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Pássaro é das metáforas mais polissêmicas da literatura, que nos

remete à liberdade, à transcendência. Quando associo a “lacunar” essa


liberdade torna-se limitada e deficiente. É a incompletude das coisas. Daí
que no livro, para reforçar o tema, apresento outras duas divisões: “Parte da
Mobília” (não é toda a mobília, mas apenas um pedaço) e “Mulheres
Inacabadas” (que se autodefine). Enfim, trata-se do “ser-nunca-pleno”, mas
sempre em constante processo de formação, transformação e reinvenção.
A mensagem que gostaria de passar através da capa do livro é a da
incompletude das coisas. Pássaros que possuem brechas que nem a
liberdade do voo as podem curar; pássaros ocos que nem as incríveis
possibilidades que suas asas podem proporcionar são suficientes para
preencher.

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