NÚCLEO DE ESTUDOS GERAIS
DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA
DISCIPLINA: TUTORIA
PROFº: VITOR PIMENTA
ALUNO: DANIEL ZÜRCHER
Resenha Critica do livro: ECO, Umberto. Como se faz uma Tese. São Paulo:Perspectiva,
1991.
Umberto Eco, apresenta ao público o livro: “
Como se faz uma tese” com o
objetivo de realizar uma série de considerações acerca da elaboração de uma tese, ou seja, um
trabalho de pesquisa que será apresentado para concluir o curso.
Na introdução do livro o autor irá criticar a atualidade da universidade, uma
universidade de massa que o aluno não tem mais o professor em tempo integral para
conversar e tirar suas dúvidas, e para auxilialo integralmente em sua tese final. É a partir
dessa consciência crítica que possui sobre a realidade dos universitários de hoje que o autor
definiu explicitamente o público alvo deste livro: estudantes com menos recursos para
dedicarse à carreira acadêmica, mas que desejam fazer um trabalho com certo rigor e
método. Assim o autor pretende proporcionar dois objetivos principais, que são eles: dar
algumas orientações para que o aluno consiga elabora a tese final; e a outra, de contribuir
com que a tese sirva para a descoberta de um sentido em tudo que foi estudado ao longo de
seu curso.
No primeiro capítulo onde o autor vai discutir pra que serve fazer uma tese. Eco
diferencia a tese de licenciatura, requisito legal de formatura na Itália, da tese de doutorado
como conhecemos aqui no Brasil. Na definição do autor a tese de doutorado é um trabalho
original de investigação com capacidade de contribuir cientificamente com o campo
disciplinar no qual está inserido, sendo assim a tese é uma maneira de dar sentido a tudo que
o aluno estudou em seu curso, a tese é onde o aluno irá expressar o conhecimento adquirido
ao longo do curso e aplicado para construção de conhecimento. A tese final, seria a razão de
ter cursado aquele determinado curso. Em razão da maturidade intelectual necessária e
capacidade de trabalho do pesquisador, a tese de licenciatura se aproxima mais de um
trabalho de compilação no qual o estudante demonstrar habilidade de descrever e expor de
forma harmônica, integrada e coesa o tema escolhido. A tese de doutorado é um trabalho de
pesquisa que obrigatoriamente, e precisa trazer algo de novo e que depende de um tempo de
maturação do pesquisador no tema escolhido para que consiga reunir em seu trabalho a
característica principal de uma tese, a originalidade.
A Escolha do Tema
No segundo capítulo denominado o autor discutiu algumas
questões dentre elas os formatos e abordagens possíveis para uma tese.
Primeiramente nesse capítulo, o autor contrapõe a tese de tipo panorâmica à tese
de tipo monográfica. No caso de uma tese panorâmica, ressaltou através de exemplos a
necessidade de delimitação do tema proposto, tanto do ponto de vista espacial, temporal ou
do próprio conteúdo a ser abordado.
A tese monográfica diferentemente da anterior “[...]
é a abordagem de um só
tema, como tal se opondo a uma “historia de”, a um manual, a uma enciclopédia [...]”.
Fazendo um breve dialogo com o Roberto Cardoso de Oliveira, onde ele faz uma breve
discussão entre os diferentes tipos de teses, e quais suas importâncias e singularidades. É
importante antes de se começar a escrever, ter em mente o objetivo final do texto.
O autor discute outras possibilidades de tese como a tese teórica ou histórica. A
primeira tese se trata de um tema abstrato. A recomendação do autor nesse caso é buscar
encontrar um ponto de apoio de modo que o tema seja trabalhado de forma satisfatória, sem
risco de não conseguir terminálo ou ser superficial. Isso é muito comum nos estudantes
iniciantes quando se propõem a abordar temas universais. O autor sugere escolher, por
exemplo, um ou dois autores para lançar um olhar diferente sobre seu pensamento, apresentar
uma crítica ou apontar limitações. Naturalmente essa escolha implicará num trabalho de
pesquisa bibliográfica, para o aluno poder ter suporte e aparato teórico para defender a sua
tese.
Ainda nesse capítulo o autor discute a sua definição de cientificidade para
demonstrar que é possível realizar um trabalho de pesquisa com qualquer tema e que não há
diferença entre tese política ou tese científica. Para tanto, segundo o autor, é necessário
obedecer à algumas regras, sendo elas: o objeto precisa ser reconhecível e definido; o estudo
deve dizer algo que não foi dito ou dizêlo de uma forma diferente; o estudo deve ser útil às
pessoas; o estudo deve fornecer elementos para verificação e contestação das hipóteses
defendidas tendo em vista permitir a continuidade de pesquisa para os que queiram.
No capítulo 3 o autor cita conceitos, orientações e instrumentos importantes para
uma boa realização do levantamento bibliográfico.
O autor inicia o capítulo definindo o que são fontes primárias, fontes secundárias e
literatura crítica. Ressalta a relevância de fatores como a localização das fontes, o seu grau de
acessibilidade e a capacidade do pesquisador de manuseálas, para a escolha de um tema e
verificação da sua viabilidade.
O uso da biblioteca também é uma questão abordada pelo autor que oferece
instruções para a pesquisa da bibliografia. O autor recomenda a elaboração de uma
bibliografia básica que pode ser montada a partir de um arquivo de fichas. As fichas de
leitura são dedicadas a livros lidos, sendo um resumo, as citações, opiniões, ou seja, tudo o
que for útil para a redação final e da bibliografia final.
O autor ainda comenta as formas de citação bibliográfica, o qual justifica a
necessidade de certas informações, o que deve ou não deve ser colocado, os erros mais
frequentes.
No capítulo quatro o autor faz algumas recomendações quanto ao planejamento do
estudo e também sobre a forma de usar fichas e o papel de cada tipo para efeito da tese.
O autor sugere a elaboração de um plano de trabalho a partir da elaboração do
título, introdução e índice final após a pesquisa bibliográfica. O autor ressalta a natureza
provisória desse plano cujo o objetivo é servir como um guia inicial e por esse motivo será
constantemente alterado ao longo de todo a pesquisa. Após a definição da hipótese, o autor
defende que as fichas e os outros tipos de documentação deverão se referir aos itens do índice
do trabalho.
Na segunda parte do capítulo, o autor discorre sobre os mais variados tipos de
fichas explicando a sua função e adequação aos tipos de trabalho. Dentre elas podemos citar
as fichas de leitura, temáticas, por autores, de citações, de trabalho. Com exemplos retirados
do seu próprio arquivo, o autor comenta os fichamentos feitos nos seus estudos de forma a
facilitar a compreensão por parte do leitor das formas de construir fichas de acordo com cada
situação.
No quinto capítulo e a ultima parte do texto o autor comenta sobre a forma
expositiva da pesquisa, no caso, a produção textual que compõe a monografia final. A
A quem nos dirigimos ao escrever uma tese?
primeira questão é “ ”. O autor irá argumentar
que o trabalho será avaliado pelos examinadores, mas que pode ser lido por outras pessoas
não necessariamente ligadas diretamente ao meio acadêmico. O reconhecimento de quem é o
público real ou potencial deve ser levado em consideração na exposição das ideias.
Além disso, o autor também comenta a importância de se escrever bons textos, e
oferece uma série de orientações, como exemplos do que se deve evitar na redação de textos
acadêmicos. Aliado a isso, o autor também reúne um cabal de 10 regras de citação de autores.
Por fim, justifica ao final do capítulo a importância das notas de rodapé e dá instruções do
uso correto delas, bem como apresenta vantagens e desvantagens de dois sistemas de
referência mais usados.
Por fim, as considerações finais que tive a parti do livro, é que o autor escreve um
“manual” acadêmico, sendo assim o autor comenta umas das questões mais importantes da
academia, que é a produção textual da tese final, que irá conceber o título para o aluno, No
meu ponto de vista, o autor dialoga de maneira bem clara e segura com o autor, passando um
incentivo para quem irá escrever a sua tese final.