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EXMO. SR.

MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

5 LINHAS

BRAN STARK, brasileiro, casado, médico, portador do RG nº XXX, inscrito no CPF


sob o nº XXX, residente e domiciliado na Rua XXX, nº X, Bairro XXX, CEP nº XXX,
XXX/XX, por intermédio de seu advogado infrafirmado, com endereço profissional em
XXX, que indica para os fins do art. 77, V, CPC, vem respeitosamente à presença de
Vossa Excelência, com fulco no art. 5º, inciso LXXI, da CRFB/88 e Lei 13.300/2016,
impetrar

MANDADO DE INJUNÇÃO

Em face de ato omissivo do Presidente da República, que poderá ser encontrado na sede
funcional XXX, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

I. SÍNTESE DOS FATOS


O Impetrante possui impedimentos físicos de longo prazo em razão de acidente
sofrido na infância e laborou pelo período de trinta anos como médico do quadro no
hospital universitário ligado à Universidade Federal X.
Ao ser informado de que poderia obter a aposentadoria especial prevista no §4º-A
do art. 40 da CRFB/88, o Impetrante requereu administrativamente sua aposentadoria
especial, tendo a administração pública indeferido o pedido com fundamento na ausência
de lei complementar que regulamente a aposentadoria especial.
Com isso, o Impetrante não pode exercer o direito fundamental à aposentadoria
especial em razão da falta da lei que o regulamente, o que enseja a propositura do
presente remédio constitucional.

II. FUNDAMENTOS JURÍDICOS


Na forma do art. 5º, LXXI, da CRFB/88, o remédio constitucional responsável
pela defesa em juízo de direito fundamental previsto na Constituição ainda pendente de
regulamentação é o mandado de injunção, que é regulado pela Lei nº 13.300/2016.
De acordo com os §4º e §4º-A do art. 40 da CRFB/88, é vedada a adoção de
requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios em regime próprio de
previdência social, ressalvado, nos termos definidos em leis complementares, dentre eles,
os casos de servidores com deficiência, no qual se enquadra o Impetrante, que é titular de
um direito fundamental ainda pendente de regulamentação.
O remédio ora em análise foi impetrado em face de ato omissivo do Presidente da
República, tendo em vista que a matéria relativa à aposentadoria de servidores é de sua
iniciativa privativa, na forma do art. 61, §1º, inciso II, alínea “c”, da CRFB/88.
Ademais, compete ao STF processar e julgar originariamente o mandado de
injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da
República, segundo dispõe o art. 102, inciso I, alínea “q”, da CRFB/88.

III. DA OMISSÃO INCONSTITUCIONAL


Até 2007 o STF adotava a posição não concretista geral e de acordo com esse
entendimento, em nome da separação entre os poderes (art. 2º, da CRFB/88), o Poder
Judiciário não poderia suprir a omissão da norma faltante, tampouco fixar prazo para o
legislador elaborar a lei, restando a sentença produzindo efeito apenas para declarar a
mora legislativa.
Desde 2007, entretanto, o Tribunal vem mudando de entendimento e tem adotado
posições concretistas, aplicando por analogia leis já existentes para suprir a omissão
normativa, ora atribuindo efeitos subjetivos erga omnes, ora inter partes.
No que tange especialmente à ausência da Lei Complementar anunciada pelo art.
40, §4º-A, a Corte tem aplicado a Lei 8213/91, no que couber, até que seja suprida a
referida omissão inconstitucional.
IV. DOS PEDIDOS
Ante todo o exposto, requer-se
a) a notificação do Impetrado no endereço fornecido na inicial, para que, querendo,
preste as informações que entender pertinentes do caso;
b) a intimação do Representante do Ministério Público;
c) a condenação do Impetrado em custas processuais;
d) que o pedido seja ao final julgado procedente para que a omissão normativa seja
sanada mediante a aplicação analógica da Lei 8213/91;
e) a juntada de documentos.

Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais) para efeitos procedimentais.

Termos em que,

Pede deferimento.

Salvador/BA, 05 de Maio de 2021.

XXX
Advogado(a)
OAB nº XXX

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