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Introdução

O presente trabalho desenvolveu, em seu referencial teórico, conceitos e princípios


que orientam a concepção de um plano de aula.
Plano é um tipo de planejamento que busca a previsão mais global para as atividades
de uma determinada disciplina durante o período do curso (período letivo ou semestral). Para
sua elaboração, os professores precisam considerar o conhecimento do mundo, o perfil dos
alunos, para então tratar de seus elementos que constituem o plano de ensino que são: os
objetivos gerais e específicos, os conteúdos, os procedimentos (as estratégias metodológicas,
as técnicas), como também os recursos didáticos e a avaliação.
A realização deste trabalho deu-se através de pesquisas bibliográficas realizadas
em livros e na internet.
Conceito de Plano de aula
Existem vários conceitos de plano de aula, de acordo com vários autores que tratam
desse tema. De uma forma geral, o plano de aula pode ser definido como a previsão dos
conteúdos e atividades de uma ou de várias aulas que compõem uma disciplina ou unidade de
estudo. É a sequência de tudo o que vai ser desenvolvido em um dia letivo. Nele devem ser
estabelecidas de forma sistemática as atividades de tudo que será desenvolvido na sala de aula
em uma determinada disciplina e tempo, ou seja, as diretrizes e os meios de realização do
trabalho do professor.
O planejamento docente é um alicerce que resguarda as funções de organizar, liderar e
controlar, tornando-se um instrumento fundamental para o professor elaborar e planejar seu
dia-a-dia escolar através do plano de aulas. (PADILHA, 2001).
Mesmo para um professor experiente, é impossível entrar em classe sem antes planejar
a aula. É por isso que os profissionais que entendem bastante de didática insistem na ideia de
planejamento como algo que requer horário, discussão, esquematização e certa formalidade.
Tecnicamente, plano de aula é a previsão dos conteúdos e atividades de uma ou de
várias aulas que compõem uma unidade de estudo. Ele trata também de assuntos
aparentemente miúdos, como a apresentação da tarefa e o material que precisa estar à mão.
(VASCONCELLOS, 1995)
O plano de aula segundo Libâneo (1993) é um instrumento que sistematiza todos os
conhecimentos, atividades e procedimentos que se pretende realizar numa determinada aula,
tendo em vista o que se espera alcançar como objetivos junto aos alunos.
Para seu melhor aproveitamento, os professores devem levar em consideração as suas
fases: preparação e apresentação de objetivos, conteúdos e tarefas; desenvolvimento da
matéria nova; consolidação (fixação de exercícios, recapitulação, sistematização) aplicação;
avaliação (LIBÂNEO, 1993, p.241). Além disso, o controle do tempo ajuda o professor a se
orientar sobre quais etapas ele poderá se deter mais.
De acordo com Fusari (apud PADILHA, 2001, p. 37), “plano é um guia e tem a
função de orientar a prática, partindo da própria prática e, portanto, não pode ser um
documento rígido e absoluto”. Ele é a formalização dos diferentes momentos do
processo de planejar que, por sua vez, envolve desafios e contradições.
Portanto, o planejamento de aula é um instrumento essencial para o professor definir
as estratégias pedagógicas, conforme o objetivo a ser alcançado, criteriosamente adequado
para as diferentes turmas, com flexibilidade suficiente, caso necessite de alterações.
Etapas de um plano
Na elaboração do plano de aula devemos nos atentar para:
a) Clareza e objetividade;
b) Atualização do plano periodicamente;
c) Conhecimento dos recursos disponíveis da escola;
d) Noção do conhecimento que os alunos já possuem sobre o conteúdo abordado;
e) Articulação entre a teoria e a prática;
f) Utilização de metodologias diversificadas, inovadoras e que auxiliem no processo
ensino-aprendizagem;
g) Sistematização das atividades de acordo com o tempo disponível (dimensione o
tempo/carga horária, segundo cada etapa da aula/atividade);
h) Flexibilidade frente a situações imprevistas
i) Realização de pesquisas buscando diferentes referências, como revistas, jornais, filme
entre outros;
j) Elaboração de aulas de acordo com a realidade sociocultural dos estudantes.
Ao elaborar o plano, é preciso fazer um diagnóstico inicial, respondendo a questões:
Para quem vou ensinar? Quem são os estudantes? Quais as características (faixa
etária, grau de maturidade, conhecimentos prévios, habilidades adquiridas, contexto social em
que vivem).
Por que ensinar? Quais os objetivos da educação e da escola? Do módulo ou da aula?
Quais a competências a serem desenvolvidas?
O que ensinar? Qual o conteúdo requerido, selecionado? Como integrar conteúdos e
outras áreas do saber (temas transversais, interdisciplinaridade).
Como ensinar? Quais os recursos didáticos disponíveis? Outros podem ser
providenciados/ construídos? Qual o período da aula (matutino, vespertino, noturno)? Como
aproveitar os conhecimentos e experiências prévias? Quais estratégias utilizar?
Como verificar a aprendizagem? Como acompanhar o processo educativo? Quais os
critérios para definir o sistema de avaliação? Quais os métodos e tipos de instrumentos de
avaliação?
Para existir plano é necessária a discussão sobre fins e objetivos, culminando com a definição
dos mesmos, pois somente desse modo é que se pode responder às questões indicadas acima.
Para Libâneo (1994), antes de partir para o plano de aula, é preciso dividir em etapas o
planejamento de um determinado período (bimestre ou quadrimestre, por exemplo). Com uma
ideia do todo, fica mais fácil preparar o plano conforme o tempo disponível. Não há modelos
certos ou errados. Os planos de aula variam segundo as prioridades do planejamento, os
objetivos do professor e a resposta dos estudantes. Mesmo assim, é possível indicar os itens
que
provavelmente constarão de um plano de aula proveitoso.
Um dos primeiros tópicos da lista deve ser o próprio assunto a ser tratado. Logo em
seguida, vêm os objetivos da atividade e que conteúdos serão desenvolvidos para alcançá-los.
As possíveis intervenções do professor (como perguntas a fazer), o material que será utilizado
e o tempo previsto para cada etapa são outros itens básicos. (LIBÂNEO, 1994).
Finalmente, é preciso verificar a eficiência da atividade. A única forma de fazer isso é
avaliar o aluno. O critério de avaliação também é flexível.
Nessa perspectiva, em um modelo prático (mas, não único!), estruturalmente o plano
de aula é constituído por: Identificação, Objetivos, Conteúdos, Metodologias, Recursos,
Avaliação e bibliografia.

Cabeçalho e Identificação

Nos dados de identificação da disciplina deve conter:

Escola:
Turma:
Disciplina:
Professor(a):
Data:
Horário:
Duração:
Tema:

Objetivos

Os objetivos englobam o que os alunos deverão conhecer, compreender, analisar e


avaliar ao longo da disciplina. Por isso devem ser construídos em forma de frases que iniciam
com verbos indicando a ação. Podem ser divididos em objetivo geral e específicos.
A elaboração de um plano de aula inicia-se com a formulação dos objetivos de
aprendizagem, ou seja, a definição clara e precisa do que se espera que o estudante seja capaz
de fazer após a conclusão da aula/disciplina (Gil, 2009).

A elaboração de objetivos mais adequados ao ensino pode ser facilitada pelo uso da
Taxonomia de Bloom (auxilia a identificação e a declaração dos objetivos). A classificação
divide as possibilidades de aprendizagem em três grandes domínios:

Cognitivo: abrangendo a aprendizagem intelectual (relacionado ao aprender, dominar


um conhecimento);

Afetivo: abrangendo os aspectos de sensibilização e gradação de valores (relacionado


a sentimentos e posturas);

Psicomotor: abrangendo as habilidades de execução de tarefas que envolvem o


organismo muscular (relacionado a habilidades físicas específicas).

O definir os objetivos conforme o domínio, os objetivos são expressos por verbos que
explicitam a ação esperada, de forma coerente. Ao selecionar os verbos, precisamos
considerar o que o estudante deverá ser capaz de. No quadro a seguir são apresentado alguns
verbos associados às diferentes categorias.
Categoria Verbo
Definir, escrever, selecionar, sublinhar, selecionar,
Conhecimento relembrar, declarar, listar, reconhecer, reproduzir, nomear,
rotular, medir
Identificar, ilustrar, explicar, justificar, representar, julgar,
Compreensão
selecionar, nomear, constatar, indicar, formular classificar
Predizer, escolher, encontrar, construir, selecionar, mostrar,
Aplicação
computar, avaliar, demonstrar, usar, explicar, desempenhar
Analisar, selecionar, justificar, identificar, separar, resolver,
Análise
concluir, comparar, separar, diferenciar, contrastar, criticar
Combinar, arguir, selecionar, repetir, discutir, relacionar,
Síntese sumarizar, organizar, generalizar, sintetizar, derivar,
concluir
Julgar, suportar, identificar, avaliar, defender, evitar,
Avaliação
determinar, atacar, selecionar, reconhecer, criticar, escolher

Considerando o domínio cognitivo, o verbo escolhido no objetivo deve expressar o que o


estudante deverá conhecer; no domínio psicomotor, o que o estudante deverá ser capaz de
fazer e no domínio afetivo que atitudes e comportamentos o estudante deverá adotar após a
aula.

Conteúdos

A seleção dos conteúdos a serem trabalhados na aula deve responder a questão: Para alcançar
os objetivos delineados quais conteúdos devem ser trabalhados?

Considere também os critérios abaixo:

a) Vinculação aos objetivos;


b) Validade (aplicável à vida real);
c) Significância (relação com experiências pessoais dos sujeitos);
d) Utilidade para os sujeitos (atender as necessidades e interesses dos estudantes);
e) Adequado à diversidade dos sujeitos;
f) Adequado ao tempo da ação.
Para facilitar o delineamento dos conteúdos e seleção das estratégias de ensino, Zabala (1998)
propõe a tipologia dos conteúdos de aprendizagem:
a) Factuais: referem-se ao conhecimento de fatos, acontecimentos, situações, dados e
fenômenos concretos e singulares. Envolve memorização e repetição.
b) Conceituais: relacionam-se com conceitos propriamente ditos e referem-se ao
conjunto de
fatos, objetos ou símbolos que possuem características comuns. São mais abstratos e
envolvem compreensão, reflexão, análise e comparação.
c) Procedimentais: Referem-se ao aprender a fazer, envolvem regras, técnicas, métodos,
estratégias e habilidades. Como exemplos, temos: ler, desenhar, observar, classificar e
traduzir.
d) Atitudinais: envolvem valores, atitudes e normas. Incluem-se nesses conteúdos, a
cooperação, a solidariedade, o trabalho em grupo, o respeito, a ética e o trabalho com
a diversidade. A aprendizagem desses conteúdos envolve a reflexão, tomada de
posição e avaliação.
A Seleção dos conteúdos, deve se basear no Plano de Ensino, estabelecendo uma
sequência lógica para facilitar a integração dos demais conteúdos. Conforme o contexto pode-
se estabelecer a bordagem dos aspectos mais gerais até os mais específicos, preferencialmente
iniciando dos mais simples para os mais complexos.
Metodologias
Na metodologia deve estar explícito quais as estratégias metodológicas e didáticas
serão usadas pelo professor para atingir os objetivos propostos na disciplina. Para a seleção
das estratégias de ensino é preciso responder a questão: Que situações de aprendizagem devo
organizar para que o estudante atinja os objetivos delineados?
São exemplos de metodologias: aula expositiva-dialogada, mapas conceituais,
portfólio, estudo de texto, dramatização, soluções de problemas, pesquisa de campo, estudo de
caso, seminário, fórum, oficinas pedagógicas, estudos com pesquisa, estudos dirigidos, entre
outros.

Recursos didáticos

São os meios necessários à concretização da estratégia. Estão relacionados aos


métodos de ensino e estratégias a serem utilizadas. Devem ser previstos os recursos materiais,
físicos, humanos e financeiros.

Os recursos variam desde quadro branco, pincel e apagador, projetor de slides, filmes,
mapas, cartazes, a aplicativos e softwares de última geração. É importante contemplar ainda
manifestações artísticas na formação, tais como poesias, músicas, esculturas, pinturas,
fotografias para aprimorar a inserção cultural dos estudantes.

Considerando o perfil atual dos estudantes, torna-se vital a inclusão das tecnologias
digitais de informação e comunicação (TDIC) em atividades dinâmicas como jogos,
simulações, aulas virtuais, etc.

Avaliação

A avaliação compreende todos os instrumentos e mecanismos que o professor


verificará se os objetivos estão sendo atingidos ao longo da disciplina. Dessa forma, deve ser
uma avaliação processual da aprendizagem do aluno com base nas metodologias propostas
que podem ser verificadas por meio da aplicação de exercícios, provas, atividades individuais
e/ou grupais pesquisas de campo e observação periódicas registrada em diários de classe.

Carga horária

Depois de definir todos os componentes de sua aula, é hora de pensar em delimitar o


tempo para realização de cada atividade. Para definir a carga horária da aula, deve considerar
a complexidade de cada atividade, do assunto tratado, as características dos estudantes, do
professor e os recursos selecionados.

Bibliografia

Ao preparar a aula, o professor necessita selecionar referências atualizadas e de origem


confiável oriundas de órgãos governamentais, instituições de renome, reconhecidas
nacional/internacionalmente e compartilhar com os estudantes para que possam aprimorar o
aprendizado. É importante que o professor selecione de três a cinco bibliografias que são
básicas para trabalhar ao longo da disciplina e também escolha outras bibliografias
complementares para aprofundar os temas propostos.
Conclusão
Mediante o tema, conclui-se que, a ausência do planejamento pode ter consequências
caóticas, resultados desastrosos, indesejados ou inesperados. No âmbito educacional, pode
acarretar em aulas monótonas, improvisadas, desorganizadas, desestimulantes, desencadeando
o desinteresse dos estudantes pelo conteúdo e pelas aulas, o que é extremamente prejudicial,
em oposição aos resultados desejados para a boa formação.
Planejar é dar sentido à ação, é questionar sobre a importância das práticas
pedagógicas, do conteúdo ensinado, das exigências feitas ao aluno, do tipo de avaliação
empregada, das atividades propostas. É perguntar-se: qual o significado de cada um desses
elementos na formação do aluno?
É através do planejamento que é possível encontrar caminhos para a efetivação dos
princípios pedagógicos assumidos. O plano de aula é a mediação entre aquilo que se pensa
teoricamente ser a educação e o ensino, e a realidade concreta, como nos lembra Luckesi
(1994, p. 168): ″Para planejar torna-se necessário ter presentes todos os princípios
pedagógicos a serem operacionalizados, de tal forma que sejam dimensionados para que se
efetivem na realidade educativa‶.

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