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PRO-REITORIA DE ENSINO
PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
PARA O ENSINO BÁSICO
CURSO DE LICENCIATURA EM COMPUTAÇÃO
Benevides – PA
2015
ANA CRISTINA DA ROSA SAMPAIO
SIMONE NASCIMENTO BRITO
Benevides – PA
2015
ANA CRISTINA DA ROSA SAMPAIO
SIMONE NASCIMENTO BRITO
________________________________________________
Prof. MsC. Breno Ramos Pantoja
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
Plano de Formação de Docentes - PARFOR
________________________________________________
Profª. Drª. Janae Gonçalves
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
Plano de Formação de Docentes - PARFOR
________________________________________________
Prof. MsC. Alex Zissou
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
Plano de Formação de Docentes - PARFOR
Benevides – PA
2015
Dedicamos este trabalho a todas as pessoas
que colaboraram para a realização deste
trabalho, especialmente aos nossos familiares
que nos apoiaram sem medida, entendendo
nossas ausências e dedicação aos estudos.
1 Introdução ....................................................................................................................... 11
2 Referencial teórico .......................................................................................................... 13
2.1 As tecnologias e a escola: uma breve reflexão ............................................................. 14
2.2 O PROINFO e as metas do MEC para a informatização das escolas públicas .............. 18
2.3 O uso do Sistema Operacional Linux Educacional nas escolas públicas: desafios à
inclusão digital ................................................................................................................. 19
2.4 Softwares livres e aprendizagens significativas ........................................................... 20
2.5 O uso do software GCOMPRIS em turmas de 1º e 2º anos do Ensino Fundamental .... 21
3 Material e métodos .......................................................................................................... 23
3.1 Local de estudo ........................................................................................................... 23
3.2 População em estudo e procedimentos ........................................................................ 23
3.3 O software GCOMPRIS ............................................................................................. 24
3.3.1 Definição e características .................................................................................... 24
3.3.2 Possibilidades pedagógicas com alunos de 1º e 2º anos do Ensino Fundamental ... 25
3.3.3 Conhecimento das funções do computador e estímulo à leitura utilizando as
ferramentas do GCOMPRIS ......................................................................................... 27
4 Questionário .................................................................................................................... 34
5 Resultados e discussões ................................................................................................... 37
6 Considerações ................................................................................................................. 47
Referências bibliográficas .................................................................................................. 49
Apêndices.................................................................................................................................51
Resumo
O crescente interesse pelas tecnologias tem levado a escola, sobretudo os educadores, a
repensar a sua prática pedagógica. Já não é possível se fechar ao mundo em transformação. O
estudo, hora apresentado, tem como tema “O uso do software GCOMPRIS com alunos do 1º e
2º anos do Ensino Fundamental Rafael Fernandes Gomes – Benevides/PA”. O interesse pelo
tema partiu das indagações sobre as dificuldades de aprendizagem dos alunos deste nível de
ensino e da necessidade de analisar e discutir a educação na EMEIEF Rafael Fernandes
Gomes intermediada pelas novas tecnologias. Já foi feito, por meio do estudo sobre o uso das
tecnologias na escola, analisar o potencial pedagógico de softwares disponível nos
computadores, sobretudo o GCOMPRIS, e suas possibilidades de uso processo de letramento
de alunos de 1º e 2º anos. Metodologicamente esta pesquisa se assentou em pesquisa de
campo que envolveu observações sistemáticas das atividades realizadas na Sala de
Informática e aplicação de questionários que, tabulados, resultaram em análises que serviram
de base para o entendimento da situação de aprendizagem dos alunos e encaminhamento de
sugestões que viabilizem a superação de problemas detectados. Com base nos resultados da
pesquisa, encaminhamos propostas para o uso do software GCOMPRIS como instrumento de
aprendizagem para alunos do 1º e 2º anos do ensino fundamental.
1 Introdução
Esta pesquisa tem como tema “O uso do software GCOMPRIS com alunos do 1º e 2º
anos do Ensino Fundamental Rafael Fernandes Gomes – Benevides/PA” e foi pensada a partir
da necessidade de analisar e discutir a educação na EMEIEF Rafael Fernandes Gomes
intermediada pelas novas tecnologias. Os educadores, de forma geral, precisam refletir sobre
sua prática no novo cenário de mudanças que têm marcado a sociedade, sobretudo com
relação aos avanços tecnológicos.
Levando em consideração que esta pesquisa está voltada para o uso do software
GCOMPRIS e seu potencial pedagógico, o que a motivou foi a verificação de que os
professores pouco usam os recursos tecnológicos disponíveis na escola, sobretudo a sala de
informática.
Partindo dos dados coletados, assim como de seus resultados, foi analisada a relação
de professores, assim como dos alunos, com as tecnologias no contexto do ensino-
12
aprendizagem da escola. Buscou-se entender os limites dos professores com relação ao uso
dos softwares educacionais instalados no Sistema Operacional Linux Educacional. Com base
nos dados, traçaram-se propostas de superação das dificuldades apresentadas pelos
professores quanto ao uso dos computadores na realidade educacional.
Para melhor entendimento desta pesquisa, o trabalho foi dividido em três capítulos
pensados de acordo com a evolução da mesma. No primeiro capítulo, que diz respeito ao
referencial teórico, discutimos os impactos das novas tecnologias na escola e o papel do
professor na aplicação de novas propostas pedagógicas para alunos do ensino fundamental da
rede pública de ensino. Sendo assim, analisamos, à luz das leituras selecionadas para esta
pesquisa, cinco subtemas, a saber: “As tecnologias e a escola: uma breve reflexão”; “O
PROINFO e as metas do MEC para a informatização das escolas públicas”; “O uso do
Sistema Operacional Linux Educacional nas escolas públicas: desafios à inclusão digital”;
“Softwares livres e aprendizagens significativas” e “O uso do software GCOMPRIS em
turmas de 1º e 2º anos do ensino fundamental”.
dados coletados, pautamos aspectos fundamentais quanto ao uso de softwares livres para
criação de propostas de aulas participativas, assim como interativas, para crianças de 1º e 2º
anos do ensino fundamental.
2 Revisão bibliográfica
Não se pode negar que nossas crianças e jovens têm, cada vez mais, afinidade
com o mundo das tecnologias. As inovações que o mercado oferece lhes fascinam e
estimulam o consumismo levando-os a dominar, progressivamente, os recursos
computacionais, assim como tecnológicos, que o comércio oferece. É claro que nem todos
tem acesso às mudanças. Como informa Stahl (2008):
Segundo a autora, ainda que se esteja na era digital há muito caminho para trilhar até
que o acesso à sociedade da informação seja ampliado. Apesar de muitos indivíduos já
utilizarem as novas tecnologias digitais para diversos fins, há muitos fora desde contexto.
Pode-se considerar também, no contexto de mudanças, que a escola deve abrir suas portas
para uma discussão intensa sobre a necessidade de adequação aos avanços tecnológicos.
Muitos teóricos, sobretudo educadores, têm buscado entender os impactos que as tecnologias
provocam, principalmente nas crianças e jovens. Na nova era digital, é importante entender a
escola como um ambiente aberto às mudanças que ocorrem nas relações entre os indivíduos e
as tecnologias.
que se debruçaram sobre os impactos das tecnologias na vida escolar. Esses autores abordam
de que forma as tecnologias estão presentes nas vidas dos alunos, tanto dentro como fora da
sala de aula, considerando os impactos de sua utilização para o desenvolvimento de
habilidades cognitivas bem como de adaptação às exigências da sociedade.
As escolas públicas têm recebido muitos equipamentos tecnológicos e seu uso ainda é
bem tímido entre os educadores. A maioria das salas de informática está sem uso
provavelmente pela falta de habilidade do professor utilizar os recursos computacionais.
Sobre o uso do computador na escola Valente (1999) mostra que o a instalação destes
equipamentos na escola não resolver o problema da inclusão digital no país. Para o autor, é
preciso apostar na formação dos professores para o uso das tecnologias que estão chegando ao
ambiente escolar.
A ênfase em cursos de formação para os professores tem sido uma das discussões mais
importantes no contexto do uso das tecnologias na educação. Quando a informática se tornou
elemento integrante do cotidiano escolar, a ideia era revolucionar as ações pedagógicas
transformando a escola em um ambiente mais dinâmico de aprendizagem. No entanto, se
esbarrou com a falta de habilidade dos professores em utilizarem os computadores. À
princípio o problema de operacionalização da máquina foi o fator de embargo para o uso deste
recurso na escola. Depois, contatou-se que se o professor não for orientado a desenvolver
habilidades para associar o conteúdo que deve ser ensinado aos recursos computacionais, de
nada lhe adianta possuir conhecimentos técnicos sobre a máquina. A questão chave que
envolve a formação dos professores para o uso do computador, assim como das demais
tecnologias disponíveis na escola, é encaminhar e propor sugestões práticas de como tais
recursos pode auxiliar no ensino de determinados conteúdos e proporcionar melhor
aprendizado nos alunos (VALENTE, 1999).
educação, notadamente no que concerne ao uso das tecnologias. Como não se posicionam, e
nem contribuem com sugestões de superação dos problemas da educação, os indiferentes
adotam uma postura de aguardo dos caminhos que a escola vai seguir sem, no entanto,
interferir ou contribuir com orientações ou reflexões. (GRZESIUK, 2008).
Finalmente, Grzesiuk (2008) fala dos otimistas. Estes, segundo ele, são levados por
uma onda de euforia acreditando que os problemas da educação podem ser resolvidos com a
aquisição de computadores e sua utilização pelos alunos. É preciso pensar que os problemas
de aprendizagem e desinteresse dos alunos estão além da aquisição de equipamentos
tecnológicos. O uso das tecnologias na escola perpassa a necessidade de conhecer o universo
de nossos alunos, seus projetos e necessidades. É preciso diagnosticar, primeiramente, a
educação para depois criar propostas de aplicabilidade de aprendizagens a partir do uso dos
recursos tecnológicos disponíveis na escola.
Cada série exige um estudo minucioso pelo professor. Como apresenta Grzesiuk
(2008), quando há uma referência aos alunos, cada faixa etária, nível de ensino, exige uma
forma de ensinar. Mediada pelas tecnologias, essa aprendizagem será, sem dúvida, mais
significativa. No entanto, as propostas criadas pelo professor devem vir acompanhadas pela
percepção do que os alunos necessitam para se sentirem atraídos pelo que irá ser ensinado.
as mais comuns entre os usuários da rede mundial, dentre as quais a utilização de e-mails e
bate-papos, além de pesquisas em sites de busca, com destaque para a empresa Google
(UNESCO, 2008).
Vale ressaltar que o ProInfo está assentado nas Leis de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (Lei nº 9.394/96) e visa aliar os recursos tecnológicos às novas formas de ensinar e
discutir conhecimentos nas escolas públicas do Brasil, diminuindo as disparidades entre o
ensino público e o ensino particular. Prata (2005) diz que o programa se fundamenta na LDB
(Lei nº 9.394/96) e, particularmente no Artigo 32, Inciso II, que dispõe sobre a formação
básica do cidadão. Neste Artigo, destaca-se o sujeito do ensino fundamental que necessita
compreender seu ambiente natural e social, seu sistema político e tecnológico, artes e valores
em que está sedimentada a sociedade em que vive. Mais adiante, no Artigo 35, Inciso IV,
dando continuidade ao processo de formação do cidadão, a educação escolar deve
proporcionar a compreensão das bases científico-tecnológicas dos processos produtivos,
ligando a teoria à prática no desenvolvimento do ensino de casa disciplina ensinada na escola
(PRATA, 2005).
2.3. O uso do Sistema Operacional Linux Educacional nas escolas públicas: desafios à
inclusão digital
Um fato que merece atenção é referente ao Sistema Operacional utilizado nas escolas
públicas que receberam computadores do ProInfo. O incentivo à utilização de software livre
levou o MEC a adotar e instalar o Sistema Operacional Linux, este adaptado às necessidades
da educação básica. Sobre o Linux Educacional Raabe (2008) nos diz que é um sistema
operacional livre que permite que as pessoas e empresas o utilizem e o modifiquem conforme
suas necessidades. A liberdade que o programa proporciona aos seus usuários tem levado à
sua distribuição, sobretudo, em espaços e instituições públicas que desejam diminuir gastos
com o pagamento de softwares pagos (RAABE, 2008).
Por ser um sistema operacional livre e gratuito, o Linux, em sua versão educacional, é
distribuído às escolas públicas juntamente com os computadores do ProInfo. O fato de ser um
Programa pouco conhecido entre os professores, dificulta o seu uso nas escolas. Esta falta de
habilidade em utilizar as ferramentas do Linux Educacional cria resistência entre os
educadores que alegam não conhecer os “lugares” e funções dos aplicativos que estão
disponíveis. (LEMOS, 2011, p. 3).
livres e estão disponíveis para que possam ser utilizados sem restrições no ambiente escolar.
Para a autora, “o conceito de software livre nos remete ao conceito de liberdade, ampliando as
perspectivas de inclusão digital e social de milhares de pessoas” (Fernandes, 2011, p.2).
A autora comenta que os professores que utilizam softwares livres no ensino de seus
alunos, percebem que é possível desenvolver diversas atividades tendo como ferramenta
básica o computador. Acrescenta ainda que, utilizando o computador e softwares livres, o
professor permite aos seus alunos desenvolverem a autoria com pressuposto de aprendizagem
livre. Não só o aluno se sente livre para aprender mas também o professor, já que o código
fonte livre lhe dá a oportunidade de criar suas propostas pedagógicas de forma autônoma
quando não pode aproveitar o que há no jogo para os conhecimentos que quer trabalhar com
seus alunos. É positivo quando o professor tem a oportunidade de conhecer o software e
modificar suas propostas iniciais em prol de novos projetos que atendam suas necessidades
educacionais e de seus alunos (FERNANDES, 2011).
Mas o que é software livre? Segundo Campos (2006) “é o software que pode ser
usado, copiado, estudado, modificado e redistribuído sem restrição”. Segundo o autor, ao ser
distribuído, o software livre vem acompanhado de uma licença de software livre e seu código-
fonte é disponibilizado para modificações.
O uso desse tipo de software permite muitos ganhos. Campos (2006) enumera alguns
que, para o professor, são de grande importância quando usados em sala de aula. Dentre tais
ganhos o autor cita a liberdade do usuário executar o programa para qualquer tipo de
propósito, sobretudo na área educacional. Sendo livre, o software permite que as pessoas
possam estuda-lo e verificar como funciona adaptando-o às suas necessidades. Isto ocorre
justamente em função do código fonte ser aberto, o que deixa os usuários livres para explorá-
lo. Finalmente, os resultados da liberdade em estudar, modificar e melhorar o programa trás
ganhos para as pessoas já que melhora o desempenho do software e o enriquece enquanto
22
A escola necessita de recursos como os softwares livres para criar novas estratégias de
ensino, onde as tecnologias estejam aliadas ao aprendizado dos alunos. Aliás, a escola precisa
abrir mais suas portas para os avanços tecnológicos. É notório que nossos alunos estão
inconformados com a escola que têm. Eles querem algo mais. Se as tecnologias estão na
escola, por não as utilizar? É preciso perceber que nossos alunos já carregam consigo
conhecimentos inerentes a esse mundo tecnológico. Basta que levemos a eles propostas de
ensino e aprendizagem que, integrados às tecnologias, lhes proporcionem saberes para a vida.
(PAPERT, 2008).
Como proposta metodológica para a educação infantil, muitos autores têm destacado o
potencial pedagógico do software livre GCOMPRIS, objeto de estudo desta pesquisa. Raabe
(2008) nos mostra que em situações de aprendizagem, o software traz resultados positivos na
educação de crianças do ensino fundamental. Conforme a autora o GCOMPRIS é um
aplicativo computacional que possui propostas educacionais e integra diferenciadas atividades
voltadas para crianças de 0 a 10 anos. Apesar de serem atividades de caráter lúdico, suas
orientações recorrem para o aprendizado das crianças considerando as diversas áreas do
conhecimento que estão aprendendo na escola. O jogo possui aproximadamente 80 aplicativos
que estão distribuídos entre as diversas áreas do conhecimento, desde a língua portuguesa à
matemática (RAABE, 2008).
3 Material e métodos
A sua estrutura é composta de 06 salas de aulas, todas forradas em forro PVC, com
quatro ventiladores em cada sala, com um armário, um quadro branco, 35 carteiras, uma mesa
com cadeira do professor; 01 sala do diretor, que também divide o mesmo espaço, com a
coordenação do LI e com o Projeto Mais Educação; 01 sala para o Laboratório de
Informática; 01 secretaria; 01 deposito de merenda; 01 cozinha; 01 refeitório; 01 área coberta
para eventos em geral; 01 sala que está sendo usada para deposito, que será a sala dos
professores.; 04 banheiros, sendo dois masculino e dois feminino, um banheiro para as
pessoas com necessidades especiais; em construção temos uma quadra polivalente coberta e
em projeto está a construção da uma sala de leitura. O Laboratório de Informática possui 26
computadores e uma impressora. No entanto, apenas 10 computadores estão funcionando.
Esta pesquisa, embasada numa densa leitura sobre o uso das tecnologias no ensino
fundamental, está embasada no estudo do software livre GCOMPRIS. A escolha deste
programa partiu da facilidade de uso de suas ferramentas por professores e alunos do ensino
fundamental, sobretudo de 1º e 2º anos, e das propostas de atividades que podem ser
desenvolvidas a partir do software em estudo.
e o Windows visto que são de uso comum da maioria das pessoas. Funciona em computadores
com processador com 233mhz e 64 MB de memória, ocupando apenas 100 MB de espaço em
disco. Sua interface é muito simples e o designer chama atenção das crianças pelo colorido e
dinâmico que se destacam nas imagens e figuras presentes.
movimentos impulsionados por ela durante o jogo. Os autores ainda entendem, neste contexto
que “as atividades que estão na relação do Gcompris permitem à criança o trabalho com
elementos que possibilitam a relação de uma atividade e o resultado, levando-o a exercitar a
organização, através de inúmeros elementos que precisam compor uma decisão” (SANTOS e
HETKOWSKI, 2008, p. 6)
Imagem 1: Tela do software GCOMPRIS instalado no Sistema Operacional Linux Educacional, referente às
atividades de manipulação do teclado. FONTE: das autoras: captura de tela, 2014
a) Mande a bola para o TUX: esta atividade consiste na utilização da tecla Shift do teclado
para movimentar a bola em linha reta. Ao pressionar simultaneamente as duas teclas Shift, a
criança desenvolve a habilidade motora de movimento e concentração considerando a tela que
está visualizando;
b) Letras cadentes: nesta atividade a criança é convidada a digitar a letra que está caindo antes
que chegue ao chão. Além de possibilitar a manipulação do teclado, permite ao aluno
reconhecer as letras durante sua digitação, conforme o que vê na tela do computador;
30
d) Palavras cadentes: nesta atividade, a criança digita as palavras antes que cheguem ao chão.
Este é um ótimo momento para a criança desenvolver suas habilidades de leitura e escrita
digital, intermediada pelo computador.
Imagem 2: Tela do software GCOMPRIS instalado no Sistema Operacional Linux Educacional, referente às
atividades de manipulação do mouse. FONTE: das autoras: captura de tela, 2014.
a) Clique em mim: nesta atividade a criança clica com o botão esquerdo do mouse em todos
os peixes que estão nadando antes que eles deixem o aquário. Além de estar manipulando o
mouse, o aluno está desenvolvendo sua coordenação motora;
b) Movimentar o mouse: o aluno precisa movimentar o mouse para apagar a área e descobrir
o fundo onde, geralmente, há um desenho;
c) Controle a mangueira: Para molhar as flores o personagem TUX (um pinguim) necessita
manipular a mangueira. Assim, a criança necessita movimentar o mouse sobre a parte
vermelha da mesma. Isso irá mover a água, por toda a sua extensão, até as flores. Se sair da
mangueira, a parte vermelha volta ao início;
d) Clique com o mouse: Nesta atividade a criança pode clicar com o mouse para apagar a área
e descobrir o fundo;
e) Clique e desenhe: o aluno irá desenhar a figura clicando em cada ponto azul, na sequência
apresentada na tela do computador.
As propostas das atividades com uso do mouse é exatamente proporcionar aos alunos
habilidades motoras e mentais capazes de lhes fazer pensar na relação causa-efeito, isto é,
suas ações resultam em cumprimento de tarefas que fecham metas iniciais propostas pelo
jogo. Um exemplo de causa e efeito é a atividade “controle a mangueira”. Nela o aluno deve
ter habilidade de conduzir o mouse no entorno da mangueira para fazer jorrar água que
molhará as flores. A meta é que as flores sejam molhadas e o caminho é controlar, por meio de
coordenação motora, o caminho que conduz a água à saída da mangueira. Se o aluno não tem
essa habilidade de controlar os movimentos das mãos, as tentativas serão diversas, já que a
32
cada saída do caminho da mangueira ele terá que retornar ao ponto inicial.
3. Atividades de leitura:
a) Jogo da memória com a numeração por extenso: nesta atividade as cartas são viradas e os
números são associados à sua numeração por extenso. A intenção é que os alunos saibam ler
números;
d) A letra desaparecida: as palavras são dispostas com a supressão de uma letra. Os alunos
selecionam a letra que falta para completar cada palavra;
33
e) Nome da imagem: nesta atividade os alunos movem os objetos para junto de seus nomes.
Assim como esta, outras experiências podem ser vistas em diversas escolas onde as
tecnologias são apresentadas aos professores e alunos. O que se produz em termos de
atividades deve estar associado ao que se ensina em sala de aula. Raabe (2008) deixa claro
que se o professor não se apropria de conhecimentos e não explora o potencial pedagógico das
ferramentas tecnológicas que a escola dispõe, dificilmente avançaremos para um novo
patamar da educação. Para além de saber utilizar o computador está a capacidade do educador
entrelaçar o conhecimento às tecnologias conduzindo saberes aos seus alunos de forma que os
mesmos pensem com autonomia.
35
4 Questionários
Esta pesquisa foi realizada com base em questionários aplicados aos professores e
coordenadora da Sala de Informática da EMEIEF Rafael Gomes. As perguntas foram
elaboradas a partir da necessidade de identificar o nível de conhecimento e interesse dos
professores pelo uso das tecnologias presentes na escola, sobretudo da Sala de Informática
para o desenvolvimento de suas aulas com alunos de 1º e 2º anos do ensino fundamental.
1. Com que frequência você leva seus alunos para a Sala de Informática?
( ) Sempre, semanalmente
( ) Quase sempre, mensalmente
( ) Com pouca frequência, esporadicamente
( ) Nunca.
2. Qual o seu nível de conhecimento com relação ao uso dos computadores que estão
instalados na Sala de Informática?
( ) Básico
( ) Intermediário
( ) Avançado
( ) Nenhum
____________________________________________________________________
FIGURA 1: Questionário aplicado aos professores da EMEIEF Rafael Gomes, Benevides-PA. FONTE: das
autoras.
2. Os professores utilizam com frequência a Sala de Informática para ensinar seus alunos?
( ) Sim
37
( ) Não
5 Resultados e discussões
Básico
Intermediário
35%
Avançado
40% Nenhum conhecimento
Figura 3: Tabulação de dados referentes à questão 2 do questionário aplicado aos professores. FONTE:
EMEIEF Rafael Gomes, Benevides/PA, 2013.
A figura 3 evidencia que 40% dos professores da Escola Rafael Gomes sabem utilizar,
de forma básica, os recursos computacionais. Esse básico se refere ao manuseio do teclado,
mouse e ferramentas elementares do computador. Não se inclui aí a utilização dos softwares
disponíveis. Quanto ao uso do Linux Educacional, as dificuldades se aprofundam por não
estarem familiarizados com os recursos que o mesmo dispõe. Segundo Prata (2005), a
39
inserção das tecnologias na escola não tem sido tarefa fácil, pois necessita do apoio de todos
os sujeitos que integram o ambiente escolar. A gestão também precisa estar junto com o
professor incentivando-o a utilizar as novas tecnologias e dando-lhe oportunidade de realizar
formações continuadas que lhe possibilite a inserção dos recursos tecnológicos em sua prática
pedagógica.
Pereira (2008) destaca que o professor precisa conhecer o potencial pedagógico das
ferramentas tecnológicas para desenvolver aulas mais dinâmicas e atrativas. Os conteúdos
podem ser trabalhados a partir da utilização de softwares que tornarão as aulas mais atrativas
para os alunos. É visível que as crianças e jovens estão inseridos num contexto digital e, por
isso, esperam novidades do professor. Quando se deparam com uma sala de aula sem
novidades eles se desmotivam e perdem o interesse pelos estudos, pelo aprender. Como nos
diz Pereira (2008) “Do quadro de giz aos computadores ligados a internet, passamos por
tecnologias das mais diferenciadas que, utilizadas adequadamente, auxiliam no processo
educacional” (PEREIRA, 2008, p. 3).
40
Sim
Não
90%
Figura 4: Tabulação de dados referente à questão5 do questionário aplicado aos professores. FONTE: ENEIEF
Rafael Gomes, Benevides/PA, 2013.
40%
Sim
Não
60%
Figura 5: Tabulação de dados referente à questão 9 do questionário aplicado aos professores. FONTE: ENEIEF
Rafael Gomes, Benevides/PA, 2013.
Quando perguntados sobre cursos e formações sobre inclusão digital, apenas 60% dos
professores lotados na Escola Rafael Gomes realizaram cursos voltados para o uso de
computadores e demais tecnologias na escola. A maioria dos professores entrevistados
realizou, ou realiza, seus cursos no Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) de Benevides. O
Polo está vinculado a Secretaria Estadual de Educação e dispõe de cursos de formação de
professores, com carga horária total de 200 horas, distribuídas entre quatro cursos, a saber:
Introdução a Educação Digital, Tecnologias na Educação, ensinando e aprendendo com as
TIC, Elaboração de Projetos e Redes de Aprendizagem. Os cursos ofertados são
disponibilizados na Plataforma do E-proinfo durante o ano letivo e os professores têm a
oportunidade de realiza-los de forma presencial, semipresencial e à distância.
Mesmo que 60% dos professores já tenham realizado, ou realizem cursos de formação
digital, conforme dados da figura 5, ainda há 40% dos professores que pouco ou nada sabem
sobre o uso dos computadores, fato que preocupa o processo de ensino-aprendizagem, pois os
professores que estão fora do circuito de inclusão digital deixam de oferecer aos seus alunos a
oportunidade de acesso às ferramentas computacionais.
Sim
Não
90%
Figura 6: Tabulação de dados referente à questão 7 do questionário aplicado aos professores. FONTE: ENEIEF
Rafael Gomes, Benevides/PA, 2013.
Conforme a figura 6, 90% dos professores entrevistados consideram importante o uso
das tecnologias para o desenvolvimento de habilidades motoras, leitura e escrita dos alunos.
Estes dados nos levam a concluir que os professores da Escola Rafael Gomes estão em
sintonia com a concepção de que as novas tecnologias podem contribuir para a melhoria do
aprendizado de seus alunos. No caso das séries iniciais, sobretudo 1º e 2º anos do ensino
42
Figura 7: Tabulação de dados referente à questão 1 do questionário aplicado aos professores. FONTE: ENEIEF
Rafael Gomes, Benevides/PA, 2013.
Com base na análise da figura 7, observa-se que o uso da sala de informática da Escola
Rafael Gomes é frequente. Apesar das poucas máquinas funcionando, num total de 10
conectadas a internet, os professores ainda levam seus alunos para desenvolverem atividades
pedagógicas. O percentual de 36% de professores que desenvolve semanalmente atividades
neste ambiente é significativo, pois representa, juntamente com os demais números
percentuais de 27% e 23%, que utilizam o ambiente mensalmente e esporadicamente,
respectivamente, uma estatística positiva em relação ao uso da Sala de Informática. Isso
significa que os professores têm se preocupado com o uso das tecnologias na sua prática
pedagógica.
formações não existam, mas o que queremos dizer é que se deve estimular os professores a
participar das mesmas para que os mesmos possam retornar à escola com novas propostas de
ensino.
30%
40%
Sim
Não
Às vezes
30%
Fi
gura 8: Tabulação de dados referente à questão 3 do questionário aplicado aos professores. FONTE: ENEIEF
Rafael Gomes, Benevides/PA, 2013.
25%
Sim
Não
75%
Figura 9: Tabulação de dados referente à questão 6 do questionário aplicado aos professores. FONTE: ENEIEF
Rafael Gomes, Benevides/PA, 2013.
Há de se considerar que, conforme os dados da figura 8, 30% dos professores
entrevistados não utilizam os softwares livres que estão instalados no Linux Educacional.
Quando indagados sobre os motivos de não utilizarem estes recursos, os mesmos justificaram
que não conhecem os softwares não sabendo manuseá-los, o que dificulta sua inserção em
propostas pedagógicas. No tocante à figura 9, entende-se que os professores têm
conhecimento ou já utilizam a ferramenta GCOMPRIS em seu cotidiano pedagógico.
Segundo eles, o software proporciona melhor atenção dos alunos em atividades de letramento
44
25%
Sim
Não
75%
Figura 10: Tabulação de dados referente à questão 2 do questionário aplicado a Coordenadora da Sala de
Informática. FONTE: ENEIEF Rafael Gomes, Benevides/PA, 2013.
Sim
Não
85%
Figura 11: Tabulação de dados referente à questão 3 do questionário aplicado a Coordenadora da Sala de
Informática. FONTE: ENEIEF Rafael Gomes, Benevides/PA, 2013.
Conforme a figura 10, 75% dos professores utilizam a Sala de Informática para
desenvolver atividades pedagógicas com seus alunos. As atividades que realizam, segundo a
coordenadora deste espaço, se relacionam a pesquisas na internet, utilização do editor de
textos, jogos educativos e softwares livres instalados no Linux Educacional. Ainda, conforme
dados disponibilizados pela coordenadora na figura 11, 85% dos professores consideram que
os softwares educativos instalados nos computadores atendem às necessidades de
aprendizagem dos alunos.
45
45%
Sim
55%
Não
Figura 12: Tabulação de dados referente à questão 4 do questionário aplicado a Coordenadora da Sala de
Informática. FONTE: ENEIEF Rafael Gomes, Benevides/PA, 2013.
Sendo alunos do ensino fundamental menor, a aprendizagem com o uso de softwares
lhes proporciona o gosto pela leitura e escrita digital. Além disso, lhes apresenta ferramentas
de aprendizagem dinâmicas de interação com a máquina. Mas, quando analisamos a figura 12,
percebe-se que ainda falta organização pedagógica para que os professores possam utilizar
com qualidade a Sala de Informática. Somente 45% dos professores planejam suas atividades
para utilização dos recursos tecnológicos da Sala de Informática. Esse percentual não é muito
expressivo, pois os 55% dos professores que não planejam suas atividades para trabalhar em
Sala de Informática com seus alunos não apresentam um direcionamento específico para as
propostas pedagógicas pertinentes ao currículo voltado para os alunos.
O autor ainda ressalta que o professor necessita rever seu papel de educador no tocante
a ensinar e aprender, considerando que a nova conjuntura da educação lhe exige uma nova
postura acerca do que deve propor aos seus alunos numa perspectiva de aprendizagem. Esta
atitude inovadora não se limita apenas à aquisição de conhecimentos e técnicas sobre o uso do
computador e suas ferramentas, que resultará na reprodução de velhos padrões de
46
aprendizagem, mas na aquisição de experiências que lhe proporcione uma reflexão de sua
prática pedagógica. Quando pensadas, as formações devem elencar o conjunto de experiências
que envolvem o aluno, o professor, o contexto da sala de aula, os conteúdos e os objetivos do
que se está aprendendo. Estas formações devem estar pautadas em conhecimentos de vida
escolar e percepção de realidade social. Aliadas aos conhecimentos operacionais que o
docente precisa possuir sobre a máquina e seus programas, as formações podem garantir
maior alcance numa aprendizagem significativa nos ambientes tecnológicos (VALENTE,
2009).
No caso dos dados tabulados na Escola Rafael Gomes, entende-se que os professores
apresentam um nível de conscientização significativo sobre o uso das tecnologias na
aprendizagem dos seus alunos. Porém, necessitam desenvolver habilidades para o uso das
tecnologias no sentido de potencializar estes recursos para melhorar o aprendizado de seus
alunos. O uso dos softwares, sobretudo do GCOMPRIS, ainda é uma ação pouco comum
entre eles, pois, apesar de saberem que estes softwares estão disponíveis no computador, não
os sabem utilizar ou não desenvolvem propostas para sua utilização. Conforme entrevista com
a coordenadora da sala de informática, quando os professores levam seus alunos para aulas na
sala de informática, os mesmos são auxiliados por ela, ou seja, os professores não se
envolvem diretamente com a preparação do ambiente que receberá os alunos e, geralmente,
não trazem consigo atividades e discussões que possam dialogar com os conteúdos
trabalhados em sala de aula.
Pode-se dizer que, conforme os dados coletados é preciso que a escola integre melhor
as tecnologias disponíveis às necessidades de aprendizagem de seus alunos. Se os professores
não conhecem o computador e seu potencial pedagógico, é pouco provável que leve seus
alunos à sala de informática. Por isso, o estimulo a realização de formações para que possam
ter contato com as discussões sobre o uso das tecnologias na educação e seus benefícios para
o processo de aprendizagem dos alunos é fundamental. Durante os encontros pedagógicos e
47
demais reunião de professores a gestão deve propor momentos de planejamento para o uso
mais sistemático da sala de informática e dos programas que podem contribuir para a
dinamização do ensino das crianças. Atitudes deste tipo viabilizam as mudanças que se quer
para a educação.
6 Considerações
O software possui código aberto que permite aos seus usuários modifica-lo conforme
suas necessidades. Este fato pode contribuir para que o professor desenvolva atividades
pertinentes ao nível de ensino de seus alunos considerando os conteúdos que devem ser
ensinados. Para manusear o programa, no entanto, é preciso que o educador tenha
conhecimentos computacionais e se dedique a estudos mais aprofundados sobre códigos fonte
seus métodos de alteração. Adiantamos que, conforme resultados da pesquisa, atingir os
educadores na tarefa de aprender a utilizar as tecnologias é um desafio, pois muitos deles não
estão aptos ao uso elementar das ferramentas computacionais sendo necessário um trabalho de
base. Este trabalho diz respeito a propostas de formações continuadas que podem ser
viabilizadas por NTE’s (Núcleos de Tecnologias Educacionais) ou entidades particulares
buscadas pelo próprio professor.
Referências bibliográficas
CAMPOS, Augusto. O que é software livre. Florianópolis: BR-Linux, 2006. Disponível em:
http://br-linux.org/2008/01/faq-softwarelivre.html. Acesso em: 06 de maio de 2014.
FERNANDES, Jaisa Helena Moisés. Software livre na educação para além da inclusão
digital e social: letramentos múltiplos de professores e alunos. Minas Gerais: Periódicos,
2011.
LEMOS, Cristina Domingues. Linux Educacional: desafio para o professor. Rio Grande do
Sul: CINTED/UFRGS, 2011.
SONZA, Andréa Poletto (Org.) ... [et al]. Acessibilidade e tecnologia assistiva: pensando a
inclusão sociodigital de pessoas com necessidades especiais. Bento Gonçalves-RS: Instituto
Federal do Rio Grande do Sul Campus Bento Gonçalves, 2013.
APÊNDICES
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Caro Professor (a): Venho por meio deste QUESTIONÁRIO pedir a sua colaboração no
sentido de colher informação sobre a utilização da sala de informática bem como o seu
conhecimento sobre o uso dos recursos tecnológicos.
NOME:
ESCOLA:
FORMAÇÃO PEDAGÓGICA:
1. Com que frequência você leva seus alunos para a Sala de Informática?
( ) Sempre, semanalmente
( ) Quase sempre, mensalmente
( ) Com pouca frequência, esporadicamente
( ) Nunca.
2. Qual o seu nível de conhecimento com relação ao uso dos computadores que estão
instalados na Sala de Informática?
( ) Básico
( ) Intermediário
( ) Avançado
( ) Nenhum
3. Ao levar seus alunos para a Sala de Informática, você desenvolve atividades utilizando
os softwares livres que estão disponíveis no computador?
( )Sim
( )Não
( ) Às vezes
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Caro Professor (a): Venho por meio deste QUESTIONÁRIO pedir a sua colaboração no
sentido de colher informação sobre a utilização da sala de informática bem como o seu
conhecimento sobre o uso dos recursos tecnológicos.
NOME:
ESCOLA:
FORMAÇÃO PEDAGÓGICA:
2. Os professores utilizam com frequência a Sala de Informática para ensinar seus alunos?
( ) Sim
( ) Não
4. Os professores elaboraram previamente suas atividades para desenvolver suas aulas na Sala
de Informática?
( ) Sim
( ) Não
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