Você está na página 1de 624

Agente de Polícia

Edital 2006
SUMÁRIO

Português - Prof. Carlos Zambeli . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5


Raciocínio Lógico - Prof. Edgar Abreu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
Informática - Prof. Márcio Hunecke . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 221
Direito Constitucional - Prof. André Vieira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 311
Direito Constitucional - Prof. Giuliano Tamagno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 333
Direito Constitucional - Prof. Cristiano de Souza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 355
Direito Administrativo - Prof. Cristiano de Souza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 371
Direito Administrativo - Prof. Leandro Roitman . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 397
Direito Penal - Prof. Joerberth Nunes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 447
Direito Processual do Trabalho - Prof. Pedro Kuhn . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 551

www.acasadoconcurseiro.com.br
Português

Professor Carlos Zambeli

www.acasadoconcurseiro.com.br
Português

Acentuação Gráfica

ACENTUAÇÃO

Toda palavra tem uma sílaba que é pronunciada com mais intensidade que as outras. Essa sílaba
é chamada de sílaba tônica. Pode ocupar diferentes posições e, de acordo com essa colocação,
ser classificada como: oxítona, paroxítona, proparoxítona e monossílaba tônica.

Regras de acentuação

1. Proparoxítonas – todas são acentuadas.


Simpática, proparoxítona , lúcida , cômodo

2. Paroxítonas
Quando terminadas em
a) L, N, R, X, PS, I, US: amável, hífen, repórter, tórax, bíceps, tênis, vírus.
b) UM, UNS, Ã, ÃS, ÃO, ÃOS, EI:
álbum, ímã, órgão.
c) Ditongo crescente (SV +V): cárie, polícia, história.

3. Oxítonas
Quando terminadas em EM, ENS, A(S), E(S), O(S):
a) A, AS: está, guaraná, comprá-la. 

b) E, ES: jacaré, você, fazê-los.
c) O, OS: avó, paletós.
d) EM: armazém, ninguém.
e) ENS: parabéns, armazéns.

4. Monossílabos tônicos
A, AS, E, ES, O, OS: mês, pó, já.

www.acasadoconcurseiro.com.br 7
5. Ditongo Aberto

Antes da reforma Depois da reforma


Os ditongos ‘éi’, ‘ói’ e ‘éu’ só continuam a ser
acentuados no final da palavra (oxítonas)
ÉU, ÉI, ÓI
céu, dói, chapéu, anéis, lençóis.
idéia, colméia, bóia, céu, constrói
Desapareceram para palavras paroxítonas.
boia, paranoico, heroico

6. Hiatos I e U

Antes da reforma Depois da reforma


Í e Ú levam acento se estiverem sozinhos na Nas paroxítonas, I e U não serão mais acentuados
sílaba ou com S (hiato). se vierem depois de um ditongo:
saída, saúde, miúdo, aí, Araújo, Luís, Piauí baiuca, bocaiuva, cauila, feiura, Sauipe

7. ÊE, ÔO

Antes da reforma Depois da reforma


Hiatos em OO (s) e as formas verbais terminadas Sem acento:
em EE(m) recebem acento circunflexo:
vôo, vôos, enjôos, abençôo, perdôo; voo, voos, enjoos, abençoo, perdoo;
crêem, dêem, lêem, vêem, prevêem. creem, deem, leem, veem, releem, preveem.

8. Verbos ter e vir


Ele tem e vem
Eles têm e vêm

a) Ele contém, detém, provém, intervém (singular do presente do indicativo dos verbos
derivados de TER e VIR: conter, deter, manter, obter, provir, intervir, convir);

b) Eles contêm, detêm, provêm, intervêm (plural do presente do indicativo dos verbos
derivados de TER e VIR).

8 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Acentuação Gráfica – Prof. Carlos Zambeli

9. Acentos Diferenciais

Antes Depois
Ele pára Só existem ainda
Eu pélo
O pêlo, os pêlos Pôde (pretérito)
A pêra (= fruta) Pôr (verbo)
Pôde (pretérito)
Pôr (verbo)

10. Trema

Antes Depois
gue, gui, que, qui O trema não é mais utilizado.
quando pronunciados Exceto para palavras estrangeiras ou nomes
próprios: Müller e mülleriano...
bilíngüe
Pingüim
Cinqüenta

1. Classifique as palavras destacadas, de acordo com a posição da sílaba tônica:


a) Ninguém sabia o que fazer.
b) Era uma pessoa sábia.
c) Vivo querendo ver o tal sabiá que canta nas palmeiras.
d) Anos antes ele cantara no Teatro São Pedro.
e) Anunciaram que ele cantará no teatro.
f) Não contem com a participação dele.
g) Ele alega que nosso projeto contém erros.
h) Tudo não passou de um equívoco.
i) Raramente me equivoco.

www.acasadoconcurseiro.com.br 9
2. Marque as opções em que as palavras são acentuadas seguindo a mesma regra. (regras antigas)
a) ( ) magnífico - básica
b) ( ) português - saí
c) ( ) gaúcho – renúncia
d) ( ) eliminatória – platéia
e) ( ) rápido – assédio
f) ( ) cipó – após
g) ( ) distribuído – saísse
h) ( ) realizará – invés
i) ( ) européia – sóis
j) ( ) alguém – túnel
l) ( ) abençôo – pôr
m) ( ) ânsia - aluguéis
n) ( ) prevêem - soubésseis
o) ( ) imbatível – efêmera

3. Acentue ou não:
a) Sauva , sauvinha, gaucha, gauchinha, viuvo, bau, bauzinho, feri-la, medi-la, atrai-los;
b) sos, le-la, reu, odio, sereia, memoria, itens, pires, tenue;
c) America, obito, coluna, tulipa, cinico, exito, panico, penico;
d) pendulo, pancreas, bonus, impar, item, libido, ravioli, traduzi-la, egoista.

10 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português

Ortografia

Os Porquês

1. Por que
Por qual motivo / Por qual razão / O motivo pelo qual / Pela qual

•• Por que não me disse a verdade?

•• Gostaria de saber por que não me disse a verdade.

•• As causas por que discuti com ele são sérias demais.

2. por quê = por que


Mas sempre bate em algum sinal de pontuação!

•• Você não veio por quê?

•• Não sei por quê.

•• Por quê? Você sabe bem por quê!

www.acasadoconcurseiro.com.br 11
3. porque = pois
•• Ele foi embora, porque foi demitido daqui.

•• Não vá, porque você é útil aqui.

4. porquê = substantivo
Usado com artigos, pronomes adjetivos ou numerais.

•• Ele sabe o porquê de tudo isso.

Este porquê é um substantivo.

Quantos porquês existem na Língua Portuguesa?

Existem quatro porquês.

HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS

Homônimos
Vocábulos que se pronunciam da mesma forma, e que diferem no sentido.
•• Homônimos perfeitos: vocábulos com pronúncia e grafia idênticas (homófonos e
homógrafos).
São: 3ª p. p. do verbo ser.
•• Eles são inteligentes.

São: sadio.
•• O menino, felizmente, está são.

São: forma reduzida de santo.


•• São José é meu santo protetor.

Eu cedo essa cadeira para minha professora!

Eu nunca acordo cedo!

12 www.acasadoconcurseiro.com.br
Ortografia – Português – Prof. Carlos Zambeli

•• Homônimos imperfeitos: vocábulos com pronúncia igual (homófonos), mas com grafia
diferente (heterógrafos).
Cessão: ato de ceder, cedência
Seção : corte, subdivisão, parte de um todo
Sessão: Espaço de tempo em que se realiza uma reunião

Parônimos
Vocábulos ou expressões que apresentam semelhança de grafia e pronúncia, mas que diferem
no sentido.
Cavaleiro: homem a cavalo
Cavalheiro: homem gentil

Acender: pôr fogo a


Ascender: elevar-se, subir

Acessório: pertences de qualquer instrumento; que não é principal


Assessório: diz respeito a assistente, adjunto ou assessor

Caçado: apanhado na caça


Cassado: anulado

Censo: recenseamento
Senso: juízo

Cerra: do verbo cerrar (fechar)


Serra: instrumento cortante; montanha; do v. serrar (cortar)

Descrição: ato de descrever


Discrição: qualidade de discreto

Descriminar: inocentar
Discriminar: distinguir, diferenciar

Emergir: sair de onde estava mergulhado


Imergir: mergulhar

Emigração: ato de emigrar


Imigração: ato de imigrar

Eminente: excelente
Iminente: sobranceiro; que está por acontecer

www.acasadoconcurseiro.com.br 13
Empossar: dar posse
Empoçar: formar poça

Espectador: o que observa um ato


Expectador: o que tem expectativa

Flagrante: evidente
Fragrante: perfumado

Incipiente: que está em começo, iniciante


Insipiente: ignorante

Mandado: ordem judicial


Mandato: período de permanência em cargo

Ratificar: confirmar
Retificar: corrigir

Tacha: tipo de prego; defeito; mancha moralTaxa - imposto


Tachar: censurar, notar defeito em; pôr prego emTaxar - determinar a taxa de

Tráfego: trânsito
Tráfico: negócio ilícito

Acento: inflexão de voz, tom de voz, acento


Assento: base, lugar de sentar-se

Concerto: sessão musical; harmonia


Conserto: remendo, reparação

Deferir: atender, conceder


Diferir: ser diferente, distinguir, divergir, discordar

Acerca de: Sobre, a respeito de.


Falarei acerca de vocês.
A cerca de: A uma distância aproximada de.
Mora a cerca de dez quadras do centro da cidade.
Há cerca de: Faz aproximadamente.
Trabalha há cerca de cinco anos

Ao encontro de: a favor, para junto de. Ir ao encontro dos anseios do povo.
De encontro a: contra. As medidas vêm de encontro aos interesses do povo.

14 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português

Colocação Pronominal

Número Pessoa Pronomes Retos Pronomes Oblíquos


Primeira Eu Me, mim, comigo
Singular Segunda Tu Te, ti, contigo
Terceira Ele / Ela Se, si, consigo, o, a, lhe
Primeria Nós Nos, conosco
Segunda Vós Vos, convosco
Plural
Se, si, consigo, os, as,
Terceira Eles / Elas
lhes

Emprego

Pronomes retos (morfologia) exercem a função de sujeito (sintática).


Pronomes oblíquos (morfologia) exercem a função de complemento.
Eu o ajudo, ele lhe oferece uma água!

2) Formas de tratamento
a) o, a, os, as, quando precedidos de verbos que terminam em –r, -s, -z, assumem a forma lo,
la, los, las,e os verbos perdem aquelas terminações.
Queria vendê-la para o Pedro Kuhn.
b) o, a, os, as, quando precedidos de verbos que terminam em –m, -ão, -õe, assumem a
forma no, na, nos, nas.
André Vieira e Pedro Kuhn enviaram-nas aos alunos.
c) O/A X Lhe
A Casa do Concurseiro enviou a apostila aos alunos nesta semana.

www.acasadoconcurseiro.com.br 15
Colocação

É o emprego dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) em
relação ao verbo na frase.
Os pronomes átonos podem ocupar 3 posições: antes do verbo (próclise), no meio do verbo
(mesóclise) e depois do verbo (ênclise).

PRÓCLISE
a) Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada, ninguém, nem, de modo
algum.
Nada me emociona.
Ninguém te viu, Edgar.

b) Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme, embora, logo, que,
caso...
Quando me perguntaram, respondi que te amava!
Se lhe enviarem o bilhete, avise que nos lembramos dela.

c) Advérbios
Aqui se estuda de verdade.
Sempre me esforcei para passar no concurso.
Se houver vírgula depois do advérbio, a próclise não existirá mais.
Aqui, estuda-se muito!

d) Pronomes 
Alguém me perguntou isso? (indefinido)
A questão que te tirou do concurso foi anulada!!! (relativo)
Aquilo me emocionou muito. (demonstrativo)

e) Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo).


Deus o abençoe.
Macacos me mordam!

16 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Colocação Pronominal – Prof. Carlos Zambeli.

f) Com verbo no gerúndio antecedido de preposição EM.


Em se plantando tudo dá.
Em se tratando de concurso, A Casa do Concurseiro é referência!

MESÓCLISE
Usada quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito.
Convidar-me-ão para a festa.
Entregá-lo-ia a você, se tivesse tempo.
Dar-te-ei a apostila de Português do Zambeli.

ÊNCLISE
Com o verbo no início da frase.
Entregaram-me as apostilas do curso.
Com o verbo no imperativo afirmativo.
Edgar, retire-se daqui!

COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES VERBAIS

Locuções verbais são formadas por um verbo auxiliar + infinitivo, gerúndio ou particípio.

AUX + PARTICÍPIO:
O pronome deve ficar depois do verbo auxiliar. Se houver palavra atrativa, o pronome deverá
ficar antes do verbo auxiliar.
Havia-lhe contado aquele segredo.
Não lhe havia enviado os cheques.
Tenho-lhe contado a verdade.
Não lhe tenho contado a verdade.

AUX + GERÚNDIO OU INFINITIVO:


Se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou do verbo
principal.

www.acasadoconcurseiro.com.br 17
Infinitivo
Quero-lhe dizer o que aconteceu.Quero dizer-lhe o que aconteceu.

Gerúndio
Estou lhe dizendo a verdade.
Ia escrevendo-lhe o e-mail.
Se houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá antes do verbo auxiliar ou depois do
verbo principal.
Infinitivo 
Não lhe vou dizer aquela história.
Não quero dizer-lhe meu nome.
Gerúndio 
Não lhe ia dizendo a verdade.
Não ia dizendo-lhe a verdade.
Vou-lhe confessar. Estou-lhe telefonando.
Vou confessar-lhe. Estou telefonando-lhe.

Não lhe vou falar. Não lhe estou perguntando.


Não vou lhe falar. Não estou lhe perguntando.
Não vou falar-lhe. Não estou perguntando-lhe.

18 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Colocação Pronominal – Prof. Carlos Zambeli.

Exercício (verdadeiro ou falso) 13. ( ) Ninguém podia ajudar-nos naquela


hora.
1. ( ) Vamos, amigos, cheguem-se aos bons.
14. ( ) Algumas haviam-nos contado a
verdade.
2. ( ) O torneio iniciar-se-á no próximo
Domingo.
15. ( ) Todos se estão entendendo bem.
3. ( ) Amanhã dizer-te-ei todas as novidades.
16. ( ) As meninas não tinham nos convidado
para sair.
4. ( ) Os alunos nos surpreendem com suas
respostas.

5. ( ) Os amigos chegaram e me esperam lá


fora.

6. ( ) O torneio iniciará-se no próximo


domingo.

7. ( ) Tinha oferecido-lhes as explicações,


saíram felizes.

8. ( ) Este casamento não deve realizar-se.

9. ( ) Para não falar- lhe, resolveu sair cedo.

10. ( ) É possível que o leitor não nos creia.

11. ( ) A turma quer-lhe fazer uma surpresa.

12. ( ) A turma havia convidado-o para sair.

www.acasadoconcurseiro.com.br 19
Português

Sintaxe da Oração (Análise Sintática)

Frase: é o enunciado com sentido completo, capaz de fazer uma comunicação. Na frase é
facultativo o uso do verbo.
Oração: é o enunciado com sentido que se estrutura com base em um verbo.
Período: é a oração composta por um ou mais verbos.

SUJEITO
É o ser da oração ou a quem o verbo se refere e sobre o qual se faz uma declaração.
Que (me) é que?
“Teus sinais me confundem da cabeça aos pés, mas por dentro eu te devoro.” (Djavan)

Existem aqui bons alunos, boas apostilas e exemplares professores.

Discutiu-se esse assunto na aula de Português da Casa.

Casos especiais
Sujeito indeterminado – quando não se quer ou não se pode identificar claramente a quem o
predicado da oração se refere. Observe que há uma referência imprecisa ao sujeito. Ocorre
a) Com o verbo na 3ª pessoa do plural, desde que o sujeito não tenha sido identificado
anteriormente.
Falaram sobre esse assunto no bar do curso.

“Um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão.”

b) Com o verbo na 3ª pessoa do singular. (VI, VTI, VL) + SE


Precisa-se de muita atenção durante a aula.

Dorme-se muito bem neste hotel.

“Fica-se muito louco quando apaixonado.” (Freud)

www.acasadoconcurseiro.com.br 21
Inexistente (oração sem sujeito) – ocorre quando há verbos impessoais na
oração.

Fenômeno da natureza
Venta forte no litoral cearense!

Deve chover nesta madrugada.

Haver - no sentido de existir, ocorrer, ou indicando tempo decorrido.


"Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses.” (Rubem
Alves)

Havia muitas coisas estranhas naquele lugar.

Deve haver bons concursos neste mês.

Devem existir bons concursos neste mês.

Fazer – indicando temperatura, fenômeno da natureza, tempo.


Faz 18ºC em Porto Alegre hoje.

Deve fazer 40ºC amanhã em Recife.

Fez calor ontem na cidade.

Faz 3 anos que eu trabalho na Casa do Concurseiro.

Está fazendo 10 meses que nós nos vimos aqui.

Ser
É impessoal quando se refere a Horário, Data e Distância. A concordância será feita com o
predicativo.
Hoje são 29 de abril.

Hoje é dia 29 de abril.

Eram dezessete horas em Brasília.

Daqui até Porto Alegre são 229 km.

22 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Sintaxe da Oração (Análise Sintática) – Prof. Carlos Zambeli

Sujeito Oracional
Estudar para concursos é muito cansativo.
É necessário que vocês estudem em casa.

“Parecia que era minha aquela solidão.”

Praticar exercícios frequentemente é bom para a saúde.

Seria interessante se você estudasse pela Casa.

TRANSITIVIDADE VERBAL

1. Verbo Intransitivo (VI) – verbo que não exige complemento.


“O poeta pena quando cai o pano, e o pano cai.” (Teatro Mágico)

“Meu coração já não bate nem apanha. ” (Arnaldo Antunes)

2. Verbo Transitivo Direto (VTD) – verbo que precisa de complemento sem preposição.
“O Eduardo sugeriu uma lanchonete, mas a Mônica queria ver o filme do Godard.” (Legião Urbana)

“Por onde andei enquanto você me procurava?” (Nando Reis)

3. Verbo Transitivo Indireto (VTI) – verbo que precisa de complemento com preposição.
"Cuida de mim, enquanto não me esqueço de você“ (Teatro Mágico)

“Acreditar por um instante em tudo que existe.” (Legião)

4. Verbo Transitivo Direto e Indireto (VTDI) – precisa de 2 complementos. (OD e OI)


“A Mônica explicava ao Eduardo coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar.” (Legião)

“Plantei uma flor no coração dela, e ela me deu um sorriso trazendo paz.” (Natiruts)

5. Verbo de Ligação (VL) – não indicam ação.


Esses verbos fazem a ligação entre 2 termos: o sujeito e suas características. Estas características
são chamadas de predicativo do sujeito.
“O sonho é a realização de um desejo.” (Freud) ser, viver, acha, encontrar, fazer,
Tu estás cansado agora? parecer, estar, continuar, ficar,
permanecer, andar, tornar, virar

www.acasadoconcurseiro.com.br 23
ADJUNTO ADVERBIAL
É o termo da oração que indica uma circunstância (dando ideia de tempo, instrumento, lugar,
causa, dúvida, modo, intensidade, finalidade, ...). O adjunto adverbial é o termo que modifica o
sentido de um verbo, de um adjetivo, de um advérbio.

Advérbio X Adjunto Adverbial


Hoje eu prometo a você uma taça de vinho na minha casa alegremente!
Ontem assisti à aula do Zambeli na sala confortavelmente

APOSTO X VOCATIVO
Aposto é um termo acessório da oração que se liga a um substantivo, tal como o adjunto
adnominal, mas que, no entanto sempre aparecerá com a função de explicá-lo, aparecendo de
forma isolada por pontuação.
Vocativo é o único termo isolado dentro da oração, pois não se liga ao verbo nem ao nome.
Não faz parte do sujeito nem do predicado. A função do vocativo é chamar o receptor a que se
está dirigindo. É marcado por sinal de pontuação.
Edgar, o professor de matemática, também sabe muito bem Português!

Sempre me disseram duas coisas: estude e divirta-se.

“Não chore, meu amor, tudo vai melhorar” (Natiruts)

Adjunto adnominal é o termo que caracteriza e/ou define um substantivo. As classes de


palavras que podem desempenhar a função de adjunto adnominal são adjetivo, artigos,
pronomes, numerais, locução adjetiva. Portanto se trata de um termo de valor adjetivo que
modificara o nome ao qual se refere.
Artigo – O preço do arroz subiu.
Adjetivos – A política empresarial deve ser o grande debate no seminário.
Pronome – Algumas pessoas pediram essas dicas.
Numeral – Dez alunos dedicados fizeram o nosso simulado.
Locução adjetiva – A aula de Português sempre nos emociona muito!

Complemento Nominal
É o termo preposicionado que completa o sentido de um nome (adjetivo, substantivo ou
advérbio).

24 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Sintaxe da Oração (Análise Sintática) – Prof. Carlos Zambeli

Temos necessidade de ajuda.

Estamos confiantes na vitória.

OBS.: o complemento nominal pode ser representado por um pronome oblíquo.


Aquela atitude lhe era prejudicial.

Distinção entre Adjunto Adnominal e Complemento Nominal


a) Somente os substantivos podem ser acompanhados de adjuntos adnominais; já os
complementos nominais podem ligar-se a substantivos, adjetivos e advérbios. Logo, o
termo ligado por preposição a um adjetivo ou a um advérbio só pode ser complemento
nominal.
b) O complemento nominal equivale a um complemento verbal, ou seja, só se relaciona a
substantivos cujos significados transitam. Portanto, seu valor é passivo, é sobre ele que
recai a ação. O adjunto adnominal tem sempre valor ativo.

CN Adjunto Adnominal
Sempre preposicionado; Nem sempre preposicionado;
Completa substantivo, adjetivo ou advérbio; Refere-se a substantivo abstrato ou concreto;
Sentido passivo. Sentido ativo.

A vila aguarda a construção da escola.

A autora fez uma mudança de cenário.

Observamos o crescimento da economia.

Assaltaram a loja de brinquedos.

Sujeito X Objeto Direto


Existiram algumas reclamações nesta semana.

Ouvi algumas reclamações nesta semana.

Bastam três gostas do remédio.

Tomaram três gostas do remédio.

www.acasadoconcurseiro.com.br 25
Objeto Direto X Objeto Indireto
Gostamos de todas as matérias!

Estudamos todas as matérias!

Assisti aos vídeos no sábado.

Vi os vídeos no sábado.

Objeto Indireto X Complemento Nominal


O livro resistiu ao tempo.

O livro ofereceu resistência ao tempo.

Tenho necessidade de algum tempo livre.

Necessito de algum tempo livre.

Predicativo do sujeito X Adjunto Adverbial


Eu estava nervoso.

Eu estava na rua.

Edgar anda rápido.

Edgar anda estressado.

Classifique os elementos sublinhados das orações abaixo.


a) O aluno voltou da prova.

b) Fatos impressionantes relatou-nos aquele professor.

c) O professor do curso ofereceu-lhe um lugar melhor na sala.

d) Procurei-a por toda a cidade.

e) “Assaltaram a gramática, assassinaram a lógica...”

f) Talvez ainda haja questões difíceis.

26 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Sintaxe da Oração (Análise Sintática) – Prof. Carlos Zambeli

g) Taxa de homicídio cresce em 15 anos no país.

h) A prova foi interessante.

i) Hotel oferece promoções aos clientes.

j) Contei-lhe uma historia verdadeira!

www.acasadoconcurseiro.com.br 27
Português

Concordância Verbal

Regra geral
O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.
“A renúncia progressiva dos instintos parece ser um dos fundamentos do desenvolvimento da
civilização humana.” (Freud)
Os concurseiros dedicados adoram esta matéria nas provas.
•• As alunas dedicadas estudaram esse assunto complicado ontem.

1. Se
a) Pronome apassivador – o verbo (VTD ou VTDI) concordará com o sujeito passivo.
•• Compraram-se alguns salgadinhos para a festa.
•• Estuda-se esse assunto na aula.
•• Exigem-se referências do candidato.
•• Emplacam-se os carros novos em três dias.
•• Entregou-se um brinde aos alunos durante o intervalo.

b) Índice de indeterminação do sujeito – o verbo


•• (VL, VI ou VTI) não terá sujeito claro! Terá um sujeito indeterminado.
•• Não se confia em pessoas que não estudam.
•• Necessita-se, no decorrer do curso, de uma boa revisão.
•• Assistiu-se a todas as cenas da novela no capítulo final.

2. Pronome de tratamento
O verbo fica sempre na 3ª pessoa (= ele/eles).
•• Vossa Excelência merece nossa estima. Sua obra é reconhecida por todos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 29
3. Haver
No sentido de “existir ou ocorrer” ou indicando “tempo” ficará na terceira pessoa do singular. É
impessoal, ou seja, não possui sujeito.
•• Nesta sala, há bons e maus alunos.
•• Avisaram agora que a sala está desarrumada porque houve um simulado antes.
•• Há pessoas que não valorizam a vida.
•• Deve haver aprovações desde curso.
•• Devem existir aprovações desde curso.

4. Fazer
Quando indica “tempo”, “temperatura” ou “fenômenos da natureza”, também é impessoal e
deverá ficar na terceira pessoa do singular.
•• Faz 3 dias que vi essa aula no site do curso.
•• Fez 35 graus em Recife!
•• Faz frio na serra gaúcha.
•• Deve fazer 15 dias já que enviei o material.

5. Expressões partitivas ou fracionárias


Verbo no singular ou no plural (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a maioria de,
a maior parte de, grande parte de...)
•• A maioria das pessoas aceita/ aceitam os problemas sociais.
•• Um terço dos candidatos errou/ erraram aquela questão.

6. Mais de um
O verbo permanece no singular:
•• Mais de um aluno da Casa passou neste concurso.

Se expressão aparecer repetida ou associada a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo


deverá ficar no plural:
•• Mais de um deputado, mais de um vereador reclamaram dessa campanha.
•• Mais de um jogador se abraçaram após a partida.

30 www.acasadoconcurseiro.com.br
Concordância Verbal e Nominal – Português – Prof. Carlos Zambeli

7. Que x Quem
QUE: se o sujeito for o pronome relativo que, o verbo concorda com o antecedente do pronome
relativo.
•• Fui eu que falei. (eu falei) Fomos nós que falamos. (nós falamos)

QUEM: se o sujeito for o pronome relativo quem, o verbo ficará na terceira pessoa do singular
ou concordará com o antecedente do pronome (pouco usado).
•• Fui eu quem falei/ falou. Fomos nós quem falamos/falou.

1. É preciso que se _________ os acertos do preço e se ___________ as regras para não _____
mal-entendidos. ( faça- façam/ fixe- fixem/ existir – existirem)

2. Não ________ confusões no casamento. (poderia haver - poderiam haver)

3. _________de convidados indesejados. (Trata-se - Tratam-se)

4. As madrinhas acreditam que _______convidados interessantes, mas sabem que _______


alguns casados. (exista- existam / podem haver- pode haver)

5. ______vários dias que não se ________casamentos aqui; ________ alguma coisa estranha
no local. (faz- fazem/ realiza - realizam/ deve haver- devem haver)

6. Não ______ emoções que ______esse momento. (existe - existem/ traduza-traduzam)

7. ______ problemas durante o Buffet. (aconteceu – aconteceram)

8. Quando se _____ de casamentos, onde se _______trajes especiais, não _____ tantos


custos para os convidados.(trata- tratam/ exige- exigem/ deve haver- devem haver)

9. _____ às 22h a janta, mas quase não______ convidados.


(Iniciou-se- Iniciaram-se/ havia- haviam)

10. No Facebook, ______fotos bizarras e ______muitas informações inúteis. (publica-se -


publicam-se/ compartilha-se - compartilham-se)

11. Convém que se ______nos problemas do casamento e que não se ____ partido da sogra.
(pense – pensem / tome – tomem)

12. Naquele dia, _____________37º C na festa. (fez - fizeram)

www.acasadoconcurseiro.com.br 31
13. __________aos bêbados todo auxílio. (prestou-se - prestaram–se)

14. Não se ____ boas festas de casamento como antigamente. (faz –fazem)

15. No Sul, _______ invernos de congelar. (faz - fazem)

16. É preciso que se ____ aos vídeos e que se ______ os recados.


(assista – assistam / leia – leiam)

17. Convém que se ________ às ordens da sogra e que se _________ os prometidos. (obedeça
– obedeçam / cumpra – cumpram)

18. As acusações do ex-namorado _____ os convidados às lágrimas. (levou / levaram)

19. Uma pesquisa de psicólogos especializados _______ que a maioria dos casamentos não se
_______ depois de 2 anos. (revelou / revelaram – mantém / mantêm)

20. A maior parte dos maridos _____ pela esposa durante as partidas de futebol.
(é provocada / são provocados)

21. Mais de uma esposa ___________ dos maridos. (reclama – reclamam)

Concordância Nominal

Regra geral
Os artigos, os pronomes, os numerais e os adjetivos concordam com o substantivo a que eles
se referem.

Casos especiais
Adjetivo + substantivos de gênero diferente: concordância com o termo mais próximo.
•• Aquele professor ensina complicadas regras e conteúdos.
complicados conteúdos e regras.
•• Notei caídas as camisas e os prendedores.
•• Notei caída a camisa e os prendedores.
•• Notei caído o prendedor e a camisa.

32 www.acasadoconcurseiro.com.br
Concordância Verbal e Nominal – Português – Prof. Carlos Zambeli

Substantivos de gêneros diferentes + adjetivo: concordância com o termo mais próximo ou uso
do masculino plural.
•• A Casa do Concurseiro anunciou a professora e o funcionário homenageado.
•• A Casa do Concurseiro anunciou a professora e o funcionário homenageados.
•• A Casa do Concurseiro anunciou o funcionário e a professora homenageada.

3. Anexo
•• Seguem anexos os valores do orçamento.
•• As receitas anexas devem conter comprovante.

4. Obrigado – adjetivo
•• “Muito obrigada”, disse a nova funcionária pública!

5. Só
•• “O impossível é só questão de opinião e disso os loucos sabem, só os loucos sabem.”
(Chorão)
•• “Eu estava só, sozinho! Mais solitário que um paulistano, que um canastrão na hora
que cai o pano”
•• “Bateu de frente é só tiro, porrada e bomba.” (Valesca Popozuda)

Observação!
A locução adverbial a sós é invariável.

6. Bastante
Adjetivo = vários, muitos
Advérbio = muito, suficiente
•• Entregaram bastantes problemas nesta repartição.
•• Trabalhei bastante.
•• Tenho bastantes razões para estudar na Casa do Concurseiro!

www.acasadoconcurseiro.com.br 33
7. TODO, TODA – qualquer
•• TODO O , TODA A – inteiro
•• “Todo verbo é livre para ser direto ou indireto.” (Teatro Mágico)
•• Todo o investimento deve ser aplicado nesta empresa.

8. É bom, é necessário, é proibido, é permitido


Com determinante = variável
Sem determinante = invariável
•• Vitamina C é bom para saúde.
•• É necessária aquela dica na véspera da prova.
•• Neste local, é proibido entrada de pessoas estranhas.
•• Neste local, é proibida a entrada de pessoas estranhas.

9. Meio
Adjetivo = metade
Advérbio = mais ou menos
•• Comprei meio quilo de picanha.
•• Isso pesa meia tonelada.
•• O clima estava meio tenso.
•• Ana estava meio chateada.

10. Menos e Alerta


Sempre invariáveis
•• Meus professores estão sempre alerta.
•• Tayane tem menos bonecas que sua amiga.

34 www.acasadoconcurseiro.com.br
Concordância Verbal e Nominal – Português – Prof. Carlos Zambeli

1. Complete as lacunas com a opção mais adequada:


a) É _________ (proibido OU proibida) conversa durante a aula.
b) É _________ (proibido OU proibida) a conversa durante a aula.
c) Não é ______ (permitido OU permitida) a afixação de propagandas.
d) Saída a qualquer hora, neste curso, não é _____ (permitido OU permitida).
e) No curso, bebida não é _____ (permitido OU permitida).
f) Crise econômica não é ____ (bom OU boa) para o governo.
g) Bebeu um litro e ________ (meio OU meia) de cachaça.
h) Respondeu tudo com __________ (meio OU meias) palavras.
i) Minha colega ficou ___________ (meio OU meia) angustiada.
j) Ana estava ___________ (meio OU meia) estressada depois da prova.
k) Nesta turma há alunos _________ (meio OU meios) irrequietos.
l) Eles comeram ______________ (bastante OU bastantes).
m) Os alunos saíram da prova _________ (bastante OU bastantes) cansados.
n) Já temos provas _______ (bastante OU bastantes) para incriminá-lo.
o) Os alunos ficam _____ (só OU sós).

www.acasadoconcurseiro.com.br 35
Português

Regência Nominal e Verbal

A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os
complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou as circunstâncias (adjuntos adverbiais).
Um verbo pode assumir valor semântico diferente com a simples mudança ou retirada de uma
preposição.

Verbos Intransitivos

Os verbos intransitivos não possuem complemento. São verbos significativos, capazes de


constituir o predicado sozinhos. Sua semântica é completa.
•• O balão subiu.
•• O cão desapareceu desde ontem.
•• Aquela geleira derreteu no inverno passado.

Verbos Transitivos Diretos

Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos diretos. Isso significa que não
exigem preposição para o estabelecimento da relação de regência.
•• Zambeli comprou livros nesta loja.
•• Pedro ama, nesta loja, as promoções de inverno.

Verbos Transitivos Indiretos

Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos indiretos. Isso significa que
esses verbos exigem uma preposição para o estabelecimento da relação de regência.
•• Edgar Abreu necessita de férias nesta semana.
•• Pedro confia em Kátia sempre!

www.acasadoconcurseiro.com.br 37
Verbos Transitivos Diretos ou Indiretos

Há verbos que admitem duas construções: uma transitiva direta, outra indireta, sem que isso
implique modificações de sentido. Ou seja, possuem dois complementos: um OD e um OI.
•• Tereza ofereceu livros a Zambeli.
•• O professor emprestou aos alunos desta turma alguns livros novos.

Verbos de Ligação

Esse tipo de verbo tem a função de ligar o sujeito a um estado, a uma característica. A
característica atribuída ao sujeito por intermédio do verbo de ligação chama-se predicativo do
sujeito.
Uma maneira prática de se identificar o verbo de ligação é exclui-lo da oração e observar se
nesta continua a existir uma unidade significativa: Minha professora está atrasada. → Minha
professora atrasada.
São, habitualmente, verbos de ligação: ser, estar, ficar, parecer, permanecer, continuar, tornar-
se, achar-se, acabar...

Pronome relativo

QUE:
Retoma pessoas ou coisas.

•• André Vieira, que me ensinou Constitucional, é uma grande professor!

•• Os arquivos das provas de que preciso estão no meu email.

•• O colega em que confio é o Dudan.

Função sintática dos pronomes relativos

Sujeito
•• Os professores que se prepararam para a aula foram bem avaliados.

38 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Regência Nominal e Verbal – Prof. Carlos Zambeli

Objeto direto

•• Chegaram as apostilas que comprei no site.

Objeto indireto

•• Aqui há tudo de que você precisa para o concurso.

Complemento nominal

•• São muitas aprovações de que a Casa do Concurseiro é capaz.

Predicativo do sujeito

•• Reconheço a grande mulher que você é.

Agente da passiva

•• Aquela é a turma do curso por que foste homenageado?

Adjunto adverbial

•• Este é o curso em que trabalho de segunda a sábado!

QUEM:
Só retoma pessoas. Um detalhe importante: sempre antecedido por preposição.

•• A professora em quem tu acreditas pode te ajudar.

•• O amigo de quem Pedro precisará não está em casa.

•• O colega a quem encontrei no concurso foi aprovado.

O QUAL:
Existe flexão de gênero e de número: OS QUAIS, A QUAL, O QUAL, AS QUAIS.

•• O chocolate de que gosto está em falta.

•• O chocolate do qual gosto está em falta.

•• A paixão por que lutarei.

•• A paixão pela qual lutarei.

www.acasadoconcurseiro.com.br 39
•• A prova a que me refiro foi anulada.

•• A prova à qual me refiro foi anulada.

CUJO:
Indica uma ideia de posse. Concorda sempre com o ser possuído.

•• A prova cujo assunto eu não sei será amanhã!

•• A professora com cuja crítica concordo estava me orientando.

•• A namorada a cujos pedidos obedeço sempre me abraça forte.

ONDE:
Só retoma lugar. Sinônimo de EM QUE

•• O país aonde viajarei é perto daqui.

•• O problema em que estou metido pode ser resolvido ainda hoje.

•• O lugar onde deixo meu carro fica próximo daqui.

Assistir
VTD: ajudar, dar assistência:

•• O policial não assistiu as vítimas durante a prova = O policial não as assistiu...

•• O conselho tutelar assiste todas as crianças.

VTI: ver, olhar, presenciar (prep. A obrigatória):

•• Assistimos ao vídeo no youtube = Assistimos a ele.

•• O filme a que eu assisti chama-se “ Intocáveis”.

Pagar e Perdoar
VTD: OD – coisa:

•• Pagou a conta.

40 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Regência Nominal e Verbal – Prof. Carlos Zambeli

VTI: OI – A alguém:

•• Pagou ao garçom.

VTDI: alguma COISA A ALGUÉM:

•• Pagou a dívida ao banco.

•• Pagamos ao garçom as contas da mesa.

Querer
VTD – desejar, almejar:

•• Eu quero esta vaga para mim.

VTI – estimar, querer bem, gostar:

•• Quero muito aos meus amigos.

•• Quero a você, querida!

Implicar
VTD: acarretar, ter consequência

•• Passar no concurso implica sacrifícios.

•• Essas medidas econômicas implicarão mudanças na minha vida.

VTI: ter birra, implicância

•• Ela sempre implica com meus amigos!

Preferir
VTDI: exige a prep. A= X a Y

•• Prefiro concursos federais a concursos estaduais.

Ir, Voltar, Chegar


Usamos as preposições A ou DE ou PARA com esses verbos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 41
•• Chegamos a casa.

•• Foste ao curso.

Esquecer-se, Lembrar-se: VTI (DE)


Esquecer, Lembrar: VTD
•• Eu nunca me esqueci de você!

•• Esqueça aquilo.

•• O aluno cujo nome nunca lembro foi aprovado.

•• O aluno de cujo nome nunca me lembro foi aprovado.

Aspirar
VTD – respirar

•• Naquele lugar, ele aspirou o perfume dela.

•• O cheiro que aspiramos era do gás!

VTI – desejar, pretender

•• Alexandre aspira ao sucesso nos concursos!

•• O cargo a que todos aspiram está neste concurso.

Obedecer/ desobedecer
VTI = prep. A

•• Zambeli nunca obedece ao sinal de trânsito.

Constar
(A) No sentido de “ser composto de”, constrói-se com a preposição DE:

•• A prova do concurso constará de trinta questões objetivas.

(B) No sentido de “estar incluído, registrado”, constrói-se com a preposição EM:

•• Seu nome consta na lista de aprovados do concurso!

42 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Regência Nominal e Verbal – Prof. Carlos Zambeli

Visar
VTD – quando significa “mirar”

•• O atirador visou o alvo certo!

VTD – quando significa “assinar”

•• Você já visou o chegue?

VTI – quando significar “ almejar, ter por objetivo”

•• Visamos ao sucesso no vestibular de verão!

•• A vaga a que todos visam está desocupada.

Proceder
VTI (a) – iniciar, dar andamento.

•• Logo procederemos à reunião.

VTI (de) – originar-se.

•• Ele procede de boa família.

VI – ter lógica.

•• Teus argumentos não procedem.

Usufruir – VTD
•• Usufrua os benefícios da fama!

Namorar – VTD
•• Namoro Ana há cinco anos!

Simpatizar/ antipatizar – VTI


•• Eu simpatizei com ela.

www.acasadoconcurseiro.com.br 43
Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um substantivo, adjetivo ou advérbio transitivos e seu


respectivo complemento nominal. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição.
Deve-se considerar que muitos nomes seguem exatamente a mesma regência dos verbos
correspondentes. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime
dos nomes cognatos. Por exemplo, obedecer e os nomes correspondentes: todos regem
complementos introduzidos pela preposição a: obedecer a algo/a alguém; obediência a algo/a
alguém; obediente a algo/a alguém; obedientemente a algo/a alguém.

admiração a, por horror a


atentado a, contra impaciência com
aversão a, para, por medo a, de
bacharel em, doutor em obediência a
capacidade de, para ojeriza a, por
devoção a, para com, por proeminência sobre
dúvida acerca de, em, sobre respeito a, com, para com, por

Distinção entre Adjunto Adnominal e Complemento Nominal


a) Somente os substantivos podem ser acompanhados de adjuntos adnominais; já os
complementos nominais podem ligar-se a substantivos, adjetivos e advérbios. Logo, o ermo
ligado por preposição a um adjetivo ou a um advérbio só pode ser complemento nominal.

b) O complemento nominal equivale a um complemento verbal, ou seja, só se relaciona a


substantivos cujos significados transitam. Portanto, seu valor é passivo, é sobre ele que
recai a ação. O adjunto adnominal tem sempre valor ativo.

•• A vila aguarda a construção da escola.

•• A autor fez uma mudança de cenário.

•• Observamos o crescimento da economia.

•• Assaltaram a loja de brinquedos.

44 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português

Pontuação

Emprego da Vírgula

Na ordem direta da oração (sujeito + verbo + complemento(s) + adjunto adverbial), NÃO use
vírgula entre os termos. Isso só ocorrerá ao deslocarem-se o predicativo ou o adjunto adverbial.
•• As pessoas desta turma enviaram as dicas de Português aos colegas no domingo.

•• As pessoas desta turma enviaram aos colegas as dicas de Português no domingo.

Dica Zambeliana = Não se separam por vírgulas


•• predicado de sujeito = Restam, dúvidas sobre a matéria!

•• objeto de verbo = Informei, ao grupo, o sério problema.

•• adjunto adnominal de nome = A prova, do concurso, estava acessível!

Entre os termos da oração

1. Para separar itens de uma série. (Enumeração)

•• Na páscoa, preciso comer também alface, rúcula, brócolis, cenoura, tomate, chocolate!

•• Tempo é um recurso raro, valioso e não renovável.

2. Para assinalar supressão de um verbo.


•• Ele vê filmes no youtube; eu, no cinema.

www.acasadoconcurseiro.com.br 45
3. Para separar o adjunto adverbial deslocado.

•• "O preço que se paga, às vezes, é alto demais…"

•• No próximo domingo, farei meu concurso!

•• O tomate, em razão da sua abundância, vem caindo de preço.

Observação: Se o adjunto adverbial for pequeno, a utilização da vírgula não é necessária, a não
ser que se queira enfatizar a informação nele contida.
•• Ontem comemoramos o seu aniversário.

4. Para separar o aposto.

•• Sempre dei dois conselhos: viva muito e seja feliz!

•• São Paulo, considerada a metrópole brasileira, possui um trânsito caótico.

5. Para separar o vocativo.

•• Colega, você pode me emprestar esta caneta?

6. Para separar expressões explicativas, retificativas, continuativas, conclusivas ou enfáticas


(aliás, além disso, com efeito, enfim, isto é, em suma, ou seja, ou melhor, por exemplo,
etc.).

•• As indústrias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não querem abrir mão
dos lucros altos.

•• Preciso estudar, ou seja, adeus final de semana.

Entre as orações
1. Para separar orações coordenadas assindéticas.

•• ”Não me falta cadeira, não me falta sofá, só falta você sentada na sala, só falta você
estar.” (Arnaldo Antunes)

46 www.acasadoconcurseiro.com.br
Pontuação – Português – Prof. Carlos Zambeli

2. As orações coordenadas devem sempre ser separadas por vírgula. Orações coordenadas
são as que indicam adição (e, nem, mas também), alternância (ou, ou ... ou, ora ... ora),
adversidade (mas, porém, contudo...), conclusão (logo, portanto...) e explicação (porque,
pois).

•• Todos os alunos gostarão dessa dica, no entanto não há chances de ser cobrada na
prova.

3. Para separar orações coordenadas sindéticas ligadas por “e”, desde que os sujeitos sejam
diferentes.
•• As pessoas assistiam ao protestos pacificamente, e a polícia respeitava a todos.

•• Os sentimentos podem mudar com o tempo e as pessoas não entendem isso!

4. Para separar orações adverbiais, especialmente quando forem longas.


•• Em determinado momento, ele ficou bastante estressado, porque não encontrava vaga
para estacionar.

5. Para separar orações adverbiais antepostas à principal ou intercaladas, tanto desenvolvidas


quanto reduzidas.
•• Como pretendia retirar-se logo, aproximou-se da porta.

•• Nossas intenções, conforme todos podem comprovar, são as melhores.

6. Orações Subordinadas Adjetivas


Podem ser:
a) Restritivas: Delimitam o sentido do substantivo antecedente (sem vírgula). Encerram uma
qualidade que não é inerente ao substantivo.

•• As frutas que apodreceram foram descartadas no lixo.

•• Os protestos que ocorreram em 2013 podem voltar!

•• As rosas que são vermelhas embelezam o planeta.

www.acasadoconcurseiro.com.br 47
b) Explicativas: Explicações ou afirmações adicionais ao antecedente já definido plenamente
(com vírgula). Encerram uma qualidade inerente ao substantivo.

•• A telefonia móvel, que facilitou a vida do homem moderno, provocou também


situações constrangedoras.

•• Os cachorros, que são peludos, devem ser bem tratados neste canil.

•• As rosas, que são perfumadas, embelezam o planeta.

Emprego do Ponto-e-Vírgula

1. Para separar orações que contenham várias enumerações já separadas por vírgula ou que
encerrem comparações e contrastes.
•• Os jogadores estavam suados, nervosos, procurando a vitória; os espectadores
gritavam, incentivavam o time, exigiam resultados; o treinador angustiava-se, projetava
substituições.

2. Para separar orações em que as conjunções adversativas ou conclusivas estejam deslocadas.


•• As pessoas educadas, todavia, não suportaram aquela atitude.

•• Considere-se, portanto, livre deste compromisso.

•• Esperava encontrar todos os conteúdos na prova; enxerguei, porém, apenas alguns

3. Para alongar a pausa de conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia, entretanto,
etc.), substituindo, assim, a vírgula.
•• Gostaria de estudar hoje; todavia, só chegarei perto dos livros amanhã.

Emprego dos Dois-Pontos


1. Para anunciar uma citação.
•• Lembrando um poema de Vinícius de Moraes: "Tristeza não tem fim, Felicidade sim."
2. Para anunciar uma enumeração, um aposto, uma explicação, uma consequência ou um
esclarecimento.
•• Sempre tive três grandes amigos: Edgar, Pedro e Sérgio.

•• Não há motivo para preocupações: tudo já está resolvido.

48 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português

Identificação da Ideia Central

Trata-se de realizar “compreensão” de textos, ou seja, estabelecer relações com os


componentes envolvidos em dado enunciado, a fim de que se estabeleçam a apreensão e a
compreensão por parte do leitor.

Interpretar x Compreender

INTERPRETAR é COMPREENDER é
•• Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, •• Intelecção, entendimento, percepção
inferir. do que está escrito.
•• APARECE ASSIM NA PROVA •• APARECE ASSIM NA PROVA
•• Através do texto, infere-se que... •• é sugerido pelo autor que
•• É possível deduzir que... •• De acordo com o texto, é correta ou
•• O autor permite concluir que errada a afirmação
•• Qual é a intenção do autor ao afirmar •• O narrador afirma
que

Procedimentos

Enunciados Possíveis
“Qual é a ideia central do texto?”
“O texto se volta, principalmente, para”

Observação de
1. Fonte bibliográfica;
2. Autor;
3. Título;
4. Identificação do “tópico frasal”;
5. Identificação de termos de aparecimento frequente (comprovação do tópico);
6. Procura, nas alternativas, das palavras-chave destacadas no texto.

www.acasadoconcurseiro.com.br 49
EXEMPLIFICANDO
Banho de mar é energizante?
Embora não existam comprovações científicas, muitos especialistas acreditam que os banhos
de mar tragam benefícios à saúde. “A água marinha, composta por mais de 80 elementos
químicos, alivia principalmente as tensões musculares, graças à presença de sódio em sua
composição, por isso pode ser considerada energizante”, afirma a terapeuta Magnólia Prado de
Araújo, da Clínica Kyron Advanced Medical Center, de São Paulo. “Além disso, as ondas do mar
fazem uma massagem no corpo que estimula a circulação sanguínea periférica e isso provoca
aumento da oxigenação das células”, diz Magnólia.
Existe até um tratamento, chamado talassoterapia (do grego thalasso, que significa mar), surgido
em meados do século IX na Grécia, que usa a água do mar como seu principal ingrediente.
Graças à presença de cálcio, zinco, silício e magnésio, a água do mar é usada para tratar doenças
como artrite, osteoporose e reumatismo. Já o sal marinho, rico em cloreto de sódio, potássio e
magnésio, tem propriedades cicatrizantes e antissépticas. Todo esse conhecimento, no entanto,
carece de embasamento científico. “Não conheço nenhum trabalho que trate desse tema com
seriedade, mas intuitivamente creio que o banho de mar gera uma sensação de melhora e
bem-estar”, diz a química Rosalinda Montoni, do Instituto Oceanográfico da USP.
Revista Vida Simples.

1. Fonte bibliográfica: revista periódica de circulação nacional. O próprio nome da revista –


Vida Simples – indica o ponto de vista dos artigos nela veiculados.
2. O fato de o texto não ser assinado permite-nos concluir que se trata de um EDITORIAL
(texto opinativo) ou de uma NOTÍCIA (texto informativo).
3. O fato de o título do texto ser uma pergunta permite-nos concluir que o texto constitui-se
em uma resposta (geralmente, nos primeiros períodos).
4. Identificação do tópico frasal: percebido, via de regra, no 1º e no 2º períodos, por meio das
palavras-chave (expressões substantivas e verbais): não existam / comprovações científicas /
especialistas acreditam / banhos de mar / benefícios à saúde.
5. Identificação de termos cujo aparecimento frequente denuncia determinado enfoque
do assunto: água marinha / alivia tensões musculares / pode ser considerada energizante /
terapeuta / ondas do mar / estimula a circulação sanguínea / aumento da oxigenação das células
/ talassoterapia / água do mar / tratar doenças / conhecimento / carece de embasamento
científico.

1. Qual é a ideia central do texto acima?


a) Os depoimentos científicos sobre as propriedades terapêuticas do banho de mar são
contraditórios.
b) Molhar-se com água salgada é energizante, mas há necessidade de cuidados com infecções.
c) O banho de mar tem uma série de propriedades terapêuticas, que não têm comprovação
científica.
d) Os trabalhos científicos sobre as propriedades medicinais do banho de mar têm publicações
respeitadas no meio científico.
e) A água do mar é composta por vários elementos químicos e bactérias que atuam no sistema
nervoso.

50 www.acasadoconcurseiro.com.br
Identificação da Ideia Central – Português – Prof. Carlos Zambeli

Conclusão
1. Ideia central = palavra-chave 1º e 2º períodos.

2. Comprovação = campo lexical.

3. Resposta correta = a mais completa


(alternativa com maior número de palavras-chave destacadas no texto).

Campo Lexical

Conjunto de palavras que pertencem a uma mesma área de conhecimento.


Exemplo:
•• Medicina: estetoscópio, cirurgia, esterilização, medicação
•• Concurso, prova, gabarito, resultado, candidato, gabarito

EXEMPLIFICANDO
Trecho do discurso do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, pronunciado quando da
declaração de guerra ao regime Talibã.
“Essa atrocidade (o atentado de 11/09, em NY) foi um ataque contra todos nós, contra pessoas
de todas e nenhuma religião. Sabemos que a Al-Qaeda ameaça a Europa, incluindo a Grã-
Bretanha, e qualquer nação que não compartilhe de seu fanatismo. Foi um ataque à vida e aos
meios de vida. As empresa aéreas, o turismo e outras indústrias foram afetadas, e a confiança
econômica sofreu, afetando empregos e negócios britânicos. Nossa prosperidade e padrão de
vida requerem uma resposta aos ataques terroristas.”

2. Nessa declaração, destacaram-se principalmente os interesses de ordem


a) moral.
b) militar.
c) jurídica.
d) religiosa.
e) econômica.

Gabarito: 1. C 2. E

www.acasadoconcurseiro.com.br 51
Português

Estratégia Linguística

Que que é isso?


Genericamente, estratégias textuais, linguísticas e discursivas seriam "táticas", "escolhas" do
falante/ escritor com relação ao modo como ele se utiliza da linguagem. 
As estratégias textuais dizem respeito especificamente à construção do texto – oral ou escrito
–, considerando que o texto é uma tessitura de linguagem que se enquadra em determinada
esfera e gênero, que detém sentido para o falante e para o interlocutor, e que depende de
certas características (como coesão e coerência) para ser adequadamente construído e
apropriadamente chamado de texto.
As estratégias linguísticas estão mais diretamente ligadas à linguagem em sua acepção
estruturalista/formalista: léxico, sintaxe, prosódia. As estratégias discursivas dizem respeito à
linguagem enquanto discurso, ou seja, interação, envolvendo sujeitos, contexto, condições de
produção.

(Gazeta do Povo, online. 05.03.2009)

www.acasadoconcurseiro.com.br 53
1. Palavras Desconhecidas = Paráfrases e Campo Semântico

Paráfrase é a reescritura do texto, mantendo-se o mesmo significado, sem prejuízo do sentido


original.
A paráfrase pode ser construída por várias formas:
•• substituição de locuções por palavras;
•• uso de sinônimos;
•• mudança de discurso direto por indireto e vice-versa;
•• conversão da voz ativa para a passiva;
•• emprego de antonomásias ou perífrases (Machado de Assis = O bruxo do Cosme Velho; o
povo lusitano = portugueses).

EXEMPLIFICANDO

1. Como o “interior” é uma região mais ampla e tem população rarefeita, a expressão “se
dissemina” está sendo empregada com o sentido de “se atenua”, “se dissolve”.
Como regra, a epidemia começa nos grandes centros e se dissemina pelo interior. A incidência
nem sempre é crescente; a mudança de fatores ambientais pode interferir em sua escalada.
( ) Certo ( ) Errado

Epidemia: manifestação muito numerosa de qualquer fato ou conduta; proliferação


generalizada.
Disseminar: espalhar(-se), difundir(-se), propagar(-se).

2. Supondo que a palavra “eclético” seja desconhecida para o leitor, a melhor estratégia de que
ele pode valer-se para tentar detectar o seu significado será
O sucesso deveu-se ao caráter eclético de sua administração. Pouco se lhe dava que lhe
exigissem sua opinião. Sua atitude consistia sempre em tomar uma posição escolhida entre as
diversas formas de conduta ou opinião manifestadas por seus assessores.
a) aproximá-la de outras palavras da língua portuguesa que tenham a mesma terminação
como “político” e “dinâmico”.
b) considerá-la como qualificação de profissionais que atuam na administração de alguma
empresa.
c) associá-la às palavras “sucesso” e “caráter”, de forma a desvendar o seu sentido correto,
“que ofusca, que obscurece os demais”.
d) observar o contexto sintático em que ela ocorre, ou seja, trata-se de um adjunto adnominal.
e) atentar para a paráfrase feita no segundo período.

54 www.acasadoconcurseiro.com.br
Estratégia Linguística – Português – Prof. Carlos Zambeli

2. Observação de palavras de cunho categórico: Advérbios & Artigos

3. Seria mantida a coerência entre as ideias do texto caso o segundo período sintático fosse
introduzido com a expressão Desse modo, em lugar de “De modo geral”
Na verdade, o que hoje definimos como democracia só foi possível em sociedades de tipo
capitalista, mas não necessariamente de mercado. De modo geral, a democratização das
sociedades impõe limites ao mercado, assim como desigualdades sociais em geral não
contribuem para a fixação de uma tradição democrática.
( ) Certo ( ) Errado

4. Por meio da afirmativa destacada, o autor


Os ecos da Revolução do Porto haviam chegado ao Brasil e bastaram algumas semanas para
inflamar os ânimos dos brasileiros e portugueses que cercavam a corte. Na manhã de 26 de
fevereiro, uma multidão exigia a presença do rei no centro do Rio de Janeiro e a assinatura
da Constituição liberal. Ao ouvir as notícias, a alguns quilômetros dali, D. João mandou fechar
todas as janelas do palácio São Cristóvão, como fazia em noites de trovoadas.
a) exprime uma opinião pessoal taxativa a respeito da atitude do rei diante da iminência da
Revolução do Porto.
b) critica de modo inflexível a atitude do rei, que, acuado, passa o poder para as mãos do
filho. de modo inflexível – loc. adverbial
c) demonstra que o rei era dono de uma personalidade intempestiva, que se assemelhava a
uma chuva forte.
d) sugere, de modo indireto, que o rei havia se alarmado com a informação recebida.
e) utiliza-se de ironia para induzir o leitor à conclusão de que seria mais do que justo depor o
rei. mais do que justo – expressão adverbial

5. Do fragmento Foi o outro grande poeta chileno, infere-se que houve apenas dois grandes
poetas no Chile.
Há cem anos nasceu o poeta mais popular de língua espanhola, com uma obra cuja força
lírica supera todos os seus defeitos. Sem dúvida, há um “problema Pablo Neruda”. Foi o outro
grande poeta chileno, seu contemporâneo Nicanor Parra (depois de passar toda uma longa vida
injustamente à sombra de Neruda), quem o formulou com maliciosa concisão.
( ) Certo ( ) Errado

6. Assinale a opção correta.


Mas, como toda novidade, a nanociência está assustando. Afinal, um material com
características incríveis poderia também causar danos incalculáveis ao homem ou ao meio
ambiente. No mês passado, um grupo de ativistas americanos tirou a roupa para protestar
contra calças nanotecnológicas que seriam superpoluentes.
a) Coisas novas costumam provocar medo nas pessoas.
b) Produtos criados pela nanotecnologia só apresentam pontos positivos.
c) Os danos ao meio ambiente são provocados pela nanotecnologia.
d) Os ativistas mostraram que as calças nanotecnológicas provocam poluição.

www.acasadoconcurseiro.com.br 55
3. Marcadores Linguísticos
•• expressões que indicam soma ou alternância: não só... mas também, ou, etc.;
•• expressões de acréscimo, de progressão, de continuidade ou de inclusão: até, além disso,
desde, etc.;
•• preposições: até (inclusão ou limite), com (companhia ou matéria), de (diversas relações:
tempo, lugar, causa, etc.), desde (tempo, lugar, etc.), entre (intervalo, relação, etc.), para
(lugar, destinatário, etc.), etc.;
•• Exemplos matemáticos: lançado do alto / lançado para o alto; números de 12 a 25 /
números entre 12 e 25.

EXEMPLIFICANDO
7. Assinale a alternativa que encontra suporte no texto.
Profetas do possível
Até que ponto é possível prever o futuro? Desde a Antiguidade, o desafio de antecipar o dia de
amanhã tem sido o ganha-pão dos bruxos, dos místicos e dos adivinhos. Ainda hoje, quando
o planeta passa por mudanças cada vez mais rápidas e imprevisíveis, há quem acredite que 
é possível dominar as incertezas da existência por  meio das cartas do tarô e da posição dos
astros. Esse tipo de profecia nada tem a ver com a Ciência. Os cientistas também apontam seus
olhos para o futuro, todavia de uma maneira diferente. Eles avaliam o estágio do  saber de
sua própria época para projetar as descobertas que se podem esperar. Observam a natureza
para reinventá-la a serviço do homem.
Superinteressante
a) O articulador “até” indica o limite de previsibilidade do futuro.
b) A partir da Antiguidade, prever a sorte passou a ser a ocupação de místicos de toda ordem.
c) Profecias e Ciência são absolutamente incompatíveis.
d) Além das cartas de tarô e da posição dos astros, os crédulos atuais buscam saber o futuro
por meio da consulta a bruxos.
e) Os cientistas não só observam a natureza – como o fazem os místicos –, mas também
buscam moldá-la às necessidades humanas, considerando o estágio atual do conhecimento.
Gabarito: 1. E 2. E 3. E 4. D 5. C 6. A 7. E

56 www.acasadoconcurseiro.com.br
Estratégia Linguística – Português – Prof. Carlos Zambeli

Estratégia linguística 2 (agora vai)

1. Observação de palavras de cunho categórico:

•• Tempos verbais
•• Expressões restritivas
•• Expressões totalizantes
•• Expressões enfáticas

Tempos Verbais

1. É irrelevante que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-
sucedidos na profissão.
O emprego das formas verbais grifadas acima denota
Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma tendência
que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que entrem na
faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profissão.
O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. É
esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não for suficiente,
que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar. Se ainda for pouco, que
atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de encargos mais cruel para
a pobre criança.
a) hipótese passível de realização.
b) fato real e definido no tempo.
c) condição de realização de um fato.
d) finalidade das ações apontadas no segmento.
e) temporalidade que situa as ações no passado.

2. Provoca-se incoerência textual e perde-se a noção de continuidade da ação ao se substituir a


expressão verbal vem produzindo por tem produzido.
Na verdade, a integração da economia mundial — apontada pelas nações ricas e seus prepostos
como alternativa única — vem produzindo, de um lado, a globalização da pobreza e, de outro,
uma acumulação de capitais jamais vista na história, o que permite aos grandes grupos
empresariais e financeiros atuar em escala mundial, maximizando oportunidades e lucros.
( ) Certo ( ) Errado

www.acasadoconcurseiro.com.br 57
Expressões Restritivas

3. Depreende-se da argumentação do texto que o autor considera as instituições como as únicas


“características fixas” aceitáveis de “democracia”.
Na verdade, o que hoje definimos como democracia só foi possível em sociedades de tipo ca-
pitalista, mas não necessariamente de mercado. De modo geral, a democratização das socie-
dades impõe limites ao mercado, assim como desigualdades sociais em geral não contribuem
para a fixação de uma tradição democrática. Penso que temos de refletir um pouco a respeito
do que significa democracia. Para mim, não se trata de um regime com características fixas,
mas de um processo que, apesar de constituir formas institucionais, não se esgota nelas. [...]
Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com
adaptações).

( ) Certo ( ) Errado

4. Considerado corretamente o trecho, o segmento grifado em A colonização do imaginário não


busca nem uma coisa nem outra deve ser assim entendido:
Posterior, e mais recente, foi a tentativa, por parte de alguns historiadores, de abandonar uma
visão eurocêntrica da “conquista” da América, dedicando-se a retraçá-la a partir do ponto de
vista dos “vencidos”, enquanto outros continuaram a reconstituir histórias da instalação de
sociedades europeias em solo americano. Antropólogos, por sua vez, buscaram nos documentos
produzidos no período colonial informações sobre os mundos indígenas demolidos pela
colonização. A colonização do imaginário não busca nem uma coisa nem outra.
(Adaptado de PERRONE-MOISÉS, Beatriz, Prefácio à edição brasileira de GRUZINSKI, Serge, A
colonização do imaginário: sociedades indígenas e ocidentalização no México espanhol (séculos XVI-
XVIII)).

a) não tenta investigar nem o eurocentrismo, como o faria um historiador, nem a presença
das sociedades europeias em solo americano, como o faria um antropólogo.
b) não quer reconstituir nada do que ocorreu em solo americano, visto que recentemente
certos historiadores, ao contrário de outros, tentam contar a história do descobrimento da
América do modo como foi visto pelos nativos.
c) não pretende retraçar nenhum perfil − dos vencidos ou dos vencedores − nem a trajetória
dos europeus na conquista da América.
d) não busca continuar a tradição de pesquisar a estrutura dos mundos indígenas e do mundo
europeu, nem mesmo o universo dos colonizadores da América.
e) não se concentra nem na construção de uma sociedade europeia na colônia − quer
observada do ponto de vista do colonizador, quer do ponto de vista dos nativos −, nem no
resgate dos mundos indígenas.

58 www.acasadoconcurseiro.com.br
Estratégia Linguística – Português – Prof. Carlos Zambeli

Expressões Totalizantes

5. De acordo com o texto, no tratamento da questão da biodiversidade no Planeta,


A biodiversidade diz respeito tanto a genes, espécies, ecossistemas como a funções e coloca
problemas de gestão muito diferenciados. É carregada de normas de valor. Proteger a
biodiversidade pode significar:
•• a eliminação da ação humana, como é a proposta da ecologia radical;
•• a proteção das populações cujos sistemas de produção e de cultura repousam num dado
ecossistema;
•• a defesa dos interesses comerciais de firmas que utilizam a biodiversidade como matéria
prima, para produzir mercadorias.
a) o principal desafio é conhecer todos os problemas dos ecossistemas.
b) os direitos e os interesses comerciais dos produtores devem ser defendidos,
independentemente do equilíbrio ecológico.
c) deve-se valorizar o equilíbrio do ambiente, ignorando-se os conflitos gerados pelo uso da
terra e de seus recursos.
d) o enfoque ecológico é mais importante do que o social, pois as necessidades das populações
não devem constituir preocupação para ninguém.
e) há diferentes visões em jogo, tanto as que consideram aspectos ecológicos, quanto as que
levam em conta aspectos sociais e econômicos.

6. A argumentação do texto desenvolve-se no sentido de se compreender a razão por que


Quando alguém ouve que existem tantas espécies de plantas no mundo, a primeira reação
poderia ser: certamente, com todas essas espécies silvestres na Terra, qualquer área com um
clima favorável deve ter tido espécies em número mais do que suficiente para fornecer muitos
candidatos ao desenvolvimento agrícola.
Mas então verificamos que a grande maioria das plantas selvagens não é adequada por
motivos óbvios: elas servem apenas como madeira, não produzem frutas comestíveis e suas
folhas e raízes também não servem como alimento. Das 200.000 espécies de plantas selvagens,
somente alguns milhares são comidos por humanos e apenas algumas centenas dessas são mais
ou menos domesticadas. Dessas várias centenas de culturas, a maioria fornece suplementos
secundários para nossa dieta e não teriam sido suficientes para sustentar o surgimento de
civilizações. Apenas uma dúzia de espécies representa mais de 80% do total mundial anual
de todas as culturas no mundo moderno. Essas exceções são os cereais trigo, milho, arroz,
cevada e sorgo; o legume soja; as raízes e os tubérculos batata, mandioca e batata-doce; fontes
de açúcar como a cana-de-açúcar e a beterraba; e a fruta banana. Somente os cultivos de
cereais respondem atualmente por mais da metade das calorias consumidas pelas populações
humanas do mundo.
Com tão poucas culturas importantes, todas elas domesticadas milhares de anos atrás, é menos
surpreendente que muitas áreas no mundo não tenham nenhuma planta selvagem de grande
potencial. Nossa incapacidade de domesticar uma única planta nova que produza alimento nos
tempos modernos sugere que os antigos podem ter explorado praticamente todas as plantas
selvagens aproveitáveis e domesticado aquelas que valiam a pena.
(Jared Diamond. Armas, germes e aço)

www.acasadoconcurseiro.com.br 59
a) existiria uma dúzia de exceções dentre todas as espécies de plantas selvagens que seriam
monopólio das grandes civilizações.
b) tão poucas dentre as 200.000 espécies de plantas selvagens são utilizadas como alimento
pelos homens em todo o planeta.
c) algumas áreas da Terra mostraram-se mais propícias ao desenvolvimento agrícola, que
teria possibilitado o surgimento de civilizações.
d) a maior parte das plantas é utilizada apenas como madeira pelos homens e não lhes fornece
alimento com suas frutas e raízes.
e) tantas áreas no mundo não possuem nenhuma planta selvagem de grande potencial para
permitir um maior desenvolvimento de sua população.

Expressões Enfáticas
7. A afirmativa correta, em relação ao texto, é
Será a felicidade necessária?
Felicidade é uma palavra pesada. Alegria é leve, mas felicidade é pesada. Diante da pergunta
"Você é feliz?", dois fardos são lançados às costas do inquirido. O primeiro é procurar uma
definição para felicidade, o que equivale a rastrear uma escala que pode ir da simples satisfação
de gozar de boa saúde até a conquista da bem-aventurança. O segundo é examinar-se, em
busca de uma resposta.
Nesse processo, depara-se com armadilhas. Caso se tenha ganhado um aumento no emprego
no dia anterior, o mundo parecerá belo e justo; caso se esteja com dor de dente, parecerá feio
e perverso. Mas a dor de dente vai passar, assim como a euforia pelo aumento de salário, e se
há algo imprescindível, na difícil conceituação de felicidade, é o caráter de permanência. Uma
resposta consequente exige colocar na balança a experiência passada, o estado presente e a
expectativa futura. Dá trabalho, e a conclusão pode não ser clara.
Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma tendência
que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que entrem na
faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profissão.
O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. É
esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não for suficiente,
que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar. Se ainda for pouco, que
atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de encargos mais cruel para
a pobre criança.
(Trecho do artigo de Roberto Pompeu de Toledo. Veja. 24 de março de 2010, p. 142)
a) A expectativa de muitos, ao colocarem a felicidade acima de quaisquer outras situações da
vida diária, leva à frustração diante dos pequenos sucessos que são regularmente obtidos,
como, por exemplo, no emprego.
b) Sentir-se alegre por haver conquistado algo pode significar a mais completa felicidade, se
houver uma determinação, aprendida desde a infância, de sentir-se feliz com as pequenas
coisas da vida.
c) As dificuldades que em geral são encontradas na rotina diária levam à percepção de que a
alegria é um sentimento muitas vezes superior àquilo que se supõe, habitualmente, tratar-
se de felicidade absoluta.

60 www.acasadoconcurseiro.com.br
Estratégia Linguística – Português – Prof. Carlos Zambeli

d) A possibilidade de que mais pessoas venham a sentir-se felizes decorre de uma educação
voltada para a simplicidade de vida, sem esperar grandes realizações, que acabam levando
apenas a frustrações.
e) Uma resposta provável à questão colocada como título do texto remete à constatação de
que felicidade é um estado difícil de ser alcançado, a partir da própria complexidade de
conceituação daquilo que se acredita ser a felicidade.

Geralmente, a alternativa correta (ou a mais viável) é construída por meio de palavras e de
expressões “abertas”, isto é, que apontam para “possibilidades”, “hipóteses”: provavelmente,
é possível, futuro do pretérito do indicativo, modo subjuntivo, futuro do pretérito (-ria) etc.

EXEMPLIFICANDO

8. Acerca do texto, são feitas as seguintes afirmações:


No Brasil colonial, os portugueses e suas autoridades evitaram a concentração de escravos de
uma mesma etnia nas propriedades e nos navios negreiros.
Essa política, a multiplicidade linguística dos negros e as hostilidades recíprocas que trouxeram
da África dificultaram a formação de grupos solidários que retivessem o patrimônio cultural
africano, incluindo-se aí a preservação das línguas.
Porém alguns senhores aceitaram as práticas culturais africanas – e indígenas – como um mal
necessário à manutenção dos escravos. Pelo imperativo de convertê-los ao catolicismo, alguns
clérigos aprenderam as línguas africanas [...]. Outras pessoas, por se envolverem com o tráfico
negreiro [...], devem igualmente ter-se familiarizado com as línguas dos negros.
I – os portugueses impediram totalmente a concentração de escravos da mesma etnia nas
propriedades e nos navios negreiros.
II – a política dos portugueses foi ineficiente, pois apenas a multiplicidade cultural dos negros,
de fato, impediu a formação de núcleos solidários.
III – Apesar do empenho dos portugueses, a cultura africana teve penetração entre alguns
senhores e clérigos. Cada um, é bem verdade, tinha objetivos específicos para tanto.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

9. Considere as afirmações feitas acerca do texto:


Macaco Esperto
Chimpanzés, bonobos e gorilas possuem uma função cerebral relacionada à fala que se pensava
exclusiva do ser humano. Isso sugere que a evolução da estrutura cerebral da fala começou
antes de primatas e humanos tomarem caminhos distintos na linha da evolução. O mais perto
que os primatas chegaram foi gesticular com a mão direita ao emitir grunhidos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 61
I – de acordo com o segundo período, a evolução da estrutura cerebral da fala está diretamente
relacionada ao fato de esta ser atribuída tão somente aos humanos.
II – os seres cujos caminhos tornaram-se distintos durante o processo evolutivo possuem
ambos função cerebral relacionada à fala.
III – a estrutura cerebral dos primatas e dos humanos, em relação à fala, teria um ponto em
comum.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

Gabarito: 1. A 2. E 3. E 4. E 5. E 6. C 7. E 8. C 9. D

62 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português

Inferência

Que que é isso?


INFERÊNCIA – ideias implícitas, sugeridas, que podem ser depreendidas a partir da leitura do
texto, de certas palavras ou expressões contidas na frase.
Enunciados – “Infere-se”, Deduz-se”, “Depreende-se”,
Uma inferência incorreta é conhecida como uma falácia.

Observe a seguinte frase:


Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas.

O autor transmite 2 informações de maneira explícita:


a) que ele frequentou um curso superior;
b) que ele aprendeu algumas coisas.

www.acasadoconcurseiro.com.br 63
Ao ligar as duas informações por meio de “mas”, comunica também, de modo implícito, sua
crítica ao ensino superior, pois a frase transmite a ideia de que nas faculdades não se aprende
muita coisa.
Além das informações explicitamente enunciadas, existem outras que se encontram
subentendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve captar tanto
os dados explícitos quanto os implícitos.

1. “O tempo continua ensolarado”,


Comunica-se, de maneira explícita, que, no momento da fala, faz sol, mas, ao mesmo tempo, o
verbo “continuar” permite inferir que, antes, já fazia sol.

2. “Pedro deixou de fumar”


Afirma-se explicitamente que, no momento da fala, Pedro não fuma. O verbo “deixar”, todavia,
transmite a informação implícita de que Pedro fumava antes.

1. A leitura atenta da charge só não nos permite depreender que


a) é possível interpretar a fala de Stock de duas maneiras.
b) Wood revela ter-se comportado ilicitamente.
c) há vinte anos, a sociedade era mais permissiva.
d) as atividades de Wood eram limitadas.
e) levando-se em conta os padrões morais de nossa sociedade, uma das formas de entender a
fala de Stock provoca riso no leitor.

2. Observe a frase que segue:


É preciso construir mísseis nucleares para defender o Ocidente de um ataque norte-coreano.
Sobre ela, são feitas as seguintes afirmações:
I – O conteúdo explícito afirma que há necessidade da construção de mísseis, com a finalidade
de defesa contra o ataque norte-coreano.
II – O pressuposto, isto é, o dado que não se põe em discussão é o de que os norte-coreanos
pretendem atacar o Ocidente.
III – O pressuposto, isto é, o dado que não se põe em discussão é o de que a negociação com os
norte-coreanos é o único meio de dissuadi-los de um ataque ao Ocidente.

64 www.acasadoconcurseiro.com.br
Inferência – Português – Prof. Carlos Zambeli

Quais estão corretas?


a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.

Inferência Verbal X Não-verbal

Os pressupostos são marcados, nas frases, por meio de vários indicadores linguísticos como
a) certos advérbios:
Os convidados ainda não chegaram à recepção.

Pressuposto: Os convidados já deviam ter chegado ou os convidados chegarão mais tarde.

b) certos verbos:
O desvio de verbas tornou-se público.

Pressuposto: O desvio não era público antes.

www.acasadoconcurseiro.com.br 65
c) as orações adjetivas explicativas (isoladas por vírgulas):
Os políticos, que só querem defender seus interesses, ignoram o povo.

Pressuposto: Todos os políticos defendem tão somente seus interesses.

d) expressões adjetivas:
Os partidos “de fachada” acabarão com a democracia no Brasil.

Pressuposto: Existem partidos “de fachada” no Brasil.

Costuma-se acreditar que , quando se relatam dados da realidade, não pode haver nisso
subjetividade alguma e que relatos desse tipo merecem a nossa confiança porque são reflexos
da neutralidade do produtor do texto e de sua preocupação com a verdade objetiva dos fatos.
Mas não é bem assim. Mesmo relatando dados objetivos, o produtor do texto pode ser
tendencioso e ele, mesmo sem estar mentindo, insinua seu julgamento pessoal pela seleção
dos fatos que está reproduzindo ou pelo destaque maior que confere a certos pormenores. A
essa escolha dos fatos e à ênfase atribuída acertos tipos de pormenores dá-se o nome de viés.

3. Infere-se do texto que


a) o ato de informar pode ser manipulado em função da defesa de interesses pessoais de
quem escreve.
b) a ausência de viés compromete a carga de veracidade de dados da realidade.
c) a atitude de neutralidade é meio indispensável para a boa aceitação de uma notícia.
d) o escritor tendencioso põe em risco sua posição perante o público.
e) o bom escritor tem em mira a verdade objetiva dos fatos. 

4. Infere-se ainda o texto que


a) uma mensagem será tanto mais aceita quanto maior for a imparcialidade do escritor.
b) o escritor, fingindo neutralidade, será mais capaz de interessar o leitor.
c) o interesse da leitura centraliza-se na análise dos pormenores relatados.
d) o viés introduz uma nota de humor na transmissão de uma mensagem.
e) o leitor deve procurar reconhecer todo tipo de viés naquilo que lê.

Gabarito: 1. C 2. D 3. A 4. A

66 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português

ANÁLISE DE ALTERNATIVAS/ITENS

COMPREENSÃO DE TEXTOS

Estabelecimento de relações entre os componentes envolvidos em dado enunciado. Assinalar


a resposta correta consiste em encontrar, no texto, as afirmações feitas nas alternativas, e vice-
versa.

PROCEDIMENTOS DE APREENSÃO DO TEXTO


1. Leitura da fonte bibliográfica;
2. leitura do título;
3. leitura do enunciado;
4. leitura das afirmativas;
5. destaque das palavras-chave das afirmativas;
6. procura, no texto, das palavras-chave destacadas nas alternativas.

Será a felicidade necessária? (2)


Felicidade é uma palavra pesada. Alegria é leve, mas felicidade é pesada. Diante da
pergunta "Você é feliz?", dois fardos são lançados às costas do inquirido. O primeiro é
procurar uma definição para felicidade, o que equivale a rastrear uma escala que pode ir
da simples satisfação de gozar de boa saúde até a conquista da bem-aventurança. O
segundo é examinar-se, em busca de uma resposta.
Nesse processo, depara-se com armadilhas. Caso se tenha ganhado um aumento no
emprego no dia anterior, o mundo parecerá belo e justo; caso se esteja com dor de dente,
parecerá feio e perverso. Mas a dor de dente vai passar, assim como a euforia pelo aumento
de salário, e se há algo imprescindível, na difícil conceituação de felicidade, é o caráter de
(6) permanência. Uma resposta consequente exige colocar na balança a experiência passada,
o estado presente e a expectativa futura. Dá trabalho, e a conclusão pode não ser clara.
Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma
tendência que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que
entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na
profissão. O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa
grandiosa. É esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se
não for suficiente, que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar.
Se ainda for pouco, que atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno
de encargos mais cruel para a pobre criança.
(Trecho do artigo de Roberto Pompeu de Toledo. Veja. 24 de março de 2010, p. 142) (1)

www.acasadoconcurseiro.com.br 67
(1) Observação da fonte bibliográfica: o conhecimento prévio de quem escreveu o texto
constitui-se numa estratégia de compreensão, visto que facilita a identificação da intenção
textual. Ao reconhecermos o autor do texto – Roberto Pompeu de Toledo, importante jornalista
brasileiro, cuja trajetória se marca pelo fato de escrever matérias especiais para importantes
veículos e comunicação – bem como o veículo de publicação – Veja –, podemos afirmar que se
trata de um artigo.
(2) Observação do título: o título pode constituir o menor resumo possível de um texto. Por
meio dele, certas vezes, identificamos a ideia central do texto, sendo possível, pois, descartar
afirmações feitas em determinadas alternativas. O título em questão – Será a felicidade
necessária? –, somado ao fato de nomear um artigo, permite-nos inferir que o texto será uma
resposta a tal questionamento, a qual evidenciará o ponto de vista do autor.

1. De acordo com o texto, (3)


•• Devido à expressão “De acordo com”, podemos afirmar que se trata, tão somente, de
compreender o texto.
•• Outras expressões possíveis: “Segundo o texto”, “Conforme o texto”, “Encontra suporte no
texto”, ...
Assim sendo,
Compreensão do texto: RESPOSTA CORRETA = paráfrase MAIS COMPLETA daquilo que foi
afirmado no texto.
Paráfrase: versão de um texto, geralmente mais extensa e explicativa, cujo objetivo é torná-lo
mais fácil ao entendimento.

1. De acordo com o texto,


a) a realização pessoal que geralmente faz parte da vida humana, como o sucesso no trabalho,
costuma ser percebida como sinal de plena felicidade.
b) as atribuições sofridas podem comprometer o sentimento de felicidade, pois superam os
benefícios de conquistas eventuais.
c) o sentimento de felicidade é relativo, porque pode vir atrelado a circunstâncias diversas da
vida, ao mesmo tempo que deve apresentar constância.
d) as condições da vida moderna tornam quase impossível a alguma pessoa sentir-se feliz,
devido às rotineiras situações da vida.
e) muitos pais se mostram despreparados para fazer com que seus filhos planejem sua vida
no sentido de que sejam, realmente, pessoas felizes.

Convite à Filosofia
Quando acompanhamos a história das ideias éticas, desde a Antiguidade clássica até nossos
dias, podemos perceber que, em seu centro, encontra-se o problema da violência e dos meios
para evitá-la, diminuí-la, controlá-la.
Diferentes formações sociais e culturais instituíram conjuntos de valores éticos como padrões
de conduta, de relações intersubjetivas e interpessoais, de comportamentos sociais que
pudessem garantir a integridade física e psíquica de seus membros e a conservação do grupo
social.

68 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Análise de Alternativas/Itens – Prof. Carlos Zambeli

Evidentemente, as várias culturas e sociedades não definiram nem definem a violência da


mesma maneira, mas, ao contrário, dão-lhe conteúdos diferentes, segundo os tempos e os
lugares. No entanto, malgrado as diferenças, certos aspectos da violência são percebidos da
mesma maneira, formando o fundo comum contra o qual os valores éticos são erguidos.
Marilena Chauí. In: Internet: <www2.uol.com.br/aprendiz> (com adaptações).

Julgue o item a seguir.


Conclui-se a partir da leitura do texto que, apesar de diferenças culturais e sociais, é por
meio dos valores éticos estabelecidos em cada sociedade que se conserva o grupo social e se
protegem seus membros contra a violência.
( x ) Certo ( ) Errado
2º parágrafo

Conclusão
Resposta correta = a mais completa (alternativa com maior número de palavras-chave
encontradas no texto).
Optar pela alternativa mais completa, quando duas parecerem corretas.

EXEMPLIFICANDO
Centenas de cães e gatos são colocados para adoção mensalmente em Porto Alegre.
Cerca de 450 animais de estimação, entre cães e gatos, aguardam um novo dono em Porto
Alegre. Trata-se do contingente de animais perdidos, abandonados ou nascidos nas ruas
e entregues ao Gabea (Grupo de Apoio ao Bem-Estar Animal) e ao CCZ (Centro de Controle
de Zoonose), órgão ligado à Secretaria Municipal de Saúde. Destes, cerca de 120 animais são
adotados. Os outros continuam na espera por um lar.
O Sul. (adaptado)

Conforme o texto,
a) em Porto Alegre, cães e gatos são abandonados pelos seus donos. (3)
b) animais de estimação, entre eles cães e gatos nascidos nas ruas, são entregues ao Gabea.
(4)
c) um contingente de animais de estimação – entre eles cães e gatos – nasce nas ruas,
perdem-se de seus donos ou são por eles abandonados nas ruas de Porto Alegre. (6)
d) o CCZ propicia a adoção dos animais abandonados nas ruas de Porto Alegre. (4)
e) 120 animais de estimação são adotados mensalmente em Porto Alegre. (3)

www.acasadoconcurseiro.com.br 69
ANÁLISE DE ALTERNATIVAS/ITENS
Parte II

ERROS COMUNS COMPREENSÃO DE TEXTOS


O primeiro passo para acertar é entender o que está sendo pedido no enunciado e o que dizem
as alternativas ou itens. Algumas questões dão "pistas" no próprio enunciado. Assim sendo, é
fundamental "decodificar" os verbos que nele e nas alternativas se encontram.
Alguns verbos utilizados nos enunciados
•• Afirmar: certificar, comprovar, declarar.
•• Explicar: expor, justificar, expressar, significar.
•• Caracterizar: distinguir, destacar as particularidades.
•• Consistir: ser, equivaler, traduzir-se por (determinada coisa), ser feito, formado ou
composto de.
•• Associar: estabelecer uma correspondência entre duas coisas, unir-se, agregar.
•• Justificar: provar, demonstrar, argumentar, explicar.
•• Comparar: relacionar (coisas animadas ou inanimadas, concretas ou abstratas, da mesma
natureza ou que apresentem similitudes) para procurar as relações de semelhança ou de
disparidade que entre elas existam; aproximar dois ou mais itens de espécie ou de natureza
diferente, mostrando entre eles um ponto de analogia ou semelhança.
•• Relacionar: fazer comparação, conexão, ligação.
•• Definir: revelar, estabelecer limites, indicar a significação precisa de, retratar, conceituar,
explicar o significado.
•• Diferenciar: fazer ou estabelecer distinção entre, reconhecer as diferenças.
•• Identificar: distinguir os traços característicos de; reconhecer; permitir a identificação,
tornar conhecido.
•• Classificar: distribuir em classes e nos respectivos grupos, de acordo com um sistema ou
método de classificação; determinar a classe, ordem, família, gênero e espécie; pôr em
determinada ordem, arrumar (coleções, documentos etc.).
•• Referir-se: fazer menção, reportar-se, aludir-se.
•• Determinar: precisar, indicar (algo) a partir de uma análise, de uma medida, de uma
avaliação; definir.
•• Citar: transcrever, referir ou mencionar como autoridade ou exemplo ou em apoio do que
se afirma.
•• Indicar: fazer com que, por meio de gestos, sinais, símbolos, algo ou alguém seja visto;
assinalar, designar, mostrar.
•• Deduzir: concluir (algo) pelo raciocínio; inferir.
•• Inferir: concluir, deduzir.
•• Equivaler: ser idêntico no peso, na força, no valor etc.
•• Propor: submeter (algo) à apreciação (de alguém); oferecer como opção; apresentar,
sugerir.
•• Depreender: alcançar clareza intelectual a respeito de; entender, perceber, compreender;
tirar por conclusão, chegar à conclusão de; inferir, deduzir.
•• Aludir: fazer rápida menção a; referir-se.
(Fonte: dicionário Houaiss)

70 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Análise de Alternativas/Itens – Prof. Carlos Zambeli

ERROS COMUNS COMPREENSÃO DE TEXTOS

EXTRAPOLAÇÃO
Ocorre quando o leitor sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no texto,
normalmente porque já conhecia o assunto devido à sua bagagem cultural.

PRECONCEITOS

EXEMPLIFICANDO
8Canudo pela Internet
O ensino a distância avança e já existem mais de 30 mil cursos oferecidos na rede, de graduação
e pós-graduação até economia doméstica.
Passados nove anos de sua graduação em filosofia, a professora Ida Thon, 54 anos, enfiou na
cabeça que deveria voltar a estudar. Por conta do trabalho no Museu Nacional do Calçado,
na cidade gaúcha de Novo Hamburgo, onde mora, resolveu ter noções de museologia. Mas
para isso deveria contornar uma enorme dificuldade: o curso mais próximo ficava a 1.200
quilômetros de distância, em São Paulo.

1. Assinale a alternativa cuja afirmação não encontra suporte no texto.


a) A solução encontrada por Ida lançou mão das novas tecnologias educacionais.
b) O problema enfrentado por Ida, bem como a solução por ela encontrada, faz parte da
realidade de muitas pessoas no Brasil.
c) A Educação a Distância já é uma realidade brasileira.
d) O ensino oferecido pela web abrange uma vasta gama de possibilidades, buscando atender
a variadas tendências intelectuais.
e) Os cursos oferecidos pela web não podem ser considerados de grande importância, tendo
em vista não contemplarem a modalidade presencial e abordarem tão somente aspectos
triviais do conhecimento.

REDUÇÃO
É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um ou outro aspecto, esquecendo-se de
que o texto é um conjunto de ideias.

www.acasadoconcurseiro.com.br 71
EXEMPLIFICANDO

Bichos para a Saúde


Está nas livrarias a obra O poder curativo dos bichos. Os autores, Marty Becker e Daniel Morton,
descrevem casos bem-sucedidos de pessoas que derrotaram doenças ou aprenderam a viver
melhor graças à ajuda de algum animalzinho. Cães, gatos e cavalos estão entre os bichos
citados.
(ISTO É)

2. De acordo com o texto,


a) pessoas que têm animais de estimação são menos afeitas a contrair doenças.
b) a convivência entre seres humanos e animais pode contribuir para a cura de males físicos
daqueles.
c) indivíduos que têm cães e gatos levam uma existência mais prazerosa.
d) apenas cães, gatos e cavalos são capazes de auxiliar o ser humano durante uma
enfermidade.
e) pessoas bem-sucedidas costumam ter animais de estimação.
(A) EXTRAPOLAÇÃO: contrair doenças ≠ derrotar doenças.
(C) REDUÇÃO: cães e gatos < animalzinho.
(D) REDUÇÃO: cães, gatos e cavalos < animalzinho.
(E) EXTRAPOLAÇÃO: pessoas bem-sucedidas > casos bem-sucedidos de pessoas que derrotaram
doenças.

CONTRADIÇÃO
É comum as alternativas apresentarem ideias contrárias às do texto, fazendo o candidato
chegar a conclusões equivocadas, de modo a errar a questão.
Só contradiga o autor se isso for solicitado no comando da questão.
Exemplo: “Indique a alternativa que apresenta ideia contrária à do texto”.

EXEMPLIFICANDO
O que podemos experimentar de mais belo é o mistério. Ele é a fonte de toda a arte e ciência
verdadeira. Aquele que for alheio a essa emoção, aquele que não se detém a admirar as colinas,
sentindo-se cheio de surpresa, esse já está, por assim dizer, morto e tem os olhos extintos. O
que fez nascer a religião foi essa vivência do misterioso – embora mesclado de terror. Saber
que existe algo insondável, sentir a presença de algo profundamente racional e radiantemente
belo, algo que compreenderemos apenas em forma muito rudimentar – é esta a experiência
que constitui a atitude genuinamente religiosa. Neste sentido, e unicamente neste sentido,
pertenço aos homens profundamente religiosos.
(Albert Einstein – Como vejo o mundo)

72 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Análise de Alternativas/Itens – Prof. Carlos Zambeli

3. O texto afirma que a experiência do mistério é um elemento importante para a arte, não para a
ciência.

( x ) Certo ( ) Errado

www.acasadoconcurseiro.com.br 73
Português

Compreensão Gramatical do Texto

Estabelecimento de relações entre os aspectos semânticos e gramaticais envolvidos em dado


anunciado.
Procedimentos

1. Leitura do enunciado e das alternativas;

2. identificação do aspecto gramatical apontado no enunciado e/ou na alternativa

3. Aplicação das técnicas de compreensão, inferência e vocabulário.


Os Pais de hoje constumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. [...] É irrelevante
que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos
na profissão. O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora felicdade é coisa
grandiosa. É esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não
for suficiente, que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venham a abrigar. Se ainda
for pouco, que atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de encargos
mais cruel para a pobre criança
ORA:
Advérbio = nesta ocasião; AGORA; A lei, ora apresentada, proíbe a venda de armas.
Conjunção = Ou... ou...: Ora ria, ora chorava. / Entretanto, mas: Eu ofereci ajuda; ora, orgulhosa
como é, nem aceitou.
Interjeição = manifesta surpresa, ironia, irritação etc.

1. O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. Com
a palavra grifada, o autor
a) retoma o mesmo sentido do que foi anteriormente afirmado.
b) exprime reserva em relação à opinião exposta na afirmativa anterior.
c) coloca uma alternativa possível para a afirmativa feita anteriormente.
d) determina uma situação em que se realiza a probabilidade antes considerada.
e) estabelece algumas condições necessárias para a efetivação do que se afirma.

2. Por que, enfim, tantas reservas em relação ao consumo? O primeiro foco de explicação para essa
antipatia reside no fato de que nossa economia fechada sempre encurralou os consumidores
no país. A falta de um leque efetivo de opções de compra tem deixado os consumidores à

www.acasadoconcurseiro.com.br 75
mercê dos produtores no Brasil. Não por acaso, os apologistas do consumo entre nós têm
sido basicamente aqueles que podem exercer seu inchado poder de compra sem tomar
conhecimento das fronteiras nacionais. O resto da população, mantida em situação vulnerável,
ignora os benefícios de uma economia baseada no consumo.
A expressão “Não por acaso”, ao iniciar o período, indica
a) justificativa.
b) ênfase.
c) indagação.
d) concessão.
e) finalidade.

3. (FCC) A Companhia das Índias Orientais − a primeira grande companhia de ações do mundo,
criada em 1602 − foi a mãe das multinacionais contemporâneas.
O segmento isolado pelos travessões constitui, no contexto, comentário que
a) busca restringir o âmbito de ação de uma antiga empresa de comércio.
b) especifica as qualidades empresariais de uma companhia de comércio.
c) contém informações de sentido explicativo, referentes à empresa citada.
d) enumera as razões do sucesso atribuído a essa antiga empresa.
e) enfatiza, pela repetição, as vantagens oferecidas pela empresa.

4. (FCC) A gênese da música do Rio Grande do Sul também pode ser vista como reflexo dessa
multiplicidade de referências. Há influências diretas do continente europeu, e isso se mistura à
valiosa contribuição do canto e do batuque africano, mesmo tendo sido perseguido, vigiado,
quase segregado.
O segmento destacado deve ser entendido, considerando-se o contexto, como
a) uma condição favorável à permanência da música popular de origem africana.
b) uma observação que valoriza a persistente contribuição africana para a música brasileira.
c) restrição ao sentido do que vem sendo exposto sobre a música popular brasileira.
d) a causa que justifica a permanência da música de origem africana no Brasil.
e) as consequências da presença dos escravos e sua influência na música popular brasileira.

5. A média universal do Índice de Desenvolvimento Humano aumentou 18% desde 1990. Mas
a melhora estatística está longe de animar os autores do Relatório de 2010. [...] O cenário
apresentado pelo Relatório não é animador. [...] Os padrões de produção e consumo atuais são
considerados inadequados. Embora não queira apresentar receitas prontas, o Relatório traça
caminhos possíveis. Entre eles, o reconhecimento da ação pública na regulação da economia
para proteger grupos mais vulneráveis. Outro aspecto ressaltado é a necessidade de considerar
pobreza, crescimento e desigualdade como temas interligados. "Crescimento rápido não
deve ser o único objetivo político, porque ignora a distribuição do rendimento e negligencia a
sustentabilidade do crescimento", informa o texto.
O trecho colocado entre aspas indica que se trata de
a) comentário pessoal do autor do texto sobre dados do Relatório.
a) insistência na correção dos dados apresentados pelo Relatório.
c) repetição desnecessária de informação já citada no texto.

76 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Compreensão Gramatical do Texto – Prof. Carlos Zambeli

d) transcrição exata do que consta no texto do Relatório de 2010.


e) resumo do assunto principal constante do Relatório de 2010.

6. O sonho de voar alimenta o imaginário do homem desde que ele surgiu sobre a Terra. A inveja
dos pássaros e as lendas de homens alados, como Dédalo e Ícaro (considerado o primeiro mártir
da aviação), levaram a um sem-número de experiências, a maioria fatal.
(considerado o primeiro mártir da aviação) Os parênteses isolam
a) citação fiel de outro autor.
b) comentário explicativo.
c) informação repetitiva.
d) retificação necessária.
e) enumeração de fatos.

5. (FCC) Diariamente tomamos decisões (comprar uma gravata, vender um apartamento, demitir
um funcionário, poupar para uma viagem, ter um filho, derrubar ou plantar uma árvore),
ponderando custos e benefícios.
O segmento entre parênteses constitui
a) transcrição de um diálogo, que altera o foco principal do que vem sendo exposto.
b) constatação de situações habituais, com o mesmo valor de mercado, vivenciadas pelas
pessoas.
c) reprodução exata das palavras do jornalista americano citado no texto, referentes à rotina
diária das pessoas.
d) interrupção intencional do desenvolvimento das ideias, para acrescentar informações
alheias ao assunto abordado.
e) sequência explicativa, que enumera as eventuais decisões que podem ser tomadas
diariamente pelas pessoas.

Gabarito: 1. b 2. a 3. c 4. b 5. d 6. b 7. e

www.acasadoconcurseiro.com.br 77
Português

Denotação X Conotação

O signo linguístico (a palavra) é constituído pelo significante – parte perceptível, constituída de


sons – e pelo significado (conteúdo) – a parte inteligível, o conceito. Por isto, numa palavra que
ouvimos, percebemos um conjunto de sons (o significante), que nos faz lembrar um conceito (o
significado).
Denotação: resultado da união entre o significante e o significado, ou entre o plano da
expressão e o plano do conteúdo.
Conotação: resultado do acréscimo de outros significados paralelos ao significado de base da
palavra, isto é, outro plano de conteúdo pode ser combinado com o plano da expressão. Esse
outro plano de conteúdo reveste-se de impressões, valores afetivos e sociais, negativos ou
positivos, reações psíquicas que um signo evoca.
Assim,
Denotação é a significação objetiva da palavra – valor referencial; é a palavra em "estado de
dicionário”
Conotação é a significação subjetiva da palavra; ocorre quando a palavra evoca outras
realidades devido às associações que ela provoca.

DENOTAÇÃO CONOTAÇÃO
palavra com significação restrita palavra com significação ampla
palavra com sentido comum do dicionário palavra cujos sentidos extrapolam o sentido comum
palavra usada de modo automatizado palavra usada de modo criativo
linguagem comum linguagem rica e expressiva

EXEMPLIFICANDO
Para exemplificar esses dois conceitos, eis a palavra cão:
sentido denotativo quando designar o animal mamífero quadrúpede canino;
sentido conotativo quando expressar o desprezo que desperta em nós uma pessoa de mau
caráter ou extremamente servil.
(Othon M.Garcia)

www.acasadoconcurseiro.com.br 79
Um detalhe!
As aspas podem indicar que uma palavra está sendo empregada diferentemente do
seu sentido do dicionário!
Eu sempre “namorei” meus livros!
A “bateria” do meu filho não termina nunca! Esse menino não dorme.

Música “Dois rios”, de Samuel Rosa, Lô Borges e Nando Reis.


“O sol é o pé e a mão
O sol é a mãe e o pai
Dissolve a escuridão
O sol se põe se vai
E após se pôr
O sol renasce no Japão”

1. Assinale o segmento em que NÃO foram usadas palavras em sentido figurado.


a) Lendo o futuro no passado dos políticos.
b) As fontes é que iam beber em seus ouvidos.
c) Eram 75 linhas que jorravam na máquina de escrever com regularidade mecânica.
d) Antes do meio-dia, a tarefa estava pronta.
e) Era capaz de cortar palavras com a elegância de um golpe de florete.

2. Marque a alternativa cuja frase apresenta palavra(s) empregada(s) em sentido conotativo:


a) O homem procura novos caminhos na tentativa de fixar suas raízes.
b) “Mas lá, no ano dois mil, tudo pode acontecer. Hoje, não.”
c) “... os planejadores fizeram dele a meta e o ponto de partida.”
d) “Pode estabelecer regras que conduzam a um viver tranquilo ...”
e) “Evidentemente, (...) as transformações serão mais rápidas.”

Sinônimos X Antônimos

A semântica é a parte da linguística que estuda o significado das palavras, a parte significativa
do discurso. Cada palavra tem seu significado específico, porém podemos estabelecer relações
entre os significados das palavras, assemelhando-as umas às outras ou diferenciando-as
segundo seus significados.

80 www.acasadoconcurseiro.com.br
Conotação e Denotação – Português – Prof. Carlos Zambeli

Sinônimos
Palavras que possuem significados iguais ou semelhantes.

A bruxa prendeu os irmãos.

A feiticeira prendeu os irmãos.

Porém os sinônimos podem ser


•• perfeitos: significado absolutamente igual, o que não é muito frequente.
Ex.: morte = falecimento / idoso = ancião
•• imperfeitos: o significado das palavras é apenas semelhante.
Ex.: belo - formoso/ adorar – amar / fobia - receio

Antônimos
Palavras que possuem significados opostos, contrários. Pode originar-se do acréscimo de
um prefixo de sentido oposto ou negativo.
Exemplos: 
mal X bem
ausência X presença
fraco X forte
claro X escuro
subir X descer
cheio X vazio
possível X impossível
simpático X antipático

3. A palavra que pode substituir, sem prejuízo do sentido, “obviamente”, é


Julgo que os homens que fazem a política externa do Brasil, no Itamaraty, são excessivamente
pragmáticos. Tiveram sempre vida fácil, vêm da elite brasileira e nunca participaram, eles
próprios, em combates contra a ditadura, contra o colonialismo. Obviamente não têm a
sensibilidade de muitos outros países ou diplomatas que conheço.
a) Necessariamente
b) Realmente
c) Justificadamente
d) Evidentemente
e) Comprovadamente

www.acasadoconcurseiro.com.br 81
4. O texto se estrutura a partir de antíteses, ou seja, emprego de palavras ou expressões de sentido
contrário. O par de palavras ou expressões que não apresentam no texto essa propriedade
antitética é
Toda saudade é a presença da ausência
de alguém, de algum lugar, de algo enfim
Súbito o não toma forma de sim
como se a escuridão se pusesse a luzir
Da própria ausência de luz
o clarão se produz,
o sol na solidão.
Toda saudade é um capuz transparente
que veda e ao mesmo tempo traz a visão do que não se pode ver
porque se deixou pra trás
mas que se guardou no coração.
(Gilberto Gil)

a) presença / ausência
b) não / sim
c) ausência de luz / clarão
d) sol / solidão
e) que veda / traz a visão

Gabarito: 1. D 2. A 3. D 4. D

82 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português

Elementos Referenciais

Estabelecem uma relação de sentido no texto, formando um elo coesivo entre o que está
dentro do texto e fora dele também. À retomada feita para trás dá-se o nome de anáfora e a
referência feita para a frente recebe o nome de catáfora.
Observe:

1. Carlos mora com a tia. Ele faz faculdade de Direito.


Ele – retomada de Carlos = anáfora.

2. Carlos ganhou um cachorro. O cachorro chama-se Lulu.


“Um cachorro”, informação para a frente = “o cachorro” = catáfora.

Mecanismos

1. REPETIÇÃO
“Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma família e dois tripulantes, além
de uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda de um avião bimotor Aero Commander,
da empresa J. Caetano, da cidade de Maringá (PR). O avião prefixo PTI-EE caiu sobre quatro
sobrados da Rua Andaquara.”
A palavra AVIÃO foi repetida, principalmente por ele ter sido o veículo envolvido no acidente,
que é a notícia propriamente dita.

2. REPETIÇÃO PARCIAL
“Estavam no avião o empresário Silvio Name Júnior [...] Gabriela Gimenes Ribeiro e o marido
dela, João Izidoro de Andrade. Andrade é conhecido na região como um dos maiores
compradores de cabeças de gado do Sul do país.”
Na retomada de nomes de pessoas, a repetição parcial é o mais comum mecanismo coesivo.
Costuma-se, uma vez citado o nome completo de alguém, repetir somente o seu sobrenome.

www.acasadoconcurseiro.com.br 83
1. A sequência em negrito (globalização do olho da rua. É a globalização do bico. É a globalização
do dane-se.) caracteriza a globalização a partir da desestruturação do mundo do trabalho. Do
ponto de vista dos recursos da linguagem é correto afirmar que, no contexto, ocorre uma
a) gradação, com a suavização das dificuldades.
b) contradição, entre os modos de sobrevivência do desempregado.
c) ênfase, com a intensificação da afirmativa inicial.
d) retificação, pela correção gradual das informações iniciais.

e) exemplificação, pelo relato de situações específicas.

3. ELIPSE
É a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido pelo contexto.
“Três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião ficaram feridas. Elas não sofreram
ferimentos graves. Apenas escoriações e queimaduras.”
Na verdade, foram omitidos, no trecho sublinhado, o sujeito (As três pessoas) e um verbo
(sofreram): (As três pessoas sofreram apenas escoriações e queimaduras).

2. Aproveitei os feriados da semana passada para curtir algumas releituras que há muito vinha
adiando. [...] Com chuva, o Rio é uma cidade como outra qualquer: não se tem muita coisa a
fazer. [...] O melhor mesmo é aproveitar o tempo ― que de repente fica enorme e custa a passar
― revisitar os primeiros deslumbramentos, buscando no passado um aumento de pressão nas
caldeiras fatigadas que poderão me levar adiante. [...] Leituras antigas, de um tempo em que
estava longe a ideia de um dia escrever um livro. Bem verdade que, às vezes, vinha a tentação
de botar para fora alguma coisa.
I – As expressões “releituras”, “revisitar” e “Leituras antigas” deixam claro que os livros que o
narrador pretende ler já foram obras lidas por ele no passado.
II – Nas expressões “há muito” e “Bem verdade”, pode-se depreender a elipse do substantivo
“tempo” e do verbo flexionado “É”.
III – É possível inferir uma relação de causa e consequência entre as orações conectadas pelos
dois-pontos.
Quais afirmativas estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.

84 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Elementos Referenciais – Prof. Carlos Zambeli

4. PRONOMES
A função gramatical do pronome é justamente a de substituir ou acompanhar um nome. Ele
pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a ideia contida em um parágrafo ou no texto todo.
“Estavam no avião Márcio Artur Lerro Ribeiro, seus filhos Márcio Rocha Ribeiro Neto e Gabriela
Gimenes Ribeiro; e o marido dela, João Izidoro de Andrade.”

O pronome possessivo seus retoma Márcio Artur Lerro Ribeiro; o pronome pessoal (d)ela
retoma Gabriela Gimenes Ribeiro.

3. “... que lhe permitem que veja a origem de todos os seres e de todas as coisas para que possa
transmiti-las aos ouvintes”.
Em transmiti-las, -las é pronome que substitui
a) a origem de todos os seres.
b) todas as coisas.
c) aos ouvintes.
d) todos os seres.

Pronomes Demonstrativos
ESSE = assunto antecedente.
“A seca é presença marcante no Sul. Esse fenômeno é atribuído a ‘El Niña’.”

ESTE = assunto posterior.


“O problema é este: não há possibilidade de reposição das peças.”

ESTE = antecedente mais próximo


AQUELE = antecedente mais distante
“Jogaram Inter e Grêmio: este perdeu; aquele ganhou.”

4. "Um relatório da Associação Nacional de Jornais revelou que, nos últimos doze meses, foram
registrados no Brasil 31 casos de violação à liberdade de imprensa. Destes, dezesseis são
decorrentes de sentença judicial - em geral, proferida por juízes de primeira instância.”
Nesse segmento do texto, o pronome demonstrativo sublinhado se refere a
a) relatórios.
b) jornais.
c) meses.
d) casos.
e) atentados.

www.acasadoconcurseiro.com.br 85
5. ADVÉRBIOS
Palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as de lugar, tempo, modo, causa...
“Em São Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderiram à greve.”

5. Considere as afirmativas que seguem.


I. O advérbio já, indicativo de tempo, atribui à frase o sentido de mudança.
II. Entende-se pela frase da charge que a população de idosos atingiu um patamar inédito no
país.
III. Observando a imagem, tem-se que a fila de velhinhos esperando um lugar no banco sugere
o aumento de idosos no país.
Está correto o que se afirma em
a) I apenas.
b) II apenas.
c) I e II apenas.
d) II e III apenas.
e) I, II e III.

6. EPÍTETOS
Palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo que se referem a um elemento do texto,
qualificam-no.

86 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Elementos Referenciais – Prof. Carlos Zambeli

“Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil. Para o ex-Ministro dos


Esportes, a seleção...”

6. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é o melhor exemplo de que a reforma do Poder Judiciário
não está estagnada. Dez anos atrás, época em que ainda se discutia a criação do conselho, ao
qual cabia o epíteto “órgão de controle externo do Judiciário”, a existência de um órgão nesses
moldes, para controlar a atuação do Poder Judiciário, gerava polêmica.
O vocábulo “epíteto” introduz uma expressão que qualifica e explica a função do CNJ.
( ) Certo ( ) Errado

7. NOMES DEVERBAIS
São derivados de verbos e retomam a ação expressa por eles. Servem, ainda, como um resumo
dos argumentos já utilizados.
“Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida Assis Brasil, como sinal de
protesto contra o aumento dos impostos. A paralisação foi a maneira encontrada...”

7. Assinale a alternativa cuja frase apresenta uma retomada deverbal.


a) E naquela casinha que eu havia feito, naquela habitação simples, ficava meu reino.
b) Mas como foi o negócio da Fazenda do Taquaral, lugar em que se escondiam os corruptores?
c) Ao comprar o sítio do Mané Labrego, realizou um grande sonho; tal compra redundaria em
sua independência.
d) O que ele quer lá, na fazenda Grota Funda?

Gabarito: 1. C 2. E 3. B 4. D 5. E 6. Certo 7. C

www.acasadoconcurseiro.com.br 87
Mecanismos

PRIORIDADE-RELEVÂNCIA
Ex.: Em primeiro lugar, Antes de mais nada, Primeiramente, Finalmente...

SEMELHANÇA, COMPARAÇÃO, CONFORMIDADE


Ex.: igualmente, da mesma forma, de acordo com, segundo, conforme, tal qual, tanto quanto,
como, assim como...
O PAVÃO
Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial.
Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão.
Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d’água em que a luz se fragmenta como
em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas. Eu considerei que este é o luxo do grande
artista, atingir o máximo de matizes com um mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu
esplendor; seu grande mistério é a simplicidade. Considerei, por fim, que assim é o amor, oh!
minha amada; de tudo que suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas
meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glória e me faz magnífico.
Rubem Braga

1. No trecho da crônica de Rubem Braga, os elementos coesivos produzem a textualidade que


sustenta o desenvolvimento de uma determinada temática. Com base nos princípios linguísticos
da coesão e da coerência, pode-se afirmar que
a) na passagem, “Mas andei lendo livros”, o emprego do gerúndio indica uma relação de
proporcionalidade.
b) o pronome demonstrativo “este” (Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o
máximo de matizes com um mínimo de elementos.) exemplifica um caso de coesão anafórica,
pois seu referente textual vem expresso no parágrafo seguinte.
c) o articulador temporal “por fim” (Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! minha amada)
assinala, no desenvolvimento do texto, a ordem segundo a qual o assunto está sendo abordado.
d) a expressão “Oh! minha amada” é um termo resumitivo que articula a coerência entre a
beleza do pavão e a simplicidade do amor.
e) o pronome pessoal “ele”(existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me
cobre de glória e me faz magnífico.), na progressão textual, faz uma referência ambígua a
“pavão”.

88 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Elementos Referenciais – Prof. Carlos Zambeli

2. “Por outro lado, sua eficiência macroeconômica deixa muito a desejar, menos pela incapacidade
das instituições do que pela persistência de incentivos adversos ao crescimento.”
Em “do que pela”, a eliminação de “do” prejudica a correção sintática do período.
( ) Certo ( ) Errado

CONDIÇÃO, HIPÓTESE
Ex.: se, caso, desde que...

ADIÇÃO, CONTINUAÇÃO
Ex.: Além disso, ainda por cima, também, não só...mas também ...

DÚVIDA
Ex.: talvez, provavelmente, possivelmente...

CERTEZA, ÊNFASE
Ex.: certamente, inquestionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com certeza...

FINALIDADE
Ex.: a fim de, com o propósito de, para que...

3. Em ...fruto não só do novo acesso da população ao automóvel, mas também da necessidade


de maior número de viagens..., os termos em destaque estabelecem relação de
a) explicação.
b) oposição.
c) alternância.
d) conclusão.
e) adição.

4. O trecho em que a preposição em negrito introduz a mesma noção da preposição destacada


em “Na luta para melhorar” é
a) O jogador com o boné correu.
b) A equipe de que falo é aquela.
c) A busca por recordes move o atleta.
d) A atitude do diretor foi contra a comissão.
e) Ele andou até a casa do treinador.

www.acasadoconcurseiro.com.br 89
ESCLARECIMENTO
Ex.: por exemplo, isto é, quer dizer...

RESUMO, CONCLUSÃO
Ex.: em suma, em síntese, enfim, portanto, dessa forma, dessa maneira, logo, então...

CAUSA, CONSEQUÊNCIA, EXPLICAÇÃO


Ex.: por conseguinte, por isso, por causa de, em virtude de, assim, porque, pois, já que, uma vez
que, visto que, de tal forma que...

CONTRASTE, OPOSIÇÃO, RESTRIÇÃO, RESSALVA


Ex.: pelo contrário, salvo, exceto, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora,
apesar de, ainda que, mesmo que, se bem que...

5. “Machado pode ser considerado, no contexto histórico em que surgiu, um espanto e um


milagre, mas o que me encanta de forma mais particular é o fato de que ele estava, o tempo
todo, pregando peças nos leitores e nele mesmo.”
Foi assim que o mais importante crítico literário do mundo, o norte-americano Harold Bloom,
77, classificou Machado de Assis quando elencou, em Gênio — Os 100 Autores Mais Criativos
da História da Literatura, os melhores escritores do mundo segundo seus critérios e gosto
particular.
No segundo parágrafo do texto, a conjunção portanto poderia substituir o termo “assim”, sem
prejuízo para a coesão e a coerência textuais.
( ) Certo ( ) Errado

6. Mariza saiu de casa atrasada e perdeu o ônibus. As duas orações do período estão unidas pela
palavra “e”, que, além de indicar adição, introduz a ideia de
a) Oposição.
b) Condição.
c) Consequência.
d) Comparação.
e) União.

7. “A ação da polícia ocorre em um ambiente de incertezas, ou seja, o policial, quando sai para a
rua, não sabe o que vai encontrar diretamente;”.
A expressão sublinhada indica a presença de uma

90 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Elementos Referenciais – Prof. Carlos Zambeli

a) retificação.
b) conclusão.
c) oposição.
d) explicação.
e) enumeração.

8. No anúncio publicitário, a substituição do elemento coesivo “para” pelo elemento coesivo


“porque” evidencia

a) a importância da liberdade como causa e não como finalidade.


b) a concepção de que a liberdade aumenta à proporção que lutamos por ela.
c) uma reflexão sobre a busca de liberdade como a principal finalidade da vida.
d) a liberdade como uma consequência de uma ação planejada com fins definidos.
e) a necessidade de compreender a liberdade como uma consequência de objetivos claros

Gabarito: 1. C 2. Errado 3. E 4. C 5. Errado 6. C 7. D 8. A

www.acasadoconcurseiro.com.br 91
Português

Polissemia e Figuras de Linguagem

Polissemia

Polissemia significa (poli = muitos; semia = significado) “muitos sentidos”. Contudo, assim que
se insere no contexto, a palavra perde seu caráter polissêmico e assume significado específico,
isto é, significado contextual.
Os vários significados de uma palavra, em geral, têm um traço em comum. A cada um deles dá-
se o nome de acepção.
•• A cabeça une-se ao tronco pelo pescoço.

•• Ele é o cabeça da rebelião.

•• Edgar Abreu tem boa cabeça.

Contexto!
O contexto determina a acepção de dada palavra polissêmica. Palavras como “flor”, “cabeça”,
“linha”, “ponto”, “pena”, entre outras, assumem, em variados contextos, novas acepções.

CONTEXTO ACEPÇÃO
Adoro flor vermelha! parte de uma planta
“Última flor do Lácio” descendente
Vagava à flor da água. superfície
Ela é uma flor de pessoa. amável
Ele não é flor que se cheire. indigno, falso
Está na flor da idade. juventude

www.acasadoconcurseiro.com.br 93
1. O efeito de sentido da charge é provocado pela combinação de informações visuais e recursos
linguísticos. No contexto da ilustração, a frase proferida recorre à
a) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão “rede social” para transmitir a
ideia que pretende veicular.
b) ironia para conferir um novo significado ao termo “outra coisa”.
c) homonímia para opor, a partir do advérbio de lugar, o espaço da população pobre e o
espaço da população rica.
d) personificação para opor o mundo real pobre ao mundo virtual rico.
e) antonímia para comparar a rede mundial de computadores com a rede caseira de descanso
da família.

Exemplos:
•• Edgar ocupa um alto posto na Casa. = cargo

•• Abasteci o carro no posto da estrada. = posto de gasolina.

•• Os eventos eram de graça. = gratuitos

•• Aquela mulher era uma graça. = beleza.

•• Os fiéis agradecem a graça recebida. = auxílio divino

94 www.acasadoconcurseiro.com.br
Polissemia e Figuras de Linguagem – Português – Prof. Carlos Zambeli

Figuras De Linguagem

São recursos que tornam mais expressivas as mensagens. Subdividem-se em


•• figuras de som,
•• figuras de construção,
•• figuras de pensamento,
•• figuras de palavras.

Algumas Figuras de

Som
Aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais.
•• “Esperando, parada, pregada na pedra do porto.”

•• “Que o teu afeto me afetou é fato agora faça-me um favor...”

www.acasadoconcurseiro.com.br 95
Onomatópéia: consiste na reprodução de um som ou ruído natural.
•• “Não se ouvia mais que o plic-plic-plic da agulha no pano.” (Machado de Assis)

Construção
Elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto.
•• “Em nossa vida, apenas desencontros.”

•• No curso, aprovações e mais aprovações!

Zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes.


•• Ele prefere cinema; eu, teatro. (omissão de prefiro)

Pleonasmo: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem.


•• “E rir meu riso e derramar meu pranto.”

•• O resultado da eleição, é importante anunciá-lo logo.

O pleonasmo vicioso – ao contrário do literário – é indesejável.


•• hemorragia de sangue.

2. Pleonasmo é uma figura de linguagem que tem como marca a repetição de palavras ou de
expressões, aparentemente desnecessárias, para enfatizar uma ideia. No entanto, alguns
pleonasmos são considerados “vícios de linguagem” por informarem uma obviedade e não
desempenharem função expressiva no enunciado. Considerando essa afirmação, assinale a
alternativa em que há exemplo de pleonasmo vicioso.
a) “E então abriu a torneira: a água espalhou-se”
b) “O jeito era ir comprar um pão na padaria.”
c) “Matá-la, não ia; não, não faria isso.”
d) “Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim.”
e) “Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus...”

96 www.acasadoconcurseiro.com.br
Polissemia e Figuras de Linguagem – Português – Prof. Carlos Zambeli

Pensamento
Antítese: consiste na  aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo
sentido.
“Nasce o Sol, e não dura mais que um dia
Depois da Luz se segue à noite escura
Em tristes sombras morre a formosura
Em contínuas tristezas, a alegria.”

•• “Já estou cheio de me sentir vazio.” (Renato Russo)

Ironia: apresenta um termo em sentido oposto ao usual; efeito crítico ou humorístico.


•• “A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar crianças”.

3. No trecho "...dão um jeito de mudar o mínimo para continuar mandando o máximo", a figura
de linguagem presente é chamada
a) Metáfora.
b) Hipérbole.
c) Hipérbato.
d) Anáfora.
e) Antítese.

www.acasadoconcurseiro.com.br 97
Hipérbato: inversão ou deslocamento de palavras ou orações dentro de um período.
"Ouviram do Ipiranga as margens plácidas

De um povo heroico o brado retumbante."

Anáfora: repetição de uma ou mais palavras no início de frases ou versos consecutivos.


“Tende piedade, Senhor, de todas mulheres
Quem ninguém mais merece tanto amor
Que ninguém mais deseja tanto a poesia
Que ninguém mais precisa de tanta alegria.”
(Vinícius de Moraes)

Eufemismo: consiste na tentativa de suavizar expressão grosseira ou desagradável.


•• “Quando a indesejada das gentes chegar” (morte).”

•• “O problema não é você, sou eu.”

98 www.acasadoconcurseiro.com.br
Polissemia e Figuras de Linguagem – Português – Prof. Carlos Zambeli

Hipérbole: consiste em exagerar uma ideia com finalidade enfática.


•• “Pela lente do amor/Vejo tudo crescer/Vejo a vida mil vezes melhor”. (Gilberto Gil)

•• “Roseana Sarney (PMDB) aproveitou ontem o clima de campanha, na posse do secretariado,


para anunciar um mar de promessas.”

Prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados qualidades ou


características que são próprias de seres animados.

Em um belo céu de anil,


os urubus, fazendo ronda,
discutem, em mesa redonda,
os destinos do Brasil.

www.acasadoconcurseiro.com.br 99
Palavras
Metáfora: A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica
subentendido.
“Meninas são bruxas e fadas,
Palhaço é um homem todo pintado de piadas!
Céu azul é o telhado do mundo inteiro,
Sonho é uma coisa que fica dentro do meu travesseiro!”
(Teatro Mágico)

Catacrese: Na falta de um termo específico para designar conceito ou objeto, toma-se outro
por empréstimo. Devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado
em sentido figurado.
•• O pé da mesa estava quebrado.

•• Não deixe de colocar dois dentes de alho na comida.

•• Quando embarquei no avião, fui dominado pelo o medo.

•• A cabeça do prego está torta.

Gabarito: 1. A 2. E 3. E

100 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português

Tipologia Textual

O que é isso?
É a forma como um texto se apresenta. As tipologias existentes são: narração, descrição,
dissertação, exposição, argumentação, informação e injunção.

Narração
Modalidade na qual se contam um ou mais fatos – fictício ou não - que ocorreram em
determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Há uma relação de anterioridade
e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado.
Exemplo:
COMPRAR REVISTA
Parou, hesitante; em frente à banca de jornais. Examinou as capas das revistas, uma por uma.
Tirou do bolso o recorte, consultou-o. Não, não estava incluída na relação de títulos, levantada
por ordem alfabética. Mas quem sabe havia relação suplementar, feita na véspera? Na dúvida,
achou conveniente estudar a cara do jornaleiro. Era a mesma de sempre. Mas a talvez ocultasse
alguma coisa, sob a aparência habitual. O jornaleiro olhou para ele, sem transmitir informação
especial no olhar, além do reconhecimento do freguês. Peço? Perguntou a si mesmo. Ou é
melhor sondar a barra?”
Carlos Drummond de Andrade

A primeira vez que vi o mar eu não estava sozinho. Estava no meio de um bando enorme de
meninos. Nós tínhamos viajado para ver o mar. No meio de nós havia apenas um menino que
já o tinha visto. Ele nos contava que havia três espécies de mar: o mar mesmo, a maré, que é
menor que o mar, e a marola, que é menor que a maré. Logo a gente fazia ideia de um lago
enorme e duas lagoas. Mas o menino explicava que não. O mar entrava pela maré e a maré
entrava pela marola. A marola vinha e voltava. A maré enchia e vazava. O mar às vezes tinha
espuma e às vezes não tinha. Isso perturbava ainda mais a imagem. Três lagoas mexendo,
esvaziando e enchendo, com uns rios no meio, às vezes uma porção de espumas, tudo isso
muito salgado, azul, com ventos.
Fomos ver o mar. Era de manhã, fazia sol. De repente houve um grito: o mar! Era qualquer
coisa de largo, de inesperado. Estava bem verde perto da terra, e mais longe estava azul. Nós
todos gritamos, numa gritaria infernal, e saímos correndo para o lado do mar. As ondas batiam
nas pedras e jogavam espuma que brilhava ao sol. Ondas grandes, cheias, que explodiam com
barulho. Ficamos ali parados, com a respiração apressada, vendo o mar...
(Fragmento de crônica de Rubem Braga, Mar, Santos, julho, 1938)

www.acasadoconcurseiro.com.br 101
1. O texto é construído por meio de
a) perfeito encadeamento entre os dois parágrafos: as explicações sobre o mar, no primeiro,
harmonizam-se com sua visão extasiada, no segundo.
b) violenta ruptura entre os dois parágrafos: o primeiro alonga-se em explicações sobre o mar
que não têm qualquer relação com o que é narrado no segundo.
c) procedimentos narrativos diversos correspondentes aos dois parágrafos: no primeiro, o
narrador é o autor da crônica; no segundo, ele dá voz ao menino que já vira o mar.
d) contraste entre os dois parágrafos: as frustradas explicações sobre o mar para quem nunca
o vira, no primeiro, são seguidas pela arrebatada visão do mar, no segundo.
e) inversão entre a ordem dos acontecimentos em relação aos dois parágrafos: o que é
narrado no primeiro só teria ocorrido depois do que se narra no segundo.

Descrição

É a modalidade na qual se apontam as características que compõem determinado objeto,


pessoa, ambiente ou paisagem. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo.
Exemplos:
“Sua estatura era alta, e seu corpo, esbelto. A pele morena refletia o sol dos trópicos. Os olhos
negros e amendoados espalhavam a luz interior de sua alegria de viver e jovialidade. Os traços
bem desenhados compunham uma fisionomia calma, que mais parecia uma pintura.”

Quase todo mundo conhece os riscos de se ter os documentos usados de forma indevida por
outra pessoa, depois de tê-los perdido ou de ter sido vítima de assalto. Mas um sistema que
começou a ser implantado na Bahia pode resolver o problema em todo o país. A tecnologia
usada atualmente para a emissão de carteiras de identidade na Bahia pode evitar esse tipo de
transtorno. A foto digital, impressa no documento, dificulta adulterações. A principal novidade
do sistema é o envio imediato das impressões digitais, por computador, para o banco de dados
da Polícia Federal em Brasília. Dessa forma, elas podem ser comparadas com as de outros
brasileiros e estrangeiros cadastrados. Se tudo estiver em ordem, o documento é entregue em
cinco dias. Ao ser retirada a carteira, as digitais são conferidas novamente.
Internet: <www.g1.globo.com> (com adaptações).

2. O texto, predominantemente descritivo, apresenta detalhes do funcionamento do sistema de


identificação que deve ser implantado em todo o Brasil.
( ) Certo ( ) Errado

102 www.acasadoconcurseiro.com.br
Tipologia Textual – Português – Prof. Carlos Zambeli

Dissertação

A dissertação é um texto que analisa, interpreta, explica e avalia dados da realidade. Esse tipo
textual requer um pouco de reflexão, pois as opiniões sobre os fatos e a postura crítica em
relação ao que se discute têm grande importância.
O texto dissertativo é temático, pois trata de análises e interpretações; o tempo explorado é
o presente no seu valor atemporal; é constituído por uma introdução onde o assunto a ser
discutido é apresentado, seguido por uma argumentação que caracteriza o ponto de vista do
autor sobre o assunto em evidência e, por último, sua conclusão.

Redes sociais: o uso exige cautela


Uma característica inerente às sociedades humanas é sempre buscar novas maneiras de se
comunicar: cartas, telegramas e telefonemas são apenas alguns dos vários exemplos de meios
comunicativos que o homem desenvolveu com base nessa perspectiva. E, atualmente, o mais
recente e talvez o mais fascinante desses meios, são as redes virtuais, consagradas pelo uso,
que se tornam cada vez mais comuns...

Exposição

Apresenta informações sobre assuntos, expõe ideias, explica e avalia e reflete Não faz defesa
de uma ideia, pois tal procedimento é característico do texto dissertativo. O texto expositivo
apenas revela ideias sobre um determinado assunto. Por meio da mescla entre texto expositivo
e narrativo, obtém-se o que conhecemos por relato.
Ex.: aula, relato de experiências, etc.

Em todo o continente americano, a colonização europeia teve efeito devastador. Atingidos pelas
armas, e mais ainda pelas epidemias e por políticas de sujeição e transformação que afetavam
os mínimos aspectos de suas vidas, os povos indígenas trataram de criar sentido em meio à
devastação. Nas primeiras décadas do século XVII, índios norte-americanos comparavam a uma
demolição aquilo que os missionários jesuítas viam como “transformação de suas vidas pagãs e
bárbaras em uma vida civilizada e cristã.”

Argumentação

Modalidade na qual se expõem ideias gerais, seguidas da apresentação de argumentos que


as defendam e comprovem, persuadam o leitor, convencendo-o de aceitar uma ideia imposta
pelo texto. É o tipo textual mais presente em manifestos e cartas abertas, e quando também
mostra fatos para embasar a argumentação, se torna um texto dissertativo-argumentativo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 103
“Perguntamo-nos qual é o valor da vida humana.Alguns setores da sociedade acreditam que
a vida do criminoso não tem o mesmo valor da vida das pessoas honestas. O problema é que
o criminoso pensa do mesmo modo: se a vida dele não vale nada, por que a vida do dono da
carteira deve ter algum valor? Se provavelmente estará morto antes dos trinta anos de idade
(como várias pesquisas comprovam), por que se preocupar em não matar o proprietário do
automóvel que ele vai roubar?”
Andréa Buoro et al. Violência urbana – dilemas e desafios. São Paulo: Atual, 1999, p. 26 (com
adaptações).

O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a totalidade do universo, toda a sociedade,
a história, a concepção de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo, que se estende a
todas as coisas e à qual nada escapa. É, de alguma maneira, o aspecto festivo do mundo inteiro,
em todos os seus níveis, uma espécie de segunda revelação do mundo.

3. Embora o texto seja essencialmente argumentativo, seu autor se vale de estruturas narrativas
para reforçar suas opiniões.
( ) Certo ( ) Errado

Informação
O texto informativo corresponde aquelas manifestações textuais cujo emissor (escritor) expõe
brevemente um tema, fatos ou circunstâncias a um receptor (leitor). Em outras palavras,
representam as produções textuais objetivas, normalmente em prosa, com linguagem clara e
direta (linguagem denotativa), que tem como objetivo principal transmitir informação sobre
algo, isento de duplas interpretações.
Assim, os textos informativos, diferente dos poéticos ou literários (que utilizam da linguagem
conotativa), servem para conhecer de maneira breve informações sobre determinado tema,
apresentando dados e referências, sem interferência de subjetividade, desde sentimentos,
sensações, apreciações do autor ou opiniões. O autor dos textos informativos é um transmissor
que se preocupa em relatar informações da maneira mais objetiva e verossímil.

Injuntivo/Instrucional
Indica como realizar uma ação. Também é utilizado para predizer acontecimentos e
comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria,
empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro
do presente do modo indicativo.
Ex.: Previsões do tempo, receitas culinárias, manuais, leis, bula de remédio, convenções, regras
e eventos.

Gabarito: 1. D 2. E 3. E

104 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português

Gênero Textual

É o nome que se dá às diferentes formas de linguagem empregadas nos textos. Estas formas
podem ser mais formais ou mais informais, e até se mesclarem em um mesmo texto, porém
este será nomeado com o gênero que prevalecer!
Os gêneros textuais estão intimamente ligados à nossa situação cotidiana. Eles existem como
mecanismo de organização das atividades sociocomunicativas do dia a dia. Sendo assim,
gêneros textuais são tipos especificos de textos de qualquer natureza, literários ou não-
literários, cujas modalidades discursivas são como formas de organizar a linguagem.

Editorial

É um tipo de texto utilizado na imprensa, especialmente em jornais e revistas, que tem por
objetivo informar, mas sem obrigação de ser neutro, indiferente.
A objetividade e imparcialidade não são características dessa tipologia textual, já que o redator
demonstra a opinião do jornal sobre o assunto narrado.
Os acontecimentos são relatados sob a subjetividade do repórter, de maneira que evidencie
a posição da empresa que está por trás do canal de comunicação, pois os editoriais não são
assinados por ninguém.
Assim, podemos dizer que o editorial é um texto mais opinativo do que informativo.
Ele possui um fato e uma opinião. O fato informa o que aconteceu e a opinião transmite a
interpretação do que aconteceu.

O alto preço do etanol


A imagem de modernidade e inovação que o Brasil projetou internacionalmente em razão do
uso combustível do etanol é incompatível com as condições desumanas a que são submetidos
de modo geral os cortadores de cana, que têm uma vida útil de trabalho comparável à dos
escravos, como indica pesquisa da Unesp divulgada hoje pela Folha.[...]
Folha de São Paulo

www.acasadoconcurseiro.com.br 105
1. O título do texto refere-se
a) ao reflexo do custo da terceirização da colheita da cana no preço do etanol.
b) aos problemas ambientais resultantes da expansão da cultura de cana.
c) aos preços não competitivos do etanol brasileiro no mercado internacional.
d) às precárias condições de trabalho dos trabalhadores rurais na colheita da cana.
e) ao aumento dos lucros obtidos pelos empresários que investem na produção da cana.

2. Podemos citar como características do editorial


a) Imparcialidade na informação;
b) Excesso de narração;
c) Objetividade na informação
d) Dissertativo, crítico e informativo no desenvolvimento do texto
e) poético, rítmico e emocional.

Artigos

São os mais comuns. São textos autorais – assinados –, cuja opinião é de inteira responsabilidade
de quem o escreveu. Seu objetivo é o de persuadir o leitor.
É um texto dissertativo que apresenta argumentos sobre o assunto abordado, portanto, o
escritor além de expor seu ponto de vista, deve sustentá-lo através de informações coerentes e
admissíveis.

3. Leia o texto e considere as afirmações.


“Antes de mais nada, acho que querer ser milionário não é um bom objetivo na vida. Meu único
conselho é: ache aquilo que você realmente ama fazer. Exerça atividade pela qual você tem
paixão. É dessa forma que temos as melhores chances de sucesso. Se você faz algo de que não
gosta, dificilmente será bom. Não há sentido em ter uma profissão somente pelo dinheiro.”
DELL, Michael. O Mago do Computador. In: Veja

I – Depreende-se, pela leitura do texto, que querer ser milionário é ruim, pois esse desejo
impossibilita o homem de amar o trabalho.
II – Para o autor, as chances de sucesso em uma profissão dependem da paixão com que ela é
exercida.
III – É consenso atribuir-se o sucesso à paixão pela atividade que se realiza.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e III.

106 www.acasadoconcurseiro.com.br
Gêneros Textuais – Português – Prof. Carlos Zambeli

Notícias

Podemos perfeitamente identificar características narrativas, o fato ocorrido que se deu


em um determinado momento e em um determinado lugar, envolvendo determinadas
personagens. Características do lugar, bem como dos personagens envolvidos são, muitas
vezes, minuciosamente descritos. São autorais, apesar de nem sempre serem assinadas. Seu
objetivo é tão somente o de informar, não o de convencer.

Obra-prima de Leonardo da Vinci e uma das mais admiradas telas jamais pintadas, devido, em
parte, ao sorriso enigmático da moça retratada, a “Mona Lisa” está se deteriorando. O grito de
alarme foi dado pelo Museu do Louvre, em Paris, que anunciou que o quadro passará por uma
detalhada avaliação técnica com o objetivo de determinar o porquê do estrago. O fino suporte
de madeira sobre o qual o retrato foi pintado sofreu uma deformação desde que especialistas
em conservação examinaram a pintura pela última vez, diz o Museu do Louvre numa declaração
por escrito.
Fonte: http://www.italiaoggi.com.br (acessado em 13/11/07)

Crônica
Fotografia do cotidiano, realizada por olhos particulares. Geralmente, o cronista apropria-se de
um fato atual do cotidiano, para, posteriormente, tecer críticas ao status quo, baseadas quase
exclusivamente em seu ponto de vista. A linguagem desse tipo de texto é predominantemente
coloquial.

Características da crônica
•• Narração curta;
•• Descreve fatos da vida cotidiana;
•• Pode ter caráter humorístico, crítico, satírico e/ou irônico;
•• Possui personagens comuns;
•• Segue um tempo cronológico determinado;
•• Uso da oralidade na escrita e do coloquialismo na fala das personagens;
•• Linguagem simples.

Dia desses resolvi fazer um teste proposto por um site da internet. O nome do teste era
tentador: “O que Freud diria de você”. Uau. Respondi a todas as perguntas e o resultado foi o
seguinte: “Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os doze anos, depois disso você
buscou conhecimento intelectual para seu amadurecimento”. Perfeito! Foi exatamente o que
aconteceu comigo. Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o pai da
psicanálise, e ele acertou na mosca.
MEDEIROS, M. Doidas e Santas. Porto Alegre, 2008 (adaptado).

www.acasadoconcurseiro.com.br 107
4. Quanto às influências que a internet pode exercer sobre os usuários, a autora expressa uma
reação irônica no trecho “Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o
pai da psicanálise”.
( ) Certo ( ) Errado

Ensaio
É um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e
reflexões éticas e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal. Consiste também
na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico,
político, social, cultural, moral, comportamental, literário, religioso, etc.), sem que se paute em
formalidades.
O ensaio assume a forma livre e assistemática sem um estilo definido. Por essa razão, um
filósofo espanhol o definiu como "a ciência sem prova explícita".

“Entre os primatas, o aumento da densidade populacional não conduz necessariamente


à violência desenfreada. Diante da redução do espaço físico, criamos leis mais fortes para
controlar os impulsos individuais e impedir a barbárie. Tal estratégia de sobrevivência tem
lógica evolucionista: descendemos de ancestrais que tiveram sucesso na defesa da integridade
de seus grupos; os incapazes de fazê-lo não deixaram descendentes. Definitivamente, não
somos como os ratos.”
Dráuzio Varella.

5. Como a escolha de estruturas gramaticais pode evidenciar informações pressupostas e


significações implícitas, o emprego da forma verbal em primeira pessoa — “criamos” — autoriza
a inferência de que os seres humanos pertencem à ordem dos primatas.
( ) Certo ( ) Errado

Texto Literário
É uma construção textual de acordo com as normas da literatura, com objetivos e
características próprias, como linguagem elaborada de forma a causar emoções no leitor. Uma
das características distintivas dos textos literário é a sua função poética, em que é possível
constatar ritmo e musicalidade, organização específica das palavras e um elevado nível de
criatividade.

Madrugada na aldeia
Madrugada na aldeia nervosa, com as glicínias escorrendo orvalho, os figos prateados de
orvalho, as uvas multiplicadas em orvalho, as últimas uvas miraculosas.
O silêncio está sentado pelos corredores, encostado às paredes grossas, de sentinela.
E em cada quarto os cobertores peludos envolvem o sono: poderosos animais benfazejos,
encarnados e negros.

108 www.acasadoconcurseiro.com.br
Gêneros Textuais – Português – Prof. Carlos Zambeli

Antes que um sol luarento dissolva as frias vidraças, e o calor da cozinha perfume a casa
com lembrança das árvores ardendo, a velhinha do leite de cabra desce as pedras da rua
antiquíssima, antiquíssima, e o pescador oferece aos recém-acordados os translúcidos peixes,
que ainda se movem, procurando o rio.
(Cecília Meireles. Mar absoluto, in Poesia completa.

6. Considere as afirmativas seguintes:


I – O assunto do poema reflete simplicidade de vida, coerentemente com o título.
II – Predominam nos versos elementos descritivos da realidade.
III – Há no poema clara oposição entre o frio silencioso da madrugada e o sol que surge e traz o
calor do dia.
Está correto o que consta em
a) I, II e III.
b) I, apenas.
c) III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I e II, apenas.

Peça Publicitária

Modo específico de apresentar informação sobre produto, marca, empresa, ideia ou política,
visando a influenciar a atitude de uma audiência em relação a uma causa, posição ou atuação.
A propaganda comercial é chamada, também, de publicidade. Ao contrário da busca de
imparcialidade na comunicação, a propaganda apresenta informações com o objetivo principal
de influenciar o leitor ou ouvinte. Para tal, frequentemente, apresenta os fatos seletivamente
(possibilitando a mentira por omissão) para encorajar determinadas conclusões, ou usa
mensagens exageradas para produzir uma resposta emocional e não racional à informação
apresentada Costuma ser estruturado por meio de frases curtas e em ordem direta, utilizando
elementos não verbais para reforçar a mensagem.

7. O anúncio publicitário a seguir é uma campanha de um adoçante, que tem como seu slogan a
frase “Mude sua embalagem”.
A palavra “embalagem”, presente no slogan da campanha, é altamente expressiva e substitui a
palavra
a) vida.
b) corpo.
c) jeito.
d) história.
e) postura.

www.acasadoconcurseiro.com.br 109
Piada

Dito ou pequena história espirituosa e/ou engraçada.

8. “Dois amigos conversam quando passa uma mulher e cumprimenta um deles, que fala:
Eu devo muito a essa mulher...
Por quê? Ela é sua protetora?
Não, ela é a costureira da minha esposa.”
Na piada acima, o efeito de humor
a) deve-se, principalmente, à situação constrangedora em que ficou um dos amigos quando a
mulher o cumprimentou.
b) constrói-se pela resposta inesperada de um dos amigos, revelando que não havia entendido
o teor da pergunta do outro.
c) é provocado pela associação entre uma mulher e minha esposa, sugerindo ilegítimo
relacionamento amoroso.
d) firma-se no aproveitamento de distintos sentidos de uma mesma expressão linguística,
devo muito.
e) é produzido prioritariamente pela pergunta do amigo, em que se nota o emprego malicioso
da expressão sua protetora.

Gráficos e Tabelas

110 www.acasadoconcurseiro.com.br
Gêneros Textuais – Português – Prof. Carlos Zambeli

9. Analisando as informações contidas no gráfico, é correto afirmar que


a) a taxa de analfabetismo entre as pessoas de 15 anos ou mais manteve-se a mesma em
todas as regiões do país desde 2000.
b) o número de analfabetos entre as pessoas de 15 anos ou mais diminuiu entre a população
brasileira em geral nas últimas décadas.
c) a região Centro-oeste é a que vem apresentando, nos últimos vinte anos, o menor número
de analfabetos entre as pessoas de 15 anos ou mais.
d) em comparação com o ano de 1991, pode-se dizer que, no Nordeste, em 2010, o número
de analfabetos entre as pessoas de 15 anos ou mais aumentou.

Charge
É um estilo de ilustração que tem por finalidade satirizar algum acontecimento atual com
uma ou mais personagens envolvidas. A palavra é de origem francesa e significa carga, ou
seja, exagera traços do caráter de alguém ou de algo para torná-lo burlesco. Apesar de ser
confundida com cartum, é considerada totalmente diferente: ao contrário da charge, que tece
uma crítica contundente, o cartum retrata situações mais corriqueiras da sociedade. Mais do
que um simples desenho, a charge é uma crítica político-social mediante o artista expressa
graficamente sua visão sobre determinadas situações cotidianas por meio do humor e da sátira.

10. A relação entre o conjunto da charge e a frase “Brasil tem 25 milhões de telefones celulares”
fica clara porque a imagem e a fala do personagem sugerem o(a)
a) sentimento de vigilância permanente.
b) aperfeiçoamento dos aparelhos celulares.
c) inadequação do uso do telefone.
d) popularização do acesso à telefonia móvel.
e) facilidade de comunicação entre as pessoas.

www.acasadoconcurseiro.com.br 111
QUADRINHOS

Hipergênero, que agrega diferentes outros gêneros, cada um com suas peculiaridades.

11. A mãe identifica no discurso do menino


a) contradição
b) crueldade
c) tristeza
d) generosidade
e) acerto

Gabarito: 1. D 2. D 3. B 4. C 5. C 6. E 7. B 8. D 9. B 10. D 11. A

112 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português

Confronto e Reconhecimento de Frases Corretas e Incorretas

Análise de períodos considerando-se:


•• Coesão
•• Coerência
•• Clareza
•• Correção

Coesão
A coesão textual refere-se à microestrutura de um texto. Ela ocorre por meio de relações
semânticas e gramaticais.
No caso de textos que utilizam linguagem verbal e não verbal (publicidade, por exemplo), a
coesão ocorre também por meio da utilização de
•• cores
•• formas geométricas
•• fontes
•• logomarcas
•• etc

Nessa peça, a Jovem Pan busca vender sua cobertura da Copa do


Mundo de futebol, mas em nenhum momento usa essa palavra.
Contudo, os elementos coesivos remetem a esse esporte.

Moldura = bolas
de futebol

Cantos =
local de
escanteio +
bola

Fontes ≈ ideograma oriental Vermelho = alusão ao Oriente

www.acasadoconcurseiro.com.br 113
O pai e seu filhinho de 5 anos caminham por uma calçada.
Repentinamente, o garoto vê uma sorveteria e fala:
– Pai, eu já sarei do resfriado, né?
– Você não vai tomar sorvete! – responde o pai.

A resposta do pai não corresponde coesivamente à pergunta do filho, mas nem por isso é
incoerente. Depreende-se que o pai conhecia o objetivo do filho.

Anáfora
Retoma algo que já foi dito antes!
Edgar é um excelente professor. Ele trabalha aqui na Casa do Concurseiro, ensinando
Conhecimentos Bancários. Essa matéria é muito relevante para concursos nacionais.

Catáfora
O termo ou expressão que faz referência a um termo subsequente, estabelecendo com ele uma
relação não autônoma, portanto, dependente. 
A Tereza olhou-o e disse: – Edgar, você está cansado?

Coerência

Na situação comunicativa, é o que dá sentido ao texto.

Fatores de Coerência
•• encadeamento
•• conhecimento da linguagem utilizada
•• equilíbrio entre o número de informações novas e a reiteração delas
•• possibilidade de inferência
•• aceitabilidade
•• intertextualidade

114 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Confronto e Reconhecimento de Frases Corretas e Incorretas – Prof. Carlos Zambeli

http://www.wbrasil.com.br/wcampanhas/index.asp – Acesso em 22 nda agosto de 2005 – uso didático da peça

Fonte: http://www.meioemensagem.com.br/projmmdir/home_portfolio.jsp - Acesso em 17 de setembro de 2005


- uso didático da peça.

www.acasadoconcurseiro.com.br 115
É fácil de notar se quando falta coerência a um texto.

“Havia um menino muito magro que vendia amendoins numa esquina de uma das avenidas de
São Paulo. Ele era tão fraquinho, que mal podia carregar a cesta em que estavam os pacotinhos
de amendoim. Um dia, na esquina em que ficava, um motorista, que vinha em alta velocidade,
perdeu a direção. O carro capotou e ficou de rodas para o ar. O menino não pensou duas vezes.
Correu para o carro e tirou de lá o motorista, que era um homem corpulento. Carregou o até a
calçada, parou um carro e levou o homem para o hospital. Assim, salvou lhe a vida.”
(Platão & Fiorin)

Vícios De Linguagem

São palavras ou construções que deturpam, desvirtuam, ou dificultam a manifestação do


pensamento, seja pelo desconhecimento das normas cultas, seja pelo descuido do emissor.

BARBARISMO
Desvio na grafia, na pronúncia ou na flexão de uma palavra. Divide-se em
Cacografia – má grafia ou má flexão de uma palavra: flexa – em vez de flecha / deteu – em vez
de deteve.
Cacoépia – erro de pronúncia: marvado – em vez de malvado.
Silabada – erro de pronúncia quanto à acentuação tônica das palavras: púdico – em vez de
pudico / rúbrica – em vez de rubrica.
Estrangeirismo – emprego desnecessário de palavras estrangeiras, quando elas já foram
aportuguesadas: stress – em vez de estresse.

SOLECISMO
É qualquer erro de sintaxe. Pode ser
•• de concordância: Haviam muitos erros – em vez de Havia ...
•• de regência: Assistimos o filme – em vez de Assistimos ao filme.
•• de colocação: Escreverei-te logo – em vez de Escrever-te-ei...

AMBIGUIDADE OU ANFIBOLOGIA
Duplo sentido que ocorre em função da má construção da frase:
Carlos disse ao colega que seu irmão morreu. (irmão de quem?)

116 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Confronto e Reconhecimento de Frases Corretas e Incorretas – Prof. Carlos Zambeli

ECO
Repetição de uma vogal formando rima:
O irmão do alemão prendeu a mão no fogão.

CACOFONIA
Som estranho que surge da união de sílabas diferentes, pela proximidade de duas palavras:
Ela tinha dezoito anos. (latinha)

NEOLOGISMO (palavra nova)


É o emprego de palavras que não passaram ainda para o corpo do idioma:
Devido ao apoiamento ao projeto, deram início às obras.

GERUNDISMO
Locução verbal na qual o verbo principal apresenta-se no gerúndio. Seu uso no português
brasileiro é recente, é considerado por muitos como vício de linguagem, uma vez que seu uso é
demasiadamente impreciso:
“A senhora pode estar respondendo algumas perguntas?”

“Nós vamos estar repassando o problema para a equipe técnica.”

“A senhora vai estar pagando uma taxa de reparo....”

1. Está clara e correta a redação do seguinte comentário sobre o texto:


a) Peter Burke não compartilha com a tese que os românticos viam o fenômeno da invenção
como um atributo de apenas gênios isolados.
b) Na visão de um historiador, não há feito isolado, como invenção absoluta, que
independessem de outros fatos concorrentes a ela.
c) Embora aparentemente se oponha quanto ao sentido, tradição e invenção se mesclam
como um fator de progresso extremamente inventivo.
d) Não há dúvida quanto a períodos históricos aonde ocorra especial desenvolvimento
inventivo, sejam nas artes, sejam na tecnologia.
e) Faz parte do senso comum acreditar, ainda hoje, que toda e qualquer grande invenção
decorre do talento pessoal de um gênio.

Gabarito: 1. E

www.acasadoconcurseiro.com.br 117
Português

Funções da Linguagem

São várias as funções da linguagem, dependendo da intenção do falante e das circunstâncias


em que ocorre a comunicação. A adequada utilização dessas funções permitirá que ocorra o
perfeito entendimento da mensagem pretendida.

6
contexto
5
referente
1 4
emissor, 7 receptor
destinador canal de comunicação ou
ou remetente destinatário
3
mensagem

2
código

O linguista russo Roman Jakobson caracterizou seis funções da linguagem. Cada uma delas está
estreitamente ligada a um dos seis elementos que compõem o ato de comunicação.

Referente
FUNÇÃO REFERENCIAL

Mensagem
FUNÇÃO POÉTICA
Emissor Receptor
FUNÇÃO FUNÇÃO
EXPRESSIVA Canal de Comunicação CONATIVA
FUNÇÃO FÁTICA

Código
FUNÇÃO METALINGUÍSTICA

www.acasadoconcurseiro.com.br 119
Emissor: o que emite a mensagem.
Receptor: o que recebe a mensagem.
Mensagem: o conjunto de informações transmitidas.
Código: a combinação de signos utilizados na transmissão de uma mensagem. A comunicação
só se concretizará, se o receptor souber decodificar a mensagem.
Canal de Comunicação: veículo por meio do qual a mensagem é transmitida (TV, rádio, jornal,
revista...)
Contexto: a situação a que a mensagem se refere, também chamado de referente.
O emissor, ao transmitir uma mensagem, sempre tem um objetivo: informar algo, ou
demonstrar seus sentimentos, ou convencer alguém a fazer algo, etc; consequentemente, a
linguagem passa a ter uma função, que são as seguintes:
•• Função Referencial
•• Função Metalinguística
•• Função Conativa
•• Função Fática
•• Função Emotiva
•• Função Poética
Numa mensagem, é muito difícil encontrarmos uma única dessas funções isolada. O que ocorre,
normalmente, é a superposição de várias delas.
Função referencial – busca transmitir informações objetivas, a fim de informar o receptor.
Predomina nos textos de caráter científico, didático e jornalístico.
Exemplo: Pesquisas já demonstraram que o universo vocabular de nossos estudantes, mesmo
de nível universitário, é pobre.

Função emotiva ou expressiva – exterioriza emoções, opiniões, avaliações, utilizando a 1ª


pessoa (eu). Aparece nas cartas, na poesia lírica, nas músicas sentimentais, nas opiniões e
avaliações. Predomina o elemento emocional sobre o lógico.
Exemplo: Tendo passado já sete dias sem a ver, se acentuava vivamente em mim o desejo de
estar outra vez com ela, beber-lhe o olhar e o sorriso, sentir-lhe o timbre da voz ou a graça dos
gestos.
(Cyro dos Anjos – “Abdias”)

Função conativa ou apelativa – visa a influir no comportamento do receptor, persuadi-


lo, seduzi-lo. Utiliza vocativo, verbos no imperativo e ocorre, principalmente, em textos de
propaganda.
Exemplo: O filtro “purex” é indispensável para a saúde de sua família. Procure hoje mesmo o
nosso revendedor autorizado.

120 www.acasadoconcurseiro.com.br
Funções da Linguagem – Português – Prof. Carlos Zambeli

Função fática – tem por objetivo prolongar o contato com o receptor. Utiliza interjeições,
repetições, expressões sem valor semântico e, quando escrita, faz uso de recursos gráficos
como diferentes tipos de letras e variadas diagramações. É usada na linguagem coloquial,
especialmente nos diálogos.

•• POIS É...
•• ENTÃO... É melhor você
•• É FOGO. começar a ler
•• Ô. o Estadão.
•• NEM FALE.

Função poética – privilegia o imprevisto, a inovação, a criatividade. Produz no leitor ou no


ouvinte surpresa e prazer estético. Predomina na poesia, mas pode aparecer em textos
publicitários, jornalísticos, nas crônicas, etc. Nela, aparecem as figuras de linguagem, a
conotação.
Exemplo:
“De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento”
Vinícius de Moraes

Função metalinguística – quando a linguagem procura explicar a si mesma, definindo ou


analisando o próprio código que utiliza. É empregada nos textos em que se explica o uso da
palavra, como nos dicionários, nos poemas que falam da própria poesia, nas canções que falam
de outras canções ou de como se fazem canções.
Exemplo: Literatura é ficção, é a forma de expressão mediante a qual o artista recria a realidade.

EXEMPLIFICANDO
O princípio de que o Estado necessita de instrumentos para agir com rapidez em situações
de emergência está inscrito no arcabouço jurídico brasileiro desde a primeira Constituição,
de 1824, dois anos após a Independência, ainda no Império. A figura do decreto-lei, sempre
à disposição do Poder Executivo, ficou marcada no regime militar, quando a caneta dos
generais foi acionada a torto e a direito, ao largo do Congresso, cujos poderes eram sufocados
pela ditadura. Com a redemocratização, sacramentada pela Constituição de 1988, sepultou-
se o decreto-lei, mas não o seu espírito, reencarnado na medida provisória. Não se discute
a importância de o Poder Executivo contar com dispositivos legais que permitam ao governo
baixar normas, sem o crivo imediato do Congresso, que preencham os requisitos da “relevância
e urgência”. O problema está na dosagem, que, se exagerada, como ocorre atualmente, sufoca
o Poder Legislativo.
O Globo, 19/3/2008 ( com adaptações)

www.acasadoconcurseiro.com.br 121
1. A função da linguagem predominante no texto é
a) metalinguística.
b) poética.
c) expressiva.
d) apelativa.
e) referencial.

2. Há correspondência entre ELEMENTO do processo de comunicação e FUNÇÃO da linguagem


em
a) emissor – poética.
b) destinatário – emotiva.
c) contexto – referencial.
d) código – fática.
e) canal – metalinguística.

3. O texto abaixo utiliza uma linguagem emotiva, que pode ser comprovada especialmente na
opção pela subjetividade voltada para o narrador.
“Então, aproveite bem o seu dia. Extraia dele todos os bons sentimentos possíveis. Não deixe
nada para depois. Diga o que tem para dizer. Demonstre. Seja você mesmo. Não guarde lixo
dentro de casa. Nem jogue seu lixo no ambiente. Não cultive amarguras e sofrimentos. Prefira
o sorriso. Dê risada de tudo, de si mesmo. Não adie alegrias nem contentamentos nem sabores
bons. Seja feliz. Hoje. Amanhã é uma ilusão. Ontem é uma lembrança. Só existe o hoje.”
( ) Certo ( ) Errado

4. HISTÓRIA MANJADA
GALÃ CANASTRÃO
TIROS E PERSEGUIÇÕES
EFEITOS GRATUITOS
MAIS TIROS E PERSEGUIÇÕES
FINAL PREVISÍVEL
Conheça outro jeito de fazer cinema.
Cine Conhecimento.
No canal PLUS.
Além de exibir filmes de diversos países, o programa traz análises, comentários, curiosidades e
detalhes da produção. Não perca! Tem sempre um bom filme para você!
(Revista Monet)

Pelos sentidos e pelas estruturas linguísticas do texto, é correto concluir que o emprego de
“Conheça” e “Não perca” indica que a função da linguagem predominante no texto é a
a) metalinguística.
b) poética.
c) conativa.
d) expressiva.

122 www.acasadoconcurseiro.com.br
Funções da Linguagem – Português – Prof. Carlos Zambeli

5. No slogan CELULAR: Não Fale no Trânsito, uma característica da função conativa da linguagem
é
a) a objetividade da informação transmitida.
b) a manutenção da sintonia entre a STTU e o público-alvo.
c) o esclarecimento da linguagem pela própria linguagem
d) o emprego do verbo no modo imperativo

6. Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a


Cidade Grande
Que beleza, Montes Claros.
Como cresceu Montes Claros.
Quanta indústria em Montes Claros.
Montes Claros cresceu tanto,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas
por enquanto, e mais promete.
(Carlos Drummond de Andrade)

a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem.


b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.
c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica.
d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo.
e) prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida.

Gabarito: 1. E 2. C 3. E 4. D 5. E 6. C

www.acasadoconcurseiro.com.br 123
Português

Variação Linguística

Tanto a língua escrita quanto a oral apresentam variações condicionadas por diversos fatores:
regionais, sociais, intelectuais etc.
A língua escrita obedece a normas gramaticais e será sempre diferente da língua oral, mais
espontânea, solta, livre, visto que acompanhada de mímica e entonação, que preenchem
importantes papéis significativos. Mais sujeita a falhas, a linguagem empregada coloquialmente
difere substancialmente do padrão culto.

1. A Linguagem Culta Formal ou Padrão

É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que se apresenta com
terminologia especial. Caracteriza-se pela obediência às normas gramaticais. Mais comumente
usada na linguagem escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial, mais
estável, menos sujeita a variações.

2. A Linguagem Culta Informal ou Coloquial

É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase sempre rebelde
à norma gramatical e é carregada de vícios de linguagem (solecismo - erros de regência e
concordância; barbarismo - erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia;
pleonasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação, que ressalta o caráter
oral e popular da língua.

www.acasadoconcurseiro.com.br 125
1. Com frequência, a transgressão à norma culta constitui uma marca do registro coloquial da
língua. Nesses casos, parece existir, de um lado, a norma culta e, de outro, a “norma” coloquial
– e esta muitas vezes se impõe socialmente, em detrimento da primeira. Um exemplo de
transgressão à norma culta acontece numa das alternativas abaixo. Assinale-a.
a) Nós éramos cinco e brigávamos muito…
b) estrada lamacenta que o governo não conservava…
c) Miguel fazia muita falta, embora cada um de nós trouxesse na pele a marca de sua
autoridade.
d) Você assustou ele falando alto.
e) Se um de nós ia para o colégio, os outros ficavam tristes.

3. Linguagem Popular ou Vulgar


Existe uma linguagem popular ou vulgar, segundo Dino Preti, “ligada aos grupos extremamente
incultos, aos analfabetos”, aos que têm pouco ou nenhum contato com a instrução formal. Na
linguagem vulgar, multiplicam-se estruturas como “nóis vai, ele fica”, “eu di um beijo nela”,
“Vamo i no mercado”, “Tu vai í cum nóis”.
Saudosa Maloca
Peguemo todas nossas coisas
E fumo pro meio da rua
Preciá a demolição
Que tristeza que nóis sentia
Cada tauba que caía
Duía no coração
Mato Grosso quis gritá
Mais em cima eu falei:
Os home tá c’a razão,
Nóis arranja otro lugá.
Só se conformemo quando o Joca falô:
“Deus dá o frio conforme o cobertô”.
BARBOSA, Adoniran. In: Demônios da Garoa - Trem das 11. CD 903179209-2, Continental-Warner Music Brasil,
1995.

2. Considere as afirmações.
I – A letra de “Saudosa Maloca” pode ser considerada como realização de uma “linguagem
artística” do poeta, estabelecida com base na sobreposição de elementos do uso popular ao
uso culto.
II – Uma dessas sobreposições é o emprego do pronome oblíquo de terceira pessoa “se” em
lugar de “nos” (Só se conformemo), diferentemente do que prescreve a norma culta.
III – A letra de “Saudosa Maloca” apresenta linguagem inovadora, visto que, sem abandonar a
linguagem formal, dirige-se diretamente ao leitor.
Estão corretas
a) apenas I.
b) apenas II.

126 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Variação Linguística – Prof. Carlos Zambeli

c) apenas III.
d) apenas I e II.
e) I, II e III.

4. Gíria
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais. Esses grupos utilizam a gíria como
meio de expressão do cotidiano, para que as mensagens sejam decodificadas apenas pelo
próprio grupo. Assim, a gíria é criada por determinados segmentos da comunidade social que
divulgam o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de comunicação de
massa, como a televisão e o rádio, propagam os novos vocábulos; às vezes, também inventam
alguns. A gíria que circula pode acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no
vocabulário de pequenos grupos ou cair em desuso.

3. Nas orações a seguir, as gírias sublinhadas podem ser substituídas por sinônimos.
“… e beijava tudo que era mulher que passasse dando sopa.”
“… o Papa de araque…”
“… numa homenagem também aos salgueirenses que, no Carnaval de 1967, entraram pelo
cano.”
Indique que opção equivale, do ponto de vista do sentido, a essas expressões.
a) distraidamente, falso, saíram-se mal.
b) reclamando, falso, obstruíram-se.
c) distraidamente, esperto, saíram-se vitoriosos.
d) reclamando, falso, deram-se mal.
e) distraidamente, esperto, obstruíram-se.

5. Linguagem Regional
Regionalismos ou falares locais são variações geográficas do uso da língua padrão, quanto
às construções gramaticais, empregos de certas palavras e expressões e do ponto de vista
fonológico. Há, no Brasil, por exemplo, falares amazônico, nordestino, baiano, fluminense,
mineiro, sulino.
Leia o texto a seguir e responda à questão.
“Explico ao senhor: o diabo vige dentro do homem, os crespos do homem — ou é o homem
arruinado, ou o homem dos avessos. Solto, por si, cidadão, é que não tem diabo nenhum.
Nenhum! — é o que digo. O senhor aprova? Me declare tudo, franco — é alta mercê que me
faz: e pedir posso, encarecido. Este caso — por estúrdio que me vejam — é de minha certa
importância. Tomara não fosse... Mas, não diga que o senhor, assisado e instruído, que acredita
na pessoa dele?! Não? Lhe agradeço! Sua alta opinião compõe minha valia. Já sabia, esperava
por ela — já o campo!
Ah, a gente, na velhice, carece de ter uma aragem de descanso. Lhe agradeço. Tem diabo
nenhum. Nem espírito. Nunca vi. Alguém devia de ver, então era eu mesmo, este vosso
servidor. Fosse lhe contar... Bem, o diabo regula seu estado preto, nas criaturas, nas mulheres,

www.acasadoconcurseiro.com.br 127
nos homens. Até: nas crianças — eu digo. Pois não é o ditado: “menino — trem do diabo”? E
nos usos, nas plantas, nas águas, na terra, no vento... Estrumes... O diabo na rua, no meio do
redemunho... “
(Guimarães Rosa. Grande Sertão: Veredas.)

4. O texto de Guimarães Rosa mostra uma forma peculiar de escrita, denunciada pelos recursos
linguísticos empregados pelo escritor. Entre as características do texto, está
a) o emprego da linguagem culta, na voz do narrador, e o da linguagem regional, na voz da
personagem.
b) a recriação da fala regional no vocabulário, na sintaxe e na melodia da frase.
c) o emprego da linguagem regional predominantemente no campo do vocabulário.
d) a apresentação da língua do sertão fiel à fala do sertanejo.
e) o uso da linguagem culta, sem regionalismos, mas com novas construções sintáticas e
rítmicas.

6. Linguagem das Mídias Eletrônicas


São dois os principais motivos da simplificação e da abreviação de palavras entre quem usa
a internet e costuma mandar mensagens: o primeiro, a facilidade de se escrever de modo
simplificado, e o segundo, a pressa. Esta, por sua vez, está ligada a outras duas razões: a
economia e o desejo de reproduzir virtualmente o ritmo de uma conversa oral.

Boa tarde, amigão,


Como vc está interessado em trabalhar nesta empresa, e somente poderá o fazer por meio
de concurso público, deve acessar o link Concursos, em www.fepese.org.br. Assim, tu tens
informação não apenas a respeito do concurso da CASAN, mas tb de outros que aquela
fundação coordena.
Abraços.
Manoel

5. Assinale a alternativa correta, quanto a esse tipo de correspondência.


a) Nesse tipo de correspondência o termo “amigão” é permitido, desde que realmente haja
amizade entre quem a envia e quem a recebe.
b) Nesse tipo de correspondência, são aceitáveis abreviaturas como vc e tb, comuns em
e-mails entre amigos.
c) Está correto o emprego de pessoas gramaticais diferentes: vc (você) está interessado e tu
tens; considerar isso erro gramatical é preconceito linguístico.
d) Em “somente poderá o fazer” há erro no emprego do pronome oblíquo; a correspondência
empresarial, mesmo sob a forma eletrônica, obedece à norma culta da língua.

Gabarito: 1. D 2. D 3. A 4. B 5. D

128 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

Professor Edgar Abreu

www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

PROPOSIÇÃO SIMPLES

Um argumento é uma sequência de proposições na qual uma delas é a conclusão e as demais


são premissas. As premissas justificam a conclusão.
Proposição: Toda frase que você consiga atribuir um valor lógico é proposição, ou seja, frases
que podem ser verdadeiras ou falsas.

Exemplos:

1) Ed é feliz.

2) João estuda.

3) Zambeli é desdentado

Não são proposições frases onde você


não consegue julgar, se é verdadeira
ou falsa, por exemplo:

1) Vai estudar?

2) Mas que legal!

Sentença: Nem sempre permite julgar se é verdadeiro ou falso. Pode não ter valor lógico.

Frases interrogativas, no imperativo, exclamativas e com sujeito indeterminado, não


são proposições.

www.acasadoconcurseiro.com.br 131
Sentenças Abertas: São sentenças nas quais não podemos determinar o sujeito. Uma forma
simples de identificá-las é o fato de que não podem ser nem Verdadeiras nem Falsas. Essas
sentenças também não são proposições
Aquele cantor é famoso.
A + B + C = 60.
Ela viajou.

QUESTÃO COMENTADA
(Cespe: Banco do Brasil – 2007) Na lista de frases apresentadas a seguir, há exatamente três
proposições.
I – “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
II – A expressão X + Y é positiva.
III – O valor de
IV – Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
V – O que é isto?
Solução:
Item I: Não é possível atribuir um único valor lógico para esta sentença, já que se considerar
que é verdadeiro, teremos uma resposta falsa (mentira) e vice-versa. Logo não é proposição.
Item II: Como se trata de uma sentença aberta, onde não estão definidos os valores de X e Y,
logo também não é proposição.
Item III: Como a expressão matemática não contém variável, logo é uma proposição,
conseguimos atribuir um valor lógico, que neste caso seria falso.
Item IV: Uma simples proposição, já que conseguimos atribuir um único valor lógico.
Item V: Como trata-se de uma interrogativa, logo não é possível atribuir valor lógico, assim não
é proposição.
Conclusão: Errado, pois existem apenas 2 proposições, Item III e IV.

PROPOSIÇÕES COMPOSTAS

Proposição composta é a união de proposições simples por meio de um conector lógico. Este
conector irá ser decisivo para o valor lógico da expressão.
Proposições podem ser ligadas entre si por meio de conectivos lógicos. Conectores que criam
novas sentenças mudando ou não seu valor lógico (Verdadeiro ou Falso).
Uma proposição simples possui apenas dois valores lógicos, verdadeiro ou falso.

132 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Proposição – Prof. Edgar Abreu

Já proposições compostas terão mais do que 2 possibilidades distintas de combinações dos


seus valores lógicos, conforme demonstrado no exemplo abaixo:
Consideramos as duas proposições abaixo, “chove” e “faz frio”
Chove e faz frio.

Cada proposição existe duas possibilidades distintas, falsa ou verdadeira, numa sentença
composta teremos mais de duas possibilidades.

E se caso essa sentença ganhasse outra proposição, totalizando agora 3 proposições em uma
única sentença:
Chove e faz frio e estudo.

A sentença composta terá outras possibilidades,

www.acasadoconcurseiro.com.br 133
PARA GABARITAR
É possível identificar quantas possibilidades distintas teremos de acordo com o número
de proposição em que a sentença apresentar. Para isso devemos apenas elevar o
numero 2 a quantidade de proposição, conforme o raciocínio abaixo:

Proposições Possibilidades
1 2
2 4
3 8
n
n 2

QUESTÃO COMENTADA
(CESPE: Banco do Brasil – 2007) A proposição simbólica P Ʌ Q V R possui, no máximo,
4 avaliações.
Solução:
Como a sentença possui 3 proposições distintas (P, Q e R), logo a quantidade de
avaliações será dada por:
2proposições = 23= 8
Resposta: Errado, pois teremos um total de 8 avaliações.

134 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Proposição – Prof. Edgar Abreu

Slides – Proposição

Prova:  UESPI  -­‐  2014  -­‐  PC-­‐PI  -­‐  Escrivão  de  Polícia  Civil  
 
Assinale,   dentre   as   alterna>vas   a   seguir,   aquela   que   NÃO  
caracteriza  uma  proposição.  
 
 a)  107  -­‐  1  é  divisível  por  5  
 b)  Sócrates  é  estudioso.  
 c)  3  -­‐  1  >  1  
 d)  
 e)  Este  é  um  número  primo.  

 Prova:  CESPE  -­‐  2014  -­‐  MEC  -­‐  Todos  os  Cargos  
 
Considerando  a  proposição  P:  “Nos  processos  sele?vos,  se  o  candidato  for  
pós-­‐graduado   ou   souber   falar   inglês,   mas   apresentar   deficiências   em  
língua   portuguesa,   essas   deficiências   não   serão   toleradas”,   julgue   os   itens  
seguintes  acerca  da  lógica  sentencial.  
 
 
A  tabela  verdade  associada  à  proposição  P  possui  mais  de  20  linhas  
 
(      )  Certo    (      )Errado  

www.acasadoconcurseiro.com.br 135
Prova:  CESPE  -­‐  2013  -­‐  SEGER-­‐ES  -­‐  Analista  Execu<vo    
 
Um  provérbio  chinês  diz  que:  
 
P1:  Se  o  seu  problema  não  tem  solução,  então  não  é  preciso  se  preocupar  com  ele,  
pois  nada  que  você  fizer  o  resolverá.  
P2:  Se  o  seu  problema  tem  solução,  então  não  é  preciso  se  preocupar  com  ele,  pois  
ele  logo  se  resolverá.  
 
O   número   de   linhas   da   tabela   verdade   correspondente   à   proposição   P2   do   texto  
apresentado  é  igual  a  
 a)  24.  
 b)  4.  
 c)  8.  
 d)  12.  
 e)  16.  

Prova:  CESPE  -­‐  2011  -­‐  MEC  -­‐  Todos  os  Cargos  
 
Considerando   as   proposições   simples   P,   Q   e   R,   julgue   os  
próximos   itens,   acerca   de   tabelas-­‐verdade   e   lógica  
proposicional.  
 
A  tabela-­‐verdade  da  proposição  (¬PVQ)→(R∧Q)V(¬R∧P)  tem  8  
linhas.  
(      )  Certo    (      )  Errado  
 
 
 

136 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

NEGAÇÃO SIMPLES

1. Éder é Feio.
Como negamos essa frase?

Para quem, também disse: “Éder é bonito”, errou. Negar uma proposição não significa dizer o
oposto, mas sim escrever todos os casos possíveis diferentes do que está sugerido.
“Éder NÃO é feio.”
A negação de uma proposição é uma nova proposição que é verdadeira se a primeira for falsa e
é falsa se a primeira for verdadeira

PARA GABARITAR
Para negar uma sentença acrescentamos o não, sem mudar a estrutura da frase.

2. Maria Rita não é louca.


Negação: “Maria Rita é louca.”
Para negar uma negação excluímos o não

Simbologia: Assim como na matemática representamos valores desconhecidos por x, y, z... Na


lógica também simbolizamos frases por letras. Exemplo:

Proposição: Z
Para simbolizar a negação usaremos ~ ou ¬.
Negação: Éder não é feio.
Simbologia: ~ Z.

www.acasadoconcurseiro.com.br 137
Proposição: ~ A
Negação: Aline é louca.
Simbologia: ~ (~A)= A

p= Thiago Machado gosta de matemática.


~p = Thiago Machado não gosta de matemática.
Caso eu queira negar que Thiago Machado não gosta de matemática a frase voltaria para a
proposição “p”, Thiago Machado gosta de matemática”.
~p = Thiago Machado não gosta de matemática.
~(~p) = Não é verdade que Thiago Machado não gosta de matemática.
ou
~(~p) = Thiago Machado gosta de matemática.

EXCEÇÕES
Cuidado, em casos que só existirem duas possibilidades, se aceita como negação o
"contrário", alternando assim a proposição inicial. Exemplo:
p: João será aprovado no concurso.
~p: João será reprovado no concurso
q: O deputado foi julgado como inocente no esquema "lava-jato".
~q: O deputado foi julgado como culpado no esquema "lava jato".

138 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

CONECTIVOS LÓGICOS

Um conectivo lógico (também chamado de operador lógico) é um símbolo ou palavra usado para
conectar duas ou mais sentenças (tanto na linguagem formal quanto na linguagem natural) de
uma maneira gramaticalmente válida, de modo que o sentido da sentença composta produzida
dependa apenas das sentenças originais.
Muitas das proposições que encontramos na prática podem ser consideradas como construídas
a partir de uma, ou mais, proposições mais simples por utilização de uns instrumentos lógicos,
a que se costuma dar o nome de conectivos, de tal modo que o valor de verdade da proposição
inicial fica determinado pelos valores de verdade da ou das, proposições mais simples que
contribuíram para a sua formação.
Os principais conectivos lógicos são:
I – "e" (conjunção).
II – "ou" (disjunção).
III – "se...então" (implicação).
IV – "se e somente se" (equivalência).

CONJUNÇÃO – “E”
Proposições compostas ligadas entre si pelo conectivo “e”.
Simbolicamente, esse conectivo pode ser representado por “ ”.
Exemplo:
Chove e faz frio
Tabela verdade: Tabela verdade é uma forma de analisarmos a frase de acordo com suas
possibilidades, o que aconteceria se cada caso acontecesse.

Exemplo:
Fui aprovado no concurso da PF e Serei aprovado no concurso da PRF
Proposição 1: Fui aprovado no concurso da PF.
Proposição 2: Serei aprovado no concurso da PRF.
Conetivo: e.

www.acasadoconcurseiro.com.br 139
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de “^”.
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p^q.
Vamos preencher a tabela abaixo com as seguintes hipóteses:
H1:
p: Não fui aprovado no concurso da PF.
q: Serei aprovado no concurso da PRF.

H2:
p: Fui aprovado no concurso da PF.
q: Não serei aprovado no concurso da PRF.

H3:
p: Não fui aprovado no concurso da PF.
q: Não serei aprovado no concurso da PRF.

H4:
p: Fui aprovado no concurso da PF.
q: Serei aprovado no concurso da PRF.
Tabela Verdade: Aqui vamos analisar o resultado da sentença como um todo, considerando
cada uma das hipóteses acima.

p q P^Q
H1 F V F
H2 V F F
H3 F F F
H4 V V V

Conclusão

140 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Conectivo E (Conjunção) – Prof. Edgar Abreu

Slides – Conectivo E (Conjunção)

1. Prova: CESPE - 2014 - TJ-SE - Técnico Judiciário

Julgue o item que se segue, relacionado à lógica proposicional.

A sentença “O reitor declarou estar contente com as políticas relacionadas


à educação superior adotadas pelo governo de seu país e com os rumos
atuais do movimento estudantil” é uma proposição lógica simples.
( ) Certo ( ) Errado

2. Prova: FCC - 2009 - TJ-SE Técnico Judiciário

Considere as seguintes premissas:

p : Trabalhar é saudável
q : O cigarro mata.

A afirmação "Trabalhar não é saudável" ou "o cigarro mata" é FALSA se


a) p é falsa e ~q é falsa.
b) p é falsa e q é falsa.
c) p e q são verdadeiras.
d) p é verdadeira e q é falsa.
e) ~p é verdadeira e q é falsa.

www.acasadoconcurseiro.com.br 141
Gabarito: 1. Errado 2. D

142 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

DISJUNÇÃO – “OU”

Recebe o nome de disjunção toda a proposição composta em que as partes estejam unidas
pelo conectivo ou. Simbolicamente, representaremos esse conectivo por “v”.
Exemplo:
Estudo para o concurso ou assisto o Big Brother.
Proposição 1: Estudo para o concurso.
Proposição 2: assisto o Big Brother.
Conetivo: ou.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de “v”.
Assim podemos representar a sentença acima da seguinte forma: p v q.
Vamos preencher a tabela abaixo com as seguintes hipóteses:

H1:
p: Estudo para o concurso.
q: assisto o Futebol.
H2:
p: Não Estudo para o concurso.
q: assisto o Futebol.

H3:
p: Estudo para o concurso.
q: Não assisto o Futebol...

H4:
p: Não Estudo para o concurso.
q: Não assisto o Futebol.

www.acasadoconcurseiro.com.br 143
Tabela Verdade:

p q PvQ
H1 V V V
H2 F V V
H3 V F V
H4 F F F

144 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

DISJUNÇÃO EXCLUSIVA – “OU...OU”

Recebe o nome de disjunção exclusiva toda a proposição composta em que as partes estejam
unidas pelo conectivo ou “primeira proposição” ou “segunda proposição”. Simbolicamente,
representaremos esse conectivo por “v”.
Exemplo:
Ou vou a praia ou estudo para o concurso.
Proposição 1: Vou a Praia.
Proposição 2: estudo para o concurso.
Conetivo: ou.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de “ V
Assim podemos representar a sentença acima da seguinte forma: p V q
Vamos preencher a tabela abaixo com as seguintes hipóteses:

H1:
p: Vou à praia.
q: estudo para o concurso do Banco do Brasil.

H2:
p: Não Vou à praia.
q: estudo para o concurso do Banco do Brasil.

H3:
p: Vou à praia.
q: Não estudo para o concurso do Banco do Brasil.

H4:
p: Não Vou à praia.
q: Não estudo para o concursodo Banco do Brasil.

www.acasadoconcurseiro.com.br 145
Tabela Verdade:

p q PvQ
H1 V V F
H2 F V V
H3 V F V
H4 F F F

146 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

CONDICIONAL – “SE...ENTÃO...”

Recebe o nome de condicional toda proposição composta em que as partes estejam unidas
pelo conectivo Se... então, simbolicamente representaremos esse conectivo por “→”.

Em alguns casos o condicional é apresentado com uma vírgula substituindo a palavra “então”,
ficando a sentença com a seguinte característica: Se proposição 1 , proposição 2.

Exemplo: “Se estudo, então sou aprovado”.

Proposição 1: estudo (Condição Suficiente).

Proposição 2: sou aprovado (Condição Necessária).

Conetivo: se... então.

Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de “→”

Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p → q

Agora vamos preencher a tabela abaixo com as seguintes hipóteses:

H1:
p: estudo.
q: sou aprovado.

H2:
p: Não estudo.
q: sou aprovado.

H3:
p: Não estudo.
q: Não sou aprovado.

H4:
p: estudo.
q: Não sou aprovado.

www.acasadoconcurseiro.com.br 147
p q P→Q
H1 V V V

H2 F V V
H3 V F V
H4 F F F

A tabela verdade do condicional é a mais cobrada em provas de concurso público.


A primeira proposição, que compõe uma condicional, chamamos de condição suficiente da
sentença e a segunda é a condição necessária.
No exemplo anterior temos:
• Estudo é condição necessária para ser aprovado.
• Ser aprovado é condição suficiente para estudar.

148 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

BICONDICIONAL – “... SE SOMENTE SE ...”

Recebe o nome de bicondicional toda proposição composta em que as partes estejam unidas
pelo conectivo ... se somente se ... Simbolicamente, representaremos esse conectivo por “ ↔”.
Portanto, se temos a sentença:
Exemplo: “Maria compra o sapato se e somente se o sapato combina com a bolsa”.
Proposição 1: Maria compra o sapato.
Proposição 2: O sapato combina com a bolsa.
Conetivo: se e somente se.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de “↔”.
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p ↔ q.
Vamos preencher a tabela abaixo com as seguintes hipóteses:

H1:
p: Maria compra o sapato.
q: O sapato não combina com a bolsa.

H2:
p: Maria não compra o sapato.
q: O sapato combina com a bolsa.

H3:
p: Maria compra o sapato.
q: O sapato combina com a bolsa.

H4:
p: Maria não compra o sapato.
q: O sapato não combina com a bolsa.

www.acasadoconcurseiro.com.br 149
p q P↔Q
H1 V F F
H2 F V F
H3 V V V
H4 F F V

O bicondicional só será verdadeiro quando ambas as proposições


possuírem o mesmo valor lógico, ou quando as duas forem verdadeiras
ou as duas proposições forem falsas.

Uma proposição bicondicional pode ser escrita como duas condicionais, é como se tivéssemos
duas implicações, uma seta da esquerda para direita e outra seta da direita para esquerda,
conforme exemplo abaixo:

Neste caso, transformamos um bicondicional em duas condicionais conectadas por uma


conjunção. Estas sentenças são equivalentes, ou seja, possuem o mesmo valor lógico.

PARA GABARITAR

SENTENÇA LÓGICA VERDADEIROS SE... FALSO SE...


p∧q p e q são, ambos, verdade um dos dois for falso

p∨q um dos dois for verdade ambos, são falsos

p→q nos demais casos que não for falso p=Veq=F

p↔q p e q tiverem valores lógicos iguais p e q tiverem valores


lógicos diferentes

150 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Conectivo “se e somente se” (Bicondicional) – Prof. Edgar Abreu

Slides – Conectivo “se e somente se” (Bicondicional)

1. Prova: FJG - RIO - 2014 - Câmara Municipal -RJ - Analista

P Q ~Q↔P
V V F
V F x
F V y
F F z

Os valores lógicos que devem substituir x, y e z são, respectivamente:

a) V, F e F
b) F, V e V
c) F, F e F
d) V, V e F

2. Prova: CESPE - 2012 - Banco da Amazônia - Técnico Científico

Com base nessa situação, julgue os itens seguintes.

A especificação E pode ser simbolicamente representada por A↔[B∨C], em que A, B e


C sejam proposições adequadas e os símbolos ↔ e ∨ representem, respectivamente,
a bicondicional e a disjunção.

( ) Certo ( ) Errado

www.acasadoconcurseiro.com.br 151
3. Prova: CESPE - 2012 - TC-DF - Auditor de Controle Externo

Com a finalidade de reduzir as despesas mensais com energia elétrica na sua


repartição, o gestor mandou instalar, nas áreas de circulação, sensores de presença e
de claridade natural que atendem à seguinte especificação:

P: A luz permanece acesa se, e somente se, há movimento e não há claridade natural
suficiente no recinto.

Acerca dessa situação, julgue os itens seguintes.

A especificação P pode ser corretamente representada por p ↔ (q Λ r ), em que p, q e


r correspondem a proposições adequadas e os símbolos ↔ e Λ representam,
respectivamente, a bicondicional e a conjunção

( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: 1. D 2. Certo 3. Certo

152 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

TAUTOLOGIA

Uma proposição composta formada por duas ou mais proposições p, q, r, ... será dita uma
Tautologia se ela for sempre verdadeira, independentemente dos valores lógicos das
proposições p, q, r, ... que a compõem.
Exemplo:
Grêmio cai para segunda divisão ou o Grêmio não cai para segunda divisão.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “~p” e o conetivo de “V”.
Assim podemos representar a sentença acima da seguinte forma: p V ~p.
Agora vamos construir as hipóteses:

H1:
p: Grêmio cai para segunda divisão.
~p: Grêmio não cai para segunda divisão.

H2:
p: Grêmio não cai para segunda divisão.
~p: Grêmio cai para segunda divisão.

p ~p p V ~p
H1 V F V
H2 F V V

Como os valores lógicos encontrados foram todos verdadeiros, logo temos uma TAUTOLOGIA!
Exemplo 2, verificamos se a sentença abaixo é uma tautologia:
Se João é alto, então João é alto ou Guilherme é gordo.
p = João é alto.
�p→pVq
q = Guilherme é gordo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 153
Agora vamos construir a tabela verdade da sentença anterior:

p q pvq p→pvq
H1 V F V V
H2 F V V V
H3 F V V V
H4 F F F V

Como para todas as combinações possíveis, sempre o valor lógico da sentença será verdadeiro,
logo temos uma tautologia.

154 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Tautologia – Prof. Edgar Abreu

Slides – Tautologia

1. Prova: Uespi - 2014 - PC-PI - Escrivão de Polícia Civil

Um enunciado é uma tautologia quando não puder ser falso, um


exemplo é:

a) Está fazendo sol e não está fazendo sol.


b) Está fazendo sol.
c) Se está fazendo sol, então não está fazendo sol.
d) não está fazendo sol.
e) Está fazendo sol ou não está fazendo sol.

2. Prova: Cespe - 2014 - TJ-SE - Técnico Judiciário

Julgue os próximos itens, considerando os conectivos lógicos usuais


¬, ∧, ∨, →, ↔ e que P, Q e R representam proposições lógicas simples.

A proposição 𝑃 → 𝑄 ∧ 𝑅 ↔ ¬𝑃 ∨ 𝑄 ∧ ¬𝑃 ∨ 𝑅 é
uma tautologia.

( ) Certo ( ) Errado

www.acasadoconcurseiro.com.br 155
Gabarito: 1. E 2. C

156 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

CONTRADIÇÃO

Uma proposição composta formada por duas ou mais proposições p, q, r, ... será dita uma
contradição se ela for sempre falsa, independentemente dos valores lógicos das proposições p,
q, r, ... que a compõem.
Exemplo: Lula é o presidente do Brasil e Lula não é o presidente do Brasil.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “~p” e o conetivo de “^”.
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p ^ ~p.

p ~p p ^ ~p
H1 V F F
H2 F V F

Logo temos uma CONTRADIÇÃO!

PARA GABARITAR
•• Sempre verdadeiro = Tautologia
•• Sempre Falso = Contradição
•• Verdadeiro e Falso = Contigência

www.acasadoconcurseiro.com.br 157
Raciocínio Lógico

NEGAÇÃO DE UMA PROPOSIÇÃO COMPOSTA

Agora vamos aprender a negar proposições compostas, para isto devemos considerar que:
Para negarmos uma proposição conjunta devemos utilizar à propriedade distributiva, similar
aquela utilizada em álgebra na matemática.

NEGAÇÃO DE UMA DISJUNÇÃO.

Negar uma sentença composta é apenas escrever quando esta sentença assume o valor lógico
de falso, lembrando as nossas tabelas verdade construídas anteriormente.
Para uma disjunção ser falsa (negação) a primeira e a segunda proposição tem que ser falsas,
conforme a tabela verdade abaixo, hipótese 4:

p q P∨Q
H1 V V V
H2 F V V
H3 V F V
H4 F F F

Assim concluímos que para negar uma sentença do tipo P v Q, basta negar a primeira (falso) E
negar a segunda (falso), logo a negação da disjunção (ou) é uma conjunção (e).
Exemplo 1:
1. Estudo ou trabalho.
p = estudo.
� P∨Q
q = trabalho
Conectivo = ∨
Vamos agora negar essa proposição composta por uma disjunção.
∼ (p ∨ q) = ∼ p ∧ ∼ q
Não estudo e não trabalho.

www.acasadoconcurseiro.com.br 159
Para negar uma proposição composta por uma disjunção, nós negamos a primeira proposição,
negamos a segunda e trocamos “ou” por “e”.
Exemplo 2:
Não estudo ou sou aprovado.
p = estudo
q = sou aprovado � ∼p∨q
~p = não estudo
Conectivo: “∨”
Vamos agora negar essa proposição composta por uma disjunção.
∼ (∼ p ∨ q) = p ∧ ∼ q
Lembrando que negar uma negação é uma afirmação e que trocamos “ou” por “e” e negamos
a afirmativa.
Estudo e não sou aprovado.

NEGAÇÃO DE UMA CONJUNÇÃO.

Vimos no capítulo de negação simples que a negação de uma negação é uma afirmação, ou
seja, quando eu nego duas vezes uma mesma sentença, encontro uma equivalência.
Vimos que a negação da disjunção é uma conjunção, logo a negação da conjunção será uma
disjunção.
Para negar uma proposição composta por uma conjunção, nós devemos negamos a primeira
proposição e depois negarmos a segunda e trocamos “e” por “ou”.
Exemplo 1:
Vou a praia e não sou apanhado.
p = vou a praia.
�p∧∼q
q = não sou apanhado
Conectivo = ∧
Vamos agora negar essa proposição composta por uma conjunção.
Não vou à praia ou sou apanhado.

160 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Negação da conjunção e disjunção inclusiva (Lei de Morgan)– Prof. Edgar Abreu

PARA GABARITAR
Vejamos abaixo mais exemplo de negações de conjunção e disjunção:
~(p v q) = ~(p) ~(v) ~(q) = (~p ˄ ~q)
~(~p v q) = ~(~p) ~(v) ~(q) = (p ˄ ~q)
~(p˄~q) = ~(p) ~(˄) ~(~q) = (~p v q)
~(~p˄ ~q) = ~(~p) ~(˄) ~(~q) = (p v q)

1. Prova: CESPE – 2008 - TRT 5ª Região(BA) - Téc. Judiciário


Na linguagem falada ou escrita, o elemento primitivo é a sentença, ou proposição simples, formada basicamente
por um sujeito e um predicado. Nessas considerações, estão incluídas apenas as proposições afirmativas ou
negativas, excluindo, portanto, as proposições interrogativas, exclamativas etc. Só são consideradas proposições
aquelas sentenças bem definidas, isto é, aquelas sobre as quais pode decidir serem verdadeiras (V) ou falsas (F).
Toda proposição tem um valor lógico, ou uma valoração, V ou F, excluindo-se qualquer outro. As proposições serão
designadas por letras maiúsculas A, B, C etc. A partir de determinadas proposições, denominadas proposições
simples, são formadas novas proposições, empregando-se os conectivos “e”, indicado por v, “ou”, indicado por w,
“se ... então”, indicado por ÷, “se ... e somente se”, indicado por ø. A relação AøB significa que (A÷B) v (B÷A).
Emprega-se também o modificador “não”, indicado por ¬. Se A e B são duas proposições, constroem-se as
“tabelas-verdade”, como as mostradas abaixo, das proposições compostas formadas utilizando-se dos conectivos e
modificadores citados — a coluna correspondente a determinada proposição composta é a tabelaverdade daquela
proposição.
A B R
V V F
V F F
F V F
F F V

www.acasadoconcurseiro.com.br 161
Há expressões às quais não se pode atribuir um valor lógico V ou F, por exemplo: “Ele é juiz do TRT da 5.ª
Região”, ou “x + 3 = 9”. O sujeito é uma variável que pode ser substituído por um elemento arbitrário,
transformando a expressão em uma proposição que pode ser valorada como V ou F. Expressões dessa forma
são denominadas sentenças abertas, ou funções proposicionais. Pode-se passar de uma sentença aberta a
uma proposição por meio dos quantificadores “qualquer que seja”, ou “para todo”, indicado por oe, e
“existe”, indicado por ›. Por exemplo: a proposição (oex)(x 0 R)(x + 3 = 9) é valorada como F, enquanto a
proposição (›x)(x 0 R)(x + 3 = 9) é valorada como V. Uma proposição composta que apresenta em sua
tabelaverdade somente V, independentemente das valorações das proposições que a compõem, é
denominada logicamente verdadeira ou tautologia. Por exemplo, independentemente das valorações V ou F
de uma proposição A, todos os elementos da tabela-verdade da proposição Aw(¬A) são V, isto é, Aw(¬A) é
uma tautologia.
Considerando as informações do texto e a proposição P: "Mário pratica natação e judô", julgue os itens seguintes.

A negação da proposição P é a proposição R: “Mário não pratica natação nem judô”, cuja tabela-
verdade é a apresentada ao lado.

Certo Errado

2. Prova: FCC - 2014 - AL-PE - Agente Legislativo

A negação da frase “Ele não é artista, nem jogador de futebol” é


equivalente a:

a) ele é artista ou jogador de futebol.


b) ele é artista ou não é jogador de futebol.
c) não é certo que ele seja artista e jogador de futebol.
d) ele é artista e jogador de futebol.
e) ele não é artista ou não é jogador de futebol.

Gabarito: 1. E 2. A

162 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

NEGAÇÃO DE UMA CONDICIONAL

Conforme citamos anteriormente, negar uma proposição composta é escrever a(s) linha(s) em
que a tabela verdade tem como resultado “falso”.
Sabemos que uma condicional só será falsa, quando a primeira proposição for verdadeira “e” a
segunda for falsa.
Assim para negarmos uma sentença composta com condicional, basta repetir a primeira
proposição (primeira verdadeira), substituir o conetivo “se...então” por “e” e negar a segunda
proposição (segunda falsa).
Vejamos um exemplo:

1. Se bebo então sou feliz.


p = bebo.
�p→q
q = sou feliz.
Conectivo = →

Negação de uma condicional.


~ (p → q) = p ∧ ~ q
Resposta: Bebo e não sou feliz.

2. Se não estudo então não sou aprovado.


p = estudo.
~p = não estudo.
� ~p→~q
q = sou aprovado.
~q = não sou aprovado
Conectivo = →

Negando: ~ (~ p → ~ q)= ~ p ∧ q
Resposta: Não estudo e sou aprovado.

www.acasadoconcurseiro.com.br 163
3. Se estudo então sou aprovado ou o curso não é ruim.
p = estudo.
q = sou aprovado.
� p→q∨~r
r = curso é ruim.
~r = curso não é ruim.
Negando, ~ (p →q ∨ ~ r).
Negamos a condicional, mantém a primeira e negamos a segunda proposição, como a
segunda proposição é uma disjunção, negamos a disjunção, usando suas regras (negar as duas
proposições trocando “ou” por “e”).
~ (p →q ∨ ~ r)=p ∧ ~ (q ∨ ~ r)=p ∧ ~ q ∧r.
Estudo e não sou aprovado e o curso é ruim.

164 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

NEGAÇÃO DE UMA BICONDICIONAL.

Existe duas maneiras de negar uma bicondicional. Uma é a trivial onde apenas substituímos o
conetivo “bicondiciona” pela “disjunção exclusiva”, conforme exemplo abaixo:
Sentença: Estudo se e somente se não vou à praia.
p = estudo.
q = vou à praia. � ~[ p ↔ ~ q ] = [ p � ~ q ]
~ q = não vou à praia
Conectivo = ↔
Logo sua negação será: Ou Estudo ou não vou à praia.
A segunda maneira de negar uma bicondicional é utilizando a propriedade de equivalência e
negando as duas condicionais, ida e volta, temos então que negar uma conjunção composta
por duas condicionais.
Negamos a primeira condicional ou negamos a segunda, usando a regra da condicional em
cada uma delas.
Exemplo 1:
Estudo se e somente se não vou à praia.
p = estudo.
q = vou à praia. � p ↔ ~ q = [ p → ~ q ] Ʌ [ ~ q → p]
~ q = não vou à praia
Conectivo = ↔
Uma bicondicional são duas condicionais, ida e volta.
Negando,

~ (p ↔ ~ q) = ~ [[p → ~ q] Ʌ [~ q → p]] =
~ [p ↔ ~ q] � ~ [~ q → p ]
p Ʌ q � ~ q Ʌ ~ p.
Estudo e vou à praia ou não vou à praia e não estudo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 165
Raciocínio Lógico

EQUIVALÊNCIA DE UMA CONDICIONAL.

Vamos descobrir qual a sentença equivalente a uma condicional, negando duas vezes a mesma
sentença.
Exemplo: Se estudo sozinho então sou autodidata.
Simbolizando temos:

p = estudo sozinho
�p → q
p = sou autodidata
conectivo = →

Simbolicamente: p → q
Vamos negar, ~ [ p →q ] = p ∧ ~ q
Agora vamos negar a negação para encontrarmos uma equivalência.
Negamos a negação da condicional ~ [p ∧ ~ q] = ~ p ∨ q

Solução: Não estudo sozinho ou sou autodidata.

Mas será mesmo que estas proposições, p → q e ~ p ∨ q são mesmo equivalentes? Veremos
através da tabela verdade.

www.acasadoconcurseiro.com.br 167
Perceba na tabela verdade que p → q e ~ p ∨ q tem o mesmo valor lógico, assim essas duas
proposições são equivalentes.
Exemplo 2: Vamos encontrar uma proposição equivalente a sentença “Se sou gremista então
não sou feliz.”

p = Sou gremista.
q = Sou feliz. �p→~q
~ q = Não sou feliz.

Negação: ~ [ p → ~ q ] = p ∧ q
Sou gremista e sou feliz.
Equivalência: negação da negação.

~[p→~q]=p∧q
~[p∧q]=p∨~q
Logo, Não sou gremista ou não sou feliz é uma sentença equivalente.

Exemplo 3: Agora procuramos uma sentença equivalente a “Canto ou não estudo.”

c = Canto.
e = Estudo .� c ∨ ~ e
~ e = Não estudo.

Negação: ~ [ c ∨ ~ e ] = ~ c ∧ e
Equivalência: Negar a negação: ~ [ ~ c ∧ e ] = c ∨ ~ e
Voltamos para a mesma proposição, tem algo errado, teremos que buscar alternativa. Vamos
lá:
Vamos para a regra de equivalência de uma condicional.

p→q=~p∨q
, podemos mudar a ordem da igualdade.

~p∨q=p→q
Veja que o valor lógico de p mudou e q continuou com o mesmo valor lógico.
Usando a regra acima vamos transformar a proposição inicial composta de uma disjunção em
numa condicional.
c∨~e=p→q
Para chegar à condicional, mudo o valor lógico de p,

168 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Equivalência de uma Condicional e Disjunção Inclusiva – Prof. Edgar Abreu

Troco “ou” por “se...então” e mantenho o valor lógico de q, ficando


Se não canto então não estudo.
Exemplo 4: Estudo ou não sou aprovado. Qual a sentença equivalente?

e = Estudo.
a = Sou aprovado. �e∨~a
~ a = Não sou aprovado.

Dica: quando for “ou” a equivalência sempre será “se...então”.


Assim, temos que transformar “ou” em “se...então”. Mas como?
p → q = ~ p ∨ q (equivalentes), vamos inverter.

~p∨q=p→q
Inverte o primeiro e mantém o segundo, trocando “ou” por “se...então”, transferimos isso para
nossa proposição.

e∨~a=~e→~a

Trocamos “e” por “~ e”, mantemos “~ a” e trocamos " ∨" por " →".
Logo, Se não estudo então não sou aprovado.
Não podemos esquecer que “ou” é comutativo, assim a opção de resposta pode estar trocada,
então atente nisto, ao invés de e ∨ ~ a pode ser ~ a ∨ e , assim a resposta ficaria:
Se sou aprovado então estudo.
Quaisquer das respostas estarão certas, então muita atenção!

www.acasadoconcurseiro.com.br 169
Raciocínio Lógico

CONTRAPOSITIVA:

Utilizamos como exemplo a sentença abaixo:


Se estudo lógica então sou aprovado
p = estudo lógica.
�p→q
q = sou aprovado.

Vamos primeiro negar esta sentença:

�(p →q) = p Ʌ � q
Lembrando da tabela verdade da conjunção “e”, notamos que a mesma é comutativa, ou seja,
se alterarmos a ordem das premissas o valor lógico da sentença não será alterado. Assim vamos
reescrever a sentença encontrada na negação, alterando o valor lógico das proposições.
p Ʌ � q = �q Ʌ p
Agora vamos negar mais uma vez para encontrar uma equivalência da primeira proposição.

�(�q Ʌ p) ↔ � q � � p
Agora vamos utilizar a regra de equivalência que aprendemos anteriormente.
Regra:
p→q↔� p�q
Em nosso exemplo temos:
q � �p ↔ � q → � p

Logo encontramos uma outra equivalência para a nossa sentença inicial.


Esta outra equivalência chamamos de contrapositiva e é muito fácil de encontrar, basta
comutar as proposições (trocar a ordem) e negar ambas.
p→q=� q→� p
Exemplo 2: Encontrar a contrapositiva (equivalente) da proposição “Se estudo muito então
minha cabeça dói”
p = estudo muito.
� p → q
q = minha cabeça dói.

www.acasadoconcurseiro.com.br 171
Encontramos a contrapositiva, invertendo e negando ambas proposições.
p→q=� q→� p
Logo temos que: Se minha cabeça não dói então não estudo muito.

PARA GABARITAR
EQUIVALÊNCIA 1: p → q = p � q

EQUIVALÊNCIA 2: p → q = q → p (contrapositiva)
� �

172 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Equivalência Contrapositiva – Prof. Edgar Abreu.

Slides - Equivalência Contrapositiva

'

www.acasadoconcurseiro.com.br 173
174 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

EQUIVALÊNCIA BICONDICIONAL E CONDICIONAL

Recebe o nome de bicondicional toda proposição composta em que as partes estejam unidas
pelo conectivo ... se somente se... Simbolicamente, representaremos esse conectivo por “ ↔ ”.
Portanto, se temos a sentença:
Exemplo: “Estudo se e somente se sou aprovado”
Proposição 1: Estudo.
Proposição 2: Sou aprovado.
Conetivo: se e somente se.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de “ ↔ ”
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p ↔ q
Sua tabela verdade é:

p q p↔q
H1 V F F
H2 F V F
H3 V V V
H4 F F V

Uma proposição bicondicional pode ser escrita como duas condicionais, é como se tivéssemos
duas implicações, uma seta da esquerda para direita e outra seta da direita para esquerda,
conforme exemplo abaixo:

Neste caso, transformamos um bicondicional em duas condicionais conectadas por uma


conjunção. Estas sentenças são equivalentes, ou seja, possuem o mesmo valor lógico.

p q p→q p←q (p → q) Ʌ (p ← q) p↔q


V V V V V V
F F V V V V
F V V F F F
V F F V F F

www.acasadoconcurseiro.com.br 175
Raciocínio Lógico

QUANTIFICADORES LÓGICOS

Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de proposições iniciais redunda em uma


outra proposição final, que será conseqüência das primeiras. Estudaremos aqui apenas os
argumentos que podemos resolver por diagrama, contendo as expressões: Todo, algum,
nenhum ou outras similares.
Um argumento válido tem obrigatoriamente a conclusão como consequência das premissas.
Assim, quando um argumento é válido, a conjunção das premissas verdadeiras implica
logicamente a conclusão.
Exemplo: Considere o silogismo abaixo:

1. Todo aluno da Casa do Concurseiro é aprovado.

2. Algum aprovado é funcionário da defensoria.


Conclusão:
Existem alunos da casa que são funcionários da defensoria.
Para concluir se um silogismo é verdadeiro ou não, devemos construir conjuntos com as
premissas dadas. Para isso devemos considerar todos os casos possíveis, limitando a escrever
apenas o que a proposição afirma.

Pelo exemplo acima vimos que nem sempre a conclusão acima é verdadeira, veja que quando
ele afirma que “existem alunos da casa que são funcionários da defensoria”, ele está dizendo
que sempre isso vai acontecer, mas vimos por esse diagrama que nem sempre acontece.

www.acasadoconcurseiro.com.br 177
Nesse diagrama isso acontece, mas pelo dito na conclusão, sempre vai existir, e vimos que não,
logo a conclusão é falsa.
No mesmo exemplo, se a conclusão fosse:
“Existem funcionários da defensoria que não são alunos da casa”.
Qualquer diagrama que fizermos (de acordo com as premissas) essa conclusão será verdadeira,
tanto no diagrama 1 quanto no diagrama 2, sempre vai ter alguém de fora do desenho.
Logo, teríamos um silogismo!
Silogismo é uma palavra cujo significado é o de cálculo. Etimologicamente, silogismo significa
“reunir com o pensamento” e foi empregado pela primeira vez por Platão (429-348 a.C.). Aqui
o sentido adotado é o de um raciocínio no qual, a partir de proposições iniciais, conclui-se uma
proposição final. Aristóteles (384-346 a.C.) utilizou tal palavra para designar um argumento
composto por duas premissas e uma conclusão.

ALGUM

Vamos representar graficamente as premissas que contenham a expressão “algum”.


São considerados sinônimos de algum as expressões: existe(m), há pelo menos um ou qualquer
outra similar.
Analise o desenho abaixo, que representa o conjunto dos A e B. O que podemos inferir a partir
do desenho?

Conclusões:
Existem elementos em A que são B.
Existem elementos em B que são A.
Existem elementos A que não são B.
Existem elementos B que não estão em A.

178 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Quantificadores Lógicos: Todo, Nenhum e Existe – Prof. Edgar Abreu

NENHUM

Vejamos agora as premissas que contém a expressão nenhum ou outro termo equivalente.
Analise o desenho abaixo, que representa o conjunto dos A e B. O que podemos inferir a partir
do desenho?

Conclusões:
Nenhum A é B.
Nenhum B é A.

TODO

Vamos representar graficamente as premissas que contenham a expressão “todo”.


Pode ser utilizado como sinônimo de todo a expressão “qualquer um” ou outra similar.
Analise o desenho abaixo, que representa o conjunto dos A e B. O que podemos inferir a partir
do desenho?

Conclusão:
Todo A é B.
Alguns elementos de B é A ou existem B que são A.

www.acasadoconcurseiro.com.br 179
Prova: FGV - 2014 - AL-BA - Téc.Nível Médio

Afirma-se que: “Toda pessoa gorda come muito”.

É correto concluir que:

a) se uma pessoa come muito, então é gorda.


b) se uma pessoa não é gorda, então não come muito.
c) se uma pessoa não come muito, então não é gorda.
d) existe uma pessoa gorda que não come muito.
e) não existe pessoa que coma muito e não seja gorda.

Gabarito: 1. C

180 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

NEGAÇÃO DE TODO, ALGUM E NENHUM.

As Proposições da forma Algum A é B estabelecem que o conjunto A tem pelo menos um


elemento em comum com o conjunto B.
As Proposições da forma Todo A é B estabelecem que o conjunto A é um subconjunto de B.
Note que não podemos concluir que A = B, pois não sabemos se todo B é A.
Como negamos estas Proposições:
Exemplos:

1. Toda mulher é friorenta.


Negação: Alguma mulher não é friorenta

2. Algum aluno da casa será aprovado.


Negação: Nenhum aluno da casa vai ser aprovado.

3. Nenhum gremista é campeão.


Negação: Pelo menos um gremista é campeão.

4. Todos os estudantes não trabalham


Negação: Algum estudante trabalha.

PARA GABARITAR

Cuide os sinônimos como por exemplo, existem, algum e etc.

www.acasadoconcurseiro.com.br 181
1. Prova: Instituto AOCP – 2014 – UFGD – Analista
de Tecnologia da Informação

Assinale a alternativa que apresenta a negação de “Todos


os pães são recheados”.

a) Existem pães que não são recheados.


b) Nenhum pão é recheado.
c) Apenas um pão é recheado.
d) Pelo menos um pão é recheado.
e) Nenhuma das alternativas.

2. Prova: FJG-RIO – 2014 – Câmara Municipal do Rio de Janeiro –


Analista Legislativo

Seja a seguinte proposição: “existem pessoas que não acordam cedo e


comem demais no almoço”.

A negação dessa proposição está corretamente indicada na seguinte


alternativa:

a) Todas as pessoas acordam cedo ou não comem demais no almoço.


b) Não existem pessoas que comem demais no almoço.
c) Não existem pessoas que acordam cedo.
d) Todas as pessoas que não acordam cedo comem demais no almoço.

182 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Negação Todo, Nenhum e Existe – Prof. Edgar Abreu

3. Prova: CESPE – 2014 – Câmara dos Deputados –


Técnico Legislativo

Considerando que P seja a proposição “Se o bem é público, então


não é de ninguém”, julgue os itens subsequentes.

A negação da proposição P está corretamente expressa por “O


bem é público e é de todos”.

( ) Certo ( ) Errado

4. Prova: FGV - 2013 – TJ/AM - Analista Judiciário - Serviço Social

José afirmou: “— Todos os jogadores de futebol que não são ricos jogam
no Brasil ou jogam mal“.

Assinale a alternativa que indica a sentença que representa a negação do que


José afirmou:

a) Nenhum jogador de futebol que não é rico joga no Brasil ou joga mal.
b) Todos os jogadores de futebol que não jogam no Brasil e não jogam mal.
c) Algum jogador de futebol que não é rico não joga no Brasil e não joga mal.
d) Algum jogador de futebol é rico mas joga no Brasil ou joga mal.
e) Nenhum jogador de futebol que é rico joga no Brasil ou joga mal.

www.acasadoconcurseiro.com.br 183
Gabarito: 1. A 2. A 3. Errado 4. C

184 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

SILOGISMO
Silogismo Categórico é uma forma de raciocínio lógico na qual há duas premissas e uma
conclusão distinta destas premissas, sendo todas proposições categóricas ou singulares.
Existem casos onde teremos mais de duas premissas.
Devemos sempre considerar as premissas como verdadeira e tentar descobrir o valor lógico de
cada uma das proposições, com objetivo de identificar se a conclusão é ou não verdadeira.
Sempre que possível devemos começar nossa linha de raciocínio por uma proposição simples
ou se for composta conectada pela conjunção “e”.
Abaixo um exemplo de como resolver uma questão envolvendo silogismo.

QUESTÃO COMENTADA
(FCC: BACEN - 2006) Um argumento é composto pelas seguintes premissas:
I – Se as metas de inflação não são reais, então a crise econômica não demorará a
ser superada.
II – Se as metas de inflação são reais, então os superávits primários não serão
fantasioso.
III – Os superávits serão fantasiosos.
Para que o argumento seja válido, a conclusão deve ser:
a) A crise econômica não demorará a ser superada.
b) As metas de inflação são irreais ou os superávits serão fantasiosos.
c) As metas de inflação são irreais e os superávits são fantasiosos.
d) Os superávits econômicos serão fantasiosos.
e) As metas de inflação não são irreais e a crise econômica não demorará a ser
superada.
Solução:
Devemos considerar as premissas como verdadeiras e tentar descobrir o valor
lógico de cada uma das proposições.
Passo 1: Do português para os símbolos lógicos.

I – Se as metas de inflação não são reais, então a crise econômica não demorará a ser superada
~ P →~ Q

II – Se as metas de inflação são reais, então os superávits primários não serão fantasiosos.

~ P →~ R

III – Os superávits serão fantasiosos.

Passo 2: Considere as premissas como verdade.

www.acasadoconcurseiro.com.br 185
PREMISSA 1 PREMISSA 2 PREMISSA 3
VERDADE VERDADE VERDADE
~P→~Q ~P→~R R
Não é possível determinar Não é possível determinar
o valor lógico de P e Q, já o valor lógico de P e Q, já
que existem 3 possibilidades que existem 3 possibilidades CONCLUSÃO: R=V
distintas que torna o distintas que torna o
condicional verdadeiro. condicional verdadeiro.

Passo 3: Substitui a premissa 3 em 2 e analise.


•• Como na premissa 3 vimos que R é V logo ~ R = F.
•• Como P é uma proposição, o mesmo pode ser F ou V.

Vamos testar:

P → ~R P → ~R
F F F V F
V F V F F

Como a premissa 2 é verdade e caso a proposição P tenha valor V teremos uma


premissa falsa, logo chegamos a conclusão que P = F.
Passo 3: Substitui a premissa 2 em 1 e analise.
•• Como na premissa 2 vimos que P é F logo ~ P = V.
•• Como Q é uma proposição, o mesmo pode ser F ou V.
•• Analisando o condicional temos:
~P → ~Q
V V V
V F F
Logo ~ Q = V, assim Q = F
Passo 4: Traduzir as conclusões para o português.
Premissa 1: P = F
•• as metas de inflação não são reais.
Premissa 2: Q = F
•• crise econômica não demorará a ser superada.

Conclusão: Alternativa A

186 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Argumento Com Proposições Válido (Silogismo) – Prof. Edgar Abreu

Slides

www.acasadoconcurseiro.com.br 187
188 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Argumento Com Proposições Válido (Silogismo) – Prof. Edgar Abreu

www.acasadoconcurseiro.com.br 189
Raciocínio Lógico

ARGUMENTO COM QUANTIFICADORES VÁLIDO – SILOGISMO

QUESTÃO COMENTADA
FCC: TCE-SP – 2010
Considere as seguintes afirmações:
I – Todo escriturário deve ter noções de Matemática.
II – Alguns funcionários do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo são escriturários.
Se as duas afirmações são verdadeiras, então é correto afirmar que:
a) Todo funcionário do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo deve ter noções de
Matemática.
b) Se Joaquim tem noções de Matemática, então ele é escriturário.
c) Se Joaquim é funcionário do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, então ele é
escriturário.
d) Se Joaquim é escriturário, então ele é funcionário do Tribunal de Contas do Estado de São
Paulo.
e) Alguns funcionários do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo podem não ter noções
de Matemática.

Resolução:
Primeiramente vamos representar a primeira premissa.
I – Todo escriturário deve ter noções de Matemática.

II – Alguns funcionários do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo são escriturários.

www.acasadoconcurseiro.com.br 191
Vejamos uma hipótese para a segunda premissa.

Vamos considerar agora a possibilidade de todos os funcionários terem noções de Matemática,


ficamos agora com duas possibilidades distintas.

Analisamos agora as alternativas:


Alternativa A: Todo funcionário do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo deve ter noções
de Matemática

Solução:

Observe que o nosso símbolo representa um funcionário do TCE que não possui noção de
matemática. Logo a conclusão é precipitada.

192 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Argumento com quantificadores válidos (Silogismo) – Prof. Edgar Abreu

Alternativa B: Se Joaquim tem noções de Matemática, então ele é escriturário.

Solução:

O ponto em destaque representa alguém que possui noção de matemática, porém não é
escriturário, logo a conclusão é precipitada e está errada.

Alternativa C: Se Joaquim é funcionário do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, então


ele é escriturário.

Solução:

O ponto em destaque representa alguém que possui é funcionário do TCE, porém não é
escriturário, logo a conclusão é precipitada e está errada.

www.acasadoconcurseiro.com.br 193
Alternativa D: Se Joaquim é escriturário, então ele é funcionário do Tribunal de Contas do
Estado de São Paulo.

Solução:

O ponto em destaque representa alguém que é escriturário, porém não é funcionário do TCE,
logo a conclusão é precipitada e está alternativa está errada.

Alternativa E: Alguns funcionários do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo podem não
ter noções de Matemática.

Solução:

O ponto em destaque representa um funcionário do TCE que não tem noção de matemática,
como a questão afirma que “podem”, logo está correta.

194 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Argumento com quantificadores válidos (Silogismo) – Prof. Edgar Abreu

Prova: IESES - 2014 - IGP-SC - Auxiliar Pericial – Criminalístico

Considere que as seguintes frases são verdadeiras e assinale a alternativa


correta:

- Algum policial é alto;


- Todo policial é educado.

a) Todo policial educado é alto.


b) Algum policial alto não é educado.
c) Algum policial não educado é alto.
d) Algum policial educado é alto.

Prova: FDRH - 2008 - IGP-RS - Papiloscopista Policial

Considere os argumentos abaixo:

I – Todos os gatos são pretos.


Alguns animais pretos mordem.
Logo, alguns gatos mordem.

II – Se 11 é um número primo, então, 8 não é um número par.


Ora 8 é um número par, portanto, 11 não é um número primo.

III – Todos os X são Y.


Todos os Z são Y.
Alguns X estão quebrados.
Logo, alguns Y estão quebrados.

www.acasadoconcurseiro.com.br 195
Quais são válidos?

a) Apenas o I.
b) Apenas o II.
c) Apenas o III.
d) Apenas o II e o III.
e) O I, o II e o III.

Gabarito: 1. D 2. D

196 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

Códigos e Anagramas

1. (Prova: FCC – 2014 - TJ-AP – Analista Judiciário) Bruno criou um código secreto para se
comunicar por escrito com seus amigos. A tabela mostra algumas palavras traduzidas para esse
código.

A palavra MEL, no código de Bruno, seria traduzida como:


a) LDK.
b) NFM.
c) LFK.
d) NDM.
e) OGN.

2. (Prova: FCC – 2012 – PREF. São Paulo-SP – Auditor Fiscal) Considere a multiplicação abaixo, em
que letras iguais representam o mesmo dígito e o resultado é um número de 5 algarismos.

A soma (S + O + M + A + R) é igual a:
a) 33.
b) 31.
c) 29.
d) 27.
e) 25.

Gabarito: 1. D 2. D

www.acasadoconcurseiro.com.br 197
Raciocínio Lógico

QUESTÕES DE RESTO DE UMA DIVISÃO

São comuns as questões de raciocínio lógico que envolva resto de uma divisão. Normalmente
essas questões abordam assuntos relacionados a calendário, múltiplo ou divisores ou qualquer
outra sequência que seja cíclica.
Estas questões são resolvidas todas de forma semelhante, vejamos os exemplos abaixo:

QUESTÃO COMENTADA 1
CESGRANRIO: CAPES – 2008
Em um certo ano, o mês de abril termina em um domingo. É possível determinar o próximo
mês a terminar em um domingo?
a) Sim, será o mês de setembro do mesmo ano.
b) Sim, será o mês de outubro do mesmo ano.
c) Sim, será o mês de dezembro do mesmo ano.
d) Sim, será o mês de janeiro do ano seguinte.
e) Não se pode determinar porque não se sabe se o ano seguinte é bissexto ou não.
Solução:
Sabendo que o mês de Abril possui 30 dias, logo sabemos que dia 30 de abril foi um domingo.
Vamos identificar quantos dias teremos até o último dia de cada mês, assim verificamos se esta
distância é múltipla de 7, já que a semana tem 7 dias e os domingos acontecerão sempre um
número múltiplo de 7 após o dia 30 de Abril:

MÊS QUANT. DIAS DO DIAS ATÉ 30/04 MÚLTIPLO DE 7


MÊS
MAIO 31 31 NÃO
JUNHO 30 61 NÃO
JULHO 31 92 NÃO
AGOSTO 31 123 NÃO
SETEMBRO 30 153 NÃO
OUTUBRO 31 184 NÃO
NOVEMBRO 30 214 NÃO
DEZEMBRO 31 245 SIM (245/7 = 35)
Solução será dia 31 de Dezembro do mesmo ano, alternativa C.

www.acasadoconcurseiro.com.br 199
QUESTÃO COMENTADA 2
FCC: TST – 2012
Pedro é um atleta que se exercita diariamente. Seu treinador orientou-o a fazer flexões de
braço com a frequência indicada na tabela abaixo:

Dia da semana Número de flexões


2ª e 5ª feiras 40
3ª e 6ª feiras 10
4ª feiras 20
Sábados 30
Domingos nenhuma

No dia de seu aniversário, Pedro fez 20 flexões de braço. No dia do aniversário de sua namorada,
260 dias depois do seu, Pedro:
a) não fez flexão.
b) fez 10 flexões.
c) fez 20 flexões.
d) fez 30 flexões.
e) fez 40 flexões.

Solução:
Com Pedro fez 20 flexões em seu aniversário, logo concluímos que caiu em uma quarta-feira.
Devemos descobrir qual o dia da semana será após 260 dias. Primeiramente vamos descobrir
quantas semanas se passaram até este dia, dividindo 260 por 7, já que uma semana tem 7 dias.
260= 37 (resto 1)
7
Assim sabemos que se passaram 37 semanas e mais um dia.
Como ele fez aniversário na quarta, se somarmos 1 dia temos quinta-feira e o total de flexões
para este dia será de 40, segundo a tabela. Alternativa E

200 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Problemas Cíclicos/Calendário e Datas – Prof. Edgar Abreu

Prova: FCC - 2014 - AL-PE - Agente Legislativo

O dia 04 de março de 2014 foi uma terça-feira. Sendo assim, é


correto afirmar que o dia 04 de março de 2015 será:

a) segunda-feira.
b) quarta-feira.
c) quinta-feira.
d) domingo.
e) terça-feira.

Prova: FCC - 2013 - TRT - 5ª Região (BA) - Analista Judiciário

Um ano bissexto possui 366 dias, o que significa que ele é composto por
52 semanas completas mais 2 dias. Se em um determinado ano bissexto
o dia 1º de janeiro caiu em um sábado, então o dia 31 de dezembro cairá
em:

a) um sábado.
b) um domingo.
c) uma 2ª feira.
d) uma 3ª feira.
e) uma 4ª feira.

www.acasadoconcurseiro.com.br 201
Prova(s): FCC - 2013 - DPE-RS - Técnico de Apoio Especializado
Em uma montadora, são pintados, a partir do início de um turno de
produção, 68 carros a cada hora, de acordo com a seguinte sequência de
cores: os 33 primeiros são pintados de prata, os 20 seguintes de preto, os
próximos 8 de branco, os 5 seguintes de azul e os 2 últimos de vermelho.
A cada hora de funcionamento, essa sequência se repete.

Dessa forma, o 530º carro pintado em um turno de produção terá a cor:

a) prata.
b) preta.
c) branca.
d) azul.
e) vermelha.

Gabarito: 1. B 2. B 3. C

202 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

Problemas de Mínimo e Máximo

1. Prova: FCC - 2012 - TJ-RJ - Analista Judiciário

A câmara municipal de uma cidade é composta por 21 vereadores, sendo


10 do partido A, 6 do partido B e 5 do partido C. A cada semestre, são
sorteados n vereadores, que têm os gastos de seus gabinetes auditados
por uma comissão independente. Para que se garanta que, em todo
semestre, pelo menos um vereador de cada partido seja necessariamente
sorteado, o valor de n deve ser, no mínimo,

a) 11.
b) 10.
c) 17.
d) 16.
e) 14.

2. Prova: FCC - 2009 - SEFAZ-SP - Agente Fiscal de Rendas - Prova 1

Numa cidade existem 10 milhões de pessoas. Nenhuma delas possui mais do


que 200 mil fios de cabelo. Com esses dados, é correto afirmar que,
necessariamente,

a) existem nessa cidade duas pessoas com o mesmo número de fios de cabelo.
b) existem nessa cidade pessoas sem nenhum fio de cabelo.
c) existem nessa cidade duas pessoas com quantidades diferentes de fios de
cabelo.
d) o número médio de fios de cabelo por habitante dessa cidade é maior do que
100 mil.
e) somando-se os números de fios de cabelo de todas as pessoas dessa cidade
obtém-se 2 × 1012.

www.acasadoconcurseiro.com.br 203
3. Prova: FCC - 2014 - TRT - 16ª REGIÃO (MA) - Analista Judiciário

Em uma floresta com 1002 árvores, cada árvore tem de 900 a 1900 folhas.
De acordo apenas com essa informação, é correto afirmar que,
necessariamente,

a) ao menos duas árvores dessa floresta têm o mesmo número de folhas.


b) apenas duas árvores dessa floresta têm o mesmo número de folhas.
c) a diferença de folhas entre duas árvores dessa floresta não pode ser
maior do que 900.
d) não há árvores com o mesmo número de folhas nessa floresta.
e) a média de folhas por árvore nessa floresta é de 1400.

Gabarito: 1. C 2. A 3. A

204 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

Problemas Envolvendo Futebol

1. (Prova: FCC – 2014 - TRT 2ª Região (SP) – Técnico Judiciário) Um jogo de vôlei entre duas equipes
é ganho por aquela que primeiro vencer três sets, podendo o placar terminar em 3 a 0, 3 a 1 ou
3 a 2. Cada set é ganho pela equipe que atingir 25 pontos, com uma diferença mínima de dois
pontos a seu favor. Em caso de igualdade 24 a 24, o jogo continua até haver uma diferença de
dois pontos (26 a 24, 27 a 25, e assim por diante). Em caso de igualdade de sets 2 a 2, o quinto
e decisivo set é jogado até os 15 pontos, também devendo haver uma diferença mínima de dois
pontos. Dessa forma, uma equipe pode perder um jogo de vôlei mesmo fazendo mais pontos
do que a equipe adversária, considerando-se a soma dos pontos de todos os sets da partida. O
número total de pontos da equipe derrotada pode superar o da equipe vencedora, em até:
a) 47 pontos.
b) 44 pontos.
c) 50 pontos.
d) 19 pontos.
e) 25 pontos.

2. (Prova: SHDIAS – 2014 – CEASA-Campinas – Assistente Administrativo) No basquete, uma cesta


pode valer 1, 2, ou 3 pontos, Na partida final do campeonato, Leonardo fez 5 cestas, em um
total de 11 pontos. Nesse caso, não é possível que Leonardo tenha feito exatamente:
a) Uma cesta de 1 ponto.
b) Quatro cestas de 2 pontos.
c) Três cestas de 3 pontos.
d) Três cestas de 2 pontos.

3. (Prova: CESPE – 2014 – SUFRAMA – Nível Superior) Em um campeonato de futebol, a pontuação


acumulada de um time é a soma dos pontos obtidos em cada jogo disputado. Por jogo, cada
time ganha três pontos por vitória, um ponto por empate e nenhum ponto em caso de derrota.
Com base nessas informações, julgue o item seguinte.
Nesse campeonato, os critérios de desempate maior número de vitórias e menor número de
derrotas são equivalentes.
( ) CERTO
( ) ERRADO

Gabarito: 1. B 2. D 3. Errado

www.acasadoconcurseiro.com.br 205
Raciocínio Lógico

Problemas com Direção e Sentido

1. (Prova: FCC – 2014 – METRÔ-SP – Técnico de Sistemas Metroviários) M, N, O e P são quatro


cidades próximas umas das outras. A cidade M está ao sul da cidade N. A cidade O está à leste
da cidade M. Se a cidade P está à sudoeste da cidade O, então N está a:
a) noroeste de P.
b) nordeste de P.
c) norte de P.
d) sudeste de P.
e) sudoeste de P.

2. (Prova: FCC – 2014 – SABESP – Tecnólogo) Partindo de um ponto inicial A, Laura caminhou 4 km
para leste, 2 km para sul, 3 km para leste, 6 km para norte, 6 km para oeste e, finalmente, 1 km
para sul, chegando no ponto B. Artur partiu do mesmo ponto A de Laura percorrendo X km para
norte e 1 km para a direção Y, chegando no mesmo ponto B em que Laura chegou. Sendo Y uma
das quatro direções da rosa dos ventos (norte, sul, leste ou oeste), X e Y são, respectivamente,
a) 6 e sul.
b) 2 e norte.
c) 4 e oeste.
d) 3 e leste.
e) 4 e leste.

3. (Prova: FCC – 2014 – TRF 3ª Região – Técnico Judiciário) Partindo do ponto A, um automóvel
percorreu 4,5 km no sentido Leste; percorreu 2,7 km no sentido Sul; percorreu 7,1 km no
sentido Leste; percorreu 3,4 km no sentido Norte; percorreu 8,7 km no sentido Oeste; percorreu
4,8 km no sentido Norte; percorreu 5,4 km no sentido Oeste; per- correu 7,2 km no sentido
Sul, percorreu 0,7 km no sentido Leste; percorreu 5,9 km no sentido Sul; percorreu 1,8 km no
sentido Leste e parou. A distância entre o ponto em que o automóvel parou e o ponto A, inicial,
é igual a :
a) 7,6 km.
b) 14,1 km.
c) 13,4 km.
d) 5,4 km.
e) 0,4 km.

Gabarito: 1. C 2. D 3. A

www.acasadoconcurseiro.com.br 207
Raciocínio Lógico

QUESTÕES ENVOLVENDO SEQUÊNCIA DE NÚMEROS

É comum aparecer em provas de concurso questões envolvendo sequências de números, onde


o candidato terá que descobrir a “lógica” da sequência para solucionar o problema.
A verdade é que não existe uma regra de resolução destas questões, cada sequência é diferente
das demais, depende da lógica que o autor está cobrando.
O que vamos aprender neste capítulo é a resolver algumas das sequências que já foram
cobradas em concursos anteriores, este tipo de questão, só existe uma única maneira de
aprender a resolver, fazendo!

QUESTÃO COMENTADA
FCC: BACEN – 2006
No quadriculado seguinte os números foram colocados nas células obedecendo a um
determinado padrão.

16 34 27 X
13 19 28 42
29 15 55 66

Seguindo esse padrão, o número X deve ser tal que:


a) X > 100
b) 90 < X < 100
c) 80 < X < 90
d) 70 < X < 80
e) X < 70

Solução:
Quando a sequencia se apresenta em tabelas, similares a esta, procure sempre encontrar uma
lógica nas linhas ou nas colunas. A lógica da sequencia desta questão está na relação da linha
três com as linhas 1 e 2.
A linha 3 é a soma das linhas 1 e 2 quando a coluna for impar e a subtração das linhas 1 e 2
quando a coluna for par, note:

www.acasadoconcurseiro.com.br 209
Coluna 1: 16 + 13 = 29
Coluna 2: 34 - 19 = 15
Coluna 3: 27 + 28 = 55
Logo a coluna 4, que é par, teremos uma subtração:
x – 42 = 66 => x = 66 + 42 = 108
Alternativa A

QUESTÃO COMENTADA 2
FCC : TRT – 2011
Na sequência de operações seguinte, os produtos obtidos obedecem a determinado padrão.
1x1=1
11 x 11 = 121
111 x 111 = 12.321
1.111 x 1111 = 1.234.321
11.111 x 11.111 = 123.454.321
Assim sendo, é correto afirmar que, ao se efetuar 111 111 111 × 111 111 111, obtém-se um
número cuja soma dos algarismos está compreendida entre:
a) 85 e 100.
b) 70 e 85.
c) 55 e 70.
d) 40 e 55.
e) 25 e 40.

Solução:
Note que o termo centra do resultado da multiplicação é sempre a quantidade de número 1
que estamos multiplicando, conforme destacado na tabela abaixo:

1x1 1
11 x 11 121
111 x 111 12. 321
1. 111 x 1. 111 1. 234. 321
11. 111 x 11. 111 123. 454. 321

Perceba também que o resultado da multiplicação é formado por um número que começa com
1 e vai até a quantidade de números 1 que tem a multiplicação e depois começa a reduzir até o
número 1 de volta.

210 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Números – Prof. Edgar Abreu

Logo a multiplicação de 111 111 111 × 111 111 111 temos 9 números 1, assim o resultado
certamente será composto pelo número 12345678 9 87654321. Agora basta apenas somar os
algarismos e encontra como resposta o número 81, alternativa B.

QUESTÃO COMENTADA 3
CESGRANRIO: TCE/RO – 2007
O sistema binário de numeração, só se utilizam os algarismos 0 e 1. Os números naturais,
normalmente representados na base decimal, podem ser também escritos na base binária
como mostrado:

DECIMAL BINÁRIO
0 0
1 1
2 10
3 11
4 100
5 101
6 110
7 111

De acordo com esse padrão lógico, o número 15 na base decimal, ao ser representado na base
binária, corresponderá a:
a) 1000
b) 1010
c) 1100
d) 1111
e) 10000

Solução:
No sistema decimal que conhecemos, cada vez que conhecemos, a cada 10 de uma casa
decimal forma-se outra casa decimal. Exemplo: 10 unidades é igual uma dezena, 10 dezenas é
igual a uma centena e assim sucessivamente.
Já no sistema binário, a lógica é a mesma, porém a cada 2 unidades iremos formar uma nova
casa decimal. Assim para transformar um número decimal em binário, basta dividirmos este
número sucessivamente por dois e analisar sempre o resto, conforme exemplo abaixo.
Transformando 6 em binário:
6 / 2 = 3 (resto zero, logo zero irá ocupar primeira casa binária).

www.acasadoconcurseiro.com.br 211
3 / 2 = 1 (resto 1, logo o 1 do resto irá ocupar a segunda casa binária enquanto o 1 quociente da
divisão irá ocupar a terceira casa binária).
Resultado: 110
Para saber se está certo, basta resolver a seguinte multiplicação:
110 = 1 x 2² + 1 x 2¹ + 0 x 20 = 4 + 2 + 0 = 6
Utilizando esta linha de raciocínio temos que:
15 / 2 = 7 (resto 1)
7 / 2 = 3 (resto 1)
3 / 2 = 1 (resto 1)
Logo o número será 1111, Alternativa D

1. Prova: IDECAN - 2014 - AGU - Agente Administrativo

Observe a sequência: 49, 64, 81, 100, ...

Qual será o sétimo termo?

a) 144.
b) 169.
c) 196.
d) 225.
e) 256.

212 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Números – Prof. Edgar Abreu

2. Prova: Instituto AOCP - 2014 - UFGD - Analista Administrativo

A sequência a seguir apresenta um padrão:

1; 8; 15; 22; ...

Qual é o quinto termo desta sequência?

a) 27.
b) 28.
c) 29.
d) 30.
e) 31.

3. Prova: FCC - 2010 - TCE-SP - Auxiliar da Fiscalização Financeira

Considere que os números inteiros e positivos que aparecem no


quadro abaixo foram dispostos segundo determinado critério.

www.acasadoconcurseiro.com.br 213
3. Completando corretamente esse quadro de acordo
com tal critério, a soma dos números que estão
faltando é:

a) maior que 19.


b) 19.
c) 16.
d) 14.
e) menor que 14.

4. Prova: FCC - 2014 - TRF - 4ª REGIÃO – Analista


Judiciário – Informática

A sequência numérica 1, 7, 8, 3, 4, 1, 7, 8, 3, 4, 1, 7, 8, 3, 4, 1, ..., cujos


dezesseis primeiros termos estão explicitados, segue o mesmo padrão de
formação infinitamente. A soma dos primeiros 999 termos dessa
sequência é igual a:

a) 4596.
b) 22954.
c) 4995.
d) 22996.
e) 5746.

Gabarito: 1. B 2. C 3. A 4. A

214 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

1. Prova: FCC – 2014 – TRT 16ª REGIÃO (AM)– Téc. Judiciário

Considere as figuras abaixo:

Seguindo o mesmo padrão de formação das dez primeiras


figuras dessa sequência, a décima primeira figura é:

a)

b)

c)

d)

e)

www.acasadoconcurseiro.com.br 215
2. Prova: FCC – 2012 – TST – Téc. Judiciário
Marina possui um jogo de montar composto por várias peças quadradas,
todas de mesmo tamanho. A única forma de juntar duas peças é unindo-as
de modo que elas fiquem com um único lado em comum. Juntando-se três
dessas peças, é possível formar apenas dois tipos diferentes de figuras,
mostradas abaixo.

Note que as duas figuras podem aparecer em


diferentes posições, o que não caracteriza
novos tipos de figuras. O número de tipos
diferentes de figuras que podem ser formados
juntando-se quatro dessas peças é igual a

a) 4.
b) 5.
c) 6.
d) 7.
e) 8.

216 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Imagens e Figuras – Prof. Edgar Abreu

3. Prova: FCC – 2012 – TRT – Analista Judiciário

Partindo de um quadriculado n × n formado por palitos de


fósforo, em que n é um número ímpar maior ou igual a 3, é
possível, retirando alguns palitos, obter um “X” composto por
2n-1 quadrados. As figuras a seguir mostram como obter esse
“X” para quadriculados 3 × 3 e 5 × 5.

Seguindo o mesmo padrão dos exemplos acima,


partindo de um quadriculado 9 × 9, o total de
palitos que deverão ser retirados para obter o
“X” é igual a

a) 64.
b) 96.
c) 112.
d) 144.
e) 168.

www.acasadoconcurseiro.com.br 217
Gabarito

1. B 2. B 3. C

218 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

Letras

1. (Prova: CEPERJ – 2014 – RIOPREVIDÊNCIA – Assistente Previdenciário) Observe atentamente a


sequência a seguir:
ABCDEEDCBAABCDE...
A centésima primeira letra nessa sequência será:
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E

2. (Prova: FCC – 2014 – TJ-AP – Técnico Judiciário) Cada termo da sequência a seguir é formado
por seis vogais:
(AAAEEI; EEEIIO; IIIOOU; OOOUUA; UUUAAE; AAAEEI; EEEIIO; . . . )
Mantido o mesmo padrão de formação da sequência, se forem escritos os 12°, 24°, 36° e 45°
termos, o número de vezes que a vogal U será escrita nesses termos é igual a
a) 1
b) 6
c) 5
d) 2
e) 3

3. Prova: FCC – 2014 – TRT 19ª Região (AL) – Técnico Judiciário


Gabriel descobriu pastas antigas arquivadas cronologicamente, organizadas e etiquetadas na
seguinte sequência:
07_55A; 07_55B; 08_55A; 09_55A; 09_55B; 09_55C;
09_55D; 09_55E; 10_55A; 10_55B; 11_55A; 12_55A;
12_55B; 12_55C; 01_56A; 01_56B; 02_56A; 02_56B;
03_56A; xx_xxx; yy_yyy; zz_zzz; 04_56B.
Sabendo-se que as etiquetas xx_xxx; yy_yyy; zz_zzz representam que o código foi encoberto,
a etiqueta com as letras yy_yyy deveria, para manter o mesmo padrão das demais, conter o
código

www.acasadoconcurseiro.com.br 219
a) 03_56C.
b) 04_57C
c) 04_56C.
d) 03_56B.
e) 04_56ª.

Gabarito: 1. A 2. C 3. A

220 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática

Professor Márcio Hunecke

www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática

CONCEITOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA – HARDWARE

O COMPUTADOR

Um sistema computacional é formado basicamente por duas estruturas. Uma é denominada


estrutura lógica (software) e a outra estrutura física (hardware). Ambas funcionam em conjunto.
•• Hardware: é o conjunto e elementos físicos que compõe o sistema computacional. Como
por exemplo, memória, periféricos, cabos, placas e chips que fazem do computador,
impressora, etc.
•• Software: são os programas que, utilizando o hardware, como por exemplo, o computador,
executam as diferentes tarefas necessárias ao processamento de dados.

PLACA-MÃE (MOTHERBOARD)

A placa mãe é a “espinha dorsal” do computador. É a base na


qual são conectados o microprocessador, a memória, periféricos
de entrada e saída, fonte de alimentação e qualquer placa que se
conecta ao computador, como: som, vídeo ou rede. Toda placa-
mãe já com o chipset integrado, pode ou não ter outros recursos já
incorporados nela.

RECURSOS ON-BOARD → já vem integrado aos circuitos da própria


placa-mãe como, por exemplo, som, vídeo, ou rede.
RECURSOS OFF-BOARD → não vem integrado aos circuitos
da placa-mãe, sendo necessário conectá-lo pelo seu meio de
encaixe próprio (slot). Exemplo: placa de som, vídeo, rede ou
Fax-modem.

CHIPSET
O chipset é um dos principais componentes lógicos de uma placa-mãe, dividindo-se entre
"ponte norte" (northbridge, controlador de memória, alta velocidade) e "ponte sul"
(southbridge, controlador de periféricos, baixa velocidade). A ponte norte faz a comunicação
do processador com as memórias, e em outros casos com os barramentos de alta velocidade

www.acasadoconcurseiro.com.br 223
AGP e PCI Express. Já a ponte sul, abriga os controladores de HDs (ATA/IDE e SATA), portas USB,
paralela, PS/2, serial, os barramentos PCI e ISA, que já não são usados mais em placas-mãe
modernas. O chipset é quem define, entre outras coisas, a quantidade máxima de memória
RAM que uma placa-mãe pode ter, o tipo de memória que pode ser usada (SDRAM ou DDR), a
frequência máxima das memórias e do processador e o padrão de discos rígidos aceitos.

BARRAMENTOS (BUS)

Barramentos são as vias físicas existentes na placa-mãe, pelas quais trafegam as informações
entre os periféricos de entrada, processamento e saída em um computador.

Barramento Local é o principal barramento do micro. Nele, estão conectados os principais


circuitos da placa mãe tais como: memória RAM, chipsets, processadores, memória cache,
memória ROM.

Barramento X é o barramento no qual estão conectados os periféricos on-board, ou seja,


periféricos integrados à placa mãe, como placa de som, vídeo, fax-modem e rede (on-board).

Barramentos de Expansão

São barramentos nos quais estão conectadas as placas de expansão (off-board), como as
placas de vídeo, fax-modem, som, rede, IDE, e demais placas. Estas placas são conectadas ao
barramento através de conectores denominados Slot

Algumas características dos barramentos:

Plug and Play – Recurso inerente ao dispositivo e ao sistema operacional que possibilita a sua
conexão e pronto uso.
Hot – Característica inerente ao dispositivo que pode ser conectado ou desconectado mesmo
com o computador ligado.

Tipos de barramentos de expansão:

ISA (Industry Standart Architeture)


VESA (Video Eletronic Standart Association)

224 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Hardware – Prof. Márcio Hunecke

PCI - (Periferical Component Interconnect) – Criado pela Intel na época do desenvolvimento do


processador Pentium, o barramento PCI (Peripheral Component Interconnect) é utilizado até
hoje. O motivo de tanto sucesso se deve à capacidade do barramento de trabalhar a 32 ou 64
bits, o que oferecia altas taxas de transferência de dados. Só para dar uma noção, um slot PCI
de 32 bits pode transferir até 132 MB por segundo. A versão de 64 bits do PCI, cujo slot era um
pouco maior que os slots de 32 bits, nunca chegou a ser popular.
AGP - (Acelerated Graphics Port) – Visando obter uma maior taxa de transferência entre a
placa-mãe e as placas de vídeo (principalmente para uma melhor performance nas aplicações
3D), a Intel desenvolveu um barramento especialmente aprimorado para a comunicação com
o vídeo: o barramento AGP (Accelerated Graphics Port). A principal vantagem do barramento
AGP é o uso de uma maior quantidade de memória para armazenamento de texturas para
objetos tridimensionais, além da alta velocidade no acesso a essas texturas para aplicação na
tela. O primeiro AGP (1X) trabalhava a 133 MHz, o que proporcionou uma velocidade 4 vezes
maior que o PCI. Além disso, sua taxa de transferência chegava a 266 MB por segundo quando
operando no esquema de velocidade X1, e a 532 MB quando no esquema de velocidade 2X
(hoje, é possível encontrar AGPs com velocidades de 4X e 8X). Geralmente, só se encontra um
único slot nas placas-mãe, visto que o AGP só interessa às placas de vídeo.
PCI EXPRESS - É o tipo de Barramento PnP, transmissão serial, e veio para substituir os
barramentos PCI e AGP pelo fato de possuir maior taxa de transferência. Cada “caminho” do
PCIe, envia informações a uma taxa de 250 MB/s (250 milhões de bytes por segundo). Cada
slot PCIe roda a um, dois, quatro, oito, dezesseis ou trinta e dois caminhos de dados entre a
placa mãe e a placa ligada ao slot. A contagem dos caminhos é escrita com um sufixo "x", por
exemplo, 1x para um único caminho e 16x para uma placa de dezesseis caminhos. Por exemplo,
um slot PCIe 4x terá uma taxa de transferência de qutro vezes 250 (4 vezes 250), totalizando
1 Gbyte por segundo. O barramento PCI Express é hot plug, ou seja, é possível instalarmos e
removermos placas PCI Express mesmo com o micro ligado.

USB (Universal Serial Bus)


É um tipo de barramento PnP (Plug and Play) que permite a conexão de periféricos sem a
necessidade de desligar o computador. É muito mais rápida que a serial e que a paralela (ver
quadro de velocidades). Existem várias versões para o padrão USB, que hoje se encontra na
versão 3.0, sendo que a diferença mais significativa entre as versões é a velocidade.

www.acasadoconcurseiro.com.br 225
Versão do USB 1.0 1.1 2.0 3.0
Ano de Lança-
1996 1998 2000 2009
mento
Taxa de Transfe-
1,5 Mbps - 12 Mbps 480 Mbps 4,8 Gbps
rência

FIREWIRE
O FireWire é uma tecnologia de entrada/saída de dados em alta
velocidade para conexão de dispositivos digitais, desde camcorders e
câmaras digitais, até computadores portáteis e desktops. Amplamente
adotada por fabricantes de periféricos digitais como Sony, Canon, JVC
e Kodak, o FireWire tornou-se um padrão estabelecido na indústria
tanto por consumidores como por profissionais. O FireWire também
foi usado no iPod da Apple durante algum tempo, o que permitia
que as novas músicas pudessem ser carregadas em apenas alguns segundos, recarregando
simultaneamente a bateria com a utilização de um único cabo. Os modelos mais recentes,
porém, já não utilizam uma conexão FireWire (apenas USB). O barramento Firewire (assim
como o USB) é Hot Plug And Play.

SLOTS
Slots são conectores que servem para encaixar as placas de expansão de um micro, ligando-as
fisicamente aos barramentos por onde trafegam dados e sinais. Exemplo: placa de vídeo, placa
de som, placa de fax-modem, placas de rede, módulos de memória, entre outros.

PROCESSADOR

O Processador é o “cérebro” de um computador. Possui como sinônimos CPU ou UCP (“Central


Processing Unit” ou Unidade Central de Processamento) e tem a finalidade de processar as
informações, controlar as operações lógicas e aritméticas e efetuar o processamento de
entrada e saída.

226 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Hardware – Prof. Márcio Hunecke

O processador possui três unidades básicas, a saber:

O processador se comunica com a memória RAM por intermédio de um meio de


comunicação chamado de barramento local.
Barramento local: meio físico de conexão utilizado entre a memória RAM e o
processador e entre a memória ROM e o processador.

QUANTO À FREQÜÊNCIA DE PROCESSAMENTO


CLOCK: gerador de impulsos que serão repetidos dentro de um determinado tempo, formando,
assim, a frequência que será medida em hertz.
HERTZ: unidade de medida de frequência referente ao número de ciclos realizados por segundo.
FREQUÊNCIA INTERNA: os processadores têm uma frequência interna com a qual executam
as instruções. O tempo que o processador consome para executar as operações é medido em
ciclos por segundos (HERTZ). Portanto, a unidade de medida de frequência de um processador
é o HERTZ. Exemplos: 1 GHz – 1.000.000.000 ciclos por segundo
MULTINÚCLEO: ou do inglês multicore, consiste em colocar dois ou mais núcleos de
processamento (cores) no interior de um único chip. Estes dois ou mais núcleos são responsáveis
por dividir as tarefas entre si, ou seja, permitem trabalhar em um ambiente multitarefa. Em
processadores de um só núcleo, as funções de multitarefa podem ultrapassar a capacidade da

www.acasadoconcurseiro.com.br 227
CPU, o que resulta em queda no desempenho enquanto as operações aguardam para serem
processadas. Em processadores de múltiplos núcleos o sistema operacional trata cada um
desses núcleos como um processador diferente. Na maioria dos casos, cada unidade possui seu
próprio cache e pode processar várias instruções simultaneamente. Adicionar novos núcleos de
processamento a um processador possibilita que as instruções das aplicações sejam executadas
em paralelo, como se fossem 2 ou mais processadores distintos.
Os dois núcleos não somam a capacidade de processamento, mas dividem as tarefas entre
si. Por exemplo, um processador de dois núcleos com clock de 1.8 GHz não equivale a um
processador de um núcleo funcionando com clock de 3.6 Ghz, e sim dois núcleos de 0.9.
O surgimento dos processadores multicore, tornou-se necessário principalmente devido a
missão cada vez mais difícil de resfriar processadores singlecore (processadores de apenas um
núcleo) com clocks cada vez mais altos; devido a concentração cada vez maior de transistores
cada vez menores em um mesmo circuito integrado. E além dessa e outras limitações dos
processadores singlecore, existe a grande diferença entre a velocidade da memória e do
processador, aliada à estreita banda de dados, que faz com que aproximadamente 75 por cento
do uso do microprocessador seja gasto na espera por resultados dos acessos à memória.
Atualmente, a família de processadores Intel Core é composta por três linhas comerciais, que
são I3, I5 e I7, sendo a I3 a linha de entrada / básica, o I5 a Intermediária e a I7 a linha mais
sofisticada e que apresenta a maior quantidade de recursos.

MEMÓRIAS

As memórias são dispositivos que armazenam temporária ou permanentemente informações.


Entre as memórias, podem-se destacar:

RAM (RANDOM ACCESS MEMORY)

É uma memória de acesso aleatório. Só funciona enquanto o computador estiver ligado. Por
este fato, as informações contidas nela só
permanecerão enquanto existir impulso elétrico. Por
esta característica ela é chamada de memória VOLÁTIL,
ou seja, quando desligado o computador, o seu
conteúdo será apagado.
Ela é chamada de memória principal ou de trabalho
porque todo e qualquer programa, exceto os contidos
na memória ROM, para ser executado, deverá ser
carregado nela. Permite leitura e gravação.

228 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Hardware – Prof. Márcio Hunecke

Caso a memória RAM “acabe”, isto é, caso você tente carregar mais dados na memória RAM
do que ela comporta (por exemplo, a memória RAM já está cheia e você manda o micro
carregar mais um programa), o processador transfere o conteúdo atual da memória RAM para
um arquivo do disco rígido, chamado arquivo de troca, liberando espaço na memória RAM. O
conteúdo do arquivo de troca é colocado de volta na RAM quando for solicitado algum dado
que esteja armazenado. Esse recurso é conhecido como MEMÓRIA VIRTUAL.

MEMÓRIA VIRTUAL: é um espaço reservado pelo sistema operacional no disco rígido,


que serve como memória auxiliar à memória RAM, quando esta necessitar de mais
espaço de armazenamento.

Existem basicamente dois tipos de memória em uso: SDR (SDRam) e DDR (Double Data Rate
SDRam). As SDR´s são o tipo tradicional, onde o controlador de memória realiza apenas uma
leitura por ciclo, enquanto as DDR são mais rápidas, pois fazem duas leituras por ciclo. O
desempenho não chega a dobrar, pois o acesso inicial continua demorando o mesmo tempo,
mas melhora bastante. Os pentes de memória SDR são usados em micros antigos: Pentium II
e Pentium III e os primeiros Athlons e Durons soquete A, já as DDR’s se encontram na terceira
geração (DDR3) e são utilizadas nos computadores atuais.
A ação de salvar consiste em levar os dados da memória RAM para um disco de armazenamento.
Os computadores domésticos atuais vêm equipados com capacidade de memória RAM que
variam aproximadamente de 2GB a 8GB

MEMÓRIA CACHE
Este tipo de memória (tipo RAM estática) é utilizado em um computador com a finalidade de
acelerar o desempenho de processamento; pois, pelo fato do processador ter uma velocidade
muito maior do que a memória principal RAM, haverá um tempo de espera por parte do
processador, sempre que ele fizer uma solicitação à memória RAM. Para reduzir este tempo de
espera, foi criada a memória cache. Ela é um tipo de memória que possui velocidade de acesso
maior do que a RAM, portanto é uma memória de alta velocidade e seu custo é alto comparado
com as outras memórias.

ROM
A Memória ROM (Read Only Memory) é somente utilizada para leitura, pois nelas estão
gravadas as características do computador. Essa memória vem de fábrica com toda a rotina
necessária e não deve ser alterada; pois, além de seu acesso ser difícil, fica reservada a sua
manutenção somente aos técnicos com conhecimento adequado. O software que vem gravado
pelo fabricante se chama FIRMWARE. Dentro desta memória vêm basicamente:

www.acasadoconcurseiro.com.br 229
BIOS – (Basic Input Output System – Sistema Básico de Entrada e Saída): “ensina” o processador
a trabalhar com os periféricos mais básicos do sistema, tais como os circuitos de apoio, a
unidade de disquete e o vídeo em modo texto.
POST – (Power-On Self-Test, Autoteste ao Ligar): um autoteste sempre que ligamos o micro. Por
exemplo, ao ligarmos o micro verificamos que é feito um teste de memória, vídeo, teclado e
posteriormente o carregamento do sistema operacional.
SETUP – (Configuração): programa de configuração de hardware do microcomputador,
normalmente chamama-se este programa apertando um conjunto de teclas durante o
processamento do POST (geralmente basta pressionar a tecla DEL durante a contagem de
memória. Esse procedimento, contudo, pode variar de acordo com o fabricante da placa mãe).

OBSERVAÇÃO – É muito comum haver confusão nos nomes. Veja que se acabou de
chamar o POST ou o SETUP de “BIOS”. Atualmente, usa-se a nomenclatura “BIOS”, como
algo genérico, podendo ser interpretado como “ tudo que está contido na memória
ROM do micro ”, mas quando se fala de upgrade de BIOS, refere-se a atualização dos
programas contidos na memória ROM ( SETUP, BIOS)

CMOS (Complementary Metal Oxide Semiconductor – semicondutor óxido metálico


completmentar): tipo de memória voláti, mantida energeticamente por uma bateria, na
qual ficam armazenadas as configurações do SETUP feitas pelo usuário, assim como mantém
atualizados o relógio e o calendário do sistema.
Quando a bateria perde total ou parte de sua energia, a CMOS perde suas informações, ou seja,
o SETUP volta a sua configuração de fábrica (DEFAULT), o calendário e relógio do sistema ficam
desatualizados. Neste caso, deverá ser trocada a bateria.

OUTROS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS COM O COMPUTADOR

ADAPTADOR DE VÍDEO (conectores VGA, HDMI e DVI)


Placa de vídeo, ou aceleradora gráfica, é um componente de um computador que envia sinais
deste para o monitor, de forma que possam ser apresentadas imagens ao usuário. Normalmente
possui memória própria, com capacidade medida em Megabytes.

230 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Hardware – Prof. Márcio Hunecke

Nos computadores de baixo custo, as placas de vídeo normalmente estão incorporadas na


placa-mãe, não possuem memória dedicada, e por isso utilizam a memória RAM do sistema,
normalmente denomina-se memória compartilhada. Como a memória RAM do sistema é
geralmente mais lenta do que as utilizadas pelos fabricantes de placas de vídeo, e ainda dividem
o barramento com o processador e outros periféricos para acessá-la, este método torna o
sistema mais lento. Isso é notado especialmente quando se usam recursos tridimensionais (3D)
ou de alta definição.
Já em computadores mais sofisticados, o adaptador de vídeo pode ter um processador próprio,
o GPU ou acelerador gráfico. Trata-se de um processador capaz de gerar imagens e efeitos
visuais tridimensionais, e acelerar os bidimensionais, aliviando o trabalho do processador
principal e gerando um resultado final melhor e mais rápido. Esse processador utiliza uma
linguagem própria para descrição das imagens tridimensionais, algo como "crie uma linha do
ponto x1, y1, z1 ao ponto x2, y2, z2 e coloque o observador em x3, y3, z3" é interpretado e
executado, gerando o resultado final, que é a imagem da linha vista pelo observador virtual. O
resultado final normalmente é medido considerando-se o número de vezes por segundo que
o computador consegue redesenhar uma cena, cuja unidade é o FPS (quadros por segundo,
frames per second). Comparando-se o mesmo computador com e sem processador de vídeo
dedicado, os resultados (em FPS) chegam a ser dezenas de vezes maiores quando se tem o
dispositivo.
Também existem duas tecnologias voltadas aos usuários de softwares 3D e jogadores: SLI e
CrossFire. Essa tecnologia permite juntar duas placas de vídeo para trabalharem em paralelo,
duplicando o poder de processamento gráfico e melhorando seu desempenho. SLI é o
nome adotado pela nVidia, enquanto CrossFire é utilizado pela ATI. Apesar da melhoria em
desempenho, ainda é uma tecnologia cara, que exige, além dos dois adaptadores, uma placa-
mãe que aceite esse tipo de arranjo. E a energia consumida pelo computador se torna mais
alta, muitas vezes exigindo uma fonte de alimentação melhor.

ADAPTADOR ou PLACA DE REDE (conector RJ 45)


É a placa responsável pela comunicação entre dois ou mais
computadores em rede

ADAPTADOR DE FAX-MODEM (conector RJ 11)


Permite a comunicação entre computadores via linha telefônica.
Realiza o processo de conversão de sinais digitais em analógicos e
vice-versa. (modula e demodula).

IMPRESSORA ou PLOTTER (conector USB, Paralela ou Serial)


Dispositivo de saída capaz de converter em papel as imagens e textos que são captados pelo
computador. Podem ser:

www.acasadoconcurseiro.com.br 231
1 Matricial => funciona com um cabeçote composto de várias agulhas enfileiradas que, a
cada vez que atingem a fita, imprimem pontos de tinta no papel. Tem menor resolução,
são mais lentas e barulhentas, porém mais baratas e as únicas que imprimem formulários
contínuos ou carbonados.

2 Jato de tinta => dispara um jato de tinta no papel para fazer a impressão. Costuma ter
uma qualidade e rapidez de impressão superior às impressoras matriciais. Outro ponto
forte delas é serem muito silenciosas e imprimirem em cores. Estas impressoras utilizam
cartuchos com as tintas.

3 Laser ou de Páginas => são assim chamadas por serem uma espécie de laser para desenhar
os gráficos e caracteres; porém, antes, montam uma página para depois imprimir. Libera
pequenos pontos de tinta em um cilindro, no qual é passado o papel que é queimado,
fixando melhor a tinta. Utiliza toner. Seu trabalho é mais perfeito, são mais silenciosas,
rápidas, porém o preço mais elevado.

Velocidade de impressão: a velocidade de impressão pode ser medida em CPS (caracteres por
segundo) ou por PPM (páginas por minuto)
Resolução de impressão: característica que permite definir a qualidade de impressão e também
comparar os vários modelos de impressoras. Exemplo: 300 dpi (pontos por polegada).
Plotter: é uma impressora destinada a imprimir desenhos em grandes dimensões, com elevada
qualidade e rigor, como por exemplo, mapas cartográficos, projectos de engenharia e grafismo.

SCANNER
O scanner é outro tipo de dispositivo de entrada de dados. Podem ser digitalizadas fotos,
gravuras, textos. Os dados são transmitidos ao computador por meio de refletância de luz e
convertidos de sinais analógicos para digitais. Equipamentos multifuncionais executam a
função de digitalização, impressão e cópia.
Uma das principais caraterística de um scanner é a sua resolução que também é medida em dpi.
Um outro termo que também é necessário saber é o pixel (picture element), ou seja, elemento
de imagem. Uma imagem digital é dividida em linhas e colunas de pontos. O pixel consite na
interseção de uma linha com uma coluna.

ESTABLIZADOR
O estabilizador é o equipamento utilizado para proteger o computador contra eventuais danos
causados por piques de energia, ou seja, flutuações na rede elétrica. A energia que alimenta o
sistema deve ser estabilizada.

232 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Hardware – Prof. Márcio Hunecke

NO-BREAK
O no-break é o transferidor de energia. O no-break impede que o computador desligue
quando acaba a energia, ou seja, ele é automaticamente acionado quando ocorre a falta de
energia elétrica e permanece transferindo energia durante o tempo que está programado para
o fornecimento (autonomia). Este tempo poderá ser de meia hora, uma ou mais horas. Isto
depende do tipo de no-break.

MONITOR DE VÍDEO
O monitor é um dispositivo de saída do computador, cuja função é
transmitir informação ao usuário do computador através da imagem. Os
monitores são classificados de acordo com a tecnologia de amostragem
de vídeo utilizada na formação da imagem. Atualmente utiliza-se CRT
(figura ao lado) raramente e o LCD está cada vez mais presente.

UNIDADES DE ARMAZENAMENTO

Os dados são enviados para a memória do computador, pelo teclado ou por outro dispositivo de
entrada, para serem processados mediante instruções preestabelecidas. Mas as informações
contidas na memória são rapidamente repassadas para os dispositivos de saída ou ficam
residentes enquanto o computador estiver ligado.
Diante desses fatos, é necessário armazenar os dados em um meio capaz de mantê-los gravados
de forma permanente. Para isso, são utilizadas as unidades de armazenamento permanente.
Estas unidades são conhecidas como memórias de massa, secundária ou auxiliar.
Os HDs são conectados ao computador por meio de interfaces capazes de transmitir os dados
entre um e outro de maneira segura e eficiente. Há várias tecnologias para isso, sendo as mais
comuns os padrões IDE, SCSI, SATA e SSD. Há também a possibilidade de conectar um HD
através de uma porta USB, como é o caso da maioria dos HDs externos.
A interface IDE (Intelligent Drive Electronics ou Integrated Drive Electronics) também é
conhecida como ATA (Advanced Technology Attachment) ou, ainda, PATA (Parallel Advanced
Technology Attachment).
IDE, ATA ou PATA faz transferência de dados de forma paralela, ou seja,
transmite vários bits por vez, como se estes estivessem lado a lado.
SATA I: a transmissão é em série, tal como se cada bit estivesse um atrás do
outro.
SATA II: taxa máxima de transferência de dados de 300 MB/s ou 2,4 Gbps
(2,4 gigabits por segundo), o dobro do SATA I. Padrão mais utilizado em
computadores pessoais. Esses barramentos (IDE, SATA, PATA) também
são amplamente utilizados para a conexão de dispositivos leitores e
gravadores de DVDs, CDs.

www.acasadoconcurseiro.com.br 233
SCSI: Normalmente utilizado em computadores de grande porte (servidores).
SSD: Padrão mais novo de HDs. Em relação ao SATA II, o SSD é mais
rápido e mais caro e geralmente não passa de 1TB. Utiliza os mesmos
conectadores do HD SATA.

OUTROS TIPOS DE ARMAZENAMENTO


•• Disquetes - discos flexíveis (unidade magnética) – capacidade de 1,44 MB
•• CD (unidade ou disco óptico) – capacidade aproximada de 700 MB
•• DVD (unidade ou disco óptico) – capacidade de 4,7 GB (camada simples) ou 9,4 GB (camada
dupla ou dual layer)
•• Blue Ray ou BD (unidade ou disco óptico) – capacidade de 25 GB (camada simples) ou 50GB
(camada dupla ou dual layer)
•• CD / DVD / BD-ROM: já vem gravado e serve apenas para leitura
•• CD / DVD / BD-R: vem virgem e admite apenas uma gravação fechada, que pode ser
executada em partes mantendo a seção aberta.
•• CD / DVD / BD-RW: vem virgem, porém admite várias gravações.
•• Fita (unidade magnética) – Vários tamanhos: 120, 320 GB.
•• Pen drive ou cartão de memória (memória flash) – Vários tamanhos: 4, 8, 16 e 32 GB.

SISTEMAS DE ARQUIVOS
Um sistema de arquivos permite ao usuário escolher qual será a forma de organização dos
arquivos que será aplicado à unidade de armazenamento.
Quando a unidade de armazenamento for um disco rígido, e para utilização do sistema
operacional Windows, podem-se escolher os seguintes sistemas de arquivos.
FAT ou FAT32: sistema mais veloz em comparação com o NTFS, porém não possui recursos
de segurança. Neste sistema, há um desperdício maior de espaço em relação ao NTFS devido
ao tamanho de seu cluster ou unidade de alocação. Para unidades de disco rígido acima de 2
GB, o tamanho de cada cluster é de 4 KB. Portanto, no armazenamento de um arquivo com
tamanho de 10 KB, serão utilizadas três unidades de alocação totalizando 12 KB, restando 2 KB
desperdiçados, pois o sistema não utiliza bytes restantes de uma unidade já ocupada. Sendo
assim, quanto maior for a ocupação de uma unidade de armazenamento com o sistema FAT32,
maior será o desperdício de espaço. O tamanho máximo de arquivos é de 4 Gb.
NTFS: sistema de arquivos que possui maiores recursos de segurança de dados e praticamente
inexiste desperdício de espaço. É o sistema de arquivos utilizado no HD onde o Windows está
instalado.
O Linux utiliza sistemas de arquivos diferentes do Windows. Os mais usados no Linux são: EXT2,
EXT3, EXT4 e ReiserFS.

234 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática – Hardware – Prof. Márcio Hunecke

UNIDADES DE MEDIDA DE INFORMAÇÕES

A unidade que representa o volume de dados gravados em um disco ou outro dispositivo de


armazenamento é o byte, que representa um caractere.
As outras grandezas são:
•• 1 bit = menor unidade de medida de informação (1(ligado) ou 0 (desligado)).
•• 1 Byte (B) = conjunto de 8 bits ou um caractere.
•• 1 Kilobyte(KB) = 1024 bytes - 210
•• 1 Megabytes(MB) = 1024 kilobytes - 220
•• 1 Gigabyte(GB) = 1024 megabytes - 230
•• 1 Terabyte (TB) = 1024 gigabytes - 240

PERIFÉRICOS DE ENTRADA
São chamados de periféricos de entrada os dispositivos utilizados para ativar comandos ou
inserir dados a serem processados pelo computador, como por exemplo:
•• Teclado
•• Mouse
•• Joystick
•• Caneta óptica
•• Scanner
•• Microfone
•• Webcam

PERIFÉRICOS DE SAÍDA

São periféricos de saída os dispositivos utilizados para exibir, armazenar ou enviar dados já
processados pelo computador, como por exemplo:
•• Impressora / Plotter
•• Monitor de vídeo / Projetor
•• Caixa de som

OBSERVAÇÃO – Existem periféricos que são tanto de entrada quanto de saída.


Exemplos: os drives de disquete, gravadora de CD / DVD, Pen drive, HD, modem,
monitores que possuem recurso de toque (touch screen) e os equipamentos
multifuncionais.

www.acasadoconcurseiro.com.br 235
Informática

Windows 7

Tela de Boas Vindas

A tela de boas-vindas é aquela que você usa para fazer logon no Windows. Ela exibe todas as
contas do computador. Você pode clicar no seu nome de usuário em vez de digitá-lo, e depois
pode trocar facilmente para outra conta com a Troca Rápida de Usuário. No Windows XP, a
tela de boas-vindas pode ser ativada ou desativada. Nesta versão do Windows, não é possível
desativá-la. Por padrão, a Troca Rápida de Usuário está ativada.

A tela de boas-vindas

Starter Home Basic Home Premium Professional Enterprise Ultimate


A versão Tarefas diárias O melhor do A versão S o m e n t e A versão mais
mais simples mais rápidas e o Windows 7 em ideal para comercializado completa do
do Windows seu fundo de tela seu computador quem utiliza o via contrato Windows 7.
7. Sem AERO. personalizado. pessoal computador com a
Sem AERO. para o trabalho Microsoft.

Para identificar a edição do Windows 7, clicar no Menu Iniciar, Painel de Controle e abrir o
ícone “Sistema”.

www.acasadoconcurseiro.com.br 237
Área de Trabalho

A área de trabalho é a principal área exibida na tela quando você liga o computador e faz logon
no Windows. Ela serve de superfície para o seu trabalho, como se fosse o tampo de uma mesa
real. Quando você abre programas ou pastas, eles são exibidos na área de trabalho. Nela,
também é possível colocar itens, como arquivos e pastas, e organizá-los como quiser.
A área de trabalho é definida às vezes de forma mais abrangente para incluir a barra de tarefas.
A barra de tarefas fica na parte inferior da tela. Ela mostra quais programas estão em execução
e permite que você alterne entre eles. Ela também contém o botão Iniciar , que pode ser
usado para acessar programas, pastas e configurações do computador.

Trabalhando com Ícones da Área de Trabalho


Ícones são imagens pequenas que representam arquivos, pastas, programas e outros itens. Ao
iniciar o Windows pela primeira vez, você verá pelo menos um ícone na área de trabalho: a
Lixeira (mais detalhes adiante). O fabricante do computador pode ter adicionado outros ícones
à área de trabalho. Veja a seguir alguns exemplos de ícones da área de trabalho.

Exemplos de ícones da área de trabalho

Se você clicar duas vezes em um ícone da Área de trabalho, o item que ele representa será
iniciado ou aberto.

Adicionando e Removendo Ícones da Área de Trabalho


Você pode escolher os ícones que serão exibidos na área de trabalho, adicionando ou
removendo um ícone a qualquer momento. Algumas pessoas preferem uma área de trabalho
limpa, organizada, com poucos ícones (ou nenhum). Outras preferem colocar dezenas de
ícones na área de trabalho para ter acesso rápido a programas, pastas e arquivos usados com
frequência.
Se quiser obter acesso fácil da área de trabalho a seus programas ou arquivos favoritos, crie
atalhos para eles. Um atalho é um ícone que representa um link para um item, em vez do item
em si. Quando você clica em um atalho, o item é aberto. Se você excluir um atalho, somente
ele será removido, e não o item original. É possível identificar atalhos pela seta no ícone
correspondente.

238 www.acasadoconcurseiro.com.br
Windows 7 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Um ícone de arquivo (à esquerda) e um ícone de atalho (à direita)

Para Adicionar um Atalho à Área de Trabalho

1. Localize o item para o qual deseja criar um atalho.

2. Clique com o botão direito do mouse no item, clique em Enviar para e em Área de Trabalho
(criar atalho). O ícone de atalho aparecerá na área de trabalho.

Para Adicionar ou Remover Ícones Comuns da Área de Trabalho


Alguns exemplos de ícones comuns da área de trabalho incluem Computador, sua pasta pessoal,
a Lixeira, o Painel de Controle e a Rede.

1. Clique com o botão direito do mouse em uma parte vazia da área de trabalho e clique em
Personalizar (Observação: Essa opção não está disponível na edição do Windows Started).

2. No painel esquerdo, clique em Alterar ícones da área de trabalho.

3. Em Ícones da área de trabalho, marque a caixa de seleção referente a cada ícone que deseja
adicionar à área de trabalho ou desmarque a caixa de seleção referente a cada ícone que
deseja remover da área de trabalho. Em seguida, clique em OK.

Para Mover um Arquivo de uma Pasta para a Área de Trabalho

1. Abra a pasta que contém o arquivo.

2. Arraste o arquivo para a área de trabalho.

Para Remover um Ícone da Área de Trabalho


Clique com o botão direito do mouse no ícone e clique em Excluir. Se o ícone for um atalho,
somente ele será removido, e não o item original.

www.acasadoconcurseiro.com.br 239
Movendo Ícones
O Windows empilha os ícones em colunas no lado esquerdo da área de trabalho, mas você não
precisa se prender a essa disposição. Você pode mover um ícone arrastando-o para um novo
local na área de trabalho.
Também pode fazer com que o Windows organize automaticamente os ícones. Clique com
o botão direito do mouse em uma parte vazia da área de trabalho, clique em Exibir e em
Organizar ícones automaticamente. O Windows empilha os ícones no canto superior esquerdo
e os bloqueia nessa posição. Para desbloquear os ícones e tornar a movê-los novamente, clique
outra vez em Organizar ícones automaticamente, apagando a marca de seleção ao lado desta
opção.
Por padrão, o Windows espaça os ícones igualmente em uma grade invisível. Para colocar os
ícones mais perto ou com mais precisão, desative a grade. Clique com o botão direito do mouse
em uma parte vazia da área de trabalho, aponte para “Exibir” e clique em “Alinhar ícones à
grade”. Repita essas etapas para reativar a grade.

Selecionando Vários Ícones

Para mover ou excluir um grupo de ícones de uma só


vez, primeiro é necessário selecionar todos eles. Clique
em uma parte vazia da área de trabalho e arraste o
mouse. Contorne os ícones que deseja selecionar com
o retângulo que aparecerá. Em seguida, solte o botão
do mouse. Agora você pode arrastar os ícones como
um grupo ou excluí-los.

Ocultando Ícones da Área de Trabalho


Para ocultar temporariamente todos os ícones da área de trabalho sem realmente removê-
los, clique com o botão direito do mouse em uma parte vazia da área de trabalho, clique em
“Exibir” e em “Mostrar Ícones da Área de Trabalho” para apagar a marca de seleção dessa
opção. Agora, nenhum ícone aparece na área de trabalho. Para vê-los novamente, clique outra
vez em “Mostrar Ícones da Área de Trabalho”.

Lixeira

Quando você não precisar mais de um arquivo, poderá removê-lo do computador para ganhar
espaço e impedir que o computador fique congestionado com arquivos indesejados. Para
excluir um arquivo, abra a respectiva pasta ou biblioteca e selecione o arquivo. Pressione a
tecla “Delete” no teclado e, na caixa de diálogo Excluir Arquivo, clique em “Sim”.

240 www.acasadoconcurseiro.com.br
Windows 7 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Um arquivo excluído é armazenado temporariamente na Lixeira. Pense nela como uma rede
de segurança que lhe permite recuperar pastas ou arquivos excluídos por engano. De vez em
quando, você deve esvaziar a Lixeira para recuperar o espaço usado pelos arquivos indesejados
no disco rígido.

A Lixeira vazia (à esquerda) e cheia (à direita)

Se tiver certeza de que não precisará mais dos itens excluídos, poderá esvaziar a Lixeira. Ao fazer
isso, excluirá permanentemente os itens e recuperará o espaço em disco por eles ocupado.
Regra: Ao recuperar um arquivo da Lixeira ele SEMPRE será colocado no mesmo local onde foi
excluído.
Em situações normais, todos os arquivos são enviados para Lixeira, mas existe algumas
exceções:
a) Excluir com a tecla SHIFT pressionada;
b) Excluir de dispositivos com armazenamento removível (pen drive);
c) Excluir da rede.;
d) Configurar o tamanho de Lixeira como “0”.
e) Excluir arquivos maiores que o tamanho da Lixeira;
f) Configurar a Lixeira selecionando a opção “Não mover arquivos para a Lixeira”;
g) Excluir arquivos maiores que o espaço livre da Lixeira faz com que os arquivos mais antigos
sejam excluídos.

Gadgets

O Windows contém miniprogramas chamados Gadgets que oferecem informações rápidas e


acesso fácil a ferramentas usadas com frequência. Por exemplo, você pode usar Gadgets para
exibir uma apresentação de slides ou exibir manchetes atualizadas continuamente. Alguns
Gadgets incluídos no Windows 7 são: Apresentação de Slides , Calendário, Conversor de
Moedas, Manchetes do Feed, Medidor de CPU, Quebra-cabeças de Imagens, Relógio e Tempo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 241
Menu Iniciar

O Menu Iniciar é o portão de entrada para programas, pastas e configurações do computador.


Ele se chama menu, pois oferece uma lista de opções, exatamente como o menu de um
restaurante. E como a palavra “iniciar” já diz, é o local onde você iniciará ou abrirá itens.
Use o menu Iniciar para fazer as seguintes atividades comuns:
•• Iniciar programas
•• Abrir pastas usadas com frequência (bibliotecas)
•• Pesquisar arquivos, pastas e programas
•• Ajustar configurações do computador (Painel de Controle)
•• Obter ajuda com o sistema operacional Windows
•• Desligar o computador ou fazer logoff do Windows ou alternar para outra conta de usuário
Para abrir o Menu Iniciar, clique no botão Iniciar no canto inferior esquerdo da tela, ou
pressione a tecla de logotipo do Windows no teclado.
O Menu Iniciar tem duas partes básicas:
•• O painel esquerdo grande mostra uma lista breve de programas no computador. Pode haver
variações na aparência dessa lista porque o fabricante do computador tem autonomia para
personalizá-la. Clique em Todos os Programas para exibir uma lista completa de programas
(mais informações adiante). Na parte inferior do painel esquerdo está a caixa de pesquisa,
que permite que você procure programas e arquivos no computador digitando os termos
de pesquisa.
•• O painel direito dá acesso a pastas, arquivos, configurações e recursos mais usados. Nele
também é possível fazer logoff do Windows ou desligar o computador.

242 www.acasadoconcurseiro.com.br
Windows 7 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Abrindo Programas a Partir do Menu Iniciar


Um dos usos mais comuns do Menu Iniciar é abrir programas instalados no computador. Para
abrir um programa mostrado no painel esquerdo do Menu Iniciar, clique nele. Isso abrirá o
programa e fechará o Menu Iniciar.
Se você não vir o programa que deseja, clique em Todos os Programas na parte inferior do
painel esquerdo. O painel exibirá uma longa lista de programas, em ordem alfabética, seguida
por uma lista de pastas.
Se você clicar em um dos ícones de programa, ele será inicializado e o menu Iniciar será fechado.
O que há dentro das pastas? Mais programas. Clique em Acessórios, por exemplo, e uma lista
de programas armazenados nessa pasta aparecerá. Clique em qualquer programa para abri-lo.
Para voltar aos programas que você viu quando abriu o menu Iniciar pela primeira vez, clique
em “Voltar” perto da parte inferior do menu.
Se você não tiver certeza do que um programa faz, mova o ponteiro sobre o respectivo ícone ou
nome. Aparecerá uma caixa com uma descrição do programa. Por exemplo, a ação de apontar
para a Calculadora exibe esta mensagem: “Executa tarefas aritméticas básicas com uma
calculadora na tela”. Isso funciona também para itens no painel direito do Menu Iniciar.
Você notará que, com o tempo, as listas de programas no menu Iniciar vão sendo alteradas.
Isso acontece por dois motivos. Em primeiro lugar, quando você instala novos programas, eles
são adicionados à lista Todos os Programas. Em segundo lugar, o menu Iniciar detecta quais
programas você usa mais e os substitui no painel esquerdo para acesso rápido.

O que está no painel esquerdo?


O painel esquerdo do Menu Iniciar contém links para os programas que você utiliza com mais
frequência. Segue uma descrição da distribuição dos ícones, de cima para baixo:
•• Ícones dos programas fixados no Menu Iniciar – Em uma instalação normal do Windows 7,
nenhum programa fica nesta parte superior do menu Iniciar.
•• Ícones dos programas mais utilizados – Os dez programas mais usados aparecem na lista.
Se quiser remove algum programa da lista, basta clicar em Remover desta lista.
•• Todos os Programas – Lista de Todos os programas instalados no computador.
•• Pesquisa – Permite pesquisar itens como arquivos, pastas, programas e-mails e outros.

O que está no painel direito?


O painel direito do Menu Iniciar contém links para partes do Windows que você provavelmente
usará com mais frequência. Aqui estão elas, de cima para baixo:
•• Pasta pessoal. Abre a pasta pessoal, que recebe o nome de quem está conectado no
momento ao Windows. Por exemplo, se o usuário atual for Luciana Ramos, a pasta se
chamará Luciana Ramos. Esta pasta, por sua vez, contém arquivos específicos do usuário,
como as pastas Meus Documentos, Minhas Músicas, Minhas Imagens e Meus Vídeos.
•• Documentos. Abre a biblioteca Documentos, na qual é possível acessar e abrir arquivos de
texto, planilhas, apresentações e outros tipos de documentos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 243
•• Imagens. Abre a biblioteca Imagens, na qual é possível acessar e exibir imagens digitais e
arquivos gráficos.
•• Música. Abre a biblioteca Músicas, na qual é possível acessar e tocar música e outros
arquivos de áudio.
•• Jogos. Abre a pasta Jogos, na qual é possível acessar todos os jogos no computador.
•• Computador. Abre uma janela na qual é possível acessar unidades de disco, câmeras,
impressoras, scanners e outros hardwares conectados ao computador.
•• Painel de Controle. Abre o Painel de Controle, no qual é possível personalizar a aparência
e a funcionalidade do computador, instalar ou desinstalar programas, configurar conexões
de rede e gerenciar contas de usuário.
•• Dispositivos e Impressoras. Abre uma janela onde é possível exibir informações sobre a
impressora, o mouse e outros dispositivos instalados no seu computador.
•• Programas Padrão. Abre uma janela onde é possível selecionar qual programa você deseja
que o Windows use para determinada atividade, como navegação na Web.
•• Ajuda e Suporte. Abre a Ajuda e Suporte do Windows onde você pode procurar e pesquisar
tópicos da Ajuda sobre como usar o Windows e o computador.
•• Na parte inferior do painel direito está o botão de Desligar. Clique no botão Desligar para
desligar o computador.

Personalizar o Menu Iniciar


Você pode controlar quais itens aparecerão no Menu Iniciar. Por exemplo, você pode adicionar
ícones de seus programas favoritos ao Menu Iniciar para acesso rápido ou remover programas
da lista. Você também pode ocultar ou mostrar certos itens no painel direito. Para isso, clique
com botão da direita do mouse sobre um o Menu Iniciar e selecione “Propriedades”.

Barra de Tarefas

A barra de tarefas é aquela barra longa horizontal na parte inferior da tela. Diferentemente da
área de trabalho, que pode ficar obscurecida devido às várias janelas abertas, a barra de tarefas
está quase sempre visível. Ela possui três seções principais:
•• O botão Iniciar , que abre o Menu Iniciar.
•• A seção intermediária, que mostra quais programas e arquivos estão abertos e permite que
você alterne rapidamente entre eles.
•• A área de notificação, que inclui um relógio e ícones (pequenas imagens) que comunicam o
status de determinados programas e das configurações do computador.
No Windows XP, ao lado no Menu Iniciar aparecia a “Barra de Inicialização Rápida” que não
existe no Windows 7, pois agora temos a opção de “Fixar” os programas na Barra de Tarefas.
Como é provável que você use a seção intermediária da barra de tarefas com mais frequência,
vamos abordá-la primeiro.

244 www.acasadoconcurseiro.com.br
Windows 7 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Manter o Controle das Janelas


Se você abrir mais de um programa ou arquivo ao mesmo tempo, as janelas rapidamente
começarão a se acumular na área de trabalho. Como as janelas costumam encobrir umas às
outras ou ocupar a tela inteira, às vezes fica difícil ver o que está por baixo ou lembrar do que já
foi aberto.
É aí que a barra de tarefas entra em ação. Sempre que você abre um programa, uma pasta ou
um arquivo, o Windows cria um botão na barra de tarefas correspondente a esse item. Esse
botão exibe um ícone que representa o programa aberto. Na figura abaixo, dois programas
estão abertos (a Calculadora e o Campo Minado) e cada um tem seu próprio botão na barra de
tarefas.

Cada programa possui seu próprio botão na barra de tarefas

Observe que o botão na barra de tarefas para o Campo Minado está realçado. Isso indica que
o Campo Minado é a janela ativa, ou seja, que está na frente das demais janelas abertas e que
você pode interagir imediatamente com ele.
Para alternar para outra janela, clique no botão da barra de tarefas. Neste exemplo, se você
clicar no botão da barra de tarefas referente à Calculadora, sua janela será trazida para frente.

Clique em um botão da barra de tarefas para alternar para a janela correspondente

Clicar em botões da barra de tarefas é apenas uma das diversas formas de alternar entre janelas.

www.acasadoconcurseiro.com.br 245
Minimizar e Restaurar Janelas
Quando uma janela está ativa (seu botão da barra de tarefas aparece realçado), o clique no
botão correspondente minimiza a janela. Isso significa que a janela desaparece da área de
trabalho. Minimizar uma janela não a fecha, nem exclui seu conteúdo. Simplesmente a remove
da área de trabalho temporariamente.
Na figura abaixo, a Calculadora foi minimizada, mas não fechada. Você sabe que ela ainda está
em execução porque existe um botão na barra de tarefas.

A ação de minimizar a Calculadora deixa visível somente seu botão da barra de tarefas

Também é possível minimizar uma janela clicando no botão de minimizar, no canto superior
direito da janela.

Botão Minimizar (à esquerda)

Para restaurar uma janela minimizada (fazê-la aparecer novamente na área de trabalho), clique
no respectivo botão da barra de tarefas.

Ver Visualizações das Janelas Abertas


Quando você move o ponteiro do mouse para um botão da barra de tarefas, uma pequena
imagem aparece mostrando uma versão em miniatura da janela correspondente. Essa
visualização, também chamada de miniatura, é muito útil. Além disso, se uma das janelas tiver
execução de vídeo ou animação, você verá na visualização.
Você poderá visualizar as miniaturas apenas se o Aero puder ser executado no seu computador
e você estiver executando um tema do Windows 7.

246 www.acasadoconcurseiro.com.br
Windows 7 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Área de Notificação

A área de notificação, na extrema direita da barra de tarefas, inclui um relógio e um grupo de


ícones. Ela tem a seguinte aparência:

À esquerda os ícones comuns em um computador de mesa e à direita de um notebook.

Esses ícones comunicam o status de algum item no computador ou fornecem acesso a


determinadas configurações. O conjunto de ícones que você verá varia em função dos
programas ou serviços instalados e de como o fabricante configurou seu computador.
Quando você mover o ponteiro para um determinado ícone, verá o nome desse ícone e o status
de uma configuração. Por exemplo, apontar para o ícone de volume mostrará o nível de
volume atual do computador. Apontar para o ícone de rede informará se você está conectado
a uma rede, qual a velocidade da conexão e a intensidade do sinal.
Na Área de Notificação temos um recurso novo do Windows 7, a “Central de Ações”. Ela é um
local central para exibir alertas e tomar providências que podem ajudar a executar o Windows
uniformemente. A Central de Ações lista mensagens importantes sobre configurações de
segurança e manutenção que precisam da sua atenção. Os itens em vermelho na Central
de Ações são rotulados como Importante e indicam problemas significativos que devem ser
resolvidos logo, como um programa antivírus que precisa ser atualizado. Os itens em amarelo
são tarefas sugeridas que você deve considerar executar, como tarefas de manutenção
recomendadas.
Em geral, o clique simples em um ícone na área de notificação abre o programa ou a configuração
associada a ele. Por exemplo, a ação de clicar uma vez no ícone de volume abre os controles de
volume. O clique simples no ícone de rede abre a Central de Rede e Compartilhamento.
De vez em quando, um ícone na área de notificação exibirá uma pequena janela pop-up
(denominada notificação) para informá-lo sobre algo. Por exemplo, depois de adicionar um
novo dispositivo de hardware ao seu computador, é provável que você veja o seguinte:

A área de notificação exibe uma mensagem depois que o novo hardware é instalado

Clique no botão Fechar no canto superior direito da notificação para descartá-la. Se você não
fizer nada, a notificação desaparecerá após alguns segundos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 247
Para evitar confusão, o Windows oculta ícones na área de notificação quando você fica um
tempo sem usá-los. Se os ícones estiverem ocultos, clique no botão “Mostrar ícones ocultos”
para exibi-los temporariamente.

Personalizar a Barra de Tarefas


Existem muitas formas de personalizar a barra de tarefas de acordo com as suas preferências.
Por exemplo, você pode mover a barra de tarefas inteira para a esquerda, para a direita ou para
a borda superior da tela. Também pode alargar a barra de tarefas, fazer com que o Windows a
oculte automaticamente quando não estiver em uso e adicionar barras de ferramentas a ela.
Para isso, clique com botão da direita do mouse sobre uma área sem ícones na Barra de Tarefas
e selecione Propriedades.

Desligando o Computador

Quando você termina de usar o computador, é importante desligá-lo corretamente não apenas
para economizar energia, mas também para garantir que os dados sejam salvos e para ajudar
a mantê-lo mais seguro. Há três maneiras de desligar o computador: pressionando o botão
liga/desliga do computador, usando o botão Desligar no Menu Iniciar e, caso tenha um laptop,
fechando a tampa.

Use o Botão Desligar no Menu Iniciar


Para desligar o computador usando o menu Iniciar, clique no botão Iniciar e, no canto inferior
direito desse menu, clique em Desligar.
Quando você clicar em Desligar, o computador fechará todos os programas abertos, juntamente
com o próprio Windows, para em seguida desligar completamente o computador e a tela. O
desligamento não salva seu trabalho; portanto, primeiro salve seus arquivos.

Clique na seta ao lado do botão Desligar para ver mais opções.

248 www.acasadoconcurseiro.com.br
Windows 7 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Para Alterar as Configurações do Botão Desligar


Por padrão, o botão Desligar desliga o computador. Mas você pode alterar o que acontece
quando clica nesse botão.

1. Clique para abrir a Barra de Tarefas e as Propriedades do Menu Iniciar.

2. Clique na guia Menu Iniciar.

3. Na lista Ação do botão de energia, clique em um item e em OK.


O botão Desligar também pode assumir uma outra forma. Se você tiver configurado o
computador para receber atualizações automáticas do “Windows Update” e elas estiverem
prontas para ser instaladas, o botão Desligar terá a seguinte aparência:

O botão Desligar (instalar atualizações e desligar)

Nesse caso, ao se clicar no botão Desligar, o Windows instala as atualizações e desliga seu
computador.
A ação de iniciar o computador após seu desligamento demora mais do que iniciá-lo quando
ele está em modo de suspensão.

Usando o Modo de Suspensão


Você pode colocar seu computador em suspensão, em vez de desligá-lo. Quando o computador
está em suspensão, o vídeo se desliga e, geralmente, a ventoinha para. Geralmente, uma luz na
parte externa do gabinete do computador pisca ou fica amarela para indicar que o computador
está em suspensão. Todo o processo leva apenas alguns segundos.
Como o Windows se lembrará do que você estava fazendo, não é necessário fechar os
programas e arquivos antes de colocar o computador em suspensão. Mas convém salvar seu
trabalho antes de colocar o computador em qualquer modo de baixo consumo de energia. Na
próxima vez que você ligar o computador (e inserir sua senha, se necessário), a aparência da
tela será exatamente igual a quando você desligou o computador.
Para ativar o computador, pressione o botão de energia no gabinete do computador. Como
você não precisa esperar o Windows iniciar, o computador é ativado em segundos e você pode
voltar ao trabalho quase imediatamente.
Enquanto está em suspensão, o computador usa pouca energia para manter seu trabalho na
memória. Se você estiver usando um laptop, não se preocupe. A bateria não será descarregada.
Se o computador ficar muitas horas em suspensão ou se a bateria estiver acabando, seu trabalho
será salvo no disco rígido e o computador será desligado de vez, sem consumir energia.

www.acasadoconcurseiro.com.br 249
Quando Desligar
Ainda que colocar o computador em suspensão seja uma maneira rápida de desligá-lo e a
melhor opção para retomar o trabalho rapidamente, há situações em que é necessário desligá-
lo completamente:
•• Ao adicionar ou atualizar hardware no interior do computador (por exemplo, instalar
memória, disco rígido, placa de som ou placa de vídeo). Desligue o computador e
desconecte-o da fonte de energia antes de prosseguir com a atualização.
•• Ao se adicionar uma impressora, um monitor, uma unidade externa ou outro dispositivo
de hardware que não se conecta a uma porta USB ou IEEE 1394 no computador. Desligue o
computador antes de conectar o dispositivo.
Ao adicionar hardware que usa um cabo USB, não é necessário desligar o computador primeiro.
A maioria dos dispositivos mais novos usa cabos USB. Esta é a aparência de um cabo USB:

Cabo USB

Usuários de Laptop: Fechar a Tampa


Se tiver um laptop, há uma maneira mais fácil ainda de desligar o computador: fechando a
tampa. Você pode escolher se o computador será colocado em suspensão, desligará ou
entrará em outro estado de economia de energia. Se preferir, desligue o laptop pressionando o
respectivo botão de energia. Para escolher a ação abra o Painel de Controle, Opções de Energia,
no lado esquerdo você encontra a opção “Escolher a função do fechamento da tampa”.

Trabalhando com Janelas

Sempre que você abre um programa, um arquivo ou uma pasta, ele aparece na tela em uma
caixa ou moldura chamada janela (daí o nome atribuído ao sistema operacional Windows, que
significa Janelas em inglês). Como as janelas estão em toda parte no Windows, é importante
saber como movê-las, alterar seu tamanho ou simplesmente fazê-las desaparecer.

Partes de uma Janela


Embora o conteúdo de cada janela seja diferente, todas as janelas têm algumas coisas em
comum. Em primeiro lugar, elas sempre aparecem na área de trabalho, a principal área da tela.
Além disso, a maioria das janelas possuem as mesmas partes básicas.

250 www.acasadoconcurseiro.com.br
Windows 7 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Partes de uma janela típica

•• Barra de título. Exibe o nome do documento e do programa (ou o nome da pasta, se você
estiver trabalhando em uma pasta).
•• Botões Minimizar, Maximizar e Fechar. Estes botões permitem ocultar a janela, alargá-la
para preencher a tela inteira e fechá-la, respectivamente (mais detalhes sobre eles em
breve).
•• Barra de menus. Contém itens nos quais você pode clicar para fazer escolhas em um
programa.
•• Barra de rolagem. Permite rolar o conteúdo da janela para ver informações que estão fora
de visão no momento.
•• Bordas e cantos. É possível arrastá-los com o ponteiro do mouse para alterar o tamanho da
janela.
Outras janelas podem ter botões, caixas ou barras adicionais, mas normalmente também têm
as partes básicas.

Movendo uma Janela


Para mover uma janela, aponte para sua barra de título com o ponteiro do mouse . Em
seguida, arraste a janela para o local desejado. (Arrastar significa apontar para um item, manter
pressionado o botão do mouse, mover o item com o ponteiro e depois soltar o botão do mouse).

www.acasadoconcurseiro.com.br 251
Alterando o Tamanho de uma Janela
•• Para que uma janela ocupe a tela inteira, clique em seu botão Maximizar ou clique duas
vezes na barra de título da janela.
•• Para retornar uma janela maximizada ao tamanho anterior, clique em seu botão Restaurar
(ele é exibido no lugar do botão Maximizar). ou clique duas vezes na barra de título da
janela.
•• Para redimensionar uma janela (torná-la menor ou maior), aponte para qualquer borda ou
canto da janela. Quando o ponteiro do mouse mudar para uma seta de duas pontas (veja a
figura abaixo), arraste a borda ou o canto para encolher ou alargar a janela.

Arraste a borda ou o canto de uma janela para redimensioná-la

Não é possível redimensionar uma janela maximizada. Você deve primeiro restaurá-la ao
tamanho anterior.
Embora a maioria das janelas possa ser maximizada e redimensionada, existem algumas janelas
que têm tamanho fixo, como as caixas de diálogo.

Ocultando uma Janela


Minimizar uma janela é o mesmo que ocultá-la. Se você deseja tirar uma janela temporariamente
do caminho sem fechá-la, minimize-a.
Para minimizar uma janela, clique em seu botão Minimizar . A janela desaparecerá da área
de trabalho e ficará visível somente como um botão na barra de tarefas, aquela barra longa
horizontal na parte inferior da tela.

Botão da barra de tarefas

Para fazer uma janela minimizada aparecer novamente na área de trabalho, clique em seu
respectivo botão da barra de tarefas. A janela aparecerá exatamente como estava antes de ser
minimizada.

252 www.acasadoconcurseiro.com.br
Windows 7 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Fechando uma Janela


O fechamento de uma janela a remove da área de trabalho e da barra de tarefas. Se você
tiver terminado de trabalhar com um programa ou documento e não precisar retornar a ele
imediatamente, feche-o.
Para fechar uma janela, clique em seu botão Fechar . Se você fechar um documento sem
salvar as alterações feitas, aparecerá uma mensagem dando-lhe a opção de salvar as alterações.

Alternando entre Janelas


Se você abrir mais de um programa ou documento, a área de trabalho poderá ficar
congestionada rapidamente. Manter o controle de quais janelas você já abriu nem sempre é
fácil, porque algumas podem encobrir, total ou parcialmente, as outras.
Usando a barra de tarefas. A barra de tarefas fornece uma maneira de organizar todas as janelas.
Cada janela tem um botão correspondente na barra de tarefas. Para alternar para outra janela,
basta clicar no respectivo botão da barra de tarefas. A janela aparecerá na frente de todas as
outras, tornando-se a janela ativa, ou seja, aquela na qual você está trabalhando no momento.
Para identificar com facilidade uma janela, aponte para seu botão da barra de tarefas. Quando
você aponta para um botão na barra de tarefas, aparece uma visualização em miniatura dessa
janela, seja o conteúdo um documento, uma foto ou até mesmo um vídeo em execução. Esta
visualização é útil principalmente quando você não consegue identificar uma janela somente
pelo título.

Colocar o cursor sobre o botão de uma janela na barra de tarefas exibe uma visualização da janela

Observação: Para visualizar miniaturas, seu computador deve oferecer suporte ao Aero.

www.acasadoconcurseiro.com.br 253
Usando Alt+Tab. Você pode alternar para a janela anterior pressionando Alt+Tab, ou percorrer
todas as janelas abertas e a área de trabalho mantendo pressionada a tecla Alt e pressionando
repetidamente a tecla Tab. Solte Alt para mostrar a janela selecionada.
Usando o Aero Flip 3D. O Aero Flip 3D organiza as janelas em uma pilha tridimensional para
permitir que você as percorra rapidamente. Para usar o Flip 3D:

1. Mantenha pressionada a tecla de logotipo do Windows e pressione Tab para abrir o Flip
3D.
2. Enquanto mantém pressionada a tecla de logotipo do Windows, pressione Tab
repetidamente ou gire a roda do mouse para percorrer as janelas abertas. Você também
pode pressionar Seta para a Direita ou Seta para Baixo para avançar uma janela, ou
pressionar Seta para a Esquerda ou Seta para Cima para retroceder uma janela.
3. Solte a tecla de logotipo do Windows para exibir a primeira janela da pilha ou clique em
qualquer parte da janela na pilha para exibir essa janela.

Aero Flip 3D

O Flip 3D faz parte da experiência de área de trabalho do Aero. Se o computador não oferecer
suporte para o Aero, você poderá exibir os programas e janelas abertos no computador
pressionando Alt+Tab. Para percorrer as janelas abertas, pressione a tecla Tab, pressione as
teclas de direção ou use o mouse.

Organizando Janelas Automaticamente


Agora que você sabe como mover e redimensionar janelas, pode organizá-las da maneira
que quiser na área de trabalho. Também pode fazer com que o Windows as organize
automaticamente em uma destas três formas: em cascata, lado a lado e empilhadas
verticalmente.

254 www.acasadoconcurseiro.com.br
Windows 7 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Organize as janelas em cascata (à esquerda), lado a lado (à direita) ou em uma pilha vertical (no centro)

Para escolher uma dessas opções, abra algumas janelas na área de trabalho, clique com o botão
direito do mouse em uma área vazia da barra de tarefas e clique em “Janelas em cascata”,
“Mostrar janelas empilhadas” ou “Mostrar janelas lado a lado”.
O recurso Ajustar redimensiona automaticamente as janelas quando você as move ou ajusta
na borda da tela. Você pode usar o Ajustar para organizar janelas lado a lado, expandir janelas
verticalmente ou maximizar uma janela.

Para Organizar Janelas Lado a Lado – Aero SNAP (Ajustar)


1. Arraste a barra de título de uma janela para a esquerda ou a direita da tela até ser exibido
um contorno da janela expandida.
2. Libere o mouse para expandir a janela.
3. Repita as etapas 1 e 2 com outra janela para organizar as janelas lado a lado.

Arraste uma janela para o lado da área de trabalho para expandi-la até metade da tela.

www.acasadoconcurseiro.com.br 255
Para Expandir uma Janela Verticalmente - Aero SNAP
1. Aponte para a borda superior ou inferior da janela aberta até o ponteiro mudar para uma
seta de duas pontas .
2. Arraste a borda da janela para a parte superior ou inferior da tela para expandir a a janela
na altura total da área de trabalho. A largura da janela não é alterada.

Arraste a parte superior ou inferior da janela para expandi-la verticalmente

Para Maximizar uma Janela - Aero SNAP


1. Arraste a barra de título da janela para a parte superior da tela. O contorno da janela se
expande para preencher a tela.
2. Libere a janela para expandi-la e preencher toda a área de trabalho.

Arraste uma janela para a parte superior da área de trabalho para expandi-la totalmente

256 www.acasadoconcurseiro.com.br
Windows 7 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Para Minimizar Todas as Janelas menos a Janela Ativa – Aero SHAKE

1. Clique na barra de título da janela e arraste rapidamente para os dois lados. O tamanho da
janela se mantém o mesmo, mas as demais janelas são minimizadas. Isso também pode ser
feito, usando as teclas Windows +Home.

2. Para restaurar as janelas que foram minimizadas, basta repetir umas das opções acima.

Para Visualizar a Área de Trabalho Através das Janelas – Aero PEEK

1. Basta apontar para a extremidade da barra de tarefas, para ver as janelas abertas ficarem
transparentes na hora, revelando todos os ícones e gadgets ocultos. Essa funcionalidade
também é conhecida como Visão de raio-X

Caixa de Diálogo

Uma caixa de diálogo é um tipo especial de janela que faz uma pergunta, fornece informações
ou permite que você selecione opções para executar uma tarefa. Você verá caixas de diálogo
com frequência quando um programa ou o Windows precisar de uma resposta sua antes de
continuar.

Uma caixa de diálogo aparecerá se você sair de um programa sem salvar o trabalho

Ao contrário das janelas comuns, a caixa de diálogo não pode ser maximizada, minimizadas ou
redimensionadas, mas podem ser movidas.

Trabalhando com Arquivos e Pastas

Um arquivo é um item que contém informações, por exemplo, texto, imagens ou música.
Quando aberto, um arquivo pode ser muito parecido com um documento de texto ou com
uma imagem que você poderia encontrar na mesa de alguém ou em um arquivo convencional
Em seu computador, os arquivos são representados por ícones; isso facilita o reconhecimento
de um tipo de arquivo bastando olhar para o respectivo ícone. Veja a seguir alguns ícones de
arquivo comuns:

www.acasadoconcurseiro.com.br 257
Ícones de alguns tipos de arquivo

Uma pasta é um contêiner que pode ser usado para armazenar arquivos. Se você tivesse
centenas de arquivos em papel em sua mesa, seria quase impossível encontrar um arquivo
específico quando você dele precisasse. É por isso que as pessoas costumam armazenar os
arquivos em papel em pastas dentro de um arquivo convencional. As pastas no computador
funcionam exatamente da mesma forma. Veja a seguir alguns ícones de pasta comuns:

Uma pasta vazia (à esquerda); uma pasta contendo arquivos (à direita)

As pastas também podem ser armazenadas em outras pastas. Uma pasta dentro de uma pasta
é chamada subpasta. Você pode criar quantas subpastas quiser, e cada uma pode armazenar
qualquer quantidade de arquivos e subpastas adicionais.

Windows Explorer

Windows Explorer (literalmente do inglês “Explorador do Windows”, nome pelo qual é


encontrado na versão portuguesa de todas as versões do Windows) é um gerenciador de
arquivos e pastas do sistema operacional Windows. Ou seja, é utilizado para a cópia, exclusão,
organização, movimentação e todas as atividades de gerenciamento de arquivos, podendo
também ser utilizado para a instalação de programas.
Seu ícone é uma pasta (diretório) amarela e o nome de seu arquivo é Explorer.exe, o qual
normalmente se encontra em C:\Windows. Para encontrar esse programa, clique no botão
“Iniciar”, em seguida, em Programas e em Acessórios, lá estará o Windows Explorer. Também
pode ser aberto clicando no ícone Computador do Menu Iniciar.

258 www.acasadoconcurseiro.com.br
Windows 7 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Usando Bibliotecas para Acessar Arquivos e Pastas


No Windows Explorer podemos visualizar as Bibliotecas, um conceito novo do Windows
7. Biblioteca é o local onde você gerencia documentos, músicas, imagens e outros arquivos.
Você pode procurar arquivos da mesma forma como faz em uma pasta ou exibir os arquivos
organizados por propriedades como data, tipo e autor.
Quando se trata de se organizar, não é necessário começar do zero. Você pode usar bibliotecas,
para acessar arquivos e pastas e organizá-los de diferentes maneiras. Esta é uma lista das quatro
bibliotecas padrão e para que elas são usadas normalmente:
•• Biblioteca Documentos. Use essa biblioteca para organizar documentos de processamento
de texto, planilhas, apresentações e outros arquivos relacionados a texto. Por padrão, os
arquivos movidos, copiados ou salvos na biblioteca Documentos são armazenados na pasta
Meus Documentos.
•• Biblioteca Imagens. Use esta biblioteca para organizar suas imagens digitais, sejam elas
obtidas da câmera, do scanner ou de e-mails recebidos de outras pessoas. Por padrão, os
arquivos movidos, copiados ou salvos na biblioteca Imagens são armazenados na pasta
Minhas Imagens.
•• Biblioteca Músicas. Use esta biblioteca para organizar suas músicas digitais, como as que
você copia de um CD de áudio ou as baixadas da Internet. Por padrão, os arquivos movidos,
copiados ou salvos na biblioteca Músicas são armazenados na pasta Minhas Músicas.
•• Biblioteca Vídeos. Use esta biblioteca para organizar e arrumar seus vídeos, como clipes
da câmera digital ou da câmera de vídeo, ou arquivos de vídeo baixados da Internet. Por
padrão, os arquivos movidos, copiados ou salvos na biblioteca Vídeos são armazenados na
pasta Meus Vídeos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 259
Para abrir as bibliotecas Documentos, Imagens ou Músicas, clique no botão Iniciar e, em
seguida, em Documentos, Imagens ou Músicas.

É possível abrir bibliotecas padrões do Windows a partir do Menu Iniciar

Compreendendo as Partes de uma Janela


Quando você abre uma pasta ou biblioteca, ela é exibida em uma janela. As várias partes dessa
janela foram projetadas para facilitar a navegação no Windows e o trabalho com arquivos,
pastas e bibliotecas. Veja a seguir uma janela típica e cada uma de suas partes:

260 www.acasadoconcurseiro.com.br
Windows 7 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Partes da janela Função


Painel de navegação Use o painel de navegação para acessar bibliotecas, pastas, pesquisas salvas
ou até mesmo todo o disco rígido. Use a seção “Favoritos” para abrir as pastas
e pesquisas mais utilizadas. Na seção “Bibliotecas” é possível acessar suas
bibliotecas. Você também pode expandir “Computador” para pesquisar pastas
e subpastas.
Botões Voltar e Use os botões Voltar e Avançar para navegar para outras pastas ou
Avançar bibliotecas que você já tenha aberto, sem fechar, na janela atual. Esses botões
funcionam juntamente com a barra de endereços. Depois de usar a barra de
endereços para alterar pastas, por exemplo, você pode usar o botão Voltar para
retornar à pasta anterior.
Barra de Use a barra de ferramentas para executar tarefas comuns, como alterar
ferramentas a aparência de arquivos e pastas, copiar arquivos em um CD ou iniciar uma
apresentação de slides de imagens digitais. Os botões da barra de ferramentas
mudam para mostrar apenas as tarefas que são relevantes. Por exemplo, se
você clicar em um arquivo de imagem, a barra de ferramentas mostrará botões
diferentes daqueles que mostraria se você clicasse em um arquivo de música.
Barra de endereços Use a barra de endereços para navegar para uma pasta ou biblioteca diferente
ou voltar à anterior.
Painel de biblioteca O painel de biblioteca é exibido apenas quando você está em uma biblioteca
(como na biblioteca Documentos). Use o painel de biblioteca para personalizar
a biblioteca ou organizar os arquivos por propriedades distintas.
Títulos de coluna Use os títulos de coluna para alterar a forma como os itens na lista de arquivos
são organizados. Por exemplo, você pode clicar no lado esquerdo do cabeçalho
da coluna para alterar a ordem em que os arquivos e as pastas são exibidos ou
pode clicar no lado direito para filtrar os arquivos de maneiras diversas.
Lista de arquivos É aqui que o conteúdo da pasta ou biblioteca atual é exibido. Se você usou a caixa
de pesquisa para localizar um arquivo, somente os arquivos que correspondam
a sua exibição atual (incluindo arquivos em subpastas) serão exibidos.
Caixa de Pesquisa Digite uma palavra ou frase na caixa de pesquisa para procurar um item na
pasta ou biblioteca atual. A pesquisa inicia assim que você começa a digitar.
Portanto, quando você digitar B, por exemplo, todos os arquivos cujos nomes
iniciarem com a letra B aparecerão na lista de arquivos
Painel de detalhes Use o painel de detalhes para ver as propriedades mais comuns associadas
ao arquivo selecionado. Propriedades do arquivo são informações sobre
um arquivo, tais como o autor, a data da última alteração e qualquer marca
descritiva que você possa ter adicionado ao arquivo.
Painel de Use o painel de visualização para ver o conteúdo da maioria dos arquivos. Se
visualização você selecionar uma mensagem de email, um arquivo de texto ou uma imagem,
por exemplo, poderá ver seu conteúdo sem abri-lo em um programa. Caso não
esteja vendo o painel de visualização, clique no botão Painel de visualização
na barra de ferramentas para ativá-lo.

Na Barra de Ferramentas, no item “Organizar”, “Opções de pasta e pesquisa”, guia “Modo de


Exibição” temos algumas opções importantes que podem ser alteradas. Por padrão as duas
abaixo estão marcadas.

www.acasadoconcurseiro.com.br 261
•• Ocultar as extensões dos tipos de arquivo conhecidos
•• Não mostrar arquivos, pastas e unidades ocultas.
A Barra de Menus não apresentada por padrão no Windows Explorer do Windows 7. Para
fazê-lo aparecer temporariamente pressione a tecla “ALT”. Para que a barra fique aparecendo
definitivamente, clique “Organizar”, “Layout” e marque a opção “Barra de menus”. Outras
alterações na aparência do Windows Explorer também estão disponíveis nessa opção.

Exibindo e Organizando Arquivos e Pastas


Quando você abre uma pasta ou biblioteca, pode alterar a aparência dos arquivos na janela.
Por exemplo, talvez você prefira ícones maiores (ou menores) ou uma exibição que lhe permita
ver tipos diferentes de informações sobre cada arquivo. Para fazer esses tipos de alterações,
use o botão Modos de Exibição na barra de ferramentas.
Toda vez que você clica no lado esquerdo do botão Modos de Exibição, ele altera a maneira
como seus arquivos e pastas são exibidos, alternando entre cinco modos de exibição distintos:
Ícones grandes, Lista, um modo de exibição chamado Detalhes, que mostra várias colunas de
informações sobre o arquivo, um modo de exibição de ícones menores chamado Lado a lado e
um modo de exibição chamado Conteúdo, que mostra parte do conteúdo de dentro do arquivo.
Se você clicar na seta no lado direito do botão Modos de Exibição, terá mais opções. Mova
o controle deslizante para cima ou para baixo para ajustar o tamanho dos ícones das pastas
e dos arquivos. Você poderá ver os ícones alterando de tamanho enquanto move o controle
deslizante.

As opções de Modos de Exibição

Em bibliotecas, você pode ir além, organizando seus arquivos de diversas maneiras. Por
exemplo, digamos que você deseja organizar os arquivos na biblioteca Músicas por gênero
(como Jazz e Clássico):

1. Clique no botão Iniciar e, em seguida, clique em Músicas.


2. No painel da biblioteca (acima da lista de arquivos), clique no menu próximo a “Organizar”
por e em Gênero.

262 www.acasadoconcurseiro.com.br
Windows 7 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Localizando Arquivos

No Windows 7, você encontra mais coisas em mais lugares – documentos, e-mails, músicas – e
com mais rapidez na Pesquisa do Windows (Windows Search).

Comece a digitar na caixa de pesquisa do Menu Iniciar, e você verá instantaneamente uma lista
de arquivos relevantes no seu PC. Você pode pesquisar digitando o nome do arquivo ou com
base em marcas, no tipo de arquivo e até no conteúdo. Para ver ainda mais correspondências,
clique em uma categoria nos resultados, como Documentos ou Imagens, ou clique em Ver mais
resultados. Seus termos de pesquisa serão destacados para facilitar o exame da lista.
Poucas pessoas armazenam todos os seus arquivos em um lugar hoje em dia. Então, o Windows
7 também é projetado para procurar em discos rígidos externos, PCs em rede e bibliotecas. A
pesquisa mostrou muitos resultados? Agora você pode filtrá-los instantaneamente por data,
tipo de arquivo e outras categorias úteis.
Dependendo da quantidade de arquivos que você tem e de como eles estão organizados,
localizar um arquivo pode significar procurar dentre centenas de arquivos e subpastas; uma
tarefa nada simples. Para poupar tempo e esforço, use a caixa de pesquisa para localizar o
arquivo, programa ou e-mail.
A caixa de pesquisa também está localizada na parte superior de cada janela. Para localizar um
arquivo, abra a pasta ou biblioteca mais provável como ponto de partida para sua pesquisa,
clique na caixa de pesquisa e comece a digitar. A caixa de pesquisa filtra o modo de exibição
atual com base no texto que você digita.

A caixa de pesquisa

A caixa de pesquisa também está localizada na parte superior de cada janela. Para localizar um
arquivo, abra a pasta ou biblioteca mais provável como ponto de partida para sua pesquisa,

www.acasadoconcurseiro.com.br 263
clique na caixa de pesquisa e comece a digitar. A caixa de pesquisa filtra o modo de exibição
atual com base no texto que você digita.
Se você estiver pesquisando um arquivo com base em uma propriedade (como o tipo do
arquivo), poderá refinar a pesquisa antes de começar a digitar. Basta clicar na caixa de pesquisa
e depois em uma das propriedades exibidas abaixo dessa caixa. Isso adicionará um filtro de
pesquisa (como “tipo”) ao seu texto de pesquisa, fornecendo assim resultados mais precisos.

Opções de pesquisa para refinar o filtro

Caso não esteja visualizando o arquivo que está procurando, você poderá alterar todo o escopo
de uma pesquisa clicando em uma das opções na parte inferior dos resultados da pesquisa. Por
exemplo, caso pesquise um arquivo na biblioteca Documentos, mas não consiga encontrá-lo,
você poderá clicar em Bibliotecas para expandir a pesquisa às demais bibliotecas.

Copiando e Movendo Arquivos e Pastas

De vez em quando, você pode querer alterar o local onde os arquivos ficam armazenados no
computador. Por exemplo, talvez você queira mover os arquivos para outra pasta ou copiá-los
para uma mídia removível (como CDs ou cartões de memória) a fim de compartilhar com outra
pessoa.
A maioria das pessoas copiam e movem arquivos usando um método chamado arrastar e soltar.
Comece abrindo a pasta que contém o arquivo ou a pasta que deseja mover. Depois, em uma
janela diferente, abra a pasta para onde deseja mover o item. Posicione as janelas lado a lado
na área de trabalho para ver o conteúdo de ambas.
Em seguida, arraste a pasta ou o arquivo da primeira pasta para a segunda. Isso é tudo.

Para copiar ou mover um arquivo, arraste-o de uma janela para outra

264 www.acasadoconcurseiro.com.br
Windows 7 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Ao usar o método arrastar e soltar, note que algumas vezes o arquivo ou a pasta é copiado e,
outras vezes, ele é movido. Se você estiver arrastando um item entre duas pastas que estão no
mesmo disco rígido, os itens serão movidos para que duas cópias do mesmo arquivo ou pasta
não sejam criadas no mesmo local. Se você estiver arrastando o item para um pasta que esteja
em outro local (como um local de rede) ou para uma mídia removível (como um CD), o item
será copiado.
A maneira mais fácil de organizar duas janelas na área de trabalho é usar a função Aero Snap
(ou Ajustar).
Se você copiar ou mover um arquivo ou pasta para uma biblioteca, ele será armazenado no
local de salvamento padrão da biblioteca. Para saber como personalizar o local de salvamento
padrão de uma biblioteca.
Outra forma de copiar ou mover um arquivo é arrastando-o da lista de arquivos para uma pasta
ou biblioteca no painel de navegação. Com isso, não será necessário abrir duas janelas distintas.

Arquivos e Extensões

Uma extensão de nome de arquivo é um conjunto de caracteres que ajuda Windows a entender
qual tipo de informação está em um arquivo e qual programa deve abri-lo. Ela é chamada de
extensão porque aparece no final do nome do arquivo, após um ponto. No nome de arquivo
meuarquivo.txt, a extensão é txt. Ela diz ao Windows que esse é um arquivo de texto que pode
ser aberto por programas associados a essa extensão, como WordPad ou Bloco de Notas.
Extensões de arquivos mais comuns:
Adobe Reader: *.pdf
Aplicativos Office: *.doc, *.docx, *.mdb, *.pps, *.ppt, *.pptx, *.xls, *.xlsx
Áudio e Vídeo: *.avi, *.mov, *.mp3, *.mp4, *.mpeg, *.wma, *.wmv
Backup: *.bak, *.bkf
Comprimidos / Zipados: *.rar, *.zip
E-mail: *.eml, *.msg, *.pst
Executáveis: *.bat, *.cmd, *.com, *.exe, *.msi
Fontes: *.ttf, *.otf
Imagem: *.bmp, *.jpg, *.jpeg, *.png, *.tif
Páginas Web: *.asp, *.htm, *.html, *.mht
Wordpad e Bloco de notas: *.rtf, *.txt

www.acasadoconcurseiro.com.br 265
Caracteres não Permitidos para Arquivos e Pastas
Caracteres relacionados a caminhos: | \ / : “
Caracteres curingas: * ?
Caracteres outros: < >

Criando Eenomeando e Excluindo Arquivos


O modo mais comum de criar novos arquivos é usando um programa. Por exemplo, você pode
criar um documento de texto em um programa de processamento de texto ou um arquivo de
filme em um programa de edição de vídeos.
Alguns programas criam um arquivo no momento em que são abertos. Quando você abre o
WordPad, por exemplo, ele inicia com uma página em branco. Isso representa um arquivo vazio
(e não salvo). Comece a digitar e quando estiver pronto para salvar o trabalho, clique no botão
Salvar . Na caixa de diálogo exibida, digite um nome de arquivo que o ajudará a localizar o
arquivo novamente no futuro e clique em Salvar.
Por padrão, a maioria dos programas salva arquivos em pastas comuns, como Meus Documentos
e Minhas Imagens, o que facilita a localização dos arquivos na próxima vez.
Se você criou o arquivo com o nome errado e deseja corrigir, pode fazer isso, de pelo menos
três formas diferentes. Para todas as opções, será necessário localizar o arquivo na pasta onde
ele foi gravado. Uma das opções é clicar no arquivo com o botão da direita do mouse e escolher
a opção Renomear. Se preferir, selecione o arquivo e pressione a tecla F2 no teclado, ou
selecione o arquivo e clique novamente sobre ele com o mouse. Diferentemente do Windows
XP, no Windows 7, o sistema operacional sugere que você altere somente o nome do arquivo, e
mantenha a mesma extensão.

Abrindo um Arquivo Existente


Para abrir um arquivo, clique duas vezes nele. Em geral, o arquivo é aberto no programa que
você usou para criá-lo ou alterá-lo. Por exemplo, um arquivo de texto será aberto no seu
programa de processamento de texto.
Mas nem sempre é o caso. O clique duplo em um arquivo de imagem, por exemplo, costuma
abrir um visualizador de imagens. Para alterar a imagem, você precisa usar um programa
diferente. Clique com o botão direito do mouse no arquivo, clique em “Abrir com” e no nome
do programa que deseja usar.

Ferramentas do Sistema

AS ferramentas do sistema podem ser localizadas diretamente através da opção Pesquisar ao


clicando no Menu Iniciar, Todos os Programas, Acessórios, Ferramentas do Sistema.

266 www.acasadoconcurseiro.com.br
Windows 7 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Limpeza de Disco
A Limpeza de Disco é uma forma conveniente de excluir arquivos que não são mais necessários
e liberar espaço no disco rígido do computador. Para liberar espaço no disco rígido, a Limpeza
de Disco localiza e remove arquivos temporários no computador quando você decide que não
os quer mais. Agendar a Limpeza de Disco para que seja executada regularmente evita que
você precise se lembrar de fazer isso.
Essa ferramenta só permite que você exclua arquivos que não sejam fundamentais para o
sistema operacional. Em termos gerais você pode selecionar todas as opções apresentadas.
Observe que no topo, aparece a quantidade de espaço em disco que pode ser liberada.

Com a Limpeza de Disco, também é possível entrar na ferramenta para desinstalação de


programas instalados ou limpar os pontos de restauração antigos, mantendo sempre o mais
recente.

Desfragmentador de Disco
Desfragmentação de disco é o processo de consolidação de dados fragmentados em um volume
(como um disco rígido ou um dispositivo de armazenamento removível) para que ele funcione
de forma mais eficiente.
A fragmentação ocorre em um volume ao longo do tempo à medida que você salva, altera
ou exclui arquivos. As alterações que você salva em um arquivo geralmente são armazenadas
em um local do volume diferente do arquivo original. Isso não muda o local em que o arquivo
aparece no Windows — apenas o local em que os pedaços de informações que compõem o
arquivo são armazenados no volume em si. Com o tempo, tanto o arquivo quanto o volume
em si se tornam fragmentados, e o computador fica mais lento por ter que procurar em locais
diferentes para abrir um único arquivo.
O Desfragmentador de Disco é uma ferramenta que reorganiza os dados no volume e reúne
dados fragmentados para que o computador trabalhe de forma mais eficiente. É executado

www.acasadoconcurseiro.com.br 267
por agendamento para que você não tenha que se lembrar de executá-lo, embora ainda seja
possível executá-lo manualmente ou alterar o agendamento usado.

A tela acima representa o agendamento padrão (todas quartas-feiras à 01 hora). Na interface


gráfica não há uma indicação se é necessário ou não rodar a ferramenta. A recomendação é de
executar o desfragmentador se o índice de fragmentação for superior a 10%.

Firewall do Windows
Firewall é um software ou hardware que verifica informações vindas da Internet ou de uma
rede, rejeitando-as ou permitindo que elas passem e entrem no seu computador, dependendo
das configurações definidas. Com isso, o firewall pode ajudar a impedir o acesso de hackers e
software mal-intencionado ao seu computador.
O Firewall do Windows vem incorporado ao Windows e é ativado automaticamente.

Como funciona um firewall

268 www.acasadoconcurseiro.com.br
Windows 7 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Se você executar um programa como o de mensagens instantâneas (Windows Live Messenger)


ou um jogo em rede com vários participantes que precise receber informações da Internet ou de
uma rede, o firewall perguntará se você deseja bloquear ou desbloquear (permitir) a conexão.
Se você optar por desbloquear a conexão, o Firewall do Windows criará uma exceção para que
você não se preocupe com o firewall quando esse programa precisar receber informações no
futuro.

Agendador de Tarefas
Agenda a execução automática de programas ou outras tarefas. Se você costuma usar um
determinado programa regularmente, poderá usar o Assistente de Agendador de Tarefas para
criar uma tarefa que abre o programa para você automaticamente de acordo com a agenda que
você escolher. Por exemplo, se você usa um programa financeiro em um determinado dia de
cada mês, poderá agendar uma tarefa que abra o programa automaticamente para que você
não corra o risco de esquecer.
Você deve estar com logon de administrador para executar essas etapas. Se não tiver efetuado
logon como administrador, você só poderá alterar as configurações que se aplicarem à sua
conta de usuário.

www.acasadoconcurseiro.com.br 269
Pontos de Restauração
O ponto de restauração é uma representação de um estado armazenado dos arquivos do
sistema de seu computador. Você pode usar um ponto de restauração para restaurar arquivos
do sistema do computador para um ponto anterior no tempo. Os pontos de restauração são
criados automaticamente pela Restauração do Sistema semanalmente e quando a Restauração
do Sistema detecta o começo de uma alteração no computador, como ao instalar um programa
ou driver.
Os backups de imagem do sistema armazenados em discos rígidos também podem ser usados
para Restauração do Sistema, assim como os pontos de restauração criados pela proteção do
sistema. Mesmo que os backups de imagem do sistema tenham seus arquivos de sistema e
dados pessoais, os seus arquivos de dados não serão afetados pela Restauração do Sistema.

A Restauração do Sistema pode ser configurada clicando no menu Iniciar, Painel de Controle,
Sistema, Proteção do Sistema e envolve também a funcionalidade chamada Versões Anteriores
dos Arquivos.

Instalação de Programas

A maneira como você adiciona um programa depende de onde estão localizados os arquivos
de instalação do programa. Normalmente, os programas são instalados de um CD ou DVD, da
Internet ou de uma rede.
Para instalar um programa de um CD ou DVD, insira o disco no computador e siga as instruções
na tela. Se você for solicitado a informar uma senha de administrador ou sua confirmação,
digite a senha ou forneça a confirmação.
Muitos programas instalados de CDs ou DVDs abrem um assistente de instalação do programa
automaticamente. Nesses casos, a caixa de diálogo Reprodução Automática será exibida e você
poderá optar por executar o assistente.

270 www.acasadoconcurseiro.com.br
Windows 7 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Se um programa não iniciar a instalação automaticamente, consulte as informações que


o acompanham. Elas provavelmente fornecerão instruções para instalar o programa
manualmente. Se não conseguir acessar as informações, você poderá navegar pelo disco e abrir
o arquivo de instalação do programa, normalmente chamado de Setup.exe ou Install.exe.
Para instalar um programa da Internet, no navegador da Web, clique no link do programa. Para
instalar o programa imediatamente, clique em Abrir ou Executar e siga as instruções na tela. Se
você for solicitado a informar uma senha de administrador ou sua confirmação, digite a senha
ou forneça a confirmação.
Para instalar o programa mais tarde, clique em Salvar e baixe o arquivo de instalação para o
computador. Quando estiver pronto para instalar o programa, clique duas vezes no arquivo e
siga as instruções na tela. Essa é uma opção mais segura, pois você pode verificar se há vírus no
arquivo de instalação antes de continuar.
Para desinstalar um programa utilize o ícone “Programas e recursos” do Painel de Controle.
Selecione o programa e clique na opção “Desinstalar”.
Observação: Ao baixar e instalar programas da Internet, assegure-se de que confia no
fornecedor do programa e no site que o está oferecendo.

Introdução à Impressão
Você pode imprimir praticamente qualquer coisa no Windows: documentos, imagens, páginas
da Web ou emails.

O que é DPI?
DPI (Dots per Inch, pontos por polegada) é uma medida de resolução de uma impressora. O
DPI determina a nitidez e o detalhamento do documento ou da imagem. É um dos pontos
importantes a serem avaliados ao comprar uma nova impressora.

Impressoras a Jato de Tinta


As impressoras a jato de tinta respingam pontos de tinta sobre a página para reproduzir texto
e imagens. Esse tipo de impressora é muito popular por ser relativamente barato. Há ainda
muitos outros modelos disponíveis, incluindo os criados especificamente para a impressão de
fotos coloridas.
E as desvantagens? As impressoras a jato de tinta são mais lentas (medição em páginas por
minuto) do que as impressoras a laser e exigem substituição regular do cartucho de tinta.

Impressora a jato de tinta

www.acasadoconcurseiro.com.br 271
Impressoras a Laser
As impressoras a laser usam toner, uma substância fina em pó, para reproduzir texto e
elementos gráficos. Elas podem imprimir em preto e branco ou colorido, embora os modelos
coloridos sejam geralmente mais caros. Uma impressora a laser que imprime apenas em preto
e branco pode ser chamada de impressora monocromática.
As impressoras a laser geralmente têm bandejas de papel maiores do que as impressoras a
jato de tinta, de modo que não é preciso adicionar papel com tanta frequência. Elas também
imprimem mais rápido (mais páginas por minuto) do que a maioria das impressoras a jato de
tinta. Além disso, os cartuchos de toner de impressoras a laser normalmente duram mais.
Dependendo do seu volume de impressão, pode ser mais econômico comprar uma impressora
a laser.

Impressora a laser

Impressoras Multifuncionais
Uma das categorias de maior crescimento entre as impressoras é a Multifuncional (MFP),
também chamadas de impressoras tudo em um (AIO – All in one). Como o nome já diz, são
dispositivos que fazem tudo: imprimem, digitalizam fotos, fazem fotocópias e até mesmo
enviam fax.
Qual é a diferença entre AIO e MFP? Normalmente, nenhuma. Porém, alguns dispositivos
vendidos como impressoras multifuncionais são maiores e criados para uso em escritórios.
Independentemente disso, o apelo comercial dos modelos multifuncionais é a conveniência.
Operações que normalmente exigiam três equipamentos agora podem ser feitas em apenas
um. Outra vantagem: alguns recursos, como a fotocópia, não exigem uma conexão com um
computador.

Multifuncional

272 www.acasadoconcurseiro.com.br
Windows 7 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Conectando a sua Impressora


As impressoras são feitas para serem conectadas a um computador executando o Windows
de maneiras diferentes, dependendo do modelo e de estarem sendo usadas em ambiente
doméstico ou comercial.
Estes são alguns dos tipos de conexão mais comuns:

Impressoras com Fio


Estes dispositivos se conectam por meio de um cabo e uma porta no computador.
A maioria das impressoras domésticas possui um conector USB, embora alguns modelos
antigos se conectem a portas paralelas ou seriais. Em um computador comum, a porta paralela
normalmente é indicada por “LPT1” ou por um pequeno ícone de impressora.
Quando você conecta uma impressora USB, o Windows tenta identificá-la e instalar o software
(chamado de driver) automaticamente para que ela funcione com seu computador.
O Windows foi projetado para reconhecer centenas de impressoras automaticamente.
Entretanto, você deve sempre consultar as instruções que acompanham a sua impressora;
algumas impressoras exigem a instalação de software do fabricante antes de serem conectadas.

Impressoras sem Fio


Uma impressora sem fio se conecta a um computador usando ondas de rádio através da
tecnologia Bluetooth ou Wi-Fi.
Para conectar uma impressora Bluetooth, pode ser necessário adicionar um adaptador
Bluetooth ao computador. A maioria dos adaptadores Bluetooth se conecta a uma porta USB.
Quando você conecta o adaptador e liga a impressora Bluetooth, o Windows tenta instalá-la
automaticamente ou pede que você a instale. Se o Windows não detectar a impressora, você
poderá adicioná-la manualmente.

Impressoras Locais X Impressoras de Rede


Uma impressora que se conecta diretamente a um computador é chamada de impressora
local. Enquanto a que se conecta diretamente a uma rede como um dispositivo autônomo é
chamada, naturalmente, de impressora de rede.

Imprimindo no Windows
O Windows conta com diversos métodos de impressão. O método escolhido depende do que
você quer imprimir.

www.acasadoconcurseiro.com.br 273
Escolhendo Opções de Impressão
Frente e verso ou somente um lado. Monocromático ou colorido. Orientação paisagem ou
retrato. Essas são apenas algumas das opções disponíveis ao imprimir.
A maioria das opções encontra-se na caixa de diálogo Imprimir, que você pode acessar no menu
Arquivo em quase todos os programas.

A caixa de diálogo Imprimir no WordPad

As opções disponíveis e também como elas são selecionadas no Windows dependem do


modelo da impressora e do programa utilizado. Para obter informações específicas, consulte
a documentação que acompanha a impressora ou o software. (Para acessar algumas opções,
talvez você precise clicar em um link ou botão chamado “Preferências”, “Propriedades” ou
“Opções Avançadas” na caixa de diálogo Imprimir.)
Aqui está uma lista das opções de impressão mais comuns e o que elas significam:
•• Seleção da impressora. A lista de impressoras disponíveis. Em alguns casos, também é
possível enviar documentos como fax ou salvá-los como documentos XPS.
•• Intervalo de páginas. Use vírgulas ou hifens para selecionar páginas ou um intervalo
específico de páginas. Por exemplo, digite 1, 4, 20-23 para imprimir as páginas 1, 4, 20, 21,
22 e 23.
A opção Seleção imprime apenas o texto ou os elementos gráficos selecionados em um
documento. Página Atual imprime apenas a página atualmente exibida.
•• Número de cópias. Imprima mais de uma cópia do documento, imagem ou arquivo. Marque
a caixa de seleção Agrupar para imprimir todo o documento antes de passar para a próxima
cópia.
•• Orientação da página. Também chamada de layout da página. Escolha entre uma página na
vertical (Retrato) ou uma página na horizontal (Paisagem).
•• Tamanho do papel. Selecione tamanhos de papel diferentes.
•• Saída ou fonte de papel. Também chamada de destino de saída ou bandeja de papel.
Selecione uma bandeja de papel. Isso é principalmente útil se você carregar cada bandeja
com um tamanho de papel diferente.
•• Impressão em frente e verso. Também chamada de impressão duplex ou dos dois lados.
Selecione essa opção para imprimir nos dois lados de uma folha.
•• Imprimir em cores. Escolha entre impressão preto e branco e colorida.

274 www.acasadoconcurseiro.com.br
Windows 7 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Gerenciando Dispositivos e Impressoras


Quando você quiser visualizar todos os dispositivos conectados ao seu computador, usar
um deles ou solucionar o problema de um que não esteja funcionando corretamente, abra
Dispositivos e Impressoras.
Em Dispositivos e Impressoras, você pode realizar várias tarefas que variam de acordo com o
dispositivo. Estas são as principais tarefas que você pode realizar:
•• Adicionar uma impressora ou dispositivo de rede ou sem fio ao computador.
•• Visualizar todos os dispositivos e impressoras externos conectados ao computador.
•• Verificar se um determinado dispositivo está funcionando corretamente.
•• Visualizar informações sobre os seus dispositivos, como marca, modelo e fabricante,
incluindo informações detalhadas sobre os recursos de sincronização de um celular ou
outro dispositivo móvel.
•• Realizar tarefas com um dispositivo.

Gerenciando Documentos Esperando a Impressão


Quando você imprime um documento, ele segue para a fila de impressão, onde é possível exibir,
pausar e cancelar a impressão, além de outras tarefas de gerenciamento. A fila de impressão
mostra o que está sendo impresso e o que está aguardando para ser impresso. Ela também
fornece informações úteis como o status da impressão, quem está imprimindo o que e quantas
páginas ainda faltam.

www.acasadoconcurseiro.com.br 275
A fila de impressão

Configurações Básicas do Windows

Neste tópico trabalharemos com as configurações de Resolução de Tela, Cores, Fontes,


Aparência, Segundo plano, Protetor de Tela. Todas estas funções podem ser acessadas pelos
menos de duas formas diferentes. Clicando com o botão da direita do mouse sobre uma
área vazia da área de Trabalho, Personalizar ou no Painel de Controle, Categoria Aparência e
Personalização, Personalização.

Resolução de Tela
Resolução de tela se refere à clareza com que textos e imagens são exibidos na tela. Em
resoluções mais altas, como 1600 x 1200 pixels, os itens parecem mais nítidos. Também
parecem menores, para que mais itens possam caber na tela. Em resoluções mais baixas, como
800 x 600 pixels, cabem menos itens na tela, mas eles parecem maiores.
A resolução que você pode usar depende das resoluções a que seu monitor oferece suporte.
Os monitores CRT normalmente têm resolução de 800 × 600 ou 1024 × 768 pixels e funcionam
bem em resoluções diferentes. Monitores LCD (também chamados de monitores de tela plana)
e telas de laptop geralmente oferecem suporte a resoluções mais altas e funcionam melhor em
uma resolução específica.
Quanto maior o monitor, normalmente maior é a resolução a que ele oferece suporte. Poder ou
não aumentar a resolução da tela depende do tamanho e da capacidade do monitor e do tipo
de placa de vídeo instalada.

Temas (Cores, Sons, Segundo Plano e Proteção de Tela)


Você pode alterar a cor das molduras da janela, o Menu Iniciar, a barra de tarefas e muito mais.
Um tema é uma combinação de imagens, cores e sons em seu computador. Ele inclui um plano
de fundo de área de trabalho, uma proteção de tela, uma cor de borda de janela e um esquema
de som. Alguns temas podem também incluir ícones de área de trabalho e ponteiros de mouse.
Quando clica em um tema novo, você altera a combinação de imagens, cores e sons em seu
computador. Cada tema pode inclui uma cor de janela diferente.

276 www.acasadoconcurseiro.com.br
Windows 7 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Painel de Controle

Você pode usar o Painel de Controle para alterar as configurações


do Windows. Essas configurações controlam quase tudo a respeito
do visual e do funcionamento do Windows, e você pode usá-las
para configurar o Windows da melhor forma para você. Existem
duas formas de visualizar os ícones: Por categoria ou por Ícones, e estes podem ser grandes ou
pequenos. A quantidade de ícones varia de computador para computador, pois depende dos
programas instalados. Em termos gerais há entre 40 e 50 ícones e estes são distribuídos em
8 categorias: Sistema e Segurança, Rede e Internet, Hardware e Sons, Programas, Contas de
Usuário, Aparência e Personalização, Facilidade de Acesso e Relógio Idioma e Região.

Principais Ícones do Painel de Controle


Backup e Restauração – Função idêntica a clicar no Menu Iniciar, Todos os Programas, Acessórios,
Ferramentas do Sistema e escolher a opção “Backup”. Utilizado para criar os backups e fazer as
restaurações. A ferramenta permite fazer dois tipos de backups: Arquivos e pastas específicos
ou Cópia de todo o Sistema Operacional.
Barra de Tarefas e Menu Iniciar – Função idêntica a clicar com botão da direita na Barra de
Tarefas e escolher a opção “Propriedades”. Neste item, é possível alterar as configurações da
Barra de Tarefas e do Menu Iniciar, conteúdo já abordado nesta apostila.
* Central de Ações – Função idêntica a clicar na “bandeirinha” da Área de Notificação e escolher
“Abrir Central de Ações”. Esse ícone ativa a ferramenta que o Windows utiliza para notificar ao
usuário eventuais problemas e sugerir configurações de segurança e manutenção.

www.acasadoconcurseiro.com.br 277
* Central de Facilidade de Acesso – Apresenta as ferramentas de acessibilidade como: Lupa,
Teclado Virtual, Narrador e Configuração de Alto Contraste. Também aparecem opções para
ajustar a configuração do vídeo, mouse e teclado para usuários com dificuldades motoras ou
visuais.
* Central de Rede e Compartilhamento – Utilizado para realizar as configurações de rede com
fio, rede sem fio (Wireless), e ativar o compartilhamento de recursos em uma rede.
** Contas de Usuários – Tem duas principais funções: Gerenciar as contas dos usuários e
Configurar o UAC (Controle de Conta de Usuário). O gerenciamento de usuários, permite entre
outras coisas, a criação de novos usuários (Padrão ou Administrador), Alteração da figura do
usuário que aparece na Tela de Boas Vindas e Alteração ou criação da Senha. UAC é uma nova
funcionalidade do Windows 7 (não existia no Windows XP) que notificará antes que sejam feitas
alterações no computador que exijam uma permissão no nível de administrador. A configuração
de UAC padrão o notificará quando programas tentarem fazer alterações no computador, mas
você pode alterar a frequência com que o UAC o notifica. Existe quatro níveis de configuração,
de baixo para cima (na tela de configuração) a segurança vai aumentando. A primeira desativa
a funcionalidade do UAC, a segunda irá notificar o usuário quando um programa tentar fazer
alguma alteração, sem deixar a Área de Trabalho bloqueada, a terceira é a configuração padrão,
também notifica sobre alterações e bloqueia a Área de Trabalho quando houver solicitação
de consentimento. A quarta e última configuração, notifica o usuário para qualquer alteração
sugerida por programas ou pelo próprio usuário.
Data e Hora – Função idêntica a clicar no relógio na Área de Notificação e escolher a opção
“Alterar configurações de data e hora”. É possível alterar a data e hora do Windows, ajustar
o fuso horário, configurar se o computador irá modificar o relógio automaticamente para o
horário de verão e incluir relógios adicionais para outros fusos horários. Não há opção para
ocultar o relógio.
Dispositivos e Impressoras – Função idêntica a clicar no Menu Iniciar e escolher a opção
“Dispositivos e Impressoras”. Item discutido anteriormente nessa apostila.
Firewall do Windows – Utilizado para gerenciar o Firewall do Windows. Item discutido
anteriormente nessa apostila
Fontes – Permite incluir ou remover fontes do Windows. Item discutido anteriormente nessa
apostila
Gadgets da Área de Trabalho – Função idêntica a clicar com o botão da direita na Área de
Trabalho e escolher a opção “Gadgets”. Permite incluir novos Gadgets que já estão instalados
ou fazer download de novos.
Gerenciador de Credenciais – Permite salvar ou excluir senhas previamente salvas. As senhas
são salvas em um “cofre” e isso facilita a acesso a sites que exigem senha. A senha pode ser
gravada e toda vez que for feito acesso ao site, o usuário não precisará digitá-las novamente,
pois o Windows irá apresentar as credenciais gravadas no cofre.
* Gerenciador de Dispositivos – Com esse ícone é possível visualizar e alterar os componentes
de hardware instalados no computador. As impressoras são os únicos equipamentos que não
aparecerem nesta ferramenta.

278 www.acasadoconcurseiro.com.br
Windows 7 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Ícones da Área de Notificação – Função idêntica a clicar com o botão da direita na Área de
Notificação e escolher a opção Propriedades. Item discutido anteriormente nessa apostila
* Informações e Ferramentas de Desempenho - Permite verificar o Índice de Experiência do
Windows. É uma nota atribuída ao computador baseado na configuração do hardware. A nota
vai de 1,0 até 7,9). A nota geral é sempre baseada na menor nota dos 5 componentes.
Mouse – Permite alterar algumas configurações do mouse como inverter os botões, definir a
velocidade para o duplo clique, escolher a função da Roda (Scroll) entre outras.
* Opções da Internet – Função idêntica a clicar em Ferramentas e escolher a Opções de Internet
dentro do Internet Explorer. Os detalhes são abordados no conteúdo relacionado ao Internet
Explorer.
* Opções de Energia – Apresenta ao usuário as opções para gerenciamento de energia e
também opções em relação à bateria para notebooks. O Windows traz três planos de energia,
Equilibrado (padrão), Economia de energia e Alto desempenho (vem oculto). Em cada um destes
planos existem inúmeras configurações, como: Esmaecer vídeo (somente notebooks), Desligar
vídeo, Suspender atividade do computador e Ajustar brilho do plano (somente notebooks).
Opções de Indexação – Traz opções de configuração do Pesquisar (Windows Search) para incluir
outros locais e novos tipos de arquivos a serem indexados e então, trazer mais rapidamente os
resultados das pesquisas do Windows.
Opções de Pasta – Função idêntica a clicar Organizar e escolher a opção “Opções de pasta e
pesquisa” no Windows Explorer. Neste item podemos fazer diversas configurações no Windows
Explorer. As mais comuns são utilizadas na guia “Modo de Exibição” e são elas: “Ocultar as
extensões dos tipos de arquivos conhecidos” e “Mostrar arquivos, pastas e unidades ocultas”.
* Personalização – Permite alteração nas configurações da Área de Trabalho como Temas, Plano
de Fundo, Proteção de Tela, Ícones da Área de Trabalho entre outros.
** Programas e Recursos – Esse ícone possibilita a ativação ou desativação do componentes
no Windows e a desinstalação de programas instalados. Por exemplo, o Internet Explorer que
vem com o Windows 7 é um componente, e não um programa. Desta forma, para retirá-lo do
computador é necessário desativar o recurso Internet Explorer.
* Programas Padrão – Função idêntica a clicar no Menu Iniciar e escolher a opção “Programas
Padrão”. Utilizado para escolher o programa que irá ser utilizado, quando um documento ou
link for aberto. Por exemplo, ao clicar em um arquivo com e extensão .doc, pode-se definir o
Microsoft Word ou o BrOffice Writer para abrir esse arquivo.
* Recuperação – Função idêntica a clicar no Menu Iniciar, Todos os Programas, Acessórios,
Ferramentas do Sistema e escolher a opção “Restauração do Sistema”. Utilizado para solucionar
diversos problemas do sistema, permitindo restaurar o computador a um estado anterior.
* Região e Idioma – Permite configurações do formato de data, hora e moeda e configuração
do layout do teclado (configurar o teclado com ou sem a letra Ç).
** Sistema – Ícone bastante importante pois traz várias informações. Permite identificar
a edição do Windows 7 (Started, Home Basic entre outras e o tipo de sistema: 32bits ou 64
bits), permite identificar se o computador pertence à uma rede corporativa ou rede doméstica
(domínio ou grupo de trabalho), traz informações sobre a quantidade de memória RAM e o

www.acasadoconcurseiro.com.br 279
nome do processador. Nesse ícone também temos acesso ao “Gerenciador de Dispositivos”
(traz uma lista de todos os componentes de hardware instalados no computador), ou
“Configurações remotas” (local onde se configura a Assistência Remota e Área de Trabalho
Remota, configurações que definem se o acesso remoto será permitido ou não e os usuários
que terão acesso), “Proteção do sistema” (gerenciamento das configurações da Recuperação
do Sistema, abordado anteriormente nesta apostila) e “Configurações Avançadas do sistema”
(onde existem configurações relacionadas à Desempenho, Perfis do Usuário e Inicialização e
Recuperação).
Soluções de Problemas – Permite verificar a funcionalidade de “Programas”, “Hardware e
Sons”, “Rede e Internet” e “Sistema e Segurança”. Para cada um destes 4 componentes existem
assistentes que irão conduzir o usuário para testar os itens relacionados.
Som – Ícone bem simples que contém apenas informações sobre os dispositivos de áudio e
permite testar o alto-falante e o microfone.
Teclado – Permite ajustar configurações relacionadas ao teclado como o tratamento para
repetições de caracteres, e a intermitência com que o cursor fica piscando. Não é neste ícone
que se altera o layout do teclado, isso é feito no ícone “Região e Idioma”.
Telefone e Modem – Mostra os modens instalados no computador e permite definir o código
de área (051 para Porto Alegre) e outras regras de discagem (tecla para discagem externa e
outros).
Vídeo – Traz a opção de aumentar o tamanho de todos os itens da Área de Trabalho de 100%
para 125% e eventualmente 150%. Também apresenta atalhos para os itens “Ajustar resolução”,
“Calibrar a cor”, “Alterar configurações de vídeo” e “Ajustar texto ClearType”.
* Windows Defender – O Windows 7 já vem com uma ferramenta de anti-spyware instalada,
que se chama Windows Defender. Nesse ícone podemos fazer as configurações da ferramenta.
* Windows Update – O Windows Update é o nome do processo de atualização do sistema
operacional, Nesse ícone, pode-se ativar ou desativar a instalação das atualizações e também
definir a agenda de instalação das mesmas.

280 www.acasadoconcurseiro.com.br
Informática

Microsoft Word 2010

O Microsoft Word é um programa de processamento de texto, projetado para ajudá-lo a


criar documentos com qualidade profissional. Com as melhores ferramentas de formatação
de documento, o Word o ajuda a organizar e escrever seus documentos com mais eficiência.
Ele também inclui ferramentas avançadas de edição e revisão para que você possa colaborar
facilmente com outros usuários.

Janela Inicial do Word 2010

A nova interface de usuário do Office Fluent no Word 2010 parece muito diferente da interface
do usuário do Word 2003. Os menus e as barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa
de Opções e pelo modo de exibição Backstage. Para os novos usuários do Word, a interface é
muito intuitiva. Para os usuários do Word mais experientes, a interface requer um pouco de
reaprendizado.
A nova Faixa de Opções, um componente da interface do usuário do Office Fluent, agrupa suas
ferramentas por tarefa, e os comandos usados com mais frequência estão facilmente acessíveis.
No Word 2010, você pode até personalizar essa Faixa de Opções para que os comandos usados
com frequência fiquem juntos.

1. As guias são projetadas para serem orientadas a


tarefas.
2. Os grupos dentro de cada guia dividem uma tarefa
em subtarefas.
3. Os botões de comando em cada grupo executam
um comando ou exibem um menu de comandos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 281
A nova interface do usuário do Office Fluent orientada a resultados apresenta as ferramentas,
de uma forma clara e organizada, quando você precisa delas:
•• Economize tempo e faça mais com os recursos avançados do Word selecionando em
galerias de estilos predefinidos, formatos de tabela, formatos de lista, efeitos gráficos e
mais.
•• A interface do usuário do Office Fluent elimina o trabalho de adivinhação quando você
aplica formatação ao documento. As galerias de opções de formatação proporcionam
uma visualização dinâmica da formatação no documento antes de você confirmar uma
alteração.

Microsoft Office Backstage


A Faixa de Opções contém um conjunto de comandos de trabalho em um documento, enquanto
o modo de exibição do Microsoft Office Backstage é o conjunto de comandos que você usa para
fazer algo para um documento.
Abra um documento e clique na guia Arquivo para ver o modo de exibição Backstage. O
modo de exibição Backstage é onde você gerencia seus documentos e os dados relacionados
a eles — criar, salvar e enviar documentos, inspecionar documentos em busca de dados
ocultos ou informações pessoais, definir opções de ativação ou desativação de sugestões de
preenchimento automático, e muito mais.
A guia Arquivo substitui o Botão Microsoft Office (versão 2007) e o menu Arquivo usado nas
versões anteriores (2003, por exemplo) do Microsoft Office e está localizada no canto superior
esquerdo dos programas do Microsoft Office 2010.

Ao clicar na guia Arquivo, você vê muitos dos mesmos comandos básicos que via quando clicava
no Botão Microsoft Office ou no menu Arquivo nas versões anteriores do Microsoft Office.
Você encontrará Abrir, Salvar e Imprimir, bem como uma nova guia modo de exibição Backstage
chamada Salvar e Enviar, que oferece várias opções de compartilhamento e envio de
documentos.

282 www.acasadoconcurseiro.com.br
Word: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Salvar e Salvar Como


Você pode usar os comandos Salvar e Salvar Como para armazenar seu trabalho e pode ajustar
as configurações que o Microsoft Word usa para salvar os documentos.
Por exemplo, se o documento for para o seu uso pessoal e você nunca espera abri-lo em uma
versão anterior do Microsoft Word, você pode usar o comando Salvar.
Se você quiser compartilhar o documento com pessoas que usem um software diferente do
Microsoft Word 2010 ou do Microsoft Office Word 2007 ou se você planeja abrir o documento
em outro computador, será necessário escolher como e onde salvar o documento.

Se você salvar o documento no formato de arquivo padrão .docx, os usuários do Microsoft


Word 2003, Word 2002 e Word 2000 terão de instalar o Pacote de Compatibilidade do
Microsoft Office para Formatos de Arquivo Open XML do Word, Excel e PowerPoint para abrir
o documento. Como alternativa, você pode salvar o documento em um formato que possa
ser aberto diretamente nas versões anteriores do Word — mas a formatação e layout que
dependem dos novos recursos do Word 2010 podem não estar disponíveis na versão anterior
do Word.

1. Clique na guia Arquivo.


2. Clique em Salvar Como.
3. Na caixa Nome do arquivo, digite o nome do documento e clique em Salvar.
4. Na lista Salvar como tipo, clique em Documento do Word 97-2003. (Isso altera o formato
do arquivo para .doc.)
5. Digite um nome para o documento e, em seguida, clique em Salvar.

Salvar um documento em formatos de arquivo alternativos


Se você estiver criando um documento para outras pessoas, poderá torná-lo legível e não
editável ou torná-lo legível e editável. Se quiser que um documento seja legível, mas não
editável, salve-o como arquivo PDF ou XPS ou salve-o como uma página da Web. Se quiser

www.acasadoconcurseiro.com.br 283
que o documento seja legível e editável, mas preferir usar um formato de arquivo diferente de
.docx ou .doc, poderá usar formatos como texto simples (.txt), Formato Rich Text (.rtf), Texto
OpenDocument (.odt) e Microsoft Works (.wps).
PDF e XPS são formatos que as pessoas podem ler em uma variedade de softwares disponíveis.
Esses formatos preservam o layout de página do documento.
Páginas da Web: As páginas da Web são exibidas em um navegador da Web. Esse formato
não preserva o layout da página do seu documento. Quando alguém redimensionar a janela
do navegador, o layout do documento será alterado. Você pode salvar o documento como
uma página da Web convencional (formato HTML) ou como uma página da Web de arquivo
único (formato MHTML). Com o formato HTML, quaisquer arquivos de suporte (tais como
imagens) são armazenados em uma pasta separada que é associada ao documento. Com o
formato MHTML, todos os arquivos de suporte são armazenados junto com o documento em
um arquivo.

Abrir um novo documento e começar a digitar


1. Clique na guia Arquivo.

2. Clique em Novo.
3. Clique duas vezes em Documento em branco.

Iniciar um Documento de um Modelo (DOTX)

O site Modelos no Office.com oferece modelos para vários tipos de documentos, incluindo
currículos, folhas de rosto, planos de negócios, cartões de visita.
1. Clique na guia Arquivo.

2. Clique em Novo.
3. Em Modelos Disponíveis, siga um destes procedimentos:
•• Clique em Modelos de Exemplo para selecionar um modelo disponível em seu
computador.
•• Clique em um dos links no Office.com.
4. Clique duas vezes no modelo que você deseja.

284 www.acasadoconcurseiro.com.br
Word: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Informações
A guia Informações exibirá comandos, propriedades e metadados diferentes, dependendo do
estado do documento e onde ele está armazenado. Os comandos da guia Informações pode
incluir Check-in, Check-out e Permissões.
Os comandos do modo de exibição Backstage serão realçados dependendo do quanto for
importante para o usuário notar e interagir com eles. Por exemplo, Permissões na guia
“Informações” é realçado em vermelho quando as permissões definidas no documento podem
limitar a edição.

Guia Página Inicial (Word 2010)


A Guia Página Inicial contempla várias ferramentas, que em tese são as mais utilizadas, dividida
em 5 grupos:
Fonte;
Área de Transferência;
Estilo;
Parágrafo;
Edição.

Área de Transferência
A Área de Transferência do Office permite que você colete texto e itens gráficos de qualquer
quantidade de documentos do Office ou outros programas para, em seguida, colá-los em
qualquer documento do Office. Por exemplo, você pode copiar parte do texto de um documento
do Microsoft Word, alguns dados do Microsoft Excel, uma lista com marcadores do Microsoft
PowerPoint ou texto do Microsoft Internet Explorer, voltando para o Word e organizando alguns
ou todos os itens coletados em seu documento do Word.
A Área de Transferência do Office funciona com os comandos Copiar e Colar padrão. Basta
copiar um item para a Área de Transferência do Office para adicioná-lo à sua coleção (24 itens).
Depois, cole-o em qualquer documento do Office a qualquer momento. Os itens coletados
permanecerão na Área de Transferência do Office até que você saia dele.

Você pode acessar os comandos de Recortar (CTRL + X), Copiar


(CTRL + C) e Colar (CTRL + V) no Grupo Área de Transferência
da guia Inicio.
Para acessar o painel da área de transferência clique no canto
inferior direito do grupo Área de Transferência.

www.acasadoconcurseiro.com.br 285
1. Selecione o texto ou o gráfico que possui o formato que você deseja copiar.

Observação: Se quiser copiar a formatação de texto, selecione uma parte de um pa-


rágrafo. Se quiser copiar a formatação do texto e do parágrafo, selecione um parágrafo
inteiro, incluindo a marca de parágrafo (indicada com a opção ).

2. Na guia Página Inicial, no grupo Área de Transferência, clique em Pincel.


O ponteiro muda para um ícone de pincel.

Observação: Clique duas vezes no botão Pincel se deseja alterar o formato de várias
seleções no seu documento.

3. Selecione o texto ou o gráfico que deseja formatar.


4. Para interromper a formatação, pressione ESC.

Fonte
A formatação de fontes poderá ser feita através do Grupo Fonte da guia Página Inicial no Word
2010.

Efeitos de Texto: Aplicar um efeito visual ao texto selecionado, como sombra, brilho ou
reflexo.
A maioria das formatações de fonte você encontrará no canto inferior direito do Grupo Fonte
através do iniciador da caixa de diálogo.

286 www.acasadoconcurseiro.com.br
Word: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Cuidado principalmente com os efeitos de subscrito/sobrescrito e de Caixa Alta (Versalete) e


TODAS EM MAIÚSCULAS, pois costumam cair em muitas provas.

Veja que são poucas as diferenças entre o Word 2003 e o 2010 na formatação de fonte, algumas
diferenças relevantes são as guias e especialmente os efeitos de texto que foram aprimorados.

Parágrafo

www.acasadoconcurseiro.com.br 287
A caixa de diálogo Formatar Parágrafo permite personalizar o alinhamento, o recuo, o
espaçamento de linhas, as posições e as guias da parada de tabulação e as quebras de linha e
de parágrafo dentro dos parágrafos selecionados.

A guia “Recuos e Espaçamento” permite personalizar o alinhamento, o recuo e o espaçamento


de linha dos parágrafos selecionados.

Geral
Aqui você pode definir o alinhamento dos parágrafos:
À Esquerda: O caractere à extrema esquerda de cada linha é alinhado à margem esquerda e
a borda direita de cada linha fica irregular. Esse é o alinhamento padrão para parágrafos com
direção do texto da esquerda para a direita.
Centro: O centro de cada linha de texto é alinhado ao ponto médio das margens direita e
esquerda da caixa de texto e as bordas esquerda e direita de cada linha ficam irregulares.
À Direita: O caractere à extrema direita de cada linha é alinhado à margem direita e a borda
esquerda de cada linha fica irregular. Esse é o alinhamento padrão para parágrafos com direção
do texto da direita para a esquerda.
Justificado: O primeiro e o último caracteres de cada linha (exceto o último) são alinhados às
margens esquerda e direita e as linhas são preenchidas adicionando ou retirando espaço entre
e no meio das palavras. A última linha do parágrafo será alinhada à margem esquerda, se a
direção do texto for da esquerda para a direita, ou à margem direita, se a direção do texto for
da direita para a esquerda.

Recuo
O recuo determina a distância do parágrafo em relação às margens esquerda ou direita da caixa
de texto. Entre as margens, você pode aumentar ou diminuir o recuo de um parágrafo ou de
um grupo de parágrafos. Também pode criar um recuo negativo (também conhecido como

288 www.acasadoconcurseiro.com.br
Word: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

recuo para a esquerda), o que recuará o parágrafo em direção à margem esquerda, se a direção
do texto estiver definida como da esquerda para a direita, ou em direção à margem direita, se a
direção do texto estiver definida como da direita para a esquerda.
Margens e recuos são elementos diferentes dentro de um texto do Word. As margens
determinam a distância entre a borda do papel e o início ou final do documento. Já os recuos
determinam a configuração do parágrafo dentro das margens que foram estabelecidas para o
documento. Podemos determinar os recuos de um parágrafo através da régua horizontal ou do
grupo Parágrafo.
Existem na régua, dois conjuntos de botões de recuo, um do lado direito, que marca o recuo
direito de parágrafo e outro do lado esquerdo (composto por três elementos bem distintos)
que marcam o recuo esquerdo de parágrafo.
O deslocamento destes botões deve ser feito pelo clique do mouse seguido de arrasto. Seu
efeito será sobre o parágrafo onde o texto estiver posicionado ou sobre os parágrafos do texto
que estiver selecionado no momento.
Movendo-se o botão do recuo direito de parágrafo, todo limite direito do parágrafo será
alterado:

Já no recuo esquerdo é preciso tomar cuidado com as partes que compõem o botão. O Botão
do recuo esquerdo é composto por 3 elementos distintos:
•• Botão de entrada de parágrafo ou recuo especial na 1º linha.
•• Botão de Deslocamento do recuo esquerdo, com exceção da 1º linha
•• Botão de Deslocamento do recuo esquerdo, mantendo a relação entre a entrada do
parágrafo e as demais linhas.
Lembre-se que o deslocamento dos botões é válido para o parágrafo em que está posicionado
o cursor ou para os parágrafos do texto selecionado. Assim, primeiro seleciona-se o texto para
depois fazer o movimento com os botões de recuos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 289
Espaçamento entre Linhas
O espaçamento entre linhas determina a quantidade de espaço vertical entre as linhas do texto
em um parágrafo. O espaçamento entre parágrafos determina o espaço acima ou abaixo de um
parágrafo. Quando você pressiona ENTER para começar um novo parágrafo, o espaçamento é
atribuído ao próximo parágrafo, mas você pode alterar as configurações de cada parágrafo.
No Microsoft Word 2010, o espaçamento padrão para a maioria dos conjuntos de Estilos
Rápidos é de 1,15 entre linhas e 10 pontos após cada parágrafo. O espaçamento padrão em
documentos do Office Word 2003 é de 1,0 entre linhas e nenhuma linha em branco entre
parágrafos.

1. Espaçamento entre linhas de 1,0 e nenhum espaço entre parágrafos.


2. Espaçamento entre linhas de 1,15 e 10 pontos após um parágrafo.

290 www.acasadoconcurseiro.com.br
Word: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Alterar o espaçamento entre linhas em uma parte do documento


1. Selecione os parágrafos em que deseja alterar o espaçamento entre linhas.
2. Na guia Página Inicial, no grupo Parágrafo, clique em Espaçamento entre Linhas.

3. Siga um destes procedimentos:


•• Clique no número de espaçamentos entre linha que deseja.
Por exemplo, clique em 1,0 para usar um espaçamento simples com o espaçamento
usado em versões anteriores do Word. Clique em 2,0 para obter um espaçamento
duplo no parágrafo selecionado. Clique em 1,15 para usar um espaçamento simples
com o espaçamento usado no Word 2010.
•• Clique em Opções de Espaçamento entre Linhas e selecione as opções desejadas
em Espaçamento. Consulte a lista de opções disponíveis a seguir para obter mais
informações.

Opções de espaçamento entre as linhas


Simples: Essa opção acomoda a maior fonte nessa linha, além de uma quantidade extra de
espaço. A quantidade de espaço extra varia dependendo da fonte usada.
1,5 linha: Essa opção é uma vez e meia maior que o espaçamento de linha simples.
Duplo: Essa opção é duas vezes maior que o espaçamento de linha simples.
Pelo menos: Essa opção define o mínimo de espaçamento entre as linhas necessário para
acomodar a maior fonte ou gráfico na linha.
Exatamente: Essa opção define o espaçamento entre linhas fixo, expresso em pontos. Por
exemplo, se o texto estiver em uma fonte de 10 pontos, você poderá especificar 12 pontos
como o espaçamento entre linhas.
Múltiplos: Essa opção define o espaçamento entre linhas que pode ser expresso em números
maiores que 1. Por exemplo, definir o espaçamento entre linhas como 1,15 aumentará o espaço
em 15%, enquanto definir o espaçamento entre linhas como 3 aumentará o espaço em 300%
(espaçamento triplo).

Quebras de Linha e de PÁGINA


Esta guia permite controlar como as linhas em um parágrafo são formatadas em caixas de texto
vinculadas ou entre colunas.

www.acasadoconcurseiro.com.br 291
Controle de linhas órfãs/viúvas As viúvas e órfãs são linhas de texto isoladas de um parágrafo
que são impressas na parte superior ou inferior de uma caixa de texto ou coluna. Você pode
escolher evitar a separação dessas linhas do restante do parágrafo.
•• Linha órfã: a primeira linha de um parágrafo que fica sozinha na folha anterior.
•• Linha viúva: a última linha de um parágrafo que fica sozinha na folha seguinte.
Manter com o próximo Essa caixa de seleção manterá um ou mais parágrafos selecionados
juntos em uma caixa de texto ou uma coluna.
Manter linhas juntas Essa caixa de seleção manterá as linhas de um parágrafo juntas em uma
caixa de texto ou uma coluna.
Quebrar página antes Esta opção insere uma quebra de página no parágrafo selecionado.

Tabulação
Para determinarmos o alinhamento do texto em relação ao tabulador é preciso primeiro
selecionar o tipo de tabulador a partir do símbolo que existe no lado esquerdo da régua
horizontal.

Cada clique dado sobre este símbolo fará com que ele assuma uma das posições de alinhamento
que existem para tabuladores.

Determine a posição do tabulador antes de inseri-lo no texto. Após determinar o alinhamento


do tabulador clique uma vez sobre o ponto da régua onde ele deverá aparecer.
Além dos tabuladores, existe ainda uma Barra, que pode ser colocada entre as colunas e as
posições de recuo esquerdo, que podem ser fixadas pela Régua Horizontal. Acrescenta uma
Barra no texto no ponto em que foi acionado. Nenhum efeito de tabulação ou marcação de
deslocamento é feito. Trata-se apenas de um elemento visual que pode ser inserido no texto do
Word (através dele pode-se criar, por exemplo, bordas que separam os diversos tabuladores).

Definir paradas de tabulação usando a caixa de diálogo Tabulações


Se você deseja que sua tabulação pare em posições precisas que não podem ser obtidas
clicando na régua, ou se deseja inserir um caractere específico (de preenchimento) antes da
tabulação, pode usar a caixa de diálogo Tabulações.
Para exibir a caixa de diálogo Tabulações, clique duas vezes em qualquer parada de tabulação
na régua ou faça o seguinte:

292 www.acasadoconcurseiro.com.br
Word: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

1. Clique duas vezes na régua ou clique na guia Layout


de Página, clique no Iniciador da Caixa de Diálogo
Parágrafo e clique em Tabulações.

2. Em Posição da parada de tabulação, digite o local onde


você deseja definir a parada de tabulação.

3. Em Alinhamento, clique no tipo de parada de tabulação


desejado.

4. Para adicionar pontos na parada de tabulação, ou para


adicionar outro tipo de preenchimento, clique na opção
desejada em Preenchimento.

5. Clique em Definir.

6. Repita as etapas de 2 a 5 para adicionar outra parada de


tabulação ou clique em OK.

Criar uma lista numerada ou com marcadores


Você pode adicionar com rapidez marcadores ou números a linhas de texto existentes, ou o
Word pode automaticamente criar listas à medida que você digita.
Por padrão, se você iniciar um parágrafo com um asterisco ou um número 1., o Word
reconhecerá que você está tentando iniciar uma lista numerada ou com marcadores. Se não
quiser que o texto se transforme em uma lista, clique no botão Opções de AutoCorreção
que aparece.

Listas: um ou vários níveis


Crie uma lista de apenas um nível ou uma lista de vários níveis para mostrar listas em uma lista.
Ao criar uma lista numerada ou com marcadores, você pode seguir um destes procedimentos:
•• Usar a Biblioteca de Marcadores e a Biblioteca de Numeração convenientes: Use os
formatos padrão de marcador e numeração para listas, personalize listas ou selecione
outros formatos na Biblioteca de Marcadores e na Biblioteca de Numeração.

www.acasadoconcurseiro.com.br 293
•• Formatar marcadores ou números: Formate marcadores ou números de maneira
diferente da usada no texto de uma lista. Por exemplo, clique em um número ou altere
a cor do número para a lista inteira, sem alterar o texto da lista.

•• Usar imagens ou símbolos: Crie uma lista com marcadores de imagens para tornar um
documento ou uma página da Web visualmente mais interessante.

Mover uma lista inteira para a esquerda ou direita

1. Clique em um marcador ou número na lista para realçá-la.


2. Arraste a lista para um novo local.
A lista inteira será movida à medida que você arrastar. Os níveis de numeração não são
alterados.

Transformar uma lista de um nível em uma lista de vários níveis


Você pode transformar uma lista existente em uma lista de vários níveis alterando o nível
hierárquico dos itens da lista.

1. Clique em um item que você deseja mover para um nível diferente.


2. Na guia Página Inicial, no grupo Parágrafo, clique na seta ao lado de Marcadores ou
Numeração, clique em Alterar Nível da Lista e, em seguida, clique no nível desejado.

294 www.acasadoconcurseiro.com.br
Word: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Estilo

Um estilo é um conjunto de características de formatação, como nome da fonte, tamanho,


cor, alinhamento de parágrafo e espaçamento. Alguns estilos incluem até mesmo borda e
sombreamento.
Por exemplo, em vez de seguir três etapas separadas para formatar seu título como 16 pontos,
negrito, Cambria, você pode conseguir o mesmo resultado em uma única etapa aplicando o
estilo Título 1 incorporado. Não é preciso se lembrar das características do estilo Título 1. Para
cada rubrica no seu documento, basta clicar no título (você nem mesmo precisa selecionar
todo o texto) e clicar em Título 1 na galeria de estilos.

Se você decidir que quer subtítulos, use o estilo interno Título 2.

1. Os Estilos Rápidos da galeria de estilos foram criados para trabalhar juntos. Por exemplo, o
Estilo Rápido Título 2 foi criado para parecer subordinado ao Estilo Rápido Título 1.
2. O texto do corpo do seu documento é automaticamente formatado com o Estilo Rápido
Normal.
3. Estilos Rápidos podem ser aplicados a parágrafos, mas você também pode aplicá-los a
palavras individuais e caracteres. Por exemplo, você pode enfatizar uma frase aplicando o
Estilo Rápido Ênfase.
4. Quando você formata o texto como parte de uma lista, cada item da lista é automaticamente
formatado com o Estilo Rápido Lista de Parágrafos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 295
Se mais tarde você decidir que gostaria que os títulos tenham uma aparência diferente, altere
os estilos Título 1 e Título 2, e o Word atualizará automaticamente todas as suas instâncias no
documento. Você também pode aplicar um conjunto de Estilo Rápido diferente ou um tema
diferente para mudar a aparência dos títulos sem fazer alterações aos estilos.
Os estilos internos (Título 1, Título 2, etc.) oferecem outros benefícios, também. Se você usar os
estilos internos de título, o Word poderá gerar uma tabela de conteúdos automaticamente. O
Word também usa os estilos internos de título para fazer a Estrutura do documento, que é um
recurso conveniente para mover-se através de documentos longos.

Edição
No Word 2010, com o Painel de Navegação, você pode localizar-se rapidamente em documentos
longos, reorganizar com facilidade seus documentos arrastando e soltando seções em vez de
copiar e colar além de localizar conteúdo usando a pesquisa incremental, para que não seja
preciso saber exatamente o que está procurando para localizá-lo.

No Word 2010 é possível:


•• Mover-se entre títulos no documento clicando nas partes do mapa do documento.
•• Recolher níveis da estrutura de tópicos para ocultar cabeçalhos aninhados, para que você
possa trabalhar facilmente com o mapa mesmo em documentos longos, profundamente
estruturados e complicados.
•• Digitar texto na caixa de pesquisa para encontrar o lugar instantaneamente.
•• Arrastar e soltar títulos no documento para reorganizar a estrutura. Você também pode
excluir, recortar ou copiar títulos e seu conteúdo.
•• Facilmente promover ou rebaixar um título específico, ou um título e todos os seus títulos
aninhados, para cima ou para baixo dentro da hierarquia.

296 www.acasadoconcurseiro.com.br
Word: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

•• Adicionar novos títulos ao documento para criar uma estrutura de tópicos básica ou inserir
novas seções sem ter que rolar o documento.
•• Ficar atento ao conteúdo editado por outras pessoas procurando os títulos que contêm um
indicador de coautoria.
•• Ver miniaturas de todas as páginas do documento e clicar nelas para me mover pelo
documento.

Localizar (CTRL+L)
Permite a localização de texto, fonte, tipo parágrafo, idioma, quadro, estilo, realce e caracteres
especiais.

Substituir (CTRL+U)
Substitui texto, fonte, parágrafo, idioma, quadro, estilo, realce e caracteres especiais.

Ir Para (Alt+CTRL+G)
Permite ir para uma determinada página, seção, linha, indicador, nota de rodapé, nota de fim,
tabela, etc.

www.acasadoconcurseiro.com.br 297
Guia Layout de Página

Formatar Colunas

Sempre que se formata um texto em colunas o próprio Word se


encarrega de colocar quebras de seções entre as partes que dividem
o documento. Na Guia Layout da Página encontra-se a opção colunas.
Sua janela possibilita ao usuário modificar alguns dos critérios de
formatação das colunas, como a distância entre elas e o seu tamanho.

Configurar Página
A formatação de página define como ficará o documento ativo com relação ao tamanho da
folha e a posição do texto dentro dela (margens direita, esquerda, superior inferior, etc.).

298 www.acasadoconcurseiro.com.br
Word: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Alterar margens da página


As margens da página são o espaço em branco em volta das
bordas da página. Em geral, você insere texto e elementos
gráficos na área imprimível entre as margens. Quando você
alterar as margens de um documento de página, alterará o
local onde texto e gráficos aparecem em cada página.
Para configurar página no Word 2010:

1. Na guia Layout da Página, no grupo Configurar Página,


clique em Margens. A galeria de Margens aparece.
2. Clique no tipo de margem que deseja aplicar.

Se o documento contiver várias seções, o tipo de margem novo só será aplicada à seção atual.
Se o documento contiver várias seções e você tiver várias seções selecionadas, o tipo da nova
margem será aplicada a cada seção que você escolheu.

Observação: Para alterar as margens padrão, depois de selecionar uma nova margem
clique em Margens Personalizadas e, em seguida, clique em Avançada. Na caixa de
diálogo Configurar Página, clique no botão Configurar Como Padrão. As novas confi-
gurações padrão serão salvas no modelo no qual o documento é baseado. Cada novo
documento baseado nesse modelo automaticamente usará as novas configurações de
margem.

www.acasadoconcurseiro.com.br 299
Guia Inserir

Cabeçalhos e Rodapés
Abrir Cabeçalhos e Rodapés
Use um dos três métodos:
•• Clique duas vezes na área do cabeçalho e rodapé do documento.
•• Clique com o botão direito na área do cabeçalho ou rodapé e clique Editar Cabeçalho.
•• Clique na guia Inserir e no grupo Cabeçalho e Rodapé, clique Cabeçalho, Rodapé ou
Número de Página e insira um estilo de uma destas galerias. Que abrem cabeçalhos e
rodapés.

Fechar Cabeçalhos e Rodapé


Use um dos dois métodos
•• Clique duas vezes no corpo do documento.
•• Na guia Design, clique em Fechar cabeçalho e rodapé

Inserir Conteúdo Usando o Estilo das Galerias


As galerias contém conteúdo preexistente que foi posicionado, formatado, projetado e que
contém controles e campos.

1. Clique na fui Inserir.


2. No grupo Cabeçalho e Rodapé, clique em Cabeçalho, Rodapé ou Número de Página.
3. Para números de páginas, aponte para uma posição na página e isso abrirá a galeria.
4. Na galeria Cabeçalho, Rodapé ou Número de Página, clique em um estilo para aplicá-
lo e preencha os conteúdos conforme apropriado. Quando um estilo é aplicado, a guia
Ferramentas de Design de Cabeçalho e Rodapé abre com mais comandos para suportar
criação, navegação e edição.

Editar Propriedades do Documento


Para atualizar ou editar propriedades dos documentos com informações atuais, para os seus
cabeçalhos e rodapés. Siga esses passos.

1. Clique na guia Arquivo.


2. Na guia Info, clique na seta próxima à Propriedades, à direita da janela.
3. Clique em Propriedades Avançadas.
4. Na guia Resumo, preencha a informação desejada.
Quando você usa as Propriedades do Documento ou Campo no menu Partes Rápidas, o
Word irá buscar informações para os controles e campos Autor, Empresa e Título.
5. Clique OK para fechar a caixa de diálogo Propriedades e clique em Arquivo para fechar a
guia.

300 www.acasadoconcurseiro.com.br
Word: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Formatar o Número de Páginas ou Alterar o Número Inicial


Para alterar as configurações padrão para número de páginas no documento:

1. Na guia Inserir ou na guia Design com Ferramentas de Cabeçalho e Rodapé, clique Número
de página, e clique em Formatar número de páginas.

2. Altere o formato do número ou o número inicial e clique em OK.


Dica para documentos com seções múltiplas: Posicione o cursor na seção desejada e complete
os passos acima.

Quebras
As quebras podem ser de página, coluna, linha ou seções. Para inserir uma quebra basta acionar
o botão de comando Quebras no Grupo Configurar Página na Guia Layout.
Ao acionarmos o botão quebras serão exibidas as opções de quebras de página como segue:
Teclas de atalho:
Quebra de página (CTRL+ENTER);
Quebra de coluna (CTRL+SHIFT+ENTER);
Quebra automática de linha (SHIFT+ENTER).

www.acasadoconcurseiro.com.br 301
A quebra de página também poderá ser acionada através do botão de comando Quebra de
Página localizado no Grupo Páginas na Guia Inserir.

As Quebras de Seções
É possível usar quebras de seção para alterar o layout ou a formatação de uma página ou de
páginas do documento. Por exemplo, você pode definir o layout de uma página em coluna
única como duas colunas. Pode separar os capítulos no documento para que a numeração de
página de cada capítulo comece em 1. Também pode criar um cabeçalho ou rodapé diferente
para uma seção do documento.

1. Seção formatada como coluna única.


2. Seção formatada como duas colunas.
As quebras de seção são usadas para criar alterações de layout ou formatação em uma parte do
documento. Você pode alterar os seguintes elementos de seções específicas:
•• Margens;
•• Tamanho ou orientação do papel;
•• Fonte do papel para uma impressora;
•• Bordas da página;
•• Alinhamento vertical de um texto em uma página;
•• Cabeçalhos e rodapés;
•• Colunas;
•• Numeração de página;
•• Numerar linhas;
•• Numeração de nota de rodapé e de nota de fim.

Tipos de Quebra de Seção


Próxima Página
O comando Próxima Página insere uma quebra de seção e inicia a nova seção na próxima
página.

Esse tipo de quebra de seção é especialmente útil para iniciar novos capítulos em um
documento.

302 www.acasadoconcurseiro.com.br
Word: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Contínuo
O comando Contínuo insere uma quebra de seção e inicia a nova seção na mesma página.

Uma quebra de seção contínua é útil para criar uma alteração de formatação, como um número
diferente de colunas em uma página.

Páginas Pares ou Páginas Ímpares


O comando Páginas Pares ou Páginas Ímpares insere uma quebra de seção e inicia a nova seção
na próxima página de número par ou ímpar.

Se você quiser que os capítulos do seu documento sempre comecem em uma página par ou em
uma página ímpar, use a opção de quebra de seção Páginas pares ou Páginas ímpares.

Tabelas

Inserir uma tabela

1. Clique em Tabela, em Tabelas, na guia Inserir.

Arraste para selecionar o número de linhas e colunas necessárias para a tabela que você criará.
Clique na guia Layout em Ferramentas de Tabela.

www.acasadoconcurseiro.com.br 303
Clique em Inserir Acima, em Linhas e Colunas, para inserir uma linha acima da célula em que
você clicou.

Se você clicar em Inserir Abaixo, Inserir à Esquerda ou Inserir à Direita, uma linha ou coluna
será inserida na posição especificada.

Se você quiser excluir uma linha ou coluna, clique em uma das células que pertencem à linha
ou coluna que deseja excluir.
Clique na guia Layout em Ferramentas de Tabela.

Clique em Excluir, em Linhas e Colunas, e clique em Excluir Linhas para excluir a linha.

Se você clicar em Excluir Colunas, a coluna será excluída.

Se você clicar em Excluir Células, a caixa de diálogo Excluir Células será exibida.
Clique em um método de modo a deslocar as células restantes após uma célula selecionada ser
excluída a partir da caixa de diálogo Excluir Células e clique em OK para excluir uma célula.

304 www.acasadoconcurseiro.com.br
Word: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

5. Se desejar mesclar as células, arraste as células que deseja mesclar.

Clique na guia Layout em Ferramentas de Tabela.

Clique em Mesclar Células, em Mesclar, para mesclar as células.

Guia Exibição
Guia composta pelos grupos Modos de Exibição de Documento, Mostrar, Zoom, Janela e
Macros.

Grupo Modos de Exibição de Documentos: Alterna formas como o documento pode ser
exibido:
Layout de Impressão, Leitura em Tela, Layout da Web, Estrutura de Tópicos e Rascunho.

www.acasadoconcurseiro.com.br 305
Grupo Mostrar: Ativa ou desativa a régua, linhas de grade e Painel de Navegação.

Régua: Exibe ou oculta as réguas horizontal e vertical.


Linhas de grade: Ativa linhas horizontais e verticais que podem ser usadas para alinhar objetos.
Painel de Navegação: Ativa/desativa um painel a esquerda do documento mostrando a sua
estrutura permitindo a navegação.
Grupo Zoom: Permite especificar o nível de zoom de um documento.

Guia Revisão

Ativar ou desativar o controle de alterações


No Word 2010 você pode personalizar a barra de status para adicionar um indicador que avise
quando o controle de alterações está ativado ou não. Quando o recurso Controlar Alterações
está ativado, você pode ver todas as alterações feitas em um documento. Quando estiver
desativado, você pode fazer alterações em um documento sem marcar o que mudou.

Ativar o controle de alterações


•• Na guia Revisão, no grupo Controle, clique na imagem de Controlar Alterações.

Para adicionar um indicador de controle de alterações na barra de status, clique com o botão
direito do mouse na barra de status e clique em Controlar Alterações. Clique no indicador
Controlar Alterações na barra de status para ativar ou desativar o controle de alterações.

Desativar o controle de alterações


Quando você desativa o controle de alterações, pode revisar o documento sem marcar as
alterações. A desativação do recurso Controle de Alterações não remove as alterações já
controladas.

Importante: Para remover alterações controladas, use os comandos Aceitar e Rejeitar na


guia Revisar, no grupo Alterações.

306 www.acasadoconcurseiro.com.br
Word: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

•• Na guia Revisão, no grupo Controle, clique na imagem de Controlar Alterações.

Verificação de Ortografia e Gramática (7)


Por padrão, o Microsoft Word verifica ortografia e gramática ao digitar, usando sublinhado
ondulado vermelho para indicar possíveis problemas de ortografia e sublinhado ondulado
verde para indicar possíveis problemas gramaticais. Contudo, quando desejado, você pode
realizar a verificação de toda a ortografia e gramática de uma só vez.
Na guia Revisão, no grupo Revisão de Texto, clique em Ortografia e Gramática.

Dica Você pode acessar esse comando rapidamente adicionando-o à Barra de Ferramentas
de Acesso Rápido clicando com o botão direito do mouse no botão Ortografia e Gramática e
depois clicando em Adicionar à Barra de Tarefas de Acesso Rápido no menu de atalho.

Você pode corrigir a ortografia e a gramática diretamente no documento enquanto a caixa de


diálogo Verificar Ortografia e Gramática estiver aberta. Digite a correção no documento e, em
seguida, clique em Reiniciar na caixa de diálogo Verificar Ortografia e Gramática.
Para obter uma explicação detalhada de um erro gramatical clique em Explicar na caixa de
diálogo Verificar ortografia e gramática.

www.acasadoconcurseiro.com.br 307
Ignorar texto durante uma verificação de ortografia e gramática

1. Selecione o texto que você não deseja verificar.


2. No menu Ferramentas, aponte para Idioma e, em seguida, clique em Definir idioma.
3. Marque a caixa de seleção Não verificar ortografia ou gramática.

Outras maneiras de corrigir a Ortografia e Gramática:


•• Clique com o botão direito em uma palavra sublinhada de ondulado vermelho ou verde e,
em seguida, selecione o comando ou a alternativa de ortografia que deseja.
•• O ícone Mostra o status da verificação de ortografia e gramática. Quando o Word faz a
verificação de erros, uma caneta animada aparece sobre o livro. Se nenhum erro for
encontrado, será exibida uma marca de seleção. Se um erro for encontrado, será exibido
um "X". Para corrigir o erro, clique duas vezes nesse ícone. Nesse ícone também é possível,
clicando com o botão secundário do mouse, desabilitar a correção automática do texto
durante a digitação, tanto de ortografia quanto gramática.

Definir preferências gerais para o Word verificar ortografia e gramática

1. Na caixa de diálogo: Verificar Ortografia e Gramática, clique em Opções e, em seguida,


clique em Revisão de texto.
2. Em Ortografia ou em Gramática, selecione as opções desejadas.

Impressão
Nos programas do Microsoft Office 2010, agora você visualizar e imprimir arquivos do Office
em um único local: na guia Imprimir do modo de exibição do Microsoft Office Backstage.
Na guia Imprimir, as propriedades de sua impressora padrão aparecem automaticamente na
primeira seção e a visualização do seu documento aparece automaticamente na segunda seção.
Clique na guia Arquivo e em Imprimir.

308 www.acasadoconcurseiro.com.br
Word: Versão 2007 e 2010 – Informática – Prof. Márcio Hunecke

Para voltar ao seu documento e fazer alterações antes de imprimi-la, clique na guia Arquivo, se
as propriedades de sua impressora e seu documento forem exibidas conforme desejado, clique
em Imprimir.
Para alterar as propriedades da impressora, sob o nome da impressora, clique em Propriedades
da Impressora.

Selecionar Texto e Elementos Gráficos com o Mouse

Para selecionar: Faça o Seguinte:


Qualquer quantidade de texto Arraste sobre o texto.
Uma palavra Clique duas vezes na palavra ou duas vezes F8.
Um elemento gráfico Clique no elemento gráfico.
Mova o ponteiro para a esquerda da linha até que ele assuma a
Uma linha de texto
forma de uma seta para a direita e clique.
Mova o ponteiro para a esquerda das linhas até que ele assuma
Várias linhas de texto a forma de uma seta para a direita e arraste para cima ou para
baixo.
Mantenha pressionada a tecla CTRL e clique em qualquer lugar
Uma frase
da frase ou três vezes F8.
Mova o ponteiro para a esquerda do parágrafo até que ele assuma
a forma de uma seta para a direita e clique duas vezes. Você
Um parágrafo
também pode clicar três vezes em qualquer lugar do parágrafo
ou quatro vezes F8.

www.acasadoconcurseiro.com.br 309
Mova o ponteiro para a esquerda dos parágrafos até que ele
Vários parágrafos assuma a forma de uma seta para a direita, clique duas vezes e
arraste para cima ou para baixo.
Clique no início da seleção, role até o fim da seção, mantenha
Um bloco de texto grande
pressionada a tecla SHIFT e clique.
Mova o ponteiro para a esquerda de qualquer texto do documento
até que ele assuma a forma de uma seta para a direita e clique
Um documento inteiro
três vezes ou com a tecla CTRL pressionada clique apenas uma
vez ou cinco vezes F8.
Pressione e conserve pressionada a tecla ALT e inicie a seleção do
Um bloco vertical de texto
texto desejado.

Selecionar Textos e Elementos Gráficos com o Teclado

Selecione o texto mantendo pressionada a tecla SHIFT e pressionando a tecla que move o ponto
de inserção.

Para estender uma seleção: Pressione:


Um caractere para a direita SHIFT+SETA À DIREITA
Um caractere para a esquerda SHIFT+SETA À ESQUERDA
Até o fim ou início da próxima palavra CTRL+SHIFT+SETA À DIREITA
Até o início de uma palavra CTRL+SHIFT+SETA À ESQUERDA
Até o fim de uma linha SHIFT+END
Até o início de uma linha SHIFT+HOME
Uma linha para baixo SHIFT+SETA ABAIXO
Uma linha para cima SHIFT+SETA ACIMA
Até o fim de um parágrafo CTRL+SHIFT+SETA ABAIXO
Até o início de um parágrafo CTRL+SHIFT+SETA ACIMA
Uma tela para baixo SHIFT+PAGE DOWN
Uma tela para cima SHIFT+PAGE UP
Até o início de um documento CTRL+SHIFT+HOME
Até o final de um documento CTRL+SHIFT+END

Nota: A partir da versão Word XP 2002, é possível a seleção de blocos alternados de texto
utilizando o mouse em combinação com a tecla CTRL que deverá ser pressionada durante todo
o processo de seleção.

310 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Professor André Vieira

www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
DESTINATÁRIOS DO ART. 5º:

I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

www.acasadoconcurseiro.com.br 313
TORTURA – ART. 5º, III e LIII
III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

DIREITO DE OPINIÃO
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano
material, moral ou à imagem;

LIBERDADE DE CRENÇA RELIGIOSA

VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício


dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias;
VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades
civis e militares de internação coletiva;

VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de


convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em
lei; (ver artigo 15, inciso IV).

DIREITO DE EXPRESSÃO
IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença;

INVIOLABILIDADE DA INTIMIDADE, DA VIDA PRIVADA, DA HONRA E DA IMAGEM


X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante
o dia, por determinação judicial;

314 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Prof. André Vieira

Durante
o dia
Exceções
Regra:

Durante
Cuidado!

a noite

SIGILO DE CORRESPONDÊNCIA E DE COMUNICAÇÃO

XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das


comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;

Só será autorizada por ordem judicial nos seguintes casos:


Interceptação

1
Telefônica

www.acasadoconcurseiro.com.br 315
XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer;
XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando
necessário ao exercício profissional;

LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO
XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa,
nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

DIREITO DE REUNIÃO E ASSOCIAÇÃO XV a XXI


XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

ASSOCIAÇÃO

XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

PROPRIEDADE

XXII – é garantido o direito de propriedade;


XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou
utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro,
ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela
família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

316 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Prof. André Vieira

A indenização deverá ser

Justa

Prévia

Em dinheiro
Pequena propriedade rural

PROPRIEDADE INTELECTUAL

XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de


suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e
voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de
que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e
associativas;
XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua
utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos
nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
desenvolvimento tecnológico e econômico do País;

www.acasadoconcurseiro.com.br 317
XXX – é garantido o direito de herança;
XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei
pessoal do de cujus;
XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade
e do Estado;
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou
abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento
de situações de interesse pessoal;

PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE JURISDICIONAL - ACESSO À JUSTIÇA


XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

Tribunal
do Júri

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE - ANTERIORIDADE


XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

318 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Prof. André Vieira

PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL


XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;

CRIMES

XLII – a prática do racismo constitui crime INAFIANÇÁVEL e IMPRESCRITÍVEL, sujeito à pena


de reclusão, nos termos da lei;
XLIII – a lei considerará crimes INAFIANÇÁVEIS e INSUSCETÍVEIS DE GRAÇA OU ANISTIA
a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os
que, podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV – constitui crime INAFIANÇÁVEL e IMPRESCRITÍVEL a ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

CRIMES INAFIANÇÁVEL IMPRESCRITÍVEL INSUSCETÍVEIS


RACISMO
AGA
TORTURA
TRÁFICO
TERRORISMO
HEDIONDO

Considerações

www.acasadoconcurseiro.com.br 319
PENAS

XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o


dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores
e contra eles executadas, ATÉ O LIMITE DO VALOR DO PATRIMÔNIO TRANSFERIDO;

XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:


a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;

Recepciona Não recepciona

XLVII – não haverá penas:


a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;

XLVIII – a pena será cumprida em ESTABELECIMENTOS DISTINTOS, de acordo com a


NATUREZA DO DELITO, a IDADE e o SEXO do apenado;

320 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Prof. André Vieira

A CONSTITUIÇÃO FEDERAL

XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

L – às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos
durante o período de amamentação;

EXTRADIÇÃO

LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum,


praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

Brasileiro nato Não será extraditado

Antes / depois Depois

www.acasadoconcurseiro.com.br 321
PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL – XXXVII e LIII
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela AUTORIDADE COMPETENTE;

PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL


LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

TEORIA DOS FRUTOS DA ÁRVORE ENVENENADA – FRUITS OF THE POISONOUS


TREE
LVI – são inadmissíveis, no processo, AS PROVAS OBTIDAS POR MEIOS ILÍCITOS;

PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA


LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;

322 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Prof. André Vieira

LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses
previstas em lei;

LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo
legal;
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade
ou o interesse social o exigirem;

PRESO

LXI – ninguém será PRESO senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada
de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;

PRISÃO

LXII – a PRISÃO de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados


imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

www.acasadoconcurseiro.com.br 323
PRESO

LXIII – o PRESO será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado,
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV – o PRESO tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;

PRISÃO

LXV – a PRISÃO ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;


LXVI – ninguém será levado à PRISÃO ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;
LXVII – não haverá PRISÃO civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;

REMÉDIOS CRIADOS PELA CF/1988

MSC

HD MI

324 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Prof. André Vieira

REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público;
LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;

LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora


torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
LXXII – conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter
público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial
ou administrativo;
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

AJIG – Assistência Jurídica Integral e Gratuita


LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos;
LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além
do tempo fixado na sentença;

www.acasadoconcurseiro.com.br 325
CHEGOU A MINHA VEZ!!!
LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;

326 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Prof. André Vieira

LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania.

LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do


processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm APLICAÇÃO IMEDIATA.
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta CONSTITUIÇÃO NÃO EXCLUEM OUTROS
DECORRENTES DO REGIME E DOS PRINCÍPIOS POR ELA ADOTADOS, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais SOBRE DIREITOS HUMANOS que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos
dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha
manifestado adesão.

Considerações

www.acasadoconcurseiro.com.br 327
Considerações

328 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Prof. André Vieira

CAPÍTULO III
DA SEGURANÇA PÚBLICA
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é
exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, através dos seguintes órgãos:

DA SEGURANÇA PÚBLICA
Objetivos

I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.

Órgãos federais de
segurança pública

Órgãos estaduais de
segurança pública

§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e


mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a:" (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de
bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas
públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual
ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando
e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas
respectivas áreas de competência;

www.acasadoconcurseiro.com.br 329
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e
estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias
federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e
estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias
federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º - às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a
competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto
as militares.
§ 5º - às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos
corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de
atividades de defesa civil.
§ 6º - As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do
Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do
Distrito Federal e dos Territórios.
§ 7º - A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança
pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.
§ 8º - Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens,
serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo
será fixada na forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de
2014)
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades
previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos
órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma
da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

330 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

CAPÍTULO IV § 1º A lei a que se refere o inciso VII, do pa-


DO SISTEMA DE rágrafo único, do art. 18, criara órgãos espe-
cíficos e especializados para:
SEGURANÇA PÚBLICA
a) executar as atividades técnicas e cientifi-
Art. 101. A Segurança Pública, dever do Estado, cas de realização de perícias criminais, mé-
direito e responsabilidade de todos, é exercida dico-legais e identificação civil e criminal;
para preservação da ordem pública, da incolu-
midade das pessoas e do patrimônio e assegu- b) proceder à apuração dos atos infracio-
ramento da liberdade e das garantias individu- nais praticados por menores, obedecido o
ais através dos seguintes órgãos permanentes: disposto na legislação federal;

I – Polícia Civil; c) vistoriar e matricular veículos, bem como


realizar exames de habilitação de conduto-
II – Polícia Militar; res de veículos, organizando e mantendo
III – Corpo de Bombeiros Militar. cadastro próprio, na forma da legislação fe-
deral;
§ 1º As atividades de Segurança Pública se-
rão organizadas em sistema, na forma da § 2º O órgão com as atribuições a que se re-
lei. fere a alínea “a”, do parágrafo anterior, terá
plena independência técnica e cientifica,
§ 2º Cabe ao Governador do Estado, asses- sendo dirigido privativamente por médico-
sorado por um Conselho de Defesa Social, o -legista ou perito- criminal, ocupante do úl-
estabelecimento da Política de defesa social timo nível da carreira, que participará obri-
e a coordenação das ações de Segurança gatoriamente do Conselho de Defesa Social.
Pública.
§ 3º A direção do órgão setorial incumbido
Art. 102. A Polícia Civil, a Polícia Militar e o Cor- das atribuições de identificação civil e crimi-
po de Bombeiros Militar, integrantes da Secre- nal será de livre escolha do Chefe do Poder
taria de Estado responsável pela defesa social, Executivo, entre os ocupantes de cargos de
regular-se-ão por estatutos próprios que esta- nível superior, do quadro de pessoal policial
belecerão a organização, garantias, direitos e civil do Estado.
deveres de seus integrantes, estruturando-os
em carreira, tendo por princípio a hierarquia e § 4º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 6º da
a disciplina. Emenda Constitucional nº 16, de 4 de junho
de 1999).
Art. 103. À Polícia Civil, dirigida por Delegado de
Polícia, ocupante do último nível da carreira, in- § 5º O cargo de Delegado de Polícia Civil,
cumbem, privativamente, ressalvada a compe- privativo de bacharel em Direito, integra as
tência da União: carreiras jurídicas típicas de Estado. (Acres-
cido pelo art. 1º da Emenda Constitucional
I – as funções de Polícia Judiciária e a apura- nº 39, de 10 de abril de 2014.)
ção de infrações penais, exceto as militares;
Art. 104. As atividades de manutenção da or-
II – a repressão da criminalidade; dem e segurança interna dos estabelecimentos
penais serão definidas em lei.

www.acasadoconcurseiro.com.br 331
Art. 105. A polícia Militar, força auxiliar e reser- § 2º (SUPRIMIDO) (Suprimido pelo art. 1º
va do Exército, cabe com exclusividade a polícia da Emenda Constitucional nº 4, de 22 de ju-
ostensiva e a preservação da ordem pública; e lho de 1994).
ao Corpo de Bombeiros Militar, também força
auxiliar e reserva do Exército, cabe a execução Parágrafo único. Os Comandantes Gerais da
das atividades da defesa civil, além de outras Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Mi-
atribuições definidas em Lei. (Redação alterada litar serão nomeados em comissão pelo Go-
pelo art. 1º da Emenda Constitucional nº 4, de vernador do Estado entre os oficiais da ativa
22 de julho de 1994). do último posto de cada Corporação.

§ 1º (SUPRIMIDO) (Suprimido pelo art. 1º


da Emenda Constitucional nº 4, de 22 de ju-
lho de 1994).

332 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Professor Giuliano Tamagno

www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a


União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Consti-
tuição.
§ 1º Brasília é a Capital Federal.
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou rein-
tegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexa-
rem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da po-
pulação diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei com-
plementar.
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei
estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de
consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulga-
ção dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento
ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na
forma da lei, a colaboração de interesse público;
II – recusar fé aos documentos públicos;
III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

CONCEITO DE:

FORMA DE GOVERNO: República (FOGO) – Em ciência política, chama-se forma de governo (ou
sistema político) o conjunto de instituições políticas por meio das quais um Estado se organiza
a fim de exercer o seu poder sobre a sociedade. Tendo em mente a dificuldade em classificar-se
as formas de governo, estas são tradicionalmente categorizadas em: Monarquia – República –
Anarquia (Ausência de estado).
SISTEMA DE GOVERNO: Presidencialismo (SIGO)

www.acasadoconcurseiro.com.br 335
Em ciência política, o sistema de governo é a maneira pela qual o poder político é dividi-
do e exercido no âmbito de um Estado. O sistema de governo varia de acordo com o grau
de separação dos poderes, indo desde a separação estrita entre os poderes legislativo e
executivo(presidencialismo), de que é exemplo o sistema de governo dos Estados Unidos, até a
dependência completa do governo junto ao legislativo (parlamentarismo), caso do sistema de
governo do Reino Unido.
FORMAS DE ESTADO – FEDERAÇÃO (F + E): As formas de Estado são maneira pela qual o Estado
organiza sua população, o território e estrutura o seu poder relativamente a outros de igual
espécie.

1. Formas de Estado
De acordo com a classificação doutrinária, existem três formas de Estado, quais sejam o Estado
Federal, o Estado Unitário e o Estado Confederado, o Brasil adotou a forma de Estado Fede-
rado, e por essa razão iremos aprofundar os nossos estudos nesta modalidade, obviamente
traçando um paralelo com as outras formas.

1.1 Estado Unitário


O Estado unitário é relativamente descentralizado, ao invés de Estados, possuem províncias,
que por sua vez não possuem autonomia constitucional (vamos ver bem isso quando tratarmos
de Constituição Estadual).
A pedra fundamental deste tipo de Estado é prescrita pela constituição do Estado Unitário
como um todo e só pode ser modificada por meio de uma modificação nessa constituição.
As unidades possuem apenas competência para a legislação provincial, dentro do que a consti-
tuição do Estado unitário prescrever.
A legislação em matérias da constituição é totalmente centralizada, ao passo que, no Estado
federal, ela é centralizada apenas de modo incompleto, ou seja, até certo ponto, ela é descen-
tralizada.
Como exemplo de Estados Unitários temos Uruguai, Espanha e o Brasil até 1891.

1.2 Estado Confederado


A principal característica de uma Confederação é a existência de um Tratado Internacional para
unir os estados pertencentes, é o que a doutrina chama de “ligados por um cimento jurídico”
que seria este Tratado Internacional, ao invés de uma Constituição.
Outro ponto importante é que, na Confederação, os Estados constituintes não abrem mão da
sua soberania, enquanto que, na Federação, a soberania é transferida para o Estado Federal.
Geralmente a confederação é governada por uma Assembleia dos Estados Confederados, que
têm direitos e deveres idênticos. A confederação tem personalidade jurídica, mas a sua capa-

336 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Da Organização Político-Administrativa (Art. 018 a 019) – Prof. Giuliano Tamagno

cidade internacional é limitada. Do ponto de vista histórico, a confederação costuma ser uma
fase de um processo que leva à federação, como nos casos dos Estados Unidos e da Suíça.

1.3 Estado Federado

1.3.1 Origem
O Federalismo tem origem na revolução e independência dos Estados Unidos. Os líderes colo-
niais norte americanos deram início a confronto armado contra a Inglaterra em 1776 porque
estavam descontentes com as políticas adotadas pelo Parlamento Inglês entre as décadas de
1760 e 1770 e também porque não admitiam mais que o Parlamento Inglês possuísse autorida-
de para determinar e executar às suas colônias tudo que desejasse.
Para recusar o poder exercido pela Inglaterra sobre as colônias norte americanas, os colonos
passaram a questionar a origem da soberania. Na concepção dos Ingleses a soberania perten-
cia ao Estado Inglês e as únicas limitações a ela seriam determinadas por critérios do próprio
soberano. Em contrapartida, os colonos defendiam que a soberania possui origem na popula-
ção e seria exercida pelo Estado nos limites do poder que lhe foi delegado.
A partir desse embate, foi declarada a independência das Colônias Americanas em 1776, elas
passaram a enfrentar o desafio de elaborar um novo regime constitucional para dar lugar ao
espaço antes preenchido pela Lei Britânica.
Em 1777 foi estabelecido o pacto confederativo, que criava um Estado Confederado, uma uni-
dade frágil entre os Estados autônomos norte americanos para fazer frente à Europa.
Em 1787 enfraquecidos pela forma de estado adotada, pois a liberdade trazia sérias consequ-
ências, doze delegados dos Estados Norte Americanos se reuniram na Convenção de Filadélfia
para repensar o arranjo confederativo.
Percebam o tamanho do problema!! Haviam 13 estados independentes, autônomos e livres,
que em tese, pelo pacto confederativo, precisam se unir para fazer frente a Europa. Ocorre
que na hora de enviar soldados, mantimentos, verbas, etc, para a Confederação, os estados
simplesmente não mandavam, sob o argumento de que eram livres e independentes, não pre-
cisavam mandar se não quisessem, ou seja, a confederação tinha fracassado pela ausência de
poder centralizador capaz de manter uma unidade entre os Estados.
Assim, desta reunião na Filadélfia, com duas formas de estado fracassadas na mão, os doze de-
legados, abriram mão de suas liberdades, e deram origem ao primeiro Estado Federado (deten-
tor de soberania e composto por diversas entidades territoriais autônomas dotadas de governo
próprio).
Ou seja, a Constituição Federativa Americana nasceu de estado que eram livres, e se tornaram
únicos – movimento que pode cair na tua prova com a denominação “Centrípeta” ou seja, de
fora para dentro. No Brasil, tínhamos um Estado Unitário e esse bloco se difundiu e criou esta-
dos autônomos, ou seja, foi o contrário dos EUA, por isso a nomenclatura é “centrífuga”.

www.acasadoconcurseiro.com.br 337
1.3.2 Características comuns a toda Federação
Descentralização Política: Na Constituição Federal existem núcleos de poderes políticos, refe-
rendando autonomia para os seus entes.
Constituição Rígida como base Jurídica: visa garantir a distribuição de competências entre os
entes autônomos surgindo uma estabilidade institucional.
Inexistência do Direito de Secessão: não é autorizado o direito de retirada. Uma vez que o ente
adere ao pacto federativo, não pode mais sair, sob pena de INTERVENÇÃO. Esta característica
dá luz ao princípio da indissolubilidade do vínculo federativo – lembrando que a forma federa-
tiva é um dos limites materiais ao poder de emenda.
Soberania do Estado Federal: ao ingressar na Federação os estados perdem a Soberania, pas-
sando a ser autônomos. A soberania é uma característica do todo, do país, do Estado Federal
– República Federativa do Brasil.
Auto-organização dos Estados membros: através de suas constituições estaduais (art. 25 CF/88
Órgão representativo dos Estados membros: A representação dá-se através do Senado Federal
– Art. 46 CF.
Guardião da Constituição: Toda federação tem um protetor/tradutor da Constituição, no Brasil
é o Supremo Tribunal Federal.

338 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Da União (Art. 020 a 024)

Art. 20. São bens da União: XI – as terras tradicionalmente ocupadas


pelos índios.
I – os que atualmente lhe pertencem e os
que lhe vierem a ser atribuídos; § 1º É assegurada, nos termos da lei, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municí-
II – as terras devolutas indispensáveis à pios, bem como a órgãos da administração
defesa das fronteiras, das fortificações e direta da União, participação no resultado
construções militares, das vias federais de da exploração de petróleo ou gás natural,
comunicação e à preservação ambiental, de recursos hídricos para fins de geração
definidas em lei; de energia elétrica e de outros recursos mi-
III – os lagos, rios e quaisquer correntes de nerais no respectivo território, plataforma
água em terrenos de seu domínio, ou que continental, mar territorial ou zona econô-
banhem mais de um Estado, sirvam de li- mica exclusiva, ou compensação financeira
mites com outros países, ou se estendam a por essa exploração.
território estrangeiro ou dele provenham, § 2º A faixa de até cento e cinqüenta qui-
bem como os terrenos marginais e as praias lômetros de largura, ao longo das fronteiras
fluviais; terrestres, designada como faixa de frontei-
IV – as ilhas fluviais e lacustres nas zonas ra, é considerada fundamental para defesa
limítrofes com outros países; as praias ma- do território nacional, e sua ocupação e uti-
rítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, ex- lização serão reguladas em lei.
cluídas, destas, as que contenham a sede de Art. 21. Compete à União:
Municípios, exceto aquelas áreas afetadas
ao serviço público e a unidade ambiental fe- I – manter relações com Estados estrangei-
deral, e as referidas no art. 26, II; ros e participar de organizações internacio-
nais;
V – os recursos naturais da plataforma con-
tinental e da zona econômica exclusiva; II – declarar a guerra e celebrar a paz;
VI – o mar territorial; III – assegurar a defesa nacional;
VII – os terrenos de marinha e seus acres- IV – permitir, nos casos previstos em lei
cidos; complementar, que forças estrangeiras
transitem pelo território nacional ou nele
VIII – os potenciais de energia hidráulica; permaneçam temporariamente;
IX – os recursos minerais, inclusive os do V – decretar o estado de sítio, o estado de
subsolo; defesa e a intervenção federal;
X – as cavidades naturais subterrâneas e os VI – autorizar e fiscalizar a produção e o co-
sítios arqueológicos e pré-históricos; mércio de material bélico;

www.acasadoconcurseiro.com.br 339
VII – emitir moeda; XIV – organizar e manter a polícia civil, a po-
lícia militar e o corpo de bombeiros militar
VIII – administrar as reservas cambiais do do Distrito Federal, bem como prestar assis-
País e fiscalizar as operações de natureza fi- tência financeira ao Distrito Federal para a
nanceira, especialmente as de crédito, câm- execução de serviços públicos, por meio de
bio e capitalização, bem como as de seguros fundo próprio;
e de previdência privada;
XV – organizar e manter os serviços oficiais
IX – elaborar e executar planos nacionais e de estatística, geografia, geologia e carto-
regionais de ordenação do território e de grafia de âmbito nacional;
desenvolvimento econômico e social;
XVI – exercer a classificação, para efeito in-
X – manter o serviço postal e o correio aé- dicativo, de diversões públicas e de progra-
reo nacional; mas de rádio e televisão;
XI – explorar, diretamente ou mediante au- XVII – conceder anistia;
torização, concessão ou permissão, os servi-
ços de telecomunicações, nos termos da lei, XVIII – planejar e promover a defesa perma-
que disporá sobre a organização dos servi- nente contra as calamidades públicas, espe-
ços, a criação de um órgão regulador e ou- cialmente as secas e as inundações;
tros aspectos institucionais;
XIX – instituir sistema nacional de gerencia-
XII – explorar, diretamente ou mediante au- mento de recursos hídricos e definir crité-
torização, concessão ou permissão: rios de outorga de direitos de seu uso;
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de XX – instituir diretrizes para o desenvolvi-
sons e imagens; mento urbano, inclusive habitação, sanea-
mento básico e transportes urbanos;
b) os serviços e instalações de energia elé-
trica e o aproveitamento energético dos XXI – estabelecer princípios e diretrizes para
cursos de água, em articulação com os Es- o sistema nacional de viação;
tados onde se situam os potenciais hidroe-
nergéticos; XXII – executar os serviços de polícia maríti-
ma, aeroportuária e de fronteiras;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-
-estrutura aeroportuária; XXIII – explorar os serviços e instalações
nucleares de qualquer natureza e exercer
d) os serviços de transporte ferroviário e monopólio estatal sobre a pesquisa, a la-
aquaviário entre portos brasileiros e fron- vra, o enriquecimento e reprocessamento,
teiras nacionais, ou que transponham os li- a industrialização e o comércio de minérios
mites de Estado ou Território; nucleares e seus derivados, atendidos os se-
guintes princípios e condições:
e) os serviços de transporte rodoviário inte-
restadual e internacional de passageiros; a) toda atividade nuclear em território na-
cional somente será admitida para fins pa-
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; cíficos e mediante aprovação do Congresso
XIII – organizar e manter o Poder Judiciá- Nacional;
rio, o Ministério Público do Distrito Federal b) sob regime de permissão, são autoriza-
e dos Territórios e a Defensoria Pública dos das a comercialização e a utilização de ra-
Territórios; dioisótopos para a pesquisa e usos médicos,
agrícolas e industriais;

340 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Da União (Art. 020 a 024) – Prof. Giuliano Tamagno

c) sob regime de permissão, são autorizadas XV – emigração e imigração, entrada, extra-


a produção, comercialização e utilização de dição e expulsão de estrangeiros;
radioisótopos de meia-vida igual ou inferior
a duas horas; XVI – organização do sistema nacional de
emprego e condições para o exercício de
d) a responsabilidade civil por danos nucle- profissões;
ares independe da existência de culpa;
XVII – organização judiciária, do Ministério
XXIV – organizar, manter e executar a inspe- Público do Distrito Federal e dos Territórios
ção do trabalho; e da Defensoria Pública dos Territórios, bem
como organização administrativa destes;
XXV – estabelecer as áreas e as condições
para o exercício da atividade de garimpa- XVIII – sistema estatístico, sistema cartográ-
gem, em forma associativa. fico e de geologia nacionais;
Art. 22. Compete privativamente à União legis- XIX – sistemas de poupança, captação e ga-
lar sobre: rantia da poupança popular;
I – direito civil, comercial, penal, processu- XX – sistemas de consórcios e sorteios;
al, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico,
espacial e do trabalho; XXI – normas gerais de organização, efeti-
vos, material bélico, garantias, convocação
II – desapropriação; e mobilização das polícias militares e corpos
de bombeiros militares;
III – requisições civis e militares, em caso de
iminente perigo e em tempo de guerra; XXII – competência da polícia federal e das
polícias rodoviária e ferroviária federais;
IV – águas, energia, informática, telecomu-
nicações e radiodifusão; XXIII – seguridade social;
V – serviço postal; XXIV – diretrizes e bases da educação nacio-
nal;
VI – sistema monetário e de medidas, títu-
los e garantias dos metais; XXV – registros públicos;
VII – política de crédito, câmbio, seguros e XXVI – atividades nucleares de qualquer na-
transferência de valores; tureza;
VIII – comércio exterior e interestadual; XXVII – normas gerais de licitação e contra-
tação, em todas as modalidades, para as ad-
IX – diretrizes da política nacional de trans- ministrações públicas diretas, autárquicas e
portes; fundacionais da União, Estados, Distrito Fe-
X – regime dos portos, navegação lacustre, deral e Municípios, obedecido o disposto no
fluvial, marítima, aérea e aeroespacial; art. 37, XXI, e para as empresas públicas e
sociedades de economia mista, nos termos
XI – trânsito e transporte; do art. 173, § 1º, III;
XII – jazidas, minas, outros recursos mine- XXVIII – defesa territorial, defesa aeroespa-
rais e metalurgia; cial, defesa marítima, defesa civil e mobili-
zação nacional;
XIII – nacionalidade, cidadania e naturaliza-
ção; XXIX – propaganda comercial.
XIV – populações indígenas;

www.acasadoconcurseiro.com.br 341
Parágrafo único. Lei complementar poderá União e os Estados, o Distrito Federal e os
autorizar os Estados a legislar sobre ques- Municípios, tendo em vista o equilíbrio do
tões específicas das matérias relacionadas desenvolvimento e do bem-estar em âmbi-
neste artigo. to nacional.
Art. 23. É competência comum da União, dos Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Dis-
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: trito Federal legislar concorrentemente sobre:
I – zelar pela guarda da Constituição, das I – direito tributário, financeiro, penitenciá-
leis e das instituições democráticas e con- rio, econômico e urbanístico;
servar o patrimônio público;
II – orçamento;
II – cuidar da saúde e assistência pública, da
proteção e garantia das pessoas portadoras III – juntas comerciais;
de deficiência; IV – custas dos serviços forenses;
III – proteger os documentos, as obras e ou- V – produção e consumo;
tros bens de valor histórico, artístico e cul-
tural, os monumentos, as paisagens natu- VI – florestas, caça, pesca, fauna, conserva-
rais notáveis e os sítios arqueológicos; ção da natureza, defesa do solo e dos recur-
sos naturais, proteção do meio ambiente e
IV – impedir a evasão, a destruição e a des- controle da poluição;
caracterização de obras de arte e de outros
bens de valor histórico, artístico ou cultural; VII – proteção ao patrimônio histórico, cul-
tural, artístico, turístico e paisagístico;
V – proporcionar os meios de acesso à cul-
tura, à educação e à ciência; VIII – responsabilidade por dano ao meio
ambiente, ao consumidor, a bens e direitos
VI – proteger o meio ambiente e combater de valor artístico, estético, histórico, turísti-
a poluição em qualquer de suas formas; co e paisagístico;
VII – preservar as florestas, a fauna e a flora; IX – educação, cultura, ensino e desporto;
VIII – fomentar a produção agropecuária e X – criação, funcionamento e processo do
organizar o abastecimento alimentar; juizado de pequenas causas;
IX – promover programas de construção de XI – procedimentos em matéria processual;
moradias e a melhoria das condições habi-
tacionais e de saneamento básico; XII – previdência social, proteção e defesa
da saúde;
X – combater as causas da pobreza e os fa-
tores de marginalização, promovendo a in- XIII – assistência jurídica e Defensoria públi-
tegração social dos setores desfavorecidos; ca;

XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as XIV – proteção e integração social das pes-


concessões de direitos de pesquisa e explo- soas portadoras de deficiência;
ração de recursos hídricos e minerais em
XV – proteção à infância e à juventude;
seus territórios;
XVI – organização, garantias, direitos e de-
XII – estabelecer e implantar política de
veres das polícias civis.
educação para a segurança do trânsito.
Parágrafo único. Leis complementares fi-
xarão normas para a cooperação entre a

342 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Da União (Art. 020 a 024) – Prof. Giuliano Tamagno

§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer


normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suple-
mentar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa
plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no
que lhe for contrário.

UNIÃO

União é o ente que se relaciona INTERNAMENTE, é uma pessoa jurídica de direito público inter-
no (CC art. 41,I), formada pela reunião das partes componentes.
Iniciamos o nosso estudo da União apresentando os bens da União, que estão indicados no Art.
20 da CF, onde, dentre outros, estão incluídos os recursos minerais, inclusive os do subsolo, e os
potenciais de energia hidráulica (art. 20, VIII a X CF), que, após inúmeras demandas, decidiu-se
que é assegurada a participação dos Estados, Distrito Federal, Municípios e órgãos da Adminis-
tração Direta da União, no produto desta exploração ou compensação financeira.

COMPETÊNCIAS

Diante da autonomia das entidades federativas, a Constituição repartiu, entre elas, as variadas
competências, isso é, modalidades de poder em que os órgãos das entidades federativas po-
dem realizar suas funções.
Cabem à União as matérias de interesse geral ou nacional, aos estados os assuntos de interesse
regional e aos municípios os de interesse local.
A CF enumera os poderes da União (art. 21 e 22), dos estados (Art. 25 §1º) e dos Municípios
(art. 30) combinando possibilidades de delegação.
A competência material pode ser exclusiva (art. 21) e comum (art. 23) a competência legislativa
pode ser privativa (art.22) e concorrente (art. 24).

www.acasadoconcurseiro.com.br 343
Direito Constitucional

DOS ESTADOS FEDERADOS

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados
os princípios desta Constituição.
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Consti-
tuição.
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás
canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglome-
rações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para
integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
I – as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, nes-
te caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
II – as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas
sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
III – as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV – as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação
do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos
quantos forem os Deputados Federais acima de doze.
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras
desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de
mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembléia Legisla-
tiva, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para
os Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e
153, § 2º, I.
§ 3º Compete às Assembléias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços
administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.

www.acasadoconcurseiro.com.br 345
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro anos,
realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outu-
bro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecesso-
res, e a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o
disposto no art. 77.
§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na administração
pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o
disposto no art. 38, I, IV e V.
§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado serão fixados
por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º,
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.

DOS ESTADOS

Os Estados Federados tem autonomia político-administrativa, frente aos demais entes fede-
rativos, regendo-se por suas próprias Constituições, ressalvando-se o que estiver vedado na
Constituição Federal, por exemplo Art. 18 §2º, 152. Os Estados não podem se contrapor àquilo
reservado à competência de outro ente, sob pena de intervenção.
Os Estados Membros, nos termos do Art. 25 organizam-se e regem-se por sua própria constitui-
ção, observados os princípios da Constituição Federal.
Sobre os bens do Estado, dispõe o Art. 26 quais pertencem aos Estados, e por óbvio são aque-
les que não pertencem a União.
O Art. 27 da CF, dispõe sobre o Poder Legislativo Estadual – Assembleia Legislativa
O Art. 28 da CF, dispões sobre o Poder Executivo Estadual – Governador, vice-governador, se-
cretários de Estado.

346 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

DOS MUNICÍPIOS

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municí-
votada em dois turnos, com o interstício míni- pios de mais de 80.000 (oitenta mil) habi-
mo de dez dias, e aprovada por dois terços dos tantes e de até 120.000 (cento e vinte mil)
membros da Câmara Municipal, que a promul- habitantes;
gará, atendidos os princípios estabelecidos nes-
ta Constituição, na Constituição do respectivo f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municí-
Estado e os seguintes preceitos: pios de mais de 120.000 (cento e vinte mil)
habitantes e de até 160.000 (cento sessenta
I – eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e mil) habitantes;
dos Vereadores, para mandato de quatro
anos, mediante pleito direto e simultâneo g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municí-
realizado em todo o País; pios de mais de 160.000 (cento e sessenta
mil) habitantes e de até 300.000 (trezentos
II – eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito mil) habitantes;
realizada no primeiro domingo de outubro
do ano anterior ao término do mandato dos h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Muni-
que devam suceder, aplicadas as regras do cípios de mais de 300.000 (trezentos mil)
art. 77, no caso de Municípios com mais de habitantes e de até 450.000 (quatrocentos
duzentos mil eleitores; e cinquenta mil) habitantes;

III – posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Muni-


dia 1º de janeiro do ano subsequente ao da cípios de mais de 450.000 (quatrocentos e
eleição; cinquenta mil) habitantes e de até 600.000
(seiscentos mil) habitantes;
IV – para a composição das Câmaras Muni-
cipais, será observado o limite máximo de: j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Muni-
cípios de mais de 600.000 (seiscentos mil)
a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de habitantes e de até 750.000 (setecentos
até 15.000 (quinze mil) habitantes; cinquenta mil) habitantes;
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Mu-
mais de 15.000 (quinze mil) habitantes e de nicípios de mais de 750.000 (setecentos e
até 30.000 (trinta mil) habitantes; cinquenta mil) habitantes e de até 900.000
(novecentos mil) habitantes;
c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios
com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municí-
e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes; pios de mais de 900.000 (novecentos mil)
habitantes e de até 1.050.000 (um milhão e
d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios cinquenta mil) habitantes;
de mais de 50.000 (cinquenta mil) habitan-
tes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes; m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municí-
pios de mais de 1.050.000 (um milhão e cin-

www.acasadoconcurseiro.com.br 347
quenta mil) habitantes e de até 1.200.000 w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos
(um milhão e duzentos mil) habitantes; Municípios de mais de 7.000.000 (sete mi-
lhões) de habitantes e de até 8.000.000
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Mu- (oito milhões) de habitantes; e
nicípios de mais de 1.200.000 (um milhão e
duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000 x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos
(um milhão e trezentos e cinquenta mil) ha- Municípios de mais de 8.000.000 (oito mi-
bitantes; lhões) de habitantes;
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Muni- V – subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito
cípios de 1.350.000 (um milhão e trezen- e dos Secretários Municipais fixados por lei
tos e cinquenta mil) habitantes e de até de iniciativa da Câmara Municipal, observa-
1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) ha- do o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º,
bitantes; 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Mu- VI – o subsídio dos Vereadores será fixado
nicípios de mais de 1.500.000 (um mi- pelas respectivas Câmaras Municipais em
lhão e quinhentos mil) habitantes e de até cada legislatura para a subsequente, ob-
1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) ha- servado o que dispõe esta Constituição, ob-
bitantes; servados os critérios estabelecidos na res-
pectiva Lei Orgânica e os seguintes limites
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos máximos:
Municípios de mais de 1.800.000 (um mi-
lhão e oitocentos mil) habitantes e de até a) em Municípios de até dez mil habitantes,
2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) o subsídio máximo dos Vereadores corres-
habitantes; ponderá a vinte por cento do subsídio dos
Deputados Estaduais;
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Mu-
nicípios de mais de 2.400.000 (dois milhões b) em Municípios de dez mil e um a cin-
e quatrocentos mil) habitantes e de até quenta mil habitantes, o subsídio máximo
3.000.000 (três milhões) de habitantes; dos Vereadores corresponderá a trinta por
cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos
Municípios de mais de 3.000.000 (três mi- c) em Municípios de cinquenta mil e um a
lhões) de habitantes e de até 4.000.000 cem mil habitantes, o subsídio máximo dos
(quatro milhões) de habitantes; Vereadores corresponderá a quarenta por
cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos
Municípios de mais de 4.000.000 (quatro d) em Municípios de cem mil e um a trezen-
milhões) de habitantes e de até 5.000.000 tos mil habitantes, o subsídio máximo dos
(cinco milhões) de habitantes; Vereadores corresponderá a cinquenta por
cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos
Municípios de mais de 5.000.000 (cinco e) em Municípios de trezentos mil e um a
milhões) de habitantes e de até 6.000.000 quinhentos mil habitantes, o subsídio má-
(seis milhões) de habitantes; ximo dos Vereadores corresponderá a ses-
senta por cento do subsídio dos Deputados
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Mu- Estaduais;
nicípios de mais de 6.000.000 (seis milhões)
de habitantes e de até 7.000.000 (sete mi- f) em Municípios de mais de quinhentos mil
lhões) de habitantes; habitantes, o subsídio máximo dos Verea-

348 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Municípios – Prof. Giuliano Tamagno

dores corresponderá a setenta e cinco por III – 5% (cinco por cento) para Municípios
cento do subsídio dos Deputados Estaduais; com população entre 300.001 (trezentos
mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habi-
VII – o total da despesa com a remuneração tantes;
dos Vereadores não poderá ultrapassar o
montante de cinco por cento da receita do IV – 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos
Município; por cento) para Municípios com popula-
ção entre 500.001 (quinhentos mil e um) e
VIII – inviolabilidade dos Vereadores por 3.000.000 (três milhões) de habitantes;
suas opiniões, palavras e votos no exercício
do mandato e na circunscrição do Municí- V – 4% (quatro por cento) para Municípios
pio; com população entre 3.000.001 (três mi-
lhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) de
IX – atibilidades, no exercício da vereança, habitantes;
similares, no que couber, ao disposto nesta
Constituição para os membros do Congres- VI – 3,5% (três inteiros e cinco décimos por
so Nacional e na Constituição do respectivo cento) para Municípios com população aci-
Estado para os membros da Assembléia Le- ma de 8.000.001 (oito milhões e um) habi-
gislativa; tantes.
X – julgamento do Prefeito perante o Tribu- § 1º A Câmara Municipal não gastará mais
nal de Justiça; de setenta por cento de sua receita com fo-
lha de pagamento, incluído o gasto com o
XI – organização das funções legislativas e subsídio de seus Vereadores.
fiscalizadoras da Câmara Municipal;
§ 2º Constitui crime de responsabilidade do
XII – cooperação das associações represen- Prefeito Municipal:
tativas no planejamento municipal;
I – efetuar repasse que supere os limites de-
XIII – iniciativa popular de projetos de lei de finidos neste artigo;
interesse específico do Município, da cidade
ou de bairros, através de manifestação de, II – não enviar o repasse até o dia vinte de
pelo menos, cinco por cento do eleitorado; cada mês; ou
XIV – perda do mandato do Prefeito, nos III – enviá-lo a menor em relação à propor-
termos do art. 28, parágrafo único. ção fixada na Lei Orçamentária.
Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legisla- § 3º Constitui crime de responsabilidade do
tivo Municipal, incluídos os subsídios dos Vere- Presidente da Câmara Municipal o desres-
adores e excluídos os gastos com inativos, não peito ao § 1º deste artigo.
poderá ultrapassar os seguintes percentuais,
relativos ao somatório da receita tributária e Art. 30. Compete aos Municípios:
das transferências previstas no § 5º do art. 153 I – legislar sobre assuntos de interesse local;
e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no
exercício anterior: II – suplementar a legislação federal e a es-
tadual no que couber;
I – 7% (sete por cento) para Municípios com
população de até 100.000 (cem mil) habi- III – instituir e arrecadar os tributos de sua
tantes; competência, bem como aplicar suas ren-
das, sem prejuízo da obrigatoriedade de
II – 6% (seis por cento) para Municípios prestar contas e publicar balancetes nos
com população entre 100.000 (cem mil) e prazos fixados em lei;
300.000 (trezentos mil) habitantes;

www.acasadoconcurseiro.com.br 349
IV – criar, organizar e suprimir distritos, ob- § 4º É vedada a criação de Tribunais, Conse-
servada a legislação estadual; lhos ou órgãos de Contas Municipais.
V – organizar e prestar, diretamente ou sob
regime de concessão ou permissão, os ser-
viços públicos de interesse local, incluído o
de transporte coletivo, que tem caráter es-
sencial;
VI – manter, com a cooperação técnica e fi-
nanceira da União e do Estado, programas
de educação infantil e de ensino fundamen-
tal;
VII – prestar, com a cooperação técnica e fi-
nanceira da União e do Estado, serviços de
atendimento à saúde da população;
VIII – promover, no que couber, adequado
ordenamento territorial, mediante planeja-
mento e controle do uso, do parcelamento
e da ocupação do solo urbano;
IX – promover a proteção do patrimônio
histórico-cultural local, observada a legisla-
ção e a ação fiscalizadora federal e estadual.
Art. 31. A fiscalização do Município será exerci-
da pelo Poder Legislativo Municipal, mediante
controle externo, e pelos sistemas de controle
interno do Poder Executivo Municipal, na forma
da lei.
§ 1º O controle externo da Câmara Muni-
cipal será exercido com o auxílio dos Tribu-
nais de Contas dos Estados ou do Município
ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas
dos Municípios, onde houver.
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão
competente sobre as contas que o Prefei-
to deve anualmente prestar, só deixará de
prevalecer por decisão de dois terços dos
membros da Câmara Municipal.
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, du-
rante sessenta dias, anualmente, à disposi-
ção de qualquer contribuinte, para exame e
apreciação, o qual poderá questionar-lhes a
legitimidade, nos termos da lei.

350 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Municípios – Prof. Giuliano Tamagno

MUNICÍPIOS

Os Municípios tem autonomia político-administrava em relação aos demais entes federados.


REGE-SE PELA SUA LEI ORGÂNICA, e não uma Constituição. Esta lei deverá observar o disposto
na Constituição Federal e Estadual (art. 29). Assim, a Lei orgânica deve guardar relação de cor-
respondência com o modelo federal acerca das proibições e incompatibilidades dos vereado-
res – por esse motivo (separação dos poderes) que não se admite a cumulação de funções de
vereador e secretário municipal.
Outro ponto interessante é que os municípios tem poder Executivo (prefeito) e Legislativo (Ve-
readores) apenas, não possuindo poder judiciário.

Competência Municipal:

O Art. 30 dispões sobre competência (material e legislativa) municipal, que também deve ob-
servar o art. 23.
“ A constituição do Brasil estabelece, no que tange a repartição de competências entre entes
federados, que os assuntos de interesse local competem aos Municípios. Competência residual
dos Estados-membros – matérias que não lhes foram vedadas pela Constituição, nem estive-
rem contidas entre as competências da União ou dos Municípios” (STF Adin 845).

www.acasadoconcurseiro.com.br 351
Direito Constitucional

DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

DO DISTRITO FEDERAL

Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á por lei orgânica, votada
em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislati-
va, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e
Municípios.
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras do art. 77, e dos De-
putados Distritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de
igual duração.
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27.
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das polícias civil e
militar e do corpo de bombeiros militar.

DOS TERRITÓRIOS

Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.
§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se aplicará, no que couber, o
disposto no Capítulo IV deste Título.
§ 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer
prévio do Tribunal de Contas da União.
§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador nomeado
na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, mem-
bros do Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a
Câmara Territorial e sua competência deliberativa.

www.acasadoconcurseiro.com.br 353
DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS

Conceituada como uma unidade federativa atípica, o DF é a sede do governo federal. Possui
autonomia idêntica aos outros entes federados. É organizado por Lei Orgânica.
O Distrito Federal tem Tribuna de Justiça, muito embora a ausência de previsão expressa no
Art. 125 CF.
Melhor entendimento sobre DF e Territórios, ver lei 11.697/2008 que dispõe sobre Organiza-
ção Judiciária do Distrito Federal e dos Territórios.

354 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Professor Cristiano de Souza

www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO:
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (DISPOSIÇÕES GERAIS).
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS

I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis


aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos
em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;

Art. 37. A administração pública


direta e indireta de qualquer dos II – a investidura em cargo ou emprego público depende
Poderes da União, dos Estados, do de aprovação prévia em concurso público de provas
Distrito Federal e dos Municípios ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
obedecerá aos princípios de legali- complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista
dade, impessoalidade, moralidade, em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão
publicidade e eficiência e, também, declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
ao seguinte:
III – o prazo de validade do concurso público será de até
02 anos, prorrogável uma vez, por igual período;

IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital


de convocação, aquele aprovado em concurso público
de provas ou de provas e títulos será convocado com
prioridade sobre novos concursados para assumir cargo
ou emprego, na carreira;

V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente


por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em
comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira
nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em
lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento;

VI – é garantido ao servidor público civil o direito à livre


associação sindical

www.acasadoconcurseiro.com.br 357
VII – o direito de greve será exercido nos termos e nos
limites definidos em lei específica

VIII – a lei reservará percentual dos cargos e empregos


públicos para as pessoas portadoras de deficiência e
definirá os critérios de sua admissão;

IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo


determinado para atender a necessidade temporária de
excepcional interesse público;
Art. 37. A administração pública
direta e indireta de qualquer dos
X – a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de
Poderes da União, dos Estados, do
que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados
Distrito Federal e dos Municípios
ou alterados por lei específica, observada a iniciativa
obedecerá aos princípios de legali-
privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual,
dade, impessoalidade, moralidade,
sempre na mesma data e sem distinção de índices;
publicidade e eficiência e, também,
ao seguinte:
XI – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos,
funções e empregos públicos da:
– administração direta, autárquica e fundacional, dos
membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores
de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os
proventos, pensões ou outra espécie remuneratória,
percebidos cumulativamente ou não, incluídas as
vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não
poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se
como limite nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e
nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do
Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio
dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder
Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal
de Justiça, limitado a 90,25% do subsídio mensal, em
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos
membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos
Defensores Públicos;

XII – os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do


Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos
pelo Poder Executivo;
XIII – é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer
espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de
pessoal do serviço público;
XIV – os acréscimos pecuniários percebidos por servidor
público não serão computados nem acumulados para
fins de concessão de acréscimos ulteriores;

358 www.acasadoconcurseiro.com.br
Organização do Estado: Disposições Gerais – Direito Constitucional – Prof. Cristiano de Souza

XV – o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de


cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o
disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, §
4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

Art. 37. A administração pública XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos


direta e indireta de qualquer dos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de
Poderes da União, dos Estados, do horários, observado em qualquer caso o disposto no
Distrito Federal e dos Municípios inciso XI:
obedecerá aos princípios de legali-
dade, impessoalidade, moralidade, a) a de dois cargos de professor;
publicidade e eficiência e, também,
ao seguinte: b) a de um cargo de professor com outro técnico ou
científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais
de saúde, com profissões regulamentadas;

XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos


e funções e abrange autarquias, fundações, empresas
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias,
e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo
poder público;

XVIII – a administração fazendária e seus servidores fiscais


terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição,
precedência sobre os demais setores administrativos, na
forma da lei;

XIX – somente por lei específica poderá ser criada


autarquia e autorizada a instituição de empresa pública,
de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo
à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de
sua atuação;

XX – depende de autorização legislativa, em cada caso,


a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no
inciso anterior, assim como a participação de qualquer
delas em empresa privada;

XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as


obras, serviços, compras e alienações serão contratados
mediante processo de licitação pública que assegure
igualdade de condições a todos os concorrentes, com
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos
da lei, o qual somente permitirá as exigências de
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia
do cumprimento das obrigações.

www.acasadoconcurseiro.com.br 359
XXII – as administrações tributárias da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais
ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores
de carreiras específicas, terão recursos prioritários
para a realização de suas atividades e atuarão de forma
integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros
e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá
ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da
autoridade responsável, nos termos da lei.

I – as reclamações relativas à prestação dos serviços


públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços
de atendimento ao usuário e a avaliação periódica,
externa e interna, da qualidade dos serviços;
II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a
informações sobre atos de governo, observado o disposto
no art. 5º, X e XXXIII;
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada,
§ 3º A lei disciplinará as formas a honra e a imagem das pessoas, assegurado
de participação do usuário o direito a indenização pelo dano material ou
na administração pública moral decorrente de sua violação;
direta e indireta, regulando
XXXIII – todos têm direito a receber dos
especialmente: órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que
serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e
do Estado;
III – a disciplina da representação contra o exercício
negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na
administração pública.
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão:
•• a suspensão dos direitos políticos,
•• a perda da função pública,
•• a indisponibilidade dos bens e
•• o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da
ação penal cabível.
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente,
servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
ressarcimento.
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

360 www.acasadoconcurseiro.com.br
Organização do Estado: Disposições Gerais – Direito Constitucional – Prof. Cristiano de Souza

§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da


administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.
§ 8º A autonomia gerencial,
orçamentária e financeira
dos órgãos e entidades da
administração direta e indireta I – o prazo de duração do contrato;
poderá ser ampliada mediante
contrato, a ser firmado entre II – os controles e critérios de avaliação de desempenho,
seus administradores e o direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
poder público, que tenha por
objeto a fixação de metas de III – a remuneração do pessoal."
desempenho para o órgão ou
entidade, cabendo à lei dispor
sobre:
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista,
e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40
ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados
os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão
declarados em lei de livre nomeação e exoneração.
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do
caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e
ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei
Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal
de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos
subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.

I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou


distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do
cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela
sua remuneração;
III – investido no mandato de Vereador, havendo
Art. 38. Ao servidor público da ad-
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens
ministração direta, autárquica e
de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo
fundacional, no exercício de man-
da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
dato eletivo, aplicam-se as seguin-
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
tes disposições:
IV – em qualquer caso que exija o afastamento para
o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço
será contado para todos os efeitos legais, exceto para
promoção por merecimento;
V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de
afastamento, os valores serão determinados como se no
exercício estivesse.

www.acasadoconcurseiro.com.br 361
Direito Constitucional

DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO:
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (DOS SERVIDORES PÚBLICOS)

Seção II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua
competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública
direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN nº 2.135-4)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de
administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos
Poderes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide ADIN nº 2.135-4)

I – a natureza, o grau de responsabilidade e


§ 1º A fixação dos padrões de vencimento a complexidade dos cargos componentes de
e dos demais componentes do sistema cada carreira;
remuneratório observará: II – os requisitos para a investidura;
III – as peculiaridades dos cargos.

§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação


e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um
dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou
contratos entre os entes federados.
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII,
XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados
de admissão quando a natureza do cargo o exigir.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:
IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades
vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da
lei;
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
coletiva de trabalho;
XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

www.acasadoconcurseiro.com.br 363
XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do
normal;
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário
normal;
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte
dias;
XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos
da lei;
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança;
XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por
motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os


Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em
parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba
de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no
art. 37, X e XI.
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação
entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o
disposto no art. 37, XI.
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio
e da remuneração dos cargos e empregos públicos.
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação
de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada
órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade
e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e
racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos
termos do § 4º.
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter
contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e
inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e
o disposto neste artigo.

364 www.acasadoconcurseiro.com.br
Organização do Estado: Dos Servidores Públicos – Direito Constitucional – Prof. Cristiano de Souza

I – por invalidez permanente, sendo os proventos


proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se
decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional
ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;
II – compulsoriamente, aos 70 anos de idade, com
proventos proporcionais ao tempo de contribuição;
§ 1º Os servidores abrangidos pelo III – voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo
regime de previdência de que trata de 10 anos de efetivo exercício no serviço público e 05
este artigo serão aposentados, anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria,
calculados os seus proventos a observadas as seguintes condições:
partir dos valores fixados na forma a) 60 anos de idade e 35 de contribuição, se homem, e 55
dos §§ 3º e 17: anos de idade e 30 de contribuição, se mulher;
Obs.: § 5º...(professor 55 anos de idade e 3º de
contribuição, se homem, e professora 50 anos de idade e
25 de contribuição, se mulher).
b) 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se
mulher, com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição.

§ 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão


exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria
ou que serviu de referência para a concessão da pensão.
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão
consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos
regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei.

§ 4º É vedada a adoção de requisitos e I – portadores de deficiência;


critérios diferenciados para a concessão de
aposentadoria aos abrangidos pelo regime II – que exerçam atividades de risco;
de que trata este artigo, ressalvados, nos III – cujas atividades sejam exercidas sob
termos definidos em leis complementares, condições especiais que prejudiquem a
os casos de servidores: saúde ou a integridade física.

§ 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em 05 anos, em relação


ao disposto no § 1º, III, “a”, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo
exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.

Dica: LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996.


Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional
Art. 67. § 2º Para os efeitos do disposto no § 5º do art. 40 e no § 8º do art. 201 da Constituição
Federal, são consideradas funções de magistério as exercidas por professores e especialistas
em educação no desempenho de atividades educativas, quando exercidas em estabelecimento
de educação básica em seus diversos níveis e modalidades, incluídas, além do exercício da
docência, as de direção de unidade escolar e as de coordenação e assessoramento pedagógico.

www.acasadoconcurseiro.com.br 365
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta
Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de
previdência previsto neste artigo.

I – ao valor da totalidade dos proventos do


servidor (aposentado) falecido, até o limite
máximo estabelecido para os benefícios do
regime geral de previdência social de que
trata o art. 201, acrescido de 70% da parcela
excedente a este limite, caso aposentado à
data do óbito; ou
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício
de pensão por morte, que será igual: II – ao valor da totalidade da remuneração
do servidor (ativo) no cargo efetivo em que
se deu o falecimento, até o limite máximo
estabelecido para os benefícios do regime
geral de previdência social de que trata o art.
201, acrescido de 70% da parcela excedente
a este limite, caso em atividade na data do
óbito.

Dica: Portaria MF nº 19, de 10 de janeiro de 2014.


Dispõe sobre o reajuste dos benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social
– INSS e dos demais valores constantes do Regulamento da Previdência Social – RPS.
Art. 2º A partir de 1º de janeiro de 2014, o salário-de-benefício e o salário-de-contribuição
não poderão ser inferiores a R$ 724,00 (setecentos e vinte e quatro reais), nem superiores
a R$ 4.390,24 (quatro mil, trezentos e noventa reais e vinte e quatro centavos).

§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente,


O VALOR REAL, conforme critérios estabelecidos em lei.

Dica: Fim da Paridade


O § 8º recebeu nova Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41/2003, colocando fim
a paridade entre ativos e inativos.
§ 8º Observado o disposto no art. 37, XI, os proventos de aposentadoria e as pensões
serão revistos na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a
remuneração dos servidores em atividade, sendo também estendidos aos aposentados
e aos pensionistas quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos
aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes da transformação ou
reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria ou que serviu
de referência para a concessão da pensão, na forma da lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 15/12/98)

366 www.acasadoconcurseiro.com.br
Organização do Estado: Dos Servidores Públicos – Direito Constitucional – Prof. Cristiano de Souza

§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de


aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade.
§ 10 A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição
fictício.
§ 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive
quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras
atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante
resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na
forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração,
e de cargo eletivo.
§ 12. Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares
de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral
de previdência social.
§ 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-
se o regime geral de previdência social.
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam regime de
previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo,
poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime
de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
previdência social de que trata o art. 201.
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei de
iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos,
no que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar, de
natureza pública, que oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente
na modalidade de contribuição definida.
§ 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos § 14 e 15 poderá ser
aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de
instituição do correspondente regime de previdência complementar.
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no §
3º serão devidamente atualizados, na forma da lei.
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas
pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os
benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual
ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.

Dica: Portaria MF nº 19, de 10 de janeiro de 2014.


Dispõe sobre o reajuste dos benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social –
INSS e dos demais valores constantes do Regulamento da Previdência Social – RPS.
Art. 2º A partir de 1º de janeiro de 2014, o salário-de-benefício e o salário-de-contribuição
não poderão ser inferiores a R$ 724,00 (setecentos e vinte e quatro reais), nem superiores
a R$ 4.390,24 (quatro mil, trezentos e noventa reais e vinte e quatro centavos).

www.acasadoconcurseiro.com.br 367
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para aposentadoria
voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um
abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar
as exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II.
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os
servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime
em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X.
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de proventos
de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os
benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição,
quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante.

Dica: Regra do § 21.


A partir de 1º de janeiro de 2014, o maior salário-de-benefício será de R$ 4.390,24.
Dobro: R$ 4.390,24 x 2: R$ 8.780,48
•• Isenção apenas para os portadores de doença incapacitante.

Art. 41. São estáveis após 03 anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.

I – em virtude de sentença judicial transitada


em julgado;
II – mediante processo administrativo em
§ 1º O servidor público estável só perderá o
que lhe seja assegurada ampla defesa;
cargo:
III – mediante procedimento de avaliação
periódica de desempenho, na forma de lei
complementar, assegurada ampla defesa.

§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado,
e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a
indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração
proporcional ao tempo de serviço.
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em
disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo.
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de
desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

368 www.acasadoconcurseiro.com.br
Organização do Estado: Dos Servidores Públicos – Direito Constitucional – Prof. Cristiano de Souza

Dica: Caso Especial – Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei
complementar.
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação
de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a
admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da
administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder
público, só poderão ser feitas:
I – se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de
despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
II – se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as
empresas públicas e as sociedades de economia mista.
§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para
a adaptação aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos
os repasses de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios que não observarem os referidos limites.
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante
o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências:
I – redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e
funções de confiança;
II – exoneração dos servidores não estáveis.
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para
assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo,
o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada
um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa
objeto da redução de pessoal.
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização
correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço.
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado
extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou
assemelhadas pelo prazo de quatro anos.
§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do
disposto no § 4º.

www.acasadoconcurseiro.com.br 369
Direito Administrativo

Professor Cristiano de Souza

www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

DIREITO ADMINISTRATIVO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

A expressão regime jurídico da Administração Pública é utilizada para designar, em sentido am-
plo, os regimes de direito público e de direito privado a que pode submeter-se a Administração
Pública.
A expressão Administração Pública, em sentido estrito, compreende, sob o aspecto subjetivo,
apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto objetivo, apenas a função administrativa,
excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no segundo, a função política.
No tocante a expressão administração pública, segundo Maria Sylvia Di Pietro, podemos classi-
ficar a expressão em dois sentidos, vejamos:

Sentido subjetivo, formal ou orgânico Sentido objetivo, material ou funcional


Designa os entes que exercem a atividade admi- Designa a natureza da atividade exercida pelos re-
nistrativa compreendendo as pessoas jurídicas, ór- feridos entes. É a própria função administrativa,
gãos, e agentes públicos incumbidos no exercício preponderantemente, ao do poder executivo.
da atividade administrativa: a função administrati-
va.
No sentido subjetivo abrange todos os entes com Abrange as atividades exercidas pelas pessoas jurí-
atribuição do exercício da atividade administrativa. dicas, órgãos e agentes no atendimento das neces-
O Poder Executivo exerce tipicamente essa fun- sidades coletivas. Nesse sentido temos o fomento
ção, assim como os Poderes Legislativo e Judiciário por subvenções orçamentárias, a polícia adminis-
exercem atipicamente a função administrativa. trativa com as limitações administrativas, os servi-
Portanto, todos os órgãos integrantes das pessoas ços públicos assim como as intervenções estatais
jurídicas (União, Estado, DF, Municípios) compõe a na regulação e fiscalização da atividade econômica
administração no sentido subjetivo. de natureza privada.
Incluindo, nesta lista, as pessoas jurídicas da
administração indireta (autarquias, fundações
públicas, empresa públicas, sociedade de economia
mista, consórcio público)
Características em sentido objetivo
É uma atividade concreta que põe a execução da
vontade do Estado contida na lei;
Sua finalidade é a satisfação direta e imediata dos
fins do Estado;
Seu regime é preponderantemente público.
Resumo: em sentido objetivo, a administração pode
ser definida como atividade concreta e imediata
que o Estado desenvolve, sob regime jurídico total
ou parcialmente público, para a consecução dos
interesses coletivos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 373
REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO

A administração pública pode submeter-se a regime jurídico de direito privado ou a regime ju-
rídico de direito público. Portanto, o “Regime Jurídico da Administração Pública” será público
ou privado.
A definição de regime jurídico é delineada pelo próprio texto constitucional ou pelas leis in-
fraconstitucionais, mas jamais poderá definir o regime jurídico por ato uniliteral tipicamente
administrativo (ex.: portarias, decretos, regulamentos, instruções normativas), pois tal conduta
ofenderia o princípio da legalidade.
Quando atua no regime de direito privado ficará equiparada para todos os efeitos de obriga-
ções, encargos e privilégios conferidos ao setor privado, sem nenhuma prerrogativa de superio-
ridade.
Por outro lado, quando atua no regime de direito público a administração gozará privilégios
(ex.: prescrição quinquenal, processo especial de execução, impenhorabilidade dos bens públi-
cos), mas também sofrerá restrições (Ex.: limitação e definição de competências, obediências
aos princípios da finalidade, forma, motivo, publicidade).
De forma mais restrita, a expressão “Regime Jurídico Administrativo” traduz a atuação da ad-
ministração numa posição de privilégio, portanto, de direito público. Obviamente, nesse regi-
me teremos o gozo de privilégios assim como a imposição de restrições.
O binômio de prerrogativas e restrições da administração pública geralmente é expresso em
princípios que norteiam a atuação da administração quando atua no regime público.
Do privilégio surge o princípio da supremacia do interesse público sobre o particular no in-
tuito da necessidade de satisfação dos interesses coletivos buscando o bem estar social (ex.:
poder de polícia quando limita o exercício de direito individuais).
De outra banda, da restrição surge o princípio da legalidade, vez que o administrador só pode
agir no estrito parâmetro da lei, representando a limitação do agente público na proteção aos
direitos individuais representado pelo princípio da indisponibilidade do interesse público.

Conclusão: os privilégios e restrições norteadores da atuação do administrador, no re-


gime público, pode ser representado pelo princípio da supremacia do interesse públi-
co sobre o particular e pelo princípio da indisponibilidade do interesse público.

Alguns princípios estão expressos na Constituição Federal, como a legalidade, impessoalidade,


moralidade, publicidade e a eficiência, no art. 37 da norma máxima. Outros princípios estão im-
plícitos no próprio texto constitucional, como a presunção de legitimidade, boa-fé e hierarquia.
Da mesma forma encontramos princípios expressos nas normas infraconstitucionais a exemplo
da Lei nº 9.784/99 (Processo Administrativo Federal), Lei nº 8.666/93 (Licitações e contratos),
Lei nº 8.987/95 (Concessão e permissão).

374 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

PODERES E DEVERES DOS ADMINISTRADORES PÚBLICOS.

A Administração Pública é dotada de poderes que se constituem em instrumentos de trabalho.


Portanto, os poderes administrativos surgem com a Administração e se apresentam conforme
as demandas dos serviços públicos, o interesse público e os fins aos quais devem atingir.
Os poderes administrativos são classificados em poder vinculado e poder discricionário
(segundo a necessidade de prática de atos), poder hierárquico e poder disciplinar (segundo
a necessidade de organizar a Administração ou aplicar sanções aos seus servidores), poder
regulamentar (para criar normas para certas situações) e poder de polícia (quando necessário
para a contenção de direitos individuais em prol da coletividade).

PODER VINCULADO

Poder vinculado é a manifestação do administrador na sua competência sem margem de


liberdade, ou seja, a lei já estabelece todos os requisitos e parâmetros de sua atuação. Portanto,
onde houver vinculação o agente é mero executor da vontade legal. Exemplo desse poder está
no lançamento fiscal previsto nos art. 3º e 142, ambos, do CTN, vejamos:

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela
se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito
tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente
a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a
matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo
e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e
obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.

Vejamos o exemplo do art. 143 da Lei 8.112/90:

www.acasadoconcurseiro.com.br 375
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada
a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo
disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.

PODER DISCRICIONÁRIO

No poder discricionário o legislador estabelece uma margem (parâmetros legais) de liberdade


para que o agente público possa escolher a opção que melhor represente o interesse público
diante do caso concreto.
A discricionariedade pode residir na imprecisão quanto à descrição fática da situação
como ocorre no motivo do ato administrativo (ex: quantidade de pena de suspensão ao
servidor público). Ou, a discricionariedade pode estar na definição do objeto perquirido pelo
administrador (ex.: criação de nova espécie de aposentadoria).

Lei 8.112/90 – Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas
punidas com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem
infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias.
[...]
§ 2º Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão
poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia
de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em
serviço.

DO PODER HIERÁRQUICO

Na visão de Di Pietro, a organização administrativa é baseada em dois pressupostos


fundamentais: a distribuição de competência e a hierarquia. Afirma ainda que a organização
hierárquica está presente em todos os poderes.
Já Hely Lopes, o Poder hierárquico é o de que dispõe o Poder Executivo para organizar e distribuir
as funções de seus órgãos, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do
seu quadro de pessoal (sistema hierarquizado), tendo, portanto, uma visão mais restrita em
primeiro momento.

376 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Poderes Hierárquico - Vinculado e Discricionário – Prof. Cristiano de Souza

Portanto, o poder hierárquico está presente no poder executivo, no poder legislativo e no


poder judiciário, nesses dois últimos caso, o poder hierárquico refere-se as suas funções
atípicas de administrar e em nada influência nas suas funções típicas de legislar e julgar, pois
são independentes nessa seara.

Conclusão: A hierarquia é uma característica encontrada exclusivamente no exercício


da função administrativa, que inexiste, portanto, nas funções legislativa e jurisdicional
típicas.

O poder hierárquico tem como objetivo ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades
administrativas, no âmbito interno da Administração Pública. Pela hierarquia é imposta ao
subalterno a estrita obediência das ordens e instruções legais superiores, além de se definir a
responsabilidade de cada um.
Naturalmente, do poder hierárquico decorrem certas faculdades implícitas ao superior, tais
como editar atos normativos (resoluções, portarias, instruções) dar ordens aos subordinados
e controlar e fiscalizar o seu cumprimento, delegar e avocar atribuições e rever atos dos
inferiores anulando ou revogando, aplicar sanções em caso de infrações disciplinares.
A subordinação é decorrente do poder hierárquico e admite todos os meios de controle do
superior sobre o inferior. Não confundir com a vinculação, pois é resultante do poder de
supervisão ministerial sobre a entidade vinculada ( e não subordinada. Ex: administração
indireta) e é exercida nos limites que a lei estabelece, sem retirar a autonomia do ente
supervisionado.
Por fim, cabe salientar que a delegação de atribuições de um órgão público para outra pessoa
jurídica configura exemplo de descentralização administrativa, criando-se uma vinculação da
pessoa jurídica criada com a pasta ministerial responsável pelo assunto (relação horizontal). De
forma diferente acontece quando criamos outro órgão dentro da mesma estrutura, nesse caso
ocorrerá uma desconcentração derivada do poder de delegar, pois está delegando parte de sua
competência, nesse caso, há uma relação vertical de hierarquia entre superior e subordinado.
No âmbito federal, há permissão de delegação de forma expressa na Lei nº 9.784/99:
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal,
delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam
hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole
técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos
órgãos colegiados aos respectivos presidentes.
Contudo, nem todas as atribuições são passíveis de delegação para outro órgão ou entidade,
pois como regra a competência é indelegável, salvo nos casos permitidos por lei. No âmbito
federal, há vedação expressa na Lei nº 9.784/99 vedando a delegação de determinadas
matérias, vejamos:
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:

www.acasadoconcurseiro.com.br 377
I – a edição de atos de caráter normativo;
II – a decisão de recursos administrativos;
III – as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

378 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

PODERES E DEVERES DOS ADMINISTRADORES PÚBLICOS.

A Administração Pública é dotada de poderes que se constituem em instrumentos de trabalho.


Portanto, os poderes administrativos surgem com a Administração e se apresentam conforme
as demandas dos serviços públicos, o interesse público e os fins aos quais devem atingir.
Os poderes administrativos são classificados em poder vinculado e poder discricionário
(segundo a necessidade de prática de atos), poder hierárquico e poder disciplinar (segundo
a necessidade de organizar a Administração ou aplicar sanções aos seus servidores), poder
regulamentar (para criar normas para certas situações) e poder de polícia (quando necessário
para a contenção de direitos individuais em prol da coletividade).

DO PODER DE POLÍCIA OU LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA

Para a doutrina majoritária Poder de Polícia é a faculdade de que dispõe a Administração


Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em
benefício da coletividade ou do próprio Estado. É o mecanismo de frenagem de que dispõe a
Administração Pública para conter os abusos do direito individual.
Portanto, em decorrência do poder de polícia, a administração pode condicionar ou restringir
os direitos de terceiros, em prol do interesse da coletividade.
Sendo assim, a competência para o exercício do poder de polícia é do ente federativo
competente para regular a matéria. Como determinadas competências constitucionais são
concorrentes, o exercício concorrente do poder de polícia por diferentes entes federativos
melhor observará o princípio da eficiência se a gestão for associada, na esteira do moderno
federalismo de cooperação.
Consequentemente, como regra, tem competência exclusiva para exercer o poder de polícia
a entidade que dispõe de poder para regular a matéria; excepcionalmente, pode haver
competências concorrentes na regulação e no políciamento e fiscalização.
Vejam a confrontação dos artigos 23 e 24, ambos, da CF/88.

www.acasadoconcurseiro.com.br 379
Art. 23. É competência comum da União, dos Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:
III – proteger os documentos, as
obras e outros bens de valor histórico, VI – florestas, caça, pesca, fauna,
artístico e cultural, os monumentos, as conservação da natureza, defesa do solo
paisagens naturais notáveis e os sítios e dos recursos naturais, proteção do
arqueológicos; meio ambiente e controle da poluição;
IV – impedir a evasão, a destruição e a VII – proteção ao patrimônio histórico,
descaracterização de obras de arte e de cultural, artístico, turístico e paisagístico;
outros bens de valor histórico, artístico
ou cultural; VIII – responsabilidade por dano ao
meio ambiente, ao consumidor, a bens
VI – proteger o meio ambiente e e direitos de valor artístico, estético,
combater a poluição em qualquer de histórico, turístico e paisagístico;
suas formas;
VII – preservar as florestas, a fauna e a
flora;

Por desenvolverem atividades públicas de Estado por delegação, que incluem o exercício do
poder de polícia e a tributação, os conselhos de fiscalização profissional, à exceção da Ordem
dos Advogados do Brasil, integram a administração indireta, possuindo personalidade jurídica
de direito público.

Conclusão1: Um dos meios pelo quais a administração exerce seu poder de polícia é a
edição de atos normativos de caráter geral e abstrato.
Conclusão2: Um dos meios de atuação do poder de polícia de que se utiliza o Estado
é a edição de atos normativos mediante os quais se cria limitações administrativas ao
exercício dos direitos e das atividades individuais.

O conceito legal do poder de polícia está contido nos artigos 77 e 78 do CTN, vejamos:

Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o
exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

380 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Poder de Polícia – Prof. Cristiano de Souza

Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que,


limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou
abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene,
à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de
atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público,
à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou
coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando
desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com
observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como
discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

Para a Professora Maria Sylvia Zanella DI PIETRO, citando Celso Antônio Bandeira de Mello, o
poder de polícia abrange dois conceitos:
a) Em sentido amplo: corresponde a atividade estatal de condicionar a liberdade e a
propriedade ajustando-as aos interesses coletivos; abrange atos do poder legislativo
quando edita as leis em abstrato e do poder executivo quando edita os regulamentos em
geral. Mesmo em sentido amplo, o conceito de poder de polícia não abrange atos típicos
do Poder Judiciário. Conforme Di Pietro “O poder de polícia reparte-se entre Legislativo e
Executivo.”
b) Em sentido estrito: abrange apenas os atos do poder executivo, a exemplo das intervenções
como regulamentos, autorizações e licenças.

Perceba a sutileza dessa frase: O poder de polícia, em sua dupla acepção, restringe-se
a atos do Poder Executivo. (ERRADO), pois em sentido estrito abrange só o executivo!!!

O Estado pode agir em duas áreas de atuação estatal. São as áreas administrativa e judiciária.
a) Polícia administrativa.
A polícia administrativa tem um caráter preponderantemente preventivo. Seu objetivo será
não permitir as ações anti-sociais. A polícia administrativa protege os interesses maiores
da sociedade ao impedir, por exemplo, comportamentos individuais que possam causar
prejuízos maiores à coletividade. A polícia administrativa é dividida entre diferentes órgãos da
Administração Pública. São incluídos aqui a polícia militar (políciamento ostensivo) e os vários
órgãos de fiscalização como os das áreas da saúde, educação, trabalho, previdência e assistência
social. Assim, o poder de polícia é exercido por meio de uma atividade denominada polícia
administrativa, enquanto que a polícia judiciária é a função de prevenção e repressão de
crimes e contravenções. Um mesmo órgão pode exercer atividades de polícia administrativa

www.acasadoconcurseiro.com.br 381
e judiciária. A Polícia Federal, por exemplo, age como polícia administrativa quando emite
passaportes e polícia judiciária quando realizada inquérito polícial.
b) Polícia judiciária.
A polícia judiciária é de caráter repressivo. Sua razão de ser é a punição dos infratores da lei
penal. Assim, a polícia judiciária se rege pelo Direito Processual Penal. A polícia judiciária é
exercida pelas corporações especializadas (polícia civil e polícia federal).

CARACTERÍSTICAS OU ATRIBUTOS DOS PODER DE POLÍCIA

Não existe uma unanimidade quanto a classificação dos atributos por parte da doutrina,
Contudo, vamos elencar o que é pacífico pelas bancas examinadoras sobre esse ponto.
ATRIBUTO DA DISCRICIONARIEDADE: a Administração Pública tem a liberdade de estabelecer,
de acordo com sua conveniência e oportunidade, quais serão as limitações impostas ao
exercício dos direitos individuais e as sanções aplicáveis nesses casos. Também tem a liberdade
de fixar as condições para o exercício de determinado direito. Porém, a partir do momento em
que foram fixadas essas condições, limites e sanções, a Administração obriga-se a cumpri-las,
sendo seus atos vinculados. Por exemplo: é discricionária a fixação do limite de velocidade nas
vias públicas, mas é vinculada a imposição de sanções àqueles que descumprirem os limites
fixados.

Conclusão: o poder de polícia, como regra, é discricionário a exemplo da autorização


para porte de arma de fogo, mas em determinadas situações será vinculado a exemplo
da licença para dirigir, em que preenchido os requisitos legais, a administração estará
vincula e não poderá alegar conveniência ou oportunidade.

ATRIBUTO DA AUTOEXECUTORIEDADE: a Administração Pública pode exercer o poder de


polícia sem a necessidade de intervenção do Poder Judiciário. A única exceção é a cobrança de
multas, quando contestadas pelo particular. Ressalte-se que não é necessária a autorização do
Poder Judiciário para a prática do ato, mas é sempre possível seu controle posterior desse ato.
A autoexecutoriedade só é possível quando prevista expressamente em lei e em situações de
emergências, nas quais é necessária a atuação imediata da Administração Pública.
Maria Sylvia Zanella di Pietro divide a Autoexecutoriedade em dois princípios, vejamos:
a) Exigibilidade: resulta da possibilidade que tem a administração de tomar decisões
executórias, sem a intervenção prévia do poder judiciário, ou seja, a decisão administrativa
impõe-se ao particular ainda contra a sua vontade ou concordância; se quiser de opor terá
que ir ao judiciário; Nesse caso, a administração se vale de meios indiretos de coação. As

382 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Poder de Polícia – Prof. Cristiano de Souza

multas de trânsito são um exemplo de sanções aplicadas no exercício do poder de polícia


do Estado.
b) Executoriedade: consiste na faculdade que tem a administração quando já tomou decisão
executória, de realizar diretamente e imediata à execução forçada. Usando, se for o caso,
da força polícial para obrigar o administrado a cumprir a decisão.
ATRIBUTO DA COERCIBILIDADE: Os atos administrativos podem ser impostos aos
administrados independentemente da concordância destes. Um dos princípios informadores
da atividade administrativa é o da supremacia do interesse público, e a imperatividade decorre
da instrumentalização deste princípio. Este atributo também não é inerente a todos os atos
administrativos, pois nos atos que para produzirem os seus efeitos dependem exclusivamente
de um interesse do particular (atos negociais) a Administração limita-se a certificar, atestar ou
emitir opinião.

DELEGABILIDADE DO PODER DE POLÍCIA

José dos Santos Carvalho Filho entende que inexiste qualquer vedação constitucional para que
pessoas administrativas de direito privado possam exercer o poder de polícia na modalidade
fiscalizatória. Mas para isso será necessário o preenchimento de três condições: a) a entidade
deve integrar a estrutura da administração indireta; b) competência delegada conferida por lei;
c) somente atos de natureza fiscalizatória;
Essa linha de raciocínio foi aceita pelo STJ e pelo STF, nos julgados abaixo:
DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. APLICAÇÃO DE MULTA DE TRÂNSITO POR
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. PODER DE POLÍCIA. DELEGAÇÃO DOS ATOS DE FISCALIZAÇÃO
E SANÇÃO A PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO.
(STF, ARE 662.186/MG, Plenário, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 22/03/2012, DJe-180 12/09/2012, publicado em
13/09/2012)

ADMINISTRATIVO. PODER DE POLÍCIA. TRÂNSITO. SANÇÃO PECUNIÁRIA APLICADA POR


SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. IMPOSSIBILIDADE.

3. As atividades que envolvem a consecução do poder de polícia podem ser sumariamente


divididas em quatro grupo, a saber: (i) legislação, (ii) consentimento, (iii) fiscalização e
(iv) sanção.

4. No âmbito da limitação do exercício da propriedade e da liberdade no trânsito, esses grupos


ficam bem definidos: o CTB estabelece normas genéricas e abstratas para a obtenção da
Carteira Nacional de Habilitação (legislação); a emissão da carteira corporifica a vontade
o Poder Público (consentimento); a Administração instala equipamentos eletrônicos

www.acasadoconcurseiro.com.br 383
para verificar se há respeito à velocidade estabelecida em lei (fiscalização); e também a
Administração sanciona aquele que não guarda observância ao CTB (sanção).

5. Somente o atos relativos ao consentimento e à fiscalização são delegáveis, pois aqueles


referentes à legislação e à sanção derivam do poder de coerção do Poder Público.
(REsp 817.534/MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 10/11/2009, DJe
10/12/2009)

Conclusão: é possível delegar apenas os atos de consentimento e fiscalização!

MEIOS DE ATUAÇÃO

A polícia administrativa pode atuar de modo preventivo ou repressivo. Em sua atuação


preventiva, são estabelecidas normas e outorgados alvarás para que os particulares possam
exercer seus direitos de acordo com o interesse público. O conteúdo do alvará pode ser uma
licença ou uma autorização.
Por sua vez, a atuação repressiva inclui atos de fiscalização e a aplicação de sanções
administrativas. A punição do administrado depende da prévia definição do ato como infração
administrativa. Apesar da existência de medidas repressivas, a atuação do poder de polícia é
essencialmente preventiva, pois seu maior objetivo é evitar a lesão ao interesse público.
Outra classificação também aceita pelas bancas de concurso considera que os meios de atuação
podem ser:
a) atos normativos: a lei cria limitações ao exercício de direitos e o Executivo, por meio de
decretos, portarias, instruções, etc., disciplina a aplicação da lei nos casos concretos;
b) atos administrativos e operações materiais de aplicação da lei ao caso concreto: inclui
medidas preventivas (fiscalização, vistoria, ordem, notificação, autorização, licença, etc.)
e medidas repressivas (dissolução de reunião, interdição de atividade, apreensão de
mercadoria contrabandeada, etc.).
Separei para vocês as principais afirmativas que já apareceram em provas de concurso nos
últimos anos sobre o tema “poder de polícia”, a leitura dessas afirmativas é extremamente
recomentada, pois representa o perfil das principais bancas.

1. Nem toda atividade de polícia administrativa possui a característica da autoexecutoriedade.


Exemplo clássico é a cobrança de multa: embora a Administração, no exercício do poder
de polícia, possa impor multa a um particular sem necessidade de participação do Poder

384 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Poder de Polícia – Prof. Cristiano de Souza

Judiciário, a cobrança forçada dessa multa, caso não paga pelo particular, só poderá ser
efetuada por meio de uma ação judicial de execução.

2. A autoexecutoriedade de certos atos de poder de polícia é limitada, não sendo possível


que a administração, por exemplo, condicione a liberação de veículo retido por transporte
irregular de passageiros ao pagamento de multa anteriormente imposta.

3. No que diz respeito ao poder de polícia, entende o STJ que, na hipótese de determinado
veículo ser retido apenas por transporte irregular de passageiro, a sua liberação não está
condicionada ao pagamento de multas e despesas.

4. Considere que a prefeitura de determinado município tenha concedido licença para


reforma de estabelecimento comercial. Nessa situação hipotética, ato administrativo
praticado, além das classificações que podem caracterizá-lo poder de polícia, ato unilateral
e vinculado.

5. O fechamento de casas noturnas é um exemplo do atributo da autoexecutoriedade em


matéria de polícia administrativa.

6. Constitui exemplo de poder de polícia a interdição de restaurante pela autoridade


administrativa de vigilância sanitária.

7. Os atos decorrentes do poder de polícia são passíveis de controle administrativo. A


existência de vício de legalidade resultará na invalidação do ato. Já o controle de mérito,
que leva em conta a conveniência e oportunidade, poderá ocasionar a revogação do ato, se
o interesse público assim o exigir.

8. A autoexecutoriedade é atributo do poder de polícia e consiste em dizer que a administração


pública pode promover a sua execução por si mesma, sem necessidade de remetê-la
previamente ao Poder Judiciário.

9. O poder de polícia administrativa, que se manifesta, preventiva ou repressivamente, a fim


de evitar que o interesse individual se sobreponha aos interesses da coletividade, difere
do poder de polícia judiciária, atividade estatal de caráter repressivo e ostensivo que tem a
função de reprimir ilícitos penais mediante a instrução polícial criminal.

10. A polícia administrativa pode ser exercida por diversos órgãos da administração pública,
como aqueles encarregados da saúde, educação, trabalho e previdência social.

11. A limitação administrativa, mesmo que advinda de normas gerais e abstratas, decorre do
poder de polícia propriamente dito.

12. De acordo com recente entendimento do STJ, devem ser consideradas as quatro atividades
relativas ao poder de polícia: legislação, consentimento, fiscalização e sanção. Assim,
legislação e sanção constituem atividades típicas da Administração Pública e, portanto,

www.acasadoconcurseiro.com.br 385
indelegáveis. Consentimento e fiscalização, por outro lado, não realizam poder coercitivo e,
por isso podem ser delegados. (STJ, REsp 817534 / MG)

13. A imposição coercitiva de deveres não pode ser exercida por terceiros que não sejam
agentes públicos.

14. Como o poder de polícia da administração se funda no poder de império do Estado, o seu
exercício não é passível de delegação a particulares, regra que, todavia, não se estende às
denominadas atividades de apoio, para as quais é admitida a delegação.

15. No Código Tributário Nacional, é apresentada a definição legal de poder de polícia, cujo
exercício constitui um dos fatos geradores da taxa.

16. Tanto a polícia administrativa quanto a polícia judiciária, embora tratem de atividades
diversas, enquadram-se no âmbito da função administrativa do Estado, uma vez que
representam atividades de gestão de interesse público.

17. As licenças são atos vinculados por meio dos quais a administração pública, no exercício
do poder de polícia, confere ao interessado consentimento para o desempenho de certa
atividade que só pode ser exercida de forma legítima mediante tal consentimento.

18. A licença é um meio de atuação do poder de polícia da administração pública e não pode
ser negada se o requerente satisfizer os requisitos legais para a sua obtenção.

19. A edição de normas pertinentes à prevenção de incêndios compete à esfera estadual,


sendo o poder de polícia relativo ao cumprimento dessas normas desempenhado pelos
estados, por meio da realização de vistorias, por exemplo.

20. Os atos de polícia administrativa estão sujeitos à apreciação do Poder Judiciário, no que se
refere à legalidade de sua edição e execução.

21. Para que a administração pública execute a demolição de uma construção irregular, não é
necessária autorização judicial prévia, quando se trata de medida urgente.

22. A polícia administrativa se expressa ora por atos vinculados, ora por atos discricionários.

23. O objeto do poder de polícia administrativa é todo bem, direito ou atividade individual que
possa afetar a coletividade ou pôr em risco a segurança nacional.

24. O poder de polícia da administração pública visa solucionar a tensão entre liberdade
individual e defesa do interesse público.

25. No exercício do poder de polícia, pode a administração atuar tanto mediante a edição de
atos normativos, de conteúdo abstrato, genérico e impessoal, quanto por intermédio de
atos concretos, preordenados a determinados indivíduos.

386 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Poder de Polícia – Prof. Cristiano de Souza

26. Um agente de trânsito, ao realizar fiscalização em uma rua, verificou que determinado
indivíduo estaria conduzindo um veículo em mau estado de conservação, comprometendo,
assim, a segurança do trânsito e, consequentemente, a da população. Diante dessa situação,
o agente de trânsito resolveu reter o veículo e multar o proprietário. Considerando essa
situação hipotética, o poder da administração correspondente aos atos praticados pelo
agente, e os atributos verificados nos atos administrativos que caracterizam a retenção do
veículo e a aplicação de multa são chamados de poder de polícia, autoexecutoriedade e
exigibilidade.

27. Uma forma de manifestação do poder de polícia ocorre quando a administração pública
baixa ato normativo, disciplinando o uso de fogos de artifício.

28. Como atributo do poder de polícia, há a discricionariedade que, porém, esbarra nas
limitações impostas pela norma.

29. As sanções impostas pela administração a servidores públicos ou a pessoas que se sujeitem
à disciplina interna da administração derivam do poder disciplinar. Diversamente, as
sanções aplicadas a pessoas que não se sujeitem à disciplina interna da administração
decorrem do poder de polícia.

30. Servidor da vigilância sanitária que apreende, em estabelecimento comercial, produtos


alimentícios fora do prazo de validade exerce poder de polícia.

31. Na comparação entre a polícia administrativa e a polícia judiciária, tem-se que a natureza
preventiva e repressiva se aplica igualmente às duas.

32. São características do poder de polícia, entre outras, a natureza restritiva da atividade e a
sua capacidade de limitar a liberdade e a propriedade, que são valores jurídicos distintos.

33. Consoante a doutrina majoritária, a atribuição do poder de polícia não pode ser delegada
a particulares, sendo esse poder exclusivo do Estado e expressão do próprio ius imperii, ou
seja, do poder de império, que é próprio e privativo do poder público.

34. A polícia administrativa atua sobre bens, direitos ou atividades, enquanto a polícia judiciária
atua sobre pessoas.

35. O ato administrativo decorrente do exercício do poder de polícia é autoexecutório


porque dotado de força coercitiva, razão pela qual a doutrina aponta ser a coercibilidade
indissociável da autoexecutoriedade no ato decorrente do poder de polícia.

36. O poder de polícia, que decorre da discricionariedade que caracteriza a administração


pública, é limitado pelo princípio da razoabilidade ou proporcionalidade.

37. É possível a existência de poder de polícia delegado, no entanto, é amplamente aceita na


doutrina a vedação da delegação do poder de polícia à iniciativa privada.

www.acasadoconcurseiro.com.br 387
38. O atributo da exigibilidade, presente no exercício do poder de polícia, ocorre quando a
administração pública se vale de meios indiretos de coação para que o particular exerça
seu direito individual em benefício do interesse público, tal como a não concessão de
licenciamento do veículo enquanto não forem pagas as multas de trânsito.

39. O conjunto de atos normativos e concretos da administração pública com o objetivo de


impedir ou paralisar atividades privadas contrárias ao interesse público corresponde ao
poder polícia.

40. Não é obrigatória a obtenção prévia de autorização judicial para a demolição de edificação
irregular.

41. O exercício do poder de polícia não pode ser delegado a entidade privada.

42. As sanções de natureza administrativa, decorrentes do exercício do poder de polícia,


somente encontram legitimidade quando o ato praticado pelo administrado estiver
previamente definido pela lei como infração administrativa.

43. A fiscalização realizada em locais proibidos para menores retrata o exercício de polícia
administrativa.

44. Ainda que não lhe seja permitido delegar o poder de polícia a particulares, em determinadas
situações, faculta-se ao Estado a possibilidade de, mediante contrato celebrado, atribuir a
pessoas da iniciativa privada o exercício do poder de polícia fiscalizatório para constatação
de infrações administrativas estipuladas pelo próprio Estado.

45. As medidas de polícia administrativa são frequentemente autoexecutórias, podendo


a administração pôr suas decisões em execução por si mesma, sem precisar recorrer
previamente ao Poder Judiciário.

46. A licença é um ato administrativo que revela o caráter preventivo da atuação da


administração no exercício do poder de polícia.

47. Atos administrativos decorrentes do poder de polícia gozam, em regra, do atributo da


autoexecutoriedade, haja vista a administração não depender da intervenção do Poder
Judiciário para torná-los efetivos. Entretanto, alguns desses atos importam exceção à regra,
como, por exemplo, no caso de se impor ao administrado que este construa uma calçada. A
exceção ocorre porque tal atributo se desdobra em dois, exigibilidade e executoriedade, e,
nesse caso, falta a executoriedade.

48. A sanção administrativa é consectário do poder de polícia regulado por normas


administrativas.

388 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

Atos Administrativos: Conceito, Requisitos, Atributos, Classificação, Espécies,


Revogação, Anulação E Invalidação.

Conceito de Ato e Fato


Importante, inicialmente conceituarmos os termos Ato e Fato administrativo. Ato significa uma
manifestação de vontade, que pode ou não produzir efeitos para o mundo jurídico. Por outro
lado fato é um acontecimento do mundo em que nós vivemos, mas tanto o ato quanto o fato
só terão relevância para administração se forem jurídicos, ou seja, interferirem na esfera do
Direito, mais especificamente atingir o Direito administrativo.
Concluímos, portanto, no ato administrativo tem manifestação de vontade que é passível
de anulação quando ilegal ou de revogação por conveniência ou oportunidade gozando de
presunção de legitimidade até prova em contrário.

Elementos ou Requisitos
Os elementos estão elencados na Lei nº 4.717/1965 (Lei de ação popular), senão vejamos:

Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo
anterior, nos casos de:
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
d) inexistência dos motivos;
e) desvio de finalidade.
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as
seguintes normas:
a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais
do agente que o praticou;
b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de
formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato;
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei,
regulamento ou outro ato normativo;
d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em
que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada
ao resultado obtido;
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso
daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.

www.acasadoconcurseiro.com.br 389
Conceitos Doutrinários:
a) Sujeito competente – Aquele a quem a lei atribui competência para a prática do ato. É
vinculado. Admite convalidação somente em alguns casos (ex.: ato praticado por autoridade
incompetente). Contudo, no caso de excesso de poder o ato será nulo, não passível de
convalidação. Por fim, cabe salientar que admite delegação e avocação, salvo nos casos
elencados no art. 13 da lei nº 9.784/1999.

Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:

I – a edição de atos de caráter normativo;

II – a decisão de recursos administrativos;

III – as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

b) Forma – Exteriorização, ou melhor, o modo pelo qual a declaração se exterioriza. É vinculado,


mas admite convalidação.
c) Motivo – É o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato administrativo.
(Mérito do ato administrativo)
d) Objeto – é o efeito jurídico imediato que o ato produz. Maria Sylvia Zanella Di Pietro dá
como exemplo o ato de demissão de um servidor público, onde o objeto é a relação funcional
do servidor com a administração, sobre a qual, recai o conteúdo do ato, ou seja, a demissão.
(Mérito do ato administrativo).
e) Finalidade – é o resultado que a administração quer alcançar com a prática do ato. Então se
objeto é efeito imediato, a finalidade é mediato, ou seja, vem antes do ato administrativo. É
vinculado. Não permite convalidação.

Atributos do Ato Administrativo


a) Presunção de legitimidade: todos os atos administrativos presumem-se em conformidade
com a lei e verdadeiros quanto aos fatos alegados pela administração. Portanto, todo ato
administrativo presume-se Legal (legalidade) e Verídico (veracidade), mas admite prova em
contrário, sendo de presunção relativa (juris tantum). Conclui-se que para um ato ser legítimo,
tem que ser legal e verídico.
b) Imperatividade ou Coercibilidade: é o atributo pelo qual o ato administrativo se impõe a
terceiros independentemente de sua concordância, mas nem todos os atos vão possuir estas
características, como por exemplo, aqueles solicitados pelos administrados (autorização,
licença, permissão) ou apenas enunciativos (certidão, atestado, parecer), pois estes atos
apenas conferem direitos. Decorre do poder de polícia denominado poder extroverso da
administração.
c) Autoexecutoriedade: consiste basicamente na administração poder colocar em execução
seus próprios atos, sem a necessidade de intervenção do judiciário. Mas também não será
para todos os atos, mas apenas para aqueles em que a lei preveja expressamente e quando

390 www.acasadoconcurseiro.com.br
Atos Administrativos – Direito Administrativo – Prof. Cristiano do Souza

se tratar de medida urgente. (ex: guinchar um carro em local proibido; dispersão de passeata
ilegal; interdição de estabelecimento)
d) Exigibilidade: é a capacidade de aplicar punição aos particulares por violação de normas.
Não está presente em todos os atos a exemplo dos atos enunciativos. (Ex.: multa de trânsito)
e) Tipicidade: é a característica pela qual o ato administrativo deve corresponder a figuras
definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados. Está presente
nos atos unilaterais. Não está presente nos contratos, pois são bilaterais.

Classificação dos Atos:

Quanto aos Atos Descrição Exemplos


Destinam-se a uma parcela grande de sujeitos Edital;
Gerais indeterminados e todos aqueles que se vêem Regulamentos;
abrangidos pelos seus preceitos; Instruções.
Destinatários
Demissão;
Destina-se a uma pessoa em particular ou a um
Individuais Exoneração;
grupo de pessoas determinadas.
Outorga de Licença
Circulares;
Os destinatários são os órgãos e agentes da
Internos Portarias;
Administração; não se dirigem a terceiros
Alcance Instruções;
Alcançam os administrados de modo geral (só Admissão;
Externos
entram em vigor depois de publicados). Licença.
Aquele que a administração pratica no gozo de Desapropriação;
Império suas prerrogativas; em posição de supremacia Interdição;
perante o administrado; Requisição.
São os praticados pela Administração em situação Alienação e
Objeto
Gestão de igualdade com os particulares, SEM USAR SUA Aquisição de bens;
SUPREMACIA; Certidões
Aqueles praticados por agentes subalternos; atos
Expediente Protocolo
de rotina interna;
Quando não há, para o agente, liberdade de Licença;
Vinculado escolha, devendo se sujeitar às determinações da Pedido de
Lei; Aposentadoria
Regramento
Quando há liberdade de escolha (na LEI)
Discricionário para o agente, no que diz respeito ao mérito Autorização
(CONVENIÊNCIA e OPORTUNIDADE ).
Produzido por um único órgão; podem ser simples
Simples Despacho
singulares ou simples colegiais.
Produzido por um órgão, mas dependente da Dispensa de
Formação do Composto
ratificação de outro órgão para se tornar exequível. licitação
ATO
Resultam da soma de vontade de 2 ou mais órgãos.
Escolha em lista
Complexo Não deve ser confundido com procedimento
tríplice
administrativo (Concorrência Pública).

www.acasadoconcurseiro.com.br 391
Espécies:

Requisitos Tipo do Ato Características


É O PODER, resultante da lei, que dá ao agente administrativo a
COMPETÊNCIA Vinculado capacidade de praticar o ato administrativo. Admite DELEGAÇÃO
e AVOCAÇÃO.
É o bem jurídico OBJETIVADO pelo ato administrativo; é ao que
FINALIDADE Vinculado
o ato se compromete;
É a maneira regrada (escrita em lei) de como o ato deve ser
FORMA Vinculado
praticado; É o revestimento externo do ato.
É a situação de direito que autoriza ou exige a prática do ato
MOTIVO Discricionário
administrativo; é o por que do ato.
É o conteúdo do ato; é a própria alteração na ordem jurídica; é
OBJETO Discricionário
aquilo de que o ato dispõe, trata.

Invalidade: Revogação, Anulação e Convalidação:


Previsão legal da invalidade dos atos administrativos conforme lei nº 9.784/1999:

Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados
os direitos adquiridos.
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem
prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados
pela própria Administração.

Portanto, a Administração Pública pode Anular ou Revogar seus atos administrativos; Sendo
assim, no exercício do poder de autotutela poderá rever seus próprios atos.
Por outro lado, o Poder Judiciário não pode revogar atos da administração pública, pois tem
competência apenas para a análise de legalidade e não de conveniência ou oportunidade.
Cabe lembrar que o enquanto não for revogado o ato administrativo, será ele considerado
legítimo e eficaz.
Obs. 1: efeitos decorrentes:
a) Da anulação: EX TUNC; (retroage a data de início dos efeitos do ato)
b) Da revogação: EX NUNC; (produz efeitos só para o futuro)
c) Da convalidação: EX TUNC (pois convalida os atos viciados)

392 www.acasadoconcurseiro.com.br
Atos Administrativos – Direito Administrativo – Prof. Cristiano do Souza

Obs. 2: Cinco hipóteses que não admite Convalidação:


a) Atos que já exauriram seus efeitos;
b) Atos vinculados;
c) Atos que geraram direitos adquiridos;
d) Atos integrativos;
e) Atos de mero expediente.

Prescrição/Decadência:

Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram


efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que
foram praticados, salvo comprovada má-fé.
§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da
percepção do primeiro pagamento.
§ 2º Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade
administrativa que importe impugnação à validade do ato.

www.acasadoconcurseiro.com.br 393
Direito Administrativo

AGENTES PÚBLICOS

Conceitos: agentes públicos são todos aqueles que exercem função pública como preposto do
Estado. Ou seja, são pessoas físicas que manifestam a vontade do Estado.
Classificação: conforme Hely Lopes, os agentes públicos dividem-se em:
a) Agentes políticos
b) Agentes administrativos
c) Agentes honoríficos
d) Agentes delegados
e) Agentes credenciados

a) Agentes políticos:

São aqueles que exercem a função política.


Ex: Presidente da República, Ministros de Estado, Deputados, Senadores, Juízes, Promotores.
- Possuem status constitucional, ou seja, não estão sujeitos as regras comuns dos servidores
públicos.
- Em regra não são sujeitos à hierarquia, salvo os auxiliares diretos (Ministros de Estado)

b) Agentes administrativos

São aqueles vinculados ao Estado por relação permanente de trabalho, salvo a função de
caráter temporário;
São denominados servidores públicos em sentido amplo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 395
b) Agentes administrativos

servidores públicos em sentido restrito.

1. Servidor Estatutário: ocupam cargo público de provimento efetivo ou em comissão. Seu


regime jurídico está num Estatuto, por isso chama-se de Estatutário.
2. Empregado Público: que ocupa emprego público, pois seu regime jurídico é o contratual
conhecido como celetista.
3. Servidor temporário: exercem função temporária de caráter especial e transitório.

c) Agentes delegados

Recebem do Estado a incumbência de exercer determinada atividade pública, em seu nome


próprio e sem vínculo empregatício, mas sob fiscalização do Poder Público.
Ex: leiloeiro, peritos judiciais, serviços notariais, concessionários, permissionários.

d) Agentes honoríficos

Colaboram com o Estado de forma temporária em razão de sua condição cívica.


Ex: jurados e mesários.

e) Agentes Credenciados

Recebem a missão de representar a Administração Pública em determinadas atividades.


Ex: jogos olímpicos.

396 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco


(Lei nº 6.123, de 20/07/1968, e Alterações Posteriores)

Professor Leandro Roitman

www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica

Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco


(Lei nº 6.123, de 20/07/1968, e Alterações Posteriores)

LEI Nº 6.123 DE 20 DE JULHO DE V – grupo ocupacional é o conjunto de sé-


ries de classes e classes únicas, de ativida-
1968.
des profissionais, correlatas ou afins quanto
(Republicada em 13/3/1973) à natureza dos respectivos trabalhos ou ao
ramo de conhecimento aplicado em seu de-
O GOVERNADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO: sempenho;
Faço saber que a Assembléia Legislativa decre- VI – serviço é a justaposição de grupos ocu-
tou e eu sanciono a seguinte Lei: pacionais, tendo em vista a identidade, a
similitude ou a conexão das respectivas ati-
vidades profissionais;
TÍTULO I VII – especificação de classe é o conjunto
de atribuições, responsabilidades e demais
Disposições Preliminares características pertinentes a cada classe,
Art. 1º A presente Lei institui o regime jurídico compreendendo ainda, além de outros, os
dos funcionários públicos civis do Estado. seguintes elementos: denominação, código,
exemplos típicos de tarefas, qualificações
Art. 2º Para os efeitos deste Estatuto: exigidas, forma de recrutamento e linha de
promoção;
I – funcionário público é a pessoa investida
em cargo público; VIII – reclassificação é a transformação de
cargo efetivo em outro, ou a justaposição de
II – cargo público é o conjunto de atribui-
cargo em outra classe, ou série de classes,
ções e responsabilidades cometidas a um
tendo em vista a conveniência do serviço.
funcionário, com as características de cria-
ção por lei, denominação própria, número Art. 3º Os cargos podem ser de provimento efe-
certo e pagamento pelos cofres do Estado; tivo ou de provimento em comissão.
III – classe é o conjunto de cargos iguais § 1º Os cargos de provimento efetivo se dis-
quanto à natureza, grau de responsabilida- põem em classes, que podem se agrupar
de e complexidade de atribuições; em séries de classes, ou formar classe única.
IV – série de classes é o conjunto de clas- § 2º Os cargos de provimento em comissão
ses semelhantes, quanto à natureza, grau compreendem:
de complexidade e responsabilidade das
atribuições, constituindo a linha natural de I – cargos de direção e de chefia das reparti-
promoção do funcionário; ções públicas;

www.acasadoconcurseiro.com.br 399
II – cargos de assessoramento, de Chefe de Art. 7º Além dos cargos de provimento efetivo
Gabinete e de Oficial de Gabinete; e em comissão, haverá funções gratificadas que
atenderão a encargos de chefia, de assessora-
III – outros cargos, cujo provimento, em vir- mento, de secretariado e de apoio, cometidos
tude da Lei, dependa de confiança pessoal. transitoriamente a servidores ativos. (Redação
Art. 4º Cargo de natureza técnico-científica é alterada pelo art. 19 da Lei nº 11.216, de 20 de
aquele para cujo provimento é exigido habilita- junho de 1995.)
ção profissional em curso legalmente classifica- Parágrafo único. A lei fixará o valor da retri-
do e regulamentado como de nível superior de buição das funções gratificadas dos órgãos
ensino. da administração direta, das autarquias e
Parágrafo único. Considera-se habilitado o das fundações públicas; e o quantitativo
profissional portador de diploma universitá- das mesmas será estabelecido em decreto,
rio respectivo ou legalmente inscrito para o observados os limites das disponibilidades
exercício da profissão, no órgão competen- orçamentárias e as normas de organização
te na forma da legislação vigente. administrativa do Estado. (Acrescido pelo
art. 19 da Lei nº 11.216, de 20 de junho de
Art. 5º Cargo técnico assim considerado é aque- 1995.)
le para cujo provimento é exigido habilitação
profissional em curso legalmente classificado e Art. 8º Somente poderá ocorrer desvio de fun-
regulamentado como de nível médio de ensino ção no interesse do serviço com estrita obser-
– 2º grau. vância do disposto em regulamento.

Art. 6º Nos casos dos artigos 4º e 5º deste Es- Parágrafo único. O desvio de função não
tatuto, será sempre exigida correlação entre as acarretará aumento de estipêndio do servi-
atribuições do cargo e os conhecimentos espe- dor nem na sua reclassificação ou readap-
cíficos da habilitação profissional. tação.

Art. 7º Além dos cargos de provimento efetivo Art. 9º É vedada a prestação de Serviço gratuito.
e em comissão, haverá funções gratificadas que
atenderão a encargos de chefia, de assessora-
mento e secretariado cometidos transitoria- TÍTULO II
mente aos funcionários.
Do Provimento
Art. 7º Além dos cargos de provimento efetivo
e em comissão, haverá funções gratificadas que
atenderão a encargos de chefia, de assessora-
mento, secretariado e apoio cometidos, transi-
toriamente, a servidores ativos e inativos. (Re-
CAPÍTULO I
dação alterada pelo art. 4º da Lei nº 11.030, de DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
21 de janeiro de 1994.)
Art. 10. Os cargos públicos serão providos por:
(Vide o art. 4º da Lei nº 11.030, de 21 de janeiro
I – nomeação;
de 1994, sobre a vigência deste dispositivo.
II – promoção;
Art. 4º O artigo 7º, da Lei nº 6.123, de 20 de ju-
lho de 1968, renumerado pela Lei nº 6.472, de III – reintegração;
21 de dezembro de 1972, passa a vigorar, a par-
tir de 05 de outubro de 1988, com a seguinte IV – aproveitamento
redação: (...).) V – reversão;

400 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica - Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco – Prof. Leandro Roitman

VI – transferência. requisitos e as qualificações estabelecidas por


lei em cada caso.

Seção II
CAPÍTULO II DO CONCURSO
DA NOMEAÇÃO
Art. 15. O concurso para o provimento efetivo
Seção I de cargo especificado como classe única ou ini-
cial de série de classes será público, constando
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
de provas ou de provas e títulos.
Art. 11. A nomeação será feita: Art. 16. A realização do concurso será centrali-
I – em caráter vitalício, para o cargo de Con- zada em órgão próprio, salvo as exceções esta-
selheiro do Tribunal de Contas; belecidas em lei.

II – em caráter efetivo, quando se tratar de Art. 17. O edital de concurso disciplinará os re-
cargos de classe única ou de série de clas- quisitos para a inscrição, processo de realização,
ses; o prazo de validade, os critérios de classificação,
os recursos e a homologação.
III – em comissão, nos casos previstos no
parágrafo 2º do artigo 3º deste Estatuto. Art. 18. Independerá de limite de idade a inscri-
ção em concurso de funcionário público, inclusi-
Art. 12. A nomeação para cargos de provimen- ve o de serviços autárquicos.
to vitalício obedecerá ao disposto em legislação
especial. Art. 19. A classificação dos concorrentes será
feita mediante a atribuição de pontos às provas
Art. 13. A nomeação para os cargos de provi- e aos títulos, de acordo com os critérios estabe-
mento efetivo exige aprovação prévia em con- lecidos no edital do concurso.
curso público de provas ou de provas e títulos.
Art. 20. Além dos requisitos especificamente
§ 1º A nomeação obedecerá a ordem de exigidos para o concurso, o candidato deverá
classificação dos candidatos habilitados em comprovar, no ato da inscrição:
concurso.
I – ser brasileiro;
§ 2º Em igualdade de classificação em con-
curso dar-se-á preferência para nomeação, II – estar em gozo dos direitos políticos;
sucessivamente, ao funcionário que já per- III – estar quite com as obrigações militares
tença ao Quadro Permanente e ao servidor e eleitorais;
contratado do Estado sob o regime da legis-
lação trabalhista. IV – ter boa conduta;
§ 3º É proibida a nomeação em caráter in- V – haver completado a idade mínima fixa-
terino. da por lei em razão da natureza do cargo;
§ 4º Mediante seleção e concurso adequa- VI – contar, no máximo, quarenta anos de
dos, poderão ser admitidos funcionários de idade, ressalvadas as exceções legais.
capacidade física reduzida, para cargos es-
§ 1º Nos concursos relativos a cargos para
pecificados em lei e regulamento.
cujo provimento é exigida formação univer-
Art. 14. Os cargos em comissão serão providos sitária, só poderá inscrever-se quem tenha
por livre escolha do Governador, respeitados os mais de vinte e um e menos de quarenta e
cinco anos de idade.

www.acasadoconcurseiro.com.br 401
§ 1º É fixada em cinquenta (50) anos a ida- I – nos cargos de provimento efetivo, os
de máxima para nomeação em concurso constantes do item I deste artigo;
público destinado ao ingresso no serviço
estadual e sua autarquias, mantidos os limi- II – nos cargos de provimento em comissão:
tes de idade fixados em lei específica para a) se o nomeado for servidor público, os
os cargos devidamente indicados. (Redação mencionados nos incisos I, II, III, IV, V e VII
alterada pelo art. 1º da Lei nº 7.231, de 4 de deste artigo;
novembro de 1976.)
b) se o nomeado não for servidor público,
§ 2º Sendo exigido exame psicotécnico, só os constantes dos incisos V e VII deste arti-
poderá submeter-se às provas do concurso go;
o candidato que houver sido julgado apto
naquele exame, para o exercício do cargo. III – nos órgãos colegiados:

Art. 21. Não será aberto concurso para o pre- a) se o nomeado for servidor público, os
enchimento de cargo público, enquanto houver constantes dos incisos I, II, III, V, e VII deste
em disponibilidade funcionário de igual catego- artigo:
ria à do cargo a ser provido.
b) se o nomeado não for servidor público,
Seção III o constante dos incisos V e VII deste artigo;
DA POSSE IV – nos casos de transferência, os citados
nos itens I, II, III, V e VI deste artigo;
Art. 22. Posse é o ato que completa a investidu-
ra em cargo público e órgão colegiado. Parágra- V – nos casos de aproveitamento, os cons-
fo único. Não haverá posse nos casos de promo- tantes dos itens I, III e VII deste artigo;
ção e reintegração. VI – nos casos de reversão, os mencionados
Art. 23. Só poderá tomar posse em cargo públi- nos itens I, III e VI deste artigo.
co quem satisfizer os seguintes requisitos: Art. 24. São competentes para dar posse:
I – ser brasileiro; I – a autoridade de hierarquia imediatamen-
II – estar no gozo dos direitos políticos; te superior no cargo de provimento em co-
missão;
III – estar quite com as obrigações militares,
II – os órgãos colegiados, aos respectivos
IV – estar quite com as obrigações eleito- membros;
rais;
III – o Diretor do Departamento de Admi-
V – gozar de boa saúde, comprovada em nistração de Pessoal da Secretaria de Admi-
inspeção médica; nistração, ao nomeado para o exercício de
VI – ter atendido às prescrições de lei espe- cargo de provimento efetivo.
cial para o exercício de determinados car- Art. 25. Do termo de posse, assinado pela auto-
gos; ridade competente e pelo funcionário, constará
VII – ser declarado apto em exame psicotéc- o compromisso de fiel cumprimento dos deve-
nico procedido por entidade especializada, res e atribuições.
quando exigido em lei ou regulamento. Parágrafo único. O funcionário declarará,
Parágrafo único. Serão dispensados os se- para que figurem no termo de posse, os
guintes requisitos para a posse: bens e valores que constituem seu patrimô-

402 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica - Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco – Prof. Leandro Roitman

nio e que não exerce função pública de acu- § 1º Não se exigirá fiança quando o total
mulação proibida. anual do dinheiro, bens ou valores do Esta-
do, sob a responsabilidade do funcionário,
Art. 26. É facultada a posse por procuração, não exceder trinta vezes o maior salário mí-
quando o nomeado estiver ausente do Estado e, nimo mensal.
em casos especiais, a juízo da autoridade com-
petente: § 2º A fiança poderá ser prestada:
Art. 27. A autoridade que der posse, verificará, I – em dinheiro;
sob pena de responsabilidade, se foram satisfei-
tas as condições legais para a investidura. II – em títulos da Dívida Pública;

Art. 28. A posse verificar-se-á no prazo de trinta III – em apólices de seguro de fidelidade
dias, a contar da data de publicação do ato de funcional emitidas por instituição oficial ou
provimento, no órgão oficial. empresa legalmente habilitada.

Art. 28. A posse verificar-se-á no prazo de 30 § 3º Não se admitirá o levantamento da


dias, a contar da data de publicidade do ato de fiança antes da tomada de contas do funcio-
provimento no órgão oficial. (Redação alterada nário.
pelo art. 2º da Lei nº 8.918, de 14 de dezembro Art. 31. O responsável por alcance ou desvio de
de 1981.) material não ficará isento da ação administrati-
Parágrafo único. A requerimento do inte- va ou criminal que couber, ainda que o valor da
ressado, o prazo poderá ser prorrogado até garantia seja superior ao prejuízo verificado.
sessenta dias. Art. 32. Serão periodicamente discriminadas,
Parágrafo único. A requerimento do inte- por decreto, as classes sujeitas à prestação de
ressado, o prazo poderá ser prorrogado, por garantia e determinadas as importâncias para
justa causa, até 120 dias. (Redação alterada cada caso, revistos e atualizados os valores exis-
pelo art. 2º da Lei nº 8.918, de 14 de de- tentes.
zembro de 1981.)
Seção V
Parágrafo único. A requerimento do inte- DO EXERCÍCIO
ressado o prazo poderá ser prorrogado, por
justa causa, até 180 (cento e oitenta) dias. Art. 33. O exercício do cargo terá início no prazo
(Redação alterada pelo art. 8º da Lei nº de trinta dias a contar:
9.155, de 15 de outubro de 1982.)
I – da data da publicação oficial do ato, no
Art. 29. O decurso do prazo para a posse, sem caso de reintegração:
que esta se realize, importa em não aceitação
II – da data da posse, nos demais casos.
do provimento e em renúncia ao direito de no-
meação decorrente do concurso, salvo motivo Parágrafo único. A requerimento do inte-
de força maior devidamente comprovado. ressado e a juízo do titular da Secretaria em
que for lotado o funcionário, o prazo previs-
Seção IV to neste artigo poderá ser prorrogado por
DAS GARANTIAS trinta dias.

Art. 30. O nomeado para cargo cujo desempe- Art. 34. O início, a interrupção e o reinício do
nho exija prestação de garantia não poderá en- exercício serão registrados no assentamento in-
trar em exercício sem a prévia satisfação dessa dividual do funcionário.
exigência.
Art. 35. A promoção não interrompe o exercício.

www.acasadoconcurseiro.com.br 403
Art. 36. O responsável pelo serviço onde deva § 2º Do pedido de remoção do funcionário
servir o funcionário, é competente para dar-lhe formulado por órgão administrativo, deverá
exercício. constar expressamente se o funcionário é
desnecessário ou inadaptado ao serviço.
Art. 37. O funcionário preso preventivamente,
pronunciado por crime comum ou denunciado § 3º Quando qualquer órgão da administra-
por crime funcional, ou ainda, condenado por ção solicitar a remoção de um seu funcioná-
crime inafiançável em processo no qual não rio, este somente será desligado do serviço
haja pronúncia será afastado do exercício, até após a nova lotação.
decisão final passada em julgado.
Art. 42. Observado o disposto nos artigos 40 e
Art. 38. O funcionário poderá ser posto à dis- 41, a remoção por permuta será processada a
posição de órgãos da administração direta ou pedido escrito dos interessados.
indireta, federal, estadual e municipal a critério
do Governador para fim determinado e a prazo Seção VII
certo. DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
§ 1º O funcionário posto à disposição nos Art. 43. Estágio probatório é o período inicial,
termos deste artigo, continuará vinculado de dois anos de efetivo exercício, do funcionário
ao órgão administrativo a que servia. nomeado em virtude de concurso e tem por ob-
§ 2º Findo o prazo ou cessados os motivos jetivo aferir a aptidão para o exercício do cargo
determinantes do afastamento, o funcioná- mediante a apuração dos seguintes requisitos:
rio deverá apresentar-se à Secretaria de Ad- Art. 43. Estágio Probatório é o período inicial,
ministração onde aguardará nova lotação. de 03 (três) anos de efetivo exercício, do servi-
§ 3º O afastamento de que trata este artigo dor público nomeado para provimento de cargo
poderá ser cancelado a qualquer tempo se efetivo em virtude de aprovação em concurso
não for comunicada, mensalmente, a frequ- público e, tem por objeto, além da obtenção da
ência do funcionário. estabilidade, aferir a aptidão para ao exercício
do cargo, mediante a apuração dos seguintes
Art. 39. O funcionário que não entrar em exer- requisitos: (Redação alterada pelo art. 8º da Lei
cício, no prazo legal, perderá o cargo, salvo mo- Complementar nº 131, de 11 de dezembro de
tivo de força maior, devidamente comprovado. 2008.)

Seção VI I – idoneidade moral;


DA REMOÇÃO E DA PERMUTA II – assiduidade;
Art. 40. A remoção far-se-á: III – disciplina;
I – de um para outro órgão da administra- IV – eficiência.
ção;
§ 1º Se, no curso do estágio probatório, for
II – de uma para outra localidade. apurada, em processo regular, a inaptidão
do funcionário para o exercício do cargo,
Art. 41. A remoção pode ser a pedido ou de ofí- será ele exonerado.
cio, atendida sempre a conveniência do serviço.
§ 2º No curso do processo a que se refere o
§ 1º Quando o pedido de remoção tiver por parágrafo anterior, e desde a sua instaura-
fundamento motivo de saúde, deverá este ção, será assegurada ao funcionário ampla
ser comprovado pela Junta Médica Estadu- defesa que poderá ser exercitada pessoal-
al. mente ou por intermédio de procurador ha-

404 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica - Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco – Prof. Leandro Roitman

bilitado, conferindo-se-lhe, ainda, o prazo contagem de tempo para efeito de antigui-


de dez dias para juntada de documentos e dade na classe.
apresentação de defesa escrita.
Art. 49. O interstício e a antiguidade na classe
§ 3º O término do prazo do estágio probató- serão apurados no último dia de cada trimestre.
rio sem exoneração do funcionário importa
em declaração automática de sua estabili- Parágrafo único. Não havendo na data in-
dade no serviço público. dicada neste artigo, funcionário qualificado
para promoção, as vagas existentes serão
§ 4º Fica dispensado do estágio probatório preenchidas com base na apuração realiza-
de que trata o presente artigo, o funcioná- da no trimestre seguinte.
rio nomeado por concurso, desde que con-
te, à época, dois (2) anos de efetivo exercí- Art. 50. As promoções serão realizadas no tri-
cio como contratado no Estado, em funções mestre posterior àquele em que ocorrer a vaga.
idênticas àquelas para as quais prestou Parágrafo único. Inobservado o prazo pre-
concurso. (Acrescido pelo art. 5º da Lei nº visto neste artigo, os efeitos do ato de pro-
6.655, de 31 de dezembro de 1973.) moção retroagirão ao último dia do trimes-
Art. 44. O funcionário estável fica dispensado tre em que deveria ter sido realizada.
de novo estágio probatório, quando nomeado Art. 51. Ocorrendo vaga em uma classe, serão
para outro cargo. consideradas abertas todas as decorrentes do
seu preenchimento, dentro da respectiva série
de classes.
CAPÍTULO III Art. 52. Para todos os efeitos, será considerado
DA PROMOÇÃO promovido por antiguidade o funcionário que
vier a se aposentar ou falecer, sem que tenha
Art. 45. Promoção é a elevação do funcionário, sido realizada, no prazo legal, a promoção que
em caráter efetivo, à classe imediatamente su- lhe cabia.
perior à que pertence na respectiva série.
Art. 53. Será declarado nulo o ato que promo-
Parágrafo único. Não haverá promoção de ver indevidamente o funcionário.
funcionários em disponibilidade ou em es-
§ 1º O funcionário promovido indevida-
tágio probatório.
mente não ficará obrigado a restituir o que
Art. 46. A promoção obedecerá alternadamen- a mais tiver recebido.
te, aos critérios de merecimento e antiguidade
§ 2º O funcionário a quem cabia a promo-
na classe.
ção será indenizado da diferença de venci-
Parágrafo único. O critério adotado consta- mentos a que tiver direito.
rá, obrigatoriamente, do ato de promoção.
§ 3º A autoridade ou o servidor a quem cou-
Art. 47. Não se fará promoção se houver em dis- ber, por culpa ou dolo, a responsabilidade
ponibilidade funcionário aproveitável na vaga. da promoção indevida, responderá perante
a Fazenda pela quantia recebida a mais pelo
Art. 48. O interstício para promoção será de tre- funcionário irregularmente promovido.
zentos e sessenta e cinco dias de efetivo exercí-
cio na classe. Art. 54. O funcionário suspenso poderá ser
promovido mas os efeitos da promoção ficarão
Parágrafo único. O interstício será apurado condicionados:
de acordo com as normas que regulam a

www.acasadoconcurseiro.com.br 405
I – no caso de suspensão disciplinar, à decla- minados em razão da natureza do cargo, segun-
ração da improcedência da penalidade apli- do o preenchimento respectivamente, das con-
cada na esfera administrativa; dições essenciais e complementares.
II – no caso de suspensão preventiva, ao re- § 1º Constituem condições essenciais a qua-
sultado do correspondente processo admi- lidade e quantidade de trabalho, a auto su-
nistrativo. ficiência, a iniciativa, o tirocínio, a colabora-
ção, a ética profissional, o conhecimento do
§ 1º Nas hipóteses deste artigo, o funcioná- trabalho, o aperfeiçoamento funcional e a
rio só perceberá o vencimento correspon- compreensão dos deveres.
dente à nova classe, quando resultar sem
efeito a penalidade, ou quando no processo § 2º As condições complementares se refe-
a que se vinculou a suspensão preventiva rem aos aspectos negativos do merecimen-
não for imposta pena mais grave que a de to funcional e se constituem da falta de as-
repreensão. siduidade, da impontualidade horária e da
indisciplina.
§ 2º Nos casos previstos no parágrafo ante-
rior, o funcionário perceberá o vencimento Art. 57. O índice de merecimento do funcioná-
correspondente à nova classe, a partir da vi- rio, em cada semestre, será representado pela
gência de sua promoção. soma algébrica dos pontos positivos referentes
às condições essenciais, e dos pontos negativos,
§ 3º Mantida a penalidade de suspensão ou relativos às condições complementares.
resultando, do processo a que se vinculou a
suspensão preventiva, pena mais grave que Art. 58. Nos casos de afastamento do exercício
a de repreensão, a promoção será tornada do cargo efetivo, inclusive em virtude de licen-
sem efeito a partir de sua vigência. ça, ou para o exercício de cargo em comissão
fora do âmbito da administração direta ou in-
Art. 55. A promoção por merecimento obede- direta do Poder Executivo, o índice de mereci-
cerá à ordem de classificação dos funcionários mento do funcionário será calculado de acordo
mediante normas definidas em regulamento com as seguintes normas:
próprio.
I – quando o afastamento perdurar, durante
Art. 55. À promoção por merecimento concor- o semestre, por um período igual ou infe-
rerão os funcionários da classe imediatamente rior a quarenta e cinco dias, será feita nor-
inferior, obedecidas as normas estatutárias e as malmente a apuração do merecimento me-
definidas em regulamento próprio. (Redação al- diante a expedição do respectivo boletim;
terada pelo art. 4º da Lei nº 7.048, de 24 de de-
zembro de 1975.) II – quando o afastamento perdurar, durante
o semestre, por um período superior a qua-
Parágrafo único. Obedecido o índice de renta e cinco dias, o índice de merecimento
merecimento, o órgão competente orga- será igual ao obtido no último semestre de
nizará relação contendo nomes de funcio- exercício nos casos de afastamento conside-
nários em número correspondente ao triplo rado de efetivo exercício ou correspondente
das vagas a serem preenchidas dentre as a dois terços do obtido no último semestre
quais o Chefe do Poder Executivo terá livre de exercício nos demais casos.
escolha para promoção. (Acrescido pelo art.
4º da Lei nº 7.048, de 24 de dezembro de Art. 59. Não poderá ser promovido por mereci-
1975.) mento:
Art. 56. O merecimento do funcionário será I – o funcionário em exercício de mandato
apurado em pontos positivos e negativos, deter- eletivo federal, estadual ou municipal;

406 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica - Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco – Prof. Leandro Roitman

II – O funcionário que, para tratar de inte- merecimento, a contar do ingresso na nova clas-
resse particular, esteja licenciado na época se.
da promoção ou tenha estado nos dois se-
mestres anteriores; Art. 61. A promoção por antiguidade será atri-
buída ao funcionário que tiver maior tempo de
III – a funcionária que esteja na época da efetivo exercício na classe.
promoção, ou tenha estado nos dois semes-
tres anteriores, licenciada para acompanhar § 1º A antiguidade será determinada pelo
o marido, funcionário civil ou militar, man- tempo líquido de exercício do funcionário
dado servir em outro ponto do território na- na classe a que pertence.
cional ou estrangeiro; § 2º No caso de fusão de classe, o funcioná-
IV – o funcionário que esteja na época da rio contará na nova classe a antiguidade já
promoção, ou tenha sido nos dois semes- adquirida à data da fusão.
tres anteriores, posto à disposição de qual- § 3º O disposto no parágrafo anterior é apli-
quer entidade, salvo para exercer cargo de cável aos casos de reclassificação de cargo
Chefia na administração direta ou indireta de uma série de classes em outra, ou de car-
do Estado; go de classe única em série de classes.
V – o funcionário que esteja na época da § 4º No caso de elevação de nível ou padrão
promoção, ou tenha sido nos dois semes- de uma série de classes com a fusão de clas-
tres anteriores afastado do exercício do ses sucessivas a antiguidade do funcionário,
cargo, para participação em congresso ou na classe resultante da fusão, será contada
curso de especialização, salvo os relaciona- do seguinte modo:
dos com as atribuições do cargo que ocupa,
comprovada a frequência ou aproveitamen- I – o funcionário da classe inicial contará a
to; antiguidade que tiver nessa classe, à data
da fusão;
VI – o funcionário que esteja na época da
promoção, ou do cargo para a realização II – o funcionário de classe superior à inicial
de pesquisa científica ou conferência tenha contará a soma das seguintes parcelas:
sido nos dois semestres anteriores, afastado
a) a antiguidade na classe a que tenha per-
do exercício do cargo para a realização de
tencido;
pesquisa científica ou conferência cultural,
salvo as relacionadas com as atribuições do b) a antiguidade que tenha tido nas classes
cargo que ocupa, mediante a apresentação inferiores, da série de classes, nas datas em
dos resultados dos respectivos trabalhos; que houver sido promovido.
VII – o funcionário que não obtiver, como § 5º quando houver empate na classificação
grau de merecimento, pelo menos a meta- por antiguidade na classe, terá preferência
de do máximo atribuível; sucessivamente:
VIII – o funcionário que esteja na época da § 5º quando houver empate na classificação
promoção, ou tenha sido nos dois semes- por antiguidade na classe, terá preferência,
tres anteriores, afastado do cargo para exer- sucessivamente: (Redação alterada pelo
cer, como contratado, função técnica ou art. 3º da Lei nº 7.048, de 24 de dezembro
especializada, nos termos do art. 177 deste de 1975.)
Estatuto.
I – o funcionário de maior tempo de servi-
Art. 60. O merecimento é adquirido na classe: ço público prestado ao Estado e respectivas
promovido o funcionário começará a adquirir autarquias;

www.acasadoconcurseiro.com.br 407
I – O funcionário de maior tempo de servi- cargo de idêntico vencimento ao anteriormente
ço público prestado ao Estado e respecti- ocupado.)
vas autarquias. (Redação alterada pelo art.
3º da Lei nº 7.048, de 24 de dezembro de Art. 63. A prova de haver o funcionário prestado
1975.) serviços eleitorais, na qualidade de mesário ou
membro de junta Apuradora será considerada
II – o de maior tempo de serviço público; para efeito de desempate nos casos de promo-
ção depois de observados os critérios fixados
II – O que houver exercido substituição não neste capítulo. Persistindo o empate, terá pre-
remunerada prevista na presente Lei. (Re- ferência o funcionário que tenha servido maior
dação alterada pelo art. 3º da Lei nº 7.048, número de vezes.
de 24 de dezembro de 1975.)
Art. 64. Não se contará tempo de serviço con-
III – o de maior prole; corrente ou simultaneamente prestado, em
III – O de maior tempo de serviço público. dois ou mais cargos ou funções.
(Redação alterada pelo art. 3º da Lei nº Art. 65. Enquanto durar o mandato federal, es-
7.048, de 24 de dezembro de 1975.) tadual ou municipal, o funcionário só poderá
IV – o mais idoso. ser promovido por antiguidade salvo o disposto
no § 2º do Art. 173, da Constituição de Pernam-
IV – O de maior prole. (Redação alterada buco.
pelo art. 3º da Lei nº 7.048, de 24 de de-
zembro de 1975.)
V – O mais idoso. (Acrescido pelo art. 3º da CAPÍTULO IV
Lei nº 7.048, de 24 de dezembro de 1975.)
DA REINTEGRAÇÃO
§ 6º Quando se tratar de classe inicial, o
primeiro desempate será feito pela classifi- Art. 66. Reintegração é o ato pelo qual o funcio-
cação, expressa na nota final obtida no res- nário demitido ou exonerado ilegalmente, rein-
pectivo concurso. gressa no serviço público com o ressarcimento
das vantagens ligadas ao cargo.
Art. 62. A antiguidade na classe será contada:
§ 1º A reintegração decorrerá de decisão
I – nos casos de nomeação, reversão ou administrativa ou judiciária.
aproveitamento, a partir da data em que o
funcionário entrar no exercício do cargo; § 2º A decisão administrativa de reintegra-
ção só poderá ser proferida em pedido de
II – no caso de promoção, a partir de sua vi- reconsideração, recurso ou revisão de pro-
gência; cesso.
III – no caso de transferência, considerando- Art. 67. A reintegração será feita, no cargo ante-
-se o período de exercício que o funcionário riormente ocupado: se este houver sido trans-
possuía na classe, ao ser transferido. formado, do cargo resultante da transformação;
(Vide o art. 12 da Lei nº 8.918, de 14 de dezem- e, se extinto, em cargo equivalente, atendidos
bro de 1981. Art. 12. O disposto no inciso III, especialmente a habilitação profissional do fun-
do artigo 62, da Lei nº 6.123, de 20 de julho de cionário e o vencimento do cargo.
1968, renumerada por força daL ei nº 6.472, de Parágrafo único. Não sendo possível a rein-
27 de dezembro de 1972, somente se aplica na tegração pela forma prevista neste artigo, o
hipótese de o funcionário ser transferido para funcionário será posto em disponibilidade
no cargo que exercia.

408 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica - Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco – Prof. Leandro Roitman

Art. 68. No caso de reintegração do funcionário, tentes os motivos da aposentadoria ou por inte-
quem lhe houver ocupado o cargo será exonera- resse e requisição da Administração, respeitada
do ou reconduzido ao cargo anterior, sem direi- a opção do servidor. (Redação alterada pelo art.
to a indenização, ou ainda, se estável, posto em 4º da Lei Complementar nº 16, de 8 de janeiro
disponibilidade, se o cargo anterior houver sido de 1996.)
extinto.
§1º A reversão, quando por interesse da
Parágrafo único. O funcionário reintegrado Administração, por motivo de necessida-
será submetido a inspeção médica e apo- des e conveniências de natureza financeira,
sentado, se julgado incapaz. ocorrerá através de ato de designação, ca-
bendo ao servidor, pelos encargos do exer-
cício ativo, a percepção de adicional de re-
muneração no valor de cinquenta por cento
CAPÍTULO V dos proventos integrais referentes a retri-
DO APROVEITAMENTO buição normal do cargo em que se aposen-
tou, acrescida do adicional por tempo de
Art. 69. Aproveitamento é o retorno à ativida- serviço. (Acrescido pelo art. 4º da Lei Com-
de do funcionário em disponibilidade, em cargo plementar nº 16, de 8 de janeiro de 1996.)
igual ou equivalente, pela sua natureza e venci-
mento, ao anteriormente ocupado. § 2º O tempo de designação do servidor re-
vertido será considerado para fins de cálcu-
Art. 70. O aproveitamento far-se-á obrigatoria- lo do adicional por tempo de serviço a ser
mente na primeira oportunidade que se ofere- futuramente incorporado aos proventos.
cer. (Acrescido pelo art. 4º da Lei Complemen-
tar nº 16, de 8 de janeiro de 1996.)
Art. 71. Será tornado sem efeito o aproveita-
mento e cassada a disponibilidade do funcioná- § 3º E vedada a designação de servidor re-
rio que, aproveitado não tomar posse no prazo vertido para o exercício de cargo em comis-
legal, salvo no caso de invalidez, em que o fun- são. (Acrescido pelo art. 4º da Lei Comple-
cionário será aposentado. mentar nº 16, de 8 de janeiro de 1996.)
Parágrafo único. A cassação da disponibili- Art. 74. A reversão far-se-á no mesmo cargo, ou
dade na hipótese deste artigo, será precedi- se extinto, em cargo equivalente, respeitada a
da de inquérito administrativo. habilitação profissional.
Art. 72. Havendo mais de um concorrente à Art. 74. A reversão far-se-á no mesmo cargo, ou
mesma vaga, terá preferência o de maior tem- se extinto, em cargo equivalente, respeitada a
po de disponibilidade e no caso de empate o de habilitação profissional e considerada a existên-
maior tempo de serviço público. cia de vaga. (Redação alterada pelo art. 4º da Lei
Complementar nº 16, de 8 de janeiro de 1996.)
Parágrafo único. A reversão terá prioridade
CAPÍTULO VI sobre as nomeações e promoções.
DA REVERSÃO Parágrafo único. A reversão terá prioridade
sobre novas nomeações. (Redação alterada
Art. 73. Reversão é o reingresso no serviço pú-
pelo art. 4º da Lei Complementar nº 16, de
blico do funcionário aposentado quando insub-
8 de janeiro de 1996.)
sistentes os motivos da aposentadoria.
Art. 73. Reversão é o reingresso no serviço pú-
blico do servidor aposentado, quando insubsis-

www.acasadoconcurseiro.com.br 409
Art. 75. Determinada a reversão, será cassada, CAPÍTULO VIII
mediante processo regular, a aposentadoria do DA SUBSTITUIÇÃO
funcionário que não tomar posse no prazo legal.
Art. 78. Haverá substituição no caso de impedi-
mento legal ou afastamento eventual do titular
de cargo, em comissão, de direção ou chefia e
CAPÍTULO VII do servidor designado para exercer função gra-
DA TRANSFERÊNCIA tificada.
Art. 76. A transferência será feita no caso de re- Art. 79. A substituição será automática quando
adaptação do funcionário para cargo mais com- prevista em lei ou regulamento, ou dependerá
patível com a sua capacidade física ou intelec- de ato da Administração.
tual.
Art. 80. Nas substituições serão obedecidas as
Art. 76. A transferência será feita no caso de seguintes normas:
readaptação do funcionário para cargo mais
I – no caso de cargo em comissão de direção
compatível com a sua capacidade física ou inte-
ou chefia, a autoridade competente desig-
lectual, atendida a conveniência do serviço. (Re-
nará substituto para "responder pelo expe-
dação alterada pelo art. 6º da Lei nº 6.655, de
diente" da repartição, sem que tal designa-
31 de dezembro de 1973.)
ção resulte qualquer vantagem financeira
Parágrafo único. A transferência far-se-á para o substituto.
para cargo de igual vencimento.
II – no caso de função gratificada, o substi-
Parágrafo único. A transferência de que tuto perceberá o vencimento do seu cargo,
cogita este artigo, será, necessariamente, cumulativamente com a gratificação res-
precedida de avaliação de desempenho pectiva, quando a substituição for por perí-
funcional, treinamento ou prova de capaci- odo superior a trinta dias.
dade intelectual, na forma estabelecida em
Parágrafo único. Em qualquer caso, o exer-
regulamento, satisfeito o requisito de habi-
cício da substituição não remunerada, cons-
litação profissional. (Redação alterada pelo
tará da ficha funcional do funcionário, e será
art. 6º da Lei nº 6.655, de 31 de dezembro
considerado, preferencialmente, para efeito
de 1973.)
de desempate na classificação para promo-
Art. 77. As transferências não poderão exceder ção por antiguidade ou merecimento.
de um terço das vagas de cada classe e só pode-
Parágrafo único. (REVOGADO) (Revogado
rão ser efetuadas depois da época prevista para
pelo art. 2º da Lei nº 7.048, de 24 de de-
promoção quando esta tiver de ser feita pelo
zembro de 1975.)
princípio da antiguidade.
Art. 77. Em nenhuma hipótese a readaptação
poderá se processar para cargo intermediário TÍTULO III
ou final de série, dependendo de requerimento
do interessado quando se tratar de cargo de sé- Da Vacância
rie de classes para cargos de classe única. (Reda-
ção alterada pelo art. 6º da Lei nº 6.655, de 31 Art. 81. A vacância do cargo dependerá de:
de dezembro de 1973.)
I – exoneração;
II – demissão;
III – promoção;

410 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica - Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco – Prof. Leandro Roitman

IV – transferência; TÍTULO IV
V – aposentadoria;
Dos Direitos E Vantagens
VI – falecimento;
VII – posse em outro cargo, ressalvadas as
exceções legais. CAPÍTULO I
Art. 82. Dar-se-á a exoneração: DA DURAÇÃO DO TRABALHO
I – a pedido; Art. 85. A duração normal do trabalho será de
II – de ofício seis horas por dia ou trinta horas por semana,
podendo, extraordinariamente, ser prorrogada
a) de cargo em comissão; ou antecipada, na forma que dispuser o regula-
mento.
b) quando não satisfeitas as condições do
estágio probatório. Parágrafo único. Excetuam-se do disposto
neste artigo o trabalho executado por fun-
Art. 83. No caso de função gratificada, dar-se-á cionário em serviço externo que, pela pró-
a vacância por dispensa, a pedido, ou de ofício. pria natureza, não pode ser aferido por uni-
Art. 84. Ocorre a vaga na data: dade de tempo.

I – do falecimento do titular do cargo; Art. 86. Salvo nos casos de revezamento sema-
nal ou quinzenal, a duração normal do trabalho
II – da publicação do ato que transferir, após noturno será de seis horas por dia, podendo, ex-
a posse, promover, aposentar, exonerar ou traordinariamente, ser prorrogada ou antecipa-
demitir o ocupante do cargo; da, na forma que dispuser o regulamento.
III – da posse ou, se esta for dispensada, do Parágrafo único. Considera-se noturno o
início do exercício em outro cargo; trabalho executado entre as vinte e duas
IV – da vigência da lei que criar o cargo e horas de um dia e as cinco horas do dia se-
conceder dotação para seu provimento ou guinte.
em que for determinada, apenas, esta últi- Art. 87. A duração normal do trabalho do fun-
ma medida, se o cargo estiver criado; cionário que ocupar cargo do Serviço Técnico
V – da comunicação pela autoridade com- Científico será de quatro horas por dia, ou vinte
petente, no caso de falecimento do funcio- horas semanais, podendo excepcionalmente ser
nário em qualquer ato de guerra ou agres- aumentada mediante antecipação ou prorroga-
são à soberania nacional; ção do expediente pela autoridade competente.

VI – da republicação do ato do Presidente Art. 88. Nos serviços que exijam trabalho aos
da República que decretar a perda dos di- domingos e feriados, será estabelecida escala
reitos políticos, nas hipóteses definidas na mensal de revezamento.
Constituição do Brasil; Art. 89. Poderão ser estabelecidos os regimes
VII – em que se tornar executável a senten- de tempo complementar e integral com dedica-
ça que declarar nulo o provimento e da que ção exclusiva, no interesse do serviço e a juízo
impuser ou acarretar a pena acessória de da administração.
perda do cargo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 411
CAPÍTULO II competente prova de frequência e aprovei-
DO TEMPO DE SERVIÇO tamento;
XIII – desempenho de comissões ou fun-
Art. 90. A apuração do tempo de serviço será ções previstas em lei ou regulamento;
feita em dias.
XIV – trânsito, na forma prevista nos regu-
Parágrafo único. O número de dias será lamentos;
convertido em anos, considerado o ano de
trezentos e sessenta e cinco dias. XV – desempenho de função eletiva da
União, dos Estados e dos Municípios; XVI –
Art. 91. Será considerado de efetivo exercício o expressa determinação legal, em outros ca-
afastamento decorrente de: sos.
I – férias; § 1º Para os efeitos deste Estatuto, entende-
II – casamento; -se por acidente no trabalho o evento que
cause dano físico ou mental ao funcionário
III – luto; por efeito ou na ocasião do serviço.
IV – exercício de outro cargo, função de Go- § 2º Equipara-se ao acidente no trabalho
verno, ou direção nos serviços da adminis- a agressão quando não provocada, sofrida
tração direta ou indireta do Estado; pelo funcionário no serviço ou em razão
V – exercício em cargo ou função de direção, dele.
chefia ou assessoramento, quando posto à § 3º Por doença profissional, para os efeitos
disposição de entidades da administração deste Estatuto, entende-se aquela peculiar
direta ou indireta, da União, dos Estados e ou inerente ao trabalho exercido, compro-
Municípios; vada em qualquer hipótese a relação de
VI – convocação para o serviço militar; causa e efeito.

VII – júri e outros serviços obrigatórios por § 4º Nos casos previstos nos §§ 1°, 2º, 3º
lei; deste artigo, o laudo resultante da inspeção
médica deverá estabelecer rigorosamente a
VIII – licença-prêmio; caracterização do acidente no trabalho e da
doença profissional.
IX – licença à funcionária gestante e ao fun-
cionário acidentado em serviço ou atacado Art. 92. Para efeito de aposentadoria e disponi-
de doença profissional; bilidade, será computado:
X – licença, até o limite de dois anos, ao fun- I – o tempo de serviço público federal, es-
cionário acometido de moléstia consignada tadual ou municipal, inclusive o de desem-
no parágrafo único do artigo 97, ou de ou- penho de mandato eletivo anterior à inves-
tras indicadas em lei; tidura;
XI – missão oficial no país ou no estrangeiro, II – o período de serviço ativo, nas Forças
com ônus para o Estado, mediante ato de Armadas, prestado durante a paz, compu-
autorização do Governador; tado pelo dobro o tempo em operação de
guerra;
XII – participação em congressos ou cursos
de especialização, realização de pesquisas III – o tempo de serviço prestado em autar-
científicas, estágios ou conferências cultu- quia federal, estadual ou municipal;
rais, com a autorização do Governador e a

412 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica - Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco – Prof. Leandro Roitman

IV – o período de trabalho prestado a ins- CAPÍTULO III


tituição de caráter privado que tiver sido DA DISPONIBILIDADE
transformada em órgão da administração
direta ou em autarquia; Art. 95. O funcionário estável, no caso de extin-
V – o tempo de duração da licença prêmio ção ou declaração da desnecessidade do cargo
não gozada contado em dobro; pelo Poder Executivo, será posto em disponibili-
dade remunerada, com os proventos proporcio-
VI – o tempo de duração de licença para tra- nais ao tempo de serviço.
tamento de saúde;
§ 1º A extinção do cargo far-se-á, na admi-
VII – o tempo de licença a funcionária casa- nistração direta, mediante lei, e na adminis-
da para acompanhar o marido até o máxi- tração indireta por ato do Poder Executivo.
mo de dois anos;
§ 2º A declaração da desnecessidade do
VIII – o tempo em que o funcionário esteve cargo far-se-á por ato do Poder Executivo.
em disponibilidade ou aposentado, desde
que ocorra o aproveitamento ou a reversão, § 3º O valor do provento a ser auferido pelo
respectivamente. funcionário em disponibilidade será propor-
cional ao tempo de serviço, na razão de um
Art. 93. É vedada a contagem de tempo de ser- trinta e cinco avos por ano de serviço, se do
viço prestado concorrentemente em cargos ou sexo masculino, ou de um trinta avos, se
funções diversas da União, dos Estados, do Dis- do sexo feminino, acrescido da gratificação
trito Federal, Territórios, Municípios, autarquias adicional por tempo de serviço percebida à
e instituições privadas que hajam sido conver- data da disponibilidade e do salário-família.
tidas em órgãos de administração direta ou em
autarquia. § 4º Ao funcionário posto em disponibi-
lidade, é vedado sob pena de cassação da
Parágrafo único. O tempo de serviço ante- disponibilidade, exercer, qualquer cargo,
rior ao período concorrente será contado: função ou emprego, ou prestar serviço re-
tribuído, mediante recibo, em órgão ou en-
I – exclusivamente para o cargo em que foi tidade da administração direta ou indireta
prestado, se o funcionário continuar a exer- da União, dos Estados, ou dos Municípios,
cê-lo em regime de acumulação; ressalvadas as hipóteses de acumulação le-
II – para um só dos cargos exercidos con- gal, ou expressa determinação em lei.
correntemente, se houver sido prestado em § 5º O funcionário em disponibilidade po-
outro cargo. derá ser aposentado, na forma prevista nes-
Art. 94. O titular de cargo de provimento efetivo te Estatuto.
adquire estabilidade depois de dois anos de efe-
tivo exercício.
§ 1º A estabilidade diz respeito ao serviço CAPÍTULO IV
público e não ao cargo. DA APOSENTADORIA
§ 2º O funcionário que houver adquirido es- Art. 96. O funcionário será aposentado:
tabilidade só poderá ser demitido, median-
te inquérito administrativo em que lhe seja Art. 96. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104
assegurada ampla defesa. da Lei Complementar nº 28, de 14 de janeiro de
2000.)
I – por invalidez;

www.acasadoconcurseiro.com.br 413
I – (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da quando o laudo médico concluir pela inca-
Lei Complementar nº 28, de 14 de janeiro pacidade definitiva para o serviço.
de 2000.)
§ 2º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104
II – compulsoriamente, aos setenta anos de da Lei Complementar nº 28, de 14 de janei-
idade; ro de 2000.)
II – (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da § 3º Para concessão de aposentadoria por
Lei Complementar nº 28, de 14 de janeiro invalidez a inspeção será realizada por uma
de 2000.) junta de pelo menos três médicos.
III – a pedido, quando contar: § 3º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104
da Lei Complementar nº 28, de 14 de janei-
III – (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 ro de 2000.)
da Lei Complementar nº 28, de 14 de janei-
ro de 2000.) § 4º No caso do item II o funcionário ficará
dispensado do comparecimento ao serviço,
a) trinta e cinco anos de serviço, se do sexo a partir da data em que completar a idade
masculino; limite.
a) (REVOGADA) (Revogada pelo art. 104 da § 4º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104
Lei Complementar nº 28, de 14 de janeiro da Lei Complementar nº 28, de 14 de janei-
de 2000.) ro de 2000.)
b) trinta anos de serviço, se do sexo femini- § 5º É facultado ao aposentado por invali-
no. dez, quando recuperado, requerer a revisão
b) (REVOGADA) (Revogada pelo art. 104 da do ato de sua aposentadoria, no que se re-
Lei Complementar nº 28, de 14 de janeiro fere exclusivamente ao fundamento para
de 2000.) sua concessão, a fim de enquadrá-lo no in-
ciso III deste artigo, desde que na esfera ad-
c) após 30 anos de efetivo exercício em ministrativa não possa ser cumprido o dis-
funções de magistério, se professor, ou 25 posto no artigo 74.
anos, se professora. (Acrescida pelo art.
1º da Lei nº 8.847, de 25 de novembro de § 5º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104
1981.) da Lei Complementar nº 28, de 14 de janei-
ro de 2000.)
c) (REVOGADA) (Revogada pelo art. 104 da
Lei Complementar nº 28, de 14 de janeiro § 6º Para efeito do estabelecido no pará-
de 2000.) grafo anterior, o aposentado por invalidez,
além de atender á exigência do art. 73, de-
§ 1º Os limites de idade e de tempo de ser- verá ter, à data do seu requerimento, mais
viço poderão ser reduzidos, na forma pre- de 35 anos, se do sexo masculino ou mais
vista no artigo 100, § 2º da Constituição do de 30 anos, se do sexo feminino, de função
Brasil. pública, inclusive o período da inatividade.
§ 1º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 § 6º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104
da Lei Complementar nº 28, de 14 de janei- da Lei Complementar nº 28, de 14 de janei-
ro de 2000.) ro de 2000.)
§ 2º A aposentadoria por invalidez será Art. 97. Os proventos da aposentadoria serão:
sempre precedida de licença por período
não inferior a vinte e quatro meses, salvo

414 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica - Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco – Prof. Leandro Roitman

Art. 97. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 Parágrafo único. Para os efeitos do dispos-
da Lei Complementar nº 28, de 14 de janeiro de to da letra " b" do do item I deste artigo,
2000.) consideram-se doenças graves a tubercu-
lose ativa, a alienação mental, a neoplastia
I – integrais, quando o funcionário: malígna de qualquer natureza, a cegueira, a
I – (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da lepra, a paralisia, a cardiopatia grave, o mal
Lei Complementar nº 28, de 14 de janeiro de parkinson e as colagenoses com lesões
de 2000.) sistêmicas ou de musculatura esquelética, a
insuficiência respiratória crônica, a síndro-
a) contar trinta e cinco anos de serviço, se me de imunodeficiência adquirida "AIDS" ,
do sexo masculino, ou trinta anos se do fe- a insuficiência renal crônica e a insuficiên-
minino; cia hepática crônica. (Redação alterada pelo
art. 1º da Lei nº 10.802, de 14 de setembro
a) (REVOGADA) (Revogado pelo art. 104 da
de 1992.)
Lei Complementar nº 28, de 14 de janeiro
de 2000.) Parágrafo único. (REVOGADO) (Revogado
pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de
b) invalidar-se por acidente ocorrido em
14 de janeiro de 2000.)
serviço, por moléstia profissional, ou doen-
ça grave, contagiosa ou incurável, especifi- Art. 98. Os proventos do funcionário que ao se
cada em lei; aposentar estiver no exercício de função gratifi-
cada ou de cargo em comissão há mais de cinco
b) (REVOGADA) (Revogado pelo art. 104 da
anos, sem interrupção, serão calculados sobre o
Lei Complementar nº 28, de 14 de janeiro
vencimento, acrescido valor correspondente à
de 2000.)
função gratificada no primeiro caso ou sobre o
c) aposentar-se com base no artigo 96, in- símbolo relativo ao cargo em comissão, no se-
ciso III, "c". (Acrescida pelo art. 1º da Lei nº gundo caso.
8.847, de 25 de novembro de 1981.)
Art. 98 Os proventos do funcionário que, ao se
c) (REVOGADA) (Revogada pelo art. 104 da aposentar, esteja no exercício de função gratifi-
Lei Complementar nº 28, de 14 de janeiro cada ou de cargo em Comissão há mais de 05
de 2000.) (cinco) anos, ininterruptamente, ou por um pe-
ríodo igual ou superior a 07 (sete) anos, com
II – proporcionais, quando o funcionário interrupção, serão calculados, conforme o caso,
contar menos de trinta e cinco anos de ser- sobre o vencimento, acrescido do valor corres-
viço, se do sexo masculino ou menos de pondente à função gratificada ou sobre o sím-
trinta anos, se do sexo feminino. bolo de vencimento relativo ao cargo em comis-
II – (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da são que esteja ocupando. (Redação alterada
Lei Complementar nº 28, de 14 de janeiro pelo art. 1º da Lei nº 9.212, de 22 de dezembro
de 2000.) de 1982.)

Parágrafo único. Para os efeitos do disposto Art. 98 Os proventos do funcionário que, ao se


na letra "b" do item I deste artigo, conside- aposentar, esteja no exercício de cargo em co-
ram-se doenças graves a tuberculose ativa, missão ou de função gratificada há mais de 5
a alienação mental, a neoplasia malígna de anos, ininterruptamente, ou por um período
qualquer natureza, a cegueira, a lepra, a pa- igual, ou superior a 7 anos, com interrupção,
ralisia, a cardiopatia grave, o mal de Parkin- serão calculados, conforme o caso, sobre o ven-
son e as colagenoses com lesões sistêmicas cimento do cargo em comissão, acrescido da
ou de musculatura esquelética. gratificação de representação, ou sobre o venci-
mento do cargo efetivo, acrescido do valor cor-

www.acasadoconcurseiro.com.br 415
respondente à gratificação pelo desempenho I – (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da
do cargo ou função que esteja exercendo. (Re- Lei Complementar nº 28, de 14 de janeiro
dação alterada pelo art. 17 da Lei nº 9.892, de 6 de 2000.)
de outubro de 1986.)
II – houver percebido a gratificação ante-
Art. 98. Os proventos do funcionário que ao se riormente à vigência da presente lei;
aposentar estiver no exercício de função grati-
ficada ou de cargo em Comissão há mais de 05 II – (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da
(cinco) anos, sem interrupção, serão calculados Lei Complementar nº 28, de 14 de janeiro
sobre o vencimento, acrescido do valor cor- de 2000.)
respondente à função gratificada, no primeiro § 2º Será dispensado o período carencial
caso, ou sobre o símbolo relativo ao cargo em de que trata este artigo, nos casos de fale-
comissão, no segundo caso. (Redação alterada cimento do funcionário e de aposentadoria
pelo parágrafo único do art. 1º da Lei nº 10.000, por invalidez decorrente de fato posterior
de 19 de junho de 1987.) ao seu ingresso no regime de tempo com-
Art. 98. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 plementar ou de tempo integral com dedi-
Lei Complementar nº 28, de 14 de janeiro de cação exclusiva.
2000.) § 2º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104
Parágrafo único. O disposto neste artigo da Lei Complementar nº 28, de 14 de janei-
não se aplica aos casos em que o funcioná- ro de 2000.)
rio tiver optado pelo vencimento do cargo § 3º A incorporação referida neste artigo
efetivo, na forma do artigo 136, item I. será efetuada tomando-se por base o valor
Parágrafo único. (SUPRIMIDO) (Suprimido da respectiva gratificação de tempo com-
pelo art. 17 da Lei nº 9.892, de 6 de outubro plementar ou de tempo integral com dedi-
de 1986.) cação exclusiva.

Art. 99. O funcionário que, nos dois anos ime- § 3º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104
diatamente anteriores à concessão da aposen- da Lei Complementar nº 28, de 14 de janei-
tadoria, estiver em regime de tempo comple- ro de 2000.)
mentar, ou de tempo integral com dedicação § 4º O disposto neste artigo não se aplica
exclusiva, terá direito à incorporação do valor aos servidores sujeitos ao regime de tempo
da respectiva gratificação aos proventos da apo- complementar em razão exclusiva do exer-
sentadoria. cício de cargo em comissão, ou função de
Art. 99. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 direção ou chefia.
da Lei Complementar nº 28, de 14 de janeiro de § 4º O disposto neste artigo não se aplica
2000.) aos servidores sujeitos ao regime de tempo
§ 1º Computar-se-á para os efeitos deste ar- complementar em razão exclusiva do exer-
tigo o período em que o funcionário sujeito cício de cargo em comissão. (Redação alte-
ao regime de tempo complementar ou de rada pelo art. 8º da Lei nº 6.933, de 29 de
tempo integral com dedicação exclusiva: agosto de 1975.)

§ 1º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 § 4º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104
da Lei Complementar nº 28, de 14 de janei- da Lei Complementar nº 28, de 14 de janei-
ro de 2000.) ro de 2000.)

I – deixar de perceber a gratificação em vir- § 5º A incorporação aos proventos de apo-


tude do exercício de cargo em comissão; sentadoria da gratificação de tempo com-

416 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica - Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco – Prof. Leandro Roitman

plementar atribuída em razão do exercício CAPÍTULO V


de função gratificada será assegurada após DAS FÉRIAS
cinco (5) anos de percepção pelo servidor
sob aquele regime. (Acrescido pelo art. 9º (Vide o art. 11 da Lei nº 6.933, de 29 de agos-
da Lei nº 6.933, de 29 de agosto de 1975.) to de 1975. Art. 11. O período de férias que, por
§ 5º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 necessidade do serviço, o funcionário tenha dei-
da Lei Complementar nº 28, de 14 de janei- xado de gozar será contado em dobro para efei-
ro de 2000.) to de aposentadoria e disponibilidade.)

Art. 100. Sempre que for concedido aumento Art. 103. O funcionário gozará de trinta dias
de vencimentos aos funcionários serão reajus- consecutivos de férias por ano, de acordo com a
tados, nas mesmas bases, os proventos dos ina- escala organizada pela autoridade competente,
tivos. devendo constar o ano a que correspondam.

Art. 100. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 § 1º É vedado levar à conta de férias qual-
da Lei Complementar nº 28, de 14 de janeiro de quer falta ao trabalho.
2000.) § 2º Somente e depois do primeiro ano de
Art. 101. No caso do artigo 97, inciso II, o pro- exercício o funcionário adquirirá direito a
vento de aposentadoria será proporcional ao férias.
tempo de serviço à razão de um trinta e cinco § 3º A escala de férias poderá ser alterada,
avos por ano de serviço, se do sexo masculino, e de acordo com as necessidades do serviço.
de um trinta avos, se do sexo feminino.
§ 4º É vedado o fracionamento do período
Art. 101. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 de férias, salvo por necessidade do serviço.
da Lei Complementar nº 28, de 14 de janeiro de
2000.) Art. 104. As férias dos membros do magistério
corresponderão às férias escolares, obedecidas
Parágrafo único. ressalvado o disposto no as restrições legais e regulamentares.
artigo 100, em caso algum o provento da
inatividade poderá exceder ao percebido na Art. 105. É proibida a acumulação de férias, sal-
atividade, nem será inferior a um terço do vo imperiosa necessidade do serviço até o máxi-
respectivo vencimento. mo de dois períodos, justificada em cada caso.

Parágrafo único. (REVOGADO) (Revogado Parágrafo único. Haverá presunção de ne-


pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de cessidade do serviço, quando o funcionário
14 de janeiro de 2000.) deixar de gozar as férias e não houver sido
comunicado o fato pelo chefe imediato ao
Art. 102. Antes da concessão da aposentado- órgão competente de pessoal.
ria por invalidez a autoridade deverá verificar
a possibilidade de readaptação do funcionário. Art. 106. Ao entrar em férias, o funcionário
comunicará ao chefe imediato o seu endereço
Art. 102. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 eventual.
da Lei Complementar nº 28, de 14 de janeiro de
2000.) Art. 107. Por motivo de promoção ou remoção,
o funcionário em gozo de férias não será obriga-
do a interrompê-las.
Art. 108. Durante as férias, o funcionário terá
direito a todas as vantagens do seu cargo e fun-
ção.

www.acasadoconcurseiro.com.br 417
Art. 108-A. O servidor exonerado do cargo efe- contar-se-á como de licença o período com-
tivo, ou em comissão, nos termos do art. 82, preendido entre a data do seu término e do
perceberá indenização relativa ao período das conhecimento oficial do despacho.
férias a que tiver direito e ao incompleto, na
proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de Art. 111. Ao entrar em gozo de licença, o fun-
efetivo exercício, ou fração superior a 14 (qua- cionário comunicará ao chefe imediato, o local
torze) dias. (Acrescido pelo art. 20 da Lei Com- onde poderá ser encontrado.
plementar nº 49, de 31 de janeiro de 2003, com
Seção II
redação dada pelo art. 21 da Lei Complementar
nº 78, de 18 de novembro de 2005.) DA LICENÇA PRÊMIO
Parágrafo único. A indenização será cal- Art. 112. Serão concedidos ao funcionário, após
culada com base na remuneração do mês cada decênio de serviço efetivo prestado ao Es-
em que for publicado o ato de exoneração. tado, seis meses de licença-prêmio, com todos
(Acrescido pelo art. 20 da Lei Complemen- os direitos e vantagens do cargo efetivo.
tar nº 49, de 31 de janeiro de 2003, com re-
Parágrafo único. A pedido do funcionário, a
dação dada pelo art. 21 da Lei Complemen-
licença-prêmio poderá ser gozada em par-
tar nº 78, de 18 de novembro de 2005.)
celas não inferiores a um mês.
Art. 113. Não será concedida licença-prêmio,
se houver o funcionário, no decênio correspon-
CAPÍTULO VI dente:
DAS LICENÇAS
I – Cometido falta disciplinar grave;
Seção I II – Faltado ao serviço, sem justificação, por
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES mais de trinta dias;

Art. 109. Conceder-se-á licença: III – Gozado licença;

I – como prêmio; a) por mais de cento e vinte dias, consecu-


tivos ou não, por motivo de doença em pes-
II – para tratamento de saúde; soa da família;
III – por motivo de doença em pessoa da fa- b) para trato de interesse particular;
mília;
c) por mais de noventa dias, consecutivos
IV – por motivo de gestação; ou não, por motivo de afastamento do côn-
juge, funcionário civil ou militar, ou servidor
V – para serviço militar obrigatório;
da administração pública direta ou indireta.
VI – para trato de interesse particular;
Art. 114. Será assegurada a percepção da im-
VII – à funcionária casada para acompanhar portância correspondente ao tempo de duração
o marido. da licença-prêmio deixada de gozar pelo fun-
cionário, em caso de falecimento, ou quando a
Art. 110. A licença concedida, dentro de sessen- contagem do aludido tempo não se torne ne-
ta dias contados do término da anterior, será cessária para efeito de aposentadoria.
considerada como prorrogação.
Parágrafo único. O valor da licença-prêmio
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, corresponderá a seis meses do vencimento
o pedido deverá ser apresentado antes de atribuído ao funcionário no mês que houver
findo o prazo da licença, e, se indeferido, completado o respectivo decênio, exceto o

418 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica - Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco – Prof. Leandro Roitman

último que será correspondente ao venci- Art. 118. Na licença requerida por funcionário
mento percebido pelo funcionário no mês que estiver em outro Estado, a inspeção será re-
em que passar à inatividade. alizada pelo órgão médico oficial, que remeterá
o laudo respectivo à repartição competente.
Parágrafo único. O valor da licença prêmio
corresponderá a seis (6) meses do venci- Art. 119. O funcionário não poderá permanecer
mento atribuído ao funcionário no mês em licença para tratamento de saúde por perío-
em que houver completado o respectivo do superior a vinte e quatro meses, exceto nos
decênio, exceto o último, que será corres- casos considerados recuperáveis, nos quais, a
pondente ao vencimento percebido pelo critério da junta médica, a licença poderá ser
funcionário no mês em que passar à inati- prorrogada.
vidade ou falecer. (Redação alterada pelo
art. 8º da Lei nº 6.933, de 29 de agosto de Art. 120. No processamento das licenças para
1975.) tratamento de saúde, será observado o devido
sigilo sobre os laudos e atestados médicos.
Seção III Art. 121. Se o funcionário licenciado para trata-
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO mento de saúde vier a exercer atividade remu-
DE SAÚDE nerada, será a licença interrompida, com perda
total do vencimento, até que reassuma o exercí-
Art. 115. A licença para tratamento de saúde cio do cargo.
poderá ser concedida a pedido ou de ofício.
Parágrafo único. Os dias correspondentes à
§ 1º Para a concessão de licença prevista perda de vencimento, de que trata este arti-
neste artigo, é indispensável inspeção mé- go, serão considerados como de licença, na
dica, que será realizada quando necessário, forma do item VI do artigo 109.
no local onde se encontrar o funcionário.
Art. 122. Será sempre integral o vencimento do
§ 2º A licença para tratamento de saúde de- funcionário licenciado para tratamento de saú-
verá ser requerida no prazo de dez dias, a de.
contar da primeira falta ao serviço.
Art. 123. Julgado apto pela inspeção médica, o
§ 3º Findo o prazo da licença, o funcionário funcionário reassumirá imediatamente o exercí-
deverá reassumir imediatamente o exercí- cio, sob pena de se considerar como falta o perí-
cio. odo de ausência.
Art. 116. A inspeção será realizada por junta Art. 124. No caso de licença, poderá o funcio-
médica estadual. nário requerer inspeção médica, caso se julgue
apto a reassumir o exercício.
Parágrafo único. No caso de licença até no-
venta dias, a inspeção poderá ser realizada Seção IV
por um dos membros da junta médica esta-
dual. DA LICENÇA POR MOTIVO DE
DOENÇA EM PESSOA DA FAMÍLIA
Art. 117. Nas localidades em que não houver
junta médica, a inspeção poderá, a juízo da Art. 125. O funcionário poderá obter licença por
Administração, ser realizada por médico da Se- motivo de doença na pessoa de ascendente,
cretaria de Saúde, e, na falta deste, com a de- descendente, colateral, consanguíneo ou afim,
claração do fato, por outro médico do serviço até o 2º grau, de cônjuge do qual não seja legal-
público. mente separado ou de pessoa que viva às suas
expensas e conste do seu assentamento indivi-
dual, desde que prove ser indispensável a sua

www.acasadoconcurseiro.com.br 419
assistência pessoal e esta não possa ser presta- Parágrafo único. (SUPRIMIDO) (Suprimido
da simultaneamente com o exercício do cargo. pelo art. 1º da Lei Complementar nº 91, de
21 de junho de 2007.)
§ 1º A doença será comprovada em inspe-
ção médica realizada com obediência ao § 1º A licença-maternidade será deferida à
disposto neste Estatuto quanto à licença gestante mediante avaliação médica oficial,
para tratamento de saúde. pelo órgão estadual competente, preferen-
cialmente a partir do oitavo mês de gesta-
§ 2º A licença de que trata este artigo não ção. (Acrescido pelo art. 1º da Lei Comple-
excederá vinte e quatro meses e será con- mentar nº 91, de 21 de junho de 2007.)
cedida:
§ 2º No caso de nascimento prematuro, a
I – com vencimento integral, até três meses; licença terá início a partir do parto. (Acresci-
II – com metade do vencimento, até um do pelo art. 1º da Lei Complementar nº 91,
ano; de 21 de junho de 2007.)

III – sem vencimento, a partir do décimo § 3º No caso de natimorto, decorridos 30


terceiro ate o vigésimo quarto mês. (trinta) dias do evento, a servidora será sub-
metida a exame médico, e se julgada apta,
Seção V reassumirá o exercício. (Acrescido pelo art.
DA LICENÇA A GESTANTE 1º da Lei Complementar nº 91, de 21 de ju-
nho de 2007.)
DA LICENÇA-MATERNIDADE § 4º No caso de aborto atestado por médico
oficial, a servidora terá direito a 30 (trinta)
(Redação alterada pelo art. 1º da Lei Comple-
dias de repouso remunerado. (Acrescido
mentar nº 91, de 21 de junho de 2007.)
pelo art. 1º da Lei Complementar nº 91, de
(Vide art. 2º da Lei Complementar nº 91, de 21 21 de junho de 2007.)
de junho de 2007 – licença-paternidade. Art. 2º
Art. 126–A. A servidora estadual que adotar ou
Pelo nascimento ou adoção de filhos até 8 (oito)
obtiver a guarda judicial para fins de adoção de
anos de idade, o servidor público da administra-
criança tem direito a licença-maternidade, com
ção direta, autárquica e fundacional, ocupante
vencimento integral, nas seguintes hipóteses:
de cargo público, terá direito à licença-paterni-
(Acrescido pelo art. 1º da Lei Complementar nº
dade de 15 (quinze) dias consecutivos.)
91, de 21 de junho de 2007.)
Art. 126. À funcionária gestante será concedida,
I – adoção ou guarda judicial de criança até
mediante inspeção médica, licença por noventa
1 (um) ano de idade, pelo período de 180
dias, com vencimento integral.
(cento e oitenta) dias; (Acrescido pelo art.
Art. 126. A servidora gestante tem direito à 1º da Lei Complementar nº 91, de 21 de ju-
licença-maternidade de 180 (cento e oitenta) nho de 2007.)
dias, com vencimento integral. (Redação altera-
II – adoção ou guarda judicial de criança a
da pelo art. 1º da Lei Complementar nº 91, de
partir de 1 (um) até 4 (quatro) anos de ida-
21 de junho de 2007.)
de, pelo período de 90 (noventa) dias; e
Parágrafo único. Salvo prescrição médica (Acrescido pelo art. 1º da Lei Complemen-
em contrário, a licença será concedida a tar nº 91, de 21 de junho de 2007.)
partir do início do oitavo mês de gestação.
III – adoção ou guarda judicial de criança
a partir de 4 (quatro) até 8 (oito) anos de
idade, pelo período de 60 (sessenta) dias.

420 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica - Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco – Prof. Leandro Roitman

(Acrescido pelo art. 1º da Lei Complemen- Parágrafo único. No caso de estágio remu-
tar nº 91, de 21 de junho de 2007.) nerado, é facultada a opção pelo estipên-
dio, como militar.
§ 1º A licença-maternidade somente será
deferida mediante a apresentação do termo Seção VII
judicial de guarda à adotante ou guardiã. DA LICENÇA PARA TRATO DE INTE-
(Acrescido pelo art. 1º da Lei Complemen-
tar nº 91, de 21 de junho de 2007.) RESSE PARTICULAR
§ 2º A licença-maternidade concedida à Art. 130. Depois de dois anos de efetivo exer-
servidora nos termos deste artigo possui cício, o servidor poderá obter licença, sem ven-
a mesma natureza da licença concedida à cimento, para trato de interesse particular, por
gestante, produzindo os mesmos efeitos, in- prazo não superior a quatro anos.
clusive sendo considerado de efetivo exercí-
Art. 130. Depois de dois anos de efetivo exercí-
cio o afastamento, para os fins de apuração
cio, o servidor poderá obter licença sem venci-
do tempo de serviço. (Acrescido pelo art. 1º
mentos, para trato de interesse particular, por
da Lei Complementar nº 91, de 21 de junho
prazo não superior a quatro anos, renovável por
de 2007.)
igual período. (Redação alterada pelo art. 5º
Seção VI da Lei Complementar nº 16, de 8 de janeiro de
1996.)
DA LICENÇA PARA O SERVIÇO MILI-
TAR OBRIGATÓRIO Parágrafo único. O requerente deverá
aguardar no exercício, a concessão da li-
Art. 127. Ao funcionário convocado para o ser- cença, que poderá ser negada, quando não
viço militar e outros encargos da segurança Na- convier ao interesse do serviço.
cional, será concedida licença com vencimento
integral. Parágrafo único. O requerente deverá
aguardar em exercício a concessão de li-
§ 1º A licença será concedida à vista de do- cença, que poderá ser negada, quando não
cumento oficial que prove a incorporação. convier ao interesse do serviço. (Redação
alterada pelo art. 5º da Lei Complementar
§ 2º Do vencimento descontar-se-á a impor- nº 16, de 8 de janeiro de 1996.)
tância que o funcionário perceber na quali-
dade de incorporado. Art. 131. Não será concedida licença para trato
de interesse particular a funcionário removido,
§ 3º É facultado ao funcionário incorporado antes de assumir o exercício.
optar pelo estipêndio como militar.
Art. 132. O funcionário, em qualquer tempo,
Art. 128. Ao funcionário desincorporado con- poderá desistir da licença para trato de interes-
ceder-se-á o prazo não excedente de trinta dias se particular.
para reassumir o exercício, sem perda de venci-
mento. Seção VIII
Art. 129. Ao funcionário oficial, ou aspirante a DA LICENÇA À FUNCIONÁRIA
oficial da reserva das Forças Armadas será con- CASADA PARA ACOMPANHAR O
cedida licença com vencimento integral, duran- MARIDO
te os estágios não remunerados previstos pelos
regulamentos militares. Art. 133. A funcionária casada terá direito a li-
cença sem vencimento para acompanhar o ma-
rido, funcionário civil ou militar ou servidor da
administração direta ou indireta do Poder Pú-

www.acasadoconcurseiro.com.br 421
blico, mandado servir de oficio fora do País, em II – em exercício de mandato eletivo remu-
outro ponto do território nacional ou do Estado. nerado, federal, estadual ou municipal.
§ 1º A concessão da licença dependerá de II – Em exercício de mandato eletivo remu-
requerimento devidamente instruído e terá nerado, federal, estadual ou municipal, sal-
a mesma duração da comissão ou nova fun- vo o direito de opção, previsto no art. 263
ção do marido. e seu parágrafo. (Redação alterada pelo art.
5º da Lei nº 7.048, de 24 de dezembro de
§ 2º A persistência dos motivos determinan- 1975.)
tes da licença deverá ser obrigatoriamente
comprovada a cada dois anos, a partir da III – nos casos dos itens XI e XII do artigo 91,
concessão. quando exceder o período de um ano.
§ 3º A inobservância do disposto no pará- Art. 137. O funcionário perderá:
grafo anterior acarretará o cancelamento
automático da licença. Art. 137. O funcionário perderá: (Redação alte-
rada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 55, de
Art. 134. Licença idêntica à de que trata o arti- 30 de dezembro de 2003.)
go anterior será assegurada a qualquer dos côn-
juges quando o outro aceitar mandato eletivo I – o vencimento do dia, se não comparecer
fora do Estado. ao serviço, salvo motivo legal ou moléstia
comprovada;
I – a remuneração do dia, quando não com-
parecer ao serviço, salvo motivo legal ou
CAPÍTULO VII moléstia comprovada; (Redação alterada
DO VENCIMENTO pelo art. 1º da Lei Complementar nº 55, de
30 de dezembro de 2003.)
Art. 135. Vencimento é a retribuição pelo efeti-
vo exercício do cargo, correspondente ao valor II – um terço do vencimento do dia, quando
fixado em lei para o símbolo, padrão ou nível do comparecer ao serviço com atraso máximo
respectivo cargo. de uma hora, ou quando se retirar antes de
findo o período de trabalho;
§ 1° Exceto a gratificação adicional por tem-
po de serviço, o cálculo de qualquer outra II – o vencimento-base do dia, salvo motivo
vantagem percentual ou equivalente ao legal ou moléstia comprovada, quando: (Re-
vencimento, será feito sempre sobre o valor dação alterada pelo art. 1º da Lei Comple-
fixado em Lei para o símbolo, padrão ou ní- mentar nº 55, de 30 de dezembro de 2003.)
vel do respectivo cargo.
a) comparecer ao serviço com atraso de
§ 2º Somente perceberá vencimento o fun- mais de 01 (uma) hora;
cionário legalmente nomeado e investido
b) retirar-se do serviço com antecedência
em cargo público, não gerando direito a
de mais de 01 (uma) hora, antes de findo o
qualquer provimento ou investidura reali-
expediente de trabalho;
zados em desacordo com a legislação vigen-
te. III – um terço do vencimento, durante o
afastamento por motivo de prisão civil,
Art. 136. Perderá o vencimento do cargo efetivo
prisão preventiva, pronúncia por crime co-
o funcionário:
mum ou denúncia por crime funcional ou
I – Nomeado para cargo em comissão, salvo ainda, condenação por crime inafiançável
o direito de opção e o de acumulação legal; em processo no qual não haja pronúncia,
com direito à diferença, se absolvido;

422 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica - Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco – Prof. Leandro Roitman

II – um terço do vencimento-base do dia, cepcional, a critério da chefia. (Redação altera-


quando comparecer ao serviço com atraso da pelo art. 1º da Lei Complementar nº 55, de
máximo de 01 (uma) hora, bem como quan- 30 de dezembro de 2003.)
do se retirar do serviço com antecedência
de até 01 (uma) hora, antes de findo o expe- Parágrafo único. Para os efeitos deste arti-
diente de trabalho; (Redação alterada pelo go, o funcionário deverá apresentar o ates-
art. 1º da Lei Complementar nº 55, de 30 de tado ao órgão de pessoal no prazo de dez
dezembro de 2003.) dias, a contar da primeira falta ao serviço.

(Observação: A Lei Complementar nº 55/2003, Parágrafo único. Para os efeitos deste ar-
por engano, apresentou dois incisos II para este tigo, o funcionário deverá apresentar o
artigo, prejudicando a numeração deste inciso e atestado ao chefe imediato, no prazo de 10
a dos seguintes.) (dez) dias, a contar da primeira falta ao ser-
viço. (Redação alterada pelo art. 1º da Lei
IV – dois terços do vencimento durante o Complementar nº 55, de 30 de dezembro
afastamento decorrente de condenação por de 2003.)
sentença definitiva a pena que não determi-
ne ou acarrete a perda do cargo. Art. 140. As reposições e indenizações à Fa-
zenda Estadual serão descontadas em parcelas
III – um terço do vencimento-base, duran- mensais, não excedentes da décima parte do
te o afastamento por motivo de prisão civil, vencimento.
prisão preventiva, denúncia por crime co-
mum ou denúncia por crime funcional ou, Art. 140. As reposições e indenizações ao erário
ainda, condenação por crime inafiançável serão descontadas em parcelas mensais corres-
em processo no qual não haja pronúncia, pondentes a dez por cento (10%) da remune-
com direito a diferença, se absolvido; (Re- ração, provento ou pensão. (Redação alterada
dação alterada pelo art. 1º da Lei Comple- pelo art. 1º da Lei Complementar nº 47, de 23
mentar nº 55, de 30 de dezembro de 2003.) de janeiro de 2003.)

IV – dois terços do vencimento-base, duran- Parágrafo único. Ao funcionário exonerado,


te o afastamento decorrente de condena- dispensado ou demitido, não será permiti-
ção por sentença definitiva a pena que não do o pagamento parcelado da reposição ou
determine ou acarrete a perda do cargo. indenização.
(Acrescido pelo art. 1º da Lei Complemen- Parágrafo único. (SUPRIMIDO) (Suprimido
tar nº 55, de 30 de dezembro de 2003.) pelo art. 1º da Lei Complementar nº 47, de
Art. 138. Nenhum funcionário poderá perceber 23 de janeiro de 2003.)
vencimento inferior ao maior salário mínimo vi- § 1º Ocorrendo o pagamento indevido no
gente em Pernambuco. mês anterior ao do processamento da folha,
Art. 139. Poderão ser abonadas até três faltas a reposição será feita de imediato, em uma
durante o mês, por motivo de doença compro- única parcela. (Acrescido pelo art. 1º da Lei
vada mediante atestado de médico ou dentista Complementar nº 47, de 23 de janeiro de
do serviço público estadual ou em decorrência 2003.)
de circunstância excepcional, a critério do chefe § 2º O servidor em débito com o erário, que
da repartição. for demitido, exonerado ou tiver sua apo-
Art. 139. Poderão ser abonadas até 03 (três) sentadoria cassada, terá o prazo de sessen-
faltas durante o mês, por motivo de doença ta dias para quitar o débito. (Acrescido pelo
comprovada, mediante atestado de médico ou art. 1º da Lei Complementar nº 47, de 23 de
dentista, ou em decorrência de circunstância ex- janeiro de 2003.)

www.acasadoconcurseiro.com.br 423
§ 3º A falta de quitação do débito no prazo instalação, relativas ao funcionário e não
anotado implicará na sua inscrição na divida poderá exceder de um mês de vencimento.
ativa. (Acrescido pelo art. 1º da Lei Comple-
mentar nº 47, de 23 de janeiro de 2003.) § 2º A ajuda de custo será paga adiantada-
mente ao funcionário, ou, se este preferir,
§ 4º Os débitos resultantes de cumprimento na nova sede.
a decisão judicial que venha a ser suspen-
sa ou modificada, com transito em julgado, Art. 145. O funcionário obrigado a permanecer
serão atualizados até a data da reposição. fora da sede por mais de trinta dias, em obje-
(Acrescido pelo art. 1º da Lei Complemen- to de serviço, perceberá a ajuda de custo de um
tar nº 47, de 23 de janeiro de 2003.) mês de vencimento, sem prejuízo das diárias a
que fizer jus.
Art. 141. O desconto realizado por motivo de
não comparecimento ao serviço ou para repo- Art. 146. O funcionário restituirá a ajuda de cus-
sição e indenização à Fazenda Estadual, incidirá to:
sobre o vencimento e as gratificações percebi- I – quando não se transportar para a nova
das pelo funcionário. sede no prazo determinado;
Art. 142. A lei não admitirá vinculação ou equi- II – quando, antes de realizar a incumbência
paração de qualquer natureza, para efeito de que lhe foi atribuída, regressar, abandonar
vencimento do pessoal do serviço público. o serviço ou pedir exoneração.
§ 1º A obrigação de restituir é de responsa-
bilidade pessoal e deverá ser cumprida den-
CAPÍTULO VIII tro do prazo de trinta dias.
DAS VANTAGENS § 2º Não haverá obrigação de restituir, se
o regresso do funcionário decorrer de de-
Seção I terminação de autoridade competente, de
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES doença comprovada ou de exoneração a pe-
dido após noventa dias de exercício na nova
Art. 143. Além do vencimento, poderão ser con- sede.
feridas ao funcionário as seguintes vantagens:
Art. 147. Será calculada a ajuda de custo:
I – ajuda de custo;
I – sobre o vencimento do cargo;
II – diárias;
II – sobre o vencimento do cargo em comis-
III – auxílio para diferença de caixa; são que passar a exercer na nova sede;
IV – salário-família; III – sobre o vencimento do cargo efetivo,
V – gratificações. acrescido da gratificação, quando se tratar
de função assim retribuída.
Seção II
DA AJUDA DE CUSTO Seção III
DAS DIÁRIAS
Art. 144. Será concedida a ajuda de custo ao
funcionário que for designado, de oficio, para Art. 148. Ao funcionário que se deslocar de sua
servir em nova sede. sede em objeto de serviço ou missão oficial, se-
rão concedidas diárias correspondentes ao pe-
§ 1º Destinam-se a ajuda de custo ao ressar- ríodo de ausência, a título de compensação das
cimento das despesas de viagem e de nova despesas de alimentação e pousada.

424 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica - Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco – Prof. Leandro Roitman

Parágrafo único. As importâncias corres- III – por filho inválido;


pondentes às diárias serão fornecidas ante-
cipadamente ao respectivo funcionário. III – (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da
Lei Complementar nº 41, de 26 de dezem-
Art. 149. No arbitramento das diárias, serão bro de 2001.)
considerados o local, a natureza e as condições
de serviço. IV – por filha solteira que não exerça função
remunerada;
Art. 150. O funcionário que se deslocar de sua
sede, em objeto do serviço ou missão oficial, IV – (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da
fará jus, além das diárias, ao pagamento das Lei Complementar nº 41, de 26 de dezem-
despesas correspondentes ao transporte, na bro de 2001.)
forma determinada em regulamento. V – por filho estudante menor de vinte e
cinco anos que frequentar curso secundário
Seção IV ou superior e não exercer atividade remu-
DO AUXÍLIO PARA DIFERENÇA nerada;
DE CAIXA
V – (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da
Art. 151. Ao funcionário que, no desempenho Lei Complementar nº 41, de 26 de dezem-
de suas atribuições, pagar ou receber em mo- bro de 2001.)
eda corrente, será concedido auxílio financeiro VI – pelo ascendente, sem rendimento pró-
mensal, até vinte por cento do valor do respec- prio, que viva às expensas do funcionário.
tivo símbolo, nível, ou padrão de vencimento,
para compensar a diferença de caixa. (Auxílio VI – (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da
para Diferença de Caixa extinto pelo inciso I do Lei Complementar nº 41, de 26 de dezem-
art. 19 da Lei nº 8.131, de 28 de maio de 1980.) bro de 2001.)

Seção V § 1º O funcionário que por qualquer moti-


vo, não viver em companhia da esposa, não
DO SALÁRIO-FAMÍLIA
perceberá o salário-família a ela correspon-
Art. 152. Será concedido ao funcionário ativo dente;
ou inativo salário-família: § 1º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da
Art. 152. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 Lei Complementar nº 41, de 26 de dezem-
da Lei Complementar nº 41, de 26 de dezembro bro de 2001.)
de 2001.) § 2º É considerado filho para os fins deste
I – pela esposa que não exerça atividade re- artigo, aquele de qualquer condição, inclu-
munerada ou nas mesmas condições, pela sive o adotivo, o enteado e, até o limite de
companheira do funcionário solteiro, viúvo três, o menor que, mediante autorização ju-
ou desquitado; dicial, viva sob a guarda e sustento do fun-
cionário.
I – (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da
Lei Complementar nº 41, de 26 de dezem- § 2º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da
bro de 2001.) Lei Complementar nº 41, de 26 de dezem-
bro de 2001.)
II – por filho menor de vinte e um anos;
§ 3º Quando o pai e a mãe forem funcioná-
II – (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da rios e viverem em comum, o salário-família
Lei Complementar nº 41, de 26 de dezem- será concedido ao pai; se não viverem em
bro de 2001.) comum, ao que tiver os dependentes sob

www.acasadoconcurseiro.com.br 425
sua guarda; e, se ambos os tiverem, de acor- este será pago aos beneficiários, atendidos
do com a distribuição dos dependentes; os requisitos necessários à sua concessão.
§ 3º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da Parágrafo único. (REVOGADO) (Revogado
Lei Complementar nº 41, de 26 de dezem- pelo art. 17 da Lei Complementar nº 41, de
bro de 2001.) 26 de dezembro de 2001.)
§ 4º Equiparam-se ao pai e à mãe, os repre- Art. 155. O salário-família não está sujeito a
sentantes legais dos incapazes e as pessoas qualquer tributo, nem servirá de base para
a cuja guarda e manutenção estiverem con- qualquer contribuição ainda que para o fim de
fiados, por autorização judicial. previdência social.
§ 4º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da Art. 155. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17
Lei Complementar nº 41, de 26 de dezem- da Lei Complementar nº 41, de 26 de dezembro
bro de 2001.) de 2001.)
§ 5º Entende-se por companheira a mulher Art. 156. Quando o funcionário, em face de re-
solteira, desquitada ou viúva que viva há gime de acumulação, ocupar mais de um cargo,
cinco anos no mínimo, sob a dependência só perceberá o salário-família pelo exercício de
econômica do funcionário solteiro, desqui- um deles.
tado ou viúvo, enquanto persistir o impedi-
mento legal de qualquer das partes para o Art. 156. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17
casamento. da Lei Complementar nº 41, de 26 de dezembro
de 2001.)
§ 5º Entende-se por companheira a mulher
solteira, desquitada ou viúva que vive há Art. 157. O direito à percepção do salário-famí-
cinco anos, no mínimo, sob a dependência lia cessa quando um dos cônjuges, ocupando
econômica do funcionário solteiro, desqui- cargo ou função pública federal, estadual ou
tado ou viúvo. (Redação alterada pelo art. municipal, já perceber essa vantagem pelos res-
18 da Lei nº 7.125, de 23 de junho de 1976.) pectivos dependentes.

§ 5º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da Art. 157. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17
Lei Complementar nº 41, de 26 de dezem- da Lei Complementar nº 41, de 26 de dezembro
bro de 2001.) de 2001.)

Art. 153. O salário-família será pago ainda que o Art. 158. Verificada, a qualquer tempo, a falsi-
funcionário, por motivo legal ou disciplinar, não dade dos documentos apresentados, ou a falta
esteja percebendo vencimento ou provento. de comunicação dos fatos que determinarem a
perda do direito ao salário-família, será revista a
Art. 153. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 concessão deste e determinada a reposição da
da Lei Complementar nº 41, de 26 de dezembro importância indevidamente paga, acrescida da
de 2001.) multa de vinte por cento, independentemente
do procedimento criminal cabível.
Art. 154. No caso de falecimento do funcioná-
rio, o salário-família continuará a ser pago aos Art. 158. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17
seus beneficiários. da Lei Complementar nº 41, de 26 de dezembro
de 2001.)
Art. 154. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17
da Lei Complementar nº 41, de 26 de dezembro Art. 159. O salário-família será devido a partir
de 2001.) da data do início do exercício do funcionário
que ingresse no serviço público, com relação
Parágrafo único. Se o funcionário falecido aos dependentes então existentes.
não se houver habilitado ao salário-família,

426 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica - Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco – Prof. Leandro Roitman

Art. 159. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 X – pela prestação de serviços em regime de
da Lei Complementar nº 41, de 26 de dezembro tempo complementar ou integral com de-
de 2001.) dicação exclusiva; (Gratificações de tempo
complementar e de tempo integral extintas
§ 1º Quanto aos dependentes supervenien- pelo art. 5º da Lei nº 7.907, de 6 de julho de
tes, o salário-família será devido a partir da 1979.)
data em que nascerem ou se configurar a
dependência. (Vide o art. 5º da Lei nº 7.907, de 6 de julho de
1979, revogado pelo art. 20 da Lei nº 11.216, de
§ 1º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da 20 de junho de 1995. Art. 5º Ficam extintas as
Lei Complementar nº 41, de 26 de dezem- gratificações de tempo complementar e de tem-
bro de 2001.) po integral. Parágrafo único. As atuais gratifi-
§ 2º Excetuada a hipótese de esposa e de cações de que trata este artigo, recebidas pelos
filho consanguíneo, afim, ou adotivo, o sa- ocupantes de cargos efetivos e em comissão, in-
lário-família somente será pago a partir do clusive do Grupo Ocupacional Tesouraria, ficam
ano em que for requerido. transformadas em gratificação especial e majo-
radas, em seus valores, no mesmo percentual de
§2º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da aumento do vencimento do cargo exercido pelo
Lei Complementar nº 41, de 26 de dezem- funcionário. – gratificação extinta pelo inciso
bro de 2001.) II do art. 19 da Lei nº 8.121, de 28 de maio de
1980. Art. 19. Ficam extintas as seguintes vanta-
(Vide os arts. 3º ao 10 da Lei Complementar nº
gens: (...) II- Gratificação Especial instituída pelo
41, de 26 de dezembro de 2001.)
Parágrafo único do Art. 5º da Lei nº 7.907, de 6
Seção VI de julho de 1979. )
DAS GRATIFICAÇÕES X – pela prestação de serviço em regime de
tempo complementar/ou integral com de-
Art. 160. Será concedida gratificação: dicação exclusiva. (Redação alterada pelo
I – de função; art. 20 da Lei nº 11.216, de 20 de junho de
1995.)
II – pela prestação de serviço extraordiná-
rio; XI – de produtividade;

III – pela representação de Gabinete; XII – pela participação em comissão ou gru-


po de trabalho;
IV – pelo exercício em determinadas zonas
ou locais; XIII – por serviço ou estudo fora do país;

V – pela execução de trabalhos de natureza XIV – pela participação em grupo especial


especial, com risco de vida ou de saúde; de assessoramento técnico;

VI – pela realização de trabalho relevante, XV – pelo exercício do magistério inclusive


técnico ou científico; em cursos especiais de treinamento de fun-
cionários;
VII – pela participação em órgão de delibe-
ração coletiva; VIII – adicional por tempo de XVI – por outros encargos previstos em lei
serviço; ou regulamento.

IX – pela participação, como auxiliar ou Art. 161. Exceto nos casos expressamente pre-
membro de comissão examinadora de con- vistos em Lei, o afastamento eventual ou tem-
curso; porário do exercício do seu cargo, a lotação ou
designação do funcionário para servir em outro

www.acasadoconcurseiro.com.br 427
órgão, acarreta o cancelamento automático das I – (SUPRIMIDO) (Suprimido pelo art. 3º da
gratificações atribuídas ao mesmo e não incor- Lei nº 8.131, de 28 de maio de 1980.)
poradas ao vencimento.
II – arbitrada previamente pelo Diretor da
Art. 162. Gratificação de Função é a que corres- repartição, se não puder ser aferida por uni-
ponde a encargos de chefia e a outros que a lei dade de tempo.
determinar, não podendo ser atribuída a ocu-
pante de cargo em comissão. II – (SUPRIMIDO) (Suprimido pelo art. 3º da
Lei nº 8.131, de 28 de maio de 1980.)
Art. 162 Gratificação de Função é a que corres-
ponde a encargos de gerência, chefia ou super- § 1º Na hipótese prevista no item I, a grati-
visão de órgãos e outros definitivos em regula- ficação não poderá exceder, no mês, a cin-
mento, não podendo ser atribuída a ocupante quenta horas de trabalho.
de cargo em comissão. (Redação alterada pelo § 1º (SUPRIMIDO) (Suprimido pelo art. 3º
art. 13 da Lei nº 10.311, de 7 de agosto de 1989.) da Lei nº 8.131, de 28 de maio de 1980.)
Parágrafo único. A ausência por motivo de § 1º Os valores pagos a título de gratificação
férias, luto, casamento, doença comprova- pela prestação de serviço extraordinário
da, licença-prêmio, licença para tratamen- não poderão exceder, no mês, a mais de 40
to de saúde, licença à gestante, licença por (quarenta) horas extras de trabalho. (Reda-
motivo de doença em pessoa da família ou ção alterada pelo art. 13 da Lei nº 10.311,
serviço obrigatório por lei não acarretará de 7 de agosto de 1989.)
perda da gratificação de função.
§ 2º A gratificação referida no item II, não
Art. 163. O exercício de cargo em comissão ou excederá a dois terços do vencimento men-
de função gratificada exclui a gratificação pela sal do funcionário.
prestação de serviço extraordinário.
§ 2º (SUPRIMIDO) (Suprimido pelo art. 3º
Art. 163. O exercício de cargo em comissão ex- da Lei nº 8.131, de 28 de maio de 1980.)
clui a gratificação pela prestação de serviço ex-
traordinário. (Redação alterada pelo art. 8º da § 2º O Poder Executivo regulamentará a for-
Lei nº 6.933, de 29 de agosto de 1975.) ma e os procedimentos para concessão e
pagamento da gratificação pela prestação
Art. 164. A gratificação pela prestação de servi- de serviço extraordinário. (Redação alte-
ço extraordinário poderá ser: rada pelo art. 13 da Lei nº 10.311, de 7 de
Art. 164. A gratificação pela prestação de ser- agosto de 1989.)
viço extraordinário, observada regulamentação § 3º O valor do salário-hora, para efeito de
estabelecida pelo Poder Executivo, não pode- pagamento pela prestação de serviço extra-
rá ultrapassar 25% (vinte e cinco por cento) do ordinário, será obtido dividindo-se o venci-
vencimento mensal do funcionário. (Redação mento mensal do funcionário:
alterada pelo art. 3º da Lei nº 8.131, de 28 de
maio de 1980.) § 3º (SUPRIMIDO) (Suprimido pelo art. 3º
da Lei nº 8.131, de 28 de maio de 1980.)
Art. 164 A gratificação pela prestação de serviço
extraordinário corresponderá a 50% (cinquenta § 3º A gratificação de que trata este artigo
por cento) a mais do valor da hora normal. (Re- será incorporada aos proventos quando o
dação alterada pelo art. 13 da Lei nº 10.311, de servidor, ao aposentar-se, a venha perce-
7 de agosto de 1989.) bendo há mais de 12 (doze) meses, ininter-
ruptamente. (Redação alterada pelo art. 13
I – paga por hora de trabalho prorrogado ou da Lei nº 10.311, de 7 de agosto de 1989.)
antecipado; (Prejudicado pela nova redação do § 4º

428 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica - Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco – Prof. Leandro Roitman

dada pelo art. 1º da Lei nº 10.321, de 6 de fontes ou recursos federais, independentemen-


setembro de 1989.) te, do seu tempo de fruição.)
I – por cento e quarenta, quando se tratar § 5º O disposto no Parágrafo único do art.
de trabalho diurno; 162 aplica-se à gratificação pela prestação
de serviço extraordinário quando o servidor
I – (SUPRIMIDO) (Suprimido pelo art. 3º da a venha recebendo há mais de dois (2) anos.
Lei nº 8.131, de 28 de maio de 1980.) (Acrescido pelo art. 9º da Lei nº 6.933, de
II – por cento e dez quando se tratar de tra- 29 de agosto de 1975.)
balho noturno; § 5º (SUPRIMIDO) (Suprimido pelo art. 3º
II – (SUPRIMIDO) (Suprimido pelo art. 3º da da Lei nº 8.131, de 28 de maio de 1980.)
Lei nº 8.131, de 28 de maio de 1980.) Art. 165. A gratificação prevista no item III do
III – por noventa, quando se tratar de tra- artigo 160 será atribuída a servidor com exercí-
balho afeto ao pessoal do Serviço Técnico cio nos Gabinetes do Governador, do Vice-Go-
Científico. vernador e do Secretário de Estado.

III – (SUPRIMIDO) (Suprimido pelo art. 3º da Art. 165. A gratificação prevista no item III do
Lei nº 8.131, de 28 de maio de 1980.) art. 160 será atribuída a servidor com exercício
no Gabinete e na Assessoria Técnica do Gover-
§ 4º A gratificação de que trata este artigo nador, do Vice-Governador e de Secretário de
será incorporada aos proventos quando o Estado. (Redação alterada pelo art. 8º da Lei nº
servidor, ao aposentar-se, a venha perce- 6.933, de 29 de agosto de 1975.)
bendo há cinco (5) anos, ininterruptamen-
te. (Acrescido pelo art. 9º da Lei nº 6.933, § 1º A gratificação pela representação de
de 29 de agosto de 1975.) gabinete exclui as outras espécies de gratifi-
cação, salvo as constantes dos itens I, VI, VII,
§ 4º A Gratificação de que trata este artigo VIII, IX, X, XII e XV do artigo 160.
será incorporada aos proventos quando o
servidor, ao aposentar-se, a venha perce- § 1º A gratificação pela representação de
bendo há três (03) anos, ininterruptamen- Gabinete exclui as outras espécies de grati-
te. (Redação alterada pelo art. 1º da Lei nº ficações, salvo as constantes dos itens I, II,
7.830, de 14 de março de 1979.) VI, VII, VIII, IX, X, XII, XV e XVI do art. 160.
(Redação alterada pelo art. 19 da Lei nº
§ 4º (SUPRIMIDO) (Suprimido pelo art. 3º 7.125, de 23 de junho de 1976.)
da Lei nº 8.131, de 28 de maio de 1980.)
§ 2º Aplica-se à gratificação pela represen-
§ 4º A gratificação de que trata este artigo tação de gabinete o disposto no parágrafo
será incorporada aos proventos quando o único do artigo 162.
servidor, ao aposentar-se, a venha perce-
bendo há 01 (um) ano, ininterruptamente, § 2º Aplica-se à gratificação pela represen-
ou 05 (cinco) anos, com interrupção. (Reda- tação de gabinete o disposto no parágrafo
ção alterada pelo art. 1º da Lei nº 10.321, único do art. 162 e no §4º do art. 164. (Re-
de 6 de setembro de 1989.) dação alterada pelo art. 2º da Lei nº 7.830,
de 14 de março de 1979.)
(Vide o art. 22 da Lei nº 11.216, de 20 de junho
de 1995, que vedou a incorporação. Art. 22. É Art. 166. A gratificação adicional por tempo de
vedada a incorporação aos vencimentos dos serviço será calculada sobre o vencimento do
servidores públicos estaduais, por ocasião da cargo efetivo e para todos os efeitos a ele in-
aposentadoria dos valores adicionais e gratifi- corporada, correspondendo a cinco por cento
cações atribuídos e pagos, a qualquer título, por por quinquênio de efetivo exercício prestado à

www.acasadoconcurseiro.com.br 429
União, aos Estados, aos Municípios de Pernam- quando solicitada através da repartição a
buco e às respectivas autarquias. que pertence o funcionário;
Parágrafo único. A gratificação adicional IV – O exercício, no interior do Estado, de
por tempo de serviço é concedida automa- profissão regulamentada, de nível superior,
ticamente a partir do dia imediato àquele por funcionário residente e lotado no inte-
em que o funcionário completar o quinqu- rior do Estado, desde que seja observado o
ênio. respectivo horário de trabalho e não haja
prejuízo para o desempenho das tarefas re-
Art. 167. A gratificação pela prestação de servi- alizadas em regime de tempo integral.
ço em regime de tempo complementar, de tem-
po integral ou tempo integral com dedicação ex- V – O exercício de atividade docente, desde
clusiva será fixada em regulamento e destina-se que observado o disposto no item anterior
a incrementar o funcionamento dos órgãos da quanto ao horário de trabalho e ao desem-
administração. penho das tarefas, haja correlação de maté-
ria com as atribuições e a natureza do cargo
§ 1º O regime de tempo complementar ou exercido em regime de tempo integral.
de tempo integral aplica-se a cargos e fun-
ções que, por sua natureza, exijam do fun- Art. 168. A gratificação de produtividade não
cionário o desempenho de atividades téc- poderá exceder a um mês de vencimento e será
nicas, científicas ou de pesquisa, e aos de atribuída ao funcionário pela realização de tra-
direção, chefia e assessoramento. balhos, além do expediente em obediência ao
que dispuser o regulamento.
§ 2º O funcionário sujeito ao regime de
tempo integral com dedicação exclusiva Art. 169. A gratificação prevista no item V do
deve dedicar-se plenamente aos trabalhos artigo 160 deste Estatuto, será incorporada ao
de seu cargo ou função, sendo-lhe vedado o provento da aposentadoria do funcionário, na
exercício cumulativo de outro cargo, função proporção de um trinta e cinco avos, se do sexo
ou atividade pública de qualquer natureza masculino, e de um trinta avos, se do sexo femi-
ou atividade particular, de caráter emprega- nino, por ano que tenha sido efetivamente per-
tício ou profissional. cebida.
§ 3º Excetuam-se da proibição constante do Art. 169. A gratificação prevista no item V do
parágrafo anterior: art. 160 deste Estatuto será incorporada aos
proventos da aposentadoria do funcionário,
I – o exercício em órgão de deliberação co- quando percebida ininterruptamente durante
letiva, desde que relacionado com a função os dois (02) anos imediatamente anteriores à
desempenhada em regime de tempo inte- aposentadoria. (Redação alterada pelo art. 8º
gral; da Lei nº 6.933, de 29 de agosto de 1975.)
II – As atividades que, sem caráter de em- (Vide o art. 22 da Lei nº 11.216, de 20 de junho
prego, se destinem a difusão e aplicação de 1995, que vedou a incorporação. Art. 22. É
de idéias e conhecimentos, salvo as que vedada a incorporação aos vencimentos dos
impossibilitem ou prejudiquem a execução servidores públicos estaduais, por ocasião da
das tarefas inerentes ao regime de tempo aposentadoria dos valores adicionais e gratifi-
integral; cações atribuídos e pagos, a qualquer título, por
III – A prestação de assistência não remune- fontes ou recursos federais, independentemen-
rada a outros serviços, visando a aplicação te, do seu tempo de fruição.)
de conhecimentos técnicos ou científicos, Parágrafo único. O cálculo da quantia a ser
incorporada, será efetuado sobre o valor da

430 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica - Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco – Prof. Leandro Roitman

última gratificação mensal percebida pelo Art. 174. Ao funcionário matriculado em esta-
funcionário. belecimento de ensino médio ou superior, será
concedido, sem prejuízo da duração semanal do
Parágrafo único. O cálculo da quantia a ser trabalho, um horário que lhe permita a frequên-
incorporada será feito com base na média cia às aulas, bem como ausentar-se do serviço,
aritmética da gratificação percebida pelo sem prejuízo do vencimento e demais vanta-
funcionário nos últimos vinte e quatro (24) gens, para submeter-se a prova ou exame, me-
meses. (Redação alterada pelo art. 8º da Lei diante apresentação de atestado fornecido pelo
nº 6.933, de 29 de agosto de 1975.) respectivo estabelecimento.
Art. 175. Ao funcionário matriculado em qual-
quer unidade escolar que necessite mudar de
CAPÍTULO IX domicílio para exercer cargo ou função pública,
DAS CONCESSÕES será assegurada matrícula em estabelecimento
estadual de ensino na nova sede, independen-
Art. 170. Sem prejuízo do vencimento, ou de temente de época ou da existência de vaga.
qualquer direito ou vantagem, o funcionário po-
derá faltar ao serviço até oito dias consecutivos, Parágrafo único. A concessão de que trata
por motivo de: este artigo é extensiva ao cônjuge e filhos
consanguíneos, afins ou adotivos do funcio-
I – casamento; nário.
II – falecimento do cônjuge, pais, filhos ou Art. 176. O Governo poderá conferir prêmios ao
irmãos. funcionário autor de trabalho considerado de
interesse público ou de utilidade para a admi-
Art. 171. Será concedido transporte à família do
nistração.
funcionário falecido no desempenho de serviço
fora da sede do seu trabalho. Art. 177. O funcionário poderá ser contratado,
no interesse do serviço, para função técnica es-
Art. 172. À família do funcionário falecido será
pecializada.
concedido o auxilio funeral, correspondente a
um mês de vencimento ou provento. § 1º Enquanto durar o contrato ficará sus-
pensa a relação estatutária, excetuada a
§ 1º Em caso de acumulação, o pagamento
aplicação das normas contidas nos títulos V
do auxílio funeral corresponderá ao venci-
e VI deste Estatuto.
mento do cargo de maior padrão ou nível
exercido pelo funcionário. § 2º Fica assegurado ao funcionário o direi-
to de reassumir, a qualquer tempo, o seu
§ 2º A despesa com o auxílio funeral correrá
cargo efetivo, contando-se para todos os
à conta de dotação orçamentária própria.
efeitos legais o respectivo tempo de serviço.
§ 3º O pagamento do auxílio funeral obe-
Art. 178. O funcionário poderá ausentar-se do
decerá a processo sumário, que deverá ser
Estado, para estudo ou missão oficial, desde
concluído no prazo de quarenta e oito horas
que autorizado pelo Governador.
da apresentação do atestado de óbito, in-
correndo em pena de suspensão o respon- Art. 178. O servidor poderá ausentar-se do Es-
sável pelo retardamento. tado para estudo ou missão oficial, mediante
autorização do Governador e, na hipótese de
Art. 173. O vencimento e o provento não sofre-
delegação, pelo Secretário de Estado ou autori-
rão descontos, além dos autorizados em lei ou
dade equiparada. (Redação alterada pelo art. 1º
regulamento.

www.acasadoconcurseiro.com.br 431
da Lei Complementar nº 17, de 30 de dezembro III – para curso de doutorado, por 48 ( qua-
de 1996.) renta e oito) meses, prorrogáveis por mais 6
(seis) meses. (Acrescido pelo art. 1º da Lei
Art. 178 O servidor poderá afastar-se de suas Complementar nº 17, de 30 de dezembro
funções, para estudo ou para servir em organis- de 1996.)
mo internacional com o qual o Brasil mantenha
vínculo de cooperação, desde que previamente § 3º Autorizado o afastamento, o funcioná-
autorizado pelo Governador do Estado, ou Se- rio assinará termo de compromisso obri-
cretário de Estado por ele delegado. (Redação gando- se a prestar pelo menos dois anos
alterada pelo art. 1º da Lei Complementar nº de serviço à administração estadual após a
140, de 3 de julho de 2009.) conclusão do curso.
§ 1º A ausência não poderá exceder de dois § 3º Constará do termo de compromisso re-
anos, e, finda a missão oficial ou estudo, so- ferido no § 1º deste artigo a obrigatorieda-
mente decorrido igual período será permiti- de de permanência do servidor público no
do novo afastamento. Estado de Pernambuco, no órgão de origem
ou em lotação conforme sua especialização,
§ 1º O afastamento para estudo dar-se- por período igual ou superior ao do afasta-
-á sem prejuízo da remuneração, excluídas mento, sob pena de ressarcimento ao Esta-
as vantagens inerentes ao efetivo exercício do dos vencimentos pagos durante o perí-
do cargo, desde que o servidor tenha sido odo. (Redação alterada pelo art. 1º da Lei
aprovado em processo de seleção junto a Complementar nº 17, de 30 de dezembro
instituição de ensino e mediante assinatura de 1996.)
de termo de compromisso. (Redação altera-
da pelo art. 1º da Lei Complementar nº 17, § 4º Em nenhuma hipótese será permitido
de 30 de dezembro de 1996.) o afastamento se não for demonstrada a
correlação dos estudos com as atribuições
§ 2º Na hipótese de estudo a autorização do cargo exercido pelo servidor. (Acrescido
estará condicionada à correlação com a ati- pelo art. 1º da Lei Complementar nº 17, de
vidade que exerce o funcionário e à com- 30 de dezembro de 1996.)
provação da frequência e aproveitamento.
§ 5º O deferimento do pedido de afasta-
§ 2º O afastamento referido no parágrafo mento condiciona-se, ainda, a conveniência
anterior, sem prejuízo das hipóteses de cur- do serviço e ao interesse da Administração
so de menor duração, dar-se-á nos seguin- Pública. (Acrescido pelo art. 1º da Lei Com-
tes prazos: (Redação alterada pelo art. 1º da plementar nº 17, de 30 de dezembro de
Lei Complementar nº 17, de 30 de dezem- 1996.)
bro de 1996.)
§ 5º O afastamento dar-se-á sem vencimen-
I – para curso de especialização, por 18 (de- tos quando se tratar de serviço em organis-
zoito) meses, prorrogáveis por mais 3 (três) mo internacional. (Redação alterada pelo
meses; (Acrescido pelo art. 1º da Lei Com- art. 1º Lei Complementar nº 140, de 3 de
plementar nº 17, de 30 de dezembro de julho de 2009.)
1996.)
§ 6º O deferimento do pedido de afasta-
II – para curso de mestrado, por 30 (trinta) mento condiciona-se, ainda, à conveniência
meses, prorrogáveis por mais 6 (seis) me- do serviço e ao interesse da Administração
ses; (Acrescido pelo art. 1º da Lei Comple- Pública. (Acrescido pelo art. 1º da Lei Com-
mentar nº 17, de 30 de dezembro de 1996.) plementar nº 140, de 3 de julho de 2009.)

432 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica - Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco – Prof. Leandro Roitman

§ 7º O servidor poderá afastar-se do Esta- IV – (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104


do para missão oficial, quando previamen- da Lei Complementar nº 28, de 14 de janei-
te autorizado pelo Governador do Estado. ro de 2000.)
(Acrescido pelo art. 1º da Lei Complemen-
tar nº 140, de 3 de julho de 2009.) V – Centros de aperfeiçoamento moral, so-
cial e cultural do funcionário e família, fora
das horas de trabalho.
V – (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104
CAPÍTULO X da Lei Complementar nº 28, de 14 de janei-
DA ASSISTÊNCIA E DA PREVIDÊNCIA ro de 2000.)
Art. 179. O Estado prestará assistência ao fun- Art. 181. Leis especiais estabelecerão os planos
cionário e sua família. e as condições de organização e funcionamento
dos serviços assistenciais assegurando aos fun-
Art. 179. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 cionários o direito de representação nos conse-
da Lei Complementar nº 28, de 14 de janeiro de lhos deliberativo e fiscal do respectivo órgão de
2000.) previdência.
Art. 180. Entre as normas da assistência in- Art. 181. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104
cluem-se: da Lei Complementar nº 28, de 14 de janeiro de
Art. 180. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 2000.)
da Lei Complementar nº 28, de 14 de janeiro de Parágrafo único. A representação de que
2000.) trata este artigo será atribuída a um funcio-
I – Assistência médica, dentária, hospita- nário, contribuinte do IPSEP, para cada co-
lar e alimentar, além de outras julgadas legiado, escolhido pelo Governador em lista
necessárias, inclusive em sanatórios e cre- trinômine, apresentada pela Federação das
ches; Associações de Servidores Públicos em Per-
nambuco – FASPEPE.
I – (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da
Lei Complementar nº 28, de 14 de janeiro Parágrafo único. (REVOGADO) (Revogado
de 2000.) pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de
14 de janeiro de 2000.)
II – Previdência, seguro e assistência judici-
ária;
II – (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da CAPÍTULO XI
Lei Complementar nº 28, de 14 de janeiro
de 2000.) DO DIREITO DE PETIÇÃO
III – Financiamento para aquisição de imó- Art. 182. É assegurado ao funcionário o direito
vel destinado a residência; de requerer ou representar.

III – (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 Art. 183. O requerimento ou representação será
da Lei Complementar nº 28, de 14 de janei- dirigido, por intermédio da autoridade a que o
ro de 2000.) funcionário estiver diretamente subordinado, à
competente para decidi-lo.
IV – Cursos de aperfeiçoamento e especiali-
zação profissional; § 1º Quando a autoridade a quem for apre-
sentado o requerimento ou a representa-
ção não tiver competência para a decisão,
encaminhá-lo-á, no prazo de dez dias devi-

www.acasadoconcurseiro.com.br 433
damente informado à que detiver a compe- II – em cento e vinte dias, nos demais casos.
tência.
Art. 188. Os prazos para pleitear na esfera ad-
§ 2º A autoridade competente deverá deci- ministrativa, pedir reconsideração e interpor
dir o requerimento ou a representação no recurso serão contados a partir da publicação,
prazo de trinta dias, a contar do recebimen- no órgão oficial, do ato ou decisão impugnados
to, ressalvada a necessidade de diligência ou, quando de natureza reservada, da data da
quando o prazo se iniciará do conhecimento ciência do interessado:
da conclusão da diligência.
Art. 189. Contar-se-ão por dias corridos os pra-
Art. 184. Da decisão caberá no prazo de trinta zos previstos neste Estatuto.
dias, pedido de reconsideração, que não pode
ser renovado. Parágrafo único. Não se computará no pra-
zo o dia inicial, prorrogando-se o vencimen-
Art. 185. Caberá recurso: to que incidir em sábado, domingo ou feria-
do para o primeiro dia útil subsequente.
I – do indeferimento do pedido de reconsi-
deração;
II – da decisão que julgar recurso interpos- TÍTULO V
to;
Do Regime Disciplinar
§ 1º O recurso será interposto no prazo de
trinta dias perante a autoridade que tiver
de proferir a decisão e julgado pela autori-
dade imediatamente superior.
CAPÍTULO I
§ 2º No encaminhamento do recurso, a DA ACUMULAÇÃO
autoridade recorrida observará o prazo es-
tabelecido no parágrafo primeiro do artigo Art. 190. É vedada a acumulação remunerada
183. exceto:
Art. 186. Será considerado tacitamente indefe- I – a de Juiz e um cargo de professor;
rido o requerimento, a representação, pedido
II – a de dois cargos de professor;
de reconsideração ou o recurso que não for de-
cidido dentro do prazo de quarenta e cinco dias III – a de um cargo de professor com outro
a contar da data de seu recebimento pela auto- técnico ou científico;
ridade competente para decisão, salvo em caso
que exija a realização de diligência ou parecer IV – a de dois cargos privativos de médico.
especial. IV – a de dois cargos ou empregos privativos
Parágrafo único. No caso de diligência ou de profissionais de saúde, com profissões
parecer especial, o prazo previsto neste ar- regulamentadas. (Redação alterada pela Lei
tigo será acrescido de mais quinze dias im- Complementar nº 223, de 10 de dezembro
prorrogáveis. de 2012.)

Art. 187. O funcionário decai do direito de plei- § 1º Em qualquer dos casos, a acumulação
tear na esfera administrativa: somente é permitida quando haja correla-
ção de matérias e compatibilidade de horá-
I – em cinco anos, quanto aos atos de que rios.
decorra perda do cargo, de vencimentos ou
vantagens pecuniárias ou cassação de apo- § 2º A proibição de acumular se estende
sentadoria ou disponibilidade; a cargos, funções ou empregos em autar-

434 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica - Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco – Prof. Leandro Roitman

quias, empresas públicas e sociedades de IX – zelar pela economia e conservação do


economia mista. material que lhe for confiado;
§ 3º A proibição de acumular proventos não X – providenciar para que esteja sempre em
se aplica aos aposentados, quanto ao exer- ordem, no assentamento individual a sua
cício de mandato eletivo, cargo em comis- declaração de família;
são ou contrato para prestação de serviços
técnicos ou especializados. XI – atender prontamente às requisições
para defesa da Fazenda pública e à expedi-
Art. 191. O funcionário não poderá exercer mais ção de certidões requeridas para defesa de
de uma função gratificada nem perceber esti- direitos e esclarecimentos de situações;
pêndio pela participação de mais de um órgão
de deliberação coletiva, salvo neste último caso, XII – guardar sigilo sobre documentos e fa-
quando tiver a condição de membro nato ou tos de que tenha conhecimento em razão
quando o exercício em um deles seja em decor- do cargo ou função.
rência do outro.
Art. 192. Verificada em processo administrativo
acumulação proibida e comprovada a boa fé, o CAPÍTULO III
funcionário optará por um dos cargos. DAS PROIBIÇÕES
Parágrafo único. Provada a má fé, o funcio- Art. 194. Ao funcionário é proibido:
nário perderá todos os cargos.
I – exercer, cumulativamente, dois ou
mais cargos ou funções públicas, salvo as
exceções previstas em lei;
CAPÍTULO II
II – referir-se de modo depreciativo, em
DOS DEVERES informação, parecer ou despacho às auto-
Art. 193. São deveres do funcionário, além do ridades ou atos da administração pública
desempenho das tarefas cometidas em razão podendo porém em trabalho assinado criti-
do cargo ou função. cá-los do ponto de vista doutrinário ou da
organização do serviço;
I – assiduidade;
III – retirar, sem previa autorização da au-
II – pontualidade; toridade competente, qualquer documento
ou objeto da repartição;
III – discrição;
IV – promover manifestação de apreço ou
IV – urbanidade; desapreço e fazer circular ou subscrever lis-
V – lealdade às instituições constitucionais; ta de donativos no recinto da repartição;

VI – obediência às ordens superiores, exce- V – valer-se do cargo para lograr provei-


to quando manifestamente ilegais; to pessoal em detrimento da dignidade da
função;
VII – observância às normas legais e regula-
mentares; VI – coagir ou aliciar subordinados com ob-
jetivo de natureza politico-partidária;
VIII – levar ao conhecimento da autoridade
superior irregularidade de que tiver ciência VII – participar de gerência ou administra-
em razão do cargo ou função; ção de empresa comercial ou industrial, sal-

www.acasadoconcurseiro.com.br 435
vo em órgão da administração pública indi- Art. 196. A responsabilidade civil decorre de
reta; procedimento doloso ou culposo, que importe
em prejuízo à Fazenda Estadual ou a terceiros.
VIII – exercer comércio ou participar de so-
ciedade comercial, exceto como acionista, § 1º O ressarcimento do prejuízo causado
cotista ou comanditário; à Fazenda Estadual no que exceder os limi-
tes do seguro-fidelidade quando houver e,
IX – pleitear, como procurador ou interme- à falta de outros bens que respondam pela
diário, junto às repartições públicas, salvo indenização, poderá ser liquidado mediante
quando se tratar de percepção de venci- desconto em prestações mensais não exce-
mento ou vantagem de parente consanguí- dentes da décima parte do vencimento do
neo ou afim até o segundo grau; funcionário.
X – praticar usura em qualquer de suas for- § 2º Tratando-se de dano causado a terceiro
mas; responderá o funcionário perante a Fazenda
XI – receber propinas, comissões, presentes Estadual em ação regressiva proposta após
ou vantagens de qualquer espécie, em ra- transitar em julgado a decisão que a houver
zão do cargo ou função; condenado a indenizar o terceiro.

XII – cometer a pessoa estranha à reparti- Art. 197. A responsabilidade penal abrange os
ção, fora dos casos previstos em lei o de- crimes e contravenções imputados ao funcioná-
sempenho de encargo que lhe competir ou rio como tal.
a seus subordinados; Art. 198. A responsabilidade administrativa re-
XIII – promover direta ou indiretamente sulta de ação ou omissão do desempenho do
a paralisação de serviços públicos ou dela cargo ou função e não será elidida pelo ressar-
participar; cimento do dano.

XIV – aceitar comissão, emprego ou pensão


de governo estrangeiro, sem prévia autori-
zação do Presidente da República; CAPÍTULO V
XV – celebrar contrato com a administração DAS PENALIDADES
estadual quando não autorizado em lei ou
Art. 199. São penas disciplinares:
regulamento;
I – repreensão;
XVI – receber, direta ou indiretamente, re-
muneração de empresas que prestem servi- II – multa;
ços à repartição onde é lotado.
III – suspensão;
IV – destituição de função;
CAPÍTULO IV V – demissão;
DA RESPONSABILIDADE VI – cassação de aposentadoria ou disponi-
Art. 195. Pelo exercício irregular de suas atribui- bilidade.
ções, o funcionário responde civil, penal e admi- Parágrafo único. A enumeração constante
nistrativamente. deste artigo não exclui a advertência verbal
por negligência ou falta funcional outra a
que se tiver de impor penalidade mais gra-
ve.

436 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica - Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco – Prof. Leandro Roitman

Art. 200. Na aplicação das penas disciplinares IX – corrupção passiva nos termos da lei pe-
serão consideradas a natureza e a gravidade da nal;
infração, os danos que dela provierem para o
serviço público e os antecedentes do funcioná- X – reincidência em falta que deu origem à
rio. aplicação da pena de suspensão por trinta
dias;
Art. 201. A repreensão será aplicada por escrito,
nos casos de desobediência ou falta de cumpri- XI – transgressão ao disposto no item I do
mento do dever. artigo 194 combinado com o parágrafo úni-
co do artigo 192 deste Estatuto;
Art. 202. A suspensão, que não excederá de
trinta dias, será aplicada em casos de: XII – transgressão ao disposto nos itens V,
VI, VII, VIII, X, Xl, XIII, XIV, XV e XVI do artigo
I – falta grave; 194;
II – reincidência em falta punível com a XIII – perda da nacionalidade brasileira;
pena de repreensão;
XIV – sessenta dias de falta ao serviço,
III – transgressão do disposto nos itens II, III, em período de doze meses, sem causa
IX e XII do artigo 194. justificada, desde que não configure aban-
dono de cargo.
Parágrafo único. Quando houver conveni-
ência para o serviço, a pena de suspensão Parágrafo único. Considera-se abandono de
poderá ser convertida em multa, na base de cargo a ausência ao serviço sem justa causa,
cinquenta por cento por dia de vencimen- por mais de trinta dias consecutivos.
to, obrigado o funcionário a permanecer no
serviço. Art. 205. O ato da demissão mencionará a causa
da penalidade.
Art. 203. A destituição de função terá por fun-
damento a falta de exação do cumprimento do Art. 206. Atendida a gravidade da falta, a demis-
dever. são quando fundamentada nos itens, I, VI, VII,
VIII e IX do artigo 204 será aplicada com a nota
Art. 204. A demissão será aplicada nos casos de: "a bem do serviço público", que constará do
respectivo ato.
I – crime contra a administração pública;
Parágrafo único. A demissão com a nota "a
II – abandono de cargo; bem do serviço público" impede a partici-
III – insubordinação grave em serviço; pação do ex-servidor em concurso público
para provimento de cargo, emprego ou fun-
IV – incontinência pública e escandalosa, ção na administração direta e indireta esta-
vício de jogos proibidos e embriaguez ha- dual ou sua nomeação ou designação para
bitual; cargos comissionados ou funções de con-
fiança. (Acrescido pelo art. 1º da Lei Com-
V – ofensa física a pessoa, quando em servi-
plementar nº 47, de 23 de janeiro de 2003.)
ço, salvo em legítima defesa; VI – aplicação
irregular dos dinheiros públicos; Art. 207. Será cassada a aposentadoria ou a dis-
ponibilidade nos seguintes casos;
VII – revelação de segredo conhecido em
razão do cargo ou função; I – falta punível com a pena de demissão,
quando praticada ainda no exercício do car-
VIII – lesão aos cofres públicos e dilapida-
go ou função;
ção do patrimônio estadual;

www.acasadoconcurseiro.com.br 437
II – aceitação ilegal de cargo ou função pú- III – em quatro anos, as faltas sujeitas às
blica, provada a má fé; penas de destituição de função, demissão
e cassação de aposentadoria ou disponibi-
III – celebração de contrato com a adminis- lidade.
tração estadual quando não autorizada em
lei ou regulamento; § 1º A falta também prevista como crime
prescreverá juntamente com este.
IV – prática de usura em qualquer de suas
formas; § 2º O curso da prescrição começa a fluir da
data do fato punível disciplinarmente e se
V – aceitação, sem prévia autorização do interrompe pelo ato que determinar a ins-
presidente da República, de comissão, em- tauração do inquérito administrativo.
prego ou pensão de governo estrangeiro;
Art. 210. A aplicação da pena de suspensão por
VI – perda da nacionalidade brasileira. mais de quinze dias e das definidas nos itens IV,
Art. 208. São competentes para aplicação das V e VI do artigo 199, será precedida de inquérito
penalidades disciplinares: administrativo, mesmo quando suspenso o vín-
culo estatutário por motivo de contratação do
I – O Governador, em qualquer caso e pri- funcionário sob o regime da legislação trabalhis-
vativamente, nos casos de demissão e cas- ta.
sação de aposentadoria ou disponibilidade;
II – os Secretários de Estado e chefes de
órgãos diretamente subordinados ao Go- CAPÍTULO VI
vernador, em todos os casos, salvo nos de
demissão e cassação de aposentadoria ou DA SUSPENSÃO PREVENTIVA E DA
disponibilidade; PRISÃO ADMINISTRATIVA
III – os diretores de repartição, nos casos de Art. 211. A suspensão preventiva até trinta dias
repreensão e suspensão até oito dias. poderá ser imposta por qualquer das autorida-
des mencionadas nos itens I a III do art. 208,
§ 1º As autoridades competentes para a im-
desde que a presença do funcionário possa in-
posição de penalidade e os chefes de servi-
fluir na apuração da falta cometida.
ço terão competência para aplicar a adver-
tência verbal de que trata o Parágrafo único Parágrafo único. A suspensão de que tra-
do artigo 199. ta este artigo poderá ser prorrogada por
qualquer das autoridades mencionadas
§ 2º Da aplicação de penalidades caberá pe-
nos itens I e II do art. 208, até noventa dias,
dido de reconsideração e recurso na forma
após o que cessarão os respectivos efeitos,
prevista no Capítulo XI do Título IV.
ainda que o processo não esteja concluído.
§ 3º A aplicação da pena de destituição de
Art. 212. Cabe às autoridades mencionadas nos
função caberá à autoridade que houver fei-
itens I a III do artigo 208 ordenar, fundamenta-
to a designação do funcionário.
damente por escrito a prisão administrativa do
Art. 209. Prescreverão: responsável por dinheiro e valores pertencen-
tes à Fazenda Estadual ou que se acharem sob a
I – em um ano, as faltas sujeitas à pena de guarda desta, nos casos de alcance ou omissão
repreensão; em efetuar as entradas nos devidos prazos.
II – em dois anos, as faltas sujeitas à pena § 1º A autoridade que ordenar a prisão ad-
de suspensão; ministrativa comunicará, imediatamente o
fato à autoridade judiciária competente e

438 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica - Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco – Prof. Leandro Roitman

providenciará no sentido de ser realizado, Art. 217. A sindicância será procedida por dois
com urgência, o processo de tomada de funcionários designados mediante despacho da
contas. autoridade que determinar a sua instauração,
devendo ser concluída no prazo de vinte dias.
§ 2º A prisão administrativa não excederá
de noventa dias. Art. 218. Da sindicância poderá resultar:
Art. 213. O funcionário terá direito à contagem I – o seu arquivamento quando comprovada
do tempo de serviço correspondente ao perío- a inexistência de irregularidade imputável a
do da prisão administrativa ou suspensão pre- funcionário público;
ventiva:
II – a aplicação da pena de repreensão,
I – quando reconhecida a sua inocência, hi- quando comprovada a desobediência ou
pótese em que terá direito ainda ao venci- falta de cumprimento do dever;
mento e à vantagem do exercício;
III – a abertura de inquérito administrativo,
II – quando o processo não houver resulta- nos demais casos.
do pena disciplinar ou esta se limitar à re-
preensão; Art. 219. O inquérito administrativo será pro-
movido por uma comissão composta de três
III – quando a suspensão preventiva ou pri- funcionários, designada pela autoridade com-
são administrativa exceder ao prazo de sus- petente.
pensão disciplinar aplicada.
§ 1º Ao designar a comissão, a autoridade
indicará dentre os seus membros, o presi-
dente.
TÍTULO VI
§ 2º Mediante portaria, o presidente da co-
Do Processo Administrativo E Sua missão, designará um servidor público de
Revisão preferência seu subordinado, para exercer
as funções de Secretário.
Art. 220. O inquérito deverá estar concluído no
prazo de noventa dias, a contar da data da pu-
CAPÍTULO I blicação, no órgão oficial, do ato ou portaria de
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO designação da comissão, prorrogável por tinta
dias, nos casos de força maior.
Art. 214. A autoridade que tiver ciência de irre-
gularidade no serviço público promover- lhe-á a Art. 220. O inquérito deverá estar concluído, e
apuração mediante processo administrativo. decidido, no prazo de noventa dias, a contar da
publicação do ato ou portaria de designação da
Parágrafo único. O processo administrativo comissão, prorrogável por quinze dias, em caso
compreende a sindicância e o inquérito ad- de força maior. (Redação alterada pelo art. 1º
ministrativo. da Lei Complementar nº 47, de 23 de janeiro de
Art. 215. São competentes para instaurar o pro- 2003.)
cesso administrativo o Governador, os Secretá- Parágrafo único. A prorrogação do prazo
rios de Estado e os diretores de repartição. previsto neste artigo será autorizada pela
Art. 216. A sindicância será instaurada quando a mesma autoridade que houver determina-
falta funcional não se revele evidente ou quan- do a instauração do inquérito e por solici-
do for incerta a autoria. tação fundamentada do presidente da res-
pectiva comissão.

www.acasadoconcurseiro.com.br 439
Parágrafo único. (SUPRIMIDO) (Suprimido § 3º Julgada improcedente a suspeição, o
pelo art. 1º da Lei Complementar nº 47, de presidente da comissão dará conhecimento
23 de janeiro de 2003.) do incidente à autoridade referida no pará-
grafo anterior para decisão final.
Art. 221. Se, nos prazos estabelecidos no artigo
anterior não for concluído o inquérito, conside- § 4º Se o arguido de suspeição for o presi-
rar-se-á automaticamente dissolvida a comis- dente, as atribuições definidas nos parágra-
são, devendo a autoridade proceder a nova de- fos anteriores deste artigo serão exercidas
signação na forma do artigo 219. pelo membro da comissão de maior hierar-
quia funcional, ou quando de igual nível,
Art. 222. Os membros da comissão se necessá- pelo mais idoso.
rio, ao andamento do inquérito, ficarão dispen-
sados do desempenho das atividades normais § 5º O incidente, que não suspenderá o cur-
dos cargos ou funções. so do processo, será autuado em separado
e, após decisão final, apensado nos autos
Art. 223. Se o funcionário designado para cons- do inquérito.
tituir a comissão tiver motivo para dar-se por
suspeito, declará-lo-á, em ofício, à autoridade Art. 225. Compete ao secretário organizar os
que o tiver designado dentro de quarenta e oito autos do processo, lavrar termos e atas, bem
horas, contadas da publicação do ato ou porta- como executar as determinações do presidente
ria de designação. da comissão.
§ 1º Considerar-se-á procedente a arguição, Art. 226. A comissão deverá proceder a todas as
quando o funcionário designado demons- diligências, convenientes, inclusive inquirições,
trar ser parente, consanguíneo ou afim, até recorrendo a técnicos e peritos, quando neces-
o 3º grau, ou alegar ser amigo íntimo ou ini- sário.
migo capital de qualquer dos indiciados.
Art. 227. Antes de encerrar a instrução e a fim
§ 2º Procedente a suspeição a autoridade de permitir ao indiciado ampla defesa, a comis-
designará nova comissão substituindo o são indicará as irregularidades ou infrações a
funcionário suspeito. ele atribuídas, fazendo remissão aos documen-
tos e depoimentos e às correspondentes folhas
§ 3º A improcedência da suspeição será dos autos.
imediatamente comunicada ao funcionário
e o obrigará a participar da comissão. Art. 228. As testemunhas serão convidadas a
depor, mediante ofício em que se mencionarão
Art. 224. Caberá ao indiciado arguir, de ime- dia, hora e local do comparecimento.
diato, a suspeição de qualquer membro da co-
missão, desde que se configure com relação ao § 1º Quando a testemunha for servidor pú-
arguente uma das hipóteses previstas no pará- blico, o ofício será dirigido ao chefe da re-
grafo 1º do artigo anterior. partição.
§ 1º A arguição será dirigida por escrito ao § 2º Se o servidor, regularmente notifica-
presidente da comissão, que dela dará co- do, deixar de comparecer sem motivo jus-
nhecimento imediato ao arguido, para con- to, o presidente comunicará o fato ao chefe
firmá-la ou negá-la por escrito. da repatriação onde aquele tiver exercício,
para as providências cabíveis.
§ 2º Julgada procedente a suspeição, o pre-
sidente da comissão solicitará da autorida- Art. 229. As perícias serão realizadas, sempre
de que houver determinado a abertura do que possível, por perito oficial ou funcionário
inquérito a substituição do funcionário sus- público estadual que tiver habilitação técnica.
peito.

440 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica - Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco – Prof. Leandro Roitman

§ 1º Inexistindo perito oficial ou funcionário dobro, para diligências reputadas impres-


público nas condições de que trata este ar- cindíveis.
tigo, o exame será realizado por pessoa idô-
nea, escolhida, de preferência entre as que Art. 233. No caso de indiciado revel, será desig-
tiverem habilitação técnica. nado para defendê-lo um funcionário, sempre
que possível da mesma classe e categoria.
§ 2º Ressalvada a hipótese de perito oficial,
os demais prestarão perante o presidente Art. 234. Com a defesa, o indiciado oferecerá
da comissão, o compromisso de bem e fiel- as provas que tiver, podendo ainda, requerer as
mente desempenhar o encargo, sob pena diligências necessárias à comprovação de suas
de responsabilidade. alegações.

§ 3º Desde que acarrete despesa, a reali- Art. 235. Recebida a defesa de todos os indicia-
zação de perícia por perito não oficial, de- dos e realizadas as diligências, a comissão ela-
pende de autorização prévia de autoridade borará o relatório.
competente. § 1º O relatório concluirá pela inocência ou
Art. 230. Nenhum documento será anexado aos responsabilidade dos indiciados, indicando,
autos, sem despacho do presidente, ordenando neste caso as disposições legais transgredi-
a juntada. das e propondo as penalidades cabíveis.

Parágrafo único. Só poderá ser recusada a § 2º Na hipótese de prejuízo à Fazenda Pú-


anexação de documento por decisão funda- blica determinará o seu montante e indicará
mentada. os modos de ressarcimento.

Art. 231. Identificado o responsável e apuradas Art. 236. Concluído o relatório, será o proces-
a natureza e a extensão das irregularidades, a so remetido sob protocolo, à autoridade que
comissão relacionará as infrações a ele atribuí- determinou a sua instauração, para decisão no
das, fazendo remissão aos documentos e depoi- prazo de trinta dias.
mentos e às correspondentes folhas dos autos. Parágrafo único. Não decidido o processo
Art. 232. Cumprido o disposto no artigo ante- no prazo estabelecido neste artigo o indi-
rior, o presidente da comissão determinará a ciado, salvo o caso de prisão administrativa,
citação do indiciado, para no prazo de dez dias, reassumirá automaticamente o exercício do
apresentar defesa, sendo-lhe facultada vista do cargo ou função se dele estiver afastado.
processo na repartição. Art. 237. A autoridade a quem for remetido o
§ 1º No caso de dois ou mais indiciados, o inquérito proporá a quem de direito, no prazo
prazo será comum e de vinte dias. de trinta dias, as sanções e providências que es-
caparem à sua competência.
§ 2º Achando-se o indiciado em lugar incer-
to, será chamado por edital, com prazo de Parágrafo único. Havendo mais de um in-
quinze dias. diciado e diversidade de sanções, caberá a
decisão á autoridade competente para a im-
§ 3º O edital a que se refere o parágrafo an- posição da pena mais grave.
terior, além de publicado no órgão oficial,
será afixado em lugar acessível ao público, Art. 238. Em qualquer fase do inquérito, será
no edifício onde a comissão habitualmente permitida a intervenção de advogado constitu-
se reunir. ído pelo indiciado.

§ 4º Mediante requerimento do indiciado, o Art. 239. O funcionário indiciado em inquérito


prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo administrativo só poderá ser exonerado, se re-
conhecida a sua inocência.

www.acasadoconcurseiro.com.br 441
Art. 240. Tratando-se de crime, a autoridade tário de Estado ou diretor de órgão direta-
que determinar a instauração do processo ad- mente subordinado ao Governador.
ministrativo comunicará o fato à autoridade po-
licial. § 2º Compete ao órgão do pessoal informar
o pedido e apensá-lo aos autos do inquérito
Parágrafo único. Verificada no curso do in- originário.
quérito a existência de crime, o presidente
da comissão comunicará o fato à autoridade Art. 246. Se decidir pelo cabimento do pedido,
que determinou a sua instauração, para os a autoridade designará comissão, composta de
fins previstos neste artigo. três funcionários de categoria igual ou superior
à do funcionário punido para proceder à revisão
Art. 241. A decisão que reconhecer a prática de do inquérito.
infração capitulada na lei penal determinará,
sem prejuízo de aplicação das sanções adminis- Art. 247. Serão aplicadas à revisão, no que for
trativas, a remessa do inquérito à autoridade compatível, as normas referentes ao inquérito
competente, ficando translado ou autos suple- administrativo.
mentares na repartição. Art. 248. Concluída a revisão, serão os autos re-
metidos à autoridade competente para, no pra-
zo de trinta dias, proferir a decisão.
CAPÍTULO II Art. 249. Reconhecida a inocência do funcioná-
DA REVISÃO rio, será tornada sem efeito a penalidade im-
posta, restabelecendo-se todos os direitos por
Art. 242. A qualquer tempo, poderá ser requeri- ela atingidos.
da a revisão do inquérito administrativo, de que
haja resultado pena disciplinar, quando forem
aduzidos fatos ou circunstâncias capazes de jus- TÍTULO VII
tificar a inocência do requerente.
Parágrafo único. Tratando-se de funcioná- Das Disposições Finais E Transitórias
rio falecido, desaparecido ou incapacitado Art. 250. O regime jurídico deste Estatuto é ex-
de requerer, a revisão poderá ser solicitada tensivo aos funcionários das autarquias estadu-
por qualquer das pessoas constantes do as- ais não regidos pela Consolidação das Leis do
sentamento individual. Trabalho.
Art. 243. A revisão tramitará em apenso ao in- Art. 251. Para os efeitos do disposto no art. 61
quérito originário. deste Estatuto, o funcionário beneficiado pelo
Art. 244. Não constitui fundamento para revisão parágrafo 2º do artigo 229 da Constituição Esta-
a simples alegação de injustiça da penalidade. dual contará na classe a que for incorporado, a
soma das seguintes parcelas:
Art. 245. O pedido de revisão, devidamente ins-
truído, será dirigido à autoridade que houver I – O tempo de serviço correspondente às
determinado a aplicação da penalidade e enca- funções que vinha desempenhando desde
minhado por intermédio do órgão encarregado 14 de maio de 1967, até a data da incorpo-
da administração de pessoal. ração ao Quadro Permanente;

§ 1º Quando a penalidade houver sido im- II – O tempo de serviço relativo à classe em


posta por diretor de repartição, o pedido que tiver sido incorporado.
de revisão será dirigido ao respectivo Secre- Art. 252. Aplicar-se-á a legislação trabalhista
aos servidores:

442 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica - Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco – Prof. Leandro Roitman

I – admitidos temporariamente para obras; drão imediatamente superior pelo princípio de


merecimento, e aposentado com os vencimen-
II – contratados para funções de natureza tos e vantagens do cargo.
técnica ou especializada.
Parágrafo único. A promoção de que trata
Parágrafo único. O ato de admissão ou o este artigo não será considerada para efeito
contrato do servidor mencionarão sempre a da alternância dos critérios de promoção.
dotação pela qual deverá correr a despesa.
Art. 259. Fica assegurada pensão especial aos
Art. 253. O funcionário candidato a cargo eleti- beneficiários de funcionário integrante do Ser-
vo que exercer cargo ou função de chefia, dire- viço Polícia e Segurança do Quadro Permanente
ção, fiscalização ou arrecadação será afastado do Serviço Civil do Poder Executivo que vier a
do exercício, com direito a vencimento desde falecer em consequência de ferimentos recebi-
a data em que for registrado perante a Justiça dos em luta contra malfeitores, ou de acidentes
Eleitoral até o dia seguinte ao do pleito. em serviços, ou de moléstia decorrente de qual-
Art. 254. O funcionário eleito senador, deputa- quer desses casos.
do federal ou deputado à Assembléia Legislativa Parágrafo único. A pensão especial de que
do Estado, afastar-se-á do exercício do cargo ou trata este artigo, somada à que couber pelo
função desde a data da expedição do diploma Órgão de previdência, será de responsabili-
até início da sessão legislativa, sem perda do dade do Estado e equivalerá ao vencimento
vencimento. integral do funcionário falecido.
Art. 255. São contados, em dobro para os efei- Art. 260. A pensão especial de que trata o arti-
tos de aposentadoria e disponibilidade os perí- go anterior é extensiva à família do funcionário
odos de férias deixados de gozar até a vigência que vier a falecer em consequência de acidente
deste Estatuto. ou agressão não provocada em razão de serviço.
Art. 256. Os servidores que, em 15 de maio de Art. 260. A pensão especial de que trata o arti-
1967, contavam mais de cinco anos de serviço go anterior é extensiva ao funcionário ocupante
público e ocupavam mediante provimento a de cargo em comissão, invalidado por acidente
qualquer título, cargos isolados que por força do ou agressão não provocada, em razão do servi-
artigo 208 da Constituição do Estado, devem ser ço, bem como à família do funcionário que vier
organizados em carreira, serão aproveitados nas a falecer, em consequência dos mesmos fatos.
novas carreiras criadas, em cargos cujas funções (Redação alterada pelo art. 1º da Lei nº 6.838,
sejam correspondentes às que vinham desem- de 7 de janeiro de 1975.)
penhando àquela data.
Parágrafo único. Consideram-se família do
Art. 257. Ficam respeitados os direitos já adqui- funcionário, para os fins previstos neste ar-
ridos pelos ocupantes de cargos: tigo, as pessoas relacionadas no artigo 151
I – de direção e de chefia das repartições deste Estatuto.
públicas a que se referem os artigos 192 da Parágrafo único. (SUPRIMIDO) (Suprimido
Constituição do Estado de 1947, e 199 da vi- pelo art. 2º da Lei nº 6.838, de 7 de janeiro
gente Constituição de Pernambuco; de 1975.)
II – vitalícios, a que se refere o art. 177 da § 1º Na primeira das hipóteses previstas
Constituição do Brasil. neste artigo, a pensão devida ao funcioná-
Art. 258. O Policial Civil que se invalidar, defini- rio equivalerá aos vencimentos do cargo
tivamente em consequência de ato praticado no por ele ocupado. (Acrescido pelo art. 2º da
cumprimento do dever, será promovido ao pa- Lei nº 6.838, de 7 de janeiro de 1975.)

www.acasadoconcurseiro.com.br 443
§ 2º Consideram-se família do funcionário, § 4º A promoção prevista no item V deste
para os fins previstos neste artigo, as pes- artigo não influirá na alteração de que trata
soas relacionadas no artigo 151 deste Esta- o art. 46 deste Estatuto.
tuto. (Acrescido pelo art. 2º da Lei nº 6.838,
de 7 de janeiro de 1975.) Art. 262. Fica, ainda, assegurado ao ex-comba-
tente, de que trata o artigo anterior, o direito
Art. 261. Ao funcionário ex-combatente da a nomeação, em caráter efetivo para exercer
Força Expedicionária Brasileira, da Força Aé- qualquer cargo vago inicial de série de classe ou
rea Brasileira, da Marinha de Guerra e Marinha classe única, independentemente da prestação
Mercante do Brasil que tenha participado efe- de concurso desde que não seja servidor públi-
tivamente de operações bélicas, na Segunda co e apresente diploma, certificado ou compro-
Guerra Mundial, são assegurados os seguintes vante que o habilite para o exercício do cargo
direitos: pretendido devidamente registrado no órgão
competente, ou demonstre aptidão na prova de
I – estabilidade; capacidade.
II – aposentadoria com proventos integrais, § 1º A apreciação da prova de capacidade
aos vinte e cinco anos de serviço efetivo; prevista neste artigo, que terá forma sumá-
III – assistência médica, hospitalar e educa- ria, será feita pelo órgão competente para o
cional, se carente de recurso o funcionário concurso.
e não concedida pelo respectivo órgão de § 2º Será aplicado em relação a este artigo,
previdência; o disposto nos §§ 1º e 2º do artigo anterior.
IV – preferência, dentro dos programas ha- § 3º O ex-combatente que tenha em sua fo-
bitacionais do Estado, na aquisição de imó- lha de antecedentes o registro de condena-
vel residencial, se outro não possuir; ção penal por mais de dois anos ou mais de
V – promoção, após o interstício legal e se uma condenação a pena menor por qual-
houver vaga. quer crime doloso, não poderá ser nomea-
do.
§ 1º A prova de participação efetiva em ope-
rações bélicas será fornecida pelos Ministé- § 4º O ex-combatente, para os efeitos do
rios Militares, de acordo com as exigências parágrafo anterior, juntará ao pedido de no-
contidas na legislação federal. meação documento comprobatório da ine-
xistência de antecedentes criminais.
§ 2º A prova de ter servido em zona de
guerra não autoriza o gozo das vantagens § 5º Se a qualquer tempo, for comprovada
previstas neste artigo, ressalvado o disposto a falsidade do documento referido no pará-
no artigo 177, parágrafo 1º da Constituição grafo anterior, será declarado nulo o ato de
do Brasil e o disposto no parágrafo 2º do ar- nomeação.
tigo 1º da Lei Federal nº 5315, de 12 de se- § 6º O ex-combatente nomeado na forma
tembro 1967. deste artigo não terá direito a nova nomea-
§ 3º O funcionário só poderá ser beneficia- ção com o mesmo fundamento.
do, em caráter preferencial com a promo- § 7º A não prestação do concurso na forma
ção a que se refere o item V deste artigo, deste artigo não eximirá o ex-combatente
uma vez nas subsequentes a preferência va- das demais exigências para o ingresso no
lerá apenas, em igualdade de condições de serviço público.
merecimento ou antiguidade.
Art. 263. Ao funcionário eleito ou nomeado Pre-
feito Municipal, fica assegurado o direito de op-

444 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica - Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco – Prof. Leandro Roitman

tar pelo vencimento e gratificação de exercício Art. 269. Revogam-se as disposições em contrá-
do seu cargo efetivo. rio, ressalvada a Lei nº 4625, de 07 de junho de
1963.
Parágrafo único. Ao servidor público da ad-
ministração direta e indireta do Estado no Palácio dos Despachos do Governo do Estado
exercício de mandato eletivo de vereador de Pernambuco, em 20 de julho de 1968.
será assegurado o direito de opção entre
a remuneração do cargo ou função e a de- NILO DE SOUZA COELHO
corrente do mandato municipal, no período Orlando Morais Osvaldo de Souza Coelho
das sessões legislativas. (Acrescido pelo art.
6º da Lei nº 7.048, de 24 de dezembro de (Renumerada e republicada em virtude do dis-
1975.) posto no artigo 13 da Lei nº 6.472, de 27 de de-
zembro de 1972.)
Art. 264. É assegurado ao funcionário o direito
de associação para defesa, assistência e repre-
sentação coletiva da classe, inclusive perante os
poderes públicos.
§ 1º Somente poderão representar coleti-
vamente seus associados perante os órgãos
estaduais as entidades representativas dos
funcionários que tenham personalidade ju-
rídica.
§ 2º A representação por parte das entida-
des de classe não impede que o funcionário
exerça diretamente qualquer ato em defesa
dos seus direitos.
Art. 265. É proibida a transferência ou remoção
de funcionários no período compreendido entre
6 meses antes e 3 meses depois das eleições es-
taduais ou municipais.
Art. 265. É proibida a nomeação ou contratação
de pessoal no período compreendido entre 03
meses antes e 03 meses depois das eleições es-
taduais ou municipais, ressalvada a hipótese de
cargos em comissão e de candidato habilitado
em concurso público de provas, ou de provas e
títulos. (Redação alterada pelo art. 2º da Lei nº
8.918, de 14 de dezembro de 1981.)
Art. 266. Os municípios poderão adotar, para os
seus funcionários, o regime jurídico estabeleci-
do neste Estado.
Art. 267. O dia 28 de outubro será dedicado ao
servidor público.
Art. 268. O presente Estatuto entrará em vigor
na data de sua publicação.

www.acasadoconcurseiro.com.br 445
Direito Penal

Professor Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal

Crime e Contravenção

MATERIAL DE APOIO

– INFRAÇÃO PENAL: trata-se das contravenções penais e dos crimes. A legislação ao utilizar a
expressão crimes, exclui, em regra, as contravenções penais.
– CONTRAVENÇÕES PENAIS: DECRETO LEI 3688/41
– CRIMES (DELITOS): CÓDIGO PENAL E LEIS ESPARSAS
– DIFERENÇAS: AS CONTRAVENÇÕES PENAIS SÃO APENADAS, EM REGRA, COM PENA
PRIVATIVA DE LIBERDADE DE PRISÃO SIMPLES, ENQUANTO OS CRIMES COM PENA PRIVATIVA
DE LIBERDADE DE DETENÇÃO OU RECLUSÃO, DENTRE OUTRAS.

www.acasadoconcurseiro.com.br 449
Direito Penal

Elementos do Crime

DAS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS

– incisos mais importantes: II, XI, XII, XXXVIII, XXXIX, XL, XLII, XLIII, XLIV, XLV, XLVI, XLVII, LIII, LV,
LVII, LXI, LXII,, LXIII, LXVIII.

TEORIA GERAL DO CRIME

– Conceito de crime e seus elementos: analítico : fato típico + antijurídico + culpável (concepção
tripartida); há, contudo, a concepção bipartida, a qual adotamos, sendo crime fato típico e
antijurídico, onde a culpabilidade um pressuposto para a aplicação da pena; há a concepção
quadripartida, pois crime é um fato típico, antijurídico, culpável e punível.
CRIME: FATO TÍPICO + ANTIJURÍDICO + CULPÁVEL
(Estudar cada um destes planos nas aulas apropriadas).

www.acasadoconcurseiro.com.br 451
Direito Penal

CÓDIGO PENAL

Art. 14. Diz-se o crime:


Crime consumado
I – consumado, quando nele se reúnem
todos os elementos de sua definição legal;
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Tentativa
II – tentado, quando, iniciada a execução,
não se consuma por circunstâncias alheias à
vontade do agente.
Pena de tentativa
Parágrafo único. Salvo disposição em con-
trário, pune-se a tentativa com a pena cor-
respondente ao crime consumado, diminu-
ída de um a dois terços.

www.acasadoconcurseiro.com.br 453
Direito Penal

Tentativa

TÍTULO II MATERIAL DE APOIO


Do Crime
Art. 14. Diz-se o crime: DAS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS
Crime consumado – Incisos mais importantes: II, XI, XII, XXXVIII,
I – consumado, quando nele se reúnem to- XXXIX, XL, XLII, XLIII, XLIV, XLV, XLVI, XLVII, LIII, LV,
dos os elementos de sua definição legal; LVII, LXI, LXII,, LXIII, LXVIII.

Tentativa TEORIA GERAL DO CRIME

II – tentado, quando, iniciada a execução, – Tentativa: art. 14, II, CP: o crime não se con-
não se consuma por circunstâncias alheias à suma por motivos alheios à vontade do agente.
vontade do agente. – Imperfeita: o agente não pratica toda a exe-
cução do crime

Pena de tentativa – Perfeita ou crime falho: o agente pratica toda


a execução, mas não consuma o crime
Parágrafo único. Salvo disposição em con-
trário, pune-se a tentativa com a pena cor- – Branca ou incruenta: a vítima não é atingida
respondente ao crime consumado, diminu- – Cruenta: a vítima é atingida não a admitem:
ída de um a dois terços.(Incluído pela Lei nº infrações culposas; preterdolosas; contraven-
7.209, de 11.7.1984) ções penais; crimes omissivos próprios; habitu-
ais; crimes em que a lei pune somente o resulta-
do (art. 122, CP); crimes em que a lei equipara a
tentativa a delito consumado (art. 352, CP). Em
tese, cabe tentativa nos crimes unissubsistentes
e crimes formais
14 – desistência voluntária e arrependimento
eficaz: espécies de tentativa abandonada ou
qualificada: art. 15, CP: o agente desiste volun-
tariamente do crime ou impede a produção do
resultado.

www.acasadoconcurseiro.com.br 455
15 – arrependimento posterior: art. 16, CP. É forma culposa, responderá o agente pelo crime
causa de diminuição de pena. (Ver regra espe- CULPOSO.
cial do art. 312, parágrafo 3ª, CP, a qual não é
arrependimento posterior, mas espécie de repa- Ex.: Uma pessoa age desreipeitosamente em re-
ração de dano) lação a outro sem saber que se tratava de um
funcionário público no exercício da suas fun-
16 – crime impossível: art. 17, CP: não se pune ções. O agente ERROU sobre o elemento do tipo
sequer a tentativa; Teoria objetiva temperada; penal do art. 331, CP, qual seja, “funcionário pú-
Súmula 145 do STF blico”. Aplica-se o art. 20, “caput”, CP, nos ter-
mos do acima exposto.
17 – erro de tipo: art. 20, CP : “caput”: erro de
tipo incriminador; parágrafo 1º: erro de tipo ERRO DE TIPO PERMISSIVO: art. 20, par. 1º, CP.
permissivo – erro de proibição: art. 21, CP. É sinônimo de DESCRMINANTE PUTATIVA ou
DESCIMINANTE PUTATIVA POR ERRO DE TIPO.
18 – antijuridicidade (ilicitude): art. 23, CP: cau- Parte da doutrina, o considera um ERRO DE
sas de exclusão e supralegais; consentimento PROIBIÇÃO. Possui um tratamento legal pare-
do ofendido: -elementar objetivo do tipo penal: cido com o ERRO DE TIPO INCRIMINADOR, mas
art. 126, CP; -excludente do tipo: art. 164, CP; possui conseqüência semelhante ao ERRO DE
-excludente de ilicitude: art. 163, CP PROIBIÇÃO (art. 21, CP).
19 – culpabilidade: imputabilidade, potencial Neste caso, o agente ERRA sobre a existência
consciência da ilicitude, exigibilidade de condu- dos pressupostos fáticos de uma causa de exclu-
ta diversa. são de ilicitude (antijuridicidade). Assim, resta
– Causas de exclusão: art. 27, 26, 28, par. 1º, a afastada a CULPABILIDADE DOLOSA, (não res-
22, 21, primeira parte, CP. ponderá pelo crime na forma dolosa), se o ERRO
é EVITÁVEL. Mas responderá na forma culposa,
20 – art. 20, parágrafo 3º, CP: erro sobre a pes- se prevista esta modalidade na lei (tipicidade),
soa (diferenciar do erro na execução, previsto a não ser que seja o ERRO seja inevitável, caso
no art. 73, CP) em que restará excluída, ainda, a CULPA (crime
na forma culposa) e não responderá pelo crime.

ERRO DE TIPO E ERRO DE PROIBIÇÃO Ex.: O agente é abordado por um amigo seu, de-
vidamente disfarçado, o qual simula tratar-se de
É a falsa percepção da realidade, seja quanto a um assalto. Assim, diante da situação, supondo
elementos do tipo – erro de tipo-, seja quanto à estar em legítima defesa, saca de uma faca que
ilicitude da ação – erro de proibição. possui na cintura e reage, vindo por matar o su-
posto assaltante. Aplica-se a regra do art. 20,
ERRO DE TIPO INCRIMINADOR: art. 20, “caput”, par. 1º, CP. O agente achou que estavam presen-
CP: o agente ERRA sobre elementos objetivos tes os pressupostos da legítima defesa. (legíti-
do tipo penal. Neste caso, resta excluído o DOLO ma defesa putativa)
(tipicidade do crime doloso), contudo, pode ser
responsabilizado pelo crime na forma CULPO- ERRO DE PROIBIÇÃO: art. 21, CP. O agente ERRA
SA, uma vez previsto na lei (tipicidade). Assim, quanto ao conteúdo da norma, ou seja, quan-
caso haja a previsão deste crime na forma cul- to à ilicitude do fato. O agente sabe exatamente
posa, deve-se verificar se o ERRO é ESCUSÁVEL o que está fazendo, não se enganando sobre a
(INEVITÁVEL) ou INESCUSÁVEL (EVITÁVEL). Se o realidade fática. Neste caso, sendo o ERRO INE-
ERRO for INEVITÁVEL, o agente não responderá VITÁVEL, resta o agente isento de pena. (exclui
pela forma culposa, ou seja, não haverá o crime. culpabildade). Contudo, sendo o ERRO EVITÁ-
Já se o ERRO for EVITÁVEL, uma vez previsto na VEL , somente haverá uma REDUÇÃO DA PENA.

456 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Tentativa – Prof. Joerberth Nunes

A doutrina divide em ERRO DE PROIBIÇÃO DI-


RETO E INDIRETO. No ERRO DE PROBIÇÃO DIRE-
TO, o agente ERRA sobre a norma proibitiva. O
agente, por interpretar mal a norma, acha que
está cometendo uma conduta permitida. Apli-
ca-se o art. 21, CP. Mas, em contrapartida, se o
agente ERRA sobre a EXISTÊNCIA de uma norma
pemissiva de conduta ou sobre os limites desta,
há o ERRO DE PROBIIÇÃO INDIRETO (diferente
do ERRO DE TIPO PERMISSIVO). É chamado por
parte da doutrina de ERRO DE PERMISSÃO. Re-
cai o art. 21, CP nesta hipótese.
Ex.: supondo que estejamos em grande discus-
são no país sobre a legalização da eutanásia,
sendo por um meio de comunicação é divul-
gado erroneamente que tal foi aprovada. Um
leitor, apressado, estando com um parente em
situação de desengano, apressa sua morte. Apli-
ca-se o art. 21, CP. Aí, é de verificar-se se o erro
era inevitável ou evitável.
ERRO SOBRE A PESSOA: art. 20, par. 3º, CP. O
agente quer cometer o crime contra uma pes-
soa e comete contra outra, achando tratar-se de
quem queria de fato. Responderá como se tives-
se acertado contra quem queria.
Ex.: O agente quer matar a esposa, porém mata
a prima desta, achando que fosse sua esposa.
Responderá como se tivesse acertado a esposa,
incidindo a circunstância agravante do art. 61, II,
CP.
OBS.: NÃO CONFUNDIR COM ERRO NA EXECU-
ÇÃO DO ART. 73, CP, onde o agente erra não
quanto à pessoa, mas quanto a um erro de fato
na execução do crime. A pessoa atira em outra
e acerta um terceiro. Responde como se tivesse
acertado quem de fato desejava. (art. 73, CP).

www.acasadoconcurseiro.com.br 457
Direito Penal

CÓDIGO PENAL

TÍTULO II Legítima defesa


Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem,
Do Crime usando moderadamente dos meios necessá-
rios, repele injusta agressão, atual ou iminente,
Exclusão de ilicitude
a direito seu ou de outrem.
Art. 23. Não há crime quando o agente pratica
o fato:
I – em estado de necessidade;
II – em legítima defesa;
III – em estrito cumprimento de dever legal
ou no exercício regular de direito.
Excesso punível
Parágrafo único. O agente, em qualquer das
hipóteses deste artigo, responderá pelo ex-
cesso doloso ou culposo.
Estado de necessidade
Art. 24. Considera-se em estado de necessidade
quem pratica o fato para salvar de perigo atual,
que não provocou por sua vontade, nem podia
de outro modo evitar, direito próprio ou alheio,
cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razo-
ável exigir-se.
§ 1º Não pode alegar estado de necessida-
de quem tinha o dever legal de enfrentar o
perigo.
§ 2º Embora seja razoável exigir-se o sacrifí-
cio do direito ameaçado, a pena poderá ser
reduzida de um a dois terços.

www.acasadoconcurseiro.com.br 459
Direito Penal

MATERIAL DE LEGISLAÇÃO

CÓDIGO PENAL Art. 24. Considera-se em estado de necessidade


quem pratica o fato para salvar de perigo atual,
Erro sobre a ilicitude do fato que não provocou por sua vontade, nem podia
de outro modo evitar, direito próprio ou alheio,
Art. 21. O desconhecimento da lei é inescusável.
cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era
O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável,
razoável exigir-se.
isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de
um sexto a um terço. § 1º Não pode alegar estado de necessidade
quem tinha o dever legal de enfrentar o
Parágrafo único. Considera-se evitável o
perigo.
erro se o agente atua ou se omite sem a
consciência da ilicitude do fato, quando § 2º Embora seja razoável exigir-se o
lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou sacrifício do direito ameaçado, a pena
atingir essa consciência. poderá ser reduzida de um a dois terços.
Coação irresistível e obediência hierárquica Legítima defesa
Art. 22. Se o fato é cometido sob coação Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem,
irresistível ou em estrita obediência a ordem, usando moderadamente dos meios necessários,
não manifestamente ilegal, de superior repele injusta agressão, atual ou iminente, a
hierárquico, só é punível o autor da coação ou direito seu ou de outrem.
da ordem.
Exclusão de ilicitude
TÍTULO III
Art. 23. Não há crime quando o agente pratica
o fato: Da Imputabilidade Penal
I – em estado de necessidade; Inimputáveis
II – em legítima defesa; Art. 26. É isento de pena o agente que,
III – em estrito cumprimento de dever legal por doença mental ou desenvolvimento
ou no exercício regular de direito. mental incompleto ou retardado, era, ao
tempo da ação ou da omissão, inteiramente
Excesso punível incapaz de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse
Parágrafo único. O agente, em qualquer entendimento.
das hipóteses deste artigo, responderá pelo
excesso doloso ou culposo. Redução de pena
Estado de necessidade

www.acasadoconcurseiro.com.br 461
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida MATERIAL DE APOIO
de um a dois terços, se o agente, em virtude
de perturbação de saúde mental ou por
desenvolvimento mental incompleto ou 1 – Culpabilidade: juízo de reprovação da con-
retardado não era inteiramente capaz duta do autor, o qual é uma fato típico e antiju-
de entender o caráter ilícito do fato ou rídico.
de determinar-se de acordo com esse 2 – Requisitos: imputabilidade, potencial cons-
entendimento. ciência da ilicitude e exigibilidade de conduta
Menores de dezoito anos diversa.

Art. 27. Os menores de 18 (dezoito) anos são 3 – Imputabilidade: arts. 26, 27, 28, par. 1º, CP.
penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às 4 – Teoria da actio libera in causae.
normas estabelecidas na legislação especial.
5 – Potencial consciência da ilicitude art. 21,
Emoção e paixão CP.
Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal: 6 – Ver erro de proibição.
I – a emoção ou a paixão; 7 – Exigibilidade de conduta diversa: art. 22, CP.
Embriaguez 8 – Emoção e paixão: art. 28, I, CP.
II – a embriaguez, voluntária ou culposa, 9 – Embriaguez voluntária ou culposa: art. 28,
pelo álcool ou substância de efeitos II, CP.
análogos.
§ 1º É isento de pena o agente que, por
embriaguez completa, proveniente de caso
fortuito ou força maior, era, ao tempo da
ação ou da omissão, inteiramente incapaz
de entender o caráter ilícito do fato ou
de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
§ 2º A pena pode ser reduzida de um a
dois terços, se o agente, por embriaguez,
proveniente de caso fortuito ou força
maior, não possuía, ao tempo da ação ou da
omissão, a plena capacidade de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento.(Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

462 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal

CÓDIGO PENAL

TÍTULO III § 1º É isento de pena o agente que, por


embriaguez completa, proveniente de caso
Da Imputabilidade Penal fortuito ou força maior, era, ao tempo da
ação ou da omissão, inteiramente incapaz
Inimputáveis de entender o caráter ilícito do fato ou
de determinar-se de acordo com esse
Art. 26. É isento de pena o agente que, entendimento.
por doença mental ou desenvolvimento
mental incompleto ou retardado, era, ao § 2º A pena pode ser reduzida de um a
tempo da ação ou da omissão, inteiramente dois terços, se o agente, por embriaguez,
incapaz de entender o caráter ilícito do fato proveniente de caso fortuito ou força
ou de determinar-se de acordo com esse maior, não possuía, ao tempo da ação ou da
entendimento. omissão, a plena capacidade de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se
Redução de pena de acordo com esse entendimento.
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida
de um a dois terços, se o agente, em virtude
de perturbação de saúde mental ou por
desenvolvimento mental incompleto ou
retardado não era inteiramente capaz
de entender o caráter ilícito do fato ou
de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
Menores de dezoito anos
Art. 27. Os menores de 18 (dezoito) anos são
penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às
normas estabelecidas na legislação especial.
Emoção e paixão
Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal:
I – a emoção ou a paixão;
Embriaguez
II – a embriaguez, voluntária ou culposa,
pelo álcool ou substância de efeitos
análogos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 463
Direito Penal

CÓDIGO PENAL

PARTE ESPECIAL V – para assegurar a execução, a ocultação,


a impunidade ou vantagem de outro crime:

TÍTULO I Pena – reclusão, de doze a trinta anos.


Homicídio culposo
Dos Crimes Contra a Pessoa
§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº
4.611, de 1965)
CAPÍTULO I Pena – detenção, de um a três anos.
DOS CRIMES CONTRA A VIDA Aumento de pena
Homicídio simples § 4º No homicídio culposo, a pena é
Art. 121. Matar alguém: aumentada de 1/3 (um terço), se o crime
resulta de inobservância de regra técnica
Pena – reclusão, de seis a vinte anos. de profissão, arte ou ofício, ou se o agente
deixa de prestar imediato socorro à vítima,
Caso de diminuição de pena
não procura diminuir as consequências
§ 1º Se o agente comete o crime impelido do seu ato, ou foge para evitar prisão em
por motivo de relevante valor social ou flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena
moral, ou sob o domínio de violenta é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime
emoção, logo em seguida a injusta é praticado contra pessoa menor de 14
provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
pena de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)

Homicídio qualificado § 5º Na hipótese de homicídio culposo,


o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se
§ 2º Se o homicídio é cometido: as consequências da infração atingirem
I – mediante paga ou promessa de o próprio agente de forma tão grave que
recompensa, ou por outro motivo torpe; a sanção penal se torne desnecessária.
(Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
II – por motivo futil;
III – com emprego de veneno, fogo, § 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço)
explosivo, asfixia, tortura ou outro meio até a metade se o crime for praticado por
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar milícia privada, sob o pretexto de prestação
perigo comum; de serviço de segurança, ou por grupo de
extermínio. (Incluído pela Lei nº 12.720, de
IV – à traição, de emboscada, ou mediante 2012)
dissimulação ou outro recurso que dificulte
ou torne impossível a defesa do ofendido;

www.acasadoconcurseiro.com.br 465
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio Forma qualificada
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se Art. 127. As penas cominadas nos dois artigos
ou prestar-lhe auxílio para que o faça: anteriores são aumentadas de um terço, se,
em consequência do aborto ou dos meios
Pena – reclusão, de dois a seis anos, se o empregados para provocá-lo, a gestante
suicídio se consuma; ou reclusão, de um a sofre lesão corporal de natureza grave; e são
três anos, se da tentativa de suicídio resulta duplicadas, se, por qualquer dessas causas,
lesão corporal de natureza grave. lhe sobrevém a morte.
Parágrafo único. A pena é duplicada: Art. 128. Não se pune o aborto praticado por
Aumento de pena médico: (Vide ADPF 54)

I – se o crime é praticado por motivo Aborto necessário


egoístico; I – se não há outro meio de salvar a vida da
II – se a vítima é menor ou tem diminuída, gestante;
por qualquer causa, a capacidade de Aborto no caso de gravidez resultante de
resistência. estupro
Infanticídio II – se a gravidez resulta de estupro e o
Art. 123. Matar, sob a influência do estado aborto é precedido de consentimento
puerperal, o próprio filho, durante o parto ou da gestante ou, quando incapaz, de seu
logo após: representante legal.

Pena – detenção, de dois a seis anos.


Aborto provocado pela gestante ou com seu CAPÍTULO II
consentimento
DAS LESÕES CORPORAIS
Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou
consentir que outrem lho provoque: (Vide Lesão corporal
ADPF 54)
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a
Pena – detenção, de um a três anos. saúde de outrem:

Aborto provocado por terceiro Pena – detenção, de três meses a um ano.

Art. 125. Provocar aborto, sem o consentimento Lesão corporal de natureza grave
da gestante:
§ 1º Se resulta:
Pena – reclusão, de três a dez anos.
I – Incapacidade para as ocupações
Art. 126. Provocar aborto com o consentimento habituais, por mais de trinta dias;
da gestante: (Vide ADPF 54)
II – perigo de vida;
Pena – reclusão, de um a quatro anos.
III – debilidade permanente de membro,
Parágrafo único. Aplica-se a pena do sentido ou função;
artigo anterior, se a gestante não é maior
IV – aceleração de parto:
de quatorze anos, ou é alienada ou debil
mental, ou se o consentimento é obtido Pena – reclusão, de um a cinco anos.
mediante fraude, grave ameaça ou violência
§ 2º Se resulta:

466 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Crimes Contra a Pessoa – Prof. Joerberth Nunes

I – Incapacidade permanente para o § 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no


trabalho; § 5º do art. 121.(Redação dada pela Lei nº
II – enfermidade incuravel; 8.069, de 1990)

III – perda ou inutilização do membro, Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº


sentido ou função; 10.886, de 2004)
IV – deformidade permanente; § 9º Se a lesão for praticada contra
V – aborto: ascendente, descendente, irmão, cônjuge
ou companheiro, ou com quem conviva ou
Pena – reclusão, de dois a oito anos. tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-
Lesão corporal seguida de morte se o agente das relações domésticas, de
coabitação ou de hospitalidade: (Redação
§ 3º Se resulta morte e as circunstâncias dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
evidenciam que o agente não quís o
resultado, nem assumiu o risco de produzí- Pena – detenção, de 3 (três) meses a 3 (três)
lo: anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de
Pena – reclusão, de quatro a doze anos. 2006)

Diminuição de pena § 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º


deste artigo, se as circunstâncias são as
§ 4º Se o agente comete o crime impelido indicadas no § 9º deste artigo, aumenta-se
por motivo de relevante valor social ou a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei
moral ou sob o domínio de violenta emoção, nº 10.886, de 2004)
logo em seguida a injusta provocação da
vítima, o juiz pode reduzir a pena de um § 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a
sexto a um terço. pena será aumentada de um terço se o
crime for cometido contra pessoa portadora
Substituição da pena de deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.340,
de 2006)
§ 5º O juiz, não sendo graves as lesões, pode
ainda substituir a pena de detenção pela de
multa, de duzentos mil réis a dois contos de
réis: CAPÍTULO III
I – se ocorre qualquer das hipóteses do DA PERICLITAÇÃO DA VIDA
parágrafo anterior; E DA SAÚDE
II – se as lesões são recíprocas. Perigo de contágio venéreo
Lesão corporal culposa Art. 130. Expor alguém, por meio de relações
§ 6º Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio
de 1965) de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber
que está contaminado:
Pena – detenção, de dois meses a um ano.
Pena – detenção, de três meses a um ano,
Aumento de pena ou multa.
§ 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) § 1º Se é intenção do agente transmitir a
se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4º moléstia:
6º do art. 121 deste Código. (Redação dada
pela Lei nº 12.720, de 2012) Pena – reclusão, de um a quatro anos, e
multa.

www.acasadoconcurseiro.com.br 467
§ 2º Somente se procede mediante III – se a vítima é maior de 60 (sessenta)
representação. anos (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)
Perigo de contágio de moléstia grave Exposição ou abandono de recém-nascido
Art. 131. Praticar, com o fim de transmitir a Art. 134. Expor ou abandonar recém-nascido,
outrem moléstia grave de que está contaminado, para ocultar desonra própria:
ato capaz de produzir o contágio: Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e § 1º Se do fato resulta lesão corporal de
multa. natureza grave:
Perigo para a vida ou saúde de outrem Pena – detenção, de um a três anos.
Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a § 2º Se resulta a morte:
perigo direto e iminente: Pena – detenção, de dois a seis anos.
Pena – detenção, de três meses a um ano,
se o fato não constitui crime mais grave. Omissão de socorro

Parágrafo único. A pena é aumentada de Art. 135. Deixar de prestar assistência, quando
um sexto a um terço se a exposição da vida possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança
ou da saúde de outrem a perigo decorre do abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida
transporte de pessoas para a prestação de ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente
serviços em estabelecimentos de qualquer perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da
natureza, em desacordo com as normas autoridade pública:
legais. (Incluído pela Lei nº 9.777, de Pena – detenção, de um a seis meses, ou
29.12.1998) multa.
Abandono de incapaz Parágrafo único. A pena é aumentada
de metade, se da omissão resulta lesão
Art. 133. Abandonar pessoa que está sob seu corporal de natureza grave, e triplicada, se
cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por resulta a morte.
qualquer motivo, incapaz de defender-se dos
riscos resultantes do abandono: Condicionamento de atendimento médico-
Pena – detenção, de seis meses a três anos. hospitalar emergencial (Incluído pela Lei nº
12.653, de 2012).
§ 1º Se do abandono resulta lesão corporal
de natureza grave: Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promis-
sória ou qualquer garantia, bem como o preen-
Pena – reclusão, de um a cinco anos. chimento prévio de formulários administrativos,
§ 2º Se resulta a morte: como condição para o atendimento médico-
Pena – reclusão, de quatro a doze anos. -hospitalar emergencial: (Incluído pela Lei nº
12.653, de 2012).
Aumento de pena Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um)
§ 3º As penas cominadas neste artigo ano, e multa. (Incluído pela Lei nº 12.653,
aumentam-se de um terço: de 2012).

I – se o abandono ocorre em lugar ermo; Parágrafo único. A pena é aumentada até


o dobro se da negativa de atendimento
II – se o agente é ascendente ou resulta lesão corporal de natureza grave,
descendente, cônjuge, irmão, tutor ou e até o triplo se resulta a morte. (Incluído
curador da vítima. pela Lei nº 12.653, de 2012).

468 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Crimes Contra a Pessoa – Prof. Joerberth Nunes

Maus-tratos § 1º Na mesma pena incorre quem, sabendo


falsa a imputação, a propala ou divulga.
Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de
pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, § 2º É punível a calúnia contra os mortos.
para fim de educação, ensino, tratamento ou Exceção da verdade
custódia, quer privando-a de alimentação ou
cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a § 3º Admite-se a prova da verdade, salvo:
a trabalho excessivo ou inadequado, quer I – se, constituindo o fato imputado crime de
abusando de meios de correção ou disciplina: ação privada, o ofendido não foi condenado
Pena – detenção, de dois meses a um ano, por sentença irrecorrível;
ou multa. II – se o fato é imputado a qualquer das
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de pessoas indicadas no nº I do art. 141;
natureza grave: III – se do crime imputado, embora de
Pena – reclusão, de um a quatro anos. ação pública, o ofendido foi absolvido por
§ 2º Se resulta a morte: sentença irrecorrível.

Pena – reclusão, de quatro a doze anos. Difamação


§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se Art. 139. Difamar alguém, imputando-lhe fato
o crime é praticado contra pessoa menor ofensivo à sua reputação:
de 14 (catorze) anos. (Incluído pela Lei nº Pena – detenção, de três meses a um ano,
8.069, de 1990) e multa.
Exceção da verdade
CAPÍTULO IV Parágrafo único. A exceção da verdade
DA RIXA somente se admite se o ofendido é
funcionário público e a ofensa é relativa ao
Rixa
exercício de suas funções.
Art. 137. Participar de rixa, salvo para separar
Injúria
os contendores:
Pena – detenção, de quinze dias a dois Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a
meses, ou multa. dignidade ou o decoro:
Parágrafo único. Se ocorre morte ou lesão Pena – detenção, de um a seis meses, ou
corporal de natureza grave, aplica-se, pelo multa.
fato da participação na rixa, a pena de § 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena:
detenção, de seis meses a dois anos.
I – quando o ofendido, de forma reprovável,
provocou diretamente a injúria;
CAPÍTULO V II – no caso de retorsão imediata, que
consista em outra injúria.
DOS CRIMES CONTRA A HONRA
§ 2º Se a injúria consiste em violência ou
Calúnia vias de fato, que, por sua natureza ou pelo
Art. 138. Caluniar alguém, imputando-lhe meio empregado, se considerem aviltantes:
falsamente fato definido como crime: Pena – detenção, de três meses a um ano,
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa, além da pena correspondente à
e multa. violência.

www.acasadoconcurseiro.com.br 469
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de Retratação
elementos referentes a raça, cor, etnia, Art. 143. O querelado que, antes da sentença, se
religião, origem ou a condição de pessoa retrata cabalmente da calúnia ou da difamação,
idosa ou portadora de deficiência: (Redação fica isento de pena.
dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Art. 144. Se, de referências, alusões ou frases,
Pena – reclusão de um a três anos e multa. se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se
(Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997) julga ofendido pode pedir explicações em juízo.
Disposições comuns Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério
do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela
Art. 141. As penas cominadas neste Capítulo ofensa.
aumentam-se de um terço, se qualquer dos Art. 145. Nos crimes previstos neste Capítulo
crimes é cometido: somente se procede mediante queixa, salvo
I – contra o Presidente da República, ou quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência
contra chefe de governo estrangeiro; resulta lesão corporal.
II – contra funcionário público, em razão de Parágrafo único. Procede-se mediante
suas funções; requisição do Ministro da Justiça, no caso do
III – na presença de várias pessoas, ou por inciso I do caput do art. 141 deste Código,
meio que facilite a divulgação da calúnia, da e mediante representação do ofendido,
difamação ou da injúria. no caso do inciso II do mesmo artigo, bem
como no caso do § 3º do art. 140 deste
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) Código. (Redação dada pela Lei nº 12.033.
anos ou portadora de deficiência, exceto no de 2009)
caso de injúria. (Incluído pela Lei nº 10.741,
de 2003)
Parágrafo único. Se o crime é cometido CAPÍTULO VI
mediante paga ou promessa de DOS CRIMES CONTRA
recompensa, aplica-se a pena em dobro. A LIBERDADE INDIVIDUAL
Exclusão do crime
Seção I
Art. 142. Não constituem injúria ou difamação DOS CRIMES CONTRA
punível: A LIBERDADE PESSOAL
I – a ofensa irrogada em juízo, na discussão Constrangimento ilegal
da causa, pela parte ou por seu procurador;
Art. 146. Constranger alguém, mediante
II – a opinião desfavorável da crítica violência ou grave ameaça, ou depois de lhe
literária, artística ou científica, salvo haver reduzido, por qualquer outro meio, a
quando inequívoca a intenção de injuriar ou capacidade de resistência, a não fazer o que a
difamar; lei permite, ou a fazer o que ela não manda:
III – o conceito desfavorável emitido por Pena – detenção, de três meses a um ano,
funcionário público, em apreciação ou ou multa.
informação que preste no cumprimento de
Aumento de pena
dever do ofício.
§ 1º As penas aplicam-se cumulativamente
Parágrafo único. Nos casos dos ns. I e III, e em dobro, quando, para a execução do
responde pela injúria ou pela difamação crime, se reúnem mais de três pessoas, ou
quem lhe dá publicidade. há emprego de armas.

470 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Crimes Contra a Pessoa – Prof. Joerberth Nunes

§ 2º Além das penas cominadas, aplicam-se § 2º – Se resulta à vítima, em razão de


as correspondentes à violência. maus-tratos ou da natureza da detenção,
grave sofrimento físico ou moral:
§ 3º Não se compreendem na disposição
deste artigo: Pena – reclusão, de dois a oito anos.

I – a intervenção médica ou cirúrgica, sem Redução a condição análoga à de escravo


o consentimento do paciente ou de seu Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga
representante legal, se justificada por à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos
iminente perigo de vida; forçados ou a jornada exaustiva, quer
sujeitando-o a condições degradantes de
II – a coação exercida para impedir suicídio. trabalho, quer restringindo, por qualquer meio,
Ameaça sua locomoção em razão de dívida contraída
com o empregador ou preposto: (Redação dada
Art. 147. Ameaçar alguém, por palavra, escrito pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de
causar-lhe mal injusto e grave: Pena – reclusão, de dois a oito anos, e
multa, além da pena correspondente à
Pena – detenção, de um a seis meses, ou violência. (Redação dada pela Lei nº 10.803,
multa. de 11.12.2003)
Parágrafo único. Somente se procede § 1º Nas mesmas penas incorre quem:
mediante representação. (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
I – cerceia o uso de qualquer meio de
Sequestro e cárcere privado
transporte por parte do trabalhador, com o
Art. 148. Privar alguém de sua liberdade, fim de retê-lo no local de trabalho; (Incluído
mediante sequestro ou cárcere privado: (Vide pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
Lei nº 10.446, de 2002) II – mantém vigilância ostensiva no local
Pena – reclusão, de um a três anos. de trabalho ou se apodera de documentos
ou objetos pessoais do trabalhador, com o
§ 1º A pena é de reclusão, de dois a cinco fim de retê-lo no local de trabalho. (Incluído
anos: pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
I – se a vítima é ascendente, descendente, § 2º A pena é aumentada de metade, se
cônjuge ou companheiro do agente ou o crime é cometido: (Incluído pela Lei nº
maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada 10.803, de 11.12.2003)
pela Lei nº 11.106, de 2005) I – contra criança ou adolescente; (Incluído
II – se o crime é praticado mediante pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
internação da vítima em casa de saúde ou II – por motivo de preconceito de raça, cor,
hospital; etnia, religião ou origem. (Incluído pela Lei
nº 10.803, de 11.12.2003)
III – se a privação da liberdade dura mais de
quinze dias. Seção II
IV – se o crime é praticado contra menor DOS CRIMES CONTRA A
de 18 (dezoito) anos; (Incluído pela Lei nº INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO
11.106, de 2005)
Violação de domicílio
V – se o crime é praticado com fins
libidinosos. (Incluído pela Lei nº 11.106, de Art. 150. Entrar ou permanecer, clandestina ou
2005) astuciosamente, ou contra a vontade expressa

www.acasadoconcurseiro.com.br 471
ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou Seção III
em suas dependências: DOS CRIMES CONTRA
Pena – detenção, de um a três meses, ou A INVIOLABILIDADE DE
multa. CORRESPONDÊNCIA
§ 1º Se o crime é cometido durante a noite, Violação de correspondência
ou em lugar ermo, ou com o emprego de
violência ou de arma, ou por duas ou mais Art. 151. Devassar indevidamente o conteúdo
pessoas: de correspondência fechada, dirigida a outrem:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, Pena – detenção, de um a seis meses, ou
além da pena correspondente à violência. multa.
§ 2º Aumenta-se a pena de um terço, se o Sonegação ou destruição de correspondência
fato é cometido por funcionário público,
fora dos casos legais, ou com inobservância § 1º Na mesma pena incorre:
das formalidades estabelecidas em lei, ou I – quem se apossa indevidamente de
com abuso do poder. correspondência alheia, embora não
§ 3º Não constitui crime a entrada ou fechada e, no todo ou em parte, a sonega
permanência em casa alheia ou em suas ou destrói;
dependências: Violação de comunicação telegráfica,
I – durante o dia, com observância das radioelétrica ou telefônica
formalidades legais, para efetuar prisão ou II – quem indevidamente divulga, transmite
outra diligência; a outrem ou utiliza abusivamente
II – a qualquer hora do dia ou da noite, comunicação telegráfica ou radioelétrica
quando algum crime está sendo ali dirigida a terceiro, ou conversação
praticado ou na iminência de o ser. telefônica entre outras pessoas;

§ 4º A expressão "casa" compreende: III – quem impede a comunicação ou a


conversação referidas no número anterior;
I – qualquer compartimento habitado;
IV – quem instala ou utiliza estação ou
II – aposento ocupado de habitação aparelho radioelétrico, sem observância de
coletiva; disposição legal.
III – compartimento não aberto ao público, § 2º As penas aumentam-se de metade, se
onde alguém exerce profissão ou atividade. há dano para outrem.
§ 5º Não se compreendem na expressão § 3º Se o agente comete o crime, com abuso
"casa": de função em serviço postal, telegráfico,
radioelétrico ou telefônico:
I – hospedaria, estalagem ou qualquer outra
habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a Pena – detenção, de um a três anos.
restrição do n.º II do parágrafo anterior;
§ 4º Somente se procede mediante
II – taverna, casa de jogo e outras do mesmo representação, salvo nos casos do § 1º, IV,
gênero. e do § 3º.
Correspondência comercial

472 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Crimes Contra a Pessoa – Prof. Joerberth Nunes

Art. 152. Abusar da condição de sócio ou Pena – detenção, de três meses a um ano,
empregado de estabelecimento comercial ou ou multa.
industrial para, no todo ou em parte, desviar,
sonegar, subtrair ou suprimir correspondência, Parágrafo único. Somente se procede
ou revelar a estranho seu conteúdo: mediante representação.

Pena – detenção, de três meses a dois anos. Art. 154-A. Invadir dispositivo informático
alheio, conectado ou não à rede de computado-
Parágrafo único. Somente se procede res, mediante violação indevida de mecanismo
mediante representação. de segurança e com o fim de obter, adulterar ou
destruir dados ou informações sem autorização
Seção IV expressa ou tácita do titular do dispositivo ou
DOS CRIMES CONTRA A instalar vulnerabilidades para obter vantagem
INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS ilícita: (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um)
Divulgação de segredo
ano, e multa. (Incluído pela Lei nº 12.737,
Art. 153. Divulgar alguém, sem justa causa, de 2012)
conteúdo de documento particular ou de
§ 1º Na mesma pena incorre quem produz,
correspondência confidencial, de que é
oferece, distribui, vende ou difunde
destinatário ou detentor, e cuja divulgação
dispositivo ou programa de computador
possa produzir dano a outrem:
com o intuito de permitir a prática da
Pena – detenção, de um a seis meses, ou conduta definida no caput. (Incluído pela
multa. Lei nº 12.737, de 2012)
§ 1º Somente se procede mediante § 2º Aumenta-se a pena de um sexto a
representação. (Parágrafo único um terço se da invasão resulta prejuízo
renumerado pela Lei nº 9.983, de 2000) econômico. (Incluído pela Lei nº 12.737, de
2012)
§ 1º-A. Divulgar, sem justa causa,
informações sigilosas ou reservadas, assim § 3º Se da invasão resultar a obtenção de
definidas em lei, contidas ou não nos conteúdo de comunicações eletrônicas
sistemas de informações ou banco de dados privadas, segredos comerciais ou industriais,
da Administração Pública: (Incluído pela Lei informações sigilosas, assim definidas em
nº 9.983, de 2000) lei, ou o controle remoto não autorizado do
dispositivo invadido: (Incluído pela Lei nº
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) 12.737, de 2012)
anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983,
de 2000) Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos, e multa, se a conduta não constitui
§ 2º Quando resultar prejuízo para a crime mais grave. (Incluído pela Lei nº
Administração Pública, a ação penal será 12.737, de 2012)
incondicionada. (Incluído pela Lei nº 9.983,
de 2000) § 4º Na hipótese do § 3º, aumenta-se a pena
de um a dois terços se houver divulgação,
Violação do segredo profissional comercialização ou transmissão a terceiro, a
Art. 154. Revelar alguém, sem justa causa, qualquer título, dos dados ou informações
segredo, de que tem ciência em razão de função, obtidos. (Incluído pela Lei nº 12.737, de
ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação 2012)
possa produzir dano a outrem:

www.acasadoconcurseiro.com.br 473
§ 5º Aumenta-se a pena de um terço à IV – dirigente máximo da administração
metade se o crime for praticado contra: direta e indireta federal, estadual, municipal
(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) ou do Distrito Federal. (Incluído pela Lei nº
12.737, de 2012)
I – Presidente da República, governadores
e prefeitos; (Incluído pela Lei nº 12.737, de Ação penal (Incluído pela Lei nº 12.737, de
2012) 2012)
II – Presidente do Supremo Tribunal Federal; Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A,
(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) somente se procede mediante representação,
salvo se o crime é cometido contra a
III – Presidente da Câmara dos Deputados, administração pública direta ou indireta de
do Senado Federal, de Assembleia qualquer dos Poderes da União, Estados,
Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa Distrito Federal ou Municípios ou contra
do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; empresas concessionárias de serviços públicos.
ou (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)

MATERIAL DE APOIO

DOS CRIMES CONTRA A PESSOA :


•• ART. 121 A 128, CP ; crimes contra a vida
•• ART. 121, CP : homicídio e espécies (homicídio simples, privilegiado, qualificado, culposo)
•• ART. 122, CP : observar a pena; não admite a tentativa
•• ART. 123, CP : possibilidade ou não de concurso de pessoas na modalidade de co-autoria
•• ART. 124 A 128, CP : formas de aborto; art.128, CP:excludente de ilicitude
•• ART. 129, CP : importante; lembrar que o art. 129,par.3º, CP é um crime preterdoloso;
•• ART. 135, CP :crime omissivo puro
•• ART. 137, CP : crime plurissubjetivo
•• ART. 138, CP : cabe exceção da verdade, exceto no caso do par. 3º; não confundir com os
arts. 339 e 340, CP.
•• ART. 139, CP : cabe exceção da verdade somente no caso do parágrafo único.
•• ART. 140, CP : não cabe exceção da verdade; cabe perdão judicial no caso do par. 1º; formas
qualificadas : parágrafos 2º e 3º.
•• ART. 141, CP : causas de aumento de pena.
•• ART. 142, CP : causas de exclusão do crime na difamação e na injúria.
•• ART. 143, CP : retratação cabível na calúnia e na difamação.
•• ART. 144, CP : pedido de explicações em juízo.
•• ART. 145, CP : ação penal. Súmula 714 do STF
•• ART. 146, CP : o parágrafo 3º indica uma causa de exclusão de tipicidade
•• ART. 148, CP : sequestro e cárcere privado e formas qualificadas
•• ART. 149 a 154-B : leitura

474 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal

CÓDIGO PENAL

TÍTULO II III – com emprego de chave falsa;


IV – mediante concurso de duas ou mais
DOS CRIMES pessoas.
CONTRA O PATRIMÔNIO
§ 5º A pena é de reclusão de três a oito anos,
se a subtração for de veículo automotor que
venha a ser transportado para outro Estado
CAPÍTULO I ou para o exterior. (Incluído pela Lei nº
DO FURTO 9.426, de 1996)
Furto Furto de coisa comum
Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa Art. 156. Subtrair o condômino, co-herdeiro
alheia móvel: ou sócio, para si ou para outrem, a quem
legitimamente a detém, a coisa comum:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e
multa. Pena – detenção, de seis meses a dois anos,
ou multa.
§ 1º A pena aumenta-se de um terço, se
o crime é praticado durante o repouso § 1º Somente se procede mediante
noturno. representação.
§ 2º Se o criminoso é primário, e é de § 2º Não é punível a subtração de coisa
pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode comum fungível, cujo valor não excede a
substituir a pena de reclusão pela de quota a que tem direito o agente.
detenção, diminuí-la de um a dois terços,
ou aplicar somente a pena de multa.
§ 3º Equipara-se à coisa móvel a energia CAPÍTULO II
elétrica ou qualquer outra que tenha valor
econômico.
DO ROUBO E DA EXTORSÃO
Furto qualificado Roubo

§ 4º A pena é de reclusão de dois a oito Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si
anos, e multa, se o crime é cometido: ou para outrem, mediante grave ameaça ou
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por
I – com destruição ou rompimento de qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
obstáculo à subtração da coisa; resistência:
II – com abuso de confiança, ou mediante Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e
fraude, escalada ou destreza; multa.

www.acasadoconcurseiro.com.br 475
§ 1º Na mesma pena incorre quem, logo § 3º Se o crime é cometido mediante a
depois de subtraída a coisa, emprega restrição da liberdade da vítima, e essa
violência contra pessoa ou grave ameaça, a condição é necessária para a obtenção da
fim de assegurar a impunidade do crime ou vantagem econômica, a pena é de reclusão,
a detenção da coisa para si ou para terceiro. de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa;
§ 2º A pena aumenta-se de um terço até se resulta lesão corporal grave ou morte,
metade: aplicam-se as penas previstas no art. 159,
§§ 2º e 3º, respectivamente. (Incluído pela
I – se a violência ou ameaça é exercida com Lei nº 11.923, de 2009)
emprego de arma;
Extorsão mediante sequestro
II – se há o concurso de duas ou mais
pessoas; Art. 159. Sequestrar pessoa com o fim de obter,
III – se a vítima está em serviço de para si ou para outrem, qualquer vantagem,
transporte de valores e o agente conhece como condição ou preço do resgate: Vide Lei nº
tal circunstância. 8.072, de 25.7.90 (Vide Lei nº 10.446, de 2002)

IV – se a subtração for de veículo automotor Pena – reclusão, de oito a quinze anos..


que venha a ser transportado para outro (Redação dada pela Lei nº 8.072, de
Estado ou para o exterior; (Incluído pela Lei 25.7.1990)
nº 9.426, de 1996) § 1º Se o sequestro dura mais de 24 (vinte
V – se o agente mantém a vítima em seu e quatro) horas, se o sequestrado é menor
poder, restringindo sua liberdade. (Incluído de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta)
pela Lei nº 9.426, de 1996) anos, ou se o crime é cometido por bando
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal ou quadrilha. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
grave, a pena é de reclusão, de sete a (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
quinze anos, além da multa; se resulta Pena – reclusão, de doze a vinte anos.
morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, (Redação dada pela Lei nº 8.072, de
sem prejuízo da multa. (Redação dada pela 25.7.1990)
Lei nº 9.426, de 1996) Vide Lei nº 8.072, de
25.7.90 § 2º Se do fato resulta lesão corporal de
natureza grave: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
Extorsão
Pena – reclusão, de dezesseis a vinte e
Art. 158. Constranger alguém, mediante quatro anos. (Redação dada pela Lei nº
violência ou grave ameaça, e com o intuito de 8.072, de 25.7.1990)
obter para si ou para outrem indevida vantagem
econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar § 3º Se resulta a morte: Vide Lei nº 8.072,
fazer alguma coisa: de 25.7.90

Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e Pena – reclusão, de vinte e quatro a trinta
multa. anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de
25.7.1990)
§ 1º Se o crime é cometido por duas ou
mais pessoas, ou com emprego de arma, § 4º Se o crime é cometido em concurso, o
aumenta-se a pena de um terço até metade. concorrente que o denunciar à autoridade,
facilitando a libertação do sequestrado,
§ 2º Aplica-se à extorsão praticada terá sua pena reduzida de um a dois terços.
mediante violência o disposto no § 3º do (Redação dada pela Lei nº 9.269, de 1996)
artigo anterior. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90

476 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Crimes Contra o Patrimônio – Prof. Joerberth Nunes

Extorsão indireta CAPÍTULO IV


Art. 160. Exigir ou receber, como garantia DO DANO
de dívida, abusando da situação de alguém,
documento que pode dar causa a procedimento Dano
criminal contra a vítima ou contra terceiro: Art. 163. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa. alheia:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou
multa.
CAPÍTULO III Dano qualificado
DA USURPAÇÃO Parágrafo único. Se o crime é cometido:
Alteração de limites I – com violência à pessoa ou grave ameaça;
Art. 161. Suprimir ou deslocar tapume, marco, II – com emprego de substância inflamável
ou qualquer outro sinal indicativo de linha ou explosiva, se o fato não constitui crime
divisória, para apropriar-se, no todo ou em mais grave
parte, de coisa imóvel alheia: III – contra o patrimônio da União, Estado,
Município, empresa concessionária de
Pena – detenção, de um a seis meses, e
serviços públicos ou sociedade de economia
multa.
mista; (Redação dada pela Lei nº 5.346, de
§ 1º Na mesma pena incorre quem: 3.11.1967)
Usurpação de águas IV – por motivo egoístico ou com prejuízo
considerável para a vítima:
I – desvia ou represa, em proveito próprio
Pena – detenção, de seis meses a três anos,
ou de outrem, águas alheias;
e multa, além da pena correspondente à
Esbulho possessório violência.
II – invade, com violência a pessoa ou grave Introdução ou abandono de animais em
ameaça, ou mediante concurso de mais de propriedade alheia
duas pessoas, terreno ou edifício alheio,
Art. 164. Introduzir ou deixar animais em
para o fim de esbulho possessório.
propriedade alheia, sem consentimento de
§ 2º Se o agente usa de violência, incorre quem de direito, desde que o fato resulte
também na pena a esta cominada. prejuízo:
§ 3º Se a propriedade é particular, e não há Pena – detenção, de quinze dias a seis
emprego de violência, somente se procede meses, ou multa.
mediante queixa.
Dano em coisa de valor artístico, arqueológico
Supressão ou alteração de marca em animais ou histórico
Art. 162. Suprimir ou alterar, indevidamente, Art. 165. Destruir, inutilizar ou deteriorar
em gado ou rebanho alheio, marca ou sinal coisa tombada pela autoridade competente
indicativo de propriedade: em virtude de valor artístico, arqueológico ou
histórico:
Pena – detenção, de seis meses a três anos,
e multa. Pena – detenção, de seis meses a dois anos,
e multa.

www.acasadoconcurseiro.com.br 477
Alteração de local especialmente protegido § 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar
de: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 166. Alterar, sem licença da autoridade
competente, o aspecto de local especialmente I – recolher, no prazo legal, contribuição ou
protegido por lei: outra importância destinada à previdência
social que tenha sido descontada de
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou pagamento efetuado a segurados, a
multa. terceiros ou arrecadada do público;
Ação penal (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Art. 167. Nos casos do art. 163, do inciso IV do II – recolher contribuições devidas à
seu parágrafo e do art. 164, somente se procede previdência social que tenham integrado
mediante queixa. despesas contábeis ou custos relativos
à venda de produtos ou à prestação de
serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
CAPÍTULO V
III – pagar benefício devido a segurado,
DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA quando as respectivas cotas ou valores já
tiverem sido reembolsados à empresa pela
Apropriação indébita
previdência social. (Incluído pela Lei nº
Art. 168. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de 9.983, de 2000)
que tem a posse ou a detenção:
§ 2º É extinta a punibilidade se o agente,
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e espontaneamente, declara, confessa e
multa. efetua o pagamento das contribuições,
importâncias ou valores e presta as
Aumento de pena informações devidas à previdência social,
§ 1º A pena é aumentada de um terço, na forma definida em lei ou regulamento,
quando o agente recebeu a coisa: antes do início da ação fiscal. (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000)
I – em depósito necessário;
§ 3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a
II – na qualidade de tutor, curador, síndico, pena ou aplicar somente a de multa se o
liquidatário, inventariante, testamenteiro agente for primário e de bons antecedentes,
ou depositário judicial; desde que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
III – em razão de ofício, emprego ou
profissão. I – tenha promovido, após o início da ação
fiscal e antes de oferecida a denúncia,
Apropriação indébita previdenciária (Incluído
o pagamento da contribuição social
pela Lei nº 9.983, de 2000)
previdenciária, inclusive acessórios; ou
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
social as contribuições recolhidas dos
II – o valor das contribuições devidas,
contribuintes, no prazo e forma legal ou
inclusive acessórios, seja igual ou inferior
convencional: (Incluído pela Lei nº 9.983, de
àquele estabelecido pela previdência social,
2000)
administrativamente, como sendo o mínimo
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, para o ajuizamento de suas execuções
e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
2000)

478 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Crimes Contra o Patrimônio – Prof. Joerberth Nunes

Apropriação de coisa havida por erro, caso Disposição de coisa alheia como própria
fortuito ou força da natureza
I – vende, permuta, dá em pagamento, em
Art. 169. Apropriar-se alguém de coisa alheia locação ou em garantia coisa alheia como
vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou própria;
força da natureza:
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou própria
multa.
II – vende, permuta, dá em pagamento
Parágrafo único. Na mesma pena incorre: ou em garantia coisa própria inalienável,
gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel
Apropriação de tesouro que prometeu vender a terceiro, mediante
I – quem acha tesouro em prédio alheio e pagamento em prestações, silenciando
se apropria, no todo ou em parte, da quota sobre qualquer dessas circunstâncias;
a que tem direito o proprietário do prédio; Defraudação de penhor
Apropriação de coisa achada III – defrauda, mediante alienação não
II – quem acha coisa alheia perdida e dela se consentida pelo credor ou por outro modo,
apropria, total ou parcialmente, deixando a garantia pignoratícia, quando tem a posse
de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor do objeto empenhado;
ou de entregá-la à autoridade competente, Fraude na entrega de coisa
dentro no prazo de quinze dias.
IV – defrauda substância, qualidade ou
Art. 170. Nos crimes previstos neste Capítulo, quantidade de coisa que deve entregar a
aplica-se o disposto no art. 155, § 2º. alguém;
Fraude para recebimento de indenização ou
valor de seguro
CAPÍTULO VI
V – destrói, total ou parcialmente, ou oculta
DO ESTELIONATO
coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou
E OUTRAS FRAUDES a saúde, ou agrava as consequências da
lesão ou doença, com o intuito de haver
Estelionato
indenização ou valor de seguro;
Art. 171. Obter, para si ou para outrem,
Fraude no pagamento por meio de cheque
vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo
ou mantendo alguém em erro, mediante VI – emite cheque, sem suficiente provisão
artifício, ardil, ou qualquer outro meio de fundos em poder do sacado, ou lhe
fraudulento: frustra o pagamento.
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e § 3º A pena aumenta-se de um terço, se
multa, de quinhentos mil réis a dez contos o crime é cometido em detrimento de
de réis. entidade de direito público ou de instituto
de economia popular, assistência social ou
§ 1º Se o criminoso é primário, e é de
beneficência.
pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar
a pena conforme o disposto no art. 155, § Duplicata simulada
2º.
Art. 172. Emitir fatura, duplicata ou nota de
§ 2º Nas mesmas penas incorre quem: venda que não corresponda à mercadoria

www.acasadoconcurseiro.com.br 479
vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao falsa por verdadeira; vender, como precioso,
serviço prestado. (Redação dada pela Lei nº metal de ou outra qualidade:
8.137, de 27.12.1990)
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e
Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) multa.
anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
8.137, de 27.12.1990) § 2º É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.

Parágrafo único. Nas mesmas penas Outras fraudes


incorrerá aquêle que falsificar ou adulterar Art. 176 – Tomar refeição em restaurante,
a escrituração do Livro de Registro de alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de
Duplicatas. (Incluído pela Lei nº 5.474. de transporte sem dispor de recursos para efetuar
1968) o pagamento:
Abuso de incapazes Pena – detenção, de quinze dias a dois
Art. 173. Abusar, em proveito próprio ou alheio, meses, ou multa.
de necessidade, paixão ou inexperiência de Parágrafo único. Somente se procede
menor, ou da alienação ou debilidade mental mediante representação, e o juiz pode,
de outrem, induzindo qualquer deles à prática conforme as circunstâncias, deixar de
de ato suscetível de produzir efeito jurídico, em aplicar a pena.
prejuízo próprio ou de terceiro:
Fraudes e abusos na fundação ou administração
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa. de sociedade por ações
Induzimento à especulação Art. 177. Promover a fundação de sociedade
Art. 174. Abusar, em proveito próprio ou por ações, fazendo, em prospecto ou em
alheio, da inexperiência ou da simplicidade ou comunicação ao público ou à assembléia,
inferioridade mental de outrem, induzindo-o à afirmação falsa sobre a constituição da
prática de jogo ou aposta, ou à especulação com sociedade, ou ocultando fraudulentamente fato
títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo a ela relativo:
saber que a operação é ruinosa: Pena – reclusão, de um a quatro anos, e
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa. multa, se o fato não constitui crime contra a
economia popular.
Fraude no comércio
§ 1º Incorrem na mesma pena, se o fato não
Art. 175. Enganar, no exercício de atividade constitui crime contra a economia popular:
comercial, o adquirente ou consumidor: (Vide Lei nº 1.521, de 1951)
I – vendendo, como verdadeira ou perfeita, I – o diretor, o gerente ou o fiscal de
mercadoria falsificada ou deteriorada; sociedade por ações, que, em prospecto,
relatório, parecer, balanço ou comunicação
II – entregando uma mercadoria por outra: ao público ou à assembléia, faz afirmação
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, falsa sobre as condições econômicas da
ou multa. sociedade, ou oculta fraudulentamente, no
todo ou em parte, fato a elas relativo;
§ 1º Alterar em obra que lhe é encomendada
a qualidade ou o peso de metal ou substituir, II – o diretor, o gerente ou o fiscal que
no mesmo caso, pedra verdadeira por falsa promove, por qualquer artifício, falsa
ou por outra de menor valor; vender pedra cotação das ações ou de outros títulos da
sociedade;

480 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Crimes Contra o Patrimônio – Prof. Joerberth Nunes

III – o diretor ou o gerente que toma Parágrafo único. Somente se procede


empréstimo à sociedade ou usa, em mediante queixa.
proveito próprio ou de terceiro, dos bens ou
haveres sociais, sem prévia autorização da
assembléia geral;
CAPÍTULO VII
IV – o diretor ou o gerente que compra ou
vende, por conta da sociedade, ações por DA RECEPTAÇÃO
ela emitidas, salvo quando a lei o permite;
Receptação
V – o diretor ou o gerente que, como
garantia de crédito social, aceita em penhor Art. 180. Adquirir, receber, transportar, conduzir
ou em caução ações da própria sociedade; ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa
que sabe ser produto de crime, ou influir para
VI – o diretor ou o gerente que, na falta que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou
de balanço, em desacordo com este, ou oculte: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de
mediante balanço falso, distribui lucros ou 1996)
dividendos fictícios;
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e
VII – o diretor, o gerente ou o fiscal que,
multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de
por interposta pessoa, ou conluiado com
1996)
acionista, consegue a aprovação de conta
ou parecer; Receptação qualificada (Redação dada pela Lei
VIII – o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, nº 9.426, de 1996)
IV, V e VII; § 1º Adquirir, receber, transportar, conduzir,
IX – o representante da sociedade anônima ocultar, ter em depósito, desmontar,
estrangeira, autorizada a funcionar no País, montar, remontar, vender, expor à venda,
que pratica os atos mencionados nos ns. I e ou de qualquer forma utilizar, em proveito
II, ou dá falsa informação ao Governo. próprio ou alheio, no exercício de atividade
comercial ou industrial, coisa que deve
§ 2º Incorre na pena de detenção, de seis
saber ser produto de crime: (Redação dada
meses a dois anos, e multa, o acionista que,
pela Lei nº 9.426, de 1996)
a fim de obter vantagem para si ou para
outrem, negocia o voto nas deliberações de Pena – reclusão, de três a oito anos, e multa.
assembléia geral. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Emissão irregular de conhecimento de depósito § 2º Equipara-se à atividade comercial,
ou "warrant" para efeito do parágrafo anterior, qualquer
forma de comércio irregular ou clandestino,
Art. 178. Emitir conhecimento de depósito ou
inclusive o exercício em residência.
warrant, em desacordo com disposição legal:
(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e
§ 3º Adquirir ou receber coisa que, por sua
multa.
natureza ou pela desproporção entre o
Fraude à execução valor e o preço, ou pela condição de quem a
oferece, deve presumir-se obtida por meio
Art. 179. Fraudar execução, alienando, criminoso: (Redação dada pela Lei nº 9.426,
desviando, destruindo ou danificando bens, ou de 1996)
simulando dívidas:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, multa, ou ambas as penas. (Redação dada
ou multa. pela Lei nº 9.426, de 1996)

www.acasadoconcurseiro.com.br 481
§ 4º A receptação é punível, ainda que Art. 182. Somente se procede mediante
desconhecido ou isento de pena o autor representação, se o crime previsto neste título
do crime de que proveio a coisa. (Redação é cometido em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de
dada pela Lei nº 9.426, de 1996) 2003)
§ 5º Na hipótese do § 3º, se o criminoso I – do cônjuge desquitado ou judicialmente
é primário, pode o juiz, tendo em separado;
consideração as circunstâncias, deixar de
aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica- II – de irmão, legítimo ou ilegítimo;
se o disposto no § 2º do art. 155. (Incluído III – de tio ou sobrinho, com quem o agente
pela Lei nº 9.426, de 1996) coabita.
§ 6º Tratando-se de bens e instalações do Art. 183. Não se aplica o disposto nos dois
patrimônio da União, Estado, Município, artigos anteriores:
empresa concessionária de serviços
públicos ou sociedade de economia mista, I – se o crime é de roubo ou de extorsão, ou,
a pena prevista no caput deste artigo aplica- em geral, quando haja emprego de grave
se em dobro.(Incluído pela Lei nº 9.426, de ameaça ou violência à pessoa;
1996)
II – ao estranho que participa do crime.
III – se o crime é praticado contra pessoa
CAPÍTULO VIII com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
DISPOSIÇÕES GERAIS anos. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)

Art. 181. É isento de pena quem comete


qualquer dos crimes previstos neste título, em
prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003)
I – do cônjuge, na constância da sociedade
conjugal;
II – de ascendente ou descendente, seja o
parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil
ou natural.

482 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Crimes Contra o Patrimônio – Prof. Joerberth Nunes

MATERIAL DE APOIO

DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO :


•• ART. 155, CP: lembrar o princípio da insignificância; art. 155, par. 1º: majorante; par. 2º, CP:
furto na forma privilegiada; parágrafo 4º : forma qualificada
•• ART. 157, CP : lembrar a diferença com o art. 158, CP; lembrar que a arma de brinquedo
não se enquadra no art. 157, par. 2,I, CP; ler art. 157, par. 3º, CP, parte final, CP: crime de
latrocínio; Súmula 610 STF
•• ART. 158, CP: crime formal;
•• ART. 159, CP: não confundir com crime de extorsão; crime formal
•• ART. 160, CP: leitura
•• ART. 163, CP: não admite forma culposa; art. 163, p.u, CP: dano qualificado
•• ART. 168, CP: não confundir com o art. 171, CP
•• ART. 171, CP: diferenciar do crime de furto qualificado pela fraude do art. 155, par. 4, II, CP
•• ART. 180, CP: receptação própria (crime material) e receptação imprópria (crime formal);
receptação culposa; ver art. 180, par. 5º, CP
•• ARTS. 181 A 183, CP: IMUNIDADES : MUITO IMPORTANTE

www.acasadoconcurseiro.com.br 483
Direito Penal

CÓDIGO PENAL

TÍTULO VI Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.


Parágrafo único. Se o crime é cometido com
Dos Crimes Contra o fim de obter vantagem econômica, aplica-
a Dignidade Sexual -se também multa.
Art. 216. (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)
Assédio sexual
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito
de obter vantagem ou favorecimento sexual,
A LIBERDADE SEXUAL
prevalecendo-se o agente da sua condição de
Estupro superior hierárquico ou ascendência inerentes
ao exercício de emprego, cargo ou função." (In-
Art. 213. Constranger alguém, mediante violên- cluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001)
cia ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou
a praticar ou permitir que com ele se pratique Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
outro ato libidinoso: Parágrafo único. (VETADO)
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. § 2º A pena é aumentada em até um terço
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos.
§ 1º Se da conduta resulta lesão corporal de
natureza grave ou se a vítima é menor de 18
(dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:
CAPÍTULO II
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA
anos. VULNERÁVEL
§ 2º Se da conduta resulta morte:
Sedução
Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta)
anos. Art. 217. (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

Art. 214. (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) Estupro de vulnerável

Violação sexual mediante fraude Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar ou-
tro ato libidinoso com menor de 14 (catorze)
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro anos:
ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou
outro meio que impeça ou dificulte a livre mani- Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze)
festação de vontade da vítima: anos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 485
§ 1º Incorre na mesma pena quem pratica as § 1º Se o crime é praticado com o fim de ob-
ações descritas no caput com alguém que, ter vantagem econômica, aplica-se também
por enfermidade ou deficiência mental, não multa.
tem o necessário discernimento para a prá-
tica do ato, ou que, por qualquer outra cau- § 2º Incorre nas mesmas penas:
sa, não pode oferecer resistência. I – quem pratica conjunção carnal ou outro
§ 2º (VETADO) ato libidinoso com alguém menor de 18 (de-
zoito) e maior de 14 (catorze) anos na situa-
§ 3º Se da conduta resulta lesão corporal de ção descrita no caput deste artigo;
natureza grave:
II – o proprietário, o gerente ou o responsá-
Pena – reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) vel pelo local em que se verifiquem as práti-
anos. cas referidas no caput deste artigo.
§ 4º Se da conduta resulta morte: § 3º Na hipótese do inciso II do § 2º, consti-
tui efeito obrigatório da condenação a cas-
Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) sação da licença de localização e de funcio-
anos. namento do estabelecimento.
Corrupção de menores
Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) CAPÍTULO III
anos a satisfazer a lascívia de outrem:
DO RAPTO
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Rapto violento ou mediante fraude
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 219. (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
Satisfação de lascívia mediante presença
de criança ou adolescente Rapto consensual

Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém me- Art. 220. (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
nor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presen-
Diminuição de pena
ciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a
fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem: Art. 221. (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) Concurso de rapto e outro crime
anos.”
Art. 222. (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
Favorecimento da prostituição ou de outra
forma de exploração sexual de criança ou
adolescente ou de vulnerável.
CAPÍTULO IV
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prosti-
tuição ou outra forma de exploração sexual al-
DISPOSIÇÕES GERAIS
guém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por Art. 223. (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)
enfermidade ou deficiência mental, não tem o
necessário discernimento para a prática do ato, Art. 224. (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)
facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone:
Ação penal
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez)
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e
anos.
II deste Título, procede-se mediante ação penal
pública condicionada à representação.

486 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Crimes Contra a Dignidade Sexual – Prof. Joerberth Nunes

Parágrafo único. Procede-se, entretanto, § 3º Se o crime é cometido com o fim de lu-


mediante ação penal pública incondiciona- cro, aplica-se também multa.
da se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos
ou pessoa vulnerável. Favorecimento da prostituição ou outra
forma de exploração sexual
Aumento de pena
Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição
Art. 226. A pena é aumentada: ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la,
impedir ou dificultar que alguém a abandone:
I – de quarta parte, se o crime é cometido
com o concurso de 2 (duas) ou mais pesso- Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos,
as; e multa.
II – de metade, se o agente é ascendente, § 1º Se o agente é ascendente, padrasto,
padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, compa-
companheiro, tutor, curador, preceptor ou nheiro, tutor ou curador, preceptor ou em-
empregador da vítima ou por qualquer ou- pregador da vítima, ou se assumiu, por lei
tro título tem autoridade sobre ela; ou outra forma, obrigação de cuidado, pro-
teção ou vigilância:
III – (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos.
§ 2º Se o crime, é cometido com emprego
CAPÍTULO V de violência, grave ameaça ou fraude:
DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE Pena – reclusão, de quatro a dez anos, além
PESSOA PARA FIM DE PROSTITUIÇÃO da pena correspondente à violência.
OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO § 3º Se o crime é cometido com o fim de lu-
SEXUAL cro, aplica-se também multa.
Mediação para servir a lascívia de outrem Casa de prostituição
Art. 227. Induzir alguém a satisfazer a lascívia Art. 229. Manter, por conta própria ou de ter-
de outrem: ceiro, estabelecimento em que ocorra explora-
ção sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou me-
Pena – reclusão, de um a três anos. diação direta do proprietário ou gerente:
§ 1º Se a vítima é maior de 14 (catorze) e Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e
menor de 18 (dezoito) anos, ou se o agente multa.
é seu ascendente, descendente, cônjuge ou
companheiro, irmão, tutor ou curador ou Rufianismo
pessoa a quem esteja confiada para fins de
Art. 230. Tirar proveito da prostituição alheia,
educação, de tratamento ou de guarda: (Re-
participando diretamente de seus lucros ou
dação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)
fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por
Pena – reclusão, de dois a cinco anos. quem a exerça:
§ 2º Se o crime é cometido com emprego de Pena – reclusão, de um a quatro anos, e
violência, grave ameaça ou fraude: multa.
Pena – reclusão, de dois a oito anos, além § 1º Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e
da pena correspondente à violência. maior de 14 (catorze) anos ou se o crime
é cometido por ascendente, padrasto, ma-

www.acasadoconcurseiro.com.br 487
drasta, irmão, enteado, cônjuge, compa- § 3º Se o crime é cometido com o fim de ob-
nheiro, tutor ou curador, preceptor ou em- ter vantagem econômica, aplica-se também
pregador da vítima, ou por quem assumiu, multa.
por lei ou outra forma, obrigação de cuida-
do, proteção ou vigilância: Tráfico interno de pessoa para fim de ex-
ploração sexual
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos,
e multa. Art. 231-A. Promover ou facilitar o deslocamen-
to de alguém dentro do território nacional para
§ 2º Se o crime é cometido mediante vio- o exercício da prostituição ou outra forma de
lência, grave ameaça, fraude ou outro meio exploração sexual:
que impeça ou dificulte a livre manifestação
da vontade da vítima: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, § 1º Incorre na mesma pena aquele que
sem prejuízo da pena correspondente à vio- agenciar, aliciar, vender ou comprar a pes-
lência. soa traficada, assim como, tendo conheci-
mento dessa condição, transportá-la, trans-
Tráfico internacional de pessoa para fim de feri-la ou alojá-la.
exploração sexual
§ 2º A pena é aumentada da metade se:
Art. 231. Promover ou facilitar a entrada, no
território nacional, de alguém que nele venha a I – a vítima é menor de 18 (dezoito) anos;
exercer a prostituição ou outra forma de explo- II – a vítima, por enfermidade ou deficiência
ração sexual, ou a saída de alguém que vá exer- mental, não tem o necessário discernimen-
cê-la no estrangeiro. to para a prática do ato;
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. III – se o agente é ascendente, padrasto,
§ 1º Incorre na mesma pena aquele que madrasta, irmão, enteado, cônjuge, compa-
agenciar, aliciar ou comprar a pessoa tra- nheiro, tutor ou curador, preceptor ou em-
ficada, assim como, tendo conhecimento pregador da vítima, ou se assumiu, por lei
dessa condição, transportá-la, transferi-la ou outra forma, obrigação de cuidado, pro-
ou alojá-la. teção ou vigilância; ou

§ 2º A pena é aumentada da metade se: IV – há emprego de violência, grave ameaça


ou fraude.
I – a vítima é menor de 18 (dezoito) anos;
§ 3º Se o crime é cometido com o fim de ob-
II – a vítima, por enfermidade ou deficiência ter vantagem econômica, aplica-se também
mental, não tem o necessário discernimen- multa.
to para a prática do ato;
Art. 232. (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)
III – se o agente é ascendente, padrasto,
madrasta, irmão, enteado, cônjuge, compa-
nheiro, tutor ou curador, preceptor ou em-
pregador da vítima, ou se assumiu, por lei CAPÍTULO VI
ou outra forma, obrigação de cuidado, pro- DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR
teção ou vigilância; ou
Ato obsceno
IV – há emprego de violência, grave ameaça
ou fraude. Art. 233. Praticar ato obsceno em lugar público,
ou aberto ou exposto ao público:

488 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Crimes Contra a Dignidade Sexual – Prof. Joerberth Nunes

Pena – detenção, de três meses a um ano, Art. 234-B. Os processos em que se apuram cri-
ou multa. mes definidos neste Título correrão em segredo
de justiça.
Escrito ou objeto obsceno
Art. 234-C. (VETADO).
Art. 234. Fazer, importar, exportar, adquirir ou
ter sob sua guarda, para fim de comércio, de
distribuição ou de exposição pública, escrito,
desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto
obsceno:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos,
ou multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena
quem:
I – vende, distribui ou expõe à venda ou ao
público qualquer dos objetos referidos nes-
te artigo;
II – realiza, em lugar público ou acessível
ao público, representação teatral, ou exi-
bição cinematográfica de caráter obsceno,
ou qualquer outro espetáculo, que tenha o
mesmo caráter;
III – realiza, em lugar público ou acessível ao
público, ou pelo rádio, audição ou recitação
de caráter obsceno.

CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES GERAIS
Aumento de pena
Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a
pena é aumentada:
I – (VETADO);
II – (VETADO);
III – de metade, se do crime resultar gravi-
dez; e
IV – de um sexto até a metade, se o agen-
te transmite à vitima doença sexualmente
transmissível de que sabe ou deveria saber
ser portador.

www.acasadoconcurseiro.com.br 489
Direito
Aula
Penal
XX

TÍTULO X Crimes assimilados ao de moeda falsa


Art. 290. Formar cédula, nota ou bilhete
Dos Crimes Contra a Fé Pública representativo de moeda com fragmentos de
cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir,
em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o
fim de restituí-los à circulação, sinal indicativo
CAPÍTULO I de sua inutilização; restituir à circulação
DA MOEDA FALSA cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já
recolhidos para o fim de inutilização:
Moeda Falsa
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Art. 289. Falsificar, fabricando-a ou alterando-a,
moeda metálica ou papel-moeda de curso legal Parágrafo único. O máximo da reclusão
no país ou no estrangeiro: é elevado a doze anos e multa, se o crime
é cometido por funcionário que trabalha
Pena – reclusão, de três a doze anos, e multa. na repartição onde o dinheiro se achava
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem, por recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em
conta própria ou alheia, importa ou exporta, razão do cargo. (Vide Lei nº 7.209, de
adquire, vende, troca, cede, empresta, 11.7.1984)
guarda ou introduz na circulação moeda Petrechos para falsificação de moeda
falsa.
Art. 291. Fabricar, adquirir, fornecer, a título
§ 2º Quem, tendo recebido de boa-fé, como oneroso ou gratuito, possuir ou guardar
verdadeira, moeda falsa ou alterada, a maquinismo, aparelho, instrumento ou
restitui à circulação, depois de conhecer a qualquer objeto especialmente destinado à
falsidade, é punido com detenção, de seis falsificação de moeda:
meses a dois anos, e multa.
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 3º É punido com reclusão, de três a
quinze anos, e multa, o funcionário público Emissão de título ao portador sem permissão
ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de legal
emissão que fabrica, emite ou autoriza a
Art. 292. Emitir, sem permissão legal, nota,
fabricação ou emissão:
bilhete, ficha, vale ou título que contenha
I – de moeda com título ou peso inferior ao promessa de pagamento em dinheiro ao
determinado em lei; portador ou a que falte indicação do nome da
pessoa a quem deva ser pago:
II – de papel-moeda em quantidade supe-
rior à autorizada. Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 4º Nas mesmas penas incorre quem Parágrafo único. Quem recebe ou utiliza
desvia e faz circular moeda, cuja circulação como dinheiro qualquer dos documentos
não estava ainda autorizada. referidos neste artigo incorre na pena de
detenção, de quinze dias a três meses, ou
multa.

www.acasadoconcurseiro.com.br 491
CAPÍTULO II atividade comercial ou industrial, produto
DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS ou mercadoria: (Incluído pela Lei nº 11.035,
de 2004)
PAPÉIS PÚBLICOS
a) em que tenha sido aplicado selo que se
Falsificação de papéis públicos destine a controle tributário, falsificado;
Art. 293. Falsificar, fabricando-os ou alterando- (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004)
os: b) sem selo oficial, nos casos em que
I – selo destinado a controle tributário, a legislação tributária determina a
papel selado ou qualquer papel de emissão obrigatoriedade de sua aplicação. (Incluído
legal destinado à arrecadação de tributo; pela Lei nº 11.035, de 2004)
(Redação dada pela Lei nº 11.035, de 2004) § 2º Suprimir, em qualquer desses papéis,
II – papel de crédito público que não seja quando legítimos, com o fim de torná-los
moeda de curso legal; novamente utilizáveis, carimbo ou sinal
indicativo de sua inutilização:
III – vale postal;
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
IV – cautela de penhor, caderneta de
depósito de caixa econômica ou de outro § 3º Incorre na mesma pena quem usa,
estabelecimento mantido por entidade de depois de alterado, qualquer dos papéis a
direito público; que se refere o parágrafo anterior.

V – talão, recibo, guia, alvará ou qualquer § 4º Quem usa ou restitui à circulação,


outro documento relativo a arrecadação embora recibo de boa-fé, qualquer dos
de rendas públicas ou a depósito ou caução papéis falsificados ou alterados, a que se
por que o poder público seja responsável; referem este artigo e o seu § 2º, depois de
conhecer a falsidade ou alteração, incorre
VI – bilhete, passe ou conhecimento de na pena de detenção, de seis meses a dois
empresa de transporte administrada pela anos, ou multa.
União, por Estado ou por Município:
§ 5º Equipara-se a atividade comercial,
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa. para os fins do inciso III do § 1o, qualquer
forma de comércio irregular ou clandestino,
§ 1º Incorre na mesma pena quem: inclusive o exercido em vias, praças
(Redação dada pela Lei nº 11.035, de 2004) ou outros logradouros públicos e em
I – usa, guarda, possui ou detém qualquer residências. (Incluído pela Lei nº 11.035, de
dos papéis falsificados a que se refere este 2004)
artigo; (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004)
II – importa, exporta, adquire, vende, troca,
cede, empresta, guarda, fornece ou restitui
à circulação selo falsificado destinado a
controle tributário; (Incluído pela Lei nº
11.035, de 2004)
III – importa, exporta, adquire, vende,
expõe à venda, mantém em depósito,
guarda, troca, cede, empresta, fornece,
porta ou, de qualquer forma, utiliza em
proveito próprio ou alheio, no exercício de

492 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito processual Penal – Crimes Contra a Fé Pública – Prof. Joerberth Nunes

Petrechos de falsificação Falsificação de documento público


Art. 294. Fabricar, adquirir, fornecer, possuir Art. 297. Falsificar, no todo ou em parte,
ou guardar objeto especialmente destinado à documento público, ou alterar documento
falsificação de qualquer dos papéis referidos no público verdadeiro:
artigo anterior:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
§ 1º Se o agente é funcionário público, e
Art. 295. Se o agente é funcionário público, comete o crime prevalecendo-se do cargo,
e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
aumenta-se a pena de sexta parte.
§ 2º Para os efeitos penais, equiparam-
se a documento público o emanado de
entidade paraestatal, o título ao portador
CAPÍTULO III ou transmissível por endosso, as ações de
sociedade comercial, os livros mercantis e o
DA FALSIDADE DOCUMENTAL
testamento particular.
Falsificação do selo ou sinal público § 3º Nas mesmas penas incorre quem insere
Art. 296. Falsificar, fabricando-os ou alterando- ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de
os: 2000)

I – selo público destinado a autenticar I – na folha de pagamento ou em documento


atos oficiais da União, de Estado ou de de informações que seja destinado a fazer
Município; prova perante a previdência social, pessoa
que não possua a qualidade de segurado
II – selo ou sinal atribuído por lei a entidade obrigatório; (Incluído pela Lei nº 9.983, de
de direito público, ou a autoridade, ou sinal 2000)
público de tabelião:
II – na Carteira de Trabalho e Previdência
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa. Social do empregado ou em documento que
deva produzir efeito perante a previdência
§ 1º Incorre nas mesmas penas:
social, declaração falsa ou diversa da que
I – quem faz uso do selo ou sinal falsificado; deveria ter sido escrita; (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)
II – quem utiliza indevidamente o selo ou
sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou III – em documento contábil ou em
em proveito próprio ou alheio. qualquer outro documento relacionado
com as obrigações da empresa perante
III – quem altera, falsifica ou faz uso a previdência social, declaração falsa
indevido de marcas, logotipos, siglas ou ou diversa da que deveria ter constado.
quaisquer outros símbolos utilizados ou (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
identificadores de órgãos ou entidades da
Administração Pública. (Incluído pela Lei nº § 4º Nas mesmas penas incorre quem omite,
9.983, de 2000) nos documentos mencionados no § 3o,
nome do segurado e seus dados pessoais,
§ 2º Se o agente é funcionário público, e a remuneração, a vigência do contrato
comete o crime prevalecendo-se do cargo, de trabalho ou de prestação de serviços.
aumenta-se a pena de sexta parte. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

www.acasadoconcurseiro.com.br 493
Falsificação de documento particular (Redação Falsidade material de atestado ou certidão
dada pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
§ 1º Falsificar, no todo ou em parte, atestado
Art. 298. Falsificar, no todo ou em parte, ou certidão, ou alterar o teor de certidão
documento particular ou alterar documento ou de atestado verdadeiro, para prova de
particular verdadeiro: fato ou circunstância que habilite alguém
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa. a obter cargo público, isenção de ônus ou
de serviço de caráter público, ou qualquer
Falsificação de cartão (Incluído pela Lei nº outra vantagem:
12.737, de 2012) Vigência
Pena – detenção, de três meses a dois anos.
Parágrafo único. Para fins do disposto no
caput, equipara-se a documento particular § 2º Se o crime é praticado com o fim de
o cartão de crédito ou débito. (Incluído pela lucro, aplica-se, além da pena privativa de
Lei nº 12.737, de 2012) Vigência liberdade, a de multa.
Falsidade ideológica Falsidade de atestado médico
Art. 299. Omitir, em documento público ou Art. 302. Dar o médico, no exercício da sua
particular, declaração que dele devia constar, ou profissão, atestado falso:
nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou
diversa da que devia ser escrita, com o fim de Pena – detenção, de um mês a um ano.
prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a Parágrafo único. Se o crime é cometido com
verdade sobre fato juridicamente relevante: o fim de lucro, aplica-se também multa.
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, se Reprodução ou adulteração de selo ou peça
o documento é público, e reclusão de um a três filatélica
anos, e multa, se o documento é particular.
Art. 303. Reproduzir ou alterar selo ou peça
Parágrafo único. Se o agente é funcionário filatélica que tenha valor para coleção, salvo
público, e comete o crime prevalecendo-se quando a reprodução ou a alteração está
do cargo, ou se a falsificação ou alteração é visivelmente anotada na face ou no verso do
de assentamento de registro civil, aumenta- selo ou peça:
se a pena de sexta parte.
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.
Falso reconhecimento de firma ou letra
Parágrafo único. Na mesma pena incorre
Art. 300. Reconhecer, como verdadeira, no quem, para fins de comércio, faz uso do selo
exercício de função pública, firma ou letra que ou peça filatélica.
o não seja:
Uso de documento falso
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, se
o documento é público; e de um a três anos, e Art. 304. Fazer uso de qualquer dos papéis
multa, se o documento é particular. falsificados ou alterados, a que se referem os
arts. 297 a 302:
Certidão ou atestado ideologicamente falso
Pena – a cominada à falsificação ou à alteração.
Art. 301. Atestar ou certificar falsamente, em
razão de função pública, fato ou circunstância Supressão de documento
que habilite alguém a obter cargo público,
isenção de ônus ou de serviço de caráter Art. 305. Destruir, suprimir ou ocultar, em
público, ou qualquer outra vantagem: benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo
alheio, documento público ou particular
Pena – detenção, de dois meses a um ano. verdadeiro, de que não podia dispor:

494 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito processual Penal – Crimes Contra a Fé Pública – Prof. Joerberth Nunes

Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o Fraude de lei sobre estrangeiro
documento é público, e reclusão, de um a cinco
anos, e multa, se o documento é particular. Art. 309. Usar o estrangeiro, para entrar ou
permanecer no território nacional, nome que
não é o seu:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
CAPÍTULO IV
DE OUTRAS FALSIDADES Parágrafo único. Atribuir a estrangeiro falsa
qualidade para promover-lhe a entrada em
Falsificação do sinal empregado no contraste de território nacional: (Incluído pela Lei nº
metal precioso ou na fiscalização alfandegária, 9.426, de 1996)
ou para outros fins
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Art. 306. Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
marca ou sinal empregado pelo poder
Art. 310. Prestar-se a figurar como proprietário
público no contraste de metal precioso ou na
ou possuidor de ação, título ou valor
fiscalização alfandegária, ou usar marca ou sinal
pertencente a estrangeiro, nos casos em que a
dessa natureza, falsificado por outrem:
este é vedada por lei a propriedade ou a posse
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa. de tais bens: (Redação dada pela Lei nº 9.426,
de 1996)
Parágrafo único. Se a marca ou sinal
falsificado é o que usa a autoridade pública Pena – detenção, de seis meses a três anos,
para o fim de fiscalização sanitária, ou e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de
para autenticar ou encerrar determinados 1996)
objetos, ou comprovar o cumprimento de
Adulteração de sinal identificador de
formalidade legal:
veículo automotor (Redação dada pela Lei
Pena – reclusão ou detenção, de um a três anos, nº 9.426, de 1996)
e multa.
Art. 311. Adulterar ou remarcar número de
Falsa identidade chassi ou qualquer sinal identificador de
veículo automotor, de seu componente ou
Art. 307. Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa equipamento: (Redação dada pela Lei nº 9.426,
identidade para obter vantagem, em proveito de 1996)
próprio ou alheio, ou para causar dano a
outrem: Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.
(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou
multa, se o fato não constitui elemento de crime § 1º Se o agente comete o crime no exercício
mais grave. da função pública ou em razão dela, a pena
é aumentada de um terço. (Incluído pela
Art. 308. Usar, como próprio, passaporte, título Lei nº 9.426, de 1996)
de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer
documento de identidade alheia ou ceder a § 2º Incorre nas mesmas penas o funcionário
outrem, para que dele se utilize, documento público que contribui para o licenciamento
dessa natureza, próprio ou de terceiro: ou registro do veículo remarcado ou
adulterado, fornecendo indevidamente
Pena – detenção, de quatro meses a dois anos, material ou informação oficial. (Incluído
e multa, se o fato não constitui elemento de pela Lei nº 9.426, de 1996)
crime mais grave.

www.acasadoconcurseiro.com.br 495
CAPÍTULO V IV – exame ou processo seletivo previstos
(Incluído pela Lei nº 12.550 de 2011) em lei: (Incluído pela Lei nº 12.550 de 2011)

DAS FRAUDES EM CERTAMES DE Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e


multa. (Incluído pela Lei nº 12.550 de 2011)
INTERESSE PÚBLICO
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem
(Incluído pela Lei nº 12.550 de 2011) permite ou facilita, por qualquer meio,
Fraudes em certames de interesse público o acesso de pessoas não autorizadas
(Incluído pela Lei nº 12.550 de 2011) às informações mencionadas no caput.
(Incluído pela Lei nº 12.550 de 2011)
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente,
com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou § 2º Se da ação ou omissão resulta dano à
de comprometer a credibilidade do certame, administração pública: (Incluído pela LLei nº
conteúdo sigiloso de: (Incluído pela Lei nº 12.550 de 2011)
12.550 de 2011) Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos,
I – concurso público; (Incluído pela Lei nº e multa. (Incluído pela Lei nº 12.550 de
12.550 de 2011) 2011)

II – avaliação ou exame públicos; (Incluído § 3º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se


pela Lei nº 12.550 de 2011) o fato é cometido por funcionário público.
(Incluído pelaLei nº 12.550 de 2011)
III – processo seletivo para ingresso no
ensino superior; ou (Incluído pela Lei nº
12.550 de 2011)

MATERIAL COMPLEMENTAR

DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA : ARTS. 297 A 311-A, CP


( principais tipos penais)

1. Art. 297, CP: Falsificação de documento público


•• crime comum
•• sujeito passivo: o Estado e o terceiro que sofre com a falsificação
•• bem jurídico: a fé pública
•• núcleo do tipo: “falsificar” (contrafação) documento público ou “alterar” documento
público verdadeiro
•• requisitos do falso documental: alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante
(immutatio veritatis); imitação da verdade (immitatio veritais); potencialidade de dano
( falsum punitur licet nemini damun inferret); dolo (animus fallendi)
•• falsidade material
•• objeto material: documento emanado de entidades públicas : Ex.: RG, CNH, etc.

496 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito processual Penal – Crimes Contra a Fé Pública – Prof. Joerberth Nunes

•• consumação: com a falsificação


•• admite a tentativa
•• par. 1º: causa de aumento de pena
•• par. 2º: norma penal explicativa
•• par. 3º: forma equiparada. Afasta, neste caso, o art.299, CP
•• par. 4º: forma equiparada

2. Art. 298, CP: Falsificação de documento particular


•• crime comum
•• sujeito passivo: o Estado e a pessoa prejudicada com a falsificação
•• bem jurídico: a fé pública
•• elementos objetivos de tipo: documento particular é todo aquele que não se insere na
definição de documento público
•• consumação: com a falsificação, independente de resultado naturalístico, eis tratar-se de
crime formal
•• admite a forma tentada
•• classificação: crime doloso, comum, forma livre, unissubjetivo, formal ou de consumação
antecipada, instantâneo, plurissubistente

3. Art. 299, CP: Falsidade ideológica


•• crime comum
•• sujeito passivo : o Estado e, também, a pessoa prejudicada com a falsificação
•• bem jurídico :a fé pública
•• núcleo do tipo : “omitir” declaração que devia constar ou “inserir ou fazer inserir”
declaração falsa diversa da que deveria ser escrita. No que tange ao objeto material, pode
ser tanto documento público, quanto documento particular.
•• requisitos da falsidade ideológica : mudança da verdade, imitação da verdade,
potencialidade de dano, dolo
•• dolo específico
•• falsidade intelectual
•• consumação : com a omissão ou inclusão da declaração falsa, seja de forma direta ou de
forma indireta pelo agente
•• admite a forma tentada
•• causa de aumento de pena : preceito secundário da norma (pena)
•• classificação : comum, tipo misto alternativo, forma livre, unissubjetivo, formal ou
de consumação antecipada, instantâneo, purissubsistente (na conduta “omitir” é
unissubsistente)

www.acasadoconcurseiro.com.br 497
4. Art. 301, CP: Certidão ou atestado ideologicamente falso
•• afasta, neste caso, a incidência do art. 299, CP
•• par. 1º: não confundir com o art. 297, CP

5. Art. 302, CP: Falsidade de atestado médico


•• crime próprio
•• em sendo médico que exerce função pública e assim age, responderá o agente pelo art.
301, CP. SE o sujeito ativo for um dentista ou qualquer outro profissional incide, neste caso,
no art. 299, CP
•• par. único : forma qualificada

6. Art. 304, CP: Uso de documento Falso


•• crime remetido
•• súmula 17 do STJ
•• concurso com o art. 297, 298, 299, CP : há entendimento de que o agente responderá
pela falsidade, sendo o uso um post factum impunível. (majoritára) Há, no entanto, quem
entenda, responderá o agente, neste caso, pelo art. 304, CP, em razão do princípio da
consunção.

7. Art. 307, CP: falsa identidade


•• o agente atribui a si dados falsos (ex.: nome, filiação, estado civil, etc) visando vantagem
para si ou outrem.
•• princípio da subsidiariedade : pena

8. Art. 308, CP:


•• é uma espécie de falsa identidade.

498 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal

TÍTULO XI Art. 313 Apropriar-se de dinheiro ou qualquer


utilidade que, no exercício do cargo, recebeu
Dos Crimes Contra a Administração por erro de outrem:
Pública Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Inserção de dados falsos em sistema de
informações
CAPÍTULO I Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário
DOS CRIMES PRATICADOS POR autorizado, a inserção de dados falsos, alterar
FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ou excluir indevidamente dados corretos nos
sistemas informatizados ou bancos de dados
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL da Administração Pública com o fim de obter
Peculato vantagem indevida para si ou para outrem ou
para ausar dano:
Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de
dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
público ou particular, de que tem a posse multa.
em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito Modificação ou alteração não autorizada de
próprio ou alheio: sistema de informações
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa. Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário,
§ 1º Aplica-se a mesma pena, se o sistema de informações ou programa de
funcionário público, embora não tendo a informática sem autorização ou solicitação de
posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, autoridade competente:
ou concorre para que seja subtraído, em Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois)
proveito próprio ou alheio, valendo-se de anos, e multa.
facilidade que lhe proporciona a qualidade
de funcionário. Parágrafo único. As penas são aumentadas
de um terço até a metade se da
Peculato culposo modificação ou alteração resulta dano
para a Administração Pública ou para o
§ 2º Se o funcionário concorre culposamente
administrado.
para o crime de outrem:
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou
Pena – detenção, de três meses a um ano.
documento
§ 3º No caso do parágrafo anterior, a
reparação do dano, se precede à sentença Art. 314. Extraviar livro oficial ou qualquer
irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é documento, de que tem a guarda em razão
posterior, reduz de metade a pena imposta. do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou
parcialmente:
Peculato mediante erro de outrem
Pena – reclusão, de um a quatro anos, se o fato
não constitui crime mais grave.

www.acasadoconcurseiro.com.br 499
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas infração de dever funcional, cedendo a
pedido ou influência de outrem:
Art. 315. Dar às verbas ou rendas públicas
aplicação diversa da estabelecida em lei: Pena – detenção, de três meses a um ano, ou
multa.
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.
Facilitação de contrabando ou descaminho
Concussão
Art. 318. Facilitar, com infração de dever
Art. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta funcional, a prática de contrabando ou
ou indiretamente, ainda que fora da função descaminho (art. 334):
ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida: Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e
multa.
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Prevaricação
Excesso de exação
Art. 319. Retardar ou deixar de praticar,
§ 1º Se o funcionário exige tributo ou indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo
contribuição social que sabe ou deveria contra disposição expressa de lei, para satisfazer
saber indevido, ou, quando devido, interesse ou sentimento pessoal:
emprega na cobrança meio vexatório ou
gravoso, que a lei não autoriza: Pena – detenção, de três meses a um ano, e
multa.
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e
multa. Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária
e/ou agente público, de cumprir seu dever de
§ 2º Se o funcionário desvia, em proveito vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico,
próprio ou de outrem, o que recebeu de rádio ou similar, que permita a comunicação
indevidamente para recolher aos cofres com outros presos ou com o ambiente externo:
públicos:
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Condescendência criminosa
Corrupção passiva
Art. 320. Deixar o funcionário, por indulgência,
Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para de responsabilizar subordinado que cometeu
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora infração no exercício do cargo ou, quando
da função ou antes de assumi-la, mas em razão lhe falte competência, não levar o fato ao
dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa conhecimento da autoridade competente:
de tal vantagem:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
multa.
Advocacia administrativa
§ 1º A pena é aumentada de um terço,
se, em consequência da vantagem ou Art. 321. Patrocinar, direta ou indiretamente,
promessa, o funcionário retarda ou deixa de interesse privado perante a administração
praticar qualquer ato de ofício ou o pratica pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
infringindo dever funcional.
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.
§ 2º Se o funcionário pratica, deixa de
praticar ou retarda ato de ofício, com Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo:

500 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Crimes Contra a Administração Pública – Prof. Joerberth Nunes

Pena – detenção, de três meses a um ano, além qualquer outra forma, o acesso de pessoas
da multa. não autorizadas a sistemas de informações
ou banco de dados da Administração
Violência arbitrária Pública;
Art. 322. Praticar violência, no exercício de II – se utiliza, indevidamente, do acesso
função ou a pretexto de exercê-la: restrito.
Pena – detenção, de seis meses a três anos, § 2º Se da ação ou omissão resulta dano à
além da pena correspondente à violência. Administração Pública ou a outrem:
Abandono de função Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos,
e multa.
Art. 323. Abandonar cargo público, fora dos
casos permitidos em lei: Violação do sigilo de proposta de concorrência

Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou Art. 326. Devassar o sigilo de proposta de
multa. concorrência pública, ou proporcionar a terceiro
o ensejo de devassá-lo:
§ 1º Se do fato resulta prejuízo público:
Pena – Detenção, de três meses a um ano, e
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
multa.
Funcionário público
§ 2º Se o fato ocorre em lugar compreendido
na faixa de fronteira: Art. 327. Considera-se funcionário público,
para os efeitos penais, quem, embora
Pena – detenção, de um a três anos, e multa. transitoriamente ou sem remuneração, exerce
cargo, emprego ou função pública.
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou
prolongado § 1º Equipara-se a funcionário público
quem exerce cargo, emprego ou função em
Art. 324. Entrar no exercício de função pública entidade paraestatal, e quem trabalha para
antes de satisfeitas as exigências legais, ou empresa prestadora de serviço contratada
continuar a exercê-la, sem autorização, depois ou conveniada para a execução de atividade
de saber oficialmente que foi exonerado, típica da Administração Pública.
removido, substituído ou suspenso:
§ 2º A pena será aumentada da terça parte
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou quando os autores dos crimes previstos
multa. neste Capítulo forem ocupantes de cargos
Violação de sigilo funcional em comissão ou de função de direção ou
assessoramento de órgão da administração
Art. 325. Revelar fato de que tem ciência em direta, sociedade de economia mista,
razão do cargo e que deva permanecer em empresa pública ou fundação instituída
segredo, ou facilitar-lhe a revelação: pelo poder público.
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou
multa, se o fato não constitui crime mais grave.
CAPÍTULO II
§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre DOS CRIMES PRATICADOS
quem:
POR PARTICULAR CONTRA A
I – permite ou facilita, mediante atribuição, ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
fornecimento e empréstimo de senha ou

www.acasadoconcurseiro.com.br 501
Usurpação de função pública Parágrafo único. A pena é aumentada
da metade, se o agente alega ou insinua
Art. 328. Usurpar o exercício de função pública: que a vantagem é também destinada ao
Pena – detenção, de três meses a dois anos, e funcionário.
multa. Corrupção ativa
Parágrafo único. Se do fato o agente aufere Art. 333. Oferecer ou prometer vantagem
vantagem: indevida a funcionário público, para determiná-
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
multa. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
Resistência multa.

Art. 329. Opor-se à execução de ato legal, Parágrafo único. A pena é aumentada de
mediante violência ou ameaça a funcionário um terço, se, em razão da vantagem ou
competente para executá-lo ou a quem lhe promessa, o funcionário retarda ou omite
esteja prestando auxílio: ato de ofício, ou o pratica infringindo dever
funcional.
Pena – detenção, de dois meses a dois anos.
Descaminho
§ 1º Se o ato, em razão da resistência, não
se executa: Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o
pagamento de direito ou imposto devido
Pena – reclusão, de um a três anos. pela entrada, pela saída ou pelo consumo de
mercadoria.
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem
prejuízo das correspondentes à violência. Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Desobediência § 1º Incorre na mesma pena quem:
Art. 330. Desobedecer a ordem legal de I – pratica navegação de cabotagem, fora
funcionário público: dos casos permitidos em lei;
Pena – detenção, de quinze dias a seis meses, e II – pratica fato assimilado, em lei especial,
multa. a descaminho;
Desacato III – vende, expõe à venda, mantém em
depósito ou, de qualquer forma, utiliza em
Art. 331. Desacatar funcionário público no
proveito próprio ou alheio, no exercício
exercício da função ou em razão dela:
de atividade comercial ou industrial,
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou mercadoria de procedência estrangeira
multa. que introduziu clandestinamente no País
ou importou fraudulentamente ou que
Tráfico de Influência sabe ser produto de introdução clandestina
Art. 332. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para no território nacional ou de importação
si ou para outrem, vantagem ou promessa de fraudulenta por parte de outrem;
vantagem, a pretexto de influir em ato praticado IV – adquire, recebe ou oculta, em proveito
por funcionário público no exercício da função: próprio ou alheio, no exercício de atividade
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e comercial ou industrial, mercadoria de
multa. procedência estrangeira, desacompanhada

502 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Crimes Contra a Administração Pública – Prof. Joerberth Nunes

de documentação legal ou acompanhada § 3º A pena aplica-se em dobro se o crime


de documentos que sabe serem falsos. de contrabando é praticado em transporte
aéreo, marítimo ou fluvial.
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais,
para os efeitos deste artigo, qualquer Impedimento, perturbação ou fraude de
forma de comércio irregular ou clandestino concorrência
de mercadorias estrangeiras, inclusive o
exercido em residências. Art. 335. Impedir, perturbar ou fraudar
concorrência pública ou venda em hasta pública,
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime promovida pela administração federal, estadual
de descaminho é praticado em transporte ou municipal, ou por entidade paraestatal;
aéreo, marítimo ou fluvial. afastar ou procurar afastar concorrente ou
licitante, por meio de violência, grave ameaça,
Contrabando fraude ou oferecimento de vantagem:
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria Pena – detenção, de seis meses a dois anos,
proibida: ou multa, além da pena correspondente à
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. violência.

§ 1º Incorre na mesma pena quem: Parágrafo único. Incorre na mesma pena


quem se abstém de concorrer ou licitar, em
I – pratica fato assimilado, em lei especial, a razão da vantagem oferecida.
contrabando;
Inutilização de edital ou de sinal
II – importa ou exporta clandestinamente
mercadoria que dependa de registro, Art. 336. Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar
análise ou autorização de órgão público ou conspurcar edital afixado por ordem de
competente; funcionário público; violar ou inutilizar selo ou
sinal empregado, por determinação legal ou por
III – reinsere no território nacional ordem de funcionário público, para identificar
mercadoria brasileira destinada à ou cerrar qualquer objeto:
exportação;
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou
IV – vende, expõe à venda, mantém em multa.
depósito ou, de qualquer forma, utiliza em
proveito próprio ou alheio, no exercício Subtração ou inutilização de livro ou
de atividade comercial ou industrial, documento
mercadoria proibida pela lei brasileira; Art. 337. Subtrair, ou inutilizar, total ou
V – adquire, recebe ou oculta, em proveito parcialmente, livro oficial, processo ou
próprio ou alheio, no exercício de atividade documento confiado à custódia de funcionário,
comercial ou industrial, mercadoria proibida em razão de ofício, ou de particular em serviço
pela lei brasileira. público:

§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, Pena – reclusão, de dois a cinco anos, se o fato


para os efeitos deste artigo, qualquer não constitui crime mais grave.
forma de comércio irregular ou clandestino Sonegação de contribuição previdenciária
de mercadorias estrangeiras, inclusive o
exercido em residências. Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição
social previdenciária e qualquer acessório,
mediante as seguintes condutas:

www.acasadoconcurseiro.com.br 503
I – omitir de folha de pagamento da empresa e nos mesmos índices do reajuste dos
ou de documento de informações previsto benefícios da previdência social.
pela legislação previdenciária segurados
empregado, empresário, trabalhador
avulso ou trabalhador autônomo ou a este
equiparado que lhe prestem serviços; CAPÍTULO II-A
DOS CRIMES PRATICADOS
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos
próprios da contabilidade da empresa as POR PARTICULAR CONTRA A
quantias descontadas dos segurados ou as ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
devidas pelo empregador ou pelo tomador ESTRANGEIRA
de serviços;
Corrupção ativa em transação comercial
III – omitir, total ou parcialmente, receitas internacional
ou lucros auferidos, remunerações pagas
ou creditadas e demais fatos geradores de Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou
contribuições sociais previdenciárias: indiretamente, vantagem indevida a funcionário
público estrangeiro, ou a terceira pessoa, para
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato
multa. de ofício relacionado à transação comercial
§ 1º É extinta a punibilidade se o agente, internacional:
espontaneamente, declara e confessa as Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e
contribuições, importâncias ou valores e multa.
presta as informações devidas à previdência
social, na forma definida em lei ou Parágrafo único. A pena é aumentada de
regulamento, antes do início da ação fiscal. 1/3 (um terço), se, em razão da vantagem
ou promessa, o funcionário público
§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a estrangeiro retarda ou omite o ato de ofício,
pena ou aplicar somente a de multa se o ou o pratica infringindo dever funcional.
agente for primário e de bons antecedentes,
desde que: Tráfico de influência em transação comercial
internacional
I – (VETADO) A
Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para
II – o valor das contribuições devidas, si ou para outrem, direta ou indiretamente,
inclusive acessórios, seja igual ou inferior vantagem ou promessa de vantagem a pretexto
àquele estabelecido pela previdência de influir em ato praticado por funcionário
social, administrativamente, como sendo público estrangeiro no exercício de suas
o mínimo para o ajuizamento de suas funções, relacionado a transação comercial
execuções fiscais. internacional:
§ 3º Se o empregador não é pessoa jurídica Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e
e sua folha de pagamento mensal não multa.
ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos
Parágrafo único. A pena é aumentada
e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de
da metade, se o agente alega ou insinua
um terço até a metade ou aplicar apenas a
que a vantagem é também destinada a
de multa.
funcionário estrangeiro.
§ 4º O valor a que se refere o parágrafo
Funcionário público estrangeiro
anterior será reajustado nas mesmas datas

504 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Crimes Contra a Administração Pública – Prof. Joerberth Nunes

Art. 337-D. Considera-se funcionário público Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
estrangeiro, para os efeitos penais, quem, ainda
que transitoriamente ou sem remuneração, Autoacusação falsa
exerce cargo, emprego ou função pública Art. 341. Acusar-se, perante a autoridade, de
em entidades estatais ou em representações crime inexistente ou praticado por outrem:
diplomáticas de país estrangeiro.
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou
Parágrafo único. Equipara-se a funcionário multa.
público estrangeiro quem exerce cargo,
emprego ou função em empresas Falso testemunho ou falsa perícia
controladas, diretamente ou indiretamente,
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou
pelo Poder Público de país estrangeiro ou
calar a verdade como testemunha, perito,
em organizações públicas internacionais.
contador, tradutor ou intérprete em processo
judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou
em juízo arbitral:
CAPÍTULO III Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
DOS CRIMES CONTRA A multa.
ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA § 1º As penas aumentam-se de um sexto a
um terço, se o crime é praticado mediante
Reingresso de estrangeiro expulso
suborno ou se cometido com o fim de
Art. 338. Reingressar no território nacional o obter prova destinada a produzir efeito em
estrangeiro que dele foi expulso: processo penal, ou em processo civil em
que for parte entidade da administração
Pena – reclusão, de um a quatro anos, sem pública direta ou indireta.
prejuízo de nova expulsão após o cumprimento
da pena. § 2º O fato deixa de ser punível se, antes
da sentença no processo em que ocorreu
Denunciação caluniosa o ilícito, o agente se retrata ou declara a
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação verdade.
policial, de processo judicial, instauração de Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro
investigação administrativa, inquérito civil ou ou qualquer outra vantagem a testemunha,
ação de improbidade administrativa contra perito, contador, tradutor ou intérprete, para
alguém, imputando-lhe crime de que o sabe fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade
inocente: em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa. interpretação:

§ 1º A pena é aumentada de sexta parte, Pena – reclusão, de três a quatro anos, e multa.
se o agente se serve de anonimato ou de Parágrafo único. As penas aumentam-se de
nome suposto. um sexto a um terço, se o crime é cometido
§ 2º A pena é diminuída de metade, se a com o fim de obter prova destinada a
imputação é de prática de contravenção. produzir efeito em processo penal ou em
processo civil em que for parte entidade da
Comunicação falsa de crime ou de contravenção administração pública direta ou indireta.
Art. 340. Provocar a ação de autoridade, Coação no curso do processo
comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de
contravenção que sabe não se ter verificado:

www.acasadoconcurseiro.com.br 505
Art. 344. Usar de violência ou grave ameaça, § 1º Se ao crime não é cominada pena de
com o fim de favorecer interesse próprio ou reclusão:
alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer
outra pessoa que funciona ou é chamada Pena – detenção, de quinze dias a três meses, e
a intervir em processo judicial, policial ou multa.
administrativo, ou em juízo arbitral: § 2º Se quem presta o auxílio é ascendente,
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa, descendente, cônjuge ou irmão do
além da pena correspondente à violência. criminoso, fica isento de pena.

Exercício arbitrário das próprias razões Favorecimento real

Art. 345. Fazer justiça pelas próprias mãos, para Art. 349. Prestar a criminoso, fora dos casos de
satisfazer pretensão, embora legítima, salvo coautoria ou de receptação, auxílio destinado a
quando a lei o permite: tornar seguro o proveito do crime:

Pena – detenção, de quinze dias a um mês, Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.
ou multa, além da pena correspondente à Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar,
violência. auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho
Parágrafo único. Se não há emprego de telefônico de comunicação móvel, de
violência, somente se procede mediante rádio ou similar, sem autorização legal, em
queixa. estabelecimento prisional.

Art. 346. Tirar, suprimir, destruir ou danificar Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
coisa própria, que se acha em poder de terceiro Exercício arbitrário ou abuso de poder
por determinação judicial ou convenção:
Art. 350. Ordenar ou executar medida privativa
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e de liberdade individual, sem as formalidades
multa. legais ou com abuso de poder:
Fraude processual Pena – detenção, de um mês a um ano.
Art. 347. Inovar artificiosamente, na pendência Parágrafo único. Na mesma pena incorre o
de processo civil ou administrativo, o estado funcionário que:
de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de
induzir a erro o juiz ou o perito: I – ilegalmente recebe e recolhe alguém a
prisão, ou a estabelecimento destinado a
Pena – detenção, de três meses a dois anos, e execução de pena privativa de liberdade ou
multa. de medida de segurança;
Parágrafo único. Se a inovação se destina II – prolonga a execução de pena ou de
a produzir efeito em processo penal, ainda medida de segurança, deixando de expedir
que não iniciado, as penas aplicam-se em em tempo oportuno ou de executar
dobro. imediatamente a ordem de liberdade;
Favorecimento pessoal III – submete pessoa que está sob sua guarda
Art. 348. Auxiliar a subtrair-se à ação de ou custódia a vexame ou a constrangimento
autoridade pública autor de crime a que é não autorizado em lei;
cominada pena de reclusão: IV – efetua, com abuso de poder, qualquer
Pena – detenção, de um a seis meses, e multa. diligência.

506 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Crimes Contra a Administração Pública – Prof. Joerberth Nunes

Fuga de pessoa presa ou submetida a medida Patrocínio infiel


de segurança
Art. 355. Trair, na qualidade de advogado ou
Art. 351. Promover ou facilitar a fuga de pessoa procurador, o dever profissional, prejudicando
legalmente presa ou submetida a medida de interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é
segurança detentiva: confiado:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos. Pena – detenção, de seis meses a três anos, e
multa.
§ 1º Se o crime é praticado a mão armada,
ou por mais de uma pessoa, ou mediante Patrocínio simultâneo ou tergiversação
arrombamento, a pena é de reclusão, de
dois a seis anos. Parágrafo único. Incorre na pena deste
artigo o advogado ou procurador judicial
§ 2º Se há emprego de violência contra que defende na mesma causa, simultânea
pessoa, aplica-se também a pena ou sucessivamente, partes contrárias.
correspondente à violência.
Sonegação de papel ou objeto de valor
§ 3º A pena é de reclusão, de um a quatro probatório
anos, se o crime é praticado por pessoa sob
cuja custódia ou guarda está o preso ou o Art. 356. Inutilizar, total ou parcialmente, ou
internado. deixar de restituir autos, documento ou objeto
de valor probatório, que recebeu na qualidade
§ 4º No caso de culpa do funcionário de advogado ou procurador:
incumbido da custódia ou guarda, aplica-
se a pena de detenção, de três meses a um Pena – detenção, de seis meses a três anos, e
ano, ou multa. multa.

Evasão mediante violência contra a pessoa Exploração de prestígio

Art. 352. Evadir-se ou tentar evadir-se o Art. 357. Solicitar ou receber dinheiro ou
preso ou o indivíduo submetido a medida de qualquer outra utilidade, a pretexto de influir
segurança detentiva, usando de violência contra em juiz, jurado, órgão do Ministério Público,
a pessoa: funcionário de justiça, perito, tradutor,
intérprete ou testemunha:
Pena – detenção, de três meses a um ano, além
da pena correspondente à violência. Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Arrebatamento de preso Parágrafo único. As penas aumentam-se de


um terço, se o agente alega ou insinua que
Art. 353. Arrebatar preso, a fim de maltratá- o dinheiro ou utilidade também se destina a
lo, do poder de quem o tenha sob custódia ou qualquer das pessoas referidas neste artigo.
guarda:
Violência ou fraude em arrematação judicial
Pena – reclusão, de um a quatro anos, além da
pena correspondente à violência. Art. 358. Impedir, perturbar ou fraudar
arrematação judicial; afastar ou procurar afastar
Motim de presos concorrente ou licitante, por meio de violência,
grave ameaça, fraude ou oferecimento de
Art. 354. Amotinarem-se presos, perturbando a vantagem:
ordem ou disciplina da prisão:
Pena – detenção, de dois meses a um ano,
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da pena correspondente à
além da pena correspondente à violência. violência.

www.acasadoconcurseiro.com.br 507
Desobediência a decisão judicial sobre perda financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no
ou suspensão de direito exercício seguinte, que não tenha contrapartida
suficiente de disponibilidade de caixa:
Art. 359. Exercer função, atividade, direito,
autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
privado por decisão judicial: Ordenação de despesa não autorizada
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por
multa. lei:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
CAPÍTULO IV Prestação de garantia graciosa
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS
Art. 359-E. Prestar garantia em operação de
PÚBLICAS crédito sem que tenha sido constituída contra
garantia em valor igual ou superior ao valor da
Contratação de operação de crédito
garantia prestada, na forma da lei:
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
operação de crédito, interno ou externo, sem
prévia autorização legislativa: Não cancelamento de restos a pagar
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou
de promover o cancelamento do montante de
Parágrafo único. Incide na mesma pena
restos a pagar inscrito em valor superior ao
quem ordena, autoriza ou realiza operação
permitido em lei:
de crédito, interno ou externo:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
I – com inobservância de limite, condição
anos.
ou montante estabelecido em lei ou em
resolução do Senado Federal; Aumento de despesa total com pessoal no
último ano do mandato ou legislatura
II – quando o montante da dívida
consolidada ultrapassa o limite máximo Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato
autorizado por lei. que acarrete aumento de despesa total com
pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao
Inscrição de despesas não empenhadas em
final do mandato ou da legislatura:
restos a pagar
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em
restos a pagar, de despesa que não tenha sido Oferta pública ou colocação de títulos no
previamente empenhada ou que exceda limite mercado
estabelecido em lei:
Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) a oferta pública ou a colocação no mercado
anos. financeiro de títulos da dívida pública sem
que tenham sido criados por lei ou sem que
Assunção de obrigação no último ano do estejam registrados em sistema centralizado de
mandato ou legislatura liquidação e de custódia:
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
de obrigação, nos dois últimos quadrimestres
do último ano do mandato ou legislatura, cuja
despesa não possa ser paga no mesmo exercício

508 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Crimes Contra a Administração Pública – Prof. Joerberth Nunes

MATERIAL COMPLEMENTAR

CRIMES CONTRA A ADMINSTRAÇÃO PÚBLICA

1. Art. 312 , CP : Peculato (IMPORTANTE)


•• Espécies: caput: peculato-apropriação e peculato-desvio
•• Parágrafo 1º : peculato-furto
•• crime material
•• admite tentativa
•• cabe o arrependimento posterior, nos termos do art. 16, CP e após o recebimento da
denúncia cabe a atenuante genérica do art. 65, III, b, CP.
•• admite a forma culposa : art. 312, parágrafo 2º, CP
•• art. 312, parágrafo 3º, CP : reparação no dano (não aplica-se, neste caso, o art. 16, CP,
eis que temos regra especial, sendo uma forma de extinção da punibilidade, conforme o
citado dispositivo legal, 1ª parte)
•• apesar de ser um crime próprio, o terceiro que não é funcionário público, responde pelo
tipo penal, consoante art. 30, CP.
2. Art. 313, CP: Peculato mediante erro de outrem (IMPORTANTE)
•• -“peculato-estelionato”
•• - o agente apropria-se de bem de terceiro por erro da vítima
•• - não confundir com art. 171, CP, caso o agente crie o erro em desfavor da referida vítima
3. Art. 313-A, CP : Inserção de dados falsos em sistemas de informações
•• sujeito ativo : somente o funcionário autorizado
4. Art. 314, CP : Extravio, sonegação de livro ou documento oficial (IMPORTANTE)
•• princípio da subsidiariedade expressa
•• art. 3º, I, lei 8137/90 : princípio da especialidade
5. Art. 316 : concussão (IMPORTANTE)
•• núcleo do tipo : “exigir”
•• crime formal
•• qualquer vantagem, não necessariamente patrimonial
•• cabe arrependimento posterior (art. 16, CP)
•• em tese, admite-se a tentativa.
•• art. 3º, II, lei 8137/90 : princípio da especialidade
6. Art. 317, CP : corrupção passiva (IMPORTANTE)
•• núcleo do tipo : “solicitar” ou “receber” ou “aceitar promessa”
•• crime formal
•• crime próprio
•• objeto material : vantagem indevida
•• exceção à teoria monista da ação : art. 29, CP (art. 333, CP)

www.acasadoconcurseiro.com.br 509
•• parágrafo 2º : corrupção passiva privilegiada
•• não confundir com art. 333, CP
•• art. 3º, II, lei 8137/90 : princípio da especialidade
7. Art. 318, CP : facilitação de contrabando ou descaminho (IMPORTANTE)
•• exceção à teoria monista : art. 29, CP (art. 334, CP e art. 334-A, CP)
•• sujeito ativo : somente o funcionário público que agir com infração do dever funcional
•• crime próprio
8. Art. 319, CP : prevaricação (IMPORTANTE)
•• dolo de fazer ou deixar de fazer alguma coisa com o objetivo de satisfazer sentimento ou
interesse pessoal
•• consuma-se com a omissão
•• crime próprio
•• nas condutas omisssivas, não se admite a tentativa, enquanto nas condutas comissivas, é
perfeitamente possível.
•• não confundir com os crimes dos arts. 317, parágrafo 2º, CP e art. 320, CP
9. Art. 320, CP : Condescendência Criminosa (IMPORTANTE)
•• crime próprio
•• não confundir com prevaricação, art. 319, CP
•• elemento subjetivo do tipo : por indulgência
10. Art. 321, CP : Advocacia Administrativa (IMPORTANTE)
•• crime próprio
•• núcleo do tipo : “patrocinar” : favorecer, advogar interesse perante a administração pública
•• art. 3º, III, lei 8137/90 : princípio da especialidade
11. Art. 327, CP : conceito legal de funcionário público (IMPORTANTE)
•• conceito mais amplo do que o conceito de funcionário público no Direito Administrativo
•• crimes funcionais próprios : a ausência da qualidade de funcionário público torna o fato
atípico : art. 319, CP; art. 320, CP
•• crimes funcionais impróprios : a ausência da qualidade de funcionário público não torna
o fato atípico : art. Art. 312, CP, o qual pode ser art. 168, CP,uma vez não sendo o autor
funcionário público
12. Art. 328, CP: Usurpação de Função Pública
•• núcleo do tipo : apoderar-se
•• os crimes do capítulo II são de particulares contra a Administração Pública
•• parágrafo único : forma qualificada
13. Art. 329, CP : Resistência (IMPORTANTE)
•• deve ser mediante grave ameaça ou violência
•• crime formal
•• sujeito passivo : Estado, funcionário público que executa o ato ou o terceiro que o auxilia
•• resistência passiva : art. 330, CP

510 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Crimes Contra a Administração Pública – Prof. Joerberth Nunes

•• parágrafo 2º, CP : concurso de crimes com o crime de lesões leves, graves ou gravíssimas ou
homicídio; a simples ameaça, se este for o meio executório restará absorvida.
14. Art. 330, CP : Desobediência
•• ordem legal;
•• pode ser omissivo ou comissivo
15. Art. 331, CP : Desacato (IMPORTANTE)
•• é desacatar funcionário público em razão de sua função, ainda que fora dela, porém devido
à função
•• pode ser por meio de qualquer ato;
•• deve ser na presença do funcionário público, sob pena de ser outro crime, nos termos do
art. 138, 139, 140, c/c art. 141, II, CP
16. Art. 332, CP : Tráfico de Influência (IMPORTANTE)
•• crime formal
•• objeto material : qualquer vantagem ou promessa de vantagem
•• diferenciar do art. 357, CP
17. Art. 333, CP : Corrupção ativa (IMPORTANTE)
•• núcleo do tipo : “oferecer” ou “prometer”
•• crime formal
•• não confundir com o crime do art. 317, CP
18. Art. 334, CP : Descaminho
•• descaminho : iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido na
entrada ou saída de mercadoria permitida
•• princípio da insignificância
19. Art. 334-A, CP : Contrabando
•• contrabando : ingressou exportação no país de mercadoria ilegal
20. Art. 337-A : sonegação de contribuição previdenciária (IMPORTANTE)
•• suprimir : eliminar; reduzir : diminuir
•• parágrafo 2º : perdão judicial
21. Art. 339, CP : Denunciação Caluniosa
•• atribuir a alguém (determinado) a prática de um crime. No que à contravenção, vide art.
339, parágrafo 2º, CP

www.acasadoconcurseiro.com.br 511
•• imputação de fato preciso e determinado
22. Art. 340, CP :Falsa Comunicação de Crime ou Contravenção
•• o agente comunica falsamente a prática de crime ou contravenção, sem, no entanto,
atribuir a terceiro determinado
23. Art. 341, CP : Auto-Acusação Falsa
•• núcleo do tipo : atribuir a si a autoria de crime inexistente ou praticado por terceiro
•• pode haver concurso de crimes com o art. 339, CP
24. Art. 342, CP : Falso Testemunho ou Falsa Perícia
•• núcleo do tipo : “fazer afirmação falsa”, “negar” ou “calar a verdade” (reticência)
•• crime de mão própria
•• ver parágrafo 1º e parágrafo 2º (retratação, como forma de extinção da punibilidade, art.
107, CP)
•• não confundir com o crime do art. 138, CP
25. Art. 343, CP : Suborno
•• se for contra perito, contador, tradutor ou intérprete oficial, haverá o crime do art. 333, CP,
eis que se trata de funcionários públicos
•• objeto material : dinheiro ou qualquer vantagem
26. Art. 344, CP : Coação no curso do Processo
•• meios de execução : violência ou grave ameaça
27. Art. 348, CP : Favorecimento Pessoal
•• ver parágrafos
28. Art. 349, CP : Favorecimento Real
•• não confundir com art. 180, CP
29. Art. 350, CP : Exercício Arbitrário ou Abuso de Poder :
•• diferenciar do crime de Abuso de Autoridade da lei 4898/65
30. Art. 359-A a H : Crimes contra as Finanças Públicas
•• leitura atenta (IMPORTANTE)

512 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal

LEI Nº 9.455/97

Art. 1º Constitui crime de tortura: § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um


terço:
I – constranger alguém com emprego de
violência ou grave ameaça, causando-lhe I – se o crime é cometido por agente
sofrimento físico ou mental: público;
a) com o fim de obter informação, II – se o crime é cometido contra criança,
declaração ou confissão da vítima ou de gestante, deficiente e adolescente;
terceira pessoa;
II – se o crime é cometido contra criança,
b) para provocar ação ou omissão de gestante, portador de deficiência,
natureza criminosa; adolescente ou maior de 60 (sessenta)
anos; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de
c) em razão de discriminação racial ou 2003)
religiosa;
III – se o crime é cometido mediante
II – submeter alguém, sob sua guarda, sequestro.
poder ou autoridade, com emprego de
violência ou grave ameaça, a intenso § 5º A condenação acarretará a perda
sofrimento físico ou mental, como forma de do cargo, função ou emprego público e a
aplicar castigo pessoal ou medida de caráter interdição para seu exercício pelo dobro do
preventivo. prazo da pena aplicada.
Pena – reclusão, de dois a oito anos. § 6º O crime de tortura é inafiançável e
insuscetível de graça ou anistia.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete
pessoa presa ou sujeita a medida de § 7º O condenado por crime previsto nesta
segurança a sofrimento físico ou mental, Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o
por intermédio da prática de ato não cumprimento da pena em regime fechado.
previsto em lei ou não resultante de medida
legal. Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda
quando o crime não tenha sido cometido em
§ 2º Aquele que se omite em face dessas território nacional, sendo a vítima brasileira ou
condutas, quando tinha o dever de evitá-las encontrando-se o agente em local sob jurisdição
ou apurá-las, incorre na pena de detenção brasileira.
de um a quatro anos.
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza publicação.
grave ou gravíssima, a pena é de reclusão
de quatro a dez anos; se resulta morte, a Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de
reclusão é de oito a dezesseis anos. 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do
Adolescente.

www.acasadoconcurseiro.com.br 513
Direito Penal

LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que ou científicos, em local e prazo


o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a predeterminados, mediante fiscalização,
seguinte Lei: respeitadas as ressalvas supramencionadas.

TÍTULO I TÍTULO II
Disposições Preliminares Do Sistema Nacional de Políticas
Públicas Sobre Drogas
Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional
de Políticas Públicas sobre Drogas – Sisnad; Art. 3º O Sisnad tem a finalidade de articular,
prescreve medidas para prevenção do uso integrar, organizar e coordenar as atividades
indevido, atenção e reinserção social de usuários relacionadas com:
e dependentes de drogas; estabelece normas
para repressão à produção não autorizada e ao I – a prevenção do uso indevido, a
tráfico ilícito de drogas e define crimes. atenção e a reinserção social de usuários e
dependentes de drogas;
Parágrafo único. Para fins desta Lei,
consideram-se como drogas as substâncias II – a repressão da produção não autorizada
ou os produtos capazes de causar e do tráfico ilícito de drogas.
dependência, assim especificados em
lei ou relacionados em listas atualizadas
periodicamente pelo Poder Executivo da
União. CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS
Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território
nacional, as drogas, bem como o plantio, a
DO SISTEMA NACIONAL DE
cultura, a colheita e a exploração de vegetais POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS
e substratos dos quais possam ser extraídas
Art. 4º São princípios do Sisnad:
ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese
de autorização legal ou regulamentar, bem I – o respeito aos direitos fundamentais da
como o que estabelece a Convenção de pessoa humana, especialmente quanto à
Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias sua autonomia e à sua liberdade;
Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de
uso estritamente ritualístico-religioso. II – o respeito à diversidade e às
especificidades populacionais existentes;
Parágrafo único. Pode a União autorizar
o plantio, a cultura e a colheita dos III – a promoção dos valores éticos,
vegetais referidos no caput deste artigo, culturais e de cidadania do povo brasileiro,
exclusivamente para fins medicinais reconhecendo-os como fatores de proteção

www.acasadoconcurseiro.com.br 515
para o uso indevido de drogas e outros I – contribuir para a inclusão social
comportamentos correlacionados; do cidadão, visando a torná-lo menos
vulnerável a assumir comportamentos de
IV – a promoção de consensos nacionais, risco para o uso indevido de drogas, seu
de ampla participação social, para o tráfico ilícito e outros comportamentos
estabelecimento dos fundamentos e correlacionados;
estratégias do Sisnad;
II – promover a construção e a socialização
V – a promoção da responsabilidade do conhecimento sobre drogas no país;
compartilhada entre Estado e Sociedade,
reconhecendo a importância da III – promover a integração entre as políticas
participação social nas atividades do Sisnad; de prevenção do uso indevido, atenção e
reinserção social de usuários e dependentes
VI – o reconhecimento da intersetorialidade de drogas e de repressão à sua produção
dos fatores correlacionados com o uso não autorizada e ao tráfico ilícito e as
indevido de drogas, com a sua produção políticas públicas setoriais dos órgãos do
não autorizada e o seu tráfico ilícito; Poder Executivo da União, Distrito Federal,
VII – a integração das estratégias nacionais Estados e Municípios;
e internacionais de prevenção do uso IV – assegurar as condições para a
indevido, atenção e reinserção social de coordenação, a integração e a articulação
usuários e dependentes de drogas e de das atividades de que trata o art. 3º desta
repressão à sua produção não autorizada e Lei.
ao seu tráfico ilícito;
VIII – a articulação com os órgãos do
Ministério Público e dos Poderes Legislativo
e Judiciário visando à cooperação mútua CAPÍTULO II
nas atividades do Sisnad; DA COMPOSIÇÃO E DA
ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA
IX – a adoção de abordagem multidisciplinar
que reconheça a interdependência e a NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS
natureza complementar das atividades SOBRE DROGAS
de prevenção do uso indevido, atenção e
reinserção social de usuários e dependentes Art. 6º (VETADO)
de drogas, repressão da produção não Art. 7º A organização do Sisnad assegura a
autorizada e do tráfico ilícito de drogas; orientação central e a execução descentralizada
X – a observância do equilíbrio entre as das atividades realizadas em seu âmbito, nas
atividades de prevenção do uso indevido, esferas federal, distrital, estadual e municipal
atenção e reinserção social de usuários e e se constitui matéria definida no regulamento
dependentes de drogas e de repressão à sua desta Lei.
produção não autorizada e ao seu tráfico Art. 8º (VETADO)
ilícito, visando a garantir a estabilidade e o
bem-estar social;
XI – a observância às orientações e normas
emanadas do Conselho Nacional Antidrogas
CAPÍTULO III
(VETADO)
– Conad.
Art. 9º (VETADO)
Art. 5º O Sisnad tem os seguintes objetivos:
Art. 10. (VETADO)

516 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Lei de Drogas (Lei nº 11.343/06) – Prof. Joerberth Nunes

Art. 11. (VETADO) Art. 19. As atividades de prevenção do uso


indevido de drogas devem observar os seguintes
Art. 12. (VETADO) princípios e diretrizes:
Art. 13. (VETADO) I – o reconhecimento do uso indevido
Art. 14. (VETADO) de drogas como fator de interferência na
qualidade de vida do indivíduo e na sua
relação com a comunidade à qual pertence;
II – a adoção de conceitos objetivos e de
CAPÍTULO IV
fundamentação científica como forma de
DA COLETA, ANÁLISE E orientar as ações dos serviços públicos
DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES comunitários e privados e de evitar
SOBRE DROGAS preconceitos e estigmatização das pessoas
e dos serviços que as atendam;
Art. 15. (VETADO)
III – o fortalecimento da autonomia e da
Art. 16. As instituições com atuação nas áreas responsabilidade individual em relação ao
da atenção à saúde e da assistência social que uso indevido de drogas;
atendam usuários ou dependentes de drogas
devem comunicar ao órgão competente do IV – o compartilhamento de responsabili-
respectivo sistema municipal de saúde os casos dades e a colaboração mútua com as insti-
atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a tuições do setor privado e com os diversos
identidade das pessoas, conforme orientações segmentos sociais, incluindo usuários e de-
emanadas da União. pendentes de drogas e respectivos familia-
res, por meio do estabelecimento de parce-
Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de rias;
repressão ao tráfico ilícito de drogas integrarão
sistema de informações do Poder Executivo. V – a adoção de estratégias preventivas di-
ferenciadas e adequadas às especificidades
socioculturais das diversas populações, bem
como das diferentes drogas utilizadas;
TÍTULO III
VI – o reconhecimento do “não-uso”,
Das Atividades de Prevenção do do “retardamento do uso” e da redução
Uso Indevido, Atenção e Reinserção de riscos como resultados desejáveis
Social de Usuários e Dependentes de das atividades de natureza preventiva,
quando da definição dos objetivos a serem
Drogas alcançados;
VII – o tratamento especial dirigido às
parcelas mais vulneráveis da população,
CAPÍTULO I levando em consideração as suas
DA PREVENÇÃO necessidades específicas;
VIII – a articulação entre os serviços e
Art. 18. Constituem atividades de prevenção do
organizações que atuam em atividades de
uso indevido de drogas, para efeito desta Lei,
prevenção do uso indevido de drogas e a
aquelas direcionadas para a redução dos fatores
rede de atenção a usuários e dependentes
de vulnerabilidade e risco e para a promoção e
de drogas e respectivos familiares;
o fortalecimento dos fatores de proteção.

www.acasadoconcurseiro.com.br 517
IX – o investimento em alternativas aquelas direcionadas para sua integração ou
esportivas, culturais, artísticas, reintegração em redes sociais.
profissionais, entre outras, como forma de
inclusão social e de melhoria da qualidade Art. 22. As atividades de atenção e as de
de vida; reinserção social do usuário e do dependente de
drogas e respectivos familiares devem observar
X – o estabelecimento de políticas de os seguintes princípios e diretrizes:
formação continuada na área da prevenção
do uso indevido de drogas para profissionais I – respeito ao usuário e ao dependente de
de educação nos 3 (três) níveis de ensino; drogas, independentemente de quaisquer
condições, observados os direitos
XI – a implantação de projetos pedagógicos fundamentais da pessoa humana, os
de prevenção do uso indevido de princípios e diretrizes do Sistema Único de
drogas, nas instituições de ensino Saúde e da Política Nacional de Assistência
público e privado, alinhados às Diretrizes Social;
Curriculares Nacionais e aos conhecimentos
relacionados a drogas; II – a adoção de estratégias diferenciadas
de atenção e reinserção social do usuário
XII – a observância das orientações e e do dependente de drogas e respectivos
normas emanadas do Conad; familiares que considerem as suas
peculiaridades socioculturais;
XIII – o alinhamento às diretrizes dos órgãos
de controle social de políticas setoriais III – definição de projeto terapêutico
específicas. individualizado, orientado para a inclusão
social e para a redução de riscos e de danos
Parágrafo único. As atividades de prevenção sociais e à saúde;
do uso indevido de drogas dirigidas à
criança e ao adolescente deverão estar em IV – atenção ao usuário ou dependente de
consonância com as diretrizes emanadas drogas e aos respectivos familiares, sempre
pelo Conselho Nacional dos Direitos da que possível, de forma multidisciplinar e
Criança e do Adolescente – Conanda. por equipes multiprofissionais;
V – observância das orientações e normas
emanadas do Conad;
CAPÍTULO II VI – o alinhamento às diretrizes dos órgãos
DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE de controle social de políticas setoriais
REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS específicas.
OU DEPENDENTES DE DROGAS Art. 23. As redes dos serviços de saúde da
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Art. 20. Constituem atividades de atenção ao
Municípios desenvolverão programas de
usuário e dependente de drogas e respectivos
atenção ao usuário e ao dependente de drogas,
familiares, para efeito desta Lei, aquelas que
respeitadas as diretrizes do Ministério da Saúde
visem à melhoria da qualidade de vida e à
e os princípios explicitados no art. 22 desta Lei,
redução dos riscos e dos danos associados ao
obrigatória a previsão orçamentária adequada.
uso de drogas.
Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal
Art. 21. Constituem atividades de reinserção
e os Municípios poderão conceder benefícios
social do usuário ou do dependente de drogas
às instituições privadas que desenvolverem
e respectivos familiares, para efeito desta Lei,
programas de reinserção no mercado de

518 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Lei de Drogas (Lei nº 11.343/06) – Prof. Joerberth Nunes

trabalho, do usuário e do dependente de drogas apreendida, ao local e às condições em que


encaminhados por órgão oficial. se desenvolveu a ação, às circunstâncias
sociais e pessoais, bem como à conduta e
Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem aos antecedentes do agente.
fins lucrativos, com atuação nas áreas da atenção
à saúde e da assistência social, que atendam § 3º As penas previstas nos incisos II e III
usuários ou dependentes de drogas poderão do caput deste artigo serão aplicadas pelo
receber recursos do Funad, condicionados à sua prazo máximo de 5 (cinco) meses.
disponibilidade orçamentária e financeira. § 4º Em caso de reincidência, as penas
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, previstas nos incisos II e III do caput deste
em razão da prática de infração penal, estiverem artigo serão aplicadas pelo prazo máximo
cumprindo pena privativa de liberdade ou de 10 (dez) meses.
submetidos a medida de segurança, têm § 5º A prestação de serviços à comunidade
garantidos os serviços de atenção à sua saúde, será cumprida em programas comunitários,
definidos pelo respectivo sistema penitenciário. entidades educacionais ou assistenciais,
hospitais, estabelecimentos congêneres,
públicos ou privados sem fins lucrativos,
que se ocupem, preferencialmente, da
CAPÍTULO III prevenção do consumo ou da recuperação
DOS CRIMES E DAS PENAS de usuários e dependentes de drogas.
§ 6º Para garantia do cumprimento das
Art. 27. As penas previstas neste Capítulo
medidas educativas a que se refere o caput,
poderão ser aplicadas isolada ou
nos incisos I, II e III, a que injustificadamente
cumulativamente, bem como substituídas a
se recuse o agente, poderá o juiz submetê-
qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e
lo, sucessivamente a:
o defensor.
I – admoestação verbal;
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em
depósito, transportar ou trouxer consigo, para II – multa.
consumo pessoal, drogas sem autorização § 7º O juiz determinará ao Poder Público
ou em desacordo com determinação legal ou que coloque à disposição do infrator,
regulamentar será submetido às seguintes gratuitamente, estabelecimento de saúde,
penas: preferencialmente ambulatorial, para
tratamento especializado.
I – advertência sobre os efeitos das drogas;
Art. 29. Na imposição da medida educativa a
II – prestação de serviços à comunidade;
que se refere o inciso II do § 6º do art. 28, o juiz,
III – medida educativa de comparecimento atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará
a programa ou curso educativo. o número de dias-multa, em quantidade nunca
inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100
§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a
para seu consumo pessoal, semeia, cultiva capacidade econômica do agente, o valor de um
ou colhe plantas destinadas à preparação trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior
de pequena quantidade de substância ou salário mínimo.
produto capaz de causar dependência física
ou psíquica. Parágrafo único. Os valores decorrentes
da imposição da multa a que se refere o §
§ 2º Para determinar se a droga destinava- 6º do art. 28 serão creditados à conta do
se a consumo pessoal, o juiz atenderá à Fundo Nacional Antidrogas.
natureza e à quantidade da substância

www.acasadoconcurseiro.com.br 519
Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a auto circunstanciado e após a perícia
imposição e a execução das penas, observado, realizada no local da incineração.
no tocante à interrupção do prazo, o disposto
nos arts. 107 e seguintes do Código Penal. Art. 32. As plantações ilícitas serão imediata-
mente destruídas pelo delegado de polícia na
forma do art. 50-A, que recolherá quantidade
suficiente para exame pericial, de tudo lavrando
TÍTULO IV auto de levantamento das condições encontra-
das, com a delimitação do local, asseguradas as
Da Repressão à Produção não medidas necessárias para a preservação da pro-
Autorizada e ao Tráfico Ilícito de va. (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)
Drogas § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
12.961, de 2014)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
CAPÍTULO I 12.961, de 2014)
DISPOSIÇÕES GERAIS § 3º Em caso de ser utilizada a queimada
Art. 31. É indispensável a licença prévia da para destruir a plantação, observar-se-á,
autoridade competente para produzir, extrair, além das cautelas necessárias à proteção
fabricar, transformar, preparar, possuir, manter ao meio ambiente, o disposto no Decreto
em depósito, importar, exportar, reexportar, no 2.661, de 8 de julho de 1998, no que
remeter, transportar, expor, oferecer, vender, couber, dispensada a autorização prévia do
comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer órgão próprio do Sistema Nacional do Meio
fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua Ambiente – Sisnama.
preparação, observadas as demais exigências § 4º As glebas cultivadas com plantações
legais. ilícitas serão expropriadas, conforme o
Art. 32. As plantações ilícitas serão disposto no art. 243 da Constituição Federal,
imediatamente destruídas pelas autoridades de acordo com a legislação em vigor.
de polícia judiciária, que recolherão quantidade
suficiente para exame pericial, de tudo
lavrando auto de levantamento das condições
encontradas, com a delimitação do local,
CAPÍTULO II
asseguradas as medidas necessárias para a DOS CRIMES
preservação da prova.
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar,
§ 1º A destruição de drogas far-se-á por produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à
incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) venda, oferecer, ter em depósito, transportar,
dias, guardando-se as amostras necessárias trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar,
à preservação da prova. entregar a consumo ou fornecer drogas,
ainda que gratuitamente, sem autorização
§ 2º A incineração prevista no § 1º deste ou em desacordo com determinação legal ou
artigo será precedida de autorização regulamentar:
judicial, ouvido o Ministério Público, e
executada pela autoridade de polícia Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze)
judiciária competente, na presença de anos e pagamento de 500 (quinhentos) a
representante do Ministério Público e da 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
autoridade sanitária competente, mediante
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

520 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Lei de Drogas (Lei nº 11.343/06) – Prof. Joerberth Nunes

I – importa, exporta, remete, produz, Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar,
fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer
oferece, fornece, tem em depósito, título, possuir, guardar ou fornecer, ainda
transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho,
que gratuitamente, sem autorização ou instrumento ou qualquer objeto destinado
em desacordo com determinação legal ou à fabricação, preparação, produção ou
regulamentar, matéria-prima, insumo ou transformação de drogas, sem autorização
produto químico destinado à preparação de ou em desacordo com determinação legal ou
drogas; regulamentar:
II – semeia, cultiva ou faz a colheita, Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos,
sem autorização ou em desacordo com e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a
determinação legal ou regulamentar, de 2.000 (dois mil) dias-multa.
plantas que se constituam em matéria-
prima para a preparação de drogas; Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas
para o fim de praticar, reiteradamente ou não,
III – utiliza local ou bem de qualquer qualquer dos crimes previstos nos arts. 33,
natureza de que tem a propriedade, posse, caput e § 1º, e 34 desta Lei:
administração, guarda ou vigilância, ou
consente que outrem dele se utilize, ainda Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos,
que gratuitamente, sem autorização ou e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200
em desacordo com determinação legal (mil e duzentos) dias-multa.
ou regulamentar, para o tráfico ilícito de Parágrafo único. Nas mesmas penas do
drogas. caput deste artigo incorre quem se associa
§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao para a prática reiterada do crime definido
uso indevido de droga: (Vide ADI nº 4.274) no art. 36 desta Lei.

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, Art. 36. Financiar ou custear a prática de
e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias- qualquer dos crimes previstos nos arts. 33,
multa. caput e § 1º, e 34 desta Lei:

§ 3º Oferecer droga, eventualmente e Pena – reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos,


sem objetivo de lucro, a pessoa de seu e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a
relacionamento, para juntos a consumirem: 4.000 (quatro mil) dias-multa.

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) Art. 37. Colaborar, como informante, com
ano, e pagamento de 700 (setecentos) a grupo, organização ou associação destinados
1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem à prática de qualquer dos crimes previstos nos
prejuízo das penas previstas no art. 28. arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei:

§ 4º Nos delitos definidos no caput e no Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos,


§ 1º deste artigo, as penas poderão ser e pagamento de 300 (trezentos) a 700
reduzidas de um sexto a dois terços, vedada (setecentos) dias-multa.
a conversão em penas restritivas de direitos, Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente,
desde que o agente seja primário, de bons drogas, sem que delas necessite o paciente, ou
antecedentes, não se dedique às atividades fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo
criminosas nem integre organização com determinação legal ou regulamentar:
criminosa. (Vide Resolução nº 5, de 2012)

www.acasadoconcurseiro.com.br 521
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) de qualquer natureza, de serviços de
anos, e pagamento de 50 (cinquenta) a 200 tratamento de dependentes de drogas ou
(duzentos) dias-multa. de reinserção social, de unidades militares
ou policiais ou em transportes públicos;
Parágrafo único. O juiz comunicará a
condenação ao Conselho Federal da IV – o crime tiver sido praticado com
categoria profissional a que pertença o violência, grave ameaça, emprego de
agente. arma de fogo, ou qualquer processo de
intimidação difusa ou coletiva;
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após
o consumo de drogas, expondo a dano potencial V – caracterizado o tráfico entre Estados
a incolumidade de outrem: da Federação ou entre estes e o Distrito
Federal;
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3
(três) anos, além da apreensão do veículo, VI – sua prática envolver ou visar a atingir
cassação da habilitação respectiva ou criança ou adolescente ou a quem tenha,
proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo por qualquer motivo, diminuída ou
da pena privativa de liberdade aplicada, suprimida a capacidade de entendimento e
e pagamento de 200 (duzentos) a 400 determinação;
(quatrocentos) dias-multa.
VII – o agente financiar ou custear a prática
Parágrafo único. As penas de prisão e do crime.
multa, aplicadas cumulativamente com as
demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar
e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) voluntariamente com a investigação policial
dias-multa, se o veículo referido no caput e o processo criminal na identificação dos
deste artigo for de transporte coletivo de demais co-autores ou partícipes do crime e
passageiros. na recuperação total ou parcial do produto
do crime, no caso de condenação, terá pena
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 reduzida de um terço a dois terços.
desta Lei são aumentadas de um sexto a dois
terços, se: Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará,
com preponderância sobre o previsto no art. 59
I – a natureza, a procedência da do Código Penal, a natureza e a quantidade da
substância ou do produto apreendido e substância ou do produto, a personalidade e a
as circunstâncias do fato evidenciarem a conduta social do agente.
transnacionalidade do delito;
Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os
II – o agente praticar o crime prevalecendo- arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que
se de função pública ou no desempenho de dispõe o art. 42 desta Lei, determinará o número
missão de educação, poder familiar, guarda de dias-multa, atribuindo a cada um, segundo
ou vigilância; as condições econômicas dos acusados, valor
não inferior a um trinta avos nem superior a 5
III – a infração tiver sido cometida (cinco) vezes o maior salário-mínimo.
nas dependências ou imediações de
estabelecimentos prisionais, de ensino Parágrafo único. As multas, que em caso de
ou hospitalares, de sedes de entidades concurso de crimes serão impostas sempre
estudantis, sociais, culturais, recreativas, cumulativamente, podem ser aumentadas
esportivas, ou beneficentes, de locais até o décuplo se, em virtude da situação
de trabalho coletivo, de recintos onde econômica do acusado, considerá-las o juiz
se realizem espetáculos ou diversões ineficazes, ainda que aplicadas no máximo.

522 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Lei de Drogas (Lei nº 11.343/06) – Prof. Joerberth Nunes

Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput CAPÍTULO III
e § 1º, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e DO PROCEDIMENTO PENAL
insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e
liberdade provisória, vedada a conversão de Art. 48. O procedimento relativo aos processos
suas penas em restritivas de direitos. por crimes definidos neste Título rege-se
Parágrafo único. Nos crimes previstos no pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se,
caput deste artigo, dar-se-á o livramento subsidiariamente, as disposições do Código de
condicional após o cumprimento de dois Processo Penal e da Lei de Execução Penal.
terços da pena, vedada sua concessão ao § 1º O agente de qualquer das condutas
reincidente específico. previstas no art. 28 desta Lei, salvo se
Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão houver concurso com os crimes previstos
da dependência, ou sob o efeito, proveniente nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado
de caso fortuito ou força maior, de droga, era, e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes
ao tempo da ação ou da omissão, qualquer da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995,
que tenha sido a infração penal praticada, que dispõe sobre os Juizados Especiais
inteiramente incapaz de entender o caráter Criminais.
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo § 2º Tratando-se da conduta prevista no
com esse entendimento. art. 28 desta Lei, não se imporá prisão
Parágrafo único. Quando absolver o agente, em flagrante, devendo o autor do fato
reconhecendo, por força pericial, que este ser imediatamente encaminhado ao juízo
apresentava, à época do fato previsto neste competente ou, na falta deste, assumir
artigo, as condições referidas no caput o compromisso de a ele comparecer,
deste artigo, poderá determinar o juiz, na lavrando-se termo circunstanciado e
sentença, o seu encaminhamento para providenciando-se as requisições dos
tratamento médico adequado. exames e perícias necessários.

Art. 46. As penas podem ser reduzidas de § 3º Se ausente a autoridade judicial, as


um terço a dois terços se, por força das providências previstas no § 2º deste artigo
circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o serão tomadas de imediato pela autoridade
agente não possuía, ao tempo da ação ou da policial, no local em que se encontrar,
omissão, a plena capacidade de entender o vedada a detenção do agente.
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de § 4º Concluídos os procedimentos de que
acordo com esse entendimento. trata o § 2º deste artigo, o agente será
Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com submetido a exame de corpo de delito, se
base em avaliação que ateste a necessidade de o requerer ou se a autoridade de polícia
encaminhamento do agente para tratamento, judiciária entender conveniente, e em
realizada por profissional de saúde com seguida liberado.
competência específica na forma da lei, § 5º Para os fins do disposto no art. 76 da
determinará que a tal se proceda, observado o Lei no 9.099, de 1995, que dispõe sobre os
disposto no art. 26 desta Lei. Juizados Especiais Criminais, o Ministério
Público poderá propor a aplicação imediata
de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser
especificada na proposta.
Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos
arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, o juiz,

www.acasadoconcurseiro.com.br 523
sempre que as circunstâncias o recomendem, feita por incineração, no prazo máximo de 30
empregará os instrumentos protetivos de (trinta) dias contado da data da apreensão,
colaboradores e testemunhas previstos na Lei guardando-se amostra necessária à realização
nº 9.807, de 13 de julho de 1999. do laudo definitivo, aplicando-se, no que
couber, o procedimento dos §§ 3º a 5º do art.
Seção I 50. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)
DA INVESTIGAÇÃO
Art. 51. O inquérito policial será concluído no
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver
a autoridade de polícia judiciária fará, preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.
imediatamente, comunicação ao juiz Parágrafo único. Os prazos a que se refere
competente, remetendo-lhe cópia do auto este artigo podem ser duplicados pelo
lavrado, do qual será dada vista ao órgão do juiz, ouvido o Ministério Público, mediante
Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas. pedido justificado da autoridade de polícia
§ 1º Para efeito da lavratura do auto de judiciária.
prisão em flagrante e estabelecimento da Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art.
materialidade do delito, é suficiente o laudo 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária,
de constatação da natureza e quantidade remetendo os autos do inquérito ao juízo:
da droga, firmado por perito oficial ou, na
falta deste, por pessoa idônea. I – relatará sumariamente as circunstâncias
do fato, justificando as razões que a levaram
§ 2º O perito que subscrever o laudo a à classificação do delito, indicando a
que se refere o § 1º deste artigo não ficará quantidade e natureza da substância ou do
impedido de participar da elaboração do produto apreendido, o local e as condições
laudo definitivo. em que se desenvolveu a ação criminosa,
§ 3º Recebida cópia do auto de prisão em as circunstâncias da prisão, a conduta, a
flagrante, o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, qualificação e os antecedentes do agente;
certificará a regularidade formal do laudo ou
de constatação e determinará a destruição II – requererá sua devolução para a
das drogas apreendidas, guardando-se realização de diligências necessárias.
amostra necessária à realização do laudo
definitivo. (Incluído pela Lei nº 12.961, de Parágrafo único. A remessa dos autos
2014) far-se-á sem prejuízo de diligências
complementares:
§ 4º A destruição das drogas será executada
pelo delegado de polícia competente no I – necessárias ou úteis à plena elucidação
prazo de 15 (quinze) dias na presença do do fato, cujo resultado deverá ser
Ministério Público e da autoridade sanitária. encaminhado ao juízo competente até 3
(Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014) (três) dias antes da audiência de instrução
e julgamento;
§ 5º O local será vistoriado antes e depois de
efetivada a destruição das drogas referida II – necessárias ou úteis à indicação dos
no § 3º, sendo lavrado auto circunstanciado bens, direitos e valores de que seja titular
pelo delegado de polícia, certificando-se o agente, ou que figurem em seu nome,
neste a destruição total delas. (Incluído cujo resultado deverá ser encaminhado ao
pela Lei nº 12.961, de 2014) juízo competente até 3 (três) dias antes da
audiência de instrução e julgamento.
Art. 50-A. A destruição de drogas apreendidas
sem a ocorrência de prisão em flagrante será

524 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Lei de Drogas (Lei nº 11.343/06) – Prof. Joerberth Nunes

Art. 53. Em qualquer fase da persecução razões de defesa, oferecer documentos


criminal relativa aos crimes previstos nesta e justificações, especificar as provas que
Lei, são permitidos, além dos previstos em pretende produzir e, até o número de 5
lei, mediante autorização judicial e ouvido o (cinco), arrolar testemunhas.
Ministério Público, os seguintes procedimentos
investigatórios: § 2º As exceções serão processadas em
apartado, nos termos dos arts. 95 a 113 do
I – a infiltração por agentes de polícia, em Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de
tarefas de investigação, constituída pelos 1941 – Código de Processo Penal.
órgãos especializados pertinentes;
§ 3º Se a resposta não for apresentada
II – a não-atuação policial sobre os no prazo, o juiz nomeará defensor para
portadores de drogas, seus precursores oferecê-la em 10 (dez) dias, concedendo-
químicos ou outros produtos utilizados lhe vista dos autos no ato de nomeação.
em sua produção, que se encontrem no
território brasileiro, com a finalidade de § 4º Apresentada a defesa, o juiz decidirá
identificar e responsabilizar maior número em 5 (cinco) dias.
de integrantes de operações de tráfico e § 5º Se entender imprescindível, o juiz, no
distribuição, sem prejuízo da ação penal prazo máximo de 10 (dez) dias, determinará
cabível. a apresentação do preso, realização de
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II diligências, exames e perícias.
deste artigo, a autorização será concedida Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará
desde que sejam conhecidos o itinerário dia e hora para a audiência de instrução e
provável e a identificação dos agentes do julgamento, ordenará a citação pessoal do
delito ou de colaboradores. acusado, a intimação do Ministério Público, do
assistente, se for o caso, e requisitará os laudos
Seção II periciais.
DA INSTRUÇÃO CRIMINAL
§ 1º Tratando-se de condutas tipificadas
Art. 54. Recebidos em juízo os autos do como infração do disposto nos arts. 33,
inquérito policial, de Comissão Parlamentar de caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, ao
Inquérito ou peças de informação, dar-se-á vista receber a denúncia, poderá decretar o
ao Ministério Público para, no prazo de 10 (dez) afastamento cautelar do denunciado de
dias, adotar uma das seguintes providências: suas atividades, se for funcionário público,
comunicando ao órgão respectivo.
I – requerer o arquivamento;
§ 2º A audiência a que se refere o caput
II – requisitar as diligências que entender deste artigo será realizada dentro dos 30
necessárias; (trinta) dias seguintes ao recebimento da
III – oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) denúncia, salvo se determinada a realização
testemunhas e requerer as demais provas de avaliação para atestar dependência de
que entender pertinentes. drogas, quando se realizará em 90 (noventa)
dias.
Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará
a notificação do acusado para oferecer defesa Art. 57. Na audiência de instrução e
prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. julgamento, após o interrogatório do acusado
e a inquirição das testemunhas, será dada a
§ 1º Na resposta, consistente em defesa palavra, sucessivamente, ao representante do
preliminar e exceções, o acusado poderá Ministério Público e ao defensor do acusado,
arguir preliminares e invocar todas as

www.acasadoconcurseiro.com.br 525
para sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte) ação penal, a apreensão e outras medidas
minutos para cada um, prorrogável por mais 10 assecuratórias relacionadas aos bens móveis e
(dez), a critério do juiz. imóveis ou valores consistentes em produtos
dos crimes previstos nesta Lei, ou que
Parágrafo único. Após proceder ao constituam proveito auferido com sua prática,
interrogatório, o juiz indagará das partes procedendo-se na forma dosarts. 125 a 144 do
se restou algum fato para ser esclarecido, Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941
formulando as perguntas correspondentes – Código de Processo Penal.
se o entender pertinente e relevante.
§ 1º Decretadas quaisquer das medidas
Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz previstas neste artigo, o juiz facultará ao
sentença de imediato, ou o fará em 10 (dez) acusado que, no prazo de 5 (cinco) dias,
dias, ordenando que os autos para isso lhe apresente ou requeira a produção de provas
sejam conclusos. acerca da origem lícita do produto, bem ou
§ 1º Ao proferir sentença, o juiz, não valor objeto da decisão.
tendo havido controvérsia, no curso do § 2º Provada a origem lícita do produto, bem
processo, sobre a natureza ou quantidade ou valor, o juiz decidirá pela sua liberação.
da substância ou do produto, ou sobre
a regularidade do respectivo laudo, § 3º Nenhum pedido de restituição será
determinará que se proceda na forma do conhecido sem o comparecimento pessoal
art. 32, § 1º, desta Lei, preservando-se, para do acusado, podendo o juiz determinar a
eventual contraprova, a fração que fixar. prática de atos necessários à conservação
(Revogado pela Lei nº 12.961, de 2014) de bens, direitos ou valores.
§ 2º Igual procedimento poderá adotar § 4º A ordem de apreensão ou sequestro
o juiz, em decisão motivada e, ouvido o de bens, direitos ou valores poderá ser
Ministério Público, quando a quantidade suspensa pelo juiz, ouvido o Ministério
ou valor da substância ou do produto o Público, quando a sua execução imediata
indicar, precedendo a medida a elaboração possa comprometer as investigações.
e juntada aos autos do laudo toxicológico.
(Revogado pela Lei nº 12.961, de 2014) Art. 61. Não havendo prejuízo para a produção
da prova dos fatos e comprovado o interesse
Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, público ou social, ressalvado o disposto no
caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, o réu não art. 62 desta Lei, mediante autorização do
poderá apelar sem recolher-se à prisão, salvo juízo competente, ouvido o Ministério Público
se for primário e de bons antecedentes, assim e cientificada a Senad, os bens apreendidos
reconhecido na sentença condenatória. poderão ser utilizados pelos órgãos ou pelas
entidades que atuam na prevenção do uso
indevido, na atenção e reinserção social
de usuários e dependentes de drogas e na
CAPÍTULO IV repressão à produção não autorizada e ao
DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no
DESTINAÇÃO DE BENS DO ACUSADO interesse dessas atividades.
Parágrafo único. Recaindo a autorização
Art. 60. O juiz, de ofício, a requerimento do
sobre veículos, embarcações ou aeronaves,
Ministério Público ou mediante representação
o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou
da autoridade de polícia judiciária, ouvido o
ao equivalente órgão de registro e controle
Ministério Público, havendo indícios suficientes,
a expedição de certificado provisório de
poderá decretar, no curso do inquérito ou da
registro e licenciamento, em favor da

526 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Lei de Drogas (Lei nº 11.343/06) – Prof. Joerberth Nunes

instituição à qual tenha deferido o uso, serem colocados sob uso e custódia da
ficando esta livre do pagamento de multas, autoridade de polícia judiciária, de órgãos
encargos e tributos anteriores, até o trânsito de inteligência ou militares, envolvidos
em julgado da decisão que decretar o seu nas ações de prevenção ao uso indevido
perdimento em favor da União. de drogas e operações de repressão à
produção não autorizada e ao tráfico ilícito
Art. 62. Os veículos, embarcações, aeronaves de drogas, exclusivamente no interesse
e quaisquer outros meios de transporte, dessas atividades.
os maquinários, utensílios, instrumentos e
objetos de qualquer natureza, utilizados para § 5º Excluídos os bens que se houver
a prática dos crimes definidos nesta Lei, após indicado para os fins previstos no § 4º
a sua regular apreensão, ficarão sob custódia deste artigo, o requerimento de alienação
da autoridade de polícia judiciária, excetuadas deverá conter a relação de todos os
as armas, que serão recolhidas na forma de demais bens apreendidos, com a descrição
legislação específica. e a especificação de cada um deles, e
informações sobre quem os tem sob
§ 1º Comprovado o interesse público custódia e o local onde se encontram.
na utilização de qualquer dos bens
mencionados neste artigo, a autoridade de § 6º Requerida a alienação dos bens,
polícia judiciária poderá deles fazer uso, a respectiva petição será autuada em
sob sua responsabilidade e com o objetivo apartado, cujos autos terão tramitação
de sua conservação, mediante autorização autônoma em relação aos da ação penal
judicial, ouvido o Ministério Público. principal.
§ 2º Feita a apreensão a que se refere o § 7º Autuado o requerimento de
caput deste artigo, e tendo recaído sobre alienação, os autos serão conclusos ao
dinheiro ou cheques emitidos como ordem juiz, que, verificada a presença de nexo
de pagamento, a autoridade de polícia de instrumentalidade entre o delito e os
judiciária que presidir o inquérito deverá, objetos utilizados para a sua prática e risco
de imediato, requerer ao juízo competente de perda de valor econômico pelo decurso
a intimação do Ministério Público. do tempo, determinará a avaliação dos
bens relacionados, cientificará a Senad e
§ 3º Intimado, o Ministério Público deverá intimará a União, o Ministério Público e o
requerer ao juízo, em caráter cautelar, interessado, este, se for o caso, por edital
a conversão do numerário apreendido com prazo de 5 (cinco) dias.
em moeda nacional, se for o caso, a
compensação dos cheques emitidos após § 8º Feita a avaliação e dirimidas eventuais
a instrução do inquérito, com cópias divergências sobre o respectivo laudo, o
autênticas dos respectivos títulos, e o juiz, por sentença, homologará o valor
depósito das correspondentes quantias atribuído aos bens e determinará sejam
em conta judicial, juntando-se aos autos o alienados em leilão.
recibo.
§ 9º Realizado o leilão, permanecerá
§ 4º Após a instauração da competente depositada em conta judicial a quantia
ação penal, o Ministério Público, mediante apurada, até o final da ação penal
petição autônoma, requererá ao juízo respectiva, quando será transferida ao
competente que, em caráter cautelar, Funad, juntamente com os valores de que
proceda à alienação dos bens apreendidos, trata o § 3º deste artigo.
excetuados aqueles que a União, por
intermédio da Senad, indicar para § 10. Terão apenas efeito devolutivo os
recursos interpostos contra as decisões

www.acasadoconcurseiro.com.br 527
proferidas no curso do procedimento Art. 64. A União, por intermédio da Senad,
previsto neste artigo. poderá firmar convênio com os Estados,
com o Distrito Federal e com organismos
§ 11. Quanto aos bens indicados na forma orientados para a prevenção do uso indevido
do § 4º deste artigo, recaindo a autorização de drogas, a atenção e a reinserção social
sobre veículos, embarcações ou aeronaves, de usuários ou dependentes e a atuação na
o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou repressão à produção não autorizada e ao
ao equivalente órgão de registro e controle tráfico ilícito de drogas, com vistas na liberação
a expedição de certificado provisório de de equipamentos e de recursos por ela
registro e licenciamento, em favor da arrecadados, para a implantação e execução de
autoridade de polícia judiciária ou órgão aos programas relacionados à questão das drogas.
quais tenha deferido o uso, ficando estes
livres do pagamento de multas, encargos
e tributos anteriores, até o trânsito em
julgado da decisão que decretar o seu TÍTULO V
perdimento em favor da União.
Da Cooperação Internacional
Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz
decidirá sobre o perdimento do produto, bem Art. 65. De conformidade com os princípios
ou valor apreendido, sequestrado ou declarado da não-intervenção em assuntos internos, da
indisponível. igualdade jurídica e do respeito à integridade
territorial dos Estados e às leis e aos
§ 1º Os valores apreendidos em decorrência regulamentos nacionais em vigor, e observado
dos crimes tipificados nesta Lei e que o espírito das Convenções das Nações Unidas
não forem objeto de tutela cautelar, após e outros instrumentos jurídicos internacionais
decretado o seu perdimento em favor da relacionados à questão das drogas, de que o
União, serão revertidos diretamente ao Brasil é parte, o governo brasileiro prestará,
Funad. quando solicitado, cooperação a outros
§ 2º Compete à Senad a alienação dos bens países e organismos internacionais e, quando
apreendidos e não leiloados em caráter necessário, deles solicitará a colaboração, nas
cautelar, cujo perdimento já tenha sido áreas de:
decretado em favor da União. I – intercâmbio de informações sobre
§ 3º A Senad poderá firmar convênios legislações, experiências, projetos e
de cooperação, a fim de dar imediato programas voltados para atividades de
cumprimento ao estabelecido no § 2º deste prevenção do uso indevido, de atenção e de
artigo. reinserção social de usuários e dependentes
de drogas;
§ 4º Transitada em julgado a sentença
condenatória, o juiz do processo, de ofício II – intercâmbio de inteligência policial
ou a requerimento do Ministério Público, sobre produção e tráfico de drogas e
remeterá à Senad relação dos bens, direitos delitos conexos, em especial o tráfico de
e valores declarados perdidos em favor da armas, a lavagem de dinheiro e o desvio de
União, indicando, quanto aos bens, o local precursores químicos;
em que se encontram e a entidade ou o III – intercâmbio de informações policiais e
órgão em cujo poder estejam, para os fins judiciais sobre produtores e traficantes de
de sua destinação nos termos da legislação drogas e seus precursores químicos.
vigente.

528 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Lei de Drogas (Lei nº 11.343/06) – Prof. Joerberth Nunes

TÍTULO VI § 1º Da licitação para alienação de


substâncias ou produtos não proscritos
Disposições Finais e Transitórias referidos no inciso II do caput deste artigo,
só podem participar pessoas jurídicas
Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo regularmente habilitadas na área de saúde
único do art. 1º desta Lei, até que seja ou de pesquisa científica que comprovem a
atualizada a terminologia da lista mencionada destinação lícita a ser dada ao produto a ser
no preceito, denominam-se drogas substâncias arrematado.
entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e § 2º Ressalvada a hipótese de que trata o §
outras sob controle especial, da Portaria SVS/ 3º deste artigo, o produto não arrematado
MS no 344, de 12 de maio de 1998. será, ato contínuo à hasta pública, destruído
Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei pela autoridade sanitária, na presença dos
no 7.560, de 19 de dezembro de 1986, em favor Conselhos Estaduais sobre Drogas e do
de Estados e do Distrito Federal, dependerá Ministério Público.
de sua adesão e respeito às diretrizes § 3º Figurando entre o praceado e não
básicas contidas nos convênios firmados arrematadas especialidades farmacêuticas
e do fornecimento de dados necessários à em condições de emprego terapêutico,
atualização do sistema previsto no art. 17 desta ficarão elas depositadas sob a guarda do
Lei, pelas respectivas polícias judiciárias. Ministério da Saúde, que as destinará à
Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e rede pública de saúde.
os Municípios poderão criar estímulos fiscais e Art. 70. O processo e o julgamento dos
outros, destinados às pessoas físicas e jurídicas crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei,
que colaborem na prevenção do uso indevido de se caracterizado ilícito transnacional, são da
drogas, atenção e reinserção social de usuários competência da Justiça Federal.
e dependentes e na repressão da produção não
autorizada e do tráfico ilícito de drogas. Parágrafo único. Os crimes praticados nos
Municípios que não sejam sede de vara
Art. 69. No caso de falência ou liquidação federal serão processados e julgados na
extrajudicial de empresas ou estabelecimentos vara federal da circunscrição respectiva.
hospitalares, de pesquisa, de ensino, ou
congêneres, assim como nos serviços de Art. 71. (VETADO)
saúde que produzirem, venderem, adquirirem, Art. 72. Sempre que conveniente ou necessário,
consumirem, prescreverem ou fornecerem o juiz, de ofício, mediante representação
drogas ou de qualquer outro em que existam da autoridade de polícia judiciária, ou
essas substâncias ou produtos, incumbe ao juízo a requerimento do Ministério Público,
perante o qual tramite o feito: determinará que se proceda, nos limites de sua
I – determinar, imediatamente à ciência da jurisdição e na forma prevista no § 1º do art. 32
falência ou liquidação, sejam lacradas suas desta Lei, à destruição de drogas em processos
instalações; já encerrados.
Art. 72. Encerrado o processo penal ou
II – ordenar à autoridade sanitária arquivado o inquérito policial, o juiz, de
competente a urgente adoção das medidas ofício, mediante representação do delegado
necessárias ao recebimento e guarda, em de polícia ou a requerimento do Ministério
depósito, das drogas arrecadadas; Público, determinará a destruição das amostras
III – dar ciência ao órgão do Ministério guardadas para contraprova, certificando isso
Público, para acompanhar o feito. nos autos. (Redação dada pela Lei nº 12.961,
de 2014)

www.acasadoconcurseiro.com.br 529
Art. 73. A União poderá celebrar convênios com Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e
os Estados visando à prevenção e repressão do cinco) dias após a sua publicação.
tráfico ilícito e do uso indevido de drogas.
Art. 75. Revogam-se a Lei no 6.368, de 21 de
Art. 73. A União poderá estabelecer convênios outubro de 1976, e a Lei no 10.409, de 11 de
com os Estados e o com o Distrito Federal, janeiro de 2002.
visando à prevenção e repressão do tráfico
ilícito e do uso indevido de drogas, e com os Brasília, 23 de agosto de 2006; 185º da
Municípios, com o objetivo de prevenir o uso Independência e 118º da República.
indevido delas e de possibilitar a atenção e
reinserção social de usuários e dependentes de
drogas. (Redação dada pela Lei nº 12.219, de
2010)

530 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal

LEI 10826/03

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que VII – cadastrar as apreensões de armas


o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a de fogo, inclusive as vinculadas a
seguinte Lei: procedimentos policiais e judiciais;
VIII – cadastrar os armeiros em atividade
no País, bem como conceder licença para
CAPÍTULO I exercer a atividade;
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS IX – cadastrar mediante registro os
produtores, atacadistas, varejistas,
Art. 1º O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, exportadores e importadores autorizados
instituído no Ministério da Justiça, no âmbito de armas de fogo, acessórios e munições;
da Polícia Federal, tem circunscrição em todo o
território nacional. X – cadastrar a identificação do cano da
arma, as características das impressões
Art. 2º Ao Sinarm compete: de raiamento e de microestriamento de
I – identificar as características e a projétil disparado, conforme marcação e
propriedade de armas de fogo, mediante testes obrigatoriamente realizados pelo
cadastro; fabricante;

II – cadastrar as armas de fogo produzidas, XI – informar às Secretarias de Segurança


importadas e vendidas no País; Pública dos Estados e do Distrito Federal os
registros e autorizações de porte de armas
III – cadastrar as autorizações de porte de de fogo nos respectivos territórios, bem
arma de fogo e as renovações expedidas como manter o cadastro atualizado para
pela Polícia Federal; consulta.
IV – cadastrar as transferências de Parágrafo único. As disposições deste artigo
propriedade, extravio, furto, roubo e outras não alcançam as armas de fogo das Forças
ocorrências suscetíveis de alterar os dados Armadas e Auxiliares, bem como as demais
cadastrais, inclusive as decorrentes de que constem dos seus registros próprios.
fechamento de empresas de segurança
privada e de transporte de valores;
V – identificar as modificações que alterem CAPÍTULO II
as características ou o funcionamento de
arma de fogo; DO REGISTRO
VI – integrar no cadastro os acervos policiais Art. 3º É obrigatório o registro de arma de fogo
já existentes; no órgão competente.

www.acasadoconcurseiro.com.br 531
Parágrafo único. As armas de fogo de uso registradas como de sua propriedade
restrito serão registradas no Comando do enquanto não forem vendidas.
Exército, na forma do regulamento desta
Lei. § 5º A comercialização de armas de fogo,
acessórios e munições entre pessoas
Art. 4º Para adquirir arma de fogo de uso físicas somente será efetivada mediante
permitido o interessado deverá, além de autorização do Sinarm.
declarar a efetiva necessidade, atender aos
seguintes requisitos: § 6º A expedição da autorização a que se
refere o § 1º será concedida, ou recusada
I – comprovação de idoneidade, com a com a devida fundamentação, no prazo de
apresentação de certidões negativas de 30 (trinta) dias úteis, a contar da data do
antecedentes criminais fornecidas pela requerimento do interessado.
Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral
e de não estar respondendo a inquérito § 7º O registro precário a que se refere o §
policial ou a processo criminal, que poderão 4º prescinde do cumprimento dos requisitos
ser fornecidas por meios eletrônicos; dos incisos I, II e III deste artigo.
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) § 8º Estará dispensado das exigências
II – apresentação de documento compro- constantes do inciso III do caput deste artigo,
batório de ocupação lícita e de residência na forma do regulamento, o interessado em
certa; adquirir arma de fogo de uso permitido que
comprove estar autorizado a portar arma
III – comprovação de capacidade técnica e com as mesmas características daquela a
de aptidão psicológica para o manuseio de ser adquirida. (Incluído pela Lei nº 11.706,
arma de fogo, atestadas na forma disposta de 2008)
no regulamento desta Lei.
Art. 5º O certificado de Registro de Arma
§ 1º O Sinarm expedirá autorização de de Fogo, com validade em todo o território
compra de arma de fogo após atendidos os nacional, autoriza o seu proprietário a manter a
requisitos anteriormente estabelecidos, em arma de fogo exclusivamente no interior de sua
nome do requerente e para a arma indicada, residência ou domicílio, ou dependência desses,
sendo intransferível esta autorização. ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que
seja ele o titular ou o responsável legal pelo
§ 2º A aquisição de munição somente estabelecimento ou empresa. (Redação dada
poderá ser feita no calibre correspondente pela Lei nº 10.884, de 2004)
à arma registrada e na quantidade
estabelecida no regulamento desta Lei. § 1º O certificado de registro de arma de
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) fogo será expedido pela Polícia Federal e
será precedido de autorização do Sinarm.
§ 3º A empresa que comercializar arma
de fogo em território nacional é obrigada § 2º Os requisitos de que tratam os incisos
a comunicar a venda à autoridade I, II e III do art. 4º deverão ser comprovados
competente, como também a manter periodicamente, em período não inferior
banco de dados com todas as características a 3 (três) anos, na conformidade do
da arma e cópia dos documentos previstos estabelecido no regulamento desta Lei,
neste artigo. para a renovação do Certificado de Registro
de Arma de Fogo.
§ 4º A empresa que comercializa armas § 3º O proprietário de arma de fogo com
de fogo, acessórios e munições responde certificados de registro de propriedade
legalmente por essas mercadorias, ficando expedido por órgão estadual ou do Distrito

532 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Lei do Desarmamento (Lei nº 10.826/03) – Prof. Joerberth Nunes

Federal até a data da publicação desta Lei III – os integrantes das guardas municipais
que não optar pela entrega espontânea das capitais dos Estados e dos Municípios
prevista no art. 32 desta Lei deverá com mais de 500.000 (quinhentos mil)
renová-lo mediante o pertinente registro habitantes, nas condições estabelecidas no
federal, até o dia 31 de dezembro de regulamento desta Lei;
2008, ante a apresentação de documento
de identificação pessoal e comprovante IV – os integrantes das guardas municipais
de residência fixa, ficando dispensado do dos Municípios com mais de 50.000
pagamento de taxas e do cumprimento (cinquenta mil) e menos de 500.000
das demais exigências constantes dos (quinhentos mil) habitantes, quando em
incisos I a III do caput do art. 4º desta Lei. serviço; (Redação dada pela Lei nº 10.867,
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) de 2004)
(Prorrogação de prazo) V – os agentes operacionais da Agência
§ 4º Para fins do cumprimento do disposto Brasileira de Inteligência e os agentes do
no § 3º deste artigo, o proprietário de arma Departamento de Segurança do Gabinete
de fogo poderá obter, no Departamento de Segurança Institucional da Presidência
de Polícia Federal, certificado de registro da República;
provisório, expedido na rede mundial VI – os integrantes dos órgãos policiais
de computadores – internet, na forma referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da
do regulamento e obedecidos os Constituição Federal;
procedimentos a seguir: (Redação dada
pela Lei nº 11.706, de 2008) VII – os integrantes do quadro efetivo dos
I – emissão de certificado de registro agentes e guardas prisionais, os integrantes
provisório pela internet, com validade das escoltas de presos e as guardas
inicial de 90 (noventa) dias; e (Incluído pela portuárias;
Lei nº 11.706, de 2008) VIII – as empresas de segurança privada e
II – revalidação pela unidade do de transporte de valores constituídas, nos
Departamento de Polícia Federal do termos desta Lei;
certificado de registro provisório pelo
IX – para os integrantes das entidades de
prazo que estimar como necessário para a
desporto legalmente constituídas, cujas
emissão definitiva do certificado de registro
atividades esportivas demandem o uso de
de propriedade. (Incluído pela Lei nº 11.706,
armas de fogo, na forma do regulamento
de 2008)
desta Lei, observando-se, no que couber, a
legislação ambiental.
X – integrantes das Carreiras de Auditoria
CAPÍTULO III da Receita Federal do Brasil e de Auditoria-
DO PORTE Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal
e Analista Tributário. (Redação dada pela
Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em Lei nº 11.501, de 2007)
todo o território nacional, salvo para os casos
previstos em legislação própria e para: XI – os tribunais do Poder Judiciário
descritos no art. 92 da Constituição Federal
I – os integrantes das Forças Armadas; e os Ministérios Públicos da União e dos
II – os integrantes de órgãos referidos nos Estados, para uso exclusivo de servidores
incisos do caput do art. 144 da Constituição de seus quadros pessoais que efetivamente
Federal; estejam no exercício de funções de

www.acasadoconcurseiro.com.br 533
segurança, na forma de regulamento a ser § 3º A autorização para o porte de arma
emitido pelo Conselho Nacional de Justiça – de fogo das guardas municipais está
CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério condicionada à formação funcional de
Público – CNMP. (Incluído pela Lei nº seus integrantes em estabelecimentos de
12.694, de 2012) ensino de atividade policial e à existência
de mecanismos de fiscalização e de controle
§ 1º As pessoas previstas nos incisos I, II, III, interno, nas condições estabelecidas
V e VI do caput deste artigo terão direito no regulamento desta Lei, observada
de portar arma de fogo de propriedade a supervisão do Comando do Exército.
particular ou fornecida pela respectiva (Redação dada pela Lei nº 10.867, de 2004)
corporação ou instituição, mesmo fora de
serviço, nos termos do regulamento desta § 4º Os integrantes das Forças Armadas, das
Lei, com validade em âmbito nacional para polícias federais e estaduais e do Distrito
aquelas constantes dos incisos I, II, V e VI. Federal, bem como os militares dos Estados
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) e do Distrito Federal, ao exercerem o direito
descrito no art. 4º, ficam dispensados
§ 1º-A (Revogado pela Lei nº 11.706, de do cumprimento do disposto nos incisos
2008) I, II e III do mesmo artigo, na forma do
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de regulamento desta Lei.
agentes e guardas prisionais poderão portar § 5º Aos residentes em áreas rurais,
arma de fogo de propriedade particular ou maiores de 25 (vinte e cinco) anos que
fornecida pela respectiva corporação ou comprovem depender do emprego de
instituição, mesmo fora de serviço, desde arma de fogo para prover sua subsistência
que estejam: (Incluído pela Lei nº 12.993, alimentar familiar será concedido pela
de 2014) Polícia Federal o porte de arma de fogo, na
I – submetidos a regime de dedicação categoria caçador para subsistência, de uma
exclusiva; (Incluído pela Lei nº 12.993, de arma de uso permitido, de tiro simples, com
2014) 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de
calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis),
II – sujeitos à formação funcional, nos desde que o interessado comprove a
termos do regulamento; e (Incluído pela Lei efetiva necessidade em requerimento ao
nº 12.993, de 2014) qual deverão ser anexados os seguintes
documentos: (Redação dada pela Lei nº
III – subordinados a mecanismos de
11.706, de 2008)
fiscalização e de controle interno. (Incluído
pela Lei nº 12.993, de 2014) I – documento de identificação pessoal;
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 1º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº
12.993, de 2014) II – comprovante de residência em área
rural; e (Incluído pela Lei nº 11.706, de
§ 2º A autorização para o porte de arma
2008)
de fogo aos integrantes das instituições
descritas nos incisos V, VI, VII e X do III – atestado de bons antecedentes.
caput deste artigo está condicionada à (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
comprovação do requisito a que se refere
o inciso III do caputdo art. 4º desta Lei nas § 6º O caçador para subsistência que
condições estabelecidas no regulamento der outro uso à sua arma de fogo,
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, independentemente de outras tipificações
de 2008) penais, responderá, conforme o caso, por
porte ilegal ou por disparo de arma de fogo

534 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Lei do Desarmamento (Lei nº 10.826/03) – Prof. Joerberth Nunes

de uso permitido.(Redação dada pela Lei nº as condições de uso e de armazenagem


11.706, de 2008) estabelecidas pelo órgão competente, sendo
o certificado de registro e a autorização de
§ 7º Aos integrantes das guardas municipais porte expedidos pela Polícia Federal em nome
dos Municípios que integram regiões da instituição. (Incluído pela Lei nº 12.694, de
metropolitanas será autorizado porte de 2012)
arma de fogo, quando em serviço. (Incluído
pela Lei nº 11.706, de 2008) § 1º A autorização para o porte de arma de
fogo de que trata este artigo independe do
Art. 7º As armas de fogo utilizadas pelos pagamento de taxa. (Incluído pela Lei nº
empregados das empresas de segurança privada 12.694, de 2012)
e de transporte de valores, constituídas na forma
da lei, serão de propriedade, responsabilidade § 2º O presidente do tribunal ou o chefe do
e guarda das respectivas empresas, somente Ministério Público designará os servidores
podendo ser utilizadas quando em serviço, de seus quadros pessoais no exercício de
devendo essas observar as condições de uso funções de segurança que poderão portar
e de armazenagem estabelecidas pelo órgão arma de fogo, respeitado o limite máximo
competente, sendo o certificado de registro e de 50% (cinquenta por cento) do número
a autorização de porte expedidos pela Polícia de servidores que exerçam funções de
Federal em nome da empresa. segurança. (Incluído pela Lei nº 12.694, de
2012)
§ 1º O proprietário ou diretor responsável
de empresa de segurança privada e de § 3º O porte de arma pelos servidores
transporte de valores responderá pelo das instituições de que trata este artigo
crime previsto no parágrafo único do art. fica condicionado à apresentação de
13 desta Lei, sem prejuízo das demais documentação comprobatória do
sanções administrativas e civis, se deixar de preenchimento dos requisitos constantes
registrar ocorrência policial e de comunicar do art. 4º desta Lei, bem como à formação
à Polícia Federal perda, furto, roubo ou funcional em estabelecimentos de ensino
outras formas de extravio de armas de fogo, de atividade policial e à existência de
acessórios e munições que estejam sob sua mecanismos de fiscalização e de controle
guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) interno, nas condições estabelecidas no
horas depois de ocorrido o fato. regulamento desta Lei. (Incluído pela Lei nº
12.694, de 2012)
§ 2º A empresa de segurança e de
transporte de valores deverá apresentar § 4º A listagem dos servidores das
documentação comprobatória do instituições de que trata este artigo deverá
preenchimento dos requisitos constantes ser atualizada semestralmente no Sinarm.
do art. 4º desta Lei quanto aos empregados (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
que portarão arma de fogo.
§ 5º As instituições de que trata este artigo
§ 3º A listagem dos empregados das são obrigadas a registrar ocorrência policial
empresas referidas neste artigo deverá ser e a comunicar à Polícia Federal eventual
atualizada semestralmente junto ao Sinarm. perda, furto, roubo ou outras formas de
extravio de armas de fogo, acessórios e
Art. 7º-A. As armas de fogo utilizadas pelos munições que estejam sob sua guarda, nas
servidores das instituições descritas no primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois
inciso XI do art. 6º serão de propriedade, de ocorrido o fato. (Incluído pela Lei nº
responsabilidade e guarda das respectivas 12.694, de 2012).
instituições, somente podendo ser utilizadas
quando em serviço, devendo estas observar

www.acasadoconcurseiro.com.br 535
Art. 8º As armas de fogo utilizadas em Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos
entidades desportivas legalmente constituídas valores constantes do Anexo desta Lei, pela
devem obedecer às condições de uso e de prestação de serviços relativos:
armazenagem estabelecidas pelo órgão
competente, respondendo o possuidor ou o I – ao registro de arma de fogo;
autorizado a portar a arma pela sua guarda na II – à renovação de registro de arma de fogo;
forma do regulamento desta Lei.
III – à expedição de segunda via de registro
Art. 9º Compete ao Ministério da Justiça de arma de fogo;
a autorização do porte de arma para os
responsáveis pela segurança de cidadãos IV – à expedição de porte federal de arma
estrangeiros em visita ou sediados no Brasil de fogo;
e, ao Comando do Exército, nos termos do
V – à renovação de porte de arma de fogo;
regulamento desta Lei, o registro e a concessão
de porte de trânsito de arma de fogo para VI – à expedição de segunda via de porte
colecionadores, atiradores e caçadores e de federal de arma de fogo.
representantes estrangeiros em competição
internacional oficial de tiro realizada no § 1º Os valores arrecadados destinam-se ao
território nacional. custeio e à manutenção das atividades do
Sinarm, da Polícia Federal e do Comando
Art. 10. A autorização para o porte de arma do Exército, no âmbito de suas respectivas
de fogo de uso permitido, em todo o território responsabilidades.
nacional, é de competência da Polícia Federal
e somente será concedida após autorização do § 2º São isentas do pagamento das taxas
Sinarm. previstas neste artigo as pessoas e as
instituições a que se referem os incisos I a
§ 1º A autorização prevista neste artigo VII e X e o § 5º do art. 6º desta Lei. (Redação
poderá ser concedida com eficácia dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
temporária e territorial limitada, nos termos
de atos regulamentares, e dependerá de o Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará
requerente: a forma e as condições do credenciamento
de profissionais pela Polícia Federal para
I – demonstrar a sua efetiva necessidade comprovação da aptidão psicológica e da
por exercício de atividade profissional de capacidade técnica para o manuseio de arma de
risco ou de ameaça à sua integridade física; fogo. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
II – atender às exigências previstas no art. § 1º Na comprovação da aptidão psicológica,
4º desta Lei; o valor cobrado pelo psicólogo não poderá
exceder ao valor médio dos honorários
III – apresentar documentação de
profissionais para realização de avaliação
propriedade de arma de fogo, bem como o
psicológica constante do item 1.16 da tabela
seu devido registro no órgão competente.
do Conselho Federal de Psicologia. (Incluído
§ 2º A autorização de porte de arma pela Lei nº 11.706, de 2008)
de fogo, prevista neste artigo, perderá
§ 2º Na comprovação da capacidade
automaticamente sua eficácia caso o
técnica, o valor cobrado pelo instrutor de
portador dela seja detido ou abordado em
armamento e tiro não poderá exceder R$
estado de embriaguez ou sob efeito de
80,00 (oitenta reais), acrescido do custo da
substâncias químicas ou alucinógenas.
munição. (Incluído pela Lei nº 11.706, de
2008)

536 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Lei do Desarmamento (Lei nº 10.826/03) – Prof. Joerberth Nunes

§ 3º A cobrança de valores superiores Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido


aos previstos nos §§ 1º e 2º deste artigo
implicará o descredenciamento do Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber,
profissional pela Polícia Federal. (Incluído ter em depósito, transportar, ceder, ainda que
pela Lei nº 11.706, de 2008) gratuitamente, emprestar, remeter, empregar,
manter sob guarda ou ocultar arma de fogo,
acessório ou munição, de uso permitido, sem
autorização e em desacordo com determinação
CAPÍTULO IV legal ou regulamentar:
DOS CRIMES E DAS PENAS Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro)
anos, e multa.
Posse irregular de arma de fogo de uso
permitido Parágrafo único. O crime previsto neste
artigo é inafiançável, salvo quando a arma
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda de fogo estiver registrada em nome do
arma de fogo, acessório ou munição, de uso agente. (Vide Adin 3.112-1)
permitido, em desacordo com determinação
legal ou regulamentar, no interior de sua Disparo de arma de fogo
residência ou dependência desta, ou, ainda no
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar
seu local de trabalho, desde que seja o titular
munição em lugar habitado ou em suas
ou o responsável legal do estabelecimento ou
adjacências, em via pública ou em direção a
empresa:
ela, desde que essa conduta não tenha como
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, finalidade a prática de outro crime:
e multa.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro)
Omissão de cautela anos, e multa.
Art. 13. Deixar de observar as cautelas Parágrafo único. O crime previsto neste
necessárias para impedir que menor de artigo é inafiançável. (Vide Adin 3.112-1)
18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de
deficiência mental se apodere de arma de fogo
uso restrito
que esteja sob sua posse ou que seja de sua
propriedade: Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer,
receber, ter em depósito, transportar, ceder,
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos,
ainda que gratuitamente, emprestar, remeter,
e multa.
empregar, manter sob sua guarda ou ocultar
Parágrafo único. Nas mesmas penas arma de fogo, acessório ou munição de
incorrem o proprietário ou diretor uso proibido ou restrito, sem autorização e
responsável de empresa de segurança e em desacordo com determinação legal ou
transporte de valores que deixarem de regulamentar:
registrar ocorrência policial e de comunicar
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos,
à Polícia Federal perda, furto, roubo ou
e multa.
outras formas de extravio de arma de fogo,
acessório ou munição que estejam sob sua Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre
guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) quem:
horas depois de ocorrido o fato.
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou
qualquer sinal de identificação de arma de
fogo ou artefato;

www.acasadoconcurseiro.com.br 537
II – modificar as características de arma Tráfico internacional de arma de fogo
de fogo, de forma a torná-la equivalente a
arma de fogo de uso proibido ou restrito ou Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada
para fins de dificultar ou de qualquer modo ou saída do território nacional, a qualquer
induzir a erro autoridade policial, perito ou título, de arma de fogo, acessório ou munição,
juiz; sem autorização da autoridade competente:

III – possuir, detiver, fabricar ou empregar Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito)


artefato explosivo ou incendiário, sem anos, e multa.
autorização ou em desacordo com Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e
determinação legal ou regulamentar; 18, a pena é aumentada da metade se a arma
IV – portar, possuir, adquirir, transportar de fogo, acessório ou munição forem de uso
ou fornecer arma de fogo com numeração, proibido ou restrito.
marca ou qualquer outro sinal de Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15,
identificação raspado, suprimido ou 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade
adulterado; se forem praticados por integrante dos órgãos
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta
gratuitamente, arma de fogo, acessório, Lei.
munição ou explosivo a criança ou Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18
adolescente; e são insuscetíveis de liberdade provisória. (Vide
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem Adin 3.112-1)
autorização legal, ou adulterar, de qualquer
forma, munição ou explosivo.
Comércio ilegal de arma de fogo CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar,
conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar
montar, remontar, adulterar, vender, expor convênios com os Estados e o Distrito Federal
à venda, ou de qualquer forma utilizar, em para o cumprimento do disposto nesta Lei.
proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, arma de Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem
fogo, acessório ou munição, sem autorização como a definição das armas de fogo e demais
ou em desacordo com determinação legal ou produtos controlados, de usos proibidos,
regulamentar: restritos, permitidos ou obsoletos e de valor
histórico serão disciplinadas em ato do chefe do
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) Poder Executivo Federal, mediante proposta do
anos, e multa. Comando do Exército. (Redação dada pela Lei
Parágrafo único. Equipara-se à atividade nº 11.706, de 2008)
comercial ou industrial, para efeito deste § 1º Todas as munições comercializadas
artigo, qualquer forma de prestação de no País deverão estar acondicionadas
serviços, fabricação ou comércio irregular em embalagens com sistema de código
ou clandestino, inclusive o exercido em de barras, gravado na caixa, visando
residência. possibilitar a identificação do fabricante e
do adquirente, entre outras informações
definidas pelo regulamento desta Lei.

538 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Lei do Desarmamento (Lei nº 10.826/03) – Prof. Joerberth Nunes

§ 2º Para os órgãos referidos no art. 6º, Ministério da Justiça e ouvido o Comando


somente serão expedidas autorizações de do Exército, serão arroladas em relatório
compra de munição com identificação do reservado trimestral a ser encaminhado
lote e do adquirente no culote dos projéteis, àquelas instituições, abrindo-se-lhes prazo
na forma do regulamento desta Lei. para manifestação de interesse.(Incluído
pela Lei nº 11.706, de 2008).
§ 3º As armas de fogo fabricadas a partir
de 1 (um) ano da data de publicação desta § 2º O Comando do Exército encaminhará
Lei conterão dispositivo intrínseco de a relação das armas a serem doadas
segurança e de identificação, gravado no ao juiz competente, que determinará o
corpo da arma, definido pelo regulamento seu perdimento em favor da instituição
desta Lei, exclusive para os órgãos previstos beneficiada. (Incluído pela Lei nº 11.706, de
no art. 6º. 2008)
§ 4º As instituições de ensino policial e as § 3º O transporte das armas de fogo
guardas municipais referidas nos incisos III doadas será de responsabilidade da
e IV do caput do art. 6º desta Lei e no seu § instituição beneficiada, que procederá ao
7º poderão adquirir insumos e máquinas de seu cadastramento no Sinarm ou no Sigma.
recarga de munição para o fim exclusivo de (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
suprimento de suas atividades, mediante
autorização concedida nos termos definidos § 4º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.706,
em regulamento. (Incluído pela Lei nº de 2008)
11.706, de 2008) § 5º O Poder Judiciário instituirá
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se instrumentos para o encaminhamento ao
refere o art. 2º desta Lei, compete ao Comando Sinarm ou ao Sigma, conforme se trate de
do Exército autorizar e fiscalizar a produção, arma de uso permitido ou de uso restrito,
exportação, importação, desembaraço semestralmente, da relação de armas
alfandegário e o comércio de armas de fogo acauteladas em juízo, mencionando suas
e demais produtos controlados, inclusive o características e o local onde se encontram.
registro e o porte de trânsito de arma de fogo (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
de colecionadores, atiradores e caçadores. Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após comercialização e a importação de brinquedos,
a elaboração do laudo pericial e sua juntada réplicas e simulacros de armas de fogo, que com
aos autos, quando não mais interessarem à estas se possam confundir.
persecução penal serão encaminhadas pelo juiz Parágrafo único. Excetuam-se da proibição
competente ao Comando do Exército, no prazo as réplicas e os simulacros destinados à
máximo de 48 (quarenta e oito) horas, para instrução, ao adestramento, ou à coleção de
destruição ou doação aos órgãos de segurança usuário autorizado, nas condições fixadas
pública ou às Forças Armadas, na forma do pelo Comando do Exército.
regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei
nº 11.706, de 2008) Art. 27. Caberá ao Comando do Exército
autorizar, excepcionalmente, a aquisição de
§ 1º As armas de fogo encaminhadas ao armas de fogo de uso restrito.
Comando do Exército que receberem
parecer favorável à doação, obedecidos o Parágrafo único. O disposto neste artigo
padrão e a dotação de cada Força Armada não se aplica às aquisições dos Comandos
ou órgão de segurança pública, atendidos Militares.
os critérios de prioridade estabelecidos pelo

www.acasadoconcurseiro.com.br 539
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma
cinco) anos adquirir arma de fogo, ressalvados de fogo poderão entregá-la, espontaneamente,
os integrantes das entidades constantes dos mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé,
incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput do art. 6º serão indenizados, na forma do regulamento,
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de ficando extinta a punibilidade de eventual posse
2008) irregular da referida arma. (Redação dada pela
Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 29. As autorizações de porte de armas de
fogo já concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº
dias após a publicação desta Lei. (Vide Lei nº 11.706, de 2008)
10.884, de 2004)
Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00
Parágrafo único. O detentor de autorização (cem mil reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil
com prazo de validade superior a 90 reais), conforme especificar o regulamento
(noventa) dias poderá renová-la, perante a desta Lei:
Polícia Federal, nas condições dos arts. 4º,
6º e 10 desta Lei, no prazo de 90 (noventa) I – à empresa de transporte aéreo,
dias após sua publicação, sem ônus para o rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial ou
requerente. lacustre que deliberadamente, por qualquer
meio, faça, promova, facilite ou permita
Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma o transporte de arma ou munição sem a
de fogo de uso permitido ainda não registrada devida autorização ou com inobservância
deverão solicitar seu registro até o dia 31 de das normas de segurança;
dezembro de 2008, mediante apresentação
de documento de identificação pessoal e II – à empresa de produção ou comércio de
comprovante de residência fixa, acompanhados armamentos que realize publicidade para
de nota fiscal de compra ou comprovação da venda, estimulando o uso indiscriminado
origem lícita da posse, pelos meios de prova de armas de fogo, exceto nas publicações
admitidos em direito, ou declaração firmada especializadas.
na qual constem as características da arma Art. 34. Os promotores de eventos em locais
e a sua condição de proprietário, ficando fechados, com aglomeração superior a 1000
este dispensado do pagamento de taxas e do (um mil) pessoas, adotarão, sob pena de
cumprimento das demais exigências constantes responsabilidade, as providências necessárias
dos incisos I a III do caput do art. 4º desta Lei. para evitar o ingresso de pessoas armadas,
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) ressalvados os eventos garantidos pelo inciso VI
(Prorrogação de prazo) do art. 5º da Constituição Federal.
Parágrafo único. Para fins do cumprimento Parágrafo único. As empresas responsáveis
do disposto no caput deste artigo, o pela prestação dos serviços de transporte
proprietário de arma de fogo poderá internacional e interestadual de passageiros
obter, no Departamento de Polícia Federal, adotarão as providências necessárias para
certificado de registro provisório, expedido evitar o embarque de passageiros armados.
na forma do § 4º do art. 5º desta Lei.
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas
CAPÍTULO VI
de fogo adquiridas regularmente poderão, a
qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal, DISPOSIÇÕES FINAIS
mediante recibo e indenização, nos termos do
Art. 35. É proibida a comercialização de arma de
regulamento desta Lei.
fogo e munição em todo o território nacional,

540 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Lei do Desarmamento (Lei nº 10.826/03) – Prof. Joerberth Nunes

salvo para as entidades previstas no art. 6º Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua
desta Lei. publicação.
§ 1º Este dispositivo, para entrar em Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182º da
vigor, dependerá de aprovação mediante Independência e 115º da República.
referendo popular, a ser realizado em
outubro de 2005. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

§ 2º Em caso de aprovação do referendo Márcio Thomaz Bastos


popular, o disposto neste artigo entrará em José Viegas Filho
vigor na data de publicação de seu resultado
pelo Tribunal Superior Eleitoral. Marina Silva

Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de Este texto não substitui o publicado no DOU de
fevereiro de 1997. 23.12.2003

ANEXO
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

TABELA DE TAXAS
ATO ADMINISTRATIVO R$
I – Registro de arma de fogo:
•• até 31 de dezembro de 2008 Gratuito
(art. 30)
•• a partir de 1º de janeiro de 2009 60,00
II – Renovação do certificado de registro de arma de fogo:
•• até 31 de dezembro de 2008 Gratuito
(art. 5º, § 3º)
•• a partir de 1o de janeiro de 2009 60,00
III – Registro de arma de fogo para empresa de segurança privada e de
60,00
transporte de valores
IV - Renovação do certificado de registro de arma de fogo para empresa de
segurança privada e de transporte de valores:
•• até 30 de junho de 2008 30,00
•• de 1º de julho de 2008 a 31 de outubro de 2008 45,00
•• a partir de 1º de novembro de 2008 60,00
V - Expedição de porte de arma de fogo. 1.000,00
VI - Renovação de porte de arma de fogo. 60,00
VII - Expedição de segunda via de certificado de registro de arma de fogo. 60,00
VIII - Expedição de segunda via de porte de arma de fogo. 60,00

www.acasadoconcurseiro.com.br 541
Direito Penal

LEI 4898/65 LEI DO CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE

TÍTULO XI § 3º No caso do parágrafo anterior, a


reparação do dano, se precede à sentença
dos crimes contra a administração irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é
posterior, reduz de metade a pena imposta.
pública
Peculato mediante erro de outrem
Art. 313. Apropriar-se de dinheiro ou qualquer
CAPÍTULO I utilidade que, no exercício do cargo, recebeu
DOS CRIMES PRATICADOS por erro de outrem:
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM Inserção de dados falsos em sistema de
GERAL informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
Peculato Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário
autorizado, a inserção de dados falsos, alterar
Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de
ou excluir indevidamente dados corretos nos
dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,
sistemas informatizados ou bancos de dados
público ou particular, de que tem a posse
da Administração Pública com o fim de obter
em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito
vantagem indevida para si ou para outrem ou
próprio ou alheio:
para causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 2000))

§ 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcio- Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e


nário público, embora não tendo a posse do multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou con-
Modificação ou alteração não autorizada de
corre para que seja subtraído, em proveito
sistema de informações (Incluído pela Lei nº
próprio ou alheio, valendo-se de facilidade
9.983, de 2000)
que lhe proporciona a qualidade de funcio-
nário. Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário,
sistema de informações ou programa de
Peculato culposo
informática sem autorização ou solicitação de
§ 2º Se o funcionário concorre culposamen- autoridade competente: (Incluído pela Lei nº
te para o crime de outrem: 9.983, de 2000)

Pena – detenção, de três meses a um ano.

www.acasadoconcurseiro.com.br 543
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) indevidamente para recolher aos cofres
anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de públicos:
2000)
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Parágrafo único. As penas são aumentadas
de um terço até a metade se da Corrupção passiva
modificação ou alteração resulta dano Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para
para a Administração Pública ou para o outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora
administrado.(Incluído pela Lei nº 9.983, de da função ou antes de assumi-la, mas em razão
2000) dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou de tal vantagem:
documento Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos,
Art. 314 – Extraviar livro oficial ou qualquer e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de
documento, de que tem a guarda em razão 12.11.2003)
do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou § 1º A pena é aumentada de um terço,
parcialmente: se, em conseqüência da vantagem ou
Pena – reclusão, de um a quatro anos, se o fato promessa, o funcionário retarda ou deixa de
não constitui crime mais grave. praticar qualquer ato de ofício ou o pratica
infringindo dever funcional.
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
§ 2º Se o funcionário pratica, deixa de
Art. 315. Dar às verbas ou rendas públicas praticar ou retarda ato de ofício, com
aplicação diversa da estabelecida em lei: infração de dever funcional, cedendo a
pedido ou influência de outrem:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou
Concussão multa.
Art. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta Facilitação de contrabando ou descaminho
ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, Art. 318. Facilitar, com infração de dever
vantagem indevida: funcional, a prática de contrabando ou
descaminho (art. 334):
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e
Excesso de exação multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
§ 1º Se o funcionário exige tributo ou 27.12.1990)
contribuição social que sabe ou deveria Prevaricação
saber indevido, ou, quando devido,
emprega na cobrança meio vexatório ou Art. 319. Retardar ou deixar de praticar,
gravoso, que a lei não autoriza: (Redação indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo
dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) contra disposição expressa de lei, para satisfazer
interesse ou sentimento pessoal:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e
multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de Pena – detenção, de três meses a um ano, e
27.12.1990) multa.
§ 2º Se o funcionário desvia, em proveito Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária
próprio ou de outrem, o que recebeu e/ou agente público, de cumprir seu dever de
vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico,

544 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Lei do Crime de Abuso de Autoridade – Prof. Joerberth Nunes

de rádio ou similar, que permita a comunicação Exercício funcional ilegalmente antecipado ou


com outros presos ou com o ambiente externo: prolongado
(Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007).
Art. 324 Entrar no exercício de função pública
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. antes de satisfeitas as exigências legais, ou
continuar a exercê-la, sem autorização, depois
Condescendência criminosa de saber oficialmente que foi exonerado,
Art. 320. Deixar o funcionário, por indulgência, removido, substituído ou suspenso:
de responsabilizar subordinado que cometeu Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou
infração no exercício do cargo ou, quando multa.
lhe falte competência, não levar o fato ao
conhecimento da autoridade competente: Violação de sigilo funcional
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou Art. 325. Revelar fato de que tem ciência em
multa. razão do cargo e que deva permanecer em
segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Advocacia administrativa
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou
Art. 321. Patrocinar, direta ou indiretamente, multa, se o fato não constitui crime mais grave.
interesse privado perante a administração
pública, valendo-se da qualidade de funcionário: § 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre
quem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.
I – permite ou facilita, mediante atribuição,
Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo: fornecimento e empréstimo de senha ou
Pena – detenção, de três meses a um ano, além qualquer outra forma, o acesso de pessoas
da multa. não autorizadas a sistemas de informações
ou banco de dados da Administração
Violência arbitrária Pública;(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 322. Praticar violência, no exercício de II – se utiliza, indevidamente, do acesso
função ou a pretexto de exercê-la: restrito. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena – detenção, de seis meses a três anos, § 2º Se da ação ou omissão resulta dano
além da pena correspondente à violência. à Administração Pública ou a outrem:
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Abandono de função
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e
Art. 323. Abandonar cargo público, fora dos
multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
casos permitidos em lei:
Violação do sigilo de proposta de concorrência
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou
multa. Art. 326. Devassar o sigilo de proposta de
concorrência pública, ou proporcionar a terceiro
§ 1º Se do fato resulta prejuízo público:
o ensejo de devassá-lo:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e
Pena – Detenção, de três meses a um ano, e
multa.
multa.
§ 2º Se o fato ocorre em lugar compreendido
Funcionário público
na faixa de fronteira:
Art. 327. Considera-se funcionário público,
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.
para os efeitos penais, quem, embora

www.acasadoconcurseiro.com.br 545
transitoriamente ou sem remuneração, exerce § 2º A pena será aumentada da terça parte
cargo, emprego ou função pública. quando os autores dos crimes previstos
neste Capítulo forem ocupantes de cargos
§ 1º Equipara-se a funcionário público em comissão ou de função de direção ou
quem exerce cargo, emprego ou função em assessoramento de órgão da administração
entidade paraestatal, e quem trabalha para direta, sociedade de economia mista,
empresa prestadora de serviço contratada empresa pública ou fundação instituída
ou conveniada para a execução de atividade pelo poder público. (Incluído pela Lei nº
típica da Administração Pública. (Incluído 6.799, de 1980)
pela Lei nº 9.983, de 2000)

LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965.

Regula o Direito de Representação e o processo b) à inviolabilidade do domicílio;


de Responsabilidade Administrativa Civil e
Penal, nos casos de abuso de autoridade. c) ao sigilo da correspondência;

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que d) à liberdade de consciência e de crença;


o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a e) ao livre exercício do culto religioso;
seguinte Lei:
f) à liberdade de associação;
Art. 1º O direito de representação e o processo
de responsabilidade administrativa civil e penal, g) aos direitos e garantias legais assegurados
contra as autoridades que, no exercício de suas ao exercício do voto;
funções, cometerem abusos, são regulados pela
h) ao direito de reunião;
presente lei.
i) à incolumidade física do indivíduo;
Art. 2º O direito de representação será exercido
por meio de petição: j) aos direitos e garantias legais assegurados
ao exercício profissional. (Incluído pela Lei
a) dirigida à autoridade superior que tiver
nº 6.657,de 05/06/79)
competência legal para aplicar, à autoridade
civil ou militar culpada, a respectiva sanção; Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:
b) dirigida ao órgão do Ministério Público a) ordenar ou executar medida privativa da
que tiver competência para iniciar processo- liberdade individual, sem as formalidades
crime contra a autoridade culpada. legais ou com abuso de poder;
Parágrafo único. A representação será feita b) submeter pessoa sob sua guarda ou
em duas vias e conterá a exposição do fato custódia a vexame ou a constrangimento
constitutivo do abuso de autoridade, com não autorizado em lei;
todas as suas circunstâncias, a qualificação
do acusado e o rol de testemunhas, no c) deixar de comunicar, imediatamente, ao
máximo de três, se as houver. juiz competente a prisão ou detenção de
qualquer pessoa;
Art. 3º Constitui abuso de autoridade qualquer
atentado: d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento
de prisão ou detenção ilegal que lhe seja
a) à liberdade de locomoção; comunicada;

546 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Lei do Crime de Abuso de Autoridade – Prof. Joerberth Nunes

e) levar à prisão e nela deter quem quer f) demissão, a bem do serviço público.
que se proponha a prestar fiança, permitida
em lei; § 2º A sanção civil, caso não seja possível
fixar o valor do dano, consistirá no
f) cobrar o carcereiro ou agente de pagamento de uma indenização de
autoridade policial carceragem, custas, quinhentos a dez mil cruzeiros.
emolumentos ou qualquer outra despesa,
desde que a cobrança não tenha apoio em § 3º A sanção penal será aplicada de acordo
lei, quer quanto à espécie quer quanto ao com as regras dos artigos 42 a 56 do Código
seu valor; Penal e consistirá em:

g) recusar o carcereiro ou agente de a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;


autoridade policial recibo de importância b) detenção por dez dias a seis meses;
recebida a título de carceragem, custas,
emolumentos ou de qualquer outra c) perda do cargo e a inabilitação para o
despesa; exercício de qualquer outra função pública
por prazo até três anos.
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio
de pessoa natural ou jurídica, quando § 4º As penas previstas no parágrafo
praticado com abuso ou desvio de poder ou anterior poderão ser aplicadas autônoma
sem competência legal; ou cumulativamente.

i) prolongar a execução de prisão § 5º Quando o abuso for cometido por


temporária, de pena ou de medida de agente de autoridade policial, civil ou
segurança, deixando de expedir em tempo militar, de qualquer categoria, poderá ser
oportuno ou de cumprir imediatamente cominada a pena autônoma ou acessória,
ordem de liberdade. (Incluído pela Lei nº de não poder o acusado exercer funções de
7.960, de 21/12/89) natureza policial ou militar no município da
culpa, por prazo de um a cinco anos.
Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos
desta lei, quem exerce cargo, emprego ou art. 7º recebida a representação em que for
função pública, de natureza civil, ou militar, solicitada a aplicação de sanção administrativa,
ainda que transitoriamente e sem remuneração. a autoridade civil ou militar competente
determinará a instauração de inquérito para
Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu apurar o fato.
autor à sanção administrativa civil e penal.
§ 1º O inquérito administrativo obedecerá
§ 1º A sanção administrativa será aplicada às normas estabelecidas nas leis municipais,
de acordo com a gravidade do abuso estaduais ou federais, civis ou militares, que
cometido e consistirá em: estabeleçam o respectivo processo.
a) advertência; § 2º não existindo no município no Estado
b) repreensão; ou na legislação militar normas reguladoras
do inquérito administrativo serão aplicadas
c) suspensão do cargo, função ou posto por supletivamente, as disposições dos arts.
prazo de cinco a cento e oitenta dias, com 219 a 225 da Lei nº 1.711, de 28 de outubro
perda de vencimentos e vantagens; de 1952 (Estatuto dos Funcionários Públicos
Civis da União).
d) destituição de função;
§ 3º O processo administrativo não poderá
e) demissão; ser sobrestado para o fim de aguardar a
decisão da ação penal ou civil.

www.acasadoconcurseiro.com.br 547
Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao
funcional da autoridade civil ou militar. invés de apresentar a denúncia requerer o
arquivamento da representação, o Juiz, no
Art. 9º Simultaneamente com a representação caso de considerar improcedentes as razões
dirigida à autoridade administrativa ou invocadas, fará remessa da representação ao
independentemente dela, poderá ser promovida Procurador-Geral e este oferecerá a denúncia,
pela vítima do abuso, a responsabilidade civil ou ou designará outro órgão do Ministério Público
penal ou ambas, da autoridade culpada. para oferecê-la ou insistirá no arquivamento, ao
Art. 10. Vetado qual só então deverá o Juiz atender.

Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não
do Código de Processo Civil. oferecer a denúncia no prazo fixado nesta
lei, será admitida ação privada. O órgão do
Art. 12. A ação penal será iniciada, independen- Ministério Público poderá, porém, aditar
temente de inquérito policial ou justificação por a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia
denúncia do Ministério Público, instruída com a substitutiva e intervir em todos os termos do
representação da vítima do abuso. processo, interpor recursos e, a todo tempo, no
caso de negligência do querelante, retomar a
Art. 13. Apresentada ao Ministério Público
ação como parte principal.
a representação da vítima, aquele, no prazo
de quarenta e oito horas, denunciará o réu, Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro
desde que o fato narrado constitua abuso de do prazo de quarenta e oito horas, proferirá
autoridade, e requererá ao Juiz a sua citação, despacho, recebendo ou rejeitando a denúncia.
e, bem assim, a designação de audiência de
instrução e julgamento. § 1º No despacho em que receber a
denúncia, o Juiz designará, desde logo,
§ 1º A denúncia do Ministério Público será dia e hora para a audiência de instrução
apresentada em duas vias. e julgamento, que deverá ser realizada,
improrrogavelmente. dentro de cinco dias.
Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de
autoridade houver deixado vestígios o ofendido § 2º A citação do réu para se ver processar,
ou o acusado poderá: até julgamento final e para comparecer
à audiência de instrução e julgamento,
a) promover a comprovação da existência
será feita por mandado sucinto que,
de tais vestígios, por meio de duas
será acompanhado da segunda via da
testemunhas qualificadas;
representação e da denúncia.
b) requerer ao Juiz, até setenta e duas
Art. 18. As testemunhas de acusação e
horas antes da audiência de instrução e
defesa poderão ser apresentada em juízo,
julgamento, a designação de um perito para
independentemente de intimação.
fazer as verificações necessárias.
Parágrafo único. Não serão deferidos
§ 1º O perito ou as testemunhas farão o
pedidos de precatória para a audiência
seu relatório e prestarão seus depoimentos
ou a intimação de testemunhas ou,
verbalmente, ou o apresentarão por escrito,
salvo o caso previsto no artigo 14, letra
querendo, na audiência de instrução e
"b", requerimentos para a realização de
julgamento.
diligências, perícias ou exames, a não
§ 2º No caso previsto na letra a deste artigo ser que o Juiz, em despacho motivado,
a representação poderá conter a indicação considere indispensáveis tais providências.
de mais duas testemunhas.

548 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal – Lei do Crime de Abuso de Autoridade – Prof. Joerberth Nunes

Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o advogado que houver subscrito a queixa, o
porteiro dos auditórios ou o oficial de justiça advogado ou defensor do réu e o escrivão.
declare aberta a audiência, apregoando em
seguida o réu, as testemunhas, o perito, o Art. 27. Nas comarcas onde os meios de
representante do Ministério Público ou o transporte forem difíceis e não permitirem a
advogado que tenha subscrito a queixa e o observância dos prazos fixados nesta lei, o juiz
advogado ou defensor do réu. poderá aumentá-las, sempre motivadamente,
até o dobro.
Parágrafo único. A audiência somente
deixará de realizar-se se ausente o Juiz. Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as
normas do Código de Processo Penal, sempre
Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada que compatíveis com o sistema de instrução e
o Juiz não houver comparecido, os presentes julgamento regulado por esta lei.
poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar
do livro de termos de audiência. Parágrafo único. Das decisões, despachos e
sentenças, caberão os recursos e apelações
Art. 21. A audiência de instrução e julgamento previstas no Código de Processo Penal.
será pública, se contrariamente não dispuser
o Juiz, e realizar-se-á em dia útil, entre dez Art. 29. Revogam-se as disposições em contrá-
(10) e dezoito (18) horas, na sede do Juízo ou, rio.
excepcionalmente, no local que o Juiz designar.
Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a
qualificação e o interrogatório do réu, se estiver
presente.
Parágrafo único. Não comparecendo o
réu nem seu advogado, o Juiz nomeará
imediatamente defensor para funcionar
na audiência e nos ulteriores termos do
processo.
Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o
perito, o Juiz dará a palavra sucessivamente, ao
Ministério Público ou ao advogado que houver
subscrito a queixa e ao advogado ou defensor
do réu, pelo prazo de quinze minutos para cada
um, prorrogável por mais dez (10), a critério do
Juiz.
Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá
imediatamente a sentença.
Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão
lavrará no livro próprio, ditado pelo Juiz, termo
que conterá, em resumo, os depoimentos
e as alegações da acusação e da defesa, os
requerimentos e, por extenso, os despachos e
a sentença.
Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o
representante do Ministério Público ou o

www.acasadoconcurseiro.com.br 549
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

PROFESSOR JOERBERTH NUNES

LEI 4898/65
(CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE)

1. CONCEITO : É UM CRIME FUNCIONAL, PRATICADO POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO


(AUTORIDADE) CONTRA A ADMINSITRAÇÃO PÚBLICA, SENDO A CONDIÇÃO DE AUTORIDADE
PÚBLICA UMA ALEMENTAR DO TIPO PENAL.

2. SUJEITO ATIVO : ART. 5º; CRIME PRÓPRIO; NÃO SE CONFUNDE COM O CONCEITO DE
FUNCIONÁRIO PÚBLICO DO ART. 327, CP.; CABE CONCURSO DE PESSOAS COM PARTICULAR,
NOS TERMOS DO ART. 30, CP;

3. SUJEITO PASSIVO : DIRETO/INDIRETO

4. ELEMENTOS DO TIPO PENAL : SUJEITO ATIVO/PASSIVO; OBJETO JURÍDICO; OBJETO


MATERIAL; MATERIALIDADE;

5. TIPOS PENAIS EM ESPÉCIE : ARTS. 3º (CRIME DE ATENTADO) E 4º; LEMBRAR QUE O ART. 4º,
“d”, LEI 4898/65 É UM CRIME DE MÃO PRÓPRIA;

6. SANÇÃO PENAL : ART. 6º E PARÁGRAFOS 3º, 4º, 5º;

7. ESPÉCIE DE AÇÃO PENAL : PÚBLICA INCONDICIONADA : ARTS. 2º E 12, LEI 4898/65;

8. PROCEDIMENTO : ARTS. 7º EM DIANTE :ESPECIAL, CONTUDO, COMMO ADVENTO DA LEI


9099/95, ALTERADA PELA LEI 11313/06, SEGUE RITO SUMARÍSSIMO;

9. EM RELAÇÃO AOS ARTS. 230 A 232, LEI 8069/90, ESTA É LEI ESPECIAL, DADO O PRINCÍPIO
DA ESPECIALIDADE;

550 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal

Professor Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal

MATERIAL DE LEGISLAÇÃO

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL nºs IV e V, quando as leis especiais que os


regulam não dispuserem de modo diverso.
Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á
LIVRO I desde logo, sem prejuízo da validade dos atos
realizados sob a vigência da lei anterior.
DO PROCESSO EM GERAL
Art. 3º A lei processual penal admitirá
interpretação extensiva e aplicação analógica,
bem como o suplemento dos princípios gerais
TÍTULO I de direito.

Disposições Preliminares
Art. 1º O processo penal reger-se-á, em MATERIAL DE APOIO
todo o território brasileiro, por este Código,
ressalvados: 1 – Fontes do Direito Processual Penal:
as fontes materiais são aquelas
I – os tratados, as convenções e regras de
onde derivam as regras processuais,
direito internacional;
no caso, art. 22, I, CF. Já as fontes
II – as prerrogativas constitucionais do formais, tratam-se do fato de que o
Presidente da República, dos ministros direito processual penal deve estar
de Estado, nos crimes conexos com os do previsto em lei ordinária, podendo,
Presidente da República, e dos ministros do haver, lei complementar e emendas à
Supremo Tribunal Federal, nos crimes de Constituição.
responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89,
§ 2º, e 100); 2 – Interpretação da lei processual penal :
o art. 3º, CPP rege esta interpretação.
III – os processos da competência da Justiça
São formas de interpretação : literal
Militar;
(procura-se o significado das palavras
IV – os processos da competência do no texto legal); restritiva (restringe o
tribunal especial (Constituição, art. 122, no significado das palavras no texto legal);
17); extensiva (amplia-se o significado das
expressões para dar maior alcance
V – os processos por crimes de imprensa. ao texto legal); analógica (utiliza-se
Vide ADPF nº 130. de outros termos na lei para melhor
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, interpretar uma expressão legal);
este Código aos processos referidos nos teleológica-sistemática (verifica-se o

www.acasadoconcurseiro.com.br 553
real significado da norma no contexto
jurídico, dentro do seu fim legal). Não se
confunde com analogia que é um meio
de integração da norma, ante o silêncio
da legislação sobre determinado
assunto. No caso, utiliza-se a analogia
para integrar uma situação não prevista
na lei aos termos da legislação.

3 – Aplicação da lei processual penal


no espaço: art. 1º, CPP. Princípio da
territorialidade (ver exceções no artigo
citado).

4 – Aplicação da lei processual penal no


tempo: art. 2º, CPP. Princípio do efeito
imediato. Já em sendo uma norma
processual penal de caráter material,
aplica-se a regra da retroatividade se
for mais benéfica ao réu, art. 5º, XL, CF.
(diferenciar norma processual penal de
norma processual penal de natureza
material para tanto).

554 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal

Inquérito Policial

Título II § 3º Qualquer pessoa do povo que tiver


conhecimento da existência de infração
DO INQUÉRITO POLICIAL penal em que caiba ação pública poderá,
verbalmente ou por escrito, comunicá-la
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas à autoridade policial, e esta, verificada a
autoridades policiais no território de suas procedência das informações, mandará
respectivas circunscrições e terá por fim a instaurar inquérito.
apuração das infrações penais e da sua autoria. 
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação
Parágrafo único. A competência definida pública depender de representação, não
neste artigo não excluirá a de autoridades poderá sem ela ser iniciado.
administrativas, a quem por lei seja
§ 5º Nos crimes de ação privada, a
cometida a mesma função.
autoridade policial somente poderá
Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito proceder a inquérito a requerimento de
policial será iniciado: quem tenha qualidade para intentá-la.
I – de ofício; Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática
da infração penal, a autoridade policial deverá:
II – mediante requisição da autoridade
judiciária ou do Ministério Público, ou a I – dirigir-se ao local, providenciando para
requerimento do ofendido ou de quem que não se alterem o estado e conservação
tiver qualidade para representá-lo. das coisas, até a chegada dos peritos
criminais;
§ 1º O requerimento a que se refere o no II
conterá sempre que possível: II – apreender os objetos que tiverem
relação com o fato, após liberados pelos
a) a narração do fato, com todas as peritos criminais;
circunstâncias;
III – colher todas as provas que servirem
b) a individualização do indiciado ou para o esclarecimento do fato e suas
seus sinais característicos e as razões de circunstâncias;
convicção ou de presunção de ser ele
o autor da infração, ou os motivos de IV – ouvir o ofendido;
impossibilidade de o fazer;
V – ouvir o indiciado, com observância, no
c) a nomeação das testemunhas, com que for aplicável, do disposto no Capítulo
indicação de sua profissão e residência. III do Título Vll, deste Livro, devendo o
respectivo termo ser assinado por duas
§ 2º Do despacho que indeferir o requeri- testemunhas que Ihe tenham ouvido a
mento de abertura de inquérito caberá re- leitura;
curso para o chefe de Polícia.

www.acasadoconcurseiro.com.br 555
VI – proceder a reconhecimento de pessoas § 3º Quando o fato for de difícil elucidação,
e coisas e a acareações; e o indiciado estiver solto, a autoridade
poderá requerer ao juiz a devolução dos
VII – determinar, se for caso, que se proceda autos, para ulteriores diligências, que serão
a exame de corpo de delito e a quaisquer realizadas no prazo marcado pelo juiz.
outras perícias;
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem
VIII – ordenar a identificação do indiciado como os objetos que interessarem à prova,
pelo processo datiloscópico, se possível, acompanharão os autos do inquérito.
e fazer juntar aos autos sua folha de
antecedentes; Art. 12. O inquérito policial acompanhará a
denúncia ou queixa, sempre que servir de base
IX – averiguar a vida pregressa do indiciado, a uma ou outra.
sob o ponto de vista individual, familiar e
social, sua condição econômica, sua atitude Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:
e estado de ânimo antes e depois do crime
e durante ele, e quaisquer outros elementos I – fornecer às autoridades judiciárias as
que contribuírem para a apreciação do seu informações necessárias à instrução e
temperamento e caráter. julgamento dos processos;

Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver II – realizar as diligências requisitadas pelo


a infração sido praticada de determinado juiz ou pelo Ministério Público;
modo, a autoridade policial poderá proceder à III – cumprir os mandados de prisão
reprodução simulada dos fatos, desde que esta expedidos pelas autoridades judiciárias;
não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
IV – representar acerca da prisão preventiva.
Art. 8º Havendo prisão em flagrante, será
observado o disposto no Capítulo II do Título IX Art. 14. O ofendido, ou seu representante
deste Livro. legal, e o indiciado poderão requerer qualquer
diligência, que será realizada, ou não, a juízo da
Art. 9º Todas as peças do inquérito policial autoridade.
serão, num só processado, reduzidas a escrito
ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á
autoridade. nomeado curador pela autoridade policial.

Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo Art. 16. O Ministério Público não poderá
de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em requerer a devolução do inquérito à autoridade
flagrante, ou estiver preso preventivamente, policial, senão para novas diligências,
contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.
em que se executar a ordem de prisão, ou no
Art. 17. A autoridade policial não poderá
prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante
mandar arquivar autos de inquérito.
fiança ou sem ela.
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório
inquérito pela autoridade judiciária, por falta
do que tiver sido apurado e enviará autos
de base para a denúncia, a autoridade policial
ao juiz competente.
poderá proceder a novas pesquisas, se de outras
§ 2º No relatório poderá a autoridade provas tiver notícia.
indicar testemunhas que não tiverem sido
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação
inquiridas, mencionando o lugar onde
pública, os autos do inquérito serão remetidos
possam ser encontradas.
ao juízo competente, onde aguardarão a

556 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal – Inquérito Policial – Prof. Joerberth Nunes

iniciativa do ofendido ou de seu representante do órgão do Ministério Público, respeitado,


legal, ou serão entregues ao requerente, se o em qualquer hipótese, o disposto no artigo
pedir, mediante traslado. 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos
Advogados do Brasil (Lei nº 4.215, de 27 de
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o abril de 1963) 
sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido
pelo interesse da sociedade. Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em
que houver mais de uma circunscrição policial, a
Parágrafo único. Nos atestados de antece- autoridade com exercício em uma delas poderá,
dentes que lhe forem solicitados, a autori- nos inquéritos a que esteja procedendo, orde-
dade policial não poderá mencionar quais- nar diligências em circunscrição de outra, inde-
quer anotações referentes a instauração de pendentemente de precatórias ou requisições,
inquérito contra os requerentes.  e bem assim providenciará, até que compareça
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado a autoridade competente, sobre qualquer fato
dependerá sempre de despacho nos autos e que ocorra em sua presença, noutra circunscri-
somente será permitida quando o interesse da ção.
sociedade ou a conveniência da investigação o Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inqué-
exigir. rito ao juiz competente, a autoridade policial
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que oficiará ao Instituto de Identificação e Estatís-
não excederá de três dias, será decretada tica, ou repartição congênere, mencionando o
por despacho fundamentado do Juiz, a juízo a que tiverem sido distribuídos, e os dados
requerimento da autoridade policial, ou relativos à infração penal e à pessoa do indicia-
do.

Arts. 4º a 23 do CPP e art. 5º, CF


1. Inquérito policial NÃO é processo. É procedimento administrativo
2. Atribuições da PF e PC: art. 144, CF
3. Caráter inquisitorial: não aplica-se o contraditório em ampla defesa: art. 5º, LV, CF. Nada
obsta que a defesa formule requerimentos à Autoridade Policial. art. 14 do CPP.
4. Vícios ou irregularidades: não afetam a ação penal
5. Valor probatório: caráter informativo
6. Sigilo: art 20, CPP e art 7º, XIV, lei nº 8.906/94: não se estende aos advogados; Súmula
Vinculante nº 14 do STF
7. Incomunicabilidade: art. 21 do CPP e art 136, parágrafo 3º, IV, CF
8. Arquivamento: art. 17 do CPP e Súmula 524 do STF
9. Identificação criminal: art. 5º, LVIII, CF; art. 6º, VIII, CPP;
10. Prazos: art. 10 do CPP (regra geral), lei 5010/66 (art. 66): Justiça Federal, art. 51, lei nº
1.1343/06.
11. Exclusividade: art. 4º, parágrafo único do CPP
12. Escrito: art. 9º do CPP
13. Formas de instauração: art. 5º do CPP e parágrafos 4º e 5º
14. Recurso administrativo: art. 5º, parágrafo 2º do CPP
15. art. 5º, CF: ler os principais incisos em matéria penal (XLV, XLVI, XLVII, XLIX, L, LIII, LIV, LV,
LVI, LVII, LIX, LXI, LXII, LXIII, LXIV, LXV, LXVII, LXVIII)

www.acasadoconcurseiro.com.br 557
558
Cr
im
e
I nq

Direito Penal

Código Penal
rit
o Po
Ju li
iz cia
l
M
ini
sté
rio
De Pú
nú b lic
nc
ia o
Re
ce
b eD
Cit en
a çã ún
o cia
Re
s po
sta
à
Linha do Tempo

Ab Ac
so us

lvi ão
çã
Au o

www.acasadoconcurseiro.com.br
Su
e J diên má
ulg ci ria
am a d
Se en e In
to st
nt
en ru
çã
Re ça o
cu
Direito Processual Penal

Código de Processo Penal

rso
Ex s
ec

ão
da
Pe
na
Direito Processual Penal

Ação Penal

Título III quaisquer peças de informação, o juiz, no


caso de considerar improcedentes as razões
DA AÇÃO PENAL invocadas, fará remessa do inquérito ou peças
de informação ao procurador-geral, e este
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta oferecerá a denúncia, designará outro órgão do
será promovida por denúncia do Ministério Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá
Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, no pedido de arquivamento, ao qual só então
de requisição do Ministro da Justiça, ou de estará o juiz obrigado a atender.
representação do ofendido ou de quem tiver
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes
qualidade para representá-lo.
de ação pública, se esta não for intentada no
§ 1º No caso de morte do ofendido ou prazo legal, cabendo ao Ministério Público
quando declarado ausente por decisão aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia
judicial, o direito de representação passará substitutiva, intervir em todos os termos do
ao cônjuge, ascendente, descendente ou processo, fornecer elementos de prova, interpor
irmão. (Parágrafo único renumerado pela recurso e, a todo tempo, no caso de negligência
Lei nº 8.699, de 27.8.1993) do querelante, retomar a ação como parte
principal.
§ 2º Seja qual for o crime, quando praticado
em detrimento do patrimônio ou interesse Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade
da União, Estado e Município, a ação penal para representá-lo caberá intentar a ação
será pública. (Incluído pela Lei nº 8.699, de privada.
27.8.1993)
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou
Art. 25. A representação será irretratável, quando declarado ausente por decisão judicial,
depois de oferecida a denúncia. o direito de oferecer queixa ou prosseguir
na ação passará ao cônjuge, ascendente,
Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será descendente ou irmão.
iniciada com o auto de prisão em flagrante ou
por meio de portaria expedida pela autoridade Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a
judiciária ou policial. requerimento da parte que comprovar a sua
pobreza, nomeará advogado para promover a
Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá ação penal.
provocar a iniciativa do Ministério Público, nos
casos em que caiba a ação pública, fornecendo- § 1º Considerar-se-á pobre a pessoa que
lhe, por escrito, informações sobre o fato e não puder prover às despesas do processo,
a autoria e indicando o tempo, o lugar e os sem privar-se dos recursos indispensáveis
elementos de convicção. ao próprio sustento ou da família.
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao § 2º Será prova suficiente de pobreza o
invés de apresentar a denúncia, requerer atestado da autoridade policial em cuja
o arquivamento do inquérito policial ou de circunscrição residir o ofendido.

www.acasadoconcurseiro.com.br 559
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 (dezoito) § 1º A representação feita oralmente ou por
anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado escrito, sem assinatura devidamente auten-
mental, e não tiver representante legal, ou ticada do ofendido, de seu representante
colidirem os interesses deste com os daquele, legal ou procurador, será reduzida a termo,
o direito de queixa poderá ser exercido por perante o juiz ou autoridade policial, pre-
curador especial, nomeado, de ofício ou a sente o órgão do Ministério Público, quan-
requerimento do Ministério Público, pelo juiz do a este houver sido dirigida.
competente para o processo penal.
§ 2º A representação conterá todas as
Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 (vinte e informações que possam servir à apuração
um) e maior de 18 (dezoito) anos, o direito de do fato e da autoria.
queixa poderá ser exercido por ele ou por seu
representante legal. § 3º Oferecida ou reduzida a termo a repre-
sentação, a autoridade policial procederá a
Art. 35. (Revogado pela Lei nº 9.520, de inquérito, ou, não sendo competente, re-
27.11.1997) metê-lo-á à autoridade que o for.
Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com § 4º A representação, quando feita ao juiz
direito de queixa, terá preferência o cônjuge, e, ou perante este reduzida a termo, será
em seguida, o parente mais próximo na ordem remetida à autoridade policial para que esta
de enumeração constante do art. 31, podendo, proceda a inquérito.
entretanto, qualquer delas prosseguir na ação,
caso o querelante desista da instância ou a § 5º O órgão do Ministério Público dispen-
abandone. sará o inquérito, se com a representação fo-
rem oferecidos elementos que o habilitem
Art. 37. As fundações, associações ou sociedades a promover a ação penal, e, neste caso, ofe-
legalmente constituídas poderão exercer a ação recerá a denúncia no prazo de quinze dias.
penal, devendo ser representadas por quem os
respectivos contratos ou estatutos designarem Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que
ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou conhecerem, os juízes ou tribunais verificarem a
sócios-gerentes. existência de crime de ação pública, remeterão
ao Ministério Público as cópias e os documentos
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o necessários ao oferecimento da denúncia.
ofendido, ou seu representante legal, decairá
no direito de queixa ou de representação, se Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a
não o exercer dentro do prazo de seis meses, exposição do fato criminoso, com todas as suas
contado do dia em que vier a saber quem é o circunstâncias, a qualificação do acusado ou
autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia esclarecimentos pelos quais se possa identificá-
em que se esgotar o prazo para o oferecimento lo, a classificação do crime e, quando necessário,
da denúncia. o rol das testemunhas.

Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir
do direito de queixa ou representação, da ação penal.
dentro do mesmo prazo, nos casos dos arts. Art. 43. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).
24, parágrafo único, e 31.
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador
Art. 39. O direito de representação poderá ser com poderes especiais, devendo constar do
exercido, pessoalmente ou por procurador com instrumento do mandato o nome do querelante
poderes especiais, mediante declaração, escrita e a menção do fato criminoso, salvo quando
ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério tais esclarecimentos dependerem de diligências
Público, ou à autoridade policial.

560 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal – Ação Penal – Prof. Joerberth Nunes

que devem ser previamente requeridas no juízo representante legal ou procurador com poderes
criminal. especiais.
Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal for Parágrafo único. A renúncia do represen-
privativa do ofendido, poderá ser aditada pelo tante legal do menor que houver comple-
Ministério Público, a quem caberá intervir em tado 18 (dezoito) anos não privará este do
todos os termos subseqüentes do processo. direito de queixa, nem a renúncia do último
excluirá o direito do primeiro.
Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia,
estando o réu preso, será de 5 dias, contado Art. 51. O perdão concedido a um dos
da data em que o órgão do Ministério Público querelados aproveitará a todos, sem que
receber os autos do inquérito policial, e de 15 produza, todavia, efeito em relação ao que o
dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No recusar.
último caso, se houver devolução do inquérito à
autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e
da data em que o órgão do Ministério Público maior de 18 anos, o direito de perdão poderá
receber novamente os autos. ser exercido por ele ou por seu representante
legal, mas o perdão concedido por um, havendo
§ 1º Quando o Ministério Público dispensar oposição do outro, não produzirá efeito.
o inquérito policial, o prazo para o
oferecimento da denúncia contar-se-á da Art. 53. Se o querelado for mentalmente en-
data em que tiver recebido as peças de fermo ou retardado mental e não tiver repre-
informações ou a representação sentante legal, ou colidirem os interesses deste
com os do querelado, a aceitação do perdão ca-
§ 2º O prazo para o aditamento da queixa berá ao curador que o juiz Ihe nomear.
será de 3 dias, contado da data em que o
órgão do Ministério Público receber os Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos,
autos, e, se este não se pronunciar dentro observar-se-á, quanto à aceitação do perdão, o
do tríduo, entender-se-á que não tem o que disposto no art. 52.
aditar, prosseguindo-se nos demais termos Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procu-
do processo. rador com poderes especiais.
Art. 47. Se o Ministério Público julgar neces- Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual
sários maiores esclarecimentos e documentos expresso o disposto no art. 50.
complementares ou novos elementos de con-
vicção, deverá requisitá-los, diretamente, de Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito ad-
quaisquer autoridades ou funcionários que de- mitirão todos os meios de prova.
vam ou possam fornecê-los.
Art. 58. Concedido o perdão, mediante decla-
Art. 48. A queixa contra qualquer dos ração expressa nos autos, o querelado será in-
autores do crime obrigará ao processo de timado a dizer, dentro de três dias, se o aceita,
todos, e o Ministério Público velará pela sua devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de
indivisibilidade. que o seu silêncio importará aceitação.

Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz
queixa, em relação a um dos autores do crime, a julgará extinta a punibilidade.
todos se estenderá.
Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo
Art. 50. A renúncia expressa constará de constará de declaração assinada pelo querelado,
declaração assinada pelo ofendido, por seu por seu representante legal ou procurador com
poderes especiais.

www.acasadoconcurseiro.com.br 561
Art. 60. Nos casos em que somente se procede da reparação do dano, o ofendido, seu
mediante queixa, considerar-se-á perempta a representante legal ou seus herdeiros.
ação penal:
Parágrafo único. Transitada em julgado a
I – quando, iniciada esta, o querelante sentença condenatória, a execução poderá
deixar de promover o andamento do ser efetuada pelo valor fixado nos termos do
processo durante 30 dias seguidos; inciso IV do caput do art. 387 deste Código
sem prejuízo da liquidação para a apuração
II – quando, falecendo o querelante, do dano efetivamente sofrido. (Incluído
ou sobrevindo sua incapacidade, não pela Lei nº 11.719, de 2008).
comparecer em juízo, para prosseguir no
processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo
dias, qualquer das pessoas a quem couber anterior, a ação para ressarcimento do dano
fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; poderá ser proposta no juízo cível, contra o autor
do crime e, se for caso, contra o responsável
III – quando o querelante deixar de civil. (Vide Lei nº 5.970, de 1973)
comparecer, sem motivo justificado, a
qualquer ato do processo a que deva estar Parágrafo único. Intentada a ação penal, o
presente, ou deixar de formular o pedido de juiz da ação civil poderá suspender o curso
condenação nas alegações finais; desta, até o julgamento definitivo daquela.
IV – quando, sendo o querelante pessoa Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença
jurídica, esta se extinguir sem deixar penal que reconhecer ter sido o ato praticado
sucessor. em estado de necessidade, em legítima defesa,
em estrito cumprimento de dever legal ou no
Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, exercício regular de direito.
se reconhecer extinta a punibilidade, deverá
declará-lo de ofício. Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no
juízo criminal, a ação civil poderá ser proposta
Parágrafo único. No caso de requerimento quando não tiver sido, categoricamente,
do Ministério Público, do querelante ou do reconhecida a inexistência material do fato.
réu, o juiz mandará autuá-lo em apartado,
ouvirá a parte contrária e, se o julgar Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura
conveniente, concederá o prazo de cinco da ação civil:
dias para a prova, proferindo a decisão
dentro de cinco dias ou reservando-se para I – o despacho de arquivamento do
apreciar a matéria na sentença final. inquérito ou das peças de informação;

Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz II – a decisão que julgar extinta a
somente à vista da certidão de óbito, e depois punibilidade;
de ouvido o Ministério Público, declarará extinta III – a sentença absolutória que decidir que
a punibilidade. o fato imputado não constitui crime.
Art. 68. Quando o titular do direito à reparação
Título IV do dano for pobre (art. 32, §§ 1º e 2º), a
execução da sentença condenatória (art. 63)
ou a ação civil (art. 64) será promovida, a seu
DA AÇÃO CIVIL
requerimento, pelo Ministério Público.
Art. 63. Transitada em julgado a sentença
condenatória, poderão promover-lhe
a execução, no juízo cível, para o efeito

562 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal – Ação Penal – Prof. Joerberth Nunes

CÓDIGO PENAL Decadência do direito de queixa ou de


representação
Título VII Art. 103. Salvo disposição expressa em
DA AÇÃO PENAL contrário, o ofendido decai do direito de queixa
ou de representação se não o exerce dentro do
Ação pública e de iniciativa privada prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que
Art. 100. A ação penal é pública, salvo quando veio a saber quem é o autor do crime, ou, no
a lei expressamente a declara privativa do caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia
ofendido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de em que se esgota o prazo para oferecimento da
11.7.1984) denúncia. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
§ 1º A ação pública é promovida pelo
Ministério Público, dependendo, quando Renúncia expressa ou tácita do direito de
a lei o exige, de representação do queixa
ofendido ou de requisição do Ministro da
Justiça. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de Art. 104. O direito de queixa não pode ser
11.7.1984) exercido quando renunciado expressa ou taci-
tamente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
§ 2º A ação de iniciativa privada é 11.7.1984)
promovida mediante queixa do ofendido ou
de quem tenha qualidade para representá- Parágrafo único. Importa renúncia tácita
lo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de ao direito de queixa a prática de ato
11.7.1984) incompatível com a vontade de exercê-lo;
não a implica, todavia, o fato de receber o
§ 3º A ação de iniciativa privada pode ofendido a indenização do dano causado
intentar-se nos crimes de ação pública, se pelo crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
o Ministério Público não oferece denúncia de 11.7.1984)
no prazo legal. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) Perdão do ofendido

§ 4º No caso de morte do ofendido ou de ter Art. 105. O perdão do ofendido, nos crimes
sido declarado ausente por decisão judicial, em que somente se procede mediante queixa,
o direito de oferecer queixa ou de prosseguir obsta ao prosseguimento da ação. (Redação
na ação passa ao cônjuge, ascendente, dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
descendente ou irmão. (Redação dada pela Art. 106. O perdão, no processo ou fora dele,
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) expresso ou tácito: (Redação dada pela Lei nº
A ação penal no crime complexo 7.209, de 11.7.1984)
Art. 101. Quando a lei considera como elemento I – se concedido a qualquer dos querelados,
ou circunstâncias do tipo legal fatos que, por si a todos aproveita; (Redação dada pela Lei
mesmos, constituem crimes, cabe ação pública nº 7.209, de 11.7.1984)
em relação àquele, desde que, em relação a
qualquer destes, se deva proceder por iniciativa II – se concedido por um dos ofendidos, não
do Ministério Público.   (Redação dada pela Lei prejudica o direito dos outros; (Redação
nº 7.209, de 11.7.1984) dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Irretratabilidade da representação III – se o querelado o recusa, não produz


efeito. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
Art. 102. A representação será irretratável 11.7.1984)
depois de oferecida a denúncia.  (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

www.acasadoconcurseiro.com.br 563
§ 1º Perdão tácito é o que resulta da prática II – pela anistia, graça ou indulto;
de ato incompatível com a vontade de
prosseguir na ação. (Redação dada pela Lei III – pela retroatividade de lei que não mais
nº 7.209, de 11.7.1984) considera o fato como criminoso;

§ 2º Não é admissível o perdão depois que IV – pela prescrição, decadência ou


passa em julgado a sentença condenatória. perempção;
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de V – pela renúncia do direito de queixa ou
11.7.1984) pelo perdão aceito, nos crimes de ação
privada;

Título VIII VI – pela retratação do agente, nos casos


em que a lei a admite;
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE VII – (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
Extinção da punibilidade VIII – (Revogado pela Lei nº 11.106, de
2005)
Art. 107. Extingue-se a punibilidade: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) IX – pelo perdão judicial, nos casos previstos
em lei.
I – pela morte do agente;

564 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal – Ação Penal – Prof. Joerberth Nunes

MATERIAL COMPLEMENTAR
AÇÃO PENAL E AÇÃO CIVIL EX DELICTO: art. 24 a 68 do CPP e art. 100 a 107, CP

1. Espécies e condições da ação penal:


•• Incondicionada: titular: MP (denúncia); independe da vontade da vítima; Ex.: art. 155, CP
•• Condicionada: titular: MP(denúncia); depende de vontade da vítima; Ex.: art. 130, Parágrafo
2º, CP; ou depende de requisição do Ministro da Justiça: Ex.: art. 145, parágrafo único do
CP.
•• Privada: titular: ofendido(queixa-crime); MP: fiscal da lei;
•• Exclusiva: art. 100, parágrafo 2º, CP; Ex.: art. 163 c/c art. 167, CP; aplica-se o art. 36,
CPP
•• Personalíssima: Ex.: art. 236, parágrafo único; não se aplica o art. 36, CPP
•• Subsidiária da Pública: inércia do MP; art. 5º, LIX,CF e art. 29, CPP

Linha do Tempo

o
çã
ru
o

ria
çã
co

to st
cia

sa

na
l

en e In

bli
cia

ún

cu

Pe

Su
oli

am a d
àA
en

da
oP

io

o
eD

ulg ci
ia

çã
ta
r

Re ça
s
e J diên

ão
sté
rit

rso
nc

ão

lvi
os
eb

en
e



im

ini

so

cu
sp
c
iz

nt
Au

ec
Re
Inq

Cit
Cr

De

Ab
M
Ju

Re

Se

Ex

Direito Processual Penal


Direito Penal

Código Penal Código de Processo Penal

•• condições genéricas da ação penal: possibilidade jurídica do pedido, interesse de agir e


legitimidade de parte;
•• condições específicas da açãoa penal: representação do ofendido ou requisição do Ministro
da Justiça nos crimes de ação penal pública condicionada.
2. Princípios da Ação Penal Pública:
•• obrigatoriedade
•• indisponibilidade: art. 42, CPP
•• oficialidade: art. 129, I, CF
•• divisibilidade: para alguns autores, vigora a indivisibilidade.

www.acasadoconcurseiro.com.br 565
3. Princípios da Ação Penal Privada:
•• oportunidade ou conveniência
•• disponibilidade: perdão (arts. 105 e 106, CP e arts. 51 e 52, CPP e art. 107, V, CP)
perempção: art. 60, CPP
•• indivisibilidade: arts. 48 e 49, CPP
4. Arquivamento do inquérito policial ou peças de informação: art. 28, CPP

5. Denúncia e queixa-crime: requisitos: art. 43, CPP

6. Representação (ação penal condicionada) e Requerimento (ação penal privada): arts. 25,
30, 31, 34,36,38,39, 44, CPP; prazo decadencial: não se suspende e não se interrompe;

7. Aditamento da queixa-crime: art. 45, CPP e renúncia ao direito de representação ou de


queixa-crime: independe do autor do fato; art. 107, V, CP

8. Ação Civil “ex delicto”: art. 63 a 68, CPP.

566 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

TÍTULO VII ritos oficiais, sendo as partes intimadas des-


ta decisão.
Da Prova § 5º Durante o curso do processo judicial, é
permitido às partes, quanto à perícia:
I – requerer a oitiva dos peritos para escla-
CAPÍTULO II recerem a prova ou para responderem a
DO EXAME DO CORPO DE DELITO, E quesitos, desde que o mandado de intima-
ção e os quesitos ou questões a serem es-
DAS PERÍCIAS EM GERAL
clarecidas sejam encaminhados com ante-
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, cedência mínima de 10 (dez) dias, podendo
será indispensável o exame de corpo de delito, apresentar as respostas em laudo comple-
direto ou indireto, não podendo supri-lo a con- mentar;
fissão do acusado. II – indicar assistentes técnicos que poderão
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras apresentar pareceres em prazo a ser fixado
perícias serão realizados por perito oficial, por- pelo juiz ou ser inquiridos em audiência.
tador de diploma de curso superior. § 6º Havendo requerimento das partes, o
§ 1º Na falta de perito oficial, o exame será material probatório que serviu de base à
realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, por- perícia será disponibilizado no ambiente do
tadoras de diploma de curso superior prefe- órgão oficial, que manterá sempre sua guar-
rencialmente na área específica, dentre as da, e na presença de perito oficial, para exa-
que tiverem habilitação técnica relacionada me pelos assistentes, salvo se for impossível
com a natureza do exame. a sua conservação.

§ 2º Os peritos não oficiais prestarão o com- § 7º Tratando-se de perícia complexa que


promisso de bem e fielmente desempenhar abranja mais de uma área de conhecimento
o encargo. especializado, poder-se-á designar a atua-
ção de mais de um perito oficial, e a parte
§ 3º Serão facultadas ao Ministério Público, indicar mais de um assistente técnico.
ao assistente de acusação, ao ofendido, ao
querelante e ao acusado a formulação de Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial,
quesitos e indicação de assistente técnico. onde descreverão minuciosamente o que exa-
minarem, e responderão aos quesitos formula-
§ 4º O assistente técnico atuará a partir de dos.
sua admissão pelo juiz e após a conclusão
dos exames e elaboração do laudo pelos pe- Parágrafo único. O laudo pericial será ela-
borado no prazo máximo de 10 dias, poden-

www.acasadoconcurseiro.com.br 567
do este prazo ser prorrogado, em casos ex- de testemunhas, lavrando-se auto de reconhe-
cepcionais, a requerimento dos peritos. cimento e de identidade, no qual se descreverá
o cadáver, com todos os sinais e indicações.
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser
feito em qualquer dia e a qualquer hora. Parágrafo único. Em qualquer caso, serão
arrecadados e autenticados todos os obje-
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis tos encontrados, que possam ser úteis para
horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela a identificação do cadáver.
evidência dos sinais de morte, julgarem que
possa ser feita antes daquele prazo, o que de- Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo
clararão no auto. de delito, por haverem desaparecido os vestí-
gios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a
Parágrafo único. Nos casos de morte vio- falta.
lenta, bastará o simples exame externo do
cadáver, quando não houver infração penal Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o pri-
que apurar, ou quando as lesões externas meiro exame pericial tiver sido incompleto, pro-
permitirem precisar a causa da morte e não ceder-se-á a exame complementar por deter-
houver necessidade de exame interno para minação da autoridade policial ou judiciária, de
a verificação de alguma circunstância rele- ofício, ou a requerimento do Ministério Público,
vante. do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
Art. 163. Em caso de exumação para exame ca- § 1º No exame complementar, os peritos
davérico, a autoridade providenciará para que, terão presente o auto de corpo de delito, a
em dia e hora previamente marcados, se realize fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.
a diligência, da qual se lavrará auto circunstan-
ciado. § 2º Se o exame tiver por fim precisar a clas-
sificação do delito no art. 129, § 1º, I, do
Parágrafo único. O administrador de cemi- Código Penal, deverá ser feito logo que de-
tério público ou particular indicará o lugar corra o prazo de 30 dias, contado da data do
da sepultura, sob pena de desobediência. crime.
No caso de recusa ou de falta de quem indi-
que a sepultura, ou de encontrar-se o cadá- § 3º A falta de exame complementar poderá
ver em lugar não destinado a inumações, a ser suprida pela prova testemunhal.
autoridade procederá às pesquisas necessá- Art. 169. Para o efeito de exame do local onde
rias, o que tudo constará do auto. houver sido praticada a infração, a autoridade
Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografa- providenciará imediatamente para que não se
dos na posição em que forem encontrados, bem altere o estado das coisas até a chegada dos pe-
como, na medida do possível, todas as lesões ritos, que poderão instruir seus laudos com fo-
externas e vestígios deixados no local do crime. tografias, desenhos ou esquemas elucidativos.

Art. 165. Para representar as lesões encontra- Parágrafo único. Os peritos registrarão, no
das no cadáver, os peritos, quando possível, laudo, as alterações do estado das coisas e
juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, discutirão, no relatório, as consequências
esquemas ou desenhos, devidamente rubrica- dessas alterações na dinâmica dos fatos.
dos. Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos
Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do guardarão material suficiente para a eventuali-
cadáver exumado, proceder-se-á ao reconheci- dade de nova perícia. Sempre que conveniente,
mento pelo Instituto de Identificação e Estatís- os laudos serão ilustrados com provas fotográ-
tica ou repartição congênere ou pela inquirição ficas, ou microfotográficas, desenhos ou esque-
mas.

568 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal – Meios de Prova – Prof. Joerberth Nunes

Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumen-
ou rompimento de obstáculo a subtração da tos empregados para a prática da infração, a fim
coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de se Ihes verificar a natureza e a eficiência.
de descrever os vestígios, indicarão com que
instrumentos, por que meios e em que época Art. 176. A autoridade e as partes poderão for-
presumem ter sido o fato praticado. mular quesitos até o ato da diligência.

Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à Art. 177. No exame por precatória, a nomeação
avaliação de coisas destruídas, deterioradas ou dos peritos far-se-á no juízo deprecado. Haven-
que constituam produto do crime. do, porém, no caso de ação privada, acordo das
partes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz
Parágrafo único. Se impossível a avaliação deprecante.
direta, os peritos procederão à avaliação
por meio dos elementos existentes nos au- Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das
tos e dos que resultarem de diligências. partes serão transcritos na precatória.

Art. 173. No caso de incêndio, os peritos veri- Art. 178. No caso do art. 159, o exame será re-
ficarão a causa e o lugar em que houver come- quisitado pela autoridade ao diretor da reparti-
çado, o perigo que dele tiver resultado para a ção, juntando-se ao processo o laudo assinado
vida ou para o patrimônio alheio, a extensão do pelos peritos.
dano e o seu valor e as demais circunstâncias Art. 179. No caso do § 1º do art. 159, o escri-
que interessarem à elucidação do fato. vão lavrará o auto respectivo, que será assinado
Art. 174. No exame para o reconhecimento de pelos peritos e, se presente ao exame, também
escritos, por comparação de letra, observar-se-á pela autoridade.
o seguinte: Parágrafo único. No caso do art. 160, pará-
I – a pessoa a quem se atribua ou se possa grafo único, o laudo, que poderá ser datilo-
atribuir o escrito será intimada para o ato, grafado, será subscrito e rubricado em suas
se for encontrada; folhas por todos os peritos.

II – para a comparação, poderão servir Art. 180. Se houver divergência entre os peritos,
quaisquer documentos que a dita pessoa serão consignadas no auto do exame as declara-
reconhecer ou já tiverem sido judicialmente ções e respostas de um e de outro, ou cada um
reconhecidos como de seu punho, ou sobre redigirá separadamente o seu laudo, e a autori-
cuja autenticidade não houver dúvida; dade nomeará um terceiro; se este divergir de
ambos, a autoridade poderá mandar proceder a
III – a autoridade, quando necessário, re- novo exame por outros peritos.
quisitará, para o exame, os documentos que
existirem em arquivos ou estabelecimentos Art. 181. No caso de inobservância de formali-
públicos, ou nestes realizará a diligência, se dades, ou no caso de omissões, obscuridades
daí não puderem ser retirados; ou contradições, a autoridade judiciária manda-
rá suprir a formalidade, complementar ou escla-
IV – quando não houver escritos para a recer o laudo.
comparação ou forem insuficientes os exi-
bidos, a autoridade mandará que a pessoa Parágrafo único. A autoridade poderá tam-
escreva o que Ihe for ditado. Se estiver au- bém ordenar que se proceda a novo exame,
sente a pessoa, mas em lugar certo, esta úl- por outros peritos, se julgar conveniente.
tima diligência poderá ser feita por precató- Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, po-
ria, em que se consignarão as palavras que dendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em
a pessoa será intimada a escrever. parte.

www.acasadoconcurseiro.com.br 569
Art. 183. Nos crimes em que não couber ação por videoconferência, nos termos do art.
pública, observar-se-á o disposto no art. 19. 217 deste Código;
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de IV – responder à gravíssima questão de or-
delito, o juiz ou a autoridade policial negará a dem pública.
perícia requerida pelas partes, quando não for
necessária ao esclarecimento da verdade. § 3º Da decisão que determinar a realização
de interrogatório por videoconferência, as
partes serão intimadas com 10 (dez) dias de
antecedência.
CAPÍTULO III § 4º Antes do interrogatório por videocon-
DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO ferência, o preso poderá acompanhar, pelo
mesmo sistema tecnológico, a realização
Art. 185. O acusado que comparecer perante a de todos os atos da audiência única de ins-
autoridade judiciária, no curso do processo pe- trução e julgamento de que tratam os arts.
nal, será qualificado e interrogado na presença 400, 411 e 531 deste Código.
de seu defensor, constituído ou nomeado.
§ 5º Em qualquer modalidade de interroga-
§ 1º O interrogatório do réu preso será re- tório, o juiz garantirá ao réu o direito de en-
alizado, em sala própria, no estabelecimen- trevista prévia e reservada com o seu defen-
to em que estiver recolhido, desde que sor; se realizado por videoconferência, fica
estejam garantidas a segurança do juiz, do também garantido o acesso a canais telefô-
membro do Ministério Público e dos auxilia- nicos reservados para comunicação entre o
res bem como a presença do defensor e a defensor que esteja no presídio e o advoga-
publicidade do ato. do presente na sala de audiência do Fórum,
§ 2º Excepcionalmente, o juiz, por decisão e entre este e o preso.
fundamentada, de ofício ou a requerimento § 6º A sala reservada no estabelecimento
das partes, poderá realizar o interrogatório prisional para a realização de atos proces-
do réu preso por sistema de videoconferên- suais por sistema de videoconferência será
cia ou outro recurso tecnológico de trans- fiscalizada pelos corregedores e pelo juiz de
missão de sons e imagens em tempo real, cada causa, como também pelo Ministério
desde que a medida seja necessária para Público e pela Ordem dos Advogados do
atender a uma das seguintes finalidades: Brasil.
I – prevenir risco à segurança pública, quan- § 7º Será requisitada a apresentação do réu
do exista fundada suspeita de que o preso preso em juízo nas hipóteses em que o in-
integre organização criminosa ou de que, terrogatório não se realizar na forma previs-
por outra razão, possa fugir durante o des- ta nos §§ 1º e 2º deste artigo.
locamento;
§ 8º Aplica-se o disposto nos §§ 2º, 3º, 4º e
II – viabilizar a participação do réu no refe- 5º deste artigo, no que couber, à realização
rido ato processual, quando haja relevante de outros atos processuais que dependam
dificuldade para seu comparecimento em da participação de pessoa que esteja presa,
juízo, por enfermidade ou outra circunstân- como acareação, reconhecimento de pesso-
cia pessoal; as e coisas, e inquirição de testemunha ou
III – impedir a influência do réu no ânimo tomada de declarações do ofendido.
de testemunha ou da vítima, desde que não
seja possível colher o depoimento destas

570 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal – Meios de Prova – Prof. Joerberth Nunes

§ 9º Na hipótese do § 8º deste artigo, fica to que com esta se relacione e tenha sido
garantido o acompanhamento do ato pro- apreendido;
cessual pelo acusado e seu defensor.
VII – todos os demais fatos e pormenores
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e que conduzam à elucidação dos anteceden-
cientificado do inteiro teor da acusação, o acu- tes e circunstâncias da infração;
sado será informado pelo juiz, antes de iniciar
o interrogatório, do seu direito de permanecer VIII – se tem algo mais a alegar em sua de-
calado e de não responder perguntas que lhe fesa.
forem formuladas. Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz
Parágrafo único. O silêncio, que não impor- indagará das partes se restou algum fato para
tará em confissão, não poderá ser interpre- ser esclarecido, formulando as perguntas cor-
tado em prejuízo da defesa. respondentes se o entender pertinente e rele-
vante.
Art. 187. O interrogatório será constituído de
duas partes: sobre a pessoa do acusado e sobre Art. 189. Se o interrogando negar a acusação,
os fatos. no todo ou em parte, poderá prestar esclareci-
mentos e indicar provas.
§ 1º Na primeira parte o interrogando será
perguntado sobre a residência, meios de Art. 190. Se confessar a autoria, será pergunta-
vida ou profissão, oportunidades sociais, do sobre os motivos e circunstâncias do fato e
lugar onde exerce a sua atividade, vida pre- se outras pessoas concorreram para a infração,
gressa, notadamente se foi preso ou pro- e quais sejam.
cessado alguma vez e, em caso afirmativo, Art. 191. Consignar-se-ão as perguntas que o
qual o juízo do processo, se houve suspen- réu deixar de responder e as razões que invocar
são condicional ou condenação, qual a pena para não fazê-lo.
imposta, se a cumpriu e outros dados fami-
liares e sociais. Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão
interrogados separadamente.
§ 2º Na segunda parte será perguntado so-
bre: Art. 192. O interrogatório do mudo, do surdo ou
do surdo-mudo será feito pela forma seguinte:
I – ser verdadeira a acusação que lhe é feita;
I – ao surdo serão apresentadas por escrito
II – não sendo verdadeira a acusação, se as perguntas, que ele responderá oralmen-
tem algum motivo particular a que atribuí- te;
-la, se conhece a pessoa ou pessoas a quem
deva ser imputada a prática do crime, e II – ao mudo as perguntas serão feitas oral-
quais sejam, e se com elas esteve antes da mente, respondendo-as por escrito;
prática da infração ou depois dela;
III – ao surdo-mudo as perguntas serão for-
III – onde estava ao tempo em que foi co- muladas por escrito e do mesmo modo dará
metida a infração e se teve notícia desta; as respostas.

IV – as provas já apuradas; Parágrafo único. Caso o interrogando não


saiba ler ou escrever, intervirá no ato, como
V – se conhece as vítimas e testemunhas já intérprete e sob compromisso, pessoa habi-
inquiridas ou por inquirir, e desde quando, e litada a entendê-lo.
se tem o que alegar contra elas;
VI – se conhece o instrumento com que
foi praticada a infração, ou qualquer obje-

www.acasadoconcurseiro.com.br 571
Art. 193. Quando o interrogando não falar a § 1º Se, intimado para esse fim, deixar de
língua nacional, o interrogatório será feito por comparecer sem motivo justo, o ofendido
meio de intérprete. poderá ser conduzido à presença da auto-
ridade.
Art. 194. (Revogado pela Lei nº 10.792, de
1º.12.2003) § 2º O ofendido será comunicado dos atos
processuais relativos ao ingresso e à saída
Art. 195. Se o interrogado não souber escrever, do acusado da prisão, à designação de data
não puder ou não quiser assinar, tal fato será para audiência e à sentença e respectivos
consignado no termo. acórdãos que a mantenham ou modifi-
Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a quem.
novo interrogatório de ofício ou a pedido funda- § 3º As comunicações ao ofendido deve-
mentado de qualquer das partes. rão ser feitas no endereço por ele indicado,
admitindo-se, por opção do ofendido, o uso
de meio eletrônico.
CAPÍTULO IV § 4º Antes do início da audiência e durante
DA CONFISSÃO a sua realização, será reservado espaço se-
parado para o ofendido.
Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos
critérios adotados para os outros elementos § 5º Se o juiz entender necessário, poderá
de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá encaminhar o ofendido para atendimento
confrontá-la com as demais provas do processo, multidisciplinar, especialmente nas áre-
verificando se entre ela e estas existe compati- as psicossocial, de assistência jurídica e de
bilidade ou concordância. saúde, a expensas do ofensor ou do Estado.

Art. 198. O silêncio do acusado não importará § 6º O juiz tomará as providências neces-
confissão, mas poderá constituir elemento para sárias à preservação da intimidade, vida
a formação do convencimento do juiz. privada, honra e imagem do ofendido, po-
dendo, inclusive, determinar o segredo de
Art. 199. A confissão, quando feita fora do in- justiça em relação aos dados, depoimentos
terrogatório, será tomada por termo nos autos, e outras informações constantes dos autos
observado o disposto no art. 195. a seu respeito para evitar sua exposição aos
meios de comunicação.
Art. 200. A confissão será divisível e retratável,
sem prejuízo do livre convencimento do juiz,
fundado no exame das provas em conjunto.
CAPÍTULO VI
DAS TESTEMUNHAS
CAPÍTULO V
Art. 202. Toda pessoa poderá ser testemunha.
DO OFENDIDO
Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de
Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será honra, a promessa de dizer a verdade do que
qualificado e perguntado sobre as circunstân- souber e Ihe for perguntado, devendo declarar
cias da infração, quem seja ou presuma ser o seu nome, sua idade, seu estado e sua residên-
seu autor, as provas que possa indicar, toman- cia, sua profissão, lugar onde exerce sua ativi-
do-se por termo as suas declarações. dade, se é parente, e em que grau, de alguma
das partes, ou quais suas relações com qualquer
delas, e relatar o que souber, explicando sempre

572 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal – Meios de Prova – Prof. Joerberth Nunes

as razões de sua ciência ou as circunstâncias pe- do o juiz adverti-las das penas cominadas ao fal-
las quais possa avaliar-se de sua credibilidade. so testemunho.
Art. 204. O depoimento será prestado oralmen- Parágrafo único. Antes do início da audiên-
te, não sendo permitido à testemunha trazê-lo cia e durante a sua realização, serão reser-
por escrito. vados espaços separados para a garantia da
incomunicabilidade das testemunhas.
Parágrafo único. Não será vedada à teste-
munha, entretanto, breve consulta a apon- Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentença final,
tamentos. reconhecer que alguma testemunha fez afirma-
ção falsa, calou ou negou a verdade, remeterá
Art. 205. Se ocorrer dúvida sobre a identidade cópia do depoimento à autoridade policial para
da testemunha, o juiz procederá à verificação a instauração de inquérito.
pelos meios ao seu alcance, podendo, entretan-
to, tomar-lhe o depoimento desde logo. Parágrafo único. Tendo o depoimento sido
prestado em plenário de julgamento, o juiz,
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da no caso de proferir decisão na audiência
obrigação de depor. Poderão, entretanto, recu- (art. 538, § 2º), o tribunal (art. 561), ou o
sar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o conselho de sentença, após a votação dos
afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desqui- quesitos, poderão fazer apresentar imedia-
tado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo tamente a testemunha à autoridade poli-
do acusado, salvo quando não for possível, por cial.
outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do
fato e de suas circunstâncias. Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas
partes diretamente à testemunha, não admitin-
Art. 207. São proibidas de depor as pessoas do o juiz aquelas que puderem induzir a respos-
que, em razão de função, ministério, ofício ou ta, não tiverem relação com a causa ou importa-
profissão, devam guardar segredo, salvo se, de- rem na repetição de outra já respondida.
sobrigadas pela parte interessada, quiserem dar
o seu testemunho. Parágrafo único. Sobre os pontos não es-
clarecidos, o juiz poderá complementar a
Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que inquirição.
alude o art. 203 aos doentes e deficientes men-
tais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha
às pessoas a que se refere o art. 206. manifeste suas apreciações pessoais, salvo
quando inseparáveis da narrativa do fato.
Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, pode-
rá ouvir outras testemunhas, além das indicadas Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as
pelas partes. partes poderão contraditar a testemunha ou
arguir circunstâncias ou defeitos, que a tornem
§ 1º Se ao juiz parecer conveniente, serão suspeita de parcialidade, ou indigna de fé. O
ouvidas as pessoas a que as testemunhas se juiz fará consignar a contradita ou arguição e a
referirem. resposta da testemunha, mas só excluirá a tes-
§ 2º Não será computada como testemunha temunha ou não Ihe deferirá compromisso nos
a pessoa que nada souber que interesse à casos previstos nos arts. 207 e 208.
decisão da causa. Art. 215. Na redação do depoimento, o juiz de-
Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada verá cingir-se, tanto quanto possível, às expres-
uma de per si, de modo que umas não saibam sões usadas pelas testemunhas, reproduzindo
nem ouçam os depoimentos das outras, deven- fielmente as suas frases.

www.acasadoconcurseiro.com.br 573
Art. 216. O depoimento da testemunha será § 1º O Presidente e o Vice-Presidente da Re-
reduzido a termo, assinado por ela, pelo juiz e pública, os presidentes do Senado Federal,
pelas partes. Se a testemunha não souber assi- da Câmara dos Deputados e do Supremo
nar, ou não puder fazê-lo, pedirá a alguém que o Tribunal Federal poderão optar pela pres-
faça por ela, depois de lido na presença de am- tação de depoimento por escrito, caso em
bos. que as perguntas, formuladas pelas partes e
deferidas pelo juiz, Ihes serão transmitidas
Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do por ofício.
réu poderá causar humilhação, temor, ou sério
constrangimento à testemunha ou ao ofendido, § 2º Os militares deverão ser requisitados à
de modo que prejudique a verdade do depoi- autoridade superior.
mento, fará a inquirição por videoconferência e,
somente na impossibilidade dessa forma, deter- § 3º Aos funcionários públicos aplicar-se-á
minará a retirada do réu, prosseguindo na inqui- o disposto no art. 218, devendo, porém, a
rição, com a presença do seu defensor. expedição do mandado ser imediatamente
comunicada ao chefe da repartição em que
Parágrafo único. A adoção de qualquer das servirem, com indicação do dia e da hora
medidas previstas no caput deste artigo de- marcados.
verá constar do termo, assim como os moti-
vos que a determinaram. Art. 222. A testemunha que morar fora da ju-
risdição do juiz será inquirida pelo juiz do lugar
Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemu- de sua residência, expedindo-se, para esse fim,
nha deixar de comparecer sem motivo justifica- carta precatória, com prazo razoável, intimadas
do, o juiz poderá requisitar à autoridade policial as partes.
a sua apresentação ou determinar seja condu-
zida por oficial de justiça, que poderá solicitar o § 1º A expedição da precatória não suspen-
auxílio da força pública. derá a instrução criminal.

Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha fal- § 2º Findo o prazo marcado, poderá reali-
tosa a multa prevista no art. 453, sem prejuízo zar-se o julgamento, mas, a todo tempo, a
do processo penal por crime de desobediência, precatória, uma vez devolvida, será junta
e condená-la ao pagamento das custas da dili- aos autos.
gência. § 3º Na hipótese prevista no caput deste
Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por enfer- artigo, a oitiva de testemunha poderá ser
midade ou por velhice, de comparecer para de- realizada por meio de videoconferência ou
por, serão inquiridas onde estiverem. outro recurso tecnológico de transmissão
de sons e imagens em tempo real, permi-
Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da tida a presença do defensor e podendo ser
República, os senadores e deputados federais, realizada, inclusive, durante a realização da
os ministros de Estado, os governadores de Es- audiência de instrução e julgamento.
tados e Territórios, os secretários de Estado, os
prefeitos do Distrito Federal e dos Municípios, Art. 222-A. As cartas rogatórias só serão expedi-
os deputados às Assembleias Legislativas Esta- das se demonstrada previamente a sua impres-
duais, os membros do Poder Judiciário, os minis- cindibilidade, arcando a parte requerente com
tros e juízes dos Tribunais de Contas da União, os custos de envio.
dos Estados, do Distrito Federal, bem como os Parágrafo único. Aplica-se às cartas roga-
do Tribunal Marítimo serão inquiridos em local, tórias o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 222
dia e hora previamente ajustados entre eles e o deste Código.
juiz.

574 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal – Meios de Prova – Prof. Joerberth Nunes

Art. 223. Quando a testemunha não conhecer a ao reconhecimento e por duas testemunhas
língua nacional, será nomeado intérprete para presenciais.
traduzir as perguntas e respostas.
Parágrafo único. O disposto no no III deste
Parágrafo único. Tratando-se de mudo, sur- artigo não terá aplicação na fase da instru-
do ou surdo-mudo, proceder-se-á na con- ção criminal ou em plenário de julgamento.
formidade do art. 192.
Art. 227. No reconhecimento de objeto, proce-
Art. 224. As testemunhas comunicarão ao juiz, der-se-á com as cautelas estabelecidas no artigo
dentro de um ano, qualquer mudança de resi- anterior, no que for aplicável.
dência, sujeitando-se, pela simples omissão, às
penas do não-comparecimento. Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a
efetuar o reconhecimento de pessoa ou de ob-
Art. 225. Se qualquer testemunha houver de jeto, cada uma fará a prova em separado, evi-
ausentar-se, ou, por enfermidade ou por velhi- tando-se qualquer comunicação entre elas.
ce, inspirar receio de que ao tempo da instrução
criminal já não exista, o juiz poderá, de ofício ou
a requerimento de qualquer das partes, tomar-
-lhe antecipadamente o depoimento. CAPÍTULO VIII
DA ACAREAÇÃO
Art. 229. A acareação será admitida entre acu-
CAPÍTULO VII sados, entre acusado e testemunha, entre tes-
DO RECONHECIMENTO DE PESSOAS E temunhas, entre acusado ou testemunha e a
COISAS pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas,
sempre que divergirem, em suas declarações,
Art. 226. Quando houver necessidade de fazer- sobre fatos ou circunstâncias relevantes.
-se o reconhecimento de pessoa, proceder-se-á Parágrafo único. Os acareados serão reper-
pela seguinte forma: guntados, para que expliquem os pontos de
I – a pessoa que tiver de fazer o reconheci- divergências, reduzindo-se a termo o ato de
mento será convidada a descrever a pessoa acareação.
que deva ser reconhecida; Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas
Il – a pessoa, cujo reconhecimento se pre- declarações divirjam das de outra, que esteja
tender, será colocada, se possível, ao lado presente, a esta se darão a conhecer os pontos
de outras que com ela tiverem qualquer da divergência, consignando-se no auto o que
semelhança, convidando-se quem tiver de explicar ou observar. Se subsistir a discordância,
fazer o reconhecimento a apontá-la; expedir-se-á precatória à autoridade do lugar
onde resida a testemunha ausente, transcreven-
III – se houver razão para recear que a pes- do-se as declarações desta e as da testemunha
soa chamada para o reconhecimento, por presente, nos pontos em que divergirem, bem
efeito de intimidação ou outra influência, como o texto do referido auto, a fim de que se
não diga a verdade em face da pessoa que complete a diligência, ouvindo-se a testemunha
deve ser reconhecida, a autoridade provi- ausente, pela mesma forma estabelecida para a
denciará para que esta não veja aquela; testemunha presente. Esta diligência só se reali-
zará quando não importe demora prejudicial ao
IV – do ato de reconhecimento lavrar-se-á
processo e o juiz a entenda conveniente.
auto pormenorizado, subscrito pela autori-
dade, pela pessoa chamada para proceder

www.acasadoconcurseiro.com.br 575
CAPÍTULO IX CAPÍTULO X
DOS DOCUMENTOS DOS INDÍCIOS
Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as par- Art. 239. Considera-se indício a circunstância
tes poderão apresentar documentos em qual- conhecida e provada, que, tendo relação com
quer fase do processo. o fato, autorize, por indução, concluir-se a exis-
tência de outra ou outras circunstâncias.
Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer
escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou
particulares.
Parágrafo único. À fotografia do documen- CAPÍTULO XI
to, devidamente autenticada, se dará o DA BUSCA E DA APREENSÃO
mesmo valor do original.
Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.
Art. 233. As cartas particulares, interceptadas
ou obtidas por meios criminosos, não serão ad- § 1º Proceder-se-á à busca domiciliar, quan-
mitidas em juízo. do fundadas razões a autorizarem, para:

Parágrafo único. As cartas poderão ser exi- a) prender criminosos;


bidas em juízo pelo respectivo destinatário, b) apreender coisas achadas ou obtidas por
para a defesa de seu direito, ainda que não meios criminosos;
haja consentimento do signatário.
c) apreender instrumentos de falsificação
Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de ou de contrafação e objetos falsificados ou
documento relativo a ponto relevante da acusa- contrafeitos;
ção ou da defesa, providenciará, independente-
mente de requerimento de qualquer das partes, d) apreender armas e munições, instrumen-
para sua juntada aos autos, se possível. tos utilizados na prática de crime ou desti-
nados a fim delituoso;
Art. 235. A letra e firma dos documentos par-
ticulares serão submetidas a exame pericial, e) descobrir objetos necessários à prova de
quando contestada a sua autenticidade. infração ou à defesa do réu;

Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, f) apreender cartas, abertas ou não, desti-
sem prejuízo de sua juntada imediata, serão, se nadas ao acusado ou em seu poder, quan-
necessário, traduzidos por tradutor público, ou, do haja suspeita de que o conhecimento do
na falta, por pessoa idônea nomeada pela auto- seu conteúdo possa ser útil à elucidação do
ridade. fato;

Art. 237. As públicas-formas só terão valor g) apreender pessoas vítimas de crimes;


quando conferidas com o original, em presença
h) colher qualquer elemento de convicção.
da autoridade.
§ 2º Proceder-se-á à busca pessoal quando
Art. 238. Os documentos originais, juntos a pro-
houver fundada suspeita de que alguém
cesso findo, quando não exista motivo relevan-
oculte consigo arma proibida ou objetos
te que justifique a sua conservação nos autos,
mencionados nas letras b a f e letra hdo pa-
poderão, mediante requerimento, e ouvido o
rágrafo anterior.
Ministério Público, ser entregues à parte que os
produziu, ficando traslado nos autos. Art. 241. Quando a própria autoridade policial
ou judiciária não a realizar pessoalmente, a bus-

576 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal – Meios de Prova – Prof. Joerberth Nunes

ca domiciliar deverá ser precedida da expedição § 3º Recalcitrando o morador, será permi-


de mandado. tido o emprego de força contra coisas exis-
tentes no interior da casa, para o descobri-
Art. 242. A busca poderá ser determinada de mento do que se procura.
ofício ou a requerimento de qualquer das par-
tes. § 4º Observar-se-á o disposto nos §§ 2º e
3º, quando ausentes os moradores, deven-
Art. 243. O mandado de busca deverá: do, neste caso, ser intimado a assistir à dili-
I – indicar, o mais precisamente possível, a gência qualquer vizinho, se houver e estiver
casa em que será realizada a diligência e o presente.
nome do respectivo proprietário ou mora- § 5º Se é determinada a pessoa ou coisa
dor; ou, no caso de busca pessoal, o nome que se vai procurar, o morador será intima-
da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais do a mostrá-la.
que a identifiquem;
§ 6º Descoberta a pessoa ou coisa que se procu-
II – mencionar o motivo e os fins da diligên- ra, será imediatamente apreendida e posta sob
cia; custódia da autoridade ou de seus agentes.
III – ser subscrito pelo escrivão e assinado § 7º Finda a diligência, os executores lavrarão
pela autoridade que o fizer expedir. auto circunstanciado, assinando-o com duas
§ 1º Se houver ordem de prisão, constará testemunhas presenciais, sem prejuízo do dis-
do próprio texto do mandado de busca. posto no § 4º.

§ 2º Não será permitida a apreensão de Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto no


documento em poder do defensor do acu- artigo anterior, quando se tiver de proceder a
sado, salvo quando constituir elemento do busca em compartimento habitado ou em apo-
corpo de delito. sento ocupado de habitação coletiva ou em
compartimento não aberto ao público, onde al-
Art. 244. A busca pessoal independerá de man- guém exercer profissão ou atividade.
dado, no caso de prisão ou quando houver fun-
dada suspeita de que a pessoa esteja na posse Art. 247. Não sendo encontrada a pessoa ou
de arma proibida ou de objetos ou papéis que coisa procurada, os motivos da diligência serão
constituam corpo de delito, ou quando a medi- comunicados a quem tiver sofrido a busca, se o
da for determinada no curso de busca domici- requerer.
liar. Art. 248. Em casa habitada, a busca será feita de
Art. 245. As buscas domiciliares serão execu- modo que não moleste os moradores mais do
tadas de dia, salvo se o morador consentir que que o indispensável para o êxito da diligência.
se realizem à noite, e, antes de penetrarem na Art. 249. A busca em mulher será feita por outra
casa, os executores mostrarão e lerão o man- mulher, se não importar retardamento ou preju-
dado ao morador, ou a quem o represente, inti- ízo da diligência.
mando-o, em seguida, a abrir a porta.
Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão
§ 1º Se a própria autoridade der a busca, penetrar no território de jurisdição alheia, ain-
declarará previamente sua qualidade e o da que de outro Estado, quando, para o fim de
objeto da diligência. apreensão, forem no seguimento de pessoa ou
§ 2º Em caso de desobediência, será arrom- coisa, devendo apresentar-se à competente au-
bada a porta e forçada a entrada. toridade local, antes da diligência ou após, con-
forme a urgência desta.

www.acasadoconcurseiro.com.br 577
§ 1º Entender-se-á que a autoridade ou
seus agentes vão em seguimento da pessoa
ou coisa, quando:
a) tendo conhecimento direto de sua remo-
ção ou transporte, a seguirem sem interrup-
ção, embora depois a percam de vista;
b) ainda que não a tenham avistado, mas
sabendo, por informações fidedignas ou
circunstâncias indiciárias, que está sendo
removida ou transportada em determinada
direção, forem ao seu encalço.
§ 2º Se as autoridades locais tiverem funda-
das razões para duvidar da legitimidade das
pessoas que, nas referidas diligências, en-
trarem pelos seus distritos, ou da legalidade
dos mandados que apresentarem, poderão
exigir as provas dessa legitimidade, mas de
modo que não se frustre a diligência.

578 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal

MATERIAL DE LEGISLAÇÃO

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL § 4º No caso de descumprimento de


qualquer das obrigações impostas, o juiz,
de ofício ou mediante requerimento do
Ministério Público, de seu assistente ou do
TÍTULO IX querelante, poderá substituir a medida,
impor outra em cumulação, ou, em último
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS caso, decretar a prisão preventiva (art. 312,
parágrafo único).
CAUTELARES E DA LIBERDADE
PROVISÓRIA § 5º O juiz poderá revogar a medida cautelar
ou substituí-la quando verificar a falta de
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste motivo para que subsista, bem como voltar
Título deverão ser aplicadas observando-se a: a decretá-la, se sobrevierem razões que a
justifiquem.
I – necessidade para aplicação da lei penal,
para a investigação ou a instrução criminal § 6º A prisão preventiva será determinada
e, nos casos expressamente previstos, para quando não for cabível a sua substituição
evitar a prática de infrações penais; por outra medida cautelar.
II – adequação da medida à gravidade do Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão
crime, circunstâncias do fato e condições em flagrante delito ou por ordem escrita
pessoais do indiciado ou acusado. e fundamentada da autoridade judiciária
competente, em decorrência de sentença
§ 1º As medidas cautelares poderão ser
condenatória transitada em julgado ou, no curso
aplicadas isolada ou cumulativamente.
da investigação ou do processo, em virtude de
§ 2º As medidas cautelares serão decretadas prisão temporária ou prisão preventiva.
pelo juiz, de ofício ou a requerimento das
§ 1º As medidas cautelares previstas neste
partes ou, quando no curso da investigação
Título não se aplicam à infração a que não
criminal, por representação da autoridade
for isolada, cumulativa ou alternativamente
policial ou mediante requerimento do
cominada pena privativa de liberdade.
Ministério Público.
§ 2º A prisão poderá ser efetuada em
§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou
qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas
de perigo de ineficácia da medida, o juiz,
as restrições relativas à inviolabilidade do
ao receber o pedido de medida cautelar,
domicílio.
determinará a intimação da parte contrária,
acompanhada de cópia do requerimento e Art. 284. Não será permitido o emprego
das peças necessárias, permanecendo os de força, salvo a indispensável no caso de
autos em juízo. resistência ou de tentativa de fuga do preso.

www.acasadoconcurseiro.com.br 579
Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará § 1º Havendo urgência, o juiz poderá
expedir o respectivo mandado. requisitar a prisão por qualquer meio de
comunicação, do qual deverá constar o
Parágrafo único. O mandado de prisão: motivo da prisão, bem como o valor da
a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela fiança se arbitrada.
autoridade; § 2º A autoridade a quem se fizer
b) designará a pessoa, que tiver de ser a requisição tomará as precauções
presa, por seu nome, alcunha ou sinais necessárias para averiguar a autenticidade
característicos; da comunicação.

c) mencionará a infração penal que motivar § 3º O juiz processante deverá providenciar


a prisão; a remoção do preso no prazo máximo de
30 (trinta) dias, contados da efetivação da
d) declarará o valor da fiança arbitrada, medida.
quando afiançável a infração;
Art. 289-A. O juiz competente providenciará
e) será dirigido a quem tiver qualidade para o imediato registro do mandado de prisão
dar-lhe execução. em banco de dados mantido pelo Conselho
Nacional de Justiça para essa finalidade.
Art. 286. O mandado será passado em duplicata,
e o executor entregará ao preso, logo depois § 1º Qualquer agente policial poderá
da prisão, um dos exemplares com declaração efetuar a prisão determinada no mandado
do dia, hora e lugar da diligência. Da entrega de prisão registrado no Conselho Nacional
deverá o preso passar recibo no outro exemplar; de Justiça, ainda que fora da competência
se recusar, não souber ou não puder escrever, o territorial do juiz que o expediu.
fato será mencionado em declaração, assinada
por duas testemunhas. § 2º Qualquer agente policial poderá
efetuar a prisão decretada, ainda que sem
Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta registro no Conselho Nacional de Justiça,
de exibição do mandado não obstará à prisão, adotando as precauções necessárias para
e o preso, em tal caso, será imediatamente averiguar a autenticidade do mandado
apresentado ao juiz que tiver expedido o e comunicando ao juiz que a decretou,
mandado. devendo este providenciar, em seguida,
o registro do mandado na forma do caput
Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão,
deste artigo.
sem que seja exibido o mandado ao respectivo
diretor ou carcereiro, a quem será entregue § 3º A prisão será imediatamente
cópia assinada pelo executor ou apresentada comunicada ao juiz do local de cumprimento
a guia expedida pela autoridade competente, da medida o qual providenciará a certidão
devendo ser passado recibo da entrega do extraída do registro do Conselho Nacional
preso, com declaração de dia e hora. de Justiça e informará ao juízo que a
decretou.
Parágrafo único. O recibo poderá ser
passado no próprio exemplar do mandado, § 4º O preso será informado de seus
se este for o documento exibido. direitos, nos termos do inciso LXIII do art. 5º
da Constituição Federal e, caso o autuado
Art. 289. Quando o acusado estiver no território
não informe o nome de seu advogado, será
nacional, fora da jurisdição do juiz processante,
comunicado à Defensoria Pública.
será deprecada a sua prisão, devendo constar
da precatória o inteiro teor do mandado.

580 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal – Prisão em Flagrante – Prof. Joerberth Nunes

§ 5º Havendo dúvidas das autoridades locais entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não
sobre a legitimidade da pessoa do executor for obedecido imediatamente, o executor
ou sobre a identidade do preso, aplica-se o convocará duas testemunhas e, sendo dia,
disposto no § 2º do art. 290 deste Código. entrará à força na casa, arrombando as portas,
se preciso; sendo noite, o executor, depois da
§ 6º O Conselho Nacional de Justiça intimação ao morador, se não for atendido,
regulamentará o registro do mandado de fará guardar todas as saídas, tornando a
prisão a que se refere o caput deste artigo. casa incomunicável, e, logo que amanheça,
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar arrombará as portas e efetuará a prisão.
ao território de outro município ou comarca, o Parágrafo único. O morador que se recusar
executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar a entregar o réu oculto em sua casa será
onde o alcançar, apresentando-o imediatamente levado à presença da autoridade, para que
à autoridade local, que, depois de lavrado, se for se proceda contra ele como for de direito.
o caso, o auto de flagrante, providenciará para a
remoção do preso. Art. 294. No caso de prisão em flagrante,
observar-se-á o disposto no artigo anterior, no
§ 1º Entender-se-á que o executor vai em que for aplicável.
perseguição do réu, quando:
Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o prisão especial, à disposição da autoridade
sem interrupção, embora depois o tenha competente, quando sujeitos a prisão antes de
perdido de vista; condenação definitiva:
b) sabendo, por indícios ou informações I – os ministros de Estado;
fidedignas, que o réu tenha passado, há
pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo II – os governadores ou interventores de
lugar em que o procure, for no seu encalço. Estados ou Territórios, o prefeito do Distrito
Federal, seus respectivos secretários, os
§ 2º Quando as autoridades locais prefeitos municipais, os vereadores e os
tiverem fundadas razões para duvidar da chefes de Polícia;
legitimidade da pessoa do executor ou da
legalidade do mandado que apresentar, III – os membros do Parlamento Nacional,
poderão pôr em custódia o réu, até que do Conselho de Economia Nacional e das
fique esclarecida a dúvida. Assembléias Legislativas dos Estados;
Art. 291. A prisão em virtude de mandado IV – os cidadãos inscritos no "Livro de
entender-se-á feita desde que o executor, Mérito";
fazendo-se conhecer do réu, Ihe apresente o
mandado e o intime a acompanhá-lo. V – os oficiais das Forças Armadas e os
militares dos Estados, do Distrito Federal e
Art. 292. Se houver, ainda que por parte de dos Territórios;
terceiros, resistência à prisão em flagrante ou
à determinada por autoridade competente, o VI – os magistrados;
executor e as pessoas que o auxiliarem poderão VII – os diplomados por qualquer das
usar dos meios necessários para defender-se ou faculdades superiores da República;
para vencer a resistência, do que tudo se lavrará
auto subscrito também por duas testemunhas. VIII – os ministros de confissão religiosa;

Art. 293. Se o executor do mandado verificar, IX – os ministros do Tribunal de Contas;


com segurança, que o réu entrou ou se encontra
em alguma casa, o morador será intimado a

www.acasadoconcurseiro.com.br 581
X – os cidadãos que já tiverem exercido se fizer a requisição, as precauções necessárias
efetivamente a função de jurado, salvo para averiguar a autenticidade desta.
quando excluídos da lista por motivo de
incapacidade para o exercício daquela Art. 300. As pessoas presas provisoriamente
função; ficarão separadas das que já estiverem
definitivamente condenadas, nos termos da lei
XI – os delegados de polícia e os guardas- de execução penal.
civis dos Estados e Territórios, ativos e
inativos. Parágrafo único. O militar preso em
flagrante delito, após a lavratura dos
§ 1º A prisão especial, prevista neste Código procedimentos legais, será recolhido a
ou em outras leis, consiste exclusivamente quartel da instituição a que pertencer, onde
no recolhimento em local distinto da prisão ficará preso à disposição das autoridades
comum. competentes.
§ 2º Não havendo estabelecimento
específico para o preso especial, este
será recolhido em cela distinta do mesmo CAPÍTULO II
estabelecimento.
DA PRISÃO EM FLAGRANTE
§ 3º A cela especial poderá consistir
em alojamento coletivo, atendidos os Art. 301. Qualquer do povo poderá e as
requisitos de salubridade do ambiente, autoridades policiais e seus agentes deverão
pela concorrência dos fatores de aeração, prender quem quer que seja encontrado em
insolação e condicionamento térmico flagrante delito.
adequados à existência humana. Art. 302. Considera-se em flagrante delito
§ 4º O preso especial não será transportado quem:
juntamente com o preso comum. (Incluído I – está cometendo a infração penal;
pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
II – acaba de cometê-la;
§ 5º Os demais direitos e deveres do preso
especial serão os mesmos do preso comum. III – é perseguido, logo após, pela
autoridade, pelo ofendido ou por qualquer
Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde pessoa, em situação que faça presumir ser
for possível, serão recolhidos à prisão, em autor da infração;
estabelecimentos militares, de acordo com os
respectivos regulamentos. IV – é encontrado, logo depois, com
instrumentos, armas, objetos ou papéis que
Art. 297. Para o cumprimento de mandado façam presumir ser ele autor da infração.
expedido pela autoridade judiciária, a
autoridade policial poderá expedir tantos Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-
outros quantos necessários às diligências, se o agente em flagrante delito enquanto não
devendo neles ser fielmente reproduzido o teor cessar a permanência.
do mandado original.
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade
Art. 298. (Revogado pela Lei nº 12.403, de competente, ouvirá esta o condutor e colherá,
2011). desde logo, sua assinatura, entregando a este
cópia do termo e recibo de entrega do preso.
Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas
vista de mandado judicial, por qualquer meio de que o acompanharem e ao interrogatório do
comunicação, tomadas pela autoridade, a quem acusado sobre a imputação que lhe é feita,

582 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal – Prisão em Flagrante – Prof. Joerberth Nunes

colhendo, após cada oitiva suas respectivas Art. 307. Quando o fato for praticado em
assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o presença da autoridade, ou contra esta, no
auto. exercício de suas funções, constarão do auto
a narração deste fato, a voz de prisão, as
§ 1º Resultando das respostas fundada a declarações que fizer o preso e os depoimentos
suspeita contra o conduzido, a autoridade das testemunhas, sendo tudo assinado pela
mandará recolhê-lo à prisão, exceto no autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e
caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, remetido imediatamente ao juiz a quem couber
e prosseguirá nos atos do inquérito ou tomar conhecimento do fato delituoso, se não
processo, se para isso for competente; se o for a autoridade que houver presidido o auto.
não o for, enviará os autos à autoridade que
o seja. Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em
que se tiver efetuado a prisão, o preso será logo
§ 2º A falta de testemunhas da infração não apresentado à do lugar mais próximo.
impedirá o auto de prisão em flagrante;
mas, nesse caso, com o condutor, deverão Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser
assiná-lo pelo menos duas pessoas que posto em liberdade, depois de lavrado o auto de
hajam testemunhado a apresentação do prisão em flagrante.
preso à autoridade.
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em
§ 3º Quando o acusado se recusar a assinar, flagrante, o juiz deverá fundamentadamente:
não souber ou não puder fazê-lo, o auto
de prisão em flagrante será assinado por I – relaxar a prisão ilegal; ou
duas testemunhas, que tenham ouvido sua II – converter a prisão em flagrante em
leitura na presença deste. preventiva, quando presentes os requisitos
Art. 305. Na falta ou no impedimento do constantes do art. 312 deste Código, e se
escrivão, qualquer pessoa designada pela revelarem inadequadas ou insuficientes as
autoridade lavrará o auto, depois de prestado o medidas cautelares diversas da prisão; ou
compromisso legal. III – conceder liberdade provisória, com ou
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o sem fiança.
local onde se encontre serão comunicados Parágrafo único. Se o juiz verificar,
imediatamente ao juiz competente, ao pelo auto de prisão em flagrante, que
Ministério Público e à família do preso ou à o agente praticou o fato nas condições
pessoa por ele indicada. constantes dos incisos I a III do caput
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de
a realização da prisão, será encaminhado 7 de dezembro de 1940 – Código Penal,
ao juiz competente o auto de prisão em poderá, fundamentadamente, conceder
flagrante e, caso o autuado não informe o ao acusado liberdade provisória, mediante
nome de seu advogado, cópia integral para termo de comparecimento a todos os atos
a Defensoria Pública. processuais, sob pena de revogação.

§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao


preso, mediante recibo, a nota de culpa,
assinada pela autoridade, com o motivo CAPÍTULO III
da prisão, o nome do condutor e os das DA PRISÃO PREVENTIVA
testemunhas.
Art. 311. Em qualquer fase da investigação
policial ou do processo penal, caberá a prisão

www.acasadoconcurseiro.com.br 583
preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se constantes dos autos ter o agente praticado o
no curso da ação penal, ou a requerimento fato nas condições previstas nos incisos I, II e III
do Ministério Público, do querelante ou do do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de
assistente, ou por representação da autoridade 7 de dezembro de 1940 – Código Penal.
policial.
Art. 315. A decisão que decretar, substituir
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser ou denegar a prisão preventiva será sempre
decretada como garantia da ordem pública, motivada.
da ordem econômica, por conveniência da
instrução criminal, ou para assegurar a aplicação Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão
da lei penal, quando houver prova da existência preventiva se, no correr do processo, verificar
do crime e indício suficiente de autoria. a falta de motivo para que subsista, bem como
de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a
Parágrafo único. A prisão preventiva justifiquem.
também poderá ser decretada em caso
de descumprimento de qualquer das
obrigações impostas por força de outras
medidas cautelares (art. 282, § 4º). CAPÍTULO IV
DA PRISÃO DOMICILIAR
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código,
será admitida a decretação da prisão preventiva: Art. 317. A prisão domiciliar consiste no
I – nos crimes dolosos punidos com pena recolhimento do indiciado ou acusado em sua
privativa de liberdade máxima superior a 4 residência, só podendo dela ausentar-se com
(quatro) anos; autorização judicial.

II – se tiver sido condenado por outro crime Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão
doloso, em sentença transitada em julgado, preventiva pela domiciliar quando o agente for:
ressalvado o disposto no inciso I do caput I – maior de 80 (oitenta) anos;
do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 – Código Penal; II – extremamente debilitado por motivo de
doença grave;
III – se o crime envolver violência doméstica
e familiar contra a mulher, criança, III – imprescindível aos cuidados especiais
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade
deficiência, para garantir a execução das ou com deficiência;
medidas protetivas de urgência;
IV – gestante a partir do 7º (sétimo) mês de
IV – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). gravidez ou sendo esta de alto risco.

Parágrafo único. Também será admitida a Parágrafo único. Para a substituição, o


prisão preventiva quando houver dúvida juiz exigirá prova idônea dos requisitos
sobre a identidade civil da pessoa ou estabelecidos neste artigo.
quando esta não fornecer elementos
suficientes para esclarecê-la, devendo o
preso ser colocado imediatamente em
liberdade após a identificação, salvo se CAPÍTULO V
outra hipótese recomendar a manutenção DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES
da medida.
Art. 319. São medidas cautelares diversas da
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso prisão:
será decretada se o juiz verificar pelas provas

584 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal – Prisão em Flagrante – Prof. Joerberth Nunes

I – comparecimento periódico em juízo, no § 4º A fiança será aplicada de acordo com


prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para as disposições do Capítulo VI deste Título,
informar e justificar atividades; podendo ser cumulada com outras medidas
cautelares.
II – proibição de acesso ou frequência
a determinados lugares quando, por Art. 320. A proibição de ausentar-se do País
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o será comunicada pelo juiz às autoridades
indiciado ou acusado permanecer distante encarregadas de fiscalizar as saídas do território
desses locais para evitar o risco de novas nacional, intimando-se o indiciado ou acusado
infrações; para entregar o passaporte, no prazo de 24
(vinte e quatro) horas.
III – proibição de manter contato com pessoa
determinada quando, por circunstâncias
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou
acusado dela permanecer distante; CAPÍTULO VI
IV – proibição de ausentar-se da Comarca DA LIBERDADE PROVISÓRIA, COM
quando a permanência seja conveniente ou OU SEM FIANÇA
necessária para a investigação ou instrução;
Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam
V – recolhimento domiciliar no período a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá
noturno e nos dias de folga quando o conceder liberdade provisória, impondo, se
investigado ou acusado tenha residência e for o caso, as medidas cautelares previstas no
trabalho fixos; art. 319 deste Código e observados os critérios
VI – suspensão do exercício de função constantes do art. 282 deste Código.
pública ou de atividade de natureza I – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
econômica ou financeira quando houver
justo receio de sua utilização para a prática II – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
de infrações penais;
Art. 322. A autoridade policial somente poderá
VII – internação provisória do acusado conceder fiança nos casos de infração cuja pena
nas hipóteses de crimes praticados com privativa de liberdade máxima não seja superior
violência ou grave ameaça, quando os a 4 (quatro) anos.
peritos concluírem ser inimputável ou
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança
semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e
será requerida ao juiz, que decidirá em 48
houver risco de reiteração;
(quarenta e oito) horas.
VIII – fiança, nas infrações que a admitem,
Art. 323. Não será concedida fiança: .
para assegurar o comparecimento a atos
do processo, evitar a obstrução do seu I – nos crimes de racismo;
andamento ou em caso de resistência
injustificada à ordem judicial; II – nos crimes de tortura, tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, terrorismo e
IX – monitoração eletrônica. nos definidos como crimes hediondos;
§ 1º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). III – nos crimes cometidos por grupos
armados, civis ou militares, contra a ordem
§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
constitucional e o Estado Democrático;
§ 3º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
IV – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

www.acasadoconcurseiro.com.br 585
V – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). III – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 324. Não será, igualmente, concedida Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a
fiança: autoridade terá em consideração a natureza
da infração, as condições pessoais de fortuna
I – aos que, no mesmo processo, tiverem e vida pregressa do acusado, as circunstâncias
quebrado fiança anteriormente concedida indicativas de sua periculosidade, bem como a
ou infringido, sem motivo justo, qualquer importância provável das custas do processo,
das obrigações a que se referem os arts. até final julgamento.
327 e 328 deste Código;
Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o
II – em caso de prisão civil ou militar; afiançado a comparecer perante a autoridade,
III – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). todas as vezes que for intimado para atos
do inquérito e da instrução criminal e para o
IV – quando presentes os motivos que julgamento. Quando o réu não comparecer, a
autorizam a decretação da prisão preventiva fiança será havida como quebrada.
(art. 312).
Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob
Art. 325. O valor da fiança será fixado pela pena de quebramento da fiança, mudar de
autoridade que a conceder nos seguintes residência, sem prévia permissão da autoridade
limites: processante, ou ausentar-se por mais de 8 (oito)
dias de sua residência, sem comunicar àquela
a) (revogada);
autoridade o lugar onde será encontrado.
b) (revogada);
Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de
c) (revogada). polícia, haverá um livro especial, com termos
de abertura e de encerramento, numerado
I – de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, e rubricado em todas as suas folhas pela
quando se tratar de infração cuja pena autoridade, destinado especialmente aos
privativa de liberdade, no grau máximo, não termos de fiança. O termo será lavrado pelo
for superior a 4 (quatro) anos; escrivão e assinado pela autoridade e por quem
II – de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários prestar a fiança, e dele extrair-se-á certidão para
mínimos, quando o máximo da pena juntar-se aos autos.
privativa de liberdade cominada for superior Parágrafo único. O réu e quem prestar a
a 4 (quatro) anos. fiança serão pelo escrivão notificados das
§ 1º Se assim recomendar a situação obrigações e da sanção previstas nos arts.
econômica do preso, a fiança poderá ser: 327 e 328, o que constará dos autos.

I – dispensada, na forma do art. 350 deste Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva,
Código; consistirá em depósito de dinheiro, pedras,
objetos ou metais preciosos, títulos da dívida
II – reduzida até o máximo de 2/3 (dois pública, federal, estadual ou municipal, ou em
terços); ou hipoteca inscrita em primeiro lugar.
III – aumentada em até 1.000 (mil) vezes. § 1º A avaliação de imóvel, ou de pedras,
objetos ou metais preciosos será feita
§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
imediatamente por perito nomeado pela
I – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). autoridade.
II – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

586 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal – Prisão em Flagrante – Prof. Joerberth Nunes

§ 2º Quando a fiança consistir em caução Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito
de títulos da dívida pública, o valor será ou passar em julgado sentença que houver
determinado pela sua cotação em Bolsa, e, absolvido o acusado ou declarada extinta a ação
sendo nominativos, exigir-se-á prova de que penal, o valor que a constituir, atualizado, será
se acham livres de ônus. restituído sem desconto, salvo o disposto no
parágrafo único do art. 336 deste Código.
Art. 331. O valor em que consistir a fiança será
recolhido à repartição arrecadadora federal Art. 338. A fiança que se reconheça não ser
ou estadual, ou entregue ao depositário cabível na espécie será cassada em qualquer
público, juntando-se aos autos os respectivos fase do processo.
conhecimentos.
Art. 339. Será também cassada a fiança quando
Parágrafo único. Nos lugares em que o reconhecida a existência de delito inafiançável,
depósito não se puder fazer de pronto, o no caso de inovação na classificação do delito.
valor será entregue ao escrivão ou pessoa
abonada, a critério da autoridade, e dentro Art. 340. Será exigido o reforço da fiança:
de três dias dar-se-á ao valor o destino que I – quando a autoridade tomar, por engano,
Ihe assina este artigo, o que tudo constará fiança insuficiente;
do termo de fiança.
II – quando houver depreciação material
Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, ou perecimento dos bens hipotecados ou
será competente para conceder a fiança a caucionados, ou depreciação dos metais ou
autoridade que presidir ao respectivo auto, e, pedras preciosas;
em caso de prisão por mandado, o juiz que o
houver expedido, ou a autoridade judiciária ou III – quando for inovada a classificação do
policial a quem tiver sido requisitada a prisão. delito.

Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito
concedida independentemente de audiência do e o réu será recolhido à prisão, quando,
Ministério Público, este terá vista do processo na conformidade deste artigo, não for
a fim de requerer o que julgar conveniente. reforçada.

Art. 334. A fiança poderá ser prestada Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando
enquanto não transitar em julgado a sentença o acusado:
condenatória.
I – regularmente intimado para ato do
Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade processo, deixar de comparecer, sem
policial a concessão da fiança, o preso, ou motivo justo;
alguém por ele, poderá prestá-la, mediante
II – deliberadamente praticar ato de
simples petição, perante o juiz competente, que
obstrução ao andamento do processo;
decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.
III – descumprir medida cautelar imposta
Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como
cumulativamente com a fiança;
fiança servirão ao pagamento das custas, da
indenização do dano, da prestação pecuniária e IV – resistir injustificadamente a ordem
da multa, se o réu for condenado. judicial;
Parágrafo único. Este dispositivo terá V – praticar nova infração penal dolosa.
aplicação ainda no caso da prescrição
depois da sentença condenatória (art. 110 Art. 342. Se vier a ser reformado o
do Código Penal). julgamento em que se declarou quebrada

www.acasadoconcurseiro.com.br 587
a fiança, esta subsistirá em todos os seus
efeitos
Art. 343. O quebramento injustificado da fiança
importará na perda de metade do seu valor,
cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de
outras medidas cautelares ou, se for o caso, a
decretação da prisão preventiva.
Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade,
o valor da fiança, se, condenado, o acusado não
se apresentar para o início do cumprimento da
pena definitivamente imposta.
Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu
valor, deduzidas as custas e mais encargos a que
o acusado estiver obrigado, será recolhido ao
fundo penitenciário, na forma da lei.
Art. 346. No caso de quebramento de fiança,
feitas as deduções previstas no art. 345 deste
Código, o valor restante será recolhido ao fundo
penitenciário, na forma da lei.
Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345,
o saldo será entregue a quem houver prestado a
fiança, depois de deduzidos os encargos a que o
réu estiver obrigado.
Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido
prestada por meio de hipoteca, a execução
será promovida no juízo cível pelo órgão do
Ministério Público.
Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, objetos
ou metais preciosos, o juiz determinará a venda
por leiloeiro ou corretor.
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o
juiz, verificando a situação econômica do preso,
poderá conceder-lhe liberdade provisória,
sujeitando-o às obrigações constantes dos arts.
327 e 328 deste Código e a outras medidas
cautelares, se for o caso.
Parágrafo único. Se o beneficiado
descumprir, sem motivo justo, qualquer das
obrigações ou medidas impostas, aplicar-
se-á o disposto no § 4º do art. 282 deste
Código.

588 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal

MATERIAL DE LEGISLAÇÃO

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL § 4º No caso de descumprimento de


qualquer das obrigações impostas, o juiz,
de ofício ou mediante requerimento do
Ministério Público, de seu assistente ou do
TÍTULO IX querelante, poderá substituir a medida,
impor outra em cumulação, ou, em último
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS caso, decretar a prisão preventiva (art. 312,
parágrafo único).
CAUTELARES E DA LIBERDADE
PROVISÓRIA § 5º O juiz poderá revogar a medida cautelar
ou substituí-la quando verificar a falta de
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste motivo para que subsista, bem como voltar
Título deverão ser aplicadas observando-se a: a decretá-la, se sobrevierem razões que a
justifiquem.
I – necessidade para aplicação da lei penal,
para a investigação ou a instrução criminal § 6º A prisão preventiva será determinada
e, nos casos expressamente previstos, para quando não for cabível a sua substituição
evitar a prática de infrações penais; por outra medida cautelar.
II – adequação da medida à gravidade do Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão
crime, circunstâncias do fato e condições em flagrante delito ou por ordem escrita
pessoais do indiciado ou acusado. e fundamentada da autoridade judiciária
competente, em decorrência de sentença
§ 1º As medidas cautelares poderão ser
condenatória transitada em julgado ou, no curso
aplicadas isolada ou cumulativamente.
da investigação ou do processo, em virtude de
§ 2º As medidas cautelares serão decretadas prisão temporária ou prisão preventiva.
pelo juiz, de ofício ou a requerimento das
§ 1º As medidas cautelares previstas neste
partes ou, quando no curso da investigação
Título não se aplicam à infração a que não
criminal, por representação da autoridade
for isolada, cumulativa ou alternativamente
policial ou mediante requerimento do
cominada pena privativa de liberdade.
Ministério Público.
§ 2º A prisão poderá ser efetuada em
§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou
qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas
de perigo de ineficácia da medida, o juiz,
as restrições relativas à inviolabilidade do
ao receber o pedido de medida cautelar,
domicílio.
determinará a intimação da parte contrária,
acompanhada de cópia do requerimento e Art. 284. Não será permitido o emprego
das peças necessárias, permanecendo os de força, salvo a indispensável no caso de
autos em juízo. resistência ou de tentativa de fuga do preso.

www.acasadoconcurseiro.com.br 589
Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará § 1º Havendo urgência, o juiz poderá
expedir o respectivo mandado. requisitar a prisão por qualquer meio de
comunicação, do qual deverá constar o
Parágrafo único. O mandado de prisão: motivo da prisão, bem como o valor da
a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela fiança se arbitrada.
autoridade; § 2º A autoridade a quem se fizer
b) designará a pessoa, que tiver de ser a requisição tomará as precauções
presa, por seu nome, alcunha ou sinais necessárias para averiguar a autenticidade
característicos; da comunicação.

c) mencionará a infração penal que motivar § 3º O juiz processante deverá providenciar


a prisão; a remoção do preso no prazo máximo de
30 (trinta) dias, contados da efetivação da
d) declarará o valor da fiança arbitrada, medida.
quando afiançável a infração;
Art. 289-A. O juiz competente providenciará
e) será dirigido a quem tiver qualidade para o imediato registro do mandado de prisão
dar-lhe execução. em banco de dados mantido pelo Conselho
Nacional de Justiça para essa finalidade.
Art. 286. O mandado será passado em duplicata,
e o executor entregará ao preso, logo depois § 1º Qualquer agente policial poderá
da prisão, um dos exemplares com declaração efetuar a prisão determinada no mandado
do dia, hora e lugar da diligência. Da entrega de prisão registrado no Conselho Nacional
deverá o preso passar recibo no outro exemplar; de Justiça, ainda que fora da competência
se recusar, não souber ou não puder escrever, o territorial do juiz que o expediu.
fato será mencionado em declaração, assinada
por duas testemunhas. § 2º Qualquer agente policial poderá
efetuar a prisão decretada, ainda que sem
Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta registro no Conselho Nacional de Justiça,
de exibição do mandado não obstará à prisão, adotando as precauções necessárias para
e o preso, em tal caso, será imediatamente averiguar a autenticidade do mandado
apresentado ao juiz que tiver expedido o e comunicando ao juiz que a decretou,
mandado. devendo este providenciar, em seguida,
o registro do mandado na forma do caput
Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão,
deste artigo.
sem que seja exibido o mandado ao respectivo
diretor ou carcereiro, a quem será entregue § 3º A prisão será imediatamente
cópia assinada pelo executor ou apresentada comunicada ao juiz do local de cumprimento
a guia expedida pela autoridade competente, da medida o qual providenciará a certidão
devendo ser passado recibo da entrega do extraída do registro do Conselho Nacional
preso, com declaração de dia e hora. de Justiça e informará ao juízo que a
decretou.
Parágrafo único. O recibo poderá ser
passado no próprio exemplar do mandado, § 4º O preso será informado de seus
se este for o documento exibido. direitos, nos termos do inciso LXIII do art. 5º
da Constituição Federal e, caso o autuado
Art. 289. Quando o acusado estiver no território
não informe o nome de seu advogado, será
nacional, fora da jurisdição do juiz processante,
comunicado à Defensoria Pública.
será deprecada a sua prisão, devendo constar
da precatória o inteiro teor do mandado.

590 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal – Prisão Preventiva – Prof. Joerberth Nunes

§ 5º Havendo dúvidas das autoridades locais entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não
sobre a legitimidade da pessoa do executor for obedecido imediatamente, o executor
ou sobre a identidade do preso, aplica-se o convocará duas testemunhas e, sendo dia,
disposto no § 2º do art. 290 deste Código. entrará à força na casa, arrombando as portas,
se preciso; sendo noite, o executor, depois da
§ 6º O Conselho Nacional de Justiça intimação ao morador, se não for atendido,
regulamentará o registro do mandado de fará guardar todas as saídas, tornando a
prisão a que se refere o caput deste artigo. casa incomunicável, e, logo que amanheça,
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar arrombará as portas e efetuará a prisão.
ao território de outro município ou comarca, o Parágrafo único. O morador que se recusar
executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar a entregar o réu oculto em sua casa será
onde o alcançar, apresentando-o imediatamente levado à presença da autoridade, para que
à autoridade local, que, depois de lavrado, se for se proceda contra ele como for de direito.
o caso, o auto de flagrante, providenciará para a
remoção do preso. Art. 294. No caso de prisão em flagrante,
observar-se-á o disposto no artigo anterior, no
§ 1º Entender-se-á que o executor vai em que for aplicável.
perseguição do réu, quando:
Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o prisão especial, à disposição da autoridade
sem interrupção, embora depois o tenha competente, quando sujeitos a prisão antes de
perdido de vista; condenação definitiva:
b) sabendo, por indícios ou informações I – os ministros de Estado;
fidedignas, que o réu tenha passado, há
pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo II – os governadores ou interventores de
lugar em que o procure, for no seu encalço. Estados ou Territórios, o prefeito do Distrito
Federal, seus respectivos secretários, os
§ 2º Quando as autoridades locais prefeitos municipais, os vereadores e os
tiverem fundadas razões para duvidar da chefes de Polícia;
legitimidade da pessoa do executor ou da
legalidade do mandado que apresentar, III – os membros do Parlamento Nacional,
poderão pôr em custódia o réu, até que do Conselho de Economia Nacional e das
fique esclarecida a dúvida. Assembléias Legislativas dos Estados;
Art. 291. A prisão em virtude de mandado IV – os cidadãos inscritos no "Livro de
entender-se-á feita desde que o executor, Mérito";
fazendo-se conhecer do réu, Ihe apresente o
mandado e o intime a acompanhá-lo. V – os oficiais das Forças Armadas e os
militares dos Estados, do Distrito Federal e
Art. 292. Se houver, ainda que por parte de dos Territórios;
terceiros, resistência à prisão em flagrante ou
à determinada por autoridade competente, o VI – os magistrados;
executor e as pessoas que o auxiliarem poderão VII – os diplomados por qualquer das
usar dos meios necessários para defender-se ou faculdades superiores da República;
para vencer a resistência, do que tudo se lavrará
auto subscrito também por duas testemunhas. VIII – os ministros de confissão religiosa;

Art. 293. Se o executor do mandado verificar, IX – os ministros do Tribunal de Contas;


com segurança, que o réu entrou ou se encontra
em alguma casa, o morador será intimado a

www.acasadoconcurseiro.com.br 591
X – os cidadãos que já tiverem exercido se fizer a requisição, as precauções necessárias
efetivamente a função de jurado, salvo para averiguar a autenticidade desta.
quando excluídos da lista por motivo de
incapacidade para o exercício daquela Art. 300. As pessoas presas provisoriamente
função; ficarão separadas das que já estiverem
definitivamente condenadas, nos termos da lei
XI – os delegados de polícia e os guardas- de execução penal.
civis dos Estados e Territórios, ativos e
inativos. Parágrafo único. O militar preso em
flagrante delito, após a lavratura dos
§ 1º A prisão especial, prevista neste Código procedimentos legais, será recolhido a
ou em outras leis, consiste exclusivamente quartel da instituição a que pertencer, onde
no recolhimento em local distinto da prisão ficará preso à disposição das autoridades
comum. competentes.
§ 2º Não havendo estabelecimento
específico para o preso especial, este
será recolhido em cela distinta do mesmo CAPÍTULO II
estabelecimento.
DA PRISÃO EM FLAGRANTE
§ 3º A cela especial poderá consistir
em alojamento coletivo, atendidos os Art. 301. Qualquer do povo poderá e as
requisitos de salubridade do ambiente, autoridades policiais e seus agentes deverão
pela concorrência dos fatores de aeração, prender quem quer que seja encontrado em
insolação e condicionamento térmico flagrante delito.
adequados à existência humana. Art. 302. Considera-se em flagrante delito
§ 4º O preso especial não será transportado quem:
juntamente com o preso comum. (Incluído I – está cometendo a infração penal;
pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
II – acaba de cometê-la;
§ 5º Os demais direitos e deveres do preso
especial serão os mesmos do preso comum. III – é perseguido, logo após, pela
autoridade, pelo ofendido ou por qualquer
Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde pessoa, em situação que faça presumir ser
for possível, serão recolhidos à prisão, em autor da infração;
estabelecimentos militares, de acordo com os
respectivos regulamentos. IV – é encontrado, logo depois, com
instrumentos, armas, objetos ou papéis que
Art. 297. Para o cumprimento de mandado façam presumir ser ele autor da infração.
expedido pela autoridade judiciária, a
autoridade policial poderá expedir tantos Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-
outros quantos necessários às diligências, se o agente em flagrante delito enquanto não
devendo neles ser fielmente reproduzido o teor cessar a permanência.
do mandado original.
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade
Art. 298. (Revogado pela Lei nº 12.403, de competente, ouvirá esta o condutor e colherá,
2011). desde logo, sua assinatura, entregando a este
cópia do termo e recibo de entrega do preso.
Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas
vista de mandado judicial, por qualquer meio de que o acompanharem e ao interrogatório do
comunicação, tomadas pela autoridade, a quem acusado sobre a imputação que lhe é feita,

592 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal – Prisão Preventiva – Prof. Joerberth Nunes

colhendo, após cada oitiva suas respectivas Art. 307. Quando o fato for praticado em
assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o presença da autoridade, ou contra esta, no
auto. exercício de suas funções, constarão do auto
a narração deste fato, a voz de prisão, as
§ 1º Resultando das respostas fundada a declarações que fizer o preso e os depoimentos
suspeita contra o conduzido, a autoridade das testemunhas, sendo tudo assinado pela
mandará recolhê-lo à prisão, exceto no autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e
caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, remetido imediatamente ao juiz a quem couber
e prosseguirá nos atos do inquérito ou tomar conhecimento do fato delituoso, se não
processo, se para isso for competente; se o for a autoridade que houver presidido o auto.
não o for, enviará os autos à autoridade que
o seja. Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em
que se tiver efetuado a prisão, o preso será logo
§ 2º A falta de testemunhas da infração não apresentado à do lugar mais próximo.
impedirá o auto de prisão em flagrante;
mas, nesse caso, com o condutor, deverão Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser
assiná-lo pelo menos duas pessoas que posto em liberdade, depois de lavrado o auto de
hajam testemunhado a apresentação do prisão em flagrante.
preso à autoridade.
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em
§ 3º Quando o acusado se recusar a assinar, flagrante, o juiz deverá fundamentadamente:
não souber ou não puder fazê-lo, o auto
de prisão em flagrante será assinado por I – relaxar a prisão ilegal; ou
duas testemunhas, que tenham ouvido sua II – converter a prisão em flagrante em
leitura na presença deste. preventiva, quando presentes os requisitos
Art. 305. Na falta ou no impedimento do constantes do art. 312 deste Código, e se
escrivão, qualquer pessoa designada pela revelarem inadequadas ou insuficientes as
autoridade lavrará o auto, depois de prestado o medidas cautelares diversas da prisão; ou
compromisso legal. III – conceder liberdade provisória, com ou
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o sem fiança.
local onde se encontre serão comunicados Parágrafo único. Se o juiz verificar,
imediatamente ao juiz competente, ao pelo auto de prisão em flagrante, que
Ministério Público e à família do preso ou à o agente praticou o fato nas condições
pessoa por ele indicada. constantes dos incisos I a III do caput
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de
a realização da prisão, será encaminhado 7 de dezembro de 1940 – Código Penal,
ao juiz competente o auto de prisão em poderá, fundamentadamente, conceder
flagrante e, caso o autuado não informe o ao acusado liberdade provisória, mediante
nome de seu advogado, cópia integral para termo de comparecimento a todos os atos
a Defensoria Pública. processuais, sob pena de revogação.

§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao


preso, mediante recibo, a nota de culpa,
assinada pela autoridade, com o motivo CAPÍTULO III
da prisão, o nome do condutor e os das DA PRISÃO PREVENTIVA
testemunhas.
Art. 311. Em qualquer fase da investigação
policial ou do processo penal, caberá a prisão

www.acasadoconcurseiro.com.br 593
preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se constantes dos autos ter o agente praticado o
no curso da ação penal, ou a requerimento fato nas condições previstas nos incisos I, II e III
do Ministério Público, do querelante ou do do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de
assistente, ou por representação da autoridade 7 de dezembro de 1940 – Código Penal.
policial.
Art. 315. A decisão que decretar, substituir
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser ou denegar a prisão preventiva será sempre
decretada como garantia da ordem pública, motivada.
da ordem econômica, por conveniência da
instrução criminal, ou para assegurar a aplicação Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão
da lei penal, quando houver prova da existência preventiva se, no correr do processo, verificar
do crime e indício suficiente de autoria. a falta de motivo para que subsista, bem como
de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a
Parágrafo único. A prisão preventiva justifiquem.
também poderá ser decretada em caso
de descumprimento de qualquer das
obrigações impostas por força de outras
medidas cautelares (art. 282, § 4º). CAPÍTULO IV
DA PRISÃO DOMICILIAR
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código,
será admitida a decretação da prisão preventiva: Art. 317. A prisão domiciliar consiste no
I – nos crimes dolosos punidos com pena recolhimento do indiciado ou acusado em sua
privativa de liberdade máxima superior a 4 residência, só podendo dela ausentar-se com
(quatro) anos; autorização judicial.

II – se tiver sido condenado por outro crime Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão
doloso, em sentença transitada em julgado, preventiva pela domiciliar quando o agente for:
ressalvado o disposto no inciso I do caput I – maior de 80 (oitenta) anos;
do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 – Código Penal; II – extremamente debilitado por motivo de
doença grave;
III – se o crime envolver violência doméstica
e familiar contra a mulher, criança, III – imprescindível aos cuidados especiais
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade
deficiência, para garantir a execução das ou com deficiência;
medidas protetivas de urgência;
IV – gestante a partir do 7º (sétimo) mês de
IV – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). gravidez ou sendo esta de alto risco.

Parágrafo único. Também será admitida a Parágrafo único. Para a substituição, o


prisão preventiva quando houver dúvida juiz exigirá prova idônea dos requisitos
sobre a identidade civil da pessoa ou estabelecidos neste artigo.
quando esta não fornecer elementos
suficientes para esclarecê-la, devendo o
preso ser colocado imediatamente em
liberdade após a identificação, salvo se CAPÍTULO V
outra hipótese recomendar a manutenção DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES
da medida.
Art. 319. São medidas cautelares diversas da
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso prisão:
será decretada se o juiz verificar pelas provas

594 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal – Prisão Preventiva – Prof. Joerberth Nunes

I – comparecimento periódico em juízo, no § 4º A fiança será aplicada de acordo com


prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para as disposições do Capítulo VI deste Título,
informar e justificar atividades; podendo ser cumulada com outras medidas
cautelares.
II – proibição de acesso ou frequência
a determinados lugares quando, por Art. 320. A proibição de ausentar-se do País
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o será comunicada pelo juiz às autoridades
indiciado ou acusado permanecer distante encarregadas de fiscalizar as saídas do território
desses locais para evitar o risco de novas nacional, intimando-se o indiciado ou acusado
infrações; para entregar o passaporte, no prazo de 24
(vinte e quatro) horas.
III – proibição de manter contato com pessoa
determinada quando, por circunstâncias
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou
acusado dela permanecer distante; CAPÍTULO VI
IV – proibição de ausentar-se da Comarca DA LIBERDADE PROVISÓRIA, COM
quando a permanência seja conveniente ou OU SEM FIANÇA
necessária para a investigação ou instrução;
Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam
V – recolhimento domiciliar no período a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá
noturno e nos dias de folga quando o conceder liberdade provisória, impondo, se
investigado ou acusado tenha residência e for o caso, as medidas cautelares previstas no
trabalho fixos; art. 319 deste Código e observados os critérios
VI – suspensão do exercício de função constantes do art. 282 deste Código.
pública ou de atividade de natureza I – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
econômica ou financeira quando houver
justo receio de sua utilização para a prática II – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
de infrações penais;
Art. 322. A autoridade policial somente poderá
VII – internação provisória do acusado conceder fiança nos casos de infração cuja pena
nas hipóteses de crimes praticados com privativa de liberdade máxima não seja superior
violência ou grave ameaça, quando os a 4 (quatro) anos.
peritos concluírem ser inimputável ou
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança
semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e
será requerida ao juiz, que decidirá em 48
houver risco de reiteração;
(quarenta e oito) horas.
VIII – fiança, nas infrações que a admitem,
Art. 323. Não será concedida fiança: .
para assegurar o comparecimento a atos
do processo, evitar a obstrução do seu I – nos crimes de racismo;
andamento ou em caso de resistência
injustificada à ordem judicial; II – nos crimes de tortura, tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, terrorismo e
IX – monitoração eletrônica. nos definidos como crimes hediondos;
§ 1º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). III – nos crimes cometidos por grupos
armados, civis ou militares, contra a ordem
§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
constitucional e o Estado Democrático;
§ 3º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
IV – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

www.acasadoconcurseiro.com.br 595
V – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). III – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 324. Não será, igualmente, concedida Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a
fiança: autoridade terá em consideração a natureza
da infração, as condições pessoais de fortuna
I – aos que, no mesmo processo, tiverem e vida pregressa do acusado, as circunstâncias
quebrado fiança anteriormente concedida indicativas de sua periculosidade, bem como a
ou infringido, sem motivo justo, qualquer importância provável das custas do processo,
das obrigações a que se referem os arts. até final julgamento.
327 e 328 deste Código;
Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o
II – em caso de prisão civil ou militar; afiançado a comparecer perante a autoridade,
III – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). todas as vezes que for intimado para atos
do inquérito e da instrução criminal e para o
IV – quando presentes os motivos que julgamento. Quando o réu não comparecer, a
autorizam a decretação da prisão preventiva fiança será havida como quebrada.
(art. 312).
Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob
Art. 325. O valor da fiança será fixado pela pena de quebramento da fiança, mudar de
autoridade que a conceder nos seguintes residência, sem prévia permissão da autoridade
limites: processante, ou ausentar-se por mais de 8 (oito)
dias de sua residência, sem comunicar àquela
a) (revogada);
autoridade o lugar onde será encontrado.
b) (revogada);
Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de
c) (revogada). polícia, haverá um livro especial, com termos
de abertura e de encerramento, numerado
I – de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, e rubricado em todas as suas folhas pela
quando se tratar de infração cuja pena autoridade, destinado especialmente aos
privativa de liberdade, no grau máximo, não termos de fiança. O termo será lavrado pelo
for superior a 4 (quatro) anos; escrivão e assinado pela autoridade e por quem
II – de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários prestar a fiança, e dele extrair-se-á certidão para
mínimos, quando o máximo da pena juntar-se aos autos.
privativa de liberdade cominada for superior Parágrafo único. O réu e quem prestar a
a 4 (quatro) anos. fiança serão pelo escrivão notificados das
§ 1º Se assim recomendar a situação obrigações e da sanção previstas nos arts.
econômica do preso, a fiança poderá ser: 327 e 328, o que constará dos autos.

I – dispensada, na forma do art. 350 deste Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva,
Código; consistirá em depósito de dinheiro, pedras,
objetos ou metais preciosos, títulos da dívida
II – reduzida até o máximo de 2/3 (dois pública, federal, estadual ou municipal, ou em
terços); ou hipoteca inscrita em primeiro lugar.
III – aumentada em até 1.000 (mil) vezes. § 1º A avaliação de imóvel, ou de pedras,
objetos ou metais preciosos será feita
§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
imediatamente por perito nomeado pela
I – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). autoridade.
II – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

596 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal – Prisão Preventiva – Prof. Joerberth Nunes

§ 2º Quando a fiança consistir em caução Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito
de títulos da dívida pública, o valor será ou passar em julgado sentença que houver
determinado pela sua cotação em Bolsa, e, absolvido o acusado ou declarada extinta a ação
sendo nominativos, exigir-se-á prova de que penal, o valor que a constituir, atualizado, será
se acham livres de ônus. restituído sem desconto, salvo o disposto no
parágrafo único do art. 336 deste Código.
Art. 331. O valor em que consistir a fiança será
recolhido à repartição arrecadadora federal Art. 338. A fiança que se reconheça não ser
ou estadual, ou entregue ao depositário cabível na espécie será cassada em qualquer
público, juntando-se aos autos os respectivos fase do processo.
conhecimentos.
Art. 339. Será também cassada a fiança quando
Parágrafo único. Nos lugares em que o reconhecida a existência de delito inafiançável,
depósito não se puder fazer de pronto, o no caso de inovação na classificação do delito.
valor será entregue ao escrivão ou pessoa
abonada, a critério da autoridade, e dentro Art. 340. Será exigido o reforço da fiança:
de três dias dar-se-á ao valor o destino que I – quando a autoridade tomar, por engano,
Ihe assina este artigo, o que tudo constará fiança insuficiente;
do termo de fiança.
II – quando houver depreciação material
Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, ou perecimento dos bens hipotecados ou
será competente para conceder a fiança a caucionados, ou depreciação dos metais ou
autoridade que presidir ao respectivo auto, e, pedras preciosas;
em caso de prisão por mandado, o juiz que o
houver expedido, ou a autoridade judiciária ou III – quando for inovada a classificação do
policial a quem tiver sido requisitada a prisão. delito.

Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito
concedida independentemente de audiência do e o réu será recolhido à prisão, quando,
Ministério Público, este terá vista do processo na conformidade deste artigo, não for
a fim de requerer o que julgar conveniente. reforçada.

Art. 334. A fiança poderá ser prestada Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando
enquanto não transitar em julgado a sentença o acusado:
condenatória.
I – regularmente intimado para ato do
Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade processo, deixar de comparecer, sem
policial a concessão da fiança, o preso, ou motivo justo;
alguém por ele, poderá prestá-la, mediante
II – deliberadamente praticar ato de
simples petição, perante o juiz competente, que
obstrução ao andamento do processo;
decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.
III – descumprir medida cautelar imposta
Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como
cumulativamente com a fiança;
fiança servirão ao pagamento das custas, da
indenização do dano, da prestação pecuniária e IV – resistir injustificadamente a ordem
da multa, se o réu for condenado. judicial;
Parágrafo único. Este dispositivo terá V – praticar nova infração penal dolosa.
aplicação ainda no caso da prescrição
depois da sentença condenatória (art. 110 Art. 342. Se vier a ser reformado o
do Código Penal). julgamento em que se declarou quebrada

www.acasadoconcurseiro.com.br 597
a fiança, esta subsistirá em todos os seus
efeitos
Art. 343. O quebramento injustificado da fiança
importará na perda de metade do seu valor,
cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de
outras medidas cautelares ou, se for o caso, a
decretação da prisão preventiva.
Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade,
o valor da fiança, se, condenado, o acusado não
se apresentar para o início do cumprimento da
pena definitivamente imposta.
Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu
valor, deduzidas as custas e mais encargos a que
o acusado estiver obrigado, será recolhido ao
fundo penitenciário, na forma da lei.
Art. 346. No caso de quebramento de fiança,
feitas as deduções previstas no art. 345 deste
Código, o valor restante será recolhido ao fundo
penitenciário, na forma da lei.
Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345,
o saldo será entregue a quem houver prestado a
fiança, depois de deduzidos os encargos a que o
réu estiver obrigado.
Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido
prestada por meio de hipoteca, a execução
será promovida no juízo cível pelo órgão do
Ministério Público.
Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, objetos
ou metais preciosos, o juiz determinará a venda
por leiloeiro ou corretor.
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o
juiz, verificando a situação econômica do preso,
poderá conceder-lhe liberdade provisória,
sujeitando-o às obrigações constantes dos arts.
327 e 328 deste Código e a outras medidas
cautelares, se for o caso.
Parágrafo único. Se o beneficiado
descumprir, sem motivo justo, qualquer das
obrigações ou medidas impostas, aplicar-
se-á o disposto no § 4º do art. 282 deste
Código.

598 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Penal

REGRAS GERAIS

1. Conceito: é a segregação do indivíduo, no que se refere ao direito de livre locomoção (art.


5º, XV, LXI, CF)

2. Espécies: definitiva e provisória (preventiva e temporária)

3. Tem-se, também, a prisão em flagrante e a prisão domiciliar previstas no Código de


Processo Penal.

4. Prisão preventiva: art. 311 a 316, CPP

5. Prisão temporária: lei 7960/89

6. Prisão em flagrante: art. 301 a 310, CPP

7. Prisão domiciliar: art. 317 e 318, CPP

8. Medidas cautelares alternativas à prisão: art. 282 a 300, CPP e art. 319 a 320, CPP

9. Liberdade provisória: art. 321 a 350, CPP

10. Fiança: art. 321 a 350, CPP

www.acasadoconcurseiro.com.br 599
Direito Processual Penal

MATERIAL DE LEGISLAÇÃO

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

TÍTULO II V – é assegurado o direito de resposta, pro-


porcional ao agravo, além da indenização
Dos Direitos e Garantias por dano material, moral ou à imagem;
Fundamentais VI – é inviolável a liberdade de consciência e
de crença, sendo assegurado o livre exercí-
cio dos cultos religiosos e garantida, na for-
ma da lei, a proteção aos locais de culto e a
CAPÍTULO I suas liturgias;
DOS DIREITOS E DEVERES
VII – é assegurada, nos termos da lei, a pres-
INDIVIDUAIS E COLETIVOS tação de assistência religiosa nas entidades
civis e militares de internação coletiva;
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem dis-
tinção de qualquer natureza, garantindo-se aos VIII – ninguém será privado de direitos por
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País motivo de crença religiosa ou de convicção
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, filosófica ou política, salvo se as invocar
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos para eximir-se de obrigação legal a todos
termos seguintes: imposta e recusar-se a cumprir prestação
alternativa, fixada em lei;
I – homens e mulheres são iguais em direi-
tos e obrigações, nos termos desta Consti- IX – é livre a expressão da atividade intelec-
tuição; tual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença;
II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar
de fazer alguma coisa senão em virtude de X – são invioláveis a intimidade, a vida pri-
lei; vada, a honra e a imagem das pessoas, as-
segurado o direito a indenização pelo dano
III – ninguém será submetido a tortura nem
material ou moral decorrente de sua viola-
a tratamento desumano ou degradante;
ção;
IV – é livre a manifestação do pensamento,
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo,
sendo vedado o anonimato;
ninguém nela podendo penetrar sem con-
sentimento do morador, salvo em caso de
flagrante delito ou desastre, ou para prestar

www.acasadoconcurseiro.com.br 601
socorro, ou, durante o dia, por determina- para representar seus filiados judicial ou ex-
ção judicial; trajudicialmente;
XII – é inviolável o sigilo da correspondência XXII – é garantido o direito de propriedade;
e das comunicações telegráficas, de dados e
das comunicações telefônicas, salvo, no úl- XXIII – a propriedade atenderá a sua função
timo caso, por ordem judicial, nas hipóteses social;
e na forma que a lei estabelecer para fins de XXIV – a lei estabelecerá o procedimento
investigação criminal ou instrução proces- para desapropriação por necessidade ou
sual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996) utilidade pública, ou por interesse social,
XIII – é livre o exercício de qualquer traba- mediante justa e prévia indenização em di-
lho, ofício ou profissão, atendidas as quali- nheiro, ressalvados os casos previstos nesta
ficações profissionais que a lei estabelecer; Constituição;

XIV – é assegurado a todos o acesso à in- XXV – no caso de iminente perigo público, a
formação e resguardado o sigilo da fonte, autoridade competente poderá usar de pro-
quando necessário ao exercício profissional; priedade particular, assegurada ao proprie-
tário indenização ulterior, se houver dano;
XV – é livre a locomoção no território na-
cional em tempo de paz, podendo qualquer XXVI – a pequena propriedade rural, assim
pessoa, nos termos da lei, nele entrar, per- definida em lei, desde que trabalhada pela
manecer ou dele sair com seus bens; família, não será objeto de penhora para
pagamento de débitos decorrentes de sua
XVI – todos podem reunir-se pacificamente, atividade produtiva, dispondo a lei sobre os
sem armas, em locais abertos ao público, meios de financiar o seu desenvolvimento;
independentemente de autorização, desde
que não frustrem outra reunião anterior- XXVII – aos autores pertence o direito ex-
mente convocada para o mesmo local, sen- clusivo de utilização, publicação ou repro-
do apenas exigido prévio aviso à autoridade dução de suas obras, transmissível aos her-
competente; deiros pelo tempo que a lei fixar;

XVII – é plena a liberdade de associação XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:
para fins lícitos, vedada a de caráter para- a) a proteção às participações individuais
militar; em obras coletivas e à reprodução da ima-
XVIII – a criação de associações e, na forma gem e voz humanas, inclusive nas ativida-
da lei, a de cooperativas independem de au- des desportivas;
torização, sendo vedada a interferência es- b) o direito de fiscalização do aproveita-
tatal em seu funcionamento; mento econômico das obras que criarem
XIX – as associações só poderão ser com- ou de que participarem aos criadores, aos
pulsoriamente dissolvidas ou ter suas ati- intérpretes e às respectivas representações
vidades suspensas por decisão judicial, sindicais e associativas;
exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em XXIX – a lei assegurará aos autores de in-
julgado; ventos industriais privilégio temporário
XX – ninguém poderá ser compelido a asso- para sua utilização, bem como proteção às
ciar-se ou a permanecer associado; criações industriais, à propriedade das mar-
cas, aos nomes de empresas e a outros sig-
XXI – as entidades associativas, quando ex- nos distintivos, tendo em vista o interesse
pressamente autorizadas, têm legitimidade

602 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil – Prisão Temporária (Lei nº 7960) – Prof. Joerberth Nunes.

social e o desenvolvimento tecnológico e d) a competência para o julgamento dos cri-


econômico do País; mes dolosos contra a vida;
XXX – é garantido o direito de herança; XXXIX – não há crime sem lei anterior que
o defina, nem pena sem prévia cominação
XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros legal;
situados no País será regulada pela lei brasi-
leira em benefício do cônjuge ou dos filhos XL – a lei penal não retroagirá, salvo para
brasileiros, sempre que não lhes seja mais beneficiar o réu;
favorável a lei pessoal do "de cujus";
XLI – a lei punirá qualquer discriminação
XXXII – o Estado promoverá, na forma da atentatória dos direitos e liberdades funda-
lei, a defesa do consumidor; mentais;
XXXIII – todos têm direito a receber dos XLII – a prática do racismo constitui crime
órgãos públicos informações de seu inte- inafiançável e imprescritível, sujeito à pena
resse particular, ou de interesse coletivo ou de reclusão, nos termos da lei;
geral, que serão prestadas no prazo da lei,
sob pena de responsabilidade, ressalvadas XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à se- e insuscetíveis de graça ou anistia a prática
gurança da sociedade e do Estado; (Regula- da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes
mento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011) e drogas afins, o terrorismo e os definidos
como crimes hediondos, por eles respon-
XXXIV – são a todos assegurados, indepen- dendo os mandantes, os executores e os
dentemente do pagamento de taxas: que, podendo evitá-los, se omitirem;
a) o direito de petição aos Poderes Públicos XLIV – constitui crime inafiançável e impres-
em defesa de direitos ou contra ilegalidade critível a ação de grupos armados, civis ou
ou abuso de poder; militares, contra a ordem constitucional e o
Estado Democrático;
b) a obtenção de certidões em repartições
públicas, para defesa de direitos e esclare- XLV – nenhuma pena passará da pessoa do
cimento de situações de interesse pessoal; condenado, podendo a obrigação de repa-
rar o dano e a decretação do perdimento de
XXXV – a lei não excluirá da apreciação do bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; sucessores e contra eles executadas, até o
XXXVI – a lei não prejudicará o direito ad- limite do valor do patrimônio transferido;
quirido, o ato jurídico perfeito e a coisa jul- XLVI – a lei regulará a individualização da
gada; pena e adotará, entre outras, as seguintes:
XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de ex- a) privação ou restrição da liberdade;
ceção;
b) perda de bens;
XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri,
com a organização que lhe der a lei, assegu- c) multa;
rados:
d) prestação social alternativa;
a) a plenitude de defesa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
b) o sigilo das votações;
XLVII – não haverá penas:
c) a soberania dos veredictos;

www.acasadoconcurseiro.com.br 603
a) de morte, salvo em caso de guerra decla- nas hipóteses previstas em lei; (Regulamen-
rada, nos termos do art. 84, XIX; to).
b) de caráter perpétuo; LIX – será admitida ação privada nos crimes
de ação pública, se esta não for intentada
c) de trabalhos forçados; no prazo legal;
d) de banimento; LX – a lei só poderá restringir a publicidade
e) cruéis; dos atos processuais quando a defesa da in-
timidade ou o interesse social o exigirem;
XLVIII – a pena será cumprida em estabele-
cimentos distintos, de acordo com a nature- LXI – ninguém será preso senão em flagran-
za do delito, a idade e o sexo do apenado; te delito ou por ordem escrita e fundamen-
tada de autoridade judiciária competente,
XLIX – é assegurado aos presos o respeito à salvo nos casos de transgressão militar ou
integridade física e moral; crime propriamente militar, definidos em
lei;
L – às presidiárias serão asseguradas con-
dições para que possam permanecer com LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local
seus filhos durante o período de amamen- onde se encontre serão comunicados ime-
tação; diatamente ao juiz competente e à família
do preso ou à pessoa por ele indicada;
LI – nenhum brasileiro será extraditado,
salvo o naturalizado, em caso de crime co- LXIII – o preso será informado de seus direi-
mum, praticado antes da naturalização, ou tos, entre os quais o de permanecer calado,
de comprovado envolvimento em tráfico sendo-lhe assegurada a assistência da famí-
ilícito de entorpecentes e drogas afins, na lia e de advogado;
forma da lei;
LXIV – o preso tem direito à identificação
LII – não será concedida extradição de es- dos responsáveis por sua prisão ou por seu
trangeiro por crime político ou de opinião; interrogatório policial;
LIII – ninguém será processado nem senten- LXV – a prisão ilegal será imediatamente re-
ciado senão pela autoridade competente; laxada pela autoridade judiciária;
LIV – ninguém será privado da liberdade ou LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela
de seus bens sem o devido processo legal; mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;
LV – aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são LXVII – não haverá prisão civil por dívida,
assegurados o contraditório e ampla defe- salvo a do responsável pelo inadimplemen-
sa, com os meios e recursos a ela inerentes; to voluntário e inescusável de obrigação ali-
mentícia e a do depositário infiel;
LVI – são inadmissíveis, no processo, as pro-
vas obtidas por meios ilícitos; LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sem-
pre que alguém sofrer ou se achar amea-
LVII – ninguém será considerado culpado
çado de sofrer violência ou coação em sua
até o trânsito em julgado de sentença penal
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
condenatória;
abuso de poder;
LVIII – o civilmente identificado não será
LXIX – conceder-se-á mandado de seguran-
submetido a identificação criminal, salvo
ça para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas

604 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil – Prisão Temporária (Lei nº 7960) – Prof. Joerberth Nunes.

data, quando o responsável pela ilegalidade LXXVI – são gratuitos para os reconhecida-
ou abuso de poder for autoridade pública mente pobres, na forma da lei: (Vide De-
ou agente de pessoa jurídica no exercício de creto nº 7.844, de 1989)
atribuições do Poder Público;
a) o registro civil de nascimento;
LXX – o mandado de segurança coletivo
pode ser impetrado por: b) a certidão de óbito;

a) partido político com representação no LXXVII – são gratuitas as ações de habeas


Congresso Nacional; corpus e habeas data, e, na forma da lei, os
atos necessários ao exercício da cidadania.
b) organização sindical, entidade de classe (Regulamento)
ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em LXXVIII a todos, no âmbito judicial e admi-
defesa dos interesses de seus membros ou nistrativo, são assegurados a razoável dura-
associados; ção do processo e os meios que garantam a
celeridade de sua tramitação. (Incluído pela
LXXI – conceder-se-á mandado de injunção Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
sempre que a falta de norma regulamenta-
dora torne inviável o exercício dos direitos e § 1º – As normas definidoras dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogati- garantias fundamentais têm aplicação ime-
vas inerentes à nacionalidade, à soberania e diata.
à cidadania; § 2º – Os direitos e garantias expressos nes-
LXXII – conceder-se-á habeas data: ta Constituição não excluem outros decor-
rentes do regime e dos princípios por ela
a) para assegurar o conhecimento de infor- adotados, ou dos tratados internacionais
mações relativas à pessoa do impetrante, em que a República Federativa do Brasil
constantes de registros ou bancos de dados seja parte.
de entidades governamentais ou de caráter
público; § 3º Os tratados e convenções internacio-
nais sobre direitos humanos que forem
b) para a retificação de dados, quando não aprovados, em cada Casa do Congresso
se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judi- Nacional, em dois turnos, por três quintos
cial ou administrativo; dos votos dos respectivos membros, serão
equivalentes às emendas constitucionais.
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
para propor ação popular que vise a anu- de 2004) (Atos aprovados na forma deste
lar ato lesivo ao patrimônio público ou de parágrafo)
entidade de que o Estado participe, à mo-
ralidade administrativa, ao meio ambiente § 4º O Brasil se submete à jurisdição de
e ao patrimônio histórico e cultural, ficando Tribunal Penal Internacional a cuja criação
o autor, salvo comprovada má-fé, isento de tenha manifestado adesão. (Incluído pela
custas judiciais e do ônus da sucumbência; Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídi-
ca integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos;
LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990.

LXXV – o Estado indenizará o condenado Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos
por erro judiciário, assim como o que ficar do art. 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal, e
preso além do tempo fixado na sentença; determina outras providências.

www.acasadoconcurseiro.com.br 605
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B,
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a caput, e §§ 1º e 2º). (Incluído pela Lei nº
seguinte lei: 12.978, de 2014)
Art. 1º São considerados hediondos os seguin- Parágrafo único. Considera-se também he-
tes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no diondo o crime de genocídio previsto nos
2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Pe- arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de
nal, consumados ou tentados: (Redação dada outubro de 1956, tentado ou consumado.
pela Lei nº 8.930, de 1994) (Vide Lei nº 7.210, (Parágrafo incluído pela Lei nº 8.930, de
de 1984) 1994)
I – homicídio (art. 121), quando praticado Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tor-
em atividade típica de grupo de extermínio, tura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
ainda que cometido por um só agente, e afins e o terrorismo são insuscetíveis de:
homicídio qualificado (art. 121, § 2º, I, II, III,
IV e V); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de I – anistia, graça e indulto;
1994) II – fiança. (Redação dada pela Lei nº
II – latrocínio (art. 157, § 3º, in fine); (Inciso 11.464, de 2007)
incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) § 1º A pena por crime previsto neste artigo
III – extorsão qualificada pela morte (art. será cumprida inicialmente em regime fe-
158, § 2º); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, chado. (Redação dada pela Lei nº 11.464,
de 1994) de 2007)

IV – extorsão mediante sequestro e na for- § 2º A progressão de regime, no caso dos


ma qualificada (art. 159, caput, e §§ lº, 2º condenados aos crimes previstos neste ar-
e 3º); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de tigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5
1994) (dois quintos) da pena, se o apenado for
primário, e de 3/5 (três quintos), se reinci-
V – estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º); dente. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 2007)
VI – estupro de vulnerável (art. 217-A, caput § 3º Em caso de sentença condenatória, o
e §§ 1º, 2º, 3º e 4º); (Redação dada pela Lei juiz decidirá fundamentadamente se o réu
nº 12.015, de 2009) poderá apelar em liberdade. (Redação
dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
VII – epidemia com resultado morte (art.
267, § 1º). (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, § 4º A prisão temporária, sobre a qual dis-
de 1994) põe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de
1989, nos crimes previstos neste artigo, terá
VII-A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por
nº 9.695, de 1998) igual período em caso de extrema e com-
VII-B – falsificação, corrupção, adulteração provada necessidade. (Incluído pela Lei
ou alteração de produto destinado a fins te- nº 11.464, de 2007)
rapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e Art. 3º A União manterá estabelecimentos pe-
§ 1º, § 1º-A e § 1º-B, com a redação dada nais, de segurança máxima, destinados ao cum-
pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). primento de penas impostas a condenados de
(Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998) alta periculosidade, cuja permanência em presí-
VIII – favorecimento da prostituição ou de dios estaduais ponha em risco a ordem ou inco-
outra forma de exploração sexual de criança lumidade pública.

606 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil – Prisão Temporária (Lei nº 7960) – Prof. Joerberth Nunes.

Art. 4º (Vetado). Pena – reclusão, de seis a dez anos.


Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o ........................................................................
seguinte inciso:
Art. 223. .............................................................
"Art. 83. ..............................................................
Pena – reclusão, de oito a doze anos.
........................................................................
Parágrafo único. ..........................................
V – cumprido mais de dois terços da pena, ..............
nos casos de condenação por crime hedion-
do, prática da tortura, tráfico ilícito de en- Pena – reclusão, de doze a vinte e cinco anos.
torpecentes e drogas afins, e terrorismo, se ........................................................................
o apenado não for reincidente específico
em crimes dessa natureza." Art. 267. .............................................................

Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ Pena – reclusão, de dez a quinze anos.
1º, 2º e 3º; 213; 214; 223, caput e seu parágrafo
........................................................................
único; 267, caput e 270; caput, todos do Código
Penal, passam a vigorar com a seguinte redação: Art. 270. .............................................................
"Art. 157. ............................................................ Pena – reclusão, de dez a quinze anos.
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal ......................................................................."
grave, a pena é de reclusão, de cinco a quin-
ze anos, além da multa; se resulta morte, a Art. 7º ao art. 159 do Código Penal fica acresci-
reclusão é de vinte a trinta anos, sem preju- do o seguinte parágrafo:
ízo da multa. "Art. 159. ............................................................
........................................................................ ........................................................................
Art. 159. ............................................................. § 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou
Pena – reclusão, de oito a quinze anos. bando, o co-autor que denunciá-lo à auto-
ridade, facilitando a libertação do seqües-
§ 1º .............................................................. trado, terá sua pena reduzida de um a dois
terços."
Pena – reclusão, de doze a vinte anos.
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão
§ 2º ..............................................................
a pena prevista no art. 288 do Código Penal,
Pena – reclusão, de dezesseis a vinte e quatro quando se tratar de crimes hediondos, práti-
anos. ca da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins ou terrorismo.
§ 3º ..............................................................
Parágrafo único. O participante e o associa-
Pena – reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. do que denunciar à autoridade o bando ou
........................................................................ quadrilha, possibilitando seu desmantela-
mento, terá a pena reduzida de um a dois
Art. 213. ............................................................. terços.
Pena – reclusão, de seis a dez anos. Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os cri-
mes capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º,
Art. 214. ............................................................. 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e
sua combinação com o art. 223, caput e pará-

www.acasadoconcurseiro.com.br 607
grafo único, 214 e sua combinação com o art. b) sequestro ou cárcere privado (art. 148,
223, caput e parágrafo único, todos do Código caput, e seus §§ 1º e 2º);
Penal, são acrescidas de metade, respeitado o
limite superior de trinta anos de reclusão, es- c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1º, 2º e
tando a vítima em qualquer das hipóteses refe- 3º);
ridas no art. 224 também do Código Penal. d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1º e
Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outu- 2º);
bro de 1976, passa a vigorar acrescido de pará- e) extorsão mediante sequestro (art. 159,
grafo único, com a seguinte redação: caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º);
"Art. 35. ............................................................. f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação
Parágrafo único. Os prazos procedimentais com o art. 223, caput, e parágrafo único);
deste capítulo serão contados em dobro g) atentado violento ao pudor (art. 214,
quando se tratar dos crimes previstos nos caput, e sua combinação com o art. 223,
arts. 12, 13 e 14." caput, e parágrafo único);
Art. 11. (Vetado). h) rapto violento (art. 219, e sua combinação
Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua com o art. 223 caput, e parágrafo único);
publicação. i) epidemia com resultado de morte (art.
Art. 13. Revogam-se as disposições em contrá- 267, § 1º);
rio. j) envenenamento de água potável ou
substância alimentícia ou medicinal
qualificado pela morte (art. 270, caput,
LEI Nº 7.960, DE 21 DE DEZEMBRO DE combinado com art. 285);
1989.
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do
Dispõe sobre prisão temporária. Código Penal;

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que m) genocídio (arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº


o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a 2.889, de 1º de outubro de 1956), em
seguinte Lei: qualquer de sua formas típicas;

Art. 1º Caberá prisão temporária: n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei nº 6.368,


de 21 de outubro de 1976);
I – quando imprescindível para as investiga-
ções do inquérito policial; o) crimes contra o sistema financeiro (Lei nº
7.492, de 16 de junho de 1986).
II – quando o indicado não tiver residência
fixa ou não fornecer elementos necessários Art. 2º A prisão temporária será decretada
ao esclarecimento de sua identidade; pelo Juiz, em face da representação da
autoridade policial ou de requerimento do
III – quando houver fundadas razões, de Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco)
acordo com qualquer prova admitida na dias, prorrogável por igual período em caso de
legislação penal, de autoria ou participação extrema e comprovada necessidade.
do indiciado nos seguintes crimes:
§ 1º Na hipótese de representação da
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu autoridade policial, o Juiz, antes de decidir,
§ 2); ouvirá o Ministério Público.

608 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil – Prisão Temporária (Lei nº 7960) – Prof. Joerberth Nunes.

§ 2º O despacho que decretar a prisão Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua
temporária deverá ser fundamentado e publicação.
prolatado dentro do prazo de 24 (vinte
e quatro) horas, contadas a partir do Art. 7º Revogam-se as disposições em contrário.
recebimento da representação ou do
requerimento.
CÓDIGO PENAL
§ 3º O Juiz poderá, de ofício, ou a
requerimento do Ministério Público e do
Advogado, determinar que o preso lhe PARTE ESPECIAL
seja apresentado, solicitar informações e
esclarecimentos da autoridade policial e TÍTULO I
submetê-lo a exame de corpo de delito.
§ 4º Decretada a prisão temporária, expedir- Dos Crimes Contra A Pessoa
se-á mandado de prisão, em duas vias,
uma das quais será entregue ao indiciado e
servirá como nota de culpa.
CAPÍTULO I
§ 5º A prisão somente poderá ser executada DOS CRIMES CONTRA A VIDA
depois da expedição de mandado judicial.
Homicídio simples
§ 6º Efetuada a prisão, a autoridade policial
informará o preso dos direitos previstos no Art. 121. Matar alguem:
art. 5º da Constituição Federal.
Pena – reclusão, de seis a vinte anos.
§ 7º Decorrido o prazo de cinco dias
de detenção, o preso deverá ser posto Caso de diminuição de pena
imediatamente em liberdade, salvo se já § 1º Se o agente comete o crime impelido
tiver sido decretada sua prisão preventiva. por motivo de relevante valor social ou
Art. 3º Os presos temporários deverão moral, ou sob o domínio de violenta
permanecer, obrigatoriamente, separados dos emoção, logo em seguida a injusta
demais detentos. provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a
pena de um sexto a um terço.
Art. 4º O art. 4º da Lei nº 4.898, de 9 de
dezembro de 1965, fica acrescido da alínea i, Homicídio qualificado
com a seguinte redação: § 2º Se o homicídio é cometido:
"Art. 4º ............................................................... I – mediante paga ou promessa de
i) prolongar a execução de prisão recompensa, ou por outro motivo torpe;
temporária, de pena ou de medida de II – por motivo futil;
segurança, deixando de expedir em tempo
oportuno ou de cumprir imediatamente III – com emprego de veneno, fogo,
ordem de liberdade;" explosivo, asfixia, tortura ou outro meio
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar
Art. 5º Em todas as comarcas e seções perigo comum;
judiciárias haverá um plantão permanente de
vinte e quatro horas do Poder Judiciário e do IV – à traição, de emboscada, ou mediante
Ministério Público para apreciação dos pedidos dissimulação ou outro recurso que dificulte
de prisão temporária. ou torne impossivel a defesa do ofendido;

www.acasadoconcurseiro.com.br 609
V – para assegurar a execução, a ocultação, CAPÍTULO VI
a impunidade ou vantagem de outro crime: DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE
Pena – reclusão, de doze a trinta anos. INDIVIDUAL
Homicídio culposo Seção I
§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE
4.611, de 1965) PESSOAL
Pena – detenção, de um a três anos. Sequestro e cárcere privado
Aumento de pena Art. 148 – Privar alguém de sua liberdade,
§ 4º No homicídio culposo, a pena é mediante sequestro ou cárcere privado: (Vide
aumentada de 1/3 (um terço), se o crime Lei nº 10.446, de 2002)
resulta de inobservância de regra técnica Pena – reclusão, de um a três anos.
de profissão, arte ou ofício, ou se o agente
deixa de prestar imediato socorro à vítima, § 1º – A pena é de reclusão, de dois a cinco
não procura diminuir as conseqüências anos:
do seu ato, ou foge para evitar prisão em
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena I – se a vítima é ascendente, descendente,
é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime cônjuge ou companheiro do agente ou
é praticado contra pessoa menor de 14 maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada
(quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. pela Lei nº 11.106, de 2005)
(Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) II – se o crime é praticado mediante
§ 5º – Na hipótese de homicídio culposo, internação da vítima em casa de saúde ou
o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se hospital;
as consequências da infração atingirem III – se a privação da liberdade dura mais de
o próprio agente de forma tão grave que quinze dias.
a sanção penal se torne desnecessária.
(Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977) IV – se o crime é praticado contra menor
de 18 (dezoito) anos; (Incluído pela Lei nº
§ 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) 11.106, de 2005)
até a metade se o crime for praticado por
milícia privada, sob o pretexto de prestação V – se o crime é praticado com fins
de serviço de segurança, ou por grupo de libidinosos. (Incluído pela Lei nº 11.106, de
extermínio. (Incluído pela Lei nº 12.720, 2005)
de 2012)
§ 2º – Se resulta à vítima, em razão de
maus-tratos ou da natureza da detenção,
grave sofrimento físico ou moral:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

610 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil – Prisão Temporária (Lei nº 7960) – Prof. Joerberth Nunes.

TÍTULO II Lei nº 9.426, de 1996) Vide Lei nº 8.072, de


25.7.90
Dos Crimes Contra O Patrimônio Extorsão
Art. 158 – Constranger alguém, mediante
violência ou grave ameaça, e com o intuito de
CAPÍTULO II obter para si ou para outrem indevida vantagem
DO ROUBO E DA EXTORSÃO econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar
fazer alguma coisa:
Roubo
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Art. 157 – Subtrair coisa móvel alheia, para si
ou para outrem, mediante grave ameaça ou § 1º – Se o crime é cometido por duas ou
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por mais pessoas, ou com emprego de arma,
qualquer meio, reduzido à impossibilidade de aumenta-se a pena de um terço até metade.
resistência: § 2º – Aplica-se à extorsão praticada
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa. mediante violência o disposto no § 3º do
artigo anterior. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
§ 1º – Na mesma pena incorre quem,
logo depois de subtraída a coisa, emprega § 3º Se o crime é cometido mediante a
violência contra pessoa ou grave ameaça, a restrição da liberdade da vítima, e essa
fim de assegurar a impunidade do crime ou condição é necessária para a obtenção da
a detenção da coisa para si ou para terceiro. vantagem econômica, a pena é de reclusão,
de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa;
§ 2º – A pena aumenta-se de um terço até se resulta lesão corporal grave ou morte,
metade: aplicam-se as penas previstas no art. 159,
§§ 2º e 3º, respectivamente. (Incluído pela
I – se a violência ou ameaça é exercida com Lei nº 11.923, de 2009)
emprego de arma;
Extorsão mediante sequestro
II – se há o concurso de duas ou mais
pessoas; Art. 159 – Sequestrar pessoa com o fim de obter,
para si ou para outrem, qualquer vantagem,
III – se a vítima está em serviço de como condição ou preço do resgate: Vide Lei nº
transporte de valores e o agente conhece 8.072, de 25.7.90 (Vide Lei nº 10.446, de 2002)
tal circunstância.
Pena – reclusão, de oito a quinze anos.. (Reda-
IV – se a subtração for de veículo automotor ção dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
que venha a ser transportado para outro
Estado ou para o exterior; (Incluído pela Lei § 1º Se o sequestro dura mais de 24 (vinte
nº 9.426, de 1996) e quatro) horas, se o sequestrado é menor
de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta)
V – se o agente mantém a vítima em seu anos, ou se o crime é cometido por bando
poder, restringindo sua liberdade. (Incluído ou quadrilha. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
pela Lei nº 9.426, de 1996) (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal Pena – reclusão, de doze a vinte anos. (Redação
grave, a pena é de reclusão, de sete a dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
quinze anos, além da multa; se resulta
morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, § 2º – Se do fato resulta lesão corporal de
sem prejuízo da multa. (Redação dada pela natureza grave: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90

www.acasadoconcurseiro.com.br 611
Pena – reclusão, de dezesseis a vinte e qua- § 2º Se da conduta resulta morte: (Incluído
tro anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de pela Lei nº 12.015, de 2009)
25.7.1990)
Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos
§ 3º – Se resulta a morte: Vide Lei nº 8.072, (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
de 25.7.90
Art. 214 – (Revogado pela Lei nº 12.015, de
Pena – reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. 2009)
(Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
Violação sexual mediante fraude (Redação dada
§ 4º – Se o crime é cometido em concurso, o pela Lei nº 12.015, de 2009)
concorrente que o denunciar à autoridade,
facilitando a libertação do sequestrado,
terá sua pena reduzida de um a dois terços.
(Redação dada pela Lei nº 9.269, de 1996) CAPÍTULO II
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA
VULNERÁVEL
TÍTULO VI
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Dos Crimes Contra A Dignidade Sedução
Sexual
Art. 217 – (Revogado pela Lei nº 11.106, de
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 2005)
Estupro de vulnerável (Incluído pela Lei nº
12.015, de 2009)
CAPÍTULO I Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze)
SEXUAL anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Estupro
§ 1º Incorre na mesma pena quem pratica
Art. 213. Constranger alguém, mediante as ações descritas no caput com alguém
violência ou grave ameaça, a ter conjunção que, por enfermidade ou deficiência mental,
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se não tem o necessário discernimento para a
pratique outro ato libidinoso: (Redação dada prática do ato, ou que, por qualquer outra
pela Lei nº 12.015, de 2009) causa, não pode oferecer resistência.
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Re- (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
dação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) § 2º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.015,
§ 1º Se da conduta resulta lesão corporal de 2009)
de natureza grave ou se a vítima é menor de § 3º Se da conduta resulta lesão corporal de
18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: natureza grave: (Incluído pela Lei nº 12.015,
(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) de 2009)
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. Pena – reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

612 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil – Prisão Temporária (Lei nº 7960) – Prof. Joerberth Nunes.

§ 4º Se da conduta resulta morte: (Incluído § 2º Incorre nas mesmas penas: (Incluído


pela Lei nº 12.015, de 2009) pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. I – quem pratica conjunção carnal ou outro
(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) ato libidinoso com alguém menor de 18
(dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na
Corrupção de menores situação descrita no caput deste artigo;
Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
anos a satisfazer a lascívia de outrem: (Redação II – o proprietário, o gerente ou o
dada pela Lei nº 12.015, de 2009) responsável pelo local em que se verifiquem
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. as práticas referidas no caput deste artigo.
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela § 3º Na hipótese do inciso II do § 2º,


Lei nº 12.015, de 2009) constitui efeito obrigatório da condenação
a cassação da licença de localização e
Satisfação de lascívia mediante presença de de funcionamento do estabelecimento.
criança ou adolescente (Incluído pela Lei nº (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
12.015, de 2009)
Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém
menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a CAPÍTULO III
presenciar, conjunção carnal ou outro ato
libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria DO RAPTO
ou de outrem: (Incluído pela Lei nº 12.015, de
Rapto violento ou mediante fraude
2009)
Art. 219 – (Revogado pela Lei nº 11.106, de
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.”
2005)
(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Rapto consensual
Favorecimento da prostituição ou de outra for-
ma de exploração sexual de criança ou adoles- Art. 220 – (Revogado pela Lei nº 11.106, de
cente ou de vulnerável. (Redação dada pela Lei 2005)
nº 12.978, de 2014)
Diminuição de pena
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à
prostituição ou outra forma de exploração Art. 221 – (Revogado pela Lei nº 11.106, de
sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou 2005)
que, por enfermidade ou deficiência mental, Concurso de rapto e outro crime
não tem o necessário discernimento para a
prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar Art. 222 – (Revogado pela Lei nº 11.106, de
que a abandone: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2005)
2009)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.
(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1º Se o crime é praticado com o fim de
obter vantagem econômica, aplica-se
também multa. (Incluído pela Lei nº 12.015,
de 2009)

www.acasadoconcurseiro.com.br 613
TÍTULO VIII Art. 273 – Falsificar, corromper, adulterar ou
alterar produto destinado a fins terapêuticos ou
Dos Crimes Contra A Incolumidade medicinais: (Redação dada pela Lei nº 9.677, de
Pública 2.7.1998)
Pena – reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos,
e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de
2.7.1998)
CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE § 1º – Nas mesmas penas incorre quem
importa, vende, expõe à venda, tem em
PÚBLICA depósito para vender ou, de qualquer
Epidemia forma, distribui ou entrega a consumo o
produto falsificado, corrompido, adulterado
Art. 267 – Causar epidemia, mediante a ou alterado. (Redação dada pela Lei nº
propagação de germes patogênicos: 9.677, de 2.7.1998)
Pena – reclusão, de dez a quinze anos. (Redação § 1º-A – Incluem-se entre os produtos a que
dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) se refere este artigo os medicamentos, as
matérias-primas, os insumos farmacêuticos,
§ 1º – Se do fato resulta morte, a pena é os cosméticos, os saneantes e os de uso em
aplicada em dobro. diagnóstico. (Incluído pela Lei nº 9.677, de
§ 2º – No caso de culpa, a pena é de 2.7.1998)
detenção, de um a dois anos, ou, se resulta § 1º-B – Está sujeito às penas deste artigo
morte, de dois a quatro anos. quem pratica as ações previstas no § 1º
Falsificação, corrupção, adulteração ou altera- em relação a produtos em qualquer das
ção de produto destinado a fins terapêuticos ou seguintes condições: (Incluído pela Lei nº
medicinais (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 9.677, de 2.7.1998)
2.7.1998) I – sem registro, quando exigível, no órgão
Envenenamento de água potável ou de substân- de vigilância sanitária competente; (Incluído
cia alimentícia ou medicinal pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)

Art. 270 – Envenenar água potável, de uso II – em desacordo com a fórmula constante
comum ou particular, ou substância alimentícia do registro previsto no inciso anterior;
ou medicinal destinada a consumo: (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)

Pena – reclusão, de dez a quinze anos. (Redação III – sem as características de identidade
dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) e qualidade admitidas para a sua
comercialização; (Incluído pela Lei nº 9.677,
§ 1º – Está sujeito à mesma pena quem de 2.7.1998)
entrega a consumo ou tem em depósito,
para o fim de ser distribuída, a água ou a IV – com redução de seu valor terapêutico
substância envenenada. ou de sua atividade; ((Incluído pela Lei nº
9.677, de 2.7.1998)
Modalidade culposa
V – de procedência ignorada; (Incluído pela
§ 2º – Se o crime é culposo: Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

614 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil – Prisão Temporária (Lei nº 7960) – Prof. Joerberth Nunes.

VI – adquiridos de estabelecimento sem LEI Nº 2.889, DE 1 DE OUTUBRO DE


licença da autoridade sanitária competente. 1956.
(Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
Define e pune o crime de genocídio.
Modalidade culposa
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA:
§ 2º – Se o crime é culposo:
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e
eu sanciono a seguinte Lei:
multa. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de
2.7.1998) Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no
todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial
Forma qualificada
ou religioso, como tal:
Art. 285 – Aplica-se o disposto no art. 258 aos
a) matar membros do grupo;
crimes previstos neste Capítulo, salvo quanto ao
definido no art. 267. b) causar lesão grave à integridade física ou
mental de membros do grupo;
c) submeter intencionalmente o grupo
TÍTULO IX a condições de existência capazes de
ocasionar-lhe a destruição física total ou
Dos Crimes Contra A Paz Pública parcial;
Associação Criminosa d) adotar medidas destinadas a impedir os
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais nascimentos no seio do grupo;
pessoas, para o fim específico de cometer e) efetuar a transferência forçada de
crimes: (Redação dada pela Lei nº 12.850, de crianças do grupo para outro grupo;
2013) (Vigência)
Será punido:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Re-
dação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vi- Com as penas do art. 121, § 2º, do Código Penal,
gência) no caso da letra a;

Parágrafo único. A pena aumenta-se até Com as penas do art. 129, § 2º, no caso da letra
a metade se a associação é armada ou b;
se houver a participação de criança ou
Com as penas do art. 270, no caso da letra c;
adolescente. (Redação dada pela Lei nº
12.850, de 2013) (Vigência) Com as penas do art. 125, no caso da letra d;
Constituição de milícia privada (Incluído dada Com as penas do art. 148, no caso da letra e;
pela Lei nº 12.720, de 2012)
Art. 2º Associarem-se mais de 3 (três) pessoas
Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, para prática dos crimes mencionados no artigo
manter ou custear organização paramilitar, anterior:
milícia particular, grupo ou esquadrão com
a finalidade de praticar qualquer dos crimes Pena: Metade da cominada aos crimes ali pre-
previstos neste Código: (Incluído dada pela Lei vistos.
nº 12.720, de 2012) Art. 3º Incitar, direta e publicamente alguém a
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. cometer qualquer dos crimes de que trata o art.
(Incluído dada pela Lei nº 12.720, de 2012) 1º:

www.acasadoconcurseiro.com.br 615
Pena: Metade das penas ali cominadas. § 1º Às mesmas medidas submete-se quem,
para seu consumo pessoal, semeia, cultiva
§ 1º A pena pelo crime de incitação será ou colhe plantas destinadas à preparação
a mesma de crime incitado, se este se de pequena quantidade de substância ou
consumar. produto capaz de causar dependência física
§ 2º A pena será aumentada de 1/3 (um ou psíquica.
terço), quando a incitação for cometida pela § 2º Para determinar se a droga destinava-
imprensa. se a consumo pessoal, o juiz atenderá à
Art. 4º A pena será agravada de 1/3 (um terço), natureza e à quantidade da substância
no caso dos arts. 1º, 2º e 3º, quando cometido apreendida, ao local e às condições em que
o crime por governante ou funcionário público. se desenvolveu a ação, às circunstâncias
sociais e pessoais, bem como à conduta e
Art. 5º Será punida com 2/3 (dois terços) aos antecedentes do agente.
das respectivas penas a tentativa dos crimes
definidos nesta lei. § 3º As penas previstas nos incisos II e III
do caput deste artigo serão aplicadas pelo
Art. 6º Os crimes de que trata esta lei não serão prazo máximo de 5 (cinco) meses.
considerados crimes políticos para efeitos de
extradição. § 4º Em caso de reincidência, as penas
previstas nos incisos II e III do caput deste
Art. 7º Revogam-se as disposições em contrário. artigo serão aplicadas pelo prazo máximo
de 10 (dez) meses.

LEI 11343/06 § 5º A prestação de serviços à comunidade


será cumprida em programas comunitários,
entidades educacionais ou assistenciais,
hospitais, estabelecimentos congêneres,
públicos ou privados sem fins lucrativos,
CAPÍTULO III
que se ocupem, preferencialmente, da
DOS CRIMES E DAS PENAS prevenção do consumo ou da recuperação
de usuários e dependentes de drogas.
Art. 27. As penas previstas neste
Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou § 6º Para garantia do cumprimento das
cumulativamente, bem como substituídas a medidas educativas a que se refere o caput,
qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e nos incisos I, II e III, a que injustificadamente
o defensor. se recuse o agente, poderá o juiz submetê-
lo, sucessivamente a:
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em
depósito, transportar ou trouxer consigo, para I – admoestação verbal;
consumo pessoal, drogas sem autorização
ou em desacordo com determinação legal ou II – multa.
regulamentar será submetido às seguintes § 7º O juiz determinará ao Poder Público
penas: que coloque à disposição do infrator,
I – advertência sobre os efeitos das drogas; gratuitamente, estabelecimento de saúde,
preferencialmente ambulatorial, para
II – prestação de serviços à comunidade; tratamento especializado.
III – medida educativa de comparecimento Art. 29. Na imposição da medida educativa a
a programa ou curso educativo. que se refere o inciso II do § 6º do art. 28, o juiz,
atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará

616 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil – Prisão Temporária (Lei nº 7960) – Prof. Joerberth Nunes.

o número de dias-multa, em quantidade nunca § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº


inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 12.961, de 2014)
(cem), atribuindo depois a cada um, segundo a
capacidade econômica do agente, o valor de um § 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior 12.961, de 2014)
salário mínimo. § 3º Em caso de ser utilizada a queimada
Parágrafo único. Os valores decorrentes para destruir a plantação, observar-se-á,
da imposição da multa a que se refere o § além das cautelas necessárias à proteção
6º do art. 28 serão creditados à conta do ao meio ambiente, o disposto no Decreto
Fundo Nacional Antidrogas. no 2.661, de 8 de julho de 1998, no que
couber, dispensada a autorização prévia do
Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a órgão próprio do Sistema Nacional do Meio
imposição e a execução das penas, observado, Ambiente – Sisnama.
no tocante à interrupção do prazo, o disposto
nos arts. 107 e seguintes do Código Penal. § 4º As glebas cultivadas com plantações
ilícitas serão expropriadas, conforme o
disposto no art. 243 da Constituição Federal,
de acordo com a legislação em vigor.
TÍTULO IV

Da Repressão À Produção Não


Autorizada E Ao Tráfico Ilícito De CAPÍTULO II
Drogas DOS CRIMES
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar,
produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à
CAPÍTULO I venda, oferecer, ter em depósito, transportar,
DISPOSIÇÕES GERAIS trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar,
entregar a consumo ou fornecer drogas,
Art. 31. É indispensável a licença prévia da ainda que gratuitamente, sem autorização
autoridade competente para produzir, extrair, ou em desacordo com determinação legal ou
fabricar, transformar, preparar, possuir, manter regulamentar:
em depósito, importar, exportar, reexportar, Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos
remeter, transportar, expor, oferecer, vender, e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e
comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer quinhentos) dias-multa.
fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua
preparação, observadas as demais exigências § 1º Nas mesmas penas incorre quem:
legais.
I – importa, exporta, remete, produz,
Art. 32. As plantações ilícitas serão fabrica, adquire, vende, expõe à venda,
imediatamente destruídas pelo delegado de oferece, fornece, tem em depósito,
polícia na forma do art. 50-A, que recolherá transporta, traz consigo ou guarda, ainda
quantidade suficiente para exame pericial, que gratuitamente, sem autorização ou
de tudo lavrando auto de levantamento das em desacordo com determinação legal ou
condições encontradas, com a delimitação do regulamentar, matéria-prima, insumo ou
local, asseguradas as medidas necessárias para produto químico destinado à preparação de
a preservação da prova. (Redação dada pela Lei drogas;
nº 12.961, de 2014)

www.acasadoconcurseiro.com.br 617
II – semeia, cultiva ou faz a colheita, Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e
sem autorização ou em desacordo com pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000
determinação legal ou regulamentar, de (dois mil) dias-multa.
plantas que se constituam em matéria-
prima para a preparação de drogas; Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas
para o fim de praticar, reiteradamente ou não,
III – utiliza local ou bem de qualquer qualquer dos crimes previstos nos arts. 33,
natureza de que tem a propriedade, posse, caput e § 1º, e 34 desta Lei:
administração, guarda ou vigilância, ou
consente que outrem dele se utilize, ainda Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e
que gratuitamente, sem autorização ou pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e
em desacordo com determinação legal duzentos) dias-multa.
ou regulamentar, para o tráfico ilícito de Parágrafo único. Nas mesmas penas do
drogas. caput deste artigo incorre quem se associa
§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao para a prática reiterada do crime definido
uso indevido de droga: (Vide ADI nº 4.274) no art. 36 desta Lei.

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e Art. 36. Financiar ou custear a prática de
multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-mul- qualquer dos crimes previstos nos arts. 33,
ta. caput e § 1º, e 34 desta Lei:

§ 3º Oferecer droga, eventualmente e Pena – reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e


sem objetivo de lucro, a pessoa de seu pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000
relacionamento, para juntos a consumirem: (quatro mil) dias-multa.

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, Art. 37. Colaborar, como informante, com
e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e grupo, organização ou associação destinados
quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas à prática de qualquer dos crimes previstos nos
previstas no art. 28. arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei:

§ 4º Nos delitos definidos no caput e no Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pa-
§ 1º deste artigo, as penas poderão ser gamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos)
reduzidas de um sexto a dois terços, vedada dias-multa.
a conversão em penas restritivas de direitos, Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente,
desde que o agente seja primário, de bons drogas, sem que delas necessite o paciente, ou
antecedentes, não se dedique às atividades fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo
criminosas nem integre organização com determinação legal ou regulamentar:
criminosa. (Vide Resolução nº 5, de 2012)
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (du-
oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer zentos) dias-multa.
título, possuir, guardar ou fornecer, ainda
que gratuitamente, maquinário, aparelho, Parágrafo único. O juiz comunicará a
instrumento ou qualquer objeto destinado condenação ao Conselho Federal da
à fabricação, preparação, produção ou categoria profissional a que pertença o
transformação de drogas, sem autorização agente.
ou em desacordo com determinação legal ou
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após
regulamentar:
o consumo de drogas, expondo a dano potencial
a incolumidade de outrem:

618 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil – Prisão Temporária (Lei nº 7960) – Prof. Joerberth Nunes.

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) VI – sua prática envolver ou visar a atingir
anos, além da apreensão do veículo, cassação criança ou adolescente ou a quem tenha,
da habilitação respectiva ou proibição de obtê- por qualquer motivo, diminuída ou
-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de li- suprimida a capacidade de entendimento e
berdade aplicada, e pagamento de 200 (duzen- determinação;
tos) a 400 (quatrocentos) dias-multa.
VII – o agente financiar ou custear a prática
Parágrafo único. As penas de prisão e do crime.
multa, aplicadas cumulativamente com as
demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos
e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) LEI 7492/86
dias-multa, se o veículo referido no caput
deste artigo for de transporte coletivo de Art. 1º Considera-se instituição financeira, para
passageiros. efeito desta lei, a pessoa jurídica de direito
público ou privado, que tenha como atividade
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 principal ou acessória, cumulativamente ou
desta Lei são aumentadas de um sexto a dois não, a captação, intermediação ou aplicação
terços, se: de recursos financeiros (Vetado) de terceiros,
I – a natureza, a procedência da em moeda nacional ou estrangeira, ou a
substância ou do produto apreendido e custódia, emissão, distribuição, negociação,
as circunstâncias do fato evidenciarem a intermediação ou administração de valores
transnacionalidade do delito; mobiliários.

II – o agente praticar o crime prevalecendo- Parágrafo único. Equipara-se à instituição


se de função pública ou no desempenho de financeira:
missão de educação, poder familiar, guarda I – a pessoa jurídica que capte ou administre
ou vigilância; seguros, câmbio, consórcio, capitalização
III – a infração tiver sido cometida ou qualquer tipo de poupança, ou recursos
nas dependências ou imediações de de terceiros;
estabelecimentos prisionais, de ensino II – a pessoa natural que exerça quaisquer
ou hospitalares, de sedes de entidades das atividades referidas neste artigo, ainda
estudantis, sociais, culturais, recreativas, que de forma eventual.
esportivas, ou beneficentes, de locais
de trabalho coletivo, de recintos onde DOS CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO
se realizem espetáculos ou diversões NACIONAL
de qualquer natureza, de serviços de
tratamento de dependentes de drogas ou Art. 2º Imprimir, reproduzir ou, de qualquer
de reinserção social, de unidades militares modo, fabricar ou pôr em circulação, sem
ou policiais ou em transportes públicos; autorização escrita da sociedade emissora,
certificado, cautela ou outro documento
IV – o crime tiver sido praticado com representativo de título ou valor mobiliário:
violência, grave ameaça, emprego de
arma de fogo, ou qualquer processo de Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e
intimidação difusa ou coletiva; multa.

V – caracterizado o tráfico entre Estados Parágrafo único. Incorre na mesma pena


da Federação ou entre estes e o Distrito quem imprime, fabrica, divulga, distribui
Federal; ou faz distribuir prospecto ou material de

www.acasadoconcurseiro.com.br 619
propaganda relativo aos papéis referidos divergentes das constantes do registro ou
neste artigo. irregularmente registrados;
Art. 3º Divulgar informação falsa ou III – sem lastro ou garantia suficientes, nos
prejudicialmente incompleta sobre instituição termos da legislação;
financeira:
IV – sem autorização prévia da autoridade
Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e competente, quando legalmente exigida:
multa.
Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e
Art. 4º Gerir fraudulentamente instituição multa.
financeira:
Art. 8º Exigir, em desacordo com a legislação
Pena – Reclusão, de 3 (três) a 12 (doze) anos, e (Vetado), juro, comissão ou qualquer tipo de
multa. remuneração sobre operação de crédito ou
de seguro, administração de fundo mútuo ou
Parágrafo único. Se a gestão é temerária: fiscal ou de consórcio, serviço de corretagem ou
Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e distribuição de títulos ou valores mobiliários:
multa. Pena – Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
Art. 5º Apropriar-se, quaisquer das pessoas multa.
mencionadas no art. 25 desta lei, de dinheiro, Art. 9º Fraudar a fiscalização ou o investidor,
título, valor ou qualquer outro bem móvel inserindo ou fazendo inserir, em documento
de que tem a posse, ou desviá-lo em proveito comprobatório de investimento em títulos ou
próprio ou alheio: valores mobiliários, declaração falsa ou diversa
Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e da que dele deveria constar:
multa. Pena – Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e
Parágrafo único. Incorre na mesma pena multa.
qualquer das pessoas mencionadas no art. Art. 10. Fazer inserir elemento falso ou
25 desta lei, que negociar direito, título ou omitir elemento exigido pela legislação, em
qualquer outro bem móvel ou imóvel de demonstrativos contábeis de instituição
que tem a posse, sem autorização de quem financeira, seguradora ou instituição integrante
de direito. do sistema de distribuição de títulos de valores
Art. 6º Induzir ou manter em erro, sócio, mobiliários:
investidor ou repartição pública competente, Pena – Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e
relativamente a operação ou situação financeira, multa.
sonegando-lhe informação ou prestando-a
falsamente: Art. 11. Manter ou movimentar recurso ou valor
paralelamente à contabilidade exigida pela
Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e legislação:
multa.
Pena – Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e
Art. 7º Emitir, oferecer ou negociar, de qualquer multa.
modo, títulos ou valores mobiliários:
Art. 12. Deixar, o ex-administrador de instituição
I – falsos ou falsificados; financeira, de apresentar, ao interventor,
II – sem registro prévio de emissão junto liquidante, ou síndico, nos prazos e condições
à autoridade competente, em condições estabelecidas em lei as informações, declarações
ou documentos de sua responsabilidade:

620 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil – Prisão Temporária (Lei nº 7960) – Prof. Joerberth Nunes.

Pena – Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e descendentes, a parentes na linha colateral


multa. até o 2º grau, consanguíneos ou afins, ou a
sociedade cujo controle seja por ela exercido,
Art. 13. Desviar (Vetado) bem alcançado direta ou indiretamente, ou por qualquer dessas
pela indisponibilidade legal resultante de pessoas:
intervenção, liquidação extrajudicial ou falência
de instituição financeira. Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e
multa.
Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e
multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena
quem:
Parágrafo único. Na mesma pena incorra o
interventor, o liquidante ou o síndico que I – em nome próprio, como controlador ou
se apropriar de bem abrangido pelo caput na condição de administrador da sociedade,
deste artigo, ou desviá-lo em proveito conceder ou receber adiantamento de
próprio ou alheio. honorários, remuneração, salário ou
qualquer outro pagamento, nas condições
Art. 14. Apresentar, em liquidação extrajudicial, referidas neste artigo;
ou em falência de instituição financeira,
declaração de crédito ou reclamação falsa, ou II – de forma disfarçada, promover a
juntar a elas título falso ou simulado: distribuição ou receber lucros de instituição
financeira.
Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e
multa. Art. 18. Violar sigilo de operação ou de serviço
prestado por instituição financeira ou integrante
Parágrafo único. Na mesma pena incorre o do sistema de distribuição de títulos mobiliários
ex-administrador ou falido que reconhecer, de que tenha conhecimento, em razão de ofício:
como verdadeiro, crédito que não o seja.
Pena – Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
Art. 15. Manifestar-se falsamente o interventor, multa.
o liquidante ou o síndico, (Vetado) à respeito
de assunto relativo a intervenção, liquidação Art. 19. Obter, mediante fraude, financiamento
extrajudicial ou falência de instituição em instituição financeira:
financeira:
Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e
Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de
Art. 16. Fazer operar, sem a devida autorização, 1/3 (um terço) se o crime é cometido em
ou com autorização obtida mediante declaração detrimento de instituição financeira oficial
(Vetado) falsa, instituição financeira, inclusive ou por ela credenciada para o repasse de
de distribuição de valores mobiliários ou de financiamento.
câmbio:
Art. 20. Aplicar, em finalidade diversa da prevista
Pena – Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e em lei ou contrato, recursos provenientes
multa. de financiamento concedido por instituição
financeira oficial ou por instituição credenciada
Art. 17. Tomar ou receber, qualquer das pessoas para repassá-lo:
mencionadas no art. 25 desta lei, direta ou
indiretamente, empréstimo ou adiantamento, Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e
ou deferi-lo a controlador, a administrador, multa.
a membro de conselho estatutário, aos
respectivos cônjuges, aos ascendentes ou

www.acasadoconcurseiro.com.br 621
Art. 21. Atribuir-se, ou atribuir a terceiro, falsa pontânea revelar à autoridade policial ou
identidade, para realização de operação de judicial toda a trama delituosa terá a sua
câmbio: pena reduzida de um a dois terços. (Incluído
pela Lei nº 9.080, de 19.7.1995)
Pena – Detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
multa. Art. 26. A ação penal, nos crimes previstos nesta
lei, será promovida pelo Ministério Público
Parágrafo único. Incorre na mesma Federal, perante a Justiça Federal.
pena quem, para o mesmo fim, sonega
informação que devia prestar ou presta Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto
informação falsa. no art. 268 do Código de Processo Penal,
aprovado pelo Decreto-lei nº 3.689, de 3 de
Art. 22. Efetuar operação de câmbio não outubro de 1941, será admitida a assistência
autorizada, com o fim de promover evasão de da Comissão de Valores Mobiliários – CVM,
divisas do País: quando o crime tiver sido praticado no
Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e âmbito de atividade sujeita à disciplina e
multa. à fiscalização dessa Autarquia, e do Banco
Central do Brasil quando, fora daquela
Parágrafo único. Incorre na mesma pena hipótese, houver sido cometido na órbita
quem, a qualquer título, promove, sem de atividade sujeita à sua disciplina e
autorização legal, a saída de moeda ou fiscalização.
divisa para o exterior, ou nele mantiver
depósitos não declarados à repartição Art. 27. Quando a denúncia não for intentada
federal competente. no prazo legal, o ofendido poderá representar
ao Procurador-Geral da República, para
Art. 23. Omitir, retardar ou praticar, o que este a ofereça, designe outro órgão do
funcionário público, contra disposição expressa Ministério Público para oferecê-la ou determine
de lei, ato de ofício necessário ao regular o arquivamento das peças de informação
funcionamento do sistema financeiro nacional, recebidas.
bem como a preservação dos interesses e
valores da ordem econômico-financeira: Art. 28. Quando, no exercício de suas atribuições
legais, o Banco Central do Brasil ou a Comissão
Pena – Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e de Valores Mobiliários – CVM, verificar a
multa. ocorrência de crime previsto nesta lei, disso
deverá informar ao Ministério Público Federal,
Art. 24. (VETADO).
enviando-lhe os documentos necessários à
DA APLICAÇÃO E DO PROCEDIMENTO CRIMI- comprovação do fato.
NAL
Parágrafo único. A conduta de que trata
Art. 25. São penalmente responsáveis, este artigo será observada pelo interventor,
nos termos desta lei, o controlador e os liquidante ou síndico que, no curso de
administradores de instituição financeira, assim intervenção, liquidação extrajudicial ou
considerados os diretores, gerentes (Vetado). falência, verificar a ocorrência de crime de
que trata esta lei.
§ 1º Equiparam-se aos administradores de
instituição financeira (Vetado) o interven- Art. 29. O órgão do Ministério Público Federal,
tor, o liqüidante ou o síndico. sempre que julgar necessário, poderá requisitar,
a qualquer autoridade, informação, documento
§ 2º Nos crimes previstos nesta Lei, cometi- ou diligência, relativa à prova dos crimes
dos em quadrilha ou co-autoria, o co-autor previstos nesta lei.
ou partícipe que através de confissão es-

622 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil – Prisão Temporária (Lei nº 7960) – Prof. Joerberth Nunes.

Parágrafo único O sigilo dos serviços no curso da ação penal, ou a requerimento


e operações financeiras não pode ser do Ministério Público, do querelante ou do
invocado como óbice ao atendimento da assistente, ou por representação da autoridade
requisição prevista no caput deste artigo. policial. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
2011).
Art. 30. Sem prejuízo do disposto no art. 312
do Código de Processo Penal, aprovado pelo Art. 312. A prisão preventiva poderá ser
Decreto-lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941, decretada como garantia da ordem pública,
a prisão preventiva do acusado da prática de da ordem econômica, por conveniência da
crime previsto nesta lei poderá ser decretada instrução criminal, ou para assegurar a aplicação
em razão da magnitude da lesão causada da lei penal, quando houver prova da existência
(Vetado). do crime e indício suficiente de autoria.
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 31. Nos crimes previstos nesta lei e
punidos com pena de reclusão, o réu não Parágrafo único. A prisão preventiva
poderá prestar fiança, nem apelar antes de ser também poderá ser decretada em caso
recolhido à prisão, ainda que primário e de bons de descumprimento de qualquer das
antecedentes, se estiver configurada situação obrigações impostas por força de outras
que autoriza a prisão preventiva. medidas cautelares (art. 282, § 4º). (Incluído
pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 32. (VETADO).
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código,
§ 1º (VETADO). será admitida a decretação da prisão preventiva:
§ 2º (VETADO). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 3º (VETADO). I – nos crimes dolosos punidos com pena


privativa de liberdade máxima superior a
Art. 33. Na fixação da pena de multa relativa 4 (quatro) anos; (Redação dada pela Lei nº
aos crimes previstos nesta lei, o limite a que 12.403, de 2011).
se refere o § 1º do art. 49 do Código Penal,
aprovado pelo Decreto-lei nº 2.848, de 7 de II – se tiver sido condenado por outro crime
dezembro de 1940, pode ser estendido até o doloso, em sentença transitada em julgado,
décuplo, se verificada a situação nele cogitada. ressalvado o disposto no inciso I do caput
do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
Art. 34. Esta lei entra em vigor na data de sua dezembro de 1940 – Código Penal; (Redação
publicação. dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 35. Revogam-se as disposições em III – se o crime envolver violência doméstica
contrário. e familiar contra a mulher, criança,
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
deficiência, para garantir a execução das
medidas protetivas de urgência; (Redação
dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
CAPÍTULO III IV – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
DA PRISÃO PREVENTIVA
Parágrafo único. Também será admitida
(Redação dada pela Lei nº 5.349, de 3.11.1967) a prisão preventiva quando houver dúvida
sobre a identidade civil da pessoa ou
Art. 311. Em qualquer fase da investigação quando esta não fornecer elementos
policial ou do processo penal, caberá a prisão suficientes para esclarecê-la, devendo o
preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se

www.acasadoconcurseiro.com.br 623
preso ser colocado imediatamente em
liberdade após a identificação, salvo se
outra hipótese recomendar a manutenção
da medida. (Incluído pela Lei nº 12.403, de
2011).
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso
será decretada se o juiz verificar pelas provas
constantes dos autos ter o agente praticado o
fato nas condições previstas nos incisos I, II e
III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848,
de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal.
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 315. A decisão que decretar, substituir
ou denegar a prisão preventiva será sempre
motivada. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
2011).
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão
preventiva se, no correr do processo, verificar
a falta de motivo para que subsista, bem como
de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a
justifiquem. (Redação dada pela Lei nº 5.349, de
3.11.1967)

624 www.acasadoconcurseiro.com.br

Você também pode gostar