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MAT 5730 Álgebra Linear

Exercı́cio Resolvido

Seja A a matriz complexa


 
2 0 0 0 0 0

 1 2 0 0 0 0 


 −1 0 2 0 0 0 
.

 0 1 0 2 0 0 

 1 1 1 1 2 0 
0 0 0 0 1 −1
Encontre a forma racional R e a forma de Jordan J de A e encontre também matrizes inversı́veis
P e Q tais que P −1 AP = J e Q−1 AQ = R.

1. Encontrar o polinômio caracterı́stico e o polinômio minimal de A.


Fazendo os cálculos, vemos que pA (x) = (x − 2)5 (x − 1) e mA (x) = (x − 2)4 (x − 1).
(Você calcula o polinômio caracterı́stico. Usa que o polinômio minimal tem as mesmas raı́zes
que pA (X), e asssim, só pode ser da forma mA (x) = (x − 2)s (x − 1), com 1 ≤ s ≤ 5, e vê qual
é o de grau menor e dessa forma, que anula a matriz A.)

2. Seja T : C6 → C6 o operador linear tal que [T ]can = A. Use o Teorema da Decom-


posição Primária para escrever C6 como uma soma direta de subespaços invari-
antes sob T .

Pelo Teorema da Decomposição Primária temos que C6 = V1 ⊕ V2 , onde V1 = Ker(T − 2I)4


e V2 = Ker(T + I). Além disso, pelo mesmo teorema, temos que se T1 = T |V1 e V2 = T |V2 ,
então mT1 (x) = (x − 2)4 e mT2 (x) = (x + 1). Também sabemos que dimW1 = 5 e dimW2 = 1.

É fácil ver que V2 é o autoespaço associado ao autovalor −1 e uma base para ele é constituida
pelo vetor e6 = (0, 0, 0, 0, 0, 1).

Para encontrarmos uma base para V1 , primeiro calculamos (A − 2I6 )4 e assim, achamos uma
base para Ker(T − 2I)4 . Obtivemos a seguinte base de V1 : B1 = {w1 , w2 , w3 , w4 , w5 }, onde
w1 = (−6/10, 1, 0, 0, 0, 0),
w2 = (−9/10, 0, 1, 0, 0, 0),
w3 = (−9/10, 0, 0, 1, 0, 0),
w4 = (27/10, 0, 0, 0, 1, 0) e
w5 = (−81/10, 0, 0, 0, 0, 1).

3. Encontre a forma de Jordan da matriz A.

(a) Encontrar a forma de Jordan J de A

Seja N1 = T1 − 2I. Então N1 é um operador linear nilpotente, com ı́ndice de nilpotência


igual a 4 em V1 , que é um espaço vetorial de dimensão 5 (e 5 = 4 + 1). Logo, existe uma
base C de V1 tal que  
0 0 0 0 0

 1 0 0 0 0 

[N1 ]C = 
 0 1 0 0 0 .

 0 0 1 0 0 
0 0 0 0 0
Assim, a matriz de T1 = N1 + 2I em relação à base C é
 
2 0 0 0 0
 1 2 0 0 0 
 
 0 1 2 0
[T1 ]C =  0 
.
 0 0 1 2 0 
0 0 0 0 2

Na base B = C ∪ {e6 } a matriz de T é J que é a forma de Jordan de A (ou de T ).


 
2 0 0 0 0 0
 1 2 0 0 0 0 
 
 0 1 2 0 0 0 
J =  0 0
.
 1 2 0 0 

 0 0 0 0 2 0 
0 0 0 0 0 −1

(b) Encontrar uma base B de C6 tal que [T ]B = J.


A matriz  
−6/10 −9/10 −9/10 27/10 −81/10
 6/10
 9/10 9/10 −27/10 81/10 

[N1 ]B1 =  1
 0 0 0 0 

 4/10 1/10 1/10 27/10 −81/10 
0 0 0 1 −3
Queremos agora um vetor v ∈ W1 tal que N13 v 6= 0. Fazendo as contas vemos que w1 é
um desses vetores, ou então, o vetor u = 10w1 = (−6, 10, 0, 0, 0, 0, 0). Temos então que
os vetores u, N1 u, N12 u, N13 u são LI. Esses vetores são respectivamente:

(−6, 10, 0, 0, 0, 0, 0), (0, −6, 6, 1, 4, 0), (0, 0, 0, −6, 10, 4) e (0, 0, 0, 0, −6, −2).

Note agora que N1 w2 = N1 w3 e então, w2 − w3 = e3 − e4 = (0, 0, 1, −1, 0, 0) ∈ KerN1 .


Assim o conjunto de vetores

C = {u, , N1 u, N12 u, N13 u, (0, 0, 1, −1, 0, 0)}

é uma base de W1 na qual a matriz de N1 está na forma de Jordan. Assim,


 
2 0 0 0 0
 1 2 0 0 0 
 
 0
[T1 ]C =  1 2 0 0  .
 0 0 1 2 0 
0 0 0 0 2

Agora, tomando B = C ∪ {e6 } temos que [T ]B = J e se P = IB,can , temos que P −1 AP =


J.
4. Encontre a forma racional da matriz A.

(a) Encontrar a forma racional R de A.

 
0 0 0 0 16 0

 1 0 0 0 −48 0 

 0 1 0 0 56 0 
R= ,

 0 0 1 0 −32 0 

 0 0 0 1 9 0 
0 0 0 0 0 2
pois mA (x) = −16+48x−56x2 +32x3 −9x4 +x5 = f1 e f2 = x−2 e pA (x) = mA (x)(x−2).
(b) Encontrar uma matriz Q tal que Q−1 AQ = R.
Vamos achar uma base B de C6 tal que [T ]B = R. Para isso, precisamos encontrar um
vetor v1 tal que mT,v1 (x) = mT (x). Tomando w ∈ V1 tal que (T − 2I)4 w 6= 0 e somando
a um autovetor de T associado ao autovalor −1, obtemos um tal v1 . Pelas contas já
feitas acima, para encontrar uma base de V1 , vemos que w = (−6, 10, 0, 0, 0, 0) serve e
um autovetor associado a −1 é o vetor e6 . Logo v1 = (−6, 10, 0, 0, 0, 1) e uma base de
Z(v1 ; T ) é {v1 , T v1 , T 2 v1 , T 3 v1 , T 4 v1 }.

Agora, pelas contas já feitas acima, observe que T (ou A) tem só 2 autovetores LI
associados ao autovalor 2. Um deles é N13 w1 = (T − 2I)3 (E1 v1 ) = (0, 0, 0, 0, −6, −2) ∈
Z(v1 ; T ), onde E1 é a projeção do Teorema da Decomposição Primária. (Lembre-se, da
demonstração do Teorema da Decomposição Primária que a projeção E1 : V → V1 é um
polinômio em T.)
O outro autovetor de T associado ao autovalor 2 é v2 = (0, 0, 1, −1, 0, 0). Já que a forma
racional de A tem que ser a matriz R do item (a), o vetor v2 ∈ / Z(v1 ; T ) e (T − 2I)v2 = 0.
6
Logo C = Z(v1 ; T ) ⊕ Z(v2 ; T ). Assim na base

B = {v1 , T v1 , T 2 v1 , T 3 v1 , T 4 v1 } ∪ {v2 }

a matriz de T é R.

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