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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

AUTORIDADE NACIONAL DA FUNÇÃO PÚBLICA

DIRECÇÃO DE GESTÃO ESTRATÉGICA DE RECURSOS HUMANOS DO ESTADO

FICHA no2: BASES TEÓRICAS E EXERCÍCIOS DE MATEMÁTICA

 UNIDADE DIDÁCTICA VII: EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES


EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS Abril de 2009

Caro Formando: A presente ficha contem bases teóricas e exercícios propostos de modo a dinamizar o processo de
Aprendizagem Valorize a busca de soluções em grupos de trabalho, bem como interacção com o formador. As suas sugestões e
Críticas serão bem vindas no intuito de melhorar a abordagem do presente tema.

7.1. Função Exponencial


Definição: Toda a função do tipo f(x) = ax, onde 0<a<1 ou a>1, chama-se exponencial.
a - é a base e x - é o expoente.

7.1.1. Estudo completo de f(x) = ax

Função Base Df Zeros  oy X<0 x>0 Sinal Monotonia


a>1 R Não  P(0;1) 0<f(x)<1 f(x)>1 + Crescente
f(x) = a x
0<a<1 R Não  P(0;1) F(x)>1 0<f(x)<1 + Decrescente

Gráficos:
Os gráficos são curvas exponenciais
simétricas em relação ao eixo das ordenadas
(oy), passando pelo ponto P(0;1) que é a
ordenada na origem

 O contradomínio da função CDf(x) é y   0; ;


 Se x    f ( x)  0 , para a função exponencial crescente (a>1) e se x
   f ( x )  0 , para a função exponencial decrescente (0<a<1). Portanto
as curvas se aproximam ao eixo ox, sem contudo tocá-lo e a recta y = 0
denomina-se assímptota horizontal (AH) dos gráficos.

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Nota: Se a = 1, f(x) = 1x= constante. As funções exponenciais são injectivas, sendo
assim admitem função inversa - a função logarítmica.

1 x 1
Exemplos de funções exponenciais simples: f(x)=2 x; f(x)=( ) ; f(x)=10x; f(x)= ( ) x.
2 10

7.2. Equações Exponenciais

Definição: Toda a equação onde a incógnita figura no expoente de um número real


positivo e diferente de 1, chama-se equação exponencial. A sua resolução exige formar
as potências de ambos os membros com a mesma base e procede-se a igualdade dos
expoentes donde se determina a incógnita. Finalmente efectua-se a substituição do
resultado obtido na equação primitiva para verificar a veracidade da igualdade de
ambos os membros.

Algumas propriedades úteis de potenciação:


Para a  R e ( x, y )  R, são válidas as relações:
i. ax > 0;
ii. a0 = 1;
1
iii. (ax)-1 = (a-1)x = x
a
iv. (ax)y = axy = (ay)x
v. ax . ay = ax+y
x

vi.
a a x y
y
a
p
p
vii.
a q q a
Para quadrados perfeitos como por exemplo 4 x, é válida a transformação:
4x = (22)x = (2x)2 = 22x

Exemplos de casos simples

1) 5X = 53  x  3 ;
1 x 3
2) x
 8  2  2   x  3 x   3
2
x2 x4 3 x  2 )  2( x  4)
3) 8 4 2 2  3x  6  2 x  8  3x  2 x  8  6  x  2

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x 9 x 9 x 1
1
x 31
2.2 4
4) 3 3
9
3  1
 3 9 3 3 
3
2(
3
)
x x 
9 3 3 3
x x x 3
2 125 2 2 2 3

5) ( )  8 ( )  5  ( )  ( ) x3 3
5 5 2 5 5
x 1 4 x 2 ( x 1) 4 x
6)
4 2  2  2  2 x  2  4  x  3x  6  x  2
Exemplos de casos mais gerais:

x x 3 x4 x 5
1) 3 3 3 3  250
Separemos as bases das potências aplicando as propriedades v e vi (ver pág. 2) e em
seguida colocamos em evidência o factor comum membro a membro:
x x x

3  3  3  3
x 3 x4 x 5 x
x
3 3 3 3  250 3 4 5
 250 o menor múltiplo
3 3 3
comum dos denominadores da última igualdade é mmc(1;3 3;34;35) = 35
x x x x
3 3 3
x 5 x 2 x x

 3     250  3 3 3 3 3
.  .  .3  3 .1
 250 5
3 4 5 3
1 3 3 3 5
( 3) (3 )
2 ( 3) (1)

x 5 2 x

3 3 3  250  3
(   3  1) (243  9  3  1) x 5
5
 250  3 .250  3 .250  5
3 3
x 5
 3  3  x  5 é a solução procurada que satisfaz a equação dada. verifique
2)
x 2 x 2x

3  3x2
 3  81  3 .3 3 .3 3

x 1

2 x 1 x
 81  27.3  9.3  3  3.81 
x 2x

1 1 3
2 2
 36.3  (3 x)  243  0  (3 x)  36.3  243  0
x x

Se após separação das bases, os expoentes que contêm a variável são diferentes,
usa-se a mudança de variável; escreve-se em seguida a equação na forma canónica e
determinam-se os valores da nova variável. Finalmente determinam-se os valores da
variável inicial, tendo em atenção todas as condições da substituição efectuada.
Tem-se: 3x = k>0, já que a função exponencial é sempre positiva na condição dada.
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Então, k2 – 36k + 243 = 0. Podemos utilizar os métodos estudados para resolver a
equação do segundo grau, por exemplo, a soma das raizes k 1+ k2=36 e o produto delas
 k1  9 x 2
k1.k2=243 donde vem que  ; com k1=9  3 3  x 2 e
k 2  27
1

x 3
com k2=27  3 3  x 2
3
Portanto, a equação tem as soluções x=2 ou x=3.

Exercícios
1. Resolva em R, as equações exponenciais a seguir:
a)
x x x 6 2x x 2 x 1 x2 x 1
4 2 6 b)2  x
5 c) 4. 2  4. 2  3  1 d)2 2 2 4
2
2 x 1
e) 2 2  2 2 0 x 3 x 1 x
f)3
2 x 1
9
x 2
 315
x 1
g) 2  6  4  2
x 2 x 1

2x x 3 x 1 2 x 1 4 x 2 x 1 x x x 4 x 2
h)2 .9  2. 6  4 .3 0 i)9  8.3  3  3  19.3
x
4 x2 2 x 1 1 x 1 2 x 1 x2
j)3  5.3  4  0 k)16 2  4  322  2 4
1
x7 x2 x4 x2 2 x 2 x 1 2 x2 2 x 1 2x 2 x2
l)2  2  3  3 m)4 2 4 3 3 3 3

n)(
x 1 x 1

a
2
p) (a x 1) 1
x
3x .81 3
2 x 1
7) .( 2) 1 o) x 1 a  x p) 2x
3
7.3. Função Logarítmica

Definição1: Chama-se função logarítmica a toda a função do tipo y=


log a
x; (0  a  1) ou (a  1) e x  0 que é inversa da função exponencial com a
mesma base, isto é:
y= log a
xxa
y

1 1
y f
x
 ( x)  a ... funçãoinversa de f ( x), por isso f ( x) é também injectiva.

Estudo Completo de f(x)= log a


x

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Y=f(x) Base Df CDf Zeros  oy 0<x<1 x>1 Monotonia
log a
x a>1 R

R
P(1;0) Não

- + Crescente

0<a<1  P(1;0) Não + - Decrescente


R R 

Gráficos:
Os gráficos chamam-se curvas
logarítmicas simétricas em relação ao
eixo ox passando pelo ponto P(1;0) que
é o zero da função.

Se
x  0  y   log o, a recta x  0
é a assímptota vertical dos gráfi cos .

Propriedades dos Logaritmos


logb a
1) log 1  0 9) aloga logb  (a log a b)  blogb  a
b. a a
a

2) log 0  não  10) log b. log a 1


a a b

1
3) log a 1 11) log   log x  Co log x
a a x a a

2 2
x . log x  log a x   log a
  
4) log 12) log
x
a a x
a a
x

5) aloga  x 13) log x. y  log x  log y


x
a a a

 x
6) log x   . log x 14) log  log x  log y; ( x, y  0)
a a a y a a

1
15) aloga  aloga . aloga  aloga loga  x. y
x
7) log  x  log x
( x. y ) x y y

a  a
 
8) loga x   log a x loga x
 
a x (a ) a

Fórmulas para mudança de base, (a,b,x>0)

 Saída de uma base a para outra b, escolhida fora do logaritmo dado

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log x
log x b
a
log ab

 Saída de uma base a para a base x, escolhida dentro do logaritmo dado

log x 1
log x x

a
log a log a
x x
Resolução de Equações Logarítmicas

A resolução de equações logarítmicas passa em primeiro lugar pela determinação


do domínio de existência das funções integrantes, seguindo-se a redução à mesma
base. Aplicam-se as propriedades dos logaritmos, incluindo a mudança de base, se
for necessário; finalmente igualam-se os argumentos (logaritmandos) e a solução é
dada dentro do domínio de existência previamente determinado.

Exemplos:
1) log 3
x2
 Domínio de existência: a função logarítmica não é definida para argumentos
negativos. Sendo assim, a condição para o domínio é x>0, o mesmo que x
  0; .
 Por definição de logaritmo, tem-se:
log x  2  3  x  x  9
2
É solução admissível, pois 9 pertence ao Df.
3

2) log2 ( x  5)  3
 Podemos formar um sistema no qual teremos a condição para o Domínio e a
resolução efectiva da equação por definição:
 x  5  0  x  5  x  5; é o domínio de existência
 3
( x  5)  2  x  8  5  13 é a soluçao que satisfaz as duas condições em simultâneo.
1
3) log 4
( x  2)  log ( x  3) 
4 2

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Solução:

 ( x  2)  0  x  2

 ( x  3)  0  x  3
 1 1 1

log4 log4 log4 2

2 x 42 ()
( x  2 )  ( x  3)   [( x  2 )( x  3)]    5 x  6 
2

  x1
2 2 b    1 D E
()  x  5 x  4  0 ;   b  4ac  25  16  9; x1, 2 
2a  x2  4
O domínio de existência é definido pelas duas primeiras condições do sistema, isto é,
x ]3;[ Por esta razão apenas x  4 é solução da equação dada.

4) log ( x  1)  log (3x  7)   1


2 2




 ( x  1)  0  x  1
 7
Solução:  (3 x  7)  0  x 
 3
 x  1  1  x  1  1  2 x  2  3 x  7  3 x  2 x  2  7  x  9
 3x  7 2 3x  7 2
 7
 A solução x  9 é do domínio de existência ( x ] ;[)
 3

Definição 2: Chama-se logaritmo de b na base a (a>0 e a  1), ao expoente c que é


necessário elevar a base para se obter o número b>0. Simbolicamente,

log b  c  b  a
a
c

Definição 3: Logarítmo decimal ou Briggs diz-se ao logaritmo de um número b>0 na


base 10, que se anota,

log c
b  c  lg b  c  b  10
10

Definição 4:Chama-se logaritmo natural de um número b, ao logaritmo desse número


na base e (e=2,71828…, no irracional dito no de Nepper) e anota-se como

ln b=c  log b  c, donde c  é o log aritmo natural de b


e

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Exercícios Propostos

I. Calcule os logaritmos:
1 25
a) log 9  ; b) log ; c) log2
4 64
5 4
3

d ) lg 10 ; e) log 1 27 f ) log 6,25


0, 4
3

log 16.log 27
g ) lg 0,0001 h) log4 2 i) 2 3
40
log 8 2
II.Calcule

a ) 3 log3 log33
x
2 3. 3
b) log [log
( a )]
a a a
III. Sejam dados:
log 14  a ;
2
log 10
2  0,3; log 10
3  0,477 calcule :

a) log 32 b) log 2
49 3

IV. Resolva em R

1 2
a ) log  log 4 ; lg (2 x  1)  1  lg x  9 ; c) log x  log x  2  0
2
2 x 2
b)
2 3 3

3 3
d ) (ln x)  4 ln x  0 e) lg x   3(lg x  1) f ) ln(2 x  3e)  1
1  lg x

i ) log
2 2 2
g ) ln( x  3 x  1)  ln 11 h) ln( x  x  2)  ln 4 ( x  6 x  10)  1
x 2
2
j ) ln(4  2 x  x )  0

V. Resolva aplicando as propriedades de logaritmos

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x
a) log x  log 7  log ; b) lg [3  2 lg (1  x)]  0
5 5 5 7
2 3 1
c) lg x  [lg m  lg (m  n)  2 lg (m  n)]  lg n ; d ) 2log4  x
9

3 4 2
VI. Resolva aplicando mudança de base dos logaritmos.

2
a)
3
log2 x  ln x  8; b) 3 log x  log x  10;
4 2

c) log1 ( x  4)  log x   log 3 d ) 2logx  x


2 16
2 2
2

VII. Resolva as equações seguintes pelo método de substituição por nova


variável.
1 2 1 2
a) ln x  ; b) log x  4  3 log x; c) lg 2 x  lg x  3  0
2 2
d)  1
4 3 3
5  lg x 1  lg x
VIII. Resolva em R as equações que se seguem:

2 x 1
a ) log (2  1)  2; c) log (25  6)  x  1;
x x x 3 x
b) e  ; d)2  6  2 0
3 4 5

VII.4. Inequações Exponenciais e Logarítmicas

A resolução de inequações exponenciais e Logarítmicas efectua-se obedecendo às


mesmas propriedades aplicadas na resolução de equações exponenciais e
logarítmicas tendo sempre em atenção que as soluções deverão ser apresentadas
em função dos respectivos domínios de existência para cada caso concreto.

Exercícios Propostos
1. Resolva as inequações exponenciais a seguir

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3 x 7 x 5
a) 4  1  2 ; b)10  5  2  1; c) (0,72)  (0,72)
2x x x x x x
; d)4  3. 2  4
x 1 2 x 1 x x 1
1 x 1 x 3 (
16 1 3
f)( ) ) g) 2 .( )  ( )
x
e) 5 5  10; ;
4 9 3 2
2. Resolva as inequações exponenciais duplas:

x x

a)5  (
2 1 5 1 
) b)5  ( ) 2
3
 4;
5 2
3. Resolva em R, as inequações logarítmicas e dê as soluções em função dos
respectivos domínios de definição das funções dadas.

a) log x  log 3; b)log1 ( x  x)  log x  2; c)log1 x  2; d)log1 (4  x


2 2
2 2 2
2 3 3

2x  1 1
e) log ( x  1)  3; f)log (5  2 x)  2  0; g) log   ; h)lg (4
2
2 3 4 x 1 2

FIM

Bom Trabalho

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