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Para se falar de psiquiatria e saúde mental é necessário que se compreenda primeiramente ou que
se saiba diferenciar normalidade de anormalidade. Para tanto, voltemos um pouco na história para
entender a loucura no mundo.
Antigamente, grande parte das doenças mentais eram consideradas maldições e pragas enviadas
por Deuses, como uma forma de punição.
Mas ainda na idade antiga, Hipócrates passa a observar mais atentamente, principalmente
durante o adoecimento da pessoa, e repara que aquilo não era causado por demônios,
desmistificando completamente a ideia que a Igreja passava.
Já na Idade Média, suas teorias foram esquecidas, e ainda com a Igreja no poder, iniciaram-se o
período de Caça as Bruxas, e os mesmos conceitos eram utilizados. Mulheres com
comportamentos diferentes (basicamente histeria), eram consideradas bruxas, e consequentemente
seriam caçadas e mortas brutalmente.
Durante a industrialização, muitas coisas mudaram, aquele conceito místico começa a diminuir,
e a ciência começa a desenvolver estudos para explicar tais fenômenos. Muitos não se adaptaram
ao sistema capitalista, e foi assim que surgiram as prostitutas, os moradores de rua e muitos
marginais. As pessoas que não se encaixavam no sistema capitalista, incluindo os próprios
doentes como os leproso e os histéricos, eram abrigadas em asilos e prisões, e muitos eram
considerados “loucos”, “desordeiros” ou “diferentes”.
Os “desviantes”, trancafiados nesses asilos, recebiam os cuidados das irmãs de caridade, porém
esses cuidados eram leigos e repressivos e enquanto isso, os números de asilos só aumentavam, e
junto com eles a disseminação de doenças, assim, com a necessidade de diminuir a quantidade de
prisioneiros e reduzir as taxas de doentes, com o avanço da medicina no século XVII e XVIII, a
ciência passou a iluminar os problemas humanos, assim o homem através do conhecimento
racional científico poderia libertar homem das trevas ou do saber tradicional, desse saber baseado
em mitos, religião, embasados na intuição e na moral.
Então o saber científico baseava-se em libertar o homem da loucura para venderem sua força de
trabalho no mercado. Por esse saber estar integrado a nova ordem industrial que era, que era a
sobrevivência por meio da força de trabalho os médicos começaram a ter espaço dentro dos asilos
e assim foram estudando, esses doentes, porém o cuidado era realizado através da repressão, pois
acreditavam que a disciplina por meio de castigos, como o isolamento, fazia com que o indivíduo
melhorasse, assim, os cuidadores passavam a ser os doentes que melhoravam, que ficavam mais
educados, ou seja, a cura através da barganha, o indivíduo que se adequava às regras subia de
cargo, e os “verdadeiros doentes” sofriam cada vez mais sendo sacrificados, apanhando dos
desses “novos cuidadores”. A ordem médica tomando espaço nos asilos, a igreja sai desses
espaços e esses espaços passam a ser chamados de hospícios ou hospitais e os cuidadores deixam
de ser as irmãs de caridades para serem os ex-pacientes.
“No século XIX, a medicalização da loucura, através da instituição médica, junto à lei de 30 de
junho de 1838 a fixar por mais de um século o alienado num completo estado de minoridade
social (BARROS, EGRY, 2001). Na França influenciada pelos mais célebres alienistas do período
torna está a primeira lei europeia sobre os alienados, reforçando os aspectos de periculosidade e
de ordem pública sobre o alienado”
Este modelo de assistência surgido na psiquiatria foi relativamente esquecido durante muito
tempo. A Escola de Enfermagem Anna Nery, fundada em 1923, no Rio de Janeiro,
considerada a primeira escola de enfermagem moderna do Brasil pela historiografia oficial,
não incluiu em seu currículo, até o ano de 1949, nenhuma matéria relacionada às doenças
mentais. O ensino de enfermagem psiquiátrica nos cursos de graduação em enfermagem no
Brasil só se tornou obrigatório nos currículos mínimos em 1949.
A partir da década de 80, muitos enfermeiros que atuavam em saúde mental passaram a
criticar a ênfase no modelo biológico e na assistência de enfermagem constituída unicamente
nos cuidados de higiene, alimentação, administração de medicamentos, vigilância e controle
dos pacientes. A transição paradigmática da enfermagem em saúde mental ocorre na
passagem da internação para a psiquiatria da desinstitucionalização, que ainda encontra-se em
curso em nosso país. O Movimento da Reforma Psiquiátrica chega então ao país, a exemplo
do que vinha acontecendo desde a Segunda Grande Guerra nos países do hemisfério norte,
tornando imperativa uma nova atuação em saúde e de novas contribuições de enfermagem
para a desinstitucionalização, consequentemente.
Embora tardia na América Latina, a discussão dos modelos de atenção à saúde mental foi
concretizada na Declaração de Caracas, onde representantes da sociedade política e Ministros
de Saúde subscreveram o paradigma não hospitalocêntrico de atenção à saúde mental e
reiteraram, através da Declaração dos Direitos dos Usuários, a assistência humanizada e as
delimitações éticas das ações em saúde mental, sob os auspícios da Organização Mundial de
Saúde.
É dentro deste contexto reformista que acontecem uma série de eventos com expressiva
participação da enfermagem, em um crescente movimento de desinstitucionalização no Brasil.
Em 1987 foi realizado o II Congresso Nacional do Movimento dos Trabalhadores em Saúde
Mental, com o lema: “Por uma Sociedade sem Manicômios”. Neste mesmo ano, aconteceu a I
Conferência Nacional de Saúde Mental e o Primeiro Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)
é inaugurado em São Paulo – o CAPS Professor Luiz da Rocha Cerqueira, serviço parte da
rede substitutiva do hospital psiquiátrico e experiência emblemática da Reforma Psiquiátrica
brasileira.
1831: José Martins da Cruz Jobim (1802-1878), pioneiro na psiquiatria, publica o primeiro
escrito sobre doenças mentais no Brasil.
1852: É inaugurado o Hospício de Pedro II, o “Palácio dos Loucos”, na Praia Vermelha, Rio
de Janeiro. É o primeiro do gênero por aqui.
1881: Um decreto do governo cria a cadeira de Doenças Nervosas e Mentais nas Faculdades
de Medicina da Bahia e do Rio de Janeiro.
1921: Inaugurado o famigerado Manicômio Judiciário, órgão que se encarrega dos doentes
mentais que cometem delitos.
1987: Realizada a primeira Conferência Nacional de Saúde Mental, em que se lança o lema
“Por uma Sociedade Sem Manicômios”.
2001: Sancionada a lei que trata dos direitos dos pacientes com transtorno mental e defende a
gradativa desativação dos manicômios.
2008: Criação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família, que recomendam a inclusão de
profissionais de saúde mental na Atenção Básica.
2015: A história da psiquiatra Nise da Silveira ganha as telas do cinema, popularizando seu
trabalho de humanização com os pacientes.
Vemos que antigamente, tínhamos tratamentos extremamente rígidos, com lições de morais,
e com punições, incluindo até mesmo o eletrochoque para pacientes mais agressivos, o que
acabava assemelhando um manicômio a uma prisão. Atualmente, os tratamentos são feitos
com extremo cuidado, e buscando corrigir e levar os pacientes ao autoconhecimento da
doença.
As semelhanças:
Estudos recentes demonstram que por mais que os sintomas e os transtornos mentais sejam
extremamente específicos, é comum que a maior parte deles afetem a mesma área, que seria a
parte frontal do nosso cérebro que seria a responsável pelo nosso humor. Muitos transtornos
causam mesmos sintomas, como por exemplo, a Ansiedade e a Depressão.
O cérebro passa por diversas modificações bioquímicas, por fatores individuais, causados
por medicamentos ou em decorrência de outras doenças, traumas ou acidentes.
Á seguir, mostrarei 3 doenças comuns na sociedade atualmente, como agem, quais são os
seus sintomas, como diagnosticar e o que as diferenciam de outras doenças.
Depressão:
-Agitação ou retardo na resposta dos movimentos do corpo que é notado pelas outras
pessoas;
Características individuais - é mais provável que uma pessoa desenvolva depressão se o pai
ou a mãe também teve. Entretanto, nem todos que têm histórico familiar desenvolverão o
transtorno.
Fatores fisiológicos e bioquímicos da depressão - parecem ocorrer em consequência de um
desequilíbrio das substâncias químicas do cérebro, os neurotransmissores.
Outras condições médicas – existem algumas que podem causar sintomas muito parecidos
com os da depressão. Por exemplo, os acidentes vasculares cerebrais (AVCs), as doenças
endocrinológicas e alguns medicamentos.
Esquizofrenia:
A esquizofrenia é uma doença mental crônica e incapacitante, normalmente se manifesta no
indivíduo enquanto é adolescente ou inicio da fase adulta entre 20 e 30 anos de idade.
As causas da esquizofrenia não foram descobertas até hoje, mas alguns fatores genéticos
cerebrais e do ambiente podem desencadear a doença.
Os delírios: são pensamentos que não correspondem com a realidade, mas que a pessoa
realmente acredita que acontece, como por exemplo, estar sendo vigiada.
Alucinações: são percepções irreais dos órgãos dos sentidos. As alucinações auditivas são as
mais frequentes. A pessoa pode ouvir vozes que dão ordens de como agir ou que falam sobre
ela. Mais raramente, podem ocorrer outras formas de alucinações, como visuais, táteis ou
olfativas.
Alterações do Pensamento: As ideias ficam desorganizadas e confusas, tornando as falas da
pessoa difíceis de compreender.
Esses sintomas podem variar, ou aparecer com o tempo. O que também pode acontecer, são
os sintomas evoluírem e ficarem cada vez mais agudos.
-Falta de motivação.
-Fadiga;
-Tensão muscular;
-Palpitação;
-Suor excessivo;
-Dor de cabeça;
-Disfunção sexual;
-Disfunção gastrointestinal.
No entanto, a doença fica mais evidente quando aparecem, ou são reconhecidos, os sintomas
neurológicos:
-Perda de memória;
-Insônia;
-Dificuldade de concentração;
-Irritabilidade;
-Inquietação.
Entre os sintomas psíquicos, os aspectos essenciais são a preocupação constante
e receios, como medo de ficar doente, de que algo negativo aconteça com seus familiares,
de não conseguir cumprir com compromissos profissionais ou financeiros. Ao longo do
transtorno, é comum a preocupação mudar de foco.
Prós- Por conta da serotonina, regula o humor, o bem-estar, sono, apetite, entre outras
funções. Seus efeitos são rápidos e eficazes, podendo se manifestar de 2 a 6 semanas.
Diazepam:
Gera alívio sintomático da ansiedade e outras patológicas associadas à síndrome
da ansiedade generalizada, incluindo também insônia e síndrome do pânico.
O diazepam produz um efeito calmante no corpo e também funciona como sedativo.
O efeito é notado após 20 minutos de sua ingestão, sendo que sua concentração máxima
é atingida de 30 a 90 minutos depois de sua administração
A medicação pode ser indicada para aliviar sintomas relacionados às seguintes condições:
-Distúrbios de ansiedade - ansiedade, tensão, agitação associada a desordens psiquiátricas
-Espasmo muscular reflexo - quadro decorre de traumas locais
-Espasticidade - aumento do tônus muscular decorrente de alterações neurológicas
-Desintoxicação alcoólica - alivia a agitação, tremores, alucinações e delírio
O diazepam também pode ser indicado para tratar a dor intensa, alívio da tensão antes de
cirurgias, na epilepsia ou nas convulsões agudas.
Sua fórmula é: C16H13ClN2O
Contras: Como vantagem, a rápida ação do fármaco, acaba sendo este também seu ponto
fraco. Os usuários logo se acostumam com esse efeito, o que abre oportunidade para o uso
abusivo. Causam alguns efeitos colaterais também sendo os mais comuns o cansaço,
sonolência e relaxamento muscular.
Clozapina:
Usado na redução do risco de comportamento suicida em pacientes com esquizofrenia ou
transtorno esquizo afetivo. É recomendado quando há reincidência da tentativa
de suicídio e funciona como bloqueador do receptor D4, ou receptor de dopamina, no
cérebro.
Prós: Este remédio, muitas vezes, é o único que funciona em casos específicos,
dependendo do nível e do caso é o único remédio que pode ter eficácia
Contras: Alguns dos efeitos colaterais mais comuns que podem ocorrer durante o
tratamento com a clozapina são batimentos cardíacos acelerados, sinais de infecção como
febre, calafrios graves, dor de garganta ou úlceras na boca, redução do número de
glóbulos brancos no sangue, convulsões, alto nível de um tipo específico de glóbulos
brancos do sangue, aumento da contagem de glóbulos brancos do sangue, perda de
consciência, desmaio, febre, cãibras musculares, alterações da pressão arterial,
desorientação e confusão.
Conclusão:
Durante as décadas e com o passar do tempo, as doenças mentais começaram a ter mais
atenção na área da medicina, com o descobrimento de novos métodos e meios de
tratamento a respeito dessas doenças; e grande parte desses métodos não foram
descobertos anteriormente por conta da concepção que se tinha antigamente das doenças
mentais; tratavam como um contexto religioso, que os sintomas vinham de demônios,
possessões ou punições; muitos eram aprisionados, torturados ou até mesmo queimados.
As coisas começaram a progredir quando iniciaram-se os estudos sobre o cérebro
humano, e assim, começaram a surgir tratamentos mais básicos.
Avançando um pouco mais no tempo, percebemos que começaram a surgir os hospitais
psiquiátricos, os hospícios e manicômios, mas ainda com tratamentos brutais, como
castigos e punições.
No Brasil as coisas começaram a progredir a partir de 1831, quando o primeiro escrito
sobre doenças mentais foi publicado. Ainda no Brasil, leis a respeito sobre os transtornos
mentais começaram a ser avaliadas e colocadas em prática com o passar do tempo, e
também manifestos começaram a fazer efeito. Logo após, em 1992, é criado o Centro de
Atenção Psicossocial (CAPs), que fazia questão de tratar os transtornos sem envolver a
internação.
Com o passar de todas essas décadas, foram descobrindo