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faca

cuspo o escrúpulo da manhã


com meu coice de água
a esvair-se dos poros.

(manhã em manhã tropeça


em minha pedra do existir)                                                                                   

do sangue sobe uma ave


batida de ambição. vocábulo

: caibro de minha arcada


e rastro do meu pão.

a pupila perde o gume


: o sol prossegue sol
no poleiro dos pósteros.

eu – com mãos mínimas –


pleiteio o azul.

eu – opúsculo de ventos –,
ofídico à Manhã.

centauro

a noite do sangue ascende um deus


à palma da mão, e o silêncio ganha peso.

a sombra veste a glândula


e o sexo é um desenho a parafina:
multiplica livros e espoletas.

no molde que acende o barro


vaga um soneto de barro,

espaço onde cresce o homem de novembro


com seus animais revolucionários.

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