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Portugalglobal
TURISMO
SETOR ESTRATÉGICO
PARA A ECONOMIA
PORTUGAL
LISBOA
SINES
ÁFRICA
sumário
Portugalglobal nº103
novembro 2017
Destaque [6]
6
Sendo já a maior atividade económica exportadora do país,
o turismo registou um forte crescimento na última déca-
da, contribuindo positivamente para o desenvolvimento da
economia nacional, gerando emprego e riqueza.
Entrevista [20]
Jorge Rebelo de Almeida, presidente do Conselho de
Administração do grupo Vila Galé.
Mercados [26] 20
Com um quinto da população mundial, e uma
população muito jovem, a Índia surge como o provável
grande mercado do futuro. As análises do embaixador
português em Nova Deli, João da Camara, e do
delegado da AICEP, João Rodrigues, e os testemunhos
das empresas Petrotec, Efacec e Sakthi Portugal.
Empresas [40]
Burel e Ultimate Power.
Estatísticas [53]
Investimento e comércio externo.
Devo referir que, tal como à AICEP, cabe ao Tu- LUÍS CASTRO HENRIQUES
rismo de Portugal promover a imagem de Por- Presidente do Conselho de Administração da AICEP
As opiniões expressas nos artigos publicados são da responsabilidade dos seus autores A aceitação de publicidade pela revista Portugalglobal não implica qualquer
e não necessariamente da revista Portugalglobal ou da aicep Portugal Global. compromisso por parte desta com os produtos/serviços visados.
As PME são
uma referência
para o país.
E há um banco que é a
referência para as PME.
As PME são o motor do tecido empresarial português e sabem que podem contar com
o NOVO BANCO para as apoiar. Se ambiciona alcançar resultados no futuro, fale com
o banco de referência das empresas portuguesas e conheça a oferta especializada
e a equipa de gestores dedicados, que irão ajudá-lo a levar o seu negócio mais longe.
novobanco.pt/empresas
6 DESTAQUE Portugalglobal nº103
TURISMO
Liderar o futuro para desenvolver Portugal
Portugal é um destino turístico cada Com um total de 53,5 milhões de O turismo é igualmente uma atividade
vez mais apreciado e procurado dormidas em 2016 – 15,2 milhões fortemente exportadora. Em 2016, as
tanto pelos estrangeiros como pe- de portugueses e 38,3 milhões de es- exportações de viagens e turismo as-
los portugueses, tendo o setor do trangeiros –, os principais mercados cenderam a 12.681 milhões de euros,
turismo encerrado o ano de 2016 emissores para Portugal foram: Reino segundo dados do Banco de Portugal.
com todos os indicadores a crescer. Unido (9,2 milhões), Alemanha (5,2 Já este ano, de janeiro a agosto, o total
Foram registados 19 milhões de tu- milhões) e Espanha (3,9 milhões). de exportações desta rubrica atingiu
ristas – um crescimento de 9,8 por 9.902 milhões de euros, o equivalen-
cento – e, pela primeira vez, o nú- Todas as Regiões registaram cresci- te a 50,7 por cento das exportações
mero de estrangeiros ultrapassou o mentos significativos, com destaque totais de serviços e a um crescimento
para os Açores com um aumento no homólogo de 18,7 por cento.
número da população portuguesa:
turismo de 21 por cento, Porto e Nor-
Portugal recebeu 11,4 milhões de
te, com mais 13 por cento, e Alentejo,
turistas estrangeiros.
com mais 11 por cento.
Mercados emissores
Os aumentos refletiram-se também por regiões
De realçar igualmente a diminuição da
nas receitas, com um crescimento sazonalidade na procura turística, de
(dormidas):
de 10,7 por cento, correspondente a 37 para 35 por cento. De acordo com
12,7 mil milhões de euros e a um peso
Norte
o Turismo de Portugal, verificou-se em
no PIB de 6,9 por cento. No empre- • Espanha (889 mil)
2016 um alargamento da atividade
go, o setor gerou 328 mil empregos, turística a meses menos tradicionais, • França (608 mil)
aumentando 14,2 por cento (mais 48 tendo dois terços do crescimento • Brasil (344 mil)
mil) face a 2015 (dados INE). acontecido na chamada época baixa.
Centro
• Espanha (590 mil)
• França (333 mil)
Uma década em análise 2005-2015 | Síntese • Brasil (145 mil)
Posicionamento internacional Lisboa
• França (1,4 milhões)
Ranking UE 28
Eurostat - Dormidas de residentes
11º
Dormidas
• Holanda (1,4 milhões)
Açores
de estrangeiros
no estrangeiro em Hotéis e similares (2015) em hotéis e • Alemanha (230 mil)
similares
• EUA (114 mil)
• Espanha (100 mil)
TOP
Fórum Económico Mundial
World Economic Forum (WEF) - 14
Dos destinos mais
Madeira
• Reino Unido (1,9 milhões)
Travel & Tourism Competitivness Index competitivos no • Alemanha (1,8 milhões)
mundo
• França (636 mil)
Fonte: OMT (2016); Eurostat (2016); INE (2016); Fórum Económico Mundial (2015)
8 DESTAQUE Portugalglobal nº103
•
Aumentar o número de 53,5 mi-
Uma década em análise – síntese
lhões de dormidas (2016) para 80
FATORES POSITIVOS ASPETOS A MELHORAR milhões.
> Território e recursos turísticos mais > Capitalização das empresas • Alargar a atividade turística a todo o
qualificados > Qualificação dos recursos humanos ano, diminuindo o índice de sazona-
> Infraestruturas de suporte ao > Rendimentos dos trabalhadores do lidade de 37,5 por cento para 33,5
desenvolvimento turismo por cento.
> Crescimento em vários indicadores > Burocracia e custos de contexto
• Aumentar os níveis de qualificação
da procura turística > Digitalização da oferta turística
no turismo: duplicar o nível de habi-
> Oferta de alojamento mais qualificada > Sazonalidade
litações do ensino secundário e pós-
> Novas formas de alojamento e de > Assimetrias regionais
animação turística -secundário no turismo, de 30 por
>
Informação sobre Portugal nos
> Empreendedorismo criativo em cento para 60 por cento até 2027.
mercados externos
crescimento
>
Trabalho em rede e promoção
> Aumento da oferta de atividades e No ano passado, Portugal foi conside-
conjunta e cocriação
de animação turística rado o 14º país mais competitivo do
>
Sustentabilidade do destino e das
> Reconhecimentos e prémios setor turístico no Índice de Compe-
empresas
internacionais em diversas áreas do titividade das Viagens & Turismo do
turismo português Fórum Económico Mundial, subindo
> Acréscimo de ligações aéreas uma posição relativamente a 2015.
novembro 2017 DESTAQUE 9
tos financeiros específicos para o tu- e exportações, sendo rístico de excelência, construído por
todos e para todos.
rismo, com vista à dinamização do considerada a maior
investimento. Queremos posicionar atividade económica Liderar o turismo do futuro significa
Portugal como um polo de referência
exportadora do país, que esta será, cada vez mais, uma
na inovação, no empreendedorismo e
na produção de bens e serviços para responsável por 16,7 atividade económica capaz de gerar
a indústria do turismo, por isso, con- por cento do total das emprego durante todo o ano, preser-
var o território, o ambiente e os seus
centramos cada vez mais esforços em exportações.”
ações que promovem sinergias entre recursos e valorizar as culturas e as co-
as indústrias criativas e o turismo e munidades, garantindo os princípios e
que proporcionem uma maior visibili- e rigor, impossíveis de concretizar sem valores da sustentabilidade.
dade ao destino Portugal e à melhoria a ambição, resiliência e qualificação
da experiência turística. dos empreendedores portugueses, in- www.turismodeportugal.pt
novembro 2017 DESTAQUE 11
Esta estratégia pretende, até 2027, Tendo em vista as metas definidas até ção do turismo na economia do mar e
posicionar Portugal como um dos 2027, a atuação do Turismo de Portu- a estruturação da oferta turística para
destinos turísticos mais competitivos, gal consubstancia-se em cinco eixos melhor responder à procura.
inovadores e sustentáveis do mundo, estratégicos:
uma referência na produção de bens Neste sentido, o Turismo de Portugal
e serviços para a atividade turística à desenvolveu programas específicos
escala mundial, um país onde se valo- VALORIZAR O TERRITÓRIO, per- de apoio à valorização e qualificação
rizou o trabalho e onde se investiu no mitindo o usufruto do património do destino, como o Programa Valori-
capital humano. Em suma, um destino histórico-cultural e a preservação da zar, que define os termos e condições
para ser visitado, mas também, ideal sua autenticidade, a regeneração ur- de concessão de apoios financeiros a
para investir, viver, estudar, investigar bana, a potenciação económica do projetos de investimento e a iniciativas
e criar empresas. património natural e rural, a afirma- que tenham em vista a regeneração e
©José Manuel
12 DESTAQUE Portugalglobal nº103
Turismo sustentável
Considerando a importância da sus- Plano de Ação para a Sustentabilida-
tentabilidade na Estratégia Turismo de 2017-2020, o Turismo de Portu-
2027, o Turismo de Portugal uniu gal está a desenvolver o programa
esforços à OMT – Organização Mun- de turismo inclusivo “ALL for ALL”;
dial de Turismo na promoção do Ano o projeto “Portuguese Waves”, de
Internacional do Turismo Sustentável gestão sustentável das praias ‘surf
para o Desenvolvimento, a decorrer spots’; o “Portuguese Trails”, progra-
em 2017, e lançou um conjunto de ma de valorização e sustentabilidade
medidas de sustentabilidade para o
dos traçados âncora de “Cycling &
setor, a implementar até 2020.
Walking” das regiões turísticas por-
tuguesas (cuja plataforma está dis-
A primeira dessas medidas foi con-
ponível em portuguesetrails.com);
cretizada com a criação do Obser-
parcerias com ONG – Organizações
vatório de Turismo Sustentável do
Não Governamentais para promover
Alentejo, cujas linhas orientadoras
a sensibilização ambiental dos agen-
de implementação foram definidas
pelo Turismo de Portugal, em parce- tes do setor; e o Programa Valorizar,
ria com a Turismo do Alentejo ERT, enquanto instrumento centrado na
a Universidade de Évora, o Instituto regeneração e reabilitação dos es-
Politécnico de Portalegre e o Institu- paços públicos com interesse para
to Politécnico de Santarém. o turismo, a valorização turística do
património cultural e natural do país,
Além da criação de um observató- promovendo condições para a des-
rio regional de sustentabilidade no concentração da procura, a redução
Alentejo, e de forma a cumprir o seu da sazonalidade e a criação de valor.
©Norberto Diver
reabilitação dos espaços públicos com mente disponíveis a Linha de Apoio à da procura e o desenvolvimento das
interesse para o turismo, promovendo Valorização Turística do Interior, a Linha várias regiões do país, foi desenvol-
condições para a desconcentração da de Apoio ao Turismo Acessível e a Linha vido o Programa Revive que promo-
procura, a redução da sazonalidade e ve e agiliza os processos de rentabi-
a criação de valor. lização e preservação do património
“A estratégia para público que se encontra devoluto,
Com o objetivo de promover a coesão
tornando-o apto para afetação a
territorial, este programa de apoio ao o setor do turismo
uma atividade económica com fi-
investimento na valorização do país en- pretende, até 2027,
quanto destino turístico, pretende dotar nalidade turística, a gerar riqueza e
os agentes do setor, públicos e privados,
posicionar Portugal postos de trabalho.
de um novo instrumento financeiro que como um dos destinos
crie condições para potenciar e melhorar turísticos mais Foram identificados 30 imóveis nestas
a experiência turística. São abrangidos, competitivos, inovadores condições, com aptidões turísticas, e
por exemplo, projetos que promovam a
e sustentáveis preparados dossiês com uma descri-
valorização do património e dos recursos
do mundo”. ção de cada um em português, man-
endógenos das regiões, a diversificação
darim e inglês, dirigidos também aos
da oferta, turismo de natureza, turismo
mercados internacionais para que,
equestre, revitalização das termas e di-
namização turística das aldeias. de Apoio a Projetos Wi-Fi em Centros através da reabilitação destes equi-
Históricos. pamentos, se valorize o património
Os projetos e iniciativas suscetíveis de dando vida a locais subaproveitados,
apoio são definidos em linhas de finan- Para reforçar a atratividade de des- ou ao abandono, e devolvendo-os à
ciamento específicas, estando atual- tinos regionais, a desconcentração fruição pública.
novembro 2017 DESTAQUE 13
Portugal preside
a Comité de Turismo
da OCDE
O Turismo de Portugal foi recen-
temente eleito para a presidência
do Comité de Turismo da OCDE
(Organização para a Cooperação
IMPULSIONAR A ECONOMIA, no
e Desenvolvimento Económico),
que respeita à competitividade das em- “A sustentabilidade
reforçando a sua posição na dis-
presas, à simplificação, desburocratiza- do setor depende, em cussão da agenda internacional
ção e redução dos custos de contexto, muito, da reinvenção do turismo.
à atração de investimento, à qualifica-
sistemática das
ção da oferta, à economia circular, ao
experiências nos Esta nomeação vem somar-se à
empreendedorismo e inovação.
presença da autoridade turística
destinos e da melhoria
nacional no Conselho Executi-
A sustentabilidade do setor depende, dos sistemas de vo da OMT, uma das principais
em muito, da reinvenção sistemática suporte. Para que organizações internacionais de
das experiências nos destinos e da isso possa acontecer é turismo, na liderança do Market
melhoria dos sistemas de suporte.
fundamental fazer do Intelligence Commitee (UE) e no
Para que isso possa acontecer é fun- Grupo de Operações do Brasil da
empreendedorismo e do
damental fazer do empreendedoris- European Travel Commission, res-
mo e do apoio à inovação, duas prio- apoio à inovação, duas
ponsável pela operacionalização
ridades absolutas na estratégia para o prioridades absolutas na das ações de promoção no merca-
futuro do turismo. estratégia para o futuro do brasileiro, concretizando uma
do turismo.” das metas inscritas na Estratégia
É neste sentido que foi desenvolvido Turismo 2027 que prevê a proje-
o Programa Turismo 4.0, com o obje- ção do destino, afirmando Portu-
tivo de potenciar Portugal como hub -âncora deste programa é o Centro de gal nas organizações mundiais e
global de inovação e desenvolvimento Inovação do Turismo, uma iniciativa na cooperação internacional.
digital no setor do turismo. O projeto- conjunta do Ministério da Economia,
14 DESTAQUE Portugalglobal nº103
de uma dezena de programas de ace- Os “Open Kitchen Labs” têm por objeti-
leração que apoiam o desenvolvimento vo apoiar startups que pretendam testar
de novos projetos na área do turismo, novos produtos, serviços ou conceitos
envolvendo mais de 250 startups com na área da alimentação, disponibilizan-
interesses nos domínios da utilização da do as instalações e equipamentos das
tecnologia na relação com o consumi- Escolas do Turismo de Portugal para a
dor e na criação de novas ferramentas realização de testes e ensaios que os
de apoio à gestão. empreendedores necessitem, de forma
a avaliar e validar a viabilidade do seu
Empreendedores de todo o país, envol- negócio, de forma sustentada. Os par-
vidos em projetos turísticos das mais di- ticipantes têm um limite de seis meses
versas tipologias, podem também can- para desenvolver estes testes.
didatar-se aos programas de aceleração
“Tourism Creative Factory” e “Open Atualmente, o Turismo de Portugal
Kitchen Labs”, desenvolvidos pela Rede tem toda a sua estratégia orientada
de Escolas do Turismo de Portugal. para o digital. O que começou pela
promoção, está já na gestão do co-
Gastronomia e restauração, alojamen- nhecimento, passando pela aposta na
to local e rural, enoturismo, saúde e tecnologia e na inovação. Estratégia
bem-estar, turismo inclusivo e turismo esta, aliás, motivo de elogio por parte
religioso são alguns exemplos do tipo da OCDE e da OMT, que a considera
de projetos pretendidos pelo “Tourism um case study.
Creative Factory” que disponibiliza
um bootcamp intensivo, uma rede O objetivo é ambicioso, mas realista:
de mentores, um plano de formação potenciar Portugal como um país de
e tourism labs, num programa com a referência na produção de bens e ser-
duração de três meses. viços para a atividade turística à escala
novembro 2017 DESTAQUE 15
cursos as competências assinaladas de Portugal desempenham ainda um tabelecendo entre si um real "Local
pelo mercado, tendo em conta as no- papel fundamental no envolvimento Business Support".
vas exigências e tendências, nomea- com as comunidades locais, susten-
damente de soft skills e comunicação. tando, em parceria com outros agen- As Escolas disponibilizam também a
tes, o processo de qualificação do ser- plataforma Connective, um serviço de
As Escolas do Turismo de Portugal for- viço prestado pelas empresas turísticas
mam mais de 3.000 alunos por ano, em todo o território.
preparando-os para o primeiro em- “A formação ministrada
prego e qualificam, simultaneamente, Atualmente, nas 12 escolas, de norte
a sul do país – Porto, Douro/Lamego,
nas escolas é um
cerca de 3.800 profissionais desta ati-
vidade, visando um crescente prestí- Viana do Castelo, Coimbra, Oeste, importante pilar da
gio das profissões turísticas. Estoril, Lisboa, Portalegre, Setúbal, atuação do Turismo de
Vila Real de Santo António, Portimão Portugal, através do
Tendo em conta estes dados, até e Faro – a grande preocupação resi-
qual está comprometido
2020, o Turismo de Portugal ambicio- de em aproximar as necessidades da
na que a sua Rede Escolar atinja a ca- procura com a oferta, conferindo uma a contribuir para a
pacidade máxima de formação, 4.000 nova abordagem à formação. A ges- sustentabilidade e
alunos, e uma empregabilidade média tão das escolas tem vindo a ser refor- qualidade do serviço
de 90 por cento, estimulando, desta çada através de uma nova estratégia
prestado pelas empresas
forma, a criação de mais emprego e de desenvolvimento e da transforma-
ção de cada escola num espaço de
e agentes do setor.”
mais qualificação no setor e reduzindo
as assimetrias regionais. estímulo ao empreendedorismo, em
estreita articulação com a realidade
Pilares públicos da qualidade do servi- local e os seus múltiplos agentes. mentoring empresarial e apoio ao recru-
ço em turismo, as Escolas do Turismo tamento, que visa promover a interação
Este investimento conjuga-se com a entre os alunos das Escolas de Turismo
visão das Escolas do Turismo de Por- e os profissionais do setor, nacionais
tugal como núcleos de cooperação e internacionais, para exponenciar o
para o setor, constituindo-se como sucesso da formação e perspetivas de
fatores de dinamização local, capa- carreira. A internacionalização é outro
zes de potenciar o relacionamento tema presente na agenda das Escolas
entre escola, alunos e agentes, es- do Turismo de Portugal e um dos pilares
Incentivos
O Turismo de Portugal disponibiliza
uma linha de financiamento de 10
milhões de euros para iniciativas
e projetos que promovam a sus-
tentabilidade social e ambiental
no turismo, desenvolvidos por
empresas, entidades públicas, as-
sociações de comércio ou de mora-
dores e outras entidades de natureza
semelhante.
da sua estratégia, através do qual se as- O mercado interno aumentou em 5 comunicação e formação de colabora-
segura a captação de alunos estrangei- por cento e todas as regiões regista- dores ou melhoria das acessibilidades
ros e a realização de estágios internacio- ram crescimentos significativos. em alojamento e em restauração.
nais, num salutar e oportuno intercâm-
bio de experiências e conhecimento. No âmbito do turismo inclusivo, o Turis- Com o objetivo de gerar novas procu-
mo de Portugal desenvolveu o progra- ras e atratividade ao longo de todo o
Num tecido empresarial resiliente, ma “ALL for ALL”, que pretende criar ano, o Turismo de Portugal criou um
dinâmico e inovador, o turismo será um novo estímulo ao envolvimento de programa de captação de congressos
cada vez mais um fiável gerador de entidades públicas e privadas para fa- internacionais e eventos corporativos,
emprego, introduzindo, simulta- zerem de Portugal um destino cada vez tendo constituído uma equipa espe-
neamente, crescentes exigências na mais acessível a todos. A aposta é na cializada e desenvolvido uma plata-
melhoria do produto e na divulgação forma que agrega toda a informação
e promoção, junto do turista, de boas relevante sobre eventos em Portugal
práticas de acessibilidade. Neste senti- – www.meetingsinportugal.com –,
“O turismo religioso é
do, foi criado um canal online dedicado além da dinamização de um Fundo de
outra das apostas do ao turismo acessível, alojado em Visit- Captação de Eventos e Congressos.
Turismo de Portugal Portugal.com, com o objetivo de des-
para aumentar os tacar os itinerários acessíveis em centros Também o calendário de provas inter-
fluxos, fora da época históricos de cidades do Continente e nacionais de surf foi alargado, tendo
Ilhas. Foi também disponibilizada uma Portugal passado a ser o único país a
alta, e atrair turistas
Linha de Apoio ao Turismo Acessível, receber todas as provas da World Surf
de mercados não com uma dotação de 5 milhões de eu- League (WSL).
tradicionais.” ros para intervenções em equipamentos
culturais de interesse turístico e em es- Foi lançado o programa 365 Algarve,
paço público, aquisição de transportes com centenas de eventos culturais a
formação e qualificação do serviço adaptados e outros equipamentos de realizarem-se entre outubro e maio,
turístico, conduzindo a um inevitável apoio a programas de animação turís- precisamente para combater a sazo-
ajuste nos modelos de contratação tica, percursos acessíveis, suportes de nalidade nesta região.
com o subsequente aumento da pro-
©Luís de Oliveira / Santuário de Fátima
cura de profissionalização da ativida-
de turística.
©António Sacchetti
indicadores das várias regiões do país O desafio do Turismo de Portugal pas- na evolução das receitas turísticas, ten-
e mostra porque são, cada vez mais, sa por assegurar que o setor do turis- do registado um crescimento médio
as empresas e os empreendedores que mo continua a ser um dos mais com- anual superior ao dos concorrentes.
optam por Portugal. petitivos do mundo, sendo essa umas
Ao mesmo tempo que o Turismo de
das metas da Estratégia Turismo 2027.
Portugal atua de forma a assegurar
São cada vez mais, também, as mar- esta competitividade, esforça-se tam-
cas internacionais que se associam Portugal é hoje um destino cada vez
bém para garantir que os princípios e
espontaneamente à marca Portugal. mais procurado, tanto para viagens de
valores da sustentabilidade são segui-
Caso da Apple que, na mais recente lazer como para viagens profissionais,
dos, fazendo do turismo uma atividade
apresentação dos seus produtos, uti- seja para estudar, ou até mesmo para económica que gera emprego durante
lizou imagens de Portugal para de- morar e investir. Atualmente, é o se- todo o ano, que preserva o território,
monstrar a qualidade dos mesmos. gundo país com melhor desempenho o ambiente e os seus recursos e que
valoriza as culturas e as comunidades.
Campanha pelo Centro de Portugal Os bons resultados dos últimos anos são
prova de que, com um trabalho focado,
Com o envolvimento dos portugueses e a criação de conteúdos inovadores, articulado e conjunto, e objetivos claros,
o Turismo de Portugal criou a campanha “Faça um plano pelo Centro de Por- o turismo tem capacidade para ser uma
tugal” para promover uma região com uma oferta ímpar, mas negativamente atividade sustentável ao longo do ano,
impactada por devastações naturais no verão de 2017. garantindo que a riqueza produzida
se estenda a todo o país, estimulando
a inovação e a digitalização em toda a
Aventura, Criatividade, Herança e Natureza foram os temas desenvolvidos
cadeia de valor desta atividade tão rele-
pelos realizadores Diogo Morgado, Edgar Pêra, Pedro Varela e Ruben Alves,
vante para a economia nacional.
com planos filmados pelos portugueses, em filmes de três minutos. Dos cerca
de dois milhares de planos submetidos à validação dos realizadores, foram Unindo esforços com todos os agen-
utilizados perto de uma centena, com os respetivos créditos a figurarem em tes do setor – públicos e privados –,
cada um dos filmes. em breve, Portugal será reconhecido
como polo de atração para turistas de
www.ponhaportugalnomapa.pt todo o mundo, defende ainda o Turis-
mo de Portugal.
20 ENTREVISTA Portugalglobal nº103
JORGE
REBELO
DE ALMEIDA
Presidente do Conselho de Administração
do Grupo Vila Galé
VILA GALÉ
Forte expansão no
Brasil e em Portugal
novembro 2017 ENTREVISTA 21
e requalificação do antigo hospital de No grupo Vila Galé nunca estamos pa- por isso, temos de continuar a inovar
São Marcos. Já o Vila Galé Elvas e o rados. Somos viciados em investimen- e a criar oferta e produtos que sur-
Vila Galé Serra da Estrela têm abertu- to e em fazer coisas. Defendo que, preendam quem nos visita.
ras previstas para novembro de 2018 quando já têm determinado músculo
e abril de 2019, respetivamente. O financeiro, as empresas têm obrigação No Vila Galé aplicamos esta máxima.
projeto em Elvas surge no âmbito do de contribuir para o sucesso do país. Embora sem nunca esquecer a impor-
Programa Revive, através da conces- Esse é um desígnio que temos seguido tância dos recursos humanos. As pes-
são do antigo convento de São Paulo. e que se reflete na nossa estratégia. soas continuam a ser o principal ativo
para que o turismo e a hotelaria tenham
Quais os resultados de 2016 e as Atualmente, estamos a desenvolver sucesso. Um dos principais pilares do
perspetivas até ao final deste ano? projetos em zonas menos óbvias, e grupo é manter os nossos colaborado-
Depois de anos difíceis, o ano passado até difíceis do ponto de vista turístico, res motivados e satisfeitos, com possi-
foi importante para consolidar a recu- como Elvas ou a Serra da Estrela, para bilidades de aprendizagem, formação
peração do setor. Em 2016, o grupo puxar pelo interior do país, ajudar a continua e perspetivas de evolução na
Vila Galé teve receitas totais de 170,5 fixar as populações e gerar emprego carreira. Este pilar materializa-se na exis-
milhões de euros. Em Portugal, a fa- e riqueza. Nesta lógica, organizámos tência da Academia Vila Galé, focada
turação ficou acima dos 93 milhões uma iniciativa inédita que consistiu na valorização das nossas equipas. A
de euros, mais 15 por cento do que numa viagem de comboio entre Lis- sustentabilidade, o respeito e a prote-
em 2015. Já no Brasil, foram os tais boa e Beja – até ao Vila Galé Clube ção do ambiente são outros dos princí-
77 milhões de euros, ou seja, mais seis de Campo, cuja herdade tem um pios basilares da nossa estratégia.
por cento. Quanto a 2017, prevemos apeadeiro – completamente dedicada
Como surgiu a aposta na produção
e exportação de vinhos e azeites
no Alentejo? Qual tem sido o re-
sultado desta iniciativa, especial-
mente a nível internacional?
Em 1998 decidimos comprar duas her-
dades em Beja, no Alentejo. A ideia
era fazer algo ligado ao vinho e depois
construir um hotel, apostando assim
no agroturismo. O hotel está feito e a
produção de vinhos e azeites também
corre bem. Hoje, a herdade onde fica
o Vila Galé Clube de Campo estende-
-se por 1.620 hectares, dos quais 127
são de vinha e 160 de olival. Temos
também uma produção significativa
de fruta, sobretudo de pera rocha,
pêssegos, nectarinas e ameixa.
Qual a “marca” que gostaria de ribeirinha do Porto. O mesmo está a para estimular o surgimento de ino-
deixar no setor do turismo? acontecer com o Vila Galé Braga e o vação, com o aparecimento de novos
As coisas boas que fazemos conta- Vila Galé Elvas. produtos e oferta turística, para recu-
giam-nos para fazermos mais e melhor. perar o património histórico e rejuve-
Tenho estado cada vez mais empenha- nescer os centros das cidades.
do em investir no interior do país, em “Discordo de quem
seguir uma visão positiva do desenvol- diz que temos turistas Por isso, discordo de quem diz que
vimento e contrariar a tendência, que a mais. Apenas temos temos turistas a mais. Apenas temos
de distribuir melhor os turistas pelo
às vezes existe em Portugal, de puxar de distribuir melhor
para baixo e de não lutar para ultra- território, apostando especialmente
os turistas pelo
passar as contrariedades que surgem. no interior. Não me canso de dizer
território, apostando que o que é bom para os turistas,
especialmente no é bom para os portugueses. Mas,
Por exemplo, um dos projetos mais di-
interior. Não me há desafios, como a existência de
fíceis que tivemos foi o Vila Galé Alba-
canso de dizer que muitas pessoas que têm prazer em
cora, em Tavira, que era o último arraial
do atum no Algarve. Tivemos de espe-
o que é bom para os dificultar a vida aos empresários e
rar pelo parecer de 15 entidades dife- turistas, é bom para os a burocracia. Desta forma, é preci-
rentes para avançar e adaptá-lo para portugueses.” so consolidar esta indústria. E, para
ser um hotel, mas conseguimos. Hoje que seja realmente competitiva e
é um hotel emblemático e até tem um atrativa, tem de se tratar bem os in-
museu dedicado à pesca do atum. Não O que pensa da indústria portu- vestidores. O país precisa de obras
estragámos nada. Aliás, a requalifica- guesa do turismo? Na sua opinião, e de investimento e para haver in-
ção é outra das características da Vila como é que se pode tornar mais vestimento e investidores, é preciso
Galé. Temos no nosso portefólio algu- competitiva? previsibilidade e saber com o que se
mas unidades que resultam da reabili- O turismo tem mobilizado o paÍs e conta. Não se pode mudar as regras
tação de imóveis e património histórico funcionado como um motor do de- a meio do jogo.
ÍNDIA
A Índia é uma República Federal, com governo parlamentar, 29 estados e sete
territórios da União, duas línguas oficiais (inglês e hindi), 22 línguas regionais e seis
línguas clássicas (tamil, sanskrit, kannada, telugu, malayalam e odia).
A sociedade indiana é pluralista, multicultural e multiétnica. Potência nuclear, com
um programa espacial relevante, é considerada a democracia mais populosa do
mundo, conforme sublinha João Rodrigues, diretor da AICEP na Índia.
Neste dossier contamos com a participação do embaixador em Nova Deli, João da
Camara, de João Rodrigues e com os testemunhos de Miguel Sinval, managing
director do Grupo Petrotec, e de Rui Miguel Domingues da Cunha, diretor
financeiro da Efacec, empresas portuguesas que marcam presença neste mercado,
e de Jorge Fesch, CEO da Sakthi Portugal SA, que investiu em Portugal.
novembro 2017 MERCADOS 27
os principais clientes os Estados Unidos pela produção local. A indústria terá cia de mecanismos de financiamento
da América, Emirados Árabes Unidos, necessidade de incorporar processos e capazes de apoiar as empresas.
China, Hong Kong e Reino Unido. produtos de crescente sofisticação.
A quebra na balança comercial dever- Apesar das inúmeras dificuldades que “Não admira, portanto,
-se-á, entre outros motivos, a algum apresenta para qualquer empresa es- que possa parecer um
endurecimento da atitude protecio- trangeira, a Índia pela sua dimensão,
‘oásis’ de prosperidade
nista do mercado indiano e a algumas presente e futura, é um mercado in-
expectativas goradas por parte dos contornável a médio e longo prazo
num deserto de
agentes económicos, derivadas da para as empresas portuguesas. situações difíceis,
incipiente implementação dos progra- tanto do ponto de
mas governamentais em curso. A dimensão do mercado, o seu índice vista económico como
de crescimento e as necessidades que político.“
De notar, contudo, que as iniciativas tem para o sustentar, a par da diferen-
do governo indiano, nomeadamen- ça de escala existente entre ambas as
te o Make in India, vão criar novas economias, fazem com que as opor- São muitos os setores e segmentos da
oportunidades na indústria, além das tunidades de negócio tenham mais a atividade económica onde as empre-
já existentes. ver com a capacidade das nossas em- sas portuguesas não têm ainda pre-
presas do que propriamente com um sença, expressão comercial ou investi-
A Índia é um enorme mercado e conta eventual défice de procura no âmbito mento, mas onde se poderão verificar
ainda com um potencial de crescimen- do próprio mercado. oportunidades de negócio.
to único no mundo. As necessidades
decorrentes dos grandes projetos em Neste sentido, o músculo financeiro é Por outras palavras, não será pelo facto
curso, nomeadamente o Make in In- um fator determinante e fundamental das empresas portuguesas não estarem
dia, não poderão ser satisfeitas apenas neste mercado, bem como a existên- presentes que as oportunidades não
32 MERCADOS Portugalglobal nº103
RELACIONAMENTO ECONÓMICO
COM PORTUGAL
No que respeita às relações económicas com Portugal o mercado indiano assume
uma posição modesta no contexto do comércio internacional português de bens e
serviços. Em 2016, a quota da Índia foi de 0,17 por cento enquanto cliente, e de 0,71
por cento como fornecedor, retomando uma aproximação aos valores de 2014.
As exportações portuguesas de bens e Em termos de importações, verifi- 511,1 milhões de euros. A variação
serviços para a Índia aumentaram em caram-se reduções em 2012 e em média entre 2016 e 2012 foi de 11,6
2012 (113,8 milhões de euros) e em 2015 e aumentos em 2013 e em por cento.
2013 (147,9 milhões de euros) dimi- 2014. O montante das importações
nuindo em 2014 e em 2015. Em 2016 em 2015 (453,8 milhões de euros) O saldo da balança comercial é desfa-
o valor das exportações aumentou foi inferior aos registados em 2012 vorável a Portugal, registando-se em
para 129 milhões de euros. A variação (335,6 milhões de euros) e em 2014 2015, um défice de 339,9 milhões de
média entre 2016 e 2012 situou-se (479,8 milhões de euros). Em 2016, euros e em 2016 um défice de 382,2
em 4,9 por cento. as importações aumentaram para milhões de euros.
Índia como cliente de Portugal % Export. 0,18 0,22 0,17 0,15 0,17
Índia como fornecedor de Portugal % Import. 0,52 0,60 0,70 0,64 0,71
Fonte: Banco de Portugal
Índia em ficha
(AIADMK); All India Trinamool Congress (AITC); Biju Janata Dal (BJD); Shiv
Sena (SS); Telugu Desam Party (TDP); Telangana Rashtra Samithi (TRS)
Risco País:
Risco geral - BB
(AAA = risco menor; D = risco maior) - EIU
Endereços úteis
Embaixada da Índia Embaixada de Portugal AICEP Nova Deli India Trade Promotion
em Portugal na Índia Embaixada de Portugal na Índia Organisation (ITPO)
Rua Pêro da Covilhã, 16 No.4, Panchsheel Marg No.4, Panchsheel Marg Pragati Bhawan - Pragati Maidan
1400-297 Lisboa Chanakyapuri Chanakyapuri New Delhi 110001
Tel.: +351 213 041 090 New Delhi 110021 - India New Delhi 110021 - India Tel.: +91 11 23371540
Fax: +351 213 016 576 Tel.: +91 11 46071001/5/6 Tel.: +91 11 46071031/32/33 Fax: +91 11 23371492
amb.lisbon@mea.gov.in Fax: +91 11 46071003 aicep.newdelhi@ info@itpo.gov.in
www.indembassy-lisbon.org embassy@portugal-india.com portugalglobal.pt www.indiatradefair.com
www.portugal-india.com/pt www.portugalglobal.pt
novembro 2017 MERCADOS 35
TESTEMUNHOS DE EMPRESAS
GRUPO PETROTEC
ÍNDIA, UM MERCADO POR EXPLORAR
O Grupo Petrotec, com mais de três décadas de experiência, agrega um conjunto de
empresas cuja atividade está centrada na produção, comercialização e assistência
técnica a equipamentos e sistemas para as áreas de armazenamento, distribuição e
retalho da indústria petrolífera. Destaca-se a produção de bombas de combustível,
equipamentos para lavagem de veículos, bem como sistemas de pagamento e
automação para frotas e postos de abastecimento e soluções EPC para postos de
abastecimento e terminais de distribuição e armazenamento de combustíveis.
Após 15 anos de operações na Índia, são onde por vezes “sim” significa “não” produtos industriais e de transporte,
vários os fatores críticos de sucesso que e onde o rígido sistema hierárquico tecnologias de informação, equipa-
se devem ter em conta, nomeadamente é extremamente valorizado e, rara- mentos eletrónicos, farmacêutica,
a qualificação e formação dos recursos mente, desafiado. entre outros. Contudo, têm ainda
humanos, associados à implementação a necessidade de importar diversos
de políticas de retenção de colaborado- Apesar de tudo, depois de se perce- bens e serviços como produtos agrí-
ber todo o enquadramento e de se colas, minerais, combustíveis e mate-
identificar claramente os condiciona- riais de construção.
“A Índia está a realizar lismos deste mercado, existem gran-
avanços notáveis des oportunidades a explorar. O fator O maior desafio no estabelecimento
em diversos campos de escala/volume, que será traduzido sólido de uma empresa estrangeira
como nos produtos como fonte de produção a custos na Índia passa por ser resiliente nos
mais reduzidos, assim como o cres- primeiros anos, já que normalmente
industriais e de
cimento económico interno alavan- não existem ganhos a curto prazo, a
transporte, tecnologias
de informação,
equipamentos
eletrónicos,
farmacêutica, entre
outros. Contudo, têm
ainda a necessidade de
importar diversos bens e
serviços como produtos
agrícolas, minerais,
combustíveis e materiais
de construção.”
EFACEC
DEZ ANOS DE SUCESSO NA ÍNDIA
A Efacec posiciona-se como o parceiro ideal em soluções à medida do cliente para
as áreas da energia, mobilidade e ambiente. Somos o maior fornecedor português
de soluções para a indústria elétrica e eletromecânica, desenvolvendo produtos
tecnologicamente avançados, soluções e sistemas nas quais milhões de pessoas
confiam diariamente. As nossas atividades estão centradas numa cultura de
inovação, pesquisa e desenvolvimento.
SAKTHI PORTUGAL
DEIXAR MELHOR ÀS GERAÇÕES FUTURAS
É com imenso gosto que aceito o convite da AICEP para deixar um testemunho
sobre a Sakthi Portugal, que acredito ser um exemplo paradigmático da
importância do relacionamento entre a Índia e Portugal e de como ele se revela
mutuamente frutuoso.
A Sakthi Portugal S.A. é uma empresa Portugal, tal como o é na India, nos
portuguesa de capitais indianos, des- Estados Unidos da América ou na Chi-
de 2007, que emprega hoje cerca de na, onde o grupo está presente.
700 pessoas nas suas três localizações
(Maia, Águeda e Trofa). A nossa visão é a de “satisfazer conti-
nuamente a nossa equipa e os nossos
Nasceu para conceber, desenvolver e clientes” – se ambos estiverem satis-
produzir componentes de segurança feitos a empresa irá prosperar. Somos
crítica (travões, suspensão, transmis- uma empresa de pessoas, produzimos
são, motor e direção) em ferro nodu- conhecimento e antecipamos soluções.
lar para a indústria automóvel. >POR JORGE FESCH,
CEO DA SAKTHI PORTUGAL, SA Graças a esta visão, temos crescido
Hoje, a partir de Portugal, quase só desde 2011, produzido constantes
com portugueses e com cerca de 70 inovações mundiais no setor e desen-
por cento de incorporação nacional, “Entregar às gerações futuras melhor volvido uma gestão que tem na me-
fornecemos os maiores construtores do que recebemos” é a missão que lhoria contínua um modo de vida.
automóveis – nove em dez dos mo- nos deixou M. Mahalingam, “pai” do
delos mais vendidos na Europa têm a grupo, filantropo e personalidade ins- Em 2015, lançámos um projeto da
marca da Sakthi Portugal. piradora para todos nós na Sakthi, em comunidade para a comunidade, o
novembro 2017 MERCADOS 39
Butterfly, o plano estratégico de cres- deram-nos a honra de inaugurarem a “Melhor estratégia de Crescimento”;
cimento que tem no conhecimento o Sakthi Portugal SP21, um investimen- • EDP – “melhor prática” na área da
seu maior foco. to de 36 milhões de euros, apoiado
energia (Save2Compete);
pelo Portugal 2020 e com o acompa-
nhamento da AICEP e de outras enti- • A satisfação dos clientes atinge os
Pretendemos passar dos 100 milhões
de euros de vendas atuais para os 250 dades, que reconheço. 97 por cento e a dos colaboradores
milhões alargando as especialidades: 92 por cento.
alumínio, maquinagem, montagem e Este ano, na Trofa, lançou-se a pré-
novos tratamentos de superfície, to- -maquinagem e maquinagem, que dá Para 2020-2025 pretendemos con-
dos suportados em I&DT dedicado, corpo à subida na cadeia de valor e solidar-nos como parceira de desen-
inovação e um forte programa de res- tem como primeiros clientes a BMW e volvimento e inovação do construtor
ponsabilidade social. a Volkswagen. automóvel, baseada em ferramentas
únicas de inteligência artificial que de-
Em 2015, lançámos o Centro de Inova- Até 2020, a fundição e maquinagem
senvolvemos e que queremos alargar
ção e Tecnologia N. Mahalingam (www. de alumínio, os projetos de monta-
a todas as áreas da empresa.
citnm.pt) para a educação, formação, gem e o alargamento das tecnologias
I&DT e inovação. Tal como a empresa, de tratamento de superfície estarão
em marcha. Por tudo isto acredito que a Sakthi
o centro encontra muita da sua força
Portugal é uma demonstração viva de
em parcerias duradouras e em “trazer
Há reconhecimento dos parceiros, co- quão atrativo é Portugal como destino
conhecimento para dentro” – não po-
laboradores e clientes: de investimento e das boas relações
demos saber tudo de todos os assuntos.
• Continental Automotive: “Fornece- Portugal-India.
Em fevereiro de 2017, o primeiro- dor do Ano 2016”;
-ministro e a embaixadora da Índia •
Kaizen Institute Western Europe: www.sakthiportugal.pt
40 EMPRESAS Portugalglobal nº103
por ser diferente e inovadora. Hoje a Burel con- do deixado de ser Burel Factory e passado a ser
ta com três lojas em Portugal – em Lisboa, no o Grupo (“ou a família”) Burel Mountain Origi-
Porto e em Manteigas, onde se encontra a Burel nals, reforçando, dessa forma, o seu conceito
Factory – e está presente em vários países atra- de marca vinda da montanha, mas adaptada
vés de pontos de revenda selecionados. Atual- aos tempos que correm. 2016 foi também o
mente conta com cerca de 70 colaboradores. ano em que a empresa continuou a crescer no
mercado internacional, tanto a nível de ven-
De acordo com Isabel Costa, CEO da empresa, das, como em termos de mercados estratégi-
a Burel é a ‘marca umbrella’ do grupo (Burel cos para onde exporta.
Mountain Originals), sendo constituída por vá-
rias marcas: Mantecas (a marca das mantas), Relativamente à estratégia de internacionali-
Casa das Penhas Douradas Expedition Design zação, a Burel continua a marcar presença em
Hotel (o hotel nas Penhas Douradas), a Pousada grandes feiras de design internacionais, de forma
de São Lourenço (o novo hotel da Burel na Serra a reforçar o posicionamento nesse segmento.
da Estrela com abertura prevista para fevereiro
de 2018), a Lanifícios Império (a marca renasci- “Com isso conseguimos também mostrar a nos-
da só dedicada a tecidos de confeção), a Burel sa marca e o nosso produto a profissionais do
Factory (a marca da fábrica que também é um setor que reconhecem a nossa qualidade e ca-
museu e tem visitas guiadas) e a Burel dedicada pacidade de inovação e o procuram levar com
a produtos de moda, design, decoração, reves- eles. Assim tem acontecido e é por isso que va-
timentos, design de interiores e gifts. mos estando presentes em mercados que nem
sequer imaginávamos há uns anos atrás como
A marca é responsável por toda a produção o Japão, os Estados Unidos, um pouco por toda
e só usa “recursos locais da Serra das Estre- a Europa e o Canadá. Isto sem nunca esquecer-
la, com a lã a ser fornecida pelos pastores da mos a nossa portugalidade e a humildade que
montanha e tosquiada de forma manual para nunca deixaremos de ter”, afirma Isabel Costa.
não causar ‘stress’ ao animal”, como explica
a mesma responsável, acrescentando: “Rege- Além da confeção, onde se destacam as ca-
mos-mos pelo respeito pela natureza que nos pas em burel, a empresa de Manteigas fornece
deu o engenho e o saber e pela sustentabilida- igualmente tecido para várias marcas e, apesar
de. Fazemos questão de continuar a herança de em Portugal apenas venderem nas suas lo-
patrimonial que recuperámos, mas adaptada jas, internacionalmente conta com alguns par-
à contemporaneidade através do uso de bom ceiros de revenda.
‘design’, cores novas e próprias e objetos adap-
tados para a vida moderna e cosmopolita”. Neste momento a empresa está também a
apostar no ramo da arquitetura e do design de
2016 foi um ano muito importante para a Bu- interiores, através dos revestimentos, painéis e
rel. A empresa fez o rebranding da marca, ten- algumas peças artísticas que desenvolve adap-
tadas a cada projeto, estando, neste domínio,
prevista para breve a abertura, em Lisboa, de
uma nova loja vocacionada para a arquitetura,
design de interiores e decoração. Na área da
hotelaria, o grupo deverá inaugurar em feve-
reiro um hotel de 5 estrelas na Serra da Estrela,
a Pousada de São Lourenço.
info@burelfactory.com
https://burelfactory.com/pt
42 EMPRESAS Portugalglobal nº103
ULTIMATE POWER®
TECNOLOGIA PORTUGUESA
AO SERVIÇO DA MUDANÇA
A ULTIMATE POWER é uma jovem empresa portuguesa, criada
em outubro de 2012 com capitais próprios, cuja estratégia
assenta na melhoria da eficiência energética contribuindo para
a diminuição significativa do consumo dos combustíveis fósseis
e asegurando, desta forma, a redução das emissões de gases
nocivos para o ambiente.
energia, apresentando-se como uma inovação No médio prazo, os objetivos da empresa passam
no mercado mundial. pelo desenvolvimento de um dispositivo low-cost
para os motociclos dos grandes países emergen-
Os dispositivos para a optimização de motores tes e pela implantação de algumas assembly lines
de combustão interna, patenteados internacio- em outros mercados. Passam, também, pela de-
nalmente, reduzem o consumo de combustível finição de um plano de marketing global das em-
até 30 por cento e as emissões de gases de es- presas e produtos ULTIMATE CELL®, para o qual
cape até 80 por cento, sendo eficazes em moto- esperam contar com a cooperação estreita da AI-
res a gasóleo, gasolina, biodiesel, etanol e GPL. CEP, segundo refere a mesma fonte da empresa.
São produzidos em diferentes tipos conforme a
utilização a que se destinam: veículos ligeiros, A cultura de empreendedorismo está na origem
camiões, equipamentos pesados e geradores de da ULTIMATE POWER® e é cada vez mais valo-
energia, navios e embarcações. Os “Ultimate rizada. A empresa tem abordagens “anti-crise”
Cell Large Engine” (UCLE) são produtos espe- para os clientes que precisam de racionalizar cus-
cíficos para grandes motores utilizados em na- tos de imediato e soluções para os que querem
vios, maquinaria pesada, geradores e comboios. aumentar a diferenciação no seu negócio. Neste
sentido, Vítor Gonçalo afirma que “sabemos que
as novas tecnologias visam estar cada vez mais
"Desde o início, a Ultimate próximos de todas os setores de atividades. Te-
Power tem estado mos novos acionistas, novos parceiros e estamos
comprometida com os seus abertos a congregar novas vontades”.
stakeholders, num processo
A ULTIMATE POWER® aposta na investigação e
de melhoria contínua para
desenvolvimento contínuos e está atenta a seto-
assegurar um crescimento res como a energia ou os transportes, onde se
sustentável no longo preveem grandes mudanças. A internacionaliza-
prazo dos seus negócios. A ção e a inovação mostram que “o foco da em-
empresa pretende responder presa continua onde sempre esteve: à frente”.
às questões ambientais,
económicas e sociais de hoje e O responsável afirma ainda que “pretende que
VÍTOR GONÇALO,
o país conte connosco para os projetos estru-
CHAIRMAN E CEO
dos dias vindouros."
turantes e de vanguarda internacional. Quere-
mos antecipar as tendências que vão mudar o
Por seu lado, o “Ultimate Cell for Continuous mundo e redefinir a nossa própria razão de ser
Combustion” (UCCC) destina-se a aplicações enquanto empresa. A oportunidade existe. Te-
industriais utilizando carvão, petcoque, CDR’S e mos os meios, a determinação e a audácia”.
fuel oil. O UCCC tem ainda pendente um pro-
cesso de patente, sendo que está previsto que Os produtos e serviços da ULTIMATE POWER®
os seus resultados conduzam a uma poupança estão a dar uma clara contribuição para a imple-
de milhões de euros e reduções de emissões de mentação da Estratégia Europa 2020, acrescen-
gases prejudiciais. Espera-se um um retorno de ta o sócio-gerente da empresa. Exemplo disto é
investimento muito atrativo para o cliente final. a aprovação da instalação pelo governo portu-
guês da ULTIMATE CELL® Car Engine (UCCE)
De acordo com o sócio-gerente Vítor Gonçalo, para veículos ligeiros e também a solução en-
a ULTIMATE POWER® apostou numa estraté- contrada para a entrada na cidade de Lisboa de
gia de internacionalização com base em em- carros fabricados entre 1992 e 1999, proibidos
presas distribuidoras, tendo para este efeito anteriormente por causa das emissões, e ora
privilegiado como localização os continentes denominada Zona de Emissões Reduzidas (ZER).
americano, europeu e africano. Foram criadas
a Ultimate Power Australásia, Lda., proprieda- A ULTIMATE POWER® é certificada peIa
de integral da ULTIMATE POWER®, e a ULTI- SO9001: 2008 pela ABS Quality Evaluations,
MATE CELL, Lda., orientada principalmente Inc. (ABS QE).
para dar suporte à I&D, designadamente ao
nível dos licenciamentos e patentes. www.ultimatepower.pt
44 EMPRESAS Portugalglobal nº103
-de-obra (dois terços abaixo da média com benefícios quer para os governos Árabes Unidos, no final de agosto, e
da UE, e mais de 70 por cento abaixo dos diversos Estados-membros, quer o lançamento simultâneo do site da
dos da Alemanha) e acessibilidade aos para as empresas. O novo regime de- Federal Tax Authority, as empresas e
mercados da Europa Ocidental. O cres- verá ser detalhado em 2018 e o Siste- as pessoas singulares passaram a ter
cimento foi também impulsionado pe- ma de IVA sem Fronteiras deverá estar acesso a informação relevante para
los fundos de coesão da UE, dos quais a implementado até 2022. fazer face às suas obrigações finan-
Polónia foi o maior destinatário. CONSULTAR ceiras, contabilísticas, entre outras.
CONSULTAR O artigo da Mondaq aborda, de for-
ma sintética, as regras fiscais que re-
sultaram da harmonização legislativa
Aprovação no âmbito do Conselho de Coopera-
“Perspectives e Ratificação pelo ção do Golfo (GCC), do qual os EAU
d’evolution du marché Parlamento português fazem parte.
mondial des vins” do Acordo de Parceria CONSULTAR
notícias
AICEP na Growth
Summit da Web
Summit
O presidente da AICEP esteve pre-
sente como orador no painel Growth
AICEP
Summit na Web Summit, no dia 9
de novembro. Luís Castro Henriques
destacou as vantagens competitivas
que já colocaram Portugal no top 30
dos melhores países do mundo para
investir; a localização e as infraestru-
turas de transportes e comunicações;
o sistema universitário português e
as escolas de negócios; e ainda os in-
centivos fiscais e financeiros disponí-
veis. Fez referência ao BNP Paribas, à
Cisco, à Fujitsu e à Volkswagen como
Web Summit Maputo: exemplos de empresas que aposta-
e o Navio-Escola Sagres Rede de Fornecedores ram em Portugal
Portugal
Exportador 2017
A 12ª Edição do Portugal Exportador
decorreu no dia 22 de novembro, em
Lisboa, e foi organizado pela Funda-
ção AIP, Novo Banco e AICEP. Este
evento de networking por excelência
teve como objetivo promover as ex-
lhante Dias, o embaixador da China
portações. Nesta edição destacaram-
comercial entre Portugal, a China e Ma- em Portugal, Cai Run, o presidente
da AICEP, Luís Castro Henriques e in-
cau. Estiveram presentes o secretário de
dividualidades dos PLP.
Estado da Internacionalização, Eurico
Brilhante Dias, a vice-ministra do comér-
cio da China, Gao Yan, e o embaixador
da China em Portugal, Cai Run.
Seminário empresarial
Portugal-Andorra
A AICEP, o governo de Andorra, a
Bélgica: 2ª edição ACTUA e a Câmara de Comércio e
Innovation Sessions Indústria de Andorra (CCIS) organiza-
ram no dia 23 de novembro em Lis-
A AICEP, em colaboração com a CIP
boa, o Seminário Empresarial Portu-
- Confederação da Indústria de Por- gal-Andorra, com vista a dinamizar as
tugal, a ANI - Agência Nacional da relações económicas entre Portugal e
-se, entre outros temas, os workshops
Inovação, a GPPQ/FCT, o Comité Eco- Andorra, a nível comercial e de atra-
de “Geoestratégia: As grandes ques-
nómico Europeu e a Eupportunity, or- ção de investimento, com destaque
tões”; do “Desporto: um Negócio Ex-
ganizaram em Bruxelas, no dia 21 de para as áreas relacionadas com a in-
portador”, e “Inovar para Exportar”.
novembro, a 2ª edição das Innovation dústria alimentar, energia e inovação,
Sessions, que teve como temática a saúde e bem-estar, consultoria, imo-
“Digitalização da Indústria, Mobili-
PLP – Memorando biliário e finanças.
dade Urbana e Veículo Autónomo”.
Participaram neste evento 140 pes-
de Entendimento
soas de diversos países, bem como o
Portugal-China
comissário europeu Carlos Moedas, a Realizou-se na AICEP, no dia 22 de
secretária de Estado da Indústria, Ana novembro, a sessão de assinatura
48 OPINIÃO Portugalglobal nº103
O CONTRIBUTO DA
ENGENHARIA PARA A
INTERNACIONALIZAÇÃO
DA ECONOMIA
O exemplo do Agrupamento
“Engenharia Portugal”
As grandes economias estão a desenvolver vastos programas
no domínio da engenharia, infraestruturas e obras públicas,
como forma privilegiada de relançamento de um novo ciclo de
crescimento económico. Em Portugal, o investimento público tem
permitido que muitas empresas nacionais de fileira recuperem
e reforcem a sua capacidade produtiva, em domínios em que se
verificou um acentuado abrandamento de atividade nos últimos
anos, reduzindo-se a sua competitividade.
Foi com este propósito que recentemente foi da e programas de cooperação e a ação estra-
constituído o Agrupamento “Engenharia Por- tégica e operacional dos delegados da AICEP,
tugal” reunindo em associação, quatro entida- constituem um enquadramento de exceção
des de referência do setor público e privado: para as empresas portuguesas, no sentido de
a IP Engenharia, do Grupo Infraestruturas de se desenharem perspetivas de cooperação e
Portugal, a Águas de Portugal Internacional, assistência técnica em projetos multisseto-
do Grupo Águas de Portugal, o Laboratório riais, cujo alcance nunca foi pensado antes,
Nacional de Engenharia Civil e o ISQ - Instituto mas que poderão ter agora possibilidades
de Soldadura e Qualidade. reais de concretização por via de projetos
como o protagonizado pela Agrupamento
O objetivo nuclear desta parceria estratégica “Engenharia Portugal”.
consistiu em reunir um grupo forte e poliva-
lente, onde se reúne o conhecimento técnico, Se soubermos promover as nossas próprias
científico, de gestão organizacional e operação oportunidades e, acima de tudo, se formos ca-
multidisciplinar de infraestruturas complexas, pazes de cooperar combinando capacidades e
oferecendo soluções integradas de qualidade competências, exemplos como o deste Agru-
e com escala e promovendo, em simultâneo, o pamento farão o seu caminho, reforçando a
conhecimento da engenharia nacional, contri- nossa capacidade de associação e contribuindo
buindo e alavancando a internacionalização da para o tão desejado reforço da internacionali-
fileira das empresas de engenharia, sob o mote zação das nossas empresas.
da marca PORTUGAL.
Paquistão Suazilândia
Temporariamente fora de cobertura. C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária ou garantia
Paraguai soberana.
Uruguai Advertência:
C Carta de crédito irrevogável.
Tailândia C arta de crédito irrevogável
C
M/L Caso a caso, numa base restritiva. A lista e as políticas de cobertura são
C Carta de crédito irrevogável (decisão casuística). indicativas e podem ser alteradas
(decisão casuística). sempre que se justifique. Os países
Peru
M/L Não definida.
M/L Não definida. que constam da lista são os mais
C Aberta sem condições restritivas. Venezuela representativos em termos de consultas
M/L Clientes soberanos: aberta sem Taiwan e responsabilidades assumidas. Todas
C lientes públicos: aberta caso
C
condições restritivas. Clientes C Aberta sem condições restritivas. as operações são objeto de análise e
a caso com eventual exigência
públicos e privados: aberta, caso M/L Não definida. decisão específicas.
de garantia de transferência ou
a caso, com eventual exigência de
soberana. Clientes privados: aberta
garantia soberana ou bancária. Tanzânia
caso a caso com eventual exigência
T Caso a caso, numa base muito Legenda:
Qatar de carta de crédito irrevogável e/ou
restritiva. C Curto Prazo
C Aberta sem condições restritivas. garantia de transferência.
M/L Garantia bancária (decisão Tunísia* M/L berta caso a caso com exigência
A M/L Médio / Longo Prazo
casuística). C Aberta sem condições restritivas. de garantia soberana. T Todos os Prazos
M/L Garantia bancária.
Zâmbia
Quénia
Turquia C aso a caso, numa base muito
C
C Carta de crédito irrevogável. * Mercado prioritário.
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso, numa base restritiva. restritiva.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana. M/L Fora de cobertura.
República Dominicana
C Aberta caso a caso, com eventual Ucrânia Zimbabwe
exigência de carta de crédito irrevo- C Clientes públicos: eventual C aso a caso, numa base muito
C
gável ou garantia bancária emitida exigência de garantia soberana. restritiva.
por um banco aceite pela COSEC. Clientes privados: eventual M/L Fora de cobertura.
exigência de carta de crédito
M/L berta caso a caso com exigência
A irrevogável.
de garantia soberana (emitida pela
Secretaria de Finanzas ou pelo Ban- M/L lientes públicos: eventual
C COSEC
co Central) ou garantia bancária. exigência de garantia soberana. Companhia de Seguro
Clientes privados: eventual de Créditos. S. A.
exigência de garantia bancária. Direcção Internacional
Rússia
Para todas as operações, o prazo
Sanções em vigor. constitutivo de sinistro é definido Avenida da República. 58
Para mais informações, contactar a caso a caso. 1069-057 Lisboa
COSEC. Tel.: +351 217 913 832
Uganda
Fax: +351 217 913 839
C Caso a caso, numa base muito
S. Tomé e Príncipe internacional@cosec.pt
restritiva.
C nálise caso a caso, numa base
A www.cosec.pt
muito restritiva. M/L Fora de cobertura.
52 TABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES Portugalglobal nº103
COSEC
Tabela classificativa de países
Para efeitos de Seguro de Crédito à exportação
A Portugalglobal e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Clas- pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento
sificativa de Países com a graduação dos mercados em função e o grupo 7 à maior.
do seu risco de crédito, ou seja, consoante a probabilidade de As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do
cumprimento das suas obrigações externas, a curto, a médio e risco país, da definição das condições de cobertura e das taxas de
a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7), corres- prémio aplicáveis.
Singapura * Arábia Saudita Bahamas África do Sul • Azerbaijão Albânia Afeganistão Libéria
Taiwan Botswana Barbados Argélia Bangladesh Angola Ant. e Barbuda Líbia
Brunei Bulgária Aruba Bolívia Argentina Belize Madagáscar
China • Costa Rica Barein Brasil • Arménia Bielorussia Malawi
EAUa Dep/ter Austr.b Colômbia Croácia Benim Bósnia e Herze- Mali
Gibraltar Dep/ter Din.c Dominicana. Rep. Curaçau Butão govina Mauritânia
Hong-Kong Dep/ter Esp.d Guatemala El Salvador Cabo Verde Burkina Faso Moçambique
Koweit Dep/ter EUAe Hungria Honduras Camarões Burundi Moldávia
Lituânia Dep/ter Fra.f Namíbia Jordânia Camboja Cent. Af. Rep. Montenegro
Macau Dep/ter N. Z.g Rússia Macedónia Cazaquistão • Chade Níger
Malásia Dep/ter RUh Turquia Paraguai Comores Cisjordânia / Gaza Paquistão •
Filipinas S. Vic. e Gren. C. do Marfim Congo Quirguistão
Ilhas Marshall Santa Lúcia Dominica Congo. Rep. Dem. S. Crist. e Nevis
Índia Senegal Egipto Coreia do Norte S. Tomé e Príncipe
Indonésia Sérvia Equador Cuba Salomão
Marrocos • Tunísia • Fidji Djibuti Serra Leoa
Maurícias Vietname Gana Eritreia Síria
México • Gabão Etiópia Somália
Micronésia Geórgia Gâmbia Sudão
Oman Guiana Grenada Sudão do Sul
Palau Irão Guiné Equatorial Tadzequistão
Panamá Jamaica Guiné. Rep. da Tonga
Peru Kiribati Guiné-Bissau • Ucrânia
Qatar Lesoto Haiti Venezuela
Roménia Maldivas Iemen Zimbabué
Myanmar
Tailândia Iraque •
Mongólia
Trind. e Tobago Kosovo
Nicarágua
Uruguai Laos
Nigéria
Líbano
Nauru
Nepal
Papua–Nova Guiné
Quénia
Ruanda
Samoa Oc.
Seicheles
Sri Lanka
Suazilândia
Suriname
Tanzânia
Timor-Leste
Togo
Turquemenistão
Tuvalu
Uganda
Uzbequistão
Vanuatu
Zâmbia
NOTAS
a) Abu Dhabi, Dubai, Fujairah, Ras Al Khaimah, Sharjah, Um Al Quaiwain e Ajma f) G
uiana Francesa, Guadalupe, Martinica, Reunião, S. Pedro e Miquelon, Polinésia
b) Ilhas Norfolk Francesa, Mayotte, Nova Caledónia, Wallis e Futuna
c) Ilhas Faroe e Gronelândia g) Ilhas Cook e Tokelau, Ilhas Nive
d) Ceuta e Melilha h) A nguilla, Bermudas, Ilhas Virgens, Cayman, Falkland, Pitcairn, Monserrat, Sta. Hel-
e) Samoa, Guam, Marianas, Ilhas Virgens e Porto Rico ena, Ascensão, Tristão da Cunha, Turks e Caicos
novembro 2017 ESTATÍSTICAS 53
INVESTIMENTO
e COMÉRCIO EXTERNO
>PRINCIPAIS DADOS DE INVESTIMENTO (IDE E IDPE). EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES.
ATIVO POR INSTRUMENTO FINANCEIRO E TIPO DE RELAÇÃO ENTRE EMPRESAS 2016 jan/set 2017 jan/set vh meur 17/16
PASSIVO POR INSTRUMENTO FINANCEIRO E TIPO DE RELAÇÃO ENTRE EMPRESAS 2016 jan/set 2017 jan/set vh meur 17/16
tvh 17/16
INVESTIMENTO DIRETO - STOCK (posição em fim de período) 2014 dez 2015 dez 2016 dez 2016 set 2017 set
set/set
Stock Ativo 73.988 76.550 82.945 80.185 83.545 4,2%
Stock Passivo 127.998 132.091 140.904 137.428 149.705 8,9%
Stock IDPE 45.125 52.088 54.621 53.802 54.279 0,9%
Stock IDE 99.135 107.629 112.580 111.045 120.438 8,5%
Unidade: Posição em fim de período em Milhões de Euros Fonte: Banco de Portugal
54 ESTATÍSTICAS Portugalglobal nº103
COMÉRCIO INTERNACIONAL
tvh 17/16 tvh 17/16 tvc 17/17
BENS (Exportação) 2016 tvh 2016/15 2016 jan/set 2017 jan/set
jan/set set/set set/ago
Exportações bens 50.022 0,8% 36.974 40.943 10,7% 5,8% 17,8%
Exportações bens Extra UE 12.451 -8,2% 8.808 10.594 20,3% 8,4% -5,1%
Unidade: Milhões de euros
Exp. Bens - Clientes 2017 (jan/set) % Total tvh 17/16 Exp. Bens - Var. Valor (17/16) Meur Cont. p. p.
Exp. Bens - Produtos 2017 (jan/set) % Total tvh 17/16 Exp. Bens - Var. Valor (17/16) Meur Cont. p. p.
Veículos e Outro Material de Transporte 11,5% 9,4% Máquinas, Aparelhos 675 1,8
Combustíveis Minerais 7,3% 39,6% Veículos, Out. Mat. Transporte 403 1,1
Exportações serviços extra UE 7.511 -3,6% 5.539 6.449 16,4% 13,8% -10,3%
Unidade: Milhões de euros
Importações bens Extra UE 13.608 -3,9% 10.022 12.303 22,8% 8,2% -10,8%
Unidade: Milhões de euros
Imp. Bens - Fornecedores 2017 (jan/set) % Total tvh 17/16 Imp. Bens - Var. Valor (17/16) Meur Cont. p. p.
Imp. Bens - Produtos 2017 (jan/set) % Total tvh 17/16 Imp. Bens - Var. Valor (17/16) Meur Cont. p. p.
Veículos e Outro Material de Transporte 13,7% 11,3% Máquinas, Aparelhos 1.137 2,5
Importações serviços extra UE 4.263 0,3% 3.094 3.612 16,8% 14,8% -5,5%
Unidade: Milhões de euros
PREVISÕES 2017 : 2018 (tvh real %) 2016 2017 jan/jun FMI CE OCDE BP Min. Finanças
PIB 1,5 2,8 2,5 : 2,0 2,6 : 2,1 2,1 : 1,6 2,5 : 2,0 2,6 : 2,2
Exportações Bens e Serviços 4,1 8,8 7,6 : 5,2 8,0 : 7,3 5,5 : 4,5 7,1 : 6,8 8,3 : 5,4
Unidade: Milhões de euros
Miguel Porfírio
HOLANDA
aicep.thehague@portugalglobal.pt
Inês Pacheco
FDI SCOUT EUROPA
REDE
ines.pacheco@portugalglobal.pt
Pedro Sousa
FDI SCOUT EUROPA
pedro.sousa@portugalglobal.pt
EXTERNA
Rui Almas
FRANÇA
aicep.paris@portugalglobal.pt
Oslo
Manuel Couto Miranda Rui Boavista Marques
EUA REINO UNIDO
aicep.newyork@portugalglobal.pt aicep.london@portugalglobal.pt
Haia
Raul Travado Dublin
CANADÁ Manuel Martinez Bruxelas
Londres
aicep.toronto@portugalglobal.pt ESPANHA
aicep.barcelona@portugalglobal.pt
Paris Berna
Olga Benquerença Milão
FDI SCOUT EUA E CANADÁ Luís Moura
olga.benquerenca@portugalglobal.pt Toronto ESPANHA Barcelona
Nova Iorque aicep.madrid@portugalglobal.pt
António Aroso
Fernando Carvalho SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
BRASIL aicep.saotome@portugalglobal.pt
aicep.s.paulo@portugalglobal.pt
Rio de Janeiro
São Paulo
Sérgio Espadas
Luís Sequeira Santiago do Chile ÁFRICA DO SUL
CHILE aicep.pretoria@portugalglobal.pt
luis.sequeira@portugalglobal.pt Montevideu
Buenos Aires
Ana Rosas
Rui Pereira MOÇAMBIQUE
ARGENTINA aicep.maputo@portugalglobal.pt
rui.pereira@portugalglobal.pt
Carlos Moura
SUÉCIA
aicep.stockholm@portugalglobal.pt
Joaquim Pimpão
HUNGRIA
aicep.budapest@portugalglobal.pt
Carlos Pinto
POLÓNIA
aicep.warsaw@portugalglobal.pt
João Rodrigues
Miguel Crespo
ÍNDIA
SUIÇA
aicep.newdelhi@portugalglobal.pt
Helsínquia miguel.crespo@portugalglobal.pt
Estocolmo
Alexandra Ferreira Leite
CHINA
Moscovo aicep.beijin@portugalglobal.pt
Copenhaga
Mariana Oom
INDONÉSIA
aicep.jacarta@portugalglobal.pt
Windhoek
Pretória Carlos Pacheco
Gaborone AUSTRÁLIA
Maputo Maria João Liew carlos.pacheco@portugalglobal.pt
MALÁSIA
aicep.kuala_lumpur@portugalglobal.pt
Sydney
AO SERVIÇO
DAS EMPRESAS
58 BOOKMARKS Portugalglobal nº103
A Internacionalização da Economia
Portuguesa: Casos de Sucesso Empresarial
Após a adesão à União Europeia, “A Internacionalização da Eco-
a economia portuguesa tem vi- nomia Portuguesa” é referência
vido um crescente processo de para aqueles que se interessam
internacionalização. Nos últimos por esta temática e pretendam
tempos, tem-se verificado um au- compreender como esta tem sido
mento da integração nas cadeias importante para o desenvolvi-
de produção global, sendo previ- mento e crescimento económico.
sível o crescimento da internacio- Com coordenação de Nuno Cres-
nalização nos próximos anos. po, vice-reitor do ISCTE-IUL, e
Esta obra tem, assim, como tema
Maria João Tomás, investigadora
a história deste processo de inter-
e docente convidada do mesmo
nacionalização da economia por-
instituto, este livro é uma iniciati-
tuguesa, nos seus aspetos mais
va de professores e investigadores
importantes.
deste instituto.
Autor: N
uno Crespo e Maria João O principal objetivo deste volume
Tomás Nuno Crespo é licenciado e dou-
é desconstruir este movimento,
Editora: Temas e Debates através da análise e exploração torado em filosofia pela Faculda-
Ano: 2017 de de Ciência Sociais e Humanas
de casos de sucesso empresarial,
Nº de páginas: 432 pp. da Universidade Nova de Lisboa e
de modo a verificar como as em-
Preço: 18,80€
presas têm conseguido resistir aos é investigador do Instituto de His-
desafios provocados pela conjun- tória da Arte. Por sua vez, Maria
tura económica. Science4you, Fly João Tomás é doutorada em His-
London, WeDo Technologies e Ri- tória pela FCSH-UNL, com espe-
beralves são algumas das empre- cialização em interculturalidade e
sas que integram o livro. relações internacionais.
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e nos mercados externos.
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