Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
REFRIGERADORES
Joinville - SC
2010
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
REFRIGERADORES
Joinville - SC
2010
THIAGO PINTO GONÇALVES
REFRIGERADORES
Santa Catarina.
Banca Examinadora:
Orientador:
______________________________________
Dr. Silene Seibel
Membro:
______________________________________
Me. Gerson Volney Lagemann
Membro:
______________________________________
Dr. Daniela Becker
Joinville, 25/10/2010.
A minha mãe, meu pai e Deus, que me possibilitaram
chegar nesse momento tão especial de minha vida.
THIAGO PINTO GONÇALVES
REFRIGERADORES
RESUMO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................... 14
2.1 A MANUFATURA ENXUTA ........................................................................................... 14
2.1.1 Flexibilidade .................................................................................................................... 15
2.2 SETUP ................................................................................................................................ 16
2.2.1 Troca Rápida de Ferramenta ........................................................................................... 16
2.2.2 Eliminação de setups sempre que possível ..................................................................... 16
2.3 SEQUENCIAMENTO DE PRODUÇÃO .......................................................................... 17
2.3.1 Restrições físicas ............................................................................................................. 17
2.3.2 Prioridade ao consumidor................................................................................................ 18
2.3.3 Data prometida ................................................................................................................ 18
2.4 MRP .................................................................................................................................... 18
2.4.1 O que é necessário para rodar MRP ................................................................................ 19
2.4.2 Programa-mestre de produção ......................................................................................... 19
2.4.3 Lista de materiais ............................................................................................................ 20
2.4.4 MRP II ............................................................................................................................. 20
2.5 GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS ................................................ 20
2.6 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO (PCP) ........................................... 21
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..................................................................... 23
3.1 REUNIÃO COM AS ÁREAS ENVOLVIDAS .................................................................. 23
3.2 ETAPAS DO TRABALHO ................................................................................................ 23
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................. 24
4.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA ................................................................................... 24
4.2 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL ........................................................................... 24
4.2.1 Processo estudado ........................................................................................................... 24
4.2.2 Determinação dos diversos tipos de setups ..................................................................... 25
4.2.3 Medição da quantidade de setups e impacto atual .......................................................... 27
4.3 PROPOSTA DE SITUAÇÃO FUTURA ............................................................................ 29
4.3.1 Identificação, caracterização e mensuração das restrições provenientes da cadeia de
apoio ......................................................................................................................................... 29
4.3.1.1 Planejamento e Controle de Materiais ......................................................................... 30
4.3.1.2 Fabricação de componentes ......................................................................................... 31
4.3.1.3 Planejamento e Controle da Produção ......................................................................... 32
4.3.2 Estabelecimento de regras para o sequenciamento ......................................................... 32
4.4 RESULTADOS OBTIDOS ................................................................................................ 33
4.4.1 Medição da quantidade de setups após a aplicação das regras ....................................... 33
4.5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................................................................................. 35
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 40
11
1 INTRODUÇÃO
As empresas há anos vêm reduzindo seus custos fortemente como forma de manterem-
se lucrativas dentro de seus mercados. Muito mais do que uma tendência, é uma questão de
sobrevivência quando se observa o nível de competitividade em que os diversos setores
econômicos encontram-se. Conforme afirmam Slack, Chambers e Johnston (2009), cada euro
ou dólar retirado do custo de uma operação é acrescido ao seus lucros.
Grupos que já atingiram determinado patamar de maturidade em suas atividades
sabem da necessidade de melhorar os níveis de produtividade em seus processos, de maneira
que sempre a confiança de seus clientes em suas marcas possa ser mantida. A disputa entre
melhorar processos e manter a qualidade só é válida desde que o limite da garantia da
qualidade seja respeitado.
Com restrições de qualidade e aumento de produtividade definidas, a função da
Engenharia da Produção passou a ser a busca pela melhoria de todo e qualquer processo. Ao
engenheiro de fábrica atual foi entregue o papel de lapidador de rotinas que antes pareciam
auto-sustentáveis e rentáveis, mas que agora não conseguem mais ser percebidas como tal,
pois encontram-se atrás de um cortina de desperdícios escancarados pela nova realidade
econômica. Sem o pensamento enxuto, a maior parte das pessoas não consegue observar as
grandes oportunidades de redução de perdas através da eliminação ou da redução dos passos
que não representam agregação e valor (LIKER, 2005).
Com tudo isso, ferramentas com reconhecidos níveis de aplicabilidade - sob a ótica da
melhoria contínua - tornaram-se rotineiras em empresas e, muitas vezes, transformam-se em
bases estratégicas ou até filosofia gerencial por parte de executivos. Afirmam Martins e
Laugeni (2006), no sistema de produção enxuto utilizam-se diversas ferramentas e técnicas,
como kanban, círculos da qualidade, QFD, células de trabalho ou de produção, entre outras,
de forma integrada permitindo, como no caso da Toyota, que a produção seja extremamente
flexível e adaptável, apesar de suas especificações rígidas de produto, fluxo de material e de
atividades de produção. Nesse contexto, a manufatura enxuta destaca-se como um modelo
gerencial de sucesso nas fábricas, sob um princípio básico de que deve-se sempre entender o
que o cliente busca e, com isso, servi-lo. Dentro dessa visão de compreender os anseios de
clientes, a empresas foram obrigadas a se tornarem flexíveis a ponto de diversificar seu mix de
produtos para que os mais variados tipos de consumidores pudessem ser atendidos. A
variedade de produtos também é percebida pelo cliente como uma dimensão da qualidade.
(DAVIS, AQUILANO e CHASE, 2001). Ocorre que, no chão de fábrica, a tradução de
12
flexibilidade mais literal está localizada nos setups, já que é através deles que troca-se
modelos, famílias e outras características nos produtos. A manufatura enxuta traça um
caminho de que o tempo e o número de setups, embora necessários para a flexibilidade,
devem ser reduzidos, pois não passam de uma atividade que não agrega valor para o cliente.
Nesse contexto, surge o seqüenciamento de produção, que deve buscar sempre traçar o melhor
caminho para a elencagem de produção de vários modelos. Com isso o seqüenciamento passa
a ser tão melhor quanto mais diminuir o número de setups realizados na linha produção de
uma fábrica.
O tema central desse trabalho é a diminuição de número de setups no seqüenciamento
da produção dentro do período de demanda firme em uma linha de montagem de
refrigeradores de uma indústria atuante no setor de linha branca.
Como objetivo geral, propõe-se reduzir a quantidade de setups na produção entre 10%
e 20% dentro do período de demanda firme e, consequentemente, aumentar a produtividade
da linha em estudo.
Os objetivos específicos deste trabalho são:
a) Determinar os diversos tipos de setups envolvidos no processo de montagem de
refrigeradores, caracterizando-os e quantificando seus impactos na produtividade da linha em
estudo;
b) Descrever o estado atual do seqüenciamento da produção da linha estudada e
mensurar a quantidade de setups envolvidos, para comparar ao estado futuro e evidenciar os
ganhos após a aplicação das melhorias;
c) Identificar, descrever e mensurar as restrições que são impactadas pelo
seqüenciamento provenientes das áreas na cadeia produtiva de apoio (fabricação de
componentes, Planejamento e Controle de Materiais, Planejamento e Controle de Produção),
para propor melhorias;
d) Estabelecer uma rede de colaboração entre os envolvidos na cadeia produtiva da
empresa, para descrever as regras para seqüenciamento que envolvam toda a cadeia e apóiem
a redução do número de setups da linha estudada;
e) Medir a quantidade de setups após a aplicação das melhorias na programação sob a
utilização das regras criadas para analisar dados, comparando os resultados de antes e depois
da melhoria.
A busca por maiores níveis de produtividade, utilizando os mesmos recursos ou até
mesmo reduzindo-os, impôs novos desafios ao setor de Planejamento e Controle da Produção
da empresa em estudo.
13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O cenário do Japão após o fim da Segunda Guerra Mundial era de devastação total. O
país não possuía recursos para investimentos na indústria de produção em massa, modelo
produtivo utilizado nos Estados Unidos, criado por Henry Ford. Somava-se a isso uma
demanda interna pequena com grande variedade de veículos: grandes para autoridades,
pequenos para as cidades densas e caminhões que eram utilizados na agricultura e indústrias.
O modelo de produção em massa utilizava vários trabalhadores com habilidades
diferentes. Além disso, nesse sistema, havia várias máquinas pesadas e caras, capazes de
realizar apenas um tipo de tarefa, produzindo produtos padronizados e imensos lotes. Essa era
a ideologia da produção em massa, grandes volumes de produção contínua – através da pouca
variedade de modelos – e lucro proveniente da grande quantidade de vendas.
Kiichiro Toyoda, fundador da Toyota Motor Corporation (TMC) em 1937, percebeu a
impossibilidade de o modelo americano de produção adaptar-se à realidade do Japão na
época. Questões como um mercado interno limitado, necessidade de variedade de veículos,
mão de obra fortificada por sindicatos, economia nacional devastada pela guerra - o que
impossibilitava grandes investimentos em maquinário pesado – e concorrência da indústria
americana, foram preponderantes na construção do Sistema Toyota de Produção, o modelo de
manufatura enxuta. Mesmo antes da Segunda Guerra Mundial, a Toyota percebera que o
mercado japonês era muito reduzido e que a demanda era muito fragmentada para suportar os
grandes volumes de produção dos Estados Unidos (LIKER, 2005).
Kiichiro e o engenheiro Taiichi Ohno, após terem passado uma temporada de estudos
em Detroit-EUA, observando a indústria automobilística local, adaptaram o processo à
realidade japonesa. Entre as principais mudanças propostas, estavam:
• setups rápidos das máquinas durante a produção – proporcionando aumento da
flexibilidade e disponibilidade;
• baixo nível de estoque de produto acabado e entre processos, já que na filosofia enxuta
estoque significa recurso – ou dinheiro – parado;
• fluxo contínuo. Através disso chegava-se aos baixos níveis de estoque.
Tantas outras técnicas e ferramentas foram desenvolvidas, mas as três destacadas
anteriormente retratam a idéia geral de manufatura enxuta que defende a produção somente do
que é estritamente necessário, no momento certo e nas quantidades adequadas. Essa filosofia
15
é conhecida como Just-in-time. O JIT é muito mais do que uma técnica ou um conjunto de
técnicas de administração da produção, sendo considerada como uma completa filosofia que
inclui aspectos de administração de materiais, gestão da qualidade, arranjo físico, projeto do
produto, organização do trabalho e gestão de recursos humanos, entre outros (CORRÊA E
CORRÊA, 2008).
Para colocar em prática essa ideologia era necessário eliminar desperdícios de todos os
processos, descartando toda e qualquer tarefa ou recurso que não agregue valor ao cliente.
Essa é a busca incessante da Toyota e do seu modelo de produção. Para Shingo (1996) O
Sistema Toyota de Produção é 80% eliminação de perdas, 15% um sistema de produção e
apenas 5% o Kanban.
2.1.1 Flexibilidade
2.2 SETUP
Como tantas outras ferramentas de apoio à produção, o setup é uma bastante utilizada
na Manufatura Enxuta. Primeiramente, define-se setup como sendo o conjunto de ajustes
necessários para deixar de produzir um determinado modelo e passar a produzir outro.
Dentro do escopo de flexibilidade das empresas para atender mais precisamente o
cliente, na prática – no chão de fábrica – ocorrem diariamente os setups. No entanto, embora
necessários, tempo de setup é algo que deve ser fortemente combatido na linha de produção,
haja vista que esse tempo representa, muitas vezes, máquina parada e, consequentemente,
perda de produção.
Conforme afirma Tubino (2007), eliminar as atividades de setups deve ser o objetivo
principal da equipe de TRF, que deve buscar sempre a resposta à seguinte pergunta: como
produzir itens diferentes sem promover setups nas máquinas? Para se eliminar o setups, pode-
se agir em cima de três pontos:
17
Questões como a natureza física dos materiais e de equipamentos podem ser decisivas
no seqüenciamento de produção. Slack, Chambers e Johnston (2002) citam o exemplo de uma
18
indústria que possui um processo que utiliza tintas. Os tons mais claros são seqüenciados de
maneira a serem utilizados antes dos tons mais escuros. Isso se deve ao fato de que a cor só
pode ser escurecida e nunca clareada.
Slack, Chambers e Johnston (2002) explicam que priorizar pela data prometida
significa que o trabalho é seqüenciado de acordo com a data prometida de entrega.
Essa regra possui uma especificidade que deve ser levada em consideração na hora de
utilizá-la. Via de regra, seqüenciar produção por data prometida prejudica a produtividade de
uma linha ou um processo produtivo, haja vista que outros fatores - inerentes à cada processo
- podem deixar de ser atendidos. Portanto empresas que buscam essencialmente alta
produtividade precisam ponderar antes de usar essa regra de seqüenciamento.
2.4 MRP
As primeiras entradas para rodar MRP são os pedidos em carteira feitos pelos clientes
e a previsão da demanda, em termos de volume e momento. Todo o cálculo da necessidade de
materiais
eriais partirá da combinação dessas duas bases de dados. A Figura
igura 1 mostra o esquema do
planejamento de necessidades de materiais (MRP
( I).
2.4.2 Programa-mestre
mestre de produção
O programa-mestre
mestre de produção (Master
( Production Schedule - MPS)
MPS é um plano para
a fabricação de itens individuais finais. Divide o plano de produção, visando amostrar, em
cada período, qual é a quantidade de cada item a ser fabricada (ARNOLD, 1999). O MPS é a
base de cálculo do MRP.
Tratando-se
se de empresas manufatureiras, o MPS possui uma base de dados com as
quantidades e momentos que os produtos acabados, de todos os modelos, devem estar
disponíveis para faturamento. Com isso, o MRP estabelece todo o planejamento de utilização
de mão-de-obra,
obra, equipamentos e necessidades de matéria-prima.
mat
20
2.4.4 MRP II
A Figura
igura 2 demonstra a Cadeia de Suprimentos esquematicamente.
Conforme afirma Tubino (2007), as atividades do PCP são exercidas nos 3 níveis
hierárquicos de planejamento e controle das atividades produtivas de um sistema de produção.
No nível estratégico, em que são definidas as políticas estratégicas de longo prazo da
empresa, o PCP participa da formulação do Planejamento Estratégico da
da Produção, gerando
ger
um plano de produção. No nível tático, em que são estabelecidos os planos de médio prazo
para a produção, o PCP desenvolve o Planejamento-mestre
Planejamento mestre da Produção, obtendo o Plano-
Plano
mestre de Produção (PMP). No nível operacional, em que são preparados os programas de
curto prazo de produção e realizado o acompanhamento dos mesmos, o PCP prepara a
Programação da Produção, administrando estoques, seqüenciando, emitindo e liberando as
Ordens de Compras, Fabricação e Montagem, bem como executa o Acompanhamento e
Controle da Produção, gerando um relatório de Avaliação de Desempenho (TUBINO, 2007).
A Figura 3 demonstra uma visão geral do fluxo de informação no qual o PCP atua.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Atividade Tempo
Medição 2 semanas
Propostas de melhorias 1 semana
Aplicação das propostas 2 semanas
Estudo de impacto 3 semanas
Figura 4 – Etapas do trabalho
Fonte: Primária, 2010.
Manufatura (MRP II), é gerada uma demanda de produção que pode chegar a 33 modelos
diferentes - ou sku’s, (Unidade de Manutenção de Estoque) - em um quadro de programação,
com suas respectivas quantidades. Com isso apresenta-se a possibilidade de atingir uma
redução de perda de produto acabado média de 5 peças por dia de trabalho na linha de
montagem, conforme será demonstrado a seguir.
O programador, baseado em uma planilha de tempos e gargalos, conforme mostrado
na Figura 5, distribui os modelos de produto acabado ao longo dos turnos e dias de trabalho
na linha, dentro do período de demanda firme, conhecido na empresa em estudo como
“período congelado”. É freqüente a troca de modelo de cerca 3 vezes ao dia, praticamente
uma vez por turno. Portanto, a redução do número de setups tem relevância na produtividade
da linha. Na Figura 5 há 2 moldes de injeção de poliuretano de diferentes famílias de
produtos, um na linha 58 e outro na linha 59. Na coluna “I” verifica-se a capacidade de
injeção medida em gabinetes por hora. O molde da linha 58, por exemplo, possui uma
capacidade de injeção de 10,43 gabinetes por hora.
Para quantificar o número de setups realizados até então, fez-se necessário a definição
e o escopo dos seus tipos. Podemos considerar que cada troca de sku passante na linha implica
em pelo menos um setup realizado.
26
No quinto grupo (troca de molde) há um impacto maior, já que após a troca do molde
são realizados ajustes e aquecimento. Resumidamente, considera-se 30 minutos de molde
parado em cada troca. Ocorre que todas as trocas de molde são seqüenciadas de maneira a
acontecerem no horário de refeição da linha, que justamente dura 30 minutos, portanto
trataremos o estudo em uma única frente, que são os 4 primeiros grupos de setups.
Definidos os tipos de setups, para análise das perdas foram considerados dois grupos
de setups, dos quais será somente estudado o setup de troca de sku passante, já que as trocas
de molde são absorvidas pelas pausas para lanche. Dentro do escopo de objetivos específicos,
a próxima etapa foi medir justamente a quantidade de trocas que são realizadas no
seqüenciamento atual.
A Tabela 1 mostra a quantidade de trocas dentro de um período de 15 dias de
produção da família “A”.
TOTAL % 25/8 26/8 27/8 28/8 29/8 30/8 31/8 1/9 2/9 3/9 4/9 5/9 7/9 8/9 9/9 10/9
6/9
Troca de
15 34,1% 0 2 1 0 0 3 0 3 1 1 1 2 1 0 0
voltagem
Troca de
mercado
10 22,7% 0 0 0 0 0 0 0 2 1 1 1 2 1 2 0
(externo/int
erno)
Troca de
12 27,3% 0 1 1 0 0 2 0 2 1 1 2 1 0 0 1
modelo
Troca de
1 2,3% 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0
molde
44 0 3 2 0 0 5 0 10 3 3 4 7 2 4 1
Família “A”, cuja capacidade de injeção é de 10,4 produtos/hora por molde, totalizando 52
produtos por hora. Cada setup representa, portanto, 5,2 produtos perdidos (10%).
Resumidamente, a Tabela 2 quantifica a perda de produção. Esse cálculo é feito
multiplicando o número de moldes da família “A” pelo percentual de 10% da capacidade de
injeção:
25/8 26/8 27/8 28/8 29/8 30/8 31/8 1/9 2/9 3/9 4/9 7/9 8/9 9/9 10/9 TOTAL
0,0 15,6 10,4 0,0 0,0 26,0 0,0 52,0 15,6 15,6 20,8 0,0 0,0 36,4 10,4 20,8 5,2 228,8
DIA
TOTAL % 25/8 26/8 27/8 28/8 29/8 30/8 31/8 1/9 2/9 3/9 4/9 7/9 8/9 9/9 10/9
Troca de
12 44,4% 2 2 1 0 1 0 0 3 1 0 1 1 0 0 0
voltagem
Troca de
mercado 2 7,4% 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0
(externo/interno)
27 3 3 2 0 1 0 0 5 3 2 3 2 1 0 2
DIA
25/8 26/8 27/8 28/8 29/8 30/8 31/8 1/9 2/9 3/9 4/9 7/9 8/9 9/9 10/9 TOTAL
10,4 10,4 6,9 0,0 3,5 0,0 0,0 17,3 10,4 6,9 10,4 0,0 0,0 6,9 3,5 0,0 6,9 93,2
Neste item será exposta a proposta de seqüenciamento que mais se adéqua aos
principais envolvidos na cadeia.
cadeia
PCP Prioridade atendimento Exportações Perda de Faturamento Produção de todos Exportações antes de Nacionais
Produção de produtos solicitados com urgência por
PCP Atendimento à demandas inesperadas Perda de Faturamento
vendas
REGRAS
Divisão dos lotes em duas partes iguais com intervalo de pelo menos 5 dias entre as mesmas
Produção de todos Exportações antes de Nacionais
Produção de produtos solicitados com urgência pela área de vendas
Tabela 5 – Quantidade de setups por dia Família”A”, 25/08 à 10/09/2010 (após melhorias)
DIA
TOTAL % 25/8 26/8 27/8 28/8 29/8 30/8 31/8 1/9 2/9 3/9 4/9 7/9 8/9 9/9 10/9
Troca de
12 33,3% 1 1 1 0 0 1 1 2 1 0 1 0 2 1 1
voltagem
Troca de
3 8,3% 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0
cor
Troca de
mercado
12 33,3% 0 0 0 0 0 0 0 3 2 2 1 2 1 1 0
(externo/in
terno)
Troca de
14 38,9% 0 1 1 0 1 2 0 2 0 1 2 2 1 0 1
modelo
Troca de
0 0,0% 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
molde
36 1 2 2 1 1 3 1 5 2 1 4 4 4 3 2
A Tabela 6 mostra, para a mesma família, qual foi a quantidade de produtos perdidos
devido aos setups da linha de montagem. No total, sob as novas regras, a linha perdeu 187,2
produtos da Família “A”.
Tabela 6 – Perda de produção por dia Família”A”, 25/08 à 10/09/2010 (após a melhoria)
DIA
25/8 26/8 27/8 28/8 29/8 30/8 31/8 1/9 2/9 3/9 4/9 7/9 8/9 9/9 10/9 TOTAL
5,2 10,4 10,4 5,2 5,2 15,6 5,2 26 10,4 5,2 20,8 20,8 20,8 15,6 10,4 187,2
O mesmo processo foi feito para a família ”B”, chegando-se aos seguintes resultados:
• 19 setups realizados na produção da Família “B”, conforme Tabela 7;
• Perda de aproximadamente 65 produtos, conforme Tabela 8.
35
Tabela 7 – Quantidade de setups por dia Família”B”, 25/08 à 10/09/2010 (após melhorias)
DIA
TOTAL % 25/8 26/8 27/8 28/8 29/8 30/8 31/8 1/9 2/9 3/9 4/9 7/9 8/9 9/9 10/9
Troca de
12 44,4% 1 2 1 0 1 0 0 1 1 0 0 1 0 0 0
voltagem
Troca de
mercado
2 7,4% 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
(externo/inte
rno)
Troca de
3 11,1% 0 1 1 1 0 0 0 2 0 1 0 0 0 0 0
modelo
Troca de
1 3,7% 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
molde
19 2 3 2 1 1 1 0 3 1 1 0 1 1 0 2
Tabela 8 – Perda de produção por dia Família”B”, 25/08 à 10/09/2010 (após a melhoria)
DIA
25/8 26/8 27/8 28/8 29/8 30/8 31/8 1/9 2/9 3/9 4/9 7/9 8/9 9/9 10/9 TOTAL
6,9 10,35 6,9 3,45 3,45 3,45 0 10,35 3,45 3,45 0 3,45 3,45 0 6,9 65,6
Houve uma diminuição das perdas de produtos acabados causadas por setups de 21%.
O número mostrou-se melhor que o objetivo inicial, que era de 10% a 20%. Com o
sequenciamento anterior à melhoria, as perdas ocorridas por setups na linha eram de 322,3
produtos. Com a implementação da melhoria na forma de sequenciamento, após todo o estudo
envolvendo os principais membros da cadeia de suprimentos, chegou-se a uma perda total de
252,7 produtos, ou seja, a diminuição de perdas foi de 70 produtos. Para contextualizar
melhor esse resultado ressalta-se que a produção da linha sob estudo, com essa configuração,
é de aproximadamente 86 produtos por hora, com isso o ganho representa cerca de 49 minutos
de produção.
É importante salientar que há pedidos em carteira - aguardando espaço na linha - de
lotes inferiores a 70 peças, portanto essa melhoria representa, em um universo mais macro, o
atendimento de pelo menos mais 1 cliente para a companhia.
36
Pré-Melhoria Pós-melhoria
50 44
40 36
30
20
10
10 5 3 5 3 7
0 1
3 2 2 2
0 1 0 1 0 1 2 3 1 4 4 4 2 4 4 3
1 2
0
25/…
26/…
27/…
28/…
29/…
30/…
31/…
01/…
02/…
03/…
04/…
07/…
08/…
09/…
10/…
TO…
Pré-Melhoria Pós-melhoria
228,8
187,2
250
200
150
100
52
36,4
20,8
20,8
20,8
20,8
20,8
15,6
15,6
15,6
15,6
15,6
50
26
26
10,4
10,4
10,4
10,4
10,4
10,4
5,2
5,2
5,2
5,2
5,2
5,2
0
0
0
25/ago
26/ago
27/ago
28/ago
29/ago
30/ago
31/ago
01/set
02/set
03/set
04/set
07/set
08/set
09/set
10/set
TOTAL
Figura 11 – Quantidade de produtos perdidos antes e depois da melhoria – Família “A”
Fonte: Primária, 2010.
FAMÍLIA "B"
Quantidade de setups Quantidade de produtos perdidos
Pré-melhoria 27 93,5
Pós-melhoria 19 65,5
Ganho de produção 28
Fonte: Interna, 2010.
38
Pré-Melhoria Pós-melhoria
30 27
25
19
20
15
10
5
5 3 2 3 3 2 2 3 3 2 1 3 2 1 2 2
0 1 1 1 0 1 0 0 1 0 1 1 0 0
0
25/ago
26/ago
27/ago
28/ago
29/ago
30/ago
31/ago
01/set
02/set
03/set
04/set
07/set
08/set
09/set
10/set
TOTAL
Figura 12 – Quantidade de setups antes e depois da melhoria – Família “B”
Fonte: Primária, 2010.
Pré-Melhoria Pós-melhoria
93,5
100
65,55
90
80
70
60
50
40
17,3
10,35
10,35
10,4
10,4
10,4
10,4
30
3,45
3,45
3,45
3,45
3,45
3,45
3,45
6,9
6,9
6,9
6,9
6,9
6,9
6,9
20
3,5
3,5
10
0
0
0
0
0
0
25/ago
26/ago
27/ago
28/ago
29/ago
30/ago
31/ago
01/set
02/set
03/set
04/set
07/set
08/set
09/set
10/set
TOTAL
Em resultados gerais, como já foi dito anteriormente, a redução foi de 21% no número
de setups realizados e a quantidade de perda de produtos acabados perdidos.
A seguir, pode-se notar em números gerais, a evolução que ocorreu no processo de
seqüenciamento de lotes.
A Tabela 11 ressalta o ganho de produção de 70 produtos no período em que a linha
esteve sob estudo. Antes da criação das regras, a programação seqüenciou os lotes de maneira
que 71 setups fossem necessários, resultando em 322 produtos perdidos. Sob o novo modelo
de seqüenciamento os setups diminuíram para 55, com uma perda geral de 252 refrigeradores.
TOTAL
Quantidade de setups Quantidade de produtos perdidos
Pré-melhoria 71 322,3
Pós-melhoria 55 252,75
Ganho de produção 70
Fonte: Interna, 2010.
Pré-Melhoria Pós-melhoria
80 71
70
60 55
50
40
30
20 15
6 5 8 6 3 7 4 9
3 3 4 4 5 4 5 2 5 3 5 4 3 3 4
10 0 2 1 2 0 1
0
TOTAL
25/ago
26/ago
27/ago
28/ago
29/ago
30/ago
31/ago
01/set
02/set
03/set
04/set
07/set
08/set
09/set
10/set
Pré-Melhoria Pós-melhoria
322,3
350
252,75
300
250
200
150
69,3
100
36,35
43,3
24,25
24,25
20,75
31,2
19,05
13,85
22,5
20,8
20,8
17,3
17,3
17,3
15,6
13,9
12,1
12,1
10,4
26
26
26
8,65
8,65
8,65
50
5,2
3,5
0
0
25/ago
26/ago
27/ago
28/ago
29/ago
30/ago
31/ago
TOTAL
01/set
02/set
03/set
04/set
07/set
08/set
09/set
10/set
Figura 15 – Quantidade de produtos perdidos antes e depois da melhoria – Geral
Fonte: Primária, 2010.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
41
O objetivo geral de trabalho foi reduzir a quantidade de setups na produção entre 10%
e 20% dentro do período de demanda firme e, consequentemente, aumentar a produtividade
da linha em estudo. Como forma de chegar ao objetivo geral, os seguintes objetivos
específicos foram traçados:
a) Determinar os diversos tipos de setups envolvidos no processo de montagem de
refrigeradores, caracterizando-os e quantificando seus impactos na produtividade da linha
em estudo; No item 4.2.2 pode-se observar que a caracterização dos tipos de setups foi feita
com o apoio da área de Engenharia de Processo que também apontou a perda de
produtividade na linha quando os setups ocorriam.
b) Descrever o estado atual do seqüenciamento da produção da linha estudada e
mensurar a quantidade de setups envolvidos, para comparar ao estado futuro e evidenciar os
ganhos após a aplicação das melhorias; O item 4.2.3 mostra o estudo feito para descrever a
situação atual do seqüenciamento dos lotes. Através das tabelas 1, 2, 3 e 4 são demonstradas
as quantidades de setups realizados atualmente por dia e qual a perda em produtos acabados
esses setups representam.
c) Identificar, descrever e mensurar as restrições que são impactadas pelo
seqüenciamento provenientes das áreas na cadeia produtiva de apoio (fabricação de
componentes, Planejamento e Controle de Materiais, Planejamento e Controle de Produção),
para propor melhorias; No item 4.3.1 é apresentada a Figura 7 que demonstra
esquematicamente a cadeia envolvida no estudo. Todas as principais áreas fornecedoras
(PCM, Fabricação de Componentes e PCP) foram reunidas juntamente com a manufatura para
descrever suas restrições, necessidades e dificuldades. Essas restrições são abordadas nos
itens 4.3.1.1 até 4.3.1.3, separadamente por área fornecedora.
d) Estabelecer uma rede de colaboração entre os envolvidos na cadeia produtiva da
empresa, para descrever as regras para seqüenciamento que envolvam toda a cadeia e
apóiem a redução do número de setups da linha estudada; Definidas as restrições de cada
área principal do cadeia de suprimentos, através de reunião com os representantes das áreas,
no item 4.3.2 foram reunidas todas as informações apontadas por cada área, que seriam as
situações idéias para seus processos. Na Figura 9 – dentro do item 4.3.2 - todas essas regras
estão demonstradas. Após esse levantamento, foram feitas as filtragens de maneira a respeitar
todos os processos de cada área e chegou-se ao conjunto de regras para seqüenciamento que
viabilizaria a redução do número de setups na linha de montagem estudada (Figura 9).
e) Medir a quantidade de setups após a aplicação das melhorias na programação sob a
utilização das regras criadas para analisar dados, comparando os resultados de antes e
42
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MARTINS P. G.; LAUGENI F. P. Administração da produção. 2ª. ed. São Paulo : Saraiva,
2006.