Você está na página 1de 5

Onde errei?

Calma, não vou dissertar sobre criação de filhos. Em visita a uma


delegacia fui recebido por um fiscal e a primeira coisa que me foi
perguntada foi:

-Você que colocou um depoimento no fórum sobre estudo real x estudo


líquido, o Alexandro, né?

-Sim, sou eu.

-Cara, parabéns. Ajudou muito minha esposa que está estudando e não
passou neste.

Bom, só de ter esta notícia já fiquei feliz. É bom saber que o pouco
conhecimento que adquiri de uma forma “diferente” esteja ajudando a
alguém. Bom mesmo.

Conversando com este futuro colega ele tocou em um assunto que eu


ainda não tinha chegado a uma conclusão plausível. Ele me disse que tudo
que escrevi serve muito bem a pessoas que já estão num “topo de linha”,
ou seja, concurseiro que tem o tipo de dúvida que tentei sanar é porque já
está próximo da aprovação. Então ele comentou que tem pessoas que tem
dificuldades mais “básicas”. Usei esta palavra por não encontrar algo
apropriado para descrever, lembre-se que não tem dúvida besta, toda
dúvida é importante, mas para utilizar termos que concurseiros vão
entender preferi dificuldades básicas e avançadas. rs

Por exemplo, ele me falou que há pessoas que estudam por dois ou
três meses de forma a não acumular muito conhecimento e não percebem
isto. Outras que não querem admitir que estejam indo pelo caminho errado
para não sofrer um abalo psicológico. Algumas que preferem seguir uma
cartilha porque não conseguem administrar o estudo em si com a avaliação
do que estão fazendo.

Eu, do meu lado, achei muito interessante tudo isto. Sinceramente, eu


nunca tinha pensado que os problemas no estudo de uma pessoa que está
há bastante tempo na luta pudessem ser estes. Realmente pensava que o
que eu já havia escrito tinha esgotado o assunto. Mesmo querendo escrever
sobre outras coisas eu achava que não iria ajudar a ninguém.

Portanto, é bom saber que eu estava errado.

Feita a introdução, vou tocar em dois assuntos: humildade e


autoconhecimento.
Parecem assuntos extremamente subjetivos, que variam de pessoa
para pessoa, e talvez realmente o sejam. Porém quero dar outro enfoque.
Àqueles que não são religiosos, não se preocupem. Eu vou emprestar uma
doutrina de certa religião que estudei. Não sou teólogo, nem pretendo ser,
mas conhecendo algumas religiões vi que poderia tirar coisas boas. Um
conhecimento deveras importante. Antes de qualquer coisa, sou católico de
criação, mas não praticante.

Primeiro, vamos definir humildade.

humildade
hu.mil.da.de
sf (lat humilitate) 1 Virtude com que manifestamos o sentimento de nossa
fraqueza. 2 Modéstia. 3 Pobreza. 4Demonstração de respeito, de
submissão. 5 Inferioridade

Fonte: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?
lingua=portugues-portugues&palavra=humildade

A palavra humildade parece derivar de humilhação, mesmo pelo


radical em latim. Mas não é este sentido que quero emprestar. Fico com as
descrições 1 e 2 apenas, mas para ajudar a perceber onde está o erro do
nosso estudo ficarei com a descrição 1 mais especificamente.

Em uma foto que um colega mandou para o grupo de e-mails de que


participei no estudo para AFR-SP vi a frase “A humildade é o trono do
saber”. Não poderia ser mais correta.

Se a humildade é a virtude com que manifestamos o sentimento de


nossa fraqueza, podemos dizer que é com ela que percebemos os nossos
erros, nossos “pontos fracos”. Se percebermos nossos erros, ou ponto
fracos, podemos corrigi-los e transformá-los em acertos. Ou seja, podemos
acertar ao invés de errar. E é exatamente o que precisamos para fazer uma
prova de concurso, colocar o X no lugar certo e não no lugar errado.

Onde quero chegar com isto?

Pode parecer muito óbvio, mas não é tanto quanto eu achava.

Quando estudamos, vez ou outra acreditamos que estamos mais


certos do que os “mestres do assunto” ou mais certos do que a própria
banca que realizará o certame. É neste ponto que nos esquecemos do
“nosso lugar”, ou seja, é aí que nos falta humildade, em uma análise bem
genérica.

Quando se erra um exercício é de suma importância admitir que


estamos errados e que aquele é um ponto fraco que temos de melhorar.
Não adianta tapar o sol com a peneira, você errou quando deveria acertar,
você está mal, você precisa melhorar, você precisa estudar mais, você não
adquiriu o conhecimento necessário, você não consegue puxar da memória,
você isso, você aquilo, você, você, você, etc. etc. etc.

E aqui puxo outro tópico: pressão psicológica.

No caso de sentir-se pressionado por um erro, dê um jeito de aprender


a lidar com isto. Erros fazem parte do aprendizado. Todos nascem pelados e
se colocar um monte de bebê junto e embaralhar ninguém mais sabe quem
é quem.

Se você nasce sem saber nada, como quer acertar da primeira vez?
Mas se errar, o que vai fazer com este erro? Vai mentir para si mesmo e se
enganar fazendo que pense que você está certo e o mundo está errado ou
vai admitir que está errado e procurar acertar na próxima vez? Ninguém
engana a ninguém, só engana a si mesmo, desista disto.

Aqui é que está o trono do saber. Se você admite que está errado já
deu o primeiro passo para chegar ao acerto. Sem este passo, todo o resto é
dispensável.

Após admitir que está errado, como definir onde está o seu erro?

Então entramos no próximo tópico: autoconhecimento.

Falei sobre isto e quase fui exaustivo. Quase...

Empresto uma doutrina de certa religião (que não interessa qual é)


para ajudar nisto.

Este tema é pessoal?

Com certeza.

Mas não há nada que se possa fazer?

Não. Há muita coisa a se fazer.

Se pensa que estudo para concurso é algo subjetivo, vou dar um


exemplo ainda mais subjetivo. Pensem em um caso onde uma certa pessoa
X está brava com certa pessoa Y. A pessoa Y fez uma coisa chata para a
pessoa X, ela falou mal de seu marido. Então a pessoa X ficou brava e
articula “vingança”. Porém, ela conhece antes disso o “quadro da
autopercepção”.

Que palavra ridícula que arrumei como nome. Bom, o que interessa é o
significado.

O quadro consiste em uma análise da situação, veja abaixo:


Se você analisar a situação desta forma e não for masoquista,
dificilmente não escolheria a última opção.

Agora vamos falar de concurso.

Bom, ao errar um exercício durante a sua preparação dá para fazer o


mesmo e definir o que você precisa. Isto é uma parte do que eu chamei nos
outros textos de “conhecer a si mesmo”. Não aconselho a montar um
quadro, não tem necessidade nenhuma disto. Faça tudo de cabeça, escreva
só as conclusões se precisar. Eu nunca escrevi nada disto.

Antes do quadro, primeiro deve-se definir o porquê do erro. Pergunte e


responda a si mesmo.

Errei por quê?

Esqueci? Não estudei? Estudei e não aprendi? Etc. Vejamos o quadro.

Meus amigos, comigo aconteceu todos os casos citados.


Uma última coisa para terminar. As causas e as atitudes não são
taxativas, ou seja, há muitas outras causas e muitas outras atitudes.

Por exemplo: o cansaço, o branco, fazer exercícios com problemas


pessoais pendentes, etc. Coisas fora do estudo em si e que requerem
também uma atitude determinada. Quem vai achar a causa do erro e a
atitude a se tomar é você. Ninguém pode fazer isto em seu lugar.

Pensei em escrever também sobre sorte em concurso e sobre cobrir


todo o edital ou confiar no que professores dizem. Assim que puder o farei.

Espero ter ajudado mais um pouco.

Você também pode gostar