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MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA

ATIVIDADE MOTORA

Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação


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Seja bem-vindo(a) à disciplina de Medidas e Avaliação da Atividade


Motora. Meu nome é Evandro Marianetti Fioco. Sou educador físico,
doutor em Biologia Oral pela Universidade de São Paulo (FORP-USP),
mestre em Promoção da Saúde pela Universidade de Franca (UNIFRAN),
especialista em Condicionamento Físico em Academias e licenciado em
Educação Física pelo Claretiano – Centro Universitário de Batatais.
E-mail: evandroacm@claretiano.edu.br.
Evandro Marianetti Fioco

MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA
ATIVIDADE MOTORA

Batatais
Claretiano
2020
© Ação Educacional Claretiana, 2020 – Batatais (SP)
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição
na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito
do autor e da Ação Educacional Claretiana.

Reitor: Prof. Dr. Pe. Sérgio Ibanor Piva


Vice-Reitor: Prof. Dr. Pe. Cláudio Roberto Fontana Bastos
Pró-Reitor Administrativo: Pe. Luiz Claudemir Botteon
Pró-Reitor de Extensão e Ação Comunitária: Prof. Dr. Pe. Cláudio Roberto Fontana Bastos
Pró-Reitor Acadêmico: Prof. Me. Luís Cláudio de Almeida
Coordenador Geral de EaD: Prof. Me. Evandro Luís Ribeiro

CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL


Gerente de Material Didático: Rodrigo Ferreira Daverni
Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera
• Cátia Aparecida Ribeiro • Elaine Aparecida de Lima Moraes • Josiane Marchiori Martins
• Lidiane Maria Magalini • Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos Sançana de Melo •
Patrícia Alves Veronez Montera • Simone Rodrigues de Oliveira
Revisão: Eduardo Henrique Marinheiro • Filipi Andrade de Deus Silveira • Rafael Antonio
Morotti • Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa: Bruno do Carmo Bulgarelli • Joice Cristina Micai • Lúcia
Maria de Sousa Ferrão • Luis Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires
Botta Murakami
Videoaula: André Luís Menari Pereira • Bruna Giovanaz Bulgarelli • Gustavo Fonseca • Luis
Gustavo Millan • Marilene Baviera • Renan de Omote Cardoso

INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Graduação
Título: Medidas e Avaliação da Atividade Motora
Versão: fev./2020
Formato: 15x21 cm
Páginas: 102 páginas
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 9
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS............................................................................. 10
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE................................................................ 11
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 12
5. E-REFERÊNCIAS................................................................................................. 12

Unidade 1 – ANTROPOMETRIA
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 15
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA.............................................................. 15
2.1. ANAMNESE E QUESTIONÁRIO DE ESTRATIFICAÇÃO DE RISCOS.......... 16
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR................................................................. 36
3.1. ANAMNESE, AVALIAÇÕES EM COMPOSIÇÃO CORPORAL, APTIDÃO
FÍSICA E DIÂMETROS ÓSSEOS.................................................................. 36
3.2. QUESTIONÁRIO DE ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO APLICADO À SAÚDE .37
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS........................................................................ 37
5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 38
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 38
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 39

Unidade 2 – AVALIAÇÃO POSTURAL


1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 43
1.1. AS CURVATURAS FISIOLÓGICAS ACENTUADAS..................................... 44
2. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR................................................................. 53
2.1. PRÁTICAS DA AVALIAÇÃO POSTURAL E SUA APLICABILIDADE NA ÁREA
DA SAÚDE.................................................................................................. 53
3. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS........................................................................ 54
4. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 55
5. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 56
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 57
Unidade 3 – DESEMPENHO MOTOR
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 61
2. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR................................................................. 75
2.1. AVALIAÇÕES DAS CAPACIDADES FUNCIONAIS...................................... 76
3. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS........................................................................ 76
4. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 77
5. E-REFERÊNCIAS................................................................................................. 78
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 80

Unidade 4 – AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA


1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 83
2. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR................................................................. 97
2.1. TESTES AERÓBIOS E ANAERÓBIOS......................................................... 98
3. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS........................................................................ 98
4. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 99
5. E-REFERÊNCIAS................................................................................................. 100
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 101
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

Conteúdo ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Testes, medidas e avaliações. Antropometria. Avaliação Postural. Testes
indiretos para avaliar a capacidade anaeróbia alática e lática. Força explosiva.
Coordenação geral. Flexibilidade. Equilíbrio. Percepção motora e cinestésica.
Agilidade e ritmo. Avaliação do componente cardiorrespiratório.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

Bibliografia Básica
NATIONAL STRENGTH AND CONDITIONING ASSOCIATION (NSCA). Guia de
condicionamento físico: diretrizes para elaboração de programas. Barueri: Manole,
2015 (Biblioteca Digital Pearson).
NIEMAN, D. C. Exercício e saúde: testes e prescrição de exercícios. Barueri: Manole,
2010 (Biblioteca Digital Pearson).
MARINS, J. C. B.; GIANNICHI, R. S. Avaliação & prescrição de atividade física: guia
prático. 3. ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003.

Bibliografia Complementar
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Manual do ACSM para avaliação da
aptidão física relacionada à saúde. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
FOSS, M. L.; KETEYIAN, S. J. Fox: Bases fisiológicas do exercício e do esporte. 6. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
GUEDES, D. P; GUEDES, J. E. R. P. Manual prático para avaliação em educação física.
Barueri: Manole, 2006.
MACHADO, A. Manual de avaliação física. São Paulo: Ícone, 2010.
NATIONAL STRENGTH AND CONDITIONING ASSOCIATION (NSCA). Desenvolvendo
agilidade e velocidade. Barueri: Manole. 2015 (Biblioteca Digital Pearson).

7
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

E-referências
ANDREAZZI, I. M. et al. Exame pré-participação esportiva e o par-q, em
praticantes de academias. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 22, n. 4,
p. 272-276, 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-
86922016000400272&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em: 24 out. 2019.
CARVALHO, T. de et al. Posição oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte:
atividade física e saúde. Rev Bras Med Esporte, v. 2, n. 4, p. 79-81, 1996. Disponível
em: <http://www.cirurgiadejoelho.med.br/wp-content/uploads/2015/04/
ATIVIDADE-F%C3%8DSICA-E-SA%C3%9ADE.pdf>. Acesso em: 24 out. 2019.
GLANER, M. F. Importância da aptidão física relacionada à saúde. Rev Bras Cineantropom
Desempenho Hum, v. 5, n. 2, p. 75-85, 2003. Disponível em: <https://www.researchgate.
net/profile/Maria_Glaner/publication/26452378_The_importance_of_
health-related_physical_fitness/links/09e4150ca36cf85361000000.pdf >.
Acesso em: 24 out. 2019.
REIS, G. M. S. et al. Circunferência do pescoço como indicador de excesso de peso em
idosas. RBONE – Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, v. 12, n.
75, p. 942-947, 2019. Disponível em: <http://www.rbone.com.br/index.php/ rbone/
article/view/822>: Acesso em: 24 out.. 2019.
ROSA, C. D.; PROFICE, C. C. Avaliações antes da prescrição de exercícios físicos em
academias de ginástica em uma cidade sul baiana. RBPFEX-Revista Brasileira de
Prescrição e Fisiologia do Exercício, v. 12, n. 75, p. 509-514, 2018. Disponível em:
<http://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/1444>. Acesso em: 24
out. 2019.

É importante saber: –––––––––––––––––––––––––––––––––


Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes:
Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá
ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes necessárias
à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais conceitos,
os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e os fundamentos
ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de saber.
Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente
selecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou disponibilizados em
sites acadêmicos confiáveis. São chamados “Conteúdos Digitais Integradores” porque
são imprescindíveis para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referência. Juntos,
não apenas privilegiam a convergência de mídias (vídeos complementares) e a leitura
de “navegação” (hipertexto), como também garantem a abrangência, a densidade e a
profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigatórios,
para efeito de avaliação.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

8 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

1. INTRODUÇÃO
Os benefícios da atividade física são inquestionáveis, para
quem a pratica de maneira regular. Independentemente da faixa
etária e do nível de condicionamento do indivíduo, e quaisquer
que sejam os objetivos (saúde, estética ou performance), é
necessário estabelecer um controle para a prática da atividade.
Portanto, algumas variáveis mensuráveis, relacionadas aos níveis
inicial, intermediário e avançado de exercícios, são necessárias
para a atividade física se tornar segura e, também, garantir os
resultados esperados.
Para tanto, prezado aluno, nesta obra, você terá condições
de entender sobre o tema Medida e Avaliação da Atividade
Motora. É muito comum e, você poderá encontrar na prática
profissional, indivíduos que começam uma atividade física sem
nenhum tipo de avaliação, embora seja de extrema importância
a realização de avaliações, especialmente as iniciais, pois podem
revelar informações relevantes da condição física dos praticantes.
Dessa forma, avaliações iniciais e periódicas devem fazer
parte de qualquer rotina de exercícios sistematizados, e uma boa
conversa, para que você perceba a situação em que seu cliente
se encontra, já é um bom começo. Posteriormente, uma ficha do
tipo anamnese, em que você possa inserir um questionário de
estratificação de risco, como o questionário Par-Q, sigla de Physical
Activity Readiness Questionnaire, ou Questionário de Prontidão
para Atividade Física, facilitará ainda mais essa avaliação.
Após a aplicação desse tipo de questionário, você poderá
passar para uma avaliação antropométrica que fornecerá dados
iniciais, permitindo comparações futuras nas reavaliações e
proporcionando a oportunidade de ajustes necessários ao
programa de treinamento.

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 9


CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

Depois da avaliação antropométrica, veremos como realizar


uma avaliação postural de maneira observacional subjetiva, por
meio da é possível identificar as principais alterações posturais
(hiperlordose, hipercifose e escoliose) relacionadas a hábitos
inadequados.
E, por fim, os testes motores e de capacidades físicas
mostrarão a real condição física dos clientes avaliados,
possibilitando ajustes que determinarão uma evolução gradual
e segura, com base no objetivo a ser alcançado.
Esperamos que você faça uma boa leitura!

2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida
e precisa das definições conceituais, possibilitando um bom
domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de
conhecimento dos temas tratados.
1) Avaliação: consiste na coleta de dados e determina a
importância ou o valor da informação coletada, com
base em escala de valores.
2) Avaliação diagnóstica: realizada no começo de um
programa de exercício, a avaliação diagnóstica procura
identificar, em um indivíduo ou determinado grupo,
as necessidades iniciais, permitindo um planejamento
com base nessas informações iniciais.
3) Avaliação formativa: realizada com mais frequência,
essa avaliação analisa se os objetivos traçados
inicialmente estão sendo atingidos e se há necessidade
de ajustes no programa de exercícios, a fim de garantir
os objetivos iniciais.

10 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

4) Avaliação somativa: realizada no final de cada período


em que se determinam resultados, com o objetivo de
traçar um perfil geral de evolução.
5) Medida de aspecto quantitativo: por ser precisa,
determina valores numéricos aos resultados, com
base na extensão ou no grau de determinado atributo,
atrelado a um sistema convencional de unidades.
6) Teste: é o procedimento, instrumento ou técnica usada
para se obter uma informação, mediante situações
organizadas e padronizadas.

3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE


O Esquema a seguir possibilita uma visão geral dos
conceitos mais importantes deste estudo.

 
Medidas    

 
  Testes 
 

 
Instrumento  Procedimento  Técnica 
 
 
 
   
Avaliações 
 
 
 
   
Diagnóstica  Formativa  Somativa 
 
 
 
Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave de Medida e Avaliação da Atividade Motora.
 

 
© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA
 
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CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GUEDES, D. P.; GUEDES, J. E. R. Manual prático para avaliação em educação física.
Barueri: Manole, 2006.
MARINS, J. C. B.; GIANNICHI, R. S. Avaliação & prescrição de atividade física: guia
prático. 3. ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003.
NIEMAN, D. C. Exercício e saúde: testes e prescrição de exercícios. Barueri: Manole,
2010 (Biblioteca Digital Pearson).

5. E-REFERÊNCIAS
MADASCHI, V.; PAULA, C. S. Medidas de avaliação do desenvolvimento infantil: uma
revisão da literatura nos últimos cinco anos. Cadernos de Pós-graduação em Distúrbios
do Desenvolvimento, v. 11, n. 1, 2018. Disponível em: <http://editorarevistas.
mackenzie.br/index.php/cpgdd/article/view/11173>. Acesso em: 28 out. 2019.
ROSA, C. D.; PROFICE, C. C. Avaliações antes da prescrição de exercícios físicos em
academias de ginástica em uma cidade sul baiana. RBPFEX-Revista Brasileira de
Prescrição e Fisiologia do Exercício, v. 12, n. 75, p. 509-514, 2018. Disponível em:
<http://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/1444>: Acesso em: 28
out. 2019.
TORQUATO, A. C. et al. Comparação entre os resultados obtidos por diferentes métodos
de avaliação da composição corporal em mulheres com síndrome de fibromialgia.
RBONE – Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, v. 13, n. 77, p.
103-110, 2019. Disponível em: <http://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/
view/891>: Acesso em: 28 out. 2019.

12 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 1
ANTROPOMETRIA

Objetivos
• Compreender os conceitos de testes e medidas.
• Distinguir as triagens de saúde, pré-participação e estratificação de riscos.
• Evidenciar a importância das avaliações antropométricas.
• Conhecer como é feita a medição da altura e do peso corporal.
• Identificar os pontos referenciais para realizar a mensuração de diâmetros
ósseos, perímetros corporais e dobras cutâneas.

Conteúdos
• Anamnese.
• Questionário de estratificação de riscos.
• Antropometria.
• Diâmetros ósseos.
• Medidas de perimetria e de dobras cutâneas.

Orientações para o estudo da unidade


Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir:
• O estudo de Medidas e Avaliação da Atividade Motora é marcado pela
relação entre diversos conteúdos, por ser muito abrangente. Dessa
forma, requer um conhecimento dos métodos avaliativos e suas práticas.
Sendo assim, sempre que possível, realize treinamentos sobre o método
avaliativo, pois isso ajudará a fixação do conhecimento.

13
UNIDADE 1 – ANTROPOMETRIA

• A realização de pequenos apontamentos, à medida que você avançar na


leitura desta obra, também pode auxiliar a fixação do conteúdo.
• De acordo com as ideias principais, elabore tópicos de estudo, que
facilitarão a consulta sobre o tema abordado.

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UNIDADE 1 – ANTROPOMETRIA

1. INTRODUÇÃO
Nesta primeira unidade, apresentaremos a você a
importância de se utilizar questionários relevantes, que possam
auxiliá-lo na estratificação de riscos junto aos seus clientes, e
de se realizar a anamnese, que possibilita, entre outras coisas,
traçar um histórico da condição física da pessoa avaliada. Esses
questionários são extremamente importantes e necessários, e
sua aplicação deve ser feita antes de qualquer prática esportiva.
Tais questionamentos levantam reflexões sobre as
possibilidades de o nosso cliente apresentar alguma doença,
restrições físicas, riscos para participar ou não de um determinado
tipo de aula e necessidades especiais, além de permitirem que
se conheça o condicionamento físico do indivíduo.
Por meio do estudo desta unidade, você poderá conhecer
também as avaliações antropométricas: diâmetros ósseos,
circunferências e dobras cutâneas. Elas fornecem parâmetros
essenciais na possibilidade de uma melhor prescrição de um
programa de exercícios com base nos objetivos individuais
possíveis.
Fundamentado-se no propósito a ser alcançado, espera-se
que você faça uma boa leitura e tenha excelentes descobertas.

2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA


O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de
forma sucinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua
compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo
estudo do Conteúdo Digital Integrador.

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 15


UNIDADE 1 – ANTROPOMETRIA

2.1. ANAMNESE E QUESTIONÁRIO DE ESTRATIFICAÇÃO DE


RISCOS

Segundo a National Strength and Conditioning Association,


NSCA (2015), o grau inicial do condicionamento físico de um
indivíduo deve ser avaliado por meio de uma avaliação prévia
para determinar o nível do condicionamento físico. Dependendo
da condição do avaliado, torna-se necessária uma avaliação de
mobilidade, postura e triagem cardiovascular.
A Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte deixa claro,
em seu posicionamento oficial, que:
Os riscos para a saúde, particularmente os de natureza
cardiovascular, decorrentes do exercício físico moderado são
extremamente baixos e podem tornar-se ainda mais reduzidos
por avaliação de pré-participação criteriosa, que permita
prática orientada (CARVALHO et al., 1996, p. 79).

Ainda segundo Carvalho et. al. (1996, p. 79), o PAR-Q (Figura


1) “tem sido sugerido como padrão mínimo de avaliação de pré-
participação de riscos, pois pode identificar, por alguma resposta
positiva, os que necessitam de avaliação médica prévia”.
A estratificação de risco desse questionário é bem simples:
se a pessoa responde positivamente para todas as questões,
ela pode começar um programa de atividade física, mas, se a
resposta for negativa para uma ou mais questões, antes de iniciar
tal programa, uma consulta médica deve ser realizada.
Segundo Andreazzi et al. (2016), Rosa e Profice (2018),
o PAR-Q é um instrumento seguro e sensível, porém não é
específico. Portanto, por meio da utilização desse questionário,
junto com uma ficha do tipo anamnese, é possível detectar
indivíduos com alguma doença prévia.

16 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


PAR‐Q  é  um  instrumento  seguro  e  sensível,  porém  não  é 
específico. Portanto, por meio da utilização desse questionário, 
junto  com  uma  ficha  do  tipo  anamnese,  é  possível  detectar 
UNIDADE 1 – ANTROPOMETRIA
indivíduos com alguma doença prévia. 
 
 

Figura 1 Questionário PAR‐Q. Figura 1 Questionário PAR-Q.


Fonte: ANDREAZZI, I. M. et al. (2016, p. 272-276).
Fonte: ANDREAZZI, I. M. et al. (2016, p. 272‐276).   

Desse modo, uma ficha de anamnese bem elaborada,


que contenha, por exemplo, histórico familiar, diagnósticos
clínicos, exames físicos e clínicos anteriores, pressão arterial,
altura, peso, índice de massa corporal (IMC), histórico de
sintomas, enfermidades recentes, problemas ortopédicos, uso
de medicamentos, alergias e outros hábitos (atividade física,
profissão, dieta, álcool, fumo) pode complementar o PAR-Q, ou
vice-versa, na estratificação de riscos.
A aplicação do questionário de estratificação de riscos
antes de qualquer atividade física é extremamente importante,
pois define diretrizes a serem conduzidas a priori (NIEMAN,
2010):

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 17


UNIDADE 1 – ANTROPOMETRIA

• Determina o teste ou programa ideal de exercício.


• Garante segurança do teste de exercício e da participação
no exercício.
• Identifica pessoas que necessitam de uma avaliação
médica mais complexa antes de iniciar os exercícios.

Antropometria
A avaliação antropométrica é um método simples, não
invasivo e de baixo custo, que permite a avaliação da composição
corporal por meio de altura, peso, circunferências e dobras
cutâneas (REIS et al., 2019).
A altura compreende a distância entre dois planos, um
que tangencia o ponto mais alto da cabeça (vértex) e outro que
tangencia a planta dos pés. O instrumento utilizado para medir
a estatura de um indivíduo é conhecido como estadiômetro,
mas também podem ser utilizados antropômetros específicos
(GUEDES; GUEDES, 2006).
Os autores referidos descrevem essa metodologia da
seguinte maneira:
• Colocar o avaliado em pé, descalço, de forma ereta, com
roupas leves, com a finalidade de perceber a posição do
seu corpo.
• Os membros superiores devem estar relaxados ao lado
do corpo, os pés, unidos pelo calcanhar e as pontas dos
pés, afastadas em torno de 60°.
• O peso corporal deve estar igualmente distribuído sobre
os membros inferiores e a cabeça, orientada no plano
de Frankfurt (GUEDES; GUEDES, 2006).

18 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 1 – ANTROPOMETRIA

Já a massa corporal sofre modificações de acordo com o


ritmo circadiano, hábitos alimentares individuais e atividades
fisiológicas. Devido a essas possibilidades, é recomendada uma
padronização no horário para medição.
A metodologia para mensurar a massa corporal pode ser
realizada da seguinte forma (GUEDES; GUEDES, 2006; NSCA, 2015):
• O avaliado deve estar descalço, usando o mínimo de
roupa possível, de tecido leve.
• O avaliado deve subir na balança, posicionar-se em pé,
de frente para a escala, com afastamento lateral da
largura dos quadris e braços ao longo do corpo.
• O olhar deve estar fixo em um ponto à frente, de modo
a evitar oscilações na escala e esperar a estabilização do
raio. A massa corporal é registrada em quilogramas (kg).
Após esses parâmetros identificados, altura e massa
corporal, é possível o cálculo do IMC (razão da massa corporal
pela altura ao quadrado), uma medida bastante difundida,
que expressa resultados em faixas: baixo peso, peso normal,
sobrepeso e obesidade (graus I, II e III). Veja, no Quadro 1, a
classificação dos pesos de acordo com IMC:

Quadro 1 – Classificação de sobrepeso e obesidade de acordo


com o IMC
IMC (kg/m2) Classificação
Abaixo de 18,5 Abaixo do Peso
18,5 – 24,9 Peso Normal
24,9 – 29,9 Sobrepeso
30 – 34,9 Obesidade Grau I
35 – 39,9 Obesidade Grau II
Maior ou igual a 40 Obesidade Grau III

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 19


UNIDADE 1 – ANTROPOMETRIA

Por exemplo, se o peso é igual a 90 kg e a altura é de 1,80


m, a fórmula para calcular o IMC é a seguinte:
• IMC = 90 ÷ 1,802
• IMC = 90 ÷ 3,24
• IMC = 27,77
Verificando-se o Quadro 1, a classificação, após o cálculo
do IMC, é de sobrepeso.

Diâmetros ósseos
Os diâmetros ósseos estabelecem distâncias entre duas
proeminências ósseas, referenciadas perpendicularmente ao
eixo longitudinal do corpo (GUEDES; GUEDES, 2006). Existe a
possibilidade de mensuração desses diâmetros em ambos os
lados do corpo, mas se aconselha, preferencialmente, a utilização
do lado direito. Os instrumentos utilizados para mensurar esses
diâmetros são os paquímetros, ilustrados na Figura 2.

Figura 2 Paquímetros da marca Sanny® utilizados para mensurar diâmetros ósseos.

Segundo Marins e Giannichi (2003), a mensuração dos


diâmetros ósseos, é empregada, especialmente, em crianças

20 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 1 – ANTROPOMETRIA

e adolescentes em estudos transversais, para determinar,


por exemplo, a curva do desenvolvimento ósseo; os pontos,
frequentemente, mais aplicados são os seguintes:
1) A medida biacromial, que corresponde à distância
entre as bordas laterais dos processos acromiais
das escápulas, como podemos observar na Figura 3
(GUEDES; GUEDES, 2006).

Figura 3 Medida do diâmetro biacromial.

2) A medida bicrista-ilíaco (Figura 4) corresponde à


distância entre os pontos mais salientes com projeção
lateral da crista ilíaca (GUEDES; GUEDES, 2006).

Figura 4 Medida do diâmetro bicrista-ilíaco.

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 21


UNIDADE 1 – ANTROPOMETRIA

3) Já a medida biepicondilar do fêmur, segundo Guedes


e Guedes (2006), corresponde à distância entre bordas
laterais, côndilos lateral e medial do fêmur, como
ilustra a Figura 5.

Figura 5 Medida do diâmetro biepicondilar do fêmur.

4) A medida bimaleolar (Figura 6) coincide a distância


entre as bordas laterais dos maléolos (GUEDES;
GUEDES, 2006).

Figura 6 Medida do diâmetro bimaleolar.

22 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 1 – ANTROPOMETRIA

5) A medida biepicondilar do úmero é a distância entre


as bordas laterais dos epicôndilos medial e lateral do
úmero, como mostra a Figura 7 (GUEDES; GUEDES,
2006).

Figura 7 Medida do diâmetro biepicondilar do úmero.

6) A medida biestiloide (Figura 8) corresponde à distância


projetada entre as apófises do rádio e da ulna (GUEDES;
GUEDES, 2006).

Figura 8 Medida do diâmetro biestiloide.

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 23


UNIDADE 1 – ANTROPOMETRIA

Perimetria corporal
Os valores de circunferências de um segmento corporal
situado perpendicularmente ao eixo longitudinal do mesmo
segmento permite o acompanhamento do desenvolvimento
dos diferentes grupos musculares, da proporcionalidade e da
harmonia dos segmentos corporais. Portanto, as medições
periódicas são importantes. O instrumento indicado para
essas medidas é a trena antropométrica (Figura 9), mas pode-
se utilizar, por exemplo, uma fita métrica, desde que tenha
propriedades de flexão e seja inextensível, para se evitar erro de
medida (GUEDES; GUEDES, 2006).

Figura 9 Trena antropométrica da marca Sanny®, utilizada nas perimetrias corporais.

Para a estimativa da perimetria corporal, é necessário


posicionar a fita levemente esticada, sem pressionar
demasiadamente a pele, evitando-se a compressão do tecido
mole; posteriormente, faz-se a leitura. Os resultados mais
fidedignos são alcançados quando se realiza esse procedimento

24 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 1 – ANTROPOMETRIA

em triplicata e se obtém uma média das mensurações. As


principais medidas são realizadas nos pontos que mencionaremos
a seguir.
Segundo Marins e Giannichi (2003), o perímetro torácico
(Figura 10) é medido de duas formas: nos homens, utiliza-se
a linha da altura dos mamilos; já nas mulheres, a referência é
próxima à dobra axilar.

Figura 10 Técnica de mensuração do diâmetro torácico.

O perímetro do ombro (Figura 11) é uma medida possível


de se realizar tomando-se como referência o maior relevo
muscular.

Figura 11 Técnica de mensuração do diâmetro do ombro.

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 25


UNIDADE 1 – ANTROPOMETRIA

Para realizar a perimetria abdominal, utiliza-se como referência


a cicatriz umbilical para fazer a leitura (Figura 12).

Figura 12 Técnica de mensuração do diâmetro abdominal.

Silva Jr. et. al. (2019) determinam a medição do perímetro


da cintura na parte mais estreita do tronco, como ilustra a Figura
13.

Figura 13 Técnica de mensuração do diâmetro da cintura.

O perímetro do braço relaxado (Figura 14) é calculado


tendo-se como referência o ponto médio entre a borda lateral
do acrômio e o olecrano (MARINS; GIANNICHI, 2003).

26 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 1 – ANTROPOMETRIA

Figura 14 Técnica de mensuração do diâmetro do braço relaxado.

Marins e Giannichi (2003) afirmam que o perímetro do


antebraço (Figura 15) é medido tendo-se como referência o
maior perímetro do membro superior relaxado.

Figura 15 Técnica de mensuração do diâmetro do antebraço.

A mensuração do perímetro do quadril (Figura 16) é


realizada tendo-se como referência o maior perímetro da região
dos glúteos (MARINS; GIANNICHI, 2003).

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 27


UNIDADE 1 – ANTROPOMETRIA

Figura 16 Técnica de mensuração do diâmetro do quadril.

Já a mensuração do perímetro da coxa (Figura 17) é


realizada tendo-se como referência o ponto mesofemoral,
linha média entre a dobra inguinal e a borda superior da patela
(MARINS; GIANNICHI, 2003).

Figura 17 Técnica de mensuração do diâmetro da coxa.

28 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 1 – ANTROPOMETRIA

Para o perímetro da perna (Figura 18), tem-se como


referência o ponto de maior perímetro da perna (MARINS;
GIANNICHI, 2003).

Figura 18 Técnica de mensuração do diâmetro da perna.

Dobras cutâneas
Por meio da leitura da gordura subcutânea, podemos
relacioná-la com a gordura corporal total, estimando, dessa
forma, a gordura corporal total. Para tanto, realiza-se o destaque
da dobra cutânea, medindo-se a gordura que se encontra
na espessura de duas camadas de pele (GUEDES; GUEDES,
2006). A segurança e a fidedignidade das medidas das dobras
cutâneas dependem de fatores extrínsecos, como experiência
do avaliador, tipo de adipômetro, protocolo utilizado para o
cálculo da gordura corporal total e fatores intrínsecos, como as
características do indivíduo avaliado. Recomenda-se o uso de

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 29


UNIDADE 1 – ANTROPOMETRIA

adipômetro científico, como o Cescorf® (Figura 19), devido a


sua maior precisão, mas pode-se utilizar os de uso clínico, com
bons resultados. A escolha da equação utilizada para estimar
a gordura corporal também é de extrema importância, porque
pode comprometer os resultados. Portanto, a padronização da
coleta, descrita a seguir, deve ser respeitada.

Figura 19 Adipômetro científico da marca Cescorf®.

A metodologia proposta por Guedes (2006) e Marins (2003)


para a obtenção das medidas das dobras cutâneas compreende
os seguintes procedimentos:
1) Localização do ponto a ser mensurado: deve-se marcar,
com um lápis demográfico ou caneta hidrocor, o ponto
a ser calculado.
2) Apreensão da dobra cutânea: com o ponto selecionado
e marcado, o avaliador deverá, com o dedo
indicador e polegar em forma de pinça, separados
aproximadamente de 6 a 8 cm, apreender a maior
quantidade de tecido adiposo possível, sem, contudo,
apreender tecido muscular.
3) O compasso deve ser colocado de forma perpendicular
à dobra, tendo-se cuidado para soltar o gatilho da

30 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 1 – ANTROPOMETRIA

haste de controle do relógio. Lê-se, em seguida, o valor


apresentado no relógio. O tempo de apreensão não
deverá ser superior a 4 segundos, a fim de se evitar
acomodação do tecido adiposo.
4) Para indivíduos que apresentam pouca experiência no
uso do instrumento, recomenda-se que a coleta de
dados seja feita em triplicata, registrando-se o valor
médio.
5) A norma internacional recomenda que todas as coletas
sejam feitas pelo lado direito. A posição do compasso
deve estar, aproximadamente, a 1 cm do ponto de
fixação dos dedos.
A dobra peitoral (Figura 20) é tomada no ponto médio
entre a dobra axilar e o mamilo, no caso de homens, e, em
mulheres, no terço proximal dessa medida, em uma posição
oblíqua (SOUZA; PEREIRA, 2019).

Figura 20 Local de mensuração da dobra cutânea peitoral masculina.

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 31


UNIDADE 1 – ANTROPOMETRIA

A dobra axilar média (Figura 21) é tomada obliquamente,


na intersecção de duas linhas imaginárias: uma partindo
lateralmente do apêndice xifoide e a outra, inferiormente à linha
axilar (SOUZA; PEREIRA, 2019).

Figura 21 Local de mensuração da dobra cutânea axilar média.

Ainda segundo Souza e Pereira (2019), a dobra subescapular


(Figura 22) é tomada obliquamente, a um centímetro da borda
inferior da escápula.

Figura 22 Local de mensuração da dobra cutânea subescapular.

32 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 1 – ANTROPOMETRIA

Já a dobra tricipital (Figura 23) é tomada no plano posterior,


no ponto médio entre a borda lateral do acrômio e o olecrano da
ulna, e sua posição é vertical (SOUZA; PEREIRA, 2019).

Figura 23 Local de mensuração da dobra cutânea tricipital.


A dobra bicipital (Figura 24) é tomada no plano anterior, no
ponto médio, tendo como parâmetro a mesma altura do plano
anatômico do tríceps, e sua posição é vertical (SOUZA; PEREIRA,
2019).

Figura 24 Local de mensuração da dobra cutânea bicipital.

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 33


UNIDADE 1 – ANTROPOMETRIA

A dobra abdominal (Figura 25) é tomada na vertical, em


torno de dois centímetros da cicatriz umbilical, e sua posição é
vertical (SOUZA; PEREIRA, 2019).

Figura 25 Local de mensuração da dobra cutânea abdominal.

Ainda de acordo com Souza e Pereira (2019), a dobra


suprailíaca é tomada na posição oblíqua acima da crista ilíaca,
tendo-se como referência a linha axilar anterior, como podemos
ver na Figura 26.

Figura 26 Local de mensuração da dobra cutânea suprailíaca.

34 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 1 – ANTROPOMETRIA

A dobra medial da coxa, de acordo com Souza e Pereira


(2019), é tomada na posição vertical, no ponto médio entre a
linha inguinal e a borda superior da patela (Figura 27).

Figura 27 Local de mensuração da dobra cutânea medial da coxa.

A dobra da perna (Figura 28) é tomada na posição vertical,


na face medial da panturrilha. Nesse caso, o avaliado deve estar
sentado, com os joelhos flexionados em 90° (SOUZA; PEREIRA,
2019).

Figura 28 Local de mensuração da dobra cutânea da perna.

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 35


UNIDADE 1 – ANTROPOMETRIA

3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR


O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição
necessária e indispensável para você compreender integralmente
os conteúdos apresentados nesta unidade.
Os artigos listados a seguir representam os temas
abordados nesta unidade, possibilitando pesquisas direcionadas
a cada assunto.

3.1. ANAMNESE, AVALIAÇÕES EM COMPOSIÇÃO CORPORAL,


APTIDÃO FÍSICA E DIÂMETROS ÓSSEOS

A fim de relembrar e complementar seus conceitos acerca


de anamnese, avaliações em composição corporal, aptidão física
e diâmetros ósseos, acesse os links e leia os artigos a seguir:
• VALENTE, V. C. et al. Aptidão física, composição corporal e
autopercepção de nível de atividade física em estudantes
de Educação Física: um estudo longitudinal (2015-2018).
Revista de Educação Física – Journal of Physical Education,
v. 88, n. 1, 2019. Disponível em: <http://189.38.70.15/
index.php/revista/article/view/814>. Acesso em: 5 nov.
2019.
• BARBIERI, F. A. et al. Perfil antropométrico e fisiológico
de atletas de futsal da categoria sub-20 e adulta.
Motricidade, v. 8, n. 4, p. 62-70, 2012. Disponível em:
<http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1646-107X2012000400007>. Acesso em:
5 nov. 2019.

36 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 1 – ANTROPOMETRIA

3.2. QUESTIONÁRIO DE ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO APLICADO


À SAÚDE

Os conteúdos desta unidade estão relacionados com


o questionário de estratificação de risco aplicado à saúde.
Sugerimos a leitura dos artigos a seguir, para você se aprofundar
nos estudos e ter novas fontes de pesquisa.
• BACHUR, C. K. et al. Estratificação dos fatores de risco
de diabetes mellitus tipo 2 em profissionais da saúde.
Demetra: alimentação, nutrição & saúde, v. 13, n. 4,
p. 965-974, 2018. Disponível em: <https://www.e-
publicacoes.uerj.br/index.php/demetra/article/
view/36202>. Acesso em: 5 nov. 2019.
• GOMIDES, P. H. G. et al. Prevalência de fatores de risco
coronariano em praticantes de futebol recreacional.
Revista Andaluza de Medicina del Deporte, v. 9, n. 2, p.
80-84, 2016. Disponível em: <https://www.redalyc.org/
pdf/3233/323345367005.pdf>. Acesso em: 5 nov. 2019.

4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder as questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos
estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Qual é a finalidade de se elaborar uma ficha de anamnese?

2) Para que serve um questionário de estratificação de riscos?

3) O que é possível verificar em uma avaliação antropométrica?

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 37


UNIDADE 1 – ANTROPOMETRIA

4) Segundo Marins (2003), quais são os diâmetros ósseos utilizados para


avaliar, principalmente, crianças e adolescentes?

5) Qual é a referência anatômica utilizada e como realizamos a medida da


perimetria da coxa?

6) Descreva a metodologia proposta por Guedes (2006) e Marins (2003) para


obtenção das medidas das dobras cutâneas e seus procedimentos.

7) Qual é a referência anatômica utilizada e como realizamos a medida da


dobra cutânea tricipital?

5. CONSIDERAÇÕES
O principal objetivo desta primeira unidade foi apresentar
a importância de uma avaliação inicial, possibilitando uma
estratificação de riscos dos indivíduos que iniciam uma atividade
física. Abordamos, também, os conceitos e as metodologias
envolvidos em uma avaliação antropométrica.
Esperamos que os seus estudos sobre os conteúdos
abordados nesta unidade inicial tenham colaborado para o
seu aprendizado, bem como para as associações entre os
conhecimentos adquiridos e a sua futura prática profissional. Na
próxima unidade, você conhecerá as possibilidades da avaliação
postural.

6. E-REFERÊNCIAS
ANDREAZZI, I. M. et al. Exame pré-participação esportiva eo par-q, em
praticantes de academias. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 22, n. 4,
p. 272-276, 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-
86922016000400272&script= sci_abstract&tlng=es>. Acesso em: 5 nov. 2019.
CARVALHO, T. de et al. Posição oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte:
atividade física e saúde. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 2, n. 4, p. 79-81,

38 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 1 – ANTROPOMETRIA

1996. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/284286419_


Posicao_oficial_da_Sociedade_Brasileira_de_Medicina_do_Esporte_
Atividade_fisica_e_saude>. Acesso em: 5 nov. 2019.
CHAVES, A. P. B. et al. Fatores de risco relacionados à obesidade em escolares
atendidos em um ambulatório de pediatria. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 11,
n. 6, p. e321-e321, 2019. Disponível em: <https://acervomais.com.br/index.php/
saude/article/view/321/223>. Acesso em: 5 nov. 2019.
REIS, G. M. S. et al. Circunferência do pescoço como indicador de excesso de peso em
idosas. RBONE – Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, v. 12,
n. 75, p. 942-947, 2019. Disponível em: <http://www.rbone.com.br/index.php/rbone/
article/view/822>. Acesso em: 5 nov. 2019.
SILVA JR, A. J. et al. Perfil de obesidade e riscos cardíacos em estudantes da rede
municipal de ensino de Guaxupé-MG. RBONE – Revista Brasileira de Obesidade,
Nutrição e Emagrecimento, v. 12, n. 76, p. 1021-1028, 2019. Disponível em: <http://
www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/845/623>. Acesso em: 5 nov. 2019.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GUEDES, D. P.; GUEDES, J. E. R. P. Manual prático para avaliação em educação física.
Barueri: Manole, 2006.
MARINS, J. C. B.; GIANNICHI, R. S. Avaliação e prescrição de atividade física: guia
prático. 3. ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003.
NATIONAL STRENGTH AND CONDITIONING ASSOCIATION (NSCA). Guia de
condicionamento físico: diretrizes para elaboração de programas. Barueri: Manole,
2015 (Biblioteca Digital Pearson).
NIEMAN, D. C. Exercício e saúde: testes e prescrição de exercícios. Barueri: Manole,
2010 (Biblioteca Digital Pearson).
SOUZA, E. F. de; PEREIRA, J. L. Medidas e Avaliações [livro eletrônico]. Curitiba:
Intersaberes, 2019 (Biblioteca Digital Pearson).

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 39


UNIDADE 1 – ANTROPOMETRIA

40 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 2
AVALIAÇÃO POSTURAL

Objetivos
• Compreender os conceitos relacionados à postura.
• Conhecer as alterações posturais.
• Evidenciar a importância da avaliação postural.
• Conhecer as possibilidades de avaliação postural.

Conteúdos
• Postura.
• Hiperlordose.
• Hipercifose.
• Escoliose.
• Métodos avaliativos posturais.

Orientações para o estudo da unidade


Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir:
• Volte à unidade anterior sempre que necessário para entender e recordar
conceitos, conteúdos e práticas propostas.
• A qualidade da leitura das matérias influencia diretamente no seu
aprendizado.
• Faça uma boa leitura e atente-se aos conceitos e às possibilidades avaliati-
vas apresentados nesta unidade.

41
UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO POSTURAL

42 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO POSTURAL

1. INTRODUÇÃO
A boa postura está associada ao equilíbrio adaptado em
todas as articulações, no qual os músculos entram em situações
de contração e relaxamento, permitindo um alinhamento dos
segmentos corporais, relacionando-se de maneira estática e
dinâmica com a força da gravidade (NIEMAN, 2010; BARROS et
al., 2018).
Esse alinhamento dos segmentos corporais, consiste em
uma quantidade mínima de esforço e sobrecarga, e conduz à
eficiência máxima do corpo, refletindo em uma postura ideal. Por
outro lado, uma postura defeituosa não afeta necessariamente as
articulações, pois as pessoas acabam compensando, de alguma
maneira, essa alteração, o que provoca um aumento de sobrecarga
em determinada região do corpo, por alongamento ou contração
muscular excessiva, alterando o alinhamento dos segmentos
corporais, resultando em alguma doença (MAGEE, 2010).
Um fator relevante de problemas posturais é o mau hábito:
por exemplo, pessoas que mantêm a mesma postura, em pé
ou sentadas, por longos períodos de tempo (NIEMAN, 2010). A
postura correta, também, pode ser afetada por alguns fatores
anatômicos (MAGEE, 2010). São eles:
1) Contornos ósseos (exemplo: hemivértebra).
2) Frouxidão ligamentar.
3) Contração fascial ou musculotendínea (exemplo:
tensor da fáscia lata).
4) Tônus muscular (exemplo: glúteo máximo, abdômen e
eretores da espinha).
5) Ângulo pélvico (normal: 30°).
6) Posição e mobilidade articular.

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 43


UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO POSTURAL

7) Efluxo e influxo neurogênico.


As deformidades estruturais envolvem, principalmente,
alterações ósseas, que refletem na anatomia segmentada da
coluna vertebral (lordose, cifose e escoliose). Essas deformidades
são agravadas, sobretudo, pela manutenção de posturas
inadequadas, por longos períodos durante o dia (MAGEE, 2010;
MOURA et al., 2018).

1.1. AS CURVATURAS FISIOLÓGICAS ACENTUADAS

A hiperlordose é uma curvatura excessiva da coluna


vertebral no sentido anterior, normalmente associada a músculos
abdominais fracos e à inclinação anterior da pelve, ocasionando
uma protrusão abdominal (MAGEE, 2010; MOURA et al., 2018).
Como resultado dessa alteração, na busca do reequilíbrio
postural, é possível ocorrer outros desvios posturais, como a
cifose torácica e a lordose cervical aumentadas, com reflexo
nos membros inferiores, gerando uma anteriorização pélvica
associada à rotação interna dos quadris, joelhos valgos e pés
planos (OLIVEIRA, 2018).
Segundo Magee (2010), a hipercifose é uma alteração
postural relevante, caracterizada pela curvatura excessiva da
coluna vertebral torácica no sentido posterior. A principal causa é
a ausência de alongamento nos músculos peitorais, por conta de
posturas adotadas no dia a dia ou em treinos. Como consequência
compensatória, acontece uma protrusão escapular, geralmente
acompanhada por protrusão de cabeça (BARONI, et al., 2010;
SANTOS ARAUJO; TONIOTE, 2015).
Já a escoliose é um problema postural caracterizado por
curvatura lateral da coluna vertebral, tendo como possível causa
desequilíbrio muscular, postural, histeria, irritação de raízes

44 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO POSTURAL

nervosas, inflamação ou compensação e posição antálgica, que


pode estar relacionada a uma discrepância do comprimento do
membro inferior (MAGEE, 2010).

2.2. A AVALIAÇÃO POSTURAL


A avaliação da postura pode ser realizada mediante
uma inspeção visual, em que são observadas, dentro de uma
perspectiva subjetiva, assimetrias dos segmentos corporais:
cabeça, ombros, coluna, tronco, tórax, abdômen, quadril,
joelho, calcanhares e pés (SANTOS et al., 2005). Para tanto, são
necessários alguns instrumentos, como o simetrógrafo (Figura 1)
e uma base necessária para nivelamento do solo (Figura 2).

Figura 1 Simetrógrafo.

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 45


UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO POSTURAL

Figura 2 Base para nivelamento do solo.

A Escala de New York e o método Portland State University


(PSU) são exemplos dessa possibilidade de avaliação postural.
Dentro da nossa rotina profissional, não temos a pretensão de
diagnosticar desvios posturais, por meio desses testes, com o
intuito de prescrever exercícios corretivos ou qualquer tipo de
tratamento, pois isso é uma responsabilidade do ortopedista e
do fisioterapeuta.

O método PSU permite identificar desvios posturais entre


os segmentos corporais no plano frontal, vista posterior, (posição
dorsal) e no plano sagital lateral. Permite, ainda, quantificar, através
de equações, a necessidade de correção por meio do Índice de
Correção Postural (ICP), utilizando-se, como critério, três escalas:
• 1 – desvio acentuado.
• 3 – ligeiro desvio.
• 5 – sem desvio.
Veja a Figura 3, que ilustra essas escalas (ALTHOFF; HEYDEN;
ROBERTSON, 1988).

46 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO POSTURAL

Sem desvio Ligeiro desvio Acentuado desvio


lateral lateral
POSIÇÃO DORSAL

Arco normal Ligeiro desvio Acentuado desvio


lateral lateral

Sem desvio Ligeiro desvio Acentuada


lateral curvatura lateral

Sem desvio Ligeiro desvio Acentuado desvio


lateral

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 47


UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO POSTURAL

Sem desvio Ligeiro desvio Acentuado desvio


lateral
POSIÇÃO DORSAL

Retilíneo à Ligeiro desvio Acentuado desvio


frente

Retilíneo à Ligeira abdução Acentuado abdução


frente

Arco normal Ligeiramente Acentuado plano


plano

48 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO POSTURAL

Sem desvio Ligeiramente à Acentuado à


frente frente
POSIÇÃO LATERAL

Sem desvio Ligeiramente Acentuado abaixo


abaixo

Sem desvio Ligeiramente à Acentuado à


frente frente

convexidade Ligeiramente Acentuadamente


norma convexo convexo

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 49


UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO POSTURAL

Concavidade Ligeiramente Acentuadamente


normal côncavo côncavo
POSIÇÃO LATERAL

Sem desvio Ligeiramente Acentuadamente


inclinado inclinado

Sem desvio Ligeiramente Acentuadamente


proeminente proeminente

Sem desvio Ligeiramente Acentuadamente


arqueado arqueado

Figura 3 Método Portland State University (PSU).


Fonte: Adaptado de Althoff; Heyden; Robertson (1988).

50 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO POSTURAL

Para o cálculo do ICP, os segmentos corporais foram divididos


em regiões. A região da cabeça e do pescoço (RCP) compreende,
no plano frontal, cabeça, pescoço e ombros, e, no plano sagital,
cabeça, peitoral e ombros. A região da coluna dorsal e lombar
(RCDL) compreende, no plano frontal, coluna, e, no plano sagital,
coluna torácica e tronco. A região do abdômen e quadril (RAQ)
compreende, no plano frontal, quadril, e, no plano sagital,
abdômen e coluna lombar. A região de membros inferiores (RMI)
compreende, no plano frontal, joelho, pés e impressão plantar, e,
no plano sagital, joelhos (PEIRÃO; TIRLONI; REIS, 2008).
Segundo as recomendações do método, indivíduos adultos
com ICP acima de 65% possuem uma boa postura corporal
(acima de 85% para crianças). O cálculo do ICP é feito da seguinte
maneira (SANTOS et al., 2005):
ICP = [(RCP + RCDL + RAQ + RMI)/75] x 100
ICP = %
Outra possibilidade de avaliação postural é a biofogrametria,
um método confiável para realizar esse tipo de avaliação, pois
possibilita que o avaliador quantifique alterações ou desvios
posturais por meio da análise do registro de imagens do avaliado.
Existem inúmeros softwares para avaliação postural
disponíveis no mercado. Segundo Souza et al. (2011), a
possibilidade de combinação da fotografia digital com softwares
(Draw, AutoCAD) permite que sejam medidos ângulos e
distâncias horizontais, mas a utilização de programas específicos,
como o software para avaliação postural (SAPO), possibilita uma
avaliação postural de acordo com determinados objetivos.
De acordo com o autor supracitado, o SAPO é um programa
gratuito desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 51


UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO POSTURAL

Paulo, devido à sua relevância clínica, base científica, viabilidade


metodológica e aplicabilidade. Possui um protocolo já programado,
mas também permite a marcação livre dos pontos anatômicos
referenciais. Basicamente, as análises acontecem nas seguintes
posições: anterior, posterior, lateral direita e lateral esquerda
(Figura 4). O software, ainda, possibilita calibração e ajustes de
fotos, evitando possíveis erros de medição e proporcionando uma
maior confiabilidade do método (FERREIRA et al., 2011).

Figura 4 Programa SAPO (posições de análise).

Para uma maior confiabilidade da utilização da técnica de


biofogrametria, as padronizações de alguns critérios devem ser
utilizadas e respeitadas. A câmera utilizada para obtenção das
imagens deve possuir alta resolução (1200 x 1600 megapixels),
posicionada em um tripé a uma altura do solo de 95 cm e a
distância horizontal entre a câmera e o avaliado deve ser de 3
m. É recomendado não utilizar a opção de zoom (IUNES, 2005;
FURLANETTO et al., 2012; STEFFENS et al., 2018).

52 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO POSTURAL

2. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR


O Conteúdo Digital Integrador é a condição necessária e in-
dispensável para você compreender integralmente os conteúdos
apresentados nesta unidade.
A seguir, você terá artigos relacionados às questões práti-
cas da avaliação postural e à sua aplicabilidade na área da saúde.

2.1. PRÁTICAS DA AVALIAÇÃO POSTURAL E SUA APLICABILI�


DADE NA ÁREA DA SAÚDE

Para conhecer mais sobre a avaliação postural e sua


aplicabilidade, leia os artigos referenciados a seguir:
• SANTOS, T. R.; JUNIOR, G. C.; BRANCO, D. P. C. Perfil
postural dos idosos universitários de instituição de
ensino superior – Profile postural of older students
of higher education institutions. Saúde em Foco, v.
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• AZEVEDO, R. et al. O contributo da Educação Física na
detenção e prevenção de problemas posturais nos alunos.
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e alternativas, p. 61-72, 2018. Disponível em: < https://

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 53


UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO POSTURAL

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em: 8 nov. 2019.
• RIBEIRO, R. P. et al. Relação entre a dor lombar crônica
não específica com a incapacidade, a postura estática
e a flexibilidade. Fisioterapia e Pesquisa, v. 25, n. 4, p.
425-431, 2018. Disponível em: <http://www.scielo.br/
pdf/fp/v25n4/2316-9117-fp-25-04-425.pdf>. Acesso
em: 8 nov. 2019.

3. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder as questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos
estudados para sanar as suas dúvidas.
1) O que é considerada uma boa postura?

2) Qual fator relevante pode provocar alterações posturais?

3) Quais são as curvaturas fisiológicas da coluna vertebral que permitem que


ela funcione com uma articulação?

4) O que a escala de New York e o método Portland State University (PSU)


possibilitam?

5) Quais os planos utilizados no método Portland State University (PSU) e


como é feita a quantificação dos desvios encontrados?

54 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO POSTURAL

4. CONSIDERAÇÕES
Nesta segunda unidade, vimos como é importante manter
uma postura adequada e evitar maus hábitos, que podem refletir
em problemas posturais, produzindo alterações anatômicas e
consequências de ordem estrutural.
Estudamos, também, as principais alterações fisiológicas
da coluna vertebral, lordose, cifose, escoliose, e a possibilidade
de realização de uma avaliação de inspeção visual, que, apesar
da sua subjetividade, apresenta ótimos resultados.
Dessa forma, esperamos que os seus estudos sobre
os conteúdos abordados nesta unidade possam refletir nas
possibilidades de prática profissional relacionadas à avaliação
postural. Cabe lembrar que nós, profissionais de educação
física, não temos a competência de diagnosticar problemas
relacionados à postura mas, sim, identificar tais problemas.

5. E-REFERÊNCIAS

Figura
Figura 4 – Programa SAPO: posições de análise. BMClab Laboratório de Biomecânica e
Controle Motor. Disponível em: <http://demotu.org/sapo/>. Acesso em: 21 nov. 2019.

Sites pesquisados
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em: <https://www.researchgate.net/publication/330544671_Um_Aplicativo_de_
Realidade_Virtual_para_Auxiliar_a_Reabilitacao_Postural>. Acesso em: 21 nov. 2019.
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UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO POSTURAL

FERREIRA, E. A. et al. Quantitative assessment of postural alignment in young adults


based on photographs of anterior, posterior, and lateral views. Journal of manipulative
and physiological therapeutics, v. 34, n. 6, p. 371-380, 2011. Disponível em: <https://
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MOURA, D. et al. Escoliose idiopática do adolescente: Prática desportiva após cirurgia
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PEIRÃO, R.; TIRLONI, A. S.; REIS, D. C. dos. Avaliação postural de surfistas profissionais
utilizando o método Portland State University (PSU). Fitness & Performance
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SOUZA, J. A. et al. Biofotogrametria: confiabilidade das medidas do protocolo do
software para avaliação postural (SAPO). Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum, v.
13, n. 4, p. 299-305, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbcdh/v13n4/09.
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STEFFENS, T. et al. Influência da posição do marcador maleolar sobre os parâmetros
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Digital Image-based Postural Assessment (DIPA) software. Computer methods and
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UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO POSTURAL

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALTHOFF, S. A.; HEYDEN, S. M.; ROBERTSON, L. D. Posture screening: a program that
works. Journal of Physical Education, Recreation & Dance, v. 59, n. 8, p. 26-32, 1988.
MAGEE, D. J. Avaliação musculoesquelética. Tradução de Luciana Cristina Baldini. 5.
ed. Barueri: Manole, 2010.
NIEMAN, D. C. Exercício e saúde: testes e prescrição de exercícios. Barueri: Manole,
2010 (Biblioteca Digital Pearson).
SANTOS, J. B. dos et al. Descrição do método de avaliação postural de Portland State
University. Fisioter. Bras, v. 6, n. 5, p. 392-395, 2005.

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 57


© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA
UNIDADE 3
DESEMPENHO MOTOR

Objetivos
• Conhecer o que é capacidade funcional.
• Identificar as capacidades funcionais condicionantes e coordenativas.
• Conhecer e compreender os testes de capacidade funcional.

Conteúdos
• Testes de Velocidade.
• Testes de Agilidade.
• Testes de Equilíbrio.
• Teste de Coordenação Motora.
• Testes de Força Muscular.
• Testes de Resistência Muscular.
• Teste de Flexibilidade.
• Testes de Ritmo.

Orientações para o estudo da unidade


Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir:
• Vá além! Pesquisando, você pode aprofundar e ampliar seus conhecimentos.
Sugerimos, portanto, que você leia os livros citados na bibliografia.
• Se encontrar dificuldades, entre em contato com seus colegas de curso
ou seu tutor. Interaja, pois, dessa maneira, você estará ampliando seus
conhecimentos.

59
UNIDADE 3 – DESEMPENHO MOTOR

• Afaste tudo que possa desviar seu foco e não deixe de conferir os materiais
complementares descritos no Conteúdo Digital Integrador.

60 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 3 – DESEMPENHO MOTOR

1. INTRODUÇÃO
O desempenho motor está relacionado com aspectos de
conduta e solicitação motora, cujas implicações de cunho fisiológico
sofrem influência de fatores ambientais e comportamentais. Na
infância e na adolescência, o acompanhamento do desempenho
motor pode contribuir na tentativa da prática esportiva,
por exemplo, ou acompanhamento de maturação biológica
(GUEDES; GUEDES, 2006). Em contrapartida, no adulto, pode ser
relacionado à saúde e à capacidade de realizar tarefas diárias,
e demonstrar traços e características que estão associados
ao desenvolvimento precoce de doenças relacionadas ao
sedentarismo (GLANER, 2003, NIEMAN, 2010).
Segundo Guedes e Guedes (2006), as capacidades motoras
estão classificadass em:
• Capacidades físicas condicionantes: relacionadas
às ações musculares e à disponibilidade de energia
biológica, com atribuições ligadas a resistência, força,
velocidade e suas combinações.
• Capacidades físicas coordenativas: relacionadas aos
processos de controle motor, organização e formação
dos movimentos, por meio de analisadores táteis,
visuais, acústicos, estático-dinâmicos e cinestésicos.

Teste de Velocidade
Segundo Guedes (2006), a capacidade motora de
velocidade se relaciona diretamente com a agilidade. Portanto,
velocidade é o resultado da interação de um conjunto de atributos
que envolvem implicações de ordem neurofisiológica, com
repercussões em diferentes solicitações motoras. Concisamente,

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 61


UNIDADE 3 – DESEMPENHO MOTOR

a velocidade é a capacidade de mover o corpo em uma distância


predeterminada o mais rápido possível (NSCA, 2015).
O teste de velocidade é influenciado, basicamente, por dois
fatores: tempo de reação, que é a medida que traduz a velocidade
de processamento de uma informação, sendo considerada uma
das medidas mais relevantes do desempenho humano (ELVIRA
SILVA, et al., 2019); tempo de movimento, período temporal
gasto entre o início do movimento e a finalização completa da
tarefa motora proposta (GUEDES, 2006).
A seleção do teste deve seguir, inicialmente, a especificidade
do teste que represente a demanda fisiológica do esporte,
fatores biomecânicos e padrão de movimento. Com objetivo de
ilustrar esse teste, selecionamos o teste de 10 jardas (9 m), que
avalia muito bem jogadores de basquetebol ou de esportes que
envolvam corridas curtas (NSCA, 2015).
O teste sugerido por Marins (2003) para medir a velocidade
é o teste de corrida de 50 m (JOHNSON; NELSON, 1969), em
que se utilizam uma área de corrida com mais de 50 m e um
cronômetro (Quadro 1).
A área do teste deve ser demarcada com giz, fita ou cone.
O avaliado deve permanecer de pé antes da linha de partida e,
ao comando do testador ("Pronto", "Vai", "Já"), o cronômetro
é disparado. O avaliado deve correr o mais rápido possível,
ultrapassando a linha de chegada com a maior parte do corpo,
momento em que o cronômetro é travado.

Quadro 1 Classificação do Teste de Corrida de 50 m.


Fraco Ruim Bom Muito Bom Excelente
Experientes 5s7 5s6 5s5 5s4 <5s4
Novatos 6s1 6s0 5s9 5s8 <5s8
Fonte: Rocha; Caldas; Andrade (1978).

62 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 3 – DESEMPENHO MOTOR

Teste de Agilidade
A agilidade é a capacidade de mudança rápida de direção
em resposta a um estímulo (GUEDES, 2006). A agilidade é uma
qualidade física fundamental na prática de esportes como
futebol, ginástica artística e lutas, nos quais a mudança de
direção é muito frequente, com manutenção do equilíbrio e
coordenação. Além disso, segundo a NSCA (2015), a agilidade
pode ser dividida em subcomponentes, qualidades físicas e
habilidades cognitivas.
Assim como nos testes de velocidade, os testes que
buscam avaliar a agilidade (GUSMÃO, 2019) devem ser baseados
na especificidade, nos fatores biomecânicos e no padrão de
movimento. Há uma divergência entre as duas capacidades,
pois, diferente do que se avalia na velocidade, os testes de
agilidade envolvem interrupção e reinício do movimento
corporal em outra direção (NSCA, 2015).
Um dos testes mais utilizados para se avaliar a agilidade
é o shuttle-run, especialmente em relação à distância limitada
em aproximadamente 10 m e às mudanças na altura de
movimentos, devido à necessidade de recuperar, transportar e
depositar os tacos e a mudança de direção de 180°, reduzindo,
dessa maneira, o fator velocidade durante a realização do teste
(GUEDES, 2006).
Outro exemplo é o teste de Ida e Volta Pró-Agilidade, que
avalia a técnica enquanto são realizadas múltiplas mudanças de
direção. Aplicado na avaliação da grande maioria dos esportes,
por meio dele é possível avaliar posições corporais e mecânicas,
além da capacidade de iniciar, acelerar e desacelerar (NSCA,
2015).

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 63


UNIDADE 3 – DESEMPENHO MOTOR

Para a realização do teste de Ida e Volta Pró-Agilidade,


são necessários um cronômetro, para registro do tempo, e três
cones a 5 m de distância uns dos outros, formando uma linha
reta que cubra uma distância de 10 m em uma superfície plana,
não escorregadia.
O teste se inicia com o avaliado voltado para o cone do
meio (primeiro cone), colocando uma das mãos no solo. Ao
sinal de comando, o avaliado gira para a direita e corre 5 m
para o segundo cone, tocando o solo com a mão direita. Feito
isso, realiza-se outro giro, e o avaliado corre 10 m até o terceiro
cone, tocando novamente o solo; um novo giro acontece e o
avaliado volta à posição inicial no primeiro cone, momento
em que se trava o cronômetro, registrando-se o menor tempo.
Devem ser realizadas três tentativas (NSCA, 2015).

Testes de Equilíbrio
O equilíbrio se define como a capacidade de manter o
centro de gravidade dentro da base de suporte e depende da
ação eficaz dos sistemas visual, vestibular e somatossensorial.
É definido como estático ou dinâmico (MARINS, 2003; NSCA,
2015; PAVANTE, 2018).
Essa capacidade física se deteriora com o envelhecimento,
devido às modificações morfológicas, fisiológicas e bioquímicas,
ocasionando deficit do equilíbrio e distúrbios e provocando
limitações funcionais, especialmente nos idosos. Portanto,
avaliações constantes de equilíbrio nessa população se tornam
necessárias (SOUZA et al., 2019).
Segundo Marins (2003), podemos avaliar o equilíbrio
estático por meio do teste do Flamingo, no qual o avaliado deve
se manter, durante o maior tempo possível, equilibrado em seu

64 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 3 – DESEMPENHO MOTOR

pé dominante sobre uma trave, estando a outra perna fletida e


segurada pela mão do mesmo lado da perna. O braço da perna
dominante pode auxiliar no equilíbrio.
Os materiais utilizados para a realização desse teste são:
um cronômetro e uma trave de aço ou madeira com 50 cm de
comprimento, 3 cm de largura e 4 cm de altura. O teste tem início
quando o avaliado se mantém na posição de equilíbrio por um
minuto. O resultado é computado pelo número de tentativas
(no máximo cinco), até que se consiga manter o equilíbrio por
um minuto. Por exemplo: se um indivíduo utiliza três tentativas
para conseguir se manter na posição, é registrado o número
três. Se em cinco tentativas não conseguiu se manter por pelo
menos um minuto, registra-se o número zero (SILVA et al.,
2018).
Já para o equilíbrio dinâmico pode ser utilizado o teste
Star Excursion Balance Test – SEBT (SEBT), o qual é composto
por oito linhas dispostas no solo em diferentes posições,
anterior, anteromedial, anterolateral, medial, lateral, posterior,
posteromedial e posterolateral, medindo 120 cm e com
angulação de 45°, como mostra a Figura 1 (CARDOSO, et al.,
2017).
Para a realização do teste, o avaliado deve permanecer no
centro da figura com uma perna de apoio e, com a outra perna,
alcançar a maior distância entre as linhas. Para tanto, pode-
se realizar a flexão do joelho da perna apoiada. Vale ressaltar
que o teste é realizado com ambas as pernas, registrando-se
o valor em centímetros (GEHRKE et al., 2018). Quanto maior a
distância, melhor será o equilíbrio dinâmico.

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 65


UNIDADE 3 – DESEMPENHO MOTOR

Figura 1 Star Excursion Balance Test – SEBT.

Fonte: Cardoso, et al., 2017.

Teste de Coordenação Motora


Essa capacidade física tem sua estruturação e elaboração
relacionada com movimentos complexos, evidenciando a
participação efetiva de fatores associados ao sistema nervoso
central (GUEDES, 2006). De acordo com o mesmo autor, essa
relação determina a dificuldade em validar e reproduzir testes
sobre essa capacidade. Portanto, a utilização de testes mais
genéricos se torna mais adequada.
Segundo Marins (2003), um dos testes genéricos para se
avaliar a coordenação motora é o Burpee, ilustrado na Figura 2
(JOHNSON; NELSON, 1969), pois permite medir a coordenação

66 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 3 – DESEMPENHO MOTOR

entre os movimentos dos membros superiores, inferiores e


o tronco. Cabe lembrar que a coordenação motora tem real
importância no grau de domínio dos movimentos, com reflexo
no nível de qualidade de aprendizagem, não somente física, mas
também na fala e escrita.

Figura 2 Burpee.

Para a realização desse teste, realiza-se uma sequência de


quatro movimentos durante um minuto. Durante essa sequência,
é computado o maior número de vezes toda vez que se retorna à
posição inicial, ortostática. Vejamos os quatro movimentos:
1) Primeiro movimento: agachado, com as mãos no chão
e joelhos fletidos.
2) Segundo movimento: mãos apoiadas no solo, cotovelos
estendidos e os membros inferiores em extensão.
3) Terceiro movimento: agachado, com as mãos no chão
e joelhos fletidos.
4) Quarto movimento: salto vertical com os membros
superiores e inferiores em extensão, retornando à
posição inicial.

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 67


UNIDADE 3 – DESEMPENHO MOTOR

Teste de Força Muscular e Resistência Muscular


A similaridade entre a força muscular, capacidade de se
desenvolver a maior tensão por um músculo ou grupo muscular
específico, e a resistência muscular, capacidade de manter
essa tensão por um período temporal específico, possibilita
a avaliação conjunta dessas capacidades, mas com ênfases
diferentes (GUEDES, 2006; NSCA, 2015; PEREIRA et al., 2018).
Os testes de força muscular promovem um monitoramento
funcional e fisiológico, dependendo do que se pretende avaliar,
por exemplo: programas iniciais de treinamento, respostas de
um período específico de treinamento, intensidade, resposta de
uma reabilitação ou sarcopenia e sua relação com a osteoporose
(NSCA, 2015). Portanto, a especificidade deve ser levada em
consideração no monitoramento, tanto da força quanto da
resistência muscular, mas é possível, por meio de testes mais
abrangentes, mensurar essa capacidade física.
O teste de uma repetição máxima (1RM) é considerado
método de referência para se avaliar a força máxima. É bastante
usado devido a sua facilidade de aplicação e baixo custo,
podendo ser utilizado nas mais variadas populações (Federizzi et
al., 2019), inclusive em idosos (NSCA, 2015; DA SILVA; DANTAS,
2018). Para avaliação da força muscular dos membros inferiores,
geralmente utiliza-se o leg press (Nunes, 2018) e, para os
membros superiores, o supino.
Segundo Souza (2019), o procedimento-padrão determina
que, após aquecimento, o avaliado realize séries com cargas em
progressão até que atinja uma única repetição. Vale ressaltar que
o número máximo de tentativas gira em torno de 5 e o tempo
de intervalo entre as tentativas, de 3 minutos. Se por acaso não
se atinja a carga referente a 1RM depois das tentativas, deve-se
repetir o teste após pelo menos 48 horas.

68 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 3 – DESEMPENHO MOTOR

Para avaliação da resistência muscular, alguns testes como


os sugeridos por Guedes (2006) são bastante aceitos: o abdominal,
o teste de suspensão na barra e o de flexão/extensão dos braços
sobre o solo para avaliar os músculos da cintura escapular.
Os materiais utilizados no teste abdominal são cronômetro
e colchonete. Posicionado em decúbito dorsal, o avaliado deverá
manter seu joelho em flexão e apoiar a planta dos pés no solo
(fixados pelo avaliador), com os braços apoiados sobre o tórax.
Para a realização do teste, o avaliado faz uma flexão de tronco até
que seus antebraços toquem a coxa, retornando à posição inicial,
durante um minuto (Guedes, 2006). Os resultados encontrados
podem ser comparados com os quadros 2 e 3:

Quadro 2 Teste Abdominal para Homens (número de repetições


por minuto):
Idade Excelente Acima da Média Abaixo da Fraco
média média
15-19 + 48 42 a 47 38 a 41 33 a 37 – 32
20-29 + 43 37 a 42 33 a 36 29 a 32 – 28
30-39 + 36 31 a 35 27 a 30 22 a 26 –21
40-49 + 31 26 a 30 22 a 25 17 a 21 – 16
50-59 + 26 22 a 25 18 a 21 13 a 17 – 12
60-69 + 23 17 a 22 12 a 16 7 a 11 –6
Fonte: Pollock, M. L. & Wilmore J. H. (1993).

Quadro 3 Teste Abdominal para Mulheres (número de repetições


por minuto):
Idade Excelente Acima da Média Abaixo da Fraco
média média
15-19 + 42 36 a 41 32 a 35 27 a 31 – 26
20-29 + 36 31 a 35 25 a 30 21 a 24 – 20
30-39 + 29 24 a 28 20 a 23 15 a 19 – 14
40-49 + 25 20 a 24 15 a 19 7 a 14 –6
50-59 + 19 12 a 18 5 a 11 3a4 – 22
60-69 + 16 12 a 15 4 a 11 2a3 –1
Fonte: Pollock, M. L. & Wilmore J. H. (1993).

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 69


UNIDADE 3 – DESEMPENHO MOTOR

A suspensão na barra permite avaliar a resistência


dos músculos da cintura escapular, por meio do movimento
de suspensão em uma barra fixa e da flexão do cotovelo.
O equipamento necessário é uma barra fixa que permita
que o avaliado fique em suspensão com extensão total de
membros superiores e inferiores, sem tocar com os pés no solo
(GUEDES,2006).
O teste se inicia quando, com o auxílio do avaliador, o
avaliado se põe em suspensão, com os cotovelos fletidos
e com o queixo acima do nível da barra, posição em que
deve permanecer durante o maior tempo possível. O teste é
interrompido assim que o avaliado não mais consegue manter
a posição estabelecida.
Outro teste é o de flexão/extensão dos braços sobre o
solo para avaliar a força dos músculos da cintura escapular,
que é bastante aceito. Entretanto, ressalta-se a importância
da sua padronização, para maior controle e possibilidade de
reprodutibilidade, além, é claro, para possibilitar a comparação
com padrões referenciais (GUEDES, 2006).
A metodologia consiste em posicionar o avaliado
em decúbito ventral, em quatro apoios, com os membros
superiores estendidos e paralelos ao solo. Ao sinal do avaliador,
o avaliado deve realizar flexões do cotovelo a um ângulo de
90°, durante um minuto, sendo possível interromper o teste
quando o avaliado for incapaz de realizar essas flexões. As
mulheres podem realizar esse teste de forma modificada, com
os joelhos fazendo o suporte do corpo (POLLOCK; WILMORE,
1993). Os resultados encontrados podem ser comparados com
os quadros referenciais 4 e 5.

70 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 3 – DESEMPENHO MOTOR

Quadro 4 Teste de Flexão de Braços para Homens (número de


repetições por minuto)
Idade Excelente Acima da Média Abaixo da Fraco
média média
15-19 + 39 29 a 38 23 a 28 18 a 22 – 17
20-29 + 36 29 a 35 22 a 28 17 a 21 – 16
30-39 + 30 22 a 29 17 a 21 12 a 16 – 11
40-49 + 22 17 a 21 13 a 16 10 a 12 –9
50-59 + 21 13 a 20 10 a 12 7a9 –6
60-69 + 18 11 a 17 8 a 10 5a7 –4
Fonte: Pollock, M. L. & Wilmore J. H. (1993).

Quadro 5 Teste de Flexão de Braços para Mulheres (número de


repetições por minuto)
Idade Excelente Acima da Média Abaixo da Fraco
média média
15-19 + 33 25 a 32 18 a 24 12 a 17 – 11
20-29 + 30 21 a 29 15 a 20 10 a 14 –9
30-39 + 27 20 a 26 13 a 19 8 a 12 –7
40-49 + 24 15 a 23 11 a 14 5 a 10 –4
50-59 + 21 11 a 22 7 a 10 2a6 –1
60-69 + 17 12 a 16 5 a 11 2a4 –1
Fonte: Pollock, M. L. & Wilmore J. H. (1993).

Teste de Flexibilidade
O conceito de flexibilidade está relacionado ao movimento
articular e sua amplitude, dentro dos limites impostos pela
articulação, sem causar nenhum dano estrutural (MARINS,
2003). A integridade da flexibilidade diminui o risco para
o desenvolvimento de doenças hipocinéticas ou crônico-
degenerativas (OLIVEIRA; DE OLIVEIRA, 2019).
O teste de sentar e alcançar, proposto por Johnson e Nelson
(1979), possibilita avaliar a flexibilidade da cadeia posterior
(quadril, dorso e músculos posteriores da coxa) e identificar

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 71


UNIDADE 3 – DESEMPENHO MOTOR

possíveis alterações associadas aos maus hábitos posturais. Esse


mesmo teste, proposto por Wells e Dillon (1952), é um dos mais
utilizados para medir a flexibilidade. Sua aplicação é fácil, de
baixo custo operacional, podendo ser utilizado e padronizado nas
principais baterias de teste do mundo (DE SOUZA et al., 2018). A
metodologia consiste em posicionar o avaliado descalço, sentado
de frente para a base do banco de Wells, como mostra a Figura
3. As pernas devem estar estendidas e unidas e as mãos, uma
sobre a outra, com os braços elevados na vertical (Figura 4). Em
seguida, o avaliado inclina o corpo para frente e, com as pontas
dos dedos, alcança o mais longe possível sobre a régua graduada,
sem flexionar os joelhos e sem utilizar movimentos de insistência
(Figura 5). É permitida a realização de três tentativas e, em todas
elas, o avaliador deve se posicionar ao lado do avaliado, para
garantir a extensão total do joelho no momento do teste.

Figura 3 Banco de Wells.

72 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 3 – DESEMPENHO MOTOR

Figura 4 Inicio do teste de sentar e alcançar.

Figura 5 Final do teste de sentar e alcançar.

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 73


UNIDADE 3 – DESEMPENHO MOTOR

Os resultados encontrados nesse teste podem ser


comparados com os quadros referenciais 6 e 7.

Quadro 6 Teste de sentar e alcançar masculino


Idade Excelente Acima da Média Abaixo da Ruim
média Média
15-19 > 39 34-38 29-33 24-28 < 23
20-29 > 40 34-39 30-33 25-29 < 24
30-39 > 38 33-37 28-32 23-27 < 22
40-49 > 35 29-34 24-28 18-23 < 17
50-59 > 35 28-34 24-27 16-23 < 15
60-69 > 33 25-32 20-24 15-19 < 14
Fonte: Canadian Standardized Test of Fitness (CSTF), 1986.

Quadro 7 Teste de sentar e alcançar feminino


Idade Excelente Acima da Média Abaixo da Ruim
média Média
15 -19 > 43 38-42 34-37 29-33 < 28
20-29 > 41 37-40 33-36 28-32 < 27
30-39 > 41 36-40 32-35 27-31 < 26
40-49 > 38 34-37 30-33 25-29 < 24
50-59 > 39 33-38 30-32 25-29 < 24
60-69 > 35 31-34 27-30 23-26 < 22
Fonte: Canadian Standardized Test of Fitness (CSTF), 1986.

Testes de Ritmo
Segundo Marins (2003), o ritmo está relacionado a outras
capacidades físicas, tais como a cinesia, a velocidade e a agilidade.
Por essa razão, torna-se difícil defini-la. Talvez a definição de
Tubino (1984) seja a mais aceita: "ritmo é a qualidade física
explicada por um encadeamento dinâmico energético, uma
mudança de tensão e repouso, enfim, uma variação regular com
repetições periódicas".

74 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 3 – DESEMPENHO MOTOR

O teste de tempo, que avalia a habilidade de repetir


determinado ritmo imposto, de Johnson e Nelson (1979), é um
exemplo de teste de ritmo descrito por MARINS (2003) e CHARRO
et al (2010).
Para a realização do teste, são necessários um
metrônomo e um cronômetro. Ele consiste em se escutar três
tempos diferentes de batidas (64 bpm, 120 bpm e 184 bpm),
determinadas por um metrônomo, e reproduzir o ritmo em
passos. Para tanto, o avaliado, após escutar durante 10 segundos
cada batida, inicialmente com 64 bpm, deverá andar, também
por 10 segundos, na velocidade mais próxima possível das
batidas escutadas, porém, com o metrônomo desligado. Esse
procedimento deve ser repetido, na sequência, com as outras
batidas. O avaliador deverá contar os passos, indicando o início
e o final do tempo para o avaliado. O resultado é medido pela
diferença do número de passos em relação ao número de
batidas do cronômetro em tempo igual, sendo considerado
como resultado, a menor diferença entre batidas e passos.

2. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR


O Conteúdo Digital Integrador é a condição necessária
e indispensável para você compreender integralmente os
conteúdos apresentados nesta unidade.
A seguir, você terá artigos relacionados às questões sobre
o desempenho motor.

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 75


UNIDADE 3 – DESEMPENHO MOTOR

2.1. AVALIAÇÕES DAS CAPACIDADES FUNCIONAIS

Diante das perspectivas sobre as avaliações de capacidades


funcionais, acesse os artigos a seguir e verifique a aplicabilidade
desses testes relacionados à população idosa.
• DA TRINDADE, A. P. N. T. et al. Repercussão do
declínio cognitivo na capacidade funcional em
idosos institucionalizados e não institucionalizados.
Fisioterapia em Movimento, v. 26, n. 2, 2017. Disponível
em: <https://periodicos.pucpr.br/index.php/fisio/
article/view/21559>. Acesso em: 2 dez. 2019.
• DE MORAES, F. L. R.; CORRÊA, P.; COELHO, W. S.
Avaliação da autonomia funcional, capacidades físicas
e qualidade de vida de idosos fisicamente ativos e
sedentários. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia
do Exercício (RBPFEX), v. 12, n. 74, p. 297-307, 2018.
Disponível em: <https://dialnet.unirioja.es/servlet/
articulo?codigo=6849197>. Acesso em: 2 dez. 2019.
• ROCHA, C. A. Q. C. et al. Efeitos de 20 semanas de
treinamento combinado na capacidade funcional de
idosas. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 39,
n. 4, p. 442-449, 2017. Disponível em: <http://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0101-
32892017000400442&lng=en&nrm=iso&tlng=pt>.
Acesso em: 2 dez. 2019.

3. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em

76 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 3 – DESEMPENHO MOTOR

responder as questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos


estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Segundo Guedes (2006), como podemos classificar as capacidades
motoras?

2) De que maneira o teste de velocidade pode ser influenciado e como


devemos selecionar o teste para medir essa capacidade física?

3) Qual é o procedimento-padrão do teste de 1, repetição máxima (1RM)?

4) Conceitue flexibilidade e descreva como podemos avaliar essa capacidade


física.

5) Segundo Marins (2003), o ritmo está relacionado a quais capacidades


físicas?

4. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, verificamos as possibilidades de se avaliar
as capacidades físicas, bem como as suas definições. Salientamos
que existem inúmeros testes desenvolvidos especificamente para
cada esporte ou população específica. Portanto, aconselhamos
a você que busque um maior entendimento sobre o assunto,
pesquisando mais sobre as possibilidades de testes específicos,
bem como sobre suas aplicações nas avaliações.
Na próxima, e última, unidade, abordaremos os conceitos
e métodos avaliativos das capacidades aeróbias e anaeróbias

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 77


UNIDADE 3 – DESEMPENHO MOTOR

5. E-REFERÊNCIAS

Figura
Figura 2 – Burpee. Disponível em: <https://www.bicycling.co.za/training-1/
burpees/>. Acesso em: 3 dez. 2019.

Sites pesquisados
CARDOSO, E. A. et al. Artigo original: relação entre o equilíbrio postural de jovens
universitários avaliados por uma plataforma de equilíbrio e o Star Excursion Balance
Test. PECIBES, 32-37, 2016. Perspectivas Experimentais e Clínicas, Inovações Biomédicas
e Educação em Saúde (PECIBES), v. 2, n. 2, 2017. Disponível em: <https://periodicos.
ufms.br/index.php/pecibes/article/view/1319>. Acesso em: 3 dez. 2019.
DA SILVA, M. C.; DANTAS, F. F. O. Comparação entre o treinamento de força vs o
treinamento de potência na capacidade funcional de idosas. Revista uni-rn, p. 87, 2018.
Disponível em: <http://revistas.unirn.edu.br/index.php/revistaunirn/article/view/385>.
Acesso em: 3 dez. 2019.
DE SOUSA LIMA, W. et al. Nível de flexibilidade em adolescentes praticantes de treino de
força. Motricidade, v. 14, n. 1, 2018. Disponnivel em: <http://www.scielo.mec.pt/pdf/
mot/v14n1/v14n1a34.pdf>. Acesso em: 3 dez. 2019.
ELIVIA SILVA, et al. Análise do tempo de reação simples e do paradigma oddball
em estudantes antes e após participação em atividades acadêmicas: uma análise
da neurociência aplicada à educação Fisioterapia Brasil, v. 20, n. 1, p. 84-94, 2019.
Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/331213507_Analise_do_
tempo_de_reacao_simples_e_do_paradigma_oddball_em_estudantes_antes_e_apos_
participacao_em_atividades_academicas_uma_analise_da_neurociencia_aplicada_a_
educacao>. Acesso em: 3 dez. 2019.
FEDERIZZI, M. et al. Aumento de força máxima após privação visual em homens
saudáveis. RBPFEX-Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, v. 12, n. 79, p.
1017-1022, 2019. Disponível em: <http://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/
view/1564/1138>. Acesso em: 3 dez. 2019.
GEHRKE, L. C. et al. Effects of athletic taping on performance of basketball athletes with
chronic ankle instability. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 24, n. 6, p. 477-482,
2018.Disponívelem:<https://translate.google.com/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=http://
w w w. scielo . b r/sciel o . p h p %3Fs cri pt%3D s ci _ a bstra ct %26pi d%3DS 1517-

78 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 3 – DESEMPENHO MOTOR

86922018000600477%26lng%3Den%26nrm%3Diso&prev=search>. Acesso em: 3 dez.


2019.
GUSMÃO, N. et al. Efeitos da prática de ginástica artística na aptidão física de adultos.
RBPFEX-Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, v. 12, n. 79, p. 932-
942, 2019. Disponível em: <http://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/
view/1538>. Acesso em: 3 dez. 2019.
NUNES, R.G. et al. Efeitos crônicos do treinamento resistido na composição
corporal e força de idosos. Motricidade, v. 14, 2018. Disponível em: <http://
web.a.ebscohost.com/ehost/detail/detail?vid=0&sid=4fbe10f0-a92e-4672-88
06-4ab63d28bdaf%40sessionmgr4010&bdata =Jmxhbmc9cHQtYnImc2l 0ZT1laG9
zdC1saXZl#AN=132938336&db=foh>. Acesso em: 7 de mar. 2019.
OLIVEIRA, J. C. F.; DE OLIVEIRA, A. G. A importância da atividade física no contexto militar.
Biblioteca Digital de Segurança Pública Acervo Digital 2019. Disponível em: <https://
acervodigital.ssp.go.gov.br/pmgo/handle/123456789/1541>. Acesso em: 3 dez. 2019.
PAVANATE, A. A. et al. Avaliação do equilíbrio corporal em idosas praticantes de atividade
física segundo a idade. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 40, n. 4, p. 404-409,
2018. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0101-
32892018000400404&lng=en&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: 3 dez. 2019.
PEREIRA, E. H. G. et al. A influência das repetições parciais, após a falha concêntrica
momentânea, no aumento de força e resistência muscular em indivíduos fisicamente
ativos. RBPFEX-Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, v. 12, n. 78, p.
869-878, 2018. Disponível em: <http://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/
view/1530>. Acesso em: 3 dez. 2019.
SAÚDE EM MOVIMENTO. Canadian standardized test of fitness (CSTF). Disponível
em: <http://www.saudeemmovimento.com.br/saude/tabelas/tabela_de_referencia_
fliniares.htm>. Acesso em: 3 dez. 2019.
SILVA, N. et al. Estudo do efeito de um programa de exercícios de 6 semanas no equilíbrio
estático e dinâmico em jovens atletas de ginástica. 2018. Disponível em: <http://rabida.
uhu.es/dspace/handle/10272/15289>. Acesso em: 3 dez. 2019.
SOUZA, C. M. et al. Equilíbrio de idosas após aplicação de diferentes protocolos de
exercícios. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, v. 39, n. 2, p. 153-160, 2019. Disponível
em: <http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/seminabio/article/view/32418>.
Acesso em: 3 dez. 2019.

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 79


UNIDADE 3 – DESEMPENHO MOTOR

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHARRO, M. A.; BACURAU, R. F. P.; NAVARRO, F.; PONTES JUNIOR, F. L. Manual de
avaliação física. Phorte. 2010. p. 424.
ROCHA, P. S. O. da; CALDAS, P. R. L.; ANDRADE, P. J. A. de. Treinamento desportivo.
Ministerio da Educaçao e Cultura, Departamento de Documentaçâo e Divulgaçao,
1978.
GUEDES, D. P.; GUEDES, J. E. R. P. Manual prático para avaliação em educação física.
Barueri: Manole, 2006.
JOHNSON, B. L.; NELSON, J. K. Practical measurements for evaluation in physical
education. 1969.
MARINS, J. C. B.; GIANNICHI, R. S. Avaliação & Prescrição de Atividade Física: Guia
Prático. 3. ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003.
NSCA – NATIONAL STRENGTH AND CONDITIONING ASSOCIATION. Desenvolvendo
agilidade e velocidade. Barueri: Manole, 2015 (Biblioteca Digital Pearson).
______. Guia para avaliações do condicionamento físico. Barueri: Manole, 2015.
NIEMAN, D. C. Exercício e saúde: testes e prescrição de exercícios. Barueri: Manole,
2010 (Biblioteca Digital Pearson).
POLLOCK, M. L., WILMORE, J. H. Exercícios na Saúde e na Doença: Avaliação e
Prescrição para Prevenção e Reabilitação. MEDSI Editora Médica e Científica Ltda.,
233-362, 1993.

SOUZA, E. F. de; PEREIRA, J. L. Medidas e Avaliações. Livro eletrônico. Curitiba:


Intersaberes, 2019 (Biblioteca Digital Pearson).
TUBINO, M. J. G. Metodologia Cientifica do Treinamento Desportivo. 3. ed. São Paulo:
IBRASA, 1984.
WELLS, K. F.; DILLON, E. K. The sit and reach: a test of back and leg flexibility. Research
Quarterly, v. 23, n. 8, p. 115-118, 1952.

80 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 4
AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

Objetivos
• Definir aptidão cardiorrespiratória.
• Identificar as potências aeróbias e anaeróbias.
• Conhecer os testes aeróbios e anaeróbios.

Conteúdos
• Aptidão cardiorrespiratória.
• Testes aeróbios.
• Testes anaeróbios.

Orientações para o estudo da unidade


Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir:
• Para a construção do seu conhecimento nesta obra, é importante que
quadros, exemplos e figuras sejam analisados e compreendidos, com a
finalidade de um melhor entendimento do texto apresentado. Não deixe
dúvidas para trás!
• Para aprofundar seus conhecimentos, procure novas leituras, recorra aos
livros indicados na bibliografia e também a sites confiáveis da internet. O
espírito de pesquisa é fundamental para o bom andamento do curso.
• Sua participação e dedicação são fundamentais não apenas para garantir a
compreensão dos conceitos que vamos abordar, mas também para ampliar
e aprofundar as discussões sobre o tema.

81
© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA
UNIDADE 4 – AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

1. INTRODUÇÃO
Segundo a American College of Sports Medicine (ACMS,
2010), a aptidão cardiorrespiratória é um componente
fundamental relacionado à saúde, pois níveis baixos dessa
aptidão apresentam uma relação direta com o desenvolvimento
de doenças cardiovasculares. Outro ponto importante é a
relação entre essa aptidão com a capacidade funcional, uma vez
que indivíduos com alta capacidade aeróbia realizam exercícios
dinâmicos de intensidade moderada a alta por longos períodos
e atividades ocupacionais e/ou recreativas de maneira mais
efetiva do que indivíduos com menor capacidade aeróbia, que
realizariam as mesmas atividades, porém com um maior nível de
exigência.
A aptidão cardiorrespiratória é definida como a capacidade
de se realizar exercícios dinâmicos com envolvimento de um
grande grupo muscular, nas intensidades submáxima e máxima.
Para se determinar os níveis dessa aptidão, são necessários
testes específicos que verifiquem o estado funcional dos sistemas
respiratório, cardiovascular e musculoesquelético (HEYWARD,
2013; MELLO et al, 2018).
Para determinar a capacidade aeróbia, é necessária a
realização de alguns testes, que apontam valores mensuráveis
sobre:
• A função cardíaca, por meio da frequência cardíaca (FC).
• A função respiratória, mediante o consumo máximo de
oxigênio (VO2máx).
• A função circulatória, por meio da pressão arterial (PA).
Os testes com predominância aeróbia possuem duração
superior a dois minutos, sendo os mais efetivos os desenvolvidos

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 83


UNIDADE 4 – AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

em laboratórios, que utilizam esteiras e cicloergômetros e


possuem uma fidedignidade maior na mensuração direta do
consumo de oxigênio (NIEMAN, 2010; SOUZA, 2019).
O componente mensurável nesses testes, considerado
padrão ouro, é o VO2máx, pois é o indicador fisiológico mais
utilizado no controle de intensidade do treinamento aeróbio
(MARINS, 2003; SOUZA, 2019).
Segundo a ACMS (2010), os testes mais eficazes para
mensurar esse componente são os testes de esforço máximo com
coleta de gases expirados, conhecidos como espirometria. No
entanto, os testes de campo também proporcionam resultados
confiáveis, desde que sejam tomadas todas as precauções e
controladas todas as variáveis que possam interferir, de maneira
direta, na execução do teste, comprometendo, assim, os
resultados. Por exemplo: pessoas que possuem alguma limitação
funcional, que impossibilite a utilização de teste laboratoriais,
devem ser testadas em campo, devido à fácil aplicação e à
usabilidade (TRAVENSOLO et al., 2018).
Os testes com predominância anaeróbia possuem duração
inferior a dois minutos, devido à alta intensidade. Alguns testes
se limitam a poucos segundos, durante os quais o componente
mensurável é a potência anaeróbia, que está relacionada com a
capacidade muscular de gerar força, aliada, por sua vez, a uma
alta velocidade no movimento (MANCEIRA et al., 2019).
A potência anaeróbia, além de estar associada ao
desempenho de diversas modalidades esportivas, caracterizadas
pela combinação de ações de elevadas intensidades, intercaladas
com períodos de recuperação, também está relacionada à saúde,
pois há uma redução considerável dessa potência acima dos
30 anos. Tanto em pessoas fisicamente ativas quanto inativas,

84 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 4 – AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

o decréscimo relativo gira em torno de 8 a 10% a cada década


(NIEMAN, 2010; LIMA; DE FÁTIMA PIETSAK, 2016).
Nos testes destinados a avaliar a potência anaeróbia, é
possível obter informações sobre a potência anaeróbia lática,
com a realização de sprints curtos, em que a obtenção de energia
é proveniente da hidrólise dos estoques de adenosina trifosfato
(ATP) e de fosfocreatina (CP). Já a potência anaeróbia alática é
responsável pela manutenção do esforço, verificada em sprints
sucessivos, com energia proveniente da degradação parcial da
glicose, resultando na formação de ácido lático (NASCIMENTO et
al., 2014; FIGUEIREDO; MATTA, 2016).
Antes de passarmos para os testes que envolvem as
capacidades aeróbia e anaeróbia, vejamos algumas condições
que, segundo recomendações do ACSM (2010), podem impedir
que seus portadores sejam submetidos aos testes:
1) Insuficiência cardíaca congestiva aguda.
2) Embolia pulmonar ou sistêmica recente.
3) Estenose aórtica grave.
4) Infecções agudas.
5) Angina instável.
6) Arritmia atrial não controlada.
7) Miocardite.
8) Psicose.
9) Trombo intracardíaco.
10) Bloqueio cardíaco.
11) Infarto do miocárdio recente.
12) Aneurisma dissecante.

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 85


UNIDADE 4 – AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

Outra ferramenta que pode ser utilizada quando se está


realizando uma avaliação e que permite uma certa segurança é
a escala subjetiva de esforço, chamada de Escala de Borg, por
meio da qual, de acordo com uma escala numérica de 0 a 10,
determinam-se graus de esforço, de acordo com a percepção de
quem está sendo avaliado. Essa escala é de fácil compreensão
e interpretação e possui uma correlação com o aumento da
frequência cardíaca e VO2máx durante o exercício, refletindo,
também, alterações não lineares de lactato e ventilação durante
o exercício. Vale salientar que existem duas escalas, a original e
a adaptada, ilustrada na Figura 1, e que é mais utilizada no Brasil
(HEYWARD, 2013; CABRAL et al., 2017; KAERCHER et al., 2019).

Figura 1 Escala de Borg adaptada.


Fonte: Borg (2000).

Testes que envolvem a capacidade aeróbia


Como descrito anteriormente, a capacidade aeróbia,
conhecida como VO2máx, é mensurada pelo maior volume de
oxigênio que o corpo consegue absorver do ar, pelos pulmões,
transportar até os tecidos, através do sistema cardiovascular, e

86 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 4 – AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

usar na produção de energia, numa unidade de tempo. Vejamos


a seguir alguns testes:

Teste de Ellestad
Esse teste submáximo é realizado em ambiente controlado
e que possua esteira com a função de inclinação. Portanto, pode
ser utilizado na prática profissional em laboratórios ou, até
mesmo, em academias. Segundo Souza (2019), o teste consiste
em oito estágios, sendo que cada estágio possui uma inclinação
e tempo específico (verificar Quadro 1). No final do teste, é
possível predizer o VO2máx por meio da seguinte fórmula:
• VO2máx = 4,46 x (3,933 x T).
• T= tempo total em minutos.

Quadro 1 Tempo e velocidade referentes ao teste de Ellestad


Estágio Tempo (minutos) Inclinação Velocidade em
milhas
1 3 10% 1,7
2 2 10% 3,0
3 2 10% 4,0
4 2 10% 5,0
5 3 15% 5,0
6 2 15% 6,0
7 2 15% 7,0
8 2 15% 8,0
Fonte: Adaptado de Souza, 2019.

Teste de Cooper de 2400 metros


Esse teste submáximo consiste em percorrer a distância
de 2400 m no menor tempo. Para tanto, é necessária uma área
adequada para essa modalidade: pista de atletismo, avenidas,

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 87


UNIDADE 4 – AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

ruas, parques etc. Existe a possibilidade de realização do teste


em esteira, lembrando-se que a velocidade deve ser selecionada
pelo avaliado, cabendo ao avaliador apenas instruir sobre a
distância a ser percorrida (2400 m) e o manuseio da esteira, para
não subestimar ou superestimar a condição atual do avaliado.
O Quadro 2 representa os valores que determinam a
capacidade aeróbia de acordo com o tempo.

Quadro 2 Valores de referência de classificação de capacidade


aeróbia por tempo em minutos (Teste de Cooper de 2400 m)

50 anos
Classificação 13 a 19 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos
ou +
Muito Fraca

Homens > 15:31 > 16:01 > 16:31 > 17:31 > 19:01

Mulheres > 18:31 > 19:01 > 19:31 > 20:01 > 20:31
Fraca

Homens 12:11-15:30 14:01-16:00 14:44-16:30 15:36-17:30 17:01-19:00

Mulheres 16:55-18:30 18:31-19:00 19:01-19:30 19:31-20:00 20:01-20:30


Média

Homens 10:49-12:10 12:01-14:00 12:31-14:45 13:01-15:35 14:31-17:00

Mulheres 14:31-16:54 15;55-18:30 16:31-19:00 17:31-19:30 19:01-20:00


Boa

Homens 09:41-10:48 10:46-12:00 11:01-12:30 11:31-13:00 12:31-14:30

Mulheres 12:30-14:30 13:31-15:54 14:31-16:30 15:56-17:30 16:31-19:00


Excelente

Homens 08:37-09:40 09:45-10:45 10:00-11:00 10:30-11:30 11:00-12:30

Mulheres 11:50-12:29 12:30-13:30 13:00-14:3 13:45-15:55 14:30-16:30


Fonte: Cooper, 1968.

88 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 4 – AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

Com base nos resultados encontrados no teste de 2400 m,


ainda é possível calcular o VO2máx através da seguinte equação
de Cooper (1968):
• VO2máx (mL·kg-1·min-1) = (2400 x 60 x 0,2) + 3,5 mL·kg-
1
·min-1 / D, em que D é a duração em segundos.
A partir dos resultados, é possível, segundo o próprio
autor, a classificação de VO2máx. Veja o Quadro 3, para mulheres
e, o Quadro 4, para homens.

Quadro 3 Referências para Mulheres – VO2máx.mL(kg.min)-1


Muito
Idade Fraca Regular Boa Excelente Superior
Fraca
39,0 a
13-19 < 25,0 25,1-9,9 31,0-34,9 35,0-38,9 > 42,0
41,9
37,0 a
20-29 < 23,6 23,7-28,9 29,0-32,9 33,0-36,9 > 41,0
40,9
35,7 a
30-39 < 22,8 22,9-26,9 27,0-31,4 31,5-35,6 > 40,1
40,0
32,9 a
40-49 < 21,0 21,1-24,4 24,5-28,9 29,0-32,8 > 37,0
36,9
31,5 a
50-59 < 20,2 20,3-22,7 22,8-26,9 27,0-31,4 > 35,8
35,7
30,3 a
+ 60 < 17,5 17,6-20,1 20,2-24,4 24,5-30,2 > 31,5
31,4
Fonte: Cooper, 1982.

Quadro 4 Referências para Homens – VO2máx.mL(kg.min)-1


Muito
Idade Fraca Regular Boa Excelente Superior
Fraca
51,0 a
13-19 < 35,0 35,1-38,3 38,4-45,1 45,2-50,9 > 56,0
55,9
46,5 a
20-29 < 33,0 33,1-36,4 36,5-42,4 42,5-46,4 > 52,5
52,4
45,0 a
30-39 < 31,5 31,6-35,4 35,5-40,9 41,0-44,9 > 49,5
49,4

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 89


UNIDADE 4 – AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

Muito
Idade Fraca Regular Boa Excelente Superior
Fraca
43,8 a
40-49 < 30,2 30,3-33,5 33,6-38,9 39,0-43,7 > 48,1
48,0
41,0 a
50-59 < 26,1 26,2-30,9 31,0-35,7 35,8-40,9 > 45,4
45,3
36,5 a
+ 60 < 20,5 20,6-26,0 26,1-32,3 32,3-36,4 > 44,3
44,2
Fonte: Cooper, 1982.

Segundo Marins (2003), a utilização de cicloergômetros


também é bastante difundida na avaliação do componente
aeróbio, para o qual os parâmetros de regulagem do
cicloergômetros são iguais e não dependem de protocolos
específicos. Vejamos os exemplos do teste submáximo de
Astrand e do teste máximo de Balke.

Teste submáximo de Astrand


Nesse protocolo, para se calcular o VO2máx expresso em
valores absolutos (L.min-1), o avaliado pedala durante cinco
minutos, registrando a frequência cardíaca no quarto e quinto
minuto, para se obter o valor médio, lembrando-se que a carga
difere entre homens (100 a 150 watts) e mulheres (50 e 10 watts).
Para o cálculo do VO2máx, utilizam-se as seguintes fórmulas:
• Homens: VO2máx = 195 – 61 x VO2 carga / FC – 61
• Mulheres: VO2máx = 198 – 72 x VO2 carga / FC – 72
Parâmetros:
• FC = média da frequência cardíaca obtida.
• VO2carga = consumo de oxigênio, obtido pela seguinte
equação:
• VO2carga L.min-1 = 0,014 x carga (watts) + 0,129

90 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 4 – AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

Exemplo: um homem pedalou com uma carga de 150 W


durante cinco minutos, e sua frequência foi de 150 no quarto
minuto e de 152 no quinto minuto. Veja o cálculo:
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
FC média = 151
VO2carga = 0,014 x 150 + 0,129
VO2carga = 2,22
VO2máx = 195 – 61 x 2,22 / 151 - 61
VO2máx = 3,3 L.min-1
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

Teste máximo de Balke


Realizado em cicloergômetros, o protocolo desse teste
consiste em acrescentar 25 watts para indivíduos não atletas e
50 watts para atletas, em estágios a cada dois minutos. Cabe
lembrar que o inicio é com zero watt, com o mesmo período
temporal. O teste é interrompido quando o atleta não consegue
mais manter o esforço, registrando-se a carga final. É necessário
verificar o peso da pessoa avaliada para se calcular o VO2máx
expresso em valor relativo (mL kg.min) -1, na seguinte fórmula:
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
VO2máx = 200 + (12 x w) / P
Parâmetros:
W = representa o valor da última carga utilizada, em watts.
P = peso corporal, em kg.
Exemplo:
Uma pessoa atingiu 300 watts de carga no último estágio.
Tem peso corporal de 75 kg.
Cálculo:
VO2máx = 200 + (12 x 300) / 75
VO2máx = 50,66 mL (kg.min) -1
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 91


UNIDADE 4 – AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

A seguir, veremos alguns testes voltados à capacidade


anaeróbia. É importante notar que existe uma infinidade de
testes voltados para as mais diversas populações e esportes;
cabe a nós, profissionais de educação física, dentre os protocolos
avaliativos da capacidade aeróbia, escolher o que mais atente às
necessidades avaliativas envolvidas.

Testes que envolvem a capacidade anaeróbia


Nos testes de capacidade anaeróbia, é possível a obtenção
de alguns resultados relacionados às vias metabólicas de
obtenção de energia. A potência máxima, expressa em watts,
geralmente acontece no início do teste e é representada pela
maior potência mecânica gerada, na qual a energia provém,
essencialmente, do sistema ATP-CP, com alguma contribuição da
degradação da glicose. O índice de fadiga informa a queda de
desempenho durante o teste e é resultante da fadiga anaeróbia
e a potência média, também conhecida como capacidade
anaeróbia, e reflete a resistência localizada do grupo muscular
em exercício, (FRANCHINI, 2002; MCARDLE et al., 2017).
A seguir, veremos alguns testes que possibilitam a
mensuração da capacidade anaeróbia.

Testes de RAST (Running Anaerobic Sprint Test)


O RAST consiste em percorrer, no menor tempo possível,
uma distância de 35 metros, com intervalo de 10 s para
recuperação entre cada corrida, dentro das seis séries. Com os
resultados obtidos no RAST, é possível o cálculo estimado de
potência máxima, potência média, potência mínima e índice
de fadiga, por meio das seguintes equações (MARINS, 2003;
SANTOS; LIMA, 2016):

92 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 4 – AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

1) Potência máxima: peso (kg) x distância (m)²) / menor


tempo (s)³.

2) Potência mínima: peso (kg) x distância (m)²) / maior


tempo (s)³.

3) Potência média: peso (kg) x distância (m)²) / (∑ dos


seis tempos dividida por 6, em s)³.

4) Índice de fadiga: potência máxima – potência mínima


x 100 / potência máxima.
Para que os resultados sejam expressos em watts por
quilograma, dividimos os resultados encontrados nas fórmulas
pelo peso do indivíduo.
Por exemplo: um indivíduo com 70 kg percorreu os 35 m,
nas 6 séries, registrando os seguintes tempos em segundos: 4,50,
4,52, 4,54, 4,60, 4,65 e 4,70. Como o menor tempo foi de 4,50 s e
o maior tempo, 4,70 s, vamos, agora, fazer os cálculos:
1) Potência Máxima (W)
70 x 352/4,503
70 x 1225 / 91,12
85750 / 91,12 = 941,06 W
941,06/ 70 = 13,44 W/kg

2) Potência Mínima
70 x 352 / 4,703
70 x 1225 / 130,82
85750 / 130,82 = 655,48 W
655,48 / 70 = 9,36 W/kg

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 93


UNIDADE 4 – AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

3) Potência Média
70 x 352/ (4,50 + 4,52 + 4,54 + 4,60 + 4,65 + 4,70 / 6)3
70 x 1225 / (27,51/6)3
85750 / 4,583
85750 / 90,07 = 952,03 W
952,03 / 70 = 13,60 W/kg

4) Índice de fadiga
(941,06 – 655,48) x 100/941,06
285,58 x 0,10 = 28,55 W
28,55 / 70 = 0,40 W/kg

Teste de Margaria-Kalamen
O teste de Margaria-Kalamen consiste em subir uma
escada de nove degraus, de 3 em 3 degraus, o mais rápido possível,
sendo que o indivíduo a ser avaliado permanece, inicialmente, a
uma distância de 6 m da escada. Para se registrar o tempo, o
cronômetro deve ser disparado no momento em que o avaliado
toca o terceiro degrau e travado quando ele toca o nono degrau.
Nesse teste, é permitida a realização de três execuções, com um
intervalo em torno de dois minutos entre cada tentativa. Como
resultado final, utiliza-se a média das três tentativas. Outro dado
importante no teste é a mensuração da altura dos degraus, pois é
necessário o conhecimento da altura vertical percorrida (SOUZA,
2019).
Segundo Guedes (2006), a potência anaeróbia alática
(PAnkgm/s) deverá ser calculada usando a equação (PAnkgm/s = Peso
do indivíduo x distância em metros x 9,81 m/s) / tempo. Confira
o exemplo a seguir:

94 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 4 – AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

Um indivíduo de 65 kg realiza o teste em um tempo médio


de 1,08, e os degraus da escada utilizada tinham 19 cm de altura,
portanto a distância vertical total foi de 1,14 m.
PAnkgm/s = 60 x 1,14 x 9,8 / 1,08.
PAnkgm/s = 68,40/ 1,08.
PAnkgm/s = 171,87 kgm/s.

Teste de Wingate
O teste Wingate é realizado em um cicloergômetro com
frenagem mecânica ou eletromagnética, cujo procedimento
avaliativo consiste em pedalar com a máxima velocidade possível
em um período de 30 s, com uma carga constante ao peso do
avaliado (GUEDES, 2006; PEREIRA, 2018; LOPES-SILVA; REALE;
FRANCHINI, 2019).
É importante verificar a regulagem ideal do guidão e do
selim, pois a perna do avaliado, em média, deve flexionar a
articulação do joelho em torno de 10° a 15° graus. Após um
aquecimento prévio, o avaliado realiza sprints máximos de 4 a
5 segundos a cada 3 a 5 minutos, em um período máximo de 20
minutos. O indivíduo deve realizar um esforço supramáximo em
um período de 30 s, sem se levantar do selim (GUEDES, 2006).
Segundo o autor supracitado, para a realização desse teste,
é necessário o cálculo da carga de trabalho em torno de 0,075
kgf/kg para homens e 0,090 kgf/kg para mulheres, sendo que,
para atletas, esse valor pode subir para 0,100 a 0,110 kgf/kg
(lembrando que kgf é a sigla de quilograma-força).
Ainda segundo Guedes (2006), as informações colhidas no
teste de Wingate, como pico máximo de potência, pico mínimo de

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 95


UNIDADE 4 – AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

potência, pico médio de potência, capacidade anaeróbia e índice


de fadiga, estão relacionadas com as rotações dos pedais. Por
isso, os cicloergômetros atuais possuem contagem eletrônica,
pois são registradas as rotações separadamente a cada 5 s e no
total dos 30 s. Vejamos as equações:

1) Pico máximo de potência:


PAnpico máx (kpm) = Carga x rotação – 5 smáx x distância.

2) Pico mínimo de potência:


PAnpico mín (kpm) = Carga x rotações – 5 smín x distância.

3) Pico médio de potência:


PAnpico méd (kpm) = Carga x rotações – 5 sméd x distância.

4) Capacidade anaeróbia:
CAn(kpm) = Carga x rotações – 30 s x distância.

5) Índice de fadiga:
IF
Na (%) = PAnpico máx (kpm) – PAnpico mín (kpm) / PAnpico máx (kpm)
x 100.

Verifique o exemplo de um indivíduo com 65 kg, sedentário,


que realiza o teste e registra a cada 5 s as seguintes rotações
respectivas: 12-10-8-7-6-6:
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Cálculo da carga de trabalho:
0,075 kp x 65 kg = 4,87 kp, aproximadamente 5,00 kp
Pico máximo de potência:
PAnpico máx (kpm) = 5,00 kp x 12 – 5 s máx x 7 m = 385 kpm

96 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 4 – AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

Transformando em watts (considerando 1 W = 6,12 kpm/min):


385 kpm x 12 / 6,12 kpm/min = 754,90 watts
Pico mínimo de potência:
PAnpico mín (kpm) = 5 kp x 6 – 5 smín x 7 m = 175 kpm
Transformando em watts (considerando 1 W = 6,12 kpm/min):
175 kpm x 12 / 6,12 kpm/min = 343,13 watts
Pico médio de potência:
PAnpico méd (kpm) = 5,00 kp x 8,1 – 5 sméd x 7 m = 248,50 kpm
Transformando em watts (considerando 1 W = 6,12 kpm/min):
248,5 kpm x 12 / 6,12 kpm/min = 487,25 watts
Capacidade anaeróbia:
CAn(kpm) = 5,0 kp x (12 + 10 + 8 +7 + 6 + 6) – 30 s x distância
CAn(kpm) = 5,0 kp x 49 – 30 s x 7 m= 1505 kpm
Transformando em watts (considerando 1 W = 6,12 kpm/min, e a variável da
equação passa a ser 2 em vez de 12):
1505 kpm x 2 / 6,12 kpm/min = 491,83 watts
Índice de fadiga:
IF
Na (%) = 385 kpm – 175 kpm) / 385 kpm x 100
IF
Na (%) = 54,54%
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

2. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR


O Conteúdo Digital Integrador é a condição necessária
e indispensável para você compreender integralmente os
conteúdos apresentados nesta unidade.
A seguir, você terá artigos relacionados às questões sobre
aplicabilidade de alguns testes dos componentes aeróbios e
anaeróbios.

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 97


UNIDADE 4 – AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

2.1. TESTES AERÓBIOS E ANAERÓBIOS

Diante das perspectivas das avaliações cardiorrespiratórias,


acesse os artigos a seguir e verifique a aplicabilidade dos testes
aeróbios e anaeróbios.
• ASSIS MANOEL, F. de et al. Estimativa da aptidão aeróbia
de jovens atletas a partir de testes de campo. Revista
Portuguesa de Ciências do Desporto, 2017. Disponível em:
<https://rpcd.fade.up.pt/_arquivo/artigos_soltos/2017-
S4A/07.pdf>. Acesso em: 7 dez. 2019.
• COSTA JÚNIOR, E. F. da; SOUZA, L. M. de. Relação entre
potência aeróbia e anaeróbia de atletas praticantes de
corridas de fundo. Corpus et Scientia, v. 11, n. 2, p. 79-
87, 2016. Disponível em: <http://apl.unisuam.edu.br/
revistas/index.php/corpusetscientia/article/view/641>.
Acesso em: 7 dez. 2019.
• OLIVEIRA, S. F. M. de et al. Comparação de dois testes
indiretos anaeróbicos em futebolistas profissionais e
suas correlações com o desempenho aeróbico. Revista
Brasileira de Ciências do Esporte, v. 39, n. 3, p. 307-313,
2017. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbce/
v39n3/0101-3289-rbce-39-03-0307.pdf>. Acesso em: 7
dez. 2019.

3. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder as questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos
estudados para sanar as suas dúvidas.

98 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 4 – AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

1) Defina aptidão cardiorrespiratória.

2) Qual é a diferença entre os testes que envolvem capacidade aeróbia e


anaeróbia e o que esses testes avaliam?

3) O que você entendeu sobre VO2máx e qual a importância do sistema


circulatório nesse componente?

4) Conceitue potência máxima, índice de fadiga e potência média.

5) Segundo Guedes (2006), como podemos mensurar o pico de potência no


teste de Wingate?

4. CONSIDERAÇÕES
Com o término da Unidade 4, chegamos ao final das
nossas descobertas, nesta obra sobre “Medidas e Avaliação da
Atividade Motora”. Nesta unidade, procuramos nos familiarizar
com os testes que envolvem tanto a capacidade aeróbia como
a capacidade anaeróbia. Vale ressaltar que, para esta obra,
buscamos na literatura informações importantes sobre a
temática, porém não temos a pretensão de finalizar os conteúdos
abordados, e sim despertar em você o sentimento investigativo,
que possibilitará a ampliação dos seus conhecimentos na busca
incessante de novas fontes fidedignas.
Para nós, resta apenas agradecer pela leitura e confiança, e
esperamos que este estudo contribua de maneira extremamente
positiva na sua formação profissional e humana.
Boas descobertas!

© MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA 99


UNIDADE 4 – AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

5. E-REFERÊNCIAS

Sites pesquisados
ARRUDA, A. C. P. Teste de Wingate: uma revisão na literatura. Revista Digital - Buenos
Aires - Año 13 - Nº 123 - Agosto de 2008. Disponível em: <https://www.efdeportes.
com/efd123/teste-de-wingate-uma-revisao-na-literatura.htm >. Acesso em: 7 dez.
2019.
CABRAL, L. L. et al. Revisão sistemática da adaptação transcultural e validação da escala
de percepção de esforço de Borg. Journal of Physical Education, v. 28, n. 1, p. 2853,
2017. Disponível em: <http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/RevEducFis/
article/view/34188>. Acesso em: 7 dez. 2019.
COOPER, K. H. A means of assessing maximal oxygen intake: correlation between field
and treadmill testing. Jama, v. 203, n. 3, p. 201-204, 1968. Disponível em: <https://
jamanetwork.com/journals/jama/article-abstract/337382>. Acesso em: 7 dez. 2019.
______. Physical training programs for mass scale use: effects on cardiovascular
disease--facts and theories. Annals of clinical research, v. 14, p. 25-32, 1982. Disponível
em: <https://europepmc.org/abstract/med/7149628>. Acesso em: 7 dez. 2019.
NASCIMENTO, P. C. do et al. Perfil antropométrico e performance aeróbia e anaeróbia
em jovens jogadores de futebol. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 22, n.
2, p. 57-64, 2014. Disponível em: <https://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/
article/view/4591>. Acesso em: 7 dez. 2019.
FRANCHINI, E. Teste anaeróbio de Wingate: conceitos e aplicação. Revista Mackenzie
de Educação Física e Esporte – 2002, 1(1):11-27. Disponível em: <http://editorarevistas.
mackenzie.br/index.php/remef/article/view/1365>. Acesso em: 7 dez. 2019.
FIGUEIREDO, D. H.; MATTA, M. O. Análise do desenvolvimento da capacidade física
potência anaeróbia durante período preparatório de quatro semanas em jovens
futebolistas. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício (RBPFEX), v. 10, n.
58, p. 225-232, 2016. Disponível em: <http://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/
article/view/915>. Acesso em: 7 dez. 2019.
KAERCHER, P. L. K. et al. Escala de percepção subjetiva de esforço de Borg como
ferramenta de monitorização da intensidade de esforço físico. Revista Brasileira
de Prescrição e Fisiologia do Exercício (RBPFEX), v. 12, n. 80, p. 1180-1185, 2019.
Disponível em: <http://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/ 1603>.
Acesso em: 7 dez. 2019.

100 © MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA


UNIDADE 4 – AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

LIMA, F. K. S. M.; DE FÁTIMA PIETSAK, E. Saúde do idoso: Atividade física, alimentação


e qualidade de vida. Revista Extendere, v. 4, n. 1, 2016. Disponível em: <https://www2.
dti.ufv.br/seer/rbf/index.php/RBFutebol/article/view/276>. Acesso em: 7 dez. 2019.
LOPES-SILVA, J. P.; REALE, R.; FRANCHINI, E. Acute and chronic effect of sodium
bicarbonate ingestion on Wingate test performance: a systematic review and meta-
analysis.  Journal of sports sciences, v. 37, n. 7, p. 762-771, 2019. Disponível em:
<https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30319077>. Acesso em: 7 dez. 2019.
MELLO, J. B. et al. Associação da aptidão cardiorrespiratória de adolescentes com a
atividade física e a estrutura pedagógica da educação física escolar. Revista Brasileira
de Ciências do Esporte, 2018. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/
science/article/pii/S0101328917301348>. Acesso em: 7 dez. 2019.
PEREIRA, C.; BRAVO, J. Fisiologia e Exercício-Testes laboratoriais para avaliação do
rendimento em diferentes condições de esforço. 2018. Disponível em: <http://dspace.
uevora.pt/rdpc/handle/10174/23374>. Acesso em: 7 dez. 2019.
SANTOS, M. M.; LIMA, P. P. S. Relação entre o desempenho no Running-Based Anaerobic
Sprint Teste (RAST) e as características antropométricas de atletas de Hóquei sobre
Patins. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício (RBPFEX), v. 10, n. 60, p.
552-558, 2016. Disponível em: <http://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/
view/1035>. Acesso em: 7 dez. 2019.
TRAVENSOLO, C. et al. Medida do desempenho físico por testes de campo em
programas de reabilitação cardiovascular: revisão sistemática e meta‐análise. Revista
Portuguesa de Cardiologia, 2018. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/
science/article/pii/S0870255117300999>. Acesso em: 7 dez. 2019.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE et al. Manual do ACSM para avaliação da
aptidão física relacionada à saúde. Rio de Janeiro: Grupo Gen-Guanabara Koogan,
2010.
GUEDES, D. P; GUEDES, J. E. R. P. Manual prático para avaliação em educação física.
Barueri: Manole, 2006.
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