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Ficha catalográfica.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Alexandre Piantini
Prof. Dr. José Feliciano Adami
Prof. Dr. Airton Violin
Prof. Dr. Credson de Salles
Prof. Dr. Estácio Tavares Wanderley Neto (Orientador)
Ao amigo e orientador Professor Manuel Luis Barreira Martinez (in memoriam), por ter sido
o responsável pela minha introdução à engenharia de alta tensão e por constituir o
referencial em minha vida profissional e científica.
Agradecimentos
“Revelemo-nos, mais por atos do que por palavras, dignos de possuir este grande país”.
Abstract
This work aims at developing the disruptive effect model for porcelain pin and post type
distribution insulators intended to operate on 15 kV and 25 kV networks. A statistical approach
is used and the procedure takes into account the application of voltage impulse surges originated
by direct and side lightning strikes. The modelling of disruptive effect has the purpose to
represent the dielectric withstand of a wide range of electrical equipments and apparatus, setting
the chopping time when an impulse shape is applied. The parameters required for the
development of the model are obtained from dielectric tests, performed in order to have the
50% disruptive-discharge voltage or critical flashover voltage (CFO) and the voltage/time curve
also known as V-t curves. This work considers 13 nonstandard impulse shapes and the standard
one 1.2 x 50 μs. For the nonstandard impulse shapes the front times vary from fast (0.5 to 1.2
μs) to slow times (3 to 10 μs), as well as short (5 to 20 μs) and standard (50 μs) tail times. Two
different procedures for calculating the disruptive effect model constants are evaluated and a
new concept for controlling the V-t curve spread is proposed, considering it changes as the
applied voltage level increases. This is an important issue when modelling the insulation of any
equipment or apparatus of power systems without using typical values or means for chopping
times. The results are presented on graphical and numerical ways. By comparison between the
most likely value and the overlap of confidence intervals, it is proved that disruptive effect
model developed is able to represent the dielectric behavior of distribution insulators accurately.
The main contribution of the disruptive effect model developed in this work is to represent the
insulators on modelling of distribution networks for digital programs. Through the
implementation of the disruptive effect models in the future, the power distribution utilities
could evaluate the insulation failure rates caused by lightning strikes on feeders properly,
including the effects of overvoltages on distribution transformers, which have the most
expensive costs on replacement and repair.
Figura 23 – Curva V x t para o isolador do tipo pino, classe 15 kV, forma 1,2 x 50 µs. ....................................... 77
Figura 24 – Curva V x t para o isolador do tipo pino, classe 25 kV, forma 1,2 x 50 µs. ....................................... 78
Figura 25 – Curva V x t para o isolador do tipo pilar, classe 15 kV, forma 1,2 x 50 µs. ....................................... 78
Figura 26 – Curva V x t para o isolador do tipo pilar, classe 25 kV, forma 1,2 x 50 µs. ....................................... 79
Figura 27 – Curva V x t para o isolador do tipo pino, classe 15 kV, forma 1,2 x 50 µs na polaridade positiva. ... 83
Figura 28 – Variação de σDE em função de U0 para as polaridades positiva e negativa na forma 1,2 x 50 µs. Isolador
do tipo pino, classe 15 kV. ................................................................................................................. 84
Figura 29 – Exemplo de verificação dos tempos de corte para módulo de cálculo da constante α. Instantes de cortes
na cauda (a) e frente (b) para a forma 1,2 x 50 µs, polaridade positiva, isolador do tipo pino, classe 15
kV. ..................................................................................................................................................... 86
Figura 30 – Espectro de variação e valor médio de alpha para a análise da forma 1,2 x 50 µs, polaridade positiva,
isolador do tipo pino, classe 15 kV. ................................................................................................... 87
Figura 31 – Variação do valor médio, µDE, e do desvio padrão, σDE, para a polaridade positiva (a) e negativa (b),
forma 1,2 x 50 µs, isolador do tipo pino, classe 15 kV. Ambos resultados consideram U0/U50% = 0,9.
........................................................................................................................................................... 89
Figura 32 – Variação de σDE em função de U0 para as polaridades positiva e negativa, considerando as duas versões
de cálculo de α, µDE e σDE para a forma 1,2 x 50 µs. Isolador do tipo pino, classe 15 kV. ................ 91
Figura 33 – Variação de α em função de U0 para as polaridades positiva e negativa, considerando as duas versões
de cálculo de α, µDE e σDE para a forma 1,2 x 50 µs. Isolador do tipo pino, classe 15 kV. ................ 92
Figura 34 – Definição da constante DEi para cada aplicação de tensão utilizando a distribuição normal, conforme
média µDE e desvio padrão σDE. .......................................................................................................... 93
Figura 35 – Definição da constante DEcalc para o impulso com tensão de crista Umáx e instante de corte tb. ......... 94
Figura 36 – Comparação entre curvas V x t obtidas através de ensaio e através de simulação. Forma 1,2 x 50 µs,
polaridade negativa. Isolador do tipo pino, classe 15 kV. .................................................................. 95
Figura 37 – Definição da constante DEi utilizando a distribuição normal e o fator de controle da dispersão através
da relação U0 / Uaplici. ......................................................................................................................... 97
Figura 38 – Comparação entre curvas V x t obtidas através de ensaio e através de simulação com o fator de variação
do desvio padrão. Forma 1,2 x 50 µs, polaridade negativa. Isolador do tipo pino, classe 15 kV....... 98
Figura 39 – Comparação entre curvas V x t obtidas através de ensaio e através de simulação com o fator de variação
do desvio padrão. Forma 1,2 x 50 µs, polaridade positiva. Isolador do tipo pino, classe 15 kV. .... 100
Figura 40 – Comparação entre curvas V x t obtidas através de ensaio e através de simulação com o fator de variação
do desvio padrão. Forma 1,2 x 50 µs, polaridade negativa. Isolador do tipo pino, classe 15 kV..... 100
Figura 41 – Comparação entre curvas V x t obtidas através de ensaio e através de simulação com o fator de variação
do desvio padrão. Forma 1,2 x 50 µs, polaridade positiva. Isolador do tipo pino, classe 25 kV. .... 101
Figura 42 – Comparação entre curvas V x t obtidas através de ensaio e através de simulação com o fator de variação
do desvio padrão. Forma 1,2 x 50 µs, polaridade negativa. Isolador do tipo pino, classe 25 kV..... 101
Figura 43 – Comparação entre curvas V x t obtidas através de ensaio e através de simulação com o fator de variação
do desvio padrão. Forma 1,2 x 50 µs, polaridade positiva. Isolador do tipo pilar, classe 15 kV. .... 102
Figura 44 – Comparação entre curvas V x t obtidas através de ensaio e através de simulação com o fator de variação
do desvio padrão. Forma 1,2 x 50 µs, polaridade negativa. Isolador do tipo pilar, classe 15 kV. ... 102
Figura 45 – Comparação entre curvas V x t obtidas através de ensaio e através de simulação com o fator de variação
do desvio padrão. Forma 1,2 x 50 µs, polaridade positiva. Isolador do tipo pilar, classe 25 kV. .... 103
Figura 46 – Comparação entre curvas V x t obtidas através de ensaio e através de simulação com o fator de variação
do desvio padrão. Forma 1,2 x 50 µs, polaridade negativa. Isolador do tipo pilar, classe 25 kV. ... 103
Figura 47 – Comparação entre o valor mais provável para as curvas V x t obtidas através de ensaio e simulação.
Forma 1,2 x 50 µs, polaridade positiva. Isolador do tipo pino, classe 15 kV................................... 105
Figura 48 – Comparação entre os intervalos de confiança para as curvas V x t obtidas através de ensaio e simulação.
Forma 1,2 x 50 µs, polaridade positiva. Isolador do tipo pino, classe 15 kV. ................................. 105
Figura 49 – Comparação entre o valor mais provável para as curvas V x t obtidas através de ensaio e simulação.
Forma 1,2 x 50 µs, polaridade negativa. Isolador do tipo pino, classe 15 kV. ................................ 106
Figura 50 – Comparação entre os intervalos de confiança para as curvas V x t obtidas através de ensaio e simulação.
Forma 1,2 x 50 µs, polaridade negativa. Isolador do tipo pino, classe 15 kV. ................................ 106
Figura 51 – Comparação entre o valor mais provável para as curvas V x t obtidas através de ensaio e simulação.
Forma 1,2 x 50 µs, polaridade positiva. Isolador do tipo pino, classe 25 kV. ................................. 107
Figura 52 – Comparação entre os intervalos de confiança para as curvas V x t obtidas através de ensaio e simulação.
Forma 1,2 x 50 µs, polaridade positiva. Isolador do tipo pino, classe 25 kV. ................................. 107
Figura 53 – Comparação entre o valor mais provável para as curvas V x t obtidas através de ensaio e simulação.
Forma 1,2 x 50 µs, polaridade negativa. Isolador do tipo pino, classe 25 kV. ................................ 108
Figura 54 – Comparação entre os intervalos de confiança para as curvas V x t obtidas através de ensaio e simulação.
Forma 1,2 x 50 µs, polaridade negativa. Isolador do tipo pino, classe 25 kV. ................................ 108
Figura 55 – Comparação entre o valor mais provável para as curvas V x t obtidas através de ensaio e simulação.
Forma 1,2 x 50 µs, polaridade positiva. Isolador do tipo pilar, classe 15 kV. ................................. 109
Figura 56 – Comparação entre os intervalos de confiança para as curvas V x t obtidas através de ensaio e simulação.
Forma 1,2 x 50 µs, polaridade positiva. Isolador do tipo pilar, classe 15 kV. ................................. 109
Figura 57 – Comparação entre o valor mais provável para as curvas V x t obtidas através de ensaio e simulação.
Forma 1,2 x 50 µs, polaridade negativa. Isolador do tipo pilar, classe 15 kV. ................................ 110
Figura 58 – Comparação entre os intervalos de confiança para as curvas V x t obtidas através de ensaio e simulação.
Forma 1,2 x 50 µs, polaridade negativa. Isolador do tipo pilar, classe 15 kV. ................................ 110
Figura 59 – Comparação entre o valor mais provável para as curvas V x t obtidas através de ensaio e simulação.
Forma 1,2 x 50 µs, polaridade positiva. Isolador do tipo pilar, classe 25 kV. ................................. 111
Figura 60 – Comparação entre os intervalos de confiança para as curvas V x t obtidas através de ensaio e simulação.
Forma 1,2 x 50 µs, polaridade positiva. Isolador do tipo pilar, classe 25 kV. ................................. 111
Figura 61 – Comparação entre o valor mais provável para as curvas V x t obtidas através de ensaio e simulação.
Forma 1,2 x 50 µs, polaridade negativa. Isolador do tipo pilar, classe 25 kV. ................................ 112
Figura 62 – Comparação entre os intervalos de confiança para as curvas V x t obtidas através de ensaio e simulação.
Forma 1,2 x 50 µs, polaridade negativa. Isolador do tipo pilar, classe 25 kV. ................................ 112
Figura 63 – Variação percentual dos erros entre o valor mais provável das curvas V x t simuladas e obtidas através
de ensaios para a polaridade positiva na forma 1,2 x 50 µs. ............................................................ 114
Figura 64 – Variação percentual dos erros entre o valor mais provável das curvas V x t simuladas e obtidas através
de ensaios para a polaridade negativa na forma 1,2 x 50 µs. ........................................................... 114
Figura 65 – Variação média da relação U0/U50% em relação às formas impulsivas para os isoladores do tipo pino,
classes 15 kV e 25 kV, polaridades positiva e negativa. .................................................................. 116
Figura 66 – Variação média da constante U0 em relação às formas impulsivas para o isolador do tipo pilar, classes
15 kV e 25 kV, polaridades positiva e negativa. .............................................................................. 117
Figura 67 – Variação média da constante μα em relação às formas impulsivas para os isoladores do tipo pino,
classes 15 kV e 25 kV, polaridades positiva e negativa. .................................................................. 118
Figura 68 – Variação média da constante μα em relação às formas impulsivas para os isoladores do tipo pilar,
classes 15 kV e 25kV, polaridades positiva e negativa. ................................................................... 118
Figura 69 – Variação média da constante σDE em relação às formas impulsivas para os isoladores do tipo pino,
classes 15 kV e 25 kV, polaridades positiva e negativa. .................................................................. 119
Figura 70 – Variação média da constante σDE em relação às formas impulsivas para os isoladores do tipo pilar,
classes 15 kV e 25kV, polaridades positiva e negativa. ................................................................... 119
Figura 71 – Fluxograma representativo do código de programação utilizado para a estimativa das resistências R1 e
R2 que compõem o gerador de impulsos de tensão do LAT-EFEI................................................... 138
Figura 72 – Gerador de impulsos modelado no ATPDraw para forma padrão 1,2 x 50 μs. ................................ 139
Figura 73 – Exemplo de planilha de controle de ensaio para obtenção da curva V x t. ....................................... 147
Figura 74 – Fluxograma simplificado para determinação da constante alpha. .................................................... 162
Figura 75 – Fluxograma simplificado para determinação da constante DE através de µα. . ................................ 163
Figura 76 – Fluxograma para a reprodução das Curvas V x t através de simulação. ........................................... 164
Lista de Tabelas
Tabela 1 – Parâmetros da isolação da linha de distribuição avaliada no Exemplo 1. Adaptado de (67). .............. 52
Tabela 2 – Frequência anual de disrupções na linha de distribuição do Exemplo 2 considerando diferentes métodos
de modelagem dos isoladores. Adaptado de (4). ............................................................................... 58
Tabela 3 – Parâmetros do gerador de impulsos de tensão do LAT-EFEI disponíveis para utilização................... 65
Tabela 4 – Formas não padronizadas iniciais e forma padrão. .............................................................................. 66
Tabela 5 – Formas impulsivas consideradas. Obtenção dos resistores R1 e R2 através de simulação computacional
conforme detalhado no fluxograma do ANEXO A............................................................................ 67
Tabela 6 – Formas impulsivas. Avaliação dos resistores R’d e R’e através de simulação computacional, utilizando
o ATPDraw (ANEXO B)................................................................................................................... 68
Tabela 7 – Elevação de temperatura nos resistores R’d e R’e. ................................................................................ 70
Tabela 8 – Sobre-elevação relativa e tensão efetiva aplicada na isolação. ............................................................ 71
Tabela 9 – Desenvolvimento do método dos acréscimos e decréscimos padronizado. ......................................... 73
Tabela 10 – Resultados da comparação entre as duas versões de cálculo de α, µDE e σDE para a polaridade positiva
da forma 1,2 x 50 µs. Isolador do tipo pino, classe 15 kV. ................................................................ 90
Tabela 11 – Resultados da comparação entre as duas versões de cálculo de α, µDE e σDE para a polaridade negativa
da forma 1,2 x 50 µs. Isolador do tipo pino, classe 15 kV. ................................................................ 91
Tabela 12 – Parâmetros para a simulação do efeito disruptivo na forma 1,2 x 50 µs. Modelo Chowdhuri et al. . 99
Tabela 13 – Erro máximo entre o valor mais provável das curvas V x t simuladas e obtidas através de ensaios para
a forma 1,2 x 50 μs. ......................................................................................................................... 114
Tabela 14 – Classificação e quantidade de curvas V x t avaliadas. ..................................................................... 121
Tabela 15 – Resumo das curvas V x t classificadas como insatisfatórias. ........................................................... 121
Tabela 16 – Resultados das Simulações x Ensaios para a Determinação das Formas Impulsivas. ..................... 140
Tabela 17 – Tensão Disruptiva Crítica – U50%. Isolador do Tipo Pino Classe 15 kV.......................................... 145
Tabela 18 – Tensão Disruptiva Crítica – U50%. Isolador do Tipo Pino Classe 25 kV.......................................... 145
Tabela 19 – Tensão Disruptiva Crítica – U50%. Isolador do Tipo Pilar Classe 15 kV. ........................................ 146
Tabela 20 – Tensão Disruptiva Crítica – U50%. Isolador do Tipo Pilar Classe 25 kV. ........................................ 146
Tabela 21 – Parâmetros para a simulação do efeito disruptivo no isolador do tipo pino, classe 15 kV. ............. 220
Tabela 22 – Parâmetros para a simulação do efeito disruptivo no isolador do tipo pino, classe 25 kV. ............. 220
Tabela 23 – Parâmetros para a simulação do efeito disruptivo no isolador do tipo pilar, classe 15 kV. ............. 221
Tabela 24 – Parâmetros para a simulação do efeito disruptivo no isolador do tipo pilar, classe 25 kV. ............. 221
7 Referências..................................................................................................................... 131
ANEXO E – Resultados dos Ensaios para Determinação da Tensão U50%. .................... 145
1 Introdução
1.1 Visão Geral
1.3 Originalidade
1.4 Objetivo
Este trabalho tem como objetivo desenvolver o modelo matemático do efeito disruptivo
para isoladores de distribuição dos tipos pino e pilar de porcelana, para as classes de tensão de
15 kV e 25 kV, quando submetidos a impulsos de tensão com formas não padronizadas. O
desenvolvimento do modelo matemático do efeito disruptivo é realizado através de abordagem
estatística, buscando representar de forma real o comportamento dielétrico destes componentes
dos sistemas de distribuição de energia elétrica. Os parâmetros necessários para a construção
do modelo (tensão U50% e curvas V x t) são obtidos através de ensaios experimentais, realizados
no LAT-EFEI – Laboratório de Alta Tensão da Universidade Federal de Itajubá.
25
1.5 Estrutura
2 Conceituação Teórica
A avaliação da coordenação de isolamento e da proteção contra sobretensões
atmosféricas em sistemas elétricos deve levar em consideração a variedade de surtos de tensão
que podem atingir os equipamentos e componentes instalados na rede, assim como o efeito que
cada surto produz nas isolações auto-recuperantes e não auto-recuperantes. Dado que a
suportabilidade dielétrica das isolações é expressa através de formas impulsivas padronizadas,
torna-se necessário utilizar um método de análise capaz de comparar os resultados obtidos para
diversas formas impulsivas (15). Com este propósito o Método da Integração (Integration
Method), também conhecido como Método do Efeito Disruptivo (Disruptive Effect), foi
inicialmente proposto por Witzke e Bliss em 1950 (16,17).
Na década de 1920, a definição de uma forma impulsiva específica para a avaliação da
suportabilidade dielétrica e a padronização dos níveis de isolamento para os diversos
equipamentos era necessária, a fim de que as análises pudessem ser repetidas em qualquer
laboratório de alta tensão. Foi então que as pesquisas que envolvem este tema se iniciaram e os
especialistas começaram a registrar a amplitude e a forma dos surtos de tensão em linhas de
transmissão nos Estados Unidos da América, quando da ocorrência de descargas atmosféricas
diretas (18). Um exemplo da diversidade das formas dos surtos de tensão registrados naquela
época é apresentado na Figura 1, que mostra a comparação entre a forma impulsiva padronizada
com 20 µs de cauda e a média de 35 oscilogramas com tempos de frente curtos e longos,
registrados em uma linha de transmissão de 220 kV (19).
100
U (%) 4 3 1- Forma padronizada com tc=20µs
80
1 2- Forma típica com frente curta.
60
40 3- Média de 35 oscilogramas.
2 4- Forma típica com frente longa.
20
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Tempo (µs)
Figura 1 – Oscilogramas típicos de impulsos de tensão com frentes rápidas e longas, e média das formas
impulsivas registradas em 1929 na linha de transmissão Wallenpaupack-Siegfried 220 kV. Adaptado de (19).
Com o avanço das pesquisas nesta área, tornou-se evidente que o conhecimento da
suportabilidade de determinada isolação submetida a uma forma impulsiva específica não era
suficiente para prever seu desempenho quando submetida a outras formas distintas (15). Desta
maneira, não era possível garantir o desempenho dielétrico de um equipamento para todas as
solicitações de tensão a que este ficaria exposto durante sua vida útil.
Estas considerações contribuíram para que o método do efeito disruptivo ganhasse
destaque na avaliação da suportabilidade dielétrica, tornando possível estimar o comportamento
dos equipamentos e componentes do sistema elétrico através de procedimentos analíticos.
Desde sua apresentação, em 1950, o método do efeito disruptivo vem sendo utilizado em
diversas aplicações, fornecendo resultados satisfatórios.
Este capítulo apresenta uma breve revisão bibliográfica do tema e uma abordagem
teórica do método do efeito disruptivo, destacando o seu funcionamento, aplicabilidade e
limitações. São apresentados também as principais variações e aprimoramentos pelas quais o
método passou desde sua apresentação até os dias atuais. Este capítulo não tem como objetivo
discutir os fenômenos físicos envolvidos na formação das descargas disruptivas na isolação e
sim, apresentar os conceitos sob o ponto de vista de engenharia, com aplicações diretas para os
profissionais e pesquisadores envolvidos com coordenação de isolamento.
2.1 Definições
Cruzeta: suporte de madeira, fibra ou aço que tem como objetivo sustentar os
equipamentos ou componentes das redes de distribuição no topo das estruturas.
Taxa de falha: número de descargas disruptivas por unidade de tempo em
determinado tipo de isolação (auto-recuperante ou não).
A forma impulsiva padronizada que possui tempo de frente (tf) de 1,2 µs e tempo de
cauda (tc) de 50 µs é representativa das sobretensões de origem atmosférica, sendo utilizada
para avaliar a suportabilidade dielétrica de equipamentos e componentes instalados nos
sistemas elétricos. Porém, uma pesquisa detalhada na literatura técnica, envolvendo a proteção
contra descargas atmosféricas e simulações de tensões induzidas em sistemas de distribuição
de energia elétrica, revela que uma variedade de formas impulsivas pode ser observada em
condições reais, ou seja, em medições realizadas em campo.
Dentre as medições de tensão induzida em linhas de tamanho real, destacam-se os
experimentos realizados por Barker et al. (22), Eriksson et al. (23), Yokoyama et al. (24,25,26),
Master et al. (27), Cooray e De La Rosa (28), De La Rosa et al. (29), Rubinstein et al. (30),
Michishita et al. (31) e Piantini et al. (32). Considerando as medições de tensão induzida em
linhas de tamanho reduzido, destacam-se os experimentos realizados por Yokoyama (33),
Piantini e Janiszewski (34,35), Ishii et al. (36) e Nucci et al. (37).
As referências apresentadas mostram que os tempos de frente e cauda variam
consideravelmente em relação aos valores padronizados, com características distintas da forma
impulsiva utilizada em laboratórios (dupla exponencial) e até mesmo apresentando
comportamento oscilatório. Por outro lado, a utilização da forma impulsiva padronizada,
1,2 x 50 µs, não pode ser simplesmente descartada quando se está interessado em investigar
sobretensões induzidas, uma vez que esta pode levar ao menor nível de suportabilidade
dielétrica para isoladores de distribuição, servindo de parâmetro de comparação entre os
resultados (14).
Desta forma, é necessário avaliar as isolações de maneira satisfatória quando
submetidos a impulsos de tensão com formas não padronizadas, uma vez que estas são
ensaiadas unicamente com a forma 1,2 x 50 µs. Obviamente, não é possível, do ponto de vista
prático e econômico, avaliar as isolações com todas as formas impulsivas possíveis de serem
reproduzidas em laboratório. Portanto, é preciso utilizar um método analítico a fim de estimar
30
a suportabilidade da isolação quando solicitada por tensões diferentes da padronizada, partindo
dos dados de ensaios dielétricos realizados para a forma 1,2 x 50 µs.
Uma vez que os parâmetros da forma impulsiva padronizada são independentes do
objeto avaliado (equipamento ou componente do sistema elétrico), tem-se que o método
analítico utilizado também deve ser independente, ou seja, deve ser aplicável a todo tipo de
isolação, auto-recuperantes e não auto-recuperantes (38).
Desde a década de 1930, os profissionais e pesquisadores envolvidos com a coordenação
de isolamento e proteção contra descargas atmosféricas em linhas de transmissão,
demonstravam interesse e até mesmo preocupação com o efeito que formas impulsivas não
padronizadas pudessem causar na isolação de componentes e equipamentos dos sistemas
elétricos.
Naquela época, os centelhadores eram bastante utilizados na proteção contra
sobretensões atmosféricas em transformadores, sendo que a forma padronizada para ensaios era
1,5 x 40 µs e 1,0 x 50 µs, nas normas americana e europeia, respectivamente (39,40).
Imaginava-se que a atuação destes centelhadores seria satisfatória caso um surto de tensão com
descarga disruptiva ocorresse na região de cauda, protegendo o transformador adjacente.
Porém, não se conhecia a eficácia da proteção dos centelhadores caso o surto apresentasse um
valor de crista muito elevado ou alta taxa de crescimento. Neste caso, a descarga disruptiva
certamente ocorreria na região de frente do impulso. Portanto, a fim de prover a coordenação
de isolamento entre os componentes e equipamentos dos sistemas elétricos, era necessário
conhecer por completo o comportamento destes centelhadores, submetidos a surtos impulsivos
provenientes das descargas atmosféricas nas linhas de transmissão.
As primeiras investigações de maior relevância foram feitas por Hagenguth (41), que
realizou ensaios para levantamento das curvas V x t em centelhadores, isoladores, buchas e
combinações de papel/óleo isolantes. Além disso, foram apresentadas técnicas de ensaio,
fatores de influência nos resultados e definições dos principais parâmetros utilizados. A Figura
2 apresenta um resumo das curvas V x t médias obtidas por Hagenguth, utilizando a forma
1,5 x 40 µs para os centelhadores ponta-plano, buchas, isoladores de suspensão e combinações
de papel/óleo isolantes utilizados na época. A tensão U(%) na escala vertical refere-se à
porcentagem da tensão U50%. Nota-se os diferentes níveis de suportabilidade entre os
componentes avaliados.
31
400 400
A- Centelhador.
U (%) U (%)
B- Bucha.
D- Papel e óleo.
A A
200
B 200 B
C
C D
100 100
0 1 2 3 4 0 1 2 3 4
Tempo (µs) Tempo (µs)
(a) (b)
Figura 2 – Resumo das curvas V x t médias para a forma 1,5 x 40 µs em centelhadores ponta-plano, buchas,
isoladores de suspensão e combinações de papel/óleo isolantes. (a) Polaridade positiva e (b) polaridade negativa.
Adaptado de (41).
2400
U (kV) vo
siti
2000 t a Po
s 2000
Cri
de tivo
lor itivo U (kV) osi
- Va Pos aP
1600 5µ
s
rista rist
1x C co 1600 eC
rd e a Se or d itivo
Valo rista Val Pos
0 µs - r de C µs - Crista Seco
1200 x 4 al o x5 rd e
ta a
1 ,5 z-V 1200 1 Valo de Cris
60 H µs - or
,5 x 40 z - Val
1 60 H
800 800
400 400
0 0
0 3 5 7 9 11 13 15 17 19 20 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Número de Isoladores na Cadeia Espaçamento do Centelhador em Polegadas
(a) (b)
Figura 3 – (a) Tensão U50% para cadeia de isoladores com unidades de 10 polegadas de diâmetro. (b) Tensão
U50% para centelhadores utilizados em coordenação de isolamento. Adaptado de (42).
305 m, tf =1,1 µs Aberto 305 m, tf =0,5 µs Aberto 60 m, tf =0,5 µs Aberto 60 m, tf =0,5 µs 6300 µF
0 5 10 15 25 0 1 2 4 6 8 0 1 2 4 6 8 0 1 2 4 6 8
(a)
305 m, tf =0,5 µs Aberto 305 m, tf =3,5 µs Aberto 60 m, tf =0,7 µs Aberto 60 m, tf =0,7 µs 6300 µF
0 1 2 4 6 8 0 1 2 4 6 8 0 1 2 4 6 8 0 1 2 4 6 8
(b)
Figura 4 – (a) Formas impulsivas registradas para a aplicação do impulso pleno. (b) Formas impulsivas
registradas para a aplicação do impulso cortado. Adaptado de (17).
34
O acordo entre os pesquisadores e os profissionais envolvidos com coordenação de
isolamento era de que os equipamentos deveriam suportar determinadas solicitações de tensão
para formas impulsivas específicas. Porém, mesmo em circuitos radiais simples era possível
notar que estas variavam consideravelmente em relação à forma padronizada para os ensaios
dielétricos.
Foi então que Witzke e Bliss (16,17) desenvolveram um procedimento para a avaliação
da isolação de transformadores a seco e a óleo, submetidos a formas não padronizadas. O
procedimento foi chamado de Método da Integração (Integration Method), também conhecido
como Método do Efeito Disruptivo (Disruptive Effect), uma vez que avalia o efeito da disrupção
através de um surto de tensão não padronizado no equipamento. Neste método, o efeito
disruptivo sobre a isolação é definido pela equação (1).
(1)
Onde:
DE – efeito disruptivo.
U(t) – tensão impulsiva aplicada ao equipamento em função do tempo.
U0 – tensão suportável pela isolação sem causar danos por um tempo indeterminado.
K – constante que permite variar a influência da tensão ou do tempo na equação.
A equação (1) estabelece que a isolação do transformador avaliado pelo método deve
suportar uma tensão constante, U0, sem causar falhas. Witzke e Bliss notaram que o efeito
disruptivo para um surto de tensão era função da amplitude e do tempo em que este permanecia
aplicado e que estes fatores não possuíam o mesmo peso. Por este motivo, a constante K foi
introduzida a fim de permitir uma variação no peso da tensão e do tempo. As constantes U0 e
K podem ser obtidas a partir dos ensaios de tensão impulsiva padronizados, assumindo que a
forma impulsiva plena e as formas cortadas na cauda e na frente possuem a mesma severidade
(17).
Em 1957, Kind propôs um modelo matemático baseado no critério da igualdade de áreas
(equal-area criterion), fundamentando-se na dependência que a velocidade de formação da
descarga disruptiva tem em relação à tensão aplicada (38,44). O critério da igualdade de áreas
proposto por Kind consiste em definir a constante K = 1, resultando portanto em um caso
específico da abordagem geral do método do efeito disruptivo apresentada por Witzke e Bliss.
35
300
U (kV)
250
2
A B 200
1
150
100
C D 0 1 2 3 4 5
Tempo (µs)
A - Surto aproximadamente retangular.
B - Surto aproximadamente triangular. 1 - Curva V x t de ensaio para a forma D.
C - Surto íngrime. 2 - Curva V x t simulada utilizando o método.
D - Surto impulsivo padronizado.
(a) (b)
Figura 5 – (a) Formas impulsivas utilizadas na avaliação do método do efeito disruptivo por Jones.
(b) Comparação entre as curvas V x t para a forma padronizada 1,5 x 40 µs, resultante de ensaio e obtida
analiticamente através do método. Adaptado de (15).
1200
U (kVp)
1100
0
2 1000
0
Experimental
3 900
1
800 Valor mínimo
calculado
4 0 700
5
600
0 0 5 10 15 20
Tempo (µs)
(a) (b)
Figura 6 – (a) Estrutura de madeira em 132 kV do tipo H. (b) Tensão disruptiva mínima calculada e curva V x t
resultante de ensaio. Caminhos para a descarga disruptiva na madeira:
(1-2)+(2-3)+(3-0) ou (1-2)+(2-3) +(3-4)+(4-0). Adaptado de (46).
Ainda na década de 1980, os pesquisadores Knorr et at. (47), Yamagiwa e Ozawa (48),
adaptaram o método da igualdade de áreas para levar em consideração os diferentes tempos
envolvidos na formação das descargas disruptivas. Estas modificações contribuíram também
para estimar os limites superior e inferior da curva V x t.
Naquela época, muitos pesquisadores e profissionais da área de alta tensão e
coordenação de isolamento estavam convencidos da eficácia do método do efeito disruptivo,
incluindo o caso específico da igualdade de áreas. O método correspondia com precisão
aceitável para diferentes tipos de isolação, reproduzindo as curvas V x t e estimando a tensão
U50% para uma faixa de tempo de disrupção entre 0,05 a 25 µs.
Entretanto, a utilização do método não apresentava bons resultados para impulsos de
manobra, com imprecisões de ± 25% ou até mesmo 50% (49). É importante notar que até este
ponto o método atendeu as necessidades utilizando uma abordagem basicamente empírica, sem
37
180 180 tc
tf 0,5 25 50 100
U 50% (kV) 1 U 50% (kV) 1
0,025 1 2
140 140
0,12 3 4
120 120 3 1,2 5 6
2
10 7 8
100 100 2
3
1 - Esfera-esfera
80 80
2 - Ponta-ponta
3 - Ponta-plano
60 60
40 40
20 20
1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8
Nº da Forma Impulsiva Nº da Forma Impulsiva
(a) (b)
Figura 7 – Tensão U50% para as formas impulsivas e os centelhadores ensaiados por Chowdhuri et al. Os tempos
tf e tc estão em microssegundos. (a) Polaridade positiva. (b) Polaridade negativa. Adaptado de (55).
observada com frequência quando se tratava de sobretensões induzidas. De forma análoga aos
trabalhos anteriores, os resultados mostraram que existe uma forte dependência da
suportabilidade em relação ao tempo de cauda, ou seja, tempos de cauda inferiores ao valor
padronizado (50 µs) levaram ao aumento da tensão disruptiva crítica. Os resultados
apresentados por Carrus estão em concordância com aqueles apresentados também por Lopes
(14), mesmo com diferenças entre as classes dos isoladores (3 kV e 15 kV) e entre as formas
impulsivas utilizadas (1,2 x 4 µs e 1,2 x 5 µs).
Ainda no início dos anos 2000, não havia conhecimento suficiente sobre o
funcionamento do método do efeito disruptivo para formas impulsivas bipolares ou oscilatórias.
Estas formas são comumente observadas em enrolamentos de transformadores, mais
especificamente entre suas derivações. Foi então que, em 2002, Savadamuthu et al. (57)
propuseram uma abordagem diferente do método do efeito disruptivo, denominada
Unconditionally Sequential Approach. Esta abordagem foi avaliada em três tipos de
centelhadores diferentes: bulbo isolado a gás, ponta-plano isolado a ar e ponta-plano isolado
em óleo. Um estudo de caso também foi apresentado, no qual foram registradas as distribuições
de tensão para cinco derivações de um transformador de potência de 50/25/25 MVA e
126/66/11 kV. A definição da derivação crítica sob o ponto de vista do ensaio de impulso
atmosférico foi realizada com o auxílio da característica do centelhador de bulbo isolado a gás,
o que conduziu a resultados satisfatórios.
Desde o surgimento do método do efeito disruptivo em 1950, diferentes propostas para
a obtenção dos seus parâmetros DE, U0 e K foram sugeridas e aplicadas na prática. A utilização
do método e sua eficácia estão consolidadas, porém a escolha destes parâmetros para garantir
uma correta reprodução das curvas V x t de forma analítica ainda consiste em tema de pesquisa
e investigação.
Desde 2007, diversos trabalhos têm sido publicados no tema específico da seleção ótima
dos parâmetros do modelo e a comparação dos resultados com as curvas V x t obtidas em
ensaios. Em 2007 e 2010, Ancajima et al. (58,59) propuseram pela primeira vez uma análise do
desvio padrão da constante DE para diferentes relações entre U0 e U50%. Os valores de U0 que
proporcionaram os menores desvios padrão para a constante DE foram então utilizados para a
composição dos modelos propostos por Kind e Chowdhuri, conduzindo aos resultados com
erros em torno de 10% e 5%, para as formas 1,2 x 50 µs e 1,2 x 4 µs, respectivamente.
Em 2010, Venkatesan e Usa (60) apresentaram uma proposta para reprodução da curva
V x t a partir do método do efeito disruptivo. O procedimento em questão foi chamado de
40
Hyperbolic Model e está baseado na utilização do valor médio e do desvio padrão da constante
DE, obtidos a partir dos valores médios da tensão U0 e dos tempos de disrupção tb. A dispersão
da constante DE no modelo é resultante da análise nos limites inferior (P = 5%) e superior
(P = 95%) de U0 e tb. O método foi avaliado em centelhadores de 1 a 6 mm, com resultados
satisfatórios.
Em 2011, Braz e Piantini (61,62) realizaram avaliações do comportamento dielétrico de
isoladores de distribuição do tipo pino de classe 15 kV, nas quais foram utilizadas dez formas
impulsivas não padronizadas com 0,4 µs < tf < 8 µs e 4 µs < tc < 130 µs, além da forma
padronizada 1,2 x 50 µs. Este trabalho teve como objetivo analisar as tensões U50% nas
polaridades positiva e negativa, além de obter as curvas V x t para três formas diferentes. Os
resultados dos ensaios serviram de base para a obtenção dos parâmetros do modelo do efeito
disruptivo, segundo as abordagens propostas por Caldwell e Darveniza (45), e Ancajima et al.
(59). Os resultados demostraram concordância com as conclusões e observações feitas pelos
demais pesquisadores envolvidos com a coordenação de isolamento em redes de distribuição
de energia elétrica.
Neste item foi apresentada uma revisão bibliográfica dos principais trabalhos publicados
desde a década de 1920, envolvendo a medição e a simulação de descargas atmosféricas diretas
e indiretas, ensaios dielétricos para obtenção das curvas V x t e levantamento da tensão U50%, e
principalmente, o desenvolvimento de um método analítico de previsão da suportabilidade da
isolação.
No entanto, é possível notar uma escassez de trabalhos que vinculem os resultados das
pesquisas realizadas com aplicações diretas ao sistema elétrico. Principalmente, os sistemas
elétricos de distribuição, que são mais susceptíveis às sobretensões atmosféricas, quando
comparados com os sistemas de transmissão. Neste contexto, no item 2.5 Exemplos de
Aplicação do Método na Coordenação de Isolamento são apresentadas duas aplicações recentes
do método do efeito disruptivo em sistemas de distribuição, destacando sua influência na
modelagem da descarga disruptiva em isoladores e na taxa de desligamentos.
Para cada tipo de isolação, auto-recuperante ou não, existe uma tensão inicial U0 que
deve ser excedida antes que qualquer processo físico de formação da descarga disruptiva se
inicie. Quando a tensão aplicada, U, excede U0, inicia-se o processo de ionização do meio, no
41
qual os elétrons são acelerados pelo campo elétrico aplicado, E – E0. A constante E0 representa
o campo elétrico inicial, definido da mesma forma que a tensão U0. O desenvolvimento do
processo que leva à formação da descarga disruptiva depende diretamente da amplitude U – U0
e do tempo que esta permanece aplicada (38).
Portanto, para cada tipo de isolação tem-se a velocidade de formação do processo
anterior à descarga disruptiva, denominada r e descrita pela equação (2). A função r pode
assumir diferentes aspectos e em geral está relacionada com o tipo de isolação e com a faixa
E – E0 aplicada. Desta forma a equação (2) pode ser modificada para levar em consideração as
características do material isolante, resultando na equação (3).
(2)
(3)
Onde:
r – velocidade de formação do canal precursor da descarga disruptiva que depende do tipo
de isolação e da faixa E – E0.
E – campo elétrico correspondente à tensão U.
E0 – campo elétrico inicial, correspondente à tensão U0.
A e K – constantes que dependem do material isolante.
Em uma faixa estreita de E – E0, pode-se afirmar que existe uma relação linear entre r e
E – E0, resultando em K = 1. Para cada configuração de eletrodos em meio isolante, o campo
elétrico E está relacionado com a tensão aplicada U através da constante B, conforme equação
(4). Influenciado pela amplitude da tensão aplicada, U – U0, e pelo tempo de aplicação, t – t0,
os elétrons se deslocam na direção do campo elétrico, aumentando o comprimento S do canal
precursor da descarga disruptiva, conforme equação (5).
(4)
(5)
42
Onde:
B – constante que relaciona a função r com a amplitude da tensão aplicada.
S – comprimento do canal precursor da descarga disruptiva.
U – tensão aplicada.
U0 – tensão inicial.
C e D – constantes que dependem do material isolante e de sua configuração.
t0 – instante em U > U0.
t – tempo.
Um fator importante para todos os tipos de isolantes (líquidos, gasosos ou sólidos) e todos
os tipos de configurações (uniformes ou não) é que a descarga disruptiva final ocorre
imediatamente após o canal atingir um tamanho crítico, S*, dado pela equação (6). Define-se
então o efeito disruptivo crítico, DE*, como critério para ocorrência da descarga disruptiva,
conforme equação (7).
∗
(6)
∗
∗ (7)
Nota-se a partir das equações (2) a (7) que não existem restrições para a tensão aplicada
U, com exceção de que U > U0. Portanto, a equação (7) pode ser generalizada, levando em
consideração a variação da tensão em função do tempo, resultando na equação (8). A equação
(8) corresponde à formulação final do método do efeito disruptivo.
(8)
Onde:
DE – efeito disruptivo.
U(t) – tensão aplicada na isolação em função do tempo.
U0 – tensão suportável pela isolação sem causar danos por um tempo indeterminado.
43
O método do efeito disruptivo assume que para cada isolação, existe uma seleção ótima
das constantes DE, U0 e K. Esta seleção pode ser obtida a partir da curva V x t para a forma
padronizada 1,2 x 50 µs, sendo necessários pelos menos dois pontos para a solução da equação
(9). Segundo Darveniza e Vlastos (38), os pontos selecionados para a obtenção das constantes
devem estar suficientemente separados em relação ao tempo tb. A Figura 8 mostra o diagrama
representativo da equação (9), onde o par de pontos Ua(tba) e Ub(tbb) conduzem o mesmo valor
da constante DE.
(9)
Onde:
Ua (t) – tensão impulsiva a aplicada na isolação com valor de crista Upa.
tba – instante de ocorrência da disrupção no impulso a.
t0a – instante em que Ua(t) > U0.
Ub (t) – tensão impulsiva b aplicada na isolação com valor de crista Upb.
tbb – instante de ocorrência da disrupção no impulso b.
t0b – instante em que Ub(t) > U0.
U U pa
U pb
DE DE
U0
0 t ba t bb t
Figura 8 – Diagrama representativo da equação (9) para a obtenção da constante DE utilizando os pontos Ua(tba)
e Ub(tbb).
44
O método do efeito disruptivo assume que a constante DE é específica para cada
isolação e independe da forma impulsiva aplicada. Por outro lado, nota-se na equação (9) que
as constantes U0 e K são dependentes, conforme apresentado por Caldwell e Darveniza (45).
Neste caso, Caldwell e Darveniza verificaram que se U0 é reduzido (U0 << U50%), então K
assume valores maiores, entre 3 e 5. Porém, se U0 ~ U50%, então K ≤ 1. No equacionamento
empírico do método do efeito disruptivo não há a restrição para a seleção de U0 e K, desde que
a combinação destes seja capaz de reproduzir a curva V x t desejada.
(10)
(11)
Onde:
U1 (t) – tensão impulsiva plena.
U2 (t) – tensão impulsiva cortada na região de cauda.
U3 (t) – tensão impulsiva cortada na região de frente.
45
Witzke e Bliss assumiram então que o método conduz ao mesmo efeito disruptivo DE
para as três formas impulsivas U1 (t), U2 (t) e U3 (t), que variam em amplitude e duração,
resultando em uma precisão aceitável na avaliação da suportabilidade da isolação de
transformadores submetidos a formas impulsivas não padronizadas. Embora inédito e aceito
amplamente, o critério do efeito disruptivo proposto por Witzke e Bliss apresenta uma
incoerência. A afirmação de que as formas impulsivas plenas, cortada na região de cauda e
cortada na região de frente possuem a mesma severidade para a isolação é errônea. Mesmo com
amplitudes diferentes, existem solicitações do dielétrico específicas para cada tipo de forma,
justificando a existência de diferentes ensaios dielétricos.
Em 1954, Jones (15) simplificou o método original do efeito disruptivo proposto por
Witzke e Bliss, assumindo a constante U0 = 0. A razão para a simplificação era de que não foi
possível obter um conjunto de constantes positivas que representassem a isolação de
transformadores com tensão nominal a partir de 138 kV. Desta forma a equação (8) resultou na
equação (12). Jones concluiu que o método do efeito disruptivo nesta forma apresentava
resultados satisfatórios para tempos de disrupção superiores a 1 µs.
(12)
, (13)
, (14)
Onde:
dx – variação infinitesimal da distância entre os eletrodos.
v(x,t) – velocidade que a ponta da descarga percorre a distância entre os eletrodos.
k – constante que depende da geometria dos eletrodos, do mecanismo de descarga e da
polaridade da tensão aplicada.
Ub – Valor crítico de tensão necessário para o início do processo de formação da descarga
disruptiva.
(15)
(16)
Onde:
d – distância entre os eletrodos.
t1 – instante de tempo no qual a tensão aplicada excede a tensão crítica Ub, ou seja,
U(t1) = U0.
ta – parcela do tempo de disrupção denominada de formative time lag.
F – constante correspondente ao efeito disruptivo DE.
a ar com campo elétrico não uniforme ocorreria em três etapas distintas. Inicialmente existe a
formação de corona em regiões com alta densidade de campo elétrico em torno dos eletrodos.
Nesta etapa, a tensão é inferior à tensão necessária para a ocorrência da descarga disruptiva
final. Se a tensão aplicada ultrapassar este valor, inicia-se então a formação dos streamers, que
percorrem o meio dielétrico em direção ao eletrodo oposto. Nesta etapa ainda não ocorre a
descarga disruptiva final. Na segunda etapa, os leaders se desenvolvem e viajam em direção ao
eletrodo oposto, atravessando o meio isolante e conectando-os eletricamente. Sua velocidade
de propagação depende da tensão aplicada e da distância entre os eletrodos. É nesta etapa que
ocorre a descarga disruptiva.
Durante o desenvolvimento destas etapas, se a tensão aplicada for reduzida para valores
abaixo do valor crítico, o processo é interrompido. Com estas considerações, Rusck apresentou
o método do efeito disruptivo conforme equação (17), onde R é uma constante.
(17)
Onde:
R – constante correspondente ao efeito disruptivo DE.
(18)
(19)
Onde:
α – constante do método do efeito disruptivo implementada por Chowdhuri.
tb – instante de ocorrência da descarga disruptiva.
% ∙ (20)
Onde:
n – parâmetro que determina o limite inferior de U0 para um coeficiente de confiança γ.
Geralmente, γ = 95%.
s – desvio padrão da tensão U50% para uma distribuição normal.
49
35 35
DE% DE%
25 25
KIND(+) KIND(-) KIND(+)
20 20
KIND(-)
15 15
CHOW(+)
CHOW(-)
10 10
CHOW(-)
5 5
CHOW(+)
0 0
1 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 1 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0
U0/U 50% U0/U50%
(a) (b)
Figura 9 – Desvio padrão σDE em função da relação U0/U50% para as variações propostas por Kind e Chowdhuri
considerando a forma 1,2 x 50 µs. (a) Isolador de ancoragem. (b) Isolador de suporte. Ambos para linhas de
3 kV DC. Adaptado de (58,59).
distribuição é feita através do modelo de acoplamento Agrawal, Price and Gurbaxani (76).
Finalmente, o cálculo de tensão induzida na linha é realizado pelo programa computacional
YALUK, desenvolvido por Perez (77).
Para verificar a influência da modelagem da descarga disruptiva na amplitude da
sobretensão induzida e consequentemente na taxa de falha, dois critérios foram utilizados. O
primeiro deles refere-se a uma recomendação do IEEE Transmission and Distribution
Committee, no qual a descarga disruptiva ocorre assim que a sobretensão ultrapassa a tensão
U50%, multiplicada pelo fator 1,5 (68,69). Este fator consiste em uma aproximação para levar
em conta a última porção da curva V x t, ou seja, aquela com maior inclinação. Neste caso, a
ocorrência da descarga disruptiva nos isoladores não depende da forma impulsiva resultante.
No segundo critério, a descarga disruptiva ocorre com base no método do efeito disruptivo
conforme apresentado na equação (8) e, portanto, passa a depender da forma impulsiva
incidente.
Os parâmetros do modelo do efeito disruptivo, DE, U0 e K, foram obtidos através de
ensaios realizados em laboratório, utilizando a forma padronizada na polaridade positiva. Neste
caso, foi ensaiado um isolador do tipo pino, classe 15 kV, tipicamente utilizado em linhas de
distribuição. O isolador foi instalado em uma cruzeta de madeira, no topo de um poste de
concreto, com distância do isolador ao centro do poste de 40 cm. Duas configurações de ensaio
foram utilizadas para o levantamento da curva V x t.
Na primeira configuração, o pino suporte do isolador é conectado diretamente ao ponto
de aterramento, reproduzindo a condição em que a suportabilidade da linha depende
essencialmente do isolador. Neste caso a tensão U50% obtida foi de 100 kV. Na segunda
configuração, este aterramento é removido e a suportabilidade da linha é influenciada pelo
trecho de madeira da cruzeta, resultando na tensão U50% de 165 kV. A Figura 10 apresenta as
curvas V x t para as duas configurações de montagem do ensaio.
52
400
U (kV)
350
300
250
200 (b)
U50% = 165 kV
150
(a)
U50% = 100 kV
100
50
0
0 2 4 6 8 10 12 14
Tempo (µs)
Figura 10 – Curvas V x t obtidas através de ensaio para o isolador do tipo pino, classe 15 kV, polaridade positiva.
(a) Ensaio realizados somente com o isolador. (b) Ensaio realizado com o isolador e um trecho da cruzeta.
Adaptado de (67).
A simulação das descargas atmosféricas através do método de Monte Carlo foi utilizada
para avaliar o número de falhas nos isoladores causadas por sobretensões induzidas. As
sobretensões originadas por descargas atmosféricas diretas no condutor da linha não foram
consideradas neste caso.
Inicialmente, um número elevado de descargas atmosféricas, geralmente superior a
25000, é gerado aleatoriamente. Estas descargas são caracterizadas através de três parâmetros:
valor de pico da corrente de retorno Ip, tempo de frente da corrente de retorno tfi e coordenadas
do ponto de incidência xi e yi. Os parâmetros Ip e tfi seguem a distribuição log-normal para as
primeiras correntes de retorno negativas adotados pelo CIGRÉ (78), assumindo os valores de
53
1000 1000
Utilizando 1,5·U50%
Utilizando o efeito disruptivo DE
Falhas/100 km/ano
100
Falhas/100 km/ano
10 10
1 Utilizando 1,5·U50%
1
Utilizando o efeito disruptivo DE
Utilizando 1,2·U50%
0,1 0,1
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
U(kV) U(kV)
(a) (b)
Figura 11 – Taxa de falha ou ocorrência de disrupção para a linha de 1,2 km. (a) Condutividade do solo de
σ = 0,01 S/m. (b) Condutividade do solo de σ = 0,001 S/m. Adaptado de (67).
54
2.5.2 Exemplo 2 – Sobretensões Induzidas em Sistemas de Neutro Ressonante
Este exemplo apresenta uma análise das sobretensões induzidas em uma linha de
distribuição trifásica do tipo convencional, levando em consideração o efeito das descargas
disruptivas nos isoladores e a operação da linha através do sistema de neutro ressonante. Para
maiores detalhes desta aplicação é necessário consultar Napolitano et al. (4).
Em 2011, a AES Sul Distribuidora Gaúcha de Energia, iniciou junto ao LAT-EFEI os
estudos para a avaliação dos impactos da implantação de um sistema de neutro ressonante em
subestações e alimentadores que antes operavam com o neutro solidamente aterrado. O
principal benefício da instalação deste sistema é o aumento da taxa de disponibilidade da rede,
uma vez que não é necessária a operação dos três polos do disjuntor para um defeito monofásico
(fase terra). No entanto, tem-se o aumento da tensão nas fases sãs até que o defeito seja
eliminado pela equipe de manutenção. Neste caso, todos os equipamentos instalados neste
alimentador e principalmente os para-raios ficarão submetidos a uma tensão temporária acima
do valor previsto na etapa de projeto, devendo ser substituídos por outros com tensão nominal
adequada.
Este fato motivou o desenvolvimento de um procedimento para minimizar o número de
para-raios a serem substituídos. Os para-raios atualmente instalados devem ser removidos e os
novos para-raios devem ser instalados apenas nos locais onde sua proteção seja eficaz, evitando
sobreposições desnecessárias das áreas de proteção, e consequentemente, reduzindo os custos
da instalação do sistema de neutro ressonante.
Borghetti et al. (2) traz resultados preliminares da análise da zona de proteção de para-
raios e centelhadores utilizados em uma linha de distribuição trifásica de classe 25 kV,
submetida a descargas atmosféricas indiretas. Para as simulações considerando o sistema de
neutro ressonante, o procedimento de cálculo das sobretensões induzidas apresentado nas
referências (79,80) foi devidamente adaptado para levar em consideração o efeito da tensão
nominal da rede na frequência industrial (60 Hz).
A linha de distribuição avaliada neste exemplo apresenta as mesmas características
daquelas utilizadas na AES Sul para a classe 15 kV. O comprimento total da linha é de 2 km,
localizada em uma área de 0,6 km2 para a simulação das descargas atmosféricas. A Figura 12
mostra a configuração convencional do poste e a visão superior da linha, destacando os dois
pontos de incidência das descargas atmosféricas que serão avaliados posteriormente. A linha
apresenta casamento de impedância em suas extremidades.
55
Isolador a b c 50 A B
500 0
Cruzeta de madeira
Centro da linha
450 450
Suporte metálico -50
Poste de concreto
-100
-1500 -1000 -500 0 500 1000 1500
(m)
(a) (b)
Figura 12 – Linha de distribuição analisada no Exemplo 2. (a) Configuração convencional do poste com
distâncias em milímetros. (b) Visão superior da linha. Adaptado de (4).
Para o cálculo do número esperado de falhas que ocorrem na linha em análise devido às
sobretensões induzidas, é necessário representar a disrupção nos isoladores. Neste caso, a
disrupção é modelada através de chaves controladas por tensão ou através do método do efeito
disruptivo, segundo a equação (8). Assim como no Exemplo 1, a disrupção através de chaves
controladas por tensão depende diretamente do valor U50% dos isoladores. Neste caso foram
utilizados os critérios de 1,0·U50% e 1,5·U50%, sendo o último uma recomendação do IEEE
Transmission and Distribution Committee através da norma IEEE Std-1410 (68,69).
No entanto, cabe ressaltar que o critério de 1,5·U50% resulta em taxas de falha
subestimadas. Estas considerações estão em concordância com os resultados de ensaios obtidos
por Lopes et al. (12), nos quais a relação entre as tensões U50% para as formas 1,2 x 5,0 µs e
1,2 x 50 µs é de 1,13. Apesar destas considerações, este exemplo utiliza o critério de 1,5·U50%
devido a sua recomendação na norma IEEE Std-1410.
Os parâmetros DE, U0 e K utilizados na modelagem do efeito disruptivo dependem
diretamente da configuração da rede utilizada, apresentada na Figura 12 (a). Para a fase B, a
distância entre o pino do isolador e o suporte metálico da cruzeta não é considerada, resultando
em U0 = 0,9·U50%, DE = 60,9 kV·µs e K = 1. Para as fases A e C, tem-se K = 1, U0 = 165 kV e
DE = 255 kV·µs, resultantes da soma de 0,9·U50% dos isoladores com a tensão U50% do trecho
de 0,6 m da cruzeta, que é igual a 250 kV/m multiplicado pelo fator 0,7 para a condição sob
chuva (69,81). A condutividade do solo é de 1 mS/m e a resistência de aterramento dos postes
é de 50 Ω.
Como resultado das simulações, tem-se o número esperado de sobretensões que
excedem o valor da abcissa para cada poste e cada fase da linha, devido a implementação do
método do efeito disruptivo conforme parágrafo anterior. O procedimento de simulação das
56
descargas atmosféricas indiretas utiliza as mesmas técnicas do Exemplo 1, diferenciando-se
apenas no programa computacional para o cálculo final das sobretensões induzidas, que neste
caso é o LIOV-EMTP (82,83).
A Figura 13 apresenta as sobretensões induzidas no ponto central da linha de
distribuição para uma descarga atmosférica no ponto A, com amplitude de 12 kA. O conjunto
de para-raios também está instalado no ponto central da linha. Nota-se na Figura 13 (a) o efeito
da atuação destes para-raios, limitando as sobretensões para valores de crista em torno de 40 kV.
A Figura 13 (b) apresenta as sobretensões induzidas sem a presença dos para-raios e com o
modelo do efeito disruptivo representado. Nota-se que ocorre a disrupção apenas na fase B, que
é a fase com menor tensão U50%.
U(kV) U(kV)
180 180
160 Sem para-raios 160 Fase a
Com para-raios Fase b
140 140
Fase c
120 120
100 100
80 80
60 60
40 40
20 20
a
0 c 0
b
-20 -20
0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6
Tempo (µs) Tempo (µs)
(a) (b)
Figura 13 – Sobretensões induzidas no ponto central da linha de distribuição energizada para uma descarga
atmosférica no ponto A, Exemplo 2. (a) Atuação dos para-raios. (b) Atuação do modelo do efeito disruptivo na
fase B. Adaptado de (4).
10 10
Diretas Sem cabo de aterramento
Indiretas com = 1 mS/m Rt=50 ohm, L=40m
amplitude maior que a abcissa
0,1
0,01 0,1
50 100 150 200 50 100 150 200
U(kV) U(kV)
(a) (b)
Figura 14 – Frequência anual de ocorrência de descargas atmosféricas que levam a tensões induzidas superiores
a abcissa em pelo menos uma das fases. (a) Simulação sem cabo de aterramento, com σ = 1 e 10 mS/m. (b)
Simulação com cabo de aterramento para σ = 1 mS/m, Rt = 50 e 400, L = 40 e 240 m. Adaptado de (4).
Cabo de Entre
Modelo Rt (Ω) Total Fase A Fase B Fase C
Aterramento Fases
DE 50 Não 0,816 0,045 0,816 0,013 0,045
(1)
DE 50 Sim 0,244 0,017 0,244 0,006 0,017
U50% 50 Não 0,948 0,103 0,948 0,054 0,107
1,5∙U50% 50 Não 0,485 0,024 0,485 0,009 0,024
DE 400 Não 0,816 0,057 0,816 0,024 0,057
U50% 400 Não 0,948 0,094 0,948 0,052 0,100
1,5∙U50% 400 Não 0,485 0,022 0,485 0,008 0,022
(1) aterrado a cada 40 m.
59
U0
t
(a)
U0
U0
t t
(b) (c)
Figura 15 – Curvas V x t para diferentes tempos de corte. (a) Instantes de corte na região de cauda para forma
impulsiva com cauda longa. (b) Instantes de corte nas regiões de cauda e frente para forma impulsiva com cauda
curta. (c) Instantes de corte na região de frente. Adaptado de (19).
3.1 Definições
SG R1 SG R1
V0 C1 R2 C 2 U(t) V0 C1 R2 C 2 U(t)
(a) (b)
Figura 16 – Configurações para a construção do gerador de impulsos de tensão. Adaptado de (85).
(21)
Onde:
A1 – constante de tempo responsável pela cauda do impulso.
A2 – constante de tempo responsável pela frente do impulso.
t – tempo.
A equação (21) é composta por dois termos exponenciais que somados resultam na
tensão impulsiva representada pela linha cheia da Figura 17. As constantes de tempo A1 e A2
relacionam-se com os parâmetros do gerador de impulsos através das equações (22) e (23).
Conhecendo-se as constantes de tempo para cada forma impulsiva é possível determinar o
instante de tempo em que a tensão U(t) atinge seu valor máximo através da equação (24) (85).
63
U (t)
(- A 1 ·t)
V0 e
R 1 ·C 2 (A 2 - A 1 )
U m ax
1 /A 2 1 /A 1
0
tm ax t
(- A 2 ·t)
V0 e
R 1 ·C 2 (A 2 - A 1 )
V0
R 1 ·C 2 (A 1 - A 2 )
Figura 17 – Composição da tensão impulsiva através de função com dupla exponencial.
(22)
(23)
⁄
á (24)
Onde:
R1 – resistor de frente do gerador de impulsos de tensão.
R2 – resistor de cauda do gerador de impulsos de tensão.
C1 – capacitor de carga do gerador de impulsos de tensão.
C2 – capacitor de descarga (surto) do gerador de impulsos de tensão.
tmáx – instante de tempo correspondente ao valor de crista da forma impulsiva.
RS
R'd6 U(t)
SG
C'S6 R'e6
R'L6 R'd5
SG
C'S5 R'e5
R'L5 R'd4
SG
C'S4 R'e4
6 Cb Rdiv
estágios R'L4 R'd3
SG
C'S3 R'e3
R'L3 R'd2
SG
C'S2 R'e2
R'L2 R'd1
SG
Tensão de Carga
V0
Ne R'L (kΩ) R'd (Ω) R'e (Ω) RS (Ω) Rdiv (kΩ) C'S (nF) Cb (nF)
1 12,1 10,0 99,4 250,0 1224,0 2250,0 70,4 31,45 73,6 1,05
2 5,0 10,0 97,3 249,5 1012,0 2230,0 141,2 - 74,8 -
3 4,6 13,2 101,7 257,4 1021,0 2240,0 208,2 - 71,7 -
4 4,7 10,0 102,1 252,2 989,0 2240,0 278,8 - 72,9 -
5 4,9 9,9 99,4 242,2 1019,0 - 346,2 - 72,4 -
6 4,9 9,9 99,5 246,2 1023,0 - - - 73,4 -
SG R'di Rs
(25)
66
(26)
(27)
∑ ∑
(28)
(29)
Com base nas equações (25) a (29) e utilizando dos parâmetros apresentados na Tabela
3, foi desenvolvido um código de programação em Matlab®, cujo fluxograma de funcionamento
está apresentado na Figura 71 do ANEXO A. Este programa computacional tem como objetivo
fornecer a primeira estimativa dos valores das resistências R1 e R2 para a composição das formas
não padronizadas. Devido à impossibilidade de modificação dos parâmetros capacitivos do
gerador, apenas os parâmetros resistivos R’d, RS e R’e foram alterados durante os cálculos.
Inicialmente, foram selecionadas 16 formas não padronizadas, listadas na Tabela 4,
combinando diversos tempos de frente e de cauda, além da forma padrão. Os tempos de frente
e cauda relacionados na Tabela 4 constituem nos parâmetros de entrada tfdes e tcdes em
microssegundos para o programa de cálculo. É necessário informar também a tolerância
admitida em (%) nos cálculos, através do parâmetro tol. As faixas iniciais dos valores de
resistências R1 e R2, nas quais o programa identifica a possibilidade de se obter a forma
impulsiva desejada é informada através dos parâmetros R1min, R1max, R2min e R2max, em ohm.
Tabela 5 – Formas impulsivas consideradas. Obtenção dos resistores R1 e R2 através de simulação computacional
conforme detalhado no fluxograma do ANEXO A.
Valores de
Valores Calculados
Projeto (μs)
tf tc tf (μs) Erro (%) tc (μs) Erro (%) R1 (Ω) R2 (Ω)
0,5 5 0,48 a 0,52 -4,8 a 3,0 4,77 a 5,25 -4,6 a 5,0 200 a 220 420 a 470
0,5 10 0,48 a 0,51 -4,2 a 1,5 9,51 a 10,50 -4,9 a 5,0 180 a 190 930 a 1040
0,5 20 0,49 a 0,51 -2,9 a 2,9 19,40 a 20,80 -3,2 a 4,0 170 a 180 2000 a 2150
0,5 50 0,48 a 0,51 -4,1 a 2,1 47,50 a 52,50 -4,9 a 5,0 160 a 170 5060 a 5600
1,2 5 1,15 a 1,26 -4,1 a 4,9 4,76 a 5,23 -4,9 a 4,6 720 a 1640 120 a 320
1,2 10 1,14 a 1,26 -5,0 a 4,9 9,52 a 10,50 -4,8 a 5,0 500 a 580 790 a 910
1,2 20 1,16 a 1,30 -3,7 a 8,1 18,00 a 21,80 -10,0 a 8,9 450 a 500 1700 a 2100
1,2 50 1,15 a 1,26 -4,5 a 5,0 47,50 a 52,50 -5,0 a 5,0 400 a 440 4900 a 5450
3 10 2,72 a 2,94 -9,4 a -2,0 10,10 a 11,00 1,2 a 9,8 2000 a 4000 250 a 550
2,9 16,1 2,76 a 3,03 -5,0 a 4,5 15,30 a 16,80 -5,0 a 4,2 1450 a 1700 1050 a 1250
4,5 16,1 4,28 a 4,54 -5,0 a 0,8 16,00 a 16,90 -0,9 a 4,9 3300 a 4500 550 a 800
5 20 4,75 a 5,11 -4,9 a 2,2 19,00 a 21,00 -4,8 a 4,8 3100 a 3600 950 a 1200
5 50 5,06 a 5,25 1,1 a 4,9 47,50 a 52,00 -4,9 a 4,1 2200 a 2300 4150 a 4600
10 50 9,52 a 10,50 -4,8 a 4,8 47,60 a 52,30 -4,8 a 4,7 5200 a 6400 3000 a 3700
68
Tabela 6 – Formas impulsivas. Avaliação dos resistores R’d e R’e através de simulação computacional, utilizando
o ATPDraw (ANEXO B).
Valores de
Valores Calculados
Projeto (μs)
tf tc tf (μs) Erro (%) tc (μs) Erro (%) R'd (Ω) R'e (Ω) Rs (Ω)
0,5 5 0,5 0,0 4,7 -5,6 6 x 25 3 x 50, 3 x 100 70
0,5 10 0,5 4,0 9,4 -6,0 6 x 10 3 x 100, 3 x 275 140
0,5 20 0,6 12,0 18,2 -8,8 6 x 10 6 x 350 140
0,5 50 0,5 4,0 52,5 4,9 3 x 10, 3 x 25 6 x 1400 70
1,2 5 1,2 0,8 5,1 2,4 6 x 100 6 x 50 210
1,2 10 1,3 7,5 10,2 2,2 6 x 50 6 x 150 350
1,2 20 1,2 -3,3 19,3 -3,5 3 x 25, 3 x 50 6 x 350 210
1,2 50 1,2 0,0 50,4 0,7 6 x 10 6 x 1265 350
3 10 2,7 -8,7 10,9 8,6 6 x 350 6 x 100 70
2,9 16,1 2,7 -7,6 16,9 5,1 3 x 100, 3 x 350 3 x 150, 3 x 350 140
4,5 16,1 4,1 -9,6 16,1 -0,2 3 x 350, 3 x 650 6 x 150 350
5 20 4,8 -3,2 20,3 1,6 6 x 650 3 x 150, 3 x 275 70
5 50 5,1 2,0 52,2 4,3 6 x 350 6 x 1000 350
10 50 9,7 -3,0 49,4 -1,1 6 x 1300 3 x 350, 3 x 1000 350
Para a fabricação dos resistores R’d e R’e relacionados na Tabela 6 foram utilizados
fios de Níquel-Cromo (NiCr), que apresentam alta resistividade e boa resistência frente à
oxidação, suportando temperaturas de até 1200 °C. As estruturas dos resistores foram
fabricadas com as mesmas dimensões e características das estruturas originais. As
extremidades, utilizadas para a conexão dos resistores na estrutura do gerador, foram fabricadas
utilizando liga de cobre e zinco (latão) e o corpo principal foi constituído em nylon. Os
resistores são encapsulados com filme de policarbonato, a fim de evitar o acúmulo de impurezas
na superfície e evitar danos ao suporte de nylon.
Conhecendo-se o comprimento disponível na estrutura de nylon para enrolar o fio de
Níquel-Cromo, é possível calcular a bitola ideal para cada conjunto de resistores, admitindo-se
a elevação máxima de temperatura de 5 °C para 01 impulso de tensão. A energia máxima
dissipada foi obtida com base nas simulações realizadas no ATPDraw® para cada conjunto de
resistores e para cada forma impulsiva na qual estes são utilizados. A elevação de temperatura
nos resistores é calculada através da equação (30), considerando que no instante do impulso
não há troca de calor entre o fio e o meio externo.
69
(30)
Onde:
Q – energia dissipada no resistor para 01 impulso.
m – massa total do fio NiCr utilizado.
c – calor específico da liga de NiCr.
ΔT – elevação de temperatura.
(a) (b)
Figura 20 – (a) Vista geral do gerador de impulsos. (b) Detalhe dos resistores R’d e R’e.
71
Os isoladores ensaiados neste trabalho são dos tipos pino e pilar, fabricados em
porcelana e comumente encontrados nas classes de tensão de 15 kV e 25 kV, também
conhecidas como média tensão. A parcela de isoladores do tipo pino consiste na maioria e são
amplamente utilizados nas concessionárias de distribuição de energia elétrica em todo o Brasil,
sendo a alternativa mais econômica quando comparado com os isoladores do tipo pilar.
Por outro lado, o isolador do tipo pilar geralmente apresenta maior distância de
escoamento e nível mais elevado de tensão disruptiva crítica. Além disso, a possibilidade de
perfuração devido à concentração de campo elétrico entre o condutor energizado e a sua base
metálica não existe para este tipo de isolador. Isto ocorre pelo fato de não possuir o pino de
fixação instalado internamente. Entretanto, o custo deste tipo de isolador é aproximadamente
04 (quatro)1 vezes maior que o custo do isolador do tipo pino, impactando diretamente na
construção de novas redes de média tensão.
A Figura 21 mostra uma representação geral dos isoladores ensaiados, onde a diferença
entre as classes de 15 kV e 25 kV para os tipos pino e pilar ocorre apenas nas dimensões,
preservando o formato e as características principais. As dimensões foram omitidas a fim de
preservar a identidade do fabricante.
1
Esta informação foi obtida junto a uma concessionária de energia elétrica no ano de 2012.
72
(a) (b)
Figura 21 – (a) Desenho representativo para os isoladores do tipo pino. (b) Desenho representativo para os
isoladores do tipo pilar.
ui
u3 X
u2 0 X X X
u1 0 X X 0 ∙∙∙
u0 0 0 0
...
V x t obtida torna-se função do passo Δu escolhido entre os níveis, bem como do número N de
aplicações de tensão para cada nível. A correta representação da dispersão intrínseca da curva
V x t para cada isolação depende da escolha destes fatores.
Un
U pn-1
U p4 Curva V x t
U p3
U p2
U p1
77
Neste trabalho, os resultados dos ensaios para a obtenção das curvas V x t são
apresentados no formato gráfico, nos quais é possível identificar o comportamento da
suportabilidade dielétrica para cada forma impulsiva e tipo de isolador, comprovando a
polaridade mais crítica e sua respectiva dispersão dos pontos. Além disso, o valor médio da
tensão U50% é apresentado no mesmo gráfico. Os intervalos de confiança não foram
apresentados a fim de não comprometer a visualização das curvas V x t. Conforme discutido
no Capítulo 2, as características de cada curva V x t possuem impacto direto na determinação
das constantes do modelo do efeito disruptivo DE, U0 e K, a serem obtidas no Capítulo 4.
A Figura 23 até a Figura 26 apresentam as curvas V x t obtidas para os isoladores
ensaiados na forma padronizada 1,2 x 50 µs. Os pontos referentes às polaridades positiva e
negativa são representados pelos símbolos (□) e (○), respectivamente. A tensão U50% para as
polaridades positiva e negativa são representadas pelas linhas contínua e tracejada. Os
resultados para todas as formas impulsivas ensaiadas estão compilados no ANEXO G, enquanto
os comentários e observações pertinentes às curvas V x t estão relacionados no Capítulo 6.
Figura 23 – Curva V x t para o isolador do tipo pino, classe 15 kV, forma 1,2 x 50 µs.
78
Figura 24 – Curva V x t para o isolador do tipo pino, classe 25 kV, forma 1,2 x 50 µs.
Figura 25 – Curva V x t para o isolador do tipo pilar, classe 15 kV, forma 1,2 x 50 µs.
79
Figura 26 – Curva V x t para o isolador do tipo pilar, classe 25 kV, forma 1,2 x 50 µs.
80
81
(31)
Onde:
DE – efeito disruptivo.
U(t) – tensão aplicada na isolação em função do tempo.
U0 – tensão suportável pela isolação sem causar disrupção.
α – constante adimensional do método do efeito disruptivo.
t0 – instante em que U(t) > U0.
t – tempo.
% ∙ (32)
82
Onde:
n – parâmetro que determina o limite inferior de U0 para um coeficiente de confiança γ.
Geralmente γ = 95%.
s – desvio padrão da tensão U50% para uma distribuição normal.
Este item descreve, de forma detalhada, o procedimento utilizado para a definição das
constantes e a reprodução das curvas V x t a partir do modelo do efeito disruptivo da equação
(31). Para isto foram utilizados programas computacionais específicos, desenvolvidos em
Matlab®, cujos fluxogramas representativos são apresentados nos ANEXOS H, I e J. No
decorrer no desenvolvimento, optou-se por separar os códigos em três módulos, a fim de
facilitar a identificação de possíveis erros de programação e permitir a utilização de cada um
de forma isolada.
O primeiro módulo é denominado Le_Curva_V_t_Calcula_Alpha e tem como objetivo
determinar o valor médio da constante alpha, bem como armazenar todos os valores de alpha
83
em um arquivo do tipo texto para utilização no próximo módulo. O módulo seguinte possui
duas versões e tem como objetivo calcular o valor médio e o desvio padrão do efeito disruptivo.
São elas: Le_Curva_V_t_Calcula_DE_Alpha_Medio e Le_Curva_V_t_Calcula_DE_Alpha_
txt. A primeira versão calcula o valor médio e o desvio padrão do efeito disruptivo através do
valor médio de alpha, enquanto a segunda leva em consideração todos os valores de alpha
armazenados no arquivo texto. Os detalhes de cada versão deste módulo são apresentados no
item 4.2.3. O terceiro módulo é chamado de Reproduz_Curva_V_t e é responsável por
reproduzir a curva V x t com base nas constantes α, U0, µDE e σDE, determinadas anteriormente.
Além disso, são apresentados o valor mais provável (valor médio) e os intervalos de confiança
para as curvas V x t simuladas e obtidas em ensaio.
O funcionamento dos módulos é exemplificado, neste item, utilizando a curva V x t da
Figura 27, obtida através de ensaio para a forma padronizada, 1,2 x 50 µs, na polaridade positiva
e isolador do tipo pino de classe 15 kV.
Figura 27 – Curva V x t para o isolador do tipo pino, classe 15 kV, forma 1,2 x 50 µs na polaridade positiva.
O primeiro parâmetro a ser fornecido para o início das simulações consiste na tensão
U0. O Capítulo 2 apresentou uma relação de exemplos de aplicação do método do efeito
disruptivo, nos quais diferentes valores da tensão U0 foram propostos e aplicados desde o
84
surgimento do método em 1950. No entanto, uma avaliação paramétrica de U0 em relação à
U50% surgiu somente em 2007 com Ancajima et al. (58).
Neste procedimento, o desvio padrão do efeito disruptivo, σDE, é avaliado para diferentes
frações de U0 em relação à U50%, variando de 10% a 100% de U50%. Conforme apresentado
anteriormente, a aplicação deste procedimento no método do efeito disruptivo proposto por
Chowdhuri et al. resulta em pequenas variações de σDE ao longo da faixa de avaliação, o que é
considerado uma vantagem em termos de estabilidade do modelo. A Figura 28 apresenta uma
análise de σDE para a forma 1,2 x 50 µs, nas polaridades positiva e negativa, isolador do tipo
pino, classe 15 kV.
O comportamento apresentado por σDE na Figura 28 é semelhante ao relatado por
Ancajima et al. Pode-se concluir que o valor mínimo de σDE para a polaridade positiva é obtido
quando U0/U50% equivale a 90%. De certa forma, σDE apresenta pouca variação entre 70% e
100%. Para a polaridade negativa, a variação de σDE é ainda menor, mantendo-se praticamente
constante entre 40% e 100%.
Desta forma, tem-se um procedimento confiável para a determinação da tensão U0 a ser
utilizada durante as simulações. No exemplo em questão utilizou-se a relação U0/U50% = 90%.
Figura 28 – Variação de σDE em função de U0 para as polaridades positiva e negativa na forma 1,2 x 50 µs.
Isolador do tipo pino, classe 15 kV.
85
(a) (b)
Figura 29 – Exemplo de verificação dos tempos de corte para módulo de cálculo da constante α. Instantes de
cortes na cauda (a) e frente (b) para a forma 1,2 x 50 µs, polaridade positiva, isolador do tipo pino, classe 15 kV.
(33)
Onde:
Ua (t) – tensão impulsiva a aplicada na isolação com valor de crista Upa.
87
Figura 30 – Espectro de variação e valor médio de alpha para a análise da forma 1,2 x 50 µs, polaridade positiva,
isolador do tipo pino, classe 15 kV.
Este módulo foi desenvolvido para o cálculo do valor médio da constante DE,
denominado µDE e seu respectivo desvio padrão, σDE. O módulo pode ser executado em duas
versões, denominadas Le_Curva_V_t_Calcula_DE_Alpha_Medio e Le_Curva_V_t_Calcula_
DE_Alpha_txt. A análise através da primeira versão leva em consideração o valor médio de
alpha, µα, enquanto a segunda versão considera todos os valores de alpha apresentados na
88
Figura 30 para este exemplo. Para o melhor entendimento do funcionamento destes módulos,
deve-se consultar o fluxograma apresentado na Figura 75 do ANEXO I, que exemplifica o
funcionamento da primeira versão, Le_Curva_V_t_Calcula_Alpha.
De forma análoga ao módulo de cálculo da constante alpha, inicia-se com a inserção dos
principais parâmetros de entrada. Deve-se fornecer o valor médio da constante alpha, µα, e a
tensão U0 em quilovolts, bem como a localização dos arquivos .csv que compõem a curva V x t
para a qual se deseja obter a constante DE. Por fim, deve-se indicar o número de pontos
necessários para a média inicial de cada oscilograma e o passo utilizado na interpolação
polinomial.
O procedimento para armazenagem dos oscilogramas de tensão, identificação da
polaridade e definição das combinações dois a dois, sem repetição, para todos os oscilogramas
analisados, é idêntico ao utilizado no módulo anterior. Define-se também o eixo real da abcissa,
ou seja, o ponto no qual a tensão é nula para cada oscilograma analisado. Na sequência, aplica-
se a interpolação polinomial nos oscilogramas avaliados. Não há alterações no procedimento
para a definição do instante de corte em comparação com aquele utilizado previamente. Porém,
para este módulo os oscilogramas de tensão não são apresentados, uma vez que a verificação
do instante de corte e da tensão máxima foi previamente realizada no modulo de cálculo da
constante alpha.
Finalmente, calculam-se as constantes DEUa e DEUb conforme a equação (31) para os
valores de µα e U0 fornecidos. Este procedimento é repetido até que todas as combinações de
oscilogramas sejam avaliadas. Após a avaliação de todas as combinações, o módulo em questão
determina o valor médio e o desvio padrão das constantes DEUa e DEUb. A princípio não seria
necessário realizar o cálculo da constante DE em duplicidade, como é feito para as tensões que
representam Ua e Ub, bastando escolher apenas uma delas, uma vez que a equação (33) deve
ser satisfeita. Porém, neste trabalho optou-se pelo cálculo em duplicidade com o objetivo de
validação dos resultados, comprovando que os valores médios e desvios padrão são próximos
entre si.
A diferença de funcionamento entre os dois módulos desenvolvidos para o cálculo da
constante DE ocorre na escolha do valor da alpha. Na segunda versão, denominada
Le_Curva_V_t_Calcula_DE_Alpha_txt, a constante DE é avaliada para todos os valores de
alpha armazenados no arquivo .txt, e não somente para o valor médio, µα. Desta forma, o
comportamento de µDE e σDE é registrado para todos os valores de alpha, onde busca-se o valor
mínimo de σDE.
89
(a) (b)
Figura 31 – Variação do valor médio, µDE, e do desvio padrão, σDE, para a polaridade positiva (a) e negativa (b),
forma 1,2 x 50 µs, isolador do tipo pino, classe 15 kV. Ambos resultados consideram U0/U50% = 0,9.
90
Com o objetivo de validação deste módulo de simulação, as duas versões para definição
das constantes α, µDE e σDE foram monitoradas para diferentes frações de U0/U50%, nas
polaridades positiva e negativa para a forma 1,2 x 50 µs, isolador do tipo pino, classe 15 kV.
Os resultados desta comparação para as versões Le_Curva_V_t_Calcula_DE_Alpha_Medio e
Le_Curva_V_t_Calcula_DE_Alpha_txt são apresentados na Tabela 10 e na Tabela 11 para as
polaridades positiva e negativa, respectivamente. As variações de σDE e α são exibidas também
no formato gráfico, com o objetivo de facilitar a visualização das tendências entre as versões.
A Figura 32 reproduz novamente a Figura 28, porém acrescentando a variação de σDE para a
polaridade positiva na versão de cálculo proposta por Ancajima et al., enquanto a Figura 33
apresenta o comportamento de alpha.
Conforme comentado, o procedimento proposto por Ancajima quando aplicado no
método do efeito disruptivo de Chowdhuri resulta em pequenas variações de σDE,
independentemente da fração U0/U50% utilizada, o que consiste em vantagem durante a
definição de U0. Por outro lado, este não foi eficiente na definição dos parâmetros para a
polaridade negativa.
A Figura 32 mostra que a utilização do procedimento mais simples, que considera
apenas o valor de µα, conduz a resultados bastante satisfatórios uma vez que estes são
praticamente coincidentes com o procedimento abordado por Ancajima et al. Este fato garante
que o procedimento de cálculo através de µα pode ser utilizado para a forma 1,2 x 50 µs. O item
5.4 apresenta os resultados da utilização de µα para as demais formas impulsivas.
Tabela 10 – Resultados da comparação entre as duas versões de cálculo de α, µDE e σDE para a polaridade
positiva da forma 1,2 x 50 µs. Isolador do tipo pino, classe 15 kV.
Tabela 11 – Resultados da comparação entre as duas versões de cálculo de α, µDE e σDE para a polaridade
negativa da forma 1,2 x 50 µs. Isolador do tipo pino, classe 15 kV.
Figura 32 – Variação de σDE em função de U0 para as polaridades positiva e negativa, considerando as duas
versões de cálculo de α, µDE e σDE para a forma 1,2 x 50 µs. Isolador do tipo pino, classe 15 kV.
92
Figura 33 – Variação de α em função de U0 para as polaridades positiva e negativa, considerando as duas versões
de cálculo de α, µDE e σDE para a forma 1,2 x 50 µs. Isolador do tipo pino, classe 15 kV.
O terceiro módulo tem como objetivo reproduzir as curvas V x t com base nas constantes
α, U0, µDE e σDE, determinadas previamente. Além disso, são apresentados o valor mais provável
(valor médio) e os intervalos de confiança para as curvas V x t simuladas e obtidas em ensaio.
Para o melhor entendimento do funcionamento deste módulo, recomenda-se consultar o
fluxograma apresentado na Figura 76 do ANEXO J.
Inicialmente, deve-se fornecer os valores das constantes α, U0, µDE e σDE, bem como o
número de pontos para a realização da média inicial e a localização dos arquivos necessários
para a execução do respectivo módulo. Estes arquivos consistem no oscilograma pleno para a
forma analisada (formato .csv), ou seja, sem disrupção, e na planilha de controle de ensaio,
conforme exemplifica a Figura 73 do ANEXO F (formato .xls).
Ainda em relação aos dados de entrada, deve-se fornecer também os níveis de tensão
inicial e final para o ensaio virtual a ser realizado, bem como o passo e o número de aplicações
de tensão previstas para cada nível. A escolha destes parâmetros deve ser baseada nas condições
reais do ensaio para levantamento das curvas V x t em laboratório, a fim de que a característica
reproduzida através da simulação fique mais próxima da característica real.
Em seguida, o módulo procede com a identificação do arquivo .csv escolhido para o
impulso pleno e sua respectiva polaridade, definindo também o ponto de tensão nula ou zero.
Neste caso não é utilizada a interpolação polinomial, uma vez que a definição do instante de
corte ocorre através da formulação do efeito disruptivo e não mais através da leitura dos
93
oscilogramas de ensaio. Neste ponto, tem-se a definição do vetor que contém os níveis de tensão
inicial e final, conforme passo escolhido.
Iniciada a aplicação de tensão, o módulo verifica se o valor de crista, Umáx, é inferior à
tensão U0. Em caso positivo, deve-se elevar o nível de tensão inicial e reiniciar a simulação.
Em seguida, obtém-se a constante DEi de forma aleatória, com base na média µDE e no desvio
padrão σDE, utilizando a distribuição normal, conforme apresentado na Figura 34.
Em seguida, tem-se o cálculo da constante DEcalc, obtida através da equação (31) para o
impulso de tensão pleno aplicado. A equação (31) é avaliada ponto a ponto no oscilograma do
impulso pleno, partindo do instante t0, até o instante em que DEcalc ≥ DEi. Em caso positivo, o
ponto em questão consiste no instante em que ocorre a disrupção. Em caso negativo, o nível de
tensão aplicado não é suficiente para causar disrupção. Este critério de decisão é apresentado a
seguir através das equações (34) e (35).
Onde:
DEi – efeito disruptivo para a aplicação de tensão i, sorteado com base em µDE e σDE.
DEcalc – efeito disruptivo para a aplicação de tensão i, calculado através da tensão U(t).
94
Este processo se repete no mesmo nível de tensão até que o número de aplicações
informado seja atendido. Em seguida, eleva-se o nível de tensão com base no passo fornecido
e repete-se o procedimento até o nível de tensão final. A Figura 35 exemplifica o procedimento
em questão, na qual o instante inicial de avaliação da constante DE consiste em t0 e o instante
final é tb, satisfazendo a igualdade DEcalc = DEi.
Umáx
DEcalc
U0
t0 tb
Figura 35 – Definição da constante DEcalc para o impulso com tensão de crista Umáx e instante de corte tb.
Finalizadas as aplicações de tensão desde o nível inicial até o final, inicia-se a utilização
da rotina Toolbox Curve Fitting do Matlab®, que busca apresentar o valor mais provável (valor
médio) e os intervalos de confiança das curvas V x t simulada e obtida através de ensaio, nas
quais é possível verificar a dispersão dos pontos desde a região de cauda até a frente.
A Figura 36 apresenta a comparação de duas curvas V x t, obtidas para a forma
1,2 x 50 µs, na polaridade negativa, isolador do tipo pino, classe 15 kV. Os marcadores (○) e
(□) representam os pontos obtidos para a curva V x t resultante de ensaio em laboratório e
simulação computacional, respectivamente. Neste caso, a curva V x t obtida através de
simulação computacional segue o critério de disrupção apresentado nas equações (34) e (35).
95
Figura 36 – Comparação entre curvas V x t obtidas através de ensaio e através de simulação. Forma 1,2 x 50 µs,
polaridade negativa. Isolador do tipo pino, classe 15 kV.
Ao longo da realização dos ensaios para levantamento das curvas V x t para as 14 formas
impulsivas relacionadas no Capítulo 3, notou-se, na maioria dos casos, um grau de dificuldade
maior ao ensaiar os isoladores na polaridade negativa em relação à polaridade positiva. Refere-
se como dificuldade, neste ponto, a instabilidade do sistema de disparo do gerador de impulsos.
Este fato ocorreu principalmente para as formas caracterizadas por tempo de cauda curto, ou
seja, inferior a 50 µs, combinadas com frentes lentas, superiores a 1,2 µs.
Posteriormente, a avaliação dos resultados mostrou que as curvas V x t para a polaridade
negativa possuem, em geral, maior dispersão dos pontos. Este comportamento pode ser
visualizado nos resultados apresentados no ANEXO G. Nota-se, a partir destes resultados, que
o formato das curvas V x t se altera para algumas formas impulsivas. Para as descargas
disruptivas na região de cauda do impulso, a dispersão dos pontos é maior. Neste caso, a
aleatoriedade do processo de formação da descarga disruptiva é melhor observado. Na medida
em que as descargas disruptivas passam a ocorrer na região de frente do impulso, a
aleatoriedade diminui, contribuindo para um “achatamento” da característica.
A partir do conhecimento deste comportamento característico de algumas curvas V x t,
em especial para a polaridade negativa, buscou-se observar se o modelo do efeito disruptivo
96
desenvolvido seria capaz de representar não somente o valor mais provável curva V x t, como
também a dispersão associada a cada forma impulsiva, polaridade e tipo de isolador.
Inicialmente, as curvas V x t foram reproduzidas através de simulação utilizando as constantes
α, U0, µDE e σDE conforme apresentado nos itens 4.2.1 a 4.2.3. Posteriormente, surgiu a
necessidade de modificação da dispersão dos pontos na medida que a tensão aplicada era
elevada. Portanto, para a completa representação da curva V x t faz-se necessário acrescentar
mais um fator.
As características apresentadas justificam a necessidade de implementação de um
parâmetro ou variação coordenada dos parâmetros α, U0, µDE e σDE existentes, com o objetivo
de controlar a dispersão dos pontos ao longo de toda a curva V x t resultante de simulação. A
definição da tensão U0 já se encontra otimizada e vinculada ao menor desvio padrão σDE. A sua
alteração ao longo da curva V x t com o objetivo de controlar a dispersão é restrita, pois o
funcionamento do modelo do efeito disruptivo apresentado na equação (31) determina que
U0 ≤ U(tbM).
As demais constantes α, µDE e σDE apresentam pouca variação para determinada faixa
da fração U0/U50%, porém alterações no conjunto α e µDE levaram a resultados não satisfatórios
durante a reprodução das curvas V x t, fazendo com que o valor mais provável (valor médio) da
característica não correspondesse ao comportamento esperado. A última opção seria atuar no
valor de σDE, que segundo Ancajima et al. (58) possui a função de indicar o valor ótimo da
tensão U0.
Neste trabalho, a função de σDE vai além de determinar o valor ótimo de tensão U0. Ao
longo da elaboração dos códigos computacionais apresentados neste capítulo, identificou-se
que σDE poderia ser utilizado para representar também a dispersão das curvas V x t. De fato, a
dispersão de qualquer comportamento aleatório está vinculada ao desvio padrão. Uma vez que
a dispersão varia ao longo da curva V x t, o fator de controle de σDE deve depender da tensão
aplicada no isolador. Desta forma, como sugestão do fator de controle da dispersão, tem-se a
relação U0/Uaplic, conforme apresentado na equação (36). A tensão de crista Uaplic consiste na
tensão prospectiva aplicada, ou seja, o valor de crista que seria registrado caso não houvesse
disrupção.
∙ (36)
97
Onde:
σDEi – desvio padrão do efeito disruptivo que depende do nível i de tensão aplicada.
Uaplici – valor de crista prospectivo da tensão aplicada para o nível i.
O efeito que a equação (36) provoca no desvio padrão σDEi pode ser representado pela
Figura 37, onde é possível visualizar a sua redução controlada com base na tensão aplicada. Na
medida em que a tensão aplicada é elevada, o desvio padrão da distribuição normal diminui,
contribuindo para a redução da dispersão e acomodação dos pontos ao redor do valor mais
provável na curva V x t simulada.
µDE , σDEn
µDE , σDE2
µDE , σDE1
Figura 38 – Comparação entre curvas V x t obtidas através de ensaio e através de simulação com o fator de
variação do desvio padrão. Forma 1,2 x 50 µs, polaridade negativa. Isolador do tipo pino, classe 15 kV.
99
Tabela 12 – Parâmetros para a simulação do efeito disruptivo na forma 1,2 x 50 µs. Modelo Chowdhuri et al.
Polaridade
Figura 39 – Comparação entre curvas V x t obtidas através de ensaio e através de simulação com o fator de
variação do desvio padrão. Forma 1,2 x 50 µs, polaridade positiva. Isolador do tipo pino, classe 15 kV.
Figura 40 – Comparação entre curvas V x t obtidas através de ensaio e através de simulação com o fator de
variação do desvio padrão. Forma 1,2 x 50 µs, polaridade negativa. Isolador do tipo pino, classe 15 kV.
101
Figura 41 – Comparação entre curvas V x t obtidas através de ensaio e através de simulação com o fator de
variação do desvio padrão. Forma 1,2 x 50 µs, polaridade positiva. Isolador do tipo pino, classe 25 kV.
Figura 42 – Comparação entre curvas V x t obtidas através de ensaio e através de simulação com o fator de
variação do desvio padrão. Forma 1,2 x 50 µs, polaridade negativa. Isolador do tipo pino, classe 25 kV.
102
Figura 43 – Comparação entre curvas V x t obtidas através de ensaio e através de simulação com o fator de
variação do desvio padrão. Forma 1,2 x 50 µs, polaridade positiva. Isolador do tipo pilar, classe 15 kV.
Figura 44 – Comparação entre curvas V x t obtidas através de ensaio e através de simulação com o fator de
variação do desvio padrão. Forma 1,2 x 50 µs, polaridade negativa. Isolador do tipo pilar, classe 15 kV.
103
Figura 45 – Comparação entre curvas V x t obtidas através de ensaio e através de simulação com o fator de
variação do desvio padrão. Forma 1,2 x 50 µs, polaridade positiva. Isolador do tipo pilar, classe 25 kV.
Figura 46 – Comparação entre curvas V x t obtidas através de ensaio e através de simulação com o fator de
variação do desvio padrão. Forma 1,2 x 50 µs, polaridade negativa. Isolador do tipo pilar, classe 25 kV.
A análise dos resultados apresentados no item 5.1 através de simples comparação visual
é válida e consiste no primeiro passo para a identificação da eficácia do modelo do efeito
disruptivo desenvolvido. Porém, é de grande importância comprovar a sobreposição das curvas
V x t através de métodos estatísticos, uma vez que o fenômeno envolvido na descarga disruptiva
é desta natureza. Além disso, a comparação estatística dos resultados é uma das propostas deste
trabalho.
Com este objetivo, o presente item exibe novamente os resultados gráficos para a forma
1,2 x 50 μs, porém destacando o valor mais provável (valor médio) e os intervalos de confiança
para as curvas V x t obtidas através de ensaio e simulação. Estes parâmetros permitem ainda
identificar em quais regiões da curva V x t o modelo do efeito disruptivo possui maior precisão,
bem como comprovar se os resultados são estatisticamente equivalentes através da
sobreposição dos limites.
A Figura 47 até a Figura 62 apresentam o valor mais provável e os intervalos de
confiança no formato gráfico para as simulações do modelo do efeito disruptivo realizadas no
item 5.1. Os cálculos foram desenvolvidos com o auxílio da rotina Toolbox Curve Fitting do
Matlab®, buscando o equacionamento através de exponenciais com o maior valor do coeficiente
de determinação R2, conforme mostra a equação (39). Em todos os casos simulados o
coeficiente de confiança é de 95%.
∙ ∙
∙ ∙
(39)
Onde:
f(x) – função escolhida para representar o valor mais provável e intervalos de confiança.
x – variável independente.
a,b,c,d – constantes determinadas através da rotina Toolbox Curve Fitting do Matlab®.
105
Figura 47 – Comparação entre o valor mais provável para as curvas V x t obtidas através de ensaio e simulação.
Forma 1,2 x 50 µs, polaridade positiva. Isolador do tipo pino, classe 15 kV.
Figura 48 – Comparação entre os intervalos de confiança para as curvas V x t obtidas através de ensaio e
simulação. Forma 1,2 x 50 µs, polaridade positiva. Isolador do tipo pino, classe 15 kV.
106
Figura 49 – Comparação entre o valor mais provável para as curvas V x t obtidas através de ensaio e simulação.
Forma 1,2 x 50 µs, polaridade negativa. Isolador do tipo pino, classe 15 kV.
Figura 50 – Comparação entre os intervalos de confiança para as curvas V x t obtidas através de ensaio e
simulação. Forma 1,2 x 50 µs, polaridade negativa. Isolador do tipo pino, classe 15 kV.
107
Figura 51 – Comparação entre o valor mais provável para as curvas V x t obtidas através de ensaio e simulação.
Forma 1,2 x 50 µs, polaridade positiva. Isolador do tipo pino, classe 25 kV.
Figura 52 – Comparação entre os intervalos de confiança para as curvas V x t obtidas através de ensaio e
simulação. Forma 1,2 x 50 µs, polaridade positiva. Isolador do tipo pino, classe 25 kV.
108
Figura 53 – Comparação entre o valor mais provável para as curvas V x t obtidas através de ensaio e simulação.
Forma 1,2 x 50 µs, polaridade negativa. Isolador do tipo pino, classe 25 kV.
Figura 54 – Comparação entre os intervalos de confiança para as curvas V x t obtidas através de ensaio e
simulação. Forma 1,2 x 50 µs, polaridade negativa. Isolador do tipo pino, classe 25 kV.
109
Figura 55 – Comparação entre o valor mais provável para as curvas V x t obtidas através de ensaio e simulação.
Forma 1,2 x 50 µs, polaridade positiva. Isolador do tipo pilar, classe 15 kV.
Figura 56 – Comparação entre os intervalos de confiança para as curvas V x t obtidas através de ensaio e
simulação. Forma 1,2 x 50 µs, polaridade positiva. Isolador do tipo pilar, classe 15 kV.
110
Figura 57 – Comparação entre o valor mais provável para as curvas V x t obtidas através de ensaio e simulação.
Forma 1,2 x 50 µs, polaridade negativa. Isolador do tipo pilar, classe 15 kV.
Figura 58 – Comparação entre os intervalos de confiança para as curvas V x t obtidas através de ensaio e
simulação. Forma 1,2 x 50 µs, polaridade negativa. Isolador do tipo pilar, classe 15 kV.
111
Figura 59 – Comparação entre o valor mais provável para as curvas V x t obtidas através de ensaio e simulação.
Forma 1,2 x 50 µs, polaridade positiva. Isolador do tipo pilar, classe 25 kV.
Figura 60 – Comparação entre os intervalos de confiança para as curvas V x t obtidas através de ensaio e
simulação. Forma 1,2 x 50 µs, polaridade positiva. Isolador do tipo pilar, classe 25 kV.
112
Figura 61 – Comparação entre o valor mais provável para as curvas V x t obtidas através de ensaio e simulação.
Forma 1,2 x 50 µs, polaridade negativa. Isolador do tipo pilar, classe 25 kV.
Figura 62 – Comparação entre os intervalos de confiança para as curvas V x t obtidas através de ensaio e
simulação. Forma 1,2 x 50 µs, polaridade negativa. Isolador do tipo pilar, classe 25 kV.
A análise qualitativa dos resultados exibidos desde a Figura 39 até a Figura 46 mostra
que o modelo do efeito disruptivo proposto foi capaz de reproduzir as curvas V x t para a forma
1,2 x 50 µs de maneira satisfatória considerando o valor mais provável e a dispersão dos pontos,
independentemente do tipo de isolador e polaridade. Nota-se em todos os gráficos que os
resultados de simulação se sobrepõem aos resultados de ensaios, apresentando aspecto coerente
para descargas disruptivas nas regiões de cauda, crista e frente da forma impulsiva aplicada.
Porém, uma análise quantitativa através de processos estatísticos agrega maior confiabilidade
ao modelo do efeito disruptivo desenvolvido, permitindo calcular os erros entre os resultados
de ensaios e simulação, e inferir em qual região das curvas V x t o modelo é mais preciso.
A Figura 63 e a Figura 64 mostram a variação dos erros percentuais entre o valor mais
provável das curvas V x t simulada e obtida através de ensaio para as polaridades positiva e
negativa. O modelo utilizado para representar o valor mais provável segue a equação (39). Os
valores máximos absolutos e seus respectivos percentuais para cada simulação são apresentados
na Tabela 13. A coluna Erro (µs) apresenta o valor absoluto enquanto a coluna Erro (%)
apresenta o valor percentual em relação a curva V x t de ensaio, ou seja, a referência consiste
sempre nos resultados de ensaio, conforme mostra equação (40).
% ∙ (40)
Onde:
Erro(%) – erro percentual entre o valor mais provável das curvas V x t simulada e obtida através
de ensaio.
tsimulai – instante i na curva V x t simulada.
tensaioi – instante i na curva V x t obtida através de ensaio.
114
Figura 63 – Variação percentual dos erros entre o valor mais provável das curvas V x t simuladas e obtidas
através de ensaios para a polaridade positiva na forma 1,2 x 50 µs.
Figura 64 – Variação percentual dos erros entre o valor mais provável das curvas V x t simuladas e obtidas
através de ensaios para a polaridade negativa na forma 1,2 x 50 µs.
Tabela 13 – Erro máximo entre o valor mais provável das curvas V x t simuladas e obtidas através de ensaios
para a forma 1,2 x 50 μs.
Polaridade
Figura 65 – Variação média da relação U0/U50% em relação às formas impulsivas para os isoladores do tipo pino,
classes 15 kV e 25 kV, polaridades positiva e negativa.
117
Figura 66 – Variação média da constante U0 em relação às formas impulsivas para o isolador do tipo pilar,
classes 15 kV e 25 kV, polaridades positiva e negativa.
Diferentemente da relação U0/U50% ideal, obtida para a forma padronizada 1,2 x 50 µs,
tem-se para as demais formas uma variação média entre 55% e 90% da tensão U50%. O
procedimento para a escolha do valor ideal de U0 para a composição o modelo do efeito
disruptivo é o mesmo utilizado para a forma 1,2 x 50 µs no item 4.2.1.
Na medida em que a forma impulsiva apresenta tempo de cauda igual ou inferior a 20 μs,
a relação U0/U50% diminui, tornando-se inferior a 90%. Este comportamento é melhor
visualizado nas formas 0,5 x 5 µs, 1,2 x 5 µs e 3 x 10 µs, que possuem tempos de cauda curtos.
A redução da relação U0/U50% fez-se necessária a fim de permitir a correta reprodução das
curvas V x t para instantes de disrupção na região de cauda. Caso contrário, as curvas V x t
resultantes de simulação ficariam incompletas nesta região, conforme testes realizados ao longo
das simulações.
Outro fator importante a ser considerado é a semelhança da relação U0/U50% nas
polaridades positiva e negativa, bem como nos isoladores dos tipos pino e pilar. Para algumas
formas impulsivas, a relação utilizada coincide em ambas as polaridades. Apesar das
características construtivas serem diferentes para os isoladores dos tipos pino e pilar, tem-se
uma semelhança de comportamento da relação ideal de U0/U50%, conforme observado na Figura
65 e na Figura 66.
A variação média da constante μα é apresentada na Figura 67 e na Figura 68 para os
isoladores dos tipos pino e pilar, respectivamente.
118
Figura 67 – Variação média da constante μα em relação às formas impulsivas para os isoladores do tipo pino,
classes 15 kV e 25 kV, polaridades positiva e negativa.
Figura 68 – Variação média da constante μα em relação às formas impulsivas para os isoladores do tipo pilar,
classes 15 kV e 25kV, polaridades positiva e negativa.
O valor médio da constante μα varia entre 0,258 e 0,544 para a polaridade positiva e
entre 0,330 e 0,690 para polaridade negativa. Nota-se que há uma tendência de aumento de μα
na medida em que os tempos de frente e cauda são elevados, partindo de 0,5 x 5 μs até
10 x 50 μs. De forma geral, os valores de μα são superiores para a polaridade negativa.
A variação média da constante σDE é apresentada na Figura 67 e na Figura 68 para os
isoladores dos tipos pino e pilar, respectivamente.
119
Figura 69 – Variação média da constante σDE em relação às formas impulsivas para os isoladores do tipo pino,
classes 15 kV e 25 kV, polaridades positiva e negativa.
Figura 70 – Variação média da constante σDE em relação às formas impulsivas para os isoladores do tipo pilar,
classes 15 kV e 25kV, polaridades positiva e negativa.
A variação média da constante σDE ocorre de forma menos previsível para a maioria das
formas impulsivas, ao contrário do comportamento das demais constantes, U0 e μα, analisadas.
Porém, duas características observadas na Figura 67 e na Figura 68 estão de acordo com as
principais propriedades das curvas V x t, observadas no decorrer da apresentação dos resultados
de ensaio e simulação nos Capítulos 3 e 4, respectivamente.
A primeira característica observada consiste no fato de que a dispersão das curvas V x t
para a polaridade negativa é geralmente maior, o que é comprovado comparando-se os valores
120
de σDE para ambas as polaridades. Nota-se que σDE para a polaridade negativa é superior à
polaridade positiva para a maioria das formas impulsivas. A segunda característica está
relacionada com o aumento de σDE para as formas 5 x 50 μs e 10 x 50 μs, principalmente para
os isoladores do tipo pino, e de forma menos evidente para os isoladores do tipo pilar na
polaridade negativa. O aumento de σDE é justificado pela maior dispersão dos pontos das curvas
V x t para estas formas, conforme mostra os resultados do ANEXO K.
De forma análoga aos resultados apresentados para a forma 1,2 x 50 µs, a análise das
curvas V x t exibidas no ANEXO K mostra que o modelo do efeito disruptivo proposto para as
demais formas impulsivas também conduziu a resultados satisfatórios, do ponto de vista do
valor mais provável e da dispersão dos pontos, independentemente do tipo de isolador e
polaridade.
A partir do número total de 102 curvas V x t obtidas através de ensaios em laboratório,
99 delas foram selecionadas para a definição dos parâmetros do modelo do efeito disruptivo.
As demais não apresentaram a quantidade mínima de pontos para a sua utilização, devido à
baixa eficiência do gerador de impulsos. São elas: 3 x 10 µs, 5 x 20 µs e 10 x 50 µs, isolador
do tipo pino, classe 25 kV, polaridade negativa.
Devido ao volume elevado de curvas V x t resultantes de simulação, optou-se por utilizar
um critério qualitativo para a classificação dos resultados de forma geral. Este critério consiste
em verificar a sobreposição dos intervalos de confiança ao longo de toda a curva V x t simulada.
Os resultados são considerados satisfatórios se ocorrer a sobreposição dos intervalos de
confiança em toda a extensão da curva V x t de ensaio. Ou seja, se a curva V x t de ensaio for
coincidente com a curva V x t de simulação. Neste caso, a referência de comparação consiste
na curva V x t de ensaio. Em caso de não sobreposição dos intervalos e nítida diferença de
tendência do valor mais provável, considera-se que os resultados são insatisfatórios.
A Tabela 14 apresenta a classificação e quantidade de curvas V x t, enquanto a Tabela
15 resume aquelas classificadas como insatisfatórias, destacando o tipo de isolador, classe e
polaridade.
121
Classificação Quantidade
Satisfatórias 92 93%
Insatisfatórias 7 7%
Total 99 100%
Conforme mostra a Tabela 14, 93% das curvas V x t de simulação avaliadas são
consideradas satisfatórias, comprovando a eficácia do modelo do efeito disruptivo proposto
para cada forma impulsiva.
Os resultados classificados como insatisfatórios estão concentrados, em sua maioria, nas
formas com tempo de frente de 0,5 μs, região de frente e polaridade negativa. Este fato ocorre
principalmente devido à elevada inclinação destas curvas V x t, que possuem tempo de frente
rápido e eficiência do gerador de impulsos próxima de 90%, contribuindo para que níveis de
tensão mais elevados sejam alcançados e que possíveis desvios entre a curvas V x t de ensaio e
simulação sejam evidenciados.
Para a curva V x t na forma 3 x 10 μs, relacionada na Tabela 15, tem-se uma influência
prejudicial que a quantidade reduzida de pontos da curva V x t exerce na concepção do modelo
do efeito disruptivo e, consequentemente, na reprodução da curva V x t. Desta forma, seria
necessário um número maior de aplicações de tensão, complementando os pontos de ocorrência
de disrupção na região de crista e de frente da curva V x t de ensaio. Cabe ressaltar que este fato
ocorre também para outras formas impulsivas, conforme mostra o ANEXO K.
122
6 Conclusões
De modo geral, os pesquisadores e profissionais envolvidos com a coordenação de
isolamento encontram-se sempre à procura da melhor representação dos componentes e
equipamentos dos sistemas elétricos em suas análises e estudos. Neste aspecto, uma modelagem
mais detalhada conduz a resultados mais precisos, porém demanda maior esforço
computacional. Por outro lado, estimativas menos precisas podem ser obtidas para modelagens
mais simples.
A representação das isolações auto-recuperantes nos estudos de coordenação de
isolamento consiste em um exemplo típico do exposto acima. Em se tratando mais
especificamente dos isoladores de porcelana utilizados em redes de distribuição de média
tensão, tem-se que sua representação nos estudos de sobretensões induzidas devido as descargas
atmosféricas indiretas é de fundamental importância. Uma vez que é através destes que as
descargas disruptivas se processarão em sua grande maioria, traduzindo posteriormente em
taxas de falhas anuais em função das sobretensões esperadas.
Em se tratando da modelagem do comportamento dielétrico dos isoladores de porcelana,
dos tipos pino e pilar, este trabalho completa um ciclo de pesquisa no qual foram avaliadas as
diferentes maneiras de representação da isolação, partindo da mais simples à mais complexa.
No modelo mais simples, tem-se como parâmetro a tensão disruptiva crítica – U50%, que
representa o valor de tensão com probabilidade de 50% de causar uma descarga disruptiva, sem
qualquer informação do instante em que esta ocorre. Os resultados deste trabalho estão
resumidos nas referências (12,14).
Na sequência, tem-se uma forma mais elaborada de representação, denominada curvas
V x t. Nas curvas V x t, a ocorrência de disrupção não depende apenas da probabilidade de 50%,
mas passa a ocorrer ao longo de uma faixa pré-estabelecida através de ensaios, desde a região
de cauda até a região de frente. Na medida em que a tensão aplicada é elevada, a probabilidade
de ocorrência de disrupção aumenta e o instante em que esta ocorre diminui. Um extenso
conjunto de resultados abordando as curvas V x t nas polaridades positiva e negativa para 14
formas impulsivas foram apresentados no Capítulo 3.
Finalmente, tem-se a maneira mais completa de representação do comportamento
dielétrico da isolação, que consiste no método do efeito disruptivo. A sua utilização permite
representar de forma fiel o instante de ocorrência da descarga disruptiva para qualquer nível de
tensão aplicada, incluindo os efeitos de dispersão natural ao redor desta. A sua formulação
123
6.1 Curvas V x t
125
6.3 Publicações
TOSSANI, F., NAPOLITANO, F., BORGUETTI, A., NUCCI, C. A., LOPES, G. P.,
MARTINEZ, M. L. B., DOS SANTOS, G. J. G. Estimation of the Influence of Direct
Strokes on the Lightning Performance of Overhead Distribution Lines. IEEE
PowerTech. Eindhoven. Netherlands. June. 2015.
BORGHETTI, A., NAPOLITANO, F., NUCCI, C. A., TOSSANI, F., DOS SANTOS,
G. J. G., FAGUNDES, D. R., LOPES, G. P., MARTINEZ, M. L. B. Indirect Lightning
Performance of a Real Distribution Network with Focus on Transformer Protection.
2014 International Conference on Lightning Protection (ICLP). Shanghai. China, 2014.
BORGHETTI, A., NAPOLITANO, F., NUCCI, C. A., TOSSANI, F., DOS SANTOS,
G. J. G., FAGUNDES, D. R., LOPES, G. P., MARTINEZ, M. L. B. Selection of MV/LV
Transformers to be Protected by Surge Arresters Against Lightning Overvoltages. 2014
International Conference on Lightning Protection (ICLP). Shanghai. China, 2014.
128
NETO, E. T. W., LOPES, G. P., MARTINEZ, M. L. B., DE SALLES, C. Chopped
Impulses for Distribution Transformers – Their Importance for Dimensioning and
Performance Evaluation. 2014 International Conference on Lightning Protection
(ICLP). Shanghai. China, 2014.
129
Uma vez que os resultados apresentados possuem uma abordagem do ponto de vista de
engenharia, onde se buscou determinar o comportamento dielétrico de isoladores de
distribuição em redes de média tensão através do modelo do efeito disruptivo, tem-se como
primeira proposta para trabalhos futuros a investigação mais aprofundada dos fenômenos
físicos desenvolvidos durante a formação e ocorrência das descargas disruptivas para diferentes
formas não padronizadas. Através desta abordagem, torna-se possível determinar de forma
detalhada os fatores físicos que levam ao aumento da tensão U50% para as formas com frentes
rápidas e padronizadas. Neste contexto é possível investigar também as características
particulares dos oscilogramas de corrente, a fim de estabelecer correlações com os diferentes
resultados para a tensão U50% e para as curvas V x t.
Considerando ainda os isoladores dos tipos pino e pilar de porcelana, novas condições
de ensaio podem ser levadas em consideração na determinação do modelo do efeito disruptivo
para as formas impulsivas avaliadas. Inicialmente, os ensaios para a determinação das curvas
V x t foram realizados na condição a seco. Em uma nova etapa estes ensaios podem ser repetidos
na condição sob chuva, uma vez que o LAT-EFEI dispõe de estrutura para isto.
Adicionalmente, pode-se verificar a suportabilidade dielétrica do conjunto isolador e
cruzeta nas condições a seco e sob chuva. Esta abordagem é de fundamental importância para
a coordenação de isolamento em redes de média tensão, uma vez que grande parte dos estudos
que avaliam as sobretensões devido a descargas atmosféricas diretas e indiretas utilizam estas
informações.
As primeiras tentativas de elaboração de um modelo do efeito disruptivo genérico para
determinado conjunto de formas impulsivas não conduziu a resultados satisfatórios. Com a
soma de pontos de diversas curvas V x t em uma única base de tempo e tensão, aumenta-se
também a dispersão da curva V x t composta, principalmente na região de cauda, o que contribui
para a elevação da constante σDE. Com valores elevados de σDE (superiores a 40%), o
procedimento de cálculo utilizado neste trabalho, inevitavelmente, sorteia valores negativos de
µDE, o que é considerado sem sentido físico. Para que sejam desenvolvidos modelos genéricos
do efeito disruptivo novos estudos devem ser realizados.
A equipe de trabalho do LAT-EFEI iniciou em 2014 uma avaliação completa da
suportabilidade dielétrica de seccionadoras e chaves-fusíveis de média tensão, nas classes de
15 kV e 25 kV. Os resultados iniciais envolvendo a tensão U50% e as curvas V x t para as
130
seccionadoras foram compilados e publicados para três formas impulsivas distintas na condição
a seco (13). A publicação dos resultados para as chaves-fusíveis envolve seis formas impulsivas
e foi aprovada para apresentação em congresso internacional (vide item 6.3). Assim como
foram desenvolvidos os modelos do efeito disruptivo para os isoladores de porcelana dos tipos
pino e pilar, propõe-se também o desenvolvimento destes para as chaves seccionadoras e
chaves-fusíveis.
Por fim um novo trabalho pode ser iniciado, destinando-se a avaliar a suportabilidade
dielétrica de redes compactadas, formadas por isoladores e espaçadores poliméricos. Este
estudo é capaz de fornecer parâmetros importantes relativos ao desempenho deste tipo de rede
em relação às redes convencionais, principalmente sob o ponto de vista das sobretensões
atmosféricas.
131
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(90) SHIGIHARA, M., PIANTINI, A., RAMOS, M. C. E. S., BRAZ, C. P., MAZZETTI, C.,
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Insulators Based on the Disruptive Effect Model. 2015 International Symposium on
Lighting Protection (XIII SIPDA). Balneário Comboriú. Brazil. October, 2015.
138
ANEXO A – Fluxograma para a Estimativa das Resistências Rd e Re.
Início
Digite os parâmetros
do gerador: C1, C2,
R’L total e Rdiv
Digite os parâmetros
da forma impulsiva
desejada: tfdes e
tcdes
Digite o passo e os
limites superior e
inferior para os
resistores R1 e R2
Inicializa os
vetores R1 (i=1)
e R2 (j=1)
i=i+1,...,ni
j=j+1,...,nj
Calcula as constantes de
tempo A1 e A2 Calcula os
tempos de frente tf e de
cauda tc
Erro tf e tc é Não
de ± 10%
Sim
Apresenta os
Armazena tf, tc,
valores médios de
A1, A2, R1, R2
tf, tc, A1, A2, R1, R2
Fim
Figura 71 – Fluxograma representativo do código de programação utilizado para a estimativa das resistências R1
e R2 que compõem o gerador de impulsos de tensão do LAT-EFEI.
139
R'd 10.04ohm
4 465 ohm
1265ohm
30,96 k
3
1,05 nF BAIXA
4,9 kohm 9.9ohm
Cb 25 ohm
1265ohm
1265ohm
1265ohm
1265ohm
R'L 2
1265ohm R'e
C's
TERRA
Figura 72 – Gerador de impulsos modelado no ATPDraw para forma padrão 1,2 x 50 μs.
140
ANEXO C – Determinação das Formas Impulsivas – Simulações x Ensaios.
Tabela 16 – Resultados das Simulações x Ensaios para a Determinação das Formas Impulsivas.
Forma Diferença Entre
Resultados das Simulações Resultados dos Ensaios Efic.
Impulsiva os Resultados (%)
(%)
tf x tc (μs) R'd (Ω) R'e (Ω) Rs (Ω) R'd (Ω) R'e (Ω) Rs (Ω) Δ(R'd+Rs) ΔR'e
0,5 x 5 6 x 25 3 x 50, 3 x 100 70 3 x 10, 3 x 25 6 x 100 70 20 33 88
0,5 x 10 6 x 10 3 x 100, 3 x 275 140 6 x 10 3 x 100, 3 x 400 140 0 33 85
0,5 x 20 6 x 10 6 x 350 140 6 x 10 6 x 400 140 0 14 90
0,5 x 50 3 x 10, 3 x 25 6 x 1400 70 3 x 10, 3 x 25 6 x 1500 70 0 7 90
1,2 x 5 6 x 100 6 x 50 210 6 x 100 6 x 50 210 0 0 62
1,2 10 6 x 50 6 x 150 350 6 x 50 6 x 150 280 11 0 79
1,2 x 20 3 x 25, 3 x 50 6 x 350 210 3 x 25, 3 x 50 6 x 400 280 16 14 87
1,2 x 50 6 x 10 6 x 1265 350 3 x 10, 3 x 25 6 x 1265 350 11 0 90
3 x 10 6 x 350 6 x 100 70 6 x 350 3 x 50, 3 x 100 350 13 -25 43
2,9 x 16,1 3 x 100, 3 x 350 3 x 150, 3 x 350 140 3 x 100, 3 x 350 3 x 100, 3 x 400 140 0 0 65
4,5 x 16,1 3 x 350, 3 x 650 6 x 150 350 3 x 350, 3 x 650 6 x 150 350 0 0 49
5 x 20 6 x 650 3 x 150, 3 x 275 70 6 x 650 3 x 150, 3 x 250 140 2 -6 44
5 x 50 6 x 350 6 x 1000 350 6 x 350 6 x 1000 140 -9 -3 74
10 x 50 6 x 1300 3 x 350, 3 x 1000 350 6 x 1300 3 x 400, 3 x 1000 280 -1 4 47
141
0,5 x 10 µs – Up = 218,4 kV
0,5 x 20 µs – Up = 224,8 kV
0,5 x 50 µs – Up = 241,8 kV
142
1,2 x 5 µs – Up = 145,4 kV
1,2 x 10 µs – Up = 186,7 kV
1,2 x 20 µs – Up = 204,4 kV
1,2 x 50 µs – Up = 212,0 kV
143
3 x 10 µs – Up = 115,9 kV
2,9 x 16,1 µs – Up = 156,6 kV
4,5 x 16,1 µs – Up = 146,5 kV
5 x 20 µs – Up = 129,6 kV
144
5 x 50 µs – Up = 176,5 kV
10 x 50 µs – Up = 141,4 kV
145
Tabela 17 – Tensão Disruptiva Crítica – U50%. Isolador do Tipo Pino Classe 15 kV.
0,5 5 0,8 140,8 0,9 1,4 22% 5,3 166,9 3,6 3,8 21%
0,5 10 1,7 135,1 1,2 2,2 17% 2,7 159,5 5,2 3,8 16%
0,5 20 2,5 127,0 1,5 2,5 10% 0,8 151,2 0,7 1,3 10%
0,5 50 1,9 128,9 3,0 3,0 12% 1,1 147,3 1,5 2,0 7%
1,2 5 5,2 130,9 6,7 3,3 13% 1,0 162,1 1,0 1,5 18%
1,2 10 1,5 119,6 1,3 2,1 3% 4,2 150,0 3,0 3,4 9%
1,2 20 1,4 113,0 1,2 1,5 -2% 3,3 148,6 1,5 3,2 8%
1,2 50 1,2 115,6 1,5 2,1 - 1,7 137,9 1,4 2,3 -
3 10 2,3 116,8 3,5 2,0 1% 2,7 140,6 7,8 2,2 2%
2,9 16,1 1,3 114,1 2,0 2,2 -1% 6,5 138,8 4,9 3,2 1%
4,5 16,1 1,4 115,8 1,6 1,7 0% 5,3 137,0 14,6 3,8 -1%
5 20 5,8 114,9 11,2 3,9 -1% 1,3 138,9 2,6 1,9 1%
5 50 8,2 113,9 5,7 5,4 -1% 2,2 135,9 2,6 2,9 -1%
10 50 3,5 113,8 3,0 2,5 -2% 1,1 138,8 2,0 1,5 1%
Tabela 18 – Tensão Disruptiva Crítica – U50%. Isolador do Tipo Pino Classe 25 kV.
0,5 5 1,7 156,6 1,4 2,2 15% 9,5 202,9 11,4 5,3 22%
0,5 10 1,3 146,0 1,7 2,2 7% 2,6 200,9 1,6 2,9 21%
0,5 20 2,0 142,2 1,4 2,4 4% 1,7 194,1 1,8 2,5 17%
0,5 50 1,7 135,0 1,2 2,1 -1% 2,0 184,5 2,9 3,3 11%
1,2 5 6,8 158,4 5,5 3,6 16% 5,8 185,7 9,8 3,7 12%
1,2 10 3,0 143,5 1,7 2,9 5% 7,6 169,9 6,0 4,2 2%
1,2 20 2,9 139,6 6,8 3,8 2% 3,5 179,5 1,9 3,1 8%
1,2 50 11,7 136,5 6,5 4,9 - 6,0 165,8 7,6 6,6 -
3 10 2,0 138,5 1,3 1,6 1% 1,0 169,9 1,1 1,4 2%
2,9 16,1 2,4 134,5 1,4 2,4 -1% 4,3 172,0 8,2 3,6 4%
4,5 16,1 0,9 134,1 0,6 1,2 -2% 4,7 176,8 10,1 3,2 7%
5 20 3,4 130,1 4,3 2,4 -5% 1,4 171,3 1,7 1,6 3%
5 50 1,4 127,5 1,0 1,8 -7% 1,3 180,8 1,1 1,8 9%
10 50 1,3 129,6 4,4 2,0 -5% 5,7 179,2 8,8 3,0 8%
146
Tabela 19 – Tensão Disruptiva Crítica – U50%. Isolador do Tipo Pilar Classe 15 kV.
0,5 5 5,7 148,1 7,6 4,2 12% 1,8 203,8 1,9 2,7 -4%
0,5 10 1,7 133,0 1,3 2,3 1% 1,3 204,2 2,7 2,3 -4%
0,5 20 1,3 129,3 1,1 1,8 -2% 14,2 207,6 4,7 5,4 -2%
0,5 50 0,7 125,4 0,8 1,2 -5% 8,4 194,1 3,2 4,4 -9%
1,2 5 5,0 146,8 3,1 2,8 11% 10,6 221,1 16,1 4,2 4%
1,2 10 1,1 132,3 1,4 2,0 0% 3,1 218,7 1,8 3,1 3%
1,2 20 1,7 133,7 1,4 2,3 1% 2,1 207,9 2,4 2,7 -2%
1,2 50 3,8 131,9 5,1 3,8 - 1,7 212,5 1,8 2,5 -
3 10 0,6 135,7 0,6 0,9 3% - - - - -
2,9 16,1 5,3 135,4 15,1 3,9 3% 1,0 220,2 0,9 1,4 4%
4,5 16,1 0,6 132,3 0,6 0,9 0% - - - - -
5 20 0,8 134,1 0,7 1,1 2% - - - - -
5 50 0,5 137,0 0,4 0,7 4% 0,5 212,4 0,5 0,8 0%
10 50 0,8 134,2 1,5 1,3 2% 3,7 205,2 8,9 2,9 -3%
Tabela 20 – Tensão Disruptiva Crítica – U50%. Isolador do Tipo Pilar Classe 25 kV.
0,5 5 2,0 171,1 1,3 2,5 13% 3,7 227,8 2,0 3,3 -5%
0,5 10 1,4 154,3 1,0 1,8 2% 0,8 228,2 0,8 1,3 -5%
0,5 20 1,0 149,0 1,1 1,7 -1% 2,8 235,3 3,3 3,5 -2%
0,5 50 2,7 141,0 3,4 3,1 -7% 3,1 222,7 6,4 4,5 -7%
1,2 5 0,9 176,7 0,9 1,4 17% 3,5 236,4 4,6 3,0 -2%
1,2 10 1,0 160,4 1,1 1,6 6% 9,2 243,0 3,9 4,6 1%
1,2 20 0,9 153,1 0,8 1,5 1% 1,6 241,6 2,2 2,6 1%
1,2 50 1,2 151,2 1,0 1,8 - 3,2 240,0 2,5 3,3 -
3 10 0,7 163,9 0,6 0,9 8% - - - - -
2,9 16,1 3,1 161,7 1,7 2,8 7% 13,7 246,2 13,3 4,4 3%
4,5 16,1 1,9 152,0 18,6 2,8 1% - - - - -
5 20 3,9 163,9 10,6 2,4 8% - - - - -
5 50 0,2 162,2 2,3 1,8 7% 1,5 246,0 1,4 2,1 3%
10 50 10,8 159,4 16,8 2,6 5% - - - - -
147
Figura 73 – Exemplo de planilha de controle de ensaio para obtenção da curva V x t.
148
ANEXO G – Resultados dos Ensaios – Curvas V x t.
149
150
Forma 0,5 x 50 µs – Isolador do tipo pilar.
152
Forma 1,2 x 5 µs – Isolador do tipo pilar.
153
154
155
156
157
158
Forma 4,5 x 16,1 µs – Isolador do tipo pilar.
159
160
161
Forma 10 x 50 µs – Isolador do tipo pilar.
162
ANEXO H – Fluxograma para a Determinação da Constante Alpha.
Início
i=1
Calcula o valor médio e o desvio Não i=i+1,...,n-1
padrão de α. Registra todos os i ≤ n-1
valores de α em arquivo .txt
Sim
Armazena o oscilograma
Exibe o espectro de no vetor Ua(i)
variação de α e seu
valor médio j=2
j=j+1,...,n j ≤ n,
Não
j > i,
Fim j≠ i
Sim
Armazena o oscilograma
no vetor Ub(j)
Figura 74 – Fluxograma simplificado para determinação da constante alpha.
163
Início
i=1
Armazena o oscilograma
Exibe o valor médio e no vetor Ua(i)
desvio padrão de DEUa e
DEUb, bem como o valor j=2
µα utilizado
j=j+1,...,n j ≤ n,
Não
j > i,
j≠ i
Fim
Sim
Armazena o oscilograma
no vetor Ub(j)
Armazena os valores de
DEUa e DEUb
Figura 75 – Fluxograma simplificado para determinação da constante DE através de µα. .
164
ANEXO J – Fluxograma para a Reprodução das Curvas V x t.
Início
v=1
Aplica a rotina Curve Fitting do
Matlab® para estimar o valor Não v=v+1,...,nv
médio e os intervalos de v ≤ nv
confiança das curvas V x t
simulada e de ensaio Sim
Detecta os instantes de
cruzamento entre U(t) e U0
Apresenta as curvas V x t
simulada e de ensaio
Sim O valor de crista de
Umáx < U0 U(t) é inferior a U0.
Corrija o valor de U0.
Apresenta o valor médio e Não
os intervalos de confiança y=1
para as curvas V x t
simulada e de ensaio y=y+1,...,naplic Não
y ≤ naplic
µDE, σDE
Sim
Fim
Sorteia o valor DEi com base na média
µDE e desvio padrão σDE, utilizando a
distribuição normal
DEi
Avalia DEcalc ponto a ponto a partir de t0 Umáx
para o nível de tensão aplicado e compara DEcal c
com DEi U0
Exibe o oscilograma
Armazena o instante de corte e o valor
com o instante de corte
máximo de tensão
e o valor de crista
Figura 76 – Fluxograma para a reprodução das Curvas V x t através de simulação.
165
166
Forma 0,5 x 5 µs – Isolador do tipo pino classe 25 kV.
Comparação entre Curvas V x t, valor mais provável e intervalos de confiança.
Polaridade Positiva Polaridade Negativa
167
168
Forma 0,5 x 5 µs – Isolador do tipo pilar classe 25 kV.
Comparação entre Curvas V x t, valor mais provável e intervalos de confiança.
Polaridade Positiva Polaridade Negativa
169
170
Forma 0,5 x 10 µs – Isolador do tipo pino classe 25 kV.
Comparação entre Curvas V x t, valor mais provável e intervalos de confiança.
Polaridade Positiva Polaridade Negativa
171
172
Forma 0,5 x 10 µs – Isolador do tipo pilar classe 25 kV.
Comparação entre Curvas V x t, valor mais provável e intervalos de confiança.
Polaridade Positiva Polaridade Negativa
173
174
Forma 0,5 x 20 µs – Isolador do tipo pino classe 25 kV.
Comparação entre Curvas V x t, valor mais provável e intervalos de confiança.
Polaridade Positiva Polaridade Negativa
175
176
Forma 0,5 x 20 µs – Isolador do tipo pilar classe 25 kV.
Comparação entre Curvas V x t, valor mais provável e intervalos de confiança.
Polaridade Positiva Polaridade Negativa
177
178
Forma 0,5 x 50 µs – Isolador do tipo pino classe 25 kV.
Comparação entre Curvas V x t, valor mais provável e intervalos de confiança.
Polaridade Positiva Polaridade Negativa
179
180
Forma 0,5 x 50 µs – Isolador do tipo pilar classe 25 kV.
Comparação entre Curvas V x t, valor mais provável e intervalos de confiança.
Polaridade Positiva Polaridade Negativa
181
182
Forma 1,2 x 5 µs – Isolador do tipo pino classe 25 kV.
Comparação entre Curvas V x t, valor mais provável e intervalos de confiança.
Polaridade Positiva Polaridade Negativa
183
184
Forma 1,2 x 5 µs – Isolador do tipo pilar classe 25 kV.
Comparação entre Curvas V x t, valor mais provável e intervalos de confiança.
Polaridade Positiva Polaridade Negativa
185
186
Forma 1,2 x 10 µs – Isolador do tipo pino classe 25 kV.
Comparação entre Curvas V x t, valor mais provável e intervalos de confiança.
Polaridade Positiva Polaridade Negativa
187
188
Forma 1,2 x 10 µs – Isolador do tipo pilar classe 25 kV.
Comparação entre Curvas V x t, valor mais provável e intervalos de confiança.
Polaridade Positiva Polaridade Negativa
189
190
Forma 1,2 x 20 µs – Isolador do tipo pino classe 25 kV.
Comparação entre Curvas V x t, valor mais provável e intervalos de confiança.
Polaridade Positiva Polaridade Negativa
191
192
Forma 1,2 x 20 µs – Isolador do tipo pilar classe 25 kV.
Comparação entre Curvas V x t, valor mais provável e intervalos de confiança.
Polaridade Positiva Polaridade Negativa
193
194
Forma 1,2 x 50 µs – Isolador do tipo pino classe 25 kV.
Comparação entre Curvas V x t, valor mais provável e intervalos de confiança.
Polaridade Positiva Polaridade Negativa
195
196
Forma 1,2 x 50 µs – Isolador do tipo pilar classe 25 kV.
Comparação entre Curvas V x t, valor mais provável e intervalos de confiança.
Polaridade Positiva Polaridade Negativa
197
‐
‐
198
Forma 3 x 10 µs – Isolador do tipo pino classe 25 kV.
Comparação entre Curvas V x t, valor mais provável e intervalos de confiança.
Polaridade Positiva Polaridade Negativa
‐
‐
199
‐
‐
200
Forma 2,9 x 16,1 µs – Isolador do tipo pino classe 15 kV.
Comparação entre Curvas V x t, valor mais provável e intervalos de confiança.
Polaridade Positiva Polaridade Negativa
201
202
Forma 2,9 x 16,1 µs – Isolador do tipo pilar classe 15 kV.
Comparação entre Curvas V x t, valor mais provável e intervalos de confiança.
Polaridade Positiva Polaridade Negativa
203
204
Forma 4,5 x 16,1 µs – Isolador do tipo pino classe 15 kV.
Comparação entre Curvas V x t, valor mais provável e intervalos de confiança.
Polaridade Positiva Polaridade Negativa
205
206
Forma 4,5 x 16,1 µs – Isolador do tipo pilar classe 15 kV.
Comparação entre Curvas V x t, valor mais provável e intervalos de confiança.
Polaridade Positiva Polaridade Negativa
‐
‐
207
‐
‐
208
Forma 5 x 20 µs – Isolador do tipo pino classe 15 kV.
Comparação entre Curvas V x t, valor mais provável e intervalos de confiança.
Polaridade Positiva Polaridade Negativa
209
‐
‐
210
Forma 5 x 20 µs – Isolador do tipo pilar classe 15 kV.
Comparação entre Curvas V x t, valor mais provável e intervalos de confiança.
Polaridade Positiva Polaridade Negativa
‐
‐
211
‐
‐
212
Forma 5 x 50 µs – Isolador do tipo pino classe 15 kV.
Comparação entre Curvas V x t, valor mais provável e intervalos de confiança.
Polaridade Positiva Polaridade Negativa
213
214
Forma 5 x 50 µs – Isolador do tipo pilar classe 15 kV.
Comparação entre Curvas V x t, valor mais provável e intervalos de confiança.
Polaridade Positiva Polaridade Negativa
215
216
Forma 10 x 50 µs – Isolador do tipo pino classe 15 kV.
Comparação entre Curvas V x t, valor mais provável e intervalos de confiança.
Polaridade Positiva Polaridade Negativa
217
‐
‐
218
Forma 10 x 50 µs – Isolador do tipo pilar classe 15 kV.
Comparação entre Curvas V x t, valor mais provável e intervalos de confiança.
Polaridade Positiva Polaridade Negativa
‐
‐
219
‐
‐
220
ANEXO L – Parâmetros para a Simulação do Modelo do Efeito Disruptivo.
Tabela 21 – Parâmetros para a simulação do efeito disruptivo no isolador do tipo pino, classe 15 kV.
Tabela 22 – Parâmetros para a simulação do efeito disruptivo no isolador do tipo pino, classe 25 kV.
221
Tabela 23 – Parâmetros para a simulação do efeito disruptivo no isolador do tipo pilar, classe 15 kV.
Tabela 24 – Parâmetros para a simulação do efeito disruptivo no isolador do tipo pilar, classe 25 kV.