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Universidade Federal de São Paulo

Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas


Didática e Formação Docente – Prof° Umberto de Andrade Pinto
Ellen Eduarda Conceição Miquelino – 151.067

1. Relacione os conceitos de Didática, Pedagogia e Ciências da Educação. Por que é


importante o entendimento e a defesa da cientificidade da Pedagogia como campo de
conhecimento?
O termo “pedagogo” tem sua origem na Grécia Antiga e designava o escravo que
acompanhava o educando ao local de ensino-aprendizagem. Ao passar dos anos, este
termo foi se alterando até se tornar o que temos hoje, mas a Pedagogia não é
reconhecida como ciência da educação, porém como a “arte de educar”, o que traz a
subestimação da área. Pinto diz que a educação representa uma ação do ser humano
sobre o ser humano.
“Para tanto, a Pedagogia não pode ser somente conhecimento da
educação, um saber puramente empírico sobre a educação. Ela
necessita ser simultaneamente um conhecimento para a
educação, de modo que esta se efetive ela práxis humana”
(PINTO, 2006, p.41).
O essencial para a pedagogia é a finalidade educativa, seu específico, o que lhe dá um
forte caráter ético-social. O objeto da pedagogia é o homem em formação, portanto um
objeto complexo que requer do pedagogo uma formação diferenciada, para saber
buscar, sem se perder do seu objeto, elementos auxiliares, em ciências afins (FRANCO,
2008, p.28).
Johann Friedrich Herbart, que é considerado o pai da pedagogia científica, utilizou a
psicologia como base experimental da pedagogia, no final do séc. XVIII. A proposta
inicial de Herbart não era separar a ciência e arte da educação, mas prescrever uma
ciência de maneira organizada para compreender e qualificar a arte na realização da
prática educativa. A pedagogia científica de Herbart, segundo Franco (2008, p.33), está
baseada em:
“[...] uma doutrina filosófica que é a psicologia do mecanismo
das representações. Para Herbart, o educador deve formar o
caráter moral do estudante, com base no desenvolvimento de sua
vontade. A seu ver, isso só é possível com a instrução educativa:
“a instrução forma primeiramente o complexo de ideias, a
educação o caráter; mas a educação é nada sem a instrução”.
O “laboratório” do pedagogo é a sala de aula, enquanto isso a didática se dá como a
técnica que o profissional escolhe para promover o ensino-aprendizagem.
2. Analise as relações entre as perspectivas de transformação e de conservação exercida
pela escola em nossa sociedade. Qual o papel do educador/professor neste cenário?
O ambiente de ensino é onde os educandos conhecem sobre o passado, se emancipam
e tomam suas próprias iniciativas, como aponta Moraes:
(...) não cumpre sua finalidade maior, voltada para emancipação
de sujeitos históricos, capazes de construir seu próprio projeto
de vida. Que não acompanha o desenvolvimento econômico e
tecnológico dos novos tempos. Que não prepara para viver e
atuar no contexto de incerteza e 29 instabilidades. Ela continua
trabalhando como se antigos pressupostos de estabilidade e
certezas ainda expressassem a realidade. E pior, ainda continua
defasada, obsoleta, num processo de decadência acelerada, sem
absorver as mudanças tecnológicas da sociedade em que
vivemos (1997, p.132)
O educador deve visar uma escola que atenda às necessidades da sociedade de amanhã,
transformando os alunos de hoje, com base nas experiências pessoais e históricas do
passado. Rodrigues explica essa necessidade de visitação ao passado, usando de forma
poética, a importância do passado para os gregos:
Cantar o passado significa muito mais do que ser por ele
encantado. Cantar o passado permitiria a cada um trazer à
memória, no presente, um feito glorioso que dera origem ao
momento atual. Era como ungir o passado ao presente. Era um
gesto para escapar dos males do cotidiano, eternamente retrato
fiel de quão aborrecida é a vida dos seres humanos. Aprendemos
desse modo que somente quando se recolhe na memória a
lembrança do que já foi, pode se unir um mesmo destino: o
passado e o futuro (1999, p.25).
O início de toda essa transformação deve ser feito na formação dos professores, onde
deveria ser ensinado aos futuros educandos que se apoiar nos conceitos passados é bom,
mas o verdadeiro objetivo é um futuro distante. Dessa maneira, valoriza-se o
conhecimento produzido pelo professor em seu cotidiano escolar, onde “ele aprende,
desaprende, reestrutura o aprendido, faz descobertas e (..) vai aprimorando sua
formação” (Candau, 1996, .144)
REFERÊNCIAS:

ABRAHÃO, M. H. Educação. Porto Alegre- RS: Especiall, 2007.


CANDAU, Vera Maria. Rumo a uma nova Didática. Petrópolis: Editora Vozes, 1993
FRANCO, M. A. Pedagogia como ciência da educação. 2ª edição. São Paulo: Cortez,
2008.
MORAES, M. C. O Paradigma Educacional Emergente. São Paulo: Papirus, 1997.
PINTO, Umberto A. Pedagogia Escolar: coordenação pedagógica e gestão educacional.
São Paulo: Editora Cortez, 2011. Acesso:
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-22062007-
095259/publico/TeseUmbertodeAndradePinto.pdf
RODRIGUES, N. Elogio à Educação. São Paulo: Cortez,1999.

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