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CURSO DE JORNALISMO
SÃO LUÍS
2020
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO SÃO LUÍS
CURSO DE JORNALISMO
São Luís
2020
LICYA ADRIANNE MARQUES SANTOS
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________
Profº. Me. Ricardo Costa Alvarenga
Centro Universitário Estácio São Luís
__________________________________________________
1° Examinador (a)
__________________________________________________
2° Examinador (a)
À minha família, que sempre me
encorajou na concretização do meu
grande sonho.
AGRADECIMENTOS
O presente estudo objetiva refletir sobre a vigilância nas redes sociais na internet.
Para tanto, a pesquisa pauta-se em discutir sobre os novos modelos de vigilância e
controle na vida dos indivíduos na atualidade, no ciberespaço. O embasamento
teórico desta pesquisa dá-se apartir de Deleuze (1990), na perspectiva da sociedade
de controle, dialogando com Foucault (2014), a respeito da sociedade disciplinar e
relações de poder na sociedade. Utilizamos Recuero (2009), com foco nas redes
sociais, Cassino (2018), com reflexões sobre modulação e Bruno (2018), na
perspectiva da vigilância digital. O procedimento da pesquisa é de cunho
bibliográfico e de campo evidenciado por um questionário online com 10 perguntas,
que objetivou identificar a relação das redes sociais como ferramentas de vigilância.
Os resultados desta pesquisa apontaram o fato de que a vigilância ganhou novos
sentidos na internet, com termos como stalkear e cancelar, além de uma vigilância
acarretada pela própria empresa e pelos seus pares que têm ciência de que as
redes sociais podem monitorar e acompanhar o cotidiano e as interações de cada
indivíduo.
This study aims to reflect on social networking surveillance on the Internet. This way,
the research is based on discussing the new models of surveillance and control in
people’s lives today in the cyberspace. The theoretical foundation of this research
covers Deleuze (1990) regarding the perspective of the control society as well as
Foucault (2014) concerning the disciplinary society and power relations in society.
Recuero (2009) focusing on social networking, Cassino (2018) regarding reflections
on modulation and Bruno (2018) working on the perspective of digital surveillance
were also referenced. The research methodology is through bibliographic and field
evidenced by a 10-question online quiz, aiming to identify the relationship of social
networking as a surveillance tool. As a result, it was noticed the fact that surveillance
reached new feelings on the internet, with words such as: stalk and cancel, in
addition to surveillance carried out by companies themselves and their peers, who
are aware that social networking can monitor and follow the daily life and interactions
of each individual.
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 11
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 61
APÊNDICE ................................................................................................................ 64
APÊNDICE A – Perguntas do questionário online ......................................... 64
11
1 INTRODUÇÃO
2 MECANISMOS DE CONTROLE
O poder deve ser analisado como algo que circula, ou melhor, como algo
que só funciona em cadeia. nunca está localizado aqui ou ali, nunca está
nas mãos de alguns, nunca é apropriado como uma riqueza ou um bem. O
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Apesar do panóptico ter sido pensado como modelo prisional, ele pode e foi
incorporado por outras corporações sociais baseadas nos princípios de vigilância e
controle; asilos, escolas, hospícios, fábricas. Este modelo pode ser entendido como
uma máquina disciplinar que está em toda parte vigilante.
Sendo assim, é relevante ressaltar que o panóptico é uma figura
essencialmente arquitetural, que tem como característica principal convencer o
detento de que ele está sendo vigiado o tempo todo, mesmo que não esteja, até
porque seria pouco provável que o prisioneiro fosse observado sem ser parado por
um vigia. O mais efetivo é que o detendo internalize a ideia de uma contínua
visibilidade, para que assim fosse possível sustentar e consolidar a dinâmica de
controle e poder. De acordo com Foucault, Bentham sugeriu que o princípio de
poder no panóptico deveria ser visível e verificável:
Visível: sem cessar o detendo terá de ante dos olhos a alta silhueta da torre
central, de onde é espionado. Inverificável: o detendo nunca deve saber se
está sendo observado; mais deve ter certeza de que sempre pode sê-lo.
[...]. O panóptico é uma máquina de dissociar o par ver-ser visto: o anel
periférico, se é totalmente visto, sem nunca ver; na torre central, ver-se
tudo, sem nunca ser visto (FOUCAULT, 2014, p.195).
característica que diferencia as redes digitais atuais dos meios tradicionais antigos
que possuíam quase ou nenhuma interação.
Com a evolução da internet e a criação de novas interfaces, o que se nota é
uma explosão interativa, que sempre vai representar um processo de comunicação
entre os atores, gerando, assim, laços e relações de natureza sociais. Por isto, para
a interação ser existente, sempre haverá a presença mesmo que distante de outro
ator que estabelecerá uma troca de sentidos e mensagens, a fim de garantir uma
atividade comunicativa entre os pares.
As ferramentas que compõem os processos de interação de acordo com
Recuero (2009) no ciberespaço possuem especificidades características: a primeira
é que os atores não são conhecidos imediatamente, pois não se tem conhecimento
para além da linguagem não verbal, não tem como saber os gestos e feições do
outro ator, pois a interação é mediada pelo computador.
A segunda particularidade é a influência das possibilidades de comunicação
que as ferramentas vão oferecer para os atores. Por isso, é muito comum que a
interação continue acontecendo mesmo depois do indivíduo estar off-line no
ciberespaço. “A interação social, no âmbito do ciberespaço, pode dar-se de forma
síncrona ou assíncrona” (REID, 1991 apud RECUERO, 2009, P. 32). Essa distinção
remonta a diferença de construção temporal causada pela mediação, atuando na
expectativa de resposta de uma mensagem.
A comunicação síncrona (RECUERO, 2009) é aquela caracterizada pela
interação rápida, por ser em tempo real, na qual o indivíduo envolvido tem a
expectativa de uma resposta, imediata em virtude de ambos estarem online, já na
comunicação assíncrona o ator não está presente no momento da mensagem e,
assim sendo, pode responder depois.
O interessante ressaltar é que a interação entre os agentes não acontece
exclusivamente em uma só plataforma, mas sim em várias, afinal, o ator tende a
migrar de uma plataforma a outra criando laços duradouros.
A análise característica de uma rede social abarca ainda dois fatores que
estão intimamente imbricados: as relações sociais e os laços sociais. As relações no
ciberespaço dizem respeito ao relacionamento entre dois ou mais atores na
comunicação mediada pelo computador. As associações sociais nas redes se
constituem de maneira bastante diferenciada se comparada à relação face a face.
Neste sentido , no ciberespaço, os vínculos são construídos, através do anonimato
e da ideia que se tem da pessoa pela representação em seu perfil, sendo assim, as
relações, podem efetivar-se ou não, se caso o ator se sentir interessado pelo perfil
ou Feed de outro agente. As conexões podem ser iniciadas, mas se suas ideias não
forem compatíveis, isto gera influência e as relações sociais não acontecem. “Logo,
é mais fácil iniciar e terminar relações, pois muitas vezes, elas não envolvem o “eu”
físico do ator” (RECUERO, 2009, p.37).
A partir das relações sociais, os laços sociais nas redes são uma espécie de
elo entre os atores, eles possibilitam uma conexão mais potente e ativa, no entanto,
para que isto aconteça, é necessária a construção de interações sociais, mas não só
para se tornar um laço entre atores e grupos, tem que haver, prioritariamente, um
sentimento de pertencimento e de familiaridade com as trocas comunicacionais.
Recuero, citando os estudos de Gran Granovetter, destaca que os laços
sociais podem ser fortes ou fracos. Portanto, “laços fortes são aqueles que se
caracterizam pela intimidade, pela proximidade e pela intencionalidade em criar e
manter uma conexão entre duas pessoas. Os laços fracos, por outro lado,
caracterizam-se por relações esparsas, que não traduzem proximidade e intimidade”
(RECUERO, 2009, p.41). Nesse sentido, é muito comum ver nas redes sociais
digitais a constituição desses dois tipos de laços, quanto maior for a troca de
informação e ideias, mais fortalecido o laço vai ser; por isso, as conexões devem ser
múltiplas, mútuas e constantes.
No entanto, quando as relações não são de aproximação e intimidade e
tornam-se dispersas, os laços tendem a enfraquecer, contudo, um laço depende do
outro, eles estão correlacionados, afinal, uma relação social, para constituir-se em
um laço forte e íntimo, tem que passar inicialmente por uma conexão entre os atores
esparsos, que vai gerar gradativamente uma aproximação nas redes sociais digitais,
portanto; “tanto laços fracos quanto fortes podem ser suportados pelas redes sociais
na internet, embora ressalte que essas redes parecem mais configuradas para
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São nas interações e experiências com o meio e pessoas que criamos nosso
repertório social e redes de amizade, tais vivências acumuladas determinam nosso
poder de circulação, troca de valores, envolvimento e participação em grupos que
comungam de ideologias convergentes.
Essa sociabilidade formada naturalmente chamamos de Capital Social, no
qual Coleman (1988, apud RECUERO, 2009, p.50) define:
visualizações, comentários, curtidas, por isso, "é preciso operacionalizar a ideia para
trabalhar com as redes sociais, que parte da definição de Coleman, que explica que
capital social é heterogêneo" (RECUERO, 2009, p.50).
Essa heterogeneidade designa acervos de benefícios individuais ou coletivos
provenientes da participação nas redes sociais e se transfigura em categorias:
Esse fator é tão primordial que o Instagram mostra os atores na qual se teve
poucas interações e também os mais mostrados no Feed.” Baseado nos
históricos de curtidas, comentários e outras interações no aplicativo, o
sistema algoritmo infere as preferências de cada usuário para ofertar e
sugerir a eles conteúdos que provavelmente gostariam de ver (BENTES,
2018, p. 33).
4 A VIGILÂNCIA NA ATUALIDADE
Dessa forma, não se trata mais de moldar o indivíduo, mas sim de modulá-lo
a fim de modificar o seu comportamento. As redes sociais digitais apresentam um
ambiente que passa sensação de liberdade, ao mesmo tempo restringem alguns
caminhos que serão percorridos.
Segundo Machado (2018, p.59):
Este novo tipo de controle que cria uma ilusória impressão de autonomia, na
verdade, nutre um ambiente regulador, isso:
MODULAÇÃO DELEUZEANA
JORNALISMO PROPAGANDA
INFORMATIVO MARKENTING
MODULAÇÃO
MANIPULAÇÃO ALGORÍTMICA
DE MÍDIA
Contudo, mesmo a mídia tradicional tem adotado recursos das mídias digitais
para seus formatos, por meio de uma maior interação e participação do seu público.
De acordo com Cassino (2018, p.23) “A mídia limitada pelo broadcast precisa lançar
mão de estratégias e táticas diversas para atingir seus objetivos de modulação. A
manipulação é uma delas".
O Fato é que tanto as mídias tradicionais como as digitais procuram modular
o comportamento dos indivíduos mesmo a distância, e esta modulação pode ser
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feita tanto pela mão de um editor, quanto no âmbito virtual por mediação de
algoritmos.
não uma notícia de acordo com seu grau de interesse, pois “o padrão de cobertura
da mídia para alguns temas ressoa no público. Para outros temas, não há
ressonância” (MCCOMBS, 2004, p. 32). A todo instante estamos imersos no mundo
de informações que chegam até nós das mais variadas formas, a fim de chamar
nossa atenção, “enquanto muitos temas competem pela atenção do público,
somente alguns são bem sucedidos em conquistá-lo, e os veículos noticiosos
exercem influência significativa sobre nossas percepções sobre quais os assuntos
mais importantes” (MCCOMBS, 2004, p.19). Assim, a modulação deleuzeana
através do agendamento adentra nos cérebros mesmo a distância, a fim de modular
gostos, percepções e assuntos a serem debatidos.
É fato que a hipótese da agenda setting evidencia que os editores de matérias
constroem e escolhem os assuntos que serão noticiados para o público e assuntos
que não serão, e esta escolha dos editores acaba por modular o comportamento do
público ao achar que aquela matéria e não outra é relevante e digna de atenção:
O jornal Folha de São Paulo encomendou ao Data Folha uma pesquisa sobre
a popularidade dos então Presidentes do Brasil, Dilma Rousseff e Michel Temer, e
acabou por modular completamente os resultados publicados como manchete na
edição de domingo, dia 17 de julho de 2016.
A manchete da capa intitulava-se “Cresce otimismo com economia diz Data
Folha”. A chamada trazia como foco o fato de que a pesquisa Data Folha constatou
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que 50% defendiam manter o presidente interino Temer, 32% preferiam a volta de
Rousseff e apenas 3% queriam uma nova eleição.
Em um artigo publicado em 27 de julho de 2016 pelo The Intercept Brasil,
assinado por Glen Greenwald, com o seguinte título "A fraude jornalística da folha é
ainda pior: Surgem novas evidências, é possível identificar que a Folha de São
Paulo ocultou os dados da pesquisa que mostravam que a grande maioria dos
eleitores sugeriam a renúncia de Temer; seriam 62% dos brasileiros que
demonstravam predileção para ambos abnegarem da presidência, ao contrário dos
3% mencionados pelo Jornal sobre novas eleições.
Com resposta ao artigo, o Instituto de Pesquisa Data Folha acabou por
publicar um comunicado à imprensa anunciando que 60% dos brasileiros queriam
novas eleições, estes dados foram publicados pelo Instituto e logo depois foram
retirados do ar, como afirma Glenn Greenwald, no artigo descrito acima.
Em seu artigo, Greenwald destaca, ainda, que a resposta do diretor executivo
da Folha de São Paulo foi de que os dados ocultados não “eram jornalisticamente
relevantes”. Mediante ao exemplo explicitado, observa-se que a manipulação de
informação se deu porque o editor da matéria em questão apresentava a
intencionalidade de modular e distorcer os fatos a favor do Presidente Michel Temer,
como forma de consolidar o seu mandato, além de influenciar os seus leitores sobre
a sua popularidade para permanecer como chefe de Estado.
Quanto a isso, Cassino (2018) pontua que a manipulação precisa ter a
intenção de ludibriar a interação humana, mesmo que fazendo uso de recursos
tecnológicos de comunicação. É preciso realizar a ação de manejar, de pôr em
prática, de colocar deliberadamente em funcionamento uma dinâmica que induza
que iluda.
Vale salientar a publicação das duas manchetes alocadas no blog The
Intercept . A primeira, noticiada com equívocos do Jornal Folha de São Paulo sobre
os dados percentuais sob ótica de inversão, no qual demonstrava que 3% dos
brasileiros queriam novas eleições, no entanto, posteriormente, foi desconstruída
pelo próprio Instituto Data Folha, por meio da emissão de comunicado com a
correção que 60% da população vislumbrava novas eleições, vejamos imagens:
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Entendendo que as redes sociais digitais são "sites na internet que permitem
a criação e o compartilhamento de informações e conteúdos pelas pessoas e para
as pessoas, nas quais o consumidor é, ao mesmo tempo, produtor e consumidor da
informação” (TORRES, 2009, p.113). As redes sociais na internet possibilitaram
uma troca contínua de informações entre os pares, sendo que agora o indivíduo tem
uma posição dual de emissor e receptor da informação. De acordo com o gráfico
acima, o público da pesquisa utiliza-se mais das redes facebook e Instagram com
uma porcentagem de 63,5%.
Para a professora e pesquisadora Raquel Recuero (2009), uma rede social é
definida como um agrupamento de dois componentes: os atores que são, na
verdade, as pessoas, grupos, instituições e suas conexões, que são por finalidade
as interações ou laços sociais. Neste sentido, as redes sociais são permeadas pela
interatividade entre os pares, que criam o estabelecimento de novas relações e
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controle mesmo que parcial sobre a vida daqueles que observam" (BENTES, 2018,
p.85).
Se o ato de stalkear diz respeito aos próprios atores das redes sociais, que
vigiam todos continuamente, a própria rede digital na internet é detentora de uma
vigilância inerente, como no gráfico abaixo, ao demonstrar que, das 105 pessoas
que responderam o questionário, 86,7 notam a presença de anúncios que lhes
interessam, com conteúdo personalizados de acordo com o seu perfil. Vejamos.
O gráfico acima diz respeito à seguinte pergunta: Você sente que através das
redes sociais digitais sua vida está sendo mapeada e rastreada, já que todos os
dados de acesso são arquivados? Como pontuado, Deleuze destaca que as massas
acabaram por se tornar amostras de dados, justamente porque os dados de acesso
são arquivados e a vidas das pessoas passam a serem mapeadas, conforme o
gráfico, a maioria dos respondentes (86,7%) acreditam, sim, que suas vidas estão
sendo rastreada através das redes sociais.
Neste sentido, os dispositivos de controle e vigilância acabam por
acumularem informações e registros sobre os atores." O que há de novo na
vigilância da era computacional, “[...] É a facilidade de estocar e recuperar
informações que derivam do monitoramento cotidiano das ações dos indivíduos”
(BRUNO, 2018, p.11). Fernanda Bruno ainda propõe uma definição sobre o conceito
de vigilância digital que seria o;
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
95,2% dos respondentes acreditam que as redes sociais são formas de vigilância,
no entanto, um fato curioso é notar que 84,6% das pessoas não tem tranquilidade
em compartilhar os seus dados pessoais nestas plataformas.
Neste sentido, nota-se que, apesar dos sujeitos estarem cientes da vigilância,
ainda é um desconforto ter que compartilhar os seus dados, pois não se tem uma
comprovação dos fins para os quais eles são usados. Os dados pessoais são um
fator preponderante para os atores criarem uma rede social, lhes é solicitado nome,
e-mail, número de telefone, é como alerta Souza "os dados pessoais são a moeda
paga pelo uso gratuito de plataformas, sites e serviços online".
A pesquisa visou também comprovar que a vigilância ganhou novos sentidos
com as redes sociais digitais, na atualidade, o sujeito vigia o outro através da ação
de stalkear. Das pessoas que responderam o questionário, 67,6% já realizaram essa
ação. Portanto, o ato de stalkear é comum nas redes sociais, através dela os
indivíduos exercem a vigilância sobre os seus próprios amigos e/ou seguidores
digitais, pois ficam informados sobre tudo o que a pessoa posta e faz.
É evidente que através do questionário dos 105 respondentes, 99 já
cancelaram ou bloquearam alguém de suas redes sociais, essas ações também
dizem respeito ao ato de vigiar constantemente os pares nas redes, os sujeitos
estão sempre atentos e observando tudo o que outro escreve, defende e apoia,
para, enfim, efetivar ou não o ato de bloquear e/ou cancelar.
A vigilância também ocorre pelos próprios mecanismos das redes sociais,
através do questionário, podemos observar se o ato de vigiar da rede para com os
indivíduos, que percebem com frequência anúncios personalizados. Foram 91
pessoas que notaram tal atividade e 91 também sentem que suas vidas são
mapeadas e registradas, pois todos os dados são arquivados. Nota-se que é quase
uma unanimidade a percepção dos indivíduos sobre a vigilância que sofrem da
própria rede através das informações, perfis pessoais e registros que deixa ao
entrar no ciberespaço.
As considerações que chegamos nesta pesquisa é que as redes sociais na
internet são novas formas de estabelecer vigilância, principalmente porque se você
não paga pelo produto, você é o produto, a vigilância é a engrenagem de lucros das
plataformas digitais. Consideramos, também, que a vigilância nas redes sociais, fato
já comprovado nesse estudo, acontece prioritariamente pelos os próprios atores que
estão presentes nas redes, é a concreta assertiva: todos vigiam todos.
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Esta monografia fica, portanto, como um estudo que visa agregar para as
pesquisas futuras análises comprobatórias sobre a vigilância digital, bem como
salientar a inclinação de pesquisas sobre a vigilância em outras plataformas.
Também reconhecemos que possíveis lacunas podem ter sido deixadas no decorrer
do desenvolvimento do nosso trabalho, porém, pretende-se desenvolver outras
pesquisas em âmbito de pós-graduação.
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REFERÊNCIAS
VALENTE, J.C. Algoritmos e Sites de Redes Sociais: uma discussão crítica sobre
caso do Facebook. Revista pós, v.14, n.2, 2019. Disponível em :
<https://www.researchgate.net/publication/336813837_Algoritmos_e_Sites_de_Rede
s_Sociais_uma_discussao_critica_sobre_o_caso_do_Facebook>. Acesso em: 05
Nov. 2020.
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APÊNDICE
( ) Masculino?
( ) Feminino?
( ) Prefiro não responder
( ) Outro
( ) 18 a 25
( ) 26 a 30
( ) 31 a 45
( ) 46 ou mais
( ) Facebook e Instagram
( ) Instagram e Twitter
( ) Facebook e Twitter
( ) Outras
( ) sim
( ) não
( ) sim
( ) não
( ) sim
( ) não
( ) sim
( ) não
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8. Você sente que através das redes sociais digitais sua vida está sendo
mapeada e rastreada, já que todos os dados de acesso são arquivados?
( ) sim
( ) não
( ) sim
( ) não
10. Você considera que as redes sociais digitais podem funcionar como
ferramentas de vigilância na atualidade?
( ) sim
( ) não