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Nº103 | novembro 2017

www.portugalglobal.pt

Portugalglobal

TURISMO
SETOR ESTRATÉGICO
PARA A ECONOMIA

ENTREVISTA // JORGE REBELO DE ALMEIDA


PRESIDENTE DO GRUPO VILA GALÉ
MERCADOS // ÍNDIA
EMPRESAS // B
 UREL E ULTIMATE POWER
OCEANO ATLÂNTICO

PORTUGAL
LISBOA
SINES

ÁFRICA
sumário
Portugalglobal nº103
novembro 2017

Destaque [6]
6
Sendo já a maior atividade económica exportadora do país,
o turismo registou um forte crescimento na última déca-
da, contribuindo positivamente para o desenvolvimento da
economia nacional, gerando emprego e riqueza.

Entrevista [20]
Jorge Rebelo de Almeida, presidente do Conselho de
Administração do grupo Vila Galé.

Mercados [26] 20
Com um quinto da população mundial, e uma
população muito jovem, a Índia surge como o provável
grande mercado do futuro. As análises do embaixador
português em Nova Deli, João da Camara, e do
delegado da AICEP, João Rodrigues, e os testemunhos
das empresas Petrotec, Efacec e Sakthi Portugal.

Empresas [40]
Burel e Ultimate Power.

Factos & Tendências [44] 26


Pela Direção de Produto da AICEP.

Notícias AICEP [46]


Opinião [48]
Um artigo de António Laranjo, presidente do grupo In-
fraestruturas de Portugal e da IP Engenharia S.A. sobre
o contributo da engenharia para a internacionalização
da economia.

Análise de risco por país – COSEC [50] 40


Veja também a tabela classificativa de países.

Estatísticas [53]
Investimento e comércio externo.

AICEP Rede Externa [56]


Bookmarks [58]
4 EDITORIAL Portugalglobal nº103

Uma estratégia para o futuro


O turismo e a estratégia preconizada pelo tugal no exterior, missão desempenhada com
Turismo de Portugal para a próxima década é sucesso e, apraz-me dizê-lo, em coordenação
o tema em destaque nesta edição da Portugal- com as delegações da Agência nos mercados
global, onde detalhamos as principais linhas de
onde se encontram as equipas do turismo.
atuação que visam posicionar Portugal como
um dos destinos turísticos mais competitivos,
Entrevistamos, nesta edição, um dos protago-
inovadores e sustentáveis do mundo, tornan-
do-se uma referência na produção de bens e nistas nacionais da indústria do turismo, o pre-
serviços para a atividade turística. sidente do grupo hoteleiro Vila Galé, Jorge Re-
belo de Almeida, que defende uma aposta na
O forte crescimento deste setor nos últimos inovação e na criação de produtos e serviços
anos tem contribuído largamente para o que surpreendam os turistas que nos visitam.
desenvolvimento da economia nacional –
atualmente tem um peso de quase 7 por
Noutro domínio, saliento o dossier que prepa-
cento no Produto Interno Bruto –, sendo
rámos sobre o mercado da Índia, um país de
hoje a maior atividade económica exporta-
grande dimensão, com a segunda maior popu-
dora do país, responsável por 16,7 por cen-
to do total das exportações. lação do mundo, e uma das mais jovens, e que
se apresenta como o provável grande mercado
Luís Araújo, presidente do Turismo de Portu- do futuro, abrindo assim novas oportunidades
gal, fala-nos, num artigo de opinião, do reco- para as empresas portuguesas que aí queiram
nhecimento que a marca Portugal tem hoje no apostar, bem como ao incremento do relacio-
mundo, fruto do forte desenvolvimento da in- namento económico bilateral.
dústria turística, a par de outros feitos que têm
colocado Portugal nas bocas do mundo.
Desejo-vos uma boa leitura!

Devo referir que, tal como à AICEP, cabe ao Tu- LUÍS CASTRO HENRIQUES
rismo de Portugal promover a imagem de Por- Presidente do Conselho de Administração da AICEP

Revista Portugalglobal Conselho de Administração Fotografia e ilustração Colaboram neste número


Av. 5 de Outubro, 101 Luís Castro Henriques (presidente), ©Pixabay, Rodrigo Marques, Turismo de Portugal António Laranjo, Direção Comercial da AICEP,
1050-051 Lisboa António Silva, (imagesofportugal.com). Direção de Produto da AICEP,
João Dias, Direção Internacional da COSEC,
Tel.: +351 217 909 500
Madalena Oliveira e Silva, Paginação e programação João da Camara, João Rodrigues,
Fax: +351 217 909 578
Maria Manuel Serrano (vogais). Rodrigo Marques Jorge Fesch, Jorge Rebelo de Almeida,
rodrigo.marques@portugalglobal.pt Luís Araújo, Miguel Sinval,
Diretora Rui Miguel Domingues da Cunha.
Propriedade
Ana de Carvalho Projeto gráfico
aicep Portugal Global
ana.carvalho@portugalglobal.pt Rodrigo Marques - aicep Portugal Global
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6 DESTAQUE Portugalglobal nº103

TURISMO
Liderar o futuro para desenvolver Portugal

O crescimento do turismo em Portugal tem contribuído positivamente para o de-


senvolvimento da economia nacional, gerando emprego e riqueza e, ainda, pro-
movendo a valorização do património nacional.
O setor do turismo é já a maior atividade económica exportadora do país, sendo
responsável por quase 50 por cento das exportações de serviços e perto de 17 por
cento das exportações totais.
Portugal é considerado um dos países mais competitivos do mundo no setor do
turismo, tendo recebido, em 2016, pela primeira vez, mais turistas estrangeiros do
que o total população portuguesa residente – 11,4 milhões. Também as receitas ge-
radas pelo turismo têm registado um forte crescimento e, atualmente, o setor tem
um peso no PIB (Produto Interno Bruto) de quase 7 por cento.
A estratégia do Turismo de Portugal para a próxima década visa tornar o
país no líder do turismo do futuro, afirmando o destino como um hub para o
desenvolvimento económico, social e ambiental. Duplicar as receitas, aumentar
substancialmente o número de dormidas, alargar a atividade turística a todo o
ano, diminuindo a sazonalidade, e aumentar os níveis de qualificação no setor são
as principais metas que se pretendem alcançar até 2027.
novembro 2017 DESTAQUE 7

Portugal é um destino turístico cada Com um total de 53,5 milhões de O turismo é igualmente uma atividade
vez mais apreciado e procurado dormidas em 2016 – 15,2 milhões fortemente exportadora. Em 2016, as
tanto pelos estrangeiros como pe- de portugueses e 38,3 milhões de es- exportações de viagens e turismo as-
los portugueses, tendo o setor do trangeiros –, os principais mercados cenderam a 12.681 milhões de euros,
turismo encerrado o ano de 2016 emissores para Portugal foram: Reino segundo dados do Banco de Portugal.
com todos os indicadores a crescer. Unido (9,2 milhões), Alemanha (5,2 Já este ano, de janeiro a agosto, o total
Foram registados 19 milhões de tu- milhões) e Espanha (3,9 milhões). de exportações desta rubrica atingiu
ristas – um crescimento de 9,8 por 9.902 milhões de euros, o equivalen-
cento – e, pela primeira vez, o nú- Todas as Regiões registaram cresci- te a 50,7 por cento das exportações
mero de estrangeiros ultrapassou o mentos significativos, com destaque totais de serviços e a um crescimento
para os Açores com um aumento no homólogo de 18,7 por cento.
número da população portuguesa:
turismo de 21 por cento, Porto e Nor-
Portugal recebeu 11,4 milhões de
te, com mais 13 por cento, e Alentejo,
turistas estrangeiros.
com mais 11 por cento.
Mercados emissores
Os aumentos refletiram-se também por regiões
De realçar igualmente a diminuição da
nas receitas, com um crescimento sazonalidade na procura turística, de
(dormidas):
de 10,7 por cento, correspondente a 37 para 35 por cento. De acordo com
12,7 mil milhões de euros e a um peso
Norte
o Turismo de Portugal, verificou-se em
no PIB de 6,9 por cento. No empre- • Espanha (889 mil)
2016 um alargamento da atividade
go, o setor gerou 328 mil empregos, turística a meses menos tradicionais, • França (608 mil)
aumentando 14,2 por cento (mais 48 tendo dois terços do crescimento • Brasil (344 mil)
mil) face a 2015 (dados INE). acontecido na chamada época baixa.
Centro
• Espanha (590 mil)
• França (333 mil)
Uma década em análise 2005-2015 | Síntese • Brasil (145 mil)
Posicionamento internacional Lisboa
• França (1,4 milhões)

Ranking Mundial 26º


Receitas
• Espanha (1,3 milhões)
• Alemanha (931 mil)
OMT International Tourism Recipts (2015) Turísticas
Alentejo
• Espanha (118 mil)
• França (84 mil)
Ranking UE 28
Eurostat - Balança de Pagamentos 11º
Receitas
• Brasil (48 mil)

Exportação em Viagens e Turismo (2015) Turísticas Algarve


• Reino Unido (6 milhões)
• Alemanha (1,8 milhões)

Ranking UE 28
Eurostat - Dormidas de residentes
11º
Dormidas
• Holanda (1,4 milhões)

Açores
de estrangeiros
no estrangeiro em Hotéis e similares (2015) em hotéis e • Alemanha (230 mil)
similares
• EUA (114 mil)
• Espanha (100 mil)
TOP
Fórum Económico Mundial
World Economic Forum (WEF) - 14
Dos destinos mais
Madeira
• Reino Unido (1,9 milhões)
Travel & Tourism Competitivness Index competitivos no • Alemanha (1,8 milhões)
mundo
• França (636 mil)
Fonte: OMT (2016); Eurostat (2016); INE (2016); Fórum Económico Mundial (2015)
8 DESTAQUE Portugalglobal nº103

Receitas de turismo Em 2016, o turismo atingiu números


recorde em Portugal, valendo a pena
Principais mercados 2016 jan./ago. 2017
destacar:
França 2.277 1.726
Reino Unido 2.267 1.666 •
Ritmo de crescimento das receitas
Espanha 1.641 1.301 turísticas e dos proveitos hoteleiros
Alemanha 1.482 1.059 mais acelerado do que o aumento
EUA 593 537 de hóspedes;
Holanda 509 423 • Aumento de 1,5 milhões de lugares
Brasil 400 372 na capacidade aérea;
Bélgica 388 292
•
Diversificação de mercados, com
Irlanda 313 259
crescimentos expressivos do merca-
Angola 309 254
do americano, polaco e brasileiro;
Fonte: Banco de Portugal Unidade: Milhões de euros
• Crescimento de 5 por cento do mer-
cado interno;
Turismo em números | 2017
• Aumento significativo de número de
Acumulado Var. 17/16
Indicadores
setembro 2017 % prémios internacionais (491 face a
Hóspedes (em milhares) 16.247,6 8,6 157 obtidos em 2015);
- de Portugal 6.201,8 4,1 • 1.500 novas empresas ligadas à ani-
- do estrangeiro 10.045,9 11,6 mação turística.
Dormidas (em milhares) 46.262,8 7,2
- de Portugal 12.831,5 3,4 Quanto aos objetivos a concretizar até
- do estrangeiro 33.431,3 8,7 2027, ou seja, durante os próximos
Saldo da balança turística dez anos, o Turismo de Portugal sa-
8.313, 9 21,6
(milhões euros)
lienta os seguintes:
- receitas do turismo 11.569,8 19,0
• Duplicar as receitas: passar dos 12,7
- despesas do turismo 3.255,9 13,1
Fontes: INE, Banco de Portugal
mil milhões de euros em 2016, para
os 26 mil milhões de euros em 2027.

•
Aumentar o número de 53,5 mi-
Uma década em análise – síntese
lhões de dormidas (2016) para 80
FATORES POSITIVOS ASPETOS A MELHORAR milhões.

> Território e recursos turísticos mais > Capitalização das empresas • Alargar a atividade turística a todo o
qualificados > Qualificação dos recursos humanos ano, diminuindo o índice de sazona-
> Infraestruturas de suporte ao > Rendimentos dos trabalhadores do lidade de 37,5 por cento para 33,5
desenvolvimento turismo por cento.
> Crescimento em vários indicadores > Burocracia e custos de contexto
• Aumentar os níveis de qualificação
da procura turística > Digitalização da oferta turística
no turismo: duplicar o nível de habi-
> Oferta de alojamento mais qualificada > Sazonalidade
litações do ensino secundário e pós-
> Novas formas de alojamento e de > Assimetrias regionais
animação turística -secundário no turismo, de 30 por
>
Informação sobre Portugal nos
> Empreendedorismo criativo em cento para 60 por cento até 2027.
mercados externos
crescimento
>
Trabalho em rede e promoção
> Aumento da oferta de atividades e No ano passado, Portugal foi conside-
conjunta e cocriação
de animação turística rado o 14º país mais competitivo do
>
Sustentabilidade do destino e das
> Reconhecimentos e prémios setor turístico no Índice de Compe-
empresas
internacionais em diversas áreas do titividade das Viagens & Turismo do
turismo português Fórum Económico Mundial, subindo
> Acréscimo de ligações aéreas uma posição relativamente a 2015.
novembro 2017 DESTAQUE 9

A Estratégia Turismo 2027 surge como


linha orientadora para o futuro. Define,
entre as suas principais metas de sus-

PORTUGAL, UMA MARCA tentabilidade económica, a duplicação,


em dez anos, das receitas turísticas (dos

DE EXCELÊNCIA atuais 12,7 mil milhões de euros em


2016, para 26 mil milhões em 2027) e
o aumento do número de dormidas dos
>POR LUÍS ARAÚJO, PRESIDENTE DO TURISMO DE PORTUGAL 53,5 milhões registados em 2016, para
80 milhões em 2027. Também no plano
social, esta estratégia define objetivos
muito claros: o alargamento da ativi-
Liderar o turismo do futuro é um objetivo ambicioso.
dade turística a todo o ano atingindo,
Foi com este desígnio em mente que o Turismo em 2027, o índice de sazonalidade mais
de Portugal delineou a estratégia turística para baixo de sempre; aumentar as qualifica-
os próximos dez anos – Estratégia Turismo 2027 ções dos profissionais do turismo, dupli-
–, definindo linhas de atuação que pretendem cando o nível de habilitações do ensino
posicionar o país como um dos destinos turísticos secundário e pós-secundário; e asse-
mais competitivos e sustentáveis do mundo e afirmar gurar que o turismo gera um impacto
o turismo como um hub para o desenvolvimento e a positivo nos territórios. Neste plano a
sustentabilidade económica, social e ambiental longo prazo a sustentabilidade ambien-
tal não poderia ser esquecida, pelo que,
do nosso país.
também nesta área, foram definidas
metas precisas a atingir nos próximos
dez anos: pretendemos assegurar que
90 por cento das empresas do turismo
adotam medidas de utilização eficiente
da energia e da água e desenvolvem
ações de gestão ambiental dos resíduos.

Não há dúvidas que o setor do turis-


mo é, atualmente, o principal motor da
economia nacional, registando níveis de
crescimento consistentes nos últimos
anos e atingindo máximos históricos nos
principais indicadores: dormidas, recei-
tas, hóspedes, emprego e exportações,
sendo considerada a maior atividade
económica exportadora do país, respon-
sável por 16,7 por cento do total das
exportações. O crescimento tem-se veri-
ficado em todas as regiões de Portugal,
e ao longo de todo o ano, produzindo
um desejável efeito de arrastamento, de
coesão territorial e de dinamização da
economia. Resultados que vêm confir-
mar a importância de um trabalho arti-
culado e contínuo, entre entidades pú-
blicas e privadas, e de um forte investi-
mento nesta relação iniciada há mais de
uma década, e reforçada ano após ano.

Não é por acaso que Portugal é o se-


gundo país com melhor desempenho
10 DESTAQUE Portugalglobal nº103

na evolução das receitas turísticas.


Nos últimos dez anos, temos vindo a
registar um crescimento médio anual
superior ao dos nossos concorrentes.

Dispomos, hoje, de um território mais


coeso, de recursos turísticos e infraes-
truturas de suporte ao desenvolvimen-
to mais qualificados, um crescimento
assinalável em vários indicadores da
procura turística, novas e renovadas
formas de alojamento, um empreen-
dedorismo criativo, um aumento da
oferta de atividades de animação tu-
rística, um acréscimo de ligações aé-
reas – tendo quase duplicado o fluxo
de passageiros de voos internacionais
– e o merecido reconhecimento inter-
nacional nas diversas áreas do turismo
português. São estes fatores que fa-
zem com que o destino seja cada vez
©Paulo Guimarães
mais procurado tanto para viagens de
lazer como profissionais, seja para es- Os bons resultados que continuamen- dependentemente da sua dimensão e
tudar ou, até mesmo, morar. te atingimos demonstram o nosso es- tipo de negócio.
forço de organização, profissionalismo
Queremos criar as condições neces- Contudo, o clima favorável que o
sárias para atrair ainda mais turistas, setor atravessa imprime-nos um
mas acima de tudo, ambicionamos “O setor do turismo é, grau de exigência acrescido. Temos,
um crescimento sustentável e assente
em metas realistas, fazendo com que
atualmente, o principal pois, de, em articulação com todos
os agentes turísticos, baseados na
a riqueza produzida pelo turismo se motor da economia
nossa estrutura nacional e interna-
estenda a todo o país, estimulando nacional, registando cional, nomeadamente através das
a inovação e a digitalização em toda níveis de crescimento nossas equipas localizadas em 21
a cadeia de valor desta atividade tão
consistentes nos últimos mercados internacionais estratégi-
relevante para a economia nacional.
anos e atingindo cos, continuar a apostar na moder-
nização e adaptação às reais necessi-
Para isso, estamos a criar programas máximos históricos nos
dades do mercado e na formação de
específicos de incubação e aceleração principais indicadores: profissionais com empregabilidade,
que incitem a inovação, o empreen- dormidas, receitas, que contribuam para tornar Portu-
dedorismo e a internacionalização
das empresas, bem como instrumen-
hóspedes, emprego gal, cada vez mais, um destino tu-

tos financeiros específicos para o tu- e exportações, sendo rístico de excelência, construído por
todos e para todos.
rismo, com vista à dinamização do considerada a maior
investimento. Queremos posicionar atividade económica Liderar o turismo do futuro significa
Portugal como um polo de referência
exportadora do país, que esta será, cada vez mais, uma
na inovação, no empreendedorismo e
na produção de bens e serviços para responsável por 16,7 atividade económica capaz de gerar
a indústria do turismo, por isso, con- por cento do total das emprego durante todo o ano, preser-
var o território, o ambiente e os seus
centramos cada vez mais esforços em exportações.”
ações que promovem sinergias entre recursos e valorizar as culturas e as co-
as indústrias criativas e o turismo e munidades, garantindo os princípios e
que proporcionem uma maior visibili- e rigor, impossíveis de concretizar sem valores da sustentabilidade.
dade ao destino Portugal e à melhoria a ambição, resiliência e qualificação
da experiência turística. dos empreendedores portugueses, in- www.turismodeportugal.pt
novembro 2017 DESTAQUE 11

ESTRATÉGIA TURISMO 2027


O referencial estratégico para o turismo nacional, nos próximos dez anos, visa
tornar Portugal líder do turismo do futuro, afirmando o destino como hub para
o desenvolvimento económico, social e ambiental. Com a definição de linhas de
atuação, operacionalizadas através de ações concretas orientadas para o curto/
médio prazo, ambiciona-se um desenvolvimento turístico assente na conservação
e na valorização do património natural e cultural do país, com uma procura
homogénea por todo o território e ao longo de todo o ano.

Esta estratégia pretende, até 2027, Tendo em vista as metas definidas até ção do turismo na economia do mar e
posicionar Portugal como um dos 2027, a atuação do Turismo de Portu- a estruturação da oferta turística para
destinos turísticos mais competitivos, gal consubstancia-se em cinco eixos melhor responder à procura.
inovadores e sustentáveis do mundo, estratégicos:
uma referência na produção de bens Neste sentido, o Turismo de Portugal
e serviços para a atividade turística à desenvolveu programas específicos
escala mundial, um país onde se valo- VALORIZAR O TERRITÓRIO, per- de apoio à valorização e qualificação
rizou o trabalho e onde se investiu no mitindo o usufruto do património do destino, como o Programa Valori-
capital humano. Em suma, um destino histórico-cultural e a preservação da zar, que define os termos e condições
para ser visitado, mas também, ideal sua autenticidade, a regeneração ur- de concessão de apoios financeiros a
para investir, viver, estudar, investigar bana, a potenciação económica do projetos de investimento e a iniciativas
e criar empresas. património natural e rural, a afirma- que tenham em vista a regeneração e

©José Manuel
12 DESTAQUE Portugalglobal nº103

Turismo sustentável
Considerando a importância da sus- Plano de Ação para a Sustentabilida-
tentabilidade na Estratégia Turismo de 2017-2020, o Turismo de Portu-
2027, o Turismo de Portugal uniu gal está a desenvolver o programa
esforços à OMT – Organização Mun- de turismo inclusivo “ALL for ALL”;
dial de Turismo na promoção do Ano o projeto “Portuguese Waves”, de
Internacional do Turismo Sustentável gestão sustentável das praias ‘surf
para o Desenvolvimento, a decorrer spots’; o “Portuguese Trails”, progra-
em 2017, e lançou um conjunto de ma de valorização e sustentabilidade
medidas de sustentabilidade para o
dos traçados âncora de “Cycling &
setor, a implementar até 2020.
Walking” das regiões turísticas por-
tuguesas (cuja plataforma está dis-
A primeira dessas medidas foi con-
ponível em portuguesetrails.com);
cretizada com a criação do Obser-
parcerias com ONG – Organizações
vatório de Turismo Sustentável do
Não Governamentais para promover
Alentejo, cujas linhas orientadoras
a sensibilização ambiental dos agen-
de implementação foram definidas
pelo Turismo de Portugal, em parce- tes do setor; e o Programa Valorizar,
ria com a Turismo do Alentejo ERT, enquanto instrumento centrado na
a Universidade de Évora, o Instituto regeneração e reabilitação dos es-
Politécnico de Portalegre e o Institu- paços públicos com interesse para
to Politécnico de Santarém. o turismo, a valorização turística do
património cultural e natural do país,
Além da criação de um observató- promovendo condições para a des-
rio regional de sustentabilidade no concentração da procura, a redução
Alentejo, e de forma a cumprir o seu da sazonalidade e a criação de valor.
©Norberto Diver

reabilitação dos espaços públicos com mente disponíveis a Linha de Apoio à da procura e o desenvolvimento das
interesse para o turismo, promovendo Valorização Turística do Interior, a Linha várias regiões do país, foi desenvol-
condições para a desconcentração da de Apoio ao Turismo Acessível e a Linha vido o Programa Revive que promo-
procura, a redução da sazonalidade e ve e agiliza os processos de rentabi-
a criação de valor. lização e preservação do património
“A estratégia para público que se encontra devoluto,
Com o objetivo de promover a coesão
tornando-o apto para afetação a
territorial, este programa de apoio ao o setor do turismo
uma atividade económica com fi-
investimento na valorização do país en- pretende, até 2027,
quanto destino turístico, pretende dotar nalidade turística, a gerar riqueza e
os agentes do setor, públicos e privados,
posicionar Portugal postos de trabalho.
de um novo instrumento financeiro que como um dos destinos
crie condições para potenciar e melhorar turísticos mais Foram identificados 30 imóveis nestas
a experiência turística. São abrangidos, competitivos, inovadores condições, com aptidões turísticas, e
por exemplo, projetos que promovam a
e sustentáveis preparados dossiês com uma descri-
valorização do património e dos recursos
do mundo”. ção de cada um em português, man-
endógenos das regiões, a diversificação
darim e inglês, dirigidos também aos
da oferta, turismo de natureza, turismo
mercados internacionais para que,
equestre, revitalização das termas e di-
namização turística das aldeias. de Apoio a Projetos Wi-Fi em Centros através da reabilitação destes equi-
Históricos. pamentos, se valorize o património
Os projetos e iniciativas suscetíveis de dando vida a locais subaproveitados,
apoio são definidos em linhas de finan- Para reforçar a atratividade de des- ou ao abandono, e devolvendo-os à
ciamento específicas, estando atual- tinos regionais, a desconcentração fruição pública.
novembro 2017 DESTAQUE 13

da Secretaria de Estado do Turismo e


do Turismo de Portugal que, funcio-
nando como uma startup, com um
modelo flexível em permanente cola-
boração com os stakeholders, preten-
de promover serviços de aceleração
e incubação de startups, bem como
a identificação das tendências inter-
nacionais de inovação no turismo,
apoiando a promoção internacional
da inovação feita em Portugal.

Fomentando uma cultura de empreen-


dedorismo no setor, o Turismo de Por-
tugal, em nome próprio ou em parceria
com o ecossistema empreendedor, as-
segura programas de incubação de star-
tups e de novas empresas que visem de-
senvolver ideias de negócio no turismo.
O instituto tem, por todo o país, mais

Portugal preside
a Comité de Turismo
da OCDE
O Turismo de Portugal foi recen-
temente eleito para a presidência
do Comité de Turismo da OCDE
(Organização para a Cooperação
IMPULSIONAR A ECONOMIA, no
e Desenvolvimento Económico),
que respeita à competitividade das em- “A sustentabilidade
reforçando a sua posição na dis-
presas, à simplificação, desburocratiza- do setor depende, em cussão da agenda internacional
ção e redução dos custos de contexto, muito, da reinvenção do turismo.
à atração de investimento, à qualifica-
sistemática das
ção da oferta, à economia circular, ao
experiências nos Esta nomeação vem somar-se à
empreendedorismo e inovação.
presença da autoridade turística
destinos e da melhoria
nacional no Conselho Executi-
A sustentabilidade do setor depende, dos sistemas de vo da OMT, uma das principais
em muito, da reinvenção sistemática suporte. Para que organizações internacionais de
das experiências nos destinos e da isso possa acontecer é turismo, na liderança do Market
melhoria dos sistemas de suporte.
fundamental fazer do Intelligence Commitee (UE) e no
Para que isso possa acontecer é fun- Grupo de Operações do Brasil da
empreendedorismo e do
damental fazer do empreendedoris- European Travel Commission, res-
mo e do apoio à inovação, duas prio- apoio à inovação, duas
ponsável pela operacionalização
ridades absolutas na estratégia para o prioridades absolutas na das ações de promoção no merca-
futuro do turismo. estratégia para o futuro do brasileiro, concretizando uma
do turismo.” das metas inscritas na Estratégia
É neste sentido que foi desenvolvido Turismo 2027 que prevê a proje-
o Programa Turismo 4.0, com o obje- ção do destino, afirmando Portu-
tivo de potenciar Portugal como hub -âncora deste programa é o Centro de gal nas organizações mundiais e
global de inovação e desenvolvimento Inovação do Turismo, uma iniciativa na cooperação internacional.
digital no setor do turismo. O projeto- conjunta do Ministério da Economia,
14 DESTAQUE Portugalglobal nº103

mundial, um hub internacional espe-


Formação e emprego cializado para o turismo.

A taxa de empregabilidade dos alunos formados nas Escolas do Turismo de


POTENCIAR O CONHECIMENTO, em
Portugal voltou a subir em 2016, situando-se agora nos 88 por cento, de
que se inclui a valorização das profis-
acordo com o mais recente Estudo de Inserção Profissional.
sões do turismo, a formação de recur-
sos humanos, a capacitação de empre-
Os cursos de Turismo de Ar Livre e de Técnicas de Cozinha/ Pastelaria são os
sários e gestores, a difusão de conheci-
que apresentam uma taxa de atividade de 100 por cento, seguidos do curso
mento e informação e a afirmação de
de “Culinary Arts” com 93,5 por cento.
Portugal como smart destination.
Importa destacar que, dos alu-
nos empregados, 90,2 por A formação ministrada nas escolas é
cento encontram-se a de- um importante pilar da atuação do
senvolver atividade no Turismo de Portugal, através do qual
setor do turismo, sendo está comprometido a contribuir para a
que 86,1 por cento fi- sustentabilidade e qualidade do servi-
caram colocados no ço prestado pelas empresas e agentes
mercado de trabalho do setor. A qualificação dos recursos
em menos de três me- humanos torna-se, por isso, essencial
ses. Mais de 81 por cen- para a consolidação da competitivida-
to dos alunos afirmam de do turismo, razão pela qual o Turis-
estar a desempenhar fun- mo de Portugal tem estado a reformu-
ções adequadas à formação lar a sua oferta formativa e a rever os
recebida. curricula, no sentido de integrar nos

de uma dezena de programas de ace- Os “Open Kitchen Labs” têm por objeti-
leração que apoiam o desenvolvimento vo apoiar startups que pretendam testar
de novos projetos na área do turismo, novos produtos, serviços ou conceitos
envolvendo mais de 250 startups com na área da alimentação, disponibilizan-
interesses nos domínios da utilização da do as instalações e equipamentos das
tecnologia na relação com o consumi- Escolas do Turismo de Portugal para a
dor e na criação de novas ferramentas realização de testes e ensaios que os
de apoio à gestão. empreendedores necessitem, de forma
a avaliar e validar a viabilidade do seu
Empreendedores de todo o país, envol- negócio, de forma sustentada. Os par-
vidos em projetos turísticos das mais di- ticipantes têm um limite de seis meses
versas tipologias, podem também can- para desenvolver estes testes.
didatar-se aos programas de aceleração
“Tourism Creative Factory” e “Open Atualmente, o Turismo de Portugal
Kitchen Labs”, desenvolvidos pela Rede tem toda a sua estratégia orientada
de Escolas do Turismo de Portugal. para o digital. O que começou pela
promoção, está já na gestão do co-
Gastronomia e restauração, alojamen- nhecimento, passando pela aposta na
to local e rural, enoturismo, saúde e tecnologia e na inovação. Estratégia
bem-estar, turismo inclusivo e turismo esta, aliás, motivo de elogio por parte
religioso são alguns exemplos do tipo da OCDE e da OMT, que a considera
de projetos pretendidos pelo “Tourism um case study.
Creative Factory” que disponibiliza
um bootcamp intensivo, uma rede O objetivo é ambicioso, mas realista:
de mentores, um plano de formação potenciar Portugal como um país de
e tourism labs, num programa com a referência na produção de bens e ser-
duração de três meses. viços para a atividade turística à escala
novembro 2017 DESTAQUE 15

cursos as competências assinaladas de Portugal desempenham ainda um tabelecendo entre si um real "Local
pelo mercado, tendo em conta as no- papel fundamental no envolvimento Business Support".
vas exigências e tendências, nomea- com as comunidades locais, susten-
damente de soft skills e comunicação. tando, em parceria com outros agen- As Escolas disponibilizam também a
tes, o processo de qualificação do ser- plataforma Connective, um serviço de
As Escolas do Turismo de Portugal for- viço prestado pelas empresas turísticas
mam mais de 3.000 alunos por ano, em todo o território.
preparando-os para o primeiro em- “A formação ministrada
prego e qualificam, simultaneamente, Atualmente, nas 12 escolas, de norte
a sul do país – Porto, Douro/Lamego,
nas escolas é um
cerca de 3.800 profissionais desta ati-
vidade, visando um crescente prestí- Viana do Castelo, Coimbra, Oeste, importante pilar da
gio das profissões turísticas. Estoril, Lisboa, Portalegre, Setúbal, atuação do Turismo de
Vila Real de Santo António, Portimão Portugal, através do
Tendo em conta estes dados, até e Faro – a grande preocupação resi-
qual está comprometido
2020, o Turismo de Portugal ambicio- de em aproximar as necessidades da
na que a sua Rede Escolar atinja a ca- procura com a oferta, conferindo uma a contribuir para a
pacidade máxima de formação, 4.000 nova abordagem à formação. A ges- sustentabilidade e
alunos, e uma empregabilidade média tão das escolas tem vindo a ser refor- qualidade do serviço
de 90 por cento, estimulando, desta çada através de uma nova estratégia
prestado pelas empresas
forma, a criação de mais emprego e de desenvolvimento e da transforma-
ção de cada escola num espaço de
e agentes do setor.”
mais qualificação no setor e reduzindo
as assimetrias regionais. estímulo ao empreendedorismo, em
estreita articulação com a realidade
Pilares públicos da qualidade do servi- local e os seus múltiplos agentes. mentoring empresarial e apoio ao recru-
ço em turismo, as Escolas do Turismo tamento, que visa promover a interação
Este investimento conjuga-se com a entre os alunos das Escolas de Turismo
visão das Escolas do Turismo de Por- e os profissionais do setor, nacionais
tugal como núcleos de cooperação e internacionais, para exponenciar o
para o setor, constituindo-se como sucesso da formação e perspetivas de
fatores de dinamização local, capa- carreira. A internacionalização é outro
zes de potenciar o relacionamento tema presente na agenda das Escolas
entre escola, alunos e agentes, es- do Turismo de Portugal e um dos pilares

Incentivos
O Turismo de Portugal disponibiliza
uma linha de financiamento de 10
milhões de euros para iniciativas
e projetos que promovam a sus-
tentabilidade social e ambiental
no turismo, desenvolvidos por
empresas, entidades públicas, as-
sociações de comércio ou de mora-
dores e outras entidades de natureza
semelhante.

A Linha de Apoio à Sustentabilidade está disponível, até dezembro de 2018,


para iniciativas que promovam a integração entre residentes e turistas, visem
a dinamização económica dos espaços urbanos, promovam o consumo de
produtos locais pelos visitantes, ações de educação/sensibilização ambiental
e social no turismo e iniciativas de valorização da identidade do país, das
comunidades locais e que facilitem o diálogo entre gerações.
16 DESTAQUE Portugalglobal nº103

da sua estratégia, através do qual se as- O mercado interno aumentou em 5 comunicação e formação de colabora-
segura a captação de alunos estrangei- por cento e todas as regiões regista- dores ou melhoria das acessibilidades
ros e a realização de estágios internacio- ram crescimentos significativos. em alojamento e em restauração.
nais, num salutar e oportuno intercâm-
bio de experiências e conhecimento. No âmbito do turismo inclusivo, o Turis- Com o objetivo de gerar novas procu-
mo de Portugal desenvolveu o progra- ras e atratividade ao longo de todo o
Num tecido empresarial resiliente, ma “ALL for ALL”, que pretende criar ano, o Turismo de Portugal criou um
dinâmico e inovador, o turismo será um novo estímulo ao envolvimento de programa de captação de congressos
cada vez mais um fiável gerador de entidades públicas e privadas para fa- internacionais e eventos corporativos,
emprego, introduzindo, simulta- zerem de Portugal um destino cada vez tendo constituído uma equipa espe-
neamente, crescentes exigências na mais acessível a todos. A aposta é na cializada e desenvolvido uma plata-
melhoria do produto e na divulgação forma que agrega toda a informação
e promoção, junto do turista, de boas relevante sobre eventos em Portugal
práticas de acessibilidade. Neste senti- – www.meetingsinportugal.com –,
“O turismo religioso é
do, foi criado um canal online dedicado além da dinamização de um Fundo de
outra das apostas do ao turismo acessível, alojado em Visit- Captação de Eventos e Congressos.
Turismo de Portugal Portugal.com, com o objetivo de des-
para aumentar os tacar os itinerários acessíveis em centros Também o calendário de provas inter-
fluxos, fora da época históricos de cidades do Continente e nacionais de surf foi alargado, tendo
Ilhas. Foi também disponibilizada uma Portugal passado a ser o único país a
alta, e atrair turistas
Linha de Apoio ao Turismo Acessível, receber todas as provas da World Surf
de mercados não com uma dotação de 5 milhões de eu- League (WSL).
tradicionais.” ros para intervenções em equipamentos
culturais de interesse turístico e em es- Foi lançado o programa 365 Algarve,
paço público, aquisição de transportes com centenas de eventos culturais a
formação e qualificação do serviço adaptados e outros equipamentos de realizarem-se entre outubro e maio,
turístico, conduzindo a um inevitável apoio a programas de animação turís- precisamente para combater a sazo-
ajuste nos modelos de contratação tica, percursos acessíveis, suportes de nalidade nesta região.
com o subsequente aumento da pro-
©Luís de Oliveira / Santuário de Fátima
cura de profissionalização da ativida-
de turística.

GERAR REDES E CONECTIVIDADE,


através do reforço de rotas aéreas
ao longo do ano e da mobilidade no
território, da promoção do ‘turismo
para todos’, numa ótica inclusiva,
do envolvimento da sociedade no
processo de desenvolvimento turís-
tico e de cocriação, do trabalho em
rede e a promoção conjunta entre
os vários setores.

Para promover a competitividade e a


diversificação de mercados surgiram,
em 2016, 64 novas operações aéreas,
muitas delas ligações a novos desti-
nos, e as operações foram alargadas
a todo o ano. A capacidade aérea
aumentou em 1,5 milhões de lugares
e, o turismo em Portugal registou um
crescimento expressivo do mercado
norte-americano, polaco e brasileiro.
novembro 2017 DESTAQUE 17

sitaram Portugal em 2016, e cerca de


Promoção externa mil operadores oriundos de ‘novos’
mercados como a Colômbia, Singapu-
O Turismo de Portugal tem equipas ra, Coreia do Sul e China.
de turismo que atuam em 21 mer-
Já em 2017, com o objetivo de proje-
cados emissores, considerados
tar a imagem de Portugal e aumentar
prioritários ou relevantes para a
a notoriedade nos mercados inter-
promoção turística externa, nos
nacionais, foi lançada a campanha
quais desenvolve a sua ação per-
“Can’t Skip Portugal”, exclusivamen-
manente de prospeção e imple-
te em meios digitais de 20 mercados
mentação de ações próprias, ou em
estratégicos. Em quatro filmes, a cam-
coordenação com as Agências Regio-
panha aposta na mensagem de que já
nais de Promoção.
não há como passar ao lado de um
destino como este: autêntico e úni-
As equipas de turismo são responsáveis pela promoção de Portugal (enquan-
to destino para visitar, investir, viver, estudar e como local privilegiado para co, com tanto para ver, provar, sentir
a realização de grandes eventos), e pelo apoio a empresas portuguesas com e experimentar, um raciocínio que se
objetivos de internacionalização nos mercados turísticos da Alemanha (que estende a toda a comunicação do Tu-
também coordena as ações na Suíça, Áustria e República Checa), Brasil, Es- rismo de Portugal.
panha, Estados Unidos, França, Holanda (inclui Bélgica), Reino Unido (inclui
Esta é a campanha de Portugal mais
Irlanda), Suécia (inclui Noruega e Finlândia), Dinamarca, Canadá, China, Itá-
vista de sempre, contabilizando mais
lia, Polónia e Rússia.

Também no âmbito da cultura, o Tu- e demonstrando a capacidade do setor


“Com o objetivo de
rismo de Portugal desenvolveu a pla- em gerar mais receita e mais emprego, projetar a imagem de
taforma Portuguese Music Festivals durante todo o ano e por todo o país. Portugal e aumentar
(portuguesemusicfestivals.com) que
a notoriedade nos
agrega toda a oferta nacional no cam-
po dos festivais de música.
mercados internacionais,
PROJETAR PORTUGAL, aumentando
a notoriedade do país nos mercados foi lançada, em
O turismo religioso é outra das apostas 2017, a campanha
internacionais através das equipas do
do Turismo de Portugal para aumentar
os fluxos, fora da época alta, e atrair
Turismo de Portugal localizadas em 21 ‘Can’t Skip Portugal’,
mercados internacionais estratégicos,
turistas de mercados não tradicionais. exclusivamente em
promovendo Portugal enquanto des-
Neste sentido, têm sido desenvolvidos
tino para visitar, investir, viver, estudar
meios digitais de 20
materiais promocionais, como filmes mercados estratégicos,
e de grandes eventos, além de posi-
e brochuras, que dão a conhecer as
principais manifestações religiosas e
cionar o turismo interno como fator sendo a campanha de
de competitividade e de alavanca da Portugal mais vista
os locais e roteiros associados à reli-
economia nacional.
gião católica e judaica, em Portugal. de sempre.”
No âmbito do turismo interno, foram Só no ano passado, Portugal foi dis-
implementadas as campanhas “Ponha tinguido com 491 prémios internacio-
nais, um aumento significativo quan- de dez milhões de visualizações desde
Portugal no mapa” e “Ponha Portugal
do comparado com os 157 de 2015. o seu lançamento, em maio de 2017.
no seu mapa”, mais recentemente,
E apesar de ter sido implementada em
também a “Faça um plano pelo Cen-
Foram publicadas mais de 16.000l no- 20 países chegou, de forma orgânica,
tro de Portugal”, que mobilizaram os
tícias internacionais sobre o turismo a mais de 200.
portugueses a partilhar o melhor de
Portugal e a tornarem-se agentes ati- em Portugal e realizadas 1.215 press
vos na promoção do país. trips que contaram com a participação “Can’t Skip Facts” é um spin-off da
de 2.165 participantes de 41 países. campanha internacional de turismo di-
Tudo com o objetivo de incentivar a pro- rigida a quem procura investir em Por-
cura por todo o território, de forma mais Mais de mil operadores provenientes tugal. Alojada em cantskipfacts.com,
homogénea, mitigando a sazonalidade dos principais mercados emissores vi- esta plataforma agrega os principais
18 DESTAQUE Portugalglobal nº103

©António Sacchetti

indicadores das várias regiões do país O desafio do Turismo de Portugal pas- na evolução das receitas turísticas, ten-
e mostra porque são, cada vez mais, sa por assegurar que o setor do turis- do registado um crescimento médio
as empresas e os empreendedores que mo continua a ser um dos mais com- anual superior ao dos concorrentes.
optam por Portugal. petitivos do mundo, sendo essa umas
Ao mesmo tempo que o Turismo de
das metas da Estratégia Turismo 2027.
Portugal atua de forma a assegurar
São cada vez mais, também, as mar- esta competitividade, esforça-se tam-
cas internacionais que se associam Portugal é hoje um destino cada vez
bém para garantir que os princípios e
espontaneamente à marca Portugal. mais procurado, tanto para viagens de
valores da sustentabilidade são segui-
Caso da Apple que, na mais recente lazer como para viagens profissionais,
dos, fazendo do turismo uma atividade
apresentação dos seus produtos, uti- seja para estudar, ou até mesmo para económica que gera emprego durante
lizou imagens de Portugal para de- morar e investir. Atualmente, é o se- todo o ano, que preserva o território,
monstrar a qualidade dos mesmos. gundo país com melhor desempenho o ambiente e os seus recursos e que
valoriza as culturas e as comunidades.

Campanha pelo Centro de Portugal Os bons resultados dos últimos anos são
prova de que, com um trabalho focado,
Com o envolvimento dos portugueses e a criação de conteúdos inovadores, articulado e conjunto, e objetivos claros,
o Turismo de Portugal criou a campanha “Faça um plano pelo Centro de Por- o turismo tem capacidade para ser uma
tugal” para promover uma região com uma oferta ímpar, mas negativamente atividade sustentável ao longo do ano,
impactada por devastações naturais no verão de 2017. garantindo que a riqueza produzida
se estenda a todo o país, estimulando
a inovação e a digitalização em toda a
Aventura, Criatividade, Herança e Natureza foram os temas desenvolvidos
cadeia de valor desta atividade tão rele-
pelos realizadores Diogo Morgado, Edgar Pêra, Pedro Varela e Ruben Alves,
vante para a economia nacional.
com planos filmados pelos portugueses, em filmes de três minutos. Dos cerca
de dois milhares de planos submetidos à validação dos realizadores, foram Unindo esforços com todos os agen-
utilizados perto de uma centena, com os respetivos créditos a figurarem em tes do setor – públicos e privados –,
cada um dos filmes. em breve, Portugal será reconhecido
como polo de atração para turistas de
www.ponhaportugalnomapa.pt todo o mundo, defende ainda o Turis-
mo de Portugal.
20 ENTREVISTA Portugalglobal nº103

JORGE
REBELO
DE ALMEIDA
Presidente do Conselho de Administração
do Grupo Vila Galé

VILA GALÉ
Forte expansão no
Brasil e em Portugal
novembro 2017 ENTREVISTA 21

Nos últimos anos, o setor do turismo tem funcionado como um motor de


desenvolvimento económico do país. Em entrevista, Jorge Rebelo de Almeida,
presidente do conselho de administração do grupo Vila Galé, confidencia que
a aposta deve ser feita na inovação e na criação de produtos e serviços que
surpreendam os turistas.
O grupo Vila Galé centra a sua atividade internacional no Brasil, devido ao
forte potencial turístico do país, que ainda não está completamente explorado.
Atualmente, está a ser construído o Vila Galé Touros, que será o maior hotel do Rio
Grande do Norte, perto de Natal.
Jorge Rebelo de Almeida revela ainda que, em Portugal, o grupo se encontra
focado no desenvolvimento de projetos no interior do país, com a abertura de
hotéis em Sintra, Braga, Elvas e na Serra da Estrela. O principal objetivo é dar a
conhecer o interior de Portugal, ajudar a fixar as populações e gerar mais emprego
e riqueza nestas zonas.

Pode contar-nos um pouco da his- Portugal, o Vila Galé Collection Palá-


tória do grupo Vila Galé, nomea- “Optámos pelo Brasil cio dos Arcos, em Paço de Arcos, que
damente os factos mais marcantes para iniciar a nossa resulta da reabilitação de um palácio
do seu crescimento? expansão internacional, do século XV.
Fundámos o grupo Vila Galé, uma devido à proximidade
empresa que sempre foi de capital in- A mais recente abertura aconteceu já
cultural e linguística e este ano, com o Vila Galé Porto Ribeira,
tegralmente português, em 1986. O
primeiro projeto, o Hotel Apartamen-
ao potencial turístico em outubro. Hoje, o grupo Vila Galé
to Vila Galé, hoje conhecido como que o país tem e conta com 28 hotéis, 21 em Portugal e
Vila Galé Atlântico, na praia da Galé, que ainda não está sete no Brasil, empregando quase três
no Algarve, foi inaugurado em 1988. completamente mil pessoas. É o segundo maior grupo
Posteriormente avançámos com a ex- hoteleiro português e ocupa a 199 po-
explorado.”
pansão para outras zonas do Algarve, sição no ranking das maiores empresas
com a abertura de quatro hotéis em de hotelaria do mundo.
Albufeira e Armação de Pera, entre O ano de 2002 foi marcante, uma
1990 e 1995. Seguiram-se as abertu- Qual a estratégia de internaciona-
vez que foi aquele em que se abriram
ras em Cascais, Estoril e Porto. mais hotéis, mais especificamente lização que tem sido seguida pelo
três. Este foi um grande salto na rede, grupo?
A internacionalização começou em que nessa altura já tinha 15 unidades. Optámos pelo Brasil para iniciar a nossa
2001, com a entrada no Brasil e a inau- Na primeira década do novo milénio expansão internacional, devido à proxi-
guração do Vila Galé Fortaleza. Simul- surgiram ainda outros cinco hotéis no midade cultural e linguística e ao poten-
taneamente, em Portugal, apostámos Brasil e mais três em Portugal. cial turístico que o país tem e que ainda
num novo conceito, um hotel rural em não está completamente explorado.
Beja, o Vila Galé Clube de Campo, que Em 2013 quisemos inovar e lançámos
está integrado na herdade onde produ- a submarca Collection, com o pri- Em 2001 abrimos assim o primeiro ho-
zimos os vinhos e azeites Santa Vitória. meiro Vila Galé de cinco estrelas em tel em Fortaleza. Fomos pioneiros na
22 ENTREVISTA Portugalglobal nº103

introdução de resorts com tudo incluí-


do, um conceito que foi muito bem
recebido pelo público brasileiro e que
continua a ter uma excelente aceitação.
Quando começámos, praticamente não
havia resorts, o que até pode parecer
estranho, num país daquele tamanho.
Por isso, optámos inicialmente por ter
uma oferta mais virada para o lazer e
próxima da praia, como acontece com o
Vila Galé Marés, o Vila Galé Cumbuco,
o Vila Galé Cabo e o Vila Galé Angra.
Posteriormente investimos em hotéis de
cidade, em Salvador e no Rio de Janeiro,
que também captam o segmento cor-
porate. Neste momento, estamos tam-
bém na fase final da comercialização
do Vila Galé Sun Residence, um projeto
imobiliário na Praia do Cumbuco.
ou Cabo Verde, mas não avançámos. sempenho. No ano passado, nos sete
A nossa estratégia tem passado pela
Até agora, a atividade internacional do hotéis Vila Galé no Brasil, registámos
escolha de localizações privilegiadas,
grupo Vila Galé está centrada no Bra- uma receita acima de 261 milhões
boa formação do staff, muita atenção
sil. Continuo a ter uma visão otimista de reais (77 milhões de euros), mais
ao cliente, qualidade dos serviços, di-
do Brasil, e acho que é sempre mais seis por cento do que no ano anterior.
versidade de animação oferecida aos
hóspedes e foco no turismo de famí- benéfico encarar estes momentos de Atualmente, a atividade neste merca-
lias. Por exemplo, tanto em Portugal crise como um desafio e avançar, do do pesa mais de 40 por cento do volu-
como no Brasil, as crianças até aos 12 que simplesmente baixar os braços e me de negócios total do grupo.
anos que fiquem alojadas no mesmo
quarto que os pais, não pagam. Mas Quais os projetos em carteira a ní-
também passa pela diversidade gas- “No grupo Vila Galé vel nacional e internacional?
tronómica e pela procura constante nunca estamos parados. Temos cinco projetos em curso. No Bra-
de novos conceitos que surpreendam Somos viciados em sil, como já referi, está a ser construído
quem fica no Vila Galé.
investimento e em o Vila Galé Touros, que será o maior
fazer coisas. Defendo hotel do Rio Grande do Norte. Vai ter
No Brasil, a cultura de serviços está ain-
514 quartos, quatro restaurantes, spa
da muito enraizada e a nossa presen- que, quando já têm
Satsanga, clube NEP para as crianças,
ça neste mercado tem sido uma boa determinado músculo piscinas interiores e exteriores e um
aprendizagem. Apesar da conjuntura financeiro, as empresas centro de convenções com capacidade
que o país atravessa, continuo a ver
têm obrigação de para 1.500 pessoas. Este será um in-
oportunidades de crescimento. Daí es-
tarmos a construir mais um resort, em
contribuir para o vestimento de 150 milhões de reais.
Touros, no Rio Grande do Norte, perto sucesso do país.”
de Natal, que deverá estar concluído Em Portugal, o próximo hotel a abrir
em setembro de 2018. Por outro lado, será o Vila Galé Sintra, em abril de
a entrada no Brasil abriu também a desistir. Por isso, continuamos a inves- 2018, com um investimento de 25
possibilidade de exportar para este tir neste país, com a abertura de um milhões de euros. Este é um projeto
mercado, um dos mais representati- novo hotel perto de Natal e a análise com um conceito inovador, porque
vos nesta área de negócio, os vinhos de projetos em São Paulo, Alagoas e tem uma forte componente de bem-
e azeites que produzimos no Alentejo. Belém do Pará. -estar e wellness, pensada para toda a
família, com programas de educação
Em que outros mercados externos es- É certo que, face à conjuntura, os alimentar, anti-stress, anti-aging e de
tão presentes e com que resultados? hotéis de cidade no Brasil tiveram al- check-up completo. Em maio, abrire-
Temos explorado várias geografias, guma quebra na ocupação. Mas os mos, em Braga, um hotel com 127
como Espanha, Cuba, Moçambique resorts continuam a ter um bom de- quartos, que resultará da reabilitação
novembro 2017 ENTREVISTA 23

e requalificação do antigo hospital de No grupo Vila Galé nunca estamos pa- por isso, temos de continuar a inovar
São Marcos. Já o Vila Galé Elvas e o rados. Somos viciados em investimen- e a criar oferta e produtos que sur-
Vila Galé Serra da Estrela têm abertu- to e em fazer coisas. Defendo que, preendam quem nos visita.
ras previstas para novembro de 2018 quando já têm determinado músculo
e abril de 2019, respetivamente. O financeiro, as empresas têm obrigação No Vila Galé aplicamos esta máxima.
projeto em Elvas surge no âmbito do de contribuir para o sucesso do país. Embora sem nunca esquecer a impor-
Programa Revive, através da conces- Esse é um desígnio que temos seguido tância dos recursos humanos. As pes-
são do antigo convento de São Paulo. e que se reflete na nossa estratégia. soas continuam a ser o principal ativo
para que o turismo e a hotelaria tenham
Quais os resultados de 2016 e as Atualmente, estamos a desenvolver sucesso. Um dos principais pilares do
perspetivas até ao final deste ano? projetos em zonas menos óbvias, e grupo é manter os nossos colaborado-
Depois de anos difíceis, o ano passado até difíceis do ponto de vista turístico, res motivados e satisfeitos, com possi-
foi importante para consolidar a recu- como Elvas ou a Serra da Estrela, para bilidades de aprendizagem, formação
peração do setor. Em 2016, o grupo puxar pelo interior do país, ajudar a continua e perspetivas de evolução na
Vila Galé teve receitas totais de 170,5 fixar as populações e gerar emprego carreira. Este pilar materializa-se na exis-
milhões de euros. Em Portugal, a fa- e riqueza. Nesta lógica, organizámos tência da Academia Vila Galé, focada
turação ficou acima dos 93 milhões uma iniciativa inédita que consistiu na valorização das nossas equipas. A
de euros, mais 15 por cento do que numa viagem de comboio entre Lis- sustentabilidade, o respeito e a prote-
em 2015. Já no Brasil, foram os tais boa e Beja – até ao Vila Galé Clube ção do ambiente são outros dos princí-
77 milhões de euros, ou seja, mais seis de Campo, cuja herdade tem um pios basilares da nossa estratégia.
por cento. Quanto a 2017, prevemos apeadeiro – completamente dedicada
Como surgiu a aposta na produção
e exportação de vinhos e azeites
no Alentejo? Qual tem sido o re-
sultado desta iniciativa, especial-
mente a nível internacional?
Em 1998 decidimos comprar duas her-
dades em Beja, no Alentejo. A ideia
era fazer algo ligado ao vinho e depois
construir um hotel, apostando assim
no agroturismo. O hotel está feito e a
produção de vinhos e azeites também
corre bem. Hoje, a herdade onde fica
o Vila Galé Clube de Campo estende-
-se por 1.620 hectares, dos quais 127
são de vinha e 160 de olival. Temos
também uma produção significativa
de fruta, sobretudo de pera rocha,
pêssegos, nectarinas e ameixa.

Em 2002 criámos as marcas Santa Vi-


tória para o azeite e vinhos, neste caso
com as gamas Versátil, Santa Vitória e
Inevitável, e a SV Frutas. E é com estas
denominações que produzimos e co-
ficar em linha com o ano passado. No à divulgação do Alentejo e das po- mercializamos estes produtos.
mercado interno as receitas poderão tencialidades do turismo ferroviário.
evoluir cerca de cinco por cento e no A bordo havia ainda uma mostra de Além do Brasil, que é o nosso principal
Brasil deverão manter-se. gastronomia e artesanato. Há muitos mercado, já exportamos para vários
anos que sugiro a existência de com- países, como a Alemanha, Dinamarca,
Quais são as principais metas do boios temáticos pelo interior do país. Cabo Verde e Colômbia. Tenho muito
grupo para o futuro? Até onde Acredito que em Portugal, o turismo orgulho em ter começado este projeto
querem chegar e de que forma? terá tendência a estabilizar e, também agrícola, que é muito especial.
24 ENTREVISTA Portugalglobal nº103

Qual a “marca” que gostaria de ribeirinha do Porto. O mesmo está a para estimular o surgimento de ino-
deixar no setor do turismo? acontecer com o Vila Galé Braga e o vação, com o aparecimento de novos
As coisas boas que fazemos conta- Vila Galé Elvas. produtos e oferta turística, para recu-
giam-nos para fazermos mais e melhor. perar o património histórico e rejuve-
Tenho estado cada vez mais empenha- nescer os centros das cidades.
do em investir no interior do país, em “Discordo de quem
seguir uma visão positiva do desenvol- diz que temos turistas Por isso, discordo de quem diz que
vimento e contrariar a tendência, que a mais. Apenas temos temos turistas a mais. Apenas temos
de distribuir melhor os turistas pelo
às vezes existe em Portugal, de puxar de distribuir melhor
para baixo e de não lutar para ultra- território, apostando especialmente
os turistas pelo
passar as contrariedades que surgem. no interior. Não me canso de dizer
território, apostando que o que é bom para os turistas,
especialmente no é bom para os portugueses. Mas,
Por exemplo, um dos projetos mais di-
interior. Não me há desafios, como a existência de
fíceis que tivemos foi o Vila Galé Alba-
canso de dizer que muitas pessoas que têm prazer em
cora, em Tavira, que era o último arraial
do atum no Algarve. Tivemos de espe-
o que é bom para os dificultar a vida aos empresários e
rar pelo parecer de 15 entidades dife- turistas, é bom para os a burocracia. Desta forma, é preci-
rentes para avançar e adaptá-lo para portugueses.” so consolidar esta indústria. E, para
ser um hotel, mas conseguimos. Hoje que seja realmente competitiva e
é um hotel emblemático e até tem um atrativa, tem de se tratar bem os in-
museu dedicado à pesca do atum. Não O que pensa da indústria portu- vestidores. O país precisa de obras
estragámos nada. Aliás, a requalifica- guesa do turismo? Na sua opinião, e de investimento e para haver in-
ção é outra das características da Vila como é que se pode tornar mais vestimento e investidores, é preciso
Galé. Temos no nosso portefólio algu- competitiva? previsibilidade e saber com o que se
mas unidades que resultam da reabili- O turismo tem mobilizado o paÍs e conta. Não se pode mudar as regras
tação de imóveis e património histórico funcionado como um motor do de- a meio do jogo.

Além disso, é importante que, so-


bretudo no que se refere à captação
de investimento para o interior, haja
incentivos e planos de atração para
empresas. Outro desígnio nacional
que advogo e que só trará benefí-
cios é passarmos a ser um país verde,
que cuida do ambiente e que aposta
na mobilidade elétrica e nas energias
alternativas. A par disto, a competiti-
vidade do setor também deverá focar-
-se na diversidade cultural e na valo-
rização do que é português, porque
é isso que nos diferencia dos outros
destinos. E ainda na formação pro-
fissional e melhoria das carreiras dos
profissionais desta indústria.

Que opinião tem da AICEP e do seu


trabalho?
que estava a degradar-se, como o Vila senvolvimento económico. Assim, A AICEP continua a ser essencial na
Galé Collection Palácio dos Arcos, o está a contribuir fortemente para captação de investimento e de novas
Vila Galé Rio de Janeiro e o novo Vila equilibrar as contas nacionais, reduzir oportunidades para as empresas por-
Galé Porto Ribeira, que nasceu da re- o desemprego e contagiar o país no tuguesas e na divulgação de Portugal
cuperação de quatro imóveis na zona bom sentido. Nos últimos anos, serviu no estrangeiro.
Visite a página
26 MERCADOS Portugalglobal nº103

ÍNDIA
A Índia é uma República Federal, com governo parlamentar, 29 estados e sete
territórios da União, duas línguas oficiais (inglês e hindi), 22 línguas regionais e seis
línguas clássicas (tamil, sanskrit, kannada, telugu, malayalam e odia).
A sociedade indiana é pluralista, multicultural e multiétnica. Potência nuclear, com
um programa espacial relevante, é considerada a democracia mais populosa do
mundo, conforme sublinha João Rodrigues, diretor da AICEP na Índia.
Neste dossier contamos com a participação do embaixador em Nova Deli, João da
Camara, de João Rodrigues e com os testemunhos de Miguel Sinval, managing
director do Grupo Petrotec, e de Rui Miguel Domingues da Cunha, diretor
financeiro da Efacec, empresas portuguesas que marcam presença neste mercado,
e de Jorge Fesch, CEO da Sakthi Portugal SA, que investiu em Portugal.
novembro 2017 MERCADOS 27

PLANEAMENTO, ESTRATÉGIA E VONTADE:


FATORES ESSENCIAIS PARA UMA PARCERIA
DE SUCESSO
Na história das relações modernas entre Portugal e a Índia, o ano de 2017 irá ter
certamente uma menção muito especial. Foi o ano em que assistimos à primeira
visita bilateral de um primeiro-ministro português à Índia e à primeira visita,
mesmo que não-oficial, de um primeiro-ministro indiano a Portugal.

Independentemente dos acordos e e estudo têm aumentado exponen-


memorandos que nas duas ocasiões cialmente nos últimos anos. Ainda
foram assinados e dos compromissos estamos longe do nível que a relação
que então foram assumidos, as visitas luso-indiana deverá ambicionar, mas a
bilaterais revelaram uma inquestioná- tendência é sem dúvida muito positiva.
vel vontade de ambos os países eleva-
rem o patamar do seu relacionamento. Neste momento, ser embaixador na
Índia é não só um grande privilégio
Convirá recordar que nem Portugal e uma enorme responsabilidade, mas
nem a Índia constituíam, até este também extremamente interessante.
ano, prioridade nas respetivas políti- >POR JOÃO DA CAMARA, Há uma nova parceria em formação e
cas externas. Os diálogos existentes EMBAIXADOR DE PORTUGAL esta Embaixada está na linha da frente
não eram significativos e os resultados EM NOVA DELI desse importante projeto.
eram francamente pobres, tanto em
número de visitas oficiais e de contac- Ao nosso papel institucional gosta-
cia mútua a que não são estranhos os
tos institucionais, como nos números ria, contudo, de aliar cada vez mais o
intensos laços de sangue.
do relacionamento económico. apoio às empresas portuguesas que
Temos, igualmente, condições objeti- queiram aproveitar este ambiente fa-
A redescoberta mútua começou com vorável para conhecer o mercado in-
vas e vontade política. Só falta iden-
a preparação da visita do primeiro-mi- diano, para exportarem ou para pro-
tificar claramente os objetivos que
nistro de Portugal e está atualmente a curarem parceiros de negócios.
pretendemos alcançar, estabelecer
fazer o seu caminho. Novos diálogos
uma estratégia para atingir esses ob-
foram estabelecidos, os existentes fo- jetivos e sermos perseverantes, muito No fim de contas são as pessoas e as
ram aprofundados e ambos os gover- perseverantes. Muitas tentativas ante- empresas que fazem as relações entre
nos estão empenhados na criação de riores de elevação do relacionamento os dois países. Os governos e as ad-
um quadro normativo que permita que bilateral falharam, porventura por não ministrações podem ajudar na criação
o relacionamento bilateral avance com estarem reunidas as condições neces- das condições, mas são os agentes
o mínimo de dificuldades possível. sárias, mas sobretudo porque faltou culturais e económicos e as pessoas
planeamento, estratégia e vontade. anónimas que, com o seu interesse ou
Portugal tem o maior interesse em ter desinteresse, elevam ou não uma rela-
uma parceria com a Índia. Apesar das Os primeiros sinais são já, no entanto, ção à condição de relevância.
diferentes ordens de grandeza e das encorajadores. Tivemos recentemen-
diferentes áreas geográficas em que te, e pela primeira vez desde há pelo Espero que as empresas portuguesas
se inserem, existem entre os dois paí- menos dois anos, uma missão empre- possam vir a encarar o mercado in-
ses interesses comuns, baseados em sarial à Índia e a procura de informa- diano como um mercado relevante. A
valores que ambos perfilham e voca- ção por parte dos agentes económicos Embaixada tudo fará para lhes facilitar
ções semelhantes. nos mais diferentes setores aumentou essa avaliação.
significativamente.
Para além disso temos uma história
partilhada, povos que se conhecem Os vistos concedidos por esta Embai- www.novadeli.embaixadaportugal.
há muitos séculos e uma forte influên- xada para turismo e negócios, trabalho mne.pt/pt/
28 MERCADOS Portugalglobal nº103

ÍNDIA, UM MERCADO POR (RE)DESCOBRIR


Com um quinto da população mundial, concentrada numa área correspondente a
três quartos da União Europeia, uma população muito jovem, estimando-se que
65 por cento da população tem menos de 35 anos, a Índia é o segundo país mais
populoso do mundo, encaminhando-se a passos largos para ocupar o primeiro
lugar. Surge como o provável grande mercado do futuro.

O grande repto é, e será, a completa estratégia de crescimento do país, ba-


integração da juventude indiana no seada na crescente industrialização e
mercado de trabalho, de forma a ga- desenvolvimento do mercado interno.
rantir o seu sustento e prosperidade
dentro de um sistema social mais pro- Para atingir este objetivo, o atual go-
gressista e de maior inclusão, enqua- verno indiano lançou um conjunto
drada num marco democrático como, de grandes iniciativas, transversais a
aliás, se tem vindo a verificar. grandes áreas da economia, com o
fim de relançar a actividade económi-
A classe média indiana encontra-se ca, modernizar o país e criar empre-
>POR JOÃO RODRIGUES, em plena expansão e é cada vez mais go, das quais se destacam o Make in
DIRETOR DA AICEP NA ÍNDIA visível a sua influência no estabeleci- India; Digital India; Smart Cities; Skill
mento da agenda política indiana e na India; Housing for all e Start Up India.
novembro 2017 MERCADOS 29

Estes programas criaram uma enorme Num panorama internacional marcado


expectativa, a qual tem sido difícil de por baixas de crescimento económico
Iniciativas para
gerir face a alguma lentidão na sua em muitos países, a Índia tem vindo a
definição e implementação. Tal não registar os maiores índices de cresci- o desenvolvimento
é de estranhar face à enormidade de mento de todas as grandes economias, económico
desafios a enfrentar por estas iniciati- prevendo-se um crescimento consolida-
vas, aliás naturais, tendo em conta a do, em 2017, superior a 6,5 por cento. Make in India
multiplicidade e magnitude de facto- Objetivo: aumentar o nível de in-
res envolvidos e o gigantismo do país. Não admira, portanto, que possa pare- dustrialização do país no sentido
cer um “oásis” de prosperidade num de se tornar na grande fábrica do
deserto de situações difíceis, tanto do mundo.
“O atual governo ponto de vista económico como político. www.makeinindia.com
indiano lançou um
conjunto de grandes No entanto, não obstante grandes
Digital India
sucessos, a economia indiana perma-
iniciativas, transversais Objetivo: fomentar uma econo-
nece, ainda, uma das mais protegidas
a grandes áreas da do mundo.
mia digital para toda a população.
economia, com o fim www.digitalindia.gov.in

de relançar a actividade Para além dos aspetos pautais assumi-


económica, modernizar dos na Organização Mundial do Co-
Smart Cities
Objetivo: criar cidades eficientes
o país e criar emprego, mércio (OMC), ainda bastante eleva-
assentes num modelo sustentá-
das quais se destacam dos, uma intrincada rede de barreiras
vel de gestão de recursos (água,
técnicas, fitossanitárias e fiscais, adi-
o Make in India; Digital energia, etc.).
cionadas a uma complexa burocracia,
India; Smart Cities; Skill constituem obstáculos importantes
http://smartcities.gov.in/content
India; Housing for all e ao aprofundamento da sua abertura,
Start Up India.” sobretudo em termos de comércio ex- Skill India
terno e, mais concretamente, no do- Objetivo: educar os trabalhado-
mínio das importações. res de acordo com as necessida-
Desde a sua independência e até des da indústria.
1991, a Índia seguia um modelo de O governo indiano tem estado extrema- www.skilldevelopment.gov.in/
economia planificada, de forte in- mente ativo na promoção internacional pmkvy.html
fluência soviética, com planos quin- do país, dedicando inúmeros esforços
quenais muito rígidos e forte predo- à atração de investimento estrangeiro Housing for all
mínio da propriedade estatal. Nessa para o seu programa Make in India, vi- Objetivo: construção de habita-
data, teve início um programa de re- sando a transformação deste mercado ções para a população mais ca-
formas, conducentes a uma progres- na grande “fábrica do mundo”. renciada.
siva liberalização e abertura da econo- http://pmaymis.gov.in
mia ao setor privado e a investimentos Apesar do pequeno crescimento do
internacionais, que a transformou fluxo de investimento direto estran- StartUp India
numa das economias de maior e mais geiro (IDE) em 2016, quando compa- Objetivo: incentivo ao empreen-
rápido crescimento no mundo. rado com o ano anterior, a Índia já não dedorismo, através do financia-
está no top 10 em termos de econo- mento de startups.
Do ponto de vista social, contabiliza- mias mais recetivas ao IDE, de acordo https://startupindia.gov.in
ram-se enormes progressos no domí- com a Conferência de Comércio e
nio da saúde pública, educação e inclu- Desenvolvimento das Nações Unidas
são social, apesar de subsistirem ainda (UNCTAD). O IDE em 2016 registou com mão-de-obra qualificada e barata
enormes bolsas de pobreza, tanto rural um valor de 44,4 mil milhões de dó- e um mercado potencial de mil milhões
como urbana. Regista o sétimo maior lares (aproximadamente um por cento de pessoas. Os investimentos na Índia
produto interno bruto (PIB) do mun- superior ao valor de 2015). diminuíram devido à crise da dívida
do, em termos nominais, e a terceira soberana da zona euro, escândalos de
posição no PPC (paridade do poder de O crescimento de IDE na Índia deve-se corrupção e situação política, e falta de
compra). O PIB/habitante é de apenas aos seus ativos, especialmente ao seu resultados, que diminuíram a confiança
pouco mais de 1.600 euros. alto nível de especialização nos serviços, dos investidores. Desde então, foram
30 MERCADOS Portugalglobal nº103

introduzidas reformas, como a abertu-


ra do investimento estrangeiro a reta-
Recomendações nos negócios lhistas de monomarca. Os setores que
mais atraem IDE são: serviços, serviços
•
Existe um forte sentimento de to ou de um PhD), optando-se por de informação e tecnologia e software,
pertença à comunidade. Laços de “Mr”. “Ms.” ou “Miss”, pelo me- indústria automóvel e energia.
solidariedade, confiança e pro- nos no início da relação;
teção fazem dela uma referência Desde 2007 que se prevê a negocia-
importante onde se desenvolvem • Entre indianos usa-se o sufixo “Ji”
ção de um Acordo de Livre Comércio
os negócios; a seguir ao nome ou de forma in-
e Investimento (ALCI) com a União Eu-
dependente ou “Shri” como pre-
ropeia, cujos resultados se pretendem
• As empresas indianas, mesmo as fixo enquanto demonstração de
abrangentes, ambiciosos e equilibra-
grandes holdings, estão alicerça- respeito;
dos. Todavia, o início das negociações
das nas teias de relações familia-
tem vindo a ser sistematicamente adia-
res e comunitárias. Neste sentido, • Aos colegas ou interlocutores do
do, tanto por razões de ordem técnica
um empresário ocidental pode sexo feminino cabe normalmente
como políticas. Do lado europeu a con-
regularmente confrontar-se com a iniciativa de saudarem os colegas
juntura atual não é a melhor. Do lado
decisões de contratação que se ou interlocutores do sexo mascu-
indiano, cuja grande maioria de produ-
baseiam tanto em critérios obje- lino. Em meios mais tradicionais
tos de exportação já tem acesso livre
tivos de competência como nas ou com mulheres de mais idade, o
ou praticamente livre à Europa, uma
solidariedades existentes no seio aperto de mão não deve ser utiliza-
abertura às importações é vista por cer-
da família/comunidade; do – o sinal típico de saudação e de
tos círculos económicas como altamen-
respeito é a posição das “mão pos-
te ameaçadora da indústria local, não
• O sistema de castas, ainda presente tas” (palmas juntas) diante da face
se vislumbrando grande entusiasmo na
no quotidiano dos indianos, pode da pessoa que saúda – mas tal não
conclusão das negociações.
dificultar o estabelecimento de sis- é necessário em meios urbanos;
temas de promoção e de reconhe-
cimento baseados no mérito. Nas • A noção de tempo é muito diferente
empresas indianas o sistema hie- para um indiano e para um ociden- “Num panorama
rárquico, o estatuto de chefia, bem tal. Num evento que se encontre
internacional marcado
como a antiguidade em determi- previsto começar às 19 horas, por
exemplo um cocktail, as pessoas
por baixas de
nados postos são valorizados, res-
peitados e raramente desafiados; podem chegar uma hora depois; crescimento económico
em muitos países, a Índia
• A tomada de decisões é muitas ve- • Há uma enorme cultura de troca tem vindo a registar
zes lenta e o culminar de um pro- de cartões-de-visita, pelo que é
os maiores índices de
cesso de amadurecimento. Fazer aconselhável trazê-los em número
prova de flexibilidade é encarado suficiente. Devem ser apresenta- crescimento de todas
pelos indianos como um sinal positi- dos com ambas as mãos; as grandes economias,
vo no decurso de uma negociação; prevendo-se um
• A sociedade tradicional indiana foi
crescimento consolidado,
• O desacordo é raramente expresso durante milénios extremamente
hierarquizada com uma mobilida-
em 2017, superior a 6,5
de maneira direta. O uso da pala-
vra “não” é frequentemente evi- de social virtualmente impossível. por cento.”
tada, sendo substituída por uma O sistema de castas foi oficialmen-
negação indireta que toma muita te banido mas ainda subsiste de
vezes a forma de uma resposta forma mais velada. No entanto, A balança comercial indiana, de bens e
vaga e indeterminada; a Índia é o país com mais mulhe- serviços foi, em 2016, de cerca de 897
res que ocupam lugares de CEO mil milhões de euros, (um decréscimo
•
No relacionamento interpessoal (Chief Executive Officer) no mun- de 10 por cento em relação a 2014,
são dispensados os títulos profis- do inteiro, e já teve um presidente ano em que registou os valores mais
sionais “Professor” e “Doutor” (na da república da casta “intocável”, elevados de sempre) sendo os princi-
Índia este último é apenas devido a o que demonstra também a capa- pais países fornecedores a China, Ará-
um detentor de um doutoramen- cidade de evolução do país. bia Saudita, Emirados Árabes Unidos,
Suíça e Estados Unidos da América, e
novembro 2017 MERCADOS 31

os principais clientes os Estados Unidos pela produção local. A indústria terá cia de mecanismos de financiamento
da América, Emirados Árabes Unidos, necessidade de incorporar processos e capazes de apoiar as empresas.
China, Hong Kong e Reino Unido. produtos de crescente sofisticação.

A quebra na balança comercial dever- Apesar das inúmeras dificuldades que “Não admira, portanto,
-se-á, entre outros motivos, a algum apresenta para qualquer empresa es- que possa parecer um
endurecimento da atitude protecio- trangeira, a Índia pela sua dimensão,
‘oásis’ de prosperidade
nista do mercado indiano e a algumas presente e futura, é um mercado in-
expectativas goradas por parte dos contornável a médio e longo prazo
num deserto de
agentes económicos, derivadas da para as empresas portuguesas. situações difíceis,
incipiente implementação dos progra- tanto do ponto de
mas governamentais em curso. A dimensão do mercado, o seu índice vista económico como
de crescimento e as necessidades que político.“
De notar, contudo, que as iniciativas tem para o sustentar, a par da diferen-
do governo indiano, nomeadamen- ça de escala existente entre ambas as
te o Make in India, vão criar novas economias, fazem com que as opor- São muitos os setores e segmentos da
oportunidades na indústria, além das tunidades de negócio tenham mais a atividade económica onde as empre-
já existentes. ver com a capacidade das nossas em- sas portuguesas não têm ainda pre-
presas do que propriamente com um sença, expressão comercial ou investi-
A Índia é um enorme mercado e conta eventual défice de procura no âmbito mento, mas onde se poderão verificar
ainda com um potencial de crescimen- do próprio mercado. oportunidades de negócio.
to único no mundo. As necessidades
decorrentes dos grandes projetos em Neste sentido, o músculo financeiro é Por outras palavras, não será pelo facto
curso, nomeadamente o Make in In- um fator determinante e fundamental das empresas portuguesas não estarem
dia, não poderão ser satisfeitas apenas neste mercado, bem como a existên- presentes que as oportunidades não
32 MERCADOS Portugalglobal nº103

Análise SWOT existem, já que as características deste


mercado requerem fundamentalmente
consistência e regularidade na estraté-
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
gia de abordagem. Só assim as empre-
• Mão-de-obra qualificada barata; • Infraestruturas deficientes que sas portuguesas poderão beneficiar do
implicam dificuldades acrescidas seu enorme potencial e retirar dele as
• Reformas sucessivas para
às empresas em certas áreas (por oportunidades de negócio que existem.
diminuir barreiras ao comércio e
exemplo na área da logística);
investimento;
• Rendimento per capita muito A entrada no mercado indiano não é
• Make in India – programa
baixo quando comparado às tarefa fácil. As diferenças culturais são
de promoção e captação
principais economias, o que enormes e os obstáculos também. É
de investimento estrangeiro
implica um padrão de consumo um mercado que exige preparação,
necessário ao desenvolvimento
baixo e pouco diversificado. perseverança, visão estratégica, capa-
do país.
cidade financeira e dimensão. A sua
OPORTUNIDADES AMEAÇAS dimensão – um quinto da população
mundial – e a sua zona de influência –
• Proximidade geográfica • Grande peso da economia Ásia, Médio Oriente e Áfricas Oriental
aos mercados ASEAN em informal – condições de trabalho e do Sul – a isso obrigam.
crescimento; precárias;
• Investimentos constantes em • Acréscimo de barreiras ao Recomendamos que as empresas es-
infraestruturas e setores da água comércio: tarifárias e não tudem bem o mercado e as oportuni-
e energia; tarifárias – Standards; dades que se lhes apresentarem tendo
• E-commerce – população com • Enormes diferenças culturais. em conta as enormes diferenças cul-
acesso à internet em grande turais existentes. Têm que lhe dedicar
crescimento; tempo e, para isso, têm que ter a cer-
teza de que dispõem de recursos hu-
• Existência de programas
governamentais de alto impacto manos suficientes e qualificados.
(Make in India, Digital India;
Smart cities, Skill India; Housing Contactem-nos, venham à Índia e
for all; StartUp India). já sabem que contam com o nosso
apoio incondicional.
• Em vias de se tornar o país mais
populoso do mundo.
aicep.newdelhi@portugalglobal.pt
novembro 2017 MERCADOS 33

RELACIONAMENTO ECONÓMICO
COM PORTUGAL
No que respeita às relações económicas com Portugal o mercado indiano assume
uma posição modesta no contexto do comércio internacional português de bens e
serviços. Em 2016, a quota da Índia foi de 0,17 por cento enquanto cliente, e de 0,71
por cento como fornecedor, retomando uma aproximação aos valores de 2014.

As exportações portuguesas de bens e Em termos de importações, verifi- 511,1 milhões de euros. A variação
serviços para a Índia aumentaram em caram-se reduções em 2012 e em média entre 2016 e 2012 foi de 11,6
2012 (113,8 milhões de euros) e em 2015 e aumentos em 2013 e em por cento.
2013 (147,9 milhões de euros) dimi- 2014. O montante das importações
nuindo em 2014 e em 2015. Em 2016 em 2015 (453,8 milhões de euros) O saldo da balança comercial é desfa-
o valor das exportações aumentou foi inferior aos registados em 2012 vorável a Portugal, registando-se em
para 129 milhões de euros. A variação (335,6 milhões de euros) e em 2014 2015, um défice de 339,9 milhões de
média entre 2016 e 2012 situou-se (479,8 milhões de euros). Em 2016, euros e em 2016 um défice de 382,2
em 4,9 por cento. as importações aumentaram para milhões de euros.

QUOTA DA ÍNDIA NO COMÉRCIO INTERNACIONAL PORTUGUÊS DE BENS E SERVIÇOS

2012 2013 2014 2015 2016

Índia como cliente de Portugal % Export. 0,18 0,22 0,17 0,15 0,17

Índia como fornecedor de Portugal % Import. 0,52 0,60 0,70 0,64 0,71
Fonte: Banco de Portugal

BALANÇA COMERCIAL DE BENS E SERVIÇOS DE PORTUGAL COM A ÍNDIA

2012 2013 2014 2015 2016 Var % 16/12a Var % 16/15b


Exportações 113,8 147,9 118,2 113,9 129,0 4,9 13,2
Importações 335,6 391,3 479,8 453,8 511,1 11,6 12,6
Saldo -221,8 -243,4 -361,6 -339,9 -382,2 -- --
Coef. Cob. 33,9 37,8 24,6 25,1 25,2 -- --
Fonte: Banco de Portugal Unidade: Milhões de euros
Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2012-2016; (b) Taxa de variação homóloga 2015-2016 Devido a diferenças metodológicas
de apuramento, o valor referente a “Bens e Serviços” não corresponde à soma [“Bens” (INE) + “Serviços” (Banco de Portugal)]. Componente de Bens com base em
dados INE, ajustados para valores f.o.b.
34 MERCADOS Portugalglobal nº103

Índia em ficha
(AIADMK); All India Trinamool Congress (AITC); Biju Janata Dal (BJD); Shiv
Sena (SS); Telugu Desam Party (TDP); Telangana Rashtra Samithi (TRS)

Capital: Nova Deli

Outras cidades importantes: Mumbai (Bombaim); Kolkata (Calcutá);


Chennai (Madras); Bangalore; Hyderabad .

Religião: A maioria da população é hindu, existindo também


muçulmanos e ainda outras minorias, tais como cristãos e sikhs, entre
outras.

Língua: A língua oficial é o hindi, sendo a mais falada pela população.


O inglês é normalmente utilizado na administração, na área dos
negócios e como segunda língua. A Constituição reconhece ainda 14
dialetos regionais.

Unidade monetária: Rupia indiana (INR)


1 EUR = 76,4977 INR (Banco de Portugal, média mensal - outubro 2017)

Risco País:

Risco geral - BB
(AAA = risco menor; D = risco maior) - EIU

Risco Político - BBB

Risco de Estrutura Económica - BB


Área: 3 287 263 km2
Risco de crédito: 3
População: 1 324 milhões de habitantes (2016) (1 = risco menor; 7 = risco maior) - COSEC, outubro 2017

Densidade populacional: 402 hab./km2 (2016)

Designação oficial: República da Índia (República federal com 29


Ambiente de Negócios
estados e sete territórios)

Chefe de Estado: Presidente Ram Nath Kovind Competitividade – 40º


(Rank no Global Competitiveness Index 2017/18)
Primeiro-ministro: Narendra Modi Transparência – 79º
(Rank no Corruption Perceptions Index 2016)
Data da atual Constituição: janeiro de 1950 (tendo existido muitas
Ranking Global – 63º
alterações) (EIU, entre 82 mercados)
Principais Partidos Políticos: Bharatiya Janata Party (BJP); Indian Facilidade de Negócios – 100º
(Rank no Doing Business Rep. 2018)
National Congress (INC); All India Anna Dravida Munnetra Kazhagam

Endereços úteis

Embaixada da Índia Embaixada de Portugal AICEP Nova Deli India Trade Promotion
em Portugal na Índia Embaixada de Portugal na Índia Organisation (ITPO)
Rua Pêro da Covilhã, 16 No.4, Panchsheel Marg No.4, Panchsheel Marg Pragati Bhawan - Pragati Maidan
1400-297 Lisboa Chanakyapuri Chanakyapuri New Delhi 110001
Tel.: +351 213 041 090 New Delhi 110021 - India New Delhi 110021 - India Tel.: +91 11 23371540
Fax: +351 213 016 576 Tel.: +91 11 46071001/5/6 Tel.: +91 11 46071031/32/33 Fax: +91 11 23371492
amb.lisbon@mea.gov.in Fax: +91 11 46071003 aicep.newdelhi@ info@itpo.gov.in
www.indembassy-lisbon.org embassy@portugal-india.com portugalglobal.pt www.indiatradefair.com
www.portugal-india.com/pt www.portugalglobal.pt
novembro 2017 MERCADOS 35

TESTEMUNHOS DE EMPRESAS

GRUPO PETROTEC
ÍNDIA, UM MERCADO POR EXPLORAR
O Grupo Petrotec, com mais de três décadas de experiência, agrega um conjunto de
empresas cuja atividade está centrada na produção, comercialização e assistência
técnica a equipamentos e sistemas para as áreas de armazenamento, distribuição e
retalho da indústria petrolífera. Destaca-se a produção de bombas de combustível,
equipamentos para lavagem de veículos, bem como sistemas de pagamento e
automação para frotas e postos de abastecimento e soluções EPC para postos de
abastecimento e terminais de distribuição e armazenamento de combustíveis.

>POR MIGUEL SINVAL,


MANAGING DIRECTOR

Com cerca de mil colaboradores em


todo o mundo e distribuidores nos
cinco continentes, o Grupo Petrotec
encontra-se atualmente representado
em 84 países e com operações diretas
em oito, nomeadamente na Índia.

De forma a suportar a expansão in-


ternacional do Grupo, tornou-se fun-
damental reduzir o custo de produção
de forma a aumentar a competitivida-
de a nível global. O mercado indiano
foi, então, identificado como porta de
res, com uma unidade industrial equipa- Apesar de se tratar de um país com
entrada e centro de produção para os
da com tecnologia de ponta CNC – para grande dimensão e volume, com uma
mercados asiáticos, efetivando-se o iní-
a maquinagem de componentes críticos procura interna muito intensa, é um
cio das operações na Índia em 1999.
– e com equipamentos avançados de mercado, salvo raras exceções, que é
Localizada em Gandhinagar, no estado medição geométrica e de controlo, per- fortemente impulsionado pelo custo do
de Gujarat, a Petrotec Índia conta com mitindo o fornecimento de produtos de produto, marginalizando por vezes o
cerca de uma centena de colaborado- qualidade altamente fiáveis. conceito de qualidade.
36 MERCADOS Portugalglobal nº103

Após 15 anos de operações na Índia, são onde por vezes “sim” significa “não” produtos industriais e de transporte,
vários os fatores críticos de sucesso que e onde o rígido sistema hierárquico tecnologias de informação, equipa-
se devem ter em conta, nomeadamente é extremamente valorizado e, rara- mentos eletrónicos, farmacêutica,
a qualificação e formação dos recursos mente, desafiado. entre outros. Contudo, têm ainda
humanos, associados à implementação a necessidade de importar diversos
de políticas de retenção de colaborado- Apesar de tudo, depois de se perce- bens e serviços como produtos agrí-
ber todo o enquadramento e de se colas, minerais, combustíveis e mate-
identificar claramente os condiciona- riais de construção.
“A Índia está a realizar lismos deste mercado, existem gran-
avanços notáveis des oportunidades a explorar. O fator O maior desafio no estabelecimento
em diversos campos de escala/volume, que será traduzido sólido de uma empresa estrangeira
como nos produtos como fonte de produção a custos na Índia passa por ser resiliente nos
mais reduzidos, assim como o cres- primeiros anos, já que normalmente
industriais e de
cimento económico interno alavan- não existem ganhos a curto prazo, a
transporte, tecnologias
de informação,
equipamentos
eletrónicos,
farmacêutica, entre
outros. Contudo, têm
ainda a necessidade de
importar diversos bens e
serviços como produtos
agrícolas, minerais,
combustíveis e materiais
de construção.”

res de elevado potencial (considerando


a elevada rotatividade de colaboradores
nas empresas, com aumentos salariais
anuais entre 10 e 15 por cento); os for-
tes investimentos em sistemas de con-
trolo da qualidade, tanto em produção
quanto em processo; a adaptação dos
processos internos do Grupo à realidade
local; e a criação de verdadeiras parce-
rias com fornecedores críticos.
cado por uma população jovem com não ser pela via de atividades puras
Uma das principais dificuldades de rendimento familiar em expansão, de trading.
adaptação à Índia é assimilar a hete- são algumas delas.
rogeneidade do país, bem diferente Vale a pena investir na Índia, mas para
da cultural ocidental, em que os mais Muitas empresas multinacionais têm tal é necessário que, antecipadamen-
de 1,3 mil milhões de indianos se dis- na Índia a sua base industrial, ma- te, se estude bem o país e a cultura,
tribuem geograficamente por mais terializando as vantagens de custos definindo claramente os objetivos a
de 29 estados e sete territórios da laborais mais baixos e crescente pro- atingir, assumindo ou não a neces-
união, distintos entre si, quer através dutividade, bem como a abundância sidade de se suportar em parceiros
do idioma local, quer através de par- de mão-de-obra qualificada e o uso locais no momento da implantação.
ticularidades culturais. Naturalmente generalizado da língua inglesa. Sem dúvida que paciência e persis-
que a forma de trabalhar e negociar tência são palavras de ordem.
têm de ser ajustadas de local para lo- A Índia está a realizar avanços notá-
cal, mesmo dentro do próprio país, veis em diversos campos como nos www.petrotec.pt
novembro 2017 MERCADOS 37

EFACEC
DEZ ANOS DE SUCESSO NA ÍNDIA
A Efacec posiciona-se como o parceiro ideal em soluções à medida do cliente para
as áreas da energia, mobilidade e ambiente. Somos o maior fornecedor português
de soluções para a indústria elétrica e eletromecânica, desenvolvendo produtos
tecnologicamente avançados, soluções e sistemas nas quais milhões de pessoas
confiam diariamente. As nossas atividades estão centradas numa cultura de
inovação, pesquisa e desenvolvimento.

desenvolvimento. Desenvolvemos as A Efacec está também a fornecer, atra-


mais avançadas tecnologias, basea- vés da sua unidade de Automação e Sis-
das na competência, qualidade e es- temas de Energia, a Bescom - Bangalore
pirito empreendedor. Electricity Supply Company Limited os
equipamentos e sistemas para um pro-
Com uma presença em mais de 60 jeto de modernização da rede de distri-
países, 90 por cento da tecnologia da buição elétrica de Bangalore, a capital
Efacec é desenvolvida internamente, do estado de Karnataka, considerada,
aumentando o nosso reconhecimento também, a capital tecnológica do país.
internacional.
>POR RUI MIGUEL Saber adaptar-se à cultura local e
DOMINGUES DA CUNHA, A Efacec está presente na Índia des-
colocar pessoas de confiança nos lu-
DIRETOR FINANCEIRO de 2008 e tem atualmente uma ope-
gares estratégicos, são os principais
ração em Nashik, no estado de Ma-
harashtra, com duas unidades fabris fatores a ter em conta na entrada no
Uma combinação única de enge- focadas na produção de aparelhagem mercado indiano. Em muitas cidades
nharia, conhecimentos de gestão e de média tensão (switchgear) e que os negócios são feitos em idiomas lo-
tecnologia de ponta permite que a empregam cerca de 70 pessoas dire- cais, pelo que é vital ter colaboradores
Efacec se mantenha na liderança nos tamente e muitas mais indiretamente. que ajudem as equipas de gestão a
mercados nacional e internacional. Estas unidades desenvolvem produtos navegar nesta complexidade extra.
Estes fatores são a base de susten- e soluções para os vários mercados de
tação para o nosso crescimento e exportação da Efacec. www.efacec.pt
38 MERCADOS Portugalglobal nº103

SAKTHI PORTUGAL
DEIXAR MELHOR ÀS GERAÇÕES FUTURAS
É com imenso gosto que aceito o convite da AICEP para deixar um testemunho
sobre a Sakthi Portugal, que acredito ser um exemplo paradigmático da
importância do relacionamento entre a Índia e Portugal e de como ele se revela
mutuamente frutuoso.

A Sakthi Portugal S.A. é uma empresa Portugal, tal como o é na India, nos
portuguesa de capitais indianos, des- Estados Unidos da América ou na Chi-
de 2007, que emprega hoje cerca de na, onde o grupo está presente.
700 pessoas nas suas três localizações
(Maia, Águeda e Trofa). A nossa visão é a de “satisfazer conti-
nuamente a nossa equipa e os nossos
Nasceu para conceber, desenvolver e clientes” – se ambos estiverem satis-
produzir componentes de segurança feitos a empresa irá prosperar. Somos
crítica (travões, suspensão, transmis- uma empresa de pessoas, produzimos
são, motor e direção) em ferro nodu- conhecimento e antecipamos soluções.
lar para a indústria automóvel. >POR JORGE FESCH,
CEO DA SAKTHI PORTUGAL, SA Graças a esta visão, temos crescido
Hoje, a partir de Portugal, quase só desde 2011, produzido constantes
com portugueses e com cerca de 70 inovações mundiais no setor e desen-
por cento de incorporação nacional, “Entregar às gerações futuras melhor volvido uma gestão que tem na me-
fornecemos os maiores construtores do que recebemos” é a missão que lhoria contínua um modo de vida.
automóveis – nove em dez dos mo- nos deixou M. Mahalingam, “pai” do
delos mais vendidos na Europa têm a grupo, filantropo e personalidade ins- Em 2015, lançámos um projeto da
marca da Sakthi Portugal. piradora para todos nós na Sakthi, em comunidade para a comunidade, o
novembro 2017 MERCADOS 39

Butterfly, o plano estratégico de cres- deram-nos a honra de inaugurarem a “Melhor estratégia de Crescimento”;
cimento que tem no conhecimento o Sakthi Portugal SP21, um investimen- • EDP – “melhor prática” na área da
seu maior foco. to de 36 milhões de euros, apoiado
energia (Save2Compete);
pelo Portugal 2020 e com o acompa-
nhamento da AICEP e de outras enti- • A satisfação dos clientes atinge os
Pretendemos passar dos 100 milhões
de euros de vendas atuais para os 250 dades, que reconheço. 97 por cento e a dos colaboradores
milhões alargando as especialidades: 92 por cento.
alumínio, maquinagem, montagem e Este ano, na Trofa, lançou-se a pré-
novos tratamentos de superfície, to- -maquinagem e maquinagem, que dá Para 2020-2025 pretendemos con-
dos suportados em I&DT dedicado, corpo à subida na cadeia de valor e solidar-nos como parceira de desen-
inovação e um forte programa de res- tem como primeiros clientes a BMW e volvimento e inovação do construtor
ponsabilidade social. a Volkswagen. automóvel, baseada em ferramentas
únicas de inteligência artificial que de-
Em 2015, lançámos o Centro de Inova- Até 2020, a fundição e maquinagem
senvolvemos e que queremos alargar
ção e Tecnologia N. Mahalingam (www. de alumínio, os projetos de monta-
a todas as áreas da empresa.
citnm.pt) para a educação, formação, gem e o alargamento das tecnologias
I&DT e inovação. Tal como a empresa, de tratamento de superfície estarão
em marcha. Por tudo isto acredito que a Sakthi
o centro encontra muita da sua força
Portugal é uma demonstração viva de
em parcerias duradouras e em “trazer
Há reconhecimento dos parceiros, co- quão atrativo é Portugal como destino
conhecimento para dentro” – não po-
laboradores e clientes: de investimento e das boas relações
demos saber tudo de todos os assuntos.
• Continental Automotive: “Fornece- Portugal-India.
Em fevereiro de 2017, o primeiro- dor do Ano 2016”;
-ministro e a embaixadora da Índia •
Kaizen Institute Western Europe: www.sakthiportugal.pt
40 EMPRESAS Portugalglobal nº103

BUREL A Burel nasceu em 2009 quando os funda-


dores da empresa compraram e recuperaram

INOVAÇÃO NA TRADIÇÃO uma fábrica em Manteigas, na Serra da Estrela,


tendo, no entanto, mantido os equipamentos
que ainda hoje lá continuam a dar a alma an-
cestral ao produto.

Recuperar um património esquecido – a A empresa foi buscar o seu nome, precisamen-


lã de ovelha –, dar trabalho à população te, ao burel, um tecido feito de pura lã de ovelha
local e elevar um produto outrora usado usado pelos pastores da Serra da Estrela para se
para proteger os pastores dos elementos protegeram do frio, e que pela sua resistência
da montanha para o transformar em peças e versatilidade pode ser aplicado em inúmeras
de design e arte, foi o objetivo de Isabel soluções que vão desde a moda, à decoração
Costa e de João Tomás quando, em 2009, e à arquitetura. A marca veio perpetuar um sa-
ber geracional dos mestres da Serra da Estrela e
decidiram recuperar uma fábrica de lanifícios
adaptá-lo às necessidades contemporâneas.
na Serra da Estrela, criando a Burel. Além do
mercado nacional, a empresa tem apostado Do contacto com alguns designers nasceu a
na exportação dos seus produtos, estando inspiração para o fabrico de novos produtos
presente em mercados como o Japão, os usando o burel como matéria-prima e, ainda
Estados Unidos, um pouco por toda a Europa em 2009, abriram a primeira loja no centro de
e o Canadá. Lisboa, no Chiado, que foi muito bem recebida
novembro 2017 EMPRESAS 41

por ser diferente e inovadora. Hoje a Burel con- do deixado de ser Burel Factory e passado a ser
ta com três lojas em Portugal – em Lisboa, no o Grupo (“ou a família”) Burel Mountain Origi-
Porto e em Manteigas, onde se encontra a Burel nals, reforçando, dessa forma, o seu conceito
Factory – e está presente em vários países atra- de marca vinda da montanha, mas adaptada
vés de pontos de revenda selecionados. Atual- aos tempos que correm. 2016 foi também o
mente conta com cerca de 70 colaboradores. ano em que a empresa continuou a crescer no
mercado internacional, tanto a nível de ven-
De acordo com Isabel Costa, CEO da empresa, das, como em termos de mercados estratégi-
a Burel é a ‘marca umbrella’ do grupo (Burel cos para onde exporta.
Mountain Originals), sendo constituída por vá-
rias marcas: Mantecas (a marca das mantas), Relativamente à estratégia de internacionali-
Casa das Penhas Douradas Expedition Design zação, a Burel continua a marcar presença em
Hotel (o hotel nas Penhas Douradas), a Pousada grandes feiras de design internacionais, de forma
de São Lourenço (o novo hotel da Burel na Serra a reforçar o posicionamento nesse segmento.
da Estrela com abertura prevista para fevereiro
de 2018), a Lanifícios Império (a marca renasci- “Com isso conseguimos também mostrar a nos-
da só dedicada a tecidos de confeção), a Burel sa marca e o nosso produto a profissionais do
Factory (a marca da fábrica que também é um setor que reconhecem a nossa qualidade e ca-
museu e tem visitas guiadas) e a Burel dedicada pacidade de inovação e o procuram levar com
a produtos de moda, design, decoração, reves- eles. Assim tem acontecido e é por isso que va-
timentos, design de interiores e gifts. mos estando presentes em mercados que nem
sequer imaginávamos há uns anos atrás como
A marca é responsável por toda a produção o Japão, os Estados Unidos, um pouco por toda
e só usa “recursos locais da Serra das Estre- a Europa e o Canadá. Isto sem nunca esquecer-
la, com a lã a ser fornecida pelos pastores da mos a nossa portugalidade e a humildade que
montanha e tosquiada de forma manual para nunca deixaremos de ter”, afirma Isabel Costa.
não causar ‘stress’ ao animal”, como explica
a mesma responsável, acrescentando: “Rege- Além da confeção, onde se destacam as ca-
mos-mos pelo respeito pela natureza que nos pas em burel, a empresa de Manteigas fornece
deu o engenho e o saber e pela sustentabilida- igualmente tecido para várias marcas e, apesar
de. Fazemos questão de continuar a herança de em Portugal apenas venderem nas suas lo-
patrimonial que recuperámos, mas adaptada jas, internacionalmente conta com alguns par-
à contemporaneidade através do uso de bom ceiros de revenda.
‘design’, cores novas e próprias e objetos adap-
tados para a vida moderna e cosmopolita”. Neste momento a empresa está também a
apostar no ramo da arquitetura e do design de
2016 foi um ano muito importante para a Bu- interiores, através dos revestimentos, painéis e
rel. A empresa fez o rebranding da marca, ten- algumas peças artísticas que desenvolve adap-
tadas a cada projeto, estando, neste domínio,
prevista para breve a abertura, em Lisboa, de
uma nova loja vocacionada para a arquitetura,
design de interiores e decoração. Na área da
hotelaria, o grupo deverá inaugurar em feve-
reiro um hotel de 5 estrelas na Serra da Estrela,
a Pousada de São Lourenço.

Internacionalmente o objetivo é chegar a mais


países, marcar posição na área de revestimentos
e apresentar ao mundo um produto português
de qualidade, como conclui a CEO da Burel.

info@burelfactory.com
https://burelfactory.com/pt
42 EMPRESAS Portugalglobal nº103

ULTIMATE POWER®
TECNOLOGIA PORTUGUESA
AO SERVIÇO DA MUDANÇA
A ULTIMATE POWER é uma jovem empresa portuguesa, criada
em outubro de 2012 com capitais próprios, cuja estratégia
assenta na melhoria da eficiência energética contribuindo para
a diminuição significativa do consumo dos combustíveis fósseis
e asegurando, desta forma, a redução das emissões de gases
nocivos para o ambiente.

O investimento prioritário da ULTIMATE A empresa produz e distribui mundialmente


POWER®, Lda., foi efetuado em investigação e um vasto portefólio de dispositivos designados
desenvolvimento (I&D), pilares básicos da em- por ULTIMATE CELL®, quer para a optimização
presa, recorrendo ao outsourcing de empresas de motores de combustão interna de pequenas
portuguesas para várias tecnologias e métodos e grandes dimensões, quer para todo o tipo de
de produção, com exceção da fase de controlo aplicações industriais de combustão contínua
de qualidade e expedição para o cliente final como sejam: as fábricas de cimento; vidro; pas-
que fica a cargo da própria empresa. ta de papel; siderurgia; e grandes centrais de
novembro 2017 EMPRESAS 43

energia, apresentando-se como uma inovação No médio prazo, os objetivos da empresa passam
no mercado mundial. pelo desenvolvimento de um dispositivo low-cost
para os motociclos dos grandes países emergen-
Os dispositivos para a optimização de motores tes e pela implantação de algumas assembly lines
de combustão interna, patenteados internacio- em outros mercados. Passam, também, pela de-
nalmente, reduzem o consumo de combustível finição de um plano de marketing global das em-
até 30 por cento e as emissões de gases de es- presas e produtos ULTIMATE CELL®, para o qual
cape até 80 por cento, sendo eficazes em moto- esperam contar com a cooperação estreita da AI-
res a gasóleo, gasolina, biodiesel, etanol e GPL. CEP, segundo refere a mesma fonte da empresa.
São produzidos em diferentes tipos conforme a
utilização a que se destinam: veículos ligeiros, A cultura de empreendedorismo está na origem
camiões, equipamentos pesados e geradores de da ULTIMATE POWER® e é cada vez mais valo-
energia, navios e embarcações. Os “Ultimate rizada. A empresa tem abordagens “anti-crise”
Cell Large Engine” (UCLE) são produtos espe- para os clientes que precisam de racionalizar cus-
cíficos para grandes motores utilizados em na- tos de imediato e soluções para os que querem
vios, maquinaria pesada, geradores e comboios. aumentar a diferenciação no seu negócio. Neste
sentido, Vítor Gonçalo afirma que “sabemos que
as novas tecnologias visam estar cada vez mais
"Desde o início, a Ultimate próximos de todas os setores de atividades. Te-
Power tem estado mos novos acionistas, novos parceiros e estamos
comprometida com os seus abertos a congregar novas vontades”.
stakeholders, num processo
A ULTIMATE POWER® aposta na investigação e
de melhoria contínua para
desenvolvimento contínuos e está atenta a seto-
assegurar um crescimento res como a energia ou os transportes, onde se
sustentável no longo preveem grandes mudanças. A internacionaliza-
prazo dos seus negócios. A ção e a inovação mostram que “o foco da em-
empresa pretende responder presa continua onde sempre esteve: à frente”.
às questões ambientais,
económicas e sociais de hoje e O responsável afirma ainda que “pretende que
VÍTOR GONÇALO,
o país conte connosco para os projetos estru-
CHAIRMAN E CEO
dos dias vindouros."
turantes e de vanguarda internacional. Quere-
mos antecipar as tendências que vão mudar o
Por seu lado, o “Ultimate Cell for Continuous mundo e redefinir a nossa própria razão de ser
Combustion” (UCCC) destina-se a aplicações enquanto empresa. A oportunidade existe. Te-
industriais utilizando carvão, petcoque, CDR’S e mos os meios, a determinação e a audácia”.
fuel oil. O UCCC tem ainda pendente um pro-
cesso de patente, sendo que está previsto que Os produtos e serviços da ULTIMATE POWER®
os seus resultados conduzam a uma poupança estão a dar uma clara contribuição para a imple-
de milhões de euros e reduções de emissões de mentação da Estratégia Europa 2020, acrescen-
gases prejudiciais. Espera-se um um retorno de ta o sócio-gerente da empresa. Exemplo disto é
investimento muito atrativo para o cliente final. a aprovação da instalação pelo governo portu-
guês da ULTIMATE CELL® Car Engine (UCCE)
De acordo com o sócio-gerente Vítor Gonçalo, para veículos ligeiros e também a solução en-
a ULTIMATE POWER® apostou numa estraté- contrada para a entrada na cidade de Lisboa de
gia de internacionalização com base em em- carros fabricados entre 1992 e 1999, proibidos
presas distribuidoras, tendo para este efeito anteriormente por causa das emissões, e ora
privilegiado como localização os continentes denominada Zona de Emissões Reduzidas (ZER).
americano, europeu e africano. Foram criadas
a Ultimate Power Australásia, Lda., proprieda- A ULTIMATE POWER® é certificada peIa
de integral da ULTIMATE POWER®, e a ULTI- SO9001: 2008 pela ABS Quality Evaluations,
MATE CELL, Lda., orientada principalmente Inc. (ABS QE).
para dar suporte à I&D, designadamente ao
nível dos licenciamentos e patentes. www.ultimatepower.pt
44 EMPRESAS Portugalglobal nº103

FACTOS & TENDÊNCIAS


de cada um dos países. No entanto, o -membros da UE, em outros países
continente africano permanece muito europeus e em países vizinhos e avalia
vulnerável e dependente da conjuntu- os pontos fortes e fracos dos sistemas
ra económica mundial, sobretudo ao nacionais de inovação. O novo siste-
nível dos países produtores de petró- ma de medição é composto por dez
leo, como a Nigéria, Angola, Chade e dimensões, incluindo uma, nova, so-
Guiné Equatorial. bre o ambiente propício à inovação.
CONSULTAR CONSULTAR

“Entrepreneurship “Polish industry


at a Glance 2017” Outlook - Tackling the
“World Economic (OCDE, September 2017) gap between labor
Outlook – October Na maioria dos países da OCDE a costs and productivity”
2017” (International criação de empresas está a recuperar (Roland Berger,
e mesmo a ultrapassar os níveis ante-
Monetary Fund) August 2017)
riores à crise. Por outro lado, assiste-
Na sua recente análise prospetiva, o -se à redução das falências – no final Com crescimento sistemático nos últi-
Fundo Monetário Internacional reviu de 2016, o seu número tinha voltado mos 20 anos, a Polónia foi o único país
em alta o desempenho da economia aos níveis pré-crise, ou eram inferio- da UE que não sofreu qualquer contra-
mundial, apontando para um cres- res em muitos dos países. A tendência ção económica na crise financeira de
cimento de 3,6 por cento e 3,7 por aponta para o aumento da participa- 2007-2008. A produção industrial de-
cento em 2017 e 2018, respetivamen- ção dos serviços tanto na criação de sempenha um papel vital na economia,
te. Para esta recuperação contribuiu o empresas, como nos novos empregos gera cerca de 26 por cento do VAB,
notável crescimento do investimento, gerados por unidades em fase de ar- bem acima da média de 19 por cento
comércio e produção industrial, conju- ranque. Paralelamente, as ferramen- da UE, e assenta na indústria transfor-
gado com o reforço da confiança das tas digitais ganharam importância no madora, minas e energia, petróleo e
empresas e dos consumidores. comércio externo – em duas de cada gás. Os grandes setores de exportação
CONSULTAR três PME exportadoras, mais de meta- como eletrónica e automóvel cresceram
de das vendas ao exterior depende de graças a dois fatores-chave que deter-
ferramentas online e, em 45 por cento minaram a localização de investimento
dos casos, estas representam mais de estrangeiro: custos reduzidos da mão-
“African Futures – 75 por cento das exportações.
Key Trend to 2035” CONSULTAR
(ISS- Institute for
Security Studies)
Segundo o relatório do Institute for “European Innovation
Security Studies, África enfrenta um Scoreboard, 2017”
período de transição a nível demo- (European Union,
gráfico, económico, tecnológico e
sociopolítico. Em termos globais, as
October 2017)
tendências são positivas, devendo a O European Innovation Scoreboard
economia continuar a crescer, embora faz uma análise comparativa do de-
com diferentes desempenhos ao nível sempenho da inovação nos Estados-
novembro 2017 EMPRESAS 45

-de-obra (dois terços abaixo da média com benefícios quer para os governos Árabes Unidos, no final de agosto, e
da UE, e mais de 70 por cento abaixo dos diversos Estados-membros, quer o lançamento simultâneo do site da
dos da Alemanha) e acessibilidade aos para as empresas. O novo regime de- Federal Tax Authority, as empresas e
mercados da Europa Ocidental. O cres- verá ser detalhado em 2018 e o Siste- as pessoas singulares passaram a ter
cimento foi também impulsionado pe- ma de IVA sem Fronteiras deverá estar acesso a informação relevante para
los fundos de coesão da UE, dos quais a implementado até 2022. fazer face às suas obrigações finan-
Polónia foi o maior destinatário. CONSULTAR ceiras, contabilísticas, entre outras.
CONSULTAR O artigo da Mondaq aborda, de for-
ma sintética, as regras fiscais que re-
sultaram da harmonização legislativa
Aprovação no âmbito do Conselho de Coopera-
“Perspectives e Ratificação pelo ção do Golfo (GCC), do qual os EAU
d’evolution du marché Parlamento português fazem parte.
mondial des vins” do Acordo de Parceria CONSULTAR

(FranceAgrimer, Europeu (APE)


July 2017) EU - SADC
O documento identifica algumas das A Resolução da Assembleia da República
“India: Changing
principais alterações no mercado mun- n.º 230-A/2017 e o Decreto do Presiden- Landscape of the
dial de vinhos entre 2012 e 2016, no- te da República n.º 91-A/2017, publica- Indian Foreign Direct
meadamente, a substituição de Fran- dos no DR n.º 191/2017, 1.º Suplemen-
ça por Itália na liderança da produção Investment Policy”
to, de 3 de outubro, Série I, procederam
mundial de vinhos, a ascensão dos EUA à aprovação e ratificação, respetivamen-
(Mondaq,
ao primeiro lugar no consumo do setor te, do Acordo de Parceria Económica 28 September 2017)
a par do aumento de importância relati- (APE) entre a União Europeia e os seus Com o objetivo de promover e au-
va da China e do recuo de Itália, França Estados-membros, por um lado, e os Es- mentar os fluxos de investimento di-
e Espanha. Chama ainda a atenção para tados da SADC (Comunidade de Desen- reto estrangeiro na Índia, o governo
a intensificação das trocas mundiais (em volvimento da África Austral), por outro, tem levado a cabo várias reformas
2016, mais de 40 por cento dos vinhos assinado em Kasane, em 16 de junho de que passam, nomeadamente, pela li-
produzidos no mundo, atravessaram 2016. Com este Acordo, pretende-se, beralização de setores de atividade e
fronteiras) e para o aumento da propor- entre outros objetivos, criar uma Zona pela simplificação dos procedimentos
ção das exportações de não engarrafa- de Comércio Livre entre as Partes. de aprovação dos projetos. A Circular
dos e de vinhos espumantes e analisa,
CONSULTAR de 28 de agosto de 2017 (“FDI Poli-
se bem que de uma forma breve, as es-
cy-2017”) vem consolidar as mudan-
tratégias italiana, espanhola e francesa
ças efetuadas em 2016 e introduzir
na internacionalização do setor.
alguns ajustamentos que são aborda-
CONSULTAR “United Arab Emirates: dos, de forma sucinta, neste artigo da
The Fiscal System autoria da Mondaq.
of the United Arab CONSULTAR
"Single VAT Area" Emirates”
A Comissão Europeia lançou em outu- (28 September 2017,
bro um ambicioso plano de reformas
das regras do IVA, por forma a mo-
Mondaq)
dernizar e melhorar o atual sistema do Com a publicação de legislação sobre Direção de Produto
Imposto sobre o Valor Acrescentado, a introdução do IVA nos Emirados manuela.arteaga@portugalglobal.pt
46 NOTÍCIAS AICEP Portugalglobal nº 103

notícias
AICEP na Growth
Summit da Web
Summit
O presidente da AICEP esteve pre-
sente como orador no painel Growth

AICEP
Summit na Web Summit, no dia 9
de novembro. Luís Castro Henriques
destacou as vantagens competitivas
que já colocaram Portugal no top 30
dos melhores países do mundo para
investir; a localização e as infraestru-
turas de transportes e comunicações;
o sistema universitário português e
as escolas de negócios; e ainda os in-
centivos fiscais e financeiros disponí-
veis. Fez referência ao BNP Paribas, à
Cisco, à Fujitsu e à Volkswagen como
Web Summit Maputo: exemplos de empresas que aposta-
e o Navio-Escola Sagres Rede de Fornecedores ram em Portugal

A AICEP organizou durante a Web A AICEP, a GALP e a ENI realizaram


Summit, nos dias 7 e 8 de novembro, em Maputo, no dia 8 de novembro,
um encontro dirigido à comunidade de a iniciativa “Rede de Fornecedores”.
Alemanha:
investidores internacionais, no Navio- A GALP e a ENI tiveram como obje- “Como Vender em …”
-Escola Sagres. Mercedes-Benz, Uber, tivo encontrar novos fornecedores, Esta iniciativa “Como vender na Ale-
Bose, Vestas, BNP Paribas são algumas conhecer os bens e serviços disponí- manha” realizou-se em Lisboa (nos
das empresas que têm os seus Centros veis no mercado e apresentar às em- dias 13 e 14 de novembro) e no Por-
de Competências em Portugal e cujos presas participantes os projetos que
representantes estiveram presentes desenvolvem no âmbito do setor Oil
no evento. O primeiro-ministro, Antó- & Gas.
nio Costa, foi o anfitrião do encontro.
Marcaram igualmente presença o mi-
nistro da Economia, Manuel Caldeira International
Cabral; e o ministro dos Negócios Es- Club of Portugal
trangeiros, Augusto Santos Silva; entre
O presidente da AICEP foi o convi-
outros membros do executivo e da ad-
dado de honra do International Club
ministração da Agência.
of Portugal, no almoço do dia 9 de
novembro, em Lisboa. Na sua inter-
venção “Portugal Global: Interna-
cionalização e Investimento”, Luís
Castro Henriques abordou várias
temáticas, desde a vertente econó- to (nos dias 15, 16 e 17 de novem-
mica, à crescente atratividade de bro), e teve como objetivo prestar
Portugal, ao investimento de em- aconselhamento personalizado aos
presas de referência internacional e agentes económicos, numa perspe-
ao crescimento das exportações. O tiva de primeira abordagem ao mer-
plano estratégico da AICEP para o cado alemão. Para este efeito este-
triénio 2017-2019 também foi tema ve presente Pedro Leão, diretor da
no debate. AICEP na Alemanha.
novembro 2017 NOTÍCIAS AICEP 47

Encontro Económico Lehman, e o administrador da AICEP, de um Memorando de Entendimen-


João Dias. to entre a IP Engenharia, S.A./Grupo
e Comercial - China
Infraestruturas de Portugal, e a China
e Portugal
Tiesiju Civil Engineering Group CO.,
A AICEP, o Fórum Macau e o IPIM (Ins- LTD./Grupo China Railway Enginee-
tituto de Promoção do Comércio e do ring Corporation, tendo em vista a
Investimento de Macau) organizaram, cooperação para o desenvolvimento
no dia 20 de novembro em Lisboa, o de infraestruturas sustentáveis nos
“Encontro Económico e Comercial en- Países de Língua Portuguesa. Estive-
tre os Empresários da China e de Por- ram presentes o secretário de Estado
tugal”, com vista a dar continuidade e da Internacionalização, Eurico Bri-
intensificar a cooperação económica e

Portugal
Exportador 2017
A 12ª Edição do Portugal Exportador
decorreu no dia 22 de novembro, em
Lisboa, e foi organizado pela Funda-
ção AIP, Novo Banco e AICEP. Este
evento de networking por excelência
teve como objetivo promover as ex-
lhante Dias, o embaixador da China
portações. Nesta edição destacaram-
comercial entre Portugal, a China e Ma- em Portugal, Cai Run, o presidente
da AICEP, Luís Castro Henriques e in-
cau. Estiveram presentes o secretário de
dividualidades dos PLP.
Estado da Internacionalização, Eurico
Brilhante Dias, a vice-ministra do comér-
cio da China, Gao Yan, e o embaixador
da China em Portugal, Cai Run.
Seminário empresarial
Portugal-Andorra
A AICEP, o governo de Andorra, a
Bélgica: 2ª edição ACTUA e a Câmara de Comércio e
Innovation Sessions Indústria de Andorra (CCIS) organiza-
ram no dia 23 de novembro em Lis-
A AICEP, em colaboração com a CIP
boa, o Seminário Empresarial Portu-
- Confederação da Indústria de Por- gal-Andorra, com vista a dinamizar as
tugal, a ANI - Agência Nacional da relações económicas entre Portugal e
-se, entre outros temas, os workshops
Inovação, a GPPQ/FCT, o Comité Eco- Andorra, a nível comercial e de atra-
de “Geoestratégia: As grandes ques-
nómico Europeu e a Eupportunity, or- ção de investimento, com destaque
tões”; do “Desporto: um Negócio Ex-
ganizaram em Bruxelas, no dia 21 de para as áreas relacionadas com a in-
portador”, e “Inovar para Exportar”.
novembro, a 2ª edição das Innovation dústria alimentar, energia e inovação,
Sessions, que teve como temática a saúde e bem-estar, consultoria, imo-
“Digitalização da Indústria, Mobili-
PLP – Memorando biliário e finanças.
dade Urbana e Veículo Autónomo”.
Participaram neste evento 140 pes-
de Entendimento
soas de diversos países, bem como o
Portugal-China
comissário europeu Carlos Moedas, a Realizou-se na AICEP, no dia 22 de
secretária de Estado da Indústria, Ana novembro, a sessão de assinatura
48 OPINIÃO Portugalglobal nº103

O CONTRIBUTO DA
ENGENHARIA PARA A
INTERNACIONALIZAÇÃO
DA ECONOMIA
O exemplo do Agrupamento
“Engenharia Portugal”
As grandes economias estão a desenvolver vastos programas
no domínio da engenharia, infraestruturas e obras públicas,
como forma privilegiada de relançamento de um novo ciclo de
crescimento económico. Em Portugal, o investimento público tem
permitido que muitas empresas nacionais de fileira recuperem
e reforcem a sua capacidade produtiva, em domínios em que se
verificou um acentuado abrandamento de atividade nos últimos
anos, reduzindo-se a sua competitividade.

e consequentemente da economia nacional


está, mais do que nunca, na agenda do gover-
no e das empresas.

Como alavanca deste processo, merece men-


ção especial o know-how e o conhecimento
técnico e científico das nossas empresas pú-
blicas e privadas, património que nem sempre
tem sido devidamente rentabilizado ao serviço
da internacionalização da economia nacional.
>POR ANTÓNIO LARANJO, PRESIDENTE
DO GRUPO INFRAESTRUTURAS DE
A engenharia portuguesa é reconhecida em
PORTUGAL E DA IP ENGENHARIA S.A
muitas geografias além-fronteiras pela sua qua-
lidade intrínseca, demonstrada por um conjun-
to de realizações e obras notáveis realizadas em
As empresas portuguesas têm hoje melhores
muitas latitudes. Contudo, a escala das nossas
condições para desenvolver a sua atividade no
empresas de engenharia nem sempre tem per-
plano interno, mercê da abertura da economia
mitido explorar as oportunidades de negócio
mas também por via da melhoria da sua orga-
nos exigentes mercados internacionais, mesmo
nização e métodos, da qualificação dos seus
nos países da CPLP, onde aparentemente deve-
colaboradores e ainda da sua eficiência cres- riam existir fatores diferenciadores de sucesso.
cente e capacidade de diferenciação. Apesar
do panorama, a necessidade de internaciona- Acreditamos contudo que a excelência da
lização de muitas empresas, seja numa pers- engenharia portuguesa deverá ser capaz de
petiva estritamente societária, seja como con- potenciar o desenvolvimento do nosso tecido
tributo para o reforço das nossas exportações produtivo, afirmando-se como mais um ele-
novembro 2016 OPINIÃO 49

mento agregador e catalisador da internacio- claramente competências distintivas, mas não


nalização da nossa economia. só – as quatro entidades signatárias do acordo
de cooperação acreditam que um instrumento
Para tal é fundamental que a capacidade de central de desenvolvimento destas economias
intervenção nos mercados internacionais seja reside na construção, gestão e manutenção de
reforçada por via de uma maior coordenação infraestruturas sustentáveis de transporte, am-
de esforços e através da constituição de par- biente e indústria, que se assumam como ver-
cerias entre empresas, beneficiando da diplo- dadeiras alavancas de progresso e de moder-
macia económica que tem vindo a ser seguida nização destes países, dada a sua condição de
pelo governo, também materializada na ação incontornáveis “infraestruturas económicas”,
instrumental da AICEP, através de um conjun- a par da capacitação institucional, formação
to de realizações, privilegiando o bom relacio- de quadros e formação científica.
namento político com os governos dos países
considerados relevantes para a internacionali- A articulação com os instrumentos de política
zação das nossas empresas. externa do governo, designadamente a agen-

Foi com este propósito que recentemente foi da e programas de cooperação e a ação estra-
constituído o Agrupamento “Engenharia Por- tégica e operacional dos delegados da AICEP,
tugal” reunindo em associação, quatro entida- constituem um enquadramento de exceção
des de referência do setor público e privado: para as empresas portuguesas, no sentido de
a IP Engenharia, do Grupo Infraestruturas de se desenharem perspetivas de cooperação e
Portugal, a Águas de Portugal Internacional, assistência técnica em projetos multisseto-
do Grupo Águas de Portugal, o Laboratório riais, cujo alcance nunca foi pensado antes,
Nacional de Engenharia Civil e o ISQ - Instituto mas que poderão ter agora possibilidades
de Soldadura e Qualidade. reais de concretização por via de projetos
como o protagonizado pela Agrupamento
O objetivo nuclear desta parceria estratégica “Engenharia Portugal”.
consistiu em reunir um grupo forte e poliva-
lente, onde se reúne o conhecimento técnico, Se soubermos promover as nossas próprias
científico, de gestão organizacional e operação oportunidades e, acima de tudo, se formos ca-
multidisciplinar de infraestruturas complexas, pazes de cooperar combinando capacidades e
oferecendo soluções integradas de qualidade competências, exemplos como o deste Agru-
e com escala e promovendo, em simultâneo, o pamento farão o seu caminho, reforçando a
conhecimento da engenharia nacional, contri- nossa capacidade de associação e contribuindo
buindo e alavancando a internacionalização da para o tão desejado reforço da internacionali-
fileira das empresas de engenharia, sob o mote zação das nossas empresas.
da marca PORTUGAL.

Primordialmente direcionado para os merca- goncalo.poliveira@ipengenharia.pt


dos de expressão portuguesa – onde detém www.ipengenharia.pt
50 ANÁLISE DE RISCO-PAÍS Portugalglobal nº103

COSEC Políticas de cobertura para mercados


de destino das exportações portuguesas

No âmbito de apólices individuais


África do Sul* China* Guiné Equatorial Lituânia
C Aberta sem condições restritivas. C Aberta sem condições restritivas. C Caso a caso, numa base restritiva. C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária (decisão M/L Garantia bancária. M/L Garantia bancária.
casuística). M/L 
Clientes públicos e soberanos:
Colômbia caso a caso, mediante análise das Macau
Angola C Carta de crédito irrevogável. garantias oferecidas, desig- C Aberta sem condições restritivas.
C Caso a caso. M/L Caso a caso, numa base restritiva. nadamente contrapartidas do M/L Não definida.
M/L Garantia soberana. Limite total de petróleo. Clientes privados: caso
Costa do Marfim
responsabilidades. a caso, numa base muito restri-
C Caso a caso, com eventual Malásia
tiva, condicionada a eventuais
Arábia Saudita exigência de garantia bancária ou C Aberta sem condições restritivas.
contrapartidas (garantia de banco
C Carta de crédito irrevogável garantia soberana. Extensão do prazo M/L Não definida.
comercial aceite pela COSEC ou
(decisão casuística). constitutivo de sinistro para 12 meses.
contrapartidas do petróleo).
M/L Exigência de garantia bancária
M/L Caso a caso. Malawi
ou garantia soberana. Extensão do
Hong-Kong
C Caso a caso, numa base restritiva.
prazo constitutivo de sinistro de 3
Argélia M/L Clientes públicos: fora de co-
para 12 meses. C Aberta sem condições restritivas.
C Sector público: aberta sem res- bertura, excepto para operações
M/L Não definida.
trições. Sector privado: eventual de interesse nacional. Clientes
exigência de carta de crédito Costa Rica privados: análise casuística, numa
irrevogável. C Aberta sem condições restritivas. Iémen
base muito restritiva.
M/L Não definida. C Caso a caso, numa base restritiva.
M/L Em princípio. exigência de garan-
M/L Caso a caso, numa base muito
tia bancária ou garantia soberana. Marrocos*
restritiva.
Cuba C Aberta sem condições restritivas.
Argentina C Limite total por operação (1M€)
Índia
M/L Garantia bancária ou garantia
T Caso a caso.
enquadrável na Linha de Seguro soberana.
de Créditos de Curto Prazo. Limite
C Aberta sem condições restritivas.
Barein M/L Garantia bancária.
total de responsabilidades (10M€).
C Aberta sem condições restritivas. Martinica
M/L Fora de cobertura.
M/L Garantia bancária. Indonésia
C Aberta sem condições restritivas.
C Caso a caso, com eventual
M/L Não definida.
Benim Egipto
exigência de carta de crédito irre-
C Caso a caso, numa base muito C Carta de crédito irrevogável.
vogável ou garantia bancária. México*
restritiva. M/L Caso a caso.
C Aberta sem restrições.
M/L  aso a caso, numa base muito
C
M/L  aso a caso, com eventual exi-
C M/L E m princípio aberta sem restrições.
Emirados Árabes Unidos gência de garantia bancária ou A eventual exigência de garantia
restritiva, e com exigência de
garantia soberana ou bancária. C Aberta sem condições restritivas. garantia soberana. bancária, para clientes privados,
M/L Garantia bancária (decisão será decidida casuisticamente.
Brasil* casuística). Irão
C Aberta sem condições restritivas. Sanções em vigor.
Moçambique
Para mais informações, contactar a
M/L  lientes soberanos: Aberta sem
C Etiópia C C
 aso a caso, numa base restritiva
COSEC.
condições restritivas. Outros Clien- C Carta de crédito irrevogável. (eventualmente com a exigência de
tes públicos e privados: Aberta, caso M/L Caso a caso numa base muito carta de crédito irrevogável, garan-
a caso, com eventual exigência de restritiva. Iraque
tia bancária emitida por um banco
garantia soberana ou bancária. T Fora de cobertura.
aceite pela COSEC e aumento do
Filipinas prazo constitutivo de sinistro).
Cabo Verde Jordânia
C Aberta sem condições restritivas.
C Aberta sem condições restritivas. C Caso a caso.
M/L Não definida.
M/L Caso a caso, numa base restritiva.
M/L Aumento do prazo constitutivo
M/L  ventual exigência de garantia
E de sinistro. Sector privado: caso a
bancária ou de garantia soberana Gana caso numa base muito restritiva.
(decisão casuística). Koweit
C Caso a caso numa base muito Operações relativas a projectos
C Aberta sem condições restritivas.
restritiva. geradores de divisas e/ou que
Camarões M/L Garantia bancária (decisão
admitam a afectação prioritária
T Caso a caso, numa base muito casuística).
M/L Fora de cobertura. de receitas ao pagamento dos
restritiva.
créditos garantidos, terão uma
Líbano ponderação positiva na análise do
Cazaquistão Geórgia C Clientes públicos: caso a caso
risco; sector público: caso a caso
Temporariamente fora de cobertura. C Caso a caso numa base restritiva,
numa base muito restritiva. numa base muito restritiva.
privilegiando-se operações de Clientes privados: carta de crédito
Chile pequeno montante. irrevogável ou garantia bancária.
C Aberta sem condições restritivas. Montenegro
M/L  aso a caso, numa base muito
C C Caso a caso, numa base restritiva.
M/L  lientes públicos: Aberta sem
C
M/L  lientes públicos: fora de cober-
C
restritiva e com a exigência de tura. Clientes privados: caso a privilegiando-se operações de
condições restritivas. pequeno montante.
contra garantias. caso numa base muito restritiva.
Clientes privados: Em princípio,
aberta sem condições restritivas. M/L Caso a caso, com exigência de ga-
Eventual exigência de garantia Guiné-Bissau Líbia rantia soberana ou bancária, para
bancária numa base casuística. T Fora de cobertura. T Fora de cobertura. operações de pequeno montante.
novembro 2017 ANÁLISE DE RISCO-PAÍS 51

No âmbito de apólices globais


Nigéria Senegal Na apólice individual está em causa a cobertura de uma
C Caso a caso, numa base restritiva C Em princípio. exigência de
(designadamente em termos de garantia bancária emitida por única transação para um determinado mercado, enquanto
alargamento do prazo consti- um banco aceite pela COSEC e a apólice global cobre todas as transações em todos os
tutivo de sinistro e exigência de eventual alargamento do prazo países para onde o empresário exporta os seus produtos
garantia bancária). constitutivo de sinistro.
ou serviços.
M/L E ventual alargamento do prazo
M/L  aso a caso, numa base muito
C
constitutivo de sinistro. Setor
restritiva, condicionado a eventuais
garantias (bancárias ou contraparti-
público: caso a caso, com exigên- As apólices globais são aplicáveis às empresas que vendem
das do petróleo) e ao alargamento
cia de garantia de pagamento e bens de consumo e intermédio, cujas transações envolvem
transferência emitida pela Auto-
do prazo contitutivo de sinistro.
ridade Monetária (BCEAO); setor créditos de curto prazo (média 60-90 dias), não excedendo
privado: exigência de garantia um ano, e que se repetem com alguma frequência.
Oman bancária ou garantia emitida pela
C Aberta sem condições restritivas. Autoridade Monetária (preferência
M/L Garantia bancária (decisão ca- a projetos que permitam a aloca- Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de apólices.
-suística). ção prioritária dos cash-flows ao a política de cobertura é casuística e, em geral, mais
reembolso do crédito).
flexível do que a indicada para as transações no âmbito
Panamá
C Aberta sem condições restritivas.
Singapura das apólices individuais. Encontram-se também fora de
M/L Não definida.
C Aberta sem condições restritivas.
cobertura Cuba, Guiné-Bissau, Iraque e S. Tomé e Príncipe.
M/L Não definida.

Paquistão Suazilândia
Temporariamente fora de cobertura. C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária ou garantia

Paraguai soberana.
Uruguai Advertência:
C Carta de crédito irrevogável.
Tailândia C  arta de crédito irrevogável
C
M/L Caso a caso, numa base restritiva. A lista e as políticas de cobertura são
C Carta de crédito irrevogável (decisão casuística). indicativas e podem ser alteradas
(decisão casuística). sempre que se justifique. Os países
Peru
M/L Não definida.
M/L Não definida. que constam da lista são os mais
C Aberta sem condições restritivas. Venezuela representativos em termos de consultas
M/L Clientes soberanos: aberta sem Taiwan e responsabilidades assumidas. Todas
C  lientes públicos: aberta caso
C
condições restritivas. Clientes C Aberta sem condições restritivas. as operações são objeto de análise e
a caso com eventual exigência
públicos e privados: aberta, caso M/L Não definida. decisão específicas.
de garantia de transferência ou
a caso, com eventual exigência de
soberana. Clientes privados: aberta
garantia soberana ou bancária. Tanzânia
caso a caso com eventual exigência
T Caso a caso, numa base muito Legenda:
Qatar de carta de crédito irrevogável e/ou
restritiva. C Curto Prazo
C Aberta sem condições restritivas. garantia de transferência.
M/L Garantia bancária (decisão Tunísia* M/L  berta caso a caso com exigência
A M/L Médio / Longo Prazo
casuística). C Aberta sem condições restritivas. de garantia soberana. T Todos os Prazos
M/L Garantia bancária.
Zâmbia
Quénia
Turquia C  aso a caso, numa base muito
C
C Carta de crédito irrevogável. * Mercado prioritário.
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso, numa base restritiva. restritiva.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana. M/L Fora de cobertura.
República Dominicana
C Aberta caso a caso, com eventual Ucrânia Zimbabwe
exigência de carta de crédito irrevo- C Clientes públicos: eventual C  aso a caso, numa base muito
C
gável ou garantia bancária emitida exigência de garantia soberana. restritiva.
por um banco aceite pela COSEC. Clientes privados: eventual M/L Fora de cobertura.
exigência de carta de crédito
M/L  berta caso a caso com exigência
A irrevogável.
de garantia soberana (emitida pela
Secretaria de Finanzas ou pelo Ban- M/L  lientes públicos: eventual
C COSEC
co Central) ou garantia bancária. exigência de garantia soberana. Companhia de Seguro
Clientes privados: eventual de Créditos. S. A.
exigência de garantia bancária. Direcção Internacional
Rússia
Para todas as operações, o prazo
Sanções em vigor. constitutivo de sinistro é definido Avenida da República. 58
Para mais informações, contactar a caso a caso. 1069-057 Lisboa
COSEC. Tel.: +351 217 913 832
Uganda
Fax: +351 217 913 839
C Caso a caso, numa base muito
S. Tomé e Príncipe internacional@cosec.pt
restritiva.
C  nálise caso a caso, numa base
A www.cosec.pt
muito restritiva. M/L Fora de cobertura.
52 TABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES Portugalglobal nº103

COSEC
Tabela classificativa de países
Para efeitos de Seguro de Crédito à exportação
A Portugalglobal e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Clas- pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento
sificativa de Países com a graduação dos mercados em função e o grupo 7 à maior.
do seu risco de crédito, ou seja, consoante a probabilidade de As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do
cumprimento das suas obrigações externas, a curto, a médio e risco país, da definição das condições de cobertura e das taxas de
a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7), corres- prémio aplicáveis.

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7

Singapura * Arábia Saudita Bahamas África do Sul • Azerbaijão Albânia Afeganistão Libéria
Taiwan Botswana Barbados Argélia Bangladesh Angola Ant. e Barbuda Líbia
Brunei Bulgária Aruba Bolívia Argentina Belize Madagáscar
China • Costa Rica Barein Brasil • Arménia Bielorussia Malawi
EAUa Dep/ter Austr.b Colômbia Croácia Benim Bósnia e Herze- Mali
Gibraltar Dep/ter Din.c Dominicana. Rep. Curaçau Butão govina Mauritânia
Hong-Kong Dep/ter Esp.d Guatemala El Salvador Cabo Verde Burkina Faso Moçambique
Koweit Dep/ter EUAe Hungria Honduras Camarões Burundi Moldávia
Lituânia Dep/ter Fra.f Namíbia Jordânia Camboja Cent. Af. Rep. Montenegro
Macau Dep/ter N. Z.g Rússia Macedónia Cazaquistão • Chade Níger
Malásia Dep/ter RUh Turquia Paraguai Comores Cisjordânia / Gaza Paquistão •
Filipinas S. Vic. e Gren. C. do Marfim Congo Quirguistão
Ilhas Marshall Santa Lúcia Dominica Congo. Rep. Dem. S. Crist. e Nevis
Índia Senegal Egipto Coreia do Norte S. Tomé e Príncipe
Indonésia Sérvia Equador Cuba Salomão
Marrocos • Tunísia • Fidji Djibuti Serra Leoa
Maurícias Vietname Gana Eritreia Síria
México • Gabão Etiópia Somália
Micronésia Geórgia Gâmbia Sudão
Oman Guiana Grenada Sudão do Sul
Palau Irão Guiné Equatorial Tadzequistão
Panamá Jamaica Guiné. Rep. da Tonga
Peru Kiribati Guiné-Bissau • Ucrânia
Qatar Lesoto Haiti Venezuela
Roménia Maldivas Iemen Zimbabué
Myanmar
Tailândia Iraque •
Mongólia
Trind. e Tobago Kosovo
Nicarágua
Uruguai Laos
Nigéria
Líbano
Nauru
Nepal
Papua–Nova Guiné
Quénia
Ruanda
Samoa Oc.
Seicheles
Sri Lanka
Suazilândia
Suriname
Tanzânia
Timor-Leste
Togo
Turquemenistão
Tuvalu
Uganda
Uzbequistão
Vanuatu
Zâmbia

Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos. S.A.


* País pertencente ao grupo 0 da classificação risco-país da OCDE. Não é aplicável o sistema de prémios mínimos.
• Mercado de diversificação de oportunidades • Fora de cobertura

NOTAS
a) Abu Dhabi, Dubai, Fujairah, Ras Al Khaimah, Sharjah, Um Al Quaiwain e Ajma f) G
 uiana Francesa, Guadalupe, Martinica, Reunião, S. Pedro e Miquelon, Polinésia
b) Ilhas Norfolk Francesa, Mayotte, Nova Caledónia, Wallis e Futuna
c) Ilhas Faroe e Gronelândia g) Ilhas Cook e Tokelau, Ilhas Nive
d) Ceuta e Melilha h) A nguilla, Bermudas, Ilhas Virgens, Cayman, Falkland, Pitcairn, Monserrat, Sta. Hel-
e) Samoa, Guam, Marianas, Ilhas Virgens e Porto Rico ena, Ascensão, Tristão da Cunha, Turks e Caicos
novembro 2017 ESTATÍSTICAS 53

INVESTIMENTO
e COMÉRCIO EXTERNO
>PRINCIPAIS DADOS DE INVESTIMENTO (IDE E IDPE). EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES.

INVESTIMENTO DIRETO COM O EXTERIOR


2016 vh meur 16/15 2017 vh meur vh meur 17/16 vc meur 17/17
POR PRINCÍPIO ATIVO / PASSIVO jan/dez jan/dez
2016 jan/set
jan/set 17/16 jan/set set/set set/ago
Ativo 5.030 4.058 2.911 1.105 -1.806 424 112
Passivo 8.365 6.177 5.431 6.598 1.167 703 -107
Saldo -3.335 -2.118 -2.520 -5.494 -2.974 -279 218

ATIVO POR INSTRUMENTO FINANCEIRO E TIPO DE RELAÇÃO ENTRE EMPRESAS 2016 jan/set 2017 jan/set vh meur 17/16

Títulos de participação no capital 1.328 1.887 559


De investidores diretos em empresas de investimento direto 1.295 1.632 337
De empresas de investimento directo em investidores diretos 24 4 -20
Entre empresas irmãs 9 251 242
Instrumentos de dívida 1.583 -782 -2.365
De investidores diretos em empresas de investimento direto 863 24 -839
De empresas de investimento direto em investidores diretos 127 -1.246 -1.373
Entre empresas irmãs 592 439 -153

PASSIVO POR INSTRUMENTO FINANCEIRO E TIPO DE RELAÇÃO ENTRE EMPRESAS 2016 jan/set 2017 jan/set vh meur 17/16

Títulos de participação no capital 1.921 3.931 2.010


De investidores diretos em empresas de investimento direto 1.917 3.917 2.000
De empresas de investimento direto em investidores diretos 4 0 -4
Entre empresas irmãs 0 15 15
Instrumentos de dívida 3.510 2.667 -843
De investidores diretos em empresas de investimento direto 3.042 630 -2.412
De empresas de investimento direto em investidores diretos -40 1.879 1.919
Entre empresas irmãs 508 157 -351

vh meur 17/16 vh meur 17/16


ATIVO 2017 jan/set
jan/set
PASSIVO 2017 jan/set
jan/set
Espanha 929 453 Luxemburgo 1.730 689
Alemanha 352 -221 Países Baixos 1.670 1.655
Países Baixos 243 -239 França 800 219
Bélgica 157 101 Reino Unido 747 449
Reino Unido 91 -196 EUA 327 246

União Europeia 28 1.857 -818 União Europeia 28 4.644 543


Extra UE28 -752 -988 Extra UE28 1.954 624

vh meur 16/15 vh meur 17/16 vh meur 17/16 vc meur 17/17


POR PRINCÍPIO DIRECIONAL 2016 jan/dez 2016 jan/set 2017 jan/set
set/set set/ago
jan/dez jan/set
ID de Portugal no Exterior (IDPE) 2.266 -2.866 2.075 -326 -2.400 -165 456
ID do Exterior em Portugal (IDE) 5.600 -748 4.595 5.168 573 115 238
Saldo -3.335 -2.118 -2.520 -5.494 -2.974 -279 218
Unidade: Variações líquidas em Milhões de Euros

tvh 17/16
INVESTIMENTO DIRETO - STOCK (posição em fim de período) 2014 dez 2015 dez 2016 dez 2016 set 2017 set
set/set
Stock Ativo 73.988 76.550 82.945 80.185 83.545 4,2%
Stock Passivo 127.998 132.091 140.904 137.428 149.705 8,9%
Stock IDPE 45.125 52.088 54.621 53.802 54.279 0,9%
Stock IDE 99.135 107.629 112.580 111.045 120.438 8,5%
Unidade: Posição em fim de período em Milhões de Euros Fonte: Banco de Portugal
54 ESTATÍSTICAS Portugalglobal nº103

COMÉRCIO INTERNACIONAL
tvh 17/16 tvh 17/16 tvc 17/17
BENS (Exportação) 2016 tvh 2016/15 2016 jan/set 2017 jan/set
jan/set set/set set/ago
Exportações bens 50.022 0,8% 36.974 40.943 10,7% 5,8% 17,8%

Exportações bens UE 37.571 4,2% 28.166 30.349 7,7% 5,0% 27,9%

Exportações bens Extra UE 12.451 -8,2% 8.808 10.594 20,3% 8,4% -5,1%
Unidade: Milhões de euros

Exportações bens UE 75,1% -- 76,2% 74,1% -- -- --

Exportações bens Extra UE 24,9% -- 23,8% 25,9% -- -- --


Unidade: Milhões de euros

Exp. Bens - Clientes 2017 (jan/set) % Total tvh 17/16 Exp. Bens - Var. Valor (17/16) Meur Cont. p. p.

Espanha 25,3% 6,8% Espanha 658 1,8

França 12,4% 6,5% EUA 374 1,0

Alemanha 11,4% 6,2% Angola 359 1,0

Reino Unido 6,7% 3,9% França 310 0,8

EUA 5,3% 21,0% Alemanha 273 0,7

Países Baixos 4,0% 16,3% Países Baixos 228 0,6

Itália 3,5% 14,5% Brasil 215 0,6

Exp. Bens - Produtos 2017 (jan/set) % Total tvh 17/16 Exp. Bens - Var. Valor (17/16) Meur Cont. p. p.

Máquinas, Aparelhos 15,4% 12,0% Combustíveis Minerais 850 2,3

Veículos e Outro Material de Transporte 11,5% 9,4% Máquinas, Aparelhos 675 1,8

Metais Comuns 7,8% 17,9% Metais Comuns 487 1,3

Plásticos, Borracha 7,7% 9,8% Agrícolas 404 1,1

Combustíveis Minerais 7,3% 39,6% Veículos, Out. Mat. Transporte 403 1,1

tvh 17/16 tvh 17/16 tvc 17/17


 SERVIÇOS (Exportação) 2016 tvh 2016/15 2016 jan/set 2017 jan/set
jan/set set/set set/ago
Exportações totais de serviços 26.414 4,3% 19.786 22.446 13,4% 10,8% -15,9%

Exportações serviços UE 18.882 8,0% 14.247 15.997 12,3% 10,1% -17,9%

Exportações serviços extra UE 7.511 -3,6% 5.539 6.449 16,4% 13,8% -10,3%
Unidade: Milhões de euros

Exportações serviços UE 71,5% -- 72,0% 71,3% -- -- --

Exportações serviços extra UE 28,5% -- 28,0% 28,7% -- -- --


Unidade: % do total
novembro 2017 ESTATÍSTICAS 55

tvh 17/16 tvh 17/16 tvc 17/17


BENS (Importação) 2016 tvh 2016/15 2016 jan/set 2017 jan/set
jan/set set/set set/ago
Importações bens 61.243 1,5% 44.989 50.950 13,3% 8,1% 11,3%

Importações bens UE 47.635 3,1% 34.966 38.648 10,5% 8,0% 19,6%

Importações bens Extra UE 13.608 -3,9% 10.022 12.303 22,8% 8,2% -10,8%
Unidade: Milhões de euros

Importações bens UE 77,8% -- 77,7% 75,9% -- -- --

Importações bens Extra UE 22,2% -- 22,3% 24,1% -- -- --


Unidade: % do total

Imp. Bens - Fornecedores 2017 (jan/set) % Total tvh 17/16 Imp. Bens - Var. Valor (17/16) Meur Cont. p. p.

Espanha 31,7% 9,2% Espanha 1.357 3,0

Alemanha 13,7% 15,1% Alemanha 915 2,0

França 7,4% 9,2% Rússia 454 1,0

Itália 5,5% 13,4% Países Baixos 397 0,9

Países Baixos 5,3% 17,3% Itália 328 0,7

China 3,0% 13,6% França 319 0,7

Bélgica 2,7% 10,8% Angola -428 -1,0

Imp. Bens - Produtos 2017 (jan/set) % Total tvh 17/16 Imp. Bens - Var. Valor (17/16) Meur Cont. p. p.

Máquinas, Aparelhos 16,8% 15,3% Combustíveis Minerais 1.555 3,5

Veículos e Outro Material de Transporte 13,7% 11,3% Máquinas, Aparelhos 1.137 2,5

Combustíveis Minerais 11,5% 36,3% Metais Comuns 807 1,8

Agrícolas 10,9% 10,0% Veículos, Out. Mat. Transporte 709 1,6

Químicos 10,1% 5,6% Agrícolas 505 1,1

tvh 17/16 tvh 17/16 tvc 17/17


 SERVIÇOS (Importação) 2016 tvh 2016/15 2016 jan/set 2017 jan/set
jan/set set/set set/ago
Importações totais de serviços 13.124 2,8% 9.630 10.759 11,7% 5,8% -4,5%

Importações serviços UE 8.850 4,3% 6.536 7.146 9,3% 1,6% -3,9%

Importações serviços extra UE 4.263 0,3% 3.094 3.612 16,8% 14,8% -5,5%
Unidade: Milhões de euros

Importações bens UE 67,4% -- 67,9% 66,4% -- -- --

Importações bens Extra UE 32,6% -- 32,1% 33,6% -- -- --


Unidade: % do total

PREVISÕES 2017 : 2018 (tvh real %) 2016 2017 jan/jun FMI CE OCDE BP Min. Finanças

INE INE outubro 17 novembro 17 junho 17 outubro 17 outubro 17

PIB 1,5 2,8 2,5 : 2,0 2,6 : 2,1 2,1 : 1,6 2,5 : 2,0 2,6 : 2,2

Exportações Bens e Serviços 4,1 8,8 7,6 : 5,2 8,0 : 7,3 5,5 : 4,5 7,1 : 6,8 8,3 : 5,4
Unidade: Milhões de euros

Fontes: INE/Banco de Portugal


Notas e siglas: Meur - Milhões de euros Cont. - Contributo para o crescimento das exportações p.p. - Pontos percentuais tvh - Taxa de variação homóloga
tvc - Taxa de variação em cadeia
Pedro Macedo Leão
ALEMANHA
aicep.berlin@portugalglobal.pt

Miguel Porfírio
HOLANDA
aicep.thehague@portugalglobal.pt

Maria Manuel Branco


BÉLGICA
maria.manuel.branco@portugalglobal.pt

Inês Pacheco
FDI SCOUT EUROPA

REDE
ines.pacheco@portugalglobal.pt

Pedro Sousa
FDI SCOUT EUROPA
pedro.sousa@portugalglobal.pt

EXTERNA
Rui Almas
FRANÇA
aicep.paris@portugalglobal.pt

Oslo
Manuel Couto Miranda Rui Boavista Marques
EUA REINO UNIDO
aicep.newyork@portugalglobal.pt aicep.london@portugalglobal.pt
Haia
Raul Travado Dublin
CANADÁ Manuel Martinez Bruxelas
Londres
aicep.toronto@portugalglobal.pt ESPANHA
aicep.barcelona@portugalglobal.pt
Paris Berna
Olga Benquerença Milão
FDI SCOUT EUA E CANADÁ Luís Moura
olga.benquerenca@portugalglobal.pt Toronto ESPANHA Barcelona
Nova Iorque aicep.madrid@portugalglobal.pt

Filipe Costa Madrid


EUA S. Francisco Argel
Tun
aicep.s.francisco@portugalglobal.pt
Rabat

João Renano Henriques Jorge Salvador


CUBA CABO VERDE Praia
joao.henriques@portugalglobal.pt aicep.praia@portugalglobal.pt

Álvaro Cunha Havana Rui Cordovil


MÉXICO MARROCOS
aicep.mexico@portugalglobal.pt Cidade do México aicep.rabat@portugalglobal.pt

Francisco Costa João Falardo


VENEZUELA ARGÉLIA
Caracas Bissau
francisco.s.costa@portugalglobal.pt aicep.argel@portugalglobal.pt
Panamá
Bogotá Tiago Bastos
Paulo Borges
GUINÉ BISSAU
COLÔMBIA
aicep.bissau@portugalglobal.pt
aicep.bogota@portugalglobal.pt São Tomé

António Aroso
Fernando Carvalho SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
BRASIL aicep.saotome@portugalglobal.pt
aicep.s.paulo@portugalglobal.pt

Lima José Junqueiro


ANGOLA
aicep.luanda@portugalglobal.pt

Rio de Janeiro
São Paulo

Sérgio Espadas
Luís Sequeira Santiago do Chile ÁFRICA DO SUL
CHILE aicep.pretoria@portugalglobal.pt
luis.sequeira@portugalglobal.pt Montevideu
Buenos Aires
Ana Rosas
Rui Pereira MOÇAMBIQUE
ARGENTINA aicep.maputo@portugalglobal.pt
rui.pereira@portugalglobal.pt
Carlos Moura
SUÉCIA
aicep.stockholm@portugalglobal.pt

Joaquim Pimpão
HUNGRIA
aicep.budapest@portugalglobal.pt

Carlos Pinto
POLÓNIA
aicep.warsaw@portugalglobal.pt

Maria José Rézio


RÚSSIA
aicep.moscow@portugalglobal.pt

João Rodrigues
Miguel Crespo
ÍNDIA
SUIÇA
aicep.newdelhi@portugalglobal.pt
Helsínquia miguel.crespo@portugalglobal.pt

Estocolmo
Alexandra Ferreira Leite
CHINA
Moscovo aicep.beijin@portugalglobal.pt
Copenhaga

Berlim Patrícia Conceição


Varsóvia
FDI SCOUT CHINA
Praga
patricia.conceicao@portugalglobal.pt
Bratislava
Budapeste

Viena Miguel Garcia


Bucareste FDI SCOUT JAPÃO E COREIA DO SUL
Baku Celeste Mota miguel.garcia@portugalglobal.pt
Ancara TURQUIA Pequim
aicep.ankara@portugalglobal.pt
Teerão Seul José Joaquim Fernandes
nes Atenas
Tóquio JAPÃO
aicep.tokyo@portugalglobal.pt
Tripoli
Xangai
Koweit
Joana Neves
Doha Nova Deli COREIA DO SUL
Riade joana.neves@portugalglobal.pt
Macau Hong Kong
Eduardo Souto Moura Abu
Dhabi Myanmar
ITÁLIA Mário Quina
aicep.milan@portugalglobal.pt CHINA
mario.quina@portugalglobal.pt
Banguecoque
TUNISIA Nuno Várzea
IRÃO
Vietname Maria João Bonifácio
aicep.tunis@portugalglobal.pt
nuno.varzea@portugalglobal.pt CHINA
Kuala Lumpur aicep.macau@portugalglobal.pt

Afonso Duarte Laurent Armaos


ARÁBIA SAUDITA GRÉCIA Pedro Aires de Abreu
aicep.riyadh@portugalglobal.pt aicep.athens@portugalglobal.pt Singapura TAILÂNDIA
pedro.airesdeabreu@portugalglobal.pt
Nuno Lima Leite Daniel Pontes
EAU QATAR Jacarta
daniel.pontes@portugalglobal.pt
Isabel Maia e Silva
aicep.abudhabi@portugalglobal.pt
TIMOR-LESTE
Dili aicep.dili@portugalglobal.pt
Luanda

Mariana Oom
INDONÉSIA
aicep.jacarta@portugalglobal.pt

Windhoek
Pretória Carlos Pacheco
Gaborone AUSTRÁLIA
Maputo Maria João Liew carlos.pacheco@portugalglobal.pt
MALÁSIA
aicep.kuala_lumpur@portugalglobal.pt
Sydney

AO SERVIÇO
DAS EMPRESAS
58 BOOKMARKS Portugalglobal nº103

A Internacionalização da Economia
Portuguesa: Casos de Sucesso Empresarial
Após a adesão à União Europeia, “A Internacionalização da Eco-
a economia portuguesa tem vi- nomia Portuguesa” é referência
vido um crescente processo de para aqueles que se interessam
internacionalização. Nos últimos por esta temática e pretendam
tempos, tem-se verificado um au- compreender como esta tem sido
mento da integração nas cadeias importante para o desenvolvi-
de produção global, sendo previ- mento e crescimento económico.
sível o crescimento da internacio- Com coordenação de Nuno Cres-
nalização nos próximos anos. po, vice-reitor do ISCTE-IUL, e
Esta obra tem, assim, como tema
Maria João Tomás, investigadora
a história deste processo de inter-
e docente convidada do mesmo
nacionalização da economia por-
instituto, este livro é uma iniciati-
tuguesa, nos seus aspetos mais
va de professores e investigadores
importantes.
deste instituto.
Autor: N
 uno Crespo e Maria João O principal objetivo deste volume
Tomás Nuno Crespo é licenciado e dou-
é desconstruir este movimento,
Editora: Temas e Debates através da análise e exploração torado em filosofia pela Faculda-
Ano: 2017 de de Ciência Sociais e Humanas
de casos de sucesso empresarial,
Nº de páginas: 432 pp. da Universidade Nova de Lisboa e
de modo a verificar como as em-
Preço: 18,80€
presas têm conseguido resistir aos é investigador do Instituto de His-
desafios provocados pela conjun- tória da Arte. Por sua vez, Maria
tura económica. Science4you, Fly João Tomás é doutorada em His-
London, WeDo Technologies e Ri- tória pela FCSH-UNL, com espe-
beralves são algumas das empre- cialização em interculturalidade e
sas que integram o livro. relações internacionais.

Modelos de Negócio Para Equipas


O livro “Modelos de Negócio “Criar Modelos de Negócio” e
Para Equipas” explica aos leitores “Modelo de Negócio Eu”, esta
como a sua organização funciona obra pode ser a última ferramen-
e o lugar de cada um nela. ta de trabalho de equipa de que
Assim, ajuda-os a resolver e ul- alguma vez precisará.
trapassar problemas como: ter de
Esta não é a primeira vez que os
explicar uma e outra vez à equipa
Autor: T
 im Clark e Bruce Hazen dois autores trabalham em con-
o que tem de ser feito; resolver
Editora: Dom Quixote junto, uma vez que Tim Clark é
problemas que outros deveriam
Ano: 2017
saber resolver sem ajuda; e super- autor da obra “Modelo de Negó-
Nº de páginas: 272 pp.
Preço: 24,90€ visionar e fazer microgestão, em cio Eu” e editor de “Criar Mode-
vez de criar estratégias e liderar. los de Negócio”. Por sua vez, Bru-
Ao utilizar o mesmo tipo de fer- ce Hazen é coautor de “Modelo
ramentas e ilustrações dos livros de Negócio Eu”.
AICEP
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