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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
CENTRO DE CIÊNCIAS FÍSICA E MATEMÁTICA 
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA 
Disciplina: Química Geral Experimental 
Turma: 1202C ­ 2503D 
Professor: Gláucio Régis Nagurniak 
  Alunos: Robson Rodrigo dos Passos  
             Yasmim de Souza 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXPERIÊNCIA Nº 11: CALOR DE REAÇÃO E CALOR DE SOLIDIFICAÇÃO  
 
 
 
 
 
 
 
 
Florianópolis, 30 de setembro de 2015 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A  energia  de  um  sistema  pode  ser  modificada  por   maneiras  que  não 
envolvem  trabalho.  Quando  a  energia  de  um  sistema  se  altera  como  resultado  da 
diferença  de  temperatura  entre  o  próprio  sistema  e  suas vizinhanças, diz­se que  a 
energia  foi  transferida  na  forma  de  calor.  Quando  a  água contida  em um  béquer é 
aquecida  por  meio  de  um aquecedor, a capacidade do  sistema  de  efetuar  trabalho 
aumenta,  porque  a  água  quente  pode possibilitar  mais trabalho do que  a  fria. Nem 
todas  as  fronteiras  permitem  transferência  de  energia,  mesmo  havendo  diferenças 
de temperatura entre o sistema e a vizinhança.  

Pode­se  dizer,  em  termos  moleculares,  que  o  calor  é  a  transferência  de 


energia  que  faz  uso  do  movimento  desordenado das moléculas, também conhecido 
como  movimento  térmico.  Esse  deslocamento  das  moléculas  nas  vizinhanças 
quentes  de um  sistema  frio  provoca  a  movimentação  mais  rápida  das moléculas do 
sistema  então  a  energia  aumenta.  Quando  acontece  o  contrário,  as   moléculas  do 
sistema  estimulam  o  movimento  térmico  das  moléculas  com  as  vizinhanças, 
fazendo assim, com que ocorra o aquecimento das proximidades. 

O  calor  de  reação,  que  será  apresentado  neste  relatório,  ​


é  a  variação  da 
entalpia  observada em  uma  reação  e  pode ser classificada de acordo com o tipo de 
reação ocorrida.  

2. DESENVOLVIMENTO 
 
2.1. Objetivos 
 
● Compreender o funcionamento de um calorímetro; 
● Comparar  o  calor  liberado  na  combustão  de   uma  vela  com  o  calor 
envolvido na mudança de estado de uma substância (cera); 
 
 
2.2. Materiais e Métodos 
 
● Balança; 
● Vela (+/­ 2 cm); 
● Suporte para vela (forma de empada); 
● Latas 
● Termômetro 
 
● Bastão de vidro; 
● Béquer 150 mL; 
● Argola; 
● Suporte universal; 
● Tela de amianto; 
● Bico de bunsen; 
● Tubo de ensaio com cera dentro. 
 
Procedimento experimental: 
 
A ­ Calor de combustão da vela: 
I. Pesou­se a vela com suporte. 
II. Pesou­se  também  a  lata  vazia.  Após  isso,  ela  foi   enchida  com  água 
até ⅔. Depois, pesada novamente. 
III. O calorímetro foi montado. 
IV. A  vela  foi  acendida  e  colocada  para  aquecer  a  água  do  calorímetro 
durante mais ou menos 5 minutos. 
V. Após  o  tempo  de  aquecimento,  a  vela  foi  apagada  cuidadosamente 
para não perder massa.  
VI. A  água  foi  agitada  com  o  termômetro  até  que  a  temperatura parasse 
de subir.  
VII. Foi anotada a temperatura mais alta que o termômetro marcou. 
VIII. A vela com o suporte foi pesada novamente. 
 
B­ Calor de solidificação da vela: 
 
I. Pesou­se  o  tubo  com  a  cera  dentro,  com precisão  de  0,01  g. O  peso 
do tubo de ensaio já estava anotado no próprio tubo. 
II. Colocou­se  o  tubo  com  a  cera  dentro  da  lata  pequena.  A  mesma  do 
item A.  
III. Foi  colocada  a  água  na  lata  até  que  toda  a  cera  do  tubo  ficasse 
imersa.  
IV. A água foi aquecida até a completa fusão da cera. 
V. Pesou­se um béquer vazio de 150 mL com precisão de 0,01g. 
VI. Colocou­se  100  mL  de  água  suficientes para cobrir a cera do tubo.  A 
temperatura da água foi medida e o béquer com a água foi pesado. 
VII. O  tubo  com a cera líquida  foi retirado  do  banho­maria e esperado  até 
que o primeiro sinal de solidificação aparecesse. 
VIII. Após  isso  acontecer,  o  tubo  com  a  cera  foi colocado rapidamente no 
béquer de 150 mL, que serviu de calorímetro.  
IX. A  água  foi  agitada  levemente  com  o  tubo  de  ensaio  e  foi  anotada  a 
maior temperatura observada. 
 
2.3. Resultados e Discussões 
 
Os  dados  abaixo  mostram  os  valores  que  foram  obtidos  durante  o 
experimento: 
 
A ­ Calor de combustão da vela 
● Massa da vela com suporte antes de queimar (g): 8,261 
● Massa da vela com suporte depois de queimar (g): 7,921 
● Massa da lata vazia (g): 42,780 
● Massa da lata com água (g): 269,265 
● Temperatura de água antes do aquecimento (ºC): 22,0 
● Temperatura de água depois do aquecimento (ºC): 30,1 
 
B ­ Calor de solidificação da vela 
● Massa do tubo de ensaio (g): 11,34 
● Massa do tubo de ensaio com cera (g): 15,11 
● Massa do béquer vazio (g): 46,739 
● Massa do béquer com água (g): 139,547 
● Temperatura da água antes do aquecimento (ºC): 22,4 
● Temperatura da água depois do aquecimento (ºC): 27,8 
  
A  partir  dos  dados   acima  é  possível  calcular  o  calor  liberado  na  combustão 
da vela. Onde,  o  calor absorvido  pela  água,  mais  o  calor absorvido pela lata é igual 
ao  calor  fornecido  pela  vela,  ou  seja,  seu  calor  de  combustão.  Considerando  ​
os 
calores específicos da água, c = 1,00 cal/g°C; da lata c = 0,10 cal/g°C:  
  

Calor absorvido pela água: 
            Q(agua) = m.c.∆T 
  Q(agua) = 226,485g . 1,00 cal/gºC . 8,1ºC = 1,8 kcal ou 7,5 kJ 
  
 ​
Calor absorvido pela lata: 
            ​
Q(lata) = m. c. ∆T 
  Q(lata) = 42,780g . 0,10 cal/gºC . 8,1ºC = 0,035 kcal ou 0,15 kJ 
  
Saldo combustão da vela: 
Q(comb vela) = Q(agua) + Q (lata)​
 =  7,5 kJ + 0,15 kJ = 7,6 kJ ou  1,8 kcal 
Sendo  22 kJ/g ou 5,1 kcal/g 

 
Também  é  possível  calcular  o  calor  envolvido  na  mudança  de  estado,  ou 
seja,  na  transformação  física  da  reação,  a  solidificação.  Para  calcular  o  calor  de 
solidificação  da  cera  utiliza­se  o  calor  absorvido  pela  água  mais  o  calor  absorvido 
pelo  béquer  é  igual  ao  calor  perdido  pela  cera  para  se  solidificar  (calor  de 
solidificação).  Considerando o béquer c = 0,12 cal/g°C. 
 
 

Calor absorvido pela água: 
            Q(agua) = m.c.∆T 
  Q(agua) = 92,808g . 1,00 cal/g ºC . 5,4 ºC = 0,50 kcal ou 2,1kJ 
 
Calor absorvido pelo béquer: 
  Q(bequer) = m. c. ∆T 
  Q(bequer) = 46,739g .0,12 cal/ g ºC . 5,4ºC = 0,030 kcal ou 0,12 kJ 
   
Saldo calor de solidificação: 
  Q(solid vela)= Q(agua) + Q(bequer) 
  Q(solid vela)= 0,50 kcal + 0,030 kcal = 0,53 kcal ou 2,1 kJ 
Sendo 0,14 kcal/g ou 0,56 kJ/g 
 
 
Comparando   os  valores  do  calor  de  combustão   e  do  calor  de  solidificação, 
segundo Giordan (s.d.): 
“[...]  uma  possível   explicação  é  considerar  que  na  solidificação 
ocorrem  atrações  entre  as  moléculas,  que  resultam  na formação de ligações 
intermoleculares.  A  energia  liberada  na  solidificação   estava  armazenada 
nessas  ligações.  Sendo  a  combustão   uma  transformação  química,  ao  se 
admitir  que  ela  envolve   um  rearranjo   de  átomos,  estamos  supondo  que  ela 
resulta  do  rompimento  de  ligações  entre  os  átomos (forças atrativas entre os 
átomos),  que  constituem as partículas de cera, e formação de novas ligações 
nos  produtos.  O  saldo  energético  entre  esses  processos  corresponde  ao 
calor  liberado  na  combustão.  Portanto,  o  calor  que  se  manifesta  nas 
transformações  químicas  tem  sua  origem   nas  ligações  que  constituem  as 
partículas das substâncias.” 
 
 
 ​
3.​CONCLUSÃO  
Após  realizar  esse experimento,  podê­se  observar  que  o saldo energético do 
calor  de  combustão  é maior que  o  saldo  energético  do  calor de  solidificação,  por  o 
calor  liberado da combustão provem da ruptura  de ligações químicas e da formação 
de  novas  ligações,  enquanto  que  o  o  calor  liberado  na  solidificação  provem  da 
energia potencial molecular, sem rompimento de ligações químicas. 
O  calorímetro  é  um  instrumento  que  mede  o  calor  liberado  ou  absorvido 
numa  reação  com  volume constante, no  entanto,  por  não  ser  adiabático, o sistema 
perdeu calor com o meio externo tornando os resultados menores.  
 
 
     4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
SZPOGANICZ,  B;  DEBACHER,  N.  A;  STADLER,  E;  ​
Experiências  de  Química 
Geral​
. Florianópolis – SC: Editora da UFSC, 2003. 

do  Aluno,  Nome.  "5módulo."  Acessado  em  05  de outubro de 2015. Disponível  em: 


http://www.cienciamao.usp.br/dados/pru/_quimica­modulo5.apostila.pdf 

 
 

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