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A NEGATIVAÇÃO INDEVIDA E A INDENIZAÇÃO POR DANO

MORAL

 Autor: Dr. Guilherme Pessoa Franco de Camargo

Escritório: Avenida Francisco Glicério, 1046, 8° andar, sala 86, Centro,


Campinas, SP.

Tel.: (19)3383-3279 / (19) 98125-1026

www.francodecamargo.com.br

e-mail: guilherme@francodecamargo.com.br

 
A inscrição e/ou manutenção irregulares em
cadastros de inadimplentes, através de órgãos de restrição ao crédito,
constituem a negativação indevida.
 
Os inadimplentes indevidamente negativados podem
ser vítima de erros cadastrais (cobrança de dívidas já pagas), informações
incorretas, golpe, fraudes (uso de dados pessoais ou clonagem de cartões de
crédito) e furtos perpetrados por terceiros.
 
As fraudes mais comuns ocorrem em bancos,
empresas de telefonia, empréstimo e lojas. Podem recair sobre compras de
produtos ou serviços.
 
A inclusão/cadastro do nome e do cadastro de
pessoas físicas - CPF no Estado de São Paulo ocorre em órgãos de proteção ao
crédito como o SCPC e SERASA

As restrições ao crédito impedem ou limitam o


acesso a empréstimos bancários, crediários em lojas, alugueis, etc. As
pontuações em sites do gênero são diminuídas drasticamente com tais
apontamentos.
 
É recomendável proceder a reclamação junto ao
PROCON, fazer o registro do ocorrido em caso de crime ou preservação de
direitos, através do Boletim de Ocorrência e até a sustação de cartões ou
cheques se necessário. E, que armazene provas documentais, como
comprovantes de pagamento, registro de ligações, negociações de dívidas (por
Whatsapp, e-mail e telefone).
 
Hoje é possível consultar gratuitamente através de
sites ou aplicativos, se o seu nome ou CPF estão “sujos” na praça.

Sobre tais apontamentos sem justa causa ou aviso


prévio, recai a possibilidade de reparação através de indenização por dano
moral.
 
O Código Civil ao tratar da obrigação de indenizar,
em seu artigo 927, assim determina:
 
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e
187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”.
 
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem,
ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
 
“Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um
direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu
fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.”
 
Existe presunção de dano nesse casos.
Dano Moral in re ipsa. E, quando se aplicar o Código de Defesa do
Consumidor – CDC, o ônus da prova é invertido.
 
Quando presentes os elementos autorizativos, os
magistrados podem conceder medidas liminares para exclusão do débito
indevido de tais sistemas cadastrais.
 
Caso já tenha algum histórico de negativação, ainda
se entende possível o pedido de dano moral, se no período da inscrição, não
existirem outras negativações pendentes de quitação/pagamento. O valor da
indenização pode ser menor nesses casos. Trata-se de uma flexibilização à
Súmula 385 do STJ.
 
A cobrança de dívida prescrita há mais de 5 (cinco)
anos pode ser analisada perante o Poder Judiciário.
 
Também há casos onde se existia uma dívida
negativada, contudo, após o pagamento integral, a restrição continua nos
sistemas de proteção creditícia,  sendo possível requerer a indenização, caso
haja demora para exclusão.
 
Os valores relacionados a indenização por dano
moral são arbitrados subjetivamente, assim, não existem critérios fixos, mas no
Estado de São Paulo e na cidade de Campinas, os patamares indenizatórios
giram em torno de 5 mil a 15 mil reais. Existem precedentes com valores
maiores, ligados a abalos em contas ou créditos de empresas/pessoas jurídicas
e empresários. Valores geralmente menores nos casos de manutenção indevida
da restrição ou em caso de histórico de negativações.
 
Por fim, às dívidas indevidamente negativadas ou
mantidas dessa forma, podem ser reapreciadas pelo Poder Judiciário e se
declaradas inexigíveis, são passíveis de indenização por dano moral.
 
 
________________________
Fontes:
 
Código Civil
Código de Defesa do Consumidor

____________________________
Informações para a Imprensa:
 

Guilherme Pessoa Franco de Camargo é advogado do escritório Franco de


Camargo & Advocacia e Consultoria, atuante nas áreas de Direito do
Consumidor, Bancário e Civil.

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Campinas, SP.

 
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