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A (Re)Invenção da
Educação no Paraná:
apropriações do discurso democrático
(1980 - 1990)
A (RE)INVENÇÃO DA EDUCAÇÃO NO PARANÁ:
APROPRIAÇÕES DO DISCURSO DEMOCRÁTICO (1980 – 1990)
Editora da U n i v e r s i d a d e E s ta d ua l de Maringá
Reitor: Prof. Dr. Júlio Santiago Prates Filho. Vice-Reitora: Profa. Dra. Neusa Altoé. Diretor da Eduem: Prof. Dr. Alessandro de Lucca e Braccini.
Editora-Chefe da Eduem: Profa. Dra. Terezinha Oliveira
Conselho Editorial
Presidente: Prof. Dr. Alessandro de Lucca e Braccini. Editores Científicos: Prof. Dr. Adson C. Bozzi Ramatis Lima, Profa. Dra. Ana Lúcia Rodrigues,
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Prof. Dr. Clóves Cabreira Jobim, Profa. Dra. Eliane Aparecida Sanches Tonolli , Prof. Dr. Eduardo Augusto Tomanik, Prof. Dr. Eliezer Rodrigues de Souto,
Profa. Dra. Ismara Eliane Vidal de Souza Tasso, Prof. Dr. Evaristo Atêncio Paredes, Profa. Dra. Larissa Michelle Lara, Prof. Dr. Luiz Roberto Evangelista,
Profa. Dra. Luzia Marta Bellini, Profa. Dra. Maria Cristina Gomes Machado, Prof. Dr. Oswaldo Curty da Motta Lima, Prof. Dr. Rafael Bruno Neto, Prof. Dr.
Raymundo de Lima, Profa. Dra. Regina Lúcia Mesti, Prof. Dr. Reginaldo Benedito Dias, Profa. Dra. Rozilda das Neves Alves, Prof. Dr. Sezinando Luis Menezes,
Profa. Dra. Terezinha Oliveira, Prof. Dr. Valdeni Soliani Franco, Profa. Dra. Valéria Soares de Assis.
Equipe Técnica
Fluxo Editorial: Edilson Damasio, Edneire Franciscon Jacob, Mônica Tanamati Hundzinski, Vania Cristina Scomparin. Projeto Gráfico e
Design: Marcos Kazuyoshi Sassaka. Artes Gráficas: Luciano Wilian da Silva, Marcos Roberto Andreussi. Marketing: Marcos Cipriano da Silva.
Comercialização: Norberto Pereira da Silva, Paulo Bento da Silva, Solange Marly Oshima.
Elaine Rodrigues
Prefácio
Maria Cristina Gomes Machado
Maringá
2012
Copyright © 2012 para Elaine Rodrigues
Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo mecânico,
eletrônico, reprográfico etc., sem a autorização, por escrito, da autora.
Todos os direitos reservados desta edição 2012 para Eduem.
ISBN 978-85-7628-468-0
Editora filiada à
Lista de abreviaturas/siglas........................................................... 11
Prefácio.............................................................................................. 15
Situando este livro.......................................................................... 19
Parte I
1
EDUCAÇÃO, DISCURSO DEMOCRÁTICO E
GOVERNAMENTALIDADE DA POPULAÇÃO..................... 29
1.1 Educação para democracia no Paraná: apropriações do
discurso..................................................................................... 46
1.2 Estratégias para a ação dos Secretários Estaduais de
Educação................................................................................... 52
1.3 Qualidade na Educação, para todos!.................................... 70
Parte II
2
O DISCURSO EDUCACIONAL E AS PRÁTICAS DA
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO
PARANÁ........................................................................................... 95
2.1 Democracia Escolar: o voto legitimador.............................. 109
2.2 Cidadão ou agente transformador, quem é o aluno?........ 123
2.3 DIA D – Debate nacional sobre Educação e Escola............ 141
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Situando este livro
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Parte I
Coração de estudante
Há que se cuidar da vida
Há que se cuidar do mundo
Tomar conta da amizade
Alegria e muito sonho
Espalhados no caminho
Verdes, planta e sentimento
Folhas, coração,
Juventude e fé.
(NASCIMENTO; TISO, 1980)
1
EDUCAÇÃO, DISCURSO DEMOCRÁTICO
E GOVERNAMENTALIDADE DA POPULAÇÃO
1 Marilena Chauí em entrevista coloca sua versão de como nasceu o PT, ela declara:
“[...] É. Eu digo isso literalmente: poucos intelectuais podem ter na vida o privilégio de ter
uma proposta de esquerda em que a história seja feita pelos próprios trabalhadores e não
por uma vanguarda intelectual, e dar de cara com eles. [...] O primeiro encontro foi muito
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1 EDUCAÇÃO, DISCURSO DEMOCRÁTICO E GOVERNAMENTALIDADE...
divertido. Fomos para o ABC e os operários diziam: ‘Vieram fazer tese, professora?’. Todos
eles perguntavam porque uma das formas que a resistência tinha tomado era estudar a classe
operária, fazer tese sobre classe operária, não havia outro assunto. Todo mundo foi pra lá. E
foi maravilhoso, porque eles tiveram distanciamento com relação a nós perguntando se eram
objeto de estudo. Ficou todo mundo com a cara no chão aí a gente não tem coragem de dizer:
‘Não somos companheiros, viemos aqui para participar’. Com que cara você vai falar isso?
Então num primeiro momento eles [sindicalistas] recusaram a nossa presença [dos estudantes
e professores universitários]. [a aproximação se deu muito devagarinho] Foi então que Jacó
Bittar propôs que se criasse um partido político, e houve uma reação violenta da classe. Porque
a imagem que a classe tinha era uma imagem correta, aliás, tinha duas imagens, a imagem do
Partido Comunista e das vanguardas, e eles não queriam saber de nenhuma das duas. [...] Aí
aconteceu que os operários se cansaram das discussões [...] E havia três posições. Uma dizia:
precisa continuar a infiltração no PMDB, e transformar o PMDB; a outra era: ‘Não, é preciso
criar um partido socialista fora das hostes do PMDB; e a terceira era: Não, não se cria partido
político nenhum, vamos agir sob a forma dos movimentos sociais’. Só que a partido de um
determinado momento quando começava o esgotamento do poder das greves, e depois vem a
prisão do Lula e tudo, ele tiveram uma discussão lá no ABC e viram que o sindicato não era o
suficiente. Eles se deram conta de que o que estavam fazendo não passava só pela relação de
trabalho, era uma coisa que atingia a sociedade inteira, e que portanto só através do sindicato
ele não iam chegar a lugar nenhum. E decidiram criar um partido. E a questão que eles se
colocaram foi: ‘Que partido?’ O Lula disse: ‘Dos trabalhadores’. É assim que nasceu.” (CHAUÍ,
M. Todo mundo tem de viver uma grande paixão e uma possibilidade de revolução. Entrevista
concedida a Revista Caros Amigos, Série Grandes Entrevistas, n.3, abr. 2001, p. 5-11).
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A (RE)INVENÇÃO DA EDUCAÇÃO NO PARANÁ
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1 EDUCAÇÃO, DISCURSO DEMOCRÁTICO E GOVERNAMENTALIDADE...
3 O objetivo de nosso trabalho não é nos aprofundarmos no tema das eleições de 1982,
mas vale lembrar que a Revista Brasileira de Estudos Políticos de n. 57 dedicou-se a publicar
uma série de artigos bastante detalhados sobre a questão.
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A (RE)INVENÇÃO DA EDUCAÇÃO NO PARANÁ
4 Figura que desponta no cenário nacional durante as greves do ABC paulista no ano
de 1978-1979.
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1 EDUCAÇÃO, DISCURSO DEMOCRÁTICO E GOVERNAMENTALIDADE...
5 “A campanha das ‘Diretas-Já’ foi coordenada pelo Comitê Nacional Pró-Diretas, órgão
suprapartidário que contou com a participação dos partidos políticos de oposição, de associações
estudantis e profissionais e das centrais sindicais. Em todo o País, entre janeiro e abril de 1984,
realizaram-se nas capitais e principais cidades comícios que reuniram multidões. O maior deles
aconteceu no Anhangabaú, em São Paulo, ao qual compareceram cerca de 1,7 milhão de pessoas
que, sob um clima de absoluto entusiasmo entoaram o estribilho ‘um, dois, três, quatro, cinco,
mil, queremos eleger o presidente do Brasil’ e o ‘Caminhando’, música de Geraldo Vandré,
quase um hino da campanha. Comprovando o dizer de Milton Nascimento, ‘todo artista tem
de ir aonde o povo está’, atores, apresentadores de TV e cantores acompanharam os políticos
aos palanques, emprestando apoio ao movimento. Os meios de comunicação, inicialmente
indiferentes, acabaram por dar cobertura total às diretas. O Hino Nacional, cantado a uma só
voz em ruas e praças, passou a significar a unidade em torno do desejo de mudanças. Vivia-se
um clima de esperança vestida de vibrante amarelo, a cor símbolo das ‘Diretas-Já’, a preferida
de qualquer brasileiro naqueles dias” (RODRIGUES, 1994, p. 18-19).
E l a i n e R o d r i g u e s 35
A (RE)INVENÇÃO DA EDUCAÇÃO NO PARANÁ
6 Bobbio (1999) em seu artigo Ditadura e Democracia, que foi publicado primeiramente
como verbete da enciclopédia Einaudi, e mais recentemente como capítulo de seu livro
Estado, Governo e Sociedade, faz a seguinte argumentação: “Da idade clássica a hoje o termo
‘democracia’ foi sempre empregado para designar uma das formas de governo, ou melhor, um
dos diversos modos com que se pode ser exercido o poder político. Especificamente, designa
a forma de governo na qual o poder político é exercido pelo povo. Na história do pensamento
político, o posto em que se coloca a discussão a respeito da opinião, das características, das
virtudes e dos defeitos da democracia é a teoria e a tipologia das formas de governo. Portanto,
qualquer discurso sobre a democracia não pode prescindir de determinar relações entre a
democracia e as outras formas de governo, pois somente assim é possível individualizar o
seu caráter específico. Em outras palavras, desde que o conceito de democracia pertence a
um sistema de conceitos, que constitui a teoria das formas de governo, ele não pode ser
compreendido em sua natureza específica senão em relação aos demais conceitos do sistema,
dos quais delimita a extensão e é por ele delimitado”. (BOBBIO, 1999, p. 135). Cunha (2001),
em seu livro Educação, Estado e Democracia no Brasil cita Bobbio para responder à pergunta:
Mas o que quero dizer quando utilizo o tão celebrado quanto impreciso termo democracia?
Uma definição mínima de democracia reconhece como tal o regime onde exista um “conjunto
de regras de procedimento para a formação de decisões coletivas, em que está prevista e
facilitada a participação mais ampla possível dos interessados” (CUNHA, 2001, p. 20)
[Tratando especificamente do caso brasileiro afirma:] “Tratar de democracia no Brasil é uma
atividade que remete mais ao plano das esperanças do que ao das realizações. Com efeito,
quando é que podemos dizer que houve um regime verdadeiramente democrático no Brasil”
(CUNHA, 2001, p. 20).
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1 EDUCAÇÃO, DISCURSO DEMOCRÁTICO E GOVERNAMENTALIDADE...
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1 EDUCAÇÃO, DISCURSO DEMOCRÁTICO E GOVERNAMENTALIDADE...
7 O estudo que deu origem aos temas abarcados pela Assembléia Nacional Constituinte
foi assim estruturado: “O método aprovado de elaboração da Constituição baseou-se em ouvir
inicialmente as sugestões dos Constituintes, bem como de representantes da sociedade civil
e do Estado, e com base nessa consulta, que resultaria na votação de anteprojetos, construir
o texto Constitucional. Os constituintes fariam suas propostas, ouviriam as demandas da
sociedade civil e formulariam o projeto final de Constituição. Para esse fim, a Assembléia
Nacional Constituinte aprovou uma estrutura de funcionamento dividida em quatro etapas: as
subcomissões, as comissões Temáticas, a Comissão de Sistematização e o Plenário constituinte.”
(PINHEIRO, 1996, p. 266). O CONSED compôs uma dessas subcomissões caracterizadas como
espaço de reivindicação.
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1 EDUCAÇÃO, DISCURSO DEMOCRÁTICO E GOVERNAMENTALIDADE...
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A (RE)INVENÇÃO DA EDUCAÇÃO NO PARANÁ
[...] o CONSED nasceu do seguinte [...] como nós fomos eleitos em 83,
(82) e de repente houve uma surpresa, porque nem agente esperava
que alguma oposição ganhasse [...] ganhou no Paraná o Richa [...] em
São Paulo o Montoro, no Rio de Janeiro, o Brizola [...] três estados [...]
então eram Paraná, São Paulo, e Minas, PMDB, e Rio de Janeiro, PDT,
mas nós resolvemos nos reunir, aí o convite partiu do Rio de Janeiro,
a Iara que era secretária da educação do Brizola. Então nós fomos ao
Rio, (Minas, São Paulo e Paraná), nos reunimos com a Iara a convite
dela, passamos uma tarde conversando sobre a necessidade de estarmos
unidos, porque teríamos um trabalho muito grande e importante diante
do país, e aí que nasceu a idéia de criarmos um fórum de discussões. E o
primeiro contato que nós tivemos foi com a Leda que era do Maranhão
e era secretária do Sarney, governador do Maranhão. Ela foi a primeira
secretária que se uniu a nós. Estes cinco estados começaram a preparar
documentos, baseados na nossa filosofia de educação e começamos a
9 Gilda Poli, neste momento, deixa a secretaria, mas no ano seguinte, por circunstâncias
políticas, ela retorna ao cargo.
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A (RE)INVENÇÃO DA EDUCAÇÃO NO PARANÁ
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1 EDUCAÇÃO, DISCURSO DEMOCRÁTICO E GOVERNAMENTALIDADE...
I Rio de Janeiro 13 06
II São Paulo 27 07
Extraordinário Brasília 26 09
IV Minas 24 a 26 11
V Goiás 02 a 03 02
VI Brasília 23 e 24 05
Extraordinário I Brasília 23 08
Extraordinário II Brasília 18 11
VIII Paraná 07 e 08 02
Extraordinário IV Brasília 23 05
IX Amazonas 01 a 04 06 1985
Extraordinário V Brasília 04 07
Extraordinário VI Brasília 19 08
X Santa Catarina 21 e 22 10
XI Alagoas 15 a 17 01
XII Rondônia 24 e 25 04
1986
XIII Rio Grande do Sul 02 a 05 07
XIV Pará 24 a 27 09
XV Brasília 18 a 20 12
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A (RE)INVENÇÃO DA EDUCAÇÃO NO PARANÁ
DOCUMENTOS
ASSUNTOS DISCUTIDOS
RESULTANTES
Reunião I
1. Ensino público e gratuito em todos os níveis.
2. Restabelecimento da dignidade da escola
pública. Declaração conjunta dos
Secretários em defesa da
3. Democratização da Educação.
Educação, da Ciência e
4. Valorização dos profissionais da Educação e da Cultura em face das
qualidade de ensino. propostas de cortes de
5. Necessidade de definição da política gastos público.
educacional.
6. Participação da comunidade universitária e
apoio à cultura e pesquisa científica.
Reunião II
1. Relato de cada Secretário sobre a situação da Normas de procedimento do
Educação no Estado. FÓRUM DE SECRETÁRIOS
2. Discussão sobre modificações introduzidas no DE EDUCAÇÃO NO
Salário Educação pelo Decreto nº 88.374, de BRASIL.
07/06/83.
Reunião III
1. Termo de protocolo celebrado entre os
Secretários de Educação das Unidades Termo de Protocolo,
Federadas para constituição do Conselho celebrado entre os
de Secretários de Educação do Brasil. Secretários de Educação das
Descentralização da merenda. Unidades Federadas, para
2. Livros descartáveis. constituição do Conselho de
3. Apoio ao Convênio Único como forma eficaz Secretários de Educação do
de repasse de recursos pelo MEC aos Estados. Brasil.
4. Apoio ao Decreto Federal nº 88.374, de
07/06/83.
I Fórum Extraordinário
Preparação para o Encontro Nacional de
Dirigentes de Educação, Cultura e Desporto.
Reunião IV
1. Emenda Constitucional 24/83 (discussão com
o Senador João Calmon).
2. A questão do financiamento da Educação.
3. Alfabetização (palestra e debate com Zaia
Brandão).
4. Projetos Educacionais dos Estados na área da
alfabetização.
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1 EDUCAÇÃO, DISCURSO DEMOCRÁTICO E GOVERNAMENTALIDADE...
DOCUMENTOS
ASSUNTOS DISCUTIDOS
RESULTANTES
Reunião V
1. Política de alfabetização. Relatório do Encontro
2. Alternativas e barateamento de construções Nacional sobre Política de
escolares. Alfabetização nos Estados.
3. Alimentação escolar.
Reunião VI
1. A crise financeira e a questão educacional:
alternativas de solução.
2. A Emenda João Calmon.
3. Recursos financeiros para a ampliação de vagas
no 1º e 2º graus.
4. Recursos para a Assistência ao Educando.
5. Documento sobre Alternativas de Construções
Escolares.
Reunião VII
1. Recursos financeiros: captação, alocação e
recursos e fontes alternativas.
2. Apresentação de experiência dos Secretários em
torno do relacionamento com o poder público e
a comunidade.
3. Subsídios para a elaboração do IV Plano Setorial
de Educação, Cultura e Desporto.
Estabelecimento de
critérios preliminares
II Fórum Extraordinário de operacionalização do
sistema de manutenção do
1. Decreto Federal nº 90.88, de 21/08/84, que ensino.
deu garantia de continuidade aos “bolsistas da
comunidade”. Roteiro para avaliação
2. Política Setorial de Educação. do III Plano Setorial de
3. Regulamentação da Emenda João Calmon. Educação, Cultura e
Desporto, 1980/1985, e para
4. Liberação de recursos para os Estados. formulação de subsídios
à elaboração do IV Plano
Setorial de Educação.
III Fórum Extraordinário
Por uma Política Nacional
Documento de avaliação do III PSEC e subsídios de Educação.
para o IV PSEC.
E l a i n e R o d r i g u e s 65
A (RE)INVENÇÃO DA EDUCAÇÃO NO PARANÁ
DOCUMENTOS
ASSUNTOS DISCUTIDOS
RESULTANTES
Reunião VIII
1. A Escola da Nova República: Democratização
da Escola Pública, Educação e Constituinte,
alternativas para mudanças estruturais na
Educação. “Carta de Curitiba: A
2. Melhoria da Qualidade do Ensino: alternativas vontade política de mudar”
para mudanças curriculares, alternativas para
capacitação docente.
3. Elaboração da Carta de Curitiba: A vontade
política de mudar.
IV Fórum Extraordinário
Preparação do I Encontro do Fórum de
Secretários de Educação com o Senhor Ministro
da Educação.
V Fórum Extraordinário
Articulação do IX Fórum.
Interferência do MEC, provocando alterações
da data programada para o IX Fórum.
Reunião IX
1. O Ensino de 1º Grau e suas prioridades:
salário e habilitação dos professores na zona
rural; construções escolares/material escolar/ “Decálogo de Manaus”
merenda; alfabetização (relato de experiência).
2. Elaboração de documento: “Decálogo de
Manaus”.
VI Fórum Extraordinário
1. Discussão do documento “Exposição de
Motivos dos Ministérios da Educação e da
Fazenda sobre o Mobral”.
2. Elaboração de moção contra a definição “Contribuição ao I PND/
de atribuições do Mobral, em virtude de NOVA REPÚBLICA”
compromisso do MEC, de consultar o Fórum
antes de qualquer decisão.
3. Elaboração do documento: “Contribuições ao I
PND/NOVA REPÚBLICA”.
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1 EDUCAÇÃO, DISCURSO DEMOCRÁTICO E GOVERNAMENTALIDADE...
DOCUMENTOS
ASSUNTOS DISCUTIDOS
RESULTANTES
Reunião X
1. Relato de Experiências Educacionais em Santa
Catarina.
2. Proposta de ação do Mobral.
3. Ensino Supletivo.
4. Relacionamento do MEC com as Secretarias de
Educação.
Reunião XI
1. Política da FAE.
2. Política da Fundação EDUCAR.
VI I Fórum extraordinário
1. Política da FAE.
2. Política da Fundação Educar.
Reunião XII
1. Reflexos do deflacionamento em 30% no PTA.
2. Recursos Federais para
pagamento de professores e
para construções escolares em regiões de
imigração intensa.
3. Eliminação de EMC, OSPB e Programas de
Saúde.
4. Re-estudo da LDB.
5. Programas – Alimentação Escolar, Saúde Escolar,
Sala de Leitura, Livro Didático, Integração
Escola- Comunidade.
6. Municipalização do Ensino.
7. Relacionamento MEC/SÉC/CFE/CEE/
DEMEC/FAE/Seduc.
8. Fundação Educar/Escolas Técnicas Federais.
9. Salário do Magistério.
10. Alteração da idade para ingresso no Supletivo.
11. Aceleração de Estudos.
12. Políticas de Educação Física e Educação
Especial.
13. Proposta Pedagógica Pré-Escolar de Alagoas.
14. Recursos extraorçamentários Finsocial.
15. Relação FÓRUM/MEC.
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A (RE)INVENÇÃO DA EDUCAÇÃO NO PARANÁ
DOCUMENTOS
ASSUNTOS DISCUTIDOS
RESULTANTES
Reunião XIII
1. Lei de Diretrizes e Bases.
2. Educação e Constituinte.
3. Municipalização do Ensino.
4. Relação com o MEC:
- Projeto de criação das Escolas Técnicas
Federais;
- Ingerência das Delegacias do MEC;
- Utilização Político-Partidária do MEC;
- Representação do Fórum em Brasília.
Reunião XIV
1. Proposta de Estruturação do Conselho de
Secretários de Educação.
2. Lei de Diretrizes e Base.
3. Educação e Constituinte.
4. Relação com o MEC:
- Escolas Agrotécnicas;
- Educação Física e Desportos;
- Salário Educação.
5. Re-estruturação da Secretaria de Educação do
Pará.
Subsídios Para Alteração
Do Decreto-Lei Nº
1422/75. Sobre O
Reunião XV SALÁRIO EDUCAÇÃO.
1. Princípios constitucionais para a Nova
Constituição Nacional. Estatuto do Conselho
2. Estatuto do Conselho Nacional de Secretários de Nacional de Secretários
Educação – Consed. de
3. Salário Educação – sugestões para reformulação Educação – Consed.
do Decreto-Lei nº 1422/75.
Princípios Educacionais
para a Nova
Constituição.
Quadro 6 – Assuntos discutidos nos fóruns de Secretários de Educação do
Brasil, 1983 a 1986.
que acontece com uns poucos, são uns poucos que assistem ao que
acontece com a multidão”. A sociedade brasileira democratizava-
se, o Estado de bem-estar-social, característico do período pós-
militarismo, mandava para casa os militares, ainda assim, resistia
uma aliança entre a soberania militar e a recém-assumida disciplina
democrática.
11 Neidson Rodrigues foi colaborador do Jornal da Educação editado pela SEED. Uma de
suas matérias foi publicada no ano 2, n. 5, p. 6, jul./ago. 1984; publicou também Por uma nova
escola: o transitório e o permanente na educação. São Paulo, Cortez, 1985 e ainda, Lições de Príncipe
e outras lições. São Paulo: Cortez, 1987. Da mistificação da Escola a escola necessária. São Paulo:
Cortez, 1987.
12 ZAMBONI, Ernesta discute essa questão no texto: Projeto pedagógico dos parâmetros
curriculares nacionais: identidade nacional e consciência histórica. Caderno CEDE, v. 23, n. 61,
dez. 2003. A autora também discorda da idéia de que tenha havido uma ruptura na forma e no
conteúdo do ensino de História em relação ao período anterior a 1964 e em sua sequência após
o Golpe de 1964.
E l a i n e R o d r i g u e s 77
A (RE)INVENÇÃO DA EDUCAÇÃO NO PARANÁ
A História vivida: aquela que é vivida por nós, no presente e foi vivida
por todos os homens no passado (organizados em classes, grupos e em
sociedade). Essa História é objeto de estudo dos historiadores. A História
produto da reflexão dos pesquisadores, estudiosos. É o conhecimento
histórico acumulado – a historiografia. A História como matéria de ensino,
isto é, o conteúdo que já foi selecionado do conjunto histórico produzido e
que foi sistematizado para ser ensinado nas escolas. Nós, professores, ao
trabalharmos com os nossos alunos, devemos ter consciência da necessidade
da relação entre estas três dimensões: relacionando o conteúdo que estamos
ensinando com a produção historiográfica mais avançada e ao mesmo
E l a i n e R o d r i g u e s 81
A (RE)INVENÇÃO DA EDUCAÇÃO NO PARANÁ
82 E l a i n e R o d r i g u e s
1 EDUCAÇÃO, DISCURSO DEMOCRÁTICO E GOVERNAMENTALIDADE...
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A (RE)INVENÇÃO DA EDUCAÇÃO NO PARANÁ
90 E l a i n e R o d r i g u e s
1 EDUCAÇÃO, DISCURSO DEMOCRÁTICO E GOVERNAMENTALIDADE...
E l a i n e R o d r i g u e s 91
Parte II
Brasil!
Mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim...
Brasil!!
(CAZUZA, 2012).
2
O DISCURSO EDUCACIONAL E AS PRÁTICAS DA
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PARANÁ
ANO, NÚMERO DO
TÍTULO DO ARTIGO AUTOR
EXEMPLAR E MÊS
ANO I – Nº. 01 – junho EDUCAÇÃO: LIBERDADE Lílian Anna
de 1983 REAL PARA TODOS Wachowicz
ANO I – Nº. 02 – outubro PROFESSOR: UM CONVITE À Gilda Poli Rocha
de 1983 REFLEXÃO Loures
AS COMEMORAÇÕES CÍVICAS
ANO I – Nº. 02 – outubro
REQUEREM UMA NOVA Léo Kessel
de 1983
POSTURA
ANO I – Nº. 02 – outubro APM: É PRECISO GARANTIR A
Sonia Kessel
de 1983 LIBERDADE E AUTONOMIA
ANO 2 – Nº. 03 – março/ ENSINO DE 1º GRAU: João Josué da
abril – 1984 DRAMÁTICA REALIDADE Silva Filho
IGUALDADE DE DIREITOS
ANO 2 – Nº. 03 – março/ ENTRE CRIANÇAS
Flávio José Arns
abril – 1984 EXCEPCIONAIS E AS DO
ENSINO REGULAR
Maria do Carmo
ANO 2 – Nº. 03 – março/ EM BUSCA DE FONTES
Marcondes
abril – 1984 CULTURAIS PARA O ENSINO
Brandão Rolim
RESGATE DO COMPROMISSO
ANO 2 – Nº. 04 – maio/
POLÍTICO NA AÇÃO Nercélio Zabot
junho – 1984
PEDAGÓGICA
LEITURA PARA CRIANÇA DE
ANO 2 – Nº. 04 – maio/ Manuel Nunes
BAIRRO: A NOVA AVENTURA
junho – 1984 da Silva
DA NOVA ESCOLA
E l a i n e R o d r i g u e s 103
A (RE)INVENÇÃO DA EDUCAÇÃO NO PARANÁ
NA EDUCAÇÃO O
ANO 3 – Nº. 10. maio/ Gino Azzoli
COMPROMISSO POLÍTICO É
junho de 1985 Neto
INDISPENSÁVEL
L u c i a n o
ANO 3 – Nº. 10. maio/
A ESTIMA CONSTICIONAL Benévolo de
junho de 1985
Andrade
PAPEL DA EDUCAÇÃO
ANO 3 – Nº. 10. maio/
ESCOLAR NA LUTA CONTRA A Nicélio Zabot
junho de 1985
MARGINALIZAÇÃO SOCIAL
104 E l a i n e R o d r i g u e s
2 O DISCURSO EDUCACIONAL E AS PRÁTICAS...
E l a i n e R o d r i g u e s 105
A (RE)INVENÇÃO DA EDUCAÇÃO NO PARANÁ
E l a i n e R o d r i g u e s 113
A (RE)INVENÇÃO DA EDUCAÇÃO NO PARANÁ
PARA REFLETIR
‘Eu quero, quero,
quero ouvir a voz do povo
Todo povo tem boca pra falar
Inda tem gente aí que se faz de mudo
Fica num canto calado
e não se mexe do lugar’
(de um canto popular)
Com fé e muita coragem,
Prosseguiu-se a caminhada.
Tombando as pedras pesadas
Que têm no meio da estrada,
Vimos que a força da luta
Tá no gesto de mão dadas.
Continuando o trabalho
Com muita perseverança,
Numa marcha muito lenta.
E l a i n e R o d r i g u e s 117
A (RE)INVENÇÃO DA EDUCAÇÃO NO PARANÁ
[...] não se deve ter medo de entrar na política, a ação política é o machado
que derruba as grandes árvores que impedem a caminhada do povo. Ela
é a grande arma que temos para poder construir uma sociedade justa.
Alguns podem usá-la para explorar o povo, quando este é ignorante
e não está organizado. A ação política boa é tudo aquilo que fazemos
para nos organizar na justiça e para criarmos um novo relacionamento
entre as pessoas e os grupos. Ação política boa é quando nos unimos
para defender a nossa vida e os nossos direitos contra os mentirosos
e os exploradores, através das várias formas de organização popular
(PARANÁ, 1985d, p. 7).
13 Um outro número do GIBI foi publicado no ano de 1994 – Arte e texto são de Bernardo
Joffily, também autor da edição de 1985.
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Agora, ficou fácil formar o grêmio da sua escola. Quem participa? Todo
mundo!!! Quem decide são os estudantes!!! Todos à assembléia geral!!
Terça-feira às 8 horas no auditório. O Grêmio é nosso!!! A assembléia
marca também a eleição para a diretoria do grêmio. Na eleição qualquer
aluno tem o direito a se candidatar... E todos são eleitores... com a
diretoria eleita, o grêmio está pronto para funcionar. O grêmio é Livre
por isso: só se submete à vontade soberana dos estudantes que ele
representa. ‘A UNIÃO FAZ A FORÇA. Os grêmios estudantis são a base
de todo o movimento secundarista, das uniões municipais, estudantis e
da UBES, criem logo um na escola de vocês! Todos juntos somos mais
fortes!’ (PARANÁ, 1985, p. 7).
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Referências
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REFERÊNCIAS
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Fontes
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