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Jurí
Presidente: Professor Rui Manuel dos Santos Oliveira Baptista
Orientador: Professor Artur Jorge da Cunha Barreiros
Vogais: Professora Elsa Maria Pires Henriques
Professor João Luís Toste Azevedo
Maio de 2012
Agradecimentos
Ao meu orientador, Professor Artur Barreiros pela disponibilidade e apoio prestado, bem
como ao Professor Paulo Peças que me arranjou tão bom orientador.
A dois antigos professores que me deram apoio em trabalhos passados, e que, infelizmente
já não estão entre nós, nomeadamente o Professor Silvestre Antunes e o Professor José Ferreira.
Aos meus colegas de trabalho por me darem apoio nesta fase em que tive de me dedicar a
este outro trabalho.
À minha namorada Inês, por estar sempre ao meu lado, bem como aos meus pais e irmãos,
que sempre me apoiaram.
I
Resumo
Numa primeira fase fez-se a pesquisa e estudo das soluções existentes, com enfoque sobre
as mais aplicadas. Foram apresentadas as suas vantagens e desvantagens, com especial enfase aos
princípios de funcionamento. Seguiu-se o estudo das metodologias de dimensionamento para os
sistemas em causa, que se baseiam no software SolTerm, obrigatório, de acordo com o Regulamento
das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE).
Para uma comparação mais realista entre soluções, preconizou-se um conjunto de Casos de
Estudo, procedendo-se a estudos práticos de aplicação das principais soluções estudadas nos
mesmos, resultando na definição dos equipamentos a aplicar e custos associados bem com a
estimativa do desempenho energético de cada sistema.
Concluiu-se por fim, além das vantagens de cada sistema referidas ao longo do texto, que o
sistema com acumulação individual, embora facilite a gestão ao condomínio, apresenta maiores
custos anuais equivalentes que o sistema com acumulação coletiva.
Palavras-Chave
Análise do Investimento
II
Abstract
The present work aims the study, the technical-economic analysis and the comparison of the
main solar thermal hot water (DWH) solutions, applied in our country on multifamily buildings.
Initially, was made a research and study about the existing solutions, focusing on the most
applied. The advantages and disadvantages of existing solutions were discussed with special
emphasis on the operating principles. The sizing methodologies for the systems were based on the
SolTerm software that is mandatory according to the Portuguese Regulation on Thermal Behavior of
Buildings Characteristics (RCCTE).
Then, to get a more realistic comparison between solutions, was preconized a set of Study
Cases, proceeding to practical implementation of key solutions studied in the same. It results in the
definition of the equipment to apply in each study case, the estimated costs and the estimate of the
energy performance of the same.
It was followed to the investment analyzes, calculating the equivalent annual costs for each
study case.
It was concluded at last, along with the advantages of each system referred to throughout the
text, the system with individual accumulation, while facilitating the management of the condominium,
has higher annual cost equivalent to the system with collective accumulation.
Key-Words
Multifamily Building
Investment Analysis
III
Índice
Agradecimentos .............................................................................................................................. I
Resumo ...........................................................................................................................................II
Palavras-Chave................................................................................................................................II
Abstract .........................................................................................................................................III
Key-Words .....................................................................................................................................III
Índice ............................................................................................................................................ IV
1. Introdução ..............................................................................................................................1
2. Soluções Solares Térmicas para Produção de AQS em Edifícios de Habitação Multifamiliar .....7
2.1.1. Sistema solar térmico com Captação Coletiva de Energia e Acumulação Coletiva de
AQS (Solução i)............................................................................................................................7
2.1.2. Sistema solar térmico com Captação Coletiva de Energia e Acumulação Coletiva de
Água Quente, para Inércia, com Produção de AQS em Estações de Transferência de Calor, em
cada fração do edifício (Solução ii) ............................................................................................13
2.1.3. Sistema solar térmico com Captação Coletiva de Energia e Acumulação Individual de
AQS, em cada fração do edifício (Solução iii) .............................................................................16
IV
3.1. Estudo da Implementação da Solução i-1 no Edifício EPD...................................................31
5. Conclusões ............................................................................................................................51
Anexos ..........................................................................................................................................55
Anexo 3.2 – Casos de Estudo: Esquemas de Principio para Soluções de Produção AQS no Edifício
EPD ...............................................................................................................................................69
Anexo 3.3 – Casos de Estudo: Valores da Aplicação das Soluções de produção AQS no Edifício EPD
.....................................................................................................................................................71
Anexo 3.3.1 - Casos de Estudo: Valores da Solução i-1 para o edifício EPD .....................................71
Anexo 3.5 – Casos de Estudo: Valores da Aplicação das Soluções de Produção de AQS no Edifício
EMD ..............................................................................................................................................81
Anexo 3.5.1 - Casos de Estudo: Valores da Solução i-1 para o edifício EMD ...................................81
V
Índice de Figuras
Figura 2 - Simbologia utilizada nos esquemas dos sistemas solares térmicos .......................................9
Figura 12 - Configuração final do sistema solar com 14 Coletores Padrão para Solução i-1, EPD ........ 36
Figura 13 - Desempenho do sistema solar com 14 coletores Padrão para Solução i-1, EPD ................ 37
Figura 14 - Configuração final do sistema solar com 4 coletores FKC-2S para Solução i-1, EPD ...........38
Figura 15 - Desempenho do sistema solar com 4 coletores FKC-2S para Solução i-1, EPD ..................38
Figura 21 - Caraterísticas técnicas do coletor FKC-2 e distâncias mínimas entre filas de coletores .....58
Figura 22 - Resumo dos Resultados do Teste EN 12975 ao Coletor Solar FKC-2 da Vulcano................ 59
Figura 23 - Características Técnicas dos Depósitos de Aço Vitrificado com serpentina S75…750 ZB-
solar .................................................................................................................................................60
Figura 24 - Características Técnicas dos Depósitos de Aço Vitrificado sem Permutador 1500…5000 lts
.........................................................................................................................................................61
Figura 25 -Características técnicas dos Grupos de Circulação AGS 5…50 da Vulcano ..........................62
VI
Figura 26 - Caraterísticas Técnicas dos Esquentadores da Gama Sensor Ventilado ............................63
Figura 28 - Perdas de carga por metro linear, em tubos de cobre com mistura água-glicol 50/50, a
50ºC .................................................................................................................................................64
Figura 29 - Perdas de carga por metro linear, em tubos de cobre com mistura água-glicol 50/50, a
50ºC (continuação da figura anterior) ...............................................................................................65
Figura 30 - Planta do piso 1 do edifício EPD, com indicação do traçado de tubagem e diâmetros de
cobre para circuito de distribuição da Solução iii-2............................................................................66
Figura 31 - Planta do piso 2 do edifício EPD, com indicação do traçado de tubagem e diâmetros de
cobre para circuito de distribuição da Solução iii-2............................................................................67
Figura 35 - Valores de tabela, sem IVA, do equipamento para Solução i-1 no edifício EPD .................71
Figura 36 - Valores de tabela, sem IVA, do equipamento para Solução iii-2, EDP ...............................74
Figura 37 - Valores de tabela, sem IVA, do equipamento para Solução iii-2, EDP (continuação) ......... 75
Figura 38 - Planta do piso 1 do edifício EMD, com indicação do traçado de tubagem para circuito de
distribuição da Solução iii-2 ..............................................................................................................76
Figura 39 - Planta do piso 2 do edifício EMD, com indicação do traçado de tubagem para circuito de
distribuição da Solução iii-2 ..............................................................................................................77
Figura 40 - Planta dos pisos 3 e 4 do edifício EMD, com indicação do traçado de tubagem para circuito
de distribuição da Solução iii-2..........................................................................................................78
Figura 41 - Planta dos pisos 5 e 6 do edifício EMD, com indicação do traçado de tubagem para circuito
de distribuição da Solução iii-2..........................................................................................................79
Figura 43 - Valores de tabela, sem IVA, para Solução i-1, EMD ..........................................................83
Figura 44- Valores de tabela, sem IVA, para Solução iii-2, EMD .........................................................86
Figura 45- Valores de tabela, sem IVA, para Solução iii-2, EMD (continuação) ...................................87
VII
Índice de Tabelas
Tabela 3- Resumo dos pressupostos aplicados no caso de estudo: Solução i-1, EPD ..........................39
Tabela 5 - Extrapolação dos Valores Energéticos referentes a cada Fração: Solução i-1, EPD .............40
Tabela 6 - Quadro Resumo do Desempenho Energético dos Diversas Casos de Estudo ...................... 41
Tabela 8 - Resultados dos Custos Anuais Equivalentes para os Casos de Estudo ................................49
Tabela 9- Resumo dos pressupostos aplicados no caso de estudo: Solução iii-2; EPD ........................72
Tabela 10 - Estimativa de Desempenho e Principais Parâmetros para Solução iii-2, EPD ....................73
Tabela 11 - Extrapolação dos Valores Energéticos referentes a cada Fração para Solução iii-2, EPD...73
Tabela 12 - Resumo dos pressupostos aplicados no caso de estudo: Solução i-1, EMD ......................81
Tabela 13- Estimativa de Desempenho e Principais Parâmetros para Solução i-1, EMD .....................82
Tabela 14- Extrapolação dos Valores Energéticos referentes a cada Fração para Solução i-1, EMD ....82
Tabela 15 - Resumo dos pressupostos aplicados no caso de estudo para Solução i-1, EMD ............... 84
Tabela 17 - Extrapolação dos Valores Energéticos referentes a cada Fração: Solução iii-2, EMD ........ 85
VIII
Lista de Acrónimos e Siglas
IX
Lista de Símbolos
α Absorsividade
ƞ Eficiência do coletor
ܧ Irradiância
ρ Reflectividade
Ta Temperatura ambiente
τ Transmissividade
X
1. Introdução
Nos dias de hoje, em que as reservas limitadas e o custo elevado dos combustíveis fósseis,
bem como a preocupação com o ambiente, são temas bem presentes, tornou-se obrigatória a procura
e o desenvolvimento de meios de produção de energia mais económicos, mais amigos do ambiente e
que permitam diminuir a dependência energética dos países ao exterior.
No campo dos sistemas solares fotovoltaicos, tem sido grande o interesse a nível nacional,
certamente pelos elevados custos de produção da eletricidade através dos combustíveis fósseis.
Resultou desse interesse a instalação de várias centrais fotovoltaicas, quer sejam de grande
potência, centralizadas, como é o caso da central fotovoltaica de Serpa, inaugurada em 20071 (sendo,
na altura, uma das maiores do mundo), quer sejam instalações de baixa potência (microgeração
fotovoltaica), distribuídas um pouco por todo o país, muitas delas em habitações unifamiliares, que,
cumprindo determinados requisitos, beneficiam de tarifas bonificadas de venda e compra de energia
2
à rede elétrica nacional .
Quanto aos sistemas solares térmicos, que convertem a radiação solar em energia térmica,
têm aplicação tanto na climatização ambiente dos edifícios, como na produção de águas quentes
3
sanitárias (AQS) , além de diversas aplicações possíveis a nível industrial. Devido à gama de
temperaturas a que funcionam, a utilização destes sistemas para climatização adequa-se sobretudo a
sistemas de aquecimento a baixa temperatura (chão radiante, por exemplo), cuja aplicação, que
geralmente exige a pré instalação de alguns equipamentos de aquecimento embutidos no pavimento
ou paredes das divisões, com um custo significativo, só se torna prática na fase de construção, ou de
1
Informação retirada de http://www.ambienteonline.pt/noticias/detalhes.php?id=4960 em 28/04/2012
2
Informação retirada de http://www.edp.pt/pt/particulares/faqs/Pages/Microprodução.aspx em 28/04/2012
3
De acordo com o anexo II do RCCTE [1] AQS “é a água potável a temperatura superior a 35ºC utilizada para
banhos, limpezas, cozinha e outros fins específicos, preparada em dispositivo próprio, com recurso a formas de
energia convencionais ou renováveis”.
1
remodelação profunda dos edifícios. Se tivermos em conta que, nos meses em que é necessária
climatização, as necessidades energéticas para a realização da mesma costumam ser superiores às
necessidades para produção de AQS, verificamos que o investimento em equipamento solar é maior
para climatização. Embora seja possível a instalação de ambos os sistemas solares num edifício, os
dados referidos, aliados ao facto de a produção de AQS ser necessária durante todo o ano,
conduzem a que geralmente a escolha, quando se pretende instalar um sistema solar térmico, recaia
somente sobre os sistemas de produção de AQS.
Nos últimos anos têm surgido, no nosso país, medidas para a implementação de sistemas de
aproveitamento das energias renováveis, inclusive da energia solar. Salienta-se, em particular, com o
Decreto-Lei nº 80/2006, a aprovação da última versão do regulamento RCCTE (Regulamento das
Características de Comportamento Térmico dos Edifícios) [2], que, entre outras disposições, obriga a
que na nova construção de edifícios de habitação e de edifícios de serviços sem sistemas de
climatização centralizados, sejam implementados sistemas solares térmicos para produção de AQS
(desde que a cobertura dos mesmos apresente uma exposição solar adequada), ou, em alternativa,
permite que sejam utilizadas outras formas de energias renováveis, desde que captem, numa base
anual, energia equivalente à dos coletores solares, podendo esta ser utilizada para outros fins, que
não a produção de AQS, caso tal seja mais eficiente ou conveniente. Surgiram entretanto outras
medidas para incentivar o aumento da instalação de coletores solares térmicos em Portugal, tais
4 5
como a Medida Solar Térmica 2009 e a Medida Solar Térmica 2010 , bem como a redução do IVA e
deduções em IRS para a compra de equipamento solar, entretanto extintas devido às limitações
económicas que a crise gerou no nosso país.
4
Protocolo entre o governo e instituições bancárias que permitiram aos particulares beneficiar de condições
especiais (vantajosas) na aquisição, instalação, manutenção e garantia de sistemas solares térmicos
(Informação retirada de http://www.paineissolares.gov.pt/ em 28/04/2012).
5
Protocolo entre o governo e instituições bancárias que permitiram facilitar às Instituições Particulares de
Solidariedade Social (IPSS) e a Clubes e Associações de Utilidade Pública Desportiva, a adesão das
candidaturas a apoios no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), inclusive na área do
solar térmico (Informação retirada de http://www.paineissolares.gov.pt/ em 28/04/2012).
2
1.2. Objetivos
Tendo em conta o contexto descrito, com o sequente aumento da procura, junto das
empresas do sector, pela “melhor” solução solar térmica para a produção de AQS, torna-se
importante o estudo, a análise e a comparação das diversas soluções disponíveis no mercado. É o
que se pretende com esta tese de mestrado, em que se dedicará especial atenção ao estudo das
principais soluções solares térmicas para produção de AQS, aplicadas no nosso país, em edifícios de
habitação multifamiliar. Pretende-se, respeitando a regulamentação nacional, preconizar, analisar e
comparar um conjunto de soluções tipo, de forma a se poder concluir sobre as vantagens e
desvantagens de cada uma, tanto do ponto de vista energético como económico.
Para uma análise mais realista, procurou-se junto de um conhecido grupo internacional que
na sua ampla gama de produtos também produz e comercializa equipamento solar, a Bosch (da qual
se fará uma breve descrição ainda neste capítulo), informação sobre as soluções mais solicitadas
pelos clientes e equipamentos possíveis de aplicar nas mesmas.
Este trabalho está dividido em 5 capítulos, incluindo a presente introdução onde se apresenta
o enquadramento, os objetivos, uma breve descrição dos capítulos, bem como uma breve descrição
da Bosch Termotecnologia SA, visto se ter considerado o equipamento solar e de apoio para
produção de AQS produzido e comercializado por esta empresa, para a preconização dos casos de
estudo deste trabalho.
No terceiro capítulo, “Casos de Estudo”, começa-se por definir um conjunto de edifícios tipo,
procedendo-se de seguida a estudos práticos de aplicação das principais soluções de produção de
AQS (definidas no capitulo anterior) nos mesmos. Resulta deste capitulo a definição do equipamento
solar e de apoio a aplicar em cada caso de estudo e a estimativa dos seus custos, bem como a
estimativa dos custos associados à instalação dos mesmos.
3
associados aos mesmos. Termina-se com o cálculo dos custos anuais equivalentes de cada caso de
estudo.
Por fim, no quinto capítulo, “Conclusões”, referem-se os aspetos mais significativos do estudo
e análise realizados nos capítulos anteriores, com especial enfase à análise de investimento das
soluções aplicadas nos casos de estudo. Sugerem-se ainda novos casos de estudo, a realizar em
trabalhos futuros, de forma a se complementar o conhecimento agora obtido.
6
De acordo com o site oficial português da empresa , a Bosch, que começou por ser uma
“Oficina de Mecânica de Precisão e Engenharia Eléctrica”, foi fundada por Robert Bosch, em 1886,
em Estugarda, Alemanha, sendo hoje em dia uma das maiores sociedades industriais privadas a
nível mundial.
6
Informação retirada de http://www.bosch.pt/, em 30/03/2012
7
Informação retirada de http://www.bosch.com.br/, em 30/03/2012
4
empresas detidas a 100% pelo Grupo Bosch: Robert Bosch SA, Bosch Termotecnologia SA, Bosch
Car Multimedia Portugal SA, Robert Bosch Travões SA, Robert Bosch Security Systems-Sistemas de
Segurança SA e na BSHP Electrodomésticos, empresa resultante de uma associação com a
Siemens.
Com instalações em Aveiro e Lisboa, a Bosch Termotecnologia SA conta com uma equipa de
aproximadamente 1100 colaboradores, para desenvolver a sua atividade.
5
6
2. Soluções Solares Térmicas para Produção de AQS em Edifícios de
Habitação Multifamiliar
Solução ii) Sistema solar térmico com captação coletiva de energia e acumulação
coletiva de água quente, para inércia, com produção de AQS em estações de
transferência de calor, em cada fração do edifício.
Solução iii) Sistema solar térmico com captação coletiva de energia e acumulação
individual de AQS, em cada fração do edifício;
2.1.1. Sistema solar térmico com Captação Coletiva de Energia e Acumulação Coletiva de
AQS (Solução i)
Esta solução solar térmica caracteriza-se por apresentar, de forma centralizada, a produção e
fornecimento de AQS, ou de água pré aquecida, captando a energia proveniente da radiação solar
através de um campo único de coletores, comum ao edifício, acumulando essa energia em depósitos
acumuladores localizados numa zona técnica adequada, e alimentando a rede predial de distribuição
de AQS.
Descreve-se de seguida o funcionamento deste sistema, com referência aos seus principais
componentes. De forma a uma melhor perceção da solução em estudo, apresenta-se também, na
Figura 1, um esquema de princípio representativo desta solução, na sua configuração com apoio
individual por fração (denominada solução i-1), sendo que, na Figura 18 do anexo 1, se apresenta
outra configuração possível, com apoio centralizado (denominada solução i-2).
7
ST
M
Circ uito de diss ipação
Controlador
Solar
ST
Depósito
acumulação
solar de
A Q S
ST
ST
CV Circuito de climatização
(independente do
circuito solar de AQS)
Sistema de
apoio tipo 2
CV
ST
ST
CE
Sistema de
apoio tipo 1
CV
ST
ST
CE
No esquema anterior, bem como nos restantes deste trabalho, aplica-se a seguinte simbologia:
8
Válvula de corte Válvula de mistura termostática ST Sonda de temperatura M
Unidade de dissipação de calor
A captação de energia solar é realizada por intermédio de uma ou várias baterias de coletores
solares, instalados num local com exposição solar adequada. A energia captada pelos coletores será
transferida para um fluído térmico, denominado fluído solar, que deverá conter as proporções de
água, dos inibidores de corrosão adequados, e de anticongelante (glicol) de acordo com as
temperaturas mínimas registadas no local onde serão instalados, de modo a proteger
convenientemente a instalação hidráulica. De realçar que cada bateria de coletores deverá incorporar
os acessórios hidráulicos adequados, tais como purgadores, válvulas de segurança, reguladores de
caudal (se necessários para garantir o equilíbrio hidráulico), entre outros, de modo a proteger o
campo de coletores e assegurar o funcionamento da instalação com o rendimento adequado. Deve-
se ter especial cuidado em respeitar as especificações técnicas de instalação do campo de coletores,
inclusive as exigências de fixação de acordo com as condições de vento e cargas de neve aplicáveis,
de forma a se garantir, não só o bom funcionamento dos mesmos, mas também a segurança da
instalação que farão parte integrante.
O circuito hidráulico primário solar (circuito fechado) é responsável por garantir o transporte
da energia solar térmica captada, entre o campo de coletores, já referido, e o permutador do depósito
solar de acumulação de AQS (ver Figura 1). Para tal será necessário prever a tubagem e respetivo
isolamento térmico, acessórios hidráulicos, bem como grupos de circulação, de segurança e de
controlo, preparados para funcionar corretamente no campo de temperaturas máximas a que o
circuito hidráulico estará sujeito.
9
Os traçados e diâmetros de tubagem devem ser devidamente dimensionados, de forma a se
permitir velocidades de circulação e perdas de carga adequadas ao correto funcionamento da
instalação.
O grupo de circulação deste circuito é responsável por fazer recircular o fluído solar entre o
campo de coletores e o permutador do acumulador solar, pelo que deverá dimensionado para superar
as perdas de carga decorrentes da resistência à circulação do fluído, garantindo um caudal que
otimize a transferência da energia captada para a água de consumo. Este grupo deverá, além da
bomba de circulação, incluir os acessórios de medição e regulação, que permitam o seu “ajuste” às
condições de funcionamento recomendadas para o circuito onde está inserido.
O controlo do grupo de circulação, já referido, será realizado por um controlador solar, que
em função do diferencial de temperatura dos pontos de maior e menor temperatura do circuito, a atua
somente quando a energia solar disponível assim o justifique. O controlador deverá ainda prever a
atuação da bomba de circulação em condições meteorológicas extremas que possam congelar a
instalação no exterior do edifício, protegendo assim o funcionamento do circuito primário.
Tendo em conta que, em geral, num edifício de habitação, os períodos de maior necessidade
de consumo de AQS estão desfasados dos períodos úteis de captação de energia solar, será
necessário, para obter um aproveitamento máximo do campo de coletores, prever um depósito (ou
vários), onde se acumula a água recebida da rede, e para o qual se transfere a energia captada pelos
coletores solares. Consegue-se desta forma “armazenar” a energia solar captada ao longo do dia, de
forma a ser utilizada nos períodos em que realmente é necessária.
10
Na solução em causa, o volume de água acumulado pelo sistema solar ficará todo
concentrado numa única zona técnica, em depósitos adequados, pelo que esta deverá possuir uma
dimensão adequada para a instalação dos mesmos, bem como o edifício deverá ser dimensionado
para suportar o acréscimo de peso, a que os mesmos sujeitam a estrutura, quando cheios.
A permuta de energia solar captada para a água do(s) depósitos(s) acumulador(es) faz-se
fazendo circular o fluído solar por um permutador interno ou por um permutador externo ao(s)
depósito(s), consoante o modelo de depósito aplicado (ver depósito com permutador externo na
Figura 1).
Caso o sistema solar de produção de AQS pretendido, seja com apoio individual por fração,
como representado na Figura 1, este depósito fará diretamente a alimentação da rede de distribuição
com água quente sanitária, ou pré aquecida (se a energia solar captada não tiver sido suficiente), às
diversas frações do edifício.
Para ambas as soluções acabadas de referir, com apoio individual ou centralizado, será
necessário prever um contador volumétrico à entrada do depósito solar (contador do condomínio), de
forma a se medir o volume de água a pagar à rede (somatório dos consumos individuais de cada
3
fração, acrescido de outros consumos ou perdas que ocorram). De realçar que, nesta solução, o m
de água fornecido pela rede será pago a um valor superior ao que pagaria um consumidor individual,
dada a forma de cobrança da água, vigente no nossa país, que, sob a forma de escalões, aumenta o
preço da unidade de água consumida, em função do volume consumido.
Será ainda necessário instalar contadores volumétricos à entrada de cada fração, de forma a
se contabilizar o volume de água consumida por cada uma, bem como, para uma contabilização
correta da quantidade de energia consumida por fração, contadores de energia (entálpicos), sendo
que existem equipamentos com as duas funções.
11
Deve-se ter em conta que a rede hidráulica de distribuição de AQS, às diversas frações, tem
de ser dimensionada de forma a assegurar o fornecimento de AQS, de acordo com a simultaneidade
pretendida, bem como deve possuir isolamento adequado, de forma a minimizar as perdas
energéticas. Dependendo da sua dimensão, deve ser analisada a necessidade de um circuito de
recirculação de AQS, como representado na Figura 1.
Sistemas de Apoio
Este sistema, denominado sistema de apoio, poderá ser de diversos tipos, consoante o
sistema solar a que dará apoio, o nível de conforto pretendido e as fontes de alimentação ao mesmo
(eletricidade, gás ou gasóleo), disponíveis no edifício.
Tipicamente, como fontes térmicas desta solução, utilizam-se caldeiras de chão ou murais, a
gás ou gasóleo, instaladas numa zona técnica adequada. No entanto, por vezes são utilizadas
fontes térmicas de alimentação elétrica, como por exemplo chillers, bombas de calor, ou então,
de menor eficiência mas mais baixo custo, resistências elétricas inseridas no interior do
depósito de apoio.
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Sistema de Apoio Individual, por fração: Nos casos em que se pretenda uma solução com
apoio individual no interior de cada fração do edifício, por exemplo para simplificar a contagem
dos consumos individuais em energia de apoio, então deverá ser prevista a instalação de
equipamento adequado para esse fim, em cada fração. Existem diversos equipamentos
possíveis de utilizar para apoio, sendo que alguns permitem também ser utilizados para a
climatização da fração (através de um circuito independente do circuito solar de AQS). Para
simplificação, neste trabalho classificou-se os sistemas de apoio da forma a seguir indicada,
que não pretende classificar o princípio de funcionamento dos mesmos (que diverge) mas as
suas capacidades e a forma como estão interligados ao sistema solar (ver Figura 1):
Esta solução solar térmica caracteriza-se por apresentar, de forma centralizada, a produção
de água quente, ou de água pré aquecida, captando a energia proveniente da radiação solar através
de um campo único de coletores, comum ao edifício, acumulando essa energia em depósitos
acumuladores, de inércia, localizados numa zona técnica adequada, sendo essa energia
disponibilizada a estações de transferência de calor (que possuem permutadores de calor), instaladas
13
nas frações, através das quais é aquecida, ou pré aquecida, a água fria proveniente da rede, que
alimentará, após passar pelo equipamento de apoio, a rede de distribuição de AQS da fração (ver
Figura 3).
ST
M
C ir cuito de dissipação
Controlador
Solar
ST
Depósito
acumulação
solar de
i né r ci a
ST
ST
Circuito de climatização
(independente do
circuito solar de AQS)
Sistema de
apoio tipo 2
SC LT
Sistema de
apoio tipo 1
SC LT
14
Nesta solução solar de produção de AQS, a Captação de Energia Solar bem como o
Circuito hidráulico Primário Solar, funcionam de forma idêntica aos do sistema i.
De forma a minimizar as perdas de energia pela tubagem, bem como a garantir que não é
ultrapassada a temperatura máxima admissível pelas estações de transferência, é necessário instalar
uma válvula misturadora termostática à saída do acumulador solar, que limite a temperatura máxima
de alimentação do circuito de distribuição. De forma a equilibrar os caudais de distribuição de energia
pelas diversas frações, deverão ainda ser previstos limitadores de caudal, a associar ao circuito de
retorno de cada módulo de produção instantânea de AQS (ver Figura 3).
15
do equipamento de produção de AQS, sendo que o módulo pode ser instalado diretamente por baixo
do equipamento de apoio (tipicamente um esquentador ou uma caldeira de águas instantâneas), ou
então noutra zona próxima, adequada. Com este sistema, todo o volume de água sanitária
consumida na fração, incluindo as AQS, é contabilizada pelo contador volumétrico da própria fração,
pelo que só é necessária a instalação de contadores de energia, por fração, se se pretender medir e
cobrar, de uma forma diferenciada, e mais justa, a quantidade de energia consumida por fração. No
entanto deve-se ter em conta que esta medição exige um investimento inicial maior em equipamento,
bem como mais trabalho de gestão, por parte do condomínio.
Sistemas de Apoio
Os sistemas de apoio mais utilizados, para a solução solar em causa, são os sistemas com
apoio Individual por fração, quer sejam do tipo 1 ou do tipo 2, já definidos anteriormente.
Sendo esta solução tipicamente aplicada em frações com pouco espaço disponível para o
equipamento, de entre os equipamentos de apoio possíveis, os mais utilizados são os esquentadores
ou as caldeiras murais, devido à sua reduzida dimensão, face aos outros equipamentos, como por
exemplo os termoacumuladores.
Note-se que, para o correto funcionamento deste sistema solar, com um apoio do tipo
centralizado, seria necessário garantir uma temperatura considerável e contínua à saída do
acumulador solar, bem como um caudal elevado em circulação no circuito de distribuição, de forma
às estações de transferência, que necessitam de uma temperatura e de um caudal elevado no
circuito primário do seu permutador (como será visto quando da sua descrição), fornecerem as AQS a
um valor de conforto. Tendo em conta a natureza dos sistemas solares, com flutuações da energia
captada ao longo do ano, bem como a quantidade considerável de energia térmica “perdida” na
recirculação da água quente pelo circuito secundário (devido às elevadas secções de tubagem,
consequência dos elevados caudais), seria necessária a atuação frequente da fonte térmica de apoio,
o que originaria consumos consideráveis, face a uma situação em que as fontes térmicas de apoio se
limitem a atingir a temperatura pretendida, como acontece com a utilização de apoio individual.
Esta solução solar térmica caracteriza-se por apresentar, de forma centralizada, a captação
de energia proveniente da radiação solar, através de um campo único de coletores, comum ao
edifício, sendo essa energia distribuída, de uma forma equilibrada e proporcional (ao número de
utilizadores), por depósitos acumuladores instalados em cada fração (ver Figura 4). Nestes é
acumulada a energia captada, sob a forma de AQS, para utilização pelas frações, sempre que
necessário.
Nesta solução solar a Captação de Energia Solar funciona de forma idêntica ao já referido
para as soluções i e ii.
16
Circuito hidráulico Solar
O circuito hidráulico (circuito fechado) é responsável por garantir o transporte da energia solar
térmica captada, entre o campo de coletores, e os depósitos de acumulação de AQS, instalados nas
diversas frações. Existem três configurações possíveis para o circuito hidráulico solar desta solução,
originando três configurações possíveis da mesma, indicadas a seguir.
Na solução iii-1 existe um único circuito hidráulico, fechado, entre o campo de coletores e os
depósitos de acumulação (ver Figura 19). O grupo de circulação deste circuito é responsável por
fazer recircular o fluído solar entre o campo de coletores e os permutadores de cada depósito,
(geralmente permutadores internos de serpentina), e deverá, além de uma bomba de circulação com
capacidade adequada, incluir os acessórios de medição e regulação, que permitam o seu “ajuste” às
condições de funcionamento recomendadas para o circuito onde está inserido.
17
desvantagem, um atraso na transferência de calor para o circuito de distribuição, visto que o volume
de inércia tem de aquecer, para então se poder transmitir energia para o circuito de distribuição.
ST
M
C irc u it o d e d i ss ip a ç ã o
Controlador
Solar
ST ST Circuito de climatização
(independente do
circuito solar de AQS)
ST ST
Sistema de
apoio tipo 3
Termostato
diferencial Dep.
AQS
ST ST
ST
Circuito de climatização
(independente do
circuito solar de AQS)
Sistema de
apoio tipo 2
Termostato
diferencial
Dep.
ST AQS
ST
Sistema de
apoio tipo 1
Termostato
diferencial
Dep.
ST AQS
ST
18
As soluções iii-2 e iii-3, por possuírem dois circuitos hidráulicos fechados, nomeadamente
circuito primário solar e circuito secundário de distribuição de energia aos depósitos, necessitam da
instalação de dois grupos de circulação e segurança, um por circuito.
Nas três soluções acabadas de referir, será também necessário prever limitadores de caudal
que permitam distribuir, de forma equilibrada e proporcional, a energia (fluído térmico) pelos
depósitos das diversas frações, bem como controladores que, através da atuação de válvulas
adequadas, permitam a passagem do fluído térmico pelos permutadores desses depósitos somente
quando estes necessitarem de ser aquecidos.
Quanto aos grupos de circulação, serão controlados, tal como nas soluções i e ii, por um
controlador solar, que em função do diferencial de temperatura dos pontos de maior e menor
temperatura do circuito, os atuam, se a energia solar disponível assim o permitir. Este controlador
também deverá atuar os grupos de circulação caso seja necessário proteger o circuito, quer de
condições meteorológicas extremas, que possam levar ao congelamento do fluído térmico, quer em
caso de acumulação excessiva de energia solar no campo de coletores (devido a reduzido consumo
de AQS, por exemplo), em que seja necessário efetuar a sua dissipação para um circuito dissipador
de calor (se instalado).
Nestas soluções solares, do tipo iii, são utilizados depósitos individuais, instalados em cada
fração, nos quais a água sanitária, recebida da rede, é aquecida através do seu permutador. Dado
estes depósitos só necessitarem de acumular a quantidade de AQS suficiente para o consumo da
própria fração, e pela condicionante de se minimizar o espaço ocupado, geralmente utilizam-se
depósitos pequenos, com permutador interno, de serpentina.
Caso seja possível a instalação de depósitos com o volume adequado ao consumo previsto
em cada fração, este sistema permite, aos utilizadores de diferentes frações, beneficiarem do sistema
solar em igualdade de circunstâncias, independentemente da hora a que esses consumos se
verifiquem. Dado a diferenciação, através de limitadores de caudal e do volume dos depósitos, da
energia disponibilizada a cada fração, neste sistema geralmente dispensa-se a instalação de
contadores de energia.
Sistemas de apoio
Tal como para os restantes sistemas solares térmicos, estas soluções do tipo iii também
necessitam de equipamento para apoio ao aquecimento da água sanitária. Dadas as configurações
dos sistemas solares em causa, somente é possível a instalação de sistemas de apoio individual, por
fração.
Sistema de apoio individual, por fração: Nestas soluções podem-se aplicar os sistemas de
apoio individuais, tipo 1 e tipo 2 já descritos anteriormente. No entanto, dado os depósitos se
encontrarem no interior das frações, existe ainda a possibilidade do apoio se realizar no interior
dos mesmos, caso estes também possuam um permutador para associação à fonte térmica de
19
apoio. Consegue-se assim que as AQS sejam fornecidas à rede diretamente do depósito solar,
sem as limitações de caudal causadas pelos sistemas do tipo 1 e 2. Neste tipo de apoio, a que
se denominará por Sistema de apoio tipo 3, geralmente utilizam-se depósitos de dupla
serpentina, sendo a serpentina inferior para associação ao circuito solar e a serpentina superior
para associação á fonte térmica de apoio (ver Figura 18).
Como fontes térmicas podem-se utilizar caldeiras de águas por acumulação (geralmente
murais, a gás), bombas de calor (elétricas), entre outros, que, além de apoio ao sistema solar,
costumam também permitir o aquecimento ambiente da fração (alimentando um conjunto de
unidades dissipadoras de calor).
20
2.2. Componentes dos Sistemas Solares Térmicos
Para a execução de cada uma das soluções solares acabadas de descrever, é necessário um
conjunto de equipamentos que, além do equipamento solar propriamente dito, como é o caso dos
coletores e acumuladores, engloba: grupos de circulação, equipamentos de proteção e segurança,
tais como vasos de expansão e válvulas de segurança, além da tubagem, isolamentos e diversos
acessórios de instalação, tais como válvulas de corte, purgadores, entre outros. Para a sua instalação
são ainda necessários meios (ferramentas, meios de transporte do equipamento, etc.) e pessoal
qualificado.
Dado que não é objetivo deste trabalho caracterizar em pormenor os equipamentos aplicados
na execução das instalações solares de produção de AQS, por não trazer mais valias significativas
para o atingir dos objetivos pretendidos, neste capitulo, faremos somente uma breve descrição dos
coletores solares propriamente ditos, passando-se de seguida à descrição de como se dimensiona
um sistema solar térmico.
Os coletores solares têm por função captar a energia solar e transferi-la para o fluído térmico
que circula no seu interior. Existem diversos tipos de coletores, sendo os mais utilizados para a
produção de AQS os coletores solares planos, por geralmente apresentarem a melhor relação custo-
desempenho. Por este motivo, para a preconização dos casos de estudo deste trabalho será
considerado este tipo de coletores. Tal como representado na Figura 5, estes costumam ser
constituídos na parte lateral e parte de trás, por uma estrutura em forma de caixa, que tem por função
suportar os diversos componentes do coletor e possuir pontos de fixação, onde, através de suportes
adequados, estes serão fixos à cobertura do edifício.
8
Figura 5 – Representação em corte de um coletor solar plano do modelo FKC-2S
8
Imagem retirada do manual [6], facultado pela Vulcano em 04/05/2012.
21
Sobre a caixa do coletor assenta uma cobertura transparente, geralmente de um vidro com
propriedades seletivas, que permita elevada transmissividade (τ) e baixa reflectividade (ρ) [3],
maximizando a transmissão da radiação solar incidente para o interior do coletor.
No interior do coletor encontra-se um absorsor, constituído por uma chapa (ou por várias
chapas em paralelo, de menor dimensão), unidas, por soldadura ou por prensagem, a um ou dois
tubos em forma de serpentina, ou a uma grelha de tubos paralelos, ligados nas suas extremidades a
dois tubos de diâmetro superior, como é o caso da Figura 5. Estes tubos costumam ser de cobre
devido à elevada condutibilidade térmica do mesmo. Em alternativa, alguns coletores possuem os
canais moldados nas próprias chapas do absorsor [3].
O absorsor é então responsável por absorver a radiação solar nele incidente e transferir a
energia térmica para o fluído que circula nos tubos ou canais a ele anexos. Para se maximizar a
absorção da energia captada e diminuir a emissão da mesma, costuma também ser aplicado, sobre a
chapa metálica do absorsor, um revestimento seletivo que apresente uma absorsividade (α) distinta
para os pequenos e grandes comprimentos de onda, minimizando as perdas [3].
Entre o absorsor (e o conjunto de tubos a ele unidos) e a caixa do colector solar, existe ainda
um isolamento, de material adequado para suportar as temperaturas que se podem atingir, de forma
a minimizar as perdas de energia pela superfície da caixa. Geralmente é utilizada a lã de rocha ou a
lã de vidro.
o Eficiência do coletor (ƞ): “razão entre a energia convertida em calor e a radiação incidente no
coletor. Depende da diferença de temperatura entre o absorsor e o meio ambiente, bem
como da radiação solar global”.
22
o Temperatura de estagnação: “temperatura máxima que o absorsor pode atingir e tem lugar
quando as perdas de calor para a atmosfera forem iguais ao calor absorvido pelo absorsor”.
Na Europa (inclusive no nosso país), a norma principal para a determinação dos valores
característicos dos coletores é a norma EN 12975, que, para a determinação da curva característica
do rendimento de um coletor solar, aplica a seguinte expressão:
ሺܶ − ܶ ሻ ሺܶ − ܶ ሻଶ
η = ߟ − ܽଵ − ܽଶ
ܧ ܧ
(2.2.1)
23
2.3. Dimensionamento de Sistemas Solares Térmicos de AQS, em Edifícios de
Habitação
Para a definição do sistema solar térmico para produção de AQS a instalar num edifício,
serão necessários os seguintes passos, além de se respeitar as boas práticas de dimensionamento,
conhecidas pelos projetistas, e regulamentação própria que possa existir no concelho em causa.
1º) Selecionar o tipo de solução a aplicar, a qual deve ser escolhida em função da configuração
do edifício, zonas técnicas disponíveis, nível de conforto pretendido e, não menos
importante, do tipo de gestão do sistema a praticar pelo condomínio;
3º) Tendo em conta as necessidades de consumo de AQS, bem como as limitações de espaço
e estruturais do edifício, definir o volume e modelos do(s) depósito(s) a aplicar, na zona
técnica comum do edifício, caso se trate de uma solução com acumulação centralizada, ou
no interior de cada fração, caso se trate de uma solução com acumulação individual;
5º) Com base nos dados já referidos, bem como nos seguintes:
o Condições climatéricas típicas da zona que possam afetar o rendimento dos coletores;
24
Sempre que houver valores mínimos de energia a superar, de acordo com a
regulamentação aplicável, como acontece por exemplo com o RCCTE e com o conceito de
coletor padrão (definido no subcapítulo seguinte), será necessário, numa primeira fase,
executar os cálculos ou simulações que darão origem a esses valores de referência. Só
depois então se estimam os resultados energéticos da aplicação do número e modelo de
coletores em estudo. De forma a se estudarem diversos cenários é frequente realizar
simulações com diversos modelos e quantidades de coletores.
6º) Com base nos resultados energéticos atingidos e no custo de investimento de cada cenário,
realiza-se então uma análise técnica e económica, de forma a se selecionar a solução mais
adequado aos fins pretendidos.
De acordo com a legislação portuguesa, no projeto dos edifícios de habitação e dos edifícios
de serviços sem sistemas de climatização centralizados, deve-se respeitar as regras do regulamento
RCCTE [1], sendo um dos seus objetivos que “As exigências de conforto térmico, seja ele de
aquecimento ou de arrefecimento, e de ventilação para garantia de qualidade do ar no interior dos
edifícios, bem como as necessidades de água quente sanitária, possam vir a ser satisfeitas sem
dispêndio excessivo de energia”.
No capítulo III do RCCTE são indicados os requisitos energéticos que os edifícios devem
cumprir, sendo que no seu artigo 7º se faz referência à “limitação das necessidades nominais de
energia útil para produção de água quente sanitária”. Dos pontos deste artigo são de realçar os
seguintes aspetos:
o Ponto 1 – “…cada fração autónoma não pode, sob condições e padrões de utilização
nominais, exceder um valor máximo admissível de necessidades nominais anuais de
energia útil para a produção de águas quentes sanitárias (Na), fixado no artigo 15.º…”
9
Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios [2].
25
o Ponto 3 – “… entende-se como exposição solar adequada a existência de cobertura em
terraço ou de cobertura inclinada com água cuja normal esteja orientada numa gama de
azimutes de 90º entre sudeste e sudoeste, que não sejam sombreadas por obstáculos
significativos no período que se inicia diariamente duas horas depois do nascer do sol e
termina duas horas antes do ocaso”.
Analisando com pormenor o método de cálculo das necessidades de energia para preparação
da água quente sanitária (Nac), que se encontra descrito no ponto 1 do anexo VI do regulamento em
causa, verificamos que entra em conta com:
26
ሺܯொௌ × 4187 × ∇ܶ × ݊ௗ ሻ
ܳ = [ܹ݇ℎ/ܽ݊]
3600000
(2.3.2.1)
Sendo:
∇ܶ = 45º ܥ- Este valor considera que a água da rede pública de abastecimento é
disponibilizada a uma temperatura média de 15ºC e que deve ser aquecida até 60ºC.
Quanto ao valor ܧ௦ , o ponto 4 do anexo VI diz que deve ser calculado utilizando o
10 11
programa SolTerm do INETI (atual LNEG ). Este ponto diz ainda que a contribuição dos sistemas
solares só pode ser contabilizada, para efeitos do regulamento, se os sistemas ou equipamentos
forem certificados de acordo com as norma e legislação em vigor, instalados por instaladores
certificados pela DGGE e cumulativamente, se houver a garantia de manutenção do sistema em
funcionamento eficiente durante um período mínimo de seis anos após a sua instalação.
De acordo com o Manual de Instalação e Utilização do programa SolTerm, versão 5.1 [4], “o
SolTerm é um programa de análise de desempenho de sistemas solares térmicos e fotovoltaicos,
especialmente ajustado às condições climáticas e técnicas de Portugal. A análise de desempenho de
um sistema solar é feita no SolTerm via simulação energética sob condições quasi-estacionárias: isto
é, são simulados os balanços energéticos no sistema em intervalos curtos (5 minutos), durante os
quais se considera constante o estado do ambiente e o do sistema.”
10
Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação.
11
Laboratório Nacional de Energia e Geologia.
27
proposta capte, numa base anual, a energia equivalente a um sistema solar térmico idêntico mas que
utilize coletor(es) padrão, com as seguintes características:
o Rendimento ótico = 69 %
28
3. Casos de Estudo
Para a realização do estudo referido no parágrafo anterior, começou-se por fazer uma
pesquisa simples, baseada na observação do dia a dia e na consulta de diversas plantas, através da
qual se inferiu sobre as tipologias mais frequentes nos edifícios de habitação multifamiliar. De
seguida, preconizou-se duas configurações de habitação multifamiliar, com dimensões que se
considerou serem as mais frequentes, as quais se apresentam a seguir:
o Edifício de Pequena Dimensão (EPD): Considerou-se, tal com o nome indica, um edifício
multifamiliar pequeno, com apenas 4 frações de habitação, distribuídas por 2 pisos. As
tipologias consideradas estão indicadas na Tabela 1 resultando numa capacidade de 14
ocupantes12 para este edifício.
12
De acordo com o quadro VI.1 do anexo VI do RCCTE [2], onde se define o número convencional de ocupantes
em função da tipologia da fração autónoma.
29
Tabela 2 - Distribuição de Tipologias do Edifício EMD
Para cada uma destas configurações e assumindo que os edifícios se localizam em Lisboa,
foi estudada a aplicação das duas soluções, anteriormente estudadas, mais aplicadas no nosso país,
que, de acordo com a informação recolhida são as soluções i-1 e iii-2.
30
3.1. Estudo da Implementação da Solução i-113 no Edifício EPD14
De acordo com a Tabela 1, este edifício terá 14 ocupantes. Tendo por base as indicações do
ponto 2.1 do anexo VI do RCCTE [2], o consumo médio diário de referência de AQS (MAQS), será,
aplicando a expressão (2.3.2.2), de 560 litros.
Analisando a cobertura do edifício EPD (ver Figura 32 do Anexo 3), observa-se que a mesma
é plana e permite a instalação dos coletores com orientação a Sul, sem os mesmos estarem sujeitos
a sombreamentos.
o Localização do edifício;
pode-se avançar para a estimativa da energia mínima de referência que o nosso sistema solar deverá
ser capaz de produzir.
15
Recorrendo ao programa SolTerm , tal como é indicado pelo RCCTE, na sua versão mais
recente 5.1.3 inseriu-se os dados já referidos. Começou-se por definir o concelho onde se localiza o
edifício (ver Figura 6), seguindo-se a caracterização do sombreamento, e de outros detalhes afetos à
localização dos coletores. No caso em estudo manteve-se a definição “por defeito”, que considera
que não existe sombreamento significativos sobre os coletores (ver Figura 7).
13
Sistema solar térmico com captação coletiva de energia e acumulação coletiva de AQS, sendo o apoio
individual, por fração
14
Edifício de Pequena Dimensão.
15
Programa de utilização obrigatória em Portugal, de acordo com ponto 4 do Anexo VI do RCCTE [2].
31
Figura 6 - Seleção do concelho no SolTerm 5.1.3
De seguida selecionou-se o tipo de sistema a simular, que é o “com depósito” tal como
pretendido (ver Figura 14).
32
Tendo por base as indicações do ponto 2.2 do anexo VI do RCCTE, em que se considera que
a água fria é fornecida da rede a uma temperatura média anual de 15ºC e que deve ser aquecida até
60ºC, assumiu-se o seguinte perfil de consumo16, que se aplicou no SolTerm (ver Figura 9).
140
120
100
80
60
40
20
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Horas
16
O SolTerm apresenta uma funcionalidade que, em função das tipologias do edifício, assume um perfil de
consumo diário de AQS. No entanto, por esse perfil concentrar todo o consumo entre as 17h e as 18h, não é
realista, pelo que se optou por definir um perfil que contemple os períodos típicos diários de maior consumo.
33
Sendo o edifício e pequena dimensão, com reduzido número de frações (4 frações) e
reduzido número de utilizadores (14 utilizadores), existe uma probabilidade elevada de necessidade
de consumo simultâneo de AQS, por parte de todas as frações, podendo-se mesmo dar o caso de,
num curto período de tempo (manhã, por exemplo), se atingir o consumo médio diário de referência
de AQS de 560 litros. Por este motivo e por a Vulcano não possuir acumuladores com esta
capacidade exata (só menores ou maiores), optou-se por considerar o modelo com capacidade acima
deste valor, modelo S 750 ZB-solar, com serpentina interna e capacidade de 736 litros.
34
Notas:
o Na definição, no SolTerm, do acumulador solar para o edifício EPD, solução i-1 utilizou-se a
função do programa que permite estimar o coeficiente de perdas térmicas do acumulador.
No entanto, para um maior rigor, pode-se calcular esse valor com base nas características
técnicas do acumulador em causa.
o Para o caso de estudo do edifício EMD, o consumo médio diário de referência de AQS será
muito mais elevado (2680 litros) que para o edifício EPD, pelo que será menos provável a
necessidade de consumo simultâneo de AQS, ou num curto período de tempo, por parte de
todas as frações do edifício. Pode-se então considerar um acumulador com capacidade um
pouco inferior ao consumo médio diário de referência de AQS, sendo o valor da capacidade
a escolher dependente, entre outros fatores (tais como dimensões da zona técnica, por
exemplo), do perfil diário esperado de consumo de AQS. Refira-se ainda, que, para
capacidades elevadas é mais adequado, por tipicamente apresentarem menor custo,
facilitarem a manutenção e se minimizar as perdas, na transferência da energia térmica
captada, do circuito primário, para a água a aquecer, a utilização de acumuladores com
permutador externo.
Por último definiu-se um campo de coletores do tipo padrão (ver Figura 11), em quantidade
igual ao número de ocupantes do edifício, tendo-se obtido a configuração da Figura 12.
35
Figura 11 - Caraterísticas do Coletor Padrão
Figura 12 - Configuração final do sistema solar com 14 Coletores Padrão para Solução i-1, EPD
36
“Correu-se” a simulação do SolTerm, tendo-se obtido os resultados apresentados na figura
seguinte.
Figura 13 - Desempenho do sistema solar com 14 coletores Padrão para Solução i-1, EPD
Resulta então que, de acordo com a simulação do SolTerm 5.1.3, o edifício em causa,
necessitaria, caso não possuísse um sistema solar para a produção de AQS, de despender 10695
kWh, por ano, em sistemas convencionais de preparação de AQS. Observe-se que este valor está de
acordo com o que se obteria pela expressão 2.3.1.
Com a implementação do sistema solar com 14 coletores “padrão”, cerca de 5943 kWh, por
ano, seriam produzidos pelo sistema solar, pelo que será este o valor que o sistema de coletores a
propor tem de superar.
37
Figura 14 - Configuração final do sistema solar com 4 coletores FKC-2S para Solução i-1, EPD
Figura 15 - Desempenho do sistema solar com 4 coletores FKC-2S para Solução i-1, EPD
38
Com a implementação do sistema solar em estudo, cerca de 6627 kWh, por ano, seriam
17
produzidos pelo sistema solar, resultando numa fração solar média anual de 62 %. Refira-se que a
2
produtividade do sistema seria de 736 kWh/[m coletor].
Tabela 3- Resumo dos pressupostos aplicados no caso de estudo: Solução i-1, EPD
Temperaturas da água
Temp. de acumulação AQS ºC 60
Temp. de consumo ºC 60
Temp. da água fria da rede (média) ºC 15
17
Percentagem de energia fornecida pelo sistema solar, face à total necessária, para o aquecimento da água.
39
aplicação do conceito de coletor padrão bem como se apresenta o valor da energia resultante do
número de coletores reais propostos.
Com base nos valores anteriores e no número de utilizadores por fração, extrapolou-se os
valores da energia solar captada e da energia de apoio necessária, associadas a cada fração.
Tabela 5 - Extrapolação dos Valores Energéticos referentes a cada Fração: Solução i-1, EPD
40
Aplicando um procedimento semelhante ao anteriormente descrito, para os outros casos de
estudo, obteve-se o número de coletores a aplicar nos outros casos de estudo, bem como o respetivo
desempenho energético. Os valores obtidos estão apresentados, de forma resumida, na tabela
seguinte.
Desempenho Energético
Devido ao SolTerm não estar preparado para introdução de sistemas solares com vários
permutadores e acumuladores diferenciados, na introdução de dados, para simulação da
solução iii-2, considerou-se um volume de acumulação e uma área superficial do acumulador
solar igual ao somatório dos diversos acumuladores considerados nas frações. Definiu-se como
eficácia do permutador deste acumulador, o valor resultante da multiplicação da eficácia do
permutador de placas do circuito primário pela eficácia do permutador da serpentina de um dos
acumuladores individuais (considerou-se que as serpentinas dos acumuladores individuais
apresentam uma eficácia igual entre si).
41
3.1.2. Seleção do equipamento solar e de apoio para o caso de estudo:
Implementação da Solução i-118 no Edifício EPD19
Sabendo que o volume total de líquido nos coletores é 3,76 litros (ver Figura 21) e na
serpentina do acumulador é de 16,4 litros (ver Figura 23), e conhecendo ainda as pressões em jogo,
estimou-se a partir das expressões indicadas em [7] que o vaso adequado para o circuito primário
seria o SAG 35.
Estimou-se ainda, nos cálculos anteriores, que o volume de líquido solar necessário seria de
aproximadamente 40 litros.
Para controlar este sistema solar, o controlador da Vulcano mais adequado, devido às suas
capacidades é o B Sol 300. Este será responsável por acionar o grupo de circulação solar e só
permitir o funcionamento do circuito secundário de recirculação (se existente) quando houver energia
suficiente no depósito solar.
Para apoio, vamos considerar que são aplicados esquentadores dos seguintes modelos,
cujas características se encontram descritas Figura 26, do anexo 2.
Frações T1 e T2; Esquentador Sensor Ventilados de 11 litros, modelo WTD 11-2 KME
Frações T3; Esquentador Sensor Ventilados de 14 litros, modelo WTD 14-2 KME
Frações T4; Esquentador Sensor Ventilados de 17 litros, modelo WTD 17-2 KME
18
Sistema solar térmico com captação coletiva de energia e acumulação coletiva de AQS, sendo o apoio
individual, por fração
19
Edifício de Média Dimensão.
42
Na Figura 35, apresenta-se os diversos modelos do equipamento Vulcano, solar e de apoio,
adequados para esta solução, os quais perfazem um valor total de 8066 € (valor de tabela). A este
valor acresce ainda o IVA, resultando num valor final de 9921 €.
Para a correta medição da energia consumida por cada fração, devem ainda ser
considerados contadores volumétricos e de energia de água quente. Através de pesquisa realizada
em sites de fornecedores deste tipo de contadores, estimou-se um valor médio de 500 €, por unidade.
Considerou-se ainda que os edifícios em causa são de habitação permanente, não havendo
diminuição do consumo de AQS nos meses de verão. Sendo assim não será necessária a instalação
de equipamentos dissipadores de calor.
De acordo com os dados recolhidos, para o tipo de edifício em causa (EPD em construção) o
custo de tubagem e mão-de-obra rondará os 650 € por fração, resultando num valor total de 2600 €.
Portanto, o custo do investimento inicial (I), em equipamento e mão de obra para a aplicação
da solução i-1 no edifício EPD será de 11921 € + 2600 € = 14521 €
43
44
4. Análise de Investimento
De forma a se estimar o investimento necessário em cada caso de estudo, bem como a fazer
a comparação do investimento entre soluções, estimou-se numa primeira fase, os custos associadas
às mesmas, seguindo-se o cálculo dos custos anuais equivalentes.
20
Serão exemplificados de seguida os cálculos para a aplicação do sistema i-1 ao edifício
EPD, sendo os valores obtidos para os outros casos somente apresentados de forma resumida.
De acordo com a informação recolhida, o custo praticado, em mão de obra, para manutenção
dos sistemas solares costuma rondar os 3% do valor do equipamento solar. Tendo em conta os
componentes sujeitos a maior desgaste, que segundo a informação recolhida são sobretudo os
grupos de circulação, os acessórios hidráulicos de segurança, bem como o liquido solar que deve ser
substituído periodicamente, ou sempre que apresentar deterioração, estimou-se que o custo da
substituição destes componentes, em termos anuais deveria rondar cerca de 0,5 % do valor do
equipamento solar e apoio.
Estima-se então que os custos anuais de manutenção (CM) sejam de 3,5% do valor do valor
do equipamento solar e apoio, de que resultam 417 € / ano.
O custo anual do consumo de gás, pode ser facilmente estimado a partir dos valores
fornecidos pelo programa SolTerm, bem como do valor de eficiência do equipamento de apoio.
Sendo as necessidades anuais em energia (útil) de apoio de 4069 kWh, conforme se pode
observar na Figura 15, e a eficiência dos esquentadores escolhidos para apoio de 0,75 (valor retirado
20
Sistema solar térmico com captação coletiva de energia e acumulação coletiva de AQS, sendo o apoio
individual, por fração.
45
da Figura 27 considerando que os mesmos só necessitam de trabalhar a 30% da sua potência
máxima), resulta então que, ao longo de um ano é necessário consumir 5425 kWh em gás natural,
para se produzir a energia útil necessária ao apoio.
Sendo o custo do gás natural, em Lisboa, de aproximadamente 0,076€ por kWh (valor com
IVA, excluindo termos fixos e taxas de ocupação do subsolo), resulta então que o custo anual
estimado do consumo de gás será de 412 €.
Para o custo anual do consumo de eletricidade, vamos assumir que, numa média anual, os
grupos de circulação, que são os que apresentam um gasto mais significativo, funcionam até 10
horas por dia. Dado o consumo nos outros equipamentos elétricos ser pouco significante, vamos
despreza-los para esta comparação entre soluções.
A bomba afeta ao grupo de circulação em causa consome uma potência máxima de 57,5 W.
Se trabalhar 10 horas por dia, consumirá, ao fim de um ano, cerca de 209,9 kWh. Considerando o
21
custo da eletricidade de 0,139 € por kWh , então resulta num custo anual em eletricidade de 29 €
O valor atual de um recebimento adiado é igual ao valor que seria necessário investir, numa
alternativa comparável, que proporcionasse o mesmo reembolso na mesma data, determinando-se,
de acordo com [8] e para um investimento de um ano, a partir da seguinte expressão:
ܥ
ܸ= ܣ
1+ݎ
(4.5.1)
Sendo C o fluxo que estaria disponível ao fim de um ano e r a taxa de rendibilidade, que
corresponde ao prémio que os investidores exigem pela aceitação de um recebimento adiado.
Representa o custo de oportunidade do capital porque é a rendibilidade que deixa de ser ganha
através de uma aplicação alternativa [7].
21
Informação retirada de http://www.edpsu.pt/pt/particulares/tarifasehorarios/
46
Se estiver em causa investimentos que deem origem a fluxos anuais (anuidades) constantes,
durante um tempo de vida útil de N anos, o valor de VA é dado por [8]:
ே
C ሺ1 + rሻN − 1
VA = =C
ሺ1 + rሻ rሺ1 + rሻN
୲
(4.5.2)
௧ୀଵ
O custo anual equivalente corresponde ao valor de uma renda anual que teria de se pagar,
durante os N anos de vida útil do equipamento, se fosse possível contratar o aluguer do equipamento,
incluindo todos os custos associados. Esta grandeza permite ainda avaliar as disponibilidades
financeiras que poderiam ser aplicadas noutros fins.
Este custo anual equivalente (ou renda) Ceq, pode ser obtido através da seguinte expressão
[8]:
ሺ1 + ݎሻே − 1
= ܣܨ
Em que,
ݎሺ1 + ݎሻே
(4.5.4)
Sendo:
o – ܣܨFator de Atualização;
o r - taxa de rendibilidade;
Para a determinação do valor de r geralmente considera-se uma taxa de juro sem risco e um
prémio de risco que reflita a incerteza dos fluxos financeiros futuros.
47
Graficamente, a expressão anterior pode-se representar da seguinte forma:
Ao se considerar um Valor Actual Liquido nulo para o investidor, obtém-se a seguinte relação:
Resultando finalmente:
ܫ
ܿ = + ሺ ܯܥ+ ܧܥሻ
ܣܨ
(4.5.7)
Para o caso em estudo, considerando uma taxa de rendibilidade de r = 10% e uma vida útil
do equipamento de 20 anos (valor tipicamente esperado para os sistemas solares), resultou um custo
anual equivalente de 2564 €.
48
Tabela 8 - Resultados dos Custos Anuais Equivalentes para os Casos de Estudo
Análise de Investimento
49
50
5. Conclusões
51
garantir, a cada fração, um volume mínimo de AQS, ou de água pré aquecida, produzida pela energia
solar, independentemente da hora a que a mesma venha a ser consumida. Devido à energia (AQS)
ser acumulada em cada fração, a zona técnica comum do edifício será de reduzidas dimensões, face
às soluções i e ii, sendo que só na solução iii-3 poderia necessitar de ser dimensionada para suportar
algum acréscimo de peso (resultante da instalação de um acumulador intermédio de inércia). Desde
que se consiga instalar acumuladores com volume e caudal no seu permutador solar, proporcionais à
tipologia de cada fração, este sistema dispensa a instalação de contadores de energia, simplificando
a gestão do sistema de AQS por parte do condomínio. Como desvantagens deste sistema destaca-se
que a existência de um acumulador por fração, obriga à reserva de um espaço adequado para a sua
instalação, reduzindo o espaço disponível na mesma. A existência de vários acumuladores também
conduz a perdas consideráveis de energia, tanto na permuta de energia pelos seus permutadores
como pelas suas superfícies, que, no seu conjunto, apresentam uma maior área de superfície que as
soluções com acumulação centralizadas. De referir ainda que o nível de conforto desta solução fica
limitado pelas capacidades dos equipamentos de apoio (caudal máximo e/ou potencia máxima).
Do ponto de vista energético, e tal como seria de esperar, os resultados obtidos através do programa
SolTerm mostram que a solução i-1 apresenta melhores desempenhos energéticos, nomeadamente
ao nível da energia anual fornecida, fração solar e produtividade do sistema, que a solução iii-2,
resultando em menores necessidades energética de apoio.
Do ponto de vista da análise económica, os cálculos realizados mostram que a solução i-1 também é
a mais vantajosa, dado que necessita de menor investimento inicial, menor custo de manutenção e
menor custo de exploração, o que se traduz num menor custo anual equivalente.
Podemos então concluir, além das vantagens e desvantagens de cada sistema, referidas ao
longo do texto, que a solução iii, embora seja o que apresenta menores dificuldades em termos de
gestão de condomínio, apresenta um custo anual maior que o sistema i, tornando-se assim menos
rentável do ponto de vista económico. Sabendo-se, de acordo com a informação recolhida, que o
sistema iii é o mais aplicado no nosso país, e tendo em conta as vantagens energéticas e
económicas do sistema i, evidenciadas neste trabalho, torna-se importante a divulgação das
vantagens deste último sistema, bem como estudar, em trabalhos futuros, as medidas a tomar para
tornar a solução i mais “apelativo”, como por exemplo a criação de tarifários adequados a esta
solução, por parte das empresas fornecedoras da água sanitária (água da rede pública).
Seria também útil, num trabalho futuro, a realização de casos de estudo em que se compare
a aplicação da solução ii com as duas soluções dos casos de estudo agora realizados.
52
6. Referencias Bibliográficas
[1] Fernandes E., “Dossier Solar Térmico,” Renováveis Magazine, nº 5, pp. 32-34, 2011.
[2] Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE), Decreto-Lei
nº 80/2006, de 4 de Abril.
[3] Roriz L., Rosendo J., Lourenço F., Calhau K., Energia Solar em Edifícios, Edições Orion, 2010.
[4] Aguiar R., Coelho R. E., Manual de Instalação e Utilização do software SolTerm, Versão: 5.1.3,
LNEG, 2010.
[6] Manual de Instalação dos Colectores FKC-2 da Vulcano, sobre telhado plano e fachada.
[7] Manual de Planeamento - Sistemas solares Térmicos para Edificios Multifamiliares, Junkers.
[9] Richard A. B., & Stewrat C. M., Princípios de Finanças Empresariais (5ª Ed.), McGraw-Hill, 1998.
[10] Peuser F., Remmers K., Schnauss M., Sistemas Solares Térmicos - Diseño e Instalación, Sevilla:
Solarpraxis, 2005.
[12] Manual de Instalação e Utilização dos Esquentadores Sensor Ventilados WTD...KME, Vulcano.
53
54
Anexos
M
Circuito de dissipação
Fonte Térmica
de Apoio
Controlador
Solar
ST ST
Depósito Depósito
acumulação acumulação
solar de solar de
A Q S A Q S
ST
ST ST
Circuito de climatização
CV (independente do
circuito solar de AQS)
Sistema de
apoio tipo 2
CV
ST
ST
CE
Sistema de
apoio tipo 1
CV
ST
ST
CE
55
T
S
M
Circuito de dissipação
Controlador
Solar
Circuito de climatização
(independente do
circuito solar de AQS)
ST
Sistema de
apoio tipo 3
Termostato
diferencial Dep.
AQS
ST ST
ST
Circuito de climatização
(independente do
circuito solar de AQS)
Sistema de
apoio tipo 2
Termostato
diferencial
Dep.
ST AQS
ST
Sistema de
apoio tipo 1
Termostato
diferencial
Dep.
ST AQS
ST
56
T
S
M
C ir c uito de di s si paç ão
Controlador
Solar
Circuito de climatização
(independente do
ST
circuito solar de AQS)
Depó sito
solar de
inér cia Sistema de
ST
apoio tipo 3
ST
Termostato
diferencial Dep.
AQS
ST ST
ST
Circuito de climatização
(independente do
circuito solar de AQS)
Sistema de
apoio tipo 2
Termostato
diferencial
Dep.
ST AQS
ST
Sistema de
apoio tipo 1
Termostato
diferencial
Dep.
ST AQS
ST
57
Anexo 2 – Caraterísticas Técnicas dos Equipamentos
Figura 21 - Caraterísticas técnicas do coletor FKC-2 e distâncias mínimas entre filas de coletores
22
Informação retirada do manual [6], facultado pela Vulcano em 04/05/2012.
58
23
Resumo dos Resultados do Teste EN 12975 ao Coletor Solar FKC-2 da Vulcano :
Figura 22 - Resumo dos Resultados do Teste EN 12975 ao Coletor Solar FKC-2 da Vulcano
23
Informação retirada do site:
http://solarkey.dk/solarkeymarkdata/qCollectorCertificates/ShowQCollectorCertificatesTable.aspx em 04/05/2012.
59
Características Técnicas dos Depósitos de Aço Vitrificado com serpentina S75...750 ZB-solar
Figura 23 - Características Técnicas dos Depósitos de Aço Vitrificado com serpentina S75…750 ZB-solar
60
Características Técnicas dos Depósitos de Aço Vitrificado sem Permutador MVV 1500…5000
RB
Figura 24 - Características Técnicas dos Depósitos de Aço Vitrificado sem Permutador 1500…5000 lts
61
24
Características Técnicas dos Grupos de Circulação AGS 5…50 da Vulcano :
24
Informação retirada de [7], obtido do site
http://www.vulcano.pt/consumidor/documentacao/manuais_de_instalacao/manuaisdeinstalacao em 04/07/2012.
62
25
Características Técnicas dos Esquentadores da Gama Sensor Ventilado :
25
Informação retirada do manual [12], obtido no site
http://www.vulcano.pt/consumidor/documentacao/manuais_de_instalacao/manuaisdeinstalacao em 04/07/2012
63
26
Valores de Rendimento dos Esquentadores da Gama Sensor Ventilado :
Perdas de carga por metro linear, em tubos de cobre com mistura água-glicol 50/50, a 50ºC27:
Figura 28 - Perdas de carga por metro linear, em tubos de cobre com mistura água-glicol 50/50, a 50ºC
26
http:// Informação retirada de www.vulcano.pt/consumidor/documentacao/outros/outros em 04/07/2012
27
Informação retirada do manual [8], facultado pela Vulcano em 04/05/2012.
64
28
Perdas de carga por metro linear, em tubos de cobre com mistura água-glicol 50/50, a 50ºC
(continuação):
Figura 29 - Perdas de carga por metro linear, em tubos de cobre com mistura água-glicol 50/50, a 50ºC
(continuação da figura anterior)
28
Informação retirada do manual [8], facultado pela Vulcano em 04/05/2012.
65
Anexo 3 – Plantas e Resultados dos Casos de Estudo
Figura 30 - Planta do piso 1 do edifício EPD, com indicação do traçado de tubagem e diâmetros de cobre
29
para circuito de distribuição da Solução iii-2
29
Nota: O traçado de tubagem do circuito de distribuição para a Solução i-1 apresenta uma configuração
semelhante, apenas variando os diâmetros e, se adequado, o material da tubagem
66
Figura 31 - Planta do piso 2 do edifício EPD, com indicação do traçado de tubagem e diâmetros de cobre
30
para circuito de distribuição da Solução iii-2
30
Nota: O traçado de tubagem do circuito de distribuição para a Solução i-1 apresenta uma configuração
semelhante, apenas variando os diâmetros e, se adequado, o material da tubagem
67
Figura 32 - Planta da cobertura do Edifício EPD, com implementação do campo de coletores e indicação
do traçado de tubagem do circuito primário para soluções i-1 e iii-2
68
Anexo 3.2 – Casos de Estudo: Esquemas de Principio para Soluções de Produção
AQS no Edifício EPD
69
ST
Tipologia T1 Tipologia T4
Tipologia T2 Tipologia T3
70
Anexo 3.3 – Casos de Estudo: Valores da Aplicação das Soluções de produção
AQS no Edifício EPD
Anexo 3.3.1 - Casos de Estudo: Valores da Solução i-1 para o edifício EPD
Equipamento de Apoio
Designação Modelo Qd. Preço unit. Valor
Figura 35 - Valores de tabela, sem IVA, do equipamento para Solução i-1 no edifício EPD
71
Anexo 3.3.2 - Casos de Estudo: Valores da Solução iii-2 para o edifício EPD
Tabela 9- Resumo dos pressupostos aplicados no caso de estudo: Solução iii-2; EPD
Dados e Pressupostos de Estudo
Sistema iii-2 EPD
Localização Lisboa
Tipo de cobertura Plana
Orientação dos colectores Sul
Inclinação dos colectores 35°
Temperaturas da água
Temp. de acumulação AQS ºC 60
Temp. de consumo ºC 60
Temp. da água fria da rede (média) ºC 15
140
120
100
80
60
40
20
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Horas
72
Tabela 10 - Estimativa de Desempenho e Principais Parâmetros para Solução iii-2, EPD
Com base nos valores anteriores e no número de utilizadores por fração, extrapolou-se os
valores da energia solar captada e da energia de apoio necessária, associadas a cada fração.
Tabela 11 - Extrapolação dos Valores Energéticos referentes a cada Fração para Solução iii-2, EPD
73
Equipamento Solar Térmico
Designação Modelo Qd. Preço unit. Valor
Campo de Colectores
Colectores Solares FKC-2S 4 640,00 € 2.560,00 €
Ligações hidráulicas p / Cobertura
Plana FS 22-2 1 48,00 € 48,00 €
Estrutura Suporte Básica p/ Colector FKF 3-2 1 200,00 € 200,00 €
Estrutura Suporte Adicional p/ Colector FKF 4-2 3 135,00 € 405,00 €
Sub - Total 3.213,00 €
Acessórios Hidráulicos Solares
Purgadores ELT 5 1 75,00 € 75,00 €
Válvula de Segurança VS 6 1 14,25 € 14,25 €
Sub - Total 89,25 €
Circuito Hidráulico Primário Solar
Grupo de Circulação Solar AGS 5 1 360,00 € 360,00 €
Vaso de Expansão Solar de 35 lts SAG 35 1 110,00 € 110,00 €
Suporte + acessórios (vaso expansão) AAS 1 1 55,00 € 55,00 €
Sub - Total 620,00 €
Circuito Hidráulico Secundário Solar
Permutador de Calor Z2-13 Placas 1 720,00 € 720,00 €
Bomba Circuladora p/ Circuito Secundário UPS 25-40 1 165,00 € 165,00 €
Uniões para bomba (ferro fundido) 1 8,00 € 8,00 €
Vaso de Expansão de 35 lts p/ Circuito Fechado 0 1 73,00 € 73,00 €
Sub - Total 966,00 €
Sistema de Controlo
Controlador B Sol 300 1 340,00 € 340,00 €
Sonda de Temperatura NTC SF 4 (10K) 4 9,00 € 36,00 €
Termóstato Diferencial B Sol 050R 4 295,00 € 1.180,00 €
Sub - Total 3.112,00 €
Acumulação Individual de AQS - Tipologia T1
Estabiliz. Autom. Caudal c/ Cartucho Polím. 1/2": 0,12 m3/h 1 45,00 € 45,00 €
Deposito de Acumulação S 90 ZB-Solar 1 560,00 € 560,00 €
Vaso de Expansão de 8 lts p/ Circuito Aberto 1 34,00 € 34,00 €
Sub - Total 639,00 €
Acumulação Individual de AQS - Tipologia T2
Estabiliz. Autom. Caudal c/ Cartucho Polím. 1/2": 0,15 m3/h 1 45,00 € 45,00 €
Deposito de Acumulação S 120 ZB-Solar 1 595,00 € 595,00 €
Vaso de Expansão de 12 lts p/ Circuito Aberto 1 39,00 € 39,00 €
Sub - Total 679,00 €
Acumulação Individual de AQS - Tipologia T3
Estabiliz. Autom. Caudal c/ Cartucho Polím. 1/2": 0,20 m3/h 1 45,00 € 45,00 €
Deposito de Acumulação S 160 ZB-Solar 1 625,00 € 625,00 €
Vaso de Expansão de 12 lts p/ Circuito Aberto 1 39,00 € 39,00 €
Sub - Total 709,00 €
Acumulação Individual de AQS - Tipologia T4
Estabiliz. Autom. Caudal c/ Cartucho Polím. 1/2": 0,25 m3/h 1 45,00 € 45,00 €
Deposito de Acumulação S 200 ZB-Solar 1 695,00 € 695,00 €
Vaso de Expansão de 18 lts p/ Circuito Aberto 1 44,00 € 44,00 €
Sub - Total 784,00 €
Equipamentos Hidráulicos Complementares
Válvula Misturadora Termostática 3/4" 0 4 56,50 € 226,00 €
Sub - Total 226,00 €
Figura 36 - Valores de tabela, sem IVA, do equipamento para Solução iii-2, EDP
74
Equipamento de Apoio
Designação Modelo Qd. Preço unit. Valor
Figura 37 - Valores de tabela, sem IVA, do equipamento para Solução iii-2, EDP (continuação)
75
Anexo 3.4 – Casos de Estudo: Plantas do Edifício EMD
Figura 38 - Planta do piso 1 do edifício EMD, com indicação do traçado de tubagem para circuito de
31
distribuição da Solução iii-2
31
Nota: O traçado de tubagem do circuito de distribuição para a Solução i-1 apresenta uma configuração
semelhante, apenas variando os diâmetros e, se adequado, o material da tubagem
76
Figura 39 - Planta do piso 2 do edifício EMD, com indicação do traçado de tubagem para circuito de
32
distribuição da Solução iii-2
32
Nota: O traçado de tubagem do circuito de distribuição para a Solução i-1 apresenta uma configuração
semelhante, apenas variando os diâmetros e, se adequado, o material da tubagem
77
Figura 40 - Planta dos pisos 3 e 4 do edifício EMD, com indicação do traçado de tubagem para circuito de
33
distribuição da Solução iii-2
33
Nota: O traçado de tubagem do circuito de distribuição para a Solução i-1 apresenta uma configuração
semelhante, apenas variando os diâmetros e, se adequado, o material da tubagem
78
Figura 41 - Planta dos pisos 5 e 6 do edifício EMD, com indicação do traçado de tubagem para circuito de
34
distribuição da Solução iii-2
34
Nota: O traçado de tubagem do circuito de distribuição para a Solução i-1 apresenta uma configuração
semelhante, apenas variando os diâmetros e, se adequado, o material da tubagem
79
Figura 42 - Planta da cobertura do Edifício EMD, e indicação do traçado de tubagem do circuito primário
para soluções i-1 e iii-2
80
Anexo 3.5 – Casos de Estudo: Valores da Aplicação das Soluções de Produção de
AQS no Edifício EMD
Anexo 3.5.1 - Casos de Estudo: Valores da Solução i-1 para o edifício EMD
Tabela 12 - Resumo dos pressupostos aplicados no caso de estudo: Solução i-1, EMD
Temperaturas da água
Temp. de acumulação AQS ºC 60
Temp. de consumo ºC 60
Temp. da água fria da rede (média) ºC 15
800
700
600
500
400
300
200
100
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Horas
81
Tabela 13- Estimativa de Desempenho e Principais Parâmetros para Solução i-1, EMD
Tabela 14- Extrapolação dos Valores Energéticos referentes a cada Fração para Solução i-1, EMD
82
Equipamento Solar Térmico
Designação Modelo Qd. Valor
Equipamento de Apoio
Designação Modelo Qd. Preço unit. Valor
83
Caos de Estudo: Valores da Solução iii-2 para o edifício EMD
Tabela 15 - Resumo dos pressupostos aplicados no caso de estudo para Solução i-1, EMD
Temperaturas da água
Temp. de acumulação AQS ºC 60
Temp. de consumo ºC 60
Temp. da água fria da rede (média) ºC 15
800
700
600
500
400
300
200
100
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Horas
84
Tabela 16 - Estimativa de Desempenho e Principais Parâmetros para Solução iii-2, EMD
Tabela 17 - Extrapolação dos Valores Energéticos referentes a cada Fração: Solução iii-2, EMD
85
Equipamento Solar Térmico
Designação Modelo Qd. Preço unit. Valor
Campo de Colectores
Colectores Solares FKC-2S 16 640,00 € 10.240,00 €
Ligações hidráulicas p / Cobertura
Plana FS 22-2 3 48,00 € 144,00 €
Estrutura Suporte Básica p/ Colector FKF 3-2 3 200,00 € 600,00 €
Estrutura Suporte Adicional p/ Colector FKF 4-2 13 135,00 € 1.755,00 €
Sub - Total 12.739,00 €
Acessórios Hidráulicos Solares
Purgadores ELT 5 3 75,00 € 225,00 €
Válvula de Segurança VS 6 3 14,25 € 42,75 €
Válvula balanceamento c/ caudal. a 3/4" (2 a 7 lts/min) 3 92,00 € 276,00 €
Sub - Total 543,75 €
Circuito Hidráulico Primário Solar
Grupo de Circulação Solar AGS 20 1 600,00 € 600,00 €
Vaso de Expansão Solar de 80 lts SAG 80 1 190,00 € 190,00 €
Sub - Total 885,00 €
Circuito Hidráulico Secundário Solar
Permutador de Calor Z2-17 Placas 1 895,00 € 895,00 €
Bomba Circuladora p/ Circuito Secundário UPS 25-80 1 345,00 € 345,00 €
Uniões para bomba (ferro fundido) 1 8,00 € 8,00 €
Vaso de Expansão de 50 lts p/ Circuito Fechado 0 1 88,00 € 88,00 €
Sub - Total 1.336,00 €
Sistema de Controlo
Controlador B Sol 300 1 340,00 € 340,00 €
Sonda de Temperatura NTC SF 4 (10K) 4 9,00 € 36,00 €
Termóstato Diferencial B Sol 050R 20 295,00 € 5.900,00 €
Sub - Total 12.552,00 €
Acumulação Individual de AQS - Tipologia T1
Estabiliz. Autom. Caudal c/ Cartucho Polím. 1/2": 0,12 m3/h 3 45,00 € 135,00 €
Deposito de Acumulação S 90 ZB-Solar 3 560,00 € 1.680,00 €
Vaso de Expansão de 8 lts p/ Circuito Aberto 3 34,00 € 102,00 €
Sub - Total 1.917,00 €
Acumulação Individual de AQS - Tipologia T2
Estabiliz. Autom. Caudal c/ Cartucho Polím. 1/2": 0,15 m3/h 9 45,00 € 405,00 €
Deposito de Acumulação S 120 ZB-Solar 9 595,00 € 5.355,00 €
Vaso de Expansão de 12 lts p/ Circuito Aberto 9 39,00 € 351,00 €
Sub - Total 6.111,00 €
Acumulação Individual de AQS - Tipologia T3
Estabiliz. Autom. Caudal c/ Cartucho Polím. 1/2": 0,20 m3/h 6 45,00 € 270,00 €
Deposito de Acumulação S 160 ZB-Solar 6 625,00 € 3.750,00 €
Vaso de Expansão de 12 lts p/ Circuito Aberto 6 39,00 € 234,00 €
Sub - Total 4.254,00 €
Acumulação Individual de AQS - Tipologia T4
Estabiliz. Autom. Caudal c/ Cartucho Polím. 1/2": 0,25 m3/h 2 45,00 € 90,00 €
Deposito de Acumulação S 200 ZB-Solar 2 695,00 € 1.390,00 €
Vaso de Expansão de 18 lts p/ Circuito Aberto 2 44,00 € 88,00 €
Sub - Total 1.568,00 €
Equipamentos Hidráulicos Complementares
Válvula Misturadora Termostática 3/4" 0 20 56,50 € 1.130,00 €
Sub - Total 1.130,00 €
Figura 44- Valores de tabela, sem IVA, para Solução iii-2, EMD
86
Equipamento de Apoio
Designação Modelo Qd. Preço unit. Valor
Figura 45- Valores de tabela, sem IVA, para Solução iii-2, EMD (continuação)
87