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Universidade Federal Fluminense

Departamento de Educação Física


Disciplina: Jogos e Esportes de Marca
Professor (a): Elizandra
Alunos: Carolina e John
Data do Trabalho: 10/03/2021
Resumo da tese do Dr. Rogério Massaroto

O texto relata uma pesquisa investigativa e de análise crítica de teóricos clássicos que
contribuem/contribuíram com suas principais teorias relacionadas ao estudo do Jogo. Esses autores
sistematizam esse entendimento não só com bases filosóficas, mas também em pressupostos, estes na
posição da ontologia, da gnosiologia e da compreensão do papel do Jogo na formação de um
indivíduo. Nesse contexto, há também uma relação entre o sujeito e o objeto, essa ligação do sujeito
que conhece e o objeto que é conhecido por ele, estabelecendo, dessa forma, características marxiana
e engelsiana, que são responsáveis no encadeamento de conhecer a realidade.
Além disso, o autor faz uma comparação no comportamento dos animais com a do ser humano
diante de um jogo, um animal não tem a mesma capacidade de complexidade em uma situação de
Jogo, que exige um desenvolvimento neurológico e anátomo-fisiológica. O animal não é capaz de
raciocinar um jogo de tabuleiro, por exemplo, diferente do ser humano que tem um cérebro que está
sempre em desenvolvimento. Essa comparação é feita com base no brincar, pois para brincar não é
necessário pensar, já que toda prática de brincadeira é devida à ação do sujeito sobre aquilo que se
está fazendo. Toda brincadeira é um Jogo, mas nem todo Jogo é uma brincadeira.
Segundo Oliveira (2017), o Jogo é fundamental para o desenvolvimento da civilização, pois
assim aprende-se a socializar, trabalhar em equipe, formular estratégias etc. O Jogo possibilita o
aluno a entender um conteúdo de maneira que ele não perceba o peso e os obstáculos que o mesmo
oferece, como por exemplo as disciplinas de português e matemática.
Sobre a pesquisa da obra de HUIZINGA, o autor fala que o Jogo vai além da vida humana e
que não se pode fundamentar em elementos racionais, sua teoria é baseada no criacionismo. O Jogo
não é algo material, mas algo espiritual que envolve elementos espirituais básicos da vida que não
pode ser negado. Antes da cultura vem o espírito de competição lúdica que é impulsionada por
fatores da civilização com: indústria, arte e poesia, comércio e lucro e sabedoria e ciência. É
necessário se conectar com o espiritual para usufruir o que o Jogo oferecer, pois com o racional é
impossível. O Jogo como um elemento fundamental da civilização. A cultura se põe em lugar
secundário ao Jogo. Huizinga usa formas culturais como fundamento para explicar o papel do Jogo.
O Jogo é sempre uma competição e o elemento lúdico deve ser único sem influência.

Segundo suas análises do livro de BENJAMIN, o autor teórico não apresenta os principais
conceitos materialistas e dialéticos da história, esse não reconhecimento de classe, deixa evidente em
uma marca “comunista”, pois para além do brinquedo e Jogo, são abordadas questões ao
conformismo e resistência da juventude. A relação entre o mundo adulto e o infantil faz com que a
criança independente da relação recebia, está sempre em busca de prender algo novo. A imaginação e
criatividade da criança com os restos dos adultos.
Por conseguinte, a criança não é movida ao comercio de brinquedos, e, sim, à criatividade. Para
o literário crítico, o real significado do brincar não é se fazer de conta, mas, sim, converter as
experiências mais habituais e sensíveis. O brinquedo apresenta uma linguagem única em relação à
vida material, para que ele atenda todas as necessidades no processo do desenvolvimento da criança.
O brinquedo e o Jogo se tornam instrumentos de controle das crianças, aquilo que é descartado pelos
adultos é extremamente valorizado pelas crianças. Além disso, ele também fala sobre as diferenças
das brincadeiras de cada classe social.
Para LEONTIEV, o objeto brinquedo surge a partir do momento que a criança consegue fazer
suas percepções de mundo por meio de peças que já fazem parte de seu cotidiano. Nesse contexto, a
criança se sente inserida no mundo do ser humano a partir de objetos que ela se relaciona. Não é a
imaginação que determina a ação, são as condições da ação que estimulam a imaginação. Relação do
brinquedo físico e o Jogo abstrato (ação de jogar). A dramatização é recorrente nas brincadeiras,
independente do objeto ou da ação de jogar.
Conforme ELKONIN, o Jogo exige um progresso sincrônico da capacidade de pensar e da
abstração. Esse processo é fundamental na fase da criança pré-escolar. O autor faz uma comparação
de capacidades que a criança vai adquirindo com o desenvolvimento psíquico, além de ser nessa fase
que a mesma passa a ter certo domínio do jogo, contribuindo e interagindo socialmente até avançar
no Jogo protagonizado. A brincadeira da criança é referente á uma situação da vida real e cada fase
de sua vida infantil irá produzir um tipo de brincadeira e possuir um determinado brinquedo. O autor
relata sobre como as classes sociais interfere no Jogo e na brincadeira.
Assim como para CHATEAU, o Jogo tem o papel de exercitar as funções psíquicas da criança,
além disso, é como um processo pedagógico no desenvolvimento da criança à fase adulta com suas
fases e suas respectivas regras dentro do Jogo e para a vida, contribuindo, também, de maneira
positiva na formação do indivíduo. O escritor ainda argumenta que se cria um universo paralelo ao do
adulto: fictício/imaginativo. Em virtude disso, a criança reproduz o papel de um adulto, porém a
realização não é no mesmo mundo do adulto e sim do seu mundo imaginário/lúdico. Chateau
apresenta quatro tipos de Jogos, sendo eles: A existência do Jogo, sua finalidade, Jogos funcionais,
Jogos inventados e por último o Jogo tradicional. A finalidade do Jogo para o adulto acaba sendo um
refúgio para os problemas, um passatempo além de uma vivência infantil, já para a criança acaba
fazendo parte do seu cotidiano, mostrando-a o seu lugar de "inferioridade" ao adulto. É por meio do
Jogo que a criança exerce atividades superiores e reproduz sua própria personalidade. O Jogo tem o
poder de educar e tornar educação mais prazerosa.
Por fim, CAILLOIS compreende o Jogo como algo que envolve todo o sistema do ser humano,
conectando o real e dando sentido a sua existência, assim como a prática esportiva-obrigatória, isto é,
o trabalho formal ou até mesmo a competição. Além de ter um papel civilizador, contribui nas
manifestações culturais e do aperfeiçoamento do intelecto humano. Segundo o pensador, o Jogo
coloca o indivíduo na vida e produz a capacidade de vencer obstáculos, dificuldades e possui um
aspecto disciplinador ou até mesmo autodominante. Portanto, o autor fala que o Jogo é uma atividade
paralela a vida adulta e quanto maior for o pensamento lúdico do Jogo maior será seu valor
educativo. Essas contribuições na pesquisa do investigador Oliveira devem ser comparativas em
relação ao pensamento de cada autor teórico em seus respectivos tempos. Além disso, para finalizar,
fica uma indagação aos leitores sobre o porquê do substantivo “jogo” estar sempre em letra
maiúscula no decorrer de sua Tese.

Referência Bibliográfica:
OLIVEIRA, Rogerio Massarotto de. Estudos dos autores clássicos que investigaram o Jogo. In: OLIVEIRA, R. M. de; A
organização do trabalho educativo com o jogo na formação de professores de educação física. (Tese). Doutorado em
Educação. Faculdade de Educação da UFBA. Salvador, 2017. 260p. pp. 23-144. Disponível em:
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/25321

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