dos professores
entrevistados não utilizam os softwares livres que estão instalados no Linux Educacional.
Quando indagados sobre os motivos de não utilizarem estes recursos, os mesmos justificaram
que não conhecem os softwares não sabendo manuseá-los, o que dificulta sua inserção em
propostas pedagógicas. No tocante à figura 9, entende-se que os professores têm
conhecimento ou já utilizam a ferramenta GCOMPRIS em seu cotidiano pedagógico.
Segundo eles, o software proporciona melhor atenção dos alunos em atividades de letramento
44

e coordenação motora, além de motivar os mesmos a aprender com entusiasmo.

No tocante ao questionário aplicado à coordenadora da Sala de Informática da Escola


Rafael Gomes, obtive-se os seguintes dados:

2. Os professores utilizam com frequência a Sala de Informática para


ensinar seus alunos?

25%

Sim
Não

75%

Figura 10: Tabulação de dados referente à questão 2 do questionário aplicado a Coordenadora da Sala de
Informática. FONTE: ENEIEF Rafael Gomes, Benevides/PA, 2013.

3. Os softwares educativos, instalados nos computadores


atendem às necessidades de aprendizagem dos alunos?
15%

Sim
Não

85%
Figura 11: Tabulação de dados referente à questão 3 do questionário aplicado a Coordenadora da Sala de
Informática. FONTE: ENEIEF Rafael Gomes, Benevides/PA, 2013.

Conforme a figura 10, 75% dos professores utilizam a Sala de Informática para
desenvolver atividades pedagógicas com seus alunos. As atividades que realizam, segundo a
coordenadora deste espaço, se relacionam a pesquisas na internet, utilização do editor de
textos, jogos educativos e softwares livres instalados no Linux Educacional. Ainda, conforme
dados disponibilizados pela coordenadora na figura 11, 85% dos professores consideram que
os softwares educativos instalados nos computadores atendem às necessidades de
aprendizagem dos alunos.
45

4. Os professores elaboraram previamente suas


atividades para desenvolver suas aulas na Sala
de Informática?

45%
Sim
55%
Não

Figura 12: Tabulação de dados referente à questão 4 do questionário aplicado a Coordenadora da Sala de
Informática. FONTE: ENEIEF Rafael Gomes, Benevides/PA, 2013.
Sendo alunos do ensino fundamental menor, a aprendizagem com o uso de softwares
lhes proporciona o gosto pela leitura e escrita digital. Além disso, lhes apresenta ferramentas
de aprendizagem dinâmicas de interação com a máquina. Mas, quando analisamos a figura 12,
percebe-se que ainda falta organização pedagógica para que os professores possam utilizar
com qualidade a Sala de Informática. Somente 45% dos professores planejam suas atividades
para utilização dos recursos tecnológicos da Sala de Informática. Esse percentual não é muito
expressivo, pois os 55% dos professores que não planejam suas atividades para trabalhar em
Sala de Informática com seus alunos não apresentam um direcionamento específico para as
propostas pedagógicas pertinentes ao currículo voltado para os alunos.

Para Valente (2009) quando o computador é utilizado para reproduzir conhecimentos


esta máquina não auxilia na educação. O uso do computador em ambientes de aprendizagem
exige dedicação do professor na criação de propostas de aula que viabilizem conhecimentos
significativos para seus alunos. Para o autor, o uso do computador na educação demanda
muitos desafios, pois desafia o professor a entender esta ferramenta como um novo
instrumento de representação do conhecimento.

O autor ainda ressalta que o professor necessita rever seu papel de educador no tocante
a ensinar e aprender, considerando que a nova conjuntura da educação lhe exige uma nova
postura acerca do que deve propor aos seus alunos numa perspectiva de aprendizagem. Esta
atitude inovadora não se limita apenas à aquisição de conhecimentos e técnicas sobre o uso do
computador e suas ferramentas, que resultará na reprodução de velhos padrões de
46

aprendizagem, mas na aquisição de experiências que lhe proporcione uma reflexão de sua
prática pedagógica. Quando pensadas, as formações devem elencar o conjunto de experiências
que envolvem o aluno, o professor, o contexto da sala de aula, os conteúdos e os objetivos do
que se está aprendendo. Estas formações devem estar pautadas em conhecimentos de vida
escolar e percepção de realidade social. Aliadas aos conhecimentos operacionais que o
docente precisa possuir sobre a máquina e seus programas, as formações podem garantir
maior alcance numa aprendizagem significativa nos ambientes tecnológicos (VALENTE,
2009).

Conforme observado, o computador e seus aplicativos auxiliam na educação desde que


as atividades sejam bem planejadas e o professor seja orientado, por meio de formações
continuadas, a pensar pedagogicamente o uso desta máquina. Não adianta deslocar os alunos
para a Sala de Informática sem planejamento. É preciso discutir as possibilidades e o
potencial dos softwares instalados e traçar propostas que garantam a superação das
dificuldades de aprendizagem detectadas nos alunos.

No caso dos dados tabulados na Escola Rafael Gomes, entende-se que os professores
apresentam um nível de conscientização significativo sobre o uso das tecnologias na
aprendizagem dos seus alunos. Porém, necessitam desenvolver habilidades para o uso das
tecnologias no sentido de potencializar estes recursos para melhorar o aprendizado de seus
alunos. O uso dos softwares, sobretudo do GCOMPRIS, ainda é uma ação pouco comum
entre eles, pois, apesar de saberem que estes softwares estão disponíveis no computador, não
os sabem utilizar ou não desenvolvem propostas para sua utilização. Conforme entrevista com
a coordenadora da sala de informática, quando os professores levam seus alunos para aulas na
sala de informática, os mesmos são auxiliados por ela, ou seja, os professores não se
envolvem diretamente com a preparação do ambiente que receberá os alunos e, geralmente,
não trazem consigo atividades e discussões que possam dialogar com os conteúdos
trabalhados em sala de aula.

Pode-se dizer que, conforme os dados coletados é preciso que a escola integre melhor
as tecnologias disponíveis às necessidades de aprendizagem de seus alunos. Se os professores
não conhecem o computador e seu potencial pedagógico, é pouco provável que leve seus
alunos à sala de informática. Por isso, o estimulo a realização de formações para que possam
ter contato com as discussões sobre o uso das tecnologias na educação e seus benefícios para
o processo de aprendizagem dos alunos é fundamental. Durante os encontros pedagógicos e
47

demais reunião de professores a gestão deve propor momentos de planejamento para o uso
mais sistemático da sala de informática e dos programas que podem contribuir para a
dinamização do ensino das crianças. Atitudes deste tipo viabilizam as mudanças que se quer
para a educação.

Enfim, constatou-se que os computadores disponíveis necessitam de manutenção para


atender todos os alunos de uma turma, que possui aproximadamente 45 crianças. Com apenas
10 máquinas funcionando torna-se difícil um trabalho de qualidade. Além disso, os
professores ainda necessitam de formações continuadas que lhes possibilite mais
conhecimento sobre o uso do computador e outras tecnologias já disponíveis na escola.
48

6 Considerações

O uso dos recursos tecnológicos é uma realidade nas escolas. As políticas


governamentais têm sido pautadas em incentivos à aquisição de equipamentos que dinamizem
o cotidiano escolar. Cabe à escola abrir suas portas para novas propostas de ensino, onde o
aluno seja o protagonista das mudanças que se quer para a educação. É notório que os
desafios para a superação das dificuldades na inserção das tecnologias na educação são
muitos, mas é preciso encontrar caminhos que permitam esta superação.

Durante as pesquisas de campo realizadas, notou-se que os professores da Escola


Rafael Gomes já possuem uma prática pedagógica pautada no uso do computador. Um
número significativo de professores planeja as atividades previamente, com apoio da
coordenadora da sala de informática, levando em consideração os conteúdos trabalhados em
sala de aula.

No entanto, apesar da dedicação em associar as tecnologias aos conhecimentos que


devem ser ensinados, os professores necessitam de formações voltadas para a inclusão digital
e o uso das tecnologias na educação. As atividades que os alunos realizam nos computadores
são mais voltadas para pesquisa na internet. Neste sentido, é preciso potencializar outros
recursos do computador para que os alunos sejam oportunizados de aprender e ter contato
com as tecnologias que a escola disponibiliza.

Apesar de já conhecerem o software GCOMPRIS, apresentado pela professora da sala


de informática ou por meio de cursos realizados em ambientes diversos, os professores pouco
utilizam este recurso. Sendo assim, necessitam se debruçar sobre o potencial pedagógico deste
aplicativo e criar propostas de utilização entre seus alunos, sobretudo de 1º e 2º anos do
ensino fundamental. Os professores destas séries, que funcionam no turno da manhã, utilizam
a sala de informática e já tiveram, algumas vezes, contato com o software mencionado. No
tocante a sua utilização, os mesmos têm criado propostas de desenvolvimento motor dos seus
alunos e, ao mesmo tempo, habilidades de uso do mouse e teclado do computador. Essas
práticas pedagógicas são pertinentes ao desenvolvimento intelectual e motor dos alunos,
garantindo-lhes melhor aprendizado e atenção a leitura e letramento.

Os ganhos de aprendizagem com o uso do GCOMPRIS são muitos. Dentre eles


podemos citar que com o movimento do mouse e os direcionamentos dados por meio das
49

atividades, desenvolvem habilidades de concentração e direção, além de conhecimento de


técnicas de uso deste periférico do computador. Com o uso do teclado os alunos identificam
letras no processo de digitação, a partir das propostas dadas nas atividades sugeridas no
software. Finalmente, nas atividades de leitura que o GCOMPRIS oferece, os alunos
completam palavras, identificam letras e associam nomes a imagens.

O software possui código aberto que permite aos seus usuários modifica-lo conforme
suas necessidades. Este fato pode contribuir para que o professor desenvolva atividades
pertinentes ao nível de ensino de seus alunos considerando os conteúdos que devem ser
ensinados. Para manusear o programa, no entanto, é preciso que o educador tenha
conhecimentos computacionais e se dedique a estudos mais aprofundados sobre códigos fonte
seus métodos de alteração. Adiantamos que, conforme resultados da pesquisa, atingir os
educadores na tarefa de aprender a utilizar as tecnologias é um desafio, pois muitos deles não
estão aptos ao uso elementar das ferramentas computacionais sendo necessário um trabalho de
base. Este trabalho diz respeito a propostas de formações continuadas que podem ser
viabilizadas por NTE’s (Núcleos de Tecnologias Educacionais) ou entidades particulares
buscadas pelo próprio professor.

Enfim, a coleta de dados resultou em um conhecimento significativo da dinâmica


interna das ações pedagógicas que são realizadas na sala de informática da Escola Rafael
Gomes e das dificuldades que travam o desenvolvimento de atividades exitosas que ocorrem
neste ambiente. Percebeu-se que é importante estimular os professores a realizarem cursos e
oficinas voltados para o conhecimento e uso do computador em tarefas cotidianas de
aprendizagem, oportunizando os alunos a utilizá-lo de forma responsável e significativa.
Apesar dos entraves ligados a suporte técnico para manutenção de computadores na escola,
pouco conhecimento dos professores, os alunos têm tido oportunidade de acessar as
ferramentas do computador e conhecer suas funcionalidades. Mas é preciso avançar e trilhar
caminhos mais consistentes no sentido de trazer para a escola um ensino mais significativo
aliado ao uso das tecnologias.

Considerando os objetivos, geral e específicos, desta pesquisa concluímos que


conseguimos levar propostas e discussões exitosas para a escola e proporcionar aos
professores um novo olhar sobre o uso das tecnologias disponíveis na escola, sobretudo o
GCOMPRIS, alvo deste trabalho.
50

Referências bibliográficas

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51

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http://www.comunidadesvirtuais.pro.br/seminario4/trab/ajps.pdf. Acesso em: 05 de maio de
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VALENTE, José Armando (org.). O computador na sociedade do conhecimento. Campinas:


UNICAMP/NIED, 1999.

___________________________. Computadores conhecimento: repensando a educação.


Campinas: Gráfica Central da UNICAMP, 1993.

___________________________. Informática na educação: o computador auxiliando o


processo de mudança na escola. Campinas: UNICAMP/NIED, 2009.
52

APÊNDICES
53

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA


PRO-REITORIA DE ENSINO
PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
PARA O ENSINO BÁSICO
CURSO DE LICENCIATURA EM COMPUTAÇÃO

Caro Professor (a): Venho por meio deste QUESTIONÁRIO pedir a sua colaboração no
sentido de colher informação sobre a utilização da sala de informática bem como o seu
conhecimento sobre o uso dos recursos tecnológicos.

NOME:

ESCOLA:

FORMAÇÃO PEDAGÓGICA:

QUANTO AO TEMPO DE ATUAÇÃO NO MAGISTÉRIO:

SÉRIE EM QUE ATUA:

APÊNDICE A: Questionário aplicado a Coordenadora da EMEIEF Rafael Gomes

1. Com que frequência você leva seus alunos para a Sala de Informática?
( ) Sempre, semanalmente
( ) Quase sempre, mensalmente
( ) Com pouca frequência, esporadicamente
( ) Nunca.

2. Qual o seu nível de conhecimento com relação ao uso dos computadores que estão
instalados na Sala de Informática?
( ) Básico
( ) Intermediário
( ) Avançado
( ) Nenhum

3. Ao levar seus alunos para a Sala de Informática, você desenvolve atividades utilizando
os softwares livres que estão disponíveis no computador?
( )Sim
( )Não
( ) Às vezes
54

4. Quais as principais dificuldades enfrentadas frente ao uso das novas tecnologias


disponíveis na escola?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

5. Você considera que as tecnologias possam contribuir para a melhoria do aprendizado


das crianças?
( ) Sim
( ) Não

6. Você conhece ou já ouviu falar do software livre GCOMPRIS?


( ) Sim
( ) Não

7. Você considera que as tecnologias possam auxiliar os alunos a desenvolver habilidades


motoras, de leitura e escrita com o uso das tecnologias?
( ) Sim
( ) Não

8. Quais as principais barreiras que impedem que o professor utilize a Sala de


Informática?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

9. Você já realizou formações para o uso do computador na sua prática escolar?


( ) Sim
( ) Não
Se sua resposta foi sim, qual (s) o (s) curso (s) que realizou?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
55

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA


PRO-REITORIA DE ENSINO
PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
PARA O ENSINO BÁSICO
CURSO DE LICENCIATURA EM COMPUTAÇÃO

Caro Professor (a): Venho por meio deste QUESTIONÁRIO pedir a sua colaboração no
sentido de colher informação sobre a utilização da sala de informática bem como o seu
conhecimento sobre o uso dos recursos tecnológicos.

NOME:

ESCOLA:

FORMAÇÃO PEDAGÓGICA:

QUANTO AO TEMPO DE ATUAÇÃO NO MAGISTÉRIO:

SÉRIE EM QUE ATUA:

APÊNDICE B: Questionário aplicado aos professores da Sala de Informática da EMEIEF


Rafael Gomes
1. Você considera que as tecnologias auxiliam no melhoramento do ensino de alunos de 1º e
2º anos do Ensino Fundamental?
( ) Sim
( ) Não
Por quê?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

2. Os professores utilizam com frequência a Sala de Informática para ensinar seus alunos?
( ) Sim
( ) Não

3. Os softwares educativos, instalados nos computadores atendem às necessidades de


aprendizagem dos alunos?
( ) Sim
( ) Não

4. Os professores elaboraram previamente suas atividades para desenvolver suas aulas na Sala
de Informática?
( ) Sim
( ) Não
56

5. Os alunos se sentem motivados a aprender quando são levados à Sala de Informática?


( ) Sim
( ) Não

6. Os softwares disponíveis nos computadores atendem às necessidades de ensino-


aprendizagem dos professores e alunos?
( ) Sim
( ) Não

7. Relate experiências exitosas na Sala de Informática com alunos de 1º e 2º anos do Ensino


Fundamental.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

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