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A Diaconia de Marte e Febe
A Diaconia de Marte e Febe
GOIÂNIA
2007
2
Dissertação apresentada ao
Program a de Mestrado em Ciências
da Religião da Universidade
Católica de Goiás para obtenção do
grau de Mestre.
GOIÂNIA
2007
3
de minha vida.
busca de saber.
sua diaconia.
6
RESUMO
ABSTRACT
The objectives of this study was the investigation of texts from the New
Testament that concern the women’s diakonia. W e intend to investigate
Lc 10,38-42 and Rm16,1-2, emphasizing Marta and Febe at the deacon
minister. The reason was to recover the history of wom en’s deacon in
the socio-politics context of the first century, around the year 30 B.C.,
as Marta at the Jesus’ movement. The dissertation was subdivided i n
four chapters. W e discuss Febe and the deacon minister around the
years 56-57, date of the letter to the Jewish- Christian in Rome. W e
believe that these wom en played the same deacon activities in diverse
time at the original Christianity. Febe did not follow, served Jesus and
has not been healed by Him, because Jesus acted around the year 30
B.C. However, Febe was a deacon at the P aulinas Communities. W e
hope that the subject under study may bring new perspectives for future
researches.
LISTA DE QUADROS
SUMÁRIO
RESUMO 5
ABSTRACT 6
LIST A DE QUADROS 7
1 INTRODUÇÃO 11
DIACONAL 101
6 CONCLUSÃO 115
NOTAS 121
REFERÊNCIAS 122
11
1 INTRODUÇÃO
com o ciência.
cultural feminista.
mulheres.
pelas m ulheres. Em seu livro “Grava-me como selo sobre teu coração”,
dos textos... P ouco a pouco isto inf lui na cultura e criam-se novas
de Deus.
de suas vozes que foram silenciadas, como testem unhos de fé. Daí a
que nossa dignidade seja afirmada. A autora assegura, que nas nossas
morte.
e m arginalizam as mulheres.
de m ulheres.
mulheres e homens.
escrito o texto.
interpretação dos textos tem sido feita, durante séculos, nessa mesma
16
Nereu).
17
cristianism os originários.
construção sócio-cultural.
vários autores.
20
pessoa livre.
serviço).
3) “Pois o próprio Filho do hom em não veio para ser servido, m as par a
serviam; e, além destas, muitas outras que haviam subido com ele
Jesus.
25
doméstico de mulheres.
veio para ser servido, mas para servir e dar a vida para a redenção de
da vida de Jesus “que serviu e deu sua vida em resgate por muitos”(Mt
20,28; Mc 10,45).
em que elas querem honrá-lo através do ato da unção, quando ele está
sua origem no próprio Novo Testamento, mas muito antes numa pré-
1995, p. 59).
as mulheres galiléias pois, são elas quem estão paradas sob a cruz de
Jesus.
seguimento de Jesus.
(4,11)
3) “Tal com o o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas
para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mt 20,28).
4) “E eles lhe perguntarão: S enhor, quando foi que te vimos com fome,
com sede, forasteiro, nu, enf ermo ou preso, e não te servimos?” (Mt
25,44)
27,55).
28
10,45.
2001, p.64).
por seu parentesco com um hom em, fato que igualmente evidencia a
uma diakonia.
envio a este mundo como serviço (diaconia): “Eu não vim para ser
Jesus entende também sua morte como serviço (diaconia), como gesto
estavam junto com ele sempre, durante todo seu ministério profético,
31
ressurreição.
várias outras, que o serviam com seus bens” (Lc 8,3) = Mc.
3) “Marta estava ocupada pelo muito serviço. Parando, por fim, disse:
6) “Quanto a vós, não deverá ser assim; pelo contrário, o maior dentre
vós torne-se como o mais jovem e o que governa como aquele que
7) “Pois, qual é o maior: o que está à m esa, ou aquele que serve? Não
8) “Eu porém, estou no meio de vós como aquele que serve!” (Lc
22,27).
32
esse term o em suas narrativas foi Lucas, tendo citado o verbo diakoneo
ek ton hiparchonton autais, não deveria ser traduzido por: “de acordo
reclama a Jesus de que sua irmã a deixa sozinha com essa tarefa.
servir.
esse mesm o conceito que é adotado por Jesus para caracterizar a sua
pessoa: “Que queres que eu faça?” e a pessoa (no caso de Mt 20, 32-
p. 59).
Por outro lado, quem nos responde é Lc 4,40, dizendo que Jesus
15,30).
35
8,1-3 e Mt 8,14-15).
p.1251).
45).
reino de Deus, que quer o bem de todos (GAEDE NETO, 2001, p.162).
honroso diante dos homens é precisam ente o que foi valorizado por
Jesus. Ele fala da sua prática como quem serve à mesa (Lc 22,26). A
amor de Deus e da hum anidade do tipo desejado por Deus. “No meio
Homem não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20,28). O
chegue ao seu direito, que Deus lhe reservou” (GAEDE NETO, 2001, p.
72).
poder, Jesus não diz isso para suas seguidoras e seguidores. Cada
pessoa, onde quer que ela esteja, também na com unidade cristã,
controle” é o que diz Marc Edward K ohler (apud GAEDE NETO, 2001,
A af ir m a ção d e q u e J e s us ve io pa r a s er v ir nã o é um a
ex pr e s s ão cr i s tó lógi c a q ue e x i st e par a s i me s m a, m a s e la
fu nda m en t a um a de t er m in ad a pr á xis da co m uni d ad e
fu nda m en t a u m a no v a or d e m s oci al, qu e s e c ont r ap õe à
v ige nt e . A s o c ie d ade e s cra v i s ta fo i c on tr apo st a a l ivr e re l açã o
de ir mã os e i r m ã s c om o no va f or m a de v ida.
que as mulheres prestaram a Jesus (Lc 7,44) não será esquecido (Mc
detrás dela há o sacrifício de Jesus, que “não veio para ser servido,
mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10,45
par).
escatológica; Jo 2,5,9).
1981, p. 450)
12), eram “servos”, diakonoi, da igreja (cf. 1Cor 3,5). Aos poucos,
era intimamente ligado com o cargo do bispo (1Tm 3,1-7; 8,13; 1Clem
corpo expressado por seu papel no culto público, junto aos pobres, era
o cargo na igreja (Fp 1,1 e 1Tm 3,8-13) e para uma mulher, Febe, em
Rm 16,1.
1990, p. 40).
igreja, dos irm ãos e do seu próximo, quer seja servir à mesa ou não.
a salvação dos hom ens. Logo, Paulo pode ver-se com o servo do
8,23).
Novo Testamento não deixe clara sua forma exata. Os seus membros
com portamento exem plar dos discípulos que não têm Jesus com o
- “Grande entre vós, será esse o que vos sirva” (Mt 20,26).
- “Grande entre vós, será esse o que vos sirva” (Mc 10,43).
O líder entre eles devia ser como aquele que serve (Lc 22,26; cf.
dominação.
desafio para os discípulos, Jesus diz que o líder entre eles devia ser
com o aquele que serve (Lc 22,26; cf. Mt 20,26 par. Mc 10,43; Mt
23,11).
Jesus, no am or a Deus e aos irm ãos e irm ãs, como f orma de liberdade.
3,8).
44
diakonia (1Cor 16,15s; 12,28; 2Cor 3,7-9; 4,1; 5,18; 6,3; 2Tm 4,5; Ef
Apascentai o rebanho de Deus que vos foi confiado, cuidando dele, não
com o por coação, mas de livre vontade, como Deus o quer, nem por
torpe ganância, mas por devoção, nem como senhores daqueles que
5,1-3).
são obrigados a mais que isso. De modo que tanto aqueles que
dizer de seu pastor que ele é um ministro. Mas um diácono, quer seu
que pregava o Evangelho em Sam aria (At 8,5) e batizou o eunuco (At
batizados por Filipe (diácono) o Espírito S anto, pois seu batism o foi
Espírito Santo.
tese;
b) “... porque ele era contado entre nós e teve parte neste ministério”
(At 1,17);
qual Judas se transviou, indo para o seu próprio lugar” (At 1,25);
6,1);
47
20,24);
j) “Dirijo-me a vós outros, que sois gentios! Visto pois, que, eu sou
l) “... para que eu me veja livre dos rebeldes que vivem na Judéia, e
que este meu serviço em Jerusalém seja bem aceito pelos santos”
(Rm 15,31);
também ela ajudou a muitos, a mim inclusive.” (Rm 16, 1-2) – Objeto
da tese.
48
e Rm 16, 1-2.
pessoas faziam atos de culto, tom avam suas refeições juntos. O texto
32).
termo diakonia pode ser usado como term o técnico para a obra de
etc.);
e Ap 2,19;
50
refeição em comum que envolvia o servir à mesa (At 6,1) perm anece
pensar no “partir do pão” onde os ricos cuidavam dos pobres (1 Cor 11,
eram em pregadas em prol dos outros, pode ser visto como o elemento
Este serviço se estendia da igreja local para outras igrejas (At 11,29;
12, 25; etc). A diakonia espiritual e física de dar e receber ocorre com o
Maria é a “boa parte” (p. 25). Percebe-se aqui, uma das tendências e
o texto afirm e que “a boa parte” não será tirada de Maria, ela não
52
2000, p.25).
1981, p. 450).
hospeda Jesus. Essa casa também servia como espaço para a igreja,
da qual Marta era liderança. Marta deve ter sido uma mulher muit o
de nossa pesquisa.
relata que Jesus não só acolhe as mulheres, mas, que as cura de seus
“servindo à mesa” (p. 197), ao passo que Maria ouve, como discípula a
limpeza depois.
Jerusalém, mas que não está sozinho com o no início do seu ministério
público em Nazaré. E quem está com ele, são os Doze, seus discípulos
com parada como serviço (diaconia) realizado pela sogra de Pedro (Lc
prestar serviços a ele e aos que estavam em sua casa, como faziam
próximas a Jesus.
escutava as palavras dele sentada aos seus pés (uma imagem negativa
de Marta).
boa parte. Ela é discípula de Jesus. Ela não é jogada contra Marta.
Marta.
(10,39), assim como Paulo diz sobre si mesmo em At 22,3, que ele se
a deixa sozinha com essa tarefa (10,40). Mas a história de modo algum
diakoneo “servir”.
fogão e da Maria contem plativa aos pés de Jesus, com a boa parte?
que nos pinta o quarto evangelho (cf. Jo 11, 10-44) é extrem amente
(p. 121) e apresenta Marta como a prim eira teóloga que escuta a
Roma, onde o povo judeu, o povo de Jesus, vivia com o tantos outros
história:
59
outros povos.
sexualm ente.
pes s o a s li vr e s e e s cr av a s,
naç õ e s e r a ç a s,
hom en s e m ulh er es,
adu lt o s e cr ia n ç as .
romana, por exemplo, com sua hierarquia de poder exercido pelo pater
destas, havia m uitas outras que tinham subido com ele para
Jerusalém”.
indivíduos que tentaram dizer que significado tinha Jesus para suas
entendido como um movim ento judaico que faz parte da história judaica
a experiência tribal.
Evangelho.
Jesus em sua casa e tam bém Febe, da igreja de Cencréia, que lidera e
paulina.
estão inseridos aí, tanto hom ens quanto mulheres (1Tm 3,8-13)!
serviço comunitário.
da lei de Deus. “O Sábado foi feito para o homem, e não o homem para
de Jesus por traição, isso sugere que Jesus e o seu movimento haviam
participação de m ulheres.
possível dizer alguma coisa sobre Jesus e esse movim ento, referente à
afirm ação:
º
1 ) q ue J e su s t e v e s egu id ora s d is c í pul a s ( o v er b o “ a kol o ut e o”
= s eg uir , t em o s en t id o de d is ci pu lad o) ;
2 º ) que e s sas mu lher e s f or a m co ns t ant e s e f iéis a J e su s des d e
a G a li lé ia at é a mor t e de cr uz ;
º
3 ) q u e, em bor a o s dis cí p u lo s h om e n s ( e at é m e s m o o s Do ze )
ant e o per ig o t e nh am ab an don ad o a J e s us, e la s nã o o
aba ndo na m e o s eg uir am , at é o f im ( c f. M t 27, 55 - 56; M c
15, 40 ,4 1,4 7; L c 23, 49 , 55, 56 ; J o 1 9, 25) .
º
4 ) p or nã o o t er em ab an don ado , sã o e la s a s pr i m e ir a s a
te s tem unh ar a r e s su r r e içã o de J es u s e a s er en v ia das ( ver b o
“ ap o s te llo” = en v iar ; “ apó s to lo s” = e n v ia d o) na m is s ã o da B o a-
Nov a ( c f. M c 16, 1- 10; L c 24 ,1 -1 1; M t 2 8, 1- 10; J o 2 0, 1, 2 ,1 1- 18)
( TO M I T A, 199 1, p . 4 7) .
e solidárias para com Jesus, quando ele foi executado. Marcos conta
romano que ocupava Jerusalém ele tinha que fazer isso. P ois fazia
discípulos que tam bém eles corriam perigo de vida. Marcos relata que,
cristianism o foi o fato de que o trabalho de Jesus, que era prom oção da
reino de Deus, e os doze iam com ele, (p. 173). Quem cuidava da
173).
4,39).
“im pureza legal” e se solidariza com todas e com todos que sofrem e
mensagem de Marcos.
das mulheres” (p. 15), por ser ele quem m ais cita a mulher; como
outras.
vezes e João vinte duas vezes (gyné significa “mulher” ou “noiva” (p.
(Lc 1,28-0) e não a José, como diz Mateus (1,20-1) (PETRY, 1995, p.
16).
que ele habita por primeiro. É ela também que está junto de Jesus,
A autora acim a citada (p. 67-8) afirma que assim como Maria, a
prevêem a quantidade mínima que ela deve fiar ou tecer por semana,
dois anos. A m ulher nada tem a fazer fora de casa e se for obrigada a
A mulher ainda deve aceitar que seu marido divida sua afeição
entre ela e outras mulheres, quer sejam esposas como ela, quer sejam
Ela tem direito a um mínimo vital: seu m arido é obrigado a lhe dar o
necessário em alim entos, vestes e dinheiro para uso próprio, sem o que
ela pode se queixar num tribunal que, após inquérito, obrigará o marido
que o pai tem o dever absoluto de entregar a um noivo, pois após essa
pai lhe deu um noivo ou um marido antes de seus doze anos, ela pode
Jesus como um indivíduo por direito nato. Ele não deixou nenhum
de Jesus nas famílias judaicas fiéis à Lei. Para sair de casa, a mulher
populares, elas não tinham como levar uma vida reclusa, pois
túnicas e m antos para seus familiares que tam bém eram vendidas,
com o forma de ajuda. Richter Reimer (1995, p. 58) cita Tábita que
com partilhou com outras m ulheres o fruto de seu trabalho (como tecelã)
com as viúvas que estavam com ela. Também fala sobre o trabalho de
política do que suas irm ãs nas cidades gregas. Mesm o com esta m aior
(p. 79).
assimilação.
e questionador.
79
movimento.
_____________
F o nt e: N o v o Te s ta m en to Tr il in güe V ida N o va (1 9 98)
82
38
Indo eles de caminho, entrou Jesus num povoado. E certa
mulher, chamada Marta, hospedou-o em sua casa.
39
Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e esta quedava-se
38
– Estando em viagem, entrou num povoado, e certa mulher,
39
cham ada Marta, recebeu-o em casa. Sua irm ã, chamada Maria, ficou
40
sentada aos pés do S enhor, escutando-lhe a palavra. Marta estava
ocupada pelo m uito serviço. Parando, por fim, disse: “Senhor, a ti não
83
coisa é necessária, até mesmo uma só. Maria, com efeito, escolheu a
38
Indo eles de caminho, entrou Jesus num povoado. E certa
38
– Estando Jesus em viagem, entrou numa aldeia, onde uma
39
Tinha ela uma irmã por nome Maria, que se assentou aos pés
40
do Senhor para ouvi-lo falar. Marta, toda preocupada na lida da casa,
38
- A o prosseguirem então no caminho, êle entrou em certa
aldeia. Ali, certa mulher, de nome Marta, recebeu-o com o hóspede em
39
sua casa. Esta mulher tinha também um a irmã, chamada Maria, a
qual, porém, se assentava aos pés do S enhor e escutava a palavra
40
dele. Marta, por outro lado, estava desatenta por cuidar de muitos
deveres. Ela chegou assim perto e disse: “Senhor, não te importa que
minha irmã m e deixou sozinha para cuidar das coisas? Dize-lhe,
41
portanto, que venha ajudar-m e”. Em resposta, o Senhor disse-lhe:
42
“Marta, Marta, estás ansiosa e perturbada com muitas coisas. Poucas
coisas, porém, são necessárias, ou apenas um a. Maria, por sua parte,
escolheu a boa porção, e esta não lhe será tirada”.
que m e ajude”.
v. 41:
venha ajudar-me.
de”;
“venha ajudar-me”.
v. 41:
• omite “então”;
87
cousas”;
servir?;”
ajude”;
v.41:
me”.
Sagradas
de m uitos deveres”.
e disse”
cuidar”;
Marta pede que o Senhor intervenha perante sua irmã Maria. “dize-lhe”;
O texto lucano não diz o nom e do local onde a casa das irmãs
“certa aldeia”.
“Marta e Maria” não possui nota de rodapé. Este texto é o que mais se
nota de rodapé.
nos textos sobre a diaconia de Marta, para que o século XXI conheça a
de Jesus.
93
capítulos.
38
A Indo de caminho, entrou Jesus num povoado. Certa
ouvir-lhe os ensinamentos.
40
B Marta agitava-se de um lado para outro,
40
B’ Então se aproxim ou de Jesus e disse:
41
A’ Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! Andas
anfitriã(A).
e B’).
Sinóticos. Lucas diz que Marta tinha uma casa em um a aldeia. João diz
padrão requerido por uma viagem a Jerusalém, pois Jesus nem entra
cercado pelos discípulos e Maria também estava ali, sentada aos pés
textual: (1) poucas (coisas) são necessárias ou mesmo uma só; (2)
apenas uma (4); D omite 42a; (5) outros textos ocidentais omitem tudo,
evidência textual se dá mais peso à terceira, porque ela tem apoio dos
(de Lucas).
mulher que ungiu a Jesus, para o seu sepultam ento, era Maria. E las
argumento.
Cham plin ainda nos diz que Marta era considerada a dona da
Galiléia, que não foi datada. A cidade natal de Marta era Betânia,
contra Jesus, Marta o “recebe” como discípula que é. “Em sua casa”:
vertente feminina.
98
O autor continua a nos dizer que Marta, porém, não tem soment e
uma casa ou família de modo abstrato (p. 202). Tem também um a irmã,
havia outras m ulheres que ministravam a Jesus e com Jesus (Mt 27,55,
Lc 8,1-3).
atenção de Jesus desde o começo até o fim de seu ministério (Lc 8,1-4;
sem pre ficavam caladas, ainda que o protesto de Marta se volte contra
suprimento.
Percebemos no texto acima (p. 121) que Marta era uma diácona e
e pregação.
101
DIACONAL
____________
F o nt e: N o v o Te s ta m en to Tr il in güe V i da N o v a(1 9 9 8)
103
Cencréia,
2
para que a recebais no S enhor com o é digno receber a pessoas santas
que possamos observar com o são as traduções bíblicas das m esm as.
104
2
Cencréia, para que a recebais no Senhor de modo digno, como
1
Recomendo-vos a nossa irmã Febe, que está servindo à igreja de
Cencréia,
2
para que a recebais no Senhor como convém aos santos e ajudeis em
tudo que de vós vier a precisar; porque tem sido protetora de muitos e
de mim inclusive.
1
Recom endo-vos a nossa irmã Febe, que é diaconisa da igreja de
dum modo digno dos santos, e a ajudeis em qualquer coisa que de vós
1
Recom endo-vos Febe, nossa irmã que é ministro da congregação
2
que está em Cencréia, a fim de que a acolhais no Senhor dum modo
divergências de tradução.
“inclusive”.
106
com unidade cristã de Roma, que recom enda Febe e saúda a todos os
igreja em Cencréia,
necessita no trabalho;
recomendação aos cristãos de Roma, para que recebam Febe com uma
Febe era uma assistente e serva de Paulo. Ele concluiu que mulheres
posição a Paulo. É mais verossímil que Paulo não tenha tido escolha
diakonos da igreja de Cencréia” (Rm 16,1). Paulo diz aos Romanos que
com umente aos escravos. Febe pode ser mulher livre. Sua capacidade
diakonos, o qual Paulo aplica para Febe indica que ela exercia uma
alimentação.
111
1995, p. 87).
de seu status social. Ele afirma (p. 115) que “os bispos eram assistidos
eram realizados por elas, as mulheres que deveriam ungir seus corpos
igreja de Cencréia. Mas, com o passar do tem po, Febe foi rebaixada
nomes de mulheres e de hom ens que atuaram juntamente com ele pela
mulheres e homens.
originários.
frente de uma comunidade. E sse termo era usado sem distinção para
6 CONCLUSÃO
a diaconia (serviço).
1089).
com o Marta e Febe. Febe não conheceu a Jesus, não o seguiu e não
11,8).
aos gentios, mas tam bém para a própria continuação deste movimento
desta pesquisa; Cham plin (p. 59-0); Rius-Cam ps; Liefeld (p. 62); Gaede
Neto (p. 65)... Não concordam os com esses autores, porque eles não
doutrinários...
(Lc 10,38-42), mesmo não sendo explicitada como diácona, como foi o
caso de Febe (Rm 16,1-2), ela tam bém é um a diácona, assim como
discípulo. O que era desonra, foi valorizado por Jesus. Isso significa,
16,1-2). Ela é uma líder de sua com unidade. Ela fazia o serviço
libertadora.
Deus.
120
hoje no século XXI. Pois, segundo Tamez (1995, p. 74) o texto sagrado
cristão contém várias vidas de mulheres; não muitas, porque o texto foi
cristianism os originários.
NO T AS
1
L XX . V er s ã o gre g a do A T ou “ S ep tu agi nta”
2
P a la vr as gr ega s :d ou leu õ em q ua s e t od o s o s lu g ar e s tr ad u z ã bad, “ s er v ir ” , q u e é
t ra d u zid o n a L X X p or do ul euõ ( e s cra v o) be m co m o latr eu õ, s end o qu e es t e ú lt im o é
u sa d o o nd e ã bad t em u ma r ef er ên c i a r el igio s a. N a L X X latr e uõ est á per t o d e
l eit our g eõ , que s ig nif ic a o s er v i ç o do s acer dot e e latr euõ , qu e s ign if i ca o s er viç o
do s a c er do te e latr eu õ, q ue s ig nif i c a o s er v iç o pr e s tad o a Deu s pe lo po v o e pe lo
i ndi v íd uo. ( L atr e ia , s ub s t ant i vo q ue s ig n if ic a tr aba lho s f or ç ado s) . Na LX X
l eit our g eõ e le it ou r gi a, s ã o ser v iç o s d e s a cer dot e s. E x is t em ou tr as tr a du ç õ e s,
por é m e s ta s são a s q ue n o s int er es sa m ( CO EN E N, BROW N, 19 8 1, p . 453- 54) .
3
F í lon d e A le x andr ia , j ude u er u d it o , f a z p ar t e de lit er at ur a a pó cr if a , e x e geta d a
B í bl ia , c i ta ba s ic a me n te o s livr o s d e Tor á. Na s c ido p or v o lt a de 2 5 a. C.
4
Fl á v io J o s ef o na s c e u p or vo lta de 3 7 d. C ., f il ho de s a c er dot e em Jer u s al é m, fa z
par t e d a l it er at ur a a p óc r if a. V i v eu n a D iá sp or a . E s cr eve u A nt i gui da d es Ju d ai cas e
a G u er r a dos J ud e us.
122
REFERÊNCI AS