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RODRIGO GALLOTTI DE ANDRADE - ADVOGADO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DO 1º


JUIZADO CÍVEL DE DEFESA DO CONSUMIDOR – UNIVERSO – DA COMARCA
DA CAPITAL DO ESTADO DA BAHIA.

Processo nº. 0099646-14.2013.8.05.0001

ANTONIO OLIVEIRA DA SILVA, já devidamente qualificado


nos autos da Ação Declaratória de Inexistência de Dívida c/c Indenização por Danos
Morais que move em face do BANCO DO BRASIL S/A, processo tombado sob o
número acima referenciado, por seu advogado abaixo firmado, tendo em vista a
intimação acerca da decisão que concedeu a medida liminar, constante no evento
de nº 08 do sistema PROJUDI, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência,
interpor EMBARGOS DE DECLARAÇÃO contra o referido decisum, pelas razões a
seguir expostas.

1. Tempestividade.

Ab initio, cumpre evidenciar a tempestividade dos presentes


Embargos Declaratórios. Com efeito, o Embargante apenas tomou conhecimento
dos termos em que a decisão fora proferida, mediante intimação lida no dia 04 de
novembro de 2013, conforme evento de nº 12 do sistema PROJUDI.

Dessa forma, a contagem do prazo para interposição de


Embargos, consoante dispõe o art. 49 da Lei nº 9099/951, iniciou no dia 05 de
novembro de 2013 e findar-se-á apenas no dia 09 de novembro de 2013, razão pela
qual a apresentação dos presentes Embargos nesta data figura-se plenamente
tempestiva.
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Art. 49 Os embargos de declaração serão interpostos por escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias,
contados da ciência da decisão.

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2. Da omissão na decisão. Ausência de determinação da


EXCLUSÃO DO NOME DO EMBARGANTE DOS
CADASTROS INTERNOS DO BANCO EMBARGADO.

Antes de adentrar às razões recursais propriamente ditas,


importa destacar o cabimento dos presentes Embargos. Com efeito, o art. 48 da Lei
nº 9.099/952 admite a interposição de Embargos de Declaração quando houver
obscuridade, contradição, omissão ou dúvida na decisão judicial.

Diante de tal permissivo legal, este Embargante move os


presentes Embargos de Declaração contra decisum omisso, uma vez que se
pronunciou sobre requerimento não realizado pelo Embargante-Autor, e deixou de
se pronunciar sobre o real requerimento pleiteado de exclusão do nome do
Embargante dos cadastros internos do Banco Embargado.

A decisão omissa, como se sabe, é aquela na qual o Órgão


prolator, seja um Juiz ou um Tribunal, não se manifesta sobre um pedido, sobre a
ausência de questões de ordem pública ou quando deixa de abordar argumentos
relevantes lançados pelas partes.

Dessa forma, analisando-se a decisão proferida pela MM.


Juíza, é cristalina a omissão uma vez que a medida liminar concedida determinou
que o Embargado procedesse com a exclusão dos dados do Embargante dos
órgãos de proteção ao crédito e não de seus cadastros internos conforme pleiteado.
Veja-se:

Pelo exposto, CONCEDO A MEDIDA LIMINAR, INAUDITA ALTERA PARS


e, por conseguinte, determino que a Ré no prazo de 05 (cinco) dias,
proceda a exclusão dos dados da parte autora nos cadastros dos Serviços

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Art. 48. Caberão embargos de declaração quando, na sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição,
omissão ou dúvida.

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de proteção ao crédito, SPC e Serasa, em face do débito assinalado na


exordial, sob pena de multa diária que arbitro em R$100,00 (cem reais), em
caso de descumprimento, até ulterior decisão deste juízo. (Grifos do Autor).

Quando se compara a decisão proferida pela MM. Juíza ao


pedido realizado pelo Embargante, constata-se a omissão.

O Embargante-Autor, durante TODA a sua Petição Inicial


fundamentou o seu pedido de exclusão do seu nome dos CADASTROS
INTERNOS do Banco Embargado. Em simples leitura do tópico “II - DOS
FATOS.”, do tópico “III. 1. Da Manutenção Indevida em cadastro interno -
Violação ao Art. 43, § 1º do CDC” e, principalmente, do tópico “V. DA
ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA.”, é facilmente perceptível que o
Embargante-Autor pleiteou a todo o instante a exclusão do seu nome dos
cadastros internos do Banco Embargado e não dos órgãos de proteção ao
crédito, afinal seu nome nunca foi inserido em tais órgãos.

Diante do exposto e, principalmente, por fazer jus à concessão


de antecipação dos efeitos da tutela pretendida na Peça Vestibular, por estarem
satisfeitos os dois requisitos exigidos pelo art. 273 do Código de Processo Civil3, a
seguir demonstrados, pugna este Embargante pela concessão da Medida Liminar
para que seu nome seja excluído dos cadastros internos do Banco Embargado.

O primeiro requisito, qual seja, da "verossimilhança da


alegação", resta caracterizado, tendo em vista que o Banco Embargado não pode
manter em seus cadastros internos restrições negativas em nome do Embargante
por dívida já quitada há muito tempo (8 anos), ainda mais por dívida já prescrita pelo

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Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela
pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da
alegação e:
I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação;

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lapso temporal de 5 (cinco) anos estabelecido pelo Código de Defesa do


Consumidor em seu art. 43, §1º4.

Ademais, o art. 39, IX, do mesmo diploma consumerista dispõe


que trata-se de prática abusiva recusar a prestação de serviços diretamente a quem
se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento:

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras


práticas abusivas:
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a
quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os
casos de intermediação regulados em leis especiais;

No que tange especificamente às instituições bancárias, o art.


2º da Resolução BACEN nº 1.631/89, alterado pela Resolução BACEN nº 1.682/90,
estabelece que a abertura, movimentação de conta e o fornecimento de talonários
de cheques ao correntista só podem ser vedados quando este figurar no cadastro de
emitentes de cheques sem fundos, o que não é o caso do Recorrente.

O segundo requisito para a concessão da antecipação dos


efeitos da tutela, do "fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação",
também é cristalino, uma vez que o Autor sofre sérios prejuízos decorrentes da
manutenção de seu nome no cadastro restritivo interno do Banco Réu.
Primeiramente, devem ser levados em consideração os danos de ordem moral, uma
vez que o Autor não pode continuar sofrendo restrições decorrentes de dívida já
paga há 8 (oito) anos! Outro tipo de dano que o Autor vem sofrendo, são os de
ordem prática, tendo em vista que lhe são negados a prestação de diversos serviços
e operações, como empréstimo, cartão de crédito, limite para conta bancária, dentre
outros, o que implica no engessamento da sua conta, não lhe sendo permitindo fazer

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Art. 43. Omissis.
§ 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil
compreensão, não podendo conter informações negativas referentes a período superior a cinco anos.
(Seleção e grifos do Autor).

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sequer as mais banais transações como as em comento, gerando enorme


constrangimento!

Por conseguinte, é medida de extrema importância e


necessidade para o Autor que o MM. Juízo defira a antecipação dos efeitos da tutela
para que seu nome seja imediatamente retirado de quaisquer cadastros internos
negativos do Demandado, a fim de que possa usufruir da sua conta dentro da
normalidade de um correntista, sendo possível utilizar cartão de crédito, aumentar o
limite da sua conta, realizar empréstimos, dentre outras operações.

3. Conclusão.

Ante o exposto, restou claramente demonstrada a omissão na


decisão que concedeu a medida liminar, data maxima venia, o Embargante requer
o conhecimento e acolhimento dos presentes Embargos, a fim de que seja
aclarado o decisum de forma a determinar LIMINARMENTE ao Embargado que
exclua o nome do Embargante de seus CADASTROS INTERNOS, a fim de que
possa usufruir da sua conta dentro da normalidade de um correntista, sendo
possível utilizar cartão de crédito, aumentar o limite da sua conta, realizar
empréstimos, dentre outras operações.

Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
Salvador/BA, 04 de novembro de 2013.

(Assinado Eletronicamente)
RODRIGO GALLOTTI DE ANDRADE
OAB/BA Nº 38.668

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