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HISTÓRIA DA POLICIA
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HO RIO DE JANEIRO
- . vs p- . .
ASPECTOS DA CIDADE E DA VIDA CARIOCA
“ .
-V' (1831-1870)
"Evidentemente o crítica
da Brasil, pelas suas figuras
mais renornadas, soube com
preender e coroar com seus
aplausos os autores da im
portante obra. A mim, teste
munha que fui, com Rober
to Seidl, do entusiasmo com
que Mello Barreto Filho, um
de seus autores, me falava
de sua obra, é duplamente
satisfatório registar o apa
recimento d e s t e primeiro
tomo".
Nóbrega de Siqueira
HISTORIA DA POLICIA
DO
RIO DE JA N E IR O
ASPECTOS DA CIDADE E DA VIDA CARIOCA
1831-1870
D E D IC A M O S ÊSTE VOLUM E
Quando iniciamos a publicação da H istó ria da P olícia
do R io de Jan eiro , escrevemos, no volume que abrange
os anos de 1565 a 1831, as seguintes palavras:
OS A U T O R E S .
PREFÁCIO
1
PREFÁCIO 13
&
24 M ELLO B A R RETO F IL H O e H ERM ETO LIM A
H IST Ó R IA D A P O L ÍC IA DO R IO DE JA N E IR O 25
wmm 'i.i4satnum tt
Ministros do Estado no poríodo rogoncial
■ H
*
* *
V '■ - . if ‘' - v ;
“ V i agora, p ela p rim eira vez, uma flo resta tro p ical em
tôda a sua m ajestade sublim e. Só a realidade pode dar uma
idéia da m agnificência pro d ig io sa desta p a is a g e m ...”
i i
A U G U ST O S E D IG N IS S IM O S S E N H O R E S
R E P R E S E N T A N T E S DA NAÇAÕ.
mm
MELLO BARRETO FILHO e HERMETO LIMA
Administração da Justiça
José Clemente
Pereira
Lino Coutinho
D IO G O A N T O N IO F E I J O ’.
O crime da viuva.
sm s
82 MELLO BARRETO FILHO e HERMETO LIMA
H ta ? TT^rabalham
Htar. b T h a m eco
“ n ?tra
* * *nossa
" * ^ liberdade
° ^ eenganoso de mi‘
para entrevar
nos ao ju g o do p rín cip e po rtu g u ês que nos oprim iu por dez
anos. A te quando sofrerem os que se agreguem que deh
b " 7 0 °t consPira d ° res que querem escravizar-nos e derru-
ros? A ° Se" ^ P e d r° 11 ? A té q uando> B rasilei
ro s. A vossa paciência já toca o extrem o do aviltam ento
R eunam o-nos, exaltados, m oderados, em face dessa associa-'
fai°tare am ad0S’ *** tra id °*res à nossa Querida pátria, e sem
m eÍm o f r6SPeit0 ^ 86 deV* àS IeÍS 6 às c i d a d e s , aí
mesmo form em os um requerim ento em que se peça ao go-
tria" B rasil8 Sr o dêSta ajuntam ento inim ig° de nossa pá-
r ^ 'a B a • QUand° Vem° S ° país ameaÇado por vis
restau raâo res, a in d iferen ça é um crime. Não hesitem os um
m om ento. Vamos. — Um p atrio ta.”
N ão se realizou a sessão anunciada, mas reuniu-se o
povo na tard e do dia 5, no largo de São Francisco de Paula.
Tendo disso n o ticia o ju iz de paz Jo sé Inácio Coimbra, di-
n g iu -se para ali, e, vindo te r com ele, diversos cidadãos
denunciaram -lhe que constava haver armas na casa das
sessões da Sociedade M ilitar, e requereram se desse busca.
A com panhado do ju iz de paz do segundo distrito, de seu
escrivão, de dois oficiais de ju stiça e de quatro a seis pes
soas para servirem de testem unhas, penetrou Inácio Coim
bra na casa indicada, porém nada encontrou.
E n q u an to se procedia à busca, invadiu o povo a casa,
arrem essou à ru a alguns trastes, e da fren te das janelas do
segundo an d ar arrancou a taboleta que indicava o nome da
sociedade em le tras de ouro sôbre campo azul ferrete.
M ais de m il pessoas, que atopetavam a praça, d eclara
ram que queriam rep resen tar à Regência, pedindo a disso-
84 MELLO BARRETO FILHO e HERMETO LIMA
te
A primeira casa comercial que vendeu
máscaras para o Carnaval.
j u lg a m e n to d e J o s é B o n ifá c io .
*
Reuniu-se a 14 de Março de 1835, sob a presidência do
dr. J u s tin o José Tavares, o jú ri que teve de julgar José
Bonifácio e mais vinte réus acusados de crime político.
Jo sé Bonifácio não compareceu, sendo defendido pelo
desem bargador Cândido Ladisláu Japiassú.
T odos os réus foram absolvidos.
com pungidam ente uns dos outros, agora que para todos êles
soara o m om ento fatal. E quanta dor, quanto desespêro,
quanta agonia subia do coração ,p o r ver-se aquelas pobres
criancinhas, ainda tão cedo, já condenadas a tão cruel des
tino.
É êste o m om ento que rep resen ta a estam pa. Na tolda,
o sr. M anso Saião vestido de branco e que desde o p rin cíp io
recom endara calma aos passageiros, pois providenciaria,
em balde fez sinal para que a Quinta se aproxim asse, não
supondo n u n ca que já, naquela hora suprem a, ela fugia,
fu g ia cobardem ente, levando consigo a m aldição que recai
sôbre todos os m iseráveis assassinos que, im pedindo o mes
tre P ed ro C osta de cum prir o seu dever de homem do m ar e
de homem hum ano, deram causa a tam anha hecatom be.”
Em 1902 rem odelou-se a com panhia, que passou a ser
adm in istrad a pelo visconde de M orais e seu irm ão. Em
1908 a com panhia começou a ser financiada por capitais
ingleses. E m 1913, aum entou as passagens para SOO réis.
E m 1915, na tard e de 26 de O utubro, novo desastre. N au
fragava na P o n ta de A reia a barca Sétima, que conduzia
328 m eninos, alunos do Colégio Salesiano, de Santa Rosa.
M orreram várias pessoas. E m dezembro de 1925, a em prêsa,
aum entando de novo o preço das passagens, deu lu g ar a.
que o povo se insurgisse, tendo havido sérios co n flito s
aqui e em N iteró i.
A tu alm en te o serviço é relativam ente bem feito . A s
barcas são lim pas e, salvo algum im previsto, chegam mais
ou m enos à hora a seus pontos determ inados.
A s barcas têm servido m uitas vezes de veículo para os
que desertam da vida. É sem conta o núm ero dêsses desa
fo rtu n ad o s que, num m om ento de desespêro, se atiram às
ondas. G rande alarido, a barca m uda de rumo, os salva-
vidas são atirad o s ao m ar, o náufrago agarra-se a eles, a
viagem se atrasa e os passageiros que têm de chegar à
hora certa, m aldizem o m om ento em que o in feliz suicida
se atirou ao m ar, fazendo-lhes perd er o “ ponto” . . .
Wá -
HISTÓRIA DA POLÍCIA DO RIO DE JANEIRO 109
U m in o c e n te c o n d e n a d o à fo rca .
A b a n d e ira da M is e r ic ó r d ia .
N a p o le ã o I I I no p ô r to d o R io d e J a
n e iro — O r e g e n te F e ijó fa z re c o m -
m e n d a ç õ e s a P o líc ia .
“Usem im p r e te r iv e lm e n te d e b ig o d e s ,
com e x c e ç ã o d o s r e v e r e n d o s -c a p e lã e s ” .
1"
|v
^4 chegada do primeiro elefante
que veio ao Brasil.
Í
¥ Sem pre que a população aco rre em m assa a certo ponto
1 da cidade, a P olicia tam bém se m ovim enta, quando m ais
If , nao seja p ara evitar atropelos.
I
i . A ssim aconteceu no ano de 1837, a 18 de Julho.
N esse dia nin g u ém perm aneceu em casa.
i D esde cedo o cáis ficou literalm en te cheio. 1
) . C hegaria algum personagem ilu stre?
E s ta ria algum a esquadra dando entrada na G uanabara? f
3v.-‘ )
■For que tan ta gente nas ruas?
O caso, hoje corriqueiro, foi naquele tem po aconteci
m ento n o tá v e l: a bordo do b rig u e oriental Figaro vinha
um anim al estranho, jam ais visto no B rasil - um elefante.
O desem barque do paquiderm e foi sensacional, orga-
m zando-se verdadeiro cortejo até à rua da M isericórdia
em um de cujos préd io s ficou o anim al em exposição, até
que a em prêsa M eed & Comp, o tran sp o rto u para o Circo
Olímpico, de propriedade de B artolom eu Corrêa da Silva
onde passou a trabalhar. ’
A tualm ente — tempora m utantur — os quadrúpedes \
embarcam e desembarcam sem nenhum a tropelia, sem o me-
nor co n stra n g im e n to ...
A v a c a Its (juase viajou de avião *
1
"gil
O ex-intendente geral de Polícia Au
reliano Coutinho foi o precursor do ser
viço de ônibus no Rio de Janeiro — (1 8 3 7 ).
' ' - M
>* N . . v
114 MELLO BARRETO FILHO e HERMETO LIMA
r-— — - --- 7- -- ■■ . — . Mi M ni
. .
mi —
escola, razão por que não sabia ler, mas tin h a aprendido,
com os negros, o ofício de barbeiro sangrador. D epois, em
pregara-se em casa de um barbeiro, de quem ro u b ara certa
quantia, e fu g ira. F oi para M inas Gerais, em pregando-se aí
em uma fazenda, onde se ocultou um dia debaixo da cama
do fazendeiro, e, quando o in feliz dorm ia, lhe en terro u no
p eito a faca que levava. Daí fôra para O uro P reto , onde se
casara e tiv era filhos, abandonando a fam ília pouco tem po
depois.
E m seguida falou A ntônio Joaquim , que declarou que
a sua educação tin h a sido igual à do com panheiro Jo sé V i
cente. F ô ra educado nas ruas, acom panhando as m úsicas
dos batalhões, nas festas do E sp írito Santo e nas de Reis.
A ssim se to m a ra capoeira e gatuno.
B atia carteiras, su rrip iav a objetos das lojas, tendo sido
preso pela p rim eira vez quando roubava camisas de uma
casa na ru a do H ospício. “ A bsolvido, co n tin u ei na mesma
v id a ; tornei-m e ladrão”, disse o celerado. “ Serví-m e de
gazuas, assaltei casas; de ladrão passei a assassino. E m 1837
m atei, em S anta Teresa, um escravo que eu sabia conduzir
o b jeto s de valor. D epois assaltei a ouriv esaria M eyral, na
ru a d o O uvidor. O btendo um a ordem de “ habeas corpus” ,
saí da prisão, relacionei-me contigo, Jo sé M artins, e con
tig o , A lb in o ; e tendo com binado o assalto na ilha da Ca-
queirada, fu i eu quem desfechou o tiro no ouvido de G on
çalves L iberal, m atando-o”.
D epois falou A lbino. C ontou que tin h a sido arrastad o
ao crim e pela ociosidade em que sem pre vivera nos seus
p rim eiro s anos. T endo amado uma moça rica, cham ada
A lice, para ser ric ^ também, tornara-se jogador. R elacio
nando-se com M artins, ficara pertencendo à sua quadrilha.
T o rn ara-se salteador, ladrão e assassino, auxiliando a m a
ta r G onçalves L iberal na ilha da Caqueirada, o qual pedia
de joelhos, em nome de D eus e da mãe do céu, lhe poupas
sem a vida.
E m seguida, M artins tom ou a palmyra. D isse que nunca
tiv e ra inclinação para o estudo, embora seus pais o tiv es
sem m andado para a escola, de onde a cada passo fugia. Daí
en treg o u -se à vida do mar. Em uma viagem que fez a Santos
« K r.^r.-^r -pyr.rxTfr : — -ig?-.'TOH *'" '■'W'rT\*?' -' ' r',~?&f'
O p r im e ir o p o r tu g u ê s qu e d a n ço u na
corda bamba.
II
mal acabado trabalho dos cam arotes, especialm ente da p ri
m eira ordem . É neles de péssim o efeito o leque de ouro
sobreposto em fundo encarnado, sem que os seus contornos
sejam indicados, sem que relevos os façam sobressair. Pode,
porém, ser facilm ente em endado êsse defeito, a nosso ver
de bastante gravidade, e então, igualm ente, dever-se-iam
m odificar as cintas encarnadas das outras o rd en s; o am a
relo, que foi escolhido, p oderá ser de agradável vista de dia,
mas de n o ite e ao longe confunde-se com branco sujo. F e
lizm ente essa tin ta não poderá d u rar m uito tem po; as ca
sacas dos espectadores que d t leve se encostarem , terão a
habilidade de a ir lim p a n d o ; porque esqueceram -se de dei
tar-lhe algum pouco de cola que a fixasse.
F e ita assim a p arte da censura e do elogio, agradeça
mos os desvelos da direção do Teatro de S. Pedro de A l
cântara pelas despesas d ian te das quais não recuou, e o in
sano trabalho dos in sig n es artistas P o rto A legre, O livier,
Carvalho M alivert e outros, que não se pouparam para dar
a esta cidade e aos am igos dos recreios cênicos, um teatro
digno da nossa'civilização e do estado das artes en tre nós.
Falem os agora do espetáculo do dia 7.
A presença de s. m. i. e de sua augusta fam ília, a do
prín cip e de Carignano, que acom panhara o m onarca brasi
leiro, haviam atraido o mais luzido e num eroso concurso.
O teatro ostentava suas mais brilh an tes galas e animava-se
com a reunião de belezas que lhe povoavam os cam aro tes;
tudo m anifestava jú b ilo ; sentim os que o lu stre, que,
tão b rilh an te havia estado nos dias de ensaio, tan to desm e
recesse nessa ocasião; os pavios carbonizaram -se com m uita
facilidade, talvez pela água-rás que lhe d eitassem ; e a l
guns, deixando escapàr m oribundos e vacilantes raios, fo
ram-se, pouco a pouco, apagando.
Os cenários, todos devidos ao pincel do sr. P o rto A le
gre, são todos dignos de elogio, especialm ente o clau stro ou
cem itério, visto ao lu ar. A penas desejaríam os nessa p arte
que fôsse êle mais bem ilum inado. Ig u al elogio nos m erecem
os vestuários dos atores, todos ricos, a caráter, da m ais es
crupulosa exatidão, e devidos ao au to r da peça o sr. M a
galhães.
,
128 MELLO BARRETO FILHO e HERMETO LIMA
D. P e d r o II — (1840-1889).
A p r e c u rs o ra d o a b o lic io n ism o , da R e
p ú b lic a e d a e m a n c ip a ç ã o da m u lh e r no
B r a s il — (1 8 4 2 ).
T e n ta tiv a d e r e v o lta — U m a p r o c la
m a ç ã o in c e n d iá ria — O g o v ê r n o s u s p e n d e
a s g a r a n tia s c o n s titu c io n a is .
O a s s a s s ín io d o c o r o n e l F e lip e N é r i
d e C a rva lh o .
E stam os em 1844.
A S ecretaria da P o lícia funciona na ru a M atacava-
los, 64, passando, em 1845, para a rua do Lavradio, 39, e, no
ano seguinte, para a rua da C onstituição, 8.
Jh - t
O m in is tr o da J u s tiç a A n tô n io P a u lin o
L im p o d e A b r e u o fic ia a o c h e fe d e P o líc ia
s o lu c io n a n d o um ca so d e d e p o r ta ç ã o .
C a p i t ã o Nabuco.
A s c e n d e ao ca rg o d e m in is tr o d a Jus
tiç a o p r im e ir o ch efe d e P o líc ia d o R io de
J a n e iro . — E m 1849 a p o p u la ç ã o carioca
era d e 266.466 h a b ita n te s.
■ " ",.....S i ■■
380 MELLO BARRETO FILHO e HERMETO LIMA
Tragédia no Andaraí.
Tomás Cachaço.
D om inós e vivandeiras,
Turcos e americanos,
H otentotes e mais chineses
Com seus cachimbos e abanos.
A respeito de aluguel
O careca é barateiro
É machacaz generoso
Gosta m uito de dinheiro”.
Filósofo do cáis
Praia Grande.
Ba
E x t e r m í n i o d e u m ã f a m ília e m M a ca é
— M o t a C o q u e ir o .
I
s --- —
“DECRETO
p. M ■
HISTÓRIA DA POLÍCIA DO RIO DE JANEIRO 217
T o ta l ................................................... 161
222 MELLO BARRETO FILHO e HERMETO LIMA
: s s r a n iiiiH H in i
Virão as m il companhias,
A h ! que grandes maganões.
Pelos caminhos que tomam
Vão pôr a lua em ações!
A gravidade invocante
O Concílio Tridentino,
Faz dum casado, um solteiro
Isto , sim, que é grande tino.
E stam os em 1860.
V ejam os como era a cidade do R io de Jan eiro e como
era a vida carioca nessa época.
C onta a capital do B rasil em 1860 o total de 197.762
habitantes, dos quais 154.764 residem na cidade e 42.998
nos arredores.
Com cêrca de 120 “ cortiços” espalhados pela cidade, e
onde habitam 4.003 pessoas, das quais 1547 n acionais; sem
água necessária para abastecer a população, sem esgotos,
sem serviço de lim peza p erfeitam en te organizado, pois
todo o lixo das casas é atirad o nas praças públicas, como a
da C onstituição, a da Aclam ação, a de S. F rancisco de
P au la e largo do Paço, o estado san itário é péssim o, ag ra
vando-se consideravelm ente em 1850, quando a febre am a
rela apareceu pela prim eira vez. N este ano de 1860, falece
ram 12.206 pessoas das quais 2.947 eram escravas.
E n tre ta n to alguns m elhoram entos a cidade já ap re
sentava.
A E strad a de F erro M auá à S erra da E s tré ia ; a D. P e
dro II , com as seg u in tes estações: C ôrte, S. C ristóvão, E n
genho Novo, C ascadura, Sapopemba, M axambomba e B e
lém ; o fecham ento da cadeia do A ljube, essa B astilh a ca
rioca, que duro u um século; a proibição do entrudo, (do
qual, nem mesmo s. m. im perial escapava) para dar lu g ar
HISTÓRIA DA POLÍCIA DO RIO DE JANEIRO 235
O u então:
4
238 MELLO BARRETO FILHO e HERMETO LIMA
E o u tro d iz :
Of ■õ
■o 41
QO.
HISTÓRIA DA POLÍCIA DO RIO DE JANEIRO 245
■
da casa, retiram -se cantando:
Nem sem pre, porém , são êles recebidos nas casas para
onde têm m andado o aviso. N esse caso, deparando-se-lhes
fechadas as p o rtas da casa, cantam :
■ÜÜ
D aí, poucos se recu sarem a receber os bandos de fo
liões.
'
L á pelas tantas, os bandos, excitados pelos vapores do
álcool, que bebem nas diversas casas onde dançam, provo
cam, algum as vezes, co nflitos, nos quais a capoeiragem entra
em cena com o seu arsenal de navalhas e facas.
-
N ão m enos in teressan te é a festa da Penha, de caráter
in teiram en te p o p u lar e português. .
N ão se sabe ao certo o ano em que foi fundada a igreja
de N ossa S en h o ra da Penha, levantada no cume de uma
m ontanha, p ara se chegar à qual tem -se que g alg ar cerca
de 365 d eg ráu s; m as sabe-se que o seu fu n d ad o r foi um
cap itão cham ado B altazar de A breu Cardoso, homem abas
tado e g rande p ro p rie tá rio das terras onde se acha a igreja.
D e sua ab ertu ra para cá, tem a ig reja passado por m il
e um a transform ações, até que foi levantado um tem plo,
graças aos esforços do reverendíssim o padre M iguel de
. . . . . . . . .
A rau jo .
Como quase tôdas as igrejas, a da P en h a tem sua
lenda. .
>•a',??*»! wç; «,J(p|WWW3l .j*> smwmjtx,. M
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A FA M A D O C A F É COM L E IT E
Escutai-me e ouvireis
Que da parte do Oriente
São chegados us três Reis.
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O Trovador.
A in d a o u tr o s c h e fe s d e P o líc ia — D r.
P o lic a r p o L o p e s L e ã o — D r. E s p e r id iã o
E ló i d e B a rro s P im e n te l — D r. A g o s tin h o
L u ís d a G am a — (1 8 6 0 -1 8 6 3 ).
Questão Christie.
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A caleç.T
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O tiiburi
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HISTÓRIA DA POLÍCIA DO RIO DE JANEIRO 239
O poeta Lagartixa.
Estam os em 1865.
Em 18 de A bril apresentou-se à rep artição da P olícia
o indivíduo de nome H ig in o G eraldo da Rosa, declarando
haver no dia 16 com etido quatro assassínios em G uaratiba,
pelo que ficou preso, enquanto a P o lícia pro ced ia às ave
riguações. D estas, resu lto u o conhecim ento de que Fausta,
HISTÓRIA DA POLÍCIA DO RIO DE JANEIRO 277
'
I
í
Conflitos entre soldados do Exér
cito e da Polícia.
i
286 MELLO BARRETO FILHO e HERMETO LIMA
Voluntária da morte.
. - --- ■- M n n n n n ra ra i '
HISTÓRIA DA POLÍCIA DO RIO DE JANEIRO 303
E is-nos em 1869.
A 19 de A bril o dr. X avier de B rito é su b stitu íd o na
C hef a tu ra de P o líc ia pelo dr. Jo ão S ertório, nomeado in
terin am en te, e que, a 30 do mesmo mês, passa o cargo ao dr.
Jo ão F ran cisco de F aria Lem os, que o assume como chefe
de P o líc ia efetivo.
Logo em seguida à sua in vestidura, verificou o dr. F a
ria Lem os que não lh e era possível realizar os serviços po
liciais que tin h a em vista, em v irtu d e da exiguidade de
praças para fazer o policiam ento da cidade.
F o i assim que, dirigindo-se ao govêrno, fez suas as pa
lavras pouco antes proferidas oficialm ente pelo m in istro
J o sé de A len car:
“ N a C ôrte existe um corpo m ilita r de P olícia reo rg a
nizado em 1858 p o r decreto n.° 2.081, de 16 de Jan eiro .
D esfalcado pelos co ntingentes que em diversas ocasiões fo r
neceu para o E x érc ito , em núm ero de 828 praças, acha-se
atu alm en te reduzido a 214, sendo 129 de in fan taria e 85 de
cavalaria.
Solano Lopo»
(Tela do pintor paraguaio Delgado Rodas)
Ferreira de Araujo
Noivado trágico.
L:w
HISTÓRIA DA POLÍCIA DO RIO DE JANEIRO 307
Os gabinetes de 1870.
Paula Brito.
O velho dos 500.
O Trovador.
Dr. Espiridião Elói de Barros Pimentel, chefe de Policia em 1860.
Conselheiro Eueébio de Queirós Coutinho Matoso Câmara, chefe
de Policia em 1842.
Incêndio na Prainha, em 1863. (Gravura da “ Semana Ilustrada” ).
A Glória em 1860.
Igreja de Sant’Ana, no campo do mesmo nome, em dia de festa.
(Aquarela de J. Reis Carvalho).
A Glória, vista do terraço do Passeio Público, em 1861.
Dr. Policarpo Lopes Leão, chefe de Polícia em 1860.
Dr. Carvalho Moreira, ministro do Brasil em Londres, por ocasião
da famosa questão Christie.
Partida da fragata “ Santa Maria” , levando a bordo o imperador
Pedro II, para ir assumir o comando geral do exército brasileiro em
operações contra o Paraguai, a 10 de Julho de 1866.
Quinta imperial da Boa Vista em S. Cristóvão — 1867.
A princesa Isabel e o conde d’Eu, na época do seu consórcio, em
1864.
D . Pedro II.
D. Teresa Cristina
Madame Linche
Laurindo Rabelo, com a farda de médico militar.
Conselheiro Olegário Herculano de Aquino e Castro, chefe de Po
licia em 1865.
Dr. Dario Rafael Calado, chefe de Polícia em 1866.
Tenente-general Crisóstomo Calado, pai do chefe de Policia de
saparecido misteriosamente.
Dr. Teodoro Machado, chefe de Polícia em 1867.
Ferreira de Araujo.
Solano Lopes. (Tela do pintor paraguaio Delgado Rodas).
C. B. Greenough — o primeiro introdutor do “horse-car” (bon
de) no Brasil.
O primeiro bonde do Rio de Janeiro.
Forte lida.
Jovita Alvee Feitosa.
Capoeira.
Bruzundanga.
Juca Rosa. (Desenho de Henrique Fleiuas).
I N D I C E
Páginas
3
Dedicatória ............................................................ ..................................
4
Dos autores . . . ...................................................................................
Prefácio de Felisberto Batista Teixeira ........................................ 9
Páginas
Páginas
Páginas
198
Filósofo do cais .....................................................................................
205
Praia Grande .........................................................................................
Falecimento do ex-intendente geral de Policia José Clemente
Pereira ...............................................................................................
Duas grandes novidades empolgam a população do Rio de Ja
neiro — Inaugura-se a iluminação a gás e aparece a pri
meira máquina de costura ........................................................
Preso um sacerdote por celebrar mieia dúzia de missas por dia 203
O ano da cólera - (1855) - O imperador visita, pessoal-
mente, os coléricos — A operosidade da Policia..................
Exterminio de uma família em Macaé — Mota Coqueiro................. 20o
O primeiro préstito carnavalesco — Principais pioneiros da ^
grande folia carioca . .>.................................................................
A primeira ascenção aeronáutica no Rio de Janeiro — (1855). 213
Terceiro incêndio do Teatro de São Pedro de Alcântara —
(1856) . . ................................. .......................................................
Outros chefes de Policia — Dr. Jerônimo Martiniano Pigueira
de Melo — Dr. Joaquim Bandeira de G ouvêa— Dr. Joao
Lins Vieira Cansanção de Sinimbú — Dr. José Caetano de
Andrade Pinto — Dr. Antônio Tomás de Godói — Dr.
Isidro Borges Monteiro — (1855-1860) ..................................
Reorganização da Secretaria da Policia — Decreto n.° 1.746,
de 16 de Abril de 1856....................................................... 211
Fonte de alegria e centro de distúrbios — O teatro Alcázar
— A estrela Aimée .......................................................................... 216
Ativam-se as obras da Penitenciária — Regulamento da Casa
de Detenção .......................................................................................... 219
Organização do Corpo de Bombeiros — (1856) — Esboço his
tórico ...................................................................................................... 219
A Policia e o serviço de extinção de incêndios — O primeiro
regulamento data de1856 .. .............................................................. 224
O chefe de Policia propõenovo sinal de in c ê n d io .......................... 227
Remuneração dos oficiais e praças do Corpo Policial da Côrte
em 1858 . . . .................................................................................... 228
Carnaval de 1857 — O suntuoso préstito da União Veneziana.. 228
Páginas
A repartição central da Polícia passa a ter nova sede em. 1857
— Quando se instalou na rua do Lavradio............................. 233
268
Questão Christie ...................................................................................
Mais um chefe de Polícia — Dr. José Caetano de Andrade
Pinto — (1863-1866) ................................................................... 271
Páginas
281
Residências ilustres em 1866 ...........................................................
Quem instigou a guerra do Paraguai — Madame Lmch............. 282
Nova sociedade carnavalesca: Clube dos Democráticos............. 284
Novo chefe de Policia — Dr. Dario Rafael Calado — (1866).. 284
285
Criação da Guarda Urbana ...............................................................
Conflitos entre soldados do Exército e da Policia..................... 285
O primeiro duelo verificado no Brasil — Jornalistas Ferreira
de Araujo e João José dos R eis................................................
Fatos policiais registados durante a administração do dr. Da-
rio Rafael Calado ........................................................... . ^
O acontecimento mais sensacional da época — Misterioso de-
saparecimento do dr. Dario Rafael Calado...........................
Oito chefes de Policia durante um decênio — (1867-1877)---- 200
Por causa de um casamento contrariado, a cidade fica em pé
j ........................... 291)
de guerra ......................................................................... .
293
Voluntária da morte ...........................................................................
Movimento policial em 1868 ............. ............................................. 29^
Falecimento do primeiro chefe de Policia da cidade do Rio
de Janeiro . . . ........................................................................... 296
A degolada da rua do Hospicio........................................ ............... 296
Crimes contra a propriedade .......................................................... 299
O rapto da viuva da rua dos Barbonos........................................ 399
Um acontecimento digno de nota — A primeira linha de
tramways no Rio de Janeiro — (1868).................................. 301
Titulares da Policia em 1869 — Dr. João Sertório — Dr. João
Francisco de Faria Lemos ......................................................... 304
Dois crimes de morte durante o Carnaval.................................... 305
Noivado trágico ..................................................................................... 305
Curiosa denúncia do padreAligret................................................... 306
Bacanga — Duas boas amostras de velhacaria............................ 307
A Casa de Correção em 1869 — Trechos do relatório apresen
tado pelo seu diretor ................................................................. 309
Os gabinetes de 1870 ........................................................................ 3D
Relação das gravuras que ilustram este volume......................... 313
Capítulos do volume dè 1870 a 1889 ................................................ 32o
O próxim o volum e da H IS T Ó R IA DA P O
L ÍC IA D O R IO D E J A N E IR O (d e 1870 a
1889), que será publicado nos prim eiros m eses
do ano de 1943, co n terá os seg u in tes c a p ítu lo s :
No A rsenal de G uerra.
No M inistério da M arinha.
U m boato referen te aos filhos do conde d’E u.
O Govêrno P ro v isó rio m anda to rn ar incom unicável a
pessoa de d. P ed ro II.
O barão de Capanem a é intim ado a en tre g ar a re p a rti
ção dos T elégrafos.
G uarda N acional.
R epresentação ao ex-im perador p ara que se ausente do
B rasil dentro do prazo de 24 horas.
R esposta de d. P ed ro de A lcântara.
A g u ard a do paço d u ran te a noite de 15 de Novembro.
O em barque d a fam ília im perial.
A viagem do Alagoas — Im pressões de bordo — A
chegada a Lisboa.
P alavras de despedida da p rin cesa Isabel.
O últim o gesto da im peratriz.
D. P edro I I recusa o subsídio ex trao rd in ário de cinco
m il contos.
N o exílio — T rê s sonetos do im perador destronado.
; O p rim eiro decreto do G ovêrno P ro v isó rio — R ep ú
blica F ederativa.
R epartições e serviços públicos da M onarquia, quando
foi proclam ada a R epública.
O valor da m oeda b rasileira na véspera da proclam a
ção da R epública.
E x celen te poeta, péssim o profeta.
Jo rn a is e revistas que a R epública encontrou em cir
culação no R io de Jan eiro .
O s últim os p resid en tes de província.
O s últim os senadores do Im pério.
P resid en tes do Senado sob o Im pério — De 1826 a 1889.
O últim o concurso n a M onarquia, do In te rn a to
P ed ro II.
332 HISTÓRIA DA POLÍCIA DO RIO DE JANEIRO