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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA MM_____VARA DO TRABALHO DA COMARCA DA

CAPITAL DO RIO DE JANEIRO

AÇÃO TRABALHISTA

em face de PROPRIA AMBIENTAL LTDA, pessoa jurídica inscrita no CNPJ sob o nº 18.055.692/0001-
30, com sede na Est. São Marcos, nº 77, Acampamento Ranchito, Mangaratiba/RJ, CEP: 23.860-000,
telefones: (21) 2671-5636 / (21) 2671-5636 e PREFEITURA MUNICIPAL DE MANGARATIBA, pessoa
jurídica de direito público, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 29.138.310/0001-59, com sede a Praça
Robert Simões, 92 - Centro, Mangaratiba - RJ, CEP: 23860-000, telefone: (21) 2789-6000, pelas razões
e direito a seguir expostos:

DA INSTRUÇÃO NORMATIVA TST Nº 41 DE 21/06/2018

Primeiramente, cumpre ressaltar que a Instrução Normativa nº 41 do TST, de


21/06/2018, que dispõe sobre a aplicação das normas processuais da CLT modificadas pela Lei
13.467/2017, possui pronta execução, sem, contudo, atingir situações pretéritas iniciadas sob a valia
da lei revogada.

Em homenagem à Segurança Jurídica pertinente ao Estado Democrático de Direito e


à proteção ao Direito Adquirido, fundamentada no inciso XXXVI do artigo 5º da Constituição Federal,
requer a Reclamante, no que couber, a aplicação da citada Instrução Normativa, vez que o contrato
laboral teve início no dia 02 de maio de 2013, isto é, pregresso à vigência da Lei 13.467/2017.

DA PRESCRIÇÃO BIENAL E QUINQUENAL

Vigorou do dia 02/05/2013 até o dia 07/07/2019, o contrato de trabalho entre as


partes, objeto da presente reclamatória, dessa forma, sua distribuição encontra-se em prazo inferior
ao limite de 2 (dois) anos da extinção do referido pacto, conforme dispõe o inciso XXIX, do artigo 7º
da Constituição Federal. Portanto, a aplicação da prescrição quinquenal, deve ser pautada na
inteligência do inciso I da Súmula 308 do Tribunal Superior do Trabalho.
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Requer a Reclamante nos termos do artigo 5º, inciso LXXIV da Constituição


Federal/88, do parágrafo 3º do artigo 790 da CLT e do artigo 98 e seguintes do NCPC, Lei
13.105/2015, que lhe seja deferido o benefício da gratuidade de justiça, visto encontrar-se
desempregada e, consequentemente, em estado financeiro insuficiente para arcar com os ônus
processuais, sem que isto lhe acarrete prejuízos em seu sustento próprio e de seus familiares,
conforme atesta em Declaração de Hipossuficiência (doc. 01, em anexo).

DA SUBMISSÃO À COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA

A submissão da lide à Comissão de Conciliação Prévia é faculdade das partes,


consoante disposição do artigo 625 – D da CLT, isto é, a preexistente apreciação da demanda pela
referida comissão não figura como pré-requisito à postulação de ação judicial.

Outrossim, a Constituição Federal, assegura, no artigo 5º, inciso XXXV, o irrestrito


acesso ao Poder Judiciário, quando da necessidade de pleitear perante Juízo, sem estabelecer
pressupostos como este para tanto.

DA AUTENTICIDADE DOS DOCUMENTOS

A advogada subscritora da presente Ação, nos moldes do artigo 830 da CLT, atesta,
sob sua responsabilidade pessoal, a veracidade dos documentos trazidos em anexo.
DO CONTRATO DE TRABALHO

A Reclamante, no dia 02 de maio de 2013, teve sua CTPS nº 00009201, série nº


160/RJ, assinada pela primeira Reclamada, para exercer a função de VARREDORA, mediante
remuneração mensal no valor de R$ 736 (setecentos e trinta e seis reais).

Ocorre que esta veio a extraviar-se em 10/12/2017, oportunidade na qual foi


registrado um termo de ocorrência (doc.02, em anexo).

Posteriormente, foi emitida nova CTPS de nº 7317593, série 0050/RJ, na qual a


primeira Reclamada também procedeu a assinatura, conforme CTPS (doc. 03, em anexo).

A jornada de trabalho definida em 08 (oito) horas diárias, de segunda a sexta-feira,


das 9:00 às 18:00 horas, com 01 (uma) hora de intervalo para refeições. Sendo o local da prestação
laboral nas dependências do prédio sede da 2ª Reclamada.

Destaca-se, que o último salário pago a Reclamante compunha o valor de R$


1.536,86 (mil quinhentos e trinta e seis reais e oitenta e seis centavos), conforme demonstrativos de
recebimento de salários (doc. 04, em anexo).

No dia 20/05/2019, recebeu a Reclamante carta de aviso prévio (doc.05, em anexo),


com projeção para o dia 07/07/2019. Findado o prazo, recebeu foi dispensada a Reclamante sem,
contudo, receber integralmente suas verbas rescisórias, além do fato de descobrir que seus
depósitos no FGTS foram feitos de maneira totalmente irregular, como passa a demonstrar.

DOS FATOS

A Reclamante, durante todo o período de pacto laboral, exerceu com zelo e diligência
sua função de VARREDORA que consistia em realizar a limpeza, de modo geral, lavando ambientes,
varrendo, retirando lixo e afins, das dependências da 2ª Reclamada, no horário de 09:00 às 18:00
horas, de segunda a sexta-feira, com intervalo de uma hora para refeição, mediante remuneração
base R$ 1.536,86 (mil quinhentos e trinta e seis reais e oitenta e seis centavos).
Ocorre que, infelizmente, a primeira Reclamada não cumpriu sua parte na
contratação com a mesma responsabilidade, uma vez que após o período do aviso prévio trabalhado,
não procedeu a baixa em sua CTPS, nem tampouco lavrou TRCT, menos ainda lhe pagou suas verbas
rescisórias, conforme segue demonstrado.

DOS DEPÓSITOS DO FGTS

Apesar de o pacto laboral ter tido seu início em 02/05/2013, a primeira Reclamada,
de forma totalmente irregular e incorreta, efetuou ínfimos depósitos na conta vinculada do FGTS da
Reclamante, onde recolhia valores aleatórios, sendo tais depósitos muitas vezes de valores
correspondentes a apenas alguns centavos, somando o total de R$ 285,55 (duzentos e oitenta e
cinco reais e cinquenta e cinco centavos), segundo comprova o extrato do Fundo de Garantia (doc.
06, em anexo).

Posto isso, encontram-se devidos pelas Reclamadas, de maneira subsidiária, por não
depositados corretamente na conta vinculada do FGTS da Reclamante, com base no último salário
pago a mesma, o valor total de R$ 9.992,38 (nove mil novecentos e noventa dois reais e trinta e oito
centavos), observando-se a prescrição quinquenal.

DAS VERBAS RESCISÓRIAS

Em face da dispensa sem justa causa, faz jus a Reclamante, além das verbas
trabalhistas inadimplidas supracitadas, as verbas rescisórias, a seguir demonstradas:

• Saldo de Salário de 24 (vinte e quatro) dias, já com o devido desconto do INSS, no valor de R$
1.131,12 (hum mil cento e trinta e um reais e doze centavos);

• Décimo terceiro salário proporcional e indenizado, correspondentes a 06/12 avos, já com o


devido desconto do INSS, no valor de R$ 706,95 (setecentos e seis reais e noventa e cinco centavos);

• Férias proporcionais, correspondentes a 06/12 avos, acrescidas de 1/3 constitucional, no


valor total de R$ 1.024,58 (hum mil e vinte e quatro reais e cinquenta e oito centavos);

• Multa de 40% do FGTS sobre todo o contrato de trabalho, no valor de R$ 3.996,95 (três mil
novecentos e noventa seis reais e noventa e cinco centavos);
• Multa do artigo 477, parágrafo 8º da CLT, equivalente ao salário da Reclamante, pelo não
pagamento das verbas rescisórias dentro do prazo estipulado no § 6º do mesmo artigo, no valor de
R$ 1.536,86 (hum mil quinhentos e trinta e seis reais e oitenta e seis centavos);

Os valores acima apurados somam o montante de R$ 8.396,46 (oito mil trezentos s e


noventa e seis reais e quarenta e seis centavos). Cumpre ressaltar que recebeu a Reclamante a
importância de R$ 634,00 (seiscentos e trinta e quatro reais), quando da sua demissão, assim, deve
receber a diferença de R$ 7.762,46 (sete mil setecentos e sessenta dois reais e quarenta e seis
centavos), pela soma das verbas rescisórias acima descritas.

DO DANO EXTRAPATRIONIAL

Observando ainda o preceito do artigo 223-B CLT, aquele que ofende a esfera moral
da pessoa física, por ação ou omissão, tem o dever de repara-la.

Dessa forma, assim como a primeira Reclamada não realizou os devidos depósitos na
conta vinculada do FGTS da Reclamante, também não realizou os recolhimentos concernentes ao
INSS (doc. 07, em anexo), razão pela qual têm-se a impossibilidade de a Reclamante receber seu
auxílio-desemprego, face à falta de regular contribuição.

Assim, mostra-se inequívoca a violação a esfera extrapatrimonial da Reclamante uma


vez que impõe sobre a mesma sofrimento e angústia, porque além de ver-se sem suas devidas verbas
resilitórias, não poderá usufruir de benefício que lhe é assegurado por previsão legal.

Incorre em dano extrapatrimonial porque coloca a Reclamante em situação de


humilhação, por esta ter que depender de favores e ajuda de vizinhos e familiares para sustentar-se,
amargando condição de penúria.

Portanto, observada a inteligência do artigo 223-G, principalmente os incisos II, IV, V,


VII, XI e XII, espera a Reclamante a reparação do dano sofrido na forma no parágrafo 1º, inciso I do
mesmo dispositivo legal, no valor de R$ 4.610,58 (quatro mil seiscentos e dez reais e cinquenta e
oito centavos).

DA BAIXA NA CTPS
Face a dispensa sem justa causa, onde não houve a lavratura do Termo de Rescisão
do Contrato de Trabalho nem a baixa na CTPS, requer a Reclamante o registro da extinção do
Contrato de Trabalho em sua CTPS, devendo a mesma corresponder à data do término do aviso
prévio trabalhado, em um total de 48 (quarenta e oito) dias, com projeção para o dia 08 de julho de
2019.

DO IMPOSTO DE RENDA

Requer, desde já, a Reclamante, com base no entendimento consagrado na Súmula


368 do TST, sejam os valores porventura devidos a título de Imposto de Renda, bem como as cotas
previdenciárias, descontados mês a mês, arcando as Reclamadas com as diferenças apuradas, uma
vez que a mesma não tornou possíveis os corretos recolhimentos na época devida.

DOS HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS

Devido a vigência da Lei 13.467/2017, que garante, a teor do artigo 791-A da CLT, ao
Advogado, Honorários de Sucumbência, requer, desde já, sejam os referidos honorários deferidos,
no percentual de 15% (quinze por cento), sobre o valor que resultar da liquidação da sentença.

DOS PEDIDOS

Diante de todo o acima exposto, REQUER a Reclamante:

I- A aplicação da Instrução Normativa 41 de 21/08/2018 do TST, uma vez que o contrato


laboral iniciou-se no dia 02 de maio de 2013, anterior, portanto, à vigência da Lei
13.467/2017;

II- A concessão da assistência judiciária gratuita, com base no artigo 5º, inciso LXXIV da
Constituição Federal/88 e do artigo 98 e seguintes do NCPC, uma vez que a Reclamante
por encontrar-se desempregada, não possui condições de arcar com os ônus processuais,
sem prejuízo de seu sustento e de seus familiares, conforme Declaração de
Hipossuficiência anexa;
III- A aplicação dos prazos prescricionais bienal e quinquenal, em consonância com o que
dispõe o inciso XXIX, do artigo 7º da Constituição Federal e do entendimento
consubstanciado no inciso I da Súmula 308 do Tribunal Superior do Trabalho,
respectivamente;

IV- A condenação das Reclamadas a indenizarem a Reclamante, em quantia equivalente a


todos os depósitos não realizados de forma regular em sua conta vinculada do FGTS,
referentes ao período do pacto laboral, já descontados os valores depositados,
monetariamente corrigidos, observada a prescrição quinquenal, no valor total de R$
9.992,38 (nove mil novecentos e noventa e dois reais e trinta e oito centavos);

V- A condenação das Reclamadas ao pagamento das VERBAS RESCISÓRIAS devidas,


consistentes em:

• Saldo de Salário de 24 (vinte e quatro) dias, já com o devido desconto do INSS, no


valor de R$ 1.131,12 (hum mil cento e trinta e um reais e doze centavos);

• Décimo terceiro salário proporcional e indenizado, correspondentes a 06/12 avos, já


com o devido desconto do INSS, no valor de R$ 706,95 (setecentos e seis reais e noventa
e cinco centavos);

• Férias proporcionais, correspondentes a 06/12 avos, acrescidas de 1/3 constitucional,


no valor total de R$ 1.024,58 (hum mil e vinte e quatro reais e cinquenta e oito
centavos);

• Multa de 40% do FGTS sobre todo o contrato de trabalho, no valor de R$ 3.996,95


(três mil novecentos e noventa seis reais e noventa e cinco centavos);

• Multa do artigo 477, parágrafo 8º da CLT, equivalente ao salário da Reclamante, pelo


não pagamento das verbas rescisórias dentro do prazo estipulado no § 6º do mesmo
artigo, no valor de R$ 1.536,86 (hum mil quinhentos e trinta e seis reais e oitenta e seis
centavos);

• Desconto da importância de R$ 634,00 (seiscentos e trinta e quatro reais), já


recebida.

VI- A condenação das Reclamadas ao pagamento de Indenização por Dano Extrapatrimonial


no valor de R$ 4.610,58 (quatro mil seiscentos e dez reais e cinquenta e oito centavos).
VII- O competente registro da baixa na CTPS da Reclamante, correspondente ao prazo do
aviso prévio no total de 48 (quarenta e oito) dias, com projeção para o dia 08 de julho de
2019;

VIII- Sejam os valores apurados em liquidação de sentença;

IX- Sejam os valores corrigidos segundo o artigo 883 da CLT e Súmulas 200 e 381 do TST,
sendo aplicável o índice da TR nos termos do artigo 879, §7º da CLT;
X- Sejam as Reclamadas condenadas no pagamento de honorários sucumbenciais no
percentual de 15% nos termos do art. 791-A da CLT;

XI- A expedição de ofícios aos Órgãos competentes: (DRT, INSS, Ministério Público do
Trabalho e Receita Federal), para a aplicação das sanções cabíveis.

Face ao exposto, requer a Reclamante a notificação das Reclamadas, para


comparecerem em audiência a ser designada por esse juízo, devendo oportunamente oferecerem
suas defesas, sob pena de incorrerem nos efeitos da revelia e confissão da matéria de fato,
esperando, contudo, ao final, obter a procedência de todos os pedidos formulados nesta
reclamatória.

Requer, por fim, a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em


especial a testemunhal e documental superveniente, bem como a tomada do depoimento pessoal
dos representantes legais das Reclamadas, sob pena de confissão

Dá à causa o valor de R$ 22.365,42 (vinte e dois mil trezentos e sessenta e cinco


reais e quarenta e dois centavos).

Termos em que,

Pleiteia e Espera Deferimento.

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