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FEIJÃO

ENCICLOPÉDIA

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ENCICLOPÉDIA
*Nome científico: Phaseolus vulgaris L.
Família: Leguminosae
Origem: América do Sul e Central
Características da planta: Planta anual, um pouco pubescente, de caule finos, que pode atingir até 60 cm de altura, ou
possuir hábito de trepadeira, atingindo assim 3 m de extensão. As folhas são compostas por três folíolos, sendo um terminal
e os dois restantes laterais e opostos. O fruto é uma vagem de comprimento variável, de 10 a 20 cm, reta ou curvada,
contendo numerosas sementes de cor e formato de acordo com a variedade; há assim feijões brancos, amarelos,
vermelhos, pardos, róseos, pretos e pitalgos.
Características da flor: flores hermafroditas e dispostas em rácimos axilares muito mais curtos que as folhas. Apresentam
cálice verde e a corola é composta por cinco pétalas de coloração branca, amarelada, rosada ou violácea.

*fonte: Flores do Alimento - Silvestre Silva - Empresa das Artes - 1997

O feijão é o alimento "típico" do prato do brasileiro e é responsável pela maior parte das proteínas que ingerimos. Apesar de
sua importância, a produção não tem acompanhado o consumo e nem a produtividade tem aumentado de modo
significativo, estando longe da alcançada pelos produtos chamados de exportação.
O feijão ainda tem uma especial importância pelo Brasil, não só por ser o maior produtor e consumidor mundial, mais
também por ser uma das principais fontes de protéicas de nosso povo e além de, é claro, fazer parte do "prato brasileiro",
juntamente com o arroz, bife e batata frita.

O cultivo do feijão:
O feijoeiro comum é originado das regiões elevadas da América Central (México, Guatemala e Costa Rica), e é uma planta
que deve ser cultivada em regiões ecologicamente favoráveis ao seu desenvolvimento, com temperaturas ao redor de 21°
C. Não deve haver excesso de água nem deficiência, sendo ideal que a precipitação pluviométrica atinja aproximadamente
100mm mensais, bem distribuídos durante o ciclo da cultura. No Brasil, as terras do Estado de São Paulo, em sua maioria
são ecologicamente favoráveis à cultura do feijão.

Variedades:
Há muitos tipos de feijão, de tamanhos, cores e sabores diferentes. Os mais conhecidos são:
Feijão-preto: Muito usados em sopas e feijoadas;
Feijão-roxinho: presta-se bem para saladas, sopas e como acompanhamento;
Feijão-fradinho: também conhecido como feijão-macassar ou feijão-de-corda, usado no preparo de acarajé;
Feijão-mulatinho: bom para acompanhamento, embora em algumas regiões seja usado para feijoada;
Feijão-branco: para sopas e saladas, também fica excelente em cozidos;
Feijão-jalo: ótimo para sopas e saladas;
Feijão-rosinha: para acompanhamento; junto com o feijão-mulatinho, são os tipos mais consumidos;
Feijão-rajadinho ou feijão-verde: próprio para acompanhamento;
Feijão-canário: também para acompanhamento;
Feijão-carioca: é a variedade mais cultivada e consumida pelos brasileiros.

Época de plantio:
O feijão pode ser produzido em três épocas:
Cultivo de feijão das águas – é aquele em que o plantio se faz nos meses de agosto e setembro, sob condições normais,
acompanhando o início da estação chuvosa.
Cultivo da seca – é aquele efetuado nos meses de janeiro e fevereiro, sob condições normais, quando se pode contar com o
índice de chuva para o desenvolvimento inicial das plantas. Havendo oscilações climáticas, como falta ou excesso de chuva,
o plantio poderá se estender até meados de março e a cultura dessa época está menos sujeito a doenças e a colheita
geralmente se dá com tempo seco e o produto é de boa qualidade.
Cultivo do inverno (ou terceira época, como também é chamado) – é aquele cultivado nos meses de maio e junho. O feijão
de inverno pressupõe a presença da irrigação para a garantia da produção e elevado rendimento.

Solo e preparo do terreno:


O feijoeiro não se desenvolve bem em solos encharcados, ácidos, sendo preferidas as terras boas e leves. Devem ser
evitados os terrenos muito inclinados, porque seu cultivo favorece a erosão. A conservação do solo e a rotação de cultura
são outras práticas que devem ser feitas, visando à melhoria das condições físicas, químicas e sanitárias do terreno.
O preparo do terreno para o plantio, geralmente, é constituído por aração e gradagem. A operação pode ser feita com tração
mecânica ou tração animal. É necessário que o produtor consiga o melhor preparo possível do terreno, deixando-o livre de
torrões, raízes ou restos de culturas, que prejudicam a germinação. Um bom preparo depende também das condições de
umidade, pois quando o terreno se encontra muito seco ou muito úmido, esse fica deficiente. Uma aração feita a 20 – 25cm
de profundidade e posterior gradagem, além de permitir o início do desenvolvimento da cultura livres das sementeiras das
plantas daninhas, favorece a infiltração de água no solo.

Feijão:
Gradeado o terreno, o plantio deve ser feito logo em seguida, sendo que os buracos de plantio não devem ser profundos,
aproximadamente 5cm, cobrindo-se as sementes com pouca terra. O espaçamento tem que ser de 50 a 60cm entre as
fileiras, semeando-se de 12 a 15 sementes por metro de canteiro. A população ideal é aquela correspondente a 10 plantas
adultas por metro de linha. Aqueles espaçamentos, além de economia de sementes, facilitam os tratos culturais da lavoura.
O emprego de sementes melhoradas é pratica que deve ser utilizada pelos produtores de feijão. A quantidade de sementes
é de grande importância nessa lavoura, já que elas podem transmitir diversas doenças. Por esse motivo, o agricultor deve
evitar o uso de parte de sua colheita anterior para o plantio.

Correção e adubagem do solo:


O solo quando não apresenta um suprimento adequado de nutrientes que permitam elevada produtividade, deve ser
melhorado com a utilização de corretivos e fertilizantes. A primeira medida a ser tomada, tanto para a adubação como para
a calagem (correção do solo), é a retirada de amostras de terras da área a ser cultivada para avaliação de sua fertilidade.
A calagem deve ser feita de preferência com calcário que contenha magnésio e com 60 dias de antecedência do plantio,
para que tenha efeito já no primeiro ciclo. Para o fornecimento de cálcio e magnésio à planta, empregar calcário dolomítico
ou magnesiano. O fósforo e o nitrogênio são os elementos mais recomendados, sendo o potássio, na maioria dos casos,
dispensável. De maneira geral, se recomenda a adubação com fósforo e potássio, deve ser efetuada nos sulcos de plantio,
ao lado e abaixo das sementes. O nitrogênio é usado em cobertura, distribuindo em filete ao lado das plantas 15 a 25 dias
após a emergência.

Tratos culturais:
Manter a lavoura limpa; capinar o terreno com freqüência; controle das ervas daninhas (os herbicidas estão sendo usados
com sucesso para o controle de plantas daninhas no feijoeiro); controle de doenças e pragas. Às vezes uma doença, num
determinado ano, pode ser predominante numa região, causando grandes prejuízos, e no ano seguinte não acarretar danos
a produção; já as pragas, atacam mais e cada uma de uma maneira diferente.

Doenças e pragas:
As doenças continuam a ser uma das maiores responsáveis pelo baixo rendimento da cultura feijoeira até o momento. As
culturas estão sujeitas a perdas causadas por doenças de fungos, bactérias, vírus ou por nematóide. Essa perdas serão
maiores ou menores, em função de diversos fatores, entre eles a temperatura, umidade relativa do ar e condições inerentes
à própria planta, podendo certas doenças causarem maiores prejuízos que outras. Veja a seguir, algumas dessas doenças e
pragas da cultura do feijão.
Doenças causadas por:
• Fungo: Antractose, Ferrugem, Mancha-angular e Oídio.
• Bactérias: Crestamento-bacteriano.
• Vírus: Mosaico-dourado.
• Pragas: Existem muitas, vejam algumas delas: Ácaro-rajado, Ácaro-vermelho, Ácaro-verde, Ácaro-branco, Mosca-
branca, Minador-de-folhas, Pulgões, Tripes, Vaquinha-verde, Boca-das-vagens, Cigarrinha-verde, Lagarta-da-soja,
Lagarta-elasmo e Lagarta-rosca.

Colheita:
A colheita do feijão ainda é feita manualmente, pois não existem ainda cultivo extensivo, variedades com porte adequado e
nem equipamento adaptado para colheita mecânica.
Alguns problemas têm sido verificados na colheita, pois às vezes acontece de se perder parte ou quase toda a produção
devido às chuvas, com o produto apresentando alta umidade e, portanto, de fácil deterioração. A colheita deve ser feita
quando as hastes estiverem em estágio adiantado de secagem e quando a maioria das folhas estiverem caídas. Nesse
ponto, as vagens já estão secas, com coloração amarelo-palha.
Quando à bateção, está difundida a utilização das trincheiras, que fazem o serviço de modo eficiente e econômico.
Entretanto, há ainda os que se utilizam, quando no terreiro, da bateção a vara, ou mesmo da passagem do trator de rodas
por cima das plantas. Colhido com o material, esse pode ser deixado no campo ou levado para o terreiro para completar a
secagem. Em seqüência se procede à trilhagem por dois sistemas:
Trilhadeira acoplada ao trator, cuja alimentação é feita manualmente no campo ou no terreiro;
Máquina recolhedora, que levanta o feijão e procede à trilhagem.
Obs.: Atualmente, já existem no mercado arrancadores para quatro linhas e máquinas recolhedoras de grande porte, as
quais recolhem o feijão que depois de debulhado (extração das sementes) e limpo é entregue ensacado.
O armazenamento deve ser feito em lugar escuro e ventilado pois o feijão não pode ficar exposto à luz e nem ao calor,
porque perde a qualidade em pouco tempo.

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