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PROJETO DE EXTENSÃO DA MINA DO SAPO

ATENDIMENTO À INFORMAÇÃO
COMPLEMENTAR 25

Junho de 2017
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 4

2. ATIVIDADES REALIZADAS ............................................................................ 5

2.1 PLANEJAMENTO E MONITORAMENTO .......................................................... 5


2.2 ORGANIZAÇÃO INTERNA ................................................................................ 5
2.3 IDENTIFICAÇÃO E CAPACITAÇÃO DE LIDERANÇAS .................................... 5
2.4 FORMAÇÃO DO COMITÊ ................................................................................. 7
2.5 REUNIÕES DO COMITÊ ................................................................................... 9
2.6 ATIVIDADES COM AS COMUNIDADES ......................................................... 12
3. RESULTADOS ALCANÇADOS ......................................................................13

4. PRÓXIMAS ATIVIDADES ...............................................................................14

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................14

6. ANEXOS .........................................................................................................15
ATENDIMENTO À INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR 25

Este relatório foi elaborado em atendimento à Informação Complementar 25, expedida no


dia 17 de maio pela Superintendência Regional de Meio Ambiente – SUPRAM
Jequitinhonha, como parte do processo de licenciamento ambiental do Projeto de Extensão
da Mina do Sapo – Step 3 do Complexo Minerário Minas-Rio. Textualmente, é esta a
Informação Complementar 25:

Apresentar relatório sobre atividades realizadas no Programa Convivência.

1. INTRODUÇÃO

O Programa de Convivência compõe o Programa de Controle Ambiental – PCA do Projeto


de Extensão da Mina do Sapo, apresentado como ferramenta importante para promover a
gestão do relacionamento e prevenir conflitos com as comunidades vizinhas à área de
operação do projeto, que são as comunidades de São Sebastião do Bom Sucesso,
Cabeceira do Turco e Turco – explicitados no PCA, e Beco, acrescentada no processo em
curso de execução do Programa. De acordo com o PCA:

O Programa de Convivência elenca um conjunto de medidas e ações para


gerenciar, de forma participativa, as ações mitigadoras e de controle dos demais
programas do PCA sobre os impactos potenciais sobre as comunidades e, desta
forma, minimizar a potencialidade da geração de conflitos. Dentre as ações,
destacam-se a formação de um comitê gestor de modo a propor e discutir as regras
de convivência, assim como um fórum para encaminhamento das questões,
fortalecendo o relacionamento entre o Projeto de Extensão da Mina do Sapo e a
população local das três comunidades.

O Programa tem como premissa o diálogo e tem como objetivo a gestão participativa para
a discussão sobre a convivência dessas comunidades com o empreendimento. A
ferramenta e estratégia central do Programa é o Comitê de Convivência, que é constituído
por representantes das comunidades e da Anglo American. Entre os objetivos específicos
destacam-se, além da constituição do Comitê de Convivência, a garantia de um processo
de engajamento e comunicação adequado, e a definição em conjunto da proposição de
regras operativas que permitam a convivência da população residente com a rotina do
empreendimento, bem como a discussão sobre seu futuro, de acordo com a perspectiva
da própria comunidade.

As atividades do Programa de Convivência estão previstas no PCA para início na fase de


pré-instalação. No entanto, começaram em fevereiro de 2017, antes mesmo da realização
da audiência pública, que aguarda a convocação por parte do Estado, e votação da licença.
2. ATIVIDADES REALIZADAS

2.1 PLANEJAMENTO E MONITORAMENTO

O atendimento ao Programa de Convivência passa, necessariamente, pela integração de


atividades que se complementam para fomentar a compreensão dos impactos, suas fontes
causadoras e consequências. É preciso integrar também os dois eixos de espaço de troca
de informações – as reuniões do Comitê de Convivência e as diversas atividades de
interação com as comunidades para compartilhamento das informações.

As atividades são planejadas e os resultados são monitorados considerando este cenário,


para promover o alinhamento constante entre as (novas) demandas de informação e
explicações, fortalecendo o diálogo, a credibilidade e a construção participativa.

O planejamento e o monitoramento das atividades do programa são para garantir essa


integração. A percepção e o conhecimento construído pelas pessoas das comunidades
são resultados de processos dinâmicos que somam a percepção dos impactos, a
compreensão dos processos produtivos, a credibilidade do diálogo, a qualidade das
respostas e os fatos experimentados como resultados do próprio processo.

2.2 ORGANIZAÇÃO INTERNA

Para o atendimento ao Programa de Convivência, os profissionais da Anglo American,


liderados pela equipe da Gerência de Performance Social, organizaram-se internamente
para analisar as demandas de forma integrada e possibilitar maior agilidade nas tomadas
de decisão quanto às definições advindas do programa, em especial do Comitê de
Convivência. Desde o início de 2017, há uma equipe dedicada à realização do programa,
envolvendo profissionais de cargo gerencial e de coordenação.

De forma complementar, foram contratadas duas consultorias. O Instituto para o


Desenvolvimento do Investimento Social – IDIS foi responsável pela concepção,
planejamento e a realização das oficinas de identificação e capacitação de lideranças nas
comunidades. A Ferreira Rocha Gestão de Projetos Sustentáveis tem sido responsável
pelo apoio na gestão do programa e, em alguns momentos, seus profissionais participam
das interações durante as reuniões do Comitê de Convivência, sempre que demandados
pelo grupo.

2.3 IDENTIFICAÇÃO E CAPACITAÇÃO DE LIDERANÇAS

A capacitação de lideranças foi uma das atividades recomendadas pelo PCA, conforme
destacado abaixo:

Parcerias com entidades como SEBRAE ou outra com disponibilidade de cursos de


capacitação em temas como associativismo, cooperação e gestão participativa
devem ser adotadas de modo a promover a capacitação dos membros do Comitê
de Convivência para a consolidação de seu estatuto e operacionalidade de sua
atuação.
Nas comunidades que são o público-alvo do programa, a associação de moradores
ASCOB está inativa e não foram identificadas lideranças formalmente constituídas. Sendo
assim, foi contratado o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – IDIS para
a sensibilização do grupo, identificação de lideranças e capacitação para atuar como
representantes locais.

Entre os meses de janeiro a março de 2017, foram realizadas as atividades referentes à


identificação e capacitação de lideranças nas comunidades de São Sebastião do Bom
Sucesso, Turco, Cabeceira do Turco e Beco. Nos dias 19 de janeiro e 14 e 15 de fevereiro,
foram feitas as primeiras reuniões, com o objetivo de despertar junto às comunidades o
interesse pela ação conjunta e integrada. As oficinas de identificação e capacitação das
lideranças ocorreram nos dias 08 e 09 de março, com o tema “Fortalecimento do
engajamento das comunidades”, já com os representantes indicados pelas comunidades
nos encontros anteriores. (Convite para as reuniões está no Anexo 1.)

Nos encontros de janeiro e fevereiro, foram feitos processos de aproximação das


comunidades, com objetivo de entender as necessidades das pessoas que estiveram nos
encontros e foi dado início a um trabalho em grupo, no qual as comunidades apontaram
questões que entendem ser prioritárias para melhoria da qualidade de vida e foram
destacados os aspectos que tinham relação com a presença da Anglo American e os que
não tinham. Como um dos resultados do diálogo promovido, foi escolhido um grupo de
representantes das comunidades para que o processo de relacionamento junto à Anglo
American pudesse ser mais efetivo por meio de reuniões e discussões focadas nos temas
de interesse. Estes encontros foram organizados entre o grupo de representantes e Anglo
American, com uma agenda de encontros e temas a serem discutidos/trabalhados
conjuntamente.

Nas oficinas realizadas em março, foi explorado o tema Associativismo, abordando as


seguintes questões:

 O que são associações?

 Para que servem as associações?

 Como começam as associações?

Os trabalhos apresentaram exemplos e provocaram os participantes a refletir sobre o papel


de cada um nas comunidades e as formas de intervenção. O objetivo foi favorecer que o
processo de trabalho/fortalecimento dos grupos que representam as comunidades, para
fomentar a continuidade por meio dos seus representantes e demais pessoas presentes.

Na avaliação dos profissionais do IDIS, apresentada em relatório de atividades:

O grupo demonstrou muito amadurecimento e crescimento ao longo dos cinco


encontros. As pessoas escolhidas para serem os representantes são de fato muito
engajadas e estão acreditando que é possível ter um efetivo relacionamento com a
Anglo American para tratar dos assuntos levantados por todos, de forma mais madura
e consciente. Há uma fala recorrente de várias lideranças, que aponta que a vontade
do grupo é melhorar as suas condições de vida, independentemente de serem
reassentados ou não. Até que esse processo seja concluído há um consenso de que a
vida não pode parar e que eles precisam buscar melhores condições de vida.

2.4 FORMAÇÃO DO COMITÊ

As oficinas de identificação e capacitação das lideranças contribuíram para fortalecer o


engajamento de pessoas que agiam como lideranças nessas comunidades, ainda que
informalmente. Ao final de uma das discussões realizadas no dia 16 de fevereiro, houve
consenso entre os participantes sobre a necessidade de se constituir um grupo de trabalho
composto pela comunidade e Anglo American para endereçar os temas ali levantados. As
primeiras reuniões foram mais abertas, com variações entre os participantes. Nos primeiros
meses de reuniões – março e abril de 2017 – os integrantes se alternaram em algum
momento, até que ficou consolidado o primeiro grupo que compôs o Comitê de
Convivência, com representantes das comunidades do Sapo, Turco, Cabeceira do Turco,
Beco e da Anglo American.

No PCA proposto, estava prevista a realização de uma eleição nas comunidades para
constituir o Comitê de Convivência. A metodologia usada – com o apoio do IDIS na
identificação e capacitação das lideranças – no entanto, privilegiou uma forma mais
orgânica de formação deste grupo. Por se tratar de uma função nova, esta composição
definida em processo se mostrou mais efetiva, por ser menos abrupta e permitir o
empoderamento e amadurecimento do grupo para assumir as funções que precisam
desempenhar como representantes, por consenso.

A cristalização desta primeira formação dos integrantes do Comitê se deu pela realização
de reuniões abertas nas comunidades nos dias 25, 26 e 27 de abril, com efetiva
participação de seus moradores, onde foi apresentado com mais detalhes o formato do
trabalho do comitê e os avanços alcançados até aquela data. O encontro teve fundamental
importância ao revelar que os tema considerados prioritários pelas comunidades ali
presentes, haviam sido levados às discussões do comitê e estavam sendo tratados.

No mês de junho, foi elaborado em grupo e aprovado o Estatuto do Comitê de Convivência.


Após três meses de reuniões, o grupo tem mais maturidade e conhecimento para definir e
explicitar as funções e os processos implicados na participação do Comitê. O Estatuto,
aprovado em 07 de junho de 2017, encontra-se no Anexo 2 deste relatório. Destacam-se,
no entanto, alguns trechos que refletem esse amadurecimento dos integrantes deste grupo
quanto à função que se mostram dispostos a desempenhar:

O Comitê de Convivência é pautado nas seguintes premissas:

 O Comitê de Convivência é uma instância consultiva formal de diálogo, pautada


na transparência e na representatividade.
 O Comitê de Convivência é um espaço catalisador de demandas de
informações e respostas, e de construção de conhecimento. As questões
tratadas neste espaço devem ser representativas dos anseios, dúvidas e
sugestões das comunidades e o conhecimento ali construído deve ser
compartilhado com as comunidades representadas.
 O Comitê de Convivência acolhe a diversidade e busca o consenso para a
definição de prioridades e modos de ação. Entende-se por consenso uma
proposta de convivência pacífica com as decisões tomadas em grupo.
 Os temas tratados no Comitê de Convivência devem ser sobre o coletivo e
nunca sobre situações individuais. Além de tratar sobre os impactos e medidas
mitigadoras do Complexo Minerário Minas-Rio, cabe também ao Comitê
trabalhar temas e definir por encaminhamentos que estejam relacionados à
melhoria da qualidade de vida das comunidades, ainda que extrapolem a rotina
do empreendimento.

Os integrantes do Comitê de Convivência têm uma relação efetiva com o território que
representam – lideranças comunitárias formais, moradores, proprietários de comércio,
entre outros a ser legitimados pelo grupo – e devem atuar como porta-vozes do grupo
representado.

Ademais dos representantes das comunidades e da Anglo American, podem ser


convidados à participação do diálogo outras partes interessadas relevantes, tais como
representantes do poder público local, dos órgãos reguladores, do Ministério Púbico,
ou especialistas de temas em debate para questões pontuais.

O Comitê de Convivência está estruturado de forma a garantir a contribuição equitativa


(igualitária, justa, democrática) de cada um dos seus integrantes e das comunidades
representadas. Como está explícito nas Premissas, o Comitê de Convivência prima
pela construção do consenso para a indicação de ações e encaminhamentos.

Destaca-se, ainda, que houve duas reuniões dos integrantes do Comitê com os
representantes da Supram, em fevereiro e maio deste ano, para debater o tema.

Os integrantes do Comitê de Convivência estão apresentados no quadro seguinte.

Comunidade Representante

Beco Jackilene Aparecida Silva Alexandre

Antônio de Almeida Silva

Maria Guerra de Fátima

São Sebastião do Sandra Celestina Stemler


Bom Sucesso
Jeremias de Souza

Dayse Mariano de Paula

Rafael de Paula Silva

Turco João Batista da Silva

Antônio Natalino da Silva


Neuza Maria de Paula

Cabeceira do Turco Marcelo Damaso Ferreira

Alessandro Pereira dos Santos

Anglo American Silvio Lima – Gerente de Performance Social

Christiano Brandão – Coordenador de


Relações com Comunidades e Institucional

Agnus Delgado – Gerente de Operação de


Mina

Gilcimar Oliveira – Gerente de Meio


Ambiente

Quanto aos representantes da Anglo American, é importante ressaltar que são


profissionais que ocupam cargos gerenciais e de coordenação, o que contribui para o
fortalecimento da credibilidade do processo, além de maior agilidade para respostas,
autorização para assumir compromissos e autonomia para fazer encaminhamentos
internos quanto às demandas apresentadas no grupo.

2.5 REUNIÕES DO COMITÊ

Até o dia 07 de junho de 2017, foram realizadas 14 reuniões do Comitê de Convivência.


Algumas reuniões foram realizadas nas comunidades, abertas à participação de todos,
para fortalecer o processo de representatividade, compartilhar informações e fomentar o
engajamento dos integrantes junto aos representados.

Inicialmente o grupo definiu um plano de trabalho com discussões divididas em dois blocos
principais – um voltado para melhoria da qualidade de vida na região e outro para
discussões relativas ao “futuro da comunidade”, com reflexões que permeiam desde a
convivência com o empreendimento a médio e longo prazo, até a possibilidade de uma
realocação opcional para aqueles que manifestarem esse interesse,

Para isso, também se fez necessário um aprofundamento nas discussões relativas ao


empreendimento e de cada uma das estruturas, atuais e previstas. Foi realizada uma visita
à área produtiva para que os integrantes conhecessem melhor os processos envolvidos na
extração e beneficiamento do minério de ferro, os aspectos e impactos gerados, bem como
as medidas mitigadoras. É possível perceber, pela análise das atas de reuniões, que os
anseios quanto aos processos produtivos e inseguranças foram sendo reduzidos à medida
que as explicações foram ficando mais claras. Um indício forte disso é que as perguntas
sobre os processos produtivos, ainda que presentes, foram perdendo espaço nas reuniões,
que têm focado nas discussões relativas à qualidade de vida e na relocação opcional, para
pessoas que não possuem o interesse em permanecer na região.
Desde as primeiras reuniões do Comitê, está presente o diálogo sobre a possibilidade de
uma negociação junto à Anglo American. A empresa afirmou que há esta possibilidade,
dentro de um processo de realocação opcional (as comunidades não estão incluídas na
área diretamente afetada – ADA – do empreendimento). Os critérios para as possíveis
negociações são um tema relevante para o grupo e serão resultado de uma construção
participativa.

Para se dar início à proposição de critérios, a Anglo American precisava de um


levantamento patrimonial, socioeconômico e topográfico. Importante destacar que o
cruzamento desses diagnósticos permite avaliar eventuais situações de vulnerabilidade,
que necessariamente exige um acompanhamento diferenciado no processo. Para tanto,
empresas foram contratadas para as pesquisas necessárias. Todo o processo foi
construído em conjunto com o Comitê e está sendo desempenhado com a participação
direta de seus integrantes.

O grupo foi responsável por discutir e validar o termo de consentimento para a pesquisa,
assinado pelos moradores, dando ciência do objetivo do levantamento desses dados. O
questionário socioeconômico foi previamente apresentado no Comitê, que solicitou os
ajustes considerados necessários. Estes são alguns exemplos da construção participativa
que vem sendo desenvolvida, e podem ser observados, em detalhe, nas atas no Anexo 3
deste relatório. Além disso, o próprio comitê é quem envolve e legitima o processo perante
às comunidades envolvidas e a Anglo American.

Ademais dos temas diretamente relacionados aos impactos a serem gerados pela nova
etapa do Complexo Minerário Minas-Rio, o Comitê também dialoga sobre oportunidades
de melhoria da qualidade de vida. Nessa linha, foram realizadas reuniões com a prefeitura,
Conselho Regional de Assistência Social - CRAS, Ministério Público e outras entidades.
Como exemplo de resultado desse tipo de iniciativa, destaca-se o atendimento na Unidade
Básica de Saúde – UBS, localizada no Sapo, a ser retomado. Esta unidade foi construída
pela Anglo American e entregue ao município em 2013, no entanto em a Prefeitura optou
por suspender os atendimentos nessa localidade. Posteriormente, com o tempo e a falta
de manutenção, a estrutura ficou precária o que impediria a eventual retomada nos
atendimentos.

Os integrantes do Comitê, diante dessa situação, reuniram-se com representantes da


prefeitura e para solicitar a readequação da estrutura e retorno dos atendimentos. Assim,
no dia 28 de março, a prefeitura firmou o acordo de retomada dos atendimentos com o
comitê e solicitou o apoio da Anglo American para a reforma da UBS. Em maio, a reforma
foi concluída e o atendimento médico foi retomado.

Outro exemplo de resultado alcançado é a realização da Festa de Maria, na comunidade


do Sapo, no dia 31 de maio. Os integrantes do Comitê se mobilizaram para buscar
parcerias para que o Sapo, depois de cinco anos, voltasse a ser uma comunidade anfitriã
da festa. O grupo se reuniu com a Prefeitura de Conceição do Mato Dentro, que cedeu a
infraestrutura com itens como barraquinhas e banheiro químico. Também foi solicitado
apoio à Anglo American, que colaborou com o transporte e hospedagem dos músicos da
Orquestra Jovem do Palácio das Artes, que tocaram na igreja do Sapo durante a festa, em
atendimento a um convite feito pela empresa.
O quadro seguinte destaca demandas que ocorreram nas reuniões do Comitê, os
encaminhamentos dados e os resultados alcançados.

Questão Encaminhamento Resultado alcançado

Visita técnica na ETA. Confirmação sobre a potabilidade da água


Realização de campanha de fornecida.
Esclarecimentos
monitoramento de qualidade da água Verificação sobre a condição de preservação
sobe sistema de
na presença do comitê. da nascente.
abastecimento
Visita na fonte de captação. Realização de obras de melhoria para a
da comunidade
Identificação de novas fontes de segurança da estação.
(ETA) –
captação de água. Obtenção de outorga e planejamento para
quantidade e
Agendamento de reunião com o poder realização das obras para inclusão de nova
qualidade da
público municipal para envolvimento na captação de água no sistema.
água
questão e discussão sobre melhorias A prefeitura está estudando possíveis falhas na
na rede de distribuição. rede de distribuição para atuar na sua
correção.

Validação dos pontos críticos identificados com


Melhoria dos o comitê, estudo de viabilidade para realização
Realização de percorrido nos acessos
acessos das de obras de melhoria.
para identificação dos pontos críticos.
comunidades Execução de obras de melhoria pela Anglo
American.

Foram identificadas diversas pessoas


Emprego habilitadas para execução das atividades
local/capacitação Atualização de currículos de propostas e efetivadas aproximadamente 30
(das interessados e encaminhamento ao contratações, que passaram pelo processo
comunidades RH. seletivo convencional.
*Cabe destacar que a Anglo American e suas empresas
citadas) terceirizadas possuem mais de 40% da mão de obra
alocada oriunda de moradores da região.

Fortalecimento Mapeamento dos fornecedores locais.


Encontra-se em andamento um trabalho de
do comércio Divulgação de programas de apoio aos
apoio para o fortalecimento do comércio local.
local fornecedores locais.
Realização de reunião entre o comitê
de convivência, prefeitura e secretaria
de saúde para solicitar a retomada dos
Retomada dos
atendimentos. A obra foi entregue em 09 de maio de 2017.
atendimentos na
Acordo entre prefeitura e Anglo A prefeitura retomou os atendimentos no dia 15
Unidade Básica
American, onde a empresa ficaria de maio de 2017.
de Saúde
responsável por realizar uma reforma
da UBS, para que o município pudesse
retomar o atendimento.

As atividades desenvolvidas pelo Comitê de Convivência foram divulgadas na primeira


edição do informativo, elaborado pelo grupo, e inserido no Anexo 4 deste relatório.
2.6 ATIVIDADES COM AS COMUNIDADES

Ademais do Comitê de Convivência, são realizadas outras atividades direcionadas aos


moradores das comunidades que contribuem para a compreensão do processo produtivo,
discussão sobre os impactos gerados e as medidas mitigadoras para fomentar a
construção coletiva do conhecimento e subsidiar processos de tomada de decisão.

As comunidades são atendidas, desde antes do início do Programa de Convivência, pela


rotina da equipe de Relações com Comunidades e o Fale Conosco, além de todas as
atividades de comunicação e interação social. Desde o começo deste ano, no entanto, os
temas relacionados ao Programa de Convivência passaram a receber uma tratativa ainda
mais ágil nas respostas e encaminhamentos. Também há grupos de Whatsapp com
moradores dessas comunidades e representantes da Anglo American, em que são
tratados, dentre outros temas, incômodos referentes à rotina do empreendimento.

Cabe aqui destacar as visitas à mina voltadas para os moradores do entorno. Os convites
são feitos nas comunidades para que se inscreva quem tem interesse. Durante as visitas,
as pessoas são convidadas a falar sobre seus possíveis incômodos e dúvidas e são feitas
explicações de como ocorrem, por exemplo, os ruídos e quais são as origens de poeira.
Durante a visita aos equipamentos, os temas são novamente abordados, para que haja
uma melhor compreensão.

Além das visitas à mina, a Estação Ciência é outro espaço para a construção do
conhecimento, usado para diversas atividades da Anglo American e as comunidades da
área de influência do empreendimento. Os temas apresentados neste espaço são mais
amplos, voltados para a educação ambiental. O quadro seguinte indica as visitas realizadas
neste ano, com foco nas comunidades do entorno. As visitas à mina, por questões de
segurança, possuem um número máximo de 30 pessoas. Muitas vezes, grupos menores
também são formados para discussão de temas pontuais. Uma série de Fichas de
Avaliação estão no Anexo 5 deste relatório.

Data Comunidade Quantidade Local da Visita

SAPO, Turco, Cabeceira do


06/01/2017 4 Estação Ciência
Turco

SAPO, Turco, Cabeceira do


14/01/2017 18 Mina
Turco

Representantes da Prefeitura
17/01/2017 8 Mina
de CMD

08/03/2017 Comissão 9 Mina

09/03/2017 Câmara dos Vereadores 15 Estação Ciência e Mina

SAPO, Turco, Cabeceira do


11/03/2017 29 Mina
Turco
25/03/2017 Dom Joaquim 24 Mina

01/04/2017 Água Quente 1 Mina

08/04/2017 Dom Joaquim 17 Estação Ciência e Mina

24/04/2017 Água Quente 8 Barragem

27/05/2017 Beco 16 Mina

07/06/2017 E.E Mestre Sebastião Jorge 25 Lapa do lapão

08/06/2017 E.E Mestre Sebastião Jorge 25 Lapa do lapão

Total 199

3. RESULTADOS ALCANÇADOS

O Programa de Convivência tem como principal ferramenta e estratégia o Comitê de


Convivência, que, de acordo com o PCA, deveria ser criado na fase de pré-implantação do
projeto de Extensão da Mina do Sapo – Step 3 da Complexo Minerário Minas-Rio.

A equipe da Anglo American, liderada pela Gerência de Performance Social, deu início a
essas atividades antes mesmo da marcação da data da audiência pública. Desde janeiro
de 2017, começaram os processos de identificação e capacitação das lideranças, seguidos
pelo início das reuniões.

Internamente, a empresa se preparou para cumprir a dinâmica exigida por um grupo


pautado no diálogo e na construção participativa com a comunidade.

A formação do grupo que compõe o Comitê de Convivência foi resultado de um processo


de conhecimento e sensibilização, acrescido de um amadurecimento do grupo quanto às
responsabilidades que se dispuseram a assumir. No dia 07 de junho, foi aprovado o
Estatuto do Comitê de Convivência. Os integrantes do Comitê participaram da elaboração
do documento, se reuniram para avaliar a minuta apresentada, fizeram as considerações
necessárias e se apoderaram deste documento, que evidencia o trabalho que vem sendo
realizado.

O diálogo estabelecido no grupo, quando analisado no decorrer das 14 reuniões realizadas


nos quatro primeiros meses, indica um fortalecimento do processo democrático, o
esclarecimento de anseios sobre o processo produtivo na extração, beneficiamento,
transporte do minério e os impactos gerados, e a criação – ainda em construção – de um
ambiente propício para a definição, em grupo, de critérios para a relocação opcional e
outras formas de indenização, para aqueles que não têm o interesse em permanecer no
local. Algumas fotos deste processo estão no Anexo 6 deste relatório.
4. PRÓXIMAS ATIVIDADES

Nas próximas semanas serão concluídas as pesquisas de levantamento de dados


topográficos, socioeconômicos e patrimoniais. Esses resultados irão subsidiar o diálogo
para a proposição e definição dos critérios para possíveis negociações no âmbito da
realocação opcional.

O ambiente favorável ao diálogo e a credibilidade construída serão fundamentais para a


condução desta etapa, tão sensível por envolver uma eventual mudança bastante
significativa na vida das pessoas envolvidas.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Programa de Convivência vem sendo construído de forma a seguir e fortalecer as


premissas de diálogo e construção participativa. O processo é, inevitavelmente, dinâmico,
o que requer um constante esforço para a qualidade do diálogo, o incentivo à
representatividade, a busca do consenso, o esclarecimento de anseios e a construção de
uma relação sólida de confiança mútua.

A Anglo American entende que um eventual processo de realocação opcional é complexo


e as discussões com o comitê e junto às comunidades tem sido realizada de forma a
permitir uma reflexão clara sobre esse processo e suas implicações, para que cada família
tenha condição de avaliar aquilo que é melhor para si, no tempo em que julgar adequado.
Nesse sentido, a empresa entende que está tratando a questão de forma ampla,
transparente e, acima de tudo, respeitando o interesse da comunidade, por meio de uma
construção participativa.

O diálogo, a credibilidade, a escuta qualificada e a transparência têm como meta a


construção de conhecimento coletivo e de mão dupla – das comunidades para a empresa
e da empresa para as comunidades. Este conhecimento tende a ir muito além da
compreensão dos impactos e medidas mitigadoras. O que se espera, e o que há indícios
de estar ocorrendo, é que este conhecimento inclua a percepção do território, das
identidades culturais, das relações sociohistóricas, e das responsabilidades de cada um na
rotina da cidadania. Em outras palavras, o Programa de Convivência, bem executado,
contribui para o fortalecimento da cidadania e para a empoderamento das pessoas
envolvidas (comunidade e empresa) tanto para assumir responsabilidades quanto para
demandar atitudes.

Nesse sentido, o resultado mais importante a ser construído pelas atividades do Programa
de Convivência é a contribuição para que as pessoas envolvidas estejam e se sintam mais
confortáveis para a tomada de decisão quanto à rotina de convivência ou mesmo para um
processo de realocação opcional. Essas comunidades estão inseridas em um território em
transformação e é preciso informação e conhecimento para efetivamente decidir o que há
de melhor a se fazer diante dessa transformação, tanto pelo sentimento da coletividade
quanto pelas preferências pessoais.
6. ANEXOS

Anexo 1: Convite para oficina com as lideranças

Anexo 2: Estatuto do Comitê de Convivência

Anexo 3: Atas de reunião 1ª a 14ª

Anexo 4: Boletim informativo

Anexo 5: Fichas de avaliação de visita à mina

Anexo 6: Fotos
CONVITE
Olá!
No dia 19 de janeiro foi realizado o primeiro encontro com o IDIS – Instituto para
o Desenvolvimento do Investimento Social, em que foi conversado sobre como
dar andamento às demandas e questões relevantes para o desenvolvimento das
comunidades. Nessa conversa, houve o entendimento de que as associações
comunitárias são fundamentais nisso, desde que estejam estruturadas e bem
representadas.
Nesse sentido, gostaríamos de convidar você para uma nova rodada de
conversa, onde será falado mais especificamente sobre como organizar uma
associação comunitária em prol do bem comum. Serão dois dias encontro, veja:
1º dia: 14/02/17 (3ª-feira) - 2º dia: 15/02/17 (4ª-feira)
 Local: Escritório da Anglo American no SAPO
 Horário: 18h às 21h

Além da sua presença, será muito bom contar com a participação de outras
pessoas da comunidade que possam ajudar neste trabalho. Ainda há tempo de
convidar alguém para participar!
Participe! O desenvolvimento do local onde moramos é responsabilidade de
todos.
As inscrições/confirmações devem ser feitas com Érica (98414-2336) ou
Sthefani (98273-2626) até sexta-feira, dia 10/02.

Importante saber!
Estamos contando com o apoio do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do
Investimento Social na condução deste trabalho. Dessa forma, os encontros serão
conduzidos por profissionais especializados. Você pode ter mais informações sobre
o IDS no site www.idis.org.br
UM COMITÊ PARA DISCUTIR MELHORIAS E
DEFINIÇÕES PARA TODOS NÓSEdição 1: 04/04/2017
Com a chegada da Etapa 3 do Minas- alternativas que melhorem a qualidade
Rio, um grupo formado por moradores de vida na região.
das comunidades do Sapo, Turco,
Este grupo, que está sendo chamado
Cabeceira do Turco, Beco e
de Comitê de Convivência, possui
representantes da Anglo American tem
representantes das comunidades do
se reunido frequentemente para discutir
Beco, Sapo,
formas de mitigar os impactos
Turco e
decorrentes da operação e da
Cabeceira do
implantação que está por vir, bem
Turco, veja:
como dar sugestões e planejar

Comunidade Participantes
Beco Jackilene Aparecida Silva Alexandre
Antônio de Almeida Silva
Maria Guerra de Fátima
São Sebastião do Bom Sucesso Sandra Celestina Stemler
Jeremias de Souza
Dayse Mariano de Paula
Rafael de Paula Silva
Turco João Batista da Silva
Antônio Natalino da Silva
Neuza Maria de Paula
Cabeceira do Turco Marcelo Damaso Ferreira
Alessandro Pereira dos Santos
Anglo American Silvio Lima
Agnus Delgado
Gilcimar Oliveira
Christiano Brandão

Alguns resultados:
O trabalho do Comitê de Convivência já do telhado e substituição do gesso
está rendendo alguns frutos. Veja: por forro de pvc, pintura externa e
interna, poda e capina do terreno,
• Reforma da UBS (Unidade Básica
reparo de trincas e rachuradas nas
de Saúde) de São Sebastião do
paredes internas e externas. A
Bom Sucesso: começou ontem, dia
previsão é que a reforma termine
03/04, uma reforma da UBS,
ainda em abril.. Além disso, na
contemplando: impermeabilização
semana passada, a Prefeitura
Municipal de Conceição do Mato Turco, Cabeceira do Turco e Sapo).
Dentro se dispôs a equipar e Chamamos esse levantamento de
disponibilizar atendimento médico e cadastro socioeconômico e
odontológico, após as obras. patrimonial e laudo de
• Melhorias em acessos: desde vulnerabilidade. Ele começará a ser
meados de março estão sendo feito tão logo seja manifestado o
realizadas melhorias nas vias de interesse e o trabalho será
acesso ao Sapo e Turco. Dentro conduzido por pesquisadores das
de 30 dias devem ser iniciadas as empresas Ferreira Rocha (cadastro
obras de melhoria nos acessos da socioeconômico e laudos de
Cabeceira do Turco e, em 60 dias, vulnerabilidade), Avalicon (serviços
no Beco. de topografia) e Ética (cadastro
patrimonial). O objetivo é conhecer
Realocação opcional o perfil do imóvel e o modo de vida
Um dos principais temas discutidos nas de seus superficiários
reuniões do Comitê de Convivência é a (moradores/proprietários). Mas
realocação ou negocição opcional de atenção! Os pesquisadores só
moradores do Beco, Turco, Cabeceira entrarão nas residências com
do Turco e Sapo. Isso significa que se autorização dos superficiários ou
algum morador desejar optar por não com autorização do legítimo
permanecer na localidade, representante. Dessa forma, para
independentemente das ações para participar desse cadastro o
melhorar a qualidade de vida na região proprietário do imóvel deve assinar
que estão sendo implementadas e o termo de autorização, que estará
outras a serem desenvolvidas, essa disponível no Centro de
mudança poderá ser discutida com a Informações Anglo American
Anglo American. (escritório do Sapo) a partir do dia
04 de abril de 2017.
Para isso acontecer, primeiro
precisamos definir as bases e os 2) Definição do grau de
critérios para uma eventual vulnerabilidade: com o resultado
negociação. Isso será feito da seguinte dos cadastros socioeconômico e
forma: patrimonial será verificada a
potencial vulnerabilidade dos
1) Vamos realizar um levantamento de
moradores. Vulnerabilidade é a
informações para identificar os
condição de uma família em relação
moradores e as propriedades
a alguns fatores socioecnômicos e
dessas quatro comunidades (Beco,
que no caso de uma eventual estudos mencionados. Também é
negociação, a mesma deverá ser importante ficar claro que qualquer
assistida, seja por familiares, negociação somente poderá ser
advogados legalmente constituidos, inciada após a conclusão dessas
dentre outros, como por exemplo o etapas.
serviço público de assistencia
Em caso de dúvidas, pedimos entrar
social.
em contato com os membros do
É importante ficar claro que os critérios comitê, representantes de moradores
de negociação serão definidos em das comunidades, ou com o time de
discussão conjunta com o Comitê de RCC da Anglo American,
Convivência, após a conclusão dos
Anexo 6: Fotos

Reunião do dia 07 de junho de 2017

Comunidade Cabeceira do Turco em 11 de março de 2017


Visita da Comunidade da Cabeceira do Turco em 14 de janeiro de 2017

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