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1 INTRODUÇÃO
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Com cálculos baseados em uma residência familiar com quatro pessoas, possuindo: sala, dois dormitórios,
banheiro, cozinha e área de serviço com consumo mensal em média de 539,7 KW (0,5397 MW) a usina em
questão consegue atender em média 222 residências.
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sem a contabilização das despesas com reparo dos equipamentos e remoção das incrustações
(NETTO, 2011).
Como a invasão do Limnoperna fortunei ainda é recente, as hidrelétricas estão
aderindo ao uso de produtos químicos na tentativa de diminuir os efeitos negativos causados
pela espécie. No Brasil, há apenas dois produtos liberados em registro emergencial pelo
IBAMA, que são eles: MXD-100 (Instrução Normativa IBAMA nº 17, de 21 de outubro de
2015) e o Dicloro Isocianurato de Sódio (Instrução Normativa IBAMA nº 18, de 21 de
outubro de 2015), os quais são produzidos à base de cloro, que atuam reduzindo a densidade
de larvas e mexilhões na água, sendo que possuem a desvantagem de aumentar a corrosão nos
equipamentos metálicos (FEN, 2019).
Considerando os prejuízos financeiros e ambientais ocasionados pelo molusco, este
trabalho tem por objetivo analisar a viabilidade da aplicação da pintura anti-incrustante nas
peças metálicas, na tentativa de eliminar o problema de incrustação da espécie de Mexilhão
Dourado nos equipamentos, além de verificar o uso de tintas convencionais como parâmetros
de resultados entre a eficiência da pintura anti-incrustante em relação à comum.
1.2 Hipóteses
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ii) A pintura anti-incrustante, na prevenção da fixação da espécie nas peças metálicas é
economicamente mais viável que a retirada mecânica dos focos.
iii) A utilização de Nanoclean® Antifouling pode amenizar a fixação das larvas de
Limnoperna fortunei.
1.3 Objetivos
2 REFERENCIAL TEÓRICO
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De acordo com Darrigran & Damborenea (2009), o mexilhão dourado, como é
popularmente denominado é uma espécie de mexilhão de água doce que vive fixa em
substratos duros, impactando ambientes naturais (locomoção de espécies nativas e mudança
de dietas em peixes) e humanos (estações de tratamento de água e unidades geradoras de
energia), sendo que Darrigran & Ezcurra de Drago (2000) mencionam que sua dispersão
avançou 240 km/ano à montante na Bacia do Prata afetando vários países vizinhos da costa
Argentina através da ação antrópica (transferido pelo homem) por meio do transporte de
indivíduos aderidos aos cascos de embarcações transportadas por água ou por terra.
Ainda considerando os estudos de Darrigran & Ezcurra de Drago (2000), que citam o
deslocamento anual do Limnoperna fortunei contracorrente na América do Sul a partir de sua
introdução em 1991, pode-se dissertar que em seu primeiro ano de dispersão o mexilhão
percorreu 22 km; nos quatro anos seguintes, 83 km/ano. Dois anos mais tarde, a velocidade de
dispersão atingida foi de 290 km/ano. A diminuição em média (de 290 a 240 km/ano) pode
ser atribuída a uma menor navegabilidade nos ambientes colonizados posteriormente.
A partir de 1991, a espécie de molusco encontrava-se apenas no Rio de La Plata, mas
no decorrer dos anos 1995-1996 invadiu de maneira ascendente o rio Paraná em Santo Tomé
(rio Salado del Norte) (Darrigran & Mansur, 2009) e em abril de 1997 atingiu o rio Paraguai
no porto de Assunção (Paraguai), visto que nesta mesma época foi observado focos do
Limnoperna fortunei na Ilha Cerrito, onde o rio Paraguai se une ao rio Paraná. Em 1998 foi
localizado na Central Hidrelétrica de Yaciretá (Argentina-Paraguai), no Paraná superior e, até
fins do mesmo ano, no porto de Posadas (Misiones); e em fevereiro de 2001 foi identificado
na margem uruguaia do rio Uruguai, no balneário Las Cañas (DARRIGRAN & EZCURRA
DE DRAGO, 2000).
Por outro lado, em princípios de 1994 a espécie de mexilhão dourado provocou o
primeiro caso conhecido de macrofouling (assentamento dentro de encanamento) para água
doce da América do Sul (Darrigran, 1995); registrado na tomada de água das estações de
tratamento de água potável da cidade da Prata. Outros casos de macrofouling ocorreram
posteriormente nas tomadas de água para consumo humano de Bernal e da cidade de Buenos
Aires (DARRIGRAN & EZCURRA DE DRAGO, 2000).
Em concordância com os estudos anteriores, Barbosa et al. (2016), mencionam que o
molusco se espalhou pela Costa Atlântica do Sudeste (Argentina), Grandes Salinas e Mar
Chiquita (Argentina), Costa Atlântica Leste (desde o Uruguai até o Brasil, no Estado do
Paraná), por quase toda grande Bacia do Prata (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai).
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A espécie está ausente nas demais regiões hidrográficas e países deste continente,
relacionadas à costa do Pacífico e do Atlântico Norte. Os países da costa do Pacífico
apresentam menor atividade de navegação do que os países da costa do Atlântico, que
acrescido ao fluxo acelerado dos rios, conferem menor probabilidade de sustentar populações
de Limnoperna fortunei em seus sistemas hidrográficos (BOLTOVSKOY, 2015).
De acordo com Darrigran & Mansur (2009), conclui-se que a população inicial do
mexilhão dourado incrementou sua densidade nos primeiros anos de invasão e, nos seguintes,
ampliou sua disseminação, que segue até o presente momento, sendo encontrado em alguns
países da América do Sul, como: Argentina, Uruguai, Paraguai, Brasil e Bolívia (Figura 1). A
Figura 1 apresenta os locais em que são encontrados os focos de mexilhão dourado na
América do Sul, segundo os dados da CBEIH (2020).
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2.1.2 O mexilhão dourado no Brasil
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Posteriormente à descoberta da espécie em Itaipu, a população de mexilhão dourado
avançou no sentido norte à montante rumo à Usina Hidrelétrica de Sérgio Motta em Porto
Primavera, na fronteira entre São Paulo e Mato Grosso do Sul (Darrigran & Mansur 2009).
De acordo com Avelar et al. (2004), as primeiras evidências do Limnoperna fortunei no
estado de São Paulo, foram em novembro de 2002, após coletas e estudos em uma localidade
do Rio Paranapanema, na convergência com o Rio Paraná, próxima à região de Rosana; sendo
que Darrigran & Mansur (2009) mencionam que em menos de dois anos, a contar do primeiro
registro em Itaipu, o molusco ocupou toda a represa (de uma extensão de 160 km), mais o
trajeto que sobe o Rio Paraná (com 230 km), até alcançar o estado de São Paulo, o que
abrange aproximadamente 390 km de distância à uma velocidade de 194 km/ano.
Conforme apontam Darrigran & Mansur (2009), foram localizados exemplares de
Limnoperna fortunei no ano de 2002, no posto hidrométrico Presidente Epitácio; em 2003 na
Usina São Simão-CEMIG (Rio Paranaíba), na distribuição mais ao norte dentro do Brasil e no
ano de 2004 foi registrada a presença de exemplares na eclusa da Usina Hidrelétrica
Engenheiro Souza Dias (Jupiá) em Minas Gerais (Rio Grande) e na comporta da Usina
Hidrelétrica de Ilha Solteira (SP/MG-Companhia CEMIG), percorrendo desde a represa de
Itaipu aproximadamente 640 km em aproximadamente quatro anos (a uma velocidade de 160
km/ano).
Provenientes da Bacia da Lagoa dos Patos, a dispersão da espécie atingiu afluentes do
Lago Guaíba, sendo encontrados no estado do Rio Grande do Sul, no alto rio Jacuí (que banha
o estado do Rio Grande do Sul e é responsável por 85% das águas que formam o lago
Guaíba); rio dos Sinos, rio Gravataí, rio Taquari e rio Caí (Mansur & Pereira, 2006). Entre os
anos de 2009 e 2013 foram desempenhados registros na Bacia do Rio Tramandaí, abrangendo
Itapeva (RS) e Lagoas Peixoto (RS) (IBAMA, 2018).
Ainda de acordo com o IBAMA (2018), entre os anos de 2001 e 2005 houve a
dispersão do mexilhão dourado ao longo do rio Paraná, atingindo vários reservatórios no
decurso deste rio e em 2004 rio Tietê, junto à represa de Barra Bonita, próximo à capital do
estado de São Paulo. Já, no período de 2011 e 2012, foi detectado no reservatório da Usina
Hidrelétrica de Furnas, no Rio Grande (Bacia Rio Paraná), em Minas Gerais e na UHE Barra
Grande, no Rio Pelotas (RS/SC) bacia Rio Uruguai. No ano de 2014, foi registrado na Usina
Hidrelétrica de Sobradinho no rio São Francisco, na região da Bahia.
Atualmente a espécie de Limnoperna fortunei já se encontra em várias usinas
hidrelétricas no Brasil, mais estritamente nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina,
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Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás e Bahia. De acordo com as
informações apresentadas pela base de dados do Centro de Bioengenharia de Espécies
Invasoras de Hidrelétricas (Cbeih, 2017), já foram descobertos registros do mexilhão dourado
em vinte e sete Unidades de Conservação Brasileiras, sendo nove situadas no Rio Grande do
Sul, duas em Santa Catarina, seis no Paraná, quatro no Estado de São Paulo, três no Mato
Grosso, duas no Mato Grosso do Sul e uma abrangendo áreas do Paraná, Mato Grosso do Sul
e São Paulo (IBAMA, 2018).
No Brasil, o Governo Federal definiu no seu Plano Plurianual a meta de “Controlar
três espécies exóticas invasoras, mitigando o impacto sobre a biodiversidade brasileira”. A
realização da meta abrange o desenvolvimento e implementação de planos de controle para
prevenção, detecção precoce, erradicação e monitoramento de espécies exóticas invasoras,
como o mexilhão dourado. Nesta perspectiva, o Ministério do Meio Ambiente, em conjunto
com o IBAMA e ICMBIO, está trabalhando no desenvolvimento e execução de Planos
Nacionais de Prevenção, Controle e Monitoramento no Brasil. (IBAMA, 2018).
O Brasil atende mais de 90% da sua população com energia elétrica, sendo que o
mesmo está entre os países que mais produzem a energia de maneira renovável. Segundo o
CBIE (2019), quase 70% da energia elétrica produzida no Brasil vem de estações geradoras
de energia hidráulica. Logicamente este fato se justifica devido à riqueza hídrica do país, que
vem a cada ano investindo mais em novas hidrelétricas.
Comumente chamada de Itaipu Binacional, a Usina Hidrelétrica de Itaipu localizada
no estado do Paraná é a maior usina hidrelétrica em geração de energia limpa e renovável,
sendo também a principal fornecedora de energia elétrica ao país, destinando hoje 15% de
toda energia produzida para o Brasil, haja vista que os 85% restante, são destinados ao
Paraguai. Em segundo lugar, vem a Usina de Belo Monte localizada no estado do Pará e
depois a Usina de São Luiz do Tapajós também localizada no estado do Pará, como as três
principais hidrelétricas fornecedoras de energia ao Brasil. (SHIMAKO, 2018).
Outras fontes fornecedoras de energia no país são advindas de fontes como Gás
Natural, Biomassas, Solar, Eólicas, Petróleo e derivados, Carvão mineral e nuclear. (BEN,
2018).
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2.2.1 Usinas Hidrelétricas (locais que têm mais problemas com a presença do
mexilhão)
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2.2.2 As consequências do Mexilhão dourado em Usinas Hidrelétricas no Brasil
Para a geração de energia elétrica por meio do processo hidráulico, são necessários
dois fatores essenciais: o primeiro é relacionado ao relevo, sendo preciso que haja um
desnível no terreno e em seguida, uma vazão grande do curso d’água no exato local onde a
usina geradora será implantada. Evidentemente deve-se avaliar a vazão dos afluentes, em
períodos de estiagem e período de cheia, a posição geográfica dos mesmos, como também o
fator climático da região. A junção desses dois fatores essenciais resulta em energia potencial
(movimento da água), que gera uma energia mecânica (movimento dos motores),
consequentemente gerando energia elétrica (geradores). Cada UHE possui seu arranjo
baseado no relevo local. (DINIZ, 2010).
O sistema hidráulico de uma usina hidrelétrica é composto basicamente pelos
seguintes componentes:
i) Barragens e vertedouros: parte a montante da usina hidrelétrica, onde as águas
do rio principal e seus afluentes são represados. Conseguindo assim controlar a inclinação
desejada e a vazão que será designada às turbinas. (DINIZ, 2010).
ii) Grades: estruturas que tem como função, filtrar grandes partículas, que
possuem excesso de vegetação, troncos e galhos de árvores que possam gerar danos nas
turbinas. (DINIZ, 2010).
iii) Sistemas adutores: estruturas que realizam a condução do fluxo de água
(vazão), que será turbinada. (DINIZ, 2010).
iv) Casas de força: Local onde ficam instalados turbinas, geradores,
transformadores, resfriadores e outros equipamentos elétricos e hidráulicos. (DINIZ, 2010).
v) Canais de fuga: estruturas que guiam a água turbinada para o leito do rio que
está a jusante da usina. (DINIZ, 2010).
Por ter característica séssil, o Mexilhão Dourado pode fixar em qualquer superfície
rígida e no caso das hidrelétricas, pode ser encontrado em todas as estruturas que ficam
submersas. Outra característica do mexilhão dourado é ser gregário, formando aglomerações
de indivíduos, fato esse que ocasiona os maiores problemas nas usinas hidrelétricas.
O primeiro lugar onde eles podem se fixar é nas grades, que ficam à jusante da
barragem. Com a aglomeração desordenada, os moluscos podem diminuir a vazão da água,
prejudicando a produção de energia. Porém, o maior contratempo, é quando chegam nas
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tubulações do sistema de resfriamento das turbinas. Com a obstrução das tubulações, ocorre o
superaquecimento das turbinas, o que ocasiona a parada da geração de energia. Já em usina de
menor porte, os mexilhões podem obstruir o interior da caixa espiral, que é responsável por
distribuir da mesma forma a água na entrada e saída da turbina. (FELIPPO, 2004). A Figura 2
demonstra nos itens A e B, a fixação do Limnoperna fortunei em uma escada metálica (peça
de uma usina hidrelétrica), em ângulos diferentes; além de apresentar em C e D, imagens da
população de mexilhão dourado incrustados sobre si mesmos, ilustrando as massas densas que
eles podem formar.
A B
C D
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3 METODOLOGIA
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Deve-se salientar que o intuito da pesquisa era que as amostras de mexilhão dourado fossem acondicionadas no
Centro Universitário UNA- Campus Bom Despacho, mas devido à pandemia de COVID- 19 e a suspensão das
aulas presenciais, foi necessário que a fase inicial dos estudos acontecesse na residência do aluno Jader.
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finalidade de coletar amostras do Mexilhão Dourado para a pesquisa em questão. Foram
coletadas quatro pedras retiradas do rio, onde se encontravam um total de 358 indivíduos
incrustados; sendo que, essas pedras foram armazenadas em uma caixa de isopor (20 litros) e
permaneceram submersas com a água retirada do próprio rio, durante a viagem que aconteceu
entre Barra Bonita-SP até Lagoa da Prata-MG, cidade de destino onde os mexilhões
permaneceram armazenados para estudo.
Além da água utilizada dentro da caixa de isopor, foram coletados mais 30 litros de
água, para a ambientação dos crustáceos, conforme orientação do biólogo Casali (2020) que
acompanha a pesquisa. No momento da coleta, a água se encontrava a uma temperatura de
26°C.
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água, os moluscos tiveram todos os nutrientes necessários para sua sobrevivência, conforme
foi especificado por Casali (2020)3.
O recipiente de teste foi limitado apenas a 100 litros de água, que é completado a cada
15 dias, devido à evaporação do líquido. Foi instalada uma bomba para oxigenação e
filtragem da água com capacidade de 180 l/h.
As peças utilizadas como base da pesquisa, foram chapas de metal com dimensões de
25x50cm que sofreram em suas superfícies o tratamento anticorrosivo e aplicação da pintura
anti-incrustante pela empresa Sangalli, especializada em tratamento de peças metálicas,
instalada na cidade de Arcos-MG, localizada no Centro-Oeste de Minas Gerais, com uma
população estimada de 40.092 habitantes conforme mencionou o IBGE em 2019.
As três chapas metálicas, fabricadas com o mesmo material (Aço fino à frio 18)
passaram por métodos de tratamentos diferentes, conforme demonstra a Figura 5, sendo que,
i) a primeira peça foi submetida apenas ao jateamento abrasivo padrão SA. 2 ½ , com o intuito
de limpar as impurezas da superfície metálica e conferir aderência à mesma (informação
verbal)4; ii) a segunda chapa sofreu o tratamento anticorrosivo e realização do jateamento
abrasivo padrão SA. 2 ½, sendo que em seguida foi coberta com a tinta Revran TLS 520 (tinta
convencional de fundo para estruturas metálicas e equipamentos em geral); iii) a terceira peça,
passou pelo jateamento abrasivo padrão SA. 2 ½ e posteriormente foi tratada em duas etapas
com os produtos anti-incrustantes da marca Nanoclean (feitos a base de sílica), sendo que
primeiramente foi utilizado uma demão do Nanoclean® Antifouling Fixador, que tem como
função preparar o substrato para posterior aplicação de três demãos do Nanoclean®
Antifouling Protetor (que impede a fixação do mexilhão dourado). Entre a aplicação das
demãos dos dois produtos, esperou-se o tempo de cura de 15 minutos entre elas, como
proposto pelo fabricante. A Figura 5 apresenta as três chapas metálicas (25x50 cm) após
serem submetidas aos tratamentos citados acima, sendo o mesmo feito pela empresa Sangalli.
3
Informação verbal
4
O jateamento abrasivo é um processo de limpeza das superfícies metálicas, que garante aderência às peças. O
grau de jateamento “SA 2.1/2” corresponde a um jato capaz de eliminar óxidos e partículas estranhas que
estejam presentes nas peças, de modo que a superfície fique livre dos resíduos visíveis. O processo de jateamento
abrasivo é feito com silicato de alumínio, por meio de ar comprimido, lançando o mesmo sobre a peça. O silicato
deve apresentar granulometria que confira à superfície o perfil de rugosidade adequado ao sistema de pintura.
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Figura 5: Peças metálicas tratadas, antes de serem imersas no tanque de pesquisa
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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
5
Informação verbal
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Figura 6: Pedras onde os mexilhões estão incrustados e quantificados
A B
358
Quantidade de indivíduos
292
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No dia 27/10/2020, após serem submetidas aos devidos tratamentos, as três chapas
metálicas foram inseridas na caixa d’ água juntamente com os exemplares de mexilhão
dourado coletados para utilização na pesquisa, sendo que no primeiro dia do experimento a
taxa de população de Limnoperna fortunei em todas as peças foi de 0 (zero) indivíduos por
m², conforme demonstra a Figura 8. Na imagem em questão, pode-se perceber a disposição
das placas no tanque de pesquisa, próximas às pedras que contêm as amostras incrustadas.
A Figura 9 demonstra as análises feitas nas três peças, cada qual com o devido
tratamento, identificando o aparecimento e fixação dos crustáceos conforme observação final.
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Figura 9: Chapas metálicas após análise final
Após observações feitas no dia 20/11/2020 notou-se que a peça metálica submetida à
aplicação da pintura anti-incrustante Nanoclean® Antifouling, não apresentava nenhum foco
de incrustação do mexilhão dourado, sendo então observada a ausência da espécie em sua
superfície. Em contrapartida, na chapa que sofreu apenas o jateamento abrasivo padrão SA. 2
½ foram detectados a presença de três indivíduos incrustados e na peça que foi tratada
somente com a camada de tinta convencional para estruturas metálicas (Revran TLS 520),
identificou-se a existência de apenas um exemplar de Limnoperna fortunei.
De acordo com a programação inicial da pesquisa, as amostras de mexilhão dourado
deveriam ter sido coletadas no mês de abril/2020, para que as chapas metálicas pudessem ser
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tratadas até maio/2020 e dessa maneira, permanecerem mais tempo imersas dentro do
reservatório para que os resultados fossem mais satisfatórios; mas, devido à pandemia de
COVID-19 e a suspensão das aulas presenciais, houve alguns atrasos em relação à solicitação
da tinta anti-incustante à empresa Nanoclean, além da demora no envio e entrega da mesma.
Contudo, só foi possível que a coleta dos moluscos fosse realizada em agosto/2020 e
posteriormente as chapas metálicas foram tratadas. Deve-se ressaltar que mesmo após a
finalização do Trabalho de Conclusão de Curso, as pesquisas e o estudo sobre o mexilhão
dourado irão continuar afim de que o artigo possa ser publicado, pois o tema é de extrema
importância no âmbito econômico e ambiental.
5 CONCLUSÕES
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REFERÊNCIAS
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23