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Sumário

1. Lei 6.745/1985 – Estatuto do Servidor Público .......................................................................................... 2

1.1 Título I – Disposições Iniciais................................................................................................................ 2

1.2 – Título II - Admissão ao Serviço Público ............................................................................................. 9

1.2.1 Nomeação .................................................................................................................................. 14

1.2.2 Posse .......................................................................................................................................... 15

1.2.3 Estágio Probatório e Estabilidade ............................................................................................... 18

1.3 – Título III - Vida Funcional................................................................................................................. 24

1.3.1 Exercício, Lotação e Remoção .................................................................................................... 24

1.3.2 Regime de Trabalho.................................................................................................................... 35

Questões Comentadas ............................................................................................................................... 41

Questões Propostas ................................................................................................................................... 61

Gabarito ..................................................................................................................................................... 67

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Se você está vindo da Aula 00, você já leu até o item 1.2.3, podendo ir direto para o capítulo da Vida
Funcional do Servidor.

Fico contente que tenha me escolhido como seu professor pelo restante do curso! Hora de mostrar que
isso foi uma excelente escolha!

A aula de hoje explicará como chegamos a um cargo público e como saímos dele.

Por incrível que pareça, mesmo com nossa Constituição Federal, a nomeação para cargo de provimento
efetivo não é a única forma pela qual uma pessoa se torna um funcionário público, e não há nada de errado
(ou inconstitucional) nisso.

Mas tudo a seu tempo.

1. LEI 6.745/1985 – ESTATUTO DO SERVIDOR PÚBLICO

1.1 Título I – Disposições Iniciais

Esta é a lei mais legal do curso. É ela que rege sua relação de trabalho com os órgãos públicos do Estado. É
ela que aponta os direitos que você possui por estar trabalhando ali. E, como não poderia deixar de ser,
também fixa as obrigações às quais o Sr. estará submetido se quiser continuar a figurar na folha de
pagamento do órgão.

E, ao contrário da crença popular, funcionário público também pode perder o emprego (tecnicamente
falando, trata-se de um cargo). E quando perde, o negócio costuma ser feio!

Por isto, esta lei também fixa os procedimentos disciplinares em caso de inobservância de deveres
funcionais.

Em suma, está tudo aqui.

Trabalharemos com uma versão compilada do Estatuto, que você pode encontrar na nossa pasta do
Google Drive com o link abaixo:

https://leisestaduais.com.br/sc/lei-ordinaria-n-6745-1985-santa-catarina-dispoe-sobre-o-estatuto-dos-
servidores-publicos-civis-do-estado-de-santa-catarina

O estatuto desse link está atualizado até 13 de janeiro de 2017 e ainda tem a vantagem de fazer remissão a
outros diplomas legais (os quais você não precisará estudar e que, se contiverem algo relevante, serão
mencionados em aula).

Cuidado com versões mais antigas!

É possível (embora pouco provável) que haja leis posteriores à data da última atualização. Seu professor
revirou a internet atrás de atualizações, e não encontrou nenhuma (provavelmente por não existirem :P).

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Mas se por qualquer razão você tiver encontrado, pode enviar para mim que eu mesmo atualizo o curso e
faço os comentários pertinentes.

Podemos começar!

E no começo, devemos pensar na Constituição Federal.

A competência para cada esfera de poder fixar o Regime Jurídico dos Servidores Públicos encontra-se no
artigo 39 da Carta Magna:

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua
competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração
pública direta, das autarquias e das fundações públicas.

Aqui está o primeiro pulo do gato. A Lei 6.745/1985 foi editada antes da Constituição Federal de 1988 e,
logicamente, não foi atendendo ao mandamento da atual Constituição Federal e sim da anterior.

Mas, seria um pecado enorme desperdiçar todo o texto do Estatuto e ter de rever cada pequeno
procedimento já praticado pelos Poderes do Estado de Santa Catarina por ocasião da Constituição Federal
de 1988.

Solução: editou-se a Lei Complementar 28/1989 (que você encontra lá na nossa pasta do Google Drive),
criando o Regime Jurídico Único a que alude o atual artigo 39 da Constituição Federal e mandando aplicar
as disposições da Lei 6.745/1985 a todos os servidores públicos:

Art. 1º - Os servidores públicos da Administração Direta, das Autarquias e das Fundações Públicas
instituídas e mantidas pelo Estado ficam submetidos ao regime jurídico desta Lei, passando a ser
regidos pelas disposições da Lei nº 6.745, de 28 de dezembro de 1985 e legislação complementar.
Art. 2º - Considera-se Servidor Público Civil, para os efeitos desta Lei, o empregado ou funcionário,
investido em emprego ou cargo público, de provimento efetivo ou em comissão, da administração
pública direta, das autarquias e das fundações públicas dos Poderes Legislativos, Executivo e
Judiciário.
Art. 3º - Passa a denominar-se Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Santa Catarina o
disposto na Lei nº 6.745, de 28 de dezembro de 1985.

Assim, o que nós faremos no curso é estudar a Lei 6.475/1985 enquanto vamos pincelando a Lei
Complementar 28/1989 em cada uma das passagens em que ela modificou o Estatuto. Quando chegarmos
na última aula do Estatuto, você já terá visto praticamente todos os artigos dessa lei, de modo que não
haverá comentários a serem feitos sobre nenhuma das duas leis.

Outro ponto importante: a Lei 6.745/1985 se aplica apenas a funcionários públicos, enquanto o conceito de
“servidor público” abarca também os empregados públicos.

Muito cuidado: a Lei 6.745/1985 tem em mente apenas os funcionários públicos. Ainda que eu,
eventualmente, use o termo servidor (por ser o termo mais adequado e também o termo utilizado na
Constituição Federal), estaremos sempre falando de ocupantes de cargos efetivos (o que a Lei 6.745/1985
chama de funcionários) e não de empregados públicos.

Comecemos do começo, pelo artigo 1º da Lei:


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Art. 1° - Este Estatuto estabelece o regime jurídico dos funcionários públicos civis dos Três Poderes
do Estado e do Tribunal de Contas.

Aqui estão compreendidos todos os servidores que sejam contratados sob o vínculo estatutário, inclusive
os vinculados a Autarquias e Fundações Públicas.

As definições de Autarquia e Fundação Pública pertencem ao estudo do Direito Administrativo, mas você
já pode levar como lição aquilo que dispõe o artigo 4º do Decreto-lei 200/1967 (copiado e incessantemente
repetido por todas as bancas da atualidade quando Direito Administrativo é exigido em prova):

Art. 4° A Administração Federal compreende:


I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da
Presidência da República e dos Ministérios.
II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de
personalidade jurídica própria:
a) Autarquias;
b) Emprêsas Públicas;
c) Sociedades de Economia Mista.
d) fundações públicas.

O que os entes da administração assinalados acima possuem em comum? Simples: eles contratam pessoal
sob um regime de trabalho diferenciado, chamado estatutário. É este regime que você estudará pelas
próximas aulas que tiver comigo neste curso.

E, para começar, quando você resolveu que viraria um “servidor”, fazia ideia do que realmente estava
desejando? Sabia que era bom, que o salário era legal e que dificilmente seria mandado embora. Mas nada
disso define um servidor.

Art. 2° - Funcionário Público, para os fins deste Estatuto, é a pessoa legalmente investida em cargo
público criado por lei, de provimento efetivo ou em comissão, com denominação, função e
vencimento próprios, número certo e pagamento pelo erário estadual.

O termo funcionário público era utilizado antes da Constituição de 1988. Atualmente, a designação mais
apropriada é servidor. Tanto é verdade que a Lei Complementar 28/1989 nos traz uma definição bastante
próxima dessa que você acabou de ler:

Art. 2º - Considera-se Servidor Público Civil, para os efeitos desta Lei, o empregado ou funcionário,
investido em emprego ou cargo público, de provimento efetivo ou em comissão, da administração
pública direta, das autarquias e das fundações públicas dos Poderes Legislativos, Executivo e
Judiciário.

Simples desse jeito. Servidor é alguém que está legalmente investido em um cargo público ou emprego
público.

Quer dizer, é simples se você souber o que é um cargo público.

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Comecemos com o básico: um cargo público é um Conjunto de atribuições e responsabilidades.

Você está sendo pago para fazer algo, não é mesmo? Se você vai carregar processo de um lado para outro
ou cuidar do protocolo de petições no balcão, tudo isto são responsabilidades e atribuições que podem ser
acometidas a você (basicamente, o que seu chefe pode te mandar fazer!).

Sabendo disso, o artigo 2º nos dá o restante da definição:

Criado por lei: Seu chefe não poderá pedir para você consertar o encanamento do banheiro do órgão
público. Ele gostaria muito, mas ele não poderá. Isto ocorre porque suas atribuições estão definidas na
estrutura organizacional do órgão, e você, no exercício daquele cargo definido em lei, só pode realizar
aquelas tarefas.

Denominação, função e vencimento próprios: seu cargo tem nome, né? Você está estudando para virar
Advogado, Analista, Técnico ou qualquer outro cargo que você puder pensar. E todos eles respondem por
um nome.

Fora isso, esse cargo não foi criado “para nada”: ele possui uma função na estrutura do serviço público. E,
por fim, há uma remuneração (vencimento) inerente ao exercício desse cargo.

Pagamento pelo Erário Estadual: Se você não está investido em cargo público (por exemplo, contratado
pelo regime da CLT para o Banco do Brasil) ou se sua remuneração não vem do cofre do estado (por
exemplo, um perito judicial, que até trabalha dentro do Tribunal, mas é remunerado pela parte
sucumbente da perícia), você não é um funcionário.

Repare que o conceito de servidor aí em Santa Catarina é mais abrangente que em outros estados,
englobando tanto o funcionário público (detentor de cargo público e vinculado ao estatuto) como o
empregado público (que possui um emprego e obedece às regras da CLT).

Todavia, tudo de que falaremos ao longo das próximas aulas diz respeito aos funcionários públicos. Certo?

Quanto ao provimento efetivo e em comissão, falaremos sobre o assunto mais tarde.

Os próximos parágrafos só farão sentido se você compreender alguns conceitos antes.

Comecemos pelo significado de “quadro”: o conjunto total de cargos de determinado órgão ou entidade.

Já parou para pensar porque o concurso que você está fazendo não abriu mais vagas no edital? Por um
motivo bem simples: o quadro de vagas é limitado.

Um quadro é mais ou menos parecido com essa tabela:

Quadro de Vagas - Órgão X


Carreira Cargos
Analista 176
Técnico 400
Auxiliar 1386

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A existência do quadro é um dos motivos pelos quais o número de vagas previsto no edital é limitado: no
exemplo acima citado, não pode haver mais de 176 membros da Carreira de Analista trabalhando no órgão
em questão, salvo as raras hipóteses do estatuto que permitem a existência de excedentes (como, por
exemplo, os casos de servidores reconduzidos).

Segundo: a estrutura básica das carreiras do Poder Judiciário é mais ou menos esta aqui:

GRUPOS

OCUPACIONAIS
REFERÊNCIA A B C D E
NÍVEL
SERVIÇOS 1 1,0000 1,0140 1,0282 1,0426 1,0572
DIVERSOS 2 1,1492 1,1652 1,1816 1,1981 1,2149
3 1,3206 1,3391 1,3578 1,3768 1,3961

SERVIÇOS 4 1,5175 1,5388 1,5603 1,5822 1,6043


AUXILIARES 5 1,7439 1,7683 1,7931 1,8182 1,8436
6 2,0040 2,0321 2,0605 2,0894 2,1186

ATIVIDADES DE 7 2,3052 2,3398 2,3749 2,4105 2,4466


NÍVEL 8 2,6753 2,7154 2,7561 2,7975 2,8394
MÉDIO 9 3,1047 3,1513 3,1986 3,2466 3,2953

ATIVIDADES DE 10 4,0469 4,1117 4,1775 4,2443 4,3122


NÍVEL 11 4,7431 4,8190 4,8961 4,9744 5,0540
SUPERIOR 12 5,5598 5,6480 5,7384 5,8342 5,9234

À medida que o servidor avança na carreira, vai recebendo uma remuneração maior. O fenômeno da
progressão e da promoção serão estudados mais a frente no curso.

Com isto, você está em condições de compreender os parágrafos:

§ 1° - Os cargos públicos de provimento efetivo serão agrupados em quadros e sua criação


obedecerá a planos de classificação estabelecidos em leis especiais, segundo a hierarquia do
serviço e as qualificações profissionais, de modo a assegurar a plena mobilidade e progresso
funcionais na carreira de funcionário público.
§ 2° - A análise e a descrição de cada cargo serão especificadas na respectiva lei de criação ou
transformação.
§ 3° - Da análise e descrição de cargos de que trata o parágrafo anterior, constarão, entre outros os
seguintes elementos: denominação, código, atribuições, responsabilidades envolvidas e condição
para o seu provimento, habilitação e requisitos qualificativos.

Sigamos:

Art. 3° - É vedado atribuir ao funcionário outros serviços, além dos inerentes ao cargo de que seja
titular, exceto quando designado, mediante gratificação, para o exercício de função de confiança
ou para integrar grupos de trabalho ou estudo, criados pela autoridade competente, e comissões
legais, salvo na hipótese do art. 35, deste Estatuto.

O cargo para o qual o servidor foi nomeado está previsto em lei, certo? As atribuições (aquilo que o
servidor pode fazer) também. Pois bem, existe uma regra geral no âmbito do Direito Administrativo cujo
enunciado é mais ou menos o seguinte “À Administração só é permitido fazer que a lei autoriza”.

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Conclusão: se determinada atribuição, serviço ou encargo não está prevista como sendo própria do cargo,
ela não pode ser acometida ao servidor.

Esta regra comporta algumas exceções:

A primeira delas de corre de designação para função de confiança. Essa eu vou explicar quando chegarmos
nos parágrafos;

A segunda possibilidade é a participação em grupos de trabalho ou estudo e comissões legais.


Determinada autoridade cria, por exemplo, um grupo de trabalho, com a finalidade de realizar uma dada
tarefa.

Eu mesmo participo de um grupo de trabalho aqui no Estado de São Paulo que visa o combate ao tráfico
de pessoas.

Veja aí:

Eu estou um pouco lá pra baixo:

Por conta dessa designação para compor o grupo de trabalho, eu passei a desempenhar atribuições extras,
além daquelas inerentes ao meu cargo de Agente Fiscal de Rendas. Todavia, não há irregularidade nisso,
pois o grupo de trabalho foi criado por autoridade competente para tanto, e eu fui designado para a vaga.

§ 1° - Entende-se por função de confiança a situação funcional transitória criada por ato
administrativo e cometida a funcionário público estadual, mediante livre escolha, para
desempenho de atribuições regimentais.
§ 2° - O ato de designação, previsto neste artigo, vigora a partir da data de sua publicação no
Diário Oficial, independentemente de posse.

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A função de confiança é um pouquinho complicado de entender usando apenas o texto do estatuto.

Função, como o dispositivo legal sugere, é uma atribuição, pois é feita “para o desempenho de atribuições
regimentais”.

Mas esta atribuição não se encontra vinculada a um cargo. Ela é acometida a determinado servidor, em
função da sua habilitação, normalmente lhe atribuindo maior responsabilidade do que aos demais
funcionários. Podemos dizer que a função gratificada é uma “atribuição sem cargo respectivo”.

É ruim de explicar, mas é fácil de entender: meu antigo Diretor do TRT era um Técnico Judiciário (servidor
de nível médio).

Mas, por um ato do Juiz da Vara (competente para tanto), ele passou a exercer a função de Diretor,
encarregado dos expedientes da Vara, função essa típica de direção.

Ao mesmo tempo, ele tinha uma assistente, que também era uma Técnica Judiciária. Mas, por
designação, ela ficou encarregada de auxiliar o Diretor (neste caso, típica função de assistência).

Estas funções (que, alias, são remuneradas) não fazem parte do conjunto de atribuições do cargo. Elas são
“anexadas” ao servidor, que desde então, fica responsável pelo seu exercício, o que expande o conjunto
original de serviços que podiam ser exigidos do servidor.

É por esta mesma razão que elas só podem ser acometidas a servidores efetivos. É necessário possuir um
cargo previamente, pois a função gratificada é apenas uma atribuição.

Vamos usar seu professor de exemplo (de novo). Eu exerci, até agosto de 2017, uma função de confiança
de Chefe de Assistência Fiscal. Olha eu ali no Diário Oficial de novo:

Nós temos de levar em conta algumas coisas com relação a esta publicação:

- É uma situação funcional transitória / mediante livre escolha: eu não seria Assistente Fiscal Chefe I
para sempre. Eu fui designado pelo Diretor para ocupar essa função de confiança e a desempenhei
enquanto foi o desejo do Diretor Executivo. Quando me afastei para o exercício de mandato sindical, ele
designou outro servidor para a posição, e não havia nada que eu pudesse fazer a respeito dessa decisão.

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- Criada por ato administrativo: o ato de designação é um ato administrativo, que deverá seguir todos os
requisitos inerentes ao mesmo (os quais o professor de Direito Administrativo lhe dirá que são os
seguintes: competência, finalidade, forma, motivo e objeto);

- Cometida a funcionário público estadual / desempenho de atribuições regimentais: a função de


confiança de Chefe da Assistência Fiscal Jurídico Tributária tem algumas atribuições específicas, e que
passaram a ser minhas próprias atribuições quando foram cometidas a mim, um funcionário público
estadual.

Com a edição da Lei Complementar 28/1989, as então existentes funções de confiança foram
transformadas em funções gratificadas, atendendo à denominação fixada pela atual Constituição Federal:

[Lei Complementar 28/1989, do Estado de Santa Catarina]


Art. 6º - Os empregos ocupados pelos servidores incluídos no regime jurídico único ora instituído
ficam transformados em cargos, na data da vigência desta Lei.
[...]
§ 3º - As funções de confiança, de direção, chefia e assessoramento das Fundações são
transformadas em cargos em comissão ou funções gratificadas, providos no regime a que se refere
o artigo 1º, desta Lei, a partir da data de sua vigência.
[...]

Assim, embora o Estatuto se refira a essas funções como sendo “de confiança”, seu professor de Direito
Administrativo se referirá a elas (de forma correta) como sendo funções gratificadas.

Art. 4° - É proibida a prestação de serviços gratuitos ao Estado.

Ninguém pode exercer um cargo público remunerado de maneira gratuita. Ninguém poderá trabalhar
voluntariamente como Analista na sua unidade.

Guarde esta regra: o exercício de um cargo público pressupõe o pagamento de remuneração, afinal de
contas, funcionário público também precisa comer :P. Existem exceções, mas nenhuma que você precise
conhecer agora.

Com isto, vencemos a parte inicial do estatuto. Podemos avançar para o próximo ponto.

1.2 – Título II - Admissão ao Serviço Público

Os cargos públicos tem uma porta de entrada. Você não vira funcionário público apenas porque deseja sê-
lo. Existe um ritual mágico pelo qual você deve passar para que deixe de ser um mero mortal e ascenda à
condição de servidor :P.

Em outros tempos, bastaria ser amigo do Governador, e ele assinaria uma portaria a partir da qual o Sr. já
estaria desempenhando suas funções e sendo remunerado pelos cofres públicos. Não mais! (com algumas
exceções).

O ritual mágico ao qual eu aludi chama-se “investidura”, que desde a nossa querida Constituição Federal
de 1988, ocorre preferencialmente por concurso público (a razão de todos nós estarmos aqui).
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Mas antes da investidura, é necessário que haja o provimento do cargo público.

Você, em sendo funcionário público, seja efetivo, seja comissionado, só está ali porque uma autoridade
competente e superior a você praticou um ato (mais precisamente um ato administrativo) capaz de
transformá-lo em servidor.

E só a partir da prática desse ato administrativo (que se sujeita a todas as regras dos atos administrativos
em geral, com observância à competência, finalidade, forma, motivo e objeto). Este ato administrativo é
justamente o ato de provimento do cargo (segundo uma das diversas formas de provimento previstas no
artigo 10), que o habilita a investir-se em um cargo público.

Pois bem, é sobre cada uma dessas formas de provimento que falaremos em breve. Mas, se você já tiver
estudado Direito Administrativo, você acabou de ver dois dos requisitos do ato administrativo de
provimento de cargos públicos: autoridade competente e a forma pela qual o ato pode se manifestar.

Art. 5° - A admissão ao serviço estadual dependerá sempre de aprovação prévia em concurso


público, exceto para o provimento de cargos em comissão.
Parágrafo único – O concurso objetiva selecionar candidatos através de avaliação de
conhecimentos e qualificação profissionais, mediante provas ou provas e títulos, seguido de
exame das condições de sanidade físico-mental, salvo quando se tratar de funcionário público em
efetivo exercício, e verificação de desempenho das atividades do cargo, em estágio probatório.

Muita informação de uma vez. Vamos enfrentar as coisas um pouco mais devagar.

Pois bem, existem dois tipos de cargos na estrutura do serviço público estadual: cargos de provimento
efetivo e cargos de provimento em comissão.

Esta previsão está de acordo com o artigo 37 da Constituição Federal:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
[...]
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público
de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego,
na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de
livre nomeação e exoneração;

Em regra, a nomeação para cargo público pressupõe a aprovação prévia em concurso público (são os
chamados cargos efetivos).

Entretanto, existem alguns cargos, que por sua natureza, são de livre nomeação e exoneração. Apenas
para que você entenda a justificativa disso, usarei os exemplos da esfera federal.

Imagine o Presidente da República. Ele foi eleito pelo povo. Mas não pode governar a tudo e a todos.
Desta forma, ele nomeia pessoas da sua mais alta confiança para que exerçam a “Direção e
Assessoramento Superior” de suas respectivas pastas.

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Mas o Presidente acabou de chegar. E pode ser que ele confie em pessoas que são externas à estrutura do
órgão. Por isto se permite que ele nomeie a quem quiser.

Contudo, sendo esta nomeação livre, a respectiva exoneração também o é de maneira que ele não adquire
estabilidade, justamente por seu cargo não ser efetivo.

Voltando agora para os cargos efetivos. A porta de entrada deles (a chamada “admissão” no seu estatuto)
se dá por meio de uma forma específica de provimento, chamada de nomeação.

A nomeação, por sua vez, decorre da realização de uma avaliação de conhecimentos, o que nós
convencionamos chamar de “concurso público”:

Parágrafo único – O concurso objetiva selecionar candidatos através de avaliação de


conhecimentos e qualificação profissionais, mediante provas ou provas e títulos, seguido de
exame das condições de sanidade físico-mental, salvo quando se tratar de funcionário público em
efetivo exercício, e verificação de desempenho das atividades do cargo, em estágio probatório.

O concurso de provas eu creio que você já conheça (ou então, está para conhecer muito em breve).
Basicamente, o edital prevê uma prova a ser realizada, e o candidato deve tentar obter o melhor resultado
possível segundo as regras do edital.

Quanto ao concurso de provas e títulos, os candidatos além de pontuarem em provas, ainda podem
oferecer títulos que acrescem pontos à sua nota final, tais como diplomas de pós-graduação, mestrado,
doutorado, tempo de serviço em determinada área ou cargo público ou qualquer outra previsão do edital.

Mas, reforço: concursos exclusivamente baseados em títulos são inconstitucionais!!! Seria o equivalente
concurseiro da aristocracia, ou então, da mera análise de currículos.

Vencida a etapa da prova, você será examinado pelo órgão médico do Estado para que se verifique está
em condições físicas e mentais de desempenhar o cargo:

Parágrafo único – O concurso objetiva selecionar candidatos através de avaliação de


conhecimentos e qualificação profissionais, mediante provas ou provas e títulos, seguido de
exame das condições de sanidade físico-mental, salvo quando se tratar de funcionário público em
efetivo exercício, e verificação de desempenho das atividades do cargo, em estágio probatório.

Como você acabou de notar, há uma exceção: aqueles que já forem servidores em efetivo exercício no
órgão não precisarão passar pelo exame, pois já foram submetidos ao mesmo por ocasião do ingresso no
cargo público que atualmente exercem.

Por fim, sobrevivendo a tudo isto, você atravessará o estágio probatório, onde será avaliado quanto ao
desempenho de suas atividades:

Parágrafo único – O concurso objetiva selecionar candidatos através de avaliação de


conhecimentos e qualificação profissionais, mediante provas ou provas e títulos, seguido de
exame das condições de sanidade físico-mental, salvo quando se tratar de funcionário público em
efetivo exercício, e verificação de desempenho das atividades do cargo, em estágio probatório.
Art. 6° - O concurso será precedido de três publicações de edital, em órgão oficial, com ampla
divulgação, que abrirá o prazo mínimo de 30 (trinta) dias para a inscrição dos interessados.

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Aproveitando a oportunidade, vou fazer propaganda do curso de arquivologia (sou o titular da cadeira
daquela disciplina também :P). Se um dia você estudar arquivologia comigo, vai achar a seguinte definição
de edital:

EDITAL: Instrumento pelo qual a Administração dá conhecimento ao público sobre: licitações, concursos
públicos, atos deliberativos etc.

O edital é um instrumento de divulgação sobre a realização de determinado ato. Por ser publicado no
Diário Oficial do Estado, todos os potenciais interessados poderão tomar ciência da publicação (o que é do
interesse da própria Administração Pública).

O edital de concurso também traz, entre outras informações:

- Requisitos para a inscrição

- Processo de realização

- Prazo de validade

- Critérios de classificação

- Recursos

- Homologação

§ 1° - As normas gerais para a realização dos concursos, desde a abertura até a convocação e
indicação dos classificados para o provimento dos cargos, serão estabelecidas em regulamento.
§ 2° - Do edital constarão instruções especiais, em função da natureza do cargo, observada a
respectiva especificação (§ 3°, art. 2°).
§ 3° - Na hipótese de concurso de provas e de títulos, a nota final será obtida mediante média
ponderada, não podendo ser atribuído aos títulos, peso superior à metade do peso das provas.
Art. 7° - São requisitos básicos para a inscrição em concurso, além dos constantes das instruções
especiais, a comprovação relativa a:
I – nacionalidade brasileira;
II – gozo dos direitos políticos;
III – quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV – idade mínima de 18 (dezoito) anos.
Parágrafo único – O limite máximo de idade para provimento, não se aplica ao funcionário público.

Os requisitos do artigo 7º encerram o conjunto mínimo de requisitos para que uma pessoa possa inscrever-
se em um concurso e concorrer a um cargo no serviço público. Toda lei de qualquer carreira que venha a
ser criada no serviço público catarinense apresentará todos estes 4 requisitos em um de seus artigos
iniciais.

Todavia, podem não ficar limitadas a estes. Por exemplo, se determinado órgão público quiser contratar
um médico ou um advogado, sendo tais cargos de natureza técnico-científica (é necessário formação
específica para desempenho dessas atividades), além de cumprir os requisitos do artigo 8º, o candidato
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também terá de apresentar sua habilitação profissional (no caso do médico, a inscrição no CRM, e do
advogado, a inscrição na OAB).

A propósito, isso vale também para os servidores nomeados para cargos em comissão:

Art. 11 – A nomeação para o cargo em comissão se subordinará às condições exigidas nos itens I, II,
III e IV, do art. 7°.
Parágrafo único – A critério do Chefe do Poder Executivo, poderá ser atribuída vigência retroativa
ao ato de nomeação, desde que o ocupante não possua vínculo com o Poder Executivo Estadual.
(Parágrafo acrescentado pela Lei Complementar nº 605, de 18.12.2013)

Ei! E esse negócio de comprovação dos requisitos no momento da inscrição? Pode isso?

Vamos começar do básico :P. A legislação neste trecho está defasada, encontrando-se com a redação
original do estatuto (1985).

O STJ já firmou entendimento que a comprovação dos requisitos para ingresso em cargo público deve se
dar no momento da posse (e não da inscrição), de acordo com a Súmula 266. Tecnicamente, o STJ fez isto
especificamente para o diploma ou habilitação legal, mas o raciocínio pode ser estendido a outros
requisitos:

O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não na
inscrição para o concurso público.

Assim, não faz sentido exigir qualquer comprovação na data da inscrição do candidato.

Resumindo a história: apesar desse trecho do estatuto ser controverso, é muito pouco provável que seu
examinador o exija em prova, dada a quantidade assustadora de polêmicas que cercam o assunto.

E se cair? Neste caso, seu professor ajuda você com o recurso. Se quiser evitar dor de cabeça, repare se a
questão exige conhecimento do estatuto. Se sim, marque a alternativa que for uma transcrição literal do
dispositivo da lei, ainda que flagrantemente inconstitucional :P.

Art. 8° - Homologado o concurso, será expedido certificado de habilitação aos candidatos aprovados
para o provimento dos cargos, com validade para 2 (dois ) anos.

Cuidado aqui. Ao contrário do Estatuto dos Servidores Públicos Federais e de estatutos de outros Estados,
o seu futuro estatuto não previu a possibilidade de prorrogação da validade do concurso.

Todavia, a Constituição Federal fixou uma regra para todos os entes da federação: os concursos terão
validade de até 2 anos, prorrogável por igual período de tempo:

[Constituição Federal]
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
[...]

13

67
II - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual
período;
[...]

À luz da atual Constituição, um concurso de qualquer ente da federação poderia ser prorrogado por
período duração igual ao fixado originalmente no edital.

Para fins de prova, se a pergunta for “segundo o Estatuto” responda “segundo o Estatuto”. Se estiver
estruturada de qualquer outra forma, o texto da Constituição é o correto.

1.2.1 Nomeação

De longe, a forma de provimento mais badalada do estatuto dos servidores públicos e a preferida pela
Constituição Federal. Além de ser a mais conhecida do público externo.

A nomeação é o chamamento para a posse e para a entrada no exercício das atribuições do


cargo público.

A autoridade competente chama o seu nome, você toma posse e entra em exercício se assim o desejar.

Art. 9° - A nomeação será feita em caráter efetivo, quando decorrente de concurso público, e em
comissão, para cargos declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

Relembrando:

Art. 5° - A admissão ao serviço estadual dependerá sempre de aprovação prévia em concurso


público, exceto para o provimento de cargos em comissão.

[Constituição Federal]

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
[...]
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público
de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego,
na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de
livre nomeação e exoneração;

Como dissemos anteriormente, existem dois tipos de cargos na estrutura do serviço público estadual:
cargos de provimento efetivo e cargos de provimento em comissão.

Em regra, a nomeação para cargo público pressupõe a aprovação prévia em concurso público (são os
chamados cargos efetivos).

Entretanto, existem alguns cargos, que por sua natureza, são de livre nomeação e exoneração. Apenas
para que você entenda a justificativa disso, usarei os exemplos da esfera federal.

Falamos destes cargos logo no início da aula.

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67
Art. 10 – A nomeação em caráter efetivo observará o número de vagas existentes, obedecerá à
ordem de classificação e será feita para o cargo objeto de concurso, atendido o requisito de
aprovação em exame de saúde (art. 5°, parágrafo único), ressalvados os casos de incapacidade
física temporária.
§ 1° - A inspeção de saúde será procedida pelo órgão médico oficial que concluirá pela aptidão ou
não para o exercício do cargo público.
§ 2° - A deficiência de capacidade física, nos termos deste artigo, comprovadamente estacionária,
não será considerada impedimento para a caracterização da capacidade psíquica e somática, desde
que tal deficiência não impeça o desempenho normal das funções inerentes ao cargo.

A aptidão para o exercício do cargo depende de inspeção pelo órgão médico oficial. O papel deste órgão é
verificar se você possui alguma incapacidade física ou mental que inviabilize o exercício do cargo.

É ideal que se faça isso antes do ingresso no serviço público pelo funcionário, pois depois não será possível
desliga-lo com este fundamento.

Todavia, não é qualquer deficiência que será capaz de impedir a tomada de posse pelo nomeado.

O Estatuto excepcionou a deficiência física estacionária. Trata-se de deficiência física que não apresenta
evolução.

Por exemplo: se determinado nomeado para um cargo público de atribuições exclusivamente


administrativas for paraplégico, ele muito provavelmente será declarado apto para o exercício do cargo,
pois:

- A deficiência de capacidade física é comprovadamente estacionária: a perda de movimento das pernas,


neste caso, não acometerá outros membros ou funções do nomeado ao longo do tempo, de tal modo que
podemos dizer que a deficiência não evolui;

- A deficiência de capacidade física, neste caso, não impedirá o desempenho das funções, pois no nosso
exemplo, o cargo a ser assumido possui atribuições exclusivamente administrativas (o servidor vai
elaborar documentos, organizar processos, entre outras atividades típicas de escritório).

1.2.2 Posse
Art. 12 – A posse é o ato pelo qual o nomeado para um cargo público manifesta, pessoal e
expressamente, a sua vontade de aceitar a nomeação e inicia o exercício das respectivas funções.

Lembra-se de que a autoridade competente te chamou a tomar posse, por meio da nomeação?

Pois bem: tomar posse é aceitar o chamamento!

Se você acha que isto começa a tomar contornos religiosos, bom, é bem por aí mesmo :P.

Ao tomar posse (ato este representado pela assinatura do termo de posse por você, futuro servidor e a
autoridade nomeante), você assume o compromisso de desempenhar o cargo público a contento,
observando as atribuições, deveres e responsabilidades inerentes ao seu exercício. Por outro lado,
também conhecerá seus direitos inerentes ao cargo que está ocupando.

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Repare que nomeação e posse se complementam para formar a investidura. A autoridade chama você
(nomeação) e você aceita o chamamento (posse).

Parágrafo único – Do termo de posse, assinado pela autoridade competente e pelo funcionário
nomeado, constará a declaração de inexistência de incompatibilidade legal para o exercício do
cargo, e o compromisso de fiel cumprimento dos seus deveres e atribuições.

A declaração de inexistência de incompatibilidade legal para o exercício do cargo foi colocada em caráter
geral aqui no parágrafo único. Ao tomar posse, você declarará que não incorre em absolutamente
nenhuma hipótese que possa impedi-lo de exercer um cargo público.

Todavia, existem duas situações de incompatibilidade mais comuns e que são justamente aquelas nas
quais o estatuto estava pensando ao escrever esse parágrafo único.

Nós vamos estuda-las com detalhes ao longo do curso, mas já posso te adiantar quais são:

A primeira delas decorre de demissão:

Art. 138 – A demissão qualificada incompatibiliza o ex-funcionário com exercício de cargo ou


emprego público pelo período de 05 (cinco) a 10 (dez) anos, tendo em vista as circunstâncias
atenuantes ou agravantes.
Art. 139 – A demissão simples incompatibiliza o ex-funcionário com o exercício de cargo ou
emprego público pelo período de 02 (dois) a 04 (quatro) anos, tendo em vista as circunstâncias
atenuantes ou agravantes

Se o servidor for demitido, não poderá exercer outro cargo ou emprego público pelo período constante do
Estatuto. E como todos os Estatutos possuem disposições semelhantes a esta, um servidor demitido
acaba não conseguindo assumir nenhum cargo público durante o período de incompatibilidade.

A segunda hipótese de incompatibilidade decorre da impossibilidade de acumulação de cargos empregos


e funções públicas, prevista no inciso XVI, artigo 37 da Constituição Federal:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
[...]
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas;

Simplificando a história: se você é técnico de determinado órgão do Estado de Santa Catarina, você não
pode ser, ao mesmo tempo: Analista do Tribunal de Justiça (cargo público) ou mesmo Técnico de
Informática do SERPRO (emprego público).

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Também nem adianta dizer que a entidade para onde vai é uma autarquia, ou mesmo uma sociedade de
economia mista (então esqueça aquele sonho de ser gerente de perfuração da Petrobrás enquanto estiver
exercendo suas atribuições em outro órgão público).

O conceito de acumulação é extremamente amplo, de tal forma que se a Constituição não o autorizar a
acumular cargos, você não pode e pronto!

Esta declaração serve para evitar que o servidor tome posse enquanto estiver exercendo outro cargo
público (caso ele declare a verdade) ou demiti-lo posteriormente (caso ele omita esta informação).

Art. 13 – A posse em cargo de provimento em comissão será precedida de exame de saúde, nos
termos deste Estatuto, salvo quando se tratar de funcionário público em efetivo exercício.

Mesmo raciocínio da disposição do parágrafo único do artigo 5º:

Art. 5° - A admissão ao serviço estadual dependerá sempre de aprovação prévia em concurso


público, exceto para o provimento de cargos em comissão.
Parágrafo único – O concurso objetiva selecionar candidatos através de avaliação de
conhecimentos e qualificação profissionais, mediante provas ou provas e títulos, seguido de
exame das condições de sanidade físico-mental, salvo quando se tratar de funcionário público em
efetivo exercício, e verificação de desempenho das atividades do cargo, em estágio probatório.

Sigamos:

Art. 14 – A posse terá lugar no prazo de 30 (trinta) dias da data da publicação do ato de nomeação
no Diário Oficial.
§ 1° - A requerimento do interessado, o prazo para a posse poderá ser prorrogado por mais 30
(trinta) dias ou enquanto durar o impedimento, se estiver comprovadamente doente.

Uma vez publica a nomeação (o ato de provimento mais comum) no Diário Oficial, o interessado deve
tomar posse nos 30 dias subsequentes. Se achar que vai ficar muito corrido, é possível requerer outros 30
dias para tomar posse, dependendo de requerimento do interessado (você no futuro, meu caro).

Seu estatuto possui também uma particularidade: o prazo pode ser prorrogado indefinidamente caso o
nomeado comprove estar doente (e são as particularidades que costumam cair em prova :P).

§ 2° - Será tornada sem efeito a nomeação quando, por ato ou omissão de que for responsável o
nomeado, a posse não se verificar no prazo estabelecido.

É possível, por fim, que o servidor seja chamado, mas não responda ao chamamento. Se ele não tomar
posse dentro do prazo previsto no estatuto, entende-se que não aceitou o provimento.

A ideia de chamamento cai como uma luva aqui: alguém grita seu nome, mas se você não responder, a
pessoa vai parar de te procurar :P.

Uma vez passado o prazo de 30 dias (previsto para ocorrência da posse), ou os 60 dias (30, prorrogáveis
por mais 30) quando há requerimento, aquele ato válido (pois observou as formalidades legais) torna-se
ineficaz, ou “sem efeito” (pois não será capaz de produzir efeitos no mundo jurídico).
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Obviamente, não estamos falando aqui das hipóteses em que o nomeado se encontra comprovadamente
doente. Por outro lado, seu estatuto também relevará o prazo se o motivo da não tomada de posse no
prazo não puder ser imputado a uma ação ou omissão sua.

Pois bem, para os meros mortais (relaxa, não há nenhum traço de pretensa superioridade aqui, apenas
gosto de ser dramático :P), a publicação do ato de provimento é o termo inicial para o começo da
contagem para posse.

Contudo, se antes de tomar posse, você for incorporado às forças armadas, o início do prazo para posse
ocorre apenas após a desincorporação (momento no qual você é desligado do serviço militar ativo):

§ 3° - O prazo a que se refere este artigo, para aquele que, antes de tomar posse, for incorporado
às forças armadas, será contado a partir da data da desincorporação.

Pontos importantes antes de encerrarmos esse tópico:

- A posse decorrente de nomeação pressupõe o início de exercício no cargo.

Ao contrário do que ocorre em outros estatutos, incluído aqui o Estatuto dos Servidores Públicos Federais,
não há “prazo para início de exercício” após a tomada de posse. Eu mesmo, quando tomei posse em cargo
público junto à Receita Federal tomei posse no dia 21/08, mas só iniciei meu exercício em 01/09.

Isso não é possível segundo o Estatuto de Santa Catarina:

Art. 12 – A posse é o ato pelo qual o nomeado para um cargo público manifesta, pessoal e
expressamente, a sua vontade de aceitar a nomeação e inicia o exercício das respectivas funções.

- Como a posse pressupõe o início de exercício, não há previsão de posse por procuração.

Faz sentido: o exercício do cargo público é pessoal (já imaginou passar em um concurso público e mandar
outra pessoa exercer o cargo em seu lugar?).

Ademais, o Estatuto não deixa dúvidas:

Art. 12 – A posse é o ato pelo qual o nomeado para um cargo público manifesta, pessoal e
expressamente, a sua vontade de aceitar a nomeação e inicia o exercício das respectivas funções.

Ou seja, a manifestação de vontade não pode se dar por meio de terceiros.

Podemos seguir!

1.2.3 Estágio Probatório e Estabilidade

Pois bem, os próximos dois tópicos eu tenho certeza absoluta que, se você não conhece ainda, ao menos
já ouviu falar (e com enorme entusiasmo!). São os institutos do estágio probatório e da estabilidade.

Todo jornal de concurso público (para não fazer propaganda, não vou falar dos mais comuns) faz questão
de encher a boca para dizer com orgulho: o regime é estatutário e assim, dá direito à estabilidade. Se você
leu algo remotamente parecido com isso, pelo amor de Deus, apague de sua cabeça.
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Estabilidade não se ganha de presente. Você faz por merecer. E como saber se você será merecedor de
tamanha dádiva? (não deveria ser um presente tão cobiçado, mas as condições de emprego no país não
parecem melhorar).

Art. 15 – O Servidor nomeado para cargo efetivo fica sujeito a um período de estágio probatório de
3 (três) anos de efetivo exercício no cargo para o qual prestou concurso público, com o objetivo de
apurar os requisitos necessários à confirmação no cargo para o qual foi nomeado.
I - idoneidade moral;
II - assiduidade e pontualidade;
III - disciplina;
IV - eficiência.

Assiduidade Disciplina

Idoneidade
Eficiência
Moral

O estágio probatório, como o nome sugere, é um período de avaliação do seu desempenho funcional.

Estágio é talvez a melhor palavra para definir o que vai acontecer com você :P. Você está sendo avaliado
enquanto funcionário. Estão vendo se você chega no horário, se é obediente, se é eficiente no que faz, e
se observa parâmetros morais compatíveis com o exercício de suas funções.

E toda esta observação ocorrerá durante um período de 3 anos.

Dê uma olhada no texto constitucional:

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.

Pelo texto constitucional atual, somente o provimento de cargo por nomeação decorrente de concurso
público é capaz de conferir estabilidade ao servidor. Mas não é disto que eu quero falar.

Note que o texto constitucional é enfático ao dizer que a estabilidade só se adquire após três anos de
efetivo exercício. Como o instituto do estágio probatório está intimamente ligado ao da estabilidade, a
doutrina e jurisprudência chegaram à conclusão de que o prazo de estágio probatório é justamente o
previsto na constituição para a estabilidade (3 anos).

Isso explica o fato de que, embora a mudança realizada no texto do seu Estatuto para prever o prazo de 3
anos para aquisição de estabilidade só tenha ocorrido em 2013, referido prazo já era observado desde a
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edição da Emenda Constitucional 19/1998 (mesmo que contrariamente ao estatuto, que previa prazo de 2
anos durante todo esse tempo).

Quem observa o cumprimento dos requisitos é uma comissão constituída por ao menos três membros
(pode ser 4, 5 ou 10.000). Essa comissão tem seus integrantes apontados pelo titular do órgão (aqui na
SEFAZ/SP, por exemplo, é o Secretário da Fazenda)

§ 2º - A verificação dos requisitos mencionados neste artigo será efetuada por uma comissão de, no
mínimo, 3 (três) membros designados pelo titular do órgão.

Preste atenção no parágrafo 3º:

§ 3º - Será suspensa a contagem do período do estágio probatório do servidor afastado a qualquer


título, exceto férias e o exercício de cargo comissionado com atribuições afins às do cargo efetivo.

Só para deixar claro: férias não são licenças, daí serem excepcionadas expressamente do parágrafo 3º

Vamos simplificar a ideia agora. Eu disse que você precisa fazer por merecer a estabilidade, certo?

Desta forma, não há estabilidade antes da verificação. Não é o decurso do prazo que o torna estável,
mas sim a confirmação no cargo, após a apuração prevista no parágrafo 1º.

Ah sim: mesmo que a lei da carreira preveja um procedimento específico para avaliar o desempenho do
servidor a idoneidade moral, assiduidade e pontualidade, disciplina e eficiência, estas características
continuam a ser aferidas, conforme previsão do estatuto.

Como se disse: a estabilidade não é um presente. Ela é merecida!

Assim, se você está de licença, não está trabalhando, e se não está trabalhando, não pode ser avaliado, o
que conduz à suspensão do prazo de estágio probatório.

E o exercício de cargo em comissão?

Ao ser nomeado para um cargo em comissão (de livre provimento e exoneração), o estatuto expressa uma
preocupação: como essa nomeação pode se dar para absolutamente qualquer cargo, presume-se que as
atividades que o servidor desempenhará no cargo em comissão em nada se assemelham com aquelas que
teria de realizar no exercício do cargo efetivo.

E já que, ao desempenhar o cargo em comissão, ele pode não estar sendo avaliado quanto à sua aptidão
para o exercício de tarefas do cargo efetivo, a Administração entendeu por bem suspender o estágio
probatório.

Esse é o raciocínio que justifica a regra. A exceção também decorre dele.

Se o cargo em comissão tiver atribuições afins à do cargo efetivo, o estágio probatório não se suspende.
Seria o caso de um Agente Fiscal de Rendas em estágio probatório aqui do meu órgão ser nomeado
Secretário da Fazenda (cargo em comissão).

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As atribuições do cargo em comissão são afins às do cargo de AFR, justificando a não suspensão do
estágio probatório.

§ 4º - Ato do Chefe do Poder Executivo regulamentará os procedimentos da avaliação de


desempenho.
Art. 16 – Quando o funcionário em estágio probatório não preencher quaisquer dos requisitos
enumerados nos itens do parágrafo 1° do artigo anterior, caberá à comissão prevista pelo parágrafo
2° do mesmo artigo concluir o processo de acompanhamento de desempenho destinado à
exoneração do nomeado.

Como eu já disse e não cansarei de dizer, a estabilidade não decorre do decurso de tempo. É necessário
que o servidor preencha os requisitos do estatuto e demonstre isso ao longo de três anos do exercício do
cargo.

Todavia, mesmo sem estabilidade, seu vínculo com o serviço público não é tão frágil quanto o de um
servidor nomeado para cargo em comissão. Um servidor em estágio probatório tem o direito de
acompanhar trimestralmente o andamento de sua avaliação:

Mais ainda: tem o direito de se defender caso a comissão esteja tendente a concluir por sua exoneração.

Parágrafo único – Ao funcionário em estágio probatório será dada ciência, trimestralmente, do


processo de acompanhamento do seu desempenho, concedendo-se-lhe vistas na hipótese de
concluso para fim de exoneração, e o prazo de quinze (15) dias para apresentar defesa.

Pois bem, e qual é o seu prêmio por ter se comportado como um funcionário exemplar?

Será concedida a você a estabilidade no serviço público (prevista lá no artigo 47 do Estatuto, mas que
resolvi tratar agora):

Art. 47 – Estabilidade é o direito que adquire o funcionário nomeado por concurso de não ser
exonerado ou demitido, após 02 (dois) anos [após 03 (três) anos] de tempo de serviço, senão em
virtude de sentença judicial ou processo disciplinar em que se lhe tenha assegurado ampla defesa.

Vamos bem devagar aqui. Primeiro: fui eu quem rasurou a expressão “após 02 (dois) anos”. Ela ainda
consta na redação do Estatuto, embora seja letra morta, seja por conta da Emenda Constitucional
19/1998, seja pelo fato de que o instituto do estágio probatório foi também alterado pela Lei
Complementar 605/2013.

Se alguma questão de prova cobrar o prazo para aquisição de estabilidade, recomendo marcar que é de 3
anos e recorrer se alguém sugerir o contrário.

Segundo ponto: o Estatuto é de 1985. À época da redação dele, as únicas hipóteses de desligamento de
servidor estável de um cargo público eram justamente as mencionadas no artigo 47:

- Sentença Judicial (sempre se considerou que essa sentença deveria ter transitado em julgado para
produzir efeitos)

- Processo Disciplinar que comine a pena de demissão.

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O texto original da Constituição de 1988 era muito semelhante ao que acabamos de ver, todavia sofreu
modificações ao longo dos anos.

Vamos dar uma olhada no regramento constitucional:

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
complementar, assegurada ampla defesa.

E a quarta possibilidade de exoneração de servidor estável prevista na Constituição esta lá embaixo, quase
esquecida, no artigo 169, parágrafo 4º:

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
[...]
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar
o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável
poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a
atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal.

A rigor, a estabilidade é a garantia de que você, enquanto servidor público, agirá sempre no interesse da
instituição ou do Estado, e não de seus superiores hierárquicos.

Imagine se você pudesse ser demitido a qualquer momento. O que você não seria capaz de fazer pelo seu
chefe, ainda que a solicitação seja de legalidade duvidosa?

Por esta razão a legislação garante ao funcionário que ele não perderá seu cargo, exceto nas hipóteses ali
previstas.

Preocupe-se em conhecer os incisos I e II do artigo 41 da Constituição (que são os que estão


expressamente previstos na redação atual do estatuto).

O Inciso III daquele artigo não foi regulamentado até hoje (avaliação periódica) e o parágrafo 4º do artigo
169 é uma previsão que, até a presente data, não se tem notícia de que tenha sido utilizada.

Todavia, cada vez que você liga a TV no noticiário e escuta falar de um servidor público demitido do cargo,
esteja certo: a demissão só ocorreu por meio de uma sentença judicial transitada em julgado ou de uma
decisão em processo administrativo disciplinar.

Nenhum servidor ocupante de cargo público efetivo foi posto pra fora de um órgão público senão em uma
das hipóteses do artigo 41 da Constituição Federal.

E já que adiantamos o artigo 47 do Estatuto, vamos tratar do artigo 48 e matar logo o tópico da
estabilidade:
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Art. 48 – A estabilidade diz respeito ao serviço público e não ao cargo.

Quer dizer então que, uma vez adquirindo a estabilidade, eu serei estável no serviço público? Sim.

Quer dizer que se tomar posse em outro cargo público, não precisarei passar pelo estágio probatório?
Não!

Mais um artigo que precisa ser lido com a devida cautela.

Você estudará ao longo do curso que algumas formas de provimento de cargos públicos dependem de
vínculo prévio com a Administração Pública (são as chamadas formas de provimento derivado de cargos
públicos as quais são tratadas no seu estatuto como “movimentações funcionais”).

Só para não ficarmos apenas na teoria, segue um exemplo:

Art. 37 – Recondução é a volta do funcionário ao cargo por ele anteriormente ocupado, em


conseqüência de reintegração decretada em favor de outrem ou, sendo estável, quando
inabilitado no estágio probatório em outro cargo efetivo para o qual tenha sido nomeado, ou,
ainda, quando for declarada indevida a transferência, a promoção por antigüidade e o acesso.

Para se reconduzido, uma pessoa precisa ter sido, previamente, um servidor público.

Se a estabilidade se referisse unicamente ao cargo público, poderíamos concluir que, no momento em que
o servidor pedisse exoneração, todos os direitos inerentes ao cargo seriam perdidos e isso arrastaria a
estabilidade junto com eles.

Contudo, como a estabilidade é um direito inerente ao serviço público, ele é conservado pelo servidor
enquanto ele permanecer no mesmo. Assim, ao mudar de um cargo público para outro, mantendo-se,
entretanto, no serviço público, referido servidor não perderia a estabilidade.

E porque isso não se aplica ao estágio probatório? Olhemos de novo:

Art. 15 – O Servidor nomeado para cargo efetivo fica sujeito a um período de estágio probatório de
3 (três) anos de efetivo exercício no cargo para o qual prestou concurso público, com o objetivo de
apurar os requisitos necessários à confirmação no cargo para o qual foi nomeado.
[...]

O servidor, ao tomar posse em cargo público em função de nomeação, ainda precisará ser confirmado no
cargo. Essa confirmação só ocorre ao final do estágio probatório, onde se adquire estabilidade no cargo.

Veja que não estamos violando nenhum direito do servidor se, caso ele seja considerado inabilitado, o
reconduzamos ao cargo de origem. A estabilidade por ele possuída refere-se ao serviço público (ele não
pode ser desligado do serviço público se não nas hipóteses constitucionalmente previstas), entretanto, por
não ter sido confirmado no cargo, pode ser exonerado do mesmo.

Tudo certo? Se não tiver, pelo amor de Deus, vá ao fórum e faça sua pergunta!

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1.3 – Título III - Vida Funcional

1.3.1 Exercício, Lotação e Remoção

Pois bem: você respondeu ao chamamento. Foi nomeado e tomou posse, assinando o termo e
expressando o desejo de aceitar suas atribuições. Meus parabéns! Mas você ainda não está
desempenhando suas funções. Você apenas aceitou suas atribuições e deveres (posse). Chega a hora de
começar a trabalhar.

Chamamos de exercício o desempenho das atribuições do cargo público ou da função de confiança.

Sempre que ocorrer alguma mudança na situação do seu exercício, essa mudança será anotada no seu
assentamento individual:

Art. 17 – O início, a suspensão, o reinício e as alterações relativos ao exercício serão registrados no


assentamento individual do funcionário.

O assentamento individual é o registro do servidor junto ao órgão no qual trabalha (usualmente junto ao
RH do órgão onde se dá o exercício de suas funções). Se prepare, pois aquela longa lista de documentos
“para posse” se voltam a montar o seu assentamento individual. Lá estarão cópias de documentos de
identificação (RG, CPF, Título de Eleitor, etc.), declarações (como, por exemplo, a sua declaração de bens
e de não exercício de outro cargo, emprego ou função pública), bem como quaisquer outros dados que
venham a ser de interesse do órgão no qual você trabalha ou que digam respeito à sua situação funcional.

Mas, nem tudo é só trabalho no serviço público (sem piadinhas maldosas aqui :P). Alguns eventos são
considerados importantes para o Estatuto a ponto de se permitir que você se afaste do exercício de seu
cargo para deles participar.

O único requisito previsto no estatuto para esses afastamentos é que se deem por prazo certo, deixando
para outros diplomas legais os demais requisitos para fruição do afastamento:

Art. 18 – Além das hipóteses legalmente admitidas, o funcionário poderá ser autorizado a afastar-se
do exercício, com prazo certo de duração e sem perda de direitos, para a elaboração de trabalho
relevante, técnico ou científico; para a realização de serviço, missão ou estudo, fora de sua sede
funcional ou não; para freqüentar curso de pós-graduação; para participar de conclaves
considerados de interesse, com ou sem a incumbência de representação; e para representar o
Município, o Estado ou o País em competições desportivas oficiais.

Por enquanto, eu quero que você preste atenção na expressão “sem perda de direitos”. Essa expressão
será importante quando estudarmos o artigo 43:

Art. 43 – Considera-se tempo de serviço público estadual, para todos os efeitos legais, o tempo de
exercício em cargo, emprego ou função pública do Estado de Santa Catarina e suas autarquias e,
ainda, com as ressalvas desta Lei, os períodos de férias; licenças remuneradas; júri e outras
obrigações legais; faltas justificadas; afastamentos legalmente autorizados, sem perda de direitos
ou suspensão do exercício, ou decorrentes de prisão ou suspensão preventivas e demais
processos, cujos delitos e conseqüências não sejam afinal confirmados.

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Interessante não? Você acabou de aprender sobre 4 afastamentos do Estatuto que são considerados como
se fossem “de efetivo exercício do cargo público”, embora você, evidentemente, não esteja exercendo o
cargo naquele momento.

Sigamos.

Pode ser que um dia reconheçam sua alta capacidade técnica no órgão em que você trabalha. Pode ser,
inclusive, que sua capacidade seja útil a outra órgão público.

E o Estatuto não pretende impedir que o seu talento fique restrito apenas aos órgãos do Estado e ao Poder
da República no qual você optou por prestar concurso.

Quando um órgão público pretende “emprestar” um dos servidores de seu quadro para outra entidade,
sem que, no entanto, esse servidor seja nomeado para um cargo em comissão no órgão de destino,
dizemos que o servidor foi “posto a disposição” da entidade de destino.

Em Santa Catarina há três exigências para que esse instituto seja utilizado:

- É sempre o Estado quem arca com o ônus financeiro decorrente da disponibilização do servidor (e não o
órgão de destino);

- Somente servidores estáveis podem ser postos a disposição;

- O servidor é posto a disposição para prestar serviços técnicos ou especializados.

§ 1° - O funcionário estável somente poderá ser posto à disposição para prestar serviços técnicos
ou especializados nos planos federal, estadual ou municipal e respectivas autarquias, inclusive
entidades paraestatais, com ônus para o Estado.

Em frente:

§ 2° - O afastamento do funcionário, desde que ocupante de cargo de provimento efetivo, para o


exercício de mandato legislativo municipal, só ocorrerá quando a representação deva ser exercida
em localidade diversa de sua sede funcional ou por incompatibilidade de horário e limitar-se-á ao
período de Sessões da Câmara de Vereadores.

Vamos devagar aqui pois o Estatuto presumiu que você conhece muita coisa para entender o que está
escrito nesse parágrafo.

Vamos supor que você se interesse pela atividade política. Você saiu, fez campanha, beijou bebês, abraçou
gente e fez promessas que espero que consiga cumprir!

E deu certo, você foi eleito para um mandato eletivo! Mas, e aí? O que acontece com seu tão estimado
cargo público e as tarefas que você desempenha?

Esse tema tem tratamento constitucional:

[Constituição Federal]

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Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de
mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo,
emprego ou função;

Este inciso é mais fácil de lembrar por ser a regra geral. Se o servidor ocupar qualquer cargo eletivo que
não seja o de Prefeito ou de Vereador ele será tão somente afastado de seu cargo.

A menção à remuneração é desnecessária, pois os cargos de Governador, Presidente, e de membro das


casas legislativas costuma ser mais alto do que a remuneração percebida por qualquer servidor efetivo (e
isto se tornou ainda mais verdade depois que o teto constitucional foi instituído, em 2003).

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe


facultado optar pela sua remuneração;

O servidor que se torna prefeito também é afastado do cargo, porém, dado que o subsídio dos prefeitos
não costuma ser tão portentoso quanto o do Governador (lembre-se: temos 5.561 municípios da última
vez que contei, alguns deles em condições tão paupérrimas que o recebimento de um salário mínimo já é
considerado um privilégio).

De tal forma, é garantido ao servidor optar por receber a remuneração que receberia se tivesse continuado
a ser servidor, tudo no interesse de que ele exerça aquele cargo eletivo sem preocupações financeiras.

Todavia, o que mais chama a atenção é a situação do vereador:

III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as


vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não
havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

Dá conta de terminar sua papelada e processos e ainda comparecer nas sessões da Câmara? Manda ver!
Vai conseguir juntar um bom dinheiro, pois você vai receber dois salários! O de vereador e aquele
correspondente ao cargo público que você ocupa.

Agora voltemos um pouco:

§ 2° - O afastamento do funcionário, desde que ocupante de cargo de provimento efetivo, para o


exercício de mandato legislativo municipal, só ocorrerá quando a representação deva ser exercida
em localidade diversa de sua sede funcional ou por incompatibilidade de horário e limitar-se-á ao
período de Sessões da Câmara de Vereadores.

O Estatuto de Santa Catarina não dá escolha ao servidor. Se for possível exercer o mandato eletivo de
vereador (o único que permite exercício conjunto com o cargo efetivo) e o cargo efetivo, o afastamento
não será concedido.

Essa possibilidade ocorre quando a sede de exercício do servidor for a mesma do município para o qual foi
eleito e quando há compatibilidade de horários (digamos que a Câmara de determinado município opte
por fazer suas sessões a noite).

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Segundo ponto importante:

§ 2° - O afastamento do funcionário, desde que ocupante de cargo de provimento efetivo, para o


exercício de mandato legislativo municipal, só ocorrerá quando a representação deva ser exercida
em localidade diversa de sua sede funcional ou por incompatibilidade de horário e limitar-se-á ao
período de Sessões da Câmara de Vereadores.

Servidores ocupantes exclusivamente de cargo em comissão não podem se afastar para o exercício de
cargo eletivo. Eles serão exonerados de suas funções caso optem por assumir o mandato.

Passemos ao próximo afastamento previsto no estatuto:

§ 3° - O afastamento para freqüência a cursos, na forma deste artigo, implicará na comprovação de


freqüência e aproveitamento, assim como, no compromisso de permanecer no serviço público, por
igual período.

Pode acreditar: o seu desenvolvimento acadêmico é do mais alto interesse da Administração Pública.
Afinal, com o conhecimento adquirido, por exemplo, ao longo de uma segunda faculdade, os novos
conhecimentos que você vier a obter podem servir para o desenvolvimento dos trabalhos no próprio órgão
em que você trabalha.

Enfim, você vai ser mais útil à Administração se conseguir concluir uma nova graduação ou terminar uma
pós, por exemplo.

Mas repare em algo interessante:

Art. 18 – Além das hipóteses legalmente admitidas, o funcionário poderá ser autorizado a afastar-
se do exercício, com prazo certo de duração e sem perda de direitos, para a elaboração de
trabalho relevante, técnico ou científico; para a realização de serviço, missão ou estudo, fora de
sua sede funcional ou não; para freqüentar curso de pós-graduação; para participar de conclaves
considerados de interesse, com ou sem a incumbência de representação; e para representar o
Município, o Estado ou o País em competições desportivas oficiais.
[...]
§ 3° - O afastamento para freqüência a cursos, na forma deste artigo, implicará na comprovação de
freqüência e aproveitamento, assim como, no compromisso de permanecer no serviço público, por
igual período.

Pois bem, a Administração suportou ficar todo este período de tempo sem o servidor. Ela acreditou que a
paciência e o investimento (sim, investimento, afinal, ela dispendeu recursos sem receber a
contraprestação da mão de obra do servidor), valeriam a pena.

Adivinha só: a Administração quer o retorno! Ela pretende utilizar a sua mão de obra recém qualificada e
quer de você o compromisso de que para cada dia que você passou afastado para estudar, você passará
outro dia trabalhando para ela.

Art. 19 – Preso preventivamente, pronunciado por crime comum, denunciado por crime funcional
ou condenado por crime inafiançável, em processo no qual não haja pronúncia, o funcionário ficará
afastado do exercício de seu cargo até decisão final transitada em julgado
Parágrafo único – No caso de condenação, se esta não for de natureza que determine a demissão
do funcionário, continuará o afastamento até o cumprimento total da pena.

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Esse artigo tem de ser lido em conjunto com o artigo 93:

Art. 93 – O funcionário perderá:


[...]
III – dois terços dos vencimentos, configurada a hipótese do parágrafo único, do art. 19, deste
Estatuto.

Vamos devagar (pra variar) e entender o que acontece aqui.

As hipóteses do caput possuem um traço comum: nenhuma delas está baseada na condenação definitiva
do servidor.

A prisão preventiva está prevista no Código de Processo Penal:

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem
econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal,
quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão
preventiva: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro)
anos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado,
ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no2.848, de 7 de dezembro de
1940 - Código Penal; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente,
idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de
urgência; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

IV - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). (Revogado pela Lei nº 12.403, de
2011).

Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a
identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la,
devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra
hipótese recomendar a manutenção da medida. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

Pois bem, suponha que haja indícios suficientes de que o servidor agrida o próprio pai, já idoso e que com
ele reside. Pior ainda, que este servidor está planejando fugir para o Panamá para não ser condenado.

O Ministério Público pode requerer a prisão preventiva desse servidor. Agora, note algo interessante: o
servidor preso preventivamente não conseguirá comparecer à repartição. Mas, além de não estarmos
falando de hipótese de abandono de cargo, já que sua ausência tem motivo legal (ainda que não seja
muito agradável), o servidor não foi definitivamente condenado, o que tornaria injusto o seu desligamento
do cargo (que somente poderia se dar em face de condenação penal definitiva).

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Agora olhe de novo:

Art. 93 – O funcionário perderá:


[...]
III – dois terços dos vencimentos, configurada a hipótese do parágrafo único, do art. 19, deste
Estatuto.
[...]
Art. 19 – Preso preventivamente, pronunciado por crime comum, denunciado por crime funcional
ou condenado por crime inafiançável, em processo no qual não haja pronúncia, o funcionário ficará
afastado do exercício de seu cargo até decisão final transitada em julgado
Parágrafo único – No caso de condenação, se esta não for de natureza que determine a demissão
do funcionário, continuará o afastamento até o cumprimento total da pena.

Como o artigo 97 não prevê a perda de vencimento na hipótese do caput do artigo, mas tão somente na
hipótese do parágrafo único, o servidor não perderá seus vencimentos durante o tempo da prisão.

Quanto às demais hipóteses do caput, o servidor nem mesmo foi preso (tampouco condenado), mas a
gravidade das acusações que pesam sobre ele recomendam que ele se afaste do exercício de suas
atribuições. Digamos que a Administração não quer arriscar deixar o servidor exercendo suas funções
enquanto ele pode se valer do cargo para intimidar testemunhas e ocultar provas, por exemplo.

Agora olhemos o parágrafo único:

Parágrafo único – No caso de condenação, se esta não for de natureza que determine a demissão
do funcionário, continuará o afastamento até o cumprimento total da pena.

É isto mesmo que você leu! Nem toda condenação penal por sentença definitiva implica na perda de cargo
público. Dê uma olhada no artigo 92 do Código Penal:

Art. 92 - São também efeitos da condenação:


I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo:
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes
praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública;
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos
demais casos.
[...]

E fora dessas hipóteses? Ora, o servidor não está comparecendo á repartição, mas há um motivo legal
para tanto (não se trata de abandono do cargo).

Já que a condenação definitiva fora das hipóteses do artigo 92 do Código Penal não é motivo para perda
do cargo, o servidor permanecerá legalmente afastado de suas funções. Tão logo termine de cumprir a
pena, poderá voltar ao exercício do cargo. Enquanto isto, perceberá sua remuneração com um desconto
de 2/3 de seu valor:

Art. 93 – O funcionário perderá:


[...]

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III – dois terços dos vencimentos, configurada a hipótese do parágrafo único, do art. 19, deste
Estatuto.

Acaba funcionando mais ou menos como um auxílio reclusão para a família do preso (embora não tenha
natureza previdenciária e sim remuneratória).

Muito bem, tudo que você leu acima são exemplos de interrupções de exercício. Cada afastamento
previsto no estatuto te dá um motivo legal para não comparecer à repartição. Alguns deles podem ser
remunerados, outros não, mas em qualquer caso, você está desobrigado de exercer seu cargo.

Contudo, essas interrupções decorrem de previsão legal e possuem prazo certo de duração. Afinal, a regra
é que o funcionário exerça seu cargo.

Assim, quem afasta do exercício do cargo fora das hipóteses legais e, quem mesmo amparado pela lei, fica
afastado mais tempo do que deveria, responderá pelos seus atos:

Art. 20 – A interrupção do exercício fora dos casos legais e além dos limites admitidos, sujeita o
funcionário a processo disciplinar e às penas pertinentes.

Veja um exemplo do que pode ocorrer com quem se afasta do cargo fora das hipóteses previstas:

Art. 137 – São infrações disciplinares, entre outras definidas nesta Lei:
[...]
II – puníveis com demissão simples:
[...]
2 – inassiduidade permanente;
[...]
Parágrafo único – Considera-se inassiduidade permanente a ausência ao serviço, sem justa causa,
por mais de 30 (trinta) dias consecutivos; e inassiduidade intermitente, a ausência ao serviço sem
justa causa, por 60 (sessenta) dias, intercaladamente, num período de 12 (doze) meses.
[...]

Bastante desagradável (e sim, isso foi um eufemismo...). Mas tenho certeza que não será seu caso ☺

Seguindo na ordem de assuntos, falemos da lotação.

Art. 21 – O funcionário terá exercício no órgão em for lotado.


§ 1° - Entende-se por lotação, o número de funcionários que deva ter exercício em cada órgão,
mediante prévia distribuição dos cargos e das funções de confiança integrantes do respectivo
quadro.

Já temos o órgão onde você irá trabalhar. Falta resolver em qual dos infinitos cubículos dentro do labirinto
da repartição você, futuro servidor, irá desempenhar suas atribuições.

Pode tanto ser uma Vara, o Setor de RH, de TI, entre várias opções. O importante é que a lotação define
onde, exatamente, o servidor irá desempenhar suas tarefas.

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Cada órgão público tem um número certo de funcionários que devem estar em exercício ali. E cada
funcionário ocupa uma dessas vagas.

E para onde você vai? Para onde mandarem você :P.

Coloquemos da seguinte forma: sempre que você estiver “fora” de uma lotação, te colocarão em uma.

Exemplos:

- Se você foi nomeado para um cargo público, é óbvio que você não tem lotação ainda, então, vai ganhar
uma na nomeação;

- Se você se aposentou e depois pediu reversão da aposentadoria, ganhará uma lotação por ocasião do
reingresso;

- Se você foi removido para outra localidade, ganhará uma lotação quando for movimentado;

Enfim, sempre que você não tiver uma lotação, você ganha uma:

§ 2° - A lotação pessoal do funcionário será determinada no ato de nomeação, movimentação ou


progresso funcionais e de reingresso.

E a lotação no progresso funcional? Essa eu vou pedir para você esperar um pouco. Sem saber como
funciona a progressão, nenhuma explicação vai te ajudar aqui.

Regra de ouro: uma vez lotado, é naquela localidade que você presta serviço. Para se afastar dela, vai
precisar de autorização.

§ 3° - O afastamento do funcionário de sua lotação só se verificará com expressa autorização da


autoridade competente, no interesse do serviço público.

Por esta regra, se o funcionário não gostar de onde está trabalhando e der na cabeça dele de ir trabalhar
em outra unidade do mesmo órgão que tenha um ambiente mais aconchegante, ele estará desafiando o
estatuto.

Bom, e se ele quiser mudar de lotação com o amparo do estatuto? Neste caso, devemos nos valer do
instituto da remoção:

Art. 22 – O deslocamento do funcionário de um para outro órgão do serviço público estadual,


independente de mudança da sede funcional, dar-se-á por ato de remoção, processando-se a
pedido, por permuta ou no interesse do serviço público, a critério da autoridade competente.

A remoção e a permuta são dois institutos que alteram a localidade de exercício do servidor. A diferença
principal entre eles é que a permuta presume a “troca” entre dois ou mais servidores de seu local de
exercício, de forma que, ao final do processo, todas as unidades envolvidas tenha o mesmo número de
funcionários de que originalmente dispunham. Na remoção, apenas um servidor está mudando de
localidade.

Graficamente, poderíamos representar assim:

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No caso da remoção a pedido, é o servidor quem deseja alterar a sua localidade de exercício. Porém, salvo
algumas exceções, cabe à Administração decidir se esta alteração é conveniente ou não ao serviço público,
e assim, aceitar ou negar o pedido.

E atenção: as remoções a pedido no Estado de Santa Catarina são, em regra, feitas por permuta. Para que
um servidor tenha sua lotação alterada por desejo dele próprio, outro servidor terá de preencher aquela
vaga em seu lugar, deixando a vaga de origem livre para o removido.

Assim, por definição, não existe a figura da permuta “de ofício”:

§ 3° - A remoção por permuta será processada à vista de pedido conjunto dos interessados, desde
que sejam ocupantes do mesmo cargo.

Se a Administração precisa realocar a mão de obra, ela simplesmente removerá os servidores


independentemente do interesse dos envolvidos. As permutas costumam ocorrer quando dois ou mais
servidores se interessam pela localização uns dos outros e, buscando facilitar o procedimento,
demonstram que há outra pessoa desejando ocupar de pronto a vaga que pretendem deixar em aberto.

Bom, como eu disse, a remoção a pedido ocorre, em regra, por permuta, de modo que o resultado final do
processos é o mesmo número de servidores nas duas ou mais unidades envolvidas.

Mas, como de praxe, há exceções:

§ 1° - É assegurada a remoção, a pedido, para outra localidade, por motivo de saúde, desde que
fiquem comprovadas, pelo órgão médico oficial, as razões apresentadas pelo funcionário.

Talvez você trabalhe no interior e o ar do litoral seja benéfico para seus fracos pulmões. Talvez a Capital
apresente um hospital de ponta, especializado no tratamento de uma doença rara que você teve a
infelicidade de ser acometido e a felicidade de ter descoberto a tempo.

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Nestes casos, você poderá requerer a remoção por motivo de saúde. Todavia, suas alegações terão de ser
comprovadas pelo órgão médico oficial.

Diga-se de passagem, a remoção a pedido por motivo de saúde é a única que pode ignorar a lotação dos
órgãos envolvidos. Todas as demais devem observar o quantitativo de funcionários em cada unidade
(nenhuma unidade pode terminar o processo de remoção com mais ou menos servidores do que começou,
exceto se algum deles tiver sido removido por motivo de saúde):

2° - A remoção respeitará a lotação de cada órgão, ressalvado o disposto no parágrafo anterior.

Eu preciso que você preste atenção em um detalhe agora. Reparou que o texto do parágrafo 1º não usou a
expressão “funcionário estável” ou “funcionário em estágio probatório”? Pois bem, a remoção do
parágrafo 1º pode ser utilizada também por servidores em estágio probatório.

Aliás, sempre que a lei não distinguir o funcionário estável e o funcionário em estágio probatório é porque
esta fazendo referência a ambos. Também será o caso se o estatuto utilizar a expressão “funcionário
efetivo”, pois funcionário efetivo é aquele que ocupa um cargo efetivo (que só pode ser preenchido por
nomeação decorrente de aprovação em concurso público), seja ele estável ou não.

Já vimos o parágrafo 3º, então vamos em frente:

§ 4° - As disposições deste artigo não se aplicam aos funcionários em estágio probatório, exceto no
caso de remoção por motivo de saúde.

Resumindo a história: funcionários em estágio probatório não podem permutar, tampouco ser removidos,
seja a pedido, seja de ofício.

Sim, é isso mesmo que você acabou de ler: nem mesmo a remoção de ofício (que também está disposta
no artigo 22) pode envolver um funcionário em estágio probatório. Meu palpite favorito é o de que, como
a lotação costuma ser definida em função da colocação do candidato no concurso, permitir a remoção de
ofício seria também burlar esse critério de lotação.

Ademais, como o servidor não foi confirmado no cargo, removê-lo para outra lotação para descobrir que
ele não ficará no cargo posteriormente acaba transferindo o problema da falta de pessoal de uma unidade
para outra (coisa que qualquer chefe de repartição pública odeia).

§ 5° - Sempre que possível, sendo ambos funcionários, a remoção de um dos cônjuges assegurará o
aproveitamento do outro em serviço estadual na mesma localidade.

Falemos agora da remoção de ofício.

Nesta modalidade, o servidor será removido independentemente de sua vontade, pelo fato de que a
vontade da Administração (representando o interesse público) prevalece sobre a do particular. Os serviços
do servidor são requeridos em outro local, e sob estes céus e tendo Deus por testemunha, ele vai trabalhar
ali, quer queira, quer não!

Mas não há motivo para sermos mais cruéis do que o estritamente necessário.

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Existem dois grupos de motivos pelos quais um servidor pode ser removido de ofício: por necessidade de
pessoal e todos os demais casos.

A remoção de ofício por necessidade de pessoal trata todos os servidores como unidades de força de
trabalho, sem levar em conta suas características individuais.

Tudo que se observa é que há unidades com mais servidores que o necessário e outras com menos, e isso
será equalizado.

Já que a questão é a quantidade de funcionários em cada unidade, a remoção de ofício por necessidade de
pessoal deve se dar nos estritos limites da impessoalidade, o que impedirá que este instituto seja utilizado
como mecanismo de assédio aos funcionários.

E nada melhor do que critérios objetivos facilmente aferíveis para tornar as coisas impessoais:

§ 6° - Na remoção por interesse do serviço público deve ser observado:


I – quando fundada na necessidade de pessoal, recairá preferencialmente sobre o funcionário:
a – de menor tempo de serviço;
b – residente em localidade mais próxima;
c – menos idoso;

E o resto dos casos? Bom, se no inciso I tratávamos os servidores como sendo todos iguais, os demais
casos devem dizer respeito a alguma situação particular.

Por exemplo: estamos criando uma unidade nova em determinado órgão público na Capital para cuidar,
digamos, de contribuintes que fornecem energia elétrica para o consumidor final.

Lá no interior trabalha um servidor que entende tudo sobre o assunto e sua participação nessa unidade
seria de grande valia para o serviço público.

O serviço público tem interesse na remoção e ela não está fundada em necessidade de pessoal (queremos
aquele servidor específico e não qualquer servidor).

Problema: o critério que fundamentará remoção é bastante subjetivo (será baseado no amplo
conhecimento que o servidor dispõe sobre o assunto, o que não é possível de aferir objetivamente). Se
fosse para deixar na mão de uma única pessoa para decidir, poderíamos nos deparar com abusos e
fundamentações feitas exclusivamente para favorecer ou prejudicar determinados servidores com a
remoção.

Esse problema é diminuído quando mais pessoas participam do processo decisório, justamente o que
pretende o inciso II:

II – nos demais casos, dependerá de recomendação exarada em processo realizado por uma
comissão composta por 03 (três) funcionários estáveis;

Em todo caso, já causamos transtorno demais na vida desses servidores para atender o interesse público.

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Pensando nisso, o estatuto resolveu também preservar o interesse particular do servidor: se ele for
removido de ofício (hipótese do parágrafo anterior), ele não poderá ser removido novamente nos dois
anos seguintes ao da primeira remoção.

§ 7° - Na hipótese do parágrafo anterior, o funcionário não poderá ser removido antes de


decorridos 02 (dois) anos.

Pelo menos ele terá certeza de que, durante este prazo, sua lotação permanecerá a mesma.

Com isso encerramos mais um capítulo. Já falamos de como você ingressa no serviço público e onde irá
trabalhar uma vez empossado no cargo.

Mas ainda não falamos nada sobre a sua rotina quando chegar lá.

Esse é o tema do próximo capítulo.

1.3.2 Regime de Trabalho

1.3.2.1 Jornada de Trabalho

Se existir algo mais sagrado que o carimbo de um funcionário público, é certamente o seu horário de
trabalho. Em termos de precisão, é mais fácil acertar o horário do seu relógio pelo horário de entrada de
um funcionário público do que por qualquer outro meio disponível :P.

A regra são 40 horas semanais, distribuídas da forma que a regulamentação específica dispuser (se estiver
curioso, o habitual é que sejam 8 horas diárias):

Art. 23 – O regime de trabalho dos funcionários públicos do Estado, sendo omissa a especificação
de cargo, é de 40 (quarenta) horas semanais, cumpridas em dias e horários próprios, observada a
regulamentação específica.

Bom, e se não der para terminar aquele assunto urgente até o final do expediente? É só deixar de lado e
resolver no dia seguinte?

Errado! O Estatuto previu a possibilidade de prestação de serviço extraordinário (fora do horário de


trabalho, vulga “hora extra”):

§ 1° - É permitida a prestação de serviço extraordinário, que não está sujeito à limitação de carga
horária semanal, não podendo ultrapassar a 120 (cento e vinte) horas semestrais.

Repare que a limitação se dá por semestres. Na teoria, a repartição poderia obrigar o servidor a trabalhar
24 horas por dia (8 horas normais e outras 16 horas extras) sem violar um único direito do mesmo (claro
que isso é impossível, estou sendo dramático para o exemplo ficar na sua cabeça).

No exemplo acima, o servidor está trabalhando 16 horas extras por dia e alcançaria o limite do semestre
em 1 semana e meia (considerando apenas os dias úteis de segunda a sexta, cinco dias por semana).

Depois de atingir as 120 horas semestrais, o servidor não poderá mais prestar serviço extraordinário (e
duvido seriamente que ele esteja interessado no assunto)
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§ 2° - Nos dias úteis, só por determinação da autoridade competente poderão deixar de funcionar
as repartições públicas ou serem suspensos os seus trabalhos.

Caso prático:

Tudo bem que a terça-feira de carnaval é feriado de qualquer forma, mas vamos nos concentrar na
segunda-feira. Segunda-feira de carnaval é um dia útil normal, ao qual seu professor estaria obrigado a
comparecer à repartição.

Todavia, por meio do Decreto que você acabou de ler (emitido pela autoridade competente que, no caso
da repartição de seu professor, é o Governador do Estado), ordenou-se a suspensão do expediente, o que
fez com que a repartição pública não abrisse (eu não conseguiria trabalhar nem que eu quisesse na
segunda-feira de carnaval).

E isso só foi possível por ordem do Governador. Do contrário, viríamos todos ao serviço nessa fatídica
segunda-feira de carnaval.

Agora pensemos em um Agente Carcerário. O trabalho dele é garantir a ordem dos estabelecimentos
prisionais.

Vamos supor que, em função da pouca mão de obra, todos os servidores neste cargo em um determinado
estabelecimento prisional estão fazendo horas extras, à razão de 2 horas extras por dia, cada um durante 6
dias da semana.

Se formos aplicar o parágrafo 1º do artigo, cada servidor terá estourado o limite semestral de horas extras
ao longo do terceiro mês de trabalho nessas condições, afinal, o limite é de 120 horas semestrais:

§ 1° - É permitida a prestação de serviço extraordinário, que não está sujeito à limitação de carga
horária semanal, não podendo ultrapassar a 120 (cento e vinte) horas semestrais.

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E o estabelecimento prisional, como fica? Vai contar com menor quantidade de agentes em determinadas
horas do dia para manter a ordem em um ambiente que já tem um equilíbrio “delicado”, na falta de
palavra melhor?

O Estatuto já se antecipou: algumas atividades não estão sujeitas ao limite a que se refere o parágrafo 1º,
o que implica dizer que suas horas extras podem exceder as 120 horas semestrais:

§ 3° - Excetuam-se da limitação de carga horária a que se refere o § 1° deste artigo as atividades


dos portuários, da indústria gráfica, dos servidores em exercício nos Centros Educacionais de
Atendimento à Criança e ao Adolescente e nos estabelecimentos penais do Estado.
§ 4° - As disposições do parágrafo anterior aplicam-se aos tutores responsáveis pelo curso de
formação a distância para gestores escolares, promovido pela Secretaria de Estado da Educação e
do Desporto.

E para terminar:

Art. 24 – A jornada normal de trabalho poderá ser reduzida até a metade, com a proporcional
redução da remuneração, sempre que essa medida se mostrar necessária no caso de funcionário
estudante e de outras situações especiais.

Lembra-se disso aqui?

Art. 18 – Além das hipóteses legalmente admitidas, o funcionário poderá ser autorizado a afastar-se
do exercício, com prazo certo de duração e sem perda de direitos, para a elaboração de trabalho
relevante, técnico ou científico; para a realização de serviço, missão ou estudo, fora de sua sede
funcional ou não; para freqüentar curso de pós-graduação; para participar de conclaves
considerados de interesse, com ou sem a incumbência de representação; e para representar o
Município, o Estado ou o País em competições desportivas oficiais.
[...]
§ 3° - O afastamento para freqüência a cursos, na forma deste artigo, implicará na comprovação de
freqüência e aproveitamento, assim como, no compromisso de permanecer no serviço público, por
igual período.
[...]

Repare que o afastamento sem perda de direitos na redação do estatuto se refere apenas ao curso de pós-
graduação. Quanto ao funcionário estudante, em outros cenários, será possível a redução da carga horária
com a proporcional redução da remuneração.

Se o expediente da repartição começa as 11:00, indo até as 19:00, mas sua aula começa as 18:30 e você
precisa de mais 30 minutos para se deslocar, o estatuto faculta que se reduza sua carga horária em 1 hora e
se desconte sua remuneração na mesma proporção.

1.3.2.2 Horário de Trabalho e Uniformes

Ah... O ritual sagrado de registro do ponto. Algo que você fará durante todos os dias da sua vida funcional
(ou seu chefe, das vezes em que você não estiver presente). Natural como o desabrochar das flores,
inevitável como a gravidade e, definitivamente, mais sagrado que o cafezinho.

Art. 25 – O registro de freqüência é diário e mecânico ou, nos casos indicados em Regulamento, por
outra forma que vier a ser adotada.
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Entenda: você pode ir à repartição, trabalhar duro, e fazer do mundo um lugar melhor através do exercício
do cargo, porém, você só esteve lá se o registro de frequencia estiver preenchido. Por favor, não se
esqueça de registrá-lo todos os dias, pois o registro de ponto é o único documento capaz de fazer prova da
sua frequência na repartição.

§ 1° - Todos os funcionários devem observar rigorosamente o seu horário de trabalho,


previamente estabelecido.
§ 2° - A marcação do cartão de ponto deve ser feita pelo próprio funcionário.
§ 3° - Nenhum funcionário pode deixar seu local de trabalho durante o expediente sem
autorização, [VETADO].

Muito rígido né? Acostume-se, pois é assim que uma repartição pública funciona. Contudo, para não
sermos injustos, o serviço público possui também algumas flexibilidades.

Por exemplo: teoricamente, o seu horário de trabalho é o mesmo do funcionamento do órgão público.
Mas, suponhamos que você precise fazer um horário ligeiramente diferente.

É possível, desde que haja autorização para tanto:

§ 4° - Quando houver necessidade de trabalho fora do horário normal de funcionamento do órgão,


deve ser providenciada a autorização específica.

Sigamos.

Art. 26 – O funcionário é obrigado a avisar à sua Chefia imediata no dia em que, por doença ou
força maior, não puder comparecer ao serviço.

As duas hipóteses mencionadas no artigo 61 são de ausências justificadas no serviço. Não há problema
algum em faltar nestes casos, mas você deve comunicar seu chefe sobre essas circunstâncias.

§ 1° - As faltas ao serviço por motivo de doença serão justificadas para fins disciplinares, de
anotação no assentamento individual e pagamento, desde que a impossibilidade do
comparecimento seja abonada pela Chefia imediata ou por intermédio de atestado médico até 3
dias e, em período superior a este, pelo órgão médico oficial.

Vamos devagar aqui. Você ficou doente e não consegue trabalhar pois precisa se recuperar? Não há nada
de errado nisso!

A questão é que você não está comparecendo à repartição e, portanto, não está registrando seu ponto
nem apresentando frequência.

E tais faltas precisam ser justificadas. Se sua justificativa for "motivo de doença", o registro da justificativa
terá três finalidades:

- Disciplinar: Vamos espiar o futuro.

Art. 137 – São infrações disciplinares, entre outras definidas nesta Lei:
[...]
II – puníveis com demissão simples:

38

67
[...]
2 – inassiduidade permanente;
[...]
Parágrafo único – Considera-se inassiduidade permanente a ausência ao serviço, sem justa causa,
por mais de 30 (trinta) dias consecutivos; e inassiduidade intermitente, a ausência ao serviço sem
justa causa, por 60 (sessenta) dias, intercaladamente, num período de 12 (doze) meses.
[...]

Se você ficar muito doente, é possível que tenha de se afastar do serviço por mais de 60 dias consecutivos.
Se a justificativa da sua falta por motivo de doença não for registrada no seu ponto, você corre o risco de
ser demitido por inassiduidade permanente.

Assim, a primeira finalidade da justificativa é disciplinar: evitar a aplicação da penalidade de demissão ao


servidor pelas ausências.

- Anotação nos assentamentos individuais: Sua ausência é um fato da sua vida funcional que poderá
impactar em outros eventos ao longo da sua carreira. Assim, precisa ser registrado. A título de exemplo, a
ausência por motivo de doença costuma suspender o curso do estágio probatório.

- Pagamento: Quem falta ao trabalho não costuma receber por aquele dia não trabalhado. Se ninguém
avisar o setor de pagamento a respeito da justificativa apresentada, você perderá a remuneração do dia.
Daí a necessidade de se efetuar o registro da justificativa.

Dito isto, existem três formas de justificar o não comparecimento por motivo de doença:

- Atestado Médico (se o período de faltas for de até 3 dias)

- Abono da Chefia (se o período de faltas for de até 3 dias)

- Atestado do Órgão Médico Oficial (se o período de faltas exceder 3 dias)

Bom, e o que é aquele abono da chefia?

O abono da chefia funciona como um “perdão” da sua falta. Com o abono, seu chefe afirma que sua falta
está justificada e que você não deve sofrer qualquer sanção em função da ausência.

Seu chefe pode não ser médico, mas o abono da falta terá os mesmos efeitos da apresentação de um
atestado médico, justificando as faltas por motivo de doença com até 3 dias de duração.

Se você já souber de antemão que seu chefe não gosta de abonar essas faltas, também não tem problema:
a apresentação do atestado médico terá o mesmo efeito, com a vantagem de não depender da
participação do superior hierárquico.

E o que acabamos de ver se aplica também a doença em pessoa da família:

§ 2° - As faltas ao serviço por doença em pessoa da família serão analisadas e poderão ser
justificadas para os fins previstos no parágrafo anterior.

39

67
Se o assunto parece meio nebuloso agora, fique tranquilo, pois ainda estudaremos esses temas quando
abordarmos as licenças que podem ser usufruídas pelos servidores públicos.

Art. 27 – As faltas ao serviço por motivos particulares não serão justificadas para qualquer efeito,
computando-se como ausência o sábado e domingo, ou feriado, quando intercalados (art. 93).

Caso o servidor não queira dizer por que faltou (alegando, dessa forma, motivos particulares), tal falta é
considerada injustificada, e traz todos os efeitos inerentes a uma ausência ao serviço. Os desdobramentos
desta falta injustificada são inúmeros e devem ser analisados caso a caso, mas aqui vai um deles, a título
de exemplo:

Art. 93 – O funcionário perderá:


I - os vencimentos do dia, quando faltar ao serviço;
[...]

Prossigamos

Parágrafo único – Para efeitos deste artigo, não serão consideradas as faltas decorrentes de provas
escolares, coincidentes com o horário de trabalho ou o dia de ponto facultativo.

Resumindo a história, se o dia for de ponto facultativo ou você tiver uma prova na escola e faltar ao serviço
por conta disto, você não faltou :P.

Artigos 28 e 29 revogados. Sigamos em frente.

Art. 30 – Considera-se trabalho noturno, para os fins deste Estatuto, o prestado entre 22 (vinte e
duas) horas e 06 (seis) horas do dia seguinte (art. 89).

Ora: qual a importância de fixar o trabalho noturno se sua duração é exatamente igual à do trabalho
“normal”?

Vamos olhar para todo o conjunto:

Art. 89 – A remuneração do funcionário que executar trabalho noturno será acrescida de vinte e
cinco por cento (25%), observado o disposto no artigo 30 deste Estatuto.
§ 1° - A hora noturna será considerada de cinqüenta e dois minutos.
§ 2° - O acréscimo nos vencimentos previsto neste artigo será concedido na forma do regulamento
próprio.

Como você pode ver, a hora noturna tem duas características importantes:

- A hora noturna possui menor duração: a hora noturna tem 8 minutos a menos, de modo que um
servidor que trabalhe por 7 horas “reais” terá contabilizado 56 minutos extras, quase fechando uma
jornada normal de trabalho de 8 horas. Resumindo a história: o funcionário que trabalha em período
noturno trabalha durante menos horas que seu equivalente no trabalho diurno;

- A hora noturna possui acréscimo de 25% em relação à hora diurna.

Juntando as duas coisas, temos o seguinte:


40

67
Se um técnico judiciário ganha, em condições normais, R$ 80,00 por um dia de 8 horas de trabalho fora do
horário noturno, receberá R$ 100,00 (80*1,25) se trabalhar integralmente no período noturno, por pouco
mais de 7 horas.

Daí a importância de delimitar corretamente o que se entende por período noturno: entre as 22 horas de
um dia e as 6 horas do dia seguinte.

Por fim, seguindo uma diretriz que existe também na CLT, compete ao empregador (ou no caso do
estatuto, o Estado) fornecer as ferramentas necessárias para que o empregado (ou neste caso o
funcionário) desempenhe suas funções.

E nisso está incluído o uniforme:

Art. 31 – O Estado fornecerá uniformes aos funcionários de apoio administrativo, sempre que lhes
forem exigidos, e aos que, pelo local de trabalho, devam ter cuidados especiais.

Acredite você ou não, falamos sobre tudo que precisávamos falar sobre Regime de Trabalho. E é só isso
mesmo por hoje ☺.

Espero que a aula tenha te apresentado ao maravilhoso mundo do serviço público. Tudo que é visto aqui
será visto e revisto por você ao longo das próximas décadas, no curso da sua vida funcional. Você será um
profundo conhecedor do estatuto pelo tão só fato de trabalhar em uma repartição pública :P. Mas,
enquanto isto não acontece, seu professor vai tentar suavizar os inúmeros conceitos que vão aparecendo
ao longo da lei.

Já peço desculpas em adiantado pelo eventual excesso de coloquialidade, aos que prezam o rigor da língua
portuguesa, e à falta dele, aos que não gostam da utilização de termos restritos aos estudantes de Direito.
Eu evitei ao máximo as duas falhas, mas estou disponível para sugestões.

Até a próxima!

QUESTÕES COMENTADAS
1 – FEPESE – MPE/SC – 2014 A verificação dos requisitos básicos do estágio probatório, de acordo com a
Lei Estadual nº 6745/1985, é realizada por uma comissão de:

a) no mínimo dois membros designados pelo titular do órgão.

b) no mínimo três membros designados pelo titular do órgão.

c) dois membros, um interno e um externo.

d) quatro membros designados pelo prefeito.

e) quatro membros designados pelo titular do órgão.

41

67
Comentário: A comissão mencionada na Lei Estadual 6.745/1985 deve ser composta de ao menos três
membros:

Art. 15 – O Servidor nomeado para cargo efetivo fica sujeito a um período de estágio probatório de
3 (três) anos de efetivo exercício no cargo para o qual prestou concurso público, com o objetivo de
apurar os requisitos necessários à confirmação no cargo para o qual foi nomeado.
I - idoneidade moral;
II - assiduidade e pontualidade;
III - disciplina;
IV - eficiência.
[...]
§ 2º - A verificação dos requisitos mencionados neste artigo será efetuada por uma comissão de,
no mínimo, 3 (três) membros designados pelo titular do órgão.

Reforçando o que estudamos na aula: a comissão pode ser composta também por mais de 3 membros
servindo o parágrafo 2º como número mínimo de integrantes.

Três é o menor número possível para ninguém decidir sozinho sobre a confirmação do servidor no cargo e
para que não tenhamos empate (atravancando todo processo de avaliação de desempenho).

Letra b)

2 – FEPESE – MPE/SC – 2014 A Lei Estadual nº 6.745/1985 estabelece que:

......................................consiste na situação funcional transitória criada por ato administrativo e cometida


a funcionário público estadual, mediante livre escolha, para desempenho de atribuições regimentais.

Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna do texto.

a) função de confiança

b) ato de designação

c) ato temporário

d) ato autoritário

e) dia casual

Comentário: Situação transitória? Funcionário Público Estadual? Livre escolha?

A questão poderia ter tentando te enganar e colocado “cargo em comissão” no meio das alternativas.
Todavia, além de não o ter feito, deixou claro que a situação seria cometida a funcionário público estadual.

Só podemos estar falando da função de confiança:

42

67
Art. 3° - É vedado atribuir ao funcionário outros serviços, além dos inerentes ao cargo de que seja
titular, exceto quando designado, mediante gratificação, para o exercício de função de confiança
[...]
§ 1° - Entende-se por função de confiança a situação funcional transitória criada por ato
administrativo e cometida a funcionário público estadual, mediante livre escolha, para
desempenho de atribuições regimentais.

Relembremos do exemplo de seu professor e das características da função de confiança:

- É uma situação funcional transitória / mediante livre escolha: eu não seria Assistente Fiscal Chefe I
para sempre. Eu fui designado pelo Diretor para ocupar essa função de confiança e a desempenhei
enquanto foi o desejo do Diretor Executivo. Quando me afastei para o exercício de mandato sindical, ele
designou outro servidor para a posição, e não havia nada que eu pudesse fazer a respeito dessa decisão.

- Criada por ato administrativo: o ato de designação é um ato administrativo, que deverá seguir todos os
requisitos inerentes ao mesmo (os quais o professor de Direito Administrativo lhe dirá que são os
seguintes: competência, finalidade, forma, motivo e objeto);

- Cometida a funcionário público estadual / desempenho de atribuições regimentais: a função de


confiança de Chefe da Assistência Fiscal Jurídico Tributária tem algumas atribuições específicas, e que
passaram a ser minhas próprias atribuições quando foram cometidas a mim, um funcionário público
estadual.

Letra a)

3 – FEPESE – MPE/SC – 2014 Considere as seguintes afirmativas sobre a posse, de acordo com a Lei
Estadual nº 6.745/1985.

1. A posse em cargo de provimento em comissão será precedida de exame de saúde, nos termos deste
Estatuto, salvo quando se tratar de funcionário público em efetivo exercício.

2. A posse terá lugar no prazo de 90 dias da data da publicação do ato de nomeação no Diário Oficial.

3. Será tornada sem efeito a nomeação quando, por ato ou omissão de que for responsável o nomeado, a
posse não se verificar no prazo estabelecido.

43

67
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

a) É correta apenas a afirmativa 1.

b) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.

c) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3.

d) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.

e) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3.

Comentário: Analisemos item por item:

1. A posse em cargo de provimento em comissão será precedida de exame de saúde, nos termos deste
Estatuto, salvo quando se tratar de funcionário público em efetivo exercício.

Item perfeito, conforme redação do parágrafo único do artigo 5º:

Art. 5° - [...]
Parágrafo único – O concurso objetiva selecionar candidatos através de avaliação de
conhecimentos e qualificação profissionais, mediante provas ou provas e títulos, seguido de
exame das condições de sanidade físico-mental, salvo quando se tratar de funcionário público em
efetivo exercício, e verificação de desempenho das atividades do cargo, em estágio probatório.

2. A posse terá lugar no prazo de 90 dias 30 dias da data da publicação do ato de nomeação no Diário
Oficial.

O prazo para posse é de 30 dias, ao contrário do que sugeriu o item 2:

Art. 14 – A posse terá lugar no prazo de 30 (trinta) dias da data da publicação do ato de nomeação
no Diário Oficial.
§ 1° - A requerimento do interessado, o prazo para a posse poderá ser prorrogado por mais 30
(trinta) dias ou enquanto durar o impedimento, se estiver comprovadamente doente.
[...]

3. Será tornada sem efeito a nomeação quando, por ato ou omissão de que for responsável o
nomeado, a posse não se verificar no prazo estabelecido.

Item também correto. A Administração Pública não pode esperar você para sempre. Não observado o
prazo de posse, o ato de nomeação será considerado sem efeito (desde que o candidato não seja o
responsável por isto):

Art. 14 – A posse terá lugar no prazo de 30 (trinta) dias da data da publicação do ato de nomeação
no Diário Oficial.
[...]
§ 2° - Será tornada sem efeito a nomeação quando, por ato ou omissão de que for responsável o
nomeado, a posse não se verificar no prazo estabelecido.

44

67
Letra c)

4 – FEPESE – MPE/SC – 2014 De acordo com a Lei Estadual nº 6745/1985, são requisitos básicos do
estágio probatório:

1. idoneidade moral e publicidade.

2. assiduidade e pontualidade.

3. disciplina e eficiência.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

a) É correta apenas a afirmativa 1.

b) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.

c) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3.

d) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.

e) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3.

Comentário: Questão tranquila também. Vamos olhar os itens:

1. idoneidade moral e publicidade.

2. assiduidade e pontualidade.

3. disciplina e eficiência.

Idoneidade moral é sim um requisito para a aprovação no estágio probatório. Publicidade, no entanto, é
um dos princípios constitucionais que pautam a atuação da Administração Pública (o Professor de Direito
Administrativo tratará desse tema com você):

Art. 15 – O Servidor nomeado para cargo efetivo fica sujeito a um período de estágio probatório de
3 (três) anos de efetivo exercício no cargo para o qual prestou concurso público, com o objetivo de
apurar os requisitos necessários à confirmação no cargo para o qual foi nomeado.
I - idoneidade moral;
II - assiduidade e pontualidade;
III - disciplina;
IV - eficiência.

A publicidade por sua vez, está localizada nesse trecho da Constituição Federal:

Letra d)

45

67
5 – FEPESE – MPE/SC – 2013 Analise as afirmativas abaixo sobre o Estatuto do Servidor Público Civil do
Estado de Santa Catarina.

1. Será suspensa a contagem do período do estágio probatório do servidor afastado a qualquer título,
exceto férias e o exercício de cargo comissionado com atribuições afins às do cargo efetivo.

2. O funcionário nomeado para cargo ou função de confiança fica sujeito a um período de estágio
probatório de três anos, com o objetivo de apurar os requisitos necessários à confirmação no cargo para o
qual foi nomeado.

3. A avaliação do estágio probatório será efetuada por uma comissão de, no mínimo, três membros
designados pelo titular do órgão.

4. A quitação com as obrigações militares e eleitorais é um dos requisitos básicos para o estágio
probatório.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

a) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3.

b) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.

c) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.

d) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 4.

e) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.

Comentário: Ponto por ponto:

1. Será suspensa a contagem do período do estágio probatório do servidor afastado a qualquer título,
exceto férias e o exercício de cargo comissionado com atribuições afins às do cargo efetivo.

Se você não está trabalhando, como é que a Administração Pública vai poder te avaliar?

A regra do parágrafo 3º do artigo 15 é baseada nessa premissa:

Art. 15 – O Servidor nomeado para cargo efetivo fica sujeito a um período de estágio probatório de
3 (três) anos de efetivo exercício no cargo para o qual prestou concurso público, com o objetivo de
apurar os requisitos necessários à confirmação no cargo para o qual foi nomeado.
[...]
§ 3º - Será suspensa a contagem do período do estágio probatório do servidor afastado a qualquer
título, exceto férias e o exercício de cargo comissionado com atribuições afins às do cargo efetivo.

2. O funcionário nomeado para cargo ou função de confiança cargo efetivo fica sujeito a um período de
estágio probatório de três anos, com o objetivo de apurar os requisitos necessários à confirmação no cargo
para o qual foi nomeado.
46

67
Cargo em comissão (às vezes chamado de cargo de confiança) é aquele de livre nomeação e exoneração
pela autoridade competente:

Art. 5° - A admissão ao serviço estadual dependerá sempre de aprovação prévia em concurso


público, exceto para o provimento de cargos em comissão.

Por essas características, não tem o condão de conceder ao servidor que o ocupa a estabilidade no cargo.

A função de confiança é, por definição, uma situação funcional transitória. Assim o sendo, assegurar a
estabilidade de seu exercício é um contrassenso que desfia o próprio conceito:

Art. 3° - [...]
§ 1° - Entende-se por função de confiança a situação funcional transitória criada por ato
administrativo e cometida a funcionário público estadual, mediante livre escolha, para
desempenho de atribuições regimentais.
[...]

O único tipo de cargo que pode assegurar ao servidor a estabilidade ao final do período de estágio
probatório (3 anos, atualmente) é o cargo efetivo. Por essas razões, o estágio probatório só se aplica aos
ocupantes desses cargos:

Art. 15 – O Servidor nomeado para cargo efetivo fica sujeito a um período de estágio probatório de
3 (três) anos de efetivo exercício no cargo para o qual prestou concurso público, com o objetivo de
apurar os requisitos necessários à confirmação no cargo para o qual foi nomeado.
I - idoneidade moral;
II - assiduidade e pontualidade;
III - disciplina;
IV - eficiência.
[...]
Art. 47 – Estabilidade é o direito que adquire o funcionário nomeado por concurso de não ser
exonerado ou demitido, após 02 (dois) anos [após 03 (três) anos] de tempo de serviço, senão em
virtude de sentença judicial ou processo disciplinar em que se lhe tenha assegurado ampla defesa.

3. A avaliação do estágio probatório será efetuada por uma comissão de, no mínimo, três membros
designados pelo titular do órgão.

Item perfeito, de acordo com o parágrafo 2º do artigo 15:

Art. 15 – [...]
[...]
§ 2º - A verificação dos requisitos mencionados neste artigo será efetuada por uma comissão de,
no mínimo, 3 (três) membros designados pelo titular do órgão.

4. A quitação com as obrigações militares e eleitorais é um dos requisitos básicos para o estágio
probatório inscrição em concurso:

47

67
Art. 7° - São requisitos básicos para a inscrição em concurso, além dos constantes das instruções
especiais, a comprovação relativa a:
[...]
III – quitação com as obrigações militares e eleitorais;
[...]

Relembrando que esse trecho do estatuto é anterior a atual Constituição Federal e contrário à orientação
atual do STJ.

O STJ já firmou entendimento que a comprovação dos requisitos para ingresso em cargo público deve se
dar no momento da posse (e não da inscrição), de acordo com a Súmula 266. Tecnicamente, o STJ fez isto
especificamente para o diploma ou habilitação legal, mas o raciocínio pode ser estendido a outros
requisitos:

O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não na
inscrição para o concurso público.

Todavia, é a atual redação do estatuto e o que você deve saber para sua prova.

Letra a)

6– FEPESE – MPE/SC – 2013 Assinale a alternativa correta, no que se refere à posse, de acordo com o
Estatuto do Servidor Público Civil do Estado de Santa Catarina.

a) A pedido do interessado a posse poderá ser prorrogada em até sessenta dias.

b) A nomeação deverá ocorrer até trinta dias após a publicação da posse no diário oficial.

c) Será tornada sem efeito a nomeação se a posse não ocorrer dentro do prazo legal.

d) A posse em cargo de comissão será precedida obrigatoriamente de exame de saúde.

e) A posse deverá ocorrer no prazo de trinta dias da homologação do resultado final do concurso público.

Comentário: Item a item:

a) A pedido do interessado a posse poderá ser prorrogada em até sessenta trinta dias.

A prorrogação a que se refere o estatuto é de 30 dias, a requerimento do interessado, ou por tempo


indeterminado, se o nomeado estiver comprovadamente doente. Em todo caso, a prorrogação não é de
60 dias:

Art. 14 – A posse terá lugar no prazo de 30 (trinta) dias da data da publicação do ato de nomeação
no Diário Oficial.
§ 1° - A requerimento do interessado, o prazo para a posse poderá ser prorrogado por mais 30
(trinta) dias ou enquanto durar o impedimento, se estiver comprovadamente doente.

48

67
b) A nomeação posse deverá ocorrer até trinta dias após a publicação da posse nomeação no diário
oficial.

Nada como entender o significado de cada um dos termos. Depois que você entende a matéria,
pegadinhas como essa beiram o ridículo.

Art. 14 – A posse terá lugar no prazo de 30 (trinta) dias da data da publicação do ato de nomeação
no Diário Oficial.

Nomeação é o chamamento do candidato aprovado em concurso público para que, se o desejar, tome
posse no cargo para o qual foi aprovado. Posse é a investidura no cargo, aceitando todos os deveres e
obrigações inerentes ao mesmo.

Assim, a nomeação ocorre necessariamente antes da posse.

c) Será tornada sem efeito a nomeação se a posse não ocorrer dentro do prazo legal.

Item Certo. Como a Administração Pública não pode esperar indefinidamente pela posse do nomeado, o
Estatuto fixou o prazo de 30 dias para que o fizesse.

Não tomada posse nesse prazo, o ato de nomeação será tornado sem efeito (não confundir com anulação
ou invalidação, pois o ato de nomeação foi válido e observou todos os requisitos legais. O que ele perdeu
foi a capacidade de produzir efeitos no mundo jurídico):

Art. 14 – A posse terá lugar no prazo de 30 (trinta) dias da data da publicação do ato de nomeação
no Diário Oficial.
[...]
§ 2° - Será tornada sem efeito a nomeação quando, por ato ou omissão de que for responsável o
nomeado, a posse não se verificar no prazo estabelecido.

d) A posse em cargo de comissão será precedida obrigatoriamente de exame de saúde, salvo quando se
tratar de funcionário público em efetivo exercício.

Se o nomeado para um cargo em comissão já era funcionário público em efetivo exercício, não há
necessidade de exame de saúde pois o mesmo já foi realizado por ocasião da posse no cargo público que o
funcionário atualmente exerce no momento:

Art. 13 – A posse em cargo de provimento em comissão será precedida de exame de saúde, nos
termos deste Estatuto, salvo quando se tratar de funcionário público em efetivo exercício.

e) A posse deverá ocorrer no prazo de trinta dias da homologação do resultado final do concurso público
nomeação.

Quem dera pudesse ser assim tão rápido :P. Uma vez homologado o concurso público, a Administração
Pública terá todo o prazo de validade do concurso para nomear os aprovados de que precisar.

49

67
Contudo, resta a ainda a produção do ato de nomeação para que o candidato possa tomar posse no cargo.
Assim, é a partir da nomeação que se abre o prazo para posse:

Art. 14 – A posse terá lugar no prazo de 30 (trinta) dias da data da publicação do ato de nomeação
no Diário Oficial.

Letra c)

7– FEPESE – SJC/SC – 2016 Considerando as disposições do Estatuto dos Servidores Públicos Civis do
Estado de Santa Catarina, analise as afirmativas abaixo:

1. É permitida a prestação de serviço extraordinário, que não está sujeito à limitação de carga horária
semanal, não podendo ultrapassar a 200 horas semestrais.

2. A posse terá lugar no prazo de 30 dias da data da publicação do ato de nomeação no Diário Oficial,
improrrogável.

3. A interrupção do exercício fora dos casos legais e além dos limites admitidos, sujeita o funcionário a
processo disciplinar e às penas pertinentes.

4. A jornada normal de trabalho, poderá ser reduzida até a metade, sem redução da remuneração, sempre
que essa medida se mostrar necessária no caso de funcionário estudante.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

a) É correta apenas a afirmativa 2.

b) É correta apenas a afirmativa 3.

c) É correta apenas a afirmativa 4.

d) São corretas apenas as afirmativas 1 e 4.

e) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.

Comentário: E vamos nós de novo:

1. É permitida a prestação de serviço extraordinário, que não está sujeito à limitação de carga horária
semanal, não podendo ultrapassar a 200 120 horas semestrais.

Item Errado

Ao contrário do que sugere o item 1, o limite de horas extras semestrais é de 120 horas:

Art. 23 – [...]
§ 1° - É permitida a prestação de serviço extraordinário, que não está sujeito à limitação de carga
horária semanal, não podendo ultrapassar a 120 (cento e vinte) horas semestrais.

50

67
2. A posse terá lugar no prazo de 30 dias da data da publicação do ato de nomeação no Diário Oficial,
improrrogável prorrogável a requerimento do interessado.

Item Errado

Existe possibilidade de prorrogação do prazo para posse, mediante requerimento do interessado:

Art. 14 – A posse terá lugar no prazo de 30 (trinta) dias da data da publicação do ato de nomeação
no Diário Oficial.
§ 1° - A requerimento do interessado, o prazo para a posse poderá ser prorrogado por mais 30
(trinta) dias ou enquanto durar o impedimento, se estiver comprovadamente doente.

Lembrando que se o requerimento se basear em doença comprovada, a prorrogação não está sujeita ao
limite de 30 dias.

3. A interrupção do exercício fora dos casos legais e além dos limites admitidos, sujeita o funcionário a
processo disciplinar e às penas pertinentes.

Item Correto.

O servidor não pode interromper o exercício do cargo público se não estiver amparado por uma hipótese
legal:

Art. 20 – A interrupção do exercício fora dos casos legais e além dos limites admitidos, sujeita o
funcionário a processo disciplinar e às penas pertinentes.

4. A jornada normal de trabalho, poderá ser reduzida até a metade, sem redução da remuneração, com
proporcional redução da remuneração, sempre que essa medida se mostrar necessária no caso de
funcionário estudante.

Item Errado.

Embora o Estatuto autorize a redução de jornada de trabalho para o servidor estudante, essa redução se
dá com a correspondente e proporcional redução da remuneração:

Art. 24 – A jornada normal de trabalho poderá ser reduzida até a metade, com a proporcional
redução da remuneração, sempre que essa medida se mostrar necessária no caso de funcionário
estudante e de outras situações especiais.

Só a afirmação 3 está correta

Letra b)

8 – FEPESE – SJC/SC – 2013 De acordo com o Estatuto do Servidor Público Civil do Estado de Santa
Catarina, o servidor público que por motivo de doença não puder comparecer ao local de trabalho deverá
apresentar:

a) atestado médico até cinco dias, prorrogáveis.

51

67
b) imediatamente, laudo do órgão médico oficial.

c) documento idôneo que comprove a impossibilidade de comparecimento pelo prazo de até dez dias.

d) caso sua falta for de até três dias, atestado médico, se o período for superior a três dias, atestado
emitido pelo órgão médico oficial.

e) caso sua falta for de até quinze dias, atestado médico, se o período for superior a quinze dias,
apresentar-se à perícia médica do Instituto Nacional de Previdência Social.

Comentário: Acostume-se com essa ideia: Toda a ausência do funcionário público no ambiente da
repartição precisa ser justificada, de uma forma ou de outra.

Afinal, o serviço público conta com o trabalho do funcionário e qualquer ausência não planejada causará
prejuízos na prestação dos serviços.

Dito isto, também não se espera que você consiga comparecer durante todos os dias da sua vida entre o
início de exercício e a concessão da aposentadoria. Basta que se justifiquem os dias em que você não
comparecer.

Se você não puder comparecer por motivo de doença à repartição, existem três formas de justificar essa
ausência:

Art. 26 – O funcionário é obrigado a avisar à sua Chefia imediata no dia em que, por doença ou
força maior, não puder comparecer ao serviço.
§ 1° - As faltas ao serviço por motivo de doença serão justificadas para fins disciplinares, de
anotação no assentamento individual e pagamento, desde que a impossibilidade do
comparecimento seja abonada pela Chefia imediata ou por intermédio de atestado médico até 3
dias e, em período superior a este, pelo órgão médico oficial.

Sistematizando:

- Atestado Médico (se o período de faltas for de até 3 dias)

- Abono da Chefia (se o período de faltas for de até 3 dias)

- Atestado do Órgão Médico Oficial (se o período de faltas exceder 3 dias)

Agora vamos olhar as assertivas

a) atestado médico até cinco dias, prorrogáveis.

O atestado médico vale para períodos de faltas de até 3 dias.

b) imediatamente, laudo do órgão médico oficial.

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67
O órgão médico oficial só analisará a alegação do servidor de doença se o período de falta exceder três
dias (o que inviabiliza a apresentação imediata de um laudo, logo na primeira falta)

c) documento idôneo que comprove a impossibilidade de comparecimento pelo prazo de até dez dias.

A tipificação dos documentos que comprovam a doença para fins de justificativa perante o serviço público
são taxativos: atestado médico, atestado do órgão médico oficial e abono da chefia. Não há outros
documentos que possa substituí-los, ao menos no texto do estatuto.

e) caso sua falta for de até quinze dias, atestado médico, se o período for superior a quinze dias,
apresentar-se à perícia médica do Instituto Nacional de Previdência Social.

Habitue-se: quando você se tornar um funcionário público, o INSS não fará parte de sua vida funcional. O
Estado de Santa Catarina possui um órgão médico oficial, responsável pelo exame dos servidores e
concessão de atestados que viabilizarão o usufruto de licenças baseadas em motivo de saúde.

Só nos restou a letra d)

d) caso sua falta for de até três dias, atestado médico, se o período for superior a três dias, atestado
emitido pelo órgão médico oficial.

Conforme a redação do parágrafo 1º do artigo 26:

Art. 26 – O funcionário é obrigado a avisar à sua Chefia imediata no dia em que, por doença ou
força maior, não puder comparecer ao serviço.
§ 1° - As faltas ao serviço por motivo de doença serão justificadas para fins disciplinares, de
anotação no assentamento individual e pagamento, desde que a impossibilidade do
comparecimento seja abonada pela Chefia imediata ou por intermédio de atestado médico até 3
dias e, em período superior a este, pelo órgão médico oficial.

Letra d)

9 – FEPESE – SJC/SC – 2013 De acordo com o Estatuto do Servidor Público Civil do Estado de Santa
Catarina, como se denomina o ato pelo qual o nomeado para um cargo público manifesta, pessoal e
expressamente, a sua vontade de aceitar a nomeação e inicia o exercício das respectivas funções?

a) posse

b) exercício

c) convocação

d) disponibilidade

e) exoneração

Comentário: Sem segredo nenhum: o ato descrito é o de posse:

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67
Art. 12 – A posse é o ato pelo qual o nomeado para um cargo público manifesta, pessoal e
expressamente, a sua vontade de aceitar a nomeação e inicia o exercício das respectivas funções.

Por meio da posse, o nomeado atende ao chamado da Administração e expressa sua vontade inequívoca
de se tornar um servidor público e iniciar o exercício de suas funções.

Letra a)

10– FEPESE – TJ/SC – 2011 Segundo o Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Santa
Catarina, são requisitos básicos do estágio probatório, EXCETO:

a) idoneidade moral.

b) assiduidade e pontualidade.

c) quitação com as obrigações militares e eleitorais.

d) disciplina.

e) eficiência.

Comentário: Tentemos não confundir os requisitos do estágio probatório com aqueles necessários para
alguém tomar posse em um cargo público (como a redação do estatuto sugere, se inscrever em concurso
público):

Art. 7° - São requisitos básicos para a inscrição em concurso, além dos constantes das instruções
especiais, a comprovação relativa a:
I – nacionalidade brasileira;
II – gozo dos direitos políticos;
III – quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV – idade mínima de 18 (dezoito) anos.
Parágrafo único – O limite máximo de idade para provimento, não se aplica ao funcionário público.
[...]
Art. 15 – O Servidor nomeado para cargo efetivo fica sujeito a um período de estágio probatório de
3 (três) anos de efetivo exercício no cargo para o qual prestou concurso público, com o objetivo de
apurar os requisitos necessários à confirmação no cargo para o qual foi nomeado.
I - idoneidade moral;
II - assiduidade e pontualidade;
III - disciplina;
IV - eficiência.

Repare que a quitação com as obrigações militares e eleitorais é um requisito de inscrição em concurso
público e não de aprovação em estágio probatório.

Leve em conta também que o texto do estatuto é anterior ao da atual Constituição Federal e, atualmente,
teria sérias dificuldades em ser utilizado por desafiar a Súmula 266 do STJ:

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67
O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não na
inscrição para o concurso público.

Em todo caso, a quitação com as obrigações militares e eleitorais não é um requisito para aprovação em
estágio probatório.

Letra c)

11– FEPESE – UDESC – 2010 Preencha as lacunas do texto abaixo.

“A remuneração do servidor que executar atividade noturna, assim considerado o trabalho prestado entre
_______ horas e ______ horas do dia seguinte, será acrescida de __________ ”.

Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente as lacunas do texto.

a) 21 ; 5 ; 25%

b) 21 ; 6 ; 50%

c) 22 ; 5 ; 25%

d) 22 ; 6 ; 25%

e) 22 ; 6 ; 50%

Comentário: Para responder esta questão, precisamos de três informações: o horário de início e término
do horário noturno e o adicional a ser pago em função do trabalho nesse período.

Vejamos:

Art. 30 – Considera-se trabalho noturno, para os fins deste Estatuto, o prestado entre 22 (vinte e
duas) horas e 06 (seis) horas do dia seguinte
[...]
Art. 89 – A remuneração do funcionário que executar trabalho noturno será acrescida de vinte e
cinco por cento (25%), observado o disposto no artigo 30 deste Estatuto.

O trabalho noturno vai das 22 horas até as 6 horas do dia seguinte, sendo remunerado à razão de 25% a
mais do que o valor da hora normal do funcionário.

Letra d)

12 – FEPESE – PCSC – 2017 Com base na Lei n.º 6.745, de 28 de dezembro de 1985, que dispõe sobre o
Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Santa Catarina, constitui requisito básico para a
inscrição em concurso público, além dos constantes das instruções especiais, a comprovação relativa a:

a) Ser brasileiro nato.

b) Idoneidade moral.

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c) Idade mínima de dezesseis anos.

d) Nacionalidade brasileira ou estrangeira.

e) Quitação com as obrigações militares e eleitorais.

Comentário: Mais questão que exige o artigo 7º:

Art. 7° - São requisitos básicos para a inscrição em concurso, além dos constantes das instruções
especiais, a comprovação relativa a:
I – nacionalidade brasileira;
II – gozo dos direitos políticos;
III – quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV – idade mínima de 18 (dezoito) anos.
Parágrafo único – O limite máximo de idade para provimento, não se aplica ao funcionário público.
[...]

Quanto aos itens:

a) Ser brasileiro nato.

d) Nacionalidade brasileira ou estrangeira.

A nacionalidade brasileira é um requisito para se inscrever em um concurso público (segundo a redação do


Estatuto), contudo, não há necessidade que o pretendente tenha nascido brasileiro: uma vez naturalizado,
ele também poderá se inscrever em um concurso público.

c) Idade mínima de dezesseis anos.

A idade mínima prevista no artigo 7º é de 18 anos, e não 16, como constou.

b) Idoneidade moral.

A idoneidade moral não é um quesito para inscrição no concurso mas sim para efetivação do servidor após
superado o estágio probatório:

Art. 15 – O Servidor nomeado para cargo efetivo fica sujeito a um período de estágio probatório de
3 (três) anos de efetivo exercício no cargo para o qual prestou concurso público, com o objetivo de
apurar os requisitos necessários à confirmação no cargo para o qual foi nomeado.
I - idoneidade moral;
II - assiduidade e pontualidade;
III - disciplina;
IV - eficiência.

Resta apenas a letra e), que está conforme os incisos II e III do artigo 7º do Estatuto.

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Por fim, lembro a você que a redação do artigo 7º é questionável à luz da Súmula 266 do STJ:

O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não na
inscrição para o concurso público.

Tecnicamente, o STJ fez isto especificamente para o diploma ou habilitação legal, mas o raciocínio pode
ser estendido a outros requisitos:

Mas já sabe né? Se a questão cobra a literalidade do artigo, nós respondemos a literalidade do artigo,
tomamos posse no cargo, vivemos uma vida plena e feliz e só aí começamos a questionar esse tipo de
coisa :P.

Letra e)

13 – FEPESE – PCSC – 2017 De acordo com a Lei no 6.745, de 1985, a posse é o ato pelo qual o nomeado
para um cargo público manifesta, pessoal e expressamente, a sua vontade de aceitar a nomeação e inicia o
exercício das respectivas funções, e terá lugar no prazo de:

a) quinze dias da data da publicação do ato de nomeação, improrrogáveis.

b) quinze dias da data da publicação do ato de nomeação, prorrogáveis por mais quinze dias, ou enquanto
durar o impedimento, se estiver comprovadamente doente.

c) trinta dias da data da publicação do ato de nomeação, improrrogáveis.

d) trinta dias da data da publicação do ato de nomeação, prorrogáveis por mais quinze dias.

e) trinta dias da data da publicação do ato de nomeação, prorrogáveis por mais trinta dias, ou enquanto
durar o impedimento, se estiver comprovadamente doente.

Comentário: Bom, a definição de posse dada pelo enunciado está realmente correta (como era de se
esperar):

Art. 12 – A posse é o ato pelo qual o nomeado para um cargo público manifesta, pessoal e
expressamente, a sua vontade de aceitar a nomeação e inicia o exercício das respectivas funções.

E o prazo?

Segundo o artigo 14, o prazo para posse é de 30 dias:

Art. 14 – A posse terá lugar no prazo de 30 (trinta) dias da data da publicação do ato de nomeação
no Diário Oficial.

Seu respectivo parágrafo 1º traz as hipóteses de prorrogação:

§ 1° - A requerimento do interessado, o prazo para a posse poderá ser prorrogado por mais 30
(trinta) dias ou enquanto durar o impedimento, se estiver comprovadamente doente.

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Temos então o enunciado da letra “e”: 30 dias para tomar posse, prorrogável por mais 30 dias ou então
enquanto durar o impedimento, em caso de doença.

Letra e)

14 – FCC – TRT-15 – 2018 [ADAPTADA] A Administração pública estadual relaciona-se com seu pessoal
por meio de distintos regimes, dentre os quais o estabelecido pela Lei n° 6.745/1985, que é aplicável

a) ao servidor civil da Administração pública federal direta, autárquica e fundacional pública, investido em
cargo público.

b) aos empregados públicos e servidores da Administração pública federal direta e indireta, inclusive o
temporário.

c) ao servidor civil e militar, investido ou não em cargo público, desde que vinculado à Administração
pública direta federal.

d) ao servidor civil, empregado público, titular de cargo em comissão e temporário das pessoas jurídicas de
direito público federal, em razão do regime jurídico único.

e) a todos os servidores federais civis e aos servidores civis dos demais entes federativos e pessoas
jurídicas de direito público a eles vinculadas, em razão do princípio federativo.

Comentário: Com o advento da Constituição Federal de 1988, Santa Catarina editou a Lei Complementar
28/1989, a qual dispõe que a Lei 6.745/1985 funcionaria como o Regime Jurídico dos servidores estaduais.

É lá que está nossa resposta

Art. 1º - Os servidores públicos da Administração Direta, das Autarquias e das Fundações Públicas
instituídas e mantidas pelo Estado ficam submetidos ao regime jurídico desta Lei, passando a ser
regidos pelas disposições da Lei nº 6.745, de 28 de dezembro de 1985 e legislação complementar.

Olhando para esse artigo, só a letra “a” está correta:

a) ao servidor civil da Administração pública federal direta, autárquica e fundacional pública, investido
em cargo público.

b) aos empregados públicos e servidores da Administração pública federal direta e indireta, inclusive o
temporário.

Empregados públicos são regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas.

c) ao servidor civil e militar, investido ou não em cargo público, desde que vinculado à Administração
pública direta federal.

d) ao servidor civil, empregado público, titular de cargo em comissão e temporário das pessoas jurídicas
de direito público federal, em razão do regime jurídico único.

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e) a todos os servidores federais civis e aos servidores civis dos demais entes federativos e pessoas
jurídicas de direito público a eles vinculadas, em razão do princípio federativo.

Só serão regidos pela Lei 6.745/1985 os servidores da Administração Direta, Autarquias e Fundações
Públicas do Estado de Santa Catarina, ou seja, servidores de outros entes ou que exerçam cargos em
instituições mantidas por eles não estão submetidos à Lei 6.745/1985

Letra a)

15 – FCC – TRT-15 – 2018 [ADAPTADA] Considere que hipoteticamente a autarquia estadual Y entendeu
por bem realizar concurso público para provimento de cargos públicos vagos previstos em sua estrutura
organizacional, estabelecendo no edital que nos três primeiros anos de exercício os investidos nos cargos
públicos correlatos não perceberiam vencimentos. A previsão estabelecida no edital, nos termos da Lei
6.745/1985,

a) é válida, pois, dada a conjuntura econômica do país, se faz permitida a prestação de serviços estaduais
gratuitos.

b) é válida, pois durante o estágio probatório, que coincide com os três primeiros anos de exercício, os
servidores não percebem vencimentos, mas indenização e ajuda de custos.

c) é nula, pois os cargos públicos são criados por lei com vencimentos pagos pelos cofres públicos, não
havendo que se falar na prestação de serviços gratuitos nesta hipótese.

d) é nula, pois a prestação de serviços gratuitos ao Estado encontra limite temporal de dois anos, no
máximo.

e) é válida, em razão de se tratar de concurso para provimento de cargo da Administração pública estadual
indireta, hipótese em que, desde que haja previsão em edital, é permitida a prestação de serviços gratuitos
por período a ser acordado entre as partes.

Comentário: Por mais orgulho que você possa sentir ao exercer uma função pública, não se trata de
caridade e sim de trabalho remunerado. Você pode e deve exigir a remuneração a que faz jus, afinal, todo
cargo público é remunerado pelo erário estadual:

Art. 2° - Funcionário Público, para os fins deste Estatuto, é a pessoa legalmente investida em cargo
público criado por lei, de provimento efetivo ou em comissão, com denominação, função e
vencimento próprios, número certo e pagamento pelo erário estadual.

Se isso não for suficiente, o artigo 4º proíbe, pura e simplesmente, a prestação de serviços gratuitos ao
Estado:

Art. 4° - É proibida a prestação de serviços gratuitos ao Estado.

c) é nula, pois os cargos públicos são criados por lei com vencimentos pagos pelos cofres públicos,
não havendo que se falar na prestação de serviços gratuitos nesta hipótese.

Letra c)

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16 – FCC – TRF-5ª – 2018 [ADAPTADA] A Secretaria de Saúde entendeu por bem substituir seu Chefe de
Gabinete, que é servidor público de carreira do Estado, ocupante de cargo em comissão na Chefia de
Gabinete da referida secretaria. Para tanto,

a) deverá, após processo administrativo com direito à ampla defesa, demiti-lo, desde que fique
comprovada a atuação insuficiente.

b) poderá, após processo administrativo com direito a ampla defesa, exonerá-lo, desde que fique
comprovada prática de ilícito administrativo apenável com demissão simples ou agravada.

c) poderá exonerá-lo do cargo em comissão, sem a necessidade de prévio processo administrativo,


devendo, no entanto, obrigatoriamente motivar o ato.

d) poderá exonerá-lo do cargo em comissão, sem a necessidade de prévio processo administrativo e


independentemente de motivação.

e) poderá exonerá-lo do cargo efetivo, independentemente de prévio processo administrativo, com o que
o vínculo comissionado e a relação funcional se extinguem.

Comentário: Cuidado com a pegadinha. O servidor em questão pode até ser de carreira, mas o cargo de
Chefe de Gabinete é um cargo em comissão, com todas as características inerentes:

Art. 9° - A nomeação será feita em caráter efetivo, quando decorrente de concurso público, e em
comissão, para cargos declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

[Constituição Federal]

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

[...]

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso


público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração;

Sendo assim, a exoneração do servidor do cargo de Chefe de Gabinete pode se dar livremente (da mesma
forma que foi livre a nomeação do servidor para esse cargo em comissão). Sendo livre, não há exigência
que a autoridade que procede à exoneração motive a prática do ato tampouco instaure processo
administrativo disciplinar buscando a exoneração do servidor.

Após a exoneração, o servidor terá de voltar ao exercício do seu cargo de origem e neste cargo é que ele
usufruirá das prerrogativas de um cargo efetivo, sendo necessária a abertura de processo administrativo
disciplinar e decisão motivada para exonera-lo ou demiti-lo do cargo.

Letra d)

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QUESTÕES PROPOSTAS
1 – FEPESE – MPE/SC – 2014 A verificação dos requisitos básicos do estágio probatório, de acordo com a
Lei Estadual nº 6745/1985, é realizada por uma comissão de:

a) no mínimo dois membros designados pelo titular do órgão.

b) no mínimo três membros designados pelo titular do órgão.

c) dois membros, um interno e um externo.

d) quatro membros designados pelo prefeito.

e) quatro membros designados pelo titular do órgão.

2 – FEPESE – MPE/SC – 2014 A Lei Estadual nº 6.745/1985 estabelece que:

......................................consiste na situação funcional transitória criada por ato administrativo e cometida


a funcionário público estadual, mediante livre escolha, para desempenho de atribuições regimentais.

Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna do texto.

a) função de confiança

b) ato de designação

c) ato temporário

d) ato autoritário

e) dia casual

3 – FEPESE – MPE/SC – 2014 Considere as seguintes afirmativas sobre a posse, de acordo com a Lei
Estadual nº 6.745/1985.

1. A posse em cargo de provimento em comissão será precedida de exame de saúde, nos termos deste
Estatuto, salvo quando se tratar de funcionário público em efetivo exercício.

2. A posse terá lugar no prazo de 90 dias da data da publicação do ato de nomeação no Diário Oficial.

3. Será tornada sem efeito a nomeação quando, por ato ou omissão de que for responsável o nomeado, a
posse não se verificar no prazo estabelecido.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

a) É correta apenas a afirmativa 1.

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b) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.

c) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3.

d) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.

e) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3.

4 – FEPESE – MPE/SC – 2014 De acordo com a Lei Estadual nº 6745/1985, são requisitos básicos do
estágio probatório:

1. idoneidade moral e publicidade.

2. assiduidade e pontualidade.

3. disciplina e eficiência.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

a) É correta apenas a afirmativa 1.

b) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.

c) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3.

d) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.

e) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3.

5 – FEPESE – MPE/SC – 2013 Analise as afirmativas abaixo sobre o Estatuto do Servidor Público Civil do
Estado de Santa Catarina.

1. Será suspensa a contagem do período do estágio probatório do servidor afastado a qualquer título,
exceto férias e o exercício de cargo comissionado com atribuições afins às do cargo efetivo.

2. O funcionário nomeado para cargo ou função de confiança fica sujeito a um período de estágio
probatório de três anos, com o objetivo de apurar os requisitos necessários à confirmação no cargo para o
qual foi nomeado.

3. A avaliação do estágio probatório será efetuada por uma comissão de, no mínimo, três membros
designados pelo titular do órgão.

4. A quitação com as obrigações militares e eleitorais é um dos requisitos básicos para o estágio
probatório.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

a) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3.

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b) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.

c) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.

d) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 4.

e) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.

6– FEPESE – MPE/SC – 2013 Assinale a alternativa correta, no que se refere à posse, de acordo com o
Estatuto do Servidor Público Civil do Estado de Santa Catarina.

a) A pedido do interessado a posse poderá ser prorrogada em até sessenta dias.

b) A nomeação deverá ocorrer até trinta dias após a publicação da posse no diário oficial.

c) Será tornada sem efeito a nomeação se a posse não ocorrer dentro do prazo legal.

d) A posse em cargo de comissão será precedida obrigatoriamente de exame de saúde.

e) A posse deverá ocorrer no prazo de trinta dias da homologação do resultado final do concurso público.

7– FEPESE – SJC/SC – 2016 Considerando as disposições do Estatuto dos Servidores Públicos Civis do
Estado de Santa Catarina, analise as afirmativas abaixo:

1. É permitida a prestação de serviço extraordinário, que não está sujeito à limitação de carga horária
semanal, não podendo ultrapassar a 200 horas semestrais.

2. A posse terá lugar no prazo de 30 dias da data da publicação do ato de nomeação no Diário Oficial,
improrrogável.

3. A interrupção do exercício fora dos casos legais e além dos limites admitidos, sujeita o funcionário a
processo disciplinar e às penas pertinentes.

4. A jornada normal de trabalho, poderá ser reduzida até a metade, sem redução da remuneração, sempre
que essa medida se mostrar necessária no caso de funcionário estudante.

8 – FEPESE – SJC/SC – 2013 De acordo com o Estatuto do Servidor Público Civil do Estado de Santa
Catarina, o servidor público que por motivo de doença não puder comparecer ao local de trabalho deverá
apresentar:

a) atestado médico até cinco dias, prorrogáveis.

b) imediatamente, laudo do órgão médico oficial.

c) documento idôneo que comprove a impossibilidade de comparecimento pelo prazo de até dez dias.

d) caso sua falta for de até três dias, atestado médico, se o período for superior a três dias, atestado
emitido pelo órgão médico oficial.

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e) caso sua falta for de até quinze dias, atestado médico, se o período for superior a quinze dias,
apresentar-se à perícia médica do Instituto Nacional de Previdência Social.

9 – FEPESE – SJC/SC – 2013 De acordo com o Estatuto do Servidor Público Civil do Estado de Santa
Catarina, como se denomina o ato pelo qual o nomeado para um cargo público manifesta, pessoal e
expressamente, a sua vontade de aceitar a nomeação e inicia o exercício das respectivas funções?

a) posse

b) exercício

c) convocação

d) disponibilidade

e) exoneração

10– FEPESE – TJ/SC – 2011 Segundo o Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Santa
Catarina, são requisitos básicos do estágio probatório, EXCETO:

a) idoneidade moral.

b) assiduidade e pontualidade.

c) quitação com as obrigações militares e eleitorais.

d) disciplina.

e) eficiência.

11– FEPESE – UDESC – 2010 Preencha as lacunas do texto abaixo.

“A remuneração do servidor que executar atividade noturna, assim considerado o trabalho prestado entre
_______ horas e ______ horas do dia seguinte, será acrescida de __________ ”.

Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente as lacunas do texto.

a) 21 ; 5 ; 25%

b) 21 ; 6 ; 50%

c) 22 ; 5 ; 25%

d) 22 ; 6 ; 25%

e) 22 ; 6 ; 50%

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12 – FEPESE – PCSC – 2017 Com base na Lei n.º 6.745, de 28 de dezembro de 1985, que dispõe sobre o
Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Santa Catarina, constitui requisito básico para a
inscrição em concurso público, além dos constantes das instruções especiais, a comprovação relativa a:

a) Ser brasileiro nato.

b) Idoneidade moral.

c) Idade mínima de dezesseis anos.

d) Nacionalidade brasileira ou estrangeira.

e) Quitação com as obrigações militares e eleitorais.

13 – FEPESE – PCSC – 2017 De acordo com a Lei no 6.745, de 1985, a posse é o ato pelo qual o nomeado
para um cargo público manifesta, pessoal e expressamente, a sua vontade de aceitar a nomeação e inicia o
exercício das respectivas funções, e terá lugar no prazo de:

a) quinze dias da data da publicação do ato de nomeação, improrrogáveis.

b) quinze dias da data da publicação do ato de nomeação, prorrogáveis por mais quinze dias, ou enquanto
durar o impedimento, se estiver comprovadamente doente.

c) trinta dias da data da publicação do ato de nomeação, improrrogáveis.

d) trinta dias da data da publicação do ato de nomeação, prorrogáveis por mais quinze dias.

e) trinta dias da data da publicação do ato de nomeação, prorrogáveis por mais trinta dias, ou enquanto
durar o impedimento, se estiver comprovadamente doente.

14 – FCC – TRT-15 – 2018 [ADAPTADA] A Administração pública estadual relaciona-se com seu pessoal
por meio de distintos regimes, dentre os quais o estabelecido pela Lei n° 6.745/1985, que é aplicável

a) ao servidor civil da Administração pública federal direta, autárquica e fundacional pública, investido em
cargo público.

b) aos empregados públicos e servidores da Administração pública federal direta e indireta, inclusive o
temporário.

c) ao servidor civil e militar, investido ou não em cargo público, desde que vinculado à Administração
pública direta federal.

d) ao servidor civil, empregado público, titular de cargo em comissão e temporário das pessoas jurídicas de
direito público federal, em razão do regime jurídico único.

e) a todos os servidores federais civis e aos servidores civis dos demais entes federativos e pessoas
jurídicas de direito público a eles vinculadas, em razão do princípio federativo.

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15 – FCC – TRT-15 – 2018 [ADAPTADA] Considere que hipoteticamente a autarquia estadual Y entendeu
por bem realizar concurso público para provimento de cargos públicos vagos previstos em sua estrutura
organizacional, estabelecendo no edital que nos três primeiros anos de exercício os investidos nos cargos
públicos correlatos não perceberiam vencimentos. A previsão estabelecida no edital, nos termos da Lei
6.745/1985,

a) é válida, pois, dada a conjuntura econômica do país, se faz permitida a prestação de serviços estaduais
gratuitos.

b) é válida, pois durante o estágio probatório, que coincide com os três primeiros anos de exercício, os
servidores não percebem vencimentos, mas indenização e ajuda de custos.

c) é nula, pois os cargos públicos são criados por lei com vencimentos pagos pelos cofres públicos, não
havendo que se falar na prestação de serviços gratuitos nesta hipótese.

d) é nula, pois a prestação de serviços gratuitos ao Estado encontra limite temporal de dois anos, no
máximo.

e) é válida, em razão de se tratar de concurso para provimento de cargo da Administração pública estadual
indireta, hipótese em que, desde que haja previsão em edital, é permitida a prestação de serviços gratuitos
por período a ser acordado entre as partes.

16 – FCC – TRF-5ª – 2018 [ADAPTADA] A Secretaria de Saúde entendeu por bem substituir seu Chefe de
Gabinete, que é servidor público de carreira do Estado, ocupante de cargo em comissão na Chefia de
Gabinete da referida secretaria. Para tanto,

a) deverá, após processo administrativo com direito à ampla defesa, demiti-lo, desde que fique
comprovada a atuação insuficiente.

b) poderá, após processo administrativo com direito a ampla defesa, exonerá-lo, desde que fique
comprovada prática de ilícito administrativo apenável com demissão simples ou agravada.

c) poderá exonerá-lo do cargo em comissão, sem a necessidade de prévio processo administrativo,


devendo, no entanto, obrigatoriamente motivar o ato.

d) poderá exonerá-lo do cargo em comissão, sem a necessidade de prévio processo administrativo e


independentemente de motivação.

e) poderá exonerá-lo do cargo efetivo, independentemente de prévio processo administrativo, com o que
o vínculo comissionado e a relação funcional se extinguem.

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GABARITO
1 B 6 C 11 D 16 D
2 A 7 B 12 E
3 C 8 D 13 E
4 D 9 A 14 A
5 A 10 C 15 C

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