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Texto para Leitura e Discussao USO DA ILP
Texto para Leitura e Discussao USO DA ILP
Texto para Leitura e Discussao USO DA ILP
Ademir Hugo Zimmer1, Roberto Giolo de Almeida2, Lourival Vilela3, Manuel Claudio Motta
Macedo4, Armindo Neivo Kichel5
1 - Introdução
A integração lavoura-pecuária é uma atividade realizada pelo homem desde os
primórdios da agricultura, muitas vezes em situações de conflitos por interesses divergentes,
mas quando feita de modo racional, resultava em aumentos de produção por unidade de área
bem como em benefícios ambientais.
Na Europa, desde a idade média, foram utilizadas diversas formas de plantios
associados entre culturas anuais e perenes ou ainda frutíferas ou florestais (Dupraz & Liagre,
2008). Estes conhecimentos foram trazidos ao Brasil pelos imigrantes europeus que
desenvolveram sistemas adaptados às nossas condições, especialmente na Região Sul do País.
Muitas áreas de pastagens no Brasil foram estabelecidas em sucessão ou em consórcio
com culturas anuais. Nas décadas de 1930 e 1940, segundo Rocha (1988), o processo de
abertura de novas áreas consistia na derrubada da floresta ou cerrado e, após um ou dois anos
de cultivos anuais, era feita a semeadura da forrageira junto com a cultura, ou após esta. Este
processo foi intensificado a partir das décadas de 1960 e 1970, com a abertura de novas áreas
nas Regiões Sul, Sudeste e, principalmente, Centro-Oeste (Cerrados), onde estas atividades
foram estimuladas por programas de crédito especiais e incentivos fiscais. Grande parte das
áreas de braquiárias no Brasil, e mais especialmente na Região dos Cerrados, foram
estabelecidas com culturas anuais após um ou mais anos de cultivo, geralmente, o arroz de
sequeiro (Kornelius et al., 1979). Ainda na década de 1970, diversos trabalhos foram realizados
avaliando o estabelecimento de braquiária com arroz; Kornelius et al. (1979) avaliaram
diversos métodos de semeadura simultânea de forrageiras com arroz, para formação de
pastagens nos Cerrados.
A substituição de pastagens nativas por pastagens cultivadas, a partir da década de
1970, foi de grande importância, especialmente no bioma Cerrado, fato que possibilitou um
grande crescimento no rebanho, com reflexos positivos na produção de carne e leite. No
1
Engº.-agrônomo, D.Sc., pesquisador da Embrapa Gado de Corte. zimmer@cnpgc.embrapa.br
2
Engº.-agrônomo, D.Sc., pesquisador da Embrapa Gado de Corte. robertogiolo@cnpgc.embrapa.br
3
Engº.-agrônomo, M.Sc., pesquisador da Embrapa Cerrados. vilela@cpac.embrapa.br
4
Engº.-agrônomo, Ph.D., pesquisador da Embrapa Gado de Corte. Bolsista/CNPq. macedo@cnpgc.embrapa.br
5
Engº.-agrônomo, M.Sc., pesquisador da Embrapa Gado de Corte. armindo@cnpgc.embrapa.br
1
período de 1970 a 2010, a área total de pastagens cultivadas no Brasil cresceu 12%, enquanto
que o rebanho cresceu 215% e a produção de carne cerca de 440%. As pastagens cultivadas,
em sua grande maioria, foram estabelecidas em solos ácidos e de baixa fertilidade, deficientes,
principalmente, em fósforo, cálcio e magnésio. Em muitas situações, os solos utilizados eram
marginais e até inadequados para uso agrícola (Zimmer et al., 2011b).
Dos 173 milhões de hectares de pastagens no Brasil, 117 milhões de hectares são de
pastagens cultivadas, com uma lotação média de 1,0 animal/ha. Estima-se que mais de 70% das
pastagens cultivadas encontra-se em algum estádio de degradação, sendo que destas, uma
grande parte em estágios avançados de degradação. A proporção de pastagens em condições
ótimas ou adequadas não deve ser superior a 20%. Das áreas com pastagens cultivadas, mais de
70% foram formadas com forrageiras do gênero Brachiaria, o que permite inferir que mais de
80 milhões de hectares são de pastagens dessa espécie. Dentre estas, 90% da área é ocupada
por duas espécies: B. brizantha e B. decumbens. Para B. brizantha, a predominância é da
cultivar Marandu e, mais recentemente, foram lançadas as cultivares Xaraés e Piatã (Zimmer et
al., 2011b).
A partir da década de 1980, a degradação de muitas áreas de pastagens cultivadas
passou a ser preocupação de produtores, técnicos e governo. Desde então, tem havido o
interesse em recuperar estas pastagens com cultivos anuais, com estudos demonstrando
resultados promissores, mas ainda com uma utilização restrita entre os produtores.
A degradação das pastagens é definida por Macedo & Zimmer (1993) como: “um
processo evolutivo da perda do vigor, de produtividade, da capacidade de recuperação natural
das pastagens para sustentar os níveis de produção e a qualidade exigida pelos animais, bem
como o de superar os efeitos nocivos de pragas, doenças e invasoras, culminando com a
degradação avançada dos recursos naturais em razão de manejos inadequados”.
Considerando-se que a produção animal no Brasil é realizada essencialmente em pasto,
pondera-se que a degradação das pastagens é um dos maiores problemas da pecuária brasileira,
refletindo diretamente na sustentabilidade do sistema produtivo. Levando-se em conta apenas a
fase de engorda de bovinos, a produtividade de carne de uma pastagem degradada está em
torno de 2 arrobas/ha/ano, enquanto que numa pastagem recuperada e bem manejada pode-se
atingir, em média, 12 arrobas/ha/ano. Ainda mais agravantes são as consequências ambientais
da degradação das pastagens, com impactos que atingem os solos, os recursos hídricos e a
atmosfera, com o aumento das emissões de gases de efeito estufa por unidade de produto.
2
Se por um lado as pastagens cultivadas permitiram um aumento na produtividade de
carne e leite por área, o sistema solo-planta-animal também passou a ser mais exigido. Estas
pastagens, infelizmente, em grandes áreas, têm sido implantadas inadequadamente e são
manejadas de forma extrativista, o que acelera a degradação das mesmas. Os principais fatores
envolvidos neste processo, em ordem de importância, na maioria dos casos são:
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gramíneas proporcionam melhor cobertura do solo e as suas palhadas permanecem mais tempo
no campo do que as de outras espécies. Além disto, possibilitam pastejos durante o período
seco, com bom desempenho animal durante esta época crítica de oferta de forragem.
Além da redução do custo para retomar a produtividade das pastagens na propriedade,
os benefícios potenciais da ILP são muito mais amplos para o sistema de produção. No tocante
às propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, Vilela et al. (2001) destacam as
seguintes vantagens:
- Incremento da fertilidade do solo, com fixação biológica do nitrogênio pelas
leguminosas;
- Incorporação de nitrogênio, fósforo e enxofre na matéria orgânica ativa do solo e
aumento da atividade biológica, especialmente no subsolo, em razão da penetração profunda
das raízes de espécies perenes e tolerantes à acidez;
- Aumento na eficiência de reciclagem de nutrientes, pela capacidade de gramíneas
tropicais aproveitarem os resíduos de fertilizantes deixados pelos cultivos anuais;
- Melhoria das condições físicas do solo pelo efeito aglutinante da matéria orgânica do
solo, que quando bem manejada, proporciona cobertura constante do solo, reduzindo a
ocorrência de erosão a níveis insignificantes;
- Incremento da microflora e microfauna no horizonte superficial do solo;
- Controle de plantas daninhas, principalmente as anuais, e quebra do ciclo de pragas e
microrganismos patogênicos.
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Por outro lado, as forrageiras subtropicais e temperadas, normalmente, exigem solos
com melhor fertilidade, apresentam menor produtividade de biomassa e se prestam mais a
cultivos de sucessão, especialmente, com culturas anuais.
Para os sistemas de produção em áreas de cerrado e em outras regiões mais quentes, as
forrageiras do gênero Brachiaria têm apresentado bons resultados na ILP. As de uso mais
comum são: Brachiaria ruziziensis cv. Kennedy, B. decumbens cv. Basilisk, B. brizantha cvs.
Marandu, Xaraés e BRS Piatã. Já as cultivares B. humidicola, por apresentarem
estabelecimento lento e qualidade de forragem inferior, raramente são utilizadas, sendo que em
algumas condições são semeadas em cultivos com arroz.
As braquiárias se caracterizam por sua rusticidade e adaptação a solos de baixa
fertilidade e ácidos, entretanto, respondem bem a melhorias na fertilidade do solo e, portanto,
apresentam altas produções em áreas com cultivos anuais.
Além de serem facilmente estabelecidas com culturas anuais, apresentam boa
competição com plantas daninhas e têm efeito no controle de algumas pragas e doenças em
cultivos com milho, soja e feijão. Pelo porte mais baixo, são de manejo mais fácil, tanto para
pastejo quanto para dessecação e plantio direto das culturas em sucessão (Zimmer et al.,
2007a). Prestam-se para todas as fases da criação, mas, em ILP, com o cultivo em solos férteis,
apresentam melhor qualidade e proporcionam resultados satisfatórios na recria e engorda de
bovinos de corte e produção de leite (Zimmer et al., 2007c).
As cultivares de P. maximum, segundo Zimmer et al. (2007c), são altamente produtivas
e exigentes em solo e proporcionam bons ganhos de peso. São adaptadas a solos bem drenados
e exigentes em altas temperaturas, mais de 30°C, repercutindo em altas produções de forragem
de boa qualidade. Prestam-se para todas as fases da criação, mas são mais indicadas na recria e
engorda de bovinos e produção de leite. São facilmente estabelecidas em consórcio ou sucessão
de culturas anuais, entretanto, apresentam maior competição com culturas como milho e sorgo,
sendo necessária a aplicação de herbicidas que reduzam o seu crescimento na fase inicial da
cultura. São de manejo mais difícil e, na ILP, devem ser utilizadas, preferencialmente, em
pastejo por dois ou mais anos antes do retorno da cultura de grãos. Neste caso, é necessário
ajustar o manejo de forma a ter um relvado apropriado para dessecação e plantio da cultura
anual subsequente.
Do gênero Andropogon, são utilizadas duas cultivares, Planaltina e Baeti. Ambas são
tolerantes à seca e altamente resistentes às cigarrinhas, mas são atacadas por formigas. São
utilizadas nas fases de cria, recria e engorda e o seu cultivo é mais comum nos estados de Goiás
e Tocantins. Esta espécie, dentre as forrageiras mais comuns, é a que mais se presta para
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consorciações com leguminosas. Por ter crescimento inicial lento, não compete com culturas
anuais e pode ser estabelecida com milho e arroz, mas raramente é utilizada em ILP.
As diversas cultivares do gênero Cynodon são exigentes em solos de boa fertilidade e se
caracterizam por serem mais adaptadas às condições mais frias. Produzem forragem de boa
qualidade e são mais utilizadas para desmama de bezerros e engorda. Também, são muito
utilizadas para produção de leite e para equinos. Estas podem ser estabelecidas por mudas nas
entrelinhas da cultura do milho ou em sucessão a esta ou outras culturas.
O gênero Paspalum apresenta diversas espécies presentes nas pastagens naturais. Entre
as forrageiras cultivadas, destacam-se a Pensacola, mais comum no Sul do Brasil.
No caso de leguminosas forrageiras tropicais, poucas cultivares são disponíveis no
mercado atualmente (Zimmer et al., 2007c) e têm potencial para utilização em ILP ou iLPF.
O estilosantes-campo-grande (Stylosanthes spp.) e o calopogônio (Calopogonium
mucunoides) são forrageiras adaptadas a solos de baixa fertilidade, mas respondem à calagem e
adubação e apresentam boa adaptação a solos arenosos e de textura média. Consorciam-se bem
com Brachiaria decumbens, Andropogon gayanus e, em algumas situações, com B. brizantha
(Embrapa Gado de Corte, 2007). Estas leguminosas têm potencial para utilização em iLPF
(Zimmer et al., 2011a) mas necessitam de mais estudos para esta finalidade, pois alguns
trabalhos têm mostrado o potencial destas espécies no controle de nematóides da soja e milho.
Estas já são utilizadas como plantas de cobertura em cultivos de sucessão e em pomares e
plantios florestais.
A soja-perene (Neonotonia whightii) já foi mais utilizada na década de 1970, em
consórcio com o capim-colonião. Atualmente, encontra-se no mercado a cv. Comum. Essa
espécie requer solos férteis e consorcia-se bem com gramíneas, pode ser cultivada com a
cultura do milho e produz boa massa de forragem (Zimmer et al., 2011a), mas necessita estudos
quanto à tolerância à ferrugem asiática.
As três cultivares de amendoim-forrageiro (Arachis pintoi) disponíveis no mercado são:
Amarillo (MG 100, no Brasil), Belmonte e Alqueire. Apresentam bom potencial para utilização
em iLPF, consorciam-se bem com diversas gramíneas e são adaptadas a solos mais úmidos e a
regiões com maior precipitação e com períodos secos curtos, como o sul da Bahia e áreas da
Amazônia. Com boa tolerância ao sombreamento, podem ser estabelecidas por mudas nas
entrelinhas do milho ou ainda como plantas de cobertura em pomares e plantios florestais, onde
podem ser pastejadas por ovinos e bovinos.
Das forrageiras arbustivas, o guandu (Cajanus cajan) e a leucena (Leucaena
leucocephala) apresentam bom potencial para utilização em iLPF, especialmente, em pequenas
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propriedades, pelo seu potencial de produção de forragem para corte ou como banco de
proteína. Pelas altas produções, proporcionam melhorara nas condições de solo e têm potencial
para cultivo em consórcio com culturas anuais.
O guandu tem adaptação a solos idêntica ao estilosantes e calopogônio. Sempre foi mais
utilizado como banco de proteína e, atualmente, vem sendo utilizado na recuperação de
pastagens degradadas de gramíneas, onde pode ser estabelecido em monocultivos ou em
consórcio com culturas anuais (Balbino et al., 2011; Zimmer et al., 2011a). São utilizadas
diversas cultivares, entretanto, a mais comumente usada é a cv. Super N, de porte mais baixo, e
a cv. BRS Mandarim, lançada pela Embrapa em 2008. Esta última tem como destaque a alta
produtividade de forragem, boa retenção de folhas no inverno, baixo teor de taninos, facilidade
de implantação, alto teor protéico das folhas (até 20%), boa digestibilidade e sistema radicular
profundo e pivotante (Godoy & Menezes, 2008).
A leucena, outra opção de forrageira arbustiva, é mais utilizada como banco de proteína.
Esta leguminosa requer solos férteis e profundos e, por sua longevidade, favorece o plantio de
culturas anuais nas entrelinhas, como milho, feijão, arroz, etc., quando cultivada em
espaçamentos mais largos. Devido a sua alta palatabilidade, não tolera pastejo contínuo.
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3.1 - Profundidade de semeadura
A capacidade de emergir, a partir de semeaduras mais profundas, é uma característica
importante das forrageiras tropicais, pois favorece a germinação e o estabelecimento,
especialmente, as forrageiras dos gêneros Brachiaria e Panicum, como determinado por
Zimmer et al. (1992). Esta característica possibilita a semeadura conjunta com culturas anuais,
na mesma linha ou em linhas adicionais, ou ainda em mistura com o adubo destinado à cultura,
tanto em plantio convencional como em PD. Isto pode ser verificado na Tabela 1, em que
semeaduras a profundidades de 2 cm a 6 cm resultaram em melhor estabelecimento, mas
profundidades maiores ainda possibilitaram o estabelecimento de braquiárias.
Pode-se verificar que as forrageiras do gênero Panicum (cvs. Massai e Tanzânia) têm
comportamento distinto da B. brizantha cv. Xaraés (Tabela 1), com relação à eficiência de
germinação e estabelecimento em condições de semeadura em campo. Verifica-se que,
independente das condições, o capim-massai e o capim-tanzânia apresentaram melhor
estabelecimento nas profundidades de 2 cm a 6 cm, sendo que o número de plantas
estabelecidas foi cerca de 10 vezes maior do que na semeadura superficial com compactação,
em um Latossolo com cerca de 50% de argila. Para o capim-xaraés, as melhores profundidades
variaram de 2 cm a 8 cm, com 8 a 10 vezes mais plantas estabelecidas do que na semeadura
superficial; ainda nesta cultivar, mesmo na semeadura a 10 cm de profundidade, o
estabelecimento foi muito superior ao observado na semeadura superficial. Importante salientar
que estas semeaduras foram realizadas em épocas distintas e as condições climáticas foram
diferentes, especialmente, quanto à precipitação.
De uma maneira geral, observou-se, ao longo dos anos, em diversos testes, que para
forrageiras do gênero Panicum, 10 a 20% das sementes puras viáveis se estabelecem e, para
forrageiras do gênero Brachiaria, este valor é da ordem de 40 a 50%, por serem sementes
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maiores e com mais reservas. Estas últimas também conseguem germinar em profundidades
maiores (Zimmer et al., 2007a).
3.2 - Mistura com fertilizantes
Esta capacidade de emergir de maiores profundidades também possibilita que as
sementes de forrageiras tropicais possam ser misturadas com fertilizantes. Bacchi (1974)
observou que sementes de capim-colonião (Panicum maximum Jacq.) misturadas com
superfosfato simples, na proporção de 1:25 (semente:adubo), e semeadas no dia em que foi
feita a mistura, tiveram uma germinação de 63%; quando armazenadas por 20 dias, a
germinação foi reduzida para 13%. O autor observou que a semeadura com ou sem
superfosfato não afetou a germinação do capim-colonião.
Mateus et al. (2007) observaram que o armazenamento de sementes de capim-marandu
com diversos fertilizantes, por até 96 horas, teve pouco efeito sobre a emergência de plântulas,
em ensaio em vasos com solo argiloso. Somente a uréia apresentou uma redução significativa
na emergência, após um armazenamento de 48 horas.
3.3 - Competição com as culturas
Um aspecto importante que fortalece o cultivo consorciado de lavouras anuais e
gramíneas forrageiras perenes é o fato de que estas últimas apresentam lento acúmulo de
biomassa até, aproximadamente, 50 dias após a emergência, período em que as culturas anuais
sofrem maior interferência por competição (Cobucci & Portela, 2003). Mas como forma de
amenizar a competição, pode-se aplicar herbicidas para reduzir o crescimento das forrageiras,
como nicosulfuron, na dosagem de 8 a 12 g/ha.
3.4 - Tolerância ao sombreamento
As forrageiras dos gêneros Panicum e Brachiaria mais utilizadas no Brasil têm boa
tolerância ao sombreamento, pois mesmo com até 50% de interceptação da luz solar não ocorre
redução significativa da sua taxa de crescimento (Carvalho et al., 1997; Laura et al., 2006).
Assim, mesmo com o sombreamento imposto pela cultura, estas forrageiras persistem com
porte reduzido e aceleram o seu crescimento a partir da maturação e colheita da cultura.
3.5 - Competição com plantas daninhas
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de 2.000 kg/ha de grãos com a presença das invasoras, em relação ao milho capinado, que
produziu cerca de 7.000 kg/ha. Nos consórcios com as forrageiras, B. decumbens, B. brizantha
e P. maximum, as produções foram de 4.000 a 5.000 kg/ha, ficando evidente a supressão das
invasoras pelas forrageiras estudadas, porém, de forma mais marcante com B. brizantha que,
aos 60 dias, apresentava número de plantas invasoras cerca de 90% menor do que a área sem
controle.
Este efeito não ocorre somente em cultivos consorciados, mas pode ser mais marcante
no cultivo subsequente, no plantio sobre a pastagem. Na Tabela 2, pode-se observar redução de
80% a 90% na densidade de invasoras na cultura da soja, em áreas anteriormente cultivadas
com milho safrinha consorciado com gramíneas forrageiras, em relação a áreas anteriormente
cultivadas com milho em monocultivo. As quantidades de palha e produções de soja também
foram favorecidas em áreas com palhadas de consórcios do que em áreas com milho em
monocultivo.
3.6 - Dessecação
Quando o objetivo da semeadura de forrageiras perenes for o de cobertura do solo,
poderá haver um excesso de produção de fitomassa, caso as condições sejam favoráveis. Neste
caso, o plantio da cultura subsequente é dificultado, sendo necessário o pastejo, ou a roçada, ou
a aplicação de herbicida dessecante com 30 a 40 dias de antecedência do plantio. Isto ocorre
com forrageiras como B. decumbens, B. brizantha e P. maximum cv. Tanzânia, para as quais a
dose de glyphosate deve ser de 4 a 5 L/ha (360 g de i.a./L). Para B. humidicola, Paspalum
notatum e P. maximum cv. Mombaça, a dose de glyphosate deve ser de 5 a 6 L/ha (Embrapa,
2007).
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Diversos trabalhos demonstraram diferenças entre forrageiras quanto à facilidade para
dessecação, como observado por Almeida et al. (2009), que verificaram não haver diferença na
produção de palhada entre sete braquiárias (Brachiaria brizantha cv. BRS Piatã, B. brizantha
acesso B-6, B. brizantha cv. Arapoty, B. brizantha cv. Xaraés, B. brizantha cv. Marandu, B.
decumbens cv. Basilisk e B. ruziziensis). Entretanto, os capins ruziziensis e decumbens
apresentaram maior cobertura do solo do que os demais. Quanto à dessecação, utilizando uma
escala de 1 (ausência) a 5 (controle total), os autores observaram que o capim-ruziziensis
apresentou maior índice de dessecação (ID = 5), seguido pelo capim-marandu (ID = 4,3), sendo
que e as demais apresentaram maior limitação para dessecação e não diferiram entre si, com ID
variando de 3,7 a 4,0.
Estas características fazem do capim-ruziziensis o mais utilizado para produção de
palhada em SPD (Ceccon, 2008), porém, com limitações para uso como forrageira, em virtude
da menor capacidade de acúmulo de lâminas foliares, além de ser mais suscetível a danos por
cigarrinhas, se for utilizada em pastejo por várias estações.
3.7 - Produção e persistência da palhada
A quantidade de palhada não deve ser excessiva de modo que possa prejudicar a
semeadura subsequente, mas é importante que a quantidade seja suficiente para proteger o solo,
evitando o escorrimento de água e a erosão. Na Tabela 2, pode-se verificar que as quantidades
de palha residual para PD foram de cerca de 8 t/ha nos consórcios do milho com forrageiras e
cerca de 4 t/ha para o milho em monocultivo. Estas maiores quantidades de palha não causaram
problemas na semeadura da soja, pelo contrário, resultaram em maior população de plantas de
soja e menos plantas daninhas e, consequentemente, proporcionaram um incremento em
produtividade de 5 a 10 sacas/ha. Importante destacar que houve deficiência hídrica no início
de germinação da soja e após a floração.
3. 8 - Controle de pragas e doenças do solo
A ILP, com a introdução de pastagens em sistemas de produção de grãos, pode,
efetivamente, contribuir para reduzir a incidência de pragas e doenças.
O cultivo de feijão sobre palhada de milho com capim-marandu da estação anterior foi
mais efetivo no controle do mofo branco do que duas aplicações de fungicida (Costa & Rava
2003).
As forrageiras B. brizantha, B. decumbens e três cultivares de P. maximum, foram
efetivas no controle dos nematóides Meloidogine incognita e M. javanica, causadores de sérios
problemas na cultura da soja (Dias-Arieira et al., 2003).
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São poucos os estudos sobre pragas em iLP e as informações são controversas. Segundo
Assis Junior e Silveira, 2010, consorciações de espécies diferentes, supostamente, fornecem
condições mais favoráveis aos inimigos naturais das pragas. Por outro lado podem favorecer a
presença de certas pragas como percevejos, que podem estender o seu ciclo de vida, da cultura
da soja para a pastagem, potencializando o dano. Algumas lagartas também têm como
hospedeiros comuns a soja, o milho, e pastagens.
4 - Sistemas de produção
Os sistemas de produção a serem utilizados dependem do foco de produção e objetivos
da propriedade, e diversos modelos básicos de organização da produção podem ser
empregados:
a) Sistemas de produção de carne ou leite, sem interesse pela produção de grãos ou
forragem conservada, por falta de equipamentos: tendem a utilizar cultivos anuais como, aveia,
azevém, milheto ou sorgo para pastejo, sendo que as forrageiras, geralmente, dos gêneros
Panicum, Brachiaria e Cynodon, podem ser implantadas em consórcio ou sucessão a estes
cultivos.
b) Sistemas de produção de carne ou leite com as mesmas atividades do item anterior,
mas com objetivo de produção de forragem conservada, como feno e silagem: neste caso,
poderiam ser agregadas as culturas do milho e sorgo silageiro e granífero; também, poderiam
ser adicionados cultivos de forrageiras para fenação como alfafa, aveia, azevém, bem como,
forrageiras tropicais para esta finalidade.
c) Sistemas de produção de carne e/ou leite associados à produção de grãos, em
sistemas mais complexos, onde a prioridade ainda seria a produção de carne ou leite: podem ser
utilizadas as mesmas culturas e forrageiras do sistema anterior, e outras como a soja,
objetivando a produção de feno, silagem ou grãos, também destinados à produção animal ou
para comercialização.
d) Sistemas de produção com objetivo principal na produção de grãos, mas que mantém
parte da propriedade destinada à pecuária: neste caso, englobaria algum dos sistemas
anteriores, com o estabelecimento de forrageiras em consórcio ou em sucessão, objetivando a
produção animal, complementar à produção de grãos. Estes sistemas também teriam como
objetivo, a produção de palha para o plantio direto e melhora das condições de solo para as
culturas anuais e, em menor escala, de forragem para a produção animal.
e) Sistemas de produção com objetivo somente na produção de grãos: neste caso, as
forrageiras são estabelecidas em consórcio ou em sucessão às culturas anuais, somente com o
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objetivo de produção de palha para o plantio direto e melhora das condições de solo,
caracterizando um sistema de integração lavoura-pasto, que não se enquadra na ILP, por não
apresentar o componente “pecuária”.
f) Sistemas silvipastoris: estes sistemas envolvem a produção de carne e/ou leite, com o
acréscimo do componente arbóreo, visando a melhoria do bem-estar animal, além da produção
de carvão, madeira, frutas, etc.
g) Sistemas agrossilvipastoris: estes sistemas envolvem a produção carne e/ou leite, de
grãos e florestal, em arranjos mais complexos.
Estes sistemas são básicos e podem ser desenvolvidos em diversas variações, conforme
as condições edafoclimáticas, de infraestrutura e mercadológicas, e com os objetivos da
produção.
O manejo das culturas de grãos na integração lavoura-pecuária, basicamente, envolve os
mesmos procedimentos do plantio convencional ou PD, com algumas variantes em função do
sistema de produção adotado. O convencional é mais utilizado na fase inicial, na recuperação
da pastagem degradada ou em áreas agrícolas novas, objetivando a incorporação de corretivos e
fertilizantes e uma melhor sistematização do solo. Já o PD passa a ser mais interessante após a
correção do perfil do solo, tendo em vista os benefícios que proporciona, além do mais, tanto as
culturas anuais como as forrageiras podem ser estabelecidas neste sistema de plantio, conforme
Zimmer et al. (2007b).
Diversas culturas são utilizadas na região dos Cerrados, como aveia, milheto, sorgo,
milho, soja, algodão, feijão, trigo e, mais recentemente, a cana-de-açúcar. Mas as de maior
destaque são a soja e o milho, pela área plantada, produção e importância econômica (Zimmer
et al., 2007b).
Os sistemas de pastejo a serem utilizados podem ser: pastejo contínuo ou pastejo
rotacionado, este último, desde que a infraestrutura seja adequada, com cercas e aguadas.
Quanto ao período e época de utilização da pastagem, são possíveis muitas variantes,
desde algumas semanas a alguns meses, com forrageiras anuais ou perenes, com finalidade de
engorda (terminação) de animais ou produção de leite. Neste caso, o objetivo principal é a
alimentação de animais nos períodos críticos de produção de forragem (p.e., estação seca) e,
também, para obtenção de palhada para a cultura subsequente, em PD.
A utilização por diversas estações, com forrageiras perenes em sucessão a culturas de
verão, pode ocorrer em ciclos mais curtos, de cerca de 18 meses, ou em ciclos mais
prolongados, como 36 ou 48 meses, conforme o sistema de rotação a ser adotado. Cabe ainda a
conjugação de um ou mais destes sistemas na mesma propriedade.
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Complementando a utilização das pastagens, a ILP possibilita, com maior facilidade, a
produção e utilização de silagens, fenos, grãos de milho e sorgo, co-produtos da pré-limpeza de
grãos, dentre outros, para a suplementação animal em pasto ou mesmo em confinamento, para
terminação de animais.
A adoção da ILP em regiões tradicionais de pecuária, além de estimular a produção de
grãos e aumentar a produtividade de carne e leite, abre grandes perspectivas para o
desenvolvimento da avicultura e suinocultura, bem como uma série de outras atividades
agroindustriais e o comércio.
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Tabela 3. Capacidade de suporte e desempenho de bovinos recriados, no período de 9 aos 24
meses de idade, em pastagens renovadas com diferentes estratégias e submetidas a
uma pressão de pastejo de 7% em pastejo rotacionado, em um solo arenoso no
Município de Brasilândia, MS
Lotação (UA/ha)5 Ganho de peso Produtividade
Estratégia de renovação
Chuvas Seca (g/animal/dia)6 (@/ha/ano)
Milho1 3,04 0,83 443 a 22,3
Arroz2 2,79 0,83 434 a 19,8
Renovação com adubação3 2,55 0,80 467 a 19,9
Pastagem em degradação4 1,20 0,60 211 b 3,4
1
Calagem e adubação: 3,0 t/ha de calcário, 454 kg/ha da fórmula 04-30-16, 39 kg/ha de FTE BR 12, 32 kg/ha de
sulfato de zinco e 250 kg/ha de sulfato de amônia em cobertura. 2 Calagem e adubação: 2,0 t/ha de calcário, 300
kg/ha da fórmula 04-30-16, 30 kg/ha de FTE BR 12, 20 kg/ha de sulfato de zinco, 100 kg/ha de sulfato de amônia
e 50 kg/ha de KCl em cobertura. 3 Calagem e adubação: 1,4 t/ha de calcário e 165 kg/ha de superfosfato simples. 4
Sob o manejo da fazenda (pastejo contínuo sem ajuste de oferta). 5 UA = 450 kg de peso vivo. 6
Valores
seguidos de mesma letra não diferem pelo teste t (P>0,01).
Fonte: Adaptado de Barcellos et al. (1999).
Macedo et al. (2007) obtiveram incrementos substancias no ganho animal com a ILP, na
rotação de soja com capim-tanzânia ou de soja/milho (safra/safrinha) com capim-marandu, em
relação às pastagens recuperadas com adubação e com adubação + leguminosas, tendo a
pastagem degradada após 11 anos como testemunha (Tabela 4).
15
Tabela 4. Produção animal em sistemas tradicionais de pastejo contínuo, sistemas de ILP e
pastagem degradada na região dos Cerrados, Campo Grande, MS
1
Sistemas: (1) Pasto contínuo sem adubação de manutenção; (2) Pasto contínuo com adubação de
manutenção a cada dois anos; (3) Pasto contínuo com adubação de manutenção a cada dois anos +
leguminosas; (4) Soja por 4 anos seguida de pastagem de capim-tanzânia por 4 anos; (5) Soja na safra e
milho na safrinha por 1 ano seguidos de capim-marandu por 3 anos; (6) Pastagem degradada, com 32
anos de implantação. 2 Valores entre parênteses: número de anos da cultura ou pastagem.
Fonte: Macedo & Zimmer (2007).
16
resultado foi viabilizado pela antecipação na utilização da pastagem consorciada, permitindo
um ciclo de pastejo de 104 dias, enquanto a pastagem exclusiva permitiu apenas 72 dias de
utilização.
Tabela 5. Massa seca (MS), taxa de lotação e desempenho animal em pastagens renovadas por
meio de plantio direto dos capins Brachiaria brizantha cv. Marandu e Panicum
maximum cv. Mombaça, associados ou não a sorgo pastejo, em pastagem degradada
de Brachiaria ruziziensis
MS Taxa de Ganho de peso
Alternativas de renovação de
(kg/ha) lotação
pastagem (g/animal/dia) (@/ha/período)1
(UA/ha)
Brachiaria ruziziensis2 3.018 1,3 472 b 4,5
Plantio direto de sorgo pastejo + P. 7.020 3,0 596 b 9,1
maximum cv. Mombaça
Plantio direto de sorgo pastejo + B. 5.850 2,5 762 a 10
brizantha cv. Marandu
Plantio direto de P. maximum cv. 4.680 2,0 772 a 4
Mombaça
1
O período de pastejo foi de 11/04/2001 a 24/07/2001 (104 dias), exceto para o capim-mombaça
exclusivo, que foi de 16/05/2001 a 24/07/2001 (72 dias). 2 Pastagem original recuperada por meio de
manejo: ajuste de oferta e lotação rotacionada. Médias na mesma coluna, seguidas de letras iguais, não
diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Fonte: Adaptado de Fernandes et al. (2004).
17
em pastagens de braquiárias estabelecidas em consórcio com milho (1ª safra). Durante 134 dias
de pastejo, animais suplementados diariamente com 2,54 kg/cabeça de um concentrado
contendo produtos gerados na propriedade (70% de resíduo de soja, 27% de resíduo de milho e
3% de sal mineral comercial), obtiveram ganho de peso médio de 829 g/dia. Do total de
animais, 48,8% apresentaram ganhos superiores à média, ratificando o grande potencial de
produção de carne na safrinha, em ILP.
18
animais/ha com ganho de 107 @/ha de eq. carcaça, no período. As produções de milho e soja
foram maiores quando estabelecidas sobre a pastagem adubada (Tabela 6). A produtividade da
soja foi prejudicada pelo acamamento, no tratamento com adubação na pastagem e na lavoura.
Cabe destacar que a massa seca de palhada sobre a superfície do solo e a massa seca de raízes
até 60 cm de profundidade foram de: 7.200 kg/ha e 7.800 kg/ha, respectivamente, na pastagem
não adubada, e de 11.600 kg/ha e 14.500 kg/ha, respectivamente, na pastagem que recebeu
adubação de manutenção, o que proporcionou melhor cobertura do solo e resultou em maior
ciclagem de nutrientes, favorecendo as culturas (Kichel & Miranda, 2006).
19
Tabela 7. Efeito da adubação de manutenção, por quatro anos, da pastagem recuperada de B.
brizantha cv. Marandu, no ganho animal, consumo de sal mineral e produtividade
da soja em sucessão, em três níveis de adubação da cultura
Produção animal Produção de soja (kg/ha)1
Adubação da Consumo
Ganho de
pastagem Lotação de sal Adubação Adubação Adubação
peso vivo
N + P 2O 5 (animal/ha) mineral Zero 250 kg/ha 500 kg/ha
(kg/ha/ano)
(kg/ha/ano) (g/an./dia)
0+0 1,88 777 177 1.150 2.800 3.400
75+20 3,08 1.261 131 3.000 3.600 4.050
75+40 3,21 1.325 118 3.750 4.050 3.800
1
Adubação da soja: fórmula 0-20-20 + micronutrientes.
Fonte: Vilela, L. et al. (dados não publicados).
20
Tabela 8. Redução da produtividade animal, em pastagens em sucessão a cultivos anuais, em
Brasília e em Campo Grande, na integração lavoura-pecuária
Anos depois da P. maximum B. brizantha P. maximum
lavoura cv. Vencedor¹ cv. Marandu² cv. Tanzânia2
@/ha/ano
1° 39,1 28,1 27,9
2° 12,1 17,4 15,9
3° 11,7 --- 14,1
¹ Após oito anos de lavoura de soja e milho (Vilela, L. et al., ( 2004).
² Um ciclo de soja/milheto, sendo a forrageira estabelecida simultaneamente com a cultura do
milho (Macedo, 2001).
21
Os resultados obtidos durante quatro anos, de outubro de 2006 a setembro de 2010,
estão resumidos na Tabela 9. As produções de soja foram satisfatórias (58 sacas/ha/ano),
enquanto que o milho cultivado na safrinha apresentou produções reduzidas
(37,7 sacas/ha/ano), tendo em vista que a região é considerada área marginal para esta cultura,
principalmente, se houver um pequeno atraso na semeadura da safrinha. Entretanto, as
produções de carne, em eq. carcaça, foram muito favoráveis (31,4 @/ha/ano), demonstrando
que o cultivo de pasto safrinha é uma alternativa viável para a região (Kichel et al., 2011).
Em relação aos custos de produção e receita bruta do sistema, foram utilizados os
valores obtidos no ano de 2009/2010. Para o sistema com pastagem degradada, foram obtidos
dados médios da região, no ano de 2009/2010. A receita líquida média anual foi de
R$ 1.225,30/ha, com a rentabilidade da lavoura de grãos de R$ 986,60/ha/ano e da pecuária de
corte, de R$ 1.464,00/ha/ano, sendo que para cada R$ 1,00 de receita líquida obtida com a
cultura da soja, a pecuária de corte proporcionou R$ 1,50 com a recria e engorda de bovinos.
Os animais foram abatidos aos dois anos de idade, com 60 dias de confinamento, sendo que em
sistemas extensivos os mesmos são abatidos, em média, com quatro anos de idade (Kichel et
al., 2011).
Extrapolando estes dados para propriedade com área de 1.000 ha, com 500 ha de
lavoura de soja e 500 ha de pastagem, no verão, e na safrinha, inverno com 250 ha com milho
mais pastagem, 250 ha com pasto novo e 500 ha com pasto de 1 ano, A receita líquida por
atividade, seria de:
500 ha de soja x R$ 970,00 = R$ 485.000,00
250 ha milho safrinha x R$ 33,20 = R$ 8.300,00
500 ha de pastagem x R$ 1.464,00 = R$ 732.000,00
A receita liquida total seria de R$ 1.225.300,00 em 1.000 ha de exploração com iLP,
media anual de R$ 1.225,30/ha, sendo que a rentabilidade da lavoura de grãos seria de R$
986,60/ha/ano e da pecuária de corte, de R$ 1.464,00/ha/ano.
22
Cabe destacar que para muitas condições tanto a produção de grãos como a produção
animal são vantajosos, se os sistemas forem conduzidos adequadamente.
Tabela 10. Produção das culturas anuais e produção animal nas safras 2002/2003 e 2003/2004,
Fazenda Cabeceira, em Maracaju, MS
2003/2004
2002/03 2003/2004
Talhão/ano1 Estação do ano Margem
Produção Produção
bruta2
Talhão Verão
1 Soja 50 sc 57 sc 22 sc
2 Algodão 220 @ 197 @ 58 @
3 Soja 50 sc 57 sc 22 sc
4 Pasto 20 @ 20 @ 8@
Ano Inverno
1 Pé-de-galinha + Tanzânia 6@ 6@ 3,3 @
2 Aveia + Tanzânia 6@ 6@ 3,2 @
3 Milho + Tanzânia + Decumbens 82 sc 74 sc 17 sc
4 Pasto 20 @ 20 @ 8@
23
1
A sequência de cultivos segue dentro de anos e nos talhões. Somente 25% da área é cultivada
com pastagens no verão e todas as áreas recebem forrageiras no inverno.
2
Grãos: sacas/ha; algodão: @/ha; carne: @/ha de eq. carcaça.
Fonte: Ake van der Vinne (informação pessoal em 2005).
Tabela 11. Carga animal, massa seca de forragem, oferta de forragem, ganho médio diário e
ganho de peso vivo, de bovinos em pastagem de estação fria (consórcio de
leguminosas + gramíneas), sob diferentes doses de nitrogênio, Guarapuava, PR
Dose de Carga Massa seca de Ganho médio Ganho de
Oferta de foragem
N animal forragem diário peso vivo
(kg/ha) (kg/ha) (kg/ha) (MS/100 kg PV/dia) (kg/animal) (kg/ha)
0 1.405 4.296 4,9 1,01 480
100 1.588 4.706 5,4 0,95 495
200 1.623 5.376 5,3 0,93 501
300 1.878 6.505 5,9 1,05 656
Fonte: Adaptado de Assmann et al. (2004).
24
mas não tanto quanto à pastagem de aveia com adubação com 200 kg/ha de N, como consta na
Tabela 12. Para um período de 89 dias de pastejo, o ganho de peso vivo/animal por kg de N
aplicado foi superior ao encontrado por Assmann et al. (2004),
0,80 kg de PV/kg de N, entretanto, ainda é baixo para cobrir os custos da adubação
nitrogenada. O ganho médio diário diminuiu ao longo do período devido ao aumento da massa
de material morto e menor massa de folhas na pastagem.
Tabela 12. Carga animal, produção de massa seca de forragem, ganho médio diário e ganho de
peso vivo (kg PV/ha), de bovinos em pastagem de estação fria (consórcio de
leguminosas + gramíneas), sob diferentes doses de nitrogênio, Londrina, PR
Carga Massa seca
Ganho de peso vivo
Pastagem animal de forragem
(kg/ha) (kg/ha) (kg/an./dia) (kg PV/ha)
Aveia sem N 1.020 7.348 1,06 380
Aveia + Trevos 1.280 9.275 1,13 405
Aveia + 200 kg/ha de N 1.310 12.058 1,50 541
Fonte: Adaptado de Assmann et al. (2010).
25
primeiro ano. Nos anos subsequentes os efeito das pressões de pastejo foram menos evidentes,
mesmo com elevado déficit hídrico ou precipitação elevada em alguns anos.
A intensidade de pastejo teve mais efeito sobre o ganho animal e produtividade das
culturas subsequentes do que o método de pastejo (Tabela 14). O ganho médio diário foi 33%
maior na maior oferta de forragem, no pastejo contínuo, e 20% maior, no pastejo rotacionado.
A produção de soja foi 61% maior, no cultivo sobre o resíduo da maior oferta, no pastejo
continuo, e 25% sobre a maior oferta, no pastejo rotacionado, indicando um efeito benéfico da
maior cobertura do solo e reciclagem de nutrientes. Segundo os autores, para o milho, com
cultivo somente por um ano, o efeito da intensidade e métodos de pastejo é menos evidente,
mas indica maiores rendimentos para o pastejo contínuo com maior oferta de forragem.
Importante notar que na área testemunha, sem pastejo, onde a pastagem funciona apenas como
cobertura, não foi observada maior produção do que nas áreas sob pastejo.
Em continuação do estudo anterior, Lunardi et al. (2008), observaram, na safra
2003/2004, que o rendimento da soja na área pastejada foi de 1.384 kg/ha, e na área sem
pastejo, foi de apenas 934 kg/ha. Os autores atribuíram essa menor produção ao acúmulo de
maior massa de forragem no tratamento sem pastejo que, possivelmente, tenha imobilizado
maior quantidade de nutrientes do que na área sob pastejo. Nas áreas sob pastejo, a ciclagem de
nutrientes via fezes e urina pode ter favorecido a cultura da soja, já que o crescimento inicial da
soja nas áreas pastejadas foi maior, e na área não pastejada, a soja apresentava sintomas de
amarelecimento.
Tabela 14. Taxa de lotação, ganho médio diário (kg/na./dia), ganho de peso vivo (kg/ha), de
ovinos, em pastagem de azevém, sob dois sistemas de pastejo e duas ofertas de
forragem (2,5 e 5,0 vezes o potencial de consumo) e produções de soja e milho
subsequentes, Eldorado do Sul, RS
Carvalho et al. (2007) destacam ainda que “para sistemas de semeadura direta, a
presença de animais em pastejo na área representa um paradigma e estes resultados são muito
26
importantes para demonstrar que o pastejo controlado não vem em prejuízo das lavouras em
sistema de semeadura direta na ILP”.
Importante destacar que para forrageiras tropicais é grande a carência de estudos sobre
os efeitos das intensidades e sistemas de utilização da pastagem na produtividade das culturas
subsequentes.
Para regiões mais frias, onde não é possível a produção de milho na safrinha, somente
na safra, plantios em setembro/outubro, em consorciação com forrageiras tropicais, poderão
suprir a escassez de forragem no outono, com pastagens de boa produtividade e qualidade.
Neste caso, após colheita da cultura em fevereiro/março, a pastagem poderia ser utilizada do
outono até o início do inverno, época em que as pastagens de inverno estão apenas iniciando o
seu ciclo. Este sistema, se manejado adequadamente, pode proporcionar boas palhadas para o
cultivo do trigo, no inverno, ou da soja na primavera subsequente.
27
maiores na sombra do que no sol, com 11,4% x 8,5% e 2,8% x 1,9%, respectivamente. Na
folha, também foi observada maior digestibilidade in vitro da matéria orgânica na sombra do
que no sol, 63,2% x 54,1%, respectivamente (Santos et al., 2010), indicando melhor valor
nutritivo de pastos em iLPF. No período de novembro de 2010 a maio de 2011 (162 dias),
somente com suplementação mineral, estes sistemas comportaram, em média, uma taxa de
lotação de 1,76 UA/ha, com ganho de peso vivo de 115 kg/ha.
Considerações finais
Os sistemas de ILP, com manejo adequado das culturas e pastagens, podem
proporcionar aumentos na produtividade de grãos, forragem, carne, leite e outros produtos.
Estes aumentos, principalmente na recuperação de áreas degradadas ou pouco produtivas,
contribuirão para evitar a abertura de novas áreas, com benefícios ambientais na proteção da
vegetação nativa, na conservação do solo e nos recursos hídricos, além de benefícios
socioeconômicos.
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