UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Escola de Artes, Ciências e Humanidades

Mário Francisco França da Silva - 9777351

Influência dos aspectos de desnutrição, violência

doméstica e saneamento básico no
desenvolvimento infantil, e estratégias de
combate à vulnerabilidade

SÃO PAULO
2018
Introdução
A primeira infância é essencial para o desenvolvimento integral das
potencialidades das crianças, nesse sentido, é preciso ter um zelo considerável
com elas, de modo a conter qualquer situação que possa ser prejudicial para o
desenvolvimento das mesmas. É nesse momento em que o ser humano cria
seus primeiros vínculos, que o ser humano desenvolve o cérebro com maior
ritmo.
Nesse sentido, o trabalho busca explorar quais são os efeitos de
situações inadequadas para crianças durante a primeira infância. Nesse sentido,
focar-se-á em três aspectos fundamentais, são eles: Desnutrição, saneamento
básico e violência doméstica.
Cabe notar, ainda, a característica multifocal do problema, e sua
complexidade, na qual nota-se aspectos de saúde, segurança, assistência
social, entre outras pastas. Nessa toada, a criação e debate de uma agenda vem
se formando, objetivando o enfrentamento das condições que podem ser
comprometer o pleno desenvolvimento das crianças. Considerados esses
aspectos, o presente trabalho também apresentará iniciativas que se insiram
nessa área do debate.
Barreiras para o desenvolvimento da criança

Para o desenvolvimento desse trabalho, é preciso estabelecer algumas

bases que fundamentem a necessidade dessa discussão, nesse sentido, é
importante estabelecer um panorama sobre qual é a influência de cada um dos
aspectos escolhidos como foco, também de modo a criar um mosaico, que
demonstre a real magnitude do problema.
Todo ser humano quando nasce, possui uma capacidade potencialidade
do seu desenvolvimento pleno, e nesse sentido, diferentes estímulos,
endógenos e exógenos podem contribuir para que o mesmo atinja ou tenha
incentivos para alcançar essa potência, ou o contrário, pode ser que eles
prejudiquem o desenvolvimento da criança, principalmente na primeira e
primeiríssima infância que é o período da vida onde o ser humano faz a maior
parte de suas conexões neurais que levará para o resto da vida.
Os aspectos de saneamento básico, nutrição e violência doméstica, se
inserem nesse debate, uma vez que esses compõem alguns dos componentes
exógenos supracitados.
Por partes, no que se refere à violência doméstica, (Huth-Bocks, A. C.,
Levendosky, A. A., & Semel, M. A. 2001) evidencia que há uma escassez de
literatura na área da pesquisa sobre o efeito da violência doméstica que se foca
em crianças com idade pré-escolar, e que há um foco recorrente em aspectos
socioemocionais em detrimento de aspectos de intelectualidade. Salienta, ainda,
que essas crianças são particularmente vulneráveis, não só a presenciar
violência doméstica, como também a sofrer, e que essas questões podem gerar
sérios problemas de controle emocional e de interação.
Quando o assunto é saneamento básico, fatores como redes de esgoto,
doenças transmitidas pela água (como cólera e esquistossomose), desidratação
causada por diarreias, configuram riscos extremos para as pessoas que estão
submetidas a esses ambientes, como também para as crianças, que podem
apresentar problemas de desenvolvimento, apresentando redução de anos de
estudo e aumentando o risco de repetência conforme anos posteriores (NGURE,
M. F., et. all. 2014). Além disso, pode afetar a frequência escolar das escolas,
mais uma vez prejudicando o desenvolvimento pleno da criança.
 Finalmente, no que se refere a nutrição, a mesma é fundamental, tanto
para as crianças, quanto para gestantes e bebês. A má nutrição nesse período
crucial pode ser um problema de proporções assustadoras uma vez que, por
exemplo a deficiência de ômega 3 durante a gestação pode causar deficiências
neurológicas nos fetos, a falta de vitamina A pode causar cegueira.
Todos esses problemas, originado de lapsos de desenvolvimento social
podem ser perpetuados. Uma vez que não haja políticas públicas de
enfrentamento desse problema, um espectro multigeracional pode se mostrar
presente, onde essas crianças subdesenvolvidas caem num ciclo de pobreza e
mortalidade.
Problemas de pesquisa
O futuro da humanidade são as crianças, nesse sentido, a sociedade
como um todo deveria se incumbir da tarefa de garantir que essas possam atingir
o máximo de suas potencialidades, de modo a garantir um futuro pessoalmente
satisfatório.
Considerado o exposto nas páginas anteriores, o trabalho busca
responder, de forma clara, e como supracitado, procurando acrescentar no
debate da intersetorialidade das políticas de preservação e apoio a primeira
infância, as seguintes perguntas:
1. Qual é o impacto da falta de saneamento básico no
desenvolvimento infantil
2. Qual é o impacto da violência doméstica no desenvolvimento
infantil
3. Qual é o papel da má nutrição no desenvolvimento infantil
4. Como esses fatores influenciam aspectos intergeracionais de
pobreza

Tendo em vista a natureza complexa do problema, a proposta desse

trabalho é criar um referencial teórico para que novos vieses sejam considerados
para o combate de questões que funcionam como uma fusão de fatores, como
a promoção do pleno desenvolvimento humano, considerando escassez de
recursos e de políticas públicas redistributivas e de assistência e
desenvolvimento social.
Objetivos da pesquisa

O objetivo do trabalho em questão é acrescentar no debate da primeira

infância de modo a estabelecer e contribuir com o combate intersetorial de
vulnerabilidades, nesse sentido, considerando os aspectos de aqui abordados.
O presente trabalho propõe a análise multidimensional da pobreza e de
aspectos ligados a vulnerabilidade, de modo a fomentar a agenda do
desenvolvimento social e do apoio a primeira infância em uma lógica
emancipatória, considerando, ainda legislações já vigentes, como o Plano
Nacional Pela Primeira Infância, e iniciativas de organizações supranacionais,
como a Fundação Van Leer.
Esse debate intersetorial serve, também, para promover um debate
sobre sustentabilidade, uma vez que os fatores aqui expostos demonstram a
necessidade de um processo estruturado e contínuo, para que, ainda, se
combata um ciclo de pobreza multigeracional ligado a fatores externos, que
podem ser erradicados ou diminuídos com políticas públicas básicas, como é o
caso do saneamento.
Metodologia
Para que se observe o resultado esperado, é cabível fazer uma
interlocução de metodologias, para que com isso, possamos ter a exatidão
numérica do quantitativo. Nesse sentido, propõe-se que o trabalho seja
composto, em um primeiro momento de revisão bibliográfica, para estabelecer
uma literatura da área.
Em seguida, considerar-se-á levantamento e cruzamento de dados de
vulnerabilidade, como os disponibilizados pela fundação SEADE e pelo PNAD,
com dados do censo escolar para a faixa etária observada, para dar ao trabalho
o diferencial quantitativo.
Em seguida se realizará outro levantamento bibliográfico, agora de
experiências de políticas públicas voltadas para o problema, e serão realizadas
entrevistas com pessoas afetadas e técnicos de programas com essa
abordagem (como os técnicos do Programa Criança Feliz do estado de São
Paulo)
A mistura de abordagens quantitativas e qualitativas são essenciais para
que se haja um mosaico exato da realidade, buscando informações de órgãos
de monitoramento, como a experiência das pessoas abordadas pelo trabalho.

Cronograma

Comparativo
Revisão Levantamento de
meses atividades com Entrevistas
bibliográfica dados e indicadores
legislações

JANEIRO
FEVEREIRO
MARÇO
ABRIL
MAIO
JUNHO
JULHO
AGOSTO
SETEMBRO
OUTUBRO
NOVEMBRO
DEZEMBRO
Referências Bibliográficas:

Huth-Bocks, A. C., Levendosky, A. A., & Semel, M. A. (2001). Journal of

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