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Uso da ILP como estratégia na melhoria da produção animal

Ademir Hugo Zimmer1, Roberto Giolo de Almeida2, Lourival Vilela3, Manuel Claudio Motta
Macedo4, Armindo Neivo Kichel5

1 - Introdução
A integração lavoura-pecuária é uma atividade realizada pelo homem desde os
primórdios da agricultura, muitas vezes em situações de conflitos por interesses divergentes,
mas quando feita de modo racional, resultava em aumentos de produção por unidade de área
bem como em benefícios ambientais.
Na Europa, desde a idade média, foram utilizadas diversas formas de plantios
associados entre culturas anuais e perenes ou ainda frutíferas ou florestais (Dupraz & Liagre,
2008). Estes conhecimentos foram trazidos ao Brasil pelos imigrantes europeus que
desenvolveram sistemas adaptados às nossas condições, especialmente na Região Sul do País.
Muitas áreas de pastagens no Brasil foram estabelecidas em sucessão ou em consórcio
com culturas anuais. Nas décadas de 1930 e 1940, segundo Rocha (1988), o processo de
abertura de novas áreas consistia na derrubada da floresta ou cerrado e, após um ou dois anos
de cultivos anuais, era feita a semeadura da forrageira junto com a cultura, ou após esta. Este
processo foi intensificado a partir das décadas de 1960 e 1970, com a abertura de novas áreas
nas Regiões Sul, Sudeste e, principalmente, Centro-Oeste (Cerrados), onde estas atividades
foram estimuladas por programas de crédito especiais e incentivos fiscais. Grande parte das
áreas de braquiárias no Brasil, e mais especialmente na Região dos Cerrados, foram
estabelecidas com culturas anuais após um ou mais anos de cultivo, geralmente, o arroz de
sequeiro (Kornelius et al., 1979). Ainda na década de 1970, diversos trabalhos foram realizados
avaliando o estabelecimento de braquiária com arroz; Kornelius et al. (1979) avaliaram
diversos métodos de semeadura simultânea de forrageiras com arroz, para formação de
pastagens nos Cerrados.
A substituição de pastagens nativas por pastagens cultivadas, a partir da década de
1970, foi de grande importância, especialmente no bioma Cerrado, fato que possibilitou um
grande crescimento no rebanho, com reflexos positivos na produção de carne e leite. No

1
Engº.-agrônomo, D.Sc., pesquisador da Embrapa Gado de Corte. zimmer@cnpgc.embrapa.br
2
Engº.-agrônomo, D.Sc., pesquisador da Embrapa Gado de Corte. robertogiolo@cnpgc.embrapa.br
3
Engº.-agrônomo, M.Sc., pesquisador da Embrapa Cerrados. vilela@cpac.embrapa.br
4
Engº.-agrônomo, Ph.D., pesquisador da Embrapa Gado de Corte. Bolsista/CNPq. macedo@cnpgc.embrapa.br
5
Engº.-agrônomo, M.Sc., pesquisador da Embrapa Gado de Corte. armindo@cnpgc.embrapa.br

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período de 1970 a 2010, a área total de pastagens cultivadas no Brasil cresceu 12%, enquanto
que o rebanho cresceu 215% e a produção de carne cerca de 440%. As pastagens cultivadas,
em sua grande maioria, foram estabelecidas em solos ácidos e de baixa fertilidade, deficientes,
principalmente, em fósforo, cálcio e magnésio. Em muitas situações, os solos utilizados eram
marginais e até inadequados para uso agrícola (Zimmer et al., 2011b).
Dos 173 milhões de hectares de pastagens no Brasil, 117 milhões de hectares são de
pastagens cultivadas, com uma lotação média de 1,0 animal/ha. Estima-se que mais de 70% das
pastagens cultivadas encontra-se em algum estádio de degradação, sendo que destas, uma
grande parte em estágios avançados de degradação. A proporção de pastagens em condições
ótimas ou adequadas não deve ser superior a 20%. Das áreas com pastagens cultivadas, mais de
70% foram formadas com forrageiras do gênero Brachiaria, o que permite inferir que mais de
80 milhões de hectares são de pastagens dessa espécie. Dentre estas, 90% da área é ocupada
por duas espécies: B. brizantha e B. decumbens. Para B. brizantha, a predominância é da
cultivar Marandu e, mais recentemente, foram lançadas as cultivares Xaraés e Piatã (Zimmer et
al., 2011b).
A partir da década de 1980, a degradação de muitas áreas de pastagens cultivadas
passou a ser preocupação de produtores, técnicos e governo. Desde então, tem havido o
interesse em recuperar estas pastagens com cultivos anuais, com estudos demonstrando
resultados promissores, mas ainda com uma utilização restrita entre os produtores.
A degradação das pastagens é definida por Macedo & Zimmer (1993) como: “um
processo evolutivo da perda do vigor, de produtividade, da capacidade de recuperação natural
das pastagens para sustentar os níveis de produção e a qualidade exigida pelos animais, bem
como o de superar os efeitos nocivos de pragas, doenças e invasoras, culminando com a
degradação avançada dos recursos naturais em razão de manejos inadequados”.
Considerando-se que a produção animal no Brasil é realizada essencialmente em pasto,
pondera-se que a degradação das pastagens é um dos maiores problemas da pecuária brasileira,
refletindo diretamente na sustentabilidade do sistema produtivo. Levando-se em conta apenas a
fase de engorda de bovinos, a produtividade de carne de uma pastagem degradada está em
torno de 2 arrobas/ha/ano, enquanto que numa pastagem recuperada e bem manejada pode-se
atingir, em média, 12 arrobas/ha/ano. Ainda mais agravantes são as consequências ambientais
da degradação das pastagens, com impactos que atingem os solos, os recursos hídricos e a
atmosfera, com o aumento das emissões de gases de efeito estufa por unidade de produto.

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Se por um lado as pastagens cultivadas permitiram um aumento na produtividade de
carne e leite por área, o sistema solo-planta-animal também passou a ser mais exigido. Estas
pastagens, infelizmente, em grandes áreas, têm sido implantadas inadequadamente e são
manejadas de forma extrativista, o que acelera a degradação das mesmas. Os principais fatores
envolvidos neste processo, em ordem de importância, na maioria dos casos são:

a) Excesso de lotação e manejo inadequado das pastagens;


b) Falta de correção e adubação na formação e, principalmente, falta de reposição de
nutrientes pela adubação de manutenção;
c) Espécie ou cultivar inadequada, não adaptada ao clima, solo e objetivo da produção;
d) Preparo de solo e técnicas de semeadura impróprias;
e) Ausência ou falta de práticas conservacionistas de solo e água;
f) Uso de sementes de má qualidade e origem desconhecida.
Sem dúvidas, as principais causas de degradação das pastagens no Brasil são: o excesso
de lotação e a falta de reposição de nutrientes. Entretanto, os demais fatores também são
relevantes e contribuem conjuntamente para a degradação. Ocorrências como: surgimento de
invasoras, pragas, doenças, compactação do solo e erosão, etc., muitas vezes são apontadas
como causadoras da degradação, mas, na realidade, são consequências do não atendimento das
premissas acima mencionadas.
Devido ao avanço na degradação de pastagens, prejuízos na produção e a degradação
ambiental, surgiram diversas iniciativas visando solucionar este sério problema. A mais recente
é o Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono), lançado pelo Governo Federal em 2010,
que objetiva a recuperação de pastagens degradas e estimular a integração lavoura-pecuária-
floresta (iLPF), por meio de treinamento de técnicos e produtores, aliado a financiamentos
destinados a estas atividades. Cabe destacar que o programa também atende a outros segmentos
da agropecuária nacional, como a melhoria nos sistemas de plantio direto (SPD), plantios
florestais, fixação biológica de nitrogênio e tratamento de dejetos agropecuários.
Na atualidade, a utilização de forrageiras associadas a culturas tem contribuído para a
redução dos custos de formação e/ou recuperação de pastagens em melhores condições de
fertilidade do solo. As forrageiras, geralmente, são utilizadas em consórcio com arroz, milho,
sorgo e milheto, ou em sucessão a estas culturas, ou ainda em sucessão à cultura da soja, o que
vem sendo denominado de “pasto safrinha” por técnicos e produtores. Além da formação de
pastagens, a associação de capins dos gêneros Brachiaria e Panicum a culturas anuais ou em
sucessão destas vem crescendo com o objetivo de se obter palhada para o plantio direto. Estas

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gramíneas proporcionam melhor cobertura do solo e as suas palhadas permanecem mais tempo
no campo do que as de outras espécies. Além disto, possibilitam pastejos durante o período
seco, com bom desempenho animal durante esta época crítica de oferta de forragem.
Além da redução do custo para retomar a produtividade das pastagens na propriedade,
os benefícios potenciais da ILP são muito mais amplos para o sistema de produção. No tocante
às propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, Vilela et al. (2001) destacam as
seguintes vantagens:
- Incremento da fertilidade do solo, com fixação biológica do nitrogênio pelas
leguminosas;
- Incorporação de nitrogênio, fósforo e enxofre na matéria orgânica ativa do solo e
aumento da atividade biológica, especialmente no subsolo, em razão da penetração profunda
das raízes de espécies perenes e tolerantes à acidez;
- Aumento na eficiência de reciclagem de nutrientes, pela capacidade de gramíneas
tropicais aproveitarem os resíduos de fertilizantes deixados pelos cultivos anuais;
- Melhoria das condições físicas do solo pelo efeito aglutinante da matéria orgânica do
solo, que quando bem manejada, proporciona cobertura constante do solo, reduzindo a
ocorrência de erosão a níveis insignificantes;
- Incremento da microflora e microfauna no horizonte superficial do solo;
- Controle de plantas daninhas, principalmente as anuais, e quebra do ciclo de pragas e
microrganismos patogênicos.

2 - Forrageiras para uso em ILP


Diversas características das forrageiras tropicais favorecem a sua utilização em ILP,
como: crescimento mais lento na fase inicial com menor competição com a cultura associada;
maior tolerância à acidez e ao alumínio tóxico; sistema radicular mais profundo, que confere
maior tolerância a seca e maior reciclagem de nutrientes; boa tolerância a sombreamento
apresentada por diversas cultivares.
Cada forrageira apresenta diversos atributos agronômicos que possibilitam a escolha de
locais mais apropriados para o seu cultivo. Os diferentes fatores ambientais afetam de forma
diferenciada cada forrageira, sendo que alguns destes podem ser modificados ou corrigidos, de
acordo com o objetivo do sistema de produção, como: correção e adubação, irrigação, sistema
de semeadura, ajustes no manejo, etc.

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Por outro lado, as forrageiras subtropicais e temperadas, normalmente, exigem solos
com melhor fertilidade, apresentam menor produtividade de biomassa e se prestam mais a
cultivos de sucessão, especialmente, com culturas anuais.
Para os sistemas de produção em áreas de cerrado e em outras regiões mais quentes, as
forrageiras do gênero Brachiaria têm apresentado bons resultados na ILP. As de uso mais
comum são: Brachiaria ruziziensis cv. Kennedy, B. decumbens cv. Basilisk, B. brizantha cvs.
Marandu, Xaraés e BRS Piatã. Já as cultivares B. humidicola, por apresentarem
estabelecimento lento e qualidade de forragem inferior, raramente são utilizadas, sendo que em
algumas condições são semeadas em cultivos com arroz.
As braquiárias se caracterizam por sua rusticidade e adaptação a solos de baixa
fertilidade e ácidos, entretanto, respondem bem a melhorias na fertilidade do solo e, portanto,
apresentam altas produções em áreas com cultivos anuais.
Além de serem facilmente estabelecidas com culturas anuais, apresentam boa
competição com plantas daninhas e têm efeito no controle de algumas pragas e doenças em
cultivos com milho, soja e feijão. Pelo porte mais baixo, são de manejo mais fácil, tanto para
pastejo quanto para dessecação e plantio direto das culturas em sucessão (Zimmer et al.,
2007a). Prestam-se para todas as fases da criação, mas, em ILP, com o cultivo em solos férteis,
apresentam melhor qualidade e proporcionam resultados satisfatórios na recria e engorda de
bovinos de corte e produção de leite (Zimmer et al., 2007c).
As cultivares de P. maximum, segundo Zimmer et al. (2007c), são altamente produtivas
e exigentes em solo e proporcionam bons ganhos de peso. São adaptadas a solos bem drenados
e exigentes em altas temperaturas, mais de 30°C, repercutindo em altas produções de forragem
de boa qualidade. Prestam-se para todas as fases da criação, mas são mais indicadas na recria e
engorda de bovinos e produção de leite. São facilmente estabelecidas em consórcio ou sucessão
de culturas anuais, entretanto, apresentam maior competição com culturas como milho e sorgo,
sendo necessária a aplicação de herbicidas que reduzam o seu crescimento na fase inicial da
cultura. São de manejo mais difícil e, na ILP, devem ser utilizadas, preferencialmente, em
pastejo por dois ou mais anos antes do retorno da cultura de grãos. Neste caso, é necessário
ajustar o manejo de forma a ter um relvado apropriado para dessecação e plantio da cultura
anual subsequente.
Do gênero Andropogon, são utilizadas duas cultivares, Planaltina e Baeti. Ambas são
tolerantes à seca e altamente resistentes às cigarrinhas, mas são atacadas por formigas. São
utilizadas nas fases de cria, recria e engorda e o seu cultivo é mais comum nos estados de Goiás
e Tocantins. Esta espécie, dentre as forrageiras mais comuns, é a que mais se presta para

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consorciações com leguminosas. Por ter crescimento inicial lento, não compete com culturas
anuais e pode ser estabelecida com milho e arroz, mas raramente é utilizada em ILP.
As diversas cultivares do gênero Cynodon são exigentes em solos de boa fertilidade e se
caracterizam por serem mais adaptadas às condições mais frias. Produzem forragem de boa
qualidade e são mais utilizadas para desmama de bezerros e engorda. Também, são muito
utilizadas para produção de leite e para equinos. Estas podem ser estabelecidas por mudas nas
entrelinhas da cultura do milho ou em sucessão a esta ou outras culturas.
O gênero Paspalum apresenta diversas espécies presentes nas pastagens naturais. Entre
as forrageiras cultivadas, destacam-se a Pensacola, mais comum no Sul do Brasil.
No caso de leguminosas forrageiras tropicais, poucas cultivares são disponíveis no
mercado atualmente (Zimmer et al., 2007c) e têm potencial para utilização em ILP ou iLPF.
O estilosantes-campo-grande (Stylosanthes spp.) e o calopogônio (Calopogonium
mucunoides) são forrageiras adaptadas a solos de baixa fertilidade, mas respondem à calagem e
adubação e apresentam boa adaptação a solos arenosos e de textura média. Consorciam-se bem
com Brachiaria decumbens, Andropogon gayanus e, em algumas situações, com B. brizantha
(Embrapa Gado de Corte, 2007). Estas leguminosas têm potencial para utilização em iLPF
(Zimmer et al., 2011a) mas necessitam de mais estudos para esta finalidade, pois alguns
trabalhos têm mostrado o potencial destas espécies no controle de nematóides da soja e milho.
Estas já são utilizadas como plantas de cobertura em cultivos de sucessão e em pomares e
plantios florestais.
A soja-perene (Neonotonia whightii) já foi mais utilizada na década de 1970, em
consórcio com o capim-colonião. Atualmente, encontra-se no mercado a cv. Comum. Essa
espécie requer solos férteis e consorcia-se bem com gramíneas, pode ser cultivada com a
cultura do milho e produz boa massa de forragem (Zimmer et al., 2011a), mas necessita estudos
quanto à tolerância à ferrugem asiática.
As três cultivares de amendoim-forrageiro (Arachis pintoi) disponíveis no mercado são:
Amarillo (MG 100, no Brasil), Belmonte e Alqueire. Apresentam bom potencial para utilização
em iLPF, consorciam-se bem com diversas gramíneas e são adaptadas a solos mais úmidos e a
regiões com maior precipitação e com períodos secos curtos, como o sul da Bahia e áreas da
Amazônia. Com boa tolerância ao sombreamento, podem ser estabelecidas por mudas nas
entrelinhas do milho ou ainda como plantas de cobertura em pomares e plantios florestais, onde
podem ser pastejadas por ovinos e bovinos.
Das forrageiras arbustivas, o guandu (Cajanus cajan) e a leucena (Leucaena
leucocephala) apresentam bom potencial para utilização em iLPF, especialmente, em pequenas

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propriedades, pelo seu potencial de produção de forragem para corte ou como banco de
proteína. Pelas altas produções, proporcionam melhorara nas condições de solo e têm potencial
para cultivo em consórcio com culturas anuais.
O guandu tem adaptação a solos idêntica ao estilosantes e calopogônio. Sempre foi mais
utilizado como banco de proteína e, atualmente, vem sendo utilizado na recuperação de
pastagens degradadas de gramíneas, onde pode ser estabelecido em monocultivos ou em
consórcio com culturas anuais (Balbino et al., 2011; Zimmer et al., 2011a). São utilizadas
diversas cultivares, entretanto, a mais comumente usada é a cv. Super N, de porte mais baixo, e
a cv. BRS Mandarim, lançada pela Embrapa em 2008. Esta última tem como destaque a alta
produtividade de forragem, boa retenção de folhas no inverno, baixo teor de taninos, facilidade
de implantação, alto teor protéico das folhas (até 20%), boa digestibilidade e sistema radicular
profundo e pivotante (Godoy & Menezes, 2008).
A leucena, outra opção de forrageira arbustiva, é mais utilizada como banco de proteína.
Esta leguminosa requer solos férteis e profundos e, por sua longevidade, favorece o plantio de
culturas anuais nas entrelinhas, como milho, feijão, arroz, etc., quando cultivada em
espaçamentos mais largos. Devido a sua alta palatabilidade, não tolera pastejo contínuo.

3 - Características desejáveis das forrageiras para ILP


Na ILP, diversas características são desejáveis às forrageiras ou necessitam ser
ajustadas, pois além da produção de forragem para produção animal, é fundamental que estas
não venham causar problemas no ciclo e produtividade das culturas anuais subsequentes. É
importante que estas não se tornem infestantes das áreas de cultivo, devem ser de fácil controle,
e também de fácil dessecação, pois estes sistemas são, na sua grande maioria, conduzidos no
sistema de em plantio direto (SPD). Além disso, devem apresentar boa produção de sementes,
pois seu período de utilização pode ser curto, o que encareceria o sistema. Devem ser de fácil
estabelecimento e possibilitar a semeadura em consórcio com as culturas anuais ou em
sucessão a estas. O seu estabelecimento deve ser rápido, mas é importante que tenham pouca
competição inicial com as culturas anuais em consórcio.
Diversas são a características que devem ser observadas nas forrageiras e que podem
favorecer o seu cultivo em sistemas de iLPF. A facilidade de semeadura em consórcio,
apresentar reduzida competição com as culturas, ter boa tolerância ao sombreamento, boa
produção de forragem, contribuir no controle de plantas daninhas, proporcionar boa palhada
para o SPD, contribuir para a proteção do solo e ciclagem de nutrientes e melhorar as
condições físicas e químicas do solo.

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3.1 - Profundidade de semeadura
A capacidade de emergir, a partir de semeaduras mais profundas, é uma característica
importante das forrageiras tropicais, pois favorece a germinação e o estabelecimento,
especialmente, as forrageiras dos gêneros Brachiaria e Panicum, como determinado por
Zimmer et al. (1992). Esta característica possibilita a semeadura conjunta com culturas anuais,
na mesma linha ou em linhas adicionais, ou ainda em mistura com o adubo destinado à cultura,
tanto em plantio convencional como em PD. Isto pode ser verificado na Tabela 1, em que
semeaduras a profundidades de 2 cm a 6 cm resultaram em melhor estabelecimento, mas
profundidades maiores ainda possibilitaram o estabelecimento de braquiárias.
Pode-se verificar que as forrageiras do gênero Panicum (cvs. Massai e Tanzânia) têm
comportamento distinto da B. brizantha cv. Xaraés (Tabela 1), com relação à eficiência de
germinação e estabelecimento em condições de semeadura em campo. Verifica-se que,
independente das condições, o capim-massai e o capim-tanzânia apresentaram melhor
estabelecimento nas profundidades de 2 cm a 6 cm, sendo que o número de plantas
estabelecidas foi cerca de 10 vezes maior do que na semeadura superficial com compactação,
em um Latossolo com cerca de 50% de argila. Para o capim-xaraés, as melhores profundidades
variaram de 2 cm a 8 cm, com 8 a 10 vezes mais plantas estabelecidas do que na semeadura
superficial; ainda nesta cultivar, mesmo na semeadura a 10 cm de profundidade, o
estabelecimento foi muito superior ao observado na semeadura superficial. Importante salientar
que estas semeaduras foram realizadas em épocas distintas e as condições climáticas foram
diferentes, especialmente, quanto à precipitação.

Tabela 1. Porcentagem de plantas estabelecidas obtidas de sementes puras viáveis, de três


gramíneas tropicais, média de três épocas de semeadura e em seis profundidades de
semeadura, em um Latossolo Roxo, Campo Grande, MS
Profundidade de semeadura
Forrageira
0 cm 2cm 4cm 6cm 8 cm 10 cm Média
Tanzânia 1 13 11 9 2 1 7
Massai 2 16 20 18 11 1 11
Xaraés 5 50 50 48 40 17 35
Média geral 3 26 27 25 18 6 18
Fonte: Adaptado de Zimmer et al. (2007a).

De uma maneira geral, observou-se, ao longo dos anos, em diversos testes, que para
forrageiras do gênero Panicum, 10 a 20% das sementes puras viáveis se estabelecem e, para
forrageiras do gênero Brachiaria, este valor é da ordem de 40 a 50%, por serem sementes

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maiores e com mais reservas. Estas últimas também conseguem germinar em profundidades
maiores (Zimmer et al., 2007a).
3.2 - Mistura com fertilizantes
Esta capacidade de emergir de maiores profundidades também possibilita que as
sementes de forrageiras tropicais possam ser misturadas com fertilizantes. Bacchi (1974)
observou que sementes de capim-colonião (Panicum maximum Jacq.) misturadas com
superfosfato simples, na proporção de 1:25 (semente:adubo), e semeadas no dia em que foi
feita a mistura, tiveram uma germinação de 63%; quando armazenadas por 20 dias, a
germinação foi reduzida para 13%. O autor observou que a semeadura com ou sem
superfosfato não afetou a germinação do capim-colonião.
Mateus et al. (2007) observaram que o armazenamento de sementes de capim-marandu
com diversos fertilizantes, por até 96 horas, teve pouco efeito sobre a emergência de plântulas,
em ensaio em vasos com solo argiloso. Somente a uréia apresentou uma redução significativa
na emergência, após um armazenamento de 48 horas.
3.3 - Competição com as culturas
Um aspecto importante que fortalece o cultivo consorciado de lavouras anuais e
gramíneas forrageiras perenes é o fato de que estas últimas apresentam lento acúmulo de
biomassa até, aproximadamente, 50 dias após a emergência, período em que as culturas anuais
sofrem maior interferência por competição (Cobucci & Portela, 2003). Mas como forma de
amenizar a competição, pode-se aplicar herbicidas para reduzir o crescimento das forrageiras,
como nicosulfuron, na dosagem de 8 a 12 g/ha.
3.4 - Tolerância ao sombreamento

As forrageiras dos gêneros Panicum e Brachiaria mais utilizadas no Brasil têm boa
tolerância ao sombreamento, pois mesmo com até 50% de interceptação da luz solar não ocorre
redução significativa da sua taxa de crescimento (Carvalho et al., 1997; Laura et al., 2006).
Assim, mesmo com o sombreamento imposto pela cultura, estas forrageiras persistem com
porte reduzido e aceleram o seu crescimento a partir da maturação e colheita da cultura.
3.5 - Competição com plantas daninhas

As forrageiras cultivadas em consórcio podem auxiliar na supressão de invasoras na


cultura do milho. Severino et al. (2006) observaram que a cultura do milho teve o
desenvolvimento prejudicado pela presença das plantas daninhas, corda-de-viola (Ipomoea
grandiflora), caruru-roxo (Amaranthus hybridus) ou capim-colchão (Digitaria horizontalis), o
que provocou uma significativa redução na produtividade. A produção observada foi de cerca

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de 2.000 kg/ha de grãos com a presença das invasoras, em relação ao milho capinado, que
produziu cerca de 7.000 kg/ha. Nos consórcios com as forrageiras, B. decumbens, B. brizantha
e P. maximum, as produções foram de 4.000 a 5.000 kg/ha, ficando evidente a supressão das
invasoras pelas forrageiras estudadas, porém, de forma mais marcante com B. brizantha que,
aos 60 dias, apresentava número de plantas invasoras cerca de 90% menor do que a área sem
controle.

Este efeito não ocorre somente em cultivos consorciados, mas pode ser mais marcante
no cultivo subsequente, no plantio sobre a pastagem. Na Tabela 2, pode-se observar redução de
80% a 90% na densidade de invasoras na cultura da soja, em áreas anteriormente cultivadas
com milho safrinha consorciado com gramíneas forrageiras, em relação a áreas anteriormente
cultivadas com milho em monocultivo. As quantidades de palha e produções de soja também
foram favorecidas em áreas com palhadas de consórcios do que em áreas com milho em
monocultivo.

Tabela 2. Quantidade de palhada, número de plantas de soja estabelecidas, invasoras e


produção de grãos da soja, sobre palhadas de milho safrinha em monocultivo ou
associado a gramíneas forrageiras, safra 2008/09, Campo Grande, MS
Palhada Plantas de Plantas Grãos\ de
Sistema de cultivo (kg/ha) soja invasoras soja
2
(nº/m linear) (nº/m ) (kg/ha)
B. brizantha cv. Marandu + milho 8.050 19,1 1,6 2.818 a
B. brizantha cv. Piatã + milho 8.220 18,9 0,8 2.927 a
P. maximum cv. Mombaça + milho 8.160 18,8 0,9 2.767 a
P. maximum cv. Massai + milho 8.890 19,2 0,4 2.609 a
Milho em monocultivo 4.110 9,4 7,5 2.285 b
Fonte: Zimmer, A. H. et al. (Dados não publicados).

3.6 - Dessecação
Quando o objetivo da semeadura de forrageiras perenes for o de cobertura do solo,
poderá haver um excesso de produção de fitomassa, caso as condições sejam favoráveis. Neste
caso, o plantio da cultura subsequente é dificultado, sendo necessário o pastejo, ou a roçada, ou
a aplicação de herbicida dessecante com 30 a 40 dias de antecedência do plantio. Isto ocorre
com forrageiras como B. decumbens, B. brizantha e P. maximum cv. Tanzânia, para as quais a
dose de glyphosate deve ser de 4 a 5 L/ha (360 g de i.a./L). Para B. humidicola, Paspalum
notatum e P. maximum cv. Mombaça, a dose de glyphosate deve ser de 5 a 6 L/ha (Embrapa,
2007).

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Diversos trabalhos demonstraram diferenças entre forrageiras quanto à facilidade para
dessecação, como observado por Almeida et al. (2009), que verificaram não haver diferença na
produção de palhada entre sete braquiárias (Brachiaria brizantha cv. BRS Piatã, B. brizantha
acesso B-6, B. brizantha cv. Arapoty, B. brizantha cv. Xaraés, B. brizantha cv. Marandu, B.
decumbens cv. Basilisk e B. ruziziensis). Entretanto, os capins ruziziensis e decumbens
apresentaram maior cobertura do solo do que os demais. Quanto à dessecação, utilizando uma
escala de 1 (ausência) a 5 (controle total), os autores observaram que o capim-ruziziensis
apresentou maior índice de dessecação (ID = 5), seguido pelo capim-marandu (ID = 4,3), sendo
que e as demais apresentaram maior limitação para dessecação e não diferiram entre si, com ID
variando de 3,7 a 4,0.
Estas características fazem do capim-ruziziensis o mais utilizado para produção de
palhada em SPD (Ceccon, 2008), porém, com limitações para uso como forrageira, em virtude
da menor capacidade de acúmulo de lâminas foliares, além de ser mais suscetível a danos por
cigarrinhas, se for utilizada em pastejo por várias estações.
3.7 - Produção e persistência da palhada
A quantidade de palhada não deve ser excessiva de modo que possa prejudicar a
semeadura subsequente, mas é importante que a quantidade seja suficiente para proteger o solo,
evitando o escorrimento de água e a erosão. Na Tabela 2, pode-se verificar que as quantidades
de palha residual para PD foram de cerca de 8 t/ha nos consórcios do milho com forrageiras e
cerca de 4 t/ha para o milho em monocultivo. Estas maiores quantidades de palha não causaram
problemas na semeadura da soja, pelo contrário, resultaram em maior população de plantas de
soja e menos plantas daninhas e, consequentemente, proporcionaram um incremento em
produtividade de 5 a 10 sacas/ha. Importante destacar que houve deficiência hídrica no início
de germinação da soja e após a floração.
3. 8 - Controle de pragas e doenças do solo
A ILP, com a introdução de pastagens em sistemas de produção de grãos, pode,
efetivamente, contribuir para reduzir a incidência de pragas e doenças.
O cultivo de feijão sobre palhada de milho com capim-marandu da estação anterior foi
mais efetivo no controle do mofo branco do que duas aplicações de fungicida (Costa & Rava
2003).
As forrageiras B. brizantha, B. decumbens e três cultivares de P. maximum, foram
efetivas no controle dos nematóides Meloidogine incognita e M. javanica, causadores de sérios
problemas na cultura da soja (Dias-Arieira et al., 2003).

11
São poucos os estudos sobre pragas em iLP e as informações são controversas. Segundo
Assis Junior e Silveira, 2010, consorciações de espécies diferentes, supostamente, fornecem
condições mais favoráveis aos inimigos naturais das pragas. Por outro lado podem favorecer a
presença de certas pragas como percevejos, que podem estender o seu ciclo de vida, da cultura
da soja para a pastagem, potencializando o dano. Algumas lagartas também têm como
hospedeiros comuns a soja, o milho, e pastagens.

4 - Sistemas de produção
Os sistemas de produção a serem utilizados dependem do foco de produção e objetivos
da propriedade, e diversos modelos básicos de organização da produção podem ser
empregados:
a) Sistemas de produção de carne ou leite, sem interesse pela produção de grãos ou
forragem conservada, por falta de equipamentos: tendem a utilizar cultivos anuais como, aveia,
azevém, milheto ou sorgo para pastejo, sendo que as forrageiras, geralmente, dos gêneros
Panicum, Brachiaria e Cynodon, podem ser implantadas em consórcio ou sucessão a estes
cultivos.
b) Sistemas de produção de carne ou leite com as mesmas atividades do item anterior,
mas com objetivo de produção de forragem conservada, como feno e silagem: neste caso,
poderiam ser agregadas as culturas do milho e sorgo silageiro e granífero; também, poderiam
ser adicionados cultivos de forrageiras para fenação como alfafa, aveia, azevém, bem como,
forrageiras tropicais para esta finalidade.
c) Sistemas de produção de carne e/ou leite associados à produção de grãos, em
sistemas mais complexos, onde a prioridade ainda seria a produção de carne ou leite: podem ser
utilizadas as mesmas culturas e forrageiras do sistema anterior, e outras como a soja,
objetivando a produção de feno, silagem ou grãos, também destinados à produção animal ou
para comercialização.
d) Sistemas de produção com objetivo principal na produção de grãos, mas que mantém
parte da propriedade destinada à pecuária: neste caso, englobaria algum dos sistemas
anteriores, com o estabelecimento de forrageiras em consórcio ou em sucessão, objetivando a
produção animal, complementar à produção de grãos. Estes sistemas também teriam como
objetivo, a produção de palha para o plantio direto e melhora das condições de solo para as
culturas anuais e, em menor escala, de forragem para a produção animal.
e) Sistemas de produção com objetivo somente na produção de grãos: neste caso, as
forrageiras são estabelecidas em consórcio ou em sucessão às culturas anuais, somente com o

12
objetivo de produção de palha para o plantio direto e melhora das condições de solo,
caracterizando um sistema de integração lavoura-pasto, que não se enquadra na ILP, por não
apresentar o componente “pecuária”.
f) Sistemas silvipastoris: estes sistemas envolvem a produção de carne e/ou leite, com o
acréscimo do componente arbóreo, visando a melhoria do bem-estar animal, além da produção
de carvão, madeira, frutas, etc.
g) Sistemas agrossilvipastoris: estes sistemas envolvem a produção carne e/ou leite, de
grãos e florestal, em arranjos mais complexos.
Estes sistemas são básicos e podem ser desenvolvidos em diversas variações, conforme
as condições edafoclimáticas, de infraestrutura e mercadológicas, e com os objetivos da
produção.
O manejo das culturas de grãos na integração lavoura-pecuária, basicamente, envolve os
mesmos procedimentos do plantio convencional ou PD, com algumas variantes em função do
sistema de produção adotado. O convencional é mais utilizado na fase inicial, na recuperação
da pastagem degradada ou em áreas agrícolas novas, objetivando a incorporação de corretivos e
fertilizantes e uma melhor sistematização do solo. Já o PD passa a ser mais interessante após a
correção do perfil do solo, tendo em vista os benefícios que proporciona, além do mais, tanto as
culturas anuais como as forrageiras podem ser estabelecidas neste sistema de plantio, conforme
Zimmer et al. (2007b).
Diversas culturas são utilizadas na região dos Cerrados, como aveia, milheto, sorgo,
milho, soja, algodão, feijão, trigo e, mais recentemente, a cana-de-açúcar. Mas as de maior
destaque são a soja e o milho, pela área plantada, produção e importância econômica (Zimmer
et al., 2007b).
Os sistemas de pastejo a serem utilizados podem ser: pastejo contínuo ou pastejo
rotacionado, este último, desde que a infraestrutura seja adequada, com cercas e aguadas.
Quanto ao período e época de utilização da pastagem, são possíveis muitas variantes,
desde algumas semanas a alguns meses, com forrageiras anuais ou perenes, com finalidade de
engorda (terminação) de animais ou produção de leite. Neste caso, o objetivo principal é a
alimentação de animais nos períodos críticos de produção de forragem (p.e., estação seca) e,
também, para obtenção de palhada para a cultura subsequente, em PD.
A utilização por diversas estações, com forrageiras perenes em sucessão a culturas de
verão, pode ocorrer em ciclos mais curtos, de cerca de 18 meses, ou em ciclos mais
prolongados, como 36 ou 48 meses, conforme o sistema de rotação a ser adotado. Cabe ainda a
conjugação de um ou mais destes sistemas na mesma propriedade.

13
Complementando a utilização das pastagens, a ILP possibilita, com maior facilidade, a
produção e utilização de silagens, fenos, grãos de milho e sorgo, co-produtos da pré-limpeza de
grãos, dentre outros, para a suplementação animal em pasto ou mesmo em confinamento, para
terminação de animais.
A adoção da ILP em regiões tradicionais de pecuária, além de estimular a produção de
grãos e aumentar a produtividade de carne e leite, abre grandes perspectivas para o
desenvolvimento da avicultura e suinocultura, bem como uma série de outras atividades
agroindustriais e o comércio.

5 - Produção animal x Produção de grãos


Importante ressaltar que as interferências são mútuas, de um modo geral, na ILP é
possível a obtenção de benefícios para as culturas de grãos e, também, na produção animal.

5.1 - Desempenho animal

Em relação à produção animal, o aumento na disponibilidade e na qualidade da


pastagem recuperada via ILP tem como consequência direta, aumentos significativos na
produtividade por animal e por área.
O trabalho de Barcellos et al. (1999) ilustra bem o impacto da recuperação de pastagens
sobre um sistema de produção animal em pasto. Ao avaliarem o desempenho de bovinos em
pastagens recuperadas por diferentes estratégias e submetidas a uma mesma pressão de pastejo,
os maiores ganhos de peso foram obtidos pelos animais recriados em pastagens estabelecidas
em consórcio com milho e arroz ou renovadas com adubação (Tabela 3). O maior ganho de
peso por animal, associado às maiores taxas de lotação ao longo do ano, possibilitou
produtividades anuais que variaram de 19,8 a 22,3@/ha nas pastagens renovadas, contrastando
com as 3,4 @/ha obtidas no pasto referência (em degradação).

14
Tabela 3. Capacidade de suporte e desempenho de bovinos recriados, no período de 9 aos 24
meses de idade, em pastagens renovadas com diferentes estratégias e submetidas a
uma pressão de pastejo de 7% em pastejo rotacionado, em um solo arenoso no
Município de Brasilândia, MS
Lotação (UA/ha)5 Ganho de peso Produtividade
Estratégia de renovação
Chuvas Seca (g/animal/dia)6 (@/ha/ano)
Milho1 3,04 0,83 443 a 22,3
Arroz2 2,79 0,83 434 a 19,8
Renovação com adubação3 2,55 0,80 467 a 19,9
Pastagem em degradação4 1,20 0,60 211 b 3,4
1
Calagem e adubação: 3,0 t/ha de calcário, 454 kg/ha da fórmula 04-30-16, 39 kg/ha de FTE BR 12, 32 kg/ha de
sulfato de zinco e 250 kg/ha de sulfato de amônia em cobertura. 2 Calagem e adubação: 2,0 t/ha de calcário, 300
kg/ha da fórmula 04-30-16, 30 kg/ha de FTE BR 12, 20 kg/ha de sulfato de zinco, 100 kg/ha de sulfato de amônia
e 50 kg/ha de KCl em cobertura. 3 Calagem e adubação: 1,4 t/ha de calcário e 165 kg/ha de superfosfato simples. 4
Sob o manejo da fazenda (pastejo contínuo sem ajuste de oferta). 5 UA = 450 kg de peso vivo. 6
Valores
seguidos de mesma letra não diferem pelo teste t (P>0,01).
Fonte: Adaptado de Barcellos et al. (1999).

Macedo et al. (2007) obtiveram incrementos substancias no ganho animal com a ILP, na
rotação de soja com capim-tanzânia ou de soja/milho (safra/safrinha) com capim-marandu, em
relação às pastagens recuperadas com adubação e com adubação + leguminosas, tendo a
pastagem degradada após 11 anos como testemunha (Tabela 4).

Os ganhos de peso vivo foram maiores na pastagem adubada e na pastagem adubada +


leguminosas do que na pastagem sem adubação de manutenção, entretanto, os ganhos foram
ainda maiores nas pastagens em sucessão aos cultivos, mesmo sem adubação de manutenção.
Importante destacar que a ILP, além da produção animal, proporcionou produtividades
satisfatórias de grãos. As produções médias de soja foram por volta de 2760 kg/ha, variando
em um intervalo de 20% .

15
Tabela 4. Produção animal em sistemas tradicionais de pastejo contínuo, sistemas de ILP e
pastagem degradada na região dos Cerrados, Campo Grande, MS

Peso vivo (PV) animal

Sistema de produção1 PV-total PV-médio


(kg/ha) (kg/ha)
B. decumbens

1 - Pastagem contínua sem adubação 3.603 328 (11)2


2 - Pastagem contínua com adubação 4.186 381 (11)
3 – Pastagem continua com adubação e leguminosas 4.575 416 (11)
Sistemas de ILP

1 - Pastagem contínua sem adubação 2.968 495 (6)


2 - Pastagem contínua com adubação 3.085 514 (6)
Pastagem degradada de B. decumbens

6 - Testemunha 1.550 141 (11)

1
Sistemas: (1) Pasto contínuo sem adubação de manutenção; (2) Pasto contínuo com adubação de
manutenção a cada dois anos; (3) Pasto contínuo com adubação de manutenção a cada dois anos +
leguminosas; (4) Soja por 4 anos seguida de pastagem de capim-tanzânia por 4 anos; (5) Soja na safra e
milho na safrinha por 1 ano seguidos de capim-marandu por 3 anos; (6) Pastagem degradada, com 32
anos de implantação. 2 Valores entre parênteses: número de anos da cultura ou pastagem.
Fonte: Macedo & Zimmer (2007).

Em fazendas tradicionais, normalmente, o primeiro pastejo ocorre entre 90 e 180 dias


depois do plantio do pasto, por via convencional. Ao se utilizar o consórcio de forrageira anual,
como o sorgo pastejo ou milheto, com o capim, além de aumentar a produtividade da pastagem,
o intervalo para início do pastejo na área diminui de 30 a 40 dias, com a possibilidade de
pastejo inicial das forrageiras anuais. O efeito da maior disponibilidade de forragem sobre a
taxa de lotação e ganhos de peso por animal e por área, também foi demonstrado por Fernandes
et al. (2004). Os autores estudaram um modelo de renovação da pastagem com plantio direto
associado ao cultivo de sorgo forrageiro, em solo com textura arenosa. Os resultados (Tabela 5)
demonstram que essa é uma alternativa bem aplicável aos processos de recuperação e
renovação de pastagens. A produção de forragem nos sistemas consorciados permitiu maior
taxa de lotação animal. Como consequência, o consórcio da forrageira anual, na renovação do
pasto, aumentou a produtividade (@/ha) em 2,5 e 2,3 vezes, respectivamente, nos pastos com
capins Marandu e Mombaça, quando comparados com o capim-mombaça exclusivo. Esse

16
resultado foi viabilizado pela antecipação na utilização da pastagem consorciada, permitindo
um ciclo de pastejo de 104 dias, enquanto a pastagem exclusiva permitiu apenas 72 dias de
utilização.

Tabela 5. Massa seca (MS), taxa de lotação e desempenho animal em pastagens renovadas por
meio de plantio direto dos capins Brachiaria brizantha cv. Marandu e Panicum
maximum cv. Mombaça, associados ou não a sorgo pastejo, em pastagem degradada
de Brachiaria ruziziensis
MS Taxa de Ganho de peso
Alternativas de renovação de
(kg/ha) lotação
pastagem (g/animal/dia) (@/ha/período)1
(UA/ha)
Brachiaria ruziziensis2 3.018 1,3 472 b 4,5
Plantio direto de sorgo pastejo + P. 7.020 3,0 596 b 9,1
maximum cv. Mombaça
Plantio direto de sorgo pastejo + B. 5.850 2,5 762 a 10
brizantha cv. Marandu
Plantio direto de P. maximum cv. 4.680 2,0 772 a 4
Mombaça
1
O período de pastejo foi de 11/04/2001 a 24/07/2001 (104 dias), exceto para o capim-mombaça
exclusivo, que foi de 16/05/2001 a 24/07/2001 (72 dias). 2 Pastagem original recuperada por meio de
manejo: ajuste de oferta e lotação rotacionada. Médias na mesma coluna, seguidas de letras iguais, não
diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Fonte: Adaptado de Fernandes et al. (2004).

Na recuperação de pastagens via ILP, a utilização da forragem, geralmente, inicia-se após a


colheita da cultura anual, o que coincide com o período seco do ano (Vilela et al., 2011). Nessa
época, é bastante comum verificar, para bovinos mantidos a pasto, suplementados com mistura
mineral, perda de peso ou ganhos próximos a 200 g/animal/dia. Nas mesmas condições, esses
ganhos têm sido, pelo menos, duas vezes superior para animais recriados em pastagens
recuperadas por ILP.

Todavia, o potencial de ganho é bastante superior, dependendo da oferta de forragem,


do tipo, da quantidade e da qualidade do suplemento ofertado e da genética dos animais.
Alvarenga et al. (2007), durante a época seca, observaram, em pastagem de Panicum maximum
cv. Tanzânia estabelecida em consórcio com milho, ganhos de peso em novilhos de recria entre
700 g/animal/dia e 900 g/animal/dia. Essa variação, de 28% no ganho de peso, foi em razão dos
grupos genéticos avaliados nesse estudo. Os maiores ganhos foram para os animais de
cruzamento industrial (Nelore x Red Angus) e os menores, com animais mestiços (Nelore x
Girolando). Em experimento conduzido pela Embrapa Cerrados, no oeste baiano, em área de
200 hectares (Fazenda Triunfo), avaliou-se o desempenho animal de bovinos em terminação,

17
em pastagens de braquiárias estabelecidas em consórcio com milho (1ª safra). Durante 134 dias
de pastejo, animais suplementados diariamente com 2,54 kg/cabeça de um concentrado
contendo produtos gerados na propriedade (70% de resíduo de soja, 27% de resíduo de milho e
3% de sal mineral comercial), obtiveram ganho de peso médio de 829 g/dia. Do total de
animais, 48,8% apresentaram ganhos superiores à média, ratificando o grande potencial de
produção de carne na safrinha, em ILP.

Do ponto de vista econômico, as taxas de lotação e os maiores ganhos de peso vivo


obtidos em sistemas de ILP influenciam na redução significativa dos custos fixos de produção.
Isso reflete diretamente sobre a margem bruta e lucro operacional das atividades, com nítida
vantagem para a pecuária praticada na ILP. De acordo com Martha Jr. et al. (2009), para a
região dos Cerrados, os ganhos adicionais na renda líquida de propriedades que fazem ILP com
soja e pecuária (recria-engorda), em relação a propriedades que praticam a pecuária extensiva,
foram projetados em R$ 100,00/ha a R$ 380,00/ha. Como consequência, a ILP pode ser uma
alternativa interessante para reduzir os riscos de produção e para tornar menos volátil a renda
na propriedade, sobretudo, no tocante a variações de preços e de produtividades entre anos.
Conforme Lazzarotto et al. (2009), a chance de um empreendimento apresentar resultado
econômico negativo (renda líquida) foi de 52% para lavouras de grãos, de 39% para pecuária
de corte, e de 26% para a ILP.
Por fim, é importante mencionar que a manutenção da capacidade produtiva das
pastagens é tão importante quanto sua recuperação. Em muitos casos, o planejamento da
utilização com base em ajustes na taxa de lotação, de acordo com a capacidade de suporte da
pastagem e respeitando as características morfofisiológicas das gramíneas forrageiras
utilizadas, são suficientes para prolongar o tempo de utilização do pasto.
5.2 - Interface pastagem x grãos
Além de incrementar o ganho animal, a ILP, com a utilização e manejo correto das
pastagens, pode resultar em substancias ganhos na produção de grãos.
Em avaliações realizadas por Kichel & Miranda (2006), a adubação de manutenção das
pastagens proporcionou incrementos na produção animal, como também na produção das
culturas em sucessão. Foi realizada a recuperação de uma pastagem degradada de B.
decumbens cv. Basilisk por meio do cultivo de soja, por três anos, seguido da implantação de
pastagens de B. brizantha cv. Marandu, que foram manejadas sob pastejo contínuo, com e sem
adubação de manutenção, por 44 meses. Na pastagem sem adubação, a taxa de lotação foi de
2,3 animais/ha com ganho de 66 @/ha de eq. carcaça e, na pastagem com adubação, 3,5

18
animais/ha com ganho de 107 @/ha de eq. carcaça, no período. As produções de milho e soja
foram maiores quando estabelecidas sobre a pastagem adubada (Tabela 6). A produtividade da
soja foi prejudicada pelo acamamento, no tratamento com adubação na pastagem e na lavoura.
Cabe destacar que a massa seca de palhada sobre a superfície do solo e a massa seca de raízes
até 60 cm de profundidade foram de: 7.200 kg/ha e 7.800 kg/ha, respectivamente, na pastagem
não adubada, e de 11.600 kg/ha e 14.500 kg/ha, respectivamente, na pastagem que recebeu
adubação de manutenção, o que proporcionou melhor cobertura do solo e resultou em maior
ciclagem de nutrientes, favorecendo as culturas (Kichel & Miranda, 2006).

Tabela 6. Produtividade do milho e da soja em sucessão a uma pastagem de B. brizantha cv.


Marandu cultivada por quatro anos, com diferentes estratégias de adubação, em Rio
Brilhante, MS
Pastagem Cultura Produtividade (kg/ha)
1
(44 meses) Pasto/milho2 Pasto/soja
Sem adubação Sem adubação 3.000 3.022
Sem adubação Com adubação 4.980 3.400
Com adubação Sem adubação 7.080 3.780
Com adubação Com adubação 7.260 3.400
1
Adubação da pastagem: 600-120 kg/ha (N-P2O5) em 44 meses.
2
Adubação do milho: 80-60-60 kg/ha (N- P2O5- K2O).
3
Adubação da soja: 6-60-60 kg/ha (N- P2O5- K2O).
Fonte: Kichel & Miranda (2006).

De modo semelhante, em trabalhos realizados na Embrapa Cerrados, foram obtidos


aumentos substancias no ganho animal e na produtividade da soja em cultivo de sucessão, em
decorrência da adubação de manutenção da pastagem de capim-marandu com nitrogênio e
fósforo (Tabela 7). As pastagens com adubação de manutenção comportaram lotações mais
elevadas e o ganho de peso vivo/ha foi 62% e 70% mais elevado, nas pastagens com adubação
de manutenção baixa e alta, respectivamente, do que na pastagem sem adubação de
manutenção. Importante notar que, nas pastagens com adução de manutenção, os animais
consumiram menores quantidades de suplemento mineral, reflexo provável da melhor
qualidade da forragem ingerida. As produções de soja foram substancialmente maiores quando
em cultivo sobre pastagens adubadas, entretanto, ainda responderam à adubação de 500 kg/ha,
nas áreas de pastagens que receberam baixa adubação de manutenção, e de 250 kg/ha, nas áreas
de pastagens que receberam alta adubação de manutenção.

19
Tabela 7. Efeito da adubação de manutenção, por quatro anos, da pastagem recuperada de B.
brizantha cv. Marandu, no ganho animal, consumo de sal mineral e produtividade
da soja em sucessão, em três níveis de adubação da cultura
Produção animal Produção de soja (kg/ha)1
Adubação da Consumo
Ganho de
pastagem Lotação de sal Adubação Adubação Adubação
peso vivo
N + P 2O 5 (animal/ha) mineral Zero 250 kg/ha 500 kg/ha
(kg/ha/ano)
(kg/ha/ano) (g/an./dia)
0+0 1,88 777 177 1.150 2.800 3.400
75+20 3,08 1.261 131 3.000 3.600 4.050
75+40 3,21 1.325 118 3.750 4.050 3.800
1
Adubação da soja: fórmula 0-20-20 + micronutrientes.
Fonte: Vilela, L. et al. (dados não publicados).

Para os sistemas de ILP, é importante realizar a correção do solo e adubações visando o


sistema como um todo (pastos e cultivos) e não de forma isolada, já que as forrageiras,
especialmente as tropicais, utilizam de forma mais eficiente os nutrientes do solo, como
constatado por Souza et al. (1997). Estes autores verificaram, para condições de Cerrado, que a
recuperação do fósforo foi de 62% a 85% nos sistemas integrados com culturas anuais e
pastagens e de 35% a 44% nos sistemas com somente culturas anuais.
Segundo Martha Jr. et al. (2006), na ILP, o ponto de nivelamento, em termos de kg de
ganho de peso vivo (GPV)/kg de N aplicado, na adubação da pastagem com nitrogênio (ureia),
seria de 1,01 a 1,98 GPV/kg de N, enquanto que no pasto exclusivo esse intervalo seria 1,37 a
2,56 GPV/kg de N.
Em pastagens em sucessão a cultivos anuais, a omissão da adubação de manutenção
implica em queda acentuada de produção, a partir do segundo ano, como pode ser observado na
Tabela 8. As cultivares de P. maximum, por serem mais exigentes, apresentam queda mais
expressiva da produção quando não recebem adubação de manutenção, em relação ao capim-
marandu.

20
Tabela 8. Redução da produtividade animal, em pastagens em sucessão a cultivos anuais, em
Brasília e em Campo Grande, na integração lavoura-pecuária
Anos depois da P. maximum B. brizantha P. maximum
lavoura cv. Vencedor¹ cv. Marandu² cv. Tanzânia2
@/ha/ano
1° 39,1 28,1 27,9
2° 12,1 17,4 15,9
3° 11,7 --- 14,1
¹ Após oito anos de lavoura de soja e milho (Vilela, L. et al., ( 2004).
² Um ciclo de soja/milheto, sendo a forrageira estabelecida simultaneamente com a cultura do
milho (Macedo, 2001).

Dependendo do arranjo do sistema, a propriedade poderá contar em seu planejamento,


com a renovação anual de pastagens ou ter novas pastagens em cultivo de sucessão a cada ano.
No entanto, a adoção da ILP deve respeitar a disponibilidade de capital, infraestrutura,
maquinário, implementos, assistência técnica, dentre outros fatores importantes para o sucesso
da atividade.
Em estudo conduzido na Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande, MS, a área de um
protótipo foi dividida em quatro módulos iguais, sendo que cada módulo foi utilizado
por 10 meses com lavouras de grãos e 14 meses, com pastagens. Nos módulos com
lavoura, 100% da área foi cultivada com soja na safra (verão), sendo que, na safrinha
(outono-inverno), metade dessa área foi cultivada com milho consorciado com
forrageiras e a outra metade, formada com pastagem das mesmas forrageiras. Nos
módulos com pastagem, esta foi utilizada durante todo ano. Assim, a área do protótipo
ocupada com pastagens no inverno (julho a outubro) foi de 100%, e no verão (outubro
a março), de 50%. As forrageiras utilizadas foram: capim-piatã, no 1º e 2º anos, e
capim-mombaça, no 3º e 4º anos. A área onde foi realizado o estudo era utilizada com
pastagem de Brachiaria decumbens, com produtividade média de
4 @/ha/ano, na recria de bovinos. As pastagens reformadas com ILP foram utilizadas para
recria e engorda de bovinos, com peso vivo inicial de 170 a 200 kg e, após um ano de pastejo,
saíram da área com 370 a 400 kg de peso vivo médio. O ganho médio diário foi de
548 g/animal e a lotação média, obtida nos quatro anos, foi de 4,71 animais/ha/ano ou 3,3
UA/ha/ano; a lotação máxima foi obtida no último ano, com 5,7 animais/ha ou
4 UA/ha (Kichel et al., 2011).

21
Os resultados obtidos durante quatro anos, de outubro de 2006 a setembro de 2010,
estão resumidos na Tabela 9. As produções de soja foram satisfatórias (58 sacas/ha/ano),
enquanto que o milho cultivado na safrinha apresentou produções reduzidas
(37,7 sacas/ha/ano), tendo em vista que a região é considerada área marginal para esta cultura,
principalmente, se houver um pequeno atraso na semeadura da safrinha. Entretanto, as
produções de carne, em eq. carcaça, foram muito favoráveis (31,4 @/ha/ano), demonstrando
que o cultivo de pasto safrinha é uma alternativa viável para a região (Kichel et al., 2011).
Em relação aos custos de produção e receita bruta do sistema, foram utilizados os
valores obtidos no ano de 2009/2010. Para o sistema com pastagem degradada, foram obtidos
dados médios da região, no ano de 2009/2010. A receita líquida média anual foi de
R$ 1.225,30/ha, com a rentabilidade da lavoura de grãos de R$ 986,60/ha/ano e da pecuária de
corte, de R$ 1.464,00/ha/ano, sendo que para cada R$ 1,00 de receita líquida obtida com a
cultura da soja, a pecuária de corte proporcionou R$ 1,50 com a recria e engorda de bovinos.
Os animais foram abatidos aos dois anos de idade, com 60 dias de confinamento, sendo que em
sistemas extensivos os mesmos são abatidos, em média, com quatro anos de idade (Kichel et
al., 2011).

Tabela 9. Resultados obtidos em sistema de ILP conduzido na Embrapa Gado de Corte em


comparação à pastagem degradada
Produtividade Custo Receita bruta Receita líquida
Atividade
por ha/ano (R$/ha/ano) (R$/ha/ano) (R$/ha/ano)
Soja (sacas) 58 1.200,00 2.030,00 970,00
Milho safrinha (sacas) 37,7 570,00 592,00 33,20
Pastagem com ILP (@) 31,4 1.361,82 2.826,00 1.464,00
Pastagem degradada (@) 4 280,00 360,00 80,00
Fonte: Adaptado de Kichel et al. (2011).

Extrapolando estes dados para propriedade com área de 1.000 ha, com 500 ha de
lavoura de soja e 500 ha de pastagem, no verão, e na safrinha, inverno com 250 ha com milho
mais pastagem, 250 ha com pasto novo e 500 ha com pasto de 1 ano, A receita líquida por
atividade, seria de:
500 ha de soja x R$ 970,00 = R$ 485.000,00
250 ha milho safrinha x R$ 33,20 = R$ 8.300,00
500 ha de pastagem x R$ 1.464,00 = R$ 732.000,00
A receita liquida total seria de R$ 1.225.300,00 em 1.000 ha de exploração com iLP,
media anual de R$ 1.225,30/ha, sendo que a rentabilidade da lavoura de grãos seria de R$
986,60/ha/ano e da pecuária de corte, de R$ 1.464,00/ha/ano.

22
Cabe destacar que para muitas condições tanto a produção de grãos como a produção
animal são vantajosos, se os sistemas forem conduzidos adequadamente.

Um exemplo de fazenda que adotou gradativamente a ILP como estratégia para


renovação de pastagens foi a fazenda Santa Terezinha, localizada no município de Uberlândia,
MG. No ano de 1983, essa propriedade realizava a atividade de cria numa área de 1.014
hectares de pastagem, com um rebanho de 1.094 cabeças (taxa de lotação de 1,1 cabeça/ha). A
partir de 1985, a propriedade passou a destinar áreas de pastagens para a produção de grãos até
atingir, no ano de 1996, a totalidade da área com um ou mais ciclos de lavoura. Como
resultado, em 1996, verificou-se um aumento de três vezes na taxa de lotação inicial e a área
necessária para suportar um rebanho de 1.200 cabeças foi reduzida para apenas 36% da área
total, sendo as demais destinadas à agricultura de grãos. Esses ganhos podem ser atribuídos à
recuperação da fertilidade do solo, associado ao uso de gramíneas com maior potencial de
produção de forragem (Vilela et al., 2001).
Estratégia interessante é a utilizada na fazenda Cabeceira, em Maracaju, MS, onde a
propriedade é dividida em quatro setores (talhões), sendo que as atividades ocorrem de forma
rotacionada nestes, alternando pastos diversos e cultivos anuais de algodão, soja e milho
(Tabela 10). São utilizadas novilhas desmamadas, que são recriadas e terminadas para abate
com cerca de 12 arrobas, como animais precoces. Importante destacar a margem bruta das
diferentes atividades, na safra 2003/2004, todas com saldo positivo, o que vem ocorrendo há
mais de 15 anos, segundo o proprietário.

Tabela 10. Produção das culturas anuais e produção animal nas safras 2002/2003 e 2003/2004,
Fazenda Cabeceira, em Maracaju, MS
2003/2004
2002/03 2003/2004
Talhão/ano1 Estação do ano Margem
Produção Produção
bruta2
Talhão Verão
1 Soja 50 sc 57 sc 22 sc
2 Algodão 220 @ 197 @ 58 @
3 Soja 50 sc 57 sc 22 sc
4 Pasto 20 @ 20 @ 8@
Ano Inverno
1 Pé-de-galinha + Tanzânia 6@ 6@ 3,3 @
2 Aveia + Tanzânia 6@ 6@ 3,2 @
3 Milho + Tanzânia + Decumbens 82 sc 74 sc 17 sc
4 Pasto 20 @ 20 @ 8@

23
1
A sequência de cultivos segue dentro de anos e nos talhões. Somente 25% da área é cultivada
com pastagens no verão e todas as áreas recebem forrageiras no inverno.
2
Grãos: sacas/ha; algodão: @/ha; carne: @/ha de eq. carcaça.
Fonte: Ake van der Vinne (informação pessoal em 2005).

5.3 - Forrageiras de inverno


Para sistemas de ILP nas condições do Sul do Brasil, com opções de forrageiras de
inverno, a tendência dos resultados e benefícios na produção são semelhantes aos resultados
com forrageiras tropicais.
A aplicação de doses crescentes de N em forrageiras de inverno, azevém (Lolium
multiflorum), aveia branca (Avena strigosa) e trevo branco (Trifolium repens), originárias de
ressemeadura natural ou semeadas em PD, após a cultura da soja, resultaram em produções
crescentes de forragem e de peso vivo animal, em Guarapuava, PR (Assmann et al., 2004).
(Tabela 11). Importante destacar que os ganhos por área foram elevados por um período de
utilização da pastagem de 93 dias.
Entretanto, o ganho de peso vivo/animal por kg de N aplicado foi baixo, somente
0,59 kg de PV/kg de N na dose mais elevada e, nas demais, foi insignificante. Isto se deve às
condições climáticas, que foram desfavoráveis e também, provavelmente, à boa fertilidade do
solo, que apresentava teor de matéria orgânica de 4,9% na camada de 0-20 cm. O milho
respondeu a adubação nitrogenada, somente onde não houve aplicação de N na pastagem de
inverno anterior, (Assmann 2003). Nesta condição a produtividade do milho foi favorecidas
pelo pastejo na área no inverno precedente, em relação ao não pastejado.

Tabela 11. Carga animal, massa seca de forragem, oferta de forragem, ganho médio diário e
ganho de peso vivo, de bovinos em pastagem de estação fria (consórcio de
leguminosas + gramíneas), sob diferentes doses de nitrogênio, Guarapuava, PR
Dose de Carga Massa seca de Ganho médio Ganho de
Oferta de foragem
N animal forragem diário peso vivo
(kg/ha) (kg/ha) (kg/ha) (MS/100 kg PV/dia) (kg/animal) (kg/ha)
0 1.405 4.296 4,9 1,01 480
100 1.588 4.706 5,4 0,95 495
200 1.623 5.376 5,3 0,93 501
300 1.878 6.505 5,9 1,05 656
Fonte: Adaptado de Assmann et al. (2004).

Na pastagem de inverno estabelecida após a cultura de verão, a inclusão de trevos


resultou em aumentos na produção de forragem em relação à aveia sem adubação nitrogenada,

24
mas não tanto quanto à pastagem de aveia com adubação com 200 kg/ha de N, como consta na
Tabela 12. Para um período de 89 dias de pastejo, o ganho de peso vivo/animal por kg de N
aplicado foi superior ao encontrado por Assmann et al. (2004),
0,80 kg de PV/kg de N, entretanto, ainda é baixo para cobrir os custos da adubação
nitrogenada. O ganho médio diário diminuiu ao longo do período devido ao aumento da massa
de material morto e menor massa de folhas na pastagem.

Tabela 12. Carga animal, produção de massa seca de forragem, ganho médio diário e ganho de
peso vivo (kg PV/ha), de bovinos em pastagem de estação fria (consórcio de
leguminosas + gramíneas), sob diferentes doses de nitrogênio, Londrina, PR
Carga Massa seca
Ganho de peso vivo
Pastagem animal de forragem
(kg/ha) (kg/ha) (kg/an./dia) (kg PV/ha)
Aveia sem N 1.020 7.348 1,06 380
Aveia + Trevos 1.280 9.275 1,13 405
Aveia + 200 kg/ha de N 1.310 12.058 1,50 541
Fonte: Adaptado de Assmann et al. (2010).

O manejo da pastagem tem efeito direto no desempenho animal devido à variação na


oferta de forragem. Carvalho et al. (2007), avaliando alturas de manejo da pastagem de aveia +
azevém (10; 20; 30 e 40 cm) no desempenho e terminação de bovinos, observaram que a menor
altura de manejo resultou em maior ganho por hectare, entretanto, o ganho individual foi menor
e os animais deste tratamento apresentaram carcaças mais leves e de qualidade inferior, sendo
que as carcaças com melhor qualidade foram obtidas no manejo a 30 cm de altura (Tabela 13).

Tabela 13. Efeito da altura de manejo da pastagem de aveia + azevém no desempenho e


terminação de bovinos
Altura de manejo da pastagem (cm)
Variável
10 20 30 40
Lotação (an./ha) 4,4 3,3 2,0 1,1
Ganho diário (kg/an.) 820 1.050 1.050 1.050
Ganho de peso vivo (kg/ha) 550 420 280 150
Carcaça Deficiente Boa Boa Boa
Fonte: Adaptado de Carvalho et al. (2007).

Quanto às produções de soja em sucessão às pastagens, Carvalho et al. (2007),


obtiveram um efeito negativo no rendimento da cultura na maior pressão de pastejo, no

25
primeiro ano. Nos anos subsequentes os efeito das pressões de pastejo foram menos evidentes,
mesmo com elevado déficit hídrico ou precipitação elevada em alguns anos.
A intensidade de pastejo teve mais efeito sobre o ganho animal e produtividade das
culturas subsequentes do que o método de pastejo (Tabela 14). O ganho médio diário foi 33%
maior na maior oferta de forragem, no pastejo contínuo, e 20% maior, no pastejo rotacionado.
A produção de soja foi 61% maior, no cultivo sobre o resíduo da maior oferta, no pastejo
continuo, e 25% sobre a maior oferta, no pastejo rotacionado, indicando um efeito benéfico da
maior cobertura do solo e reciclagem de nutrientes. Segundo os autores, para o milho, com
cultivo somente por um ano, o efeito da intensidade e métodos de pastejo é menos evidente,
mas indica maiores rendimentos para o pastejo contínuo com maior oferta de forragem.
Importante notar que na área testemunha, sem pastejo, onde a pastagem funciona apenas como
cobertura, não foi observada maior produção do que nas áreas sob pastejo.
Em continuação do estudo anterior, Lunardi et al. (2008), observaram, na safra
2003/2004, que o rendimento da soja na área pastejada foi de 1.384 kg/ha, e na área sem
pastejo, foi de apenas 934 kg/ha. Os autores atribuíram essa menor produção ao acúmulo de
maior massa de forragem no tratamento sem pastejo que, possivelmente, tenha imobilizado
maior quantidade de nutrientes do que na área sob pastejo. Nas áreas sob pastejo, a ciclagem de
nutrientes via fezes e urina pode ter favorecido a cultura da soja, já que o crescimento inicial da
soja nas áreas pastejadas foi maior, e na área não pastejada, a soja apresentava sintomas de
amarelecimento.

Tabela 14. Taxa de lotação, ganho médio diário (kg/na./dia), ganho de peso vivo (kg/ha), de
ovinos, em pastagem de azevém, sob dois sistemas de pastejo e duas ofertas de
forragem (2,5 e 5,0 vezes o potencial de consumo) e produções de soja e milho
subsequentes, Eldorado do Sul, RS

Método de pastejo e Lotação Ganho de peso vivo Soja Milho


oferta de forragem (kg/ha) (g/an/dia) (kg/ha) (kg/ha) (kg/ha)
Contínuo (oferta 2,5) 1.238 117 439 839 5.443
Contínuo (oferta 5,0) 854 156 373 1.354 6.924
Rotacionado (oferta 2,5) 1.504 112 540 946 5.517
Rotacionado (oferta 5,0) 909 134 350 1.185 5.668
Sem pastejo --- --- ---- 700 5.469
Fonte: Adaptado de Carvalho et al. (2007).

Carvalho et al. (2007) destacam ainda que “para sistemas de semeadura direta, a
presença de animais em pastejo na área representa um paradigma e estes resultados são muito

26
importantes para demonstrar que o pastejo controlado não vem em prejuízo das lavouras em
sistema de semeadura direta na ILP”.
Importante destacar que para forrageiras tropicais é grande a carência de estudos sobre
os efeitos das intensidades e sistemas de utilização da pastagem na produtividade das culturas
subsequentes.
Para regiões mais frias, onde não é possível a produção de milho na safrinha, somente
na safra, plantios em setembro/outubro, em consorciação com forrageiras tropicais, poderão
suprir a escassez de forragem no outono, com pastagens de boa produtividade e qualidade.
Neste caso, após colheita da cultura em fevereiro/março, a pastagem poderia ser utilizada do
outono até o início do inverno, época em que as pastagens de inverno estão apenas iniciando o
seu ciclo. Este sistema, se manejado adequadamente, pode proporcionar boas palhadas para o
cultivo do trigo, no inverno, ou da soja na primavera subsequente.

5.4 - Forrageiras na iLPF


A Integração lavoura pecuária floresta (iLPF), pode ser de interesse para determinadas
condições, pois além das produções de carne e grãos, tem-se o adicional da produção de
madeira, bem como o efeito no bem estar animal. A presença de árvores proporciona sombra
aos animais e prociona proteção contra as intempéries, vento, chuva e frio.
Em um experimento em andamento na Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande,
MS, com dois sistemas de iLPF implantados em 2008, com soja e Eucalyptus urograndis em
densidades de 227 árvores/ha e 357 árvores/ha, seguidos do plantio de capim-piatã, após
colheita da cultura, observou-se custo de implantação com insumos e serviços de R$ 2.074,00 e
R$ 2.218,00, respectivamente. Com a comercialização da soja (média de 2.100 kg/ha) e de uma
colheita de forragem para feno (média de 4.000 kg/ha), em setembro/outubro de 2009, obteve-
se amortização dos custos de 85% e 79%, respectivamente. Se fosse cultivada uma nova safra,
em 2010, ou mesmo uma safrinha, ainda em 2009, provavelmente, os custos dos sistemas de
iLPF teriam sido amortizados aos 15 meses após o plantio do eucalipto, podendo-se introduzir
os animais em pastagem de alta qualidade. Estes dados demonstram que os custos de
implantação de sistemas de iLPF não chegam a ser limitantes, num contexto de pecuária, onde
os custos com cercas, bebedouros e aquisição de animais não são considerados (Almeida,
2010).

Neste mesmo experimento, a pastagem de capim-piatã foi avaliada na época seca


(agosto de 2010), sendo observado que os teores de proteína bruta na folha e no colmo foram

27
maiores na sombra do que no sol, com 11,4% x 8,5% e 2,8% x 1,9%, respectivamente. Na
folha, também foi observada maior digestibilidade in vitro da matéria orgânica na sombra do
que no sol, 63,2% x 54,1%, respectivamente (Santos et al., 2010), indicando melhor valor
nutritivo de pastos em iLPF. No período de novembro de 2010 a maio de 2011 (162 dias),
somente com suplementação mineral, estes sistemas comportaram, em média, uma taxa de
lotação de 1,76 UA/ha, com ganho de peso vivo de 115 kg/ha.

Considerações finais
Os sistemas de ILP, com manejo adequado das culturas e pastagens, podem
proporcionar aumentos na produtividade de grãos, forragem, carne, leite e outros produtos.
Estes aumentos, principalmente na recuperação de áreas degradadas ou pouco produtivas,
contribuirão para evitar a abertura de novas áreas, com benefícios ambientais na proteção da
vegetação nativa, na conservação do solo e nos recursos hídricos, além de benefícios
socioeconômicos.

Os sistemas de ILP podem proporcionar aumentos nos teores de matéria orgânica e no


sequestro de carbono do solo, principalmente quando com a utilização de leguminosas
forrageiras em rotação.

Os sistemas de ILP permitem a utilização mais racional de fertilizantes nitrogenados


que reduzem as emissões de óxido nitroso. Igualmente esses sistemas permitem reduzir a idade
de abate dos animais, com dietas apropriadas, reduzindo a emissão de metano contribuindo,
desta forma, para mitigar a emissão de gases de efeito estufa na agropecuária.

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OBS: Referêcia do texto acima.


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