Você está na página 1de 32

FUNDACEM - FUNDAÇÃO CESAR MONTES

RODOLFO FABRICIO BARROS

LICITAÇÃO NA MODALIDADE PREGÃO

SALVADOR-BA
JANEIRO/2015
2

FUNDACEM - FUNDAÇÃO CESAR MONTES

RODOLFO FABRICIO BARROS

LICITAÇÃO NA MODALIDADE PREGÃO

Trabalho apresenta como requisito parcial à obtenção do titulo de


Especialista na Pós Graduação em Administração Publica Municipal,
da FUNDACEM – Fundação Cesar Montes.

SALVADOR-BA
JANEIRO/2015
3
AGRADECIMENTOS

Dedico este trabalho primeiramente a Deus por ser essencial em minha vida, autor de
meu destino, meu guia, socorro e presente na hora da angústia e aos meus familiares e amigos.
4

RESUMO

Este trabalho teve como temática abordar as vantagens e desvantagens para a Administração
Pública da utilização da modalidade licitatória denominada pregão.
Inicialmente, traçou-se um histórico das licitações no Brasil com base na legislação existente,
depois foram apresentadas as modalidades licitatórias e em seguida foi abordado o pregão e
suas características.
5

ABSTRACT

Este trabajo fue la dirección temática de las ventajas y desventajas para la Administración
Pública de la utilización de la licitación llamados modo de comercio.
Inicialmente, remontado a una historia de las ofertas en Brasil sobre la base de la legislación
vigente, se presentaron después de que las bases de licitación y luego se acercó a la sesión y
sus características.
6

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...............................................................................................................11
2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA......................................................................................14
3 LICITAÇÃO.................................................................................................................15
3.1 MODALIDADES DE LICITAÇÃO..............................................................................17
3.1.1 Concorrência...........................................................................................................18
3.1.2 Concurso.................................................................................................................18
3.1.3 Leilão.......................................................................................................................19
3.1.4 Tomada de Preços .....................................................................................................19
3.1.5 Convite ..................................................................................................................20
3.1.6. Pregão.......................................................................................................................21
3.1.6.1 Pregão Presencial e Pregão Eletrônico....................................................................25
4. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DO PREGÃO........................................36
5. CONCLUSÃO.............................................................................................................41
REFERÊNCIAS...............................................................................................................42
7

1. INTRODUÇÃO

 O pregão é uma das seis modalidades licitatórias existentes no Brasil. Caracteriza-se


pela inversão de fases do processo licitatório comum previsto na lei 8.666/83.  É um
aprimoramento das demais modalidades licitatórias, possibilitando que a Administração
Pública Federal, Estadual, Distrital e Municipal realizem aquisições de bens e serviços
comuns através de lances sucessivos e decrescentes de forma fácil e rápida, gerando
economia. Neste artigo, serão analisadas a história, principais atores, vantagens e principais
normas regulatórias do pregão presencial e eletrônico no Brasil.
No intuito de proporcionar celeridade e economicidade ao erário, foi instituída através
do Decreto 3.555/00, a sexta modalidade de licitação: o pregão, que pode existir na forma
presencial ou eletrônica, sendo que o pregão eletrônico foi criado pelo Decreto 5.504/05.
Esta nova modalidade de licitação trouxe muitas mudanças para as licitações públicas,
mas além de alterações procedimentais, ocorreram modificações estruturais. Conforme
Santana (2008, p. 34) “pregão e gestão fiscal responsáveis são alguns ingredientes que
alteraram (e muito) as arcaicas estruturas administrativas no Brasil.
Com o fim de buscar o melhor resultado na atuação da Administração Pública, a nossa
Constituição Federal em seu artigo 37, inciso XXI, teve por objetivo delimitar a
discricionariedade da Administração Pública, definindo como regra obrigatória a licitação
antecedendo as contratações administrativas, admitindo apenas as exceções legais (artigos 24
e 25 da Lei nº 8.666/93). Conforme artigo 1°, parágrafo único, do Decreto nº 3.555/2000, o
pregão aplica-se aos órgãos da administração direta, aos fundos especiais, às autarquias, às
fundações, às sociedades de economia mista e às demais entidades controladas direta ou
indiretamente pela União.
O objetivo desse trabalho é mostrar de que forma os “pregões” podem causar vantagens
ou desvantagens nas finanças públicas, além de mostrar as principais deficiências detectadas.
Pretende ainda apontar soluções exeqüíveis para mudanças nesses aspectos e propor ligações
mais profundas da sociedade com o poder de gestão dos recursos públicos.
A partir da definição do objetivo geral, os objetivos específicos estão assim elencados:
- Administração Pública;
- Licitação;
- Modalidades de licitação existentes;
8
- Características do pregão;
- Vantagens do pregão como modalidade de licitação;
- Pregão como modalidade de licitação.
9
2. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Administração pública é um conceito da área do direito que descreve o conjunto


de agentes, serviços e órgãos instituídos pelo Estado com o objetivo de fazer a gestão de
certas áreas de uma sociedade, como Educação, Saúde, Cultura, etc. Administração pública
também representa o conjunto de ações que compõem a função admnistrativa.
A administração pública tem como objetivo trabalhar a favor interesse público, e dos
direitos e interesses dos cidadãos que administra. Na maior parte das vezes, a administração
pública está organizada de forma a reduzir processos burocráticos. Também é comum existir a
descentralização administrativa, no caso da administração pública indireta, que significa que
alguns interessados podem participar de forma efetiva na gestão de serviços.
Um indivíduo que trabalha na administração pública é conhecido como gestor público, e tem
uma grande responsabilidade para com a sociedade e nação, devendo fazer a gestão e
administração de matérias públicas, de forma transparente e ética, em concordância com as
normas legais estipuladas. Quando um agente público incorre em uma prática ilegal contra os
príncipios da Administração Pública, ele pode ser julgado por improbidade administrativa,
conforme a lei nº 8.429 de 2 de Junho de 1992.
Os princípios que regem a Administração Pública foram determinados pela
Constituição Federal de 1988 do Brasil, que em seu Art. 37 prevê: “A administração pública
direta e indireta de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência....”
Principio da legalidade é o que estabelece a supremacia da lei escrita, condição sem a
qual não poderia existir o Estado Democrático de Direito. O objetivo principal desse princípio
é evitar o arbítrio dos governantes.” Rigolin e Bottino (2002, P. 105) complementam que
seguindo este princípio, somente será legítimo, correto e aceitável, qualquer ato
administrativo, se o mesmo obedecer ao que a lei determina.
Princípio da impessoalidade determina, segundo Meirelles (1998, p. 88), que o
administrador público execute apenas o ato para o seu fim legal. A partir desta definição,
Seresuela (2002, p. 01) exemplifica que os atos administrativos devem ser destinados a
coletividade, sem privilégios, sendo que os atos e provimentos administrativos são atribuídos
não ao funcionário que os pratica, mas ao órgão em nome do qual age o funcionário.
10
Princípio da moralidade. Rigolin e Bottino (2002, P. 112) afirmam que todo ato da
administração deve ser moral ou honesto, sendo que desprezar tal princípio induz a prejudicar
o erário ou prejudicar a atuação final da administração pública.
Princípio da publicidade, Cretella Júnior (1999, p. 46) afirma que publicidade é a ação
de divulgar os atos ou fatos da administração para que todos tenham ciência.
Princípio da eficiência, cujas definições traçadas por Coelho (2009, p.60) apontam que a
racionalidade econômica da Administração Pública está vinculada a este princípio, ou seja,
implica em atingir os melhores resultados com o emprego dos tributos arrecadados.
Para atender aos cinco princípios instituídos pela Carta Magna de 88, foi estabelecido um
rol de legislação acerca dos atos realizados pelo gestor público, e entre essas normas estão as
que dizem respeito às contratações públicas, que devem ser realizadas através de processos
licitatórios.

3. LICITAÇÃO
11
Licitação é o conjunto de procedimentos administrativo para as compras ou serviços
contratados pelos governos Federal, Estadual ou Municipal, ou seja todos os entes federativos.
De forma mais simples, podemos dizer que o governo deve comprar e contratar serviços
seguindo regras de lei.

Conforme dispõe a Constituição Federal em seu artigo 37, inciso XXI, a decisão de
contratar para a Administração Pública, acha-se inexoravelmente vinculada à decisão de abrir
licitação, incluindo nas alternativas disponíveis as possibilidades de dispensa e inexigibilidade
do procedimento.
No Brasil existe um extenso acervo normativo, entre Leis e Decretos federais e
estaduais, exigindo dos gestores públicos, constante aprendizado sobre os procedimentos
necessários à realização de uma licitação pública.

A Lei Federal é a Lei 8666 de junho de 1993, que já teve várias alterações, é uma lei
nacional, ou seja, deve ser observada pela União, Estados e Municípios. Depois, em 2002 com
o surgimento do Pregão, que é a sexta modalidade, surgiu a Lei 10.520 que rege os pregões.
As duas leis permitem que os governos façam seus Regulamentos próprios, isso para facilitar
e adequar as regras gerais às particularidades de cada administração pública. Mas atenção,
nenhuma Lei Estadual, Decreto ou Regulamento pode ferir o que ditam as Leis 8666 de 1993
e 10.520 de 2002.

Para que este complexo procedimento administrativo esteja em conformidade com a


lei, é preciso seguir alguns princípios além daqueles determinados pela Constituição Federal.
Conforme Meirelles (1998, p. 238), estes princípios resumem se nos seguintes preceitos:
procedimento formal, publicidade de seus atos, igualdade entre os licitantes, sigilo na
apresentação das propostas, vinculação ao edital ou convite, julgamento objetivo, adjudicação
compulsória ao vencedor e probidade administrativa.
Ainda segundo Meirelles (1998, p. 238 a 240), os princípios são assim definidos:
Procedimento formal: impõe a vinculação da licitação às exigências legais, que além
da lei também estão contidas no regulamento, no caderno de obrigações e até no próprio edital
ou convite.
Publicidade de seus atos: abrange desde os avisos da abertura da licitação até o
conhecimento do edital e seus anexos, o exame da documentação e das propostas pelos
interessados e o fornecimento de certidões de quaisquer peças, pareceres ou decisões.
12
Igualdade entre os licitantes: impede discriminação entre os participantes do certame,
seja através de cláusulas do edital, seja mediante julgamento faccioso que desiguala os iguais
ou iguala os desiguais.
Sigilo na apresentação das propostas: é consectário da igualdade entre os licitantes,
pois ficaria em posição vantajosa o licitante que conhecesse a proposta de seu concorrente
antes da apresentação da sua.
Vinculação ao edital: é o princípio básico de toda licitação. O edital é a lei interna da
licitação, e desta forma, vincula aos seus termos tanto os licitantes como a Administração que
o expediu.
Julgamento objetivo: se baseia nos critérios indicados no edital e nas propostas
apresentadas. O julgamento das licitações deve se basear em fatores concretos definidos pela
Administração, em confronto com o ofertado pelos proponentes dentro do permitido no edital
ou convite.
Adjudicação compulsória: impede que após a conclusão do procedimento licitatório
o seu objeto seja atribuído a outra empresa que não seja a vencedora do certame.
Probidade administrativa: é dever de todo administrador público que tenha uma
conduta honesta e leal, atendendo a todos os princípios da administração.

3.1 MODALIDADES DE LICITAÇÃO

A Lei n.º 8.666/93 prescreve, em seu art. 22, cinco modalidades de licitação, que são
a concorrência, a tomada de preços, o convite, o concurso e o leilão. As modalidades de
licitação têm características próprias, destinando-se a determinados tipos de contratação. A
licitação é o gênero, do qual as modalidades são as espécies(3). Desta forma, possível é
aplicar a essas espécies os preceitos genéricos da licitação, enquanto os específicos regem
cada modalidade em particular.

A Medida Provisória n.º 2.026, editada em 04 de maio de 2000 e regulamentada pelo


Decreto n.º 3.555, de 08 de agosto de 2000, instituiu, no âmbito da Administração Federal,
uma nova modalidade de licitação, o pregão, destinado à aquisição de bens e serviços comuns,
qualquer que seja o valor da contratação, em que a disputa pelo fornecimento é feita por meio
de propostas e lances, em sessão pública.
13

3.1.1 CONCORRÊNCIA

Modalidade da qual podem participar quaisquer interessados que na fase de


habilitação preliminar comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no
edital para execução do objeto da licitação.
Configura-se como a espécie apropriada para os contratos de grande vulto, grande
valor, não se exigindo registro prévio ou cadastro dos interessados, cumprindo que satisfaçam
as condições prescritas em edital, que deve ser publicado com, no mínimo, trinta dias de
intervalo entre a publicação e o recebimento das propostas. Caso seja adotado um certame de
acordo com os tipos, como os de menor preço, técnica e preço e melhor técnica, esse intervalo
mínimo é dilatado para quarenta e cinco dias.

3.1.2 TOMADA DE PREÇOS

Modalidade realizada entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem


a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do
recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.
A tomada de preços é admissível nas contratações de obras, serviços e compras
dentro dos limites de valor estabelecidos em lei e corrigidos por ato administrativo
competente. A grande característica dessa modalidade, que a distingue da concorrência é a
existência de habilitação prévia dos licitantes, através dos registros cadastrais. Esses cadastros
são registros dos fornecedores de bens, executores de obras e serviços que ali se inscreveram,
mantidos por órgãos e entidades administrativas que freqüentemente realizam licitações.

Deverá correr na tomada de preços, um prazo de quinze dias, no mínimo, entre a


publicação e a data fixada para o recebimento das propostas. Contudo, caso o certame seja
julgado na conformidade dos "tipos", ou seja, pelos critérios de "melhor técnica" ou de
"técnica e preço", o prazo será de, pelo menos, trinta dias, sendo a contagem feita da mesma
forma que na concorrência.
14

3.1.3 CONVITE

Modalidade realizada entre interessados do ramo de que trata o objeto da licitação,


escolhidos e convidados em número mínimo de três pela Administração. O convite é a
modalidade de licitação mais simples. A Administração escolhe quem quer convidar, entre os
possíveis interessados, cadastrados ou não. A divulgação deve ser feita mediante afixação de
cópia do convite em quadro de avisos do órgão ou entidade, localizado em lugar de ampla
divulgação.
No convite é possível a participação de interessados que não tenham sido
formalmente convidados, mas que sejam do ramo do objeto licitado, desde que cadastrados no
órgão ou entidade licitadora ou no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores –
SICAF ou Cadastro unificado similar.
Esses interessados devem solicitar o convite com antecedência de até 24 horas da
apresentação das propostas.

3.1.4 CONCURSO

O concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho


técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmio ou remuneração aos vencedores,
segundo critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial. É comumente utilizado na seleção
de projetos, onde se busca a melhor técnica, e não o menor preço.

O concurso deve ser anunciado com ampla divulgação pela imprensa oficial e
particular, através de edital, publicado com uma antecedência mínima legal de 45 dias para a
realização do evento. A qualificação exigida aos participantes será estabelecida por um
regulamento próprio do concurso, que conterá também as diretrizes e a forma de apresentação
do trabalho, bem como as condições de realização e os prêmios a serem concedidos.
O julgamento é feito por uma comissão especial, integrada por pessoas de reputação
ilibada e reconhecido conhecimento da matéria, sejam ou não servidores públicos. Esse
julgamento será realizado com base nos critérios fixados pelo regulamento do concurso.
15

3.1.5 LEILÃO

O leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de


bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos legalmente apreendidos ou
penhorados, ou ainda para a alienação de bens imóveis cuja aquisição haja derivado de
procedimento judicial ou de dação em pagamento.
Pode-se verificar a ocorrência de dois tipos de leilão, que são o comum e o
administrativo. O leilão comum, que é privativo do leiloeiro oficial, é regido pela legislação
federal pertinente, podendo a Administração estabelecer as condições específicas. Já o leilão
administrativo é feito por servidor público.
Antes do leilão, devem os bens ser previamente avaliados, constando no edital o
preço mínimo a ser ofertado. Indispensável se faz ainda que o edital descreva os bens,
possibilitando sua perfeita identificação. Deve, além disso, indicar o local onde se encontram,
possibilitando o exame por parte dos interessados. O dia, horário e local do pregão são
especificados também pelo instrumento convocatório.
Para o leilão, não se exige qualquer tipo de habilitação prévia dos licitantes, tendo
em vista que a venda é feita à vista ou em curto prazo. Admite-se, entretanto, a exigência,
quando o pagamento não for todo à vista, de um depósito percentual do preço, servindo como
garantia.
Os lances no leilão deverão ser verbais, configurando uma disputa pública entre os
ofertantes, enquanto durar o pregão. Aquele que, ao final, oferecer maior lance, de valor igual
ou superior ao avaliado previamente, arremata o objeto da licitação.

3.1.6 PREGÃO

Esta modalidade foi instituída após a publicação da Lei 8.666/1993. Para descrever
como surgiu o pregão no sistema público brasileiro, foi tomado como base os relatos da
autora Scarpinella (2002).
O pregão surgiu no sistema brasileiro em 1997, através da Lei Geral de
Telecomunicações – LGT, Lei 9.472/1997. A LGT criou uma autarquia federal para
16
implementar seus ideais, a Agência Nacional de Telecomunicações, que é integrante da
Administração Pública Federal indireta, submetida a regime especial autárquico, com
vinculação ao Ministério das Comunicações e com função de autoridade reguladora das
telecomunicações. Tendo, portanto, independência administrativa, o que possibilitou
autonomia para criação de novas regras na organização das entidades administrativas públicas
brasileiras.
E neste contexto a LGT constituiu um regime próprio de contratações para a ANATEL.
Foi então que surgiu o pregão como nova modalidade de licitação e de restrita aplicação à
entidade.
Após quase dois anos e meio de resultados positivos na ANATEL, o Governo Federal
optou por ampliar esta modalidade para a Administração Pública. Por meio da Medida
Provisória 2.026 de 04 de maio de 2000, que foi reeditada por dezoito meses e do Decreto
3.555/2000, que possibilitaram a utilização do pregão pela União, até a criação da Lei Federal
10.520/2002 que permitiu à todas as esferas da Administração Pública a utilização do pregão.
De acordo com Ministério do Planejamento, “pregão é a modalidade de licitação para
aquisição de bens e serviços comuns em que a disputa pelo fornecimento é feita em sessão
pública, por meio de propostas e lances, para classificação e habilitação do licitante com a
proposta de menor preço”, esclarecendo ainda que bens e serviços comuns são aqueles
oferecidos por diversos fornecedores, cujos padrões podem ser definidos objetivamente.
Para que as aquisições tenham uma descrição que contemple bens e serviços comuns,
sem restrições às empresas é possível realizar um processo de padronização. De acordo com
Filho (2003), a padronização implica na utilização de padrões previamente fixados, sendo
possível à autorização da própria marca.
Com a publicação da Medida Provisória nº 2.026/2000, foi instituída uma nova
modalidade de licitação, chamada pregão. O pregão é uma modalidade de licitação que tem
por objetivo aquisição de bens e serviços comuns, independente do valor de estimação para a
aquisição, sendo que as propostas são efetuadas por meio de lances em sessão pública. Esta
modalidade de licitação vem unir-se às configuração citadas nas modalidades que disciplina a
Lei 8.666/93, já bem conhecidas pela Administração Pública brasileira.
O pregão ocorrerá em uma sessão pública, a disputa entre os licitantes será por meio de
lances, o que se busca é a desburocratização do procedimento da licitação convencional,
daquelas estabelecidas em lei própria. Será duas fases a licitação, uma compreendendo dos
lances das propostas, e aquela que vencer o pregão será analisada a documentação, importante
17
frisar, que a documentação será analisada apenas daquela que vencer o pregão, invertendo
assim o procedimento estabelecido na Lei n.º 8.666/93.

3.1.6.1 PREGÃO PRESENCIAL E PREGÃO ELETRÔNICO

Pregão presencial, o procedimento licitatório funciona da seguinte forma: após o


credenciamento de todos os fornecedores presentes à sessão, os envelopes de propostas são
abertos e digitados os preços, na ordem crescente, do primeiro ao último colocado, com o
auxílio de um software do pregão. Serão selecionadas as propostas de menor preço e as
ofertas até 10% superiores. Neste momento, as empresas que estiverem com seu preço 10%
acima do primeiro colocado, estarão fora da etapa de lance, exceto quando todas as propostas
estiverem acima dos 10%, caso onde o pregoeiro selecionará as três ofertas mais próximas
para dar início à etapa de lances verbais. Sendo assim, o pregão começa com um valor
respaldado na realidade do mercado, pois quem exagerar na proposta correrá o risco de ficar
fora da disputa. As regras do pregão estabelecem algumas salvaguardas para assegurar
patamares mínimos de competitividade.
Ao iniciar a etapa de lances, os fornecedores são chamados na ordem inversa, ou seja,
em ordem decrescente de preços, para cobrirem o preço do primeiro colocado.
Ao final dessa etapa, apenas será aberto e verificado o envelope com os documentos de
habilitação do primeiro colocado, o que não acontece nas outras modalidades de licitação,
onde verifica-se a habilitação de todos os licitantes antes da abertura das propostas.
Concluída a etapa de lances e a análise da documentação, será declarado o licitante
vencedor.
Deve ser elaborada a ata respectiva, na qual devem estar registrados os nomes dos
licitantes que participaram, dos que tiveram suas propostas classificadas ou desclassificadas,
os motivos que fundamentaram a classificação e/ou desclassificação, os preços escritos e os
lances verbais ofertados, os nomes dos inabilitados, se houver, e quaisquer outros atos
relativos ao certame que mereçam registro, inclusive eventual manifestação de interesse em
recorrer por parte do licitante.
Caso algum licitante manifeste a intenção de interpor recurso, mediante registro da
síntese das suas razões na ata, devem ser aguardados os seguintes prazos: 3 dias para juntada
18
das razões do recurso; 3 dias para os demais licitantes impugnarem o recurso porventura
interposto, que começa a contar do término do prazo recorrente.
Após essa fase passa-se a adjudicação do objeto ao licitante vencedor. Ela será feita pelo
pregoeiro caso tenha havido desistência expressa de todos os licitantes da intenção de interpor
recurso. Caso tenha havido interposição de recurso, quem adjudica é a autoridade competente.
O resultado do pregão deve ser divulgado na imprensa oficial ou em comunicação direta
a todos os licitantes. Depois, o processo é encaminhado para homologação da autoridade
competente.
É preciso muita cautela para a realização do pregão presencial. A principal delas é
conhecer previamente o procedimento integral. Além disso, é preciso fazer a conferência do
sistema gerenciador de disputa, a inserção prévia de dados naquele sistema, a preparação de
documentos e demais papéis normalmente utilizáveis em tais casos, ou seja, tudo que for
pertinente ao trabalho a ser realizado naquele momento.
Com o sucesso do pregão presencial, o Governo Federal, pensando em uma maior
agilidade e simplificação dos procedimentos licitatórios, decidiu implantar o pregão
eletrônico. Consiste na aquisição de bens e serviços comuns por meio da Internet.
O pregão eletrônico é uma das formas de realização da modalidade licitatória de pregão,
que apresenta as mesmas regras básicas do pregão presencial, com alguns procedimentos
específicos. Caracteriza-se especialmente pela inexistência da "presença física" do pregoeiro e
dos demais licitantes, uma vez que toda interação é feita por meio de sistema eletrônico de
comunicação pela Internet. Possui como importante atributo a
potencialização de agilidade aos processos licitatórios, minimizando custos para a
Administração Pública, estando cada vez mais consolidado como principal forma de
contratação do Governo Federal.
O pregão eletrônico não tem regulação na Lei n. 10.520/02. Porém, a maior parte da
etapa preparatória tratada na lei deve ser obedecida obrigatoriamente, tanto para o pregão
eletrônico quanto para o presencial.
Em 01/07/2005 entrou em vigor o Decreto n. 5.450, que, revogando o Decreto n.
3.697/00, regulamentou o pregão, na forma eletrônica, para aquisição de bens e serviços
comuns.
No pregão eletrônico, cada licitante terá uma chave de identificação e senha de uso
pessoal e intransferível, obtidos junto ao provedor do sistema. O próprio provedor fornece
orientações a respeito do funcionamento e do regulamento do sistema e instruções detalhadas
para correta utilização desses dispositivos.
19
O uso da senha de acesso é de responsabilidade total do licitante, inclusive no que diz
respeito a qualquer transação que venha efetuar diretamente, ou por seu representante, não
cabendo ao provedor do sistema ou ao órgão licitador, qualquer responsabilidade por
eventuais danos decorrentes de uso indevido da senha, ainda que executado por terceiros.
Uma das diferenças do pregão eletrônico e presencial é que no primeiro não se sabe quem
está participando da licitação. O pregão eletrônico também propicia a transparência do
sistema, uma vez que qualquer cidadão pode acompanhar sua realização via Internet.
A partir do credenciamento, as diferenças entre as duas modalidades são significativas,
tais como:
• credenciamento prévio perante o provedor do sistema eletrônico da autoridade
competente do órgão promotor da licitação, do pregoeiro, dos membros da equipe de apoio e
dos licitantes interessados em participar do pregão na forma eletrônica;
• a sessão pública é virtual, ou seja, ocorre através da Internet e é aberta pelo pregoeiro no
dia, horário e local estabelecidos;
• o encaminhamento das propostas, exclusivamente por meio do sistema eletrônico, poderá
ocorrer desde a publicação do edital até o momento que antecede a abertura da sessão;
• o sigilo das propostas enviadas é de responsabilidade do sistema;
• a proposta de preços e os lances são escritos, digitados em meio eletrônico;
• a proposta e os lances são ofertados por quem possuir a senha e a chave de identificação;
• é proibida a identificação dos licitantes durante a fase de lances;
• o licitante deve ofertar lance menor que o próprio lance anterior; não está obrigado a
cobrir o menor lance de seu concorrente;
• o tempo de disputa (o normal) fica sob o domínio do pregoeiro;
• entre outras.
Quando do recebimento das propostas, o pregoeiro faz a análise e julgamento de acordo
com as exigências estabelecidas no ato convocatório. Só participam da etapa de lances as
propostas classificadas. O próprio sistema ordena automaticamente as propostas classificadas
e que participarão da fase de lances.
O pregoeiro é quem inicia a fase competitiva, depois de classificadas e ordenadas as
propostas. Os licitantes encaminham os lances exclusivamente por meio do sistema
eletrônico. O licitante será informado, em tempo real, do valor do menor lance registrado pelo
sistema, bem como do recebimento do seu lance e do valor consignado no registro. O
oferecimento de lances é sucessivo e deve sempre ser inferior ao último ofertado pelo próprio
20
licitante, registrado pelo sistema. O sistema não aceita dois ou mais lances iguais,
prevalecendo o que for recebido e registrado primeiro.
Após o encerramento, pelo pregoeiro, da etapa de lances, o sistema eletrônico
encaminhará aviso de fechamento iminente dos lances, após o que transcorrerá período de
tempo de até trinta minutos, aleatoriamente determinado pelo próprio sistema, findo o qual
será automaticamente encerrada a recepção de lances.
Encerrada a etapa de lances, o pregoeiro examinará a proposta classificada em primeiro
lugar quanto à compatibilidade do preço em relação ao estimado para contratação e verificará
a habilitação do licitante conforme disposições do edital.
Nessa fase o pregoeiro pode encaminhar, pelo sistema eletrônico, contraproposta ao
licitante que tenha apresentado lance mais vantajoso, para que seja obtida uma melhor
proposta.
Concluída a análise da proposta classificada em primeiro lugar, o pregoeiro procederá ao
exame da documentação respectiva. Encerrada essa fase e constatando o atendimento às
exigências fixadas no edital, será declarado vencedor o licitante que ofertou a melhor proposta
e mais vantajosa para a Administração.
Declarado o vencedor, qualquer licitante pode, durante a sessão pública, de forma
imediata e motivada, em campo próprio do sistema, manifestar a intenção de recorrer, sob
pena de decadência do direito. O pregoeiro somente pode adjudicar o objeto ao licitante
vencedor caso não haja nenhuma intenção de recurso. Caso contrário, será adjudicado pela
autoridade competente.
Tendo algum licitante manifestado a intenção de interpor recurso, os seguintes prazos
deverão ser respeitados: 3 dias para juntada das razões do recurso; 3 dias para os demais
licitantes que quiserem impugnar o recurso porventura interposto, que começa a contar do
término do prazo do recorrente.
Encerrada a sessão pública, a ata respectiva será disponibilizada imediatamente na
Internet para acesso livre de todos os licitantes e da sociedade.
A divulgação do resultado do pregão deve ser feita na imprensa oficial ou por
comunicação direta aos licitantes.
Após, o processo deverá ser encaminhado para homologação pela autoridade
competente.
Homologado o processo licitatório, o adjudicatário será convocado para assinar o contrato
ou a ata de registro de preços no prazo definido no edital.
21
No pregão eletrônico será observado, para todos os efeitos, o horário de Brasília, Distrito
Federal, inclusive para contagem de tempo e registro no sistema eletrônico e na
documentação relativa ao certame.
No caso de desconexão do pregoeiro no decorrer da etapa de lances, se o sistema
permanecer acessível aos licitantes, os lances continuarão sendo recebidos sem prejuízo dos
atos realizados.
Quando a desconexão do pregoeiro persistir por tempo superior a dez minutos, a sessão
do pregão na forma eletrônica será suspensa e reiniciada somente após comunicação aos
participantes no endereço eletrônico utilizado para divulgação.
A principal e básica diferença entre as licitações tradicionais, ou seja, as modalidades de
licitações, Concorrência, Tomada de Preços e Convites, é o valor e/ou complexidade da
licitação. O que não se aplica a Pregão, pois para essa modalidade não há limites de valores.
Para o Pregão a diferença principal é a inversão de fases, primeiro a análise da proposta
depois a análise da documentação. Alguns Estados já adotam a inversão de fases em todas as
modalidades.

4. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DO PREGÃO

A nova modalidade pregão apresenta mais vantagens que desvantagens,


principalmente na forma eletrônica.
A modalidade pregão é um aperfeiçoamento do regime de licitações para a
Administração Pública, sua aplicação operacional funciona como um leilão inverso, no qual o
22
licitante oferta lances para baixo, propiciando a administração uma melhor compra. Essa nova
modalidade garante economias imediatas nas aquisições de bens e serviços, em especial
aquelas compreendidas nas despesas de custeio da máquina administrativa Pública; bem como
permite ainda maior agilidade nas aquisições, ao desburocratizar os procedimentos para a
habilitação, uso das novas tecnologias, transparência, ampliação de participação e o
cumprimento da seqüência de etapas da licitação despontando como um marco no futuro da
licitação no Brasil.
Como desvantagem, podemos destacar, basicamente, a possível deficiência na
conectividade aliada à refração cultural e exclusão digital.
Todos sabem que em muitos municípios não há estrutura para operacionalizar o
pregão eletrônico. A estrutura não se resume somente no computador em si, mas também ao
acesso à Internet, capacitação dos servidores, conhecimento do assunto, entre outros. Esse é
um problema que tende a acabar com o passar do tempo, porém, pode ser muito demorado,
devido à grande burocratização dos atos da Administração Pública.
Outra desvantagem que pode ser destacada é a possível economia alcançada com o
pregão eletrônico. Para que se possa ter uma análise satisfatória da economia é preciso que o
valor estimado seja real. Para isso é preciso que o orçamento seja feito com base na realidade
do mercado, muito bem planejado e pesquisado, para se evitar a falsa economia. Todos sabem
que os fornecedores agem de forma diferenciada na coleta de preços e na participação de um
certame. Muitos, quando convocados a orçar para a Administração, inflacionam aquilo que
será objeto da contratação. Sendo assim, no final do pregão não se terá o registro da real
economia.
Por isso, é muito bom que se utilize, como referência, preços registrados através do
Sistema de Registro de Preços.

5. CONCLUSÃO

Após as exposições sobre as vantagens e desvantagens do pregão é possível observar


que as vantagens superam com louvor as desvantagens, pois os pontos negativos apresentados
para a utilização do pregão podem ser amenizados, em alguns casos revertidos e em outros
casos são necessários para o bom andamento do processo.
23
Ademais, verifica-se que o pregão é uma modalidade que transformou as licitações
públicas, pois trouxe inovações que proporcionaram celeridade ao processo com a inversão
das fases e a consequente habilitação apenas do licitante classificado em primeiro lugar, e
também com a fase de recursos que trouxe maior agilidade ao processo.
Também cabe ressaltar que o pregão, especialmente na sua forma eletrônica,
proporcionou à licitantes de todas as regiões do país a participação em processos licitatórios,
ampliando a competitividade e expandido a oportunidade para maior participação de empresas
nestes processos.
Além do incremento da competitividade, o pregão oferece maior transparência, pois
qualquer cidadão pode averiguar os processos, basta ter acesso à internet.
Outro fator de destaque no pregão é a economia gerada ao erário público, pois
através dos lances, é possível adquirir produtos ou serviços de qualidade por preços
vantajosos para a administração.
E ainda, para que o processo licitatório seja bem sucedido é necessário que desde a
fase interna (definição do objeto), até a fase externa (homologação do processo), a condução
do trabalho seja realizada por servidores que atendam aos princípios da administração pública.
Além disso, também é preciso que as pessoas envolvidas nesse processo sejam devidamente
capacitadas, para que tenham o conhecimento necessário para realização das atividades de
maneira correta, sempre pautadas na legislação que disciplina o processo.
Desta forma, conclui-se que é muito interessante que todos os órgãos da
administração pública utilizem o pregão como modalidade licitatória sempre que for
aplicável, pois assim é possível selecionar a proposta mais vantajosa, ter agilidade no
processo, eficiência na contratação e proporcionar economia aos cofres públicos.

Mais que eleger, a Sociedade precisa produzir bons gestores de recursos públicos,
todos com conhecimentos científicos, tecnológicos e considerável sentimento humanitário,
capaz de garantir a sustentação do compromisso social e impregnar de ética à administração
pública.
Uma eficiente gestão não prescinde da adequação dos valores éticos, de forma que
não se pode dissociá-los da Administração e da Cultura da Sociedade.
Em busca de uma solução para maior empreendimento na Administração Pública
consiste em técnicas de fiscalização mais precisa deve ser implementada pelos órgãos
responsáveis pelos controles internos e externos. Neste último, é necessário maior tempo para
24
ocorrência dessas técnicas, que podem variar ou combinar todas, sejam: circularização,
confirmação física, acompanhamento e atualização de registro de preços, comparação, entre
outros.
O presente trabalho procurou demonstrar que a lisura e correta formulação dos
contratos administrativos e realização de licitação podem contribuir com economia nas
finanças e transparência na administração pública.
A adoção das medidas norteadas neste trabalho demonstra o respeito aos
contribuintes, razão da existência do serviço público, pois os responsáveis pela sua gerência
pública devem ser obrigados a prestar contas a eles, os verdadeiros financiadores dos gastos
públicos.
A justificativa da pesquisa se resume na possibilidade de contribuir como forma mais
consciente da administração, quer seja federal, estadual ou municipal, ao gerir o erário
público efetuando uma administração mais transparente na realização de contratações e
procedimentos licitatórios onde garantam a aplicação racional dos recursos públicos
priorizando metas pré-estabelecidas, visando melhor economicidade com eficácia e eficiência.
A Administração Pública tem o dever de licitar, visando selecionar entre os
interessados a proposta mais vantajosa, a fim de satisfazer o interesse público.
A Lei n. 8.666/93 e suas posteriores alterações limitaram o poder do administrador e
concedeu maior espaço para que novos fornecedores possam atender a Administração,
trazendo a igualdade entre os licitantes.
Desde a sanção até os dias atuais, a Lei de Licitações vem trazendo discussões e
constantes análises, que tendem a aperfeiçoar seu texto e garantir maior transparência e
celeridade aos processos licitatórios. Fruto disso foi a edição da MP n. 2.026/00, regulada
pelo decreto n. 3.555/00, e posteriormente pela lei n. 10.520/02, que criou nova modalidade
de licitação chamada de pregão.
O procedimento licitatório é de suma importância para afastar contratações ilícitas e
inadequadas para o interesse social e da própria Administração.
Comprar bem requer comparação. E a comparação exige cuidado especial, pois só
estará correta e trará resultados satisfatórios se forem comparados objetos com características
iguais. Para isto, a lei de licitações públicas exige a elaboração de um projeto básico prévio à
licitação. Embora a lei exija o projeto básico apenas para obras e serviços, é conveniente que
os órgãos da Administração também o adotem para as compras, principalmente aquelas de
maior vulto e quantidade.
25
A escolha pelos órgãos públicos da melhor opção para comprar deve passar por um
permanente planejamento de médio e longo prazos.
A migração gradativa para o pregão nas suas duas formas de realização, presencial e
eletrônica, é a principal mudança ocorrida no âmbito das licitações. Requer dos usuários
maior dedicação, conhecimento e comprometimento com a "coisa pública", implicando não só
na mudança de procedimentos, como também de postura desses profissionais com a
assimilação de um novo paradigma de negociação com maior responsabilidade para compras
e contratações governamentais abrangidas pelo pregão.
A instituição do pregão como nova modalidade de licitação de caráter obrigatório
para a Administração Pública Federal leva a uma modernização do sistema, com o objetivo de
proporcionar um meio mais econômico, célere e eficaz para as contratações, principalmente,
quando se estabelece o pregão eletrônico como forma de realização preferencial, otimizando o
rito procedimental, aumentando a competitividade entre os licitantes, alcançando fornecedores
de diversas regiões do país, reduzindo os custos e os valores das propostas.
O pregão é o exemplo da aplicação do princípio constitucional da eficiência, com a
agilização e simplificação do procedimento licitatório, através da inversão de fases que lhe
propicia maior e mais efetiva funcionalidade. Isto, na medida em que proporciona, a todos os
participantes do certame, a oportunidade de verem examinadas e discutidas as suas propostas,
sem as prévias barreiras e delongas da habilitação.
O pregão também é de suma importância para o perfeito atendimento do princípio
da economicidade, viabilizando resultados satisfatórios, através da redução significativa dos
valores das ofertas. Além disso, as contratações ocorrem com maior agilidade, devido à
simplificação burocrática do seu rito.
A instituição do pregão representa mais um estágio na consolidação de uma
mentalidade de probidade e responsabilidade nos gastos públicos, a exemplo da Lei
Complementar n. 101/00 - Lei de Responsabilidade Fiscal, buscando cada vez mais a
transparência na gestão pública para preservar o interesse público e coletivo.
Mais informações e transparência nas licitações públicas são, sem dúvida, a garantia
do efetivo acesso e controle popular e do exercício da cidadania.
Constata-se, assim, a importância desse procedimento licitatório para a
Administração Pública como uma forma de controlar as atividades do Administrador na
gestão dos recursos públicos, pautada nos princípios constitucionais da atividade
administrativa, tais como: o da legalidade, moralidade, publicidade etc.
26
Não raro o governo brasileiro está envolvido em diversas investigações acerca de
fraudes e corrupções no âmbito das licitações públicas, com o desvendamento de
favorecimentos e da prevalência de interesses particulares travestidos de suposto interesse
público. Como conseqüência, cresce a intensidade das discussões sobre a fragilidade das
modalidades tradicionais de licitação e necessidade de utilização de mecanismos
asseguradores de transparência e maior fiscalização dos gastos de recursos públicos, a
exemplo do pregão, seja ele eletrônico ou presencial.
Quanto mais transparente e democrático for o sistema de compras públicas, menos
espaço haverá para a corrupção. O modelo tradicional permite negociações fraudulentas,
visando superfaturamento de preços e direcionamento das compras para fornecedores
dispostos a corromper.
Mas, apesar da inquestionável melhora em relação ao sistema antigo, o pregão
eletrônico não pode ser tratado como a solução para acabar com a corrupção. É
preciso que os agentes públicos, fornecedores e sociedade em geral tenham consciência sobre
a moralização da gestão pública, baseada nos princípios constitucionais.
É preciso que a sociedade participe mais de perto da administração do dinheiro
público, cobrando mais responsabilidade do Administrador Público e fiscalizando sua perfeita
aplicação.

REFERÊNCIAS

Constituição. 1988. Constituição do Brasil: promulgada em 5.10.88. Brasília: Departamento


de Imprensa Nacional, 1988.
Lei 4.320, de 17 de março de 1964. Estabelece Normas Gerais de Direito Financeiro para
elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do
Distrito Federal.
SACCONI, Luiz Antônio. Dicionário Essencial Da Língua Portuguesa. São Paulo:Atual,
2001.
27
CRETELLA JUNIOR, José. Direito administrativo brasileiro. Rio de Janeiro: Forense, 1999.
DAYRELL, Carlos Leopoldo, Das Licitações na Administração Pública. Rio de Janeiro:
Forense, 1973.
DISTÉFANO CONSULTORIA. Curso Pratico de Licitação. ed. do autor. Santa Catarina,
2004, pagina 02. Download Disponível em:
<http://www.distefanoconsultoria.com/apostilas.htm>.Acesso em: 20 de dezembro de 2006.
KOHAMA, Heilio. Contabilidade Pública: teoria e prática. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2000.
MEIRELES, Hely Lopes. Licitação e contrato Administrativo. 9.ed. São Paulo: Ed. Revista
dos Tribunais, 1990.
PEIXOTO, Ariosto Mila. Licitação na Década de 90 e nos Próximos 10 Anos. São Paulo.
28

Estudos realizados e estabelecidos pela doutrina e pela prática de pregoeiros, que noticiam
suas experiências, exaltam, na prática dos pregões, além das vantagens decorrentes da adoção
da nova modalidade que, em geral, são: a inversão de fases, habilitando apenas o proponente
melhor classificado, a celeridade da fase externa da licitação, com o estabelecimento de prazo
de publicação de 08 (oito) dias, julgamento instantâneo, apenas uma fase de recurso,
economicidade e transparência; outros benefícios, traçando-se um comparativo entre as
formas de condução do pregão, seja presencial ou através de meio eletrônico.
Da mesma forma que são constatadas vantagens na aplicação da nova modalidade de
licitação, também foram detectadas algumas desvantagens seja na forma presencial ou
eletrônica. 

É a modalidade de licitação, tipo menor preço, exclusivamente para aquisição de bens e prestação de serviços comuns,
qualquer que seja o valor estimado da contratação, em que a disputa é feita por meio de propostas e lances sucessivos em
sessão pública, excluídas desta modalidade as contratações de obras e serviços de engenharia, bem como as locações
imobiliárias e alienações em geral, que serão regidas pela legislação geral de Licitação. (Redação dada pela Lei nº. 10.520/2002
e Dec. Est. 47.297/2002). 
29

O Pregão é um aperfeiçoamento do regime de licitações para a Administração


Pública, sua aplicação operacional funciona como um leilão inverso, no qual o licitante
oferta lances para baixo, propiciando a administração uma melhor compra. Essa nova
modalidade garante economias imediatas nas aquisições de bens e serviços, em especial
aquelas compreendidas nas despesas de custeio da máquina administrativa Pública; bem
como permite ainda maior agilidade nas aquisições, ao desburocratizar os procedimentos
para a habilitação e o cumprimento da seqüência de etapas da licitação despontando como
um marco no futuro da licitação no Brasil.
3. O FUTURO DA LICITAÇÃO NO BRASIL
Através da concepção própria, o futuro é um processo evolutivo alicerçado ás pelas
necessidades atuais de uma sociedade, que atualmente grande parte dos gestores e
legisladores acredita que o futuro da licitação esta na modalidade Pregão, sinônimo de
agilidade processual juntamente com a economicidade do objeto a ser adquirido pela
instituição pública. Um das inovações trazidas por esta modalidade, esta na inversão das
30
fases das compras públicas. Ou seja, análise das propostas de preços passa a ser feita pelo
governo antes da análise da habilitação; procedimento diverso da Lei nº 8.666, que na fase
externa, torna o processo muito demorado, em virtude do ente administrativo, ter que
analisar toda documentação exigida a todos concorrentes, mesmo que existam propostas
inexeqüíveis, que conforme lei, são passíveis de eliminação.

Acreditando que o bojo da Lei nº 8.666, atualmente foge aos novos preceitos da
administração gerencial, pois na aplicação de suas modalidades, principalmente em sua fase
externa, engessava o processo licitatório, iniciando o processo com a verificação de
documentação, que abriam precedentes aos recursos, protelando o resultado do certame.
Munidos desta informação e verificando as vantagens obtidas pela modalidade
Pregão, que o Presidente da República (Luis Inácio Lula da Silva), com o propósito de
garantir mais eficiência na utilização dos recursos públicos, que no uso de suas atribuições,
desenvolveu o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), que em seu pacote de medidas,
esta o projeto de Lei que traz uma série de alterações na Lei nº 8666.
3.1 O PAC (PLANO DE ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO) E A NOR
31

1. Tipo de papel: cor branca, formato A4;


2. Tipo de letra: Times New Roman;
3. Tamanho da fonte: 14 para títulos, 12 para o texto e 10 para citações longas e
notas de rodapé;
4. Margem: esquerda 4cm, superior 3cm, direita e inferior 2cm;
5. Parágrafos: 1,5cm;
6. Entrelinhas: 1,5;
7. Citações vazadas (acima de três linhas): espaço simples e fonte 10;
8. Entre o texto da seção anterior e o subtítulo, e entre este e o texto que o
segue: um espaço duplo ou dois espaços simples;
9. Paginação: a partir da folha de rosto, contar sequencialmente, mas sem
numerar. A numeração é colocada a partir da primeira folha da parte textual, em
algarismos arábicos, no canto superior direito da folha – a 2cm da borda superior, ficando
o último algarismo a 2cm da borda direita da folha;
10. Numeração progressiva dos títulos: os títulos das seções primárias, por serem
as principais divisões de um texto, devem iniciar em folha distinta e serem escritos em
caixa alta, com negrito, com a palavra Capítulo precedendo a numeração. Os subtítulos
das seções secundárias deverão ser digitados em todas as palavras em caixa alta, sem
negrito. Os das terciárias serão digitados com as letras iniciais em caixa alta, em todas as
palavras do título (exceto os elementos de ligação, por exemplo, de, com, em). Os das
seções quaternárias terão apenas a primeira letra em caixa alta, salvo o caso dos nomes
próprios, se houver. Para as seções seguintes, deve ser usado as alíneas seguidas de
32
parênteses [a), b), c)] ou um dos marcadores disponíveis;
11. Citações: deve ter como modelo o sistema autor-data. Devem estar entre
parênteses o(s) sobrenome(s) do(s) autor(es) em caixa alta, vírgula, a data, vírgula, e o
número da página após abreviatura (p.). A citação com mais de três linhas será destacada
com recuo e sem aspas. Terá como medida o dobro do espaço do parágrafo, ou seja, 3cm.
O tamanho da fonte será 10 e as entrelinhas, simples. A citação com menos de três linhas
aparecerá entre aspas, inserida no próprio texto. Caso ocorram supressões, devem ser
utilizados colchetes [...]. Tratando-se de paráfrase (resumo), não é necessário colocar a
numeração da página, apenas o sobrenome do autor em caixa alta, vírgula, e a data;
12. Abreviaturas e siglas: quando aparecem pela primeira vez no texto, coloca-se
o nome por extenso, acrescentando a abreviatura ou sigla entre parênteses;
13. As numerações das tabelas, figuras e equações devem seguir a seguinte regra:
numeração dupla X.Y, onde o X significa o capítulo onde se encontra a tabela e o Y é um
seqüencial dentro do capítulo;
14. Tabelas: têm numeração independente e consecutiva dentro do capítulo. O
título é colocado na parte superior, precedido da palavra Tabela e de seu número de ordem
em algarismos arábicos, alinhado à esquerda. As fontes citadas na construção da tabela e
eventuais notas aparecem abaixo da tabela, alinhadas à esquerda;
15. Figuras: têm numeração independente e consecutiva dentro do capítulo. O
título é colocado na parte inferior, precedida da palavra Figura e de seu número de ordem
em algarismos arábicos, alinhado à esquerda. A fonte deve aparecer acima do título da
figura, alinhado à esquerda;
16. Equações e fórmulas: aparecem destacadas do parágrafo, centralizadas e
numeradas. Se possível, deve-se utilizar o editor de equações;
17. Lombada: deve possuir os seguintes elementos:
a. Nome do autor: impresso longitudinalmente e legível do alto para o pé
da lombada;
b. Título do trabalho: impresso da mesma forma que o nome do autor;
c. Ano de publicação: impresso no pé da lombada
18.

Você também pode gostar