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REVISÃO - META 1

META 1

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REVISÃO - META 1

PONTOS PARA REVISAR - META 01


DISCIPLINAS PONTOS REVISADO
Sistema penal e controle social. Política criminal e penitenciária no Brasil.
O encarceramento no Brasil: dados e perspectivas. O sistema penal
CRIMINOLOGIA brasileiro. Processo de criminalização. Criminalização primária, ( )
secundária e terciária. Vitimologia e vitimização. Prevenção primária,
secundária e terciária. Policização e militarização.
DIREITO PENAL Aplicação e interpretação da lei penal. Princípios. ( )
DIREITO ADMINISTRATIVO Atos Administrativos ( )
Pessoa natural. Aquisição e extinção da personalidade. Direitos da
personalidade. Nascituro. Embrião excedentário. Nome. Estado. Registro
DIREITO CIVIL das pessoas naturais. Pessoa natural: capacidade e emancipação. ( )
Incapacidade. Suprimento da incapacidade. Internação psiquiátrica
involuntária. Ausência.
DIREITO EMPRESARIAL Direito Societário. ( )
Introdução ao Direito Tributário. Receitas originárias e derivadas.
DIREITO TRIBUTÁRIO Fiscalidade. Extrafiscalidade. Parafiscalidade. Tributos e Tributos em ( )
espécies.
DIREITO CONSTITUCIONAL Constituição. Conceito, objeto, elementos e classificações. ( )
Competência legislativa sobre direito do consumidor. Características e
princípios do Código de Defesa do Consumidor. Integrantes e objeto da
DIREITO DO CONSUMIDOR ( )
relação de consumo. Política nacional de relações de consumo. Objetivos
e princípios.
DIREITO CIVIL Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. ( )

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CRIMINOLOGIA
SISTEMA PENAL

Zaffaroni (apud Nilo Batista), lembra que sistema penal pode ser conceituado como o controle punitivo
institucionalizado, atribuindo à vox “institucionalizado” a acepção concernente a procedimentos
estabelecidos, ainda que não legais. Isso lhe permite incluir no conceito de sistema penal casos de
ilegalidade estabelecidas como práticas rotineiras, mais ou menos toleradas (ex.: tortura para obtenção
de confissões na polícia, uso ilegal de celas “surdas”, etc.).1

SE LIGA: esse ponto de “sistema penal” de criminologia não se confunde com “sistemas penais” em
Direito Penal. Geralmente em Direito Penal esse ponto (sistema penal) representa um conjunto de
elementos, cuja interação, segundo determinadas teorias e por meio de um conjunto de normas
(princípios e regras), formam o conceito analítico de crime.2

CONCEITO DE CRIMINOLOGIA

Para Nestor Sampaio3, “pode-se conceituar criminologia como a ciência empírica (baseada na observação
e na experiência) e interdisciplinar que tem por objeto de análise o crime, a personalidade do autor do
comportamento delitivo, da vítima e o controle social das condutas criminosas. A criminologia é uma
ciência do “ser”, empírica, na medida em que seu objeto (crime, criminoso, vítima e controle social) é
visível no mundo real e não no mundo dos valores, como ocorre com o direito, que é uma ciência do
“dever-ser”, portanto, normativa e valorativa.

CONTROLE SOCIAL

FORMAS DE CONTROLE SOCIAL


FORMAL INFORMAL
Polícia, Ministério Público, Forças Armadas, Justiça, Família, escola, religião, profissão, clubes de
Administração Penitenciária, etc. serviço, etc.

MINHAS OBSERVAÇÕES SOBRE O TEMA

1
Batista, Nilo. Introdução crítica ao direito penal brasileiro. 12ª Edição, revista e atualizada. Rio de Janeiro. Revan,
2017.
2
Direito penal esquematizado®: parte geral/André Estefam e Victor Eduardo Rios Gonçalves. – 7. ed. – São Paulo:
Saraiva Educação, 2018. (Coleção esquematizado®/coordenador Pedro Lenza, p. 442.
3
NESTOR SAMPAIO PENTEADO FILHO. MANUAL ESQUEMÁTICO DE CRIMINOLOGIA (Locais do Kindle 258-274).
Saraiva. Edição do Kindle.

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CONCEITOS IMPORTANTES

O Direito Penal tem como preocupação o crime enquanto norma. Isto


DIREITO PENAL
porque o direito penal é uma ciência normativa.
Ciência empírica e interdisciplinar que se ocupa do estudo do criminoso, da
CRIMINOLOGIA
vítima, do delito e do controle social.
Define estratégias para o controle social. Assim, por exemplo, a política
POLÍTICA CRIMINAL criminal estuda em como diminuir o índice de furtos cometidos em
determinada região.
POLÍTICA Define estratégias que buscam compreender a crise da política criminal,
PENITENCIÁRIA sobretudo nos presídios.

ATENÇÃO

IMPORTANTE SABER: Você já ouviu falar em Política criminal atuarial? Pois bem. São estratégias para
prevenir e reprimir ações criminosas a partir da utilização de estudos matemáticos, cálculos, estatísticas,
controle de riscos, probabilidade, etc. Assim, na política atuarial, o comportamento criminoso é definido
por critérios estatísticos. O surgimento deu-se nos EUA, associado ao sistema Parole Boards. Esse sistema
de política criminal definia quem receberia o livramento condicional por meio de uma análise do fator
reincidência, a partir de fatores pessoais (idade, sexo, etc).
A tese de doutorado de Maurício Stegemann Dieter é sobre a Política Criminal Atuarial. Para ele, a lógica
atuarial consiste na “adoção sistemática do cálculo atuarial como critério de racionalidade de uma ação,
definindo-se como tal a ponderação matemática de dados – normalmente aferidos a partir de
amostragens – para determinar a probabilidade de fatos futuros concretos”. 4

#NÃOESQUECER

4
DIETER, Maurício Stegemann. Política Criminal Atuarial: a criminologia do fim da história. Tese Apresentada ao
Programa de Doutorado em Direito da Universidade Federal do Paraná. Curitiba: UFPR, 2012. P. 05.

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PRIVATIZAÇÃO DOS PRESÍDIOS

Há quem sustente5 que “as elevadas taxas de encarceramento, que não refletem necessariamente
elevadas taxas de criminalidade, bem como a ideologia da mercantilização das relações sociais, são o
substrato para a reafirmação da privatização de presídios. No Brasil, as teorias penais e penitenciárias
modernas, formuladas sobre infraestruturas econômicas de outros países, não encontram lugar ou são
adaptadas, reformuladas e reinterpretadas para a nossa realidade. O atraso das instituições e práticas
penais no Brasil não é explicado por uma suposta má execução dos projetos, mas por uma estrutura social
que combina atraso e modernidade em uma relação de reforço recíproco. Assim, a escravidão brasileira,
símbolo do atraso, se chocava com o ideal de uma sociedade disciplinar e sustentava uma série de
punições corporais truculentas que deixaram vestígios até hoje, porém tinha o seu papel na divisão
internacional do trabalho moderna. Por outro lado, a modernidade vislumbrada na privatização de
presídios toma corpo em uma sociedade como a nossa justamente por ser compatível com várias de suas
características arcaicas, tais como a descentralização do poder em oligarquias, a ambiguidade entre o
público e o privado e o patrimonialismo”6.

COLOQUE AQUI TODOS OS ARGUMENTOS CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DOS PRESÍDIOS NO


BRASIL

REVISTA ÍNTIMA E O ALARMANTE AUMENTO CARCERÁRIO

João Marcos Braga de Melo7 alerta que não é difícil perceber que, no Brasil, por uma cultura
estruturalmente machista, os homens presos recebem o maior número de visitas. Na maioria dos casos,
quando as mulheres estão encarceradas, elas não recebem visitas de seus companheiros. Além disso, tem
sido imposto às mulheres o pesado fardo de manter a unidade familiar pela prestação do afeto,
acolhimento e suporte, mesmo após o encarceramento.

RESUMA A MEDIDA CAUTELAR Nº 259/02 (PRESOS NA BASE MILITAR DOS ESTADOS UNIDOS
EM GUANTÁNAMO) EMITIDA PELA COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS

5
Criminologia no Brasil: histórica e aplicações clínicas e sociológicas/Alvino Augusto de Sá, Davi de Paiva Costa
Tangerino e Sérgio Salomão Schecaira (Coordenadores). Rio de Janeiro, Elsevier, 2011.
6
Idem.
7
https://www.conjur.com.br/2019-mar-15/joao-melo-revista-intima-trafico-encarceramento-feminino

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CRIMINOLOGIA GERAL X CRIMINOLOGIA CLÍNICA

Para Nestor Sampaio8:

CRIMINOLOGIA GERAL CRIMINOLOGIA CLÍNICA


A criminologia geral consiste na sistematização, A criminologia clínica consiste na aplicação dos
comparação e classificação dos resultados obtidos conhecimentos teóricos daquela para o
no âmbito das ciências criminais acerca do crime, tratamento dos criminosos.
criminoso, vítima, controle social e criminalidade

CRIMINALIZAÇÃO PRIMÁRIA, SECUNDÁRIA E TERCIÁRIA

PROCESSO DE CRIMINALIZAÇÃO
PRIMÁRIA É a criminalização de determinados atos.
SECUNDÁRIA É a ação punitiva exercida sobre pessoas determinadas.
TERCIÁRIA É o rótulo de “criminoso” atribuído a determinadas pessoas.

#NÃOESQUECER

VITIMIZAÇÃO PRIMÁRIA, SECUNDÁRIA E TERCIÁRIA

PROCESSO DE VITIMIZAÇÃO
PRIMÁRIA É a provocada pelo cometimento do crime.
É aquela causada pelas instâncias formais de controle social. (Também
SECUNDÁRIA
chamada de sobrevitimização).
TERCIÁRIA Falta de amparo às vítimas.

8
Idem. (Locais do Kindle 387-397). Saraiva. Edição do Kindle.

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ALGUMAS OBSERVAÇÕES IMPORTANTES PARA ACRESCENTAR

VITIMIZAÇÃO X VITIMOLOGIA

VITIMIZAÇÃO VITIMOLOGIA
Vitimização é o processo de ofensa física ou Vitimologia é a disciplina científica que auxilia o
moral à vítima. Direito Penal.

PARA NÃO ESQUECER...

PREVENÇÃO PRIMÁRIA, SECUNDÁRIA E TERCIÁRIA

PROCESSO DE PREVENÇÃO
Consiste na atuação do estado, que concretizando direitos sociais, tem
PRIMÁRIA
como objetivo a diminuição dos índices de criminalidade.
O estado reconhece que falhou no tocante à concretização dos direitos
SECUNDÁRIA sociais e com o objetivo de diminuir os índices de criminalidade, decide
atuar através de medidas paliativas em locais específicos.
Destinada ao apenado, com o objetivo de efetivar a prevenção especial
TERCIÁRIA positiva, ou também chamada de “ressocialização”, a fim de que o apenado
não volte a delinquir...

ALGUMAS OBSERVAÇÕES IMPORTANTES PARA ACRESCENTAR

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RACISMO ESTRUTURAL

O QUE SERIA, ENTÃO, O RACISMO ESTRUTURAL? ESCREVA AQUI

POLICIZAÇÃO E MILITARIZAÇÃO

A policização é a soma de diversos atos praticados pela polícia, geralmente


POLICIZAÇÃO em favelas e com pessoas pobres, que subvertem direitos e garantias
fundamentais constitucionalmente previstas.
Os policiais são treinados dentro de uma lógica militar de enfrentamento,
hierarquia e ordem. Esse paradigma não se adequa mais a necessidade de
MILITARIZAÇÃO uma polícia cidadã, comunitária, que deve ver o cidadão como sujeito de
direito e não como um possível suspeito de atividade criminosa (ALEXANDRE
CICONELLO).

COMPLEMENTAÇÃO CRUCIAL

MODELOS DE REAÇÃO SOCIAL

Vamos analisar cada um deles de forma individualizada, segundo lição do professor Nestor Sampaio
Penteado Filho9:

9
PENTEADO, Nestor Sampaio Filho. Manual esquemático de criminologia/Nestor Sampaio Penteado Filho. – 8. ed.
– São Paulo: Saraiva Educação, 2018. p. 61-62.

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MODELO DISSUASÓRIO Repressão por meio da punição ao agente criminoso, mostrando a


(DIREITO PENAL CLÁSSICO) todos que o crime não compensa e gera castigo.
Intervém na vida e na pessoa do infrator, não apenas lhe aplicando
MODELO RESSOCIALIZADOR
uma punição, mas também lhe possibilitando a reinserção social.
MODELO RESTAURADOR Gera sua restauração, mediante a reparação do dano causado.
(INTEGRADOR) Justiça restaurativa.

MINHAS OBSERVAÇÕES SOBRE OS MODELOS DE REAÇÃO SOCIAL

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DIREITO PENAL
NORMAS PENAIS INCRIMINADORAS E NÃO INCRIMINADORAS

NORMAS PENAIS
INCRIMINADORAS NÃO INCRIMINADORAS
A norma traz, efetivamente, um núcleo do tipo e A norma, aqui, não traz um crime.
sua sanção.
Ex1: excludentes de ilicitude, como a legítima
defesa, estado de necessidade, etc.

OBSERVAÇÕES PARA COMPLEMENTAR

NORMA PENAL EM BRANCO


HOMOGÊNEA (IMPRÓPRIA) HETEROGÊNEA (PRÓPRIA)
O preceito primário é incompleto. O preceito primário é incompleto.

Na homogênea, este conceito incompleto é Na heterogênea, este conceito primário é


complementado por OUTRA norma do MESMO complementado por outra norma de status
status. normativo distinto, que surge de OUTRA fonte de
produção.
Ela pode ser homóloga (homovitelina) e
heteróloga (heterovitelina). Ex.: A lei de Drogas não trouxe o conceito de
drogas, mas este foi dado pela Portaria nº
HOMÓLOGA: o complemento está no mesmo 344/1998.
diploma legal, por exemplo, em artigos
diferentes, mas no mesmo diploma.

HETERÓLOGA: o complemento, apesar de ser


completado por uma norma de MESMO STATUS,
não está no MESMO diploma, mas em diploma
distinto.

CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS

PRINCÍPIOS A SEREM UTILIZADOS NO CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS


“A”, para matar “B” (crime fim), necessariamente terá que lesioná-lo
CONSUNÇÃO (crime meio). Neste caso, em face da consunção, “A” responderá apenas
pelo crime fim (homicídio).
Alguns crimes são subsidiários em relação a outros. Ex.: importunação
SUBSIDIARIEDADE
sexual (art. 215-A). É subsidiário porque o preceito secundário traz o

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seguinte: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não


constitui crime mais grave.
A norma específica afastará a norma genérica.

ESPECIALIDADE Ex.: o crime de infanticídio (art. 123, CP) é especial em relação ao crime
de homicídio (art. 121, CP), dadas as circunstâncias exigidas para a
caracterização do primeiro delito.
Há crimes chamados de “crimes de ação múltipla ou conteúdo variado”,
ALTERNATIVIDADE
que são aqueles que possuem vários núcleos do tipo.

DIFERENCIE CRIME PROGRESSIVO DE PROGRESSÃO CRIMINOSA

INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA, ANALÓGICA E ANALOGIA

INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA ANALOGIA

A lei existe. A lei existe. A lei não existe.


Aqui, amplia-se o conceito do Aqui também se amplia um Analogia é forma de integração,
que a lei dizia. conceito legal quando este é e não de interpretação, como as
encerrado de maneira genérica. demais vistas.

ANALOGIA IN BONAM PARTEM ANALOGIA IN MALAM PARTEM:


Analogia benéfica ao acusado. O principal Analogia maléfica e prejudicial ao acusado. É
exemplo é a remição, que a jurisprudência tem proibida, em razão do princípio da reserva legal
permitido diversos tipos e modalidades (por
estudo, canto em coral, estudo de música,
esporte, etc.).

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PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL

PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL

LEGALIDADE Para que uma infração penal (crime ou contravenção) exista, é preciso haver lei.

O Direito penal só deve atuar em situações relevantes. Dentro da intervenção


INTERVENÇÃO
mínima há dois princípios que dele decorrem: fragmentariedade e
MÍNIMA
subsidiariedade.

OFENSIVIDADE OU Atos internos não são puníveis. Só há crime se houver efetiva lesão ao bem
LESIVIDADE jurídico.
Não se pune a agressão a si mesmo.
Ex.: autolesão, suicídio etc.
ALTERIDADE
Exceção: se o agente se lesionou para tentar receber o seguro DPVAT, por
exemplo, estará cometendo crime.

RESPONSABILIDADE É preciso demonstrar dolo ou culpa. Não há responsabilidade objetiva no direito


SUBJETIVA penal

Estabelece que as penas impostas aos indivíduos devem respeitar a dignidade


HUMANIDADE
desses.

Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de


PESSOALIDADE OU
reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
INTRANSCENDÊNCIA
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o LIMITE do valor do
DA PENA
patrimônio transferido (art. 5, XLV, CF).

Não se pune criminalmente condutas que, embora tipificadas em lei, não


ADEQUAÇÃO SOCIAL
afrontem o sentimento social de justiça.

FRAGMENTARIEDADE SUBSIDIARIEDADE
O Direito Penal deve proteger apenas aqueles bens Apenas quando nenhuma das áreas do direito
jurídicos mais relevantes. conseguir proteger o referido bem jurídico, é que o
direito penal protegerá. É o que a doutrina chama
de “ultima ratio”.

ESCREVA AQUI ALGO IMPORTANTE SOBRE O TEMA

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APLICAÇÃO DA LEI PENAL

TEORIAS SOBRE A LEI PENAL NO TEMPO


ATIVIDADE RESULTADO UBIQUIDADE (MISTA)
O crime considera-se praticado Para a teoria do resultado, o Por fim, para a teoria da
no momento da CONDUTA crime se considera praticado no ubiquidade, o crime considera-
(ação ou omissão). Portanto, momento do RESULTADO. se praticado no momento da
mesmo que o resultado seja em conduta OU do resultado.
outro lugar, para fins penais,
considera-se praticado o crime É por isso que chamam de teoria
no EXATO MOMENTO da mista, pois é a união da teoria do
realização da conduta. resultado com a teoria da
atividade.

SOBRE O TEMA ACIMA, QUAL FOI A TEORIA ADOTADA PELO NOSSO ORDENAMENTO
JURÍDICO? EXPLIQUE NO QUE DIZ RESPEITO AO TEMPO E LUGAR

EXTRA-ATIVIDADE
RETROATIVIDADE ULTRA-ATIVIDADE
Lei revogada continua regulando fatos que
A lei alcança fatos antes da sua vigência.
ocorreram quando esta ainda estava em vigor:
Súmula 711/STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua
vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.

LEX MITIOR ou NOVATIO LEGIS IN MELLIUS (LEI


ABOLITIO CRIMINIS MELHOR)
A abolitio criminis é a supressão total de um O surgimento de uma lex mitior faz com que o
determinado fato, que antes era considerado agente seja beneficiado.
típico.

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ESCREVA AQUI ALGO IMPORTANTE SOBRE O TEMA

O QUE É “LEI EXCPECIONAL”? QUAL A DIFERENÇA PARA “LEI TEMPORÁRIA?”

ABOLITIO CRIMINIS CONTINUIDADE NORMATIVA-TÍPICA


O crime é revogado, mas permanece em outro
O fato deixa de ser punível.
comando normativo.
Súmula 501 do STJ: “É cabível a aplicação retroativa da Lei nº 11.343/2006, desde que o resultado da
incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação
da Lei nº 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis”.

O QUE É “LEX TERTIA”? É ADMITIDA? ANALISE A SÚMULA 501 DO STJ.

COM O PACOTE ANTICRIME, A PENA MÁXIMA DE CUMPRIMENTO DE PENA FOI ALTERADA?

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LEI PENAL NO ESPAÇO

Territorialidade

Do que se trata o princípio da territorialidade?

RESUMA AQUI

Território por extensão

O §1ª do art. 5º, contudo, considera, para efeitos penais, como extensão do território nacional as
embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer
que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.

Lembrem-se, por fim, que também é aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves
ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território
nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil (§ 2º
do art. 5º, CP).

Vejam abaixo quais são os princípios que excepcionam o princípio da territorialidade (regra geral).

Segundo Cleber Masson10 (2014, p. 214), esse princípio autoriza a


submissão à lei brasileira dos crimes praticados no estrangeiro por autor
brasileiro (ativa) ou contra vítima brasileira (passiva).

Personalidade ativa: Para o autor, o agente é punido de acordo com a


PRINCÍPIO DA
lei brasileira, independentemente da nacionalidade do sujeito passivo e
PERSONALIDADE OU DA
do bem jurídico ofendido. É previsto no art. 7.º, I, alínea “d” (“quando o
NACIONALIDADE
agente for brasileiro”), e também pelo inciso II, alínea “b”, do Código
Penal. (2014, p. 214),

Personalidade passiva: nos casos em que a vítima é brasileira. O autor


do delito que se encontrar em território brasileiro, embora seja

10
Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1/Cleber Masson. – 8.ª ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro:
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014.

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estrangeiro, deverá ser julgado de acordo com a nossa lei penal. É


adotado pelo art. 7.º, § 3.º, do Código Penal. (2014, p. 214).
Segundo Masson11, “de acordo com esse princípio, o autor do crime
deve ser julgado em consonância com a lei do país em que for
domiciliado, pouco importando sua nacionalidade. Previsto no art. 7.º,
PRINCÍPIO DO DOMICÍLIO
I, alínea “d” (“domiciliado no Brasil”), do Código Penal, no tocante ao
crime de genocídio no qual o agente não é brasileiro, mas apenas
domiciliado no Brasil.”
“Permite submeter à lei penal brasileira os crimes praticados no
estrangeiro que ofendam bens jurídicos pertencentes ao Brasil,
qualquer que seja a nacionalidade do agente e o local do delito. Adotado
pelo Código Penal, em seu art. 7.º, I, alíneas “a”, “b” e “c”,
compreendendo os crimes contra:
PRINCÍPIO DA DEFESA,
a) a vida ou a liberdade do Presidente da República;
REAL OU DA PROTEÇÃO
b) o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado,
de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia
mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; e

c) a administração pública, por quem está a seu serviço.”12


Para a doutrina13, este princípio é conhecido também como princípio da
justiça cosmopolita, da competência universal, da jurisdição universal,
da jurisdição mundial, da repressão mundial ou da universalidade do
direito de punir, é característico da cooperação penal internacional,
porque todos os Estados da comunidade internacional podem punir os
autores de determinados crimes que se encontrem em seu território,
de acordo com as convenções ou tratados internacionais, pouco
importando a nacionalidade do agente, o local do crime ou o bem
jurídico atingido.

Para Junqueira e Patrícia Vanzolini (2019, p. 41), “o ordenamento


PRINCÍPIO DA JUSTIÇA
jurídico brasileiro reconhece o princípio da justiça universal em dois
UNIVERSAL
casos:

a) Crimes de genocídio: ainda aqui a extraterritorialidade é


incondicionada embora seja exigido, para a aplicação da lei brasileira,
um requisito: que o agente seja brasileiro ou domiciliado no Brasil.

b) Crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir:


trata-se também de situação na qual o parâmetro que determina a
aplicação da lei brasileira é a necessidade de cooperação internacional,
mas, ao contrário da primeira, a extraterritorialidade aqui é
condicionada à presença cumulativa das condições já mencionadas.”

11
Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1/Cleber Masson. – 8.ª ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro:
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014, p. 215.
12
Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1/Cleber Masson. – 8.ª ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro:
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014, p. 215.
13
Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1/Cleber Masson. – 8.ª ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro:
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014, p. 215.

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Esse princípio, como lembra a doutrina14, “é também denominado


princípio do pavilhão, da bandeira, subsidiário ou da substituição, e deve
ser aplicada a lei penal brasileira aos crimes cometidos em aeronaves ou
embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando
estiverem em território estrangeiro e aí não sejam julgados. É adotado
PRINCÍPIO DA
pelo art. 7.º, II, “c”, do Código Penal”.
REPRESENTAÇÃO
CAIU NA DPE-MA-CESPE-2011: Os crimes praticados no estrangeiro, em
embarcações brasileiras mercantes, ficam sujeitos à lei brasileira, desde
que, entre outras condições, não sejam julgados no estrangeiro.15

Lembrem-se que esses casos de extraterritorialidade estão no art. 7º do Código Penal, podendo ser
CONDICIONADA e INCONDICIONADA.

#PARANÃOESQUECER

Em resumo, para Gustavo Junqueira e Patrícia Vanzolini (2019, p. 40)16, pode-se explicar as diferenças
entre extraterritorialidade incondicionada e condicionada da seguinte forma.

NOS CASOS DE EXTRATERRITORIALIDADE EXTRATERRITORIALIDADE


INCONDICIONADA: CONDICIONADA:
“A aplicação da lei brasileira ao crime cometido no “Nos casos arrolados como
estrangeiro independe de qualquer condição. Na extraterritorialidade condicionada, a aplicação
verdade, vai ainda mais longe o Código Penal, da lei brasileira é na verdade subsidiária e fica
estabelecendo que, nessas hipóteses, aplica-se a lei condicionada ao implemento, cumulativo, de
brasileira ainda que o agente já tenha sido absolvido determinadas condições.
ou condenado no estrangeiro pelo mesmo fato.
São elas:
Trata-se, portanto, de exceção expressa ao princípio
do non bis in idem (no sentido da proibição da dupla – entrar o agente em território nacional
acusação pelo mesmo fato), que é, no entanto, brasileiro;
mitigado pela previsão de compensação de penas
previstas no art. 8º. – ser o fato punível também no país em que foi
praticado;

14
Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1/Cleber Masson. – 8.ª ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro:
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014, p. 216.
15
CERTO. Art. 7º, CP: Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: II - os crimes: c) praticados
em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro
e aí não sejam julgados
16
Manual de direito penal: parte geral/Gustavo Junqueira e Patrícia Vanzolini. – 5. ed. – São Paulo: Saraiva Educação,
2019.

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CAIU NA DPE-MA-2011-CESPE: Ficam sujeitos à lei – não ter sido o agente absolvido ou, se
brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os condenado, não ter cumprido pena no país em
crimes contra a vida do presidente da República, que o crime foi praticado;
exceto se o agente tiver sido condenado no
estrangeiro17. – não ter sido o agente perdoado no país em
que o crime foi praticado;
CAIU NA DPE-MA-2011-CESPE: Ficam sujeitos à lei
brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os – não estar extinta a punibilidade nem no Brasil
crimes contra a administração pública praticados nem no país em que o crime foi praticado;
por quem esteja ao seu serviço, exceto se o agente
for absolvido no estrangeiro.18 – estar o crime incluído entre aqueles pelos
quais a lei brasileira autoriza a extradição.”

A extraterritorialidade, como é excepcional, fica adstrita às hipóteses arroladas pelo legislador (no art. 7º
do CP), que podem ser traduzidas através esse quadro comparativo elaborado por Gustavo Junqueira e
Patrícia Vanzolini (2019, p. 40/41)19,

Extraterritorialidade incondicionada Extraterritorialidade condicionada


Aplicação da lei brasileira a crimes cometidos Aplicação da lei brasileira a crimes cometidos fora
fora do território nacional, independentemente do território nacional, desde que presentes,
de qualquer condição. cumulativamente, as condições supraenunciadas.

Hipóteses: Hipóteses:
– Crimes contra a vida ou liberdade do – Crimes que por tratado ou convenção o Brasil se
Presidente da República. obrigou a reprimir.
– Crimes contra o patrimônio ou a fé pública da – Crimes praticados em aeronaves ou embarcações
União, Distrito Federal, Estado, Município, privadas brasileiras, quando no estrangeiro e aí não
empresa pública, sociedade de economia mista, sejam julgados.
fundação pública. – Crimes praticados por brasileiro.
– Crimes contra a Administração Pública, – Crimes praticados contra brasileiro.
praticados por quem está a seu serviço.
– Crimes de genocídio, quando o agente for
brasileiro ou domiciliado no Brasil.

Imunidade Diplomática

No que se refere às imunidades diplomáticas, é preciso saber que são estabelecidas em Convenção
Internacional promulgada no Brasil em 1965 (Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas), vejam:

17
ERRADO. Art. 7º, CP- Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: a) contra a
vida ou a liberdade do Presidente da República § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira,
ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
18
ERRADO. Art. 7º, CP - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: c) contra a
administração pública, por quem está a seu serviço; § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei
brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro
19
Manual de direito penal: parte geral/Gustavo Junqueira e Patrícia Vanzolini. – 5. ed. – São Paulo : Saraiva
Educação, 2019.

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18
REVISÃO - META 1

Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas Assinada em Viena, a 18 de abril de 1961. Aprovada
pelo Decreto legislativo nº 103, de 1964. Ratificada a 23 de fevereiro de 1965. Entrou em vigor para o
Brasil a 24 de abril de 1965. Promulgada pelo Decreto nº 56.435, de 8 de junho de 1965. Publicada no
Diário Oficial de 11 de junho de 1965.

(...)

Art. 31.

1. O agente diplomático gozará da imunidade de jurisdição penal do Estado acreditado. Gozará também
da imunidade de jurisdição civil e administrativa, a não ser que se trate de:

(...)

2. O agente diplomático não é obrigado a prestar depoimento como testemunha. (...)

4. A imunidade de jurisdição de um agente diplomático no Estado acreditado não o isenta da jurisdição


do Estado acreditante.

Art. 32. 1. O Estado acreditante pode renunciar à imunidade de jurisdição dos seus agentes diplomáticos
e das pessoas que gozam de imunidade nos termos do art. 37. 2. A renúncia será sempre expressa.

(...) Art. 37.

1. Os membros da família de um agente diplomático que com ele vivam gozarão dos privilégios e
imunidades mencionados nos artigos 29 e 36, desde que não sejam nacionais do Estado acreditado.

2. Os membros do pessoal administrativo e técnico da Missão, assim como os membros de suas famílias
que com eles vivam, desde que não sejam nacionais do Estado acreditado nem nele tenham residência
permanente, gozarão dos privilégios e imunidades mencionados nos artigos 29 a 35, com a ressalva de
que a imunidade de jurisdição civil e administrativa do Estado acreditado, mencionada no parágrafo 1º
do art. 31, não se estenderá aos atos por eles praticados fora do exercício de suas funções; gozarão
também dos privilégios mencionados no parágrafo 1º do art. 36, no que respeita aos objetos importados
para a primeira instalação.

3. Os membros do pessoal de serviço da Missão, que não sejam nacionais do Estado acreditado nem nele
tenham residência permanente, gozarão de imunidades quanto aos atos praticados no exercício de suas
funções, de isenção de impostos e taxas sobre os salários que perceberem pelos seus serviços e da
isenção prevista no art. 33.

4. Os criados particulares dos membros da Missão, que não sejam nacionais do Estado acreditado nem
nele tenham residência permanente, estão isentos de impostos e taxas sobre os salários que perceberem
pelos seus serviços. Nos demais casos, só gozarão de privilégios e imunidades na medida reconhecida
pelo referido Estado. Todavia, o Estado acreditado deverá exercer a sua jurisdição sobre tais pessoas de
modo a não interferir demasiadamente com o desempenho das funções da Missão.

MINHAS OBSERVAÇÕES

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19
REVISÃO - META 1

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20
REVISÃO - META 1

DIREITO ADMINISTRATIVO
ATOS ADMINISTRATIVOS

Nem todo ato praticado pela administração é ato administrativo. “Atos da administração” (Gestão) é
gênero do qual “Atos administrativos” (Império) é uma das espécies.

Espécies de atos da administração

• Atos privados: sem prerrogativas de direito público;


• Atos políticos: praticados no exercício função política, ex.: declaração de guerra. Esses atos gozam
de discricionariedade ampla, portanto, não estão sujeitos ao controle judicial genérico/ abstrato;
• Atos materiais/fatos administrativos: (abarca os fatos da natureza e os atos materiais praticados
pela administração) - são mera execução da atividade pública;
• Atos administrativos: são aqueles praticados pela administração no exercício da função
administrativa, sob o regime de direito público e que ensejam a manifestação de vontade da
administração pública.

Classificação dos Atos Administrativos

• Atos Discricionários: a administração pública tem margem de escolha, dentro dos limites da Lei,
com base nos critérios de oportunidade e conveniência – mérito administrativo; o judiciário
apenas controla os limites de mérito, definidos na Lei.
• Atos Vinculados: todos os elementos do ato administrativo estão previstos na lei, não há margem
para discricionariedade;
• Atos Gerais: não se individualizam as pessoas que serão atingidas pelo ato;
• Atos Individuais: individualizam as pessoas que serão atingidas pelo ato;
• Atos de império (ius imperi): a administração atua com todas as prerrogativas e garantias de
direito público;
• Atos de gestão (ius gestiones): a administração atua no exercício de direito privado, em condição
de igualdade com o particular;
• Atos de expediente: dão andamento aos expedientes da administração pública; visam dar
execução à atividade da administração, ex.: despacho saneador num processo administrativo;
• Atos restritivos: impõem obrigações e aplicam penalidades. Restringem liberdades;
• Atos ampliativos: atos por meio dos quais a administração concede vantagens;
• Atos simples: estão perfeitos e acabados com uma única manifestação de vontade (seja de uma
pessoa ou um órgão), ex.: nomeação de um analista do TRT;
• Atos complexos: estão perfeitos e acabados com a soma de duas vontades absolutamente
independentes; ex.: a nomeação de um procurador da fazenda nacional – é feita com uma
portaria assinada pelo AGU e pelo Ministério da Fazenda. Da mesma maneira a aposentadoria,
que somente se aperfeiçoa com o exame de sua legalidade e consequente registro no tribunal
de contas competente.
• Atos compostos: há duas vontades, uma delas é principal e a outra é acessória, dependente da
primeira. A segunda vontade ratifica a primeira, se esta foi praticada de forma regular.
• Atos normativos: decorrem do exercício do poder normativo, são atos por meio dos quais a
administração pública expede normas gerais e abstratas, dentro dos limites da Lei.

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21
REVISÃO - META 1

#NÃOESQUECER

Espécies de atos normativos

- Regulamentos (ato) ou Decretos (forma do ato): são atos privativos do poder executivo. Podem ser
executivos, quando expedidos para fiel execução da lei, ou autônomos, quanto expedidos para substituir
o texto Legal (únicas hipóteses no Brasil, art. 84, VI da CF/88) - “o regulamento é expedido por meio de
um decreto”.
- Avisos/avisos ministeriais: são os atos normativos dos ministérios e secretarias municipais e estaduais.
São atos normativos para as autoridades imediatamente inferiores ao chefe do executivo.
- Instruções/Instruções Normativas/IN’s: atos normativos de outras autoridades públicas que não sejam
o chefe do executivo e os seus imediatamente inferiores (ministros ou secretários).
- Resoluções: atos normativos praticados pelos órgãos colegiados e agências reguladoras, visto que
manifestam seu poder normativo por meio de um conselho diretivo.
- Deliberações: trata-se de ato normativo expedido pelos órgãos colegiados, como representação de
vontade da maioria dos agentes que o representam.

Atos ordinatórios

Os atos ordinatórios são atos internos praticados no exercício do poder hierárquico. Manifestam-se para
organizar a estrutura interna do órgão. Não ensejam obrigações externas.

Espécies de atos ordinatórios:

- Portarias: são atos ordinatórios individuais, ex.: nomeação, férias, vacância.


- Circulares: Estabelece normas internas uniformes dentro da estrutura administrativa.
- Ordens de Serviço: ato por meio do qual se ordena o serviço do órgão.
- Memorandos: espécie de ato de comunicação; é interno porque se dá entre agentes de um mesmo
órgão.
- Ofícios: espécie de ato de comunicação; usado para comunicação entre autoridades de órgãos
diferentes ou entre uma autoridade pública e um particular.

MINHAS ANOTAÇÕES IMPORTANTES

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22
REVISÃO - META 1

Atos negociais

Os atos negociais são atos por meio dos quais o Estado concede ao particular alguma coisa pleiteada por
ele. O ato negocial é ampliativo.
- Licença: é ato de polícia, por meio do qual se permite que o particular faça uso material de atividades
fiscalizadas pelo Estado. É vinculada porque há critérios objetivos estabelecidos em Lei.
- Autorização: ato administrativo discricionário e precário. Não gera direito adquirido, portanto não se
fala em indenização. Há duas espécies de autorização no direito administrativo: - para uso de bens
públicos (quando para uso anormal ou privativo de bens de uso comum do povo) e - autorização de polícia
para uso material de atividades fiscalizadas pelo poder público, ex.: porte de arma, abertura de escola.
- Permissão: a única permissão que continua sendo ato administrativo negocial é a permissão de uso. Esta
é um ato discricionário e precário por meio do qual o Estado permite ao particular a utilização de um bem
público de forma anormal, privativa ou especial. Difere-se da autorização de uso porque esta é feita no
interesse do particular, ao passo que a permissão é feita no interesse público. Ex.: feira de artesanato na
praça, banca de revista na calçada, ambas difundem cultura.
- Admissão: ato por meio do qual o Estado permite que o particular usufrua de um serviço prestado por
ele. Ex. admissão em escola pública, internação em hospital.

Atos enunciativos

Os atos enunciativos atestam ou reconhecem situações de fato ou de direito (há quem entenda que são
atos da administração) – não há imperatividade nos atos enunciativos.
- Certidão: a situação já está registrada e o que se expede é o espelho desse registro, ex.: negativa de
débitos.
- Atestado: aqui a administração precisa verificar uma situação de fato para atestar depois, ex.: atestado
médico.
- Apostila/averbação: ato por meio do qual a administração pública acrescenta informações a um registro
público.
- Pareceres: por meio dos pareceres a administração pública expede opinião acerca de determinada
situação. Em regra, são opinativos e não vinculantes, salvo disposição legal em contrário. Ainda, podem
ser facultativos ou obrigatórios. Por fim, porque em regra opinativos, caso algum ato da administração
siga o parecer, quem o elaborou apenas responderá se o fez dolosamente.

PONDERAÇÕES IMPORTANTES SOBRE O TEMA

Atos punitivos

Esses atos punitivos, como o próprio nome aduz, aplicam penalidades. Podem decorrer do poder de
polícia, quando estabelecem sanções decorrentes do descumprimento de normas gerias, ou do poder
disciplinar, quando decorrentes de vínculo especial com o poder público. São atos restritivos. Deve ser
precedido de um devido processo legal mediante respeito ao contraditório e a ampla defesa.

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23
REVISÃO - META 1

Dos atributos do ato administrativo

Quando a administração pública pratica atos administrativos, pratica-os em nível de desigualdade com o
particular. As garantias e prerrogativas que o Estado goza na prática dos atos administrativos recebem o
nome de atributos do ato administrativo.

• Presunção de veracidade (fé pública): todos os fatos alegados pela administração têm presunção
juris tantum de veracidade – inversão do ônus da prova para que o particular apresente prova
negativa;
• Presunção de legitimidade: todo ato administrativo presume-se produzido de acordo com a lei,
até que se prove o contrário (juris tantum).
• Imperatividade: os atos que geram obrigação, atos restritivos, gozam o atributo da
imperatividade; implica dizer que impõem obrigações unilateralmente, dentro dos limites da Lei.
Não precisam de concordância do particular; ex.: proibição de estacionar.
• Exigibilidade/Coercibilidade: possibilidade de ser valer de meios indiretos de coerção a fim de
exigir a obrigação anteriormente imposta; ex.: multa por estacionar em local obrigatório.
• Autoexecutoriedade/Executoriedade: possibilidade de se valer de meios diretos de execução. A
autoexecutoriedade não está presente em todos os atos; para a doutrina majoritária esse
atributo se limita às situações previstas em Lei e aos casos de urgência. A autoexecutoriedade
adia o contraditório (contraditório diferido) porque o particular só apresenta suas razões depois
da prática do ato e, ainda, afasta o controle jurisdicional prévio uma vez que a administração
pratica o ato sem a necessidade de consentimento judicial. Ex.: reboque.

OBS.: Maria D’Pietro entende que a autoexecutoriedade é gênero do qual a executoriedade e a


coercibilidade são espécies. Este entendimento é isolado.

• Tipicidade – aplicação direta do princípio da legalidade. Todo ato administrativo corresponde a


um tipo legal previamente definido. Também criado pela Maria D’Pietro.

A análise de um ato administrativo passa por três planos, conforme segue:

• Perfeição: cumprimento de todas as etapas para a sua formação;


• Validade: adequação do ato à Lei, editado conforme a Lei;
• Eficácia: diz respeito à produção de efeitos. Normalmente o efeito é imediato, exceto se houver
termo inicial diferido ou condição.

Em virtude da presunção de legitimidade dos atos administrativos, enquanto a validade de um ato não
seja questionada é possível que um ato administrativo inválido produza efeitos.

Dos elementos/requisitos do ato administrativo (art. 2º da Lei nº 4717/65):

• Competência/sujeito competente – elemento sempre vinculado: agente público que a lei tenha
dado competência para a prática do ato. A competência é imprescritível (não se perde pelo
desuso), irrenunciável (não se pode abrir mão) e improrrogável (não se ganha pelo uso).
Entretanto, a Lei 9784/99 autoriza temporariamente a delegação, para agentes de mesma

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24
REVISÃO - META 1

hierarquia e de hierarquia inferior20, e a avocação de competência, neste caso, de agente cuja


hierarquia seja inferior.

OBS 1: Quem pratica o ato é quem responde por ele, ainda que o tenha feito por delegação. Súmula 510
do STF.
OBS 2: A delegação não transfere competência, mas a estende/amplia; assim, o agente delegante se
mantém competente e torna competente o agente delegado, dá-se a isto o nome de cláusula de reserva.
OBS 3: Não existe delegação genérica. Deve-se dizer qual a competência e qual o prazo de sua duração.
OBS 4: Avocação é tomar para si temporariamente competência de outro agente cuja hierarquia seja
inferior.
OBS 5: É vedada a delegação e a avocação de competência para: - edição de atos normativos; - para
decisão de recurso hierárquico e - nos casos de competência exclusiva. Nota: O art.84, § Único da CF/88,
prevê que nos casos do inciso VI a competência pode ser delegada para Ministros de Estado, PGR e ao
AGU.

• Finalidade – elemento sempre vinculado: diz o que o ato almeja/ pretende alcançar. Finalidade
genérica: interesse público. Finalidade específica: definida na lei.

OBS.: No que tange a finalidade genérica, esta é sempre discricionária, uma vez que o “interesse público”
é um conceito jurídico indeterminado e cabe ao administrador fazer essa valoração. Portanto, há exceção
à regra de que a finalidade é elemento sempre vinculado.

• Forma – elemento sempre vinculado: meio pelo qual o ato administrativo se apresenta. Aplica-
se a instrumentalidade das formas.

OBS: No que diz respeito a este elemento, pode haver discricionariedade sempre que a lei não disser
expressamente qual é a forma do ato. Portanto, há exceção à regra de que a forma é elemento sempre
vinculado.

• Objeto – pode ser elemento discricionário/não vinculado: deve ser lícito, possível e
determinado/determinável. Diz respeito aquilo que o ato dispõe. É a consequência que a ato
enseja no mundo jurídico. É a consequência principal do ato. É possível também a existência de
efeitos secundários e podem ser: - reflexos: quando afeta pessoa que não estava vinculada
diretamente na prática do ato; ou - prodrômico: enseja a prática de outro ato.

OBS.: Doutrinadores minoritários diferenciam o objeto do conteúdo. Afirmam que conteúdo é a


disposição do ato e que o objeto é a coisa ou pessoa sob a qual o ato recai. Ex.: desapropriação de uma
casa: conteúdo – desapropriação, objeto – casa.

• Motivo: são as razões que justificam a prática do ato; é a situação jurídica e fática que dá ensejo
a sua prática. O motivo justifica e determina a prática do ato, mas não se confunde com
motivação; esta implica na exposição daquele. Em algumas situações a Lei ou a CF dispensa a
motivação, ex. art. 37, II da CF (exoneração de servidor comissionado); entretanto, se esta
motivação for feita ela passa a integrar o ato administrativo e, estando viciado, torna possível a
anulação deste – teoria dos motivos determinantes.

20 Inclusive na delegação não é necessário que haja hierarquia entre a autoridade delegante e a autoridade
delegada; situação diversa se encontra na avocação, em que necessariamente deve haver hierarquia entre a
autoridade avocadora e a autoridade avocada.

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25
REVISÃO - META 1

O QUE É “MOTIVAÇÃO ALIUNDE”?

Extinção dos atos administrativos

• Extinção natural: pelo cumprimento dos efeitos ou advento do termo final;


• Desaparecimento da coisa ou pessoa: sob a qual o ato recai;
• Renúncia: abdicação pelo beneficiário do ato; é modalidade de extinção específica dos atos
ampliativos.
• Retirada: são situações de extinção precoce. Cinco hipóteses: anulação, revogação, cassação,
caducidade e contraposição.

- Anulação: retirada de um ato administrativo em virtude de um vício originário de ilegalidade (nulidade


absoluta/ ato nulo). A anulação produz efeitos ex tunc (retroage a data de edição do ato para que ele não
produza efeitos desde a sua origem), ressalvados os direitos adquiridos de terceiro de boa fé (não existe
direito adquirido em ato nulo, o que existe é a manutenção de alguns de seus efeitos em virtude da teoria
da aparência). A anulação pode ser feita pela administração pública em nome do princípio da autotutela
ou pelo poder judiciário em nome do princípio da inafastabilidade.
- Revogação: constitui forma de retirada de atos administrativos válidos, por motivo de mérito
(oportunidade e conveniência). A revogação produz efeitos ex nunc, portanto, só atinge os efeitos futuros
do ato. A revogação só pode ser feita pela própria administração - Súmula 473 do STF e é expressão do
exercício da autotutela.
Atos vinculados: no ato vinculado não existe análise de mérito, por este motivo, não há possibilidade de
sua revogação.
Atos consumados: já produziu todos os efeitos que deveria, portanto é impossível a sua revogação.
- Cassação: forma de retirada por motivo de ilegalidade superveniente. Há cassação quando o
beneficiário do ato deixa de cumprir os requisitos necessários para a validade deste.
- Caducidade: forma de retirada por motivo de ilegalidade superveniente. Há caducidade quando uma
inovação legislativa faz com que o ato que era válido na origem se torne inválido.
- Contraposição/Derrubada: retirada de um ato administrativo em virtude do surgimento de novo ato
contraposto ao primeiro.

#NÃOESQUECER

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26
REVISÃO - META 1

DIREITO CIVIL
CAPACIDADE

CAPACIDADE DE DIREITO CAPACIDADE DE FATO OU DE EXERCÍCIO


Qualquer ser humano, independentemente de É a capacidade de exercer, por si só, os atos da
qualquer outro atributo, tem total possibilidade vida civil. Em regra, a capacidade civil inicia-se
de adquirir direito e contrair obrigações. aos 18 anos (maioridade civil).

TEORIAS DA PERSONALIDADE

TEORIA NATALISTA A pessoa natural adquire direitos a partir do momento em que nasce.

A personalidade Civil inicia-se desde a concepção.


Adotada pelo STJ, pelos tratados internacionais e grande parte da doutrina
(Pontes de Miranda e Teixeira de Freitas).
TEORIA
Enunciado nº 1, do Conselho da Justiça Federal (CJF), aprovado na I Jornada
CONCEPCIONISTA
de Direito Civil: “A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o
natimorto no que concerne aos direitos da personalidade, tais como nome,
imagem e sepultura”.
Embora para esta teoria a personalidade comece desde a concepção, esta
TEORIA DA
fica sujeita a condição suspensiva, qual seja, o nascimento com vida.
PERSONALIDADE
CONDICIONAL
Minoritária no Brasil.

#NÃOESQUECER

Maria Helena Diniz (citado por Flávio Tartuce, 2018, p. 89) classifica a personalidade jurídica em formal e
material:

PERSONALIDADE JURÍDICA FORMAL PERSONALIDADE JURÍDICA MATERIAL


É aquela relacionada com os direitos da Mantém relação com os direitos patrimoniais, e o
personalidade, o que o nascituro já tem desde a nascituro só a adquire com o nascimento com
concepção. vida, segundo a doutrinadora.

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27
REVISÃO - META 1

CONCEITOS IMPORTANTES

O ser humano que já foi concebido e encontra no ventre materno, ainda


NASCITURO em gestação. Ou seja, o nascituro é o ser que já foi concebido e ainda
não nasceu.
O concepturo é aquele que ainda não foi concebido, embora haja a
CONCEPTURO
esperança de que venha a ser.21
Surge da junção dos gametas masculino e feminino. Para o STF, o
EMBRIÃO embrião in vitro não é pessoa (ADI 3510-DF), mas um bem a ser
protegido.
Embrião excedentário é aquele que não foi implantado no útero
EMBRIÃO
materno, razão pela qual constitui o embrião que sobrou no processo
EXCENDENTÁRIO
de fertilização artificial (excedentário).
A reprodução medicamente assistida, também chamada procriação
REPRODUÇÃO
medicamente assistida, contempla o uso de diferentes técnicas médicas
MEDICAMENTE ASSISTIDA
para auxiliar a reprodução humana.

Em resumo, a inseminação artificial é uma técnica em que médicos capacitam o material genético
masculino e colocam dentro do útero materno, aumentando as chances de êxito da concepção.

DIFERENCIE, BREVEMENTE, FECUNDAÇÃO HOMÓLOGA DE HETERÓLOGA

CASO ARTAVIA MURILLO E OUTROS VS COSTA RICA

No caso Artavia Murillo e outros VS Costa Rica, a Corte IDH entendeu que a fertilização in vitro não viola
o direito à vida, previsto no artigo 4.1 da Convenção Americana de Direitos Humanos.

21 Inclusive a figura do concepturo possui previsão na sucessão testamentária, conforme se depreende do art. 1.799
do CC: Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder: I - os filhos, ainda não
concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão;

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28
REVISÃO - META 1

INCAPACIDADE

ABSOLUTAMENTE INCAPAZES RELATIVAMENTE INCAPAZES


São absolutamente incapazes de exercer • Os maiores de dezesseis e menores de
pessoalmente os atos da vida civil os menores de dezoito anos;
16 (dezesseis) anos. Apenas eles.
• Os ébrios habituais e os viciados em tóxico;

• Aqueles que, por causa transitória ou


permanente, não puderem exprimir sua
vontade; e

• Os pródigos.

MINHAS OBSERVAÇÕES

EMANCIPAÇÃO

Pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro,


VOLUNTÁRIA mediante instrumento público, independentemente de
homologação judicial.
Requerida judicialmente quando o adolescente está sujeito à
JUDICIAL
tutela, por exemplo, desde que tenha 16 anos pelo menos.
II - pelo casamento;
ESPÉCIES DE
EMANCIPAÇÃO III - pelo exercício de emprego público efetivo;

LEGAL IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;

V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de


relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com
dezesseis anos completos tenha economia própria.

IDADE NÚBIL

FALE SOBRE A IDADE NÚBIL NO BRASIL APÓS A LEI Nº 13.811/2019


#NÃOESQUECER

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29
REVISÃO - META 1

O FIM DA PERSONALIDADE

MORTE REAL Se configura com a morte encefálica (Lei de Transplante de Órgãos).


Há casos em que não se permitirá aferir se a morte foi real, razão pela qual a
lei traz hipóteses de presunção da morte COM ou SEM declaração de ausência.
MORTE É possível decretar a ausência, a fim de que o tempo passe e o sujeito
PRESUMIDA reapareça. Ou pode decretar a morte presumida sem a declaração de
ausência, em situações mais extremas.
Presume-se a morte, nos casos de ausência, após aberta a sucessão definitiva.
PRESUNÇÃO DE I- se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
MORTE SEM
DECRETAÇÃO DE II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for
AUSÊNCIA encontrado até dois anos após o término da guerra.
É a morte simultânea entre duas ou mais pessoas que, quando não é possível
COMORIÊNCIA saber quem morreu primeiro. Isso é importante porque, a depender de quem
tenha morrido primeiro, a sucessão poderá ser distinta.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
#NÃOESQUECER

DIREITOS DA PERSONALIDADE

O professor Flávio Tartuce22, em sua obra “Manual de Civil Volume Único”, 2018, p. 106/107, traz o
conceito de “direitos da personalidade” na visão de diversos doutrinadores, vejamos:

22
Tartuce, Flávio Manual de direito civil: volume único/Flávio Tartuce. – 8. ed. rev, atual. e ampl. – Rio de Janeiro:
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018.

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30
REVISÃO - META 1

“Direitos da personalidade dizem-se as faculdades jurídicas cujo


RUBENS LIMONGI FRANÇA objeto são os diversos aspectos da própria pessoa do sujeito, bem
assim da sua projeção essencial no mundo exterior”.
“São direitos subjetivos da pessoa de defender o que lhe é próprio,
ou seja, a sua integridade física (vida, alimentos, próprio corpo vivo
ou morto, corpo alheio, vivo ou morto, partes separadas do corpo
MARIA HELENA DINIZ vivo ou morto); a sua integridade intelectual (liberdade de
pensamento, autoria científica, artística e literária) e sua
integridade moral (honra, recato, segredo pessoal, profissional e
doméstico, imagem, identidade pessoal, familiar e social)”.
“Direitos da personalidade são direitos subjetivos que têm por
FRANCISCO AMARAL objeto os bens e valores essenciais da pessoa, no seu aspecto físico,
moral e intelectual”.
“Consideram-se, assim, direitos da personalidade aqueles direitos
subjetivos reconhecidos à pessoa, tomada em si mesma e em suas
necessárias projeções sociais. Enfim, são direitos essenciais ao
CRISTIANO CHAVES DE FARIAS E
desenvolvimento da pessoa humana, em que se convertem as
NELSON ROSENVALD
projeções físicas, psíquicas e intelectuais do seu titular,
individualizando-o de modo a lhe emprestar segura e avançada
tutela jurídica”.
PABLO STOLZE GAGLIANO E “Aqueles que têm por objeto os atributos físicos, psíquicos e morais
RODOLFO PAMPLONA FILHO da pessoa em si e em suas projeções sociais.”

CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE

Veremos, em síntese, as principais características dos direitos da personalidade segundo Carlos Roberto
Gonçalves (2017, p. 203).

Essas características, mencionadas expressamente no dispositivo legal


supratranscrito, acarretam a indisponibilidade dos direitos da
personalidade. Não podem os seus titulares deles dispor,
INTRANSMISSIBILIDADE E
transmitindo-os a terceiros, renunciando ao seu uso ou abandonando-
IRRENUNCIABILIDADE
os, pois nascem e se extinguem com eles, dos quais são inseparáveis.
Evidentemente, ninguém pode desfrutar em nome de outrem bens
como a vida, a honra, a liberdade, etc.
O caráter absoluto dos direitos da personalidade é consequência de
sua oponibilidade erga omnes. São tão relevantes e necessários que
ABSOLUTISMO
impõem a todos um dever de abstenção, de respeito. Sob outro
ângulo, têm caráter geral, porque inerentes a toda pessoa humana.
É ilimitado o número de direitos da personalidade, malgrado o Código
Civil, nos arts. 11 a 21, tenha se referido expressamente apenas a
NÃO LIMITAÇÃO alguns. Reputa-se tal rol meramente exemplificativo, pois não esgota
o seu elenco, visto ser impossível imaginar-se um numerus clausus
nesse campo.
Essa característica é mencionada pela doutrina em geral pelo fato de
os direitos da personalidade não se extinguirem pelo uso e pelo
IMPRESCRITIBILIDADE decurso do tempo, nem pela inércia na pretensão de defendê-los.
Embora o dano moral consista na lesão a um interesse que visa a
satisfação de um bem jurídico extrapatrimonial contido nos direitos da

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31
REVISÃO - META 1

personalidade, como a vida, a honra, o decoro, a intimidade, a


imagem, etc. A pretensão à sua reparação está sujeita aos prazos
prescricionais estabelecidos em lei, por ter caráter patrimonial.
Os direitos da personalidade inatos não são suscetíveis de
NÃO SUJEIÇÃO A desapropriação, por se ligarem à pessoa humana de modo
DESAPROPRIAÇÃO indestacável. Não podem dela ser retirados contra a sua vontade, nem
o seu exercício sofrer limitação voluntária (CC, art. 11).
Os direitos da personalidade inatos são adquiridos no instante da
concepção e acompanham a pessoa até sua morte. Por isso, são
VITALICIEDADE vitalícios. Mesmo após a morte, todavia, alguns desses direitos são
resguardados, como o respeito ao morto, à sua honra ou memória e
ao seu direito moral de autor, por exemplo.

O PROCESSO DE AUSÊNCIA

AUSÊNCIA: É aquele que desaparece do seu domicílio sem dele haver notícia, se não houver deixado
representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens.

O processo de ausência tem 3 fases:


1. Curadoria dos bens do ausente.
2. Sucessão provisória
3. Sucessão definitiva.

FASE DA CURADORIA DOS BENS

Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado
representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer
interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário
que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes.
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as circunstâncias,
observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores.
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de
dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador.
§ 1º Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta
ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.
§ 2º Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos.
§ 3º Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador.

DA SUCESSÃO PROVISÓRIA

Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou
procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se
abra provisoriamente a sucessão.
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados:
I - o cônjuge não separado judicialmente;
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;
IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas.

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32
REVISÃO - META 1

Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta
dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do
testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.
§ 1º Findo o prazo a que se refere o art. 2, e não havendo interessados na sucessão provisória, cumpre
ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente.
§ 2º Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventário até trinta dias depois de
passar em julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos
bens do ausente pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823 .
Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão dos bens móveis,
sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União.
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles,
mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos.
§ 1º Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo,
será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro
herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia.
§ 2º Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros,
poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar,
quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína.
Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão representando ativa e passivamente o
ausente, de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas.
Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará seus todos
os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem; os outros sucessores, porém, deverão capitalizar
metade desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29 , de acordo com o representante do
Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz competente.
Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada,
perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos.
Art. 34. O excluído, segundo o art. 30 , da posse provisória poderá, justificando falta de meios, requerer
lhe seja entregue metade dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria.
Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a época exata do falecimento do ausente, considerar-se-
á, nessa data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele tempo.
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória,
cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as
medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono.

DA SUCESSÃO DEFINITIVA

Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão
provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções
prestadas.
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos
de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.
Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de
seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se
acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem
recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.
Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum
interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou
do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União,
quando situados em território federal.

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33
REVISÃO - META 1

REGISTRO E AVERBAÇÃO

REGISTRADO EM REGISTRO PÚBLICO AVERBADO EM REGISTRO PÚBLICO


I - as sentenças que decretarem a nulidade ou
anulação do casamento, o divórcio, a separação
I - os nascimentos, casamentos e óbitos;
judicial e o restabelecimento da sociedade
conjugal;
II - a emancipação por outorga dos pais ou por II - os atos judiciais ou extrajudiciais que declararem
sentença do juiz; ou reconhecerem a filiação.
III - a interdição por incapacidade absoluta ou
relativa;
IV - a sentença declaratória de ausência e de
morte presumida.

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34
REVISÃO - META 1

DIREITO EMPRESARIAL
TEORIA GERAL DO DIREITO SOCIETÁRIO

Uma sociedade é caracterizada por uma união de PESSOAS (universitas personarum), com finalidade
lucrativa e econômica. Diversamente ocorre nas universitas bonorum (ex.: fundação), que se centralizam
na figura de um patrimônio, com destinação certa.

Segundo o art. 981 do Código Civil, com o contrato de sociedade, pessoas23 se obrigam reciprocamente
a contribuir, por meio de bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica, partilhando entre os
mesmos os resultados24 dessa atividade.

São dois os tipos societários que não admitem a contribuição dos sócios por meio de serviços: a)
sociedade limitada; e b) sociedade anônima.

Em regra, para que haja uma sociedade é necessário que haja dois ou mais sócios, no entanto existem
agora três exceções à pluralidade de sócios em uma pessoa jurídica: a) a sociedade unipessoal de
advocacia b) a sociedade subsidiária integral e c) a sociedade limitada unipessoal.

CLASSIFICAÇÃO

QUANTO AO OBJETO SOCIAL


Calcado no conceito do art. 966 do Código Civil, a sociedade empresária
é aquela que exerce profissionalmente atividade econômica organizada
SOCIEDADE EMPRESÁRIA
para a produção ou a circulação de bens ou serviços. É registrada perante
a Junta Comercial. Ex.: Sociedade Anônima.
O parágrafo único do art. 966 do Código Civil também explica o conceito
de sociedade simples quando diz que não se considera sociedade
SOCIEDADE SIMPLES empresária o exercício de profissão intelectual, de natureza literária,
científica ou artística, mesmo que com o concurso de auxiliares. É
registrada perante o cartório. Ex.: Cooperativas25.

QUANTO À CONSTITUIÇÃO E DISSOLUÇÃO

Como o nome sugere, são criadas por contrato social e aplicam-se as regras
CONTRATUAIS
expressas no Código Civil quando da sua dissolução.

São criados por estatuto social, e aplicam-se as normas previstas na Lei


INSTITUCIONAIS
6.404 (Lei que trata das Sociedades por Ações) para a sua dissolução.

23
Pessoal, podemos ter uma pessoa jurídica como integrante de uma sociedade, são as famosas holdings.
24
Veja que quando eu falo resultado, estou englobando tanto lucro quanto eventuais prejuízos. Cuidado com as
pegadinhas de prova!
25
#LEISECAÉVIDA Segundo o parágrafo único do art. 982 do Código Civil: “Independentemente do objeto, considera-
se empresária a sociedade por ações e, simples, a cooperativa”.

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35
REVISÃO - META 1

QUANTO À RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS


RESPONSABILIDADE Os sócios respondem até o limite do valor do capital que integralizou. Ex.:
LIMITADA Sociedade Anônima.

RESPONSABILIDADE Os sócios respondem pessoalmente (com seus patrimônios) pelas dívidas


ILIMITADA da sociedade. Ex.: Sociedade em comum

Há sócios que respondem limitadamente e outros que respondem


RESPONSABILIDADE
ilimitadamente. Ex.: Sociedade em Comandita (seja simples ou por
MISTA
ações).

#ANOTAÇÕES
#NÃOESQUECER

QUANTO À COMPOSIÇÃO

Nesses casos há o chamado affectio societatis, ou seja, dá-se importância


DE PESSOAS aos atributos pessoais de cada sócio. Por isso é necessário autorização dos
demais sócios para a entrada de um novo no quadro social.

Os atributos pessoais dos sócios são irrelevantes, por isso qualquer um


DE CAPITAL pode compor o quadro social, independentemente de anuência dos
demais.

TIPOS SOCIETÁRIOS IMPORTANTES PARA PROVA

Deve-se destacar e relembrar, conforme foi dito anteriormente, que a classificação em SOCIEDADE
EMPRESÁRIA E SOCIEDADE SIMPLES não se trata de uma classificação com base nos tipos societários, e
sim conforme o objeto social da pessoa jurídica. Portanto, destacamos que existem 5 tipos societários
previstos legalmente para as sociedades empresárias26, quais sejam:

26
#NÃOESQUEÇA Saiba que não se admite tipo societário atípico (no que se refere às sociedades empresárias,
(guarde essa informação!). Assim, se o examinador vier com uma conversinha dizendo que é possível a criação de
uma sociedade empresária com um tipo societário diferente dos aqui expostos, vá logo marcando ERRADO na
alternativa.

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36
REVISÃO - META 1

EM NOME
COLETIVO
COMANDITA

SOCIEDADES
SIMPLES
SOCIEDADE
EMPRESARIAIS
LIMITADA

SIMPLES ANÔNIMA

COMANDITA POR
AÇÕES

Já quanto às sociedades simples, a lei não traz nenhum tipo societário (mas admite a utilização dos tipos
previstos para as sociedades empresárias), e assim o entendimento aqui é diametralmente oposto, uma
vez que se admite a criação de sociedades com tipos societários não previstos.

MINHAS OBSERVAÇÕES

A AQUISIÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA PELAS SOCIEDADES

A existência da personalidade jurídica das pessoas jurídicas se dá com o registro no órgão competente.

No caso das sociedades empresárias, como foi dito anteriormente, o registro se dará na Junta Comercial,
já no caso das sociedades simples o mesmo será feito no Cartório.

SOCIEDADES NACIONAIS, ESTRANGEIRAS E AUTORIZAÇÃO PARA FUNCIONAMENTO

É preciso saber que para uma sociedade ser considerada como nacional, faz-se necessário apenas que
seja criada de acordo com as leis brasileiras, além de possuir sede no Brasil. Por outro lado, acaba sendo
óbvio afirmar que aquela que não observar os requisitos expostos, será considerada como uma sociedade
estrangeira. Nesses casos, vale salientar que para o funcionamento destas é necessário, antes de realizar
o registro na Junta Comercial, uma autorização do Poder Executivo (art. 1.134 do CC). Além disso, o
diploma civilista exige (art. 1.138) que a sociedade estrangeira tenha um representante permanente no
Brasil (é necessário a averbação do instrumento que o nomeou junto ao ato constitutivo da sociedade),
com poderes para resolver quaisquer questões, além de receber citação judicial pela sociedade.

CONSTITUIÇÃO DE SOCIEDADE ENTRE CÔNJUGES

O Código Civil admite a constituição de sociedade (seja ela empresária ou simples) que tenha como sócios
cônjuges (apenas entre estes ou também com terceiros), desde que não sejam casados no regime de

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37
REVISÃO - META 1

separação obrigatória de bens27, nem no da comunhão universal (art. 977). Vale destacar que não se
aplica a referida vedação aos casos de sociedades constituídas antes da vigência do Código Civil de 2002.

TRANSFORMAÇÃO, INCORPORAÇÃO, FUSÃO E CISÃO

A sociedade empresária muda de um tipo para outro. Em regra, exige votação


unânime, exceto se houver disposição em contrário no contrato social ou no
TRANSFORMAÇÃO
estatuto. O sócio dissidente poderá retirar-se da sociedade. Ex.: O caso de uma
sociedade limitada que se transforma em uma sociedade anônima.
Há a absorção de uma ou mais sociedades por outra. A sociedade que incorpora
a(s) outra(a) irá suceder-lhe em todos os direitos e obrigações, devendo ser
INCORPORAÇÃO aprovada por todos, na forma estabelecida para os respectivos tipos societários.
A sociedade incorporada é extinta, mas não surge uma nova sociedade,
permanece apenas a incorporadora.
Na fusão há a união de duas ou mais sociedades, que se extinguem, para formar
FUSÃO uma sociedade nova. Há a sucessão dos direitos e obrigações das sociedades
fundidas, pela nova sociedade criada.
A cisão se caracteriza pela transferência de patrimônio para um ou mais
sociedades, constituída ou não para esse fim. Poderá haver a cisão parcial, que
CISÃO
ocorre quando há a transferência apenas de parte do patrimônio, e a cisão total,
quando há a transferência de todos os bens.

MINHAS OBSERVAÇÕES
#NÃOESQUECER

27
Lembrem-se que o regime de separação obrigatória de bens é imposto em casos como: a) quando houver
necessidade de suprimento judicial para casar; b) quando um dos cônjuges tiver mais de 70 anos de idade; e c) nas
hipóteses do art. 1.523 do CC (corre lá e leia as causas suspensivas do casamento!!).

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38
REVISÃO - META 1

CARACERÍSTICAS

• São as sociedades que ainda não tiveram os seus atos constitutivos inscritos
no órgão competente;
• Aplica-se subsidiariamente as regras das sociedades simples;
• Terceiros provam a existência da sociedade por qualquer meio, enquanto
os sócios só podem provar por escrito;
SOCIEDADE EM
• O patrimônio da sociedade é composto pelos bens pertencentes aos sócios
COMUM
e que forem usados no exercício da atividade. Haverá benefício de ordem
em eventual execução por atos praticados pela sociedade, devendo-se
buscar primeiro os bens pertencentes ao patrimônio social e apenas depois
os bens pessoais dos sócios. IMPORTANTE: Não haverá benefício de ordem
quanto ao sócio que contratar pela sociedade.
• Há nessa espécie de sociedade duas figuras: a) sócio ostensivo; b) sócio
participante. Aquele é quem efetivamente exerce o objeto social e se
obriga em seu próprio nome perante terceiros.
• Os sócios participantes não devem aparecer/negociar, se o fizerem
responderão de forma solidária junto ao sócio ostensivo.
• IMPORTANTE: Pessoal, reparem que a sociedade em conta de participação
SOCIEDADE EM é informal e mesmo que seja registrada não adquirirá personalidade
CONTA DE jurídica própria. É tanto que o art. 993 do Código Civil fala que eventual
PARTICIPAÇÃO contrato social só terá efeito entre os sócios, além de o registro perante
Junta Comercial ou Cartório não conferir personalidade jurídica à mesma.
• Por fim, haverá a constituição de patrimônio especial através da
contribuição dos sócios (ostensivo e participantes) para o exercício do
objeto social, no entanto, tal patrimônio somente produzirá efeitos perante
os sócios e não em face de terceiros, conforme preconiza o art. 994, §1 do
Código Civil.

SOCIEDADES PERSONIFICADAS

SOCIEDADE EM NOME COLETIVO

• São sociedades compostas apenas por pessoas físicas, que responderão de forma solidária e
ilimitada pelas obrigações sociais (art. 1.039 do CC). Vale destacar que por isso o nome
empresarial desses tipos societários será composto de firma social;
• Poderão os sócios dispor, através de convenção posterior ou ato constitutivo, limitar entre si a
responsabilidade de cada um (não produz efeitos perante terceiros);
• Apenas sócios podem participar da administração;
• Aplica-se subsidiariamente as regras das sociedades simples.

SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES

• Existem dois tipos de sócios (o contrato social explicitará qual tipo de sócio é cada um): a)
comanditados; b) comanditários. Aqueles respondem de forma solidária e ilimitada pelas
obrigações sociais, enquanto estes apenas pelo respectivo valor de suas cotas sociais.28

28
Gravem esse macete e vocês sempre acertarão questões sobre responsabilidade na sociedade em comandita
simples: o comanditADO é um coitADO, responde ilimitADO; o comanditÁRIO não é otÁRIO, responde limitado.

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39
REVISÃO - META 1

• O nome empresarial será composto por firma social, com os nomes apenas dos sócios
comanditados, uma vez que apenas estes respondem de forma solidária e ilimitada pelas
obrigações;

MINHAS OBSERVAÇÕES
#NÃOESQUECER

SOCIEDADE LIMITADA

• A responsabilidade dos sócios se restringe ao valor de suas quotas sociais, mas todos respondem
solidariamente pela integralização do capital social (art. 1.052 do CC);
• É constituída por meio de contrato social;
• Em caso de omissão quanto ao regramento previsto para as sociedades limitadas, haverá a
aplicação das regras destinadas às sociedades simples;
• Se houver a previsão expressa no contrato social, poderá também haver a regência supletiva da
sociedade limitada pelas normas das Sociedades Anônimas.
• O capital social será constituído por quotas iguais ou desiguais, não podendo ser integralizadas
por meio de serviços;
• A quota é indivisível quanto à sociedade, exceto se houver transferência;
• Se o contrato social não dispor de forma diversa, é possível a cessão de quotas a sócio
independentemente da audiência dos demais, e quanto à estranhos caso não haja a oposição de
mais de um quarto do capital social (em provas também pode aparecer “quórum de aprovação
de 3/4”, o que, a rigor, é a mesma coisa, mas dita de outra forma);
• A partir de 2017 o DREI passou a admitir a criação de quotas preferenciais29 no âmbito das
Sociedades Limitadas, desde que estas prevejam no seu contrato social a aplicação supletiva da
Lei das SA’s;
• O sócio remisso (aquele que não integralizou suas quotas): os sócios podem tomá-la para si ou
transferi-la a terceiros, excluindo o primitivo titular e devolvendo-lhe o que houver pago,
deduzidos os juros da mora, as prestações estabelecidas no contrato mais as despesas (art.1.058
do CC), sendo necessário a maioria absoluta do capital social;
• Segundo a Instrução Normativa 38/2017 do DREI: Se o contrato social contiver cláusula
determinando a regência supletiva da Lei de Sociedades por Ações, a sociedade limitada pode
adquirir suas próprias quotas, observadas as condições legalmente estabelecidas, fato que não
lhe confere a condição de sócia (Enunciado 391 da IV Jornada de Direito Civil do Conselho da
Justiça Federal);
• As Sociedades Limitadas apenas podem ser administradas por pessoas físicas.

NOVIDADE LEGISLATIVA – LEI DA LIBERDADE ECONÔMICA: o art. 1.052 do Código Civil ganhou dois novos
parágrafos:

§ 1º A sociedade limitada pode ser constituída por 1 (uma) ou mais pessoas. (Incluído pela Lei nº 13.874,
de 2019)

29
As quotas preferenciais são aquelas que preveem certas vantagens para os seus titulares, como benefícios
patrimoniais ou outros benefícios especiais. Além disso, haverá a exclusão ou a restrição ao direito ao voto.

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40
REVISÃO - META 1

§ 2º Se for unipessoal, aplicar-se-ão ao documento de constituição do sócio único, no que couber, as


disposições sobre o contrato social. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)

OLHEOPERIGO #CUIDADO Como e em quais hipóteses se dará a responsabilidade dos administradores


das Sociedades Limitadas? Bem, em regra as Sociedades Limitadas irão responder por todos os atos
pertinentes à gestão da sociedade. DESTAQUE: Se a oneração ou a venda de bens imóveis não constituir
o objeto social da mesma, tais atos dependerão da anuência da maioria dos sócios. No entanto, haverá
hipóteses em que a sociedade não responderá pelos atos praticados em excesso pelos administradores,
podendo assim ser oposto a terceiros, conforme dispõe o parágrafo único do art. 1.015:

• Se a limitação de poderes estiver inscrita ou averbada no registro próprio da sociedade;


• Provando-se que era conhecida do terceiro;
• Tratando-se de operação evidentemente estranha aos negócios da sociedade.

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41
REVISÃO - META 1

DIREITO TRIBUTÁRIO
RECEITAS ORIGINÁRIAS RECEITAS DERIVADAS
São as receitas oriundas do exercício de funções em São as receitas decorrentes da imposição pelo
que o Estado atua ao lado do particular, ou seja, sem Estado de uma obrigação ao particular, por meio do
as prerrogativas inerentes ao Poder Público. Um bom seu Poder de Império. Envolve uma relação com
exemplo é a situação em que há lucro pela prevalência do Direito Público, portanto. São
exploração de uma atividade econômica por exemplos os tributos e as multas.
empresa pública ou sociedade de economia mista.

FISCALIDADE, EXTRAFISCALIDADE E PARAFISCALIDADE

FISCALIDADE O tributo terá finalidade arrecadatória, como fonte de receita derivada.


Nesses casos a principal finalidade do tributo será a de estimular algum
EXTRAFISCALIDADE comportamento social ou econômico. Vale destacar que embora o escopo não
seja arrecadatório, tributos com finalidade extrafiscal também arrecadam.
Ocorre nos casos em que há a transferência da capacidade tributária ativa à
PARAFISCALIDADE
pessoa distinta da que possui a competência para a sua criação.

QUAL O CONCEITO DE “TRIBUTO”?


#NÃOESQUECER

QUAL A TEORIA ADOTADA QUANTO ÀS ESPÉCIES DOS TRIBUTOS NO BRASIL?


#NÃOESQUECER

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42
REVISÃO - META 1

IMPOSTOS

COMPETÊNCIAS DOS REFERIDOS IMPOSTOS (ENTES FEDERATIVOS)

UNIÃO FEDERAL ESTADOS DISTRITO FEDERAL MUNICÍPIOS


IR, ITR, II, IE, IPI, IOF ICMS ESTADOS + MUNICÍPIOS ISS
IMPOSTO SOBRE
IPVA x ITBI
GRANDES FORTUNAS
IMPOSTOS
ITCMD x IPTU
EXTRAORDINÁRIOS
IMPOSTO RESIDUAL x x x

ICMS

O ICMS é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de transporte intermunicipal e


interestadual (art. 155, II, CF88), sendo de competência dos Estados e do Distrito Federal (no que se refere
à competência estadual, já que a acumula juntamente da municipal, por não ser dividido em municípios).
Além disso, deve-se lembrar que os fatos geradores do ICMS estão na Lei Complementar 87/1996, a
famosa “Lei Kandir”.

IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO ICMS


O fato gerador é a entrada do produto no território Súmula Vinculante 48: Na entrada de mercadoria
nacional, com destinação ao mercado nacional. importada do exterior, é legítima a cobrança do ICMS
por ocasião do desembaraço aduaneiro
Competência Federal Competência Estadual

IPTU

O IPTU (IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA) é de competência municipal


e distrital (no exercício da competência municipal, já que acumula esta com a estadual). De acordo com o
art. 32 do CTN, o imposto tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel
por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município.

MINHAS OBSERVAÇÕES

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43
REVISÃO - META 1

IMPOSTO DE RENDA

Conforme ensina Ricardo Alexandre (2017, p. 656)30, “o denominado Imposto de Renda é tributo com
finalidade marcantemente fiscal, constituindo-se no maior arrecadador entre os impostos federais. Como
a incidência do imposto é mais gravosa sobre os maiores rendimentos (progressividade), obtém-se o
efeito de redistribuição de renda, pois aqueles que menos (ou nada) contribuem são, em regra, os que
mais utilizam alguns serviços públicos (saúde e educação, por exemplo). Nos termos constitucionais, o
"imposto de renda" não incide apenas sobre a renda, mas também sobre os proventos de qualquer
natureza (CF, art. 153, III). O conceito de renda compreende o produto do capital (como os rendimentos
obtidos com uma aplicação financeira), do trabalho (como o salário recebido pelo empregado) ou da
combinação de ambos (como o lucro). Já o conceito de proventos é definido por exclusão,
compreendendo todos os acréscimos patrimoniais não enquadráveis no conceito, legal de renda. A título
de exemplo, podem-se citar os acréscimos patrimoniais decorrentes de atividade criminosa”.

Por fim, anote-se que o STJ no Inf. 662 (31.01.2020), fixou a tese de que não tendo participado do fato
gerador do tributo, a declaração conjunta de imposto de renda não torna o cônjuge corresponsável pela
dívida tributária dos rendimentos percebidos pelo outro. REsp 1.273.396-DF, Rel. Min. Napoleão Nunes
Maia Filho, Primeira Turma, por maioria, julgado em 05/12/2019, DJe 12/12/2019.

TAXAS

Pessoal, a taxa é uma espécie de tributo que pode ser instituída por quaisquer dos entes federativos, por
isso dizemos que ela é um tributo de competência comum. A CF (art. 145) expõe que elas podem ser
criadas “em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços
públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição”.

É necessário que o exercício seja efetivo. No entanto o STF tem


EM RAZÃO DO EXERCÍCIO DO admitido a cobrança de taxa municipal de localização e
PODER DE POLÍCIA funcionamento, mesmo sem a fiscalização, quando existe órgão e
estrutura competente para o respectivo exercício (Info 597).
PELA UTILIZAÇÃO, EFETIVA OU
É necessário que o serviço seja uti singuli, ou melhor, é preciso que
POTENCIAL, DE SERVIÇOS
seja possível identificar a quem especificamente o serviço é prestado
PÚBLICOS ESPECÍFICOS E
e que o contribuinte veja o estado prestado o serviço. Ademais, nos
DIVISÍVEIS, PRESTADOS AO
casos em que o serviço for compulsório, é possível a cobrança mesmo
CONTRIBUINTE OU POSTOS A SUA
com a utilização apenas potencial do contribuinte.
DISPOSIÇÃO

Súmula Vinculante 19 - A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção
e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o artigo145, II, da
Constituição Federal.
Súmula Vinculante 41 - O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.

Vale destacar ainda que por não se tratar de tributo, as tarifas/preços públicos não se submetem, por
exemplo, ao princípio da anterioridade, nem ao regime de direito público como um todo.

30
Alexandre, Ricardo. Direito tributárioIRicardo Alexandre - 11. ed. Revi. atual. e amp1. - Salvador - Ed. JusPodivm,
2017.

\
44
REVISÃO - META 1

SÚMULA 545 do STF: Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente
daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em
relação à lei que as instituiu.31

Para o STF, o elemento nuclear para distinguir taxa e preço público é a compulsoriedade.

TAXA TARIFA
É uma prestação compulsória. É uma prestação voluntária.
O contribuinte paga a taxa de serviço não por É chamada de voluntária porque a pessoa só irá
conta de uma escolha que ele faça. Ele paga pagar se ela escolher utilizar aquele determinado
porque a lei determina que ele é obrigado, serviço que é efetivamente prestado.
mesmo que o serviço esteja apenas à sua O indivíduo escolhe se submeter a um contrato,
disposição, sem que haja uma utilização efetiva. no qual irão lhe fornecer um serviço e, em
A lei determina que ele pague, mesmo que não contraprestação, ele irá pagar o valor.
utilize de forma efetiva.
Ex.: custas judiciais. Ex.: pedágio.32

Quadro-resumo33:

TAXA TARIFA OU PREÇO PÚBLICO


Sujeita a regime jurídico de direito público. Sujeita a regime jurídico de direito privado.
É espécie de tributo. Não é receita tributária.
Trata-se de receita derivada. Trata-se de receita originária.
Instituída e majorada por lei. Ato de vontade bilateral, independe de lei
(instituída por contrato).
Independe de vontade (é compulsória). Dotada de voluntariedade.
O fundamento para sua cobrança é o princípio da O fundamento para sua cobrança é a manutenção
retributividade. do equilíbrio econômico e financeiro dos
contratos.
Obediência à anterioridade e aos demais Não se submete ao princípio da anterioridade
princípios tributários. nem aos demais princípios tributários.
Natureza legal-tributária (não admite rescisão). Natureza contratual (admite rescisão).
O serviço à disposição autoriza a cobrança. A cobrança só ocorre com o uso do serviço.
Ex.: custas judiciais Ex.: serviço de fornecimento de água.

#JURISPRUDÊNCIA #DIZERODIREITO “A segurança pública, presentes a prevenção e o combate a


incêndios, faz-se, no campo da atividade precípua, pela unidade da Federação, e, porque serviço essencial,
tem como a viabilizá-la a arrecadação de impostos, não cabendo ao Município a criação de taxa para tal
fim.” STF. Plenário. RE 643247/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 1º/8/2017 (repercussão geral) (Info
871).
SÚMULA 665, STF: É constitucional a taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários
instituída pela Lei 7.940/1989.

31
Embora a súmula faça menção ao princípio da anualidade, tal postulado não foi previsto na atual Carta Magna.
Dessa forma, a súmula teve sua parte final prejudicada.
32
Disponível em: https://www.dizerodireito.com.br/2014/07/pedagio-possui-natureza-juridica-de.html.
33
Fonte do quadro: ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. São Paulo: Método, 2012, p. 38.

\
45
REVISÃO - META 1

EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS

Os empréstimos compulsórios são uma espécie de tributo instituídos por meio de lei complementar, de
competência exclusiva da União Federal. Conforme dispõe a Constituição Federal, eles podem ser criados
em duas hipóteses: para atender as despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de
guerra externa ou sua iminência; no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante
interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".

CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA

FATO GERADOR A valorização efetiva do imóvel.


Também é a valorização efetiva do imóvel (valor do imóvel após a obra subtraído
BASE DE CÁLCULO
do valor do imóvel antes da obra).
COMPETÊNCIA PARA A A competência para a instituição de contribuição de melhoria é comum, ou seja,
INSTITUIÇÃO pode ser criado por todos os entes federativos.

Há ainda os limites para a instituição dos tributos:

O valor total arrecadado com o tributo não pode ultrapassar o montante


LIMITE GERAL gasto com a obra, sob pena de causar o enriquecimento sem causa do
Estado.
Por outro lado, há o limite aplicado a cada um dos contribuintes, que não
LIMITE ESPECÍFICO
podem pagar valor superior a valorização individual do seu imóvel.

Informações complementares:

• Apenas obra pública concluída pode ensejar a instituição de contribuição de melhoria;


• É necessário lei prévia e específica para criar o tributo;
• Cabe ao ente tributante provar que houve a valorização do imóvel do particular;
• O pagamento ocorre somente após a conclusão da obra;

CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS

A CF atribui à União a competência exclusiva para instituir contribuições especiais. Excepcionalmente, no


entanto, a Carta Magna admite a criação de contribuições sociais por parte dos Estados, Distrito Federal
e Municípios, quando possuem o seu Regime Próprio de Previdência Social (art. 40).

MINHAS OBSERVAÇÕES
#NÃOESQUECER

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46
REVISÃO - META 1

DIREITO DO CONSUMIDOR
TEORIAS SOBRE O CONCEITO DE CONSUMIDOR

DISSERTE SOBRE A TEORIA FINALISTA, MAXIMALISTA E FINALISTA APROFUNDADA,


INFORMANDO QUAL A ADOTADA PELO CDC E PELO STJ
#NÃOESQUECER

VULNERABILIDADE
VULNERABILIDADE TÉCNICA VULNERABILIDADE JURÍDICA VULNERABILIDADE ECONÔMICA
O comprador não possui É a falta de conhecimentos É o que acontece com o exemplo
conhecimentos específicos jurídicos, ou de outros como dado para fundamentar a teoria
sobre determinado produto ou contabilidade, matemática, etc. finalista mitigada.
serviço, podendo ser facilmente
enganado. É uma vulnerabilidade real diante do
parceiro contratual (empresa
multinacional que fabrica vidros e
vende para uma microempresa de
montagem de espelhos).
VULNERABILIDADE ORGANIZACIONAL: todos aqueles que são socialmente vulneráveis, como os
consumidores, os usuários de serviços públicos, os usuários de planos de saúde, os que queiram

\
47
REVISÃO - META 1

implementar ou contestar políticas públicas, como as atinentes à saúde, à moradia, ao saneamento básico,
ao meio ambiente.34

VULNERABILIDADE INFORMACIONAL: trata-se de uma nova categoria, antes enquadrada como


vulnerabilidade técnica. A vulnerabilidade informacional ocorre quando o consumidor não detém as
informações suficientes para realizar o processo decisório de aquisição ou não do produto ou serviço.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE VULNERABILIDADE E HIPOSSUFICIÊNCIA?


#NÃOESQUECER

DIFERENCIE INVERSÃO DA PROVA OPE LEGIS DE INVERSÃO OPE JUDICIS

O QUE É A PROVA DIABÓLICA?

34
GRINOVER, Ada Pellegrini. Parecer sobre a legitimidade da Defensoria Pública para propor Ação Civil Pública.
Disponível em: www.anadep.org.br. Acesso em: 08/09/2020.

\
48
REVISÃO - META 1

POLÍTICA NACIONAL DAS RELAÇÕES DE CONSUMO


Reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo.
Ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor:

a) por iniciativa direta;


b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas;
c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade,
segurança, durabilidade e desempenho.
Harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e
compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de
desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos
PRINCÍPIOS DAS
quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com
RELAÇÕES DE
base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores,
CONSUMO
Educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos
e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo.
Incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade
e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de
solução de conflitos de consumo;
Coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de
consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e
criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam
causar prejuízos aos consumidores
Racionalização e melhoria dos serviços públicos;
Estudo constante das modificações do mercado de consumo.

SOBRE O QUE TRATOU O DECRETO Nº 10.4172020? A DEFENSORIA PÚBLICA COMPÕE O


CONSELHO NACIONAL DE DEFESA DO CONSUMIDOR? O MEMBRO DA DP TEM DIREITO A VOTO?

Ainda há os objetivos da PNRC:

O atendimento das necessidades dos consumidores.


OBJETIVOS DA POLÍTICA O respeito à sua dignidade, saúde e segurança.
NACIONAL DAS RELAÇÕES DE A proteção de seus interesses econômicos.
CONSUMO A melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e
harmonia das relações de consumo.

\
49
REVISÃO - META 1

SOBRE O CONCEITO DE CONSUMIDOR, ABORDE SUA CLASSIFICAÇÃO “STANDARD” E


“BYSTANDERS”
#NÃOESQUECER

CONCEITO DE FORNECEDOR
É toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira;
Inclusive entes despersonalizados.
Que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de
produtos ou prestação de serviços.
Nesse sentido, a doutrina3536 e jurisprudência tratam dos tipos de fornecedor,
conforme se vê abaixo:
Fornecedor real ("fabricante"): Para a doutrina, é aquele que efetivamente
participa do processo de fabricação do produto, a exemplo do fabricante, do
produtor e do construtor.
Fornecedor presumido ("importador"): É aquele que não participa diretamente
FORNECEDOR do processo de fabricação/produção/construção do produto é, apenas, um
intermediário entre quem fabrica e o consumidor. Ex.: o importador (é
considerado fornecedor por presunção legal).
Fornecedor aparente ("mesmo nome"): É aquele que põe uma marca nos
produtos disponibilizados ao consumidor e cria no mesmo a confiança no produto
comercializado. Os defeitos desses produtos são de responsabilidade do
franqueador.
"Fornecedor por equiparação": "Aquele terceiro que na relação de consumo
serviu como intermediário ou ajudante para a realização da relação principal, mas
que atua frente a um consumidor como se fosse o fornecedor. Em outras palavras:
ele não é o fornecedor do contrato principal, mas como intermediário é o “dono”
da relação conexa e possui uma posição de poder na relação com o consumidor"

PRODUTO X SERVIÇO
PRODUTO Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
É qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração,
SERVIÇO inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes
das relações de caráter trabalhista

PREENCHA A TABELA ABAIXO


35
APOITIA, Mauro. Fornecedor real, presumido, aparente e equiparado. Quais as diferenças? Disponível em:
https://mauroapoitia.jusbrasil.com.br/artigos/686479336/fornecedor-real-presumido-aparente-e-equiparado-
quais-as-diferencas. Acesso em: 08/09/2020.
36
MARQUES, Cláudia Lima, BENJAMIM, Antônio H. V., BESSA, Leonardo Roscoe. Manual de direito do consumidor.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007, pág. 83 IN APOITIA, Mauro. Fornecedor real, presumido, aparente e
equiparado. Quais as diferenças? Disponível em:
https://mauroapoitia.jusbrasil.com.br/artigos/686479336/fornecedor-real-presumido-aparente-e-equiparado-
quais-as-diferencas. Acesso em: 08/09/2020.

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50
REVISÃO - META 1

SITUAÇÃO APLICA O CDC?


Serviço público de saúde. SIM ( ) NÃO ( )
Relação entre cliente e advogado. SIM ( ) NÃO ( )
Relação entre locador e locatário. SIM ( ) NÃO ( )
Relação entre condomínio e condômino. SIM ( ) NÃO ( )
Relação jurídica entre participantes ou assistidos de plano de benefício
SIM ( ) NÃO ( )
e entidade de previdência complementar fechada.
Contrato de franquia. SIM ( ) NÃO ( )
Contrato de transporte de mercadorias vinculado a contrato de compra
SIM ( ) NÃO ( )
e venda de insumos.
Em caso de extravio de bagagem ocorrido em transporte internacional
SIM ( ) NÃO ( )
envolvendo consumidor, quanto ao dano material
Contrato de conta-corrente mantida entre corretora de Bitcoin e
SIM ( ) NÃO ( )
instituição financeira
Em contratos de plano de saúde de autogestão. SIM ( ) NÃO ( )
Contrato de fiança bancária acessório a contrato administrativo SIM ( ) NÃO ( )
Em entidades abertas de previdência complementar, não incidindo nos
SIM ( ) NÃO ( )
contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas.
Em relações de serviços educacionais. SIM ( ) NÃO ( )
Às sociedades e associações SEM fins lucrativos quando fornecerem
SIM ( ) NÃO ( )
produtos ou serviços.
A entidades abertas de previdência complementar. SIM ( ) NÃO ( )
Em contratos de plano de saúde, exceto de autogestão. SIM ( ) NÃO ( )
Há relação de consumo entre a seguradora e a concessionária de
veículos que firmam seguro empresarial visando à proteção do
patrimônio desta (destinação pessoal) — ainda que com o intuito de SIM ( ) NÃO ( )
resguardar veículos utilizados em sua atividade comercial —, desde que
o seguro não integre os produtos ou serviços oferecidos por esta.
Entre a sociedade empresária vendedora de aviões e a sociedade
empresária administradora de imóveis que tenha adquirido avião com SIM ( ) NÃO ( )
o objetivo de facilitar o deslocamento de sócios e funcionários.
Entre a pessoa natural, que visa a atender necessidades próprias, e as
sociedades que prestam, de forma habitual e profissional, o serviço de SIM ( ) NÃO ( )
corretagem de valores e títulos mobiliários.
É aplicável aos empreendimentos habitacionais promovidos pelas
SIM ( ) NÃO ( )
sociedades cooperativas.
Aplica-se o CDC ao condomínio de adquirentes de edifício em
construção, nas hipóteses em que atua na defesa dos interesses dos SIM ( ) NÃO ( )
seus condôminos frente a construtora ou incorporadora?
O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas de
previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários SIM ( ) NÃO ( )
celebrados com entidades fechadas?

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51
REVISÃO - META 1

REVISANDO AS SÚMULAS

Súmula 563-STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas de previdência


complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas.

Súmula 297-STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras.

Súmula 602-STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável aos empreendimentos habitacionais


promovidos pelas sociedades cooperativas. STJ. 2ª Seção. Aprovada em 22/2/2018, DJe 26/2/2018.

Súmula 608-STJ: Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde, salvo os
administrados por entidades de autogestão. STJ. 2ª Seção. Aprovada em 11/04/2018, DJe 17/04/2018.

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52
REVISÃO - META 1

DIREITO CONSTITUCIONAL
CONSTITUCIONALISMO

O Constitucionalismo é como se denomina o movimento social, político e jurídico e até mesmo ideológico,
a partir do qual surgem as primeiras Constituições nacionais. Em outras palavras, constitui-se parte de
normas fundamentais de um ordenamento jurídico de um Estado.

O CONSTITUCIONALISMO DO FUTURO – PROF. DROMI

O prof. Dromi (José Roberto Dromi) anota, segundo Lenza (2018) “que o futuro do constitucionalismo
deve estar influenciado até identificar-se com a verdade, solidariedade, consenso, continuidade,
participação, integração e universalidade”. É que sem dúvidas o constitucionalismo do futuro deve
consolidar os direitos humanos.

TRANSCONSTITUCIONALISMO (MARCELO NEVES)

O próprio Marcelo Neves define o transconstitucionalismo como:

“o entrelaçamento de ordens jurídicas diversas, tanto estatais como transnacionais, internacionais e


supranacionais, em torno dos mesmos problemas de natureza constitucional. Em outras palavras, seja,
problemas de direitos fundamentais e limitação de poder que são discutidos ao mesmo tempo por
tribunais de ordens diversas. Por exemplo, o comércio de pneus usados, que envolve questões ambientais
e de liberdade econômica. Essas questões são discutidas ao mesmo tempo pela Organização Mundial do
Comércio, pelo Mercosul e pelo Supremo Tribunal Federal no Brasil. O fato de a mesma questão de
natureza constitucional ser enfrentada concomitantemente por diversas ordens leva ao que eu chamei de
transconstitucionalismo.”37

NEOCONSTITUCIONALISMO E PÓS POSITIVISMO (IMPORTANTÍSSIMOS)

O neoconstitucionalismo, como próprio nome já aponta, é um movimento que surge após o


constitucionalismo. O principal objetivo, agora, não era apenas limitar o poder do estado (pois em tese
isso já havia sido feito pelo constitucionalismo), mas acima de tudo buscar a eficácia da Constituição,
visando a concretização dos direitos fundamentais.

QUAIS SÃO OS MARCOS DO NEOCONSTITUCIONALISMO SEGUNDO O PROF. BARROSO?


#NÃOESQUECER

37
Disponível em: https://www.conjur.com.br/2009-jul-12/fimde-entrevista-marcelo-neves-professor-conselheiro-
cnj. Acesso em: 08/09/2020.

\
53
REVISÃO - META 1

PAPÉIS DESEMPENHADOS PELAS SUPREMAS CORTES E TRIBUNAIS CONSTITUCIONAIS SEGUNDO


BARROSO

As Cortes Constitucionais ou Tribunais Constitucionais podem desempenhar três papeis:

1. Contramajoritário;
2. Representativo e
3. Iluminista.

PAPEL
CONTRAMAJORITÁRIO

PAPEIS DESEMPENHADOS
PELAS CORTES PAPEL REPRESENTATIVO
CONSTITUCIONAIS

PAPEL ILUMINISTA

SENTIDO DAS CONSTITUIÇÕES

SENTIDO SOCIOLÓGICO

Essa acepção está associada à Ferdinand Lassalle, pois para este, a Constituição só seria legítima se
representasse a soma dos fatores reais de poder dentro de uma sociedade. Caso contrário, a Constituição
seria apenas “uma simples folha de papel”.

SENTIDO POLÍTICO

Essa acepção está associada a Carl Schmitt, que faz uma diferença entre Constituição e Lei constitucional.
Para este, a Constituição é a decisão política fundamental (por exemplo, estrutura dos órgãos do Estado,
direitos individuais, etc.). Já as leis constitucionais seriam os demais dispositivos que não contivessem
decisão política.

SENTIDO JURÍDICO

Mas foi através de Kelsen que surgiu o sentido jurídico. Para ele, a Constituição está no plano do dever
ser e não no mundo do ser, sendo caracterizada pelo fruto da vontade racional do homem. Para ele, há
dois planos distintos no direito: o jurídico-positivo e o lógico-jurídico.

SENTIDO CULTURALISTA

Tem sido cobrado também o sentido culturalista. Essa acepção está associada a uma Constituição total,
segundo o professor J. H. Meirelles Teixeira. A Constituição Culturalista é produto de um fato cultural,
produto da sociedade (aqui entra elementos históricos, sociais, racionais, espirituais, reais, etc).

\
54
REVISÃO - META 1

CONCEPÇÕES PROPOSTA POR GUSTAVO ZAGREBELSKY

1. Constituição-lei
2. Constituição-fundamento (Constituição total)
3. Constituição-moldura
4. Constituição-dúctil

CONSTITUIÇÃO-LEI

Aqui a Constituição é como se fosse uma lei comum. “A Constituição não está acima do poder legislativo,
mas à disposição dele”.

CONSTITUIÇÃO-FUNDAMENTO (CONSTITUIÇÃO TOTAL)

O Prof. Pedro Lenza aduz que a “Constituição-fundamento (ou constituição-total), a onipresença da


Constituição é tamanha que a área reservada ao legislador, aos cidadãos e à autonomia privada se torna
muito pequena. Assim, esses atos passam a ser encarados como instrumentos da realização da
Constituição.”

CONSTITUIÇÃO-MOLDURA (CANOTILHO CHAMA DE CONSTITUIÇÃO QUADRO)

Segundo Lenza, a Constituição-moldura (que Canotilho prefere chamar de Constituição-quadro) seria


uma proposta intermediária entre os dois (Constituição-lei e a Constituição-fundamento). Para isso, traz
um importante comentário do prof. Virgílio Afonso da Silva, em que pontua que “a metáfora da moldura,
no campo da teoria constitucional, é usada para designar uma Constituição que apenas sirva de limites
para a para a atividade legislativa. Ela é apenas uma moldura, sem tela e sem preenchimento. À jurisdição
constitucional cabe apenas a tarefa de controlar se o legislador age dentro dessa moldura.”

CONSTITUIÇÃO DÚCTIL (MALEÁVEL, SUAVE)

Essa acepção tem caído bastante. Segundo Marcelo Novelino, “nas sociedades pluralistas hodiernas, o
papel da Constituição não deve consistir na realização direta de um projeto predeterminado da vida
comunitária, cabendo-lhe apenas a tarefa básica de assegurar as condições possíveis para uma vida em
comum”.38 Visto isso, vamos avançar para uma classificação muito importante, que tem caído em provas
e que não é muito difícil.

CONSTITUIÇÃO SIMBÓLICA

QUAIS AS TIPOLOGIAS DA CONSTITUIÇÃO SIMBÓLICA?

38
Gustavo Zagrebelsky, El derecho dúctil, p.13 e 17, citado por Marcelo Novelino, Direito Constitucional, 2ª ed., São
Paulo: Saraiva, p. 55.

\
55
REVISÃO - META 1

CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DE 1988

ORIGEM PROMULGADA

FORMA ESCRITA

EXTENSÃO ANALÍTICA

CONTEÚDO FORMAL
CLASSIFICAÇÕES
DA CF/88
MODO DE
DOGMÁTICA
ELABORAÇÃO

ALTERABILIDADE RÍGIDA

IDEOLOGIA ECLÉTICA

CORRESPONDÊNCIA PRETENDE SER


COM A REALIDADE NORMATIVA

ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO

a) ELEMENTOS ORGÂNICOS

Os elementos orgânicos são aquelas normas que regulam a estrutura do estado, como é o caso dos
títulos, capítulos e seções que envolvam os Poderes, tributação, orçamento, etc.

\
56
REVISÃO - META 1

b) ELEMENTOS LIMITATIVOS

Os elementos limitativos são, na verdade, os direitos e garantias fundamentais. Quando se fala em


“limitativo”, a ideia é de limitar o poder do Estado. Cuidado, pois segundo José Afonso da Silva, os direitos
sociais não estão nos elementos limitativos, mas sim nos elementos socioideológicos.

O QUE SÃO ELEMENTOS SOCIOIDEOLÓGICOS?

c) ELEMENTOS DE ESTABILIZAÇÃO CONSTITUCIONAL

Entre os elementos de estabilização estão a ação direta de inconstitucionalidade, as normas que tratam
sobre o estado constitucional de crises (intervenção federal, estado de sítio e estado de defesa), etc.

d) ELEMENTOS FORMAIS DE APLICABILIDADE

Esses elementos estão em normas que apresentam regras de aplicação da própria Constituição, como é
o caso do ADCT e preâmbulo, por exemplo.

APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS

O QUE É UMA NORMA DE EFICÁCIA RESTRINGÍVEL? CITE UM EXEMPLO

EFICÁCIA LIMITADA (APLICABILIDADE DIFERIDA)

As normas de eficácia limitada necessitam da edição de uma nova lei (norma regulamentadora) para a
produção dos seus efeitos. Assim, sua aplicabilidade é indireta, mediata e reduzida.

Registre-se, ainda, que a norma de eficácia limitada tem duas vertentes:

\
57
REVISÃO - META 1

a) normas de princípios institutivos e


b) normas de princípios programáticos.

PRINCÍPIO INSTITUTIVO PRINCÍPIO PROGRAMÁTICO


Contêm, segundo Pedro Lenza, esquemas gerais Segundo o mesmo autor, veiculam propostas a
de estruturação de instituições, órgãos ou serem implementadas pelo Estado, visando à
entidades. realização dos fins sociais.

Estas ainda se subdividem em princípio


institutivo de desenvolvimento OBRIGATÓRIO e
de desenvolvimento FACULTATIVO.

Ademais, a norma constitucional de eficácia limitada também possui a chamada eficácia NEGATIVA, que
se subdivide em duas vertentes, conforme doutrina39:

É a propriedade jurídica que as normas programáticas têm de revogar as


disposições legais contrárias aos seus comandos, ou seja, as normas
Eficácia paralisante:
infraconstitucionais anteriores não serão recepcionadas se com ela
incompatíveis.
A norma programática tem o condão de impedir que sejam editadas normas
Eficácia impeditiva: contrárias ao seu espírito, é dizer: as normas programáticas servem de
parâmetro para o controle de constitucionalidade.

NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA EXAURIDA E APLICABILIDADE ESGOTADA (UADI L. BULOS).

O professor Uadi L. Bulos ainda traz uma classificação interessante, que é a das normas de eficácia
exaurida (ou esvaída) e aplicabilidade esgotada. Essas normas seriam, por exemplo, as normas previstas
no ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias).

39
Classificação das Normas Constitucionais. Disponível em: https://www.espacojuridico.com/blog/classificacao-
das-normas-constitucionais/. Acesso em: 08/09/2020.

\
58
REVISÃO - META 1

DIREITO CIVIL
PRINCÍPIO DA ETICIDADE

Segundo Flávio Tartuce40, trata-se da valorização da ética e da boa-fé, principalmente daquela que existe
no plano da conduta de lealdade das partes (boa-fé objetiva).

PRINCÍPIO DA SOCIALIDADE

Segundo apontava o próprio Miguel Reale, como lembra Tartuce, “um dos escopos da nova codificação
foi o de superar o caráter individualista e egoísta da codificação anterior.41

PRINCÍPIO DA OPERABILIDADE

Tartuce lembra que “esse princípio tem dois sentidos. Primeiro, o de simplicidade ou facilitação das
categorias privadas, o que pode ser percebido, por exemplo, pelo tratamento diferenciado da prescrição
e da decadência. Segundo, há o sentido de efetividade ou concretude, o que foi buscado pelo sistema
aberto de cláusulas gerais adotado pela atual codificação material.”42

OPERABILIDADE SOCIALIDADE ETICIDADE


Utilização de cláusulas gerais e os Traz o aspecto social para o Traz consigo a ideia de boa-fé
conceitos jurídicos Direito, rompendo com a objetiva das relações, em todas
indeterminados. patrimonialização e as fases contratuais (antes,
sobrelevando a função social da durante e depois).
posse, da família, da
propriedade, da empresa, etc.

O QUE É UMA CLÁSULA GERAL?

VACATIO LEGIS
NO BRASIL NO ESTRANGEIRO
Regra: 45 dias depois de oficialmente publicada. Se inicia 3 meses depois de oficialmente publicada.

40
P. 41.
41
Idem, p. 41.
42
Idem, p. 41.

\
59
REVISÃO - META 1

PS1: Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o
prazo começará a correr da nova publicação43.
PS2: Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.

ATO JURÍDICO PERFEITO COISA JULGADA DIREITO ADQUIRIDO


Reputa-se ato jurídico Chama-se coisa julgada ou Consideram-se adquiridos assim os
perfeito o já consumado caso julgado a decisão judicial direitos que o seu titular, ou alguém por
segundo a lei vigente ao de que já não caiba recurso. ele, possa exercer, como aqueles cujo
tempo em que se efetuou. começo do exercício tenha termo pré-
fixo, ou condição pré-estabelecida
inalterável, a arbítrio de outrem.

A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o


LEI DO DOMICÍLIO começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de
família.
Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto
aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.
CASAMENTO E OS
IMPEDIMENTOS
O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades
diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes.
NUBENTES COM Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do
DOMICÍLIOS DIVERSOS matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal.

Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reúna os seguintes requisitos:
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia;
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em
que foi proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado.
e) ter sido homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.

DIFERENCIE AB-ROGAÇÃO DE DERROGAÇÃO

O QUE SIGNIFICA “EFEITO REPRISTINATÓRIO”? É A MESMA COISA QUE REPRISTINAÇÃO?

43
Caso haja a nova publicação de apenas parte do texto, o prazo começará a correr novamente em relação apenas
a essa parte; os outros dispositivos da lei que não sofreram alteração continuarão a contar o prazo original. Assim,
na prática, pode ocorrer o curioso caso de uma parte da lei entrar em vigor e o restante começar a vigorar apenas
em data posterior.

\
60
REVISÃO - META 1

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61
REVISÃO - META 2

META 2

\
1
REVISÃO - META 2

PONTOS PARA REVISAR - META 02


DISCIPLINA PONTOS REVISADO
Princípios constitucionais que regem a execução penal. Objeto e aplicação da
lei de execução penal. Do exame de classificação e criminológico. Trabalho
penitenciário. Direitos e Deveres do Presos. Faltas disciplinares. Sanções e
EXECUÇÃO PENAL ( )
recompensas. Aplicação das sanções. Procedimento disciplinar. Órgãos da
Execução Penal. Do Juízo da execução penal. Defensoria Pública. Ministério
Público. Conselho Penitenciário.
Noções introdutórias: Poderes do Estado. Governo X Estado. Administração
Pública. Estrutura e exercício da função administrativa. Critérios para definição
do que é Administração Pública. Administração Direita, Indireta e Terceiro
DIREITO ADMINISTRATIVO Setor. Governo e Administração Pública – Distinções. Centralização. ( )
Descentralização e Desconcentração. Fontes do Direito Administrativo.
Interpretação do Direito Administrativo. Sistemas de Controle da Atividade
Administrativa. Regime Jurídico Administrativo.
Escola clássica. Positivismo criminológico. O positivismo criminológico no
Brasil. A Escola de Chicago. Teoria da Associação Diferencial. Teoria da anomia.
CRIMINOLOGIA Funcionalismo na criminologia. Teoria da subcultura delinquente. Labelling ( )
Approach e criminologia crítica ou radical. Minimalismo e Garantismo Penal.
Esquerda Punitiva. Prisionização. Abolicionismo penal e suas vertentes.
DIREITO PENAL Teoria das Penas ( )
A evolução histórica da prestação da assistência jurídica; gratuidade judiciária,
assistência judiciária, e assistência jurídica: conceito e operacionalização;
DIREITO INSTITUCIONAL panorama da Defensoria Pública no Brasil. Função típica e atípica. Tradicional ( )
e não tradicional. Defensoria como “Ombudsman”. A Defensoria como “custos
vulnerabilis”.

\
2
REVISÃO - META 2

EXECUÇÃO PENAL
PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO PENAL

1. Princípio da humanidade
2. Princípio da legalidade
3. Princípio da não marginalização (ou não discriminação) das pessoas presas ou internadas
4. Princípio da individualização da pena
5. Princípio da intervenção mínima
6. Princípio da culpabilidade
7. Princípio da lesividade
8. Princípio da transcendência mínima
9. Princípio da presunção de inocência
10. Princípio da proporcionalidade
11. Princípio da celeridade (ou razoável duração) do processo de execução penal
12. Princípio do numerus clausus

DO QUE SE TRATA O PRINCÍPIO DA LESS ELIGIBILITY?

REVISANDO OS PRINCÍPIOS MAIS IMPORTANTES

PRINCÍPIO DA NÃO MARGINALIZAÇÃO (OU NÃO DISCRIMINAÇÃO)

Para Roig, “apesar da difusão das posições que passaram a enxergar o recluso como sujeito de direitos,
jamais foi abandonada que as pessoas presas deveriam ter necessariamente menos garantias ou menos
direitos do que as pessoas livres”.

PRINCÍPIO DA TRANSCENDÊNCIA MÍNIMA

Para alguns autores, sempre haverá a transcendência (ex.: filhos sempre sofrerão com o pai ou mãe
submetidos ao cárcere), mas ela deve ser mínima, razão pela qual o nome técnico do princípio seria
transcendência mínima.

PRINCÍPIO DO NUMERUS CLAUSUS

Para Roig, o princípio do “numerus clausus” é, na verdade, “um princípio por meio do qual cada nova
entrada de uma pessoa no âmbito do sistema carcerário deve necessariamente corresponder ao menos

\
3
REVISÃO - META 2

a uma saída, de forma que a proporção presos-vagas se mantenha sempre em estabilidade ou


tendencialmente em redução.”

O QUE DIZ A SÚMULA VINCULANTE 56? QUAIS FORAM OS PARÂMETROS ESTABELECIDOS


NO RE 641.320/RS?

Nesta modalidade, há vedação da entrada de novos presos no sistema


penitenciário em caso de falta de vaga. Dessa forma, o condenado fica
em prisão domiciliar “aguardando” que surja uma vaga para ele
NUMERUS CLAUSUS cumprir a pena em local adequado. Mas ATENÇÃO: enquanto estiver
PREVENTIVO em prisão domiciliar, o condenado já está cumprindo pena e esse
tempo de “cárcere” será computado para obtenção dos direitos
inerentes à execução penal.
Nessa perspectiva, a tentativa de se aliviar a superlotação carcerária é
mais incisiva, de maneira que o numerus clausus direto prega que os
presos com pena próxima ao seu cumprimento devem ou receber
NUMERUS CLAUSUS
indulto ou terminar de cumprir a reprimenda em prisão domiciliar
DIRETO
(neste último caso, basta lembrar que em nosso ordenamento jurídico
determinados crimes obstam a concessão de indulto).
Neste caso, vê-se a clara tentativa de se equilibrar a lotação carcerária,
eis que para cada entrada no sistema penitenciário haverá, como um
efeito em cascata, uma saída. Assim, quando alguém entra no sistema
NUMERUS CLAUSUS em regime fechado, um preso que já estava nesse regime para o
PROGRESSIVO semiaberto; por sua vez, um preso do regime semiaberto progride para
o aberto e, por fim, um preso do regime aberto recebe liberdade
condicional.

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4
REVISÃO - META 2

JURISDICIONALIZAÇÃO DA EXECUÇÃO PENAL

A execução penal tem natureza jurídica jurisdicional ou administrativa? Para Roig, a existência de
atividades de cunho administrativo no curso da execução da pena não desnatura sua natureza
jurisdicional.

EXAME CRIMINOLÓGICO: O QUE DEVEMOS SABER?

Sobre exame criminológico vocês precisam saber que a Lei nº 10.792/2003 alterou a redação do art.
112, caput, e §2º, da LEP e retirou do nosso ordenamento a antiga exigência do exame criminológico,
tanto para progressão, quanto para livramento condicional. É isso mesmo. Não há qualquer previsão
hoje, no país, para que seja feito o exame criminológico para fins de concessão de benefícios (leia-se
direito subjetivo).

SÚMULA VINCULANTE Nº 26: Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime
hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei nº
8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos
objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a
realização de exame criminológico.

Cuidado, pois o STJ também editou o enunciado 439 de sua Súmula:

SÚMULA 439-STJ: Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão
motivada.

Para finalizarmos, cuidado com o chamado “exame de classificação”, que não é a mesma coisa que
“exame criminológico”. Esse “exame de classificação” tem expressa previsão na LEP, e é permitido, pois
não interfere na concessão ou não de direitos, mas apenas na melhor individualização da pena:

Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para orientar
a individualização da execução penal.
Art. 6º A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará o programa
individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso provisório. (Redação
dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida pelo
diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1
(um) assistente social, quando se tratar de condenado à pena privativa de liberdade.
Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará junto ao Juízo da Execução e será integrada por
fiscais do serviço social.
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado, será
submetido a exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada
classificação e com vistas à individualização da execução.
(ATENÇÃO: embora a expressão aqui seja exame criminológico, ele está se referindo, em tese, ao exame
de classificação).
Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser submetido o condenado ao cumprimento
da pena privativa de liberdade em regime semiaberto.
Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados reveladores da personalidade, observando a
ética profissional e tendo sempre presentes peças ou informações do processo, poderá:
I - entrevistar pessoas;

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5
REVISÃO - META 2

II - requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, dados e informações a respeito do


condenado;
III - realizar outras diligências e exames necessários.

EM SÍNTESE, QUAL A DISTINÇÃO ENTRE EXAME CRIMINOLÓGICO E EXAME DE


CLASSIFICAÇÃO?

MODIFIFAÇÕES IMPORTANTES

A Lei nº 13.964/2019, conhecida como “Pacote Anticrime”, alterou o art. 9-A da Lei de Execução Penal,
embora parte dele tenha sido vetado pelo Executivo.

COMO ERA A LEP COMO FICOU COM O PACOTE ANTICRIME


Art. 9º-A. Os condenados por crime praticado, Art. 9º-A O condenado por crime doloso
dolosamente, com violência de natureza grave praticado com violência grave contra a pessoa,
contra pessoa, ou por qualquer dos crimes bem como por crime contra a vida, contra a
previstos no art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho liberdade sexual ou por crime sexual contra
de 1990, serão submetidos, obrigatoriamente, à vulnerável, será submetido, obrigatoriamente, à
identificação do perfil genético, mediante identificação do perfil genético, mediante
extração de DNA - ácido desoxirribonucleico, por extração de DNA (ácido desoxirribonucleico), por
técnica adequada e indolor técnica adequada e indolor, por ocasião do
ingresso no estabelecimento prisional). (VETADO
PELO EXECUTIVO).

RAZÕES DO VETO: “A proposta legislativa, ao


alterar o caput do art. 9º-A, suprimindo a menção
expressa aos crimes hediondos, previstos na Lei
nº 8.072, de 1990, em substituição somente a
tipos penais específicos, contraria o interesse
público, tendo em vista que a redação acaba por
excluir alguns crimes hediondos considerados de
alto potencial ofensivo, a exemplo do crime de
genocídio e o de posse ou porte ilegal de arma de
fogo de uso restrito, além daqueles que serão
incluídos no rol de crimes hediondos com a
sanção da presente proposta, tais como os
crimes de comércio ilegal de armas, de tráfico
internacional de arma e de organização
criminosa.”
§ 1º A identificação do perfil genético será 1º A identificação do perfil genético será
armazenada em banco de dados sigiloso, armazenada em banco de dados sigiloso,
conforme regulamento a ser expedido pelo conforme regulamento a ser expedido pelo
Poder Executivo.

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6
REVISÃO - META 2

Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº 12.654, de


2012)

§ 1º-A A regulamentação deverá fazer constar


garantias mínimas de proteção de dados
genéticos, observando as melhores práticas da
genética forense.
§ 2º A autoridade policial, federal ou estadual,
poderá requerer ao juiz competente, no caso de
Sem alterações
inquérito instaurado, o acesso ao banco de dados
de identificação de perfil genético.
§ 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados
genéticos o acesso aos seus dados constantes
nos bancos de perfis genéticos, bem como a
todos os documentos da cadeia de custódia que
gerou esse dado, de maneira que possa ser
contraditado pela defesa.

§ 4º O condenado pelos crimes previstos no


caput deste artigo que não tiver sido submetido
à identificação do perfil genético por ocasião do
ingresso no estabelecimento prisional deverá ser
submetido ao procedimento durante o
cumprimento da pena.
Sem correspondência
§ 5º A amostra biológica coletada só poderá ser
utilizada para o único e exclusivo fim de permitir
a identificação pelo perfil genético, não estando
autorizadas as práticas de fenotipagem genética
ou de busca familiar. (VETADO PELO
EXECUTIVO).1

§ 6º Uma vez identificado o perfil genético, a


amostra biológica recolhida nos termos do caput
deste artigo deverá ser correta e imediatamente
descartada, de maneira a impedir a sua utilização
para qualquer outro fim. (VETADO PELO
EXECUTIVO).2

1
RAZÕES DO VETO DO § 5º: “A propositura legislativa, ao vedar a utilização da amostra biológica coletada para
fins de fenotipagem e busca familiar infralegal, contraria o interesse público por ser uma técnica que poderá
auxiliar no desvendamento de crimes reputados graves, a exemplo de identificação de irmãos gêmeos, que
compartilham o mesmo perfil genético, e da busca familiar simples para identificar um estuprador, quando o
estupro resulta em gravidez, valendo-se, no caso, do feto abortado ou, até mesmo, do bebê, caso a gestação seja
levada a termo.”
2
RAZÕES DO VETO DO § 6º: “A proposta legislativa, ao prever o descarte imediato da amostra biológica, uma vez
identificado o perfil genético, contraria o interesse público tendo em vista que a medida pode impactar
diretamente no exercício do direito da defesa, que pode solicitar a refeitura do teste, para fins probatórios.
Ademais, as melhores práticas e recomendações internacionais dizem que após a obtenção de uma coincidência
(match) a amostra do indivíduo deve ser novamente testada para confirmação do resultado. Trata-se de
procedimento de controle de qualidade com o objetivo de evitar erros.”

\
7
REVISÃO - META 2

§ 7º A coleta da amostra biológica e a elaboração


do respectivo laudo serão realizadas por perito
oficial. (VETADO PELO EXECUTIVO).3

§ 8º Constitui falta grave a recusa do condenado


em submeter-se ao procedimento de
identificação do perfil genético.

TRABALHO PENITENCIÁRIO

Segundo Roig, o trabalho do preso possui características interessantes. Primeiro, atente-se para o fato
de que o trabalho é direito subjetivo do condenado e também um dever. O artigo 31 da LEP estabelece
que o condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões
e capacidades.

HÁ CRÍTICAS À FORMA DE TRABALHO DO PRESO HOJE NO BRASIL? QUAIS?

Por outro lado, no artigo 39 da Lei de Execução Penal o trabalho é um dever imposto ao condenado e
sua recusa caracteriza falta grave. Isso deve ser duramente criticado. Punir o condenado com falta grave
(que interfere diretamente na execução da pena) pela não realização do trabalho viola a Constituição e
diversos tratados internacionais. Deve-se sustentar, em provas discursivas e orais que isso caracteriza
claramente trabalho forçado!

TRABALHO EXTERNO

O STF já decidiu que a exigência objetiva do art. 37 (de que o condenado tenha cumprido no mínimo 1/6
da pena), para fins de trabalho externo, aplica-se apenas aos condenados que se encontrem em regime
fechado.

Agora vejam o que diz o enunciado 40 da Súmula do STJ:

Para obtenção dos benefícios de saída temporária e trabalho externo, considera-se o tempo de

3
RAZÕES DO VETO DO § 7º: “A proposta legislativa, ao determinar que a coleta da amostra biológica ficará a cargo
de perito oficial, contraria o interesse público, notadamente por se tratar de mero procedimento de retirada do
material. Ademais, embora a análise da amostra biológica e a elaboração do respectivo laudo pericial sejam
atribuições exclusivas de perito oficial, já existe um consenso que a coleta deve ser supervisionada pela perícia
oficial, não necessariamente realizada por perito oficial. Além disso, tal restrição traria prejuízos à execução da
medida e até mesmo a inviabilizaria em alguns estados em que o número de peritos oficiais é insuficiente.

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8
REVISÃO - META 2

cumprimento da pena no regime fechado.

Vocês precisam saber que estando o apenado no regime fechado, o trabalho externo é admitido apenas
em serviços ou obras públicas realizadas por órgãos da administração direta ou indireta, ou entidades
privadas, desde que tomadas as cautelas contra fuga e em favor da disciplina.

É exatamente isso. Cuidado com esse detalhe.

Já no regime aberto, não há vigilância direta, pois é baseado na autodisciplina e senso de


responsabilidade, permanecendo recolhido durante o período noturno e nas folgas.

O QUE É REMIÇÃO FICTA? CITE UM EXEMPLO PERMITIDO PELA LEP. QUAL O


COMPORTAMENTO DA JURISPRUDÊNCIA QUANTO À SUA ACEITAÇÃO?

DEVERES DO PRESO

Sobre deveres das pessoas condenadas, o que vocês precisam saber?

O art. 39 traz quais são os deveres:

Art. 39. Constituem deveres do condenado:

I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença;

II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se;

III - urbanidade e respeito no trato com os demais condenados;

IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à


disciplina;

V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;

VI - submissão à sanção disciplinar imposta;

VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores;

VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua manutenção, mediante
desconto proporcional da remuneração do trabalho;

IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;

X - conservação dos objetos de uso pessoal.

Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o disposto neste artigo.

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REVISÃO - META 2

DIREITOS DAS PESSOAS PRESAS

Com relação aos direitos das pessoas presas, pontua a LEP:

Direitos do preso

Art. 41 - Constituem direitos do preso:

I - alimentação suficiente e vestuário;

II - atribuição de trabalho e sua remuneração;

III - Previdência Social;

IV - constituição de pecúlio;

V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação;

VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que
compatíveis com a execução da pena;

VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;

VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;

IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;

X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;

XI - chamamento nominal;

XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena;

XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento;

XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;

XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios
de informação que não comprometam a moral e os bons costumes.

XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da autoridade
judiciária competente. (Incluído pela Lei nº 10.713, de 2003)

Recentemente o STF entendeu, no Recurso Extraordinário 580.252-MG, que esse tipo de violação aos
direitos das pessoas presas implica na responsabilização do estado em danos morais e materiais.

DISCIPLINA DOS PRESOS

Sobre a disciplina do preso, você precisa ler do art. 44 ao art. 48 da LEP:

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REVISÃO - META 2

Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na obediência às determinações das
autoridades e seus agentes e no desempenho do trabalho.

Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado à pena privativa de liberdade ou restritiva de
direitos e o preso provisório4.

Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou regulamentar.

§ 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e moral do condenado.

§ 2º É vedado o emprego de cela escura.

§ 3º São vedadas as sanções coletivas.

Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da execução da pena ou da prisão, será cientificado das
normas disciplinares.

Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena privativa de liberdade, será exercido pela autoridade
administrativa conforme as disposições regulamentares.

Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o poder disciplinar será exercido pela autoridade
administrativa a que estiver sujeito o condenado.

Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade representará ao Juiz da execução para os fins dos artigos
118, inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra d, e 2º desta Lei.

FALTAS DISCIPLINARES

Primeiro, as faltas disciplinares podem ser classificadas em leves, médias e graves. A LEP, por outro lado,
só cuida das infrações graves.

Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves. A legislação local especificará as
leves e médias, bem assim as respectivas sanções.
O art. 49, parágrafo único da LEP diz que a tentativa é punida com a sanção correspondente à falta
disciplinar consumada:

HÁ ALGUMA CRÍTICA AO ART. 49, PARÁGRAFO ÚNICO DA LEP?

4
Isso DESPENCA EM PROVA: condenado em LIVRAMENTO CONDICIONAL NÃO SE SUBMETE AO REGIME
DISCIPLINAR, pois, segundo a LEP, quem está em condicional é considerado EGRESSO.

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REVISÃO - META 2

TEORIAS SOBRE A TENTATIVA NA EXECUÇÃO PENAL

Analisa o elemento subjetivo (a vontade de consumação do agente). Como


SISTEMA OU TEORIA
tanto na tentativa como no crime consumado o elemento subjetivo é o
SUBJETIVA OU
mesmo, ambas merecem o mesmo tratamento. A tentativa merece a
MONISTA:
mesma pena do crime consumado;
Analisa a periculosidade do agente, possibilitando a punição, inclusive, dos
TEORIA SINTOMÁTICA:
atos preparatórios.
O que deve ser observado é o aspecto objetivo do delito, o caminho
TEORIA OBJETIVA OU
percorrido, autorizando punição menos rigorosa quando o crime for
REALISTA:
tentado (adotada, em regra, pelo Código Penal no Art. 14, parágrafo único);
Tem o mesmo substrato da teoria subjetiva, mas visa limitar o seu alcance
TEORIA DA para tornar possível a punição somente a partir do momento em que a
IMPRESSÃO OU conduta do agente seja capaz de abalar a confiança no ordenamento ou de
OBJETIVA-SUBJETIVO: transmitir a ideia de perturbação da segurança jurídica a quem dela tomar
conhecimento.

A LEP ADOTOU QUAL DESSAS TEORIAS ACIMA?

FALTAS GRAVES EM ESPÉCIE

Vamos às faltas graves em espécie para aqueles que estejam cumprindo pena privativa de liberdade,
dando atenção especial ao inciso VIII, nova espécie de falta grave inserida pelo denominado “Pacote
Anticrime”.

Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:

I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;

II - fugir;

III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem;

IV - provocar acidente de trabalho;

V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas;

VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.

VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a
comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007)

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REVISÃO - META 2

VIII - recusar submeter-se ao procedimento de identificação do perfil genético (INCISO INSERIDO COM
O PACOTE ANTICRIME).

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso provisório.

Além disso, é importante que você saiba da existência do enunciado 533 da Súmula do STJ:

“Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da execução penal, é imprescindível a


instauração de procedimento administrativo pelo diretor do estabelecimento prisional, assegurado o
direito de defesa, a ser realizado por advogado constituído ou defensor público nomeado.”

Saiba que não se aplica, no âmbito da execução penal, o enunciado nº 5 da Súmula Vinculante:

Súmula Vinculante 5: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não
ofende a Constituição.

IMPORTANTE: No julgamento do RE 972.598, de Relatoria do Ministro Roberto Barroso, em Sessão


Virtual de 24.4.2020 a 30.4.2020, o STF fixou a seguinte tese com repercussão geral: A oitiva do
condenado pelo Juízo da Execução Penal, em audiência de justificação realizada na presença do
defensor e do Ministério Público, afasta a necessidade de prévio Procedimento Administrativo
Disciplinar (PAD), assim como supre eventual ausência ou insuficiência de defesa técnica no PAD
instaurado para apurar a prática de falta grave durante o cumprimento da pena”.

O ENTENDIMENTO DO STF NO RE 972.598 ACIMA VIOLA QUAIS PRINCÍPIOS


CONSTITUCIONAIS?

PESSOAS CONDENADAS À PRD PRATICAM FALTAS GRAVES? FUNDAMENTE

AS FALTAS GRAVES PRESCREVEM? QUAL O PRAZO?

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REVISÃO - META 2

REGIME DISCILINAR DIFERENCIADO (RDD)

O RDD é o Regime Disciplinar Diferenciado. Tem expressa previsão na LEP e vocês precisam decorar
TUDO sobre ele (porque cai e não é pouco), sobretudo depois do chamado “Pacote Anticrime”, que o
alterou substancialmente.
APONTE CRÍTICAS AO RDD.
COM O PACOTE ANTICRIME HOUVE RECRUDESCIMENTO?

Alguns autores, a exemplo de Roig, entendem pela inconstitucionalidade do RDD. Viola, inclusive, as
Regras de Mandela, além de princípios constitucionais, como a dignidade da pessoa humana e a
proibição de tratamentos cruéis e degradantes.

ESPÉCIES DE SANÇÕES DISCIPLINARES

O art. 53 traz as sanções disciplinares possíveis de serem aplicadas aos apenados:

Art. 53. Constituem sanções disciplinares:

I - advertência verbal;

II - repreensão;

III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo único);

IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que possuam alojamento
coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei.

V - inclusão no regime disciplinar diferenciado. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)

Quem aplica as sanções? Segundo o art.54 da LEP, o diretor do estabelecimento aplica todas as sanções,
exceto a inclusão no RDD.

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REVISÃO - META 2

Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato motivado do diretor do
estabelecimento e a do inciso V (RDD), por prévio e fundamentado despacho do juiz competente.
(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
§ 1º A autorização para a inclusão do preso em regime disciplinar dependerá de requerimento
circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridade administrativa.

§ 2º A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime disciplinar será precedida de manifestação
do Ministério Público e da defesa e prolatada no prazo máximo de quinze dias.
É importante que você saiba que, conforme enunciado 534-STJ, a prática de falta grave interrompe a
contagem do prazo para a progressão de regime de cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do
cometimento dessa infração. No entanto, até a publicação do “Pacote Anticrime” não havia previsão
legal.

Agora, com a Lei nº 13.964/2019, fora acrescido o § 6º ao art. 112 da LEP, segundo o qual “o
cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe o prazo para
a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da contagem do
requisito objetivo terá como base a pena remanescente”.

EXECUÇÃO PENAL5
Consequências decorrentes da prática de FALTA GRAVE
ATRAPALHA NÃO INTERFERE
• PROGRESSÃO : interrompe o prazo para a progressão • INDULTO E COMUTAÇÃO DE PENA: a prática de
de regime. falta grave não interrompe o prazo para fim de
comutação de pena ou indulto (Súmula 535-STJ).
• REGRESSÃO: acarreta a regressão de regime.
A concessão de comutação de pena ou indulto
• SAÍDAS: revogação das saídas temporárias. deverá observar o cumprimento dos requisitos
• TRABALHO EXTERNO: revogação do trabalho externo. previstos no decreto presidencial.

• REMIÇÃO: revoga até 1/3 do tempo remido. • SAÍDA TEMPORÁRIA E TRABALHO EXTERNO
• RDD: pode sujeitar o condenado ao RDD. (requisito objetivo): a prática de falta grave
durante o cumprimento da pena não acarreta a
• DIREITOS: suspensão ou restrição de direitos. alteração da data-base para fins de saída
• ISOLAMENTO: na própria cela ou em local adequado. temporária e trabalho externo.
LIVRAMENTO CONDICIONAL: para ter direito ao benefício o réu não pode ter cometido falta grave nos
últimos 12 meses. Por outro lado, a falta grave não interrompe o prazo para obtenção do livramento
condicional (Súmula 441-STJ).

#BORAPRATICAR

Preencha a tabela abaixo, marcando com um X na coluna II em consonância com a coluna I.

5
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Resumo das consequências decorrentes da prática de falta grave. Buscador
Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/861578d797aeb0634f77aff3f488cca2.
Acesso em: 08/09/2020.

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15
REVISÃO - META 2

CONSEQUÊNCIAS DECORRENTES DA PRÁTICA DE FALTA GRAVE


PROGRESSÃO ATRAPALHA ( ) NÃO INTERFERE ( )
REGRESSÃO ATRAPALHA ( ) NÃO INTERFERE ( )
SAÍDAS ATRAPALHA ( ) NÃO INTERFERE ( )
REMIÇÃO ATRAPALHA ( ) NÃO INTERFERE ( )
LIVRAMENTO CONDICONAL ATRAPALHA ( ) NÃO INTERFERE ( )
INDULTO ATRAPALHA ( ) NÃO INTERFERE ( )
COMUTAÇÃO DA PENA ATRAPALHA ( ) NÃO INTERFERE ( )
TRABALHO EXTERNO ATRAPALHA ( ) NÃO INTERFERE ( )

ÓRGÃOS DA EXECUÇÃO PENAL

Vocês precisam ler sobre os órgãos da execução penal. Não vou transcrever aqui para não ficar muito
extenso e causar aquela sensação de MUITO conteúdo, mas leia do art. 61 ao 81 da LEP depois volte
para continuar.

SE LIGA NO ART.81-A DA LEP

Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular execução da pena e da medida de segurança,
oficiando, no processo executivo e nos incidentes da execução, para a defesa dos necessitados em todos
os graus e instâncias, de forma individual e coletiva. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública: (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

I - requerer: (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo; (Incluído pela Lei nº


12.313, de 2010).

b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado;
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

c) a declaração de extinção da punibilidade; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

d) a unificação de penas; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

e) a detração e remição da pena; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

g) a aplicação de medida de segurança e sua revogação, bem como a substituição da pena por medida
de segurança; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a suspensão condicional da pena, o livramento


condicional, a comutação de pena e o indulto; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

i) a autorização de saídas temporárias; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

j) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior; (Incluído pela Lei nº 12.313,


de 2010).

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16
REVISÃO - META 2

k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca; (Incluído pela Lei nº 12.313, de
2010).

l) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º do art. 86 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.313,
de 2010).

II - requerer a emissão anual do atestado de pena a cumprir; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária ou administrativa durante a
execução; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

IV - representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para instauração de sindicância ou


procedimento administrativo em caso de violação das normas referentes à execução penal; (Incluído
pela Lei nº 12.313, de 2010).

V - visitar os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado funcionamento, e


requerer, quando for o caso, a apuração de responsabilidade; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

VI - requerer à autoridade competente a interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento penal.


(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pública visitará periodicamente os estabelecimentos penais,


registrando a sua presença em livro próprio. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

O ART. 81-A PODE SER CONSIDERADO UMA FORMA DE INTERVENÇÃO COMO “CUSTOS
VULNERABILIS?”

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17
REVISÃO - META 2

DIREITO ADMINISTRATIVO
PODERES DO ESTADO

O Brasil adotou a teoria clássica de tripartição das funções, organizada por Montesquieu. Neste sentido,
restou definido o funcionamento dos seguintes “poderes”: legislativo, executivo e judiciário.

Cada um deles tem sua atividade principal e outras secundárias. Sendo a principal chamada de função
típica e a secundária de atípica.

A FUNÇÃO LEGISLATIVA estabelece a possibilidade de se instituir normas gerais e abstratas, que inovam
o ordenamento jurídico criando direitos e obrigações aos particulares; a FUNÇÃO JUDICIAL, por seu
turno, possibilita o julgamento dos litígios com a finalidade de pacificação social – a jurisdição tem o
poder de proferir decisões com caráter de definitividade, produzindo a coisa julgada e, por fim, a
FUNÇÃO EXECUTIVA/FUNÇÃO ADMINISTRATIVA permite a aplicação das normas administrativas ao
caso concreto, sendo, portanto, a função que atua na defesa concreta dos interesses públicos.

Ressalte-se, ainda, que há na doutrina quem fale na existência da FUNÇÃO POLÍTICA DO


ESTADO/FUNÇÃO DE GOVERNO DO ESTADO – que, no entender de Celso Antônio Bandeira de Melo,
abarca os atos jurídicos que não estão abarcados nas funções anteriores. Matheus Carvalho cita como
exemplo desta função os atos de sanção e veto de lei, a declaração de guerra e a decretação de estado
de calamidade, isto porque, nestes casos a atuação do Estado versa sobre a gestão superior da vida
estatal, tratando-se de decisão de natureza política.

GOVERNO X ESTADO

Não se deve confundir as definições de Estado e de Governo.

ESTADO: O Estado é uma instituição organizada política, jurídica e economicamente.

GOVERNO: O governo é, por sua vez, elemento formador do Estado e com ele não se confunde. O
governo em sentido subjetivo/formal delimita a cúpula diretiva do Estado responsável pela condução
das atividades estatais; Já em sentido objetivo/material é a atividade diretiva do Estado, confundindo-
se com seu complexo de funções básicas.

A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – ESTRUTURA E EXERCÍCIO DA FUNÇÃO ADMINISTRATIVA

EM SENTIDO FORMAL/ORGÂNICO OU SUBJETIVO: A expressão Administração Pública em sentido


formal, orgânico ou subjetivo designa o conjunto de órgãos e agentes estatais no exercício da função
administrativa.

EM SENTIDO OBJETIVO/MATERIAL: Confunde-se com a definição de função administrativa e designa a


atividade estatal que objetiva a defesa concreta dos interesses públicos.

FAÇA UMA OBSERVAÇÃO SOBRE O TEMA

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18
REVISÃO - META 2

ADMINISTRAÇÃO DIRETA, INDIRETA E TERCEIRO SETOR – CONCEITOS ESSENCIAIS

ADMINISTRAÇÃO DIRETA: conjunto de órgãos e agentes públicos que compõem os entes federativos
(União, Estados, DF e Municípios).

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: conjunto de pessoas jurídicas, especialmente criadas pelos entes


federativos para a realização de atividades administrativas específicas, ou, ainda, para explorarem
atividades econômicas, mediante processo de descentralização. São elas: as autarquias, as fundações
públicas, as empresas públicas e as sociedades de economia mista.

ENTIDADES PARAESTATAIS: São pessoas jurídicas de direito privado que não integram a Administração
Pública, mas colaboram com o Estado desempenhando atividades de interesse público, sem fins
lucrativos. Exemplos: Serviços Sociais Autônomos, Organizações Sociais e Organizações da Sociedade
Civil de Interesse Público.

CENTRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO

Tais conceitos dizem respeito à forma através da qual o Estado irá exercer a função administrativa.

Na CENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA o Estado (União, estados-membros, DF e Municípios)


DESEMPENHA a função administrativa DIRETAMENTE através de seus próprios órgãos e agentes
públicos.

Na DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA há distribuição de competência e o Estado exerce suas


tarefas INDIRETAMENTE, através de OUTRAS PESSOAS JURÍDICAS (diversas da União, dos Estados, do
DF e dos Municípios).

A descentralização pode se dar das seguintes maneiras:

a) DESCENTRALIZAÇÃO POR OUTORGA OU POR SERVIÇOS: aqui o Estado institui, ou seja, cria uma
nova pessoa jurídica para executar uma dada atividade administrativa ou prestar um dado serviço
público. A criação se dá por lei criadora ou lei autorizadora da criação. Na descentralização por
outorga, transfere-se a própria titularidade da atividade ou serviço.

PONTOS IMPORTANTES SOBRE DESCENTRALIZAÇAO POR OUTORGA

• É possível haver retomada pelo Estado, da titularidade, no entanto, deve haver nova lei neste
sentido em razão do princípio da simetria das formas;

• As entidades criadas por meio de descentralização, em regra, “nascem” sem um prazo determinado
“de vida”. São criadas, portanto, com prazo indeterminado;

• NÃO HÁ RELAÇÃO DE HIERARQUIA ENTRE AS ENTIDADES CRIADAS PELO ESTADO E ESTE, O QUE HÁ
É MERA VINCULAÇÃO! Ou seja, ente federativo que houver criado a entidade (autarquia, fundação
pública, empresa pública ou sociedade de economia mista), não é hierarquicamente superior a ela;

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19
REVISÃO - META 2

• Existe controle do Estado sobre a entidade, mas este controle não é exercido com base em relação
de hierarquia, e sim em mera vinculação. Fala-se, nesse caso, em CONTROLE FINALÍSTICO, OU
TUTELA ADMINISTRATIVA OU AINDA EM SUPERVISÃO MINISTERIAL. Significa dizer, portanto, que o
controle se limita à verificação dos objetivos para os quais fora criada a entidade, limita-se à
verificação do cumprimento de suas funções institucionais. O controle é exercido nos estritos
limites da lei. A fiscalização, portanto, é condicionada aos termos da lei.

• Cada uma dessas entidades encontra-se vinculada a um dado órgão da Administração Pública,
normalmente àquele com competência na área em que atuar a entidade. É neste sentido, a
propósito, art. 4º, parágrafo único, do DL 200/67: as entidades compreendidas na Administração
Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal
atividade.

b) DESCENTRALIZAÇÃO POR DELEGAÇÃO OU POR COLABORAÇÃO: aqui o Estado transfere, por


contrato (concessões e permissões) ou por ato unilateral (autorização), a uma pessoa delegada
(delegatário), apenas a execução do serviço público. Você não vai errar isso, veja de novo: NÃO HÁ
TRANSFERÊNCIA DA TITULARIDADE!

O QUE SIGNIFICA O CONTROLE FINALÍSTICO?

PONTOS IMPORTANTES SOBRE DESCENTRALIZAÇAO POR COLABORAÇÃO! ANOTE:

• O serviço é prestado sob a responsabilidade do delegatário, mediante fiscalização do Estado;


• Em regra, há prazo determinado no contrato ou ato;

Fique atento: autorização administrativa – pode não conter prazo certo, em vista da precariedade de
que se reveste, é passível de revogação a qualquer tempo, sem direito a indenização (via de regra).

• Também não há relação de hierarquia. Porém, o controle é mais amplo porque envolve diversas
prerrogativas inerentes aos contratos administrativos (ex.: rescisão e alteração unilateral do
contrato, fiscalização constante de sua execução, aplicação de sanções ao delegatário em caso de
irregularidades contratuais, entre outras medidas).

c) DESCENTRALIZAÇÃO TERRITORIAL OU GEOGRÁFICA: corresponde à criação da figura dos Territórios


Federais (art. 18, § 2º, CRFB/88). Em suma, o Estado delimita uma dada área de seu território e
atribui a ela personalidade jurídica de direito público.

Traço marcante: aos Territórios são atribuídas competências administrativas genéricas, ao passo que as
demais entidades objeto de descentralização recebem atribuições específicas, ou seja, atuam em
segmentos administrativos ou econômicos específicos.

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20
REVISÃO - META 2

Por fim, a DESCONCENTRAÇÃO ADMINISTRATIVA é uma técnica de organização administrativa pela qual
o Estado realiza uma distribuição interna de competências no âmbito da própria estrutura
organizacional de uma mesma pessoa jurídica.

ÓRGÃOS PÚBLICOS

CONCEITO: Na linha do que acima se desenhou, órgãos públicos, segundo autorizada lição doutrinária
de Hely Lopes Meireles, são “centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais,
através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem.”

O QUE É A TEORIA DO ÓRGÃO?

CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES:

Órgãos públicos são entes despersonalizados, isto é, desprovidos de personalidade jurídica; não têm
aptidão para adquirirem direitos e contraírem obrigações em nome próprio. Não são sujeitos de
direitos.

Resultam de um processo de desconcentração administrativa.

Obs.: existem órgãos públicos na administração indireta. Ex.: O INSS, que é uma autarquia federal possui
como órgãos a gerência executiva, as agências de atendimento, etc.

Capacidade processual em caráter excepcional: os órgãos públicos, justamente por não ostentarem
personalidade jurídica própria, não detêm, como regra geral, capacidade de serem parte no âmbito de
relação jurídica processual. Nada obstante, excepcionalmente, a jurisprudência tem admitido que
determinados órgãos públicos, vale dizer, aqueles situados na cúpula da Administração Pública, os quais
têm sua disciplina prevista diretamente na Constituição da República, possam ir a juízo, em nome
próprio, sobretudo na defesa de suas competências constitucionais, acaso se verifique indevida
usurpação destas por parte de outro órgão.

Vejam o que diz o enunciado 525 da Súmula do STJ: A Câmara de Vereadores não possui personalidade
jurídica, apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus
direitos institucionais.

SISTEMAS DE CONTROLE DA ATIVIDADE DO ESTADO

A doutrina costuma estudar dois principais sistemas de controle. São eles:

• SISTEMA DO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO (FRANCÊS): no qual compete ao judiciário


resolver todas as controvérsias existentes no Estado, exceto as que a administração pública seja
parte. Segundo essa doutrina quem deve julgar a administração pública é a própria
administração pública em nome da separação dos poderes. Na França, o Conselho de Estado é
o órgão que tem competência para julgar com caráter de definitividade as controvérsias nas
quais a administração pública é parte. No entanto, este sistema recebe críticas porque, apesar

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21
REVISÃO - META 2

de garantir a absoluta separação dos poderes, peca pela falta de imparcialidade. Neste, a
administração pública é julgada e julgadora.

• SISTEMA DA JURISDIÇÃO ÚNICA (INGLÊS): estabelece que existe um processo administrativo e


um contencioso dentro da administração pública, mas essas decisões não possuem caráter de
definitividade – não fazem coisa julgada, podendo ser revistas pelo poder judiciário em nome
do princípio da inafastabilidade. Entenda: a coisa julgada administrativa existe para dizer que a
matéria não pode ser analisada dentro da esfera administrativa; mas essa coisa julgada não
afasta a apreciação do poder judiciário e não há necessidade de esgotamento das instâncias,
exceto nos casos da justiça desportiva onde o esgotamento é requisito para se buscar
intervenção do poder judiciário.

QUAL O SISTEMA ADOTADO NO BRASIL?

REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO

Temos, assim, que o Regime Jurídico Administrativo contém:

• a supremacia do interesse público sobre o interesse privado – aqui, havendo necessidade, o


Estado pode restringir direitos individuais em nome de uma coletividade. Essa supremacia faz
com que o Estado esteja em desigualdade com o particular, ex.: desapropriação, presunção de
veracidade, cláusulas contratuais exorbitantes. Da supremacia do interesse público sobre o
interesse privado decorrem as prerrogativas e garantias da administração pública e a

• a indisponibilidade do interesse público – nesta, o ordenamento jurídico estabelece


limites/restrições ao administrador para se evitar que a atuação administrativa do Estado abra
mão de interesses coletivos na defesa de interesses individuais. A indisponibilidade do interesse
público estabelece as limitações da administração pública.

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

EXPRESSOS:

• LEGALIDADE – subordinação à lei – define que a atuação do Estado depende de previsão legal
(art. 37 da CF); é diferente da legalidade para o particular, que se resume a não contradição à
lei (art. 5º, inciso II, CF).

• IMPESSOALIDADE – não discriminação da atuação administrativa. A pessoa que vai ser


beneficiada ou prejudicada com o ato é indiferente para a administração pública. Maria Di
Pietro, por sua vez, aborda o princípio da impessoalidade aproximando-o da teoria do órgão ou
da imputação. Para ela, o princípio da impessoalidade denota que o agente público atua em
nome do Estado – ‘presenta’ a administração pública.

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22
REVISÃO - META 2

• MORALIDADE JURÍDICA – é diferente da moralidade social. Este princípio se liga à boa fé de


conduta, à lealdade no trato com a coisa pública, a não corrupção;

• PUBLICIDADE – possibilita o controle e eficácia dos atos administrativos, exceto para atos
administrativos que violem a intimidade, vida privada, honra e segurança nacional e relevante
interesse coletivo. O princípio da publicidade não é elemento formativo do ato administrativo,
mas é requisito de eficácia dele (gente, atenção para este ponto; não é requisito de existência
pois este se refere aos elementos formadores do ato. Não é requisito de validade pois neste se
analisa a licitude em relação aos elementos formadores. É, portanto, requisito de EFICÁCIA,
inerente à devida produção de efeitos. #VAICAIRNASUAPROVA).

• EFICIÊNCIA – foi inserido pela EC 19 e corresponde à busca por resultados positivos na


administração pública: grande produção com pouco gasto. Para doutrina moderna é dispositivo
de aplicabilidade imediata e eficácia plena, pois não precisa de regulamentação, dado o fato de
a própria CF concretizar esse princípio. Foi o que aconteceu, por exemplo, quando a própria EC
19 inseriu no art. 41 a necessidade de avaliação especial de desempenho do servidor público
como requisito de estabilidade.

• CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA – o cidadão tem direito de saber o que há no processo e o


direito de falar sobre o assunto. São exemplos de observância deste princípio a defesa prévia
(que é excetuada em caso de relevante interesse público, visto que aqui o contraditório é
diferido/postergado), a defesa técnica como possibilidade (lembre-se que a ausência desta não
gera a nulidade do processo – vide Súmula Vinculante nº 5) e o duplo grau de julgamento, que
é inerente à ampla defesa (lembre-se que “é inconstitucional a exigência de depósito prévio
para a interposição de recurso na esfera administrativa” - vide SV 21 do STF).

PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS

• CONTINUIDADE – é princípio implícito na CF/88 e expresso na Lei nº 8987/95. Trata-se do dever


de atuação do Estado de forma ininterrupta. Este princípio justifica, por exemplo, os institutos
da substituição e da suplência no serviço público.

• MOTIVAÇÃO (ART. 50 DA LEI Nº 9784/99) – a fundamentação do ato é, em regra, necessária


tanto para os atos discricionários quanto para os atos vinculados. José Carvalho dos Santos
Filhos entende que a motivação não é princípio.

• RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE – a razoabilidade varia de acordo com o tempo e


espaço – é utilizado o padrão do homem médio - bone pater familiae – este princípio visa
impedir uma atuação desarrazoada ou despropositada do administrador; representa certo
limite para a discricionariedade, que, mesmo diante de situações em que a lei define mais de
uma possibilidade de atuação, leva a escolha do administrador pela opção que melhor se
enquadra dentro dos padrões de escolha efetivados pelo homem médio. A proporcionalidade,
por seu turno, é inerente à razoabilidade segundo doutrina majoritária, e consiste na
adequação entre fins e meios, ou seja, no equilíbrio entre os motivos que deram ensejo à
prática do ato e a consequência jurídica desta conduta.

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23
REVISÃO - META 2

CRIMINOLOGIA
ESCOLA CLÁSSICA

Segundo a doutrina, não existiu propriamente uma Escola Clássica, que foi assim denominada em tom
pejorativo pelos positivistas (Ferri). No entanto, há nítida influência do iluminismo na redação da obra
Dos Delitos e Das Penas, de Cesare Beccaria, com a proposta de humanização das ciências penais. Além
de Beccaria, a Escola Clássica tem como expoentes Francesco Carrara e Giovanni Carmingnani.

ESCREVA AQUI OS NOMES DOS PRINCIPAIS EXPOENTES DA ESCOLA CLÁSSICA

Em provas objetivas, caso caia algo sobre a Escola Clássica, lembrem-se de quatro princípios
fundamentais:

a) livre arbítrio;
b) penas humanizadas;
c) penas como retribuição ao mal causado; e
d) método e raciocínio lógico-dedutivo.

ESCOLA POSITIVISTA (POSITIVISMO CRIMINOLÓGICO)

A Escola Positiva, como bem assevera Nestor Sampaio, deita suas raízes no início do século XIX na
Europa. Pode-se afirmar que o positivismo criminológico teve três fases: antropológica (Lombroso),
sociológica (Ferri) e jurídica (Garófalo).

LOMBROSO

Cesare Lombroso, por exemplo, (fase antropológica) publicou uma obra chamada O homem
delinquente. Lombroso, que também era médico, examinou com intensa profundidade as
características fisionômicas de diversas pessoas, e as comparou com os dados estatísticos de
criminalidade. Peso, cabelo, tamanho do crânio, tamanho das pernas, tudo isso era determinante,
segundo Lombroso, para saber se o agente tinha ou não determinismo para o crime. Por isso, o
positivismo para Lombroso é chamado de antropológico, pois para ele o criminoso era “nato”, razão
pela qual seus estudos sobre o atavismo ganharam força no mundo científico.

FERRI

Enrico Ferri (fase sociológica) foi discípulo de Lombroso, e também conhecido por inaugurar a fase da
sociologia criminal. Para Ferri, o crime tem razões tanto antropológicas como físicas e culturais.
Atentem-se também para o fato de que Ferri negou a ideia de livre-arbítrio (mera ficção). Ele acreditava
que a prevenção geral era muito mais eficaz que a repressão.

FAÇA UMA OBSERVAÇÃO SOBRE O TEMA

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24
REVISÃO - META 2

RAFAELLE GARÓFALO

Rafaelle Garófalo (1851-1934), conforme Nestor Sampaio6, afirmou que o crime estava no homem e
que se revelava como degeneração deste; criou o conceito de temibilidade ou periculosidade, que seria
o propulsor do delinquente e a porção de maldade que deve se temer em face deste; fixou, por
derradeiro, a necessidade de conceber outra forma de intervenção penal – a medida de segurança. Seu
grande trabalho foi conceber a noção de delito natural (violação dos sentimentos altruísticos de piedade
e probidade). Classificou os criminosos em natos (instintivos), fortuitos (de ocasião) ou pelo defeito
moral especial (assassinos, violentos, ímprobos e cínicos), propugnando pela pena de morte aos
primeiros (cf. n. 9.3, infra).

RESUMINDO O POSITIVISMO CRIMINOLÓGICO

POSITIVISMO CRIMINOLÓGICO
LOMBROSO ENRICO FERRI RAFAELLE GARÓFALO
Fase antropológica. Fase sociológica. Fase jurídica.
Publicou uma obra chamada Fundou a noção de temibilidade
Foi discípulo de Lombroso.
O homem delinquente. e periculosidade.
Para ele o criminoso era “nato”,
Para Ferri o crime tem razões Teorizou que o crime estava no
razão pela qual seus estudos
tanto antropológicas como homem e que se revelava como
sobre o atavismo ganharam
físicas e culturais degeneração deste.
força no mundo científico.
Peso, cabelo, tamanho do
crânio, tamanho das pernas,
Negou a ideia de livre-arbítrio Fundamentou o direito de punir
eram determinantes para saber
(mera ficção). sobre a teoria da Defesa Social.
se o agente tinha ou não
determinismo para o crime.
Fixou, por fim, a necessidade de
Ele acreditava que a prevenção
conceber outra forma de
Criminoso é um ser atávico. geral era muito mais eficaz que
intervenção penal – a medida
a repressão.
de segurança.

ESCREVA TUDO QUE SOUBER SOBRE RAIMUNDO NINA RODRIGUES E O POSITIVISMO NO


BRASIL

6
Idem.

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25
REVISÃO - META 2

MODELOS SOCIOLÓGICOS DO CONSENSO E DO CONFLITO

DE CUNHO FUNCIONALISTA DE CUNHO ARGUMENTATIVO


Denominada teoria de integração, mais
Chamada de teorias de conflito.
conhecida por teorias de consenso.

São exemplos de teorias de consenso a Escola de Chicago, a teoria de associação diferencial, a teoria da
anomia e a teoria da subcultura delinquente. Por outro lado, são exemplos de teorias de conflito o
labelling approach (ou etiquetamento) e a teoria crítica ou radical.

ESCOLAS DO CONSENSO

Revisaremos as seguintes escolas do consenso: a) Escola de Chicago, b) teoria de associação diferencial,


c) a teoria da anomia e d) a teoria da subcultura delinquente.

ESCOLA DE CHICAGO – TEORIA ECOLÓGICA OU DA DESORGANIZAÇÃO SOCIAL

Segundo Nestor Sampaio7, com a secularização, ocorreu a aproximação entre as elites e a classe baixa,
sobretudo por uma matriz de pensamento, formada na Universidade de Chicago, que se denominou
“teoria da ecologia criminal” ou “desorganização social” (Clifford Shaw e Henry Mckay). Em função do
crescimento desordenado da cidade de Chicago, que se expandiu do centro para a periferia (movimento
circular centrífugo), inúmeros e graves problemas sociais, econômicos, culturais, etc. Criaram ambiente
favorável à instalação da criminalidade, ainda mais pela ausência de mecanismos de controle social.

QUAIS CRÍTICAS À ESCOLA ECOLÓGICA?

ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL

É considerada uma teoria de consenso, desenvolvida pelo sociólogo americano Edwin Sutherland (1883-
1950), inspirado em Gabriel Tarde.

7
NESTOR SAMPAIO PENTEADO FILHO. MANUAL ESQUEMÁTICO DE CRIMINOLOGIA (Locais do Kindle 1282-1302).
Saraiva. Edição do Kindle.

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26
REVISÃO - META 2

Lembra Nestor Sampaio que a teoria da associação diferencial apregoa que o comportamento do
criminoso é aprendido, nunca herdado, criado ou desenvolvido pelo sujeito ativo. Sutherland não
propõe a associação entre criminosos e não criminosos, mas sim entre definições favoráveis ou
desfavoráveis ao delito. Nesse contexto, a associação diferencial é um processo de apreensão de
comportamentos desviantes, que requer conhecimento e habilidade para se locupletar das ações
desviantes. Isso é aprendido e promovido por gangues urbanas, grupos empresariais, aquelas
despertadas para a prática de furtos e arruaças, e estes, para a prática de sonegações e fraudes
comerciais.

TEORIA DA ANOMIA (MERTON E DURKHEIM)

Apesar de ser vista também como teoria de consenso há nuances marxistas. Afasta-se dos estudos
clínicos do delito porque não o compreende como anomalia. De plano, convém citar que essa teoria
insere-se no plano das correntes funcionalistas, desenvolvidas por Robert King Merton, com apoio na
doutrina de E. Durkheim (O suicídio). (NESTOR SAMPAIO, p. 60).

ANOMIA PARA DURKHEIM ANOMIA PARA ROBERT KING MERTON


Anomia representa a ausência ou desintegração Anomia se dava em razão de, no plano
das normas sociais, fazendo com que haja a sociológico, existir um sintoma de dissociação
produção de uma situação de pouca coesão entre as aspirações socioculturais e os meios
social causado por uma ruptura. desenvolvidos para alcançar tais aspirações.

RESUMA O QUE SIGNIFICA ANOMIA PARA DURKHEIM?

TEORIA DA SUBCULTURA DELINQUENTE

A teoria da subcultura delinquente é tida como teoria de consenso, criada pelo sociólogo Albert Cohen
(Delinquent boys, 1955). Três ideias básicas sustentam a subcultura: 1) o caráter pluralista e atomizado
da ordem social; 2) a cobertura normativa da conduta desviada; 3) as semelhanças estruturais, na
gênese, dos comportamentos regulares e irregulares. Essa teoria é contrária à noção de uma ordem
social, ofertada pela criminologia tradicional. Identificam-se como exemplos as gangues de jovens
delinquentes, em que o garoto passa a aceitar os valores daquele grupo, admitindo-os para si mesmo,
mais que os valores sociais dominantes. (Nestor Sampaio, p. 62).

ESCOLAS DO CONFLITO

TEORIAS DO CONFLITO
LABELLING APPROACH Para esta teoria, a sociedade define o que entende por “conduta
(Também conhecida como desviante”, isto é, todo comportamento considerado perigoso,
interacionismo simbólico, constrangedor, impondo sanções àqueles que se comportarem dessa

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27
REVISÃO - META 2

etiquetamento, rotulação ou forma, criando rótulos e escolhendo sobre quem o direito penal irá
reação social). recair, e quase sempre sobre pessoas pobres, negras, em situação de
rua, etc.
De origem marxista, questiona por que o Direito Penal pune de
maneira mais rigorosa as condutas típicas de grupos mais
vulneráveis, como é o caso, por exemplo, do furto de semovente
CRIMINOLOGIA CRÍTICA OU
domesticável, que tem a pena mínima idêntica ao crime de
RADICAL
submissão de pessoa à situação análoga à de escravo, o que
demonstra o descompasso do legislador na proteção de bens
jurídicos.

A TEORIA DO LABELLING APPROACH TEM LIGAÇÃO COM O RACISMO ESTRUTURAL?

PRISIONIZAÇÃO

É importante saber, ainda, sobre o instituto da Prisionização, que é conceituado por Alessandro Baratta
nos seguintes termos:

“Trata-se da assunção das atitudes, dos modelos de comportamento, dos valores característicos da
subcultura carcerária. Estes aspectos da subcultura carcerária, cuja interiorização é inversamente
proporcional às chances de reinserção na sociedade livre, têm sido examinados sob o aspecto das
relações sociais e de poder, das normas, dos valores, das atitudes que presidem estas relações, como
também sob o ponto de vista das relações entre os detidos e o staff da instituição penal. (BARATTA,
Alessandro. Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal. 3. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2002, p. 184-
185).”

A PRISIONIZAÇÃO TRAZ EFEITOS APENAS PARA AS PESSOAS PRESAS?

MINIMALISMO E GARANTISMO PENAL

O movimento minimalista nasce a partir das propostas de alguns autores (entre eles podemos citar
Baratta). Em síntese, para os minimalistas, o direito penal tem que intervir o mínimo possível (daí a
expressão minimalista), de modo que tenha aplicação subsidiária a outras formas de controle social.

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28
REVISÃO - META 2

Já o garantismo penal, que não se confunde com o minimalismo, encontra guarida a partir dos estudos
de Ferrajoli, em que foram elaborados, inclusive, os 10 axiomas.8

O QUE É O GARANTISMO HIPERBÓLICO MONOCULAR?

MINIMALISMO PENAL OU ABOLICIONISMO ABOLICIONISMO PENAL


MODERADO (RADICAL)
O minimalismo não discorda do direito penal, na O abolicionismo penal tem como objetivo a
verdade, ele até o aceita. No entanto, como o radical mudança do sistema penal. Dentro do
próprio nome denota, para os minimalistas, o abolicionismo há várias vertentes.
direito penal deve ser mínimo, havendo de existir
sempre a busca por alternativas humanizadas. No entanto, a que tem mais peso para nossa
Quando todas falharem, é possível a incidência do prova é a defendida por Louk Hulsman, que é
direito penal. considerado um dos maiores pensadores da
teoria abolicionista de todos os tempos.
Também é importante dizer que Eugenio Raul
Zaffaroni (1990) também é um grande propulsor Para Hulsman, o sistema penal precisa de uma
do movimento minimalista, cujo enfoque, radical transformação, em que deve ser
entretanto, era como fase intermediária para o abandonada a ideia de cárcere, e também de
abolicionismo. todos os sistemas de controle formais.

8
Axiomas: A1) Nulla poena sine crimine (Não há pena sem crime). Princípio da retributividade ou da
consequencialidade da pena em relação ao delito. A2) Nullum crimen sine lege (Não há crime sem lei). Princípio
da legalidade, no sentido lato ou no sentido estrito. A3) Nulla lex (poenalis) sine necessitate (Não há lei penal sem
necessidade) Princípio da necessidade ou da economia do direito penal. A4) Nulla necessitas sine injustia (Não há
necessidade sem ofensa a bem jurídico). Princípio da lesividade ou ofensividade do evento. A5) Nulla injuria sine
actione (Não há ofensa ao bem jurídico sem ação) Princípio da materialidade ou da exterioridade da ação. A6)
Nulla actio sine culpa (Não há ação sem culpa) Princípio da culpabilidade ou da responsabilidade pessoal. A7) Nulla
culpa sine judicio (Não há culpa sem processo); Princípio da jurisdicionalidade no sentido lato ou estrito. A8) Nulla
judicium sine accustone (Não há processo sem acusação) Princípio acusatório ou da separação ente o juiz e a
acusação. A9) Nulla accusatio sine probatione (Não há acusação sem prova) Princípio do ônus da prova ou da
verificação. A10) Nulla probatio sine defensione Princípio do contraditório ou da defesa ou da falseabilidade.

\
29
REVISÃO - META 2

DIREITO PENAL
TEORIA DA PENA

SANÇÃO PENAL
PENA Pautada na noção de culpabilidade.
MEDIDAS DE SEGURANÇA Pautada na noção de periculosidade.

SOBRE AS ESPÉCIES DE MEDIDAS DE SEGURANÇA: QUAIS SÃO?

TEORIAS LEGITIMADORAS DAS PENAS


As teorias legitimadoras são assim chamadas porque de fato “legitimam
a pena”.

Para Hegel: a justificação da pena é de ordem jurídica, em virtude da


TEORIA ABSOLUTA
necessidade de se reparar o direito por meio de um mal que restabeleça
(OU RETRIBUTIVA) a ordem legal violada.

Para Kant: a justificação da pena é de ordem ética, com base no valor


moral da lei pena infringida.
A outra importante teoria justificadora da pena é a Teoria Preventiva.
TEORIA PREVENTIVA OU
RELATIVA Ela se desdobra em preventiva especial (positiva e negativa) e preventiva
geral (positiva e negativa).
PREVENÇÃO GERAL: prevenção GERAL não está ligada a uma pessoa, mas
a sociedade como um todo.

Prevenção geral positiva: faz com que as pessoas (sociedade em geral)


PREVENÇÃO GERAL
saiba da existência e da força da lei penal.

Prevenção geral negativa9 : o objetivo aqui é a intimidação de possíveis


criminosos (aqueles presentes na sociedade).

9
Segundo Ferrajoli, “inobstante livres da confusão substancialista entre direito e moral, as doutrinas da prevenção
geral negativa são também idôneas a fundar modelos de direito penal máximo, pelo menos nos termos em que
normalmente se fundam. Tal assertiva vale, seguramente, para a primeira das duas versões acerca da prevenção
geral, ou seja, aquela baseada na eficácia deterrente do exemplo fornecido com a aplicação da pena, (...) que se

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30
REVISÃO - META 2

PREVENÇÃO ESPECIAL: atua em sujeitos específicos.

Especial positiva: a principal função é de ressocializar o condenado.


PREVENÇÃO ESPECIAL Relaciona-se com a concepção etiológica de crime.

Especial negativa: busca impedir que o condenado pratique novos crimes,


para evitar a reincidência.
Nosso ordenamento jurídico adotou a teoria mista (ou eclética),
misturando as finalidades retributivas e preventivas da pena (art. 59 do
Código Penal).

TEORIA MISTA OU EM RESUMO: as teorias mistas conjugam as duas primeiras, sustentando


ECLÉTICA (ADOTADA) o caráter retributivo da pena, mas acrescentam a este os fins de
reeducação do criminoso e intimidação. A penologia é a disciplina
integrante da criminologia que cuida do conhecimento geral das penas
(sanções) e castigos impostos pelo Estado aos violadores da lei. (NESTOR
SAMPAIO, MANUAL ESQUEMÁTICO, P. 90).

NO BRASIL, AS PENAS “RESSOCIALIZAM”? POR QUÊ?

verifica em Grócio, Hobbes, Locke, Pufendorf, Thomasius, Beccaria, Bentham, Filangieri e, em geral, nos
pensadores jusnaturalistas dos séculos XVII e XVIII. Mais do que qualquer outra doutrina utilitarista, esta ideia da
função exemplar da execução da pena dá margem, com efeito, à objeção kantiana segundo a qual nenhuma
pessoa pode ser utilizada como meio para fins a ela estranhos, ainda que sociais e elogiáveis. E, em se condividindo
tal princípio moral, referida justificação do direito penal é expressamente imoral. Ademais, tal concepção da
finalidade da pena legitima intervenções punitivas orientadas para a máxima severidade, privadas de qualquer
certeza e garantia, tais como a pena "exemplar", e, até mesmo, a "punição do inocente", desvinculada da
culpabilidade e da própria verificação da existência do crime, exatamente como acontece no extermínio e na
represália. Ferrajoli, Luigi Direito e razão: teoria do garantismo penal - São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
2002, p. 223.

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31
REVISÃO - META 2

TEORIAS DESLEGITIMADORAS

QUAIS SÃO AS TEORIAS DESLEGITIMADORAS DA PENA? EXPLIQUE

ESPÉCIES DE PENAS
o Reclusão
PENAS RESTRITIVAS DE
o Detenção
LIBERDADE
o Prisão simples
o Interdição temporária de direitos
o Perda de bens e valores
PENA RESTRITIVAS DE DIREITOS o Limitação de fim de semana
o Prestação de serviços à comunidade
o Prestação pecuniária
PENA DE MULTA o Valor a ser revertido para o Fundo Penitenciário Nacional.

O QUE EU NÃO POSSO ERRAR SOBRE ESSE PONTO?

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32
REVISÃO - META 2

DIREITO INSTITUCIONAL
GRATUIDADE DE JUSTIÇA OU Isenção de custas e emolumentos para hipossuficientes. Dentro do
JUSTIÇA GRATUITA processo e deferido pelo magistrado.
Possibilidade de representação endoprocessual de pessoas
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
hipossuficientes. Prestada por Defensora ou Defensor Público
GRATUITA
dentro do processo.
Possibilidade de representação endo e extraprocessual de pessoas
ASSISTÊNCIA JURÍDICA hipossuficientes. É bem mais ampla que as duas primeiras. É
GRATUITA prestada por Defensora ou Defensor Público dentro e fora do
processo.

MODELOS DE PRESTAÇÃO DE ASSISTÊNCIA JURÍDICA NO BRASIL E NO MUNDO

Ainda, precisamos falar sobre os modelos de prestação de assistência jurídica no Brasil e no mundo.
Segundo Diogo Esteves e Franklyn Roger Alves Silva10.

PRO BONO Advogados particulares atuam sem receber dinheiro.


JUDICARE Advogados particulares atuam e recebem do estado.
SALARIED STAFF MODEL Os advogados (Defensores) atuam na defesa dos hipossuficientes e
OU MODELO PÚBLICO recebem uma contraprestação mensal do Estado.
HÍBRIDO Trata-se da reunião dos modelos pro bono, judicare e salaried staff.
Para Franklyn Roger e Diogo Esteves, “o modelo socialista pode ser
encontrado em Cuba, onde o atendimento jurídico prestado à
SOCIALISTA população por escritórios coletivos de advocacia denominados Bufetes
Colectivos, que foram instituídos pelo Ministério da Justiça após a
proibição da prática autônoma da advocacia”.11

O BRASIL ADOTA QUAL MODELO? EXPLIQUE!

10
Princípios Institucionais da Defensoria Pública/Diogo Esteves, Franklyn Roger Alves Silva. - 3. ed. - Rio de Janeiro:
Forense, 2018, p.7/14.
11
Idem.

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33
REVISÃO - META 2

ONDAS RENOVATÓRIAS DE ACESSO À JUSTIÇA

Assistência judiciária aos pobres. Está relacionada ao obstáculo econômico do


PRIMEIRA ONDA
acesso à justiça.
Refere-se à representação dos interesses difusos em juízo e visa contornar o
SEGUNDA ONDA
obstáculo organizacional do acesso à justiça.
Acesso à representação em juízo, a uma concepção mais ampla de acesso à
Justiça, e um novo enfoque de acesso à Justiça.
TERCEIRA ONDA
Ex.: Lei dos Juizados Especiais.
QUARTA ONDA
A dimensão ética e política do direito.
(NOVIDADE)
QUINTA ONDA
A internacionalização da proteção dos direitos humanos.
(NOVIDADE)

EM QUAL “ONDA” A DEFENSORIA PÚBLICA ESTÁ PRESENTE COM MAIS ÊNFASE?

FUNÇÕES TRADICIONAIS E NÃO TRADICIONAIS DA DEFENSORIA PÚBLICA

FUNÇÃO TRADICIONAL FUNÇÃO NÃO TRADICIONAL


(Tendencialmente individualista) (Tendencialmente solidarista)
Associadas à carência econômica do indivíduo. É irrelevante o fator econômico.

A ATUAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA COMO “OMBUDSMAN”

A DEFENSORIA PÚBLICA ATUA COMO UMA ESPÉCIE DE “OMBUDSMAN”? EXPLIQUE

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34
REVISÃO - META 2

A DEFENSORIA COMO “CUSTOS VULNERABILIS”

Pedro Lenza (2018) afirma que Bheron Rocha (Defensor Público do Estado do Ceará e escritor de várias
obras sobre Defensoria) identifica três grandes modelos de atuação:

Neste caso, é quando a Defensoria representa


PROCURADOR JUDICIAL DOS judicialmente a parte, no uso da sua capacidade
VULNERÁVEIS postulatória. O Direito é do próprio usuário (assistido), que
ATTORNATO AD VULNERABLE só está sendo representando judicialmente pela Defensoria
Pública.
A Defensoria atua em nome próprio, na defesa de direitos
LEGITIMADO EXTRAORDINÁRIO
alheios. É o caso do ajuizamento de ação civil pública para
AMICUS COMMUNITAS defesa de vulneráveis (idosos, por exemplo).
A Defensoria, neste caso, atua em nome próprio em razão
GUARDIÃO DAS VULNERABILIDADES de missão institucional de promoção dos Direitos
CUSTOS VULNERABILIS Humanos. O direito envolvido pode ser individual ou
coletivo.

Nesse sentido, gostaria de tratar especificamente sobre a atuação da Defensoria como “custos
vulnerabilis”, terceiro modelo visto nesse quadrinho. Para alguns, é no art. art. 554, § 1º do NCPC onde
está positivado o embrião do custos vulnerabilis. Vejam o art. 554, § 1º do NCPC:

§ 1º No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão feitas
a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais,
determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de
hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública.

HÁ PRECEDENTE DO STJ SOBRE A ATUAÇÃO DA DEFENSORIA COMO “CUSTOS


VULNERABILIS?”

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35
REVISÃO - META 3

PONTOS PARA REVISAR - META 03


DISCIPLINA PONTOS REVISADO
Bem jurídico-penal. Tipicidade: tipo penal, conduta (ação e
DIREITO PENAL omissão), nexo de causalidade, resultado.
( )
Parte Geral: Os fundamentos filosóficos dos Direitos
Humanos. Universalismo e relativismo cultural. A evolução
histórica dos Direitos Humanos: legado do Tribunal do
DIREITOS HUMANOS Nuremberg, Liga das Nações, Tribunal Penal Internacional
( )
(TPI), Organização Internacional do Trabalho (OIT) e suas
convenções.
Teoria constitucional dos direitos difusos e coletivos.
Interesse público e privado. Interesse público primário e
secundário. Dano moral coletivo. Interesses difusos,
coletivos e individual homogêneos. A defesa judicial dos
interesses transindividuais. A tutela coletiva no âmbito da
DIFUSOS E COLETIVOS Defensoria Pública. A legitimidade da Defensoria Pública
( )
para a tutela dos direitos difusos, coletivos e individuais
homogêneos. A legitimidade da Defensoria Pública para
firmar Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). A solução
extrajudicial de conflitos coletivos pela Defensoria Pública.
Direitos básicos do consumidor. Qualidade de produtos e
serviços, prevenção e reparação de danos. Proteção à saúde
e segurança. Responsabilidade pelo fato do produto e do
CONSUMIDOR serviço. Responsabilidade por vício do produto e do serviço.
( )
Decadência e prescrição. Desconsideração da personalidade

META 3
jurídica. Dano moral coletivo.
Movimento de Lei e Ordem. Tolerância zero.
CRIMINOLOGIA ( )
Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90) –
CRIANÇA E ADOLESCENTE PARTE I
( )

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1
REVISÃO - META 3

PONTOS PARA REVISAR - META 03


DISCIPLINA PONTOS REVISADO
Bem jurídico-penal. Tipicidade: tipo penal, conduta (ação e omissão), nexo
DIREITO PENAL ( )
de causalidade, resultado.
Os fundamentos filosóficos dos Direitos Humanos. Universalismo e
relativismo cultural. A evolução histórica dos Direitos Humanos: legado do
DIREITOS HUMANOS ( )
Tribunal do Nuremberg, Liga das Nações, Tribunal Penal Internacional (TPI),
Organização Internacional do Trabalho (OIT) e suas convenções
Teoria constitucional dos direitos difusos e coletivos. Interesse público e
privado. Interesse público primário e secundário. Dano moral coletivo.
Interesses difusos, coletivos e individual homogêneos. A defesa judicial dos
interesses transindividuais. A tutela coletiva no âmbito da Defensoria Pública.
DIFUSOS E COLETIVOS ( )
A legitimidade da Defensoria Pública para a tutela dos direitos difusos,
coletivos e individuais homogêneos. A legitimidade da Defensoria Pública
para firmar Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). A solução extrajudicial
de conflitos coletivos pela Defensoria Pública.
Direitos básicos do consumidor. Qualidade de produtos e serviços,
prevenção e reparação de danos. Proteção à saúde e segurança.
CONSUMIDOR Responsabilidade pelo fato do produto e do serviço. Responsabilidade por ( )
vício do produto e do serviço. Decadência e prescrição. Desconsideração da
personalidade jurídica. Dano moral coletivo.
A privatização do controle penal. Direito penal simbólico. Movimento de Lei
CRIMINOLOGIA ( )
e Ordem. Tolerância zero.
CRIANÇA E ADOLESCENTE Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90) – PARTE I ( )

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2
REVISÃO - META 3

DIREITO PENAL

BEM JURÍDICO PENAL

Bem jurídico penal é todo aquele bem que possui relevância, a fim de que seja acobertado pelo direito
penal, considerando os princípios da ultima ratio (intervenção mínima, fragmentariedade e
subsidiariedade).

DIFERENCIE SUBSIDIARIEDADE DE FRAGMENTARIEDADE

FUNCIONALISMO TELEOLÓGICO (ROXIN) E SISTÊMICO (JAKOBS)

TEORIAS SOBRE O FUNCIONALISMO


FUNCIONALISMO TELEOLÓGICO/MODERADO FUNCIONALISMO SISTÊMICO/RADICAL
Principal autor é o Claus Roxin Principal autor é o Günther Jakobs

Para o funcionalismo teleológico, o direito penal O Direito Penal é um sistema autopoiético.


surge para proteger bens juridicamente Assim, para os adeptos do funcionalismo
relevantes. Assim, a norma incide não para mostrar sistêmico, o direito penal atua para manter a
que o direito penal deve “apenas” manter a ordem, ordem, mostrando que quem cometeu o crime
mas porque este é necessário para proteger violou a disfunção social e quebrou a confiança.
aqueles bens jurídicos mais relevantes na
sociedade. Em outras palavras, a função do Direito Penal é
manter a integridade do próprio sistema.

DESDOBRAMENTOS DO DIREITO PENAL DO INIMIGO (Günther Jakobs)


DIREITO PENAL DO CIDADÃO DIREITO PENAL DO INIMIGO
(Bürgerstrafrecht) (Feindstrafrecht)
Orientado para o combate aos perigos e que
Caracteriza pela manutenção da vigência da permite que qualquer meio disponível seja
norma. utilizado para punir esses inimigos, ainda viole
direitos previstos.

ESPIRITUALIZAÇÃO/LIQUEFAÇÃO DO DIREITO PENAL


Tem surgido algumas críticas no sentido de que o Direito Penal está protegendo bens jurídicos cada vez
mais difusos, como meio ambiente, saúde pública, segurança pública, etc.

Para parte da doutrina, o bem jurídico protegido deve ser certo e materializado (vida, patrimônio,
liberdade, etc).

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3
REVISÃO - META 3

Assim, com a proteção a bem jurídicos desmaterializados, a doutrina aponta que está ocorrendo uma
“espiritualização do direito penal”, também chamada de liquefação ou desmaterialização.

O DIREITO PENAL EM VELOCIDADES


Aplicação de penas privativas de liberdades.
PRIMEIRA VELOCIDADE –
JESÚS – MARÍA SÁNCHEZ Procedimento mais lento, havendo o respeito às garantias
constitucionais.
Penas alternativas à prisão.

Flexibilização de algumas garantias, assim, o processo acaba sendo mais


SEGUNDA VELOCIDADE –
rápido do que o normal.
JESÚS – MARÍA SÁNCHEZ
Ex.: Lei do Juizado Especial Criminal (transação penal, suspensão
condicional do processo, etc.).
É a soma da primeira e a segunda velocidade, isto é, aplicação de penas
privativas de liberdade e garantias constitucionais flexibilizadas. Ex.: Lei
TERCEIRA VELOCIDADE –
de Crimes Hediondos.
GÜNTHER JAKOBS
Está associada ao Direito penal do inimigo de Jakobs.
Associada ao neopunitivismo. Está ligada à proteção penal internacional,
QUARTA VELOCIDADE –
associada aos chefes de Estado no cometimento de crimes contra a
DANIEL PASTOR
humanidades, a serem julgados pelo TPI.

DIREITO PENAL DO FATO DIREITO PENAL DO AUTOR


O direito penal deve punir alguém em razão do Por outro lado, o direito penal do autor pune pessoas
fato praticado (e não pelo que o autor é). pelo que elas são. O maior exemplo que podemos dar é o
da Alemanha nazista, em que milhares de pessoas foram
O nosso direito penal Brasileiro pode ser mortas, perseguidas e torturadas por serem judeus,
entendido como do fato. homoafetivas, ou contrários às ideias pregadas pelo
Nazismo.

O ART. 59 DO CÓDIGO PENAL VIOLA O DIREITO PENAL DO FATO?

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4
REVISÃO - META 3

TEORIAS DA CONDUTA

CONCEITO CLÁSSICO DE DELITO


FATO TÍPICO ILÍCITO CULPÁVEL
CONDUTA
(apenas movimentos IMPUTABILIDADE
voluntários)
Resultado
Contrariedade entre a conduta
Nexo causal DOLO/CULPA NORMATIVO
e o direito.
(percebam que o dolo não está
na conduta, mas na
Tipicidade
culpabilidade)

Para a doutrina, “a teoria clássica (ou teoria causal naturalista, teoria causalista, teoria naturalística ou
teoria mecanicista), idealizada por Franz von Liszt, Ernst von Beling e Gustav Radbruch, surge no início
do século XIX e faz parte de um panorama científico marcado pelos ideais positivistas que, no âmbito
científico, representavam a valorização do método empregado pelas ciências naturais, reinando as leis
da causalidade (relação de causa-efeito).”1

CONCEITO NEOCLÁSSICO (TEORIA NEOKANTISTA)


FATO TÍPICO ILÍCITO CULPÁVEL
Conduta Imputabilidade
DOLO E CULPA (ainda estão na
Resultado Contrariedade entre a conduta
culpabilidade)
e o direito
Nexo causal Exigibilidade de conduta diversa
Tipicidade (novidade)

Rogério Sanches estabelece que “a teoria neokantista tem base causalista (por isso é também
denominada de teoria causal-valorativa) e foi desenvolvida nas primeiras décadas do século XX. Tendo
como maior expoente Edmund Mezger, fundamenta-se numa visão neoclássica marcada pela superação
do positivismo (o que não significa a sua negação) através da introdução da racionalização no
método.”.2

CONCEITO FINALISTA (HANS WELZEL)


FATO TÍPICO ILÍCITO CULPÁVEL
Conduta (dolo e culpa)

Obs.: dolo e culpa passam a Imputabilidade


integrar o fato típico (saem da
Contrariedade entre a conduta
culpabilidade).
e o direito
Potencial consciência da
Resultado
ilicitude do fato
Nexo causal
Exigibilidade de conduta diversa
Tipicidade

1 Manual de direito penal: parte geral (arts. 1 o ao 120). I Rogério Sanches Cunha - 4. ed. rev., ampl. e atual.- Salvador:
JusPODIVM, 2016, p. 178/183.
2 Manual de direito penal: parte geral (arts. 1 o ao 120). I Rogério Sanches Cunha - 4. ed. rev., ampl. e atual.- Salvador:

JusPODIVM, 2016, p. 178/183.

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5
REVISÃO - META 3

“Criada por HANS WELZEL em meados do século XX (1930-1960), a teoria finalista concebe a conduta
como comportamento humano voluntário psiquicamente dirigido a um fim. A finalidade, portanto, é a
nota distintiva entre esta teoria e as que lhe antecedem. É ela que transformará a ação num ato de
vontade com conteúdo, ao partir da premissa de que toda conduta é orientada por um querer. Supera-
se, com esta noção, a "cegueira'' do causalismo, já que o finalismo é nitidamente "vidente".3

QUAIS OS SUBSTRATOS DO CRIME SEGUNDO A TEORIA FINALISTA?

O FATO TÍPICO

ELEMENTOS QUE INTEGRAM O FATO TÍPICO


1. Conduta (dolosa ou culposa)
2. Nexo de causalidade
3. Resultado
4. Tipicidade

A INSIGNIFICÂNCIA INCIDE SOBRE QUAL ELEMENTO DO FATO TÍPICO?

3 Manual de direito penal: parte geral (arts. 1 o ao 120). I Rogério Sanches Cunha - 4. ed. rev., ampl. e atual.- Salvador:

JusPODIVM, 2016, p. 178/183.

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6
REVISÃO - META 3

A EVOLUÇÃO DO TIPO

DESENVOLVIDA POR BELING DESENVOLVIDA POR MAYER DESENVOLVIDA POR MEZGER


(ABSOLUTA INDEPENDÊNCIA) (RATIO COGNOSCENDI) (RATIO ESSENDI)
O tipo penal existe, mas sem A tipicidade presume que o Para Mezger, todo fato típico
conteúdo valorativo. fato também é ilícito. será ilícito.

Ele NÃO depende dos outros Assim, até que não se Assim, se o fato é típico, ele
elementos, como ilicitude e comprove que o agente atuou, também será ilícito. O que às
culpabilidade. por exemplo, acobertado por vezes é falho, já que é possível
legítima defesa, o fato será que o fato seja típico, mas o
Teoria da absoluta presumidamente ilícito. autor haja em legítima defesa (o
independência. fato será típico, mas não será
Teoria da ratio cognoscendi. ilícito, não preenchendo os
Adotada no Brasil. requisitos do crime).

Teoria da ratio essendi.

RESUMA AQUI O QUE SIGNIFICA A TIPICIDADE CONGLOBANTE

TEORIA DOS ELEMENTOS NEGATIVOS DO TIPO


Segundo Cleber Masson (2014, p. 328), a teoria dos elementos negativos do tipo foi preconizada pelo
alemão Hellmuth von Weber, e propõe o tipo total de injusto, por meio do qual os pressupostos das
causas de exclusão da ilicitude compõem o tipo penal como seus elementos negativos. Tipicidade e
ilicitude integram o tipo penal (tipo total). Consequentemente, se presente a tipicidade,
automaticamente também estará delineada a ilicitude. Ao reverso, ausente a ilicitude, o fato será
atípico. Não há distinção entre os juízos da tipicidade e da ilicitude. Crime, assim, não é o fato típico
e ilícito, mas sim um tipo total de injusto, em uma única análise.

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7
REVISÃO - META 3

ESSA TEORIA ACIMA FOI ADOTADA PELO NOSSO ORDENAMENTO?

CAUSAS QUE EXCLUEM A CONDUTA


Caso fortuito ou força maior
Coação física (se for moral exclui a culpabilidade)
Atos ou movimentos reflexos
Ato praticados por pessoas em estado de sonambulismo

O QUE SÃO VIS ABSOLUTA E VIS COMPULSIVA?

O AGENTE QUE COMETE CRIME HIPNOTIZADO, RESPONDERÁ PELO CRIME?

A EMBRIAGUEZ, VOLUNTÁRIA OU CULPOSA, COMPLETA, EXCLUI A CONDUTA?

ESPÉCIES DE DOLO

O agente prevê um resultado, dirigindo a sua conduta na busca de realizar esse


1. DOLO DIRETO
mesmo resultado.
1.1 DOLO DIRETO É o dolo direto, hipótese em que o agente, com consciência e vontade, persegue
DE PRIMEIRO determinado resultado (fim desejado) (SANCHES, 2016).
GRAU
Chamado também de dolo de consequências necessárias. Ex.: para matar uma
1.2 DOLO DIRETO pessoa que está no avião, o agente instala uma bomba. Sabe-se que para matar
DE SEGUNDO uma pessoa necessariamente matará outras pessoas, por isso o nome dolo de
GRAU “consequências necessárias”, isso porque há uma certeza na obtenção quanto a
morte dos demais do avião.

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8
REVISÃO - META 3

O agente, com a sua conduta, não busca resultado certo e determinado. Possui
2.DOLO INDIRETO
duas formas: dolo alternativo e dolo eventual (SANCHES, 2016).
Ocorre quando o agente prevê uma pluralidade de resultados, dirigindo sua
2.1 DOLO
conduta para perfazer qualquer deles com a mesma intensidade de vontade (Ex.:
ALTERNATIVO
quero ferir ou matar, tanto faz). (SANCHES, 2016).
2.2 DOLO No dolo eventual o agente não está nem aí para o resultado, pois assume o risco.
EVENTUAL Ex.: ultrapassar o sinal vermelho em alta velocidade para sentir uma “adrenalina”.

DOLO NORMATIVO4 DOLO NATURAL


• Adotada pela teoria clássica/causal e • Adotado pela teoria finalista
pela neokantista • Integra o fato típico
• Tem dois elementos:
• Integra a culpabilidade.
a) Consciência (sabe o que faz)
• Tem três elementos: b) Vontade (querer ou aceitar)

a) Consciência OBS.: a consciência da ilicitude está afeta à


b) Vontade culpabilidade
c) Consciência atual da ilicitude (sabe da
ilicitude do seu comportamento)

TEORIAS DO DOLO
TEORIA DA VONTADE
Vontade livre e consciente de praticar o crime.
(ADOTADA NO DOLO DIRETO)
TEORIA DA REPRESENTAÇÃO Só é possível o resultado se o agente consegue prevê-lo
(ADOTADA NA CULPA CONSCIENTE) antes. É, na verdade, culpa consciente (veremos abaixo).
TEORIA DO
O agente não tem previsão do resultado, mas assume o risco
ASSENTIMENTO/CONSENTIMENTO
de produzi-lo. É, na verdade, o conceito de dolo eventual.
(ADOTADA NO DOLO EVENTUAL)

QUAL TEORIA DO DOLO É ADOTADA PELO CÓDIGO PENAL? EXPLIQUE!

4 Manual de direito penal: parte geral (arts. 1 o ao 120). Rogério Sanches Cunha - 4. ed. rev., ampl. e atual.- Salvador:

JusPODIVM, 2016, p. 195.

\
9
REVISÃO - META 3

CLASSIFICAÇÕES DA TENTATIVA
TENTATIVA IMPERFEITA OU O agente é impedido de prosseguir, deixando de praticar os atos
INACABADA executórios que assim o desejava.
O agente faz tudo que está ao seu alcance, praticando todos os atos
TENTATIVA PERFEITA
executórios à sua disposição, mas mesmo assim não consegue
(ACABADA OU CRIME FALHO)
consumar o crime.
TENTATIVA BRANCA OU O agente não atinge a vítima. Em outras palavras, o bem
INCRUENTA juridicamente tutelado não chega a ser lesionado.
O agente atinge a vítima. Em outras palavras, o bem juridicamente
tutelado chega a ser lesionado, em que pese o crime não tenha
TENTATIVA VERMELHA OU
consumado.
CRUENTA
A vítima é atingida.
O resultado, embora seja possível, não é atingido por
TENTATIVA IDÔNEA circunstâncias alheias à vontade do agente. É a tentativa por
excelência.
É o crime impossível (absoluta impropriedade do objeto ou
TENTATIVA INIDÔNEA
absoluta ineficácia do meio).

QUAIS CRIMES NÃO ADMITEM TENTATIVA?

TEORIAS SOBRE O CRIME IMPOSSÍVEL


Ainda que o crime seja impossível, o agente merece ser punido por mostrar
TEORIA SINTOMÁTICA
periculosidade. Tem viés totalmente positivista!
Ainda que o crime seja impossível, deve o agente ser punido com a pena
TEORIA SUBJETIVA
equivalente à tentativa (portanto, com causa de diminuição de pena).
A teoria objetiva se desdobra em duas: objetiva pura e objetiva temperada.
OBJETIVA PURA: não há crime mesmo que a ineficácia do meio ou a
impropriedade do objeto sejam relativas. Não é adotada pelo Código Penal.
TEORIA OBJETIVA OBJETIVA TEMPERADA: não há tentativa apenas se a ineficácia do meio ou
a impropriedade do objeto sejam absolutas. Se for relativa e o crime não se
consumar por circunstâncias alheias à vontade do agente, o agente
responderá por tentativa. É a adotada pelo Código Penal.

O crime impossível ou quase-crime apresenta-se em três espécies em nosso ordenamento:

INEFICÁCIA ABSOLUTA DO IMPROPRIEDADE ABSOLUTA OBRA DE AGENTE


MEIO DO OBJETO MATERIAL PROVOCADOR
Ex.: tentar matar com arma de Ex.: mulher que toma remédio Ex.: flagrante provocado,
brinquedo. para abordar, sem estar conforme enunciado 145 da
grávida. Súmula do STF.

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10
REVISÃO - META 3

CRIMES CULPOSOS

CONCEITO DE CULPA
Inobservância de um dever objetivo de cuidado.

ESPÉCIES DE CULPA
IMPRUDÊNCIA
Ação que extrapola os limites esperados, agindo sem cautela e zelo.
(ação)
NEGLIGÊNCIA
Deixar de fazer algo que deveria ter feito.
(omissão)
IMPERÍCIA
Praticar um ato em que não se tem conhecimento.
(ação)

DISTINGA CULPA CONSCIENTE DE CULPA INCONSCIENTE

ELEMENTOS DO CRIME CULPOSO


CONDUTA HUMANA
A voluntariedade está relacionada à ação, e não ao resultado.
VOLUTÁRIA
VIOLACÃO A UM DEVER O agente atua em desacordo com o que é esperado pela lei e pela
OBJETIVO DE CUIDADO sociedade.
RESULTADO NATURALÍSTICO Necessidade de um resultado no mundo dos fatos.
NEXO CAUSAL Elo entre a conduta e o resultado naturalístico.
PREVISIBILIDADE É a possibilidade de prever o resultado, conhecer o perigo.
Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato
TIPICIDADE
previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.

NEXO DE CAUSALIDADE

O QUE SIGNIFICA, EM SUAS PALAVRAS, O NEXO CAUSAL?

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11
REVISÃO - META 3

TEORIAS SOBRE O NEXO DE CAUSALIDADE

EQUIVALÊNCIA DOS CAUSALIDADE TEORIA DA IMPUTAÇÃO


ANTECEDENTES CAUSAIS ADEQUADA/SIMPLES OBJETIVA
É a adotada como regra no Aqui, causa é todo Talvez, a mais importante para
Código Penal. É chamada comportamento capaz de nossa prova.
também de CONDITIO SINE produzir o resultado. A
QUA NON. razoabilidade do antecedente A imputação objetiva busca
como causa do resultado limitar o nexo físico.
Para ela, causa é todo e advém das regras de
qualquer acontecimento experiência. Só responde aquele que criou
provocado pelo agente, sem o ou incrementou um risco
qual o resultado não teria É adotada com relação às juridicamente proibido.
ocorrido. concausas relativamente
independentes que, por si só, Duas vertentes são as mais
Regra no Código Penal. causariam o resultado. conhecidas, a saber:

Art. 13 § 1º do CP. a) Claus Roxin e


b) Günther Jakobs.

EM QUE CONSISTE O MÉTODO HIPOTÉTICO DE THYRÉN?

O QUE É UMA CONCAUSA?

TIPOS DE CONCAUSAS
CONCAUSA O resultado obtido depende da conduta do indivíduo. O agente responde pelo
DEPENDENTE crime, pois o resultado está dentro da cadeia normal do nexo de causalidade.
Capaz de produzir, por si só, o resultado.
CONCAUSA Podem ser:
INDEPENDENTE a) absolutamente independentes e
b) relativamente independentes.

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12
REVISÃO - META 3

RESULTADO JURÍDICO E NATURALÍSTICO

RESULTADO
JURÍDICO NATURALÍSTICO
Todo crime tem resultado jurídico. É, em suma, a Nem todos os crimes têm resultado naturalístico,
violação ou o perigo/ameaça de lesão ao bem pois o resultado naturalístico é a modificação no
jurídico. mundo dos fatos.

HÁ CRIME SEM RESULTADO? EXPLIQUE

Rogério Sanches (20165) traz três classificações curiosas que podem ser cobradas em provas:

CRIME DE TENDÊNCIA INTERNA TRANSCENDENTE (OU CRIME DE INTENÇÃO): “O sujeito ativo quer um
resultado dispensável para a consumação do delito. O tipo subjetivo é composto pelo dolo e por
elemento subjetivo especial (finalidade transcendente). Ex.: na extorsão mediante sequestro - art. 159
do Código Penal- a obtenção da vantagem (resgate) é dispensável para a consumação (que se contenta
com a privação da liberdade da vítima).

CRIME DE RESULTADO CORTADO: espécie de crime de intenção, o resultado (dispensável para a


consumação), não depende do agente, não está na sua esfera de decisão. Ex.: na extorsão mediante
sequestro, a obtenção da vantagem- pagamento do resgate, dispensável para a consumação do crime,
não depende do agente, mas de terceiros ligados à vítima.

CRIME MUTILADO DE DOIS ATOS: também espécie de crime de intenção, o crime mutilado de dois atos
se verifica quando o resultado dispensável depende de novo comportamento do agente, está em sua
esfera de decisão. Ex.: no crime de petrechos para falsificação de moeda, a efetiva falsificação das
moedas e sua colocação em circulação, ambos resultados dispensáveis para a consumação, dependem
de nova decisão do agente.”

TIPICIDADE

TIPICIDADE FORMAL TIPICIDADE MATERIAL


Necessidade de efetiva lesão ou perigo de lesão
Mera subsunção do fato à norma.
a um bem jurídico relevante.
Furtar R$ 2,00 é formalmente típico, mas não é
Furtar R$ 2,00 (dois reais) é formalmente típico.
materialmente típico, como regra.

5 Manual de direito penal: parte geral (arts. 1º ao 120). I Rogério Sanches Cunha - 4. ed. rev., ampl. e atual.- Salvador:

JusPODIVM, 2016, p. 172/173.

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13
REVISÃO - META 3

PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA

BAGATELA PRÓPRIA BAGATELA IMPRÓPRIA


Sinônimo de princípio a insignificância. Causa É a constatação da desnecessidade da pena,
supralegal de exclusão da tipicidade material. mesmo que o fato seja típico, ilícito e culpável.

Requisitos para aplicação (decorar o nome O juiz, na aplicação da pena, entende que aplicar
MARI). uma pena naquela situação iria de encontro ao
o Mínima ofensividade da conduta. direito, considerando que o art. 59 do Código
o Ausência de periculosidade. Penal diz que o Juiz “estabelecerá, conforme seja
o Reduzido grau de reprovabilidade. necessário e suficiente para reprovação e
o Inexpressividade da lesão provocada. prevenção do crime”.

MINHAS OBSERVAÇÕES

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14
REVISÃO - META 3

DIREITOS HUMANOS

DIREITOS HUMANOS X DIREITOS FUNDAMENTAIS

DIREITOS HUMANOS DIREITOS FUNDAMENTAIS


LOCUS DE NORMATIVIDADE: os DH estão LOCUS DE NORMATIVIDADE: os DF estão
positivados em tratados e convenções previstos em Constituições.
internacionais.
LOCUS DE EXIGIBILIDADE: os DH são exigíveis no LOCUS DE EXIGIBILIDADE: a exigibilidade dos DF é
plano internacional. restrita ao plano interno.
O critério que prevalece é apenas o locus de normatividade, pois os direitos fundamentais ou
humanos podem ser exigidos tanto no âmbito interno como no plano internacional.

EM QUE CONSISTE A TEORIA DOS LIMITES DOS LIMITES?

TEORIA RELATIVA (EXTERNA) TEORIA ABSOLUTA (INTERNA)


Para André de Carvalho Ramos (2018, p. 152), Para o mesmo autor (2018, p. 152), essa teoria
essa teoria sustenta que o núcleo essencial não sustenta que o conteúdo essencial de um direito
é preestabelecido e fixo, mas determinável em é determinado por meio da análise, em abstrato,
cada caso, de acordo com as circunstâncias de de sua redação, o que seria suficiente para
cada caso concreto, após a realização de um identificar e separar seus elementos essenciais
juízo de proporcionalidade com outros direitos dos não essenciais.
eventualmente em colisão. A teoria relativa
utiliza o critério da proporcionalidade, para, de
acordo com as exigências do momento, ampliar
ou restringir o conteúdo essencial de um direito.

PROPORCIONALIDADE6
Por alguns denominada exigibilidade, a adoção da medida que possa
NECESSIDADE restringir direitos só se legitima se indispensável para o caso concreto e
não se puder substituí-la por outra menos gravosa;
Também chamado de pertinência ou idoneidade, quer significar que o
ADEQUAÇÃO
meio escolhido deve atingir o objetivo perquirido;
PROPORCIONALIDADE EM Sendo a medida necessária e adequada, deve-se investigar se o ato
SENTIDO ESTRITO praticado, em termos de realização do objetivo pretendido, supera a

6 Tabela feita com base na obra de Pedro Lenza (2019, p. 177, Saraiva).

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15
REVISÃO - META 3

restrição a outros valores constitucionalizados. Podemos falar em


máxima efetividade e mínima restrição.

Razoabilidade Proporcionalidade
Direito anglo-saxão Direito germânico

OS TRÊS EIXOS DA PROTEÇÃO INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS

EIXOS DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS


Proteção do ser humano em todos os aspectos,
DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS
englobando direitos civis e políticos e também direitos
HUMANOS
sociais, econômicos e culturais.
Age na proteção do refugiado, desde a saída do seu local
DIREITO INTERNACIONAL DOS
de residência, concessão do refúgio e seu eventual
REFUGIADOS
término
DIREITO INTERNACIONAL Foca na proteção do ser humano na situação específica dos
HUMANITÁRIO conflitos armados (internacionais e não internacionais

EXPLIQUE A DIFERENÇA ENTRE REFÚGIO, ASILO E EXÍLIO

CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS

Não podemos deixar de saber as principais características dos Direitos Humanos, que são praticamente
as mesmas dos Direitos Fundamentais, quais sejam:

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16
REVISÃO - META 3

Historicidade

Universalidade

Essencialidade

Inalienabilidade
CARACTERÍSTICAS
DOS DIREITOS Inexauribilidade
HUMANOS
Imprescritibilidade

Irrenunciabilidade

Vedação ao
retrocesso

Inviolabilidade

Segundo André de Carvalho Ramos (2018, p. 109), os direitos humanos caracterizam-se pela existência
da proibição do retrocesso, também chamada de “efeito cliquet”, princípio do não retorno da
concretização ou princípio da proibição da evolução reacionária, que consiste na vedação da eliminação
da concretização já alcançada na proteção de algum direito, admitindo-se somente aprimoramentos e
acréscimos.

CUIDADO COM O ENTRENCHMENT: No que se refere ao entrenchment, também chamado de


entrincheiramento, este consiste, segundo a doutrina mais abalizada,7 na preservação do mínimo já
concretizado dos direitos fundamentais, impedindo o retrocesso, que poderia ser realizado pela
supressão normativa ou ainda pelo amesquinhamento ou diminuição de suas prestações à coletividade.

Você sabe dizer se proibição ao retrocesso é a mesma coisa que proteção contra efeitos retroativos?
Cuidado, pois são coisas diferentes.

Para André de Carvalho Ramos há diferença entre a proibição do retrocesso e a proteção contra efeitos
retroativos. Para o autor, este é proibido por ofensa ao ato jurídico perfeito, da coisa julgada e do direito
adquirido. A vedação do retrocesso é distinta: proíbe as medidas de efeitos retrocessivos, que são
aquelas que objetivam a supressão ou diminuição da satisfação de um dos direitos humanos. Abrange
não somente os direitos sociais (a chamada proibição do retrocesso social), mas todos os direitos
humanos, que, como vimos, são indivisíveis.8

Embora a proibição do retrocesso não represente uma garantia absoluta, a doutrina indica três
condições para que eventual diminuição na proteção normativa ou fática de um direito seja permitida:
1) que haja justificativa também de estatura jusfundamental; 2) que tal diminuição supere o crivo da
proporcionalidade e 3) que seja preservado o núcleo essencial do direito envolvido.9

7 Curso de direitos humanos/André de Carvalho Ramos. – 5. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018. p. 109
8 Curso de direitos humanos/André de Carvalho Ramos. – 5. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018. p 109
9 Curso de direitos humanos/André de Carvalho Ramos. – 5. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018, p.110

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17
REVISÃO - META 3

No que se refere às subespécies da vedação ao retrocesso, pode-se apontar a vedação ao retrocesso


social, político, civil e ambiental.

A Vedação do Retrocesso Social, nas palavras do Min. Celso de Mello10, impede que sejam
desconstituídas as conquistas já alcançadas pelo cidadão, que não pode ser despojado, por isso mesmo,
em matéria de direitos sociais, no plano das liberdades reais, dos níveis positivos de concretização por
ele já atingidos.

A Vedação do Retrocesso Político, para a Min. Cármen Lúcia, impede que direitos conquistados (como
o da garantia de voto secreto pela urna eletrônica) retroceda para dar lugar a modelo superado (voto
impresso) exatamente pela sua vulnerabilidade.11

A Vedação do Retrocesso Civil, por outro lado, tem como exemplo a decisão do STF que entendeu pela
inconstitucionalidade do tratado dado pelo Código Civil ao regime sucessório dos companheiros. Para
o Min. Barroso, o Código Civil de 2002 foi anacrônico e representou um retrocesso vedado pela
Constituição na proteção legal das famílias constituídas pela união estável.12

A Vedação ao Retrocesso Ambiental, por fim, veda-se aos Poderes Públicos que promovam uma
desconstrução e regressão dos níveis de proteção ambiental já alcançados, notadamente diante de um
dever constitucional justamente em sentido oposto, isto é, de que o Estado assegure uma progressiva
efetividade do direito ao meio ambiente equilibrado, como se extrai do art. 225, §1º, da Constituição
Federal.13

QUAIS AS DIMENSÕES (GERAÇÕES) DOS DIREITOS HUMANOS?

CRÍTICAS À TEORIA GERACIONAL


O ideal seria utilizar a expressão “dimensões” e Os direitos são inexauríveis, também sendo
não “gerações”, para não haver uma ideia de possível que sejam, ao mesmo tempo, de
que uma geração exclui a outra. primeira, segunda e terceira dimensão.

Por fim, qual o limite dessas dimensões?

10 ADI 3.104, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 26-9-2007, Plenário, DJ de 9-11-2007.
11 ADI 4.543-MC, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 19-10-2011, Plenário.
12 RE 878694/MG, Rel. Min. Roberto Barroso, julgamento em 10-5-2017.
13 Disponível em: www.conjur.com.br/2019-mai-25/ambiente-juridico-brasil-vedacao-retrocessos-ambientai.

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REVISÃO - META 3

VOCÊ CONCORDA COM AS CRÍTICAS?

TEORIA DOS QUATRO STATUS DE JELLINEK


O indivíduo exige uma postura abstencionista por parte do Estado.
STATUS NEGATIVO
Ligado aos direitos civis da chamada primeira geração ou dimensão.
É a garantia de prestação estatal, ou seja, diferentemente do status
anterior, o status positivo visa uma atuação do Estado no sentido de
STATUS POSITIVO garantir direitos aos indivíduos, correlacionando-se com os direitos
sociais, econômicos e culturais (direitos de segunda geração ou
dimensão).
Preconiza deveres (daí se dizer passivo), tendo em vista a existência de
STATUS PASSIVO
subordinação do particular frente ao Estado.
Consiste no conjunto de prerrogativas e faculdades que o indivíduo
STATUS ATIVO possui para participar da formação da vontade do Estado, refletindo no
exercício de direitos políticos.

UNIVERSALISMO E RELATIVISMO CULTURAL

Em resumo, segundo Bernardo Gonçalves (2017, p. 387), temos as seguintes diferenças.

UNIVERSALISMO RELATIVISMO CULTURAL


Primazia do individualismo: os indivíduos são o Primado no coletivismo: o indivíduo é percebido
foco, razão pela qual devem ter seus direitos e como parte integrante (viva) de sua sociedade,
liberdades garantidos universalmente. razão pela qual a moral da coletividade na qual
está inserido deve prevalecer.
Ênfase na proteção do indivíduo, reconhecido Ênfase na proteção da cultura e, portanto, da
como sujeito de direito internacional própria sociedade e de suas particularidades
Principal crítica: seria um instrumento de Principal crítica: forneceria um importante
dominação cultural ocidental, não respeitando, argumento justificador de graves violações de
portanto, as particularidades existentes nas direitos humanos, que seriam escondidas sob a
sociedades égide da diversidade cultural.

O QUE É UNIVERSALISMO FRACO, FORTE E RADICAL?

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19
REVISÃO - META 3

UNIVERSALISMO DE PARTIDA UNIVERSALISMO DE CHEGADA OU DE


CONFLUÊNCIA
Deve-se entender que os direitos humanos são Trabalhado por Joaquín Herrera Flores, defende
universais e pronto, custe o que custar. Nenhuma uma concepção parecida com a defendida por
cultura pode contrariar isso. Ponto final. É uma Boaventura, em que se buscaria uma concepção
teoria imperativa e sem diálogo. universalista por meio da convivência e diálogos
culturais, proporcionando cruzamentos e
Para gravar: o universalismo de partida serve misturas entre os indivíduos sem a pretensão de
para se PARTIR de um ponto de vista pré- excluir nenhum ser humano da luta por sua
estabelecido (que a dita universalidade dos dignidade.
direitos humanos; só que como se parte desse
ponto de vista, não há diálogo). Para gravar: o universalismo de chegada serve
para se CHEGAR a um diálogo construtivo.

HERMENÊUTICA DIATÓPICA E MULTICULTURALISMO

HERMENÊUTICA DIATÓPICA MULTICULTURALISMO


É um método que foi difundido por Boaventura “O multiculturalismo, por meio da sua
de Sousa Santos, e defende uma concepção perspectiva hermenêutica, permitiria um real
multicultural dos direitos humanos, pautada no diálogo intercultural acerca da dignidade da
diálogo entre as culturas, com o objetivo de pessoa humana que poderia potencialmente
alcançar uma universalidade construída por levar "a uma concepção mestiça de direitos
diversas concepções culturais, sem impor valores humanos, uma concepção que, em vez de
ocidentais às culturas orientais e vice-versa, recorrer a falsos universalismos, se organiza
atingindo, com isso, um ideal cosmopolita. como uma constelação de sentidos locais,
mutuamente inteligíveis, e se constitui em redes
de referências normativas capacitantes”.
(Bernardo Gonçalves, 2017, p. 391).

TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL

QUAIS CRIMES SÃO DE COMPETÊNCIA DO TPI?

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REVISÃO - META 3

DIFUSOS E COLETIVOS

INTERESSE PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO

INTERESSE PRIMÁRIO INTERESSE SECUNDÁRIO


Os interesses públicos primários são os Já os interesses públicos secundários são os
interesses diretos do povo, os interesses gerais interesses imediatos do Estado na qualidade de
imediatos. pessoa jurídica, titular de direitos e obrigações.

DIFERENCIE DIREITOS DIFUSOS, COLETIVOS E INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS

DANO MORAL COLETIVO

Pontua Humberto Theodoro Júnior (2017, p. 155) que:

(...) Segundo Carlos Alberto Bittar, “dano moral coletivo é a injusta lesão da esfera moral de uma dada
comunidade, ou seja, é a violação antijurídica de um determinado círculo de valores”. Assim, dano moral
coletivo ocorre quando “o patrimônio valorativo de uma certa comunidade (maior ou menor),
idealmente considerado, foi agredido de maneira absolutamente injustificável do ponto de vista
jurídico: quer isso dizer, em última instância, que se feriu a própria cultura, em seu aspecto imaterial”.

O QUE É DANO SOCIAL? É SINÔNIMO DE DANO MORAL COLETIVO?

QUAIS SÃO OS DANOS CLÁSSICOS E OS CONTEMPORÂNEOS?

DANOS CLÁSSICOS (TRADICIONAIS) DANOS CONTEMPORÂNEOS (NOVOS)


Danos estéticos, danos morais coletivos, danos
Danos morais e materiais
sociais e danos por perda de uma chance, etc

NO DANO MATERIAL, O QUE SÃO DANOS POSITIVOS E NEGATIVOS?

DANOS POSITIVOS DANOS NEGATIVOS


Danos emergentes Lucros cessantes

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21
REVISÃO - META 3

DANO MORAL PRÓPRIO E IMPRÓPRIO

DANO MORAL PRÓPRIO DANO MORAL IMPRÓPRIO


Constitui aquilo que a pessoa sente (dano moral Qualquer lesão aos direitos da personalidade,
in natura), causando na pessoa dor, tristeza, não necessitando da prova do sofrimento em si
vexame, humilhação, amargura, sofrimento, para a sua caracterização.
angústia e depressão.

DISSERTE BREVEMENTE SOBRE A TEORIA DO DESVIO PRODUTIVO

TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA

O termo de ajustamento de conduta, também chamado de compromisso de ajustamento de conduta, é


o instrumento, com natureza de negócio jurídico, que constitui título executivo extrajudicial.

Cleber Masson e Ernani Vilhena Jr (2019, p. 335/33614) apontam as seguintes características para o TAC:

“Extrajudicial: a assinatura de um TAC decorre da atuação administrativa do Ministério Público (e


também da Defensoria Pública. É possível a assinatura de um TAC havendo ação judicial em curso. Em
tal situação, ou o TAC é submetido à homologação judicial, o que afastaria sua natureza de título
extrajudicial, assumindo a natureza de um simples acordo entre as partes; ou a validade do TAC ficaria
condicionada à desistência da ação , sob pena de se correr o risco de o Judiciário decidir de maneira
diversa ao que foi avençado.

Procedimental: o TAC deve ser firmado no seio de um procedimento, que pode ser um inquérito civil ou
mesmo um procedimento administrativo.

Objeto e limites: o objeto do termo de ajustamento de conduta é a composição para adequação de


determinada situação à lei, sem renúncia ao direito sobre o qual se transaciona. Não havendo
possibilidade de renúncia, as cláusulas de um TAC deverão tratar apenas da interpretação da norma em
relação ao caso concreto; especificando-se as obrigações assumidas em relação ao modo, tempo e lugar
de cumprimento. Não havendo possibilidade de reparação do dano, o TAC deverá versar sobre a
compensação e a indenização respectivas.

Abrangências: o objeto do TAC pode ser parcial, ou seja, apenas uma parte da situação em
discussão/investigação pode ser solucionada no TAC, enquanto o inquérito civil continua em curso para
a solução da questão não abrangida pelo TAC. É possível, igualmente que seja objeto do TAC uma

14 Prática Penal, civil e tutela coletiva: Ministério Público. Cleber Masson, Ernani de Menezes Velhena Jr. 4, Ed.Rio de Janeiro.

Forense. São Paulo. Método, 2019.

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22
REVISÃO - META 3

composição provisória. Uma ou mais etapas podem ser pactuadas antes de se alcançar a solução
definitiva. Em todos os casos, o TAC será submetido à homologação do órgão de controle, sendo o objeto
do inquérito civil arquivado total ou parcialmente, dependendo da abrangência da solução tratada no
TAC.

Astreintes: o TAC deverá prever, obrigatoriamente, a incidência de multa diária em caso de


descumprimento de qualquer das obrigações assumidas pelo compromitente.

Destinações de indenizações e multas: as indenizações compensatórias, em caso de direitos difusos ou


coletivos cuja reparação não for possível, e o valor arrecadado pela execução de multas deverão ser
destinados a fundos como o previsto no art. 13 da Lei da Ação Civil Pública. É possível também que tais
recursos sejam destinados a projetos de reparação ou prevenção de danos a bens jurídicos da mesa
natureza.”

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23
REVISÃO - META 3

DIREITO DO CONSUMIDOR

DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR


I. A proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no
fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos
II. A educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços,
asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações
III. A informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com
especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos
incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem
IV. A proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou
desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de
produtos e serviços;
V. A modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais
ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente
onerosas;
VI. A efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos;
VII. O acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação
de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção
Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
VIII. A facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova15, a
seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou
quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
IX. A adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.
A informação de que trata o inciso III do caput deste artigo deve ser acessível à pessoa com
deficiência, observado o disposto em regulamento.

NÃO EXCLUSÃO DE OUTROS DIREITOS


Art. 7º Os direitos previstos neste código não excluem outros decorrentes de tratados ou convenções
internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de regulamentos
expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem como dos que derivem dos princípios
gerais do direito, analogia, costumes e equidade.

CUIDADO: Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas e os tratados


internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros,
especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de
Defesa do Consumidor. STF. Plenário. RE 636331/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes e ARE 766618/SP, Rel.
Min. Roberto Barroso, julgados em 25/05/2017 (repercussão geral) (Info 866).

Veremos agora as espécies de periculosidade que podem existir.

QUAIS SÃO AS ESPÉCIES DE PERICULOSIDADE?

15 Inversão ope judicis.

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REVISÃO - META 3

RECALL
Recall é a forma pela qual um fornecedor vem a público informar que seu produto ou serviço
apresenta riscos aos consumidores, estando previsto no art. 10 do CDC e seus parágrafos.

VÍCIO DO PRODUTO/SERVIÇO E FATO DO PRODUTO/SERVIÇO

VÍCIO DO PRODUTO /SERVIÇO FATO DO PRODUTO/SERVIÇO


Vício de ordem patrimonial. Acidente de consumo.

Produto ou serviço apresenta problemas, que Produto ou serviço defeituoso, que causa um
não são capazes de prejudicar a saúde ou verdadeiro acidente.
segurança do consumidor.
Atinge a incolumidade física e segurança do
Ex.: celular que não liga. consumidor. Ex.: celular que explode.

Não cabe denunciação à lide.

Já em relação a ele, pode aparecer em sua prova


a expressão “dano extra rem”, ou seja, que
extrapola o âmbito do produto ou serviço,
meramente patrimonial, causando efetivamente
um dano ao consumidor em si ou em pessoas
equiparadas a consumidor.
CUIDADO: O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido
colocado no mercado.

QUEM RESPONDE PELO VÍCIO DO PRODUTO/SERVIÇO?


E PELO FATO DO PRODUTO/SERVIÇO?

PRAZO PARA RECLAMAR


FATO DO PRODUTO/SERVIÇO VÍCIO DO PRODUTO/SERVIÇO
É prescricional, tendo em vista que diz respeito a É decadencial, havendo dois prazos distintos.
uma pretensão jurisdicional.

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25
REVISÃO - META 3

No caso, o prazo é de 5 (cinco) anos, iniciando-se


sua contagem a partir do conhecimento do dano 1) 30 dias, tratando-se de fornecimento de
e de sua autoria. serviço e de produtos não duráveis;

2) 90 dias, tratando-se de fornecimento de


serviço e de produtos duráveis.

Inicia-se a contagem do prazo decadencial a


partir da entrega efetiva do produto ou do
término da execução dos serviços.

Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial


inicia-se no momento em que ficar evidenciado o
defeito (teoria da actio nata – somente é possível
buscar a tutela de um direito quando se verifica
o dano e seu responsável).

QUAIS SÃO AS CAUSAS QUE OBSTAM A DECADÊNCIA NO CDC?

INFORMAÇÕES IMPORTANTES SOBRE O VÍCIO DO PRODUTO/SERVIÇO


PRAZO PARA NÃO SANADO O VÍCIO
SANAR O VÍCIO NO PRAZO DE 30 DIAS
Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta
dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e
à sua escolha:

I - a substituição do produto por outro da mesma


espécie, em perfeitas condições de uso;
30 dias
II - a restituição imediata da quantia paga,
monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos;

III - o abatimento proporcional do preço.


Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo previsto no parágrafo anterior, não
podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de
prazo deverá ser convencionada em separado, por meio de manifestação expressa do consumidor.

O consumidor poderá fazer uso imediato (sem aguardar os 30 dias) das três exigências que vimos acima,
sempre que, em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a
qualidade ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.

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26
REVISÃO - META 3

Ex.: taxista que adquire um carro, e este vem com defeito de fabricação que não liga. Neste caso, se ele
for esperar 30 dias, o prejuízo será grande, considerando tratar-se de produto essencial.

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA


TEORIA MAIOR TEORIA MENOR
(DIREITO CIVIL) (CONSUMIDOR E AMBIENTAL)
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica
jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade da sociedade quando, em detrimento do
ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a consumidor, houver abuso de direito, excesso de
requerimento da parte, ou do Ministério Público poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação
quando lhe couber intervir no processo, dos estatutos ou contrato social. A desconsideração
desconsiderá-la para que os efeitos de certas e também será efetivada quando houver falência,
determinadas relações de obrigações sejam estado de insolvência, encerramento ou inatividade
estendidos aos bens particulares de da pessoa jurídica provocados por má
administradores ou de sócios da pessoa jurídica administração.
beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
(Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019). O § 5º é claro ao afirmar: também poderá ser
desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua
Ou seja: precisa do abuso de personalidade, personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao
caracterizado pelo desvio de finalidade (uma loja ressarcimento de prejuízos causados aos
de celular virou um lava-jato), ou pela confusão consumidores.
patrimonial (patrimônio dos sócios se
confundem com o da PJ). É a teoria MAIOR, Ou seja, chama-se TEORIA MENOR porque os
porque precisa de MAIS requisitos. requisitos são mais simples.

O instituto da desconsideração da personalidade


jurídica prevista no Código Civil sofreu algumas
alterações com a Lei da Liberdade Econômica
(como assim ficou conhecida a Lei nº
13.874/2019).

ESCREVA SOBRE A DESCONSIDERAÇÃO EXPANSIVA, INDIRETA E INVERSA

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REVISÃO - META 3

CRIMINOLOGIA
MOVIMENTO LEI E ORDEM E TOLERÂNCIA ZERO

MOVIMENTO LEI E ORDEM


POLÍTICA DA TOLERÂNCIA ZERO
(LAW AND ORDER)
O movimento Lei e Ordem é pautado na criação A Política da Tolerância Zero surge paralelamente
de leis mais rigorosas, pois só assim a ao movimento Lei e Ordem, sob a afirmação de
criminalidade seria reduzida (o que é, sem que se deve punir os pequenos delitos, para evitar
dúvidas, um enorme erro). que delitos mais graves ocorram.
É nessa pegada de Lei e Ordem e Tolerância Zero que surge a “teoria das janelas quebradas” e a
“Three strikes and you are out”, que significava “três faltas e você tá fora”. Vejam no próximo quadro
as diferenças entre elas:

“THREE STRIKES AND YOU ARE OUT” E TEORIA DAS JANELAS QUEBRADAS

“THREE STRIKES AND YOU ARE OUT” TEORIA DAS JANELAS QUEBRADAS
Influenciada pela Escola de Chicago, crimes mais Para a teoria das janelas quebradas, se não forem
graves (homicídio, roubo, sequestro, tráfico de reprimidos, os pequenos delitos ou
drogas entre outros) devem ser etiquetados contravenções, conduzem inevitavelmente a
como verdadeiros strikes. condutas criminosas mais graves, em vista do
descaso estatal em punir os responsáveis pelos
Caso o agente viesse a praticar o 3º “strike”, no crimes menos graves.
caso, o terceiro crime grave, seria punido de
maneira tão grave, que não teria direito a O nome “teoria das janelas quebradas” é em
usufruir qualquer benefício da execução penal. razão do estudo feito em Chicago, em que dois
pesquisadores observaram que se uma janela
estiver quebrada, tal fato gera uma sensação de
desordem, fomentando o crime.

Isso porque, segundo esse estudo, a janela


quebrada transmitiria a sensação de abandono
do imóvel, razão pela qual em pouco tempo ele
possivelmente seria ocupado irregularmente ou
saqueado (justamente por haver uma aparência
de que não possuiria proprietário definido).

O mesmo aconteceria com os crimes mais


simples e as contravenções; se estes não fossem
reprimidos de maneira adequada, haveria um
fomento na sociedade para a prática delitiva.

O QUE É O DIREITO PENAL SUBTERRÂNEO?

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28
REVISÃO - META 3

O QUE FOI A TEORIA DAS JANELAS QUEBRADAS?

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29
REVISÃO - META 3

CRIANÇA E ADOLESCENTE

QUEM É CRIANÇA, ADOLESCENTE, E JOVEM?

FASES DA VIDA

Primeira infância 6 anos completos


Criança Até 12 anos incompletos
Adolescente Entre 12 e 18 anos
Jovem Entre 15 e 29 anos

O QUE É VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA?

O QUE SÃO TOQUES DE RECOLHER? SUA EXISTÊNCIA POR INTERMÉDIO DE PORTARIAS É


CONSTITUCIONAL? POR QUÊ?

CRIANÇAS E ADOLESCENTES PODEM VIAJAR SOZINHOS?

Seção III
Da Autorização para Viajar

Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora da comarca onde reside, desacompanhada dos pais
ou responsável, sem expressa autorização judicial.

Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos poderá viajar para fora da
comarca onde reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem expressa autorização judicial.
(Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)

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30
REVISÃO - META 3

§ 1º A autorização não será exigida quando:

a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança, se na mesma unidade da Federação, ou


incluída na mesma região metropolitana;

a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou do adolescente menor de 16 (dezesseis)


anos, se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região metropolitana; (Redação dada
pela Lei nº 13.812, de 2019)

b) a criança estiver acompanhada:

b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos estiver acompanhado: (Redação dada pela
Lei nº 13.812, de 2019)

1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado documentalmente o parentesco;

2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.

§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, conceder autorização válida por
dois anos.

Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dispensável, se a criança ou


adolescente:

I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;

II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro através de documento
com firma reconhecida.

Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente nascido em
território nacional poderá sair do País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no
exterior.

PROCEDIMENTO DE INFILTRAÇÃO DE AGENTES NO ECA

Além disso, cuidado também com a Lei nº 13.441/17, que incluiu no ECA a seção V-A que trata sobre o
procedimento de infiltração de agentes para a investigação de crimes contra a dignidade sexual de
crianças e adolescentes. Os artigos 190-A a 190-E são de leitura obrigatória e trazem informações
importantes que já caíram em provas.

O parágrafo segundo do art. 190-A faz a diferenciação dos conceitos de dados de conexão para dados
cadastrais.

Art. 190-A: [...]

§2º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1º deste artigo, consideram-se:

I – dados de conexão: informações referentes a hora, data, início, término, duração, endereço de
Protocolo de Internet (IP) utilizado e terminal de origem da conexão;

\
31
REVISÃO - META 3

II – dados cadastrais: informações referentes a nome e endereço de assinante ou de usuário registrado


ou autenticado para a conexão a quem endereço de IP, identificação de usuário ou código de acesso
tenha sido atribuído no momento da conexão.

Além dessa diferença, importante ter em mente o prazo de duração16 do presente procedimento:

Art. 190-A: [...]

III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que
o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja demonstrada sua efetiva necessidade, a critério
da autoridade judicial.

DIFERENCIE CASTIGO FÍSICO DE TRATAMENTO DEGRADANTE

ACOLHIMENTO FAMILIAR E INSTITUCIONAL

O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis


como forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para colocação em
família substituta, não implicando privação de liberdade. A competência para sua determinação é do
juiz da infância e da juventude.

HÁ ALGUM CASO NO ECA EM QUE PODE HAVER O ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL SEM


DECISÃO JUDICIAL? ANALISE A ART. 93 DO ECA.

16 Parte da doutrina critica a limitação de prazo para a infiltração de agentes; isso porque as redes em que os membros
compactuam com esse tipo de crime (como aquelas em que os membros compartilham entre si material pornográfico infantil)
são extremamente fechadas, com acesso restrito, havendo sérias dificuldades para que os agentes policiais consigam penetrá-
las e investigar os suspeitos. Assim, essa doutrina assevera que não deveria haver a limitação de 720 dias para o procedimento.

\
32
REVISÃO - META 3

APADRINHAMENTO

Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de acolhimento institucional ou familiar poderão


participar de programa de apadrinhamento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

PESSOA JURÍDICA PODE SER “PADRINHO”?

FAMÍLIA NATURAL

Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus
descendentes.

RESUMA AQUI O QUE SE ENTENDE POR FAMÍLIA EXTENSA OU AMPLIADA

FORMAS DE COLOCAÇÃO EM FAMÍLIA SUBSTITUTA

Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante GUARDA, TUTELA ou ADOÇÃO,
independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei.

Há três formas de colocação em família substituta, pessoal: tutela, guarda e adoção.

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33
REVISÃO - META 3

DISSERTE , RESUMIDAMENTE, SOBRE A GUARDA, A TUTELA E A ADOÇÃO NO ECA

CONSELHO TUTELAR E CONSELHO DE DIREITOS

CONSELHO TUTELAR CONSELHO DE DIREITOS


Existe apenas na esfera municipal. Existem nas esferas nacional, estadual e
municipal.
É um órgão permanente e autônomo, não
jurisdicional, encarregado pela sociedade de São órgãos deliberativos e controladores das
zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e ações em todos os níveis, assegurada a
do adolescente. participação popular paritária por meio de
organizações representativas, segundo leis
Não obstante ser autônomo, está atrelado à federais, estaduais e municipais.
Administração Pública Municipal. Mas, por favor,
fixem que Conselho Tutelar é AUTÔNOMO.
O exercício efetivo da função de conselheiro Na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos
constituirá serviço público relevante e Municípios haverá um único Conselho dos
estabelecerá presunção de idoneidade moral. Direitos da Criança e do Adolescente.
Em cada cidade haverá pelo menos 1 (um) A função de membro do Conselho dos Direitos da
conselho tutelar e a atividade do conselheiro será Criança e do Adolescente é considerada de
remunerada. interesse público relevante e não será
remunerada em qualquer hipótese.
O Conselho de Direitos é composto
paritariamente de representantes do governo e
da sociedade civil organizada, garantindo-se a
participação popular no processo de discussão,
deliberação e controle da política de
Composto por cinco membros. atendimento integral dos direitos da criança e ao
adolescente, que compreende as políticas sociais
básicas e demais políticas necessárias à execução
das medidas protetivas e socioeducativas
dispostas nos arts. 87, 101 e 112, da Lei nº
8.069/90.
Mandato de 4 (quatro) anos, permitida mais de Segundo a Resolução 116/2006 do Conanda não
uma recondução. Cuidado. Antes da Lei nº deverão compor o Conselho dos Direitos da
13.824/2019 só era permitido UMA única Criança e do Adolescente, a autoridade judiciária,
recondução. legislativa e o representante do Ministério

\
34
REVISÃO - META 3

Público e da Defensoria Pública, com atuação no


âmbito do Estatuto da Criança e do Adolescente,
ou em exercício na Comarca, no foro regional,
Distrital ou Federal.

O QUE É O CONANDA?

MEDIDAS APLICÁVEIS AOS DIRIGENTES DAS ENTIDADES

PENALIDADES APLICADAS (ART. 97, ECA)


ENTIDADE ENTIDADE
GOVERNAMENTAL NÃO GOVERNAMENTAL
a) advertência; a) advertência;
b) afastamento provisório de seus dirigentes; b) suspensão total ou parcial do repasse de
c) afastamento definitivo de seus dirigentes; verbas públicas;
d) fechamento de unidade ou interdição de c) interdição de unidades ou suspensão de
programa. programa;
d) cassação do registro.

DO QUE SE TRATA O HOMESCHOOLING? É PERMITIDO O NO BRASIL? POR QUÊ?

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35
REVISÃO - META 4

META 4

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1
REVISÃO - META 4

PONTOS PARA REVISAR - META 04


DISCIPLINA PONTOS REVISADO
Remição. Livramento condicional. Decretos Presidenciais
EXECUÇÃO PENAL que preveem indulto e comutação das penas. Excesso e ( )
desvio da execução penal. Monitoração Eletrônica.
Responsabilidade patrimonial extracontratual do Estado.
Noções gerais sobre a responsabilidade extracontratual do
Estado. Teorias sobre a responsabilidade e a
DIREITO ADMINISTRATIVO ( )
irresponsabilidade do Estado. Responsabilidade por atos
administrativos, legislativos e judiciais. Reparação do dano
e direito de regresso. Improbidade Administrativa.
Limitações ao poder de tributar. Imunidade. Isenção. Não
TRIBUTÁRIO Incidência. Princípios do Direito Tributário. Imunidades em ( )
espécie.
O sistema internacional de proteção e promoção dos ( )
Direitos Humanos: Organização das Nações Unidas (ONU).
Declaração Universal dos Direitos Humanos. Pacto
DIREITOS HUMANOS Internacional dos Direitos Civis e Políticos (PIDCP). Pacto
Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais
(PIDESC). Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-
1, 2 e 3).

\
2
REVISÃO - META 4

EXECUÇÃO PENAL

REMIÇÃO NA EXECUÇÃO PENAL

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por
trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena.

§ 6º O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade
condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional,
parte do tempo de execução da pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do § 1º
deste artigo.

1º A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de:

I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamental,
médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no
mínimo, em 3 (três) dias.

II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.

Vejam essa tabela:

REMIÇÃO PELO ESTUDO REMIÇÃO PELO TRABALHO


1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de
frequência escolar divididas NO MÍNIMO em trabalho.
três dias.

É POSSÍVEL REMIÇÃO ESTANDO O PRESO EM PRISÃO DOMICILIAR?

Enunciado 562-STJ: É possível a remição de parte do tempo de execução da pena quando o


condenado, em regime fechado ou semiaberto, desempenha atividade laborativa, ainda que
extramuros.

§ 5º O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de
conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que
certificada pelo órgão competente do sistema de educação.

SÃO PERMITIDAS OUTRAS FORMAS DE REMIÇÃO? QUAIS?

\
3
REVISÃO - META 4

Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido,
observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar.

Sobre o tema, veja o que diz o STJ:

“Reconhecida falta grave no decorrer da execução penal, não pode ser determinada a perda dos dias
remidos na fração máxima de 1/3 sem que haja fundamentação concreta para justificá-la. STJ. 6ª
Turma. HC 282265-RS, Rel. Min. Rogerio Shietti Cruz, julgado em 22/4/2014 (Info 539).”

É POSSÍVEL A REMIÇÃO DO TEMPO DE TRABALHO REALIZADO ANTES DO INÍCIO DA


EXECUÇÃO DA PENA?

LIVRAMENTO CONDICIONAL

REQUISITOS DO LIVRAMENTO CONDICIONAL

REQUISITOS OBJETIVOS REQUISITOS SUBJETIVOS


DO LIVRAMENTO CONDICIONAL DO LIVRAMENTO CONDICIONAL
(a) PPL igual ou superior a 2 (dois) anos. (a) comprovado: a) bom comportamento
(b) + 1/3 se não for reincidente em crime doloso durante a execução da pena; b) não
+ bons antecedentes. cometimento de falta grave nos últimos 12
(c) + metade se for reincidente em doloso. (doze) meses; c) bom desempenho no trabalho
(d) + mais 2/3 em hediondo ou equiparado – que lhe foi atribuído; e d) aptidão para prover a
vedado ao reincidente específico. própria subsistência mediante trabalho honesto;
(e) tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade (b) para o condenado por crime doloso,
de fazê-lo, o dano causado pela infração. cometido com violência ou grave ameaça à
pessoa, a concessão do livramento ficará
também subordinada à constatação de

\
4
REVISÃO - META 4

condições pessoais que façam presumir que o


liberado não voltará a delinquir (????)

É POSSÍVEL A CONCESSÃO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL A QUEM FOI CONDENADO A UMA


PPL MENOR QUE 2 ANOS? HÁ CRÍTICAS?

ALTERAÇÃO COM O PACOTE ANTICRIME

COMO ERA NO CÓDIGO PENAL COMO FICOU COM O PACOTE ANTICRIME


Art. 83 Art. 83

III - comprovado comportamento satisfatório II – comprovado: a) bom comportamento


durante a execução da pena, bom desempenho durante a execução da pena; b) não
no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para cometimento de falta grave nos últimos 12
prover à própria subsistência mediante trabalho (doze) meses; c) bom desempenho no trabalho
honesto; que lhe foi atribuído; e d) aptidão para prover
a própria subsistência mediante trabalho
honesto;

CAUSAS DE REVOGAÇÃO DO LIVRAMENTO

Revogação obrigatória
Art. 86, CP - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade,
em sentença irrecorrível:
I - por crime cometido durante a vigência do benefício;
II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código.

Revogação facultativa
Art. 87, CP - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer
das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou
contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

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5
REVISÃO - META 4

EFEITOS DA REVOGAÇÃO DO LIVRAMENTO

Efeitos da revogação
Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a revogação
resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o tempo
em que esteve solto o condenado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

O QUE NÃO POSSO ERRAR SOBRE LIVRAMENTO CONDICIONAL EM PROVA

% DE TEMPO DE PENA MÍNIMA


SITUAÇÕES PARA PROGRESSÃO DE REGIME
CUMPRIDA PARA PROGREDIR
Primário se o crime tiver sido cometido sem violência à pessoa ou grave
16% da pena
ameaça:
Reincidente em crime cometido sem violência à pessoa ou grave
20% da pena
ameaça:
Primário se o crime tiver sido cometido com violência à pessoa ou grave
25% da pena
ameaça:
Reincidente em crime cometido com violência à pessoa ou grave
30% da pena
ameaça:
40% - Se primário
60% - Reincidente em crimes
hediondos/equiparados
Condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado: 70% Reincidente em crimes
hediondos/equiparados com
resultado MORTE (neste caso, é
vedado o livramento condicional)
Se o apenado for: a) condenado pela prática de crime hediondo ou
equiparado, com resultado morte, se for primário, vedado o livramento 50% da pena
condicional; b) condenado por exercer o comando, individual ou

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6
REVISÃO - META 4

coletivo, de organização criminosa estruturada para a prática de crime


hediondo ou equiparado; ou c) condenado pela prática do crime de
constituição de milícia privada;

CONDIÇÕES OBRIGATÓRIAS E FACULTATIVAS PARA O LIVRAMENTO CONDICIONAL

CONDIÇÕES AO
LIVRAMENTO
CONDICIONAL

OBRIGATÓRIAS FACULTATIVAS

Primeiro vamos as CONDIÇÕES OBRIGATÓRIAS:

Art. 132,LEP. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica subordinado o livramento.
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes:
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho;
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização deste.

Por fim, as CONDIÇÕES FACULTATIVAS:

§ 2º Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações, as seguintes:
a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da observação
cautelar e de proteção;
b) recolher-se à habitação em hora fixada;
c) não frequentar determinados lugares.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

Extinção

Art. 89, CP - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença em
processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento.

Art. 90, CP - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa
de liberdade1.

1
Lembrem-se: se durante o LC (livramento condicional) o agente praticar um crime e há o trânsito em julgado,
ou então ocorrer o trânsito em julgado por um crime anterior, o juiz da execução necessariamente deverá

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7
REVISÃO - META 4

INDULTO

O indulto é concedido pelo Presidente da República a pessoas presas que se adequem a alguns
requisitos (objetivos e subjetivos). É, na verdade, segundo o art. 107, II do CP, uma forma de extinção
de punibilidade.

É POSSÍVEL QUE O PRESIDENTE EDITE INDULTO NO MÊS DE MARÇO?

INDULTO X ANISTIA

Anistia se dá por intermédio de uma lei editada pelo Congresso Nacional (lembrem-se da Lei da Anistia
que o STF entendeu que era constitucional). Também não se confunde com a “Graça”, que é uma
forma de “indulto” individual (para pessoas específicas e que também é concedido pelo Presidente da
República).

DO QUE SE TRATA A SÚMULA 631 DO STJ?

Vejam que tabela interessante feita pelo Márcio André Cavalcante do Dizer o Direito:2

GRAÇA INDULTO
ANISTIA
(ou indulto individual) (ou indulto coletivo)
É um benefício concedido pelo Concedidos por Decreto do Presidente da República.
Congresso Nacional, com a sanção do
Presidente da República (art. 48, VIII, Apagam o efeito executório da condenação.
CF/88), por meio do qual se “perdoa” a
prática de um fato criminoso. A atribuição para conceder pode ser delegada ao(s):
Normalmente, incide sobre crimes · Procurador Geral da República;
políticos, mas também pode abranger · Advogado Geral da União;
outras espécies de delito. · Ministros de Estado.

declarar a revogação do LC. Isto é, a revogação NÃO É AUTOMÁTICA. Portanto, se o prazo do LC encerrar, não
poderá o juiz revogá-lo. A pena já estará extinta.
2
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Indulto e exame criminológico. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em:
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/96b250a90d3cf0868c83f8c965142d2a.
Acesso em: 08/09/2020.

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8
REVISÃO - META 4

É concedida por meio de uma lei Concedidos por meio de um Decreto.


federal ordinária.
Pode ser concedida: Tradicionalmente, a doutrina afirma que tais benefícios só podem
· antes do trânsito em julgado (anistiaser concedidos após o trânsito em julgado da condenação. Esse
própria); entendimento, no entanto, está cada dia mais superado,
· depois do trânsito em julgado (anistia
considerando que o indulto natalino, por exemplo, permite que
imprópria). seja concedido o benefício desde que tenha havido o trânsito em
julgado para a acusação ou quando o MP recorreu, mas não para
agravar a pena imposta (art. 5º, I e II, do Decreto 7.873/2012).
Classificação: Classificação:
a) Propriamente dita: quando a) Pleno: quando extingue totalmente a pena.
concedida antes da condenação. b) Parcial: quando somente diminui ou substitui a pena
b) Impropriamente dita: quando (comutação).
concedida após a condenação.
a) Incondicionado: quando não impõe qualquer condição.
a) Irrestrita: quando atinge b) Condicionado: quando impõe condição para sua concessão.
indistintamente todos os autores do
fato punível. a) Restrito: exige condições pessoais do agente. Ex.: exige
b) Restrita: quando exige condição primariedade.
pessoal do autor do fato punível. Ex.: b) Irrestrito: quando não exige condições pessoais do agente.
exige primariedade.

a) Incondicionada: não se exige


condição para a sua concessão.
b) Condicionada: exige-se condição
para a sua concessão. Ex.: reparação
do dano.

a) Comum: atinge crimes comuns.


b) Especial: atinge crimes políticos.
Extingue os efeitos penais (principais e Só extinguem o efeito principal do crime (a pena).
secundários) do crime.

Os efeitos de natureza civil Os efeitos penais secundários e os efeitos de natureza civil


permanecem íntegros. permanecem íntegros.
O réu condenado que foi anistiado, se O réu condenado que foi beneficiado por graça ou indulto, se
cometer novo crime, não será cometer novo crime, será reincidente.
reincidente.
É um benefício coletivo que, por É um benefício individual É um benefício coletivo (sem
referir-se somente a fatos, atinge (com destinatário certo). destinatário certo).
apenas os que o cometeram. Depende de pedido do É concedido de ofício (não depende
sentenciado. de provocação).

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9
REVISÃO - META 4

MONITORAÇÃO ELETRÔNICA

MONITORAÇÃO
ELETRÔNICA

LEP (ART.146-B) CPP (ART. 319, IX)

E qual a diferença? É que no âmbito da execução penal ela só caberá em DOIS casos: 1) saída
temporária e 2) prisão domiciliar.

Percebam que existiam outros casos, mas foram vetados pelo poder executivo:

Art. 146-B, LEP. O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração eletrônica quando:
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

II - autorizar a saída temporária no regime semiaberto; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

IV - determinar a prisão domiciliar; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

No CPP ela existe como medida cautelar diversa da prisão, no famoso art. 319, veja:

Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:


(...)
IX - monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

HIPÓTESES DE FALTA GRAVE POR VIOLAÇÃO AO MONITORAMENTO ELETRÔNICO


Descumprir perímetro estabelecido
para tornozeleira em PRISÃO Pratica falta grave.
DOMICILIAR
Descumprir perímetro estabelecido
para tornozeleira em SAÍDA Não há falta grave.
TEMPORÁRIA
Rompimento de tornozeleira ou
Pratica falta grave.
mantém a bateria SEM CARGA

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10
REVISÃO - META 4

DIREITO ADMINISTRATIVO

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

Para a verificação da responsabilidade civil, é necessária a concorrência de três elementos, quais


sejam: a) conduta, seja ela dolosa ou culposa; b) dano; e c) o nexo de causalidade entre a conduta e o
dano ocorrido. No Brasil, em regra, se adota a teoria da causalidade direta e imediata, isto é, o agente
só responderá por algum dano em que haja certa coerência entre a conduta praticada e o dano
ocorrido.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

TEORIAS

IRRESPONSABILIDADE DO ESTADO

A ideia da teoria da irresponsabilidade do Estado era baseada nos estados absolutistas, e tinha a noção
de que o Rei, como expressão de uma escolha divina direta, não cometia erros. É sintetizada pela
máxima “The king can do no wrong”. Desse modo, nesses tempos, nem o Rei, nem seus
representantes, respondiam pelos seus atos.

RESPONSABILIDADE COM CULPA CIVIL COMUM DO ESTADO

A presente teoria pretendia equiparar o Estado ao particular, admitindo a sua responsabilização.


Portanto, nas mesmas hipóteses em que estes teriam reconhecida a obrigação de reparar o dano.
Dessa forma, seria necessário provar a existência do elemento subjetivo (dolo ou culpa) para que
houvesse a responsabilidade civil do estado.

TEORIA DA CULPA ADMINISTRATIVA

Di Pietro (2019, p. 1459/1.460)3 lembra que essa teoria distinguia-se, de um lado, a culpa individual do
funcionário, pela qual ele mesmo respondia, e, de outro, a culpa anônima do serviço público; nesse
caso, o funcionário não é identificável e se considera que o serviço funcionou mal; incide, então, a
responsabilidade do Estado. Essa culpa do serviço público ocorre quando: o serviço público não
funcionou (omissão), funcionou atrasado ou funcionou mal. Em qualquer dessas três hipóteses, ocorre
a culpa (faute) do serviço ou acidente administrativo, incidindo a responsabilidade do Estado
independentemente de qualquer apreciação da culpa do funcionário.

3
Di Pietro, Maria Sylvia Zanella Direito administrativo/Maria Sylvia Zanella Di Pietro. – 32. ed. – Rio de Janeiro:
Forense, 2019.

\
11
REVISÃO - META 4

TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO

A teoria do risco administrativo (adotada como regra no ordenamento brasileiro) admite a


responsabilidade objetiva pelas condutas praticadas pelo Estado. Isto é, o particular, ao procurar o
ressarcimento pelos atos realizadas pela Administração Pública, prescinde (dispensa) da demonstração
do elemento subjetivo (dolo ou culpa) para a caracterização da obrigação.

TEORIA DO RISCO INTEGRAL

No que se refere à teoria do risco integral, vale dizer que esta também se baseia na teoria da
responsabilidade objetiva (e por isso a vítima não precisa provar a culpa lato sensu), no entanto, se
difere da teoria do risco administrativo especialmente por nela não caberem as excludentes de
responsabilidade. É adotada em algumas oportunidades, como em caso de dano nuclear ou ambiental.

RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO

Vamos agora sintetizar algumas informações importantes sobre o assunto:

- O Supremo Tribunal Federal entende que a responsabilidade objetiva se aplica mesmo em relação
aos danos que sua atuação cause a terceiros não usuários do serviço público;
- Basta que o agente esteja agindo na qualidade de agente público, mesmo que atue de forma ilegal ou
fora de sua competência;
- É necessário que o agente tenha algum vínculo com a administração, mesmo que este seja inválido.
Dessa forma, se aplica a responsabilidade objetiva ao funcionário de fato, mas não a alguém que
esteja usurpando alguma função.

RESPONSABILIDADE SUBJETIVA DO ESTADO

Conforme foi dito no tópico anterior, a responsabilidade objetiva do Estado se restringe às hipóteses
de atuação positiva deste (um fazer). Noutra banda, a responsabilização pelas condutas omissivas, em
regra4, se dará de acordo com a teoria da culpa administrativa.

EM SITUAÇÕES DE “OMISSÃO ESPECÍFICA”, EM QUE O ESTADO ASSUME A CONDIÇÃO DE


GARANTE, QUAL A POSIÇÃO DOS TRIBUNAIS SUPERIORES ACERCA DA RESPONSABILIDADE
CIVIL?

4
Em relação às condutas omissivas, há divergência entre o STF e o STJ.

\
12
REVISÃO - META 4

RESPONSABILIDADE POR ATOS LEGISLATIVOS E JUDICIAIS

POR ATOS LEGISLATIVOS: São elas: a) a edição de leis declaradas inconstitucionais pelo Supremo
Tribunal Federal; b) a edição de leis com efeitos concretos5. Em ambos os casos se faz necessária a
propositura de uma ação específica para buscar a reparação dos danos causados por tais atos.

POR ATOS JURISDICIONAIS: Já no que tange à responsabilidade por atos praticados no exercício da
função jurisdicional, a própria constituição determina a possibilidade de o Estado indenizar aquele que
for prejudicado por erro judiciário no âmbito de ação penal, bem como no caso de apenado que
permanecer preso por tempo além do que foi determinado na sentença (art. 5º, LXXV da Constituição
Federal de 1988).

O QUE SIGNIFICA “ESTADO DE COISAS INCONSTITUCIONAL”? QUAL SUA ORIGEM? NO BRASIL,


QUAL O PRECEDENTE MAIS IMPORTANTE?

Além disso, o Novo Código de Processo Civil prevê em seu art. 143, que:

O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando:

I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;

II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a
requerimento da parte.

Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão verificadas depois que a parte
requerer ao juiz que determine a providência e o requerimento não for apreciado no prazo de 10 (dez)
dias.

REPARAÇÃO DO DANO E DIREITO DE REGRESSO

DO QUE SE TRATA A TEORIA DA DUPLA GARANTIA?

5
As leis de efeitos concretos são, na verdade, materialmente atos administrativos. Isso porque, os citados atos
normativos se destinam a pessoas e situações específicas, sem carregar duas das suas principais qualidades: a
abstração e a generalidade.

\
13
REVISÃO - META 4

O STF, no RE 1027633/SP, julgado em 14.8.2019, entendeu que a teor do disposto no art. 37, § 6º, da
Constituição Federal (CF), a ação por danos causados por agente público deve ser ajuizada contra o
Estado ou a pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público, sendo parte ilegítima para
a ação o autor do ato, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou
culpa. RE 1027633/SP, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 14.8.2019. (RE-1027633). Por outro
lado, há entendimento do Superior Tribunal de Justiça em que o particular pode optar entre processar
a pessoa jurídica de direito público, o agente público ou os dois. Além disso, o prazo prescricional para
propor a ação de reparação de danos em face do Poder Público ou da pessoa jurídica de direito
privado prestadora de serviços públicos é de 5 anos 6.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Chamo a atenção de vocês para lembrá-los que a Lei de Improbidade Administrativa, isto é, a Lei nº
8.429/92, também sofreu alteração com o chamado Pacote Anticrime (Lei nº 13.964/2019). O art. 17
ganhou um novo parágrafo único, vejam:

COMO ERA A LEI DE IMPROBIDADE COMO FICOU


Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário,
será proposta pelo Ministério Público ou pela
Sem alteração
pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da
efetivação da medida cautelar.
§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação § 1º As ações de que trata este artigo
nas ações de que trata o caput. admitem a celebração de acordo de não
persecução cível, nos termos desta Lei.

Agora vejam o § 10-A do mesmo art.17.

COMO ERA COMO FICOU


§ 10-A Havendo a possibilidade de solução
consensual, poderão as partes requerer ao
Sem correspondência juiz a interrupção do prazo para a
contestação, por prazo não superior a 90
(noventa) dias.

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Houve certa celeuma no que se refere à definição do prazo prescricional das ações aqui tratadas, uma vez que o
Código Civil pátrio preconiza o prazo de 3 anos para as ações de reparação civil, tendo o Superior Tribunal de
Justiça se manifestado da seguinte forma: A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que a prescrição
contra a Fazenda Pública é quinquenal, mesmo em ações indenizatórias, uma vez que é regida pelo Decreto
20.910/32, norma especial que prevalece sobre lei geral. (…) (STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 768.400/DF, Rel.
Min. Humberto Martins, julgado em 03/11/2015)

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REVISÃO - META 4

ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO CÍVEL EM AÇÕES DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Com o pacote anticrime (Lei nº 13.964/2019) o Congresso Nacional trouxe a previsão do chamado
“acordo de não persecução cível” nas ações de improbidade administrativa. No entanto, o Chefe do
Executivo realizou veto de todo o art. 17-A, por entender, em síntese, que a propositura legislativa, ao
determinar que caberá ao Ministério Público a celebração de acordo de não persecução cível nas
ações de improbidade administrativa, contraria o interesse público e gera insegurança jurídica ao ser
incongruente com o art. 17 da própria Lei de Improbidade Administrativa. Este se mantém inalterado,
dispondo que a ação judicial pela prática de ato de improbidade administrativa pode ser proposta pelo
Ministério Público e/ou pessoa jurídica interessada (leia-se, aqui, pessoa jurídica de direito público
vítima do ato de improbidade). Assim, excluir o ente público lesado da possibilidade de celebração do
acordo de não persecução cível representa retrocesso da matéria, haja vista se tratar de real
interessado na finalização da demanda, além de não se apresentar harmônico com o sistema jurídico
vigente.

SUJEITO ATIVO E PASSIVO

Conforme dispõe a própria Lei de Improbidade Administrativa em seu caput do art. 1º, esta se aplica a
todos os atos:

“praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a


administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de
empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação
ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por
cento do patrimônio ou da receita anual”.

Já o §1º do dispositivo prevê que:

Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade


praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício
ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para
cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de
cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes
casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos
cofres públicos.

No entanto, nesses casos em que o ente tenha concorrido ou concorra com menos de 50% do
patrimônio ou receita anual, o ressarcimento estará limitado ao valor do dano praticado contra os
cofres públicos. Ademais, a lei também aplica-se aos atos de improbidade praticados contra o
patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão
público.

Ainda segundo a lei, de modo conciso, agente público é aquele que exerce cargo, função, mandato,
ainda que transitoriamente ou sem remuneração. Desse modo, é possível considerar como agente
público, além dos servidores públicos e agentes políticos, também notários e registradores, além dos
estagiários (info 568 do STJ). Portanto, o conceito de agente público sujeito à LIA é bastante extenso.

Além disso, deve-se destacar que o ato ímprobo também pode ser praticado por terceiro, conforme
preconiza o art. 3º da mencionada lei, de modo que aquele que induza, concorra ou se beneficie da

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REVISÃO - META 4

improbidade, mesmo sem ser agente público, também responderá pela improbidade administrativa.

DIZER O DIREITO: para que o terceiro seja responsabilizado pelas sanções da Lei nº 8.429/92 é
indispensável que seja identificado algum agente público como autor da prática do ato de
improbidade. Assim, não é possível a propositura de ação de improbidade exclusivamente contra o
particular, sem a concomitante presença de agente público no polo passivo da demanda. STJ. 1ª
Turma. REsp 1.171.017-PA, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 25/2/2014 (Info 535).

DEFENSORIA PODE PROPOR AÇÃO POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA?


FUNDAMENTE EM UMA PERSPECTIVA CRÍTICA

DOS ATOS DE IMPROBIDADE E SUAS PENAS

Constitui ato de improbidade SUSPENSÃO DE DIREITOS


administrativa importando POLÍTICOS: DE 8 A 10 ANOS.
enriquecimento ilícito auferir
qualquer tipo de vantagem MULTA DE ATÉ 3X O VALOR O
patrimonial indevida em razão do QUAL AGENTE SE
ATOS QUE IMPORTAM exercício de cargo, mandato, BENEFICIOU.
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO (ART. 9) função, emprego ou atividade.
ROL EXEMPLIFICATIVO. ATO DE PROIBIÇÃO DE CONTRATAR
IMPROBIDADE MAIS GRAVE. É COM O PODER PÚBLICO: 10
NECESSÁRIO QUE HAJA DOLO. ANOS.
APENAS AÇÕES. INDEPENDE DE
DANO. PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA.
Atos que ensejam perda SUSPENSÃO DOS DIREITOS
patrimonial, desvio, apropriação, POLÍTICOS DE 5 A 8 ANOS.
ATOS QUE CAUSAM PREJUÍZO AO malbaratamento ou dilapidação
ERÁRIO (ART. 10) dos bens ou haveres das entidades. MULTA DE ATÉ 2X O VALOR
ROL EXEMPLIFICATIVO. DOLO OU DO DANO.
CULPA. AÇÕES OU OMISSÕES. É

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REVISÃO - META 4

NECESSÁRIO A CONFIGURAÇÃO DO PROIBIÇÃO DE CONTRATAR


DANO. COM O PODER PÚBLICO POR
5 ANOS.

PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA.


EXIGE-SE O DOLO DO AGENTE. SUSPENSÃO DOS DIREITOS
AÇÕES OU OMISSÕES. POLÍTICOS DE 5 A 8 ANOS.
ATOS DE CONCESSÃO OU
MULTA CIVIL DE ATÉ 3 (TRÊS)
APLICAÇÃO INDEVIDA DE
VEZES O VALOR DO
BENEFÍCIO FINANCEIRO OU
BENEFÍCIO FINANCEIRO OU
TRIBUTÁRIO (ART. 10-A)
TRIBUTÁRIO CONCEDIDO.

PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA.


Qualquer ação ou omissão que SUSPENSÃO DOS DIREITOS
viole os deveres de honestidade, POLÍTICOS DE 3 A 5 ANOS.
imparcialidade, legalidade, e
lealdade às instituições. ROL MULTA DE ATÉ 100X O VALOR
EXEMPLIFICATIVO. EM CONCURSOS PERCEBIDO A TÍTULO DE
ATOS QUE ATENTAM CONTRA OS PARA A DEFENSORIA PÚBLICA REMUNERAÇÃO PELO
PRINCÍPIOS DA ADM. PÚBLICA DEVE-SE DEFENDER A EXIGÊNCIA AGENTE.
(ART. 11) DE DOLO. AÇÕES OU OMISSÕES.
INDEPENDEM DE DANO. PROIBIÇÃO DE CONTRATAR
COM O PODER PÚBLICO POR
3 ANOS.

PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA.

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REVISÃO - META 4

DIREITO TRIBUTÁRIO

LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

Há uma vedação expressa na CF para a não instituição do tributo pelos entes


IMUNIDADE federativos. Existe uma falta de competência. É também chamada de hipótese de
não incidência constitucionalmente qualificada.
A isenção é um benefício legal concedido pelo legislador que, excluindo o crédito
tributário (art. 175 do CTN), libera o contribuinte de realizar o pagamento do tributo
ISENÇÃO após a ocorrência do fato gerador. Pessoal, aqui não pode confundir mesmo! No
caso da isenção, o tributo foi instituído e o sujeito passivo praticou o fato gerador,
entretanto, há uma dispensa de pagamento (que exclui o crédito tributário).
Tudo aquilo que não é hipótese de incidência tributária é, por óbvio, hipótese de
NÃO INCIDÊNCIA não incidência tributária. Portanto, todos os fatos que não estejam abrangidos pela
PURA E SIMPLES própria definição legal da hipótese de incidência são hipóteses de não incidência
pura e simples.

Aqui vai uma tabelinha para você nunca mais esquecer: #GABARITARTRIBUTÁRIO

IMUNIDADE ISENÇÃO
Prevista na Constituição Federal Prevista na lei
Limita a competência tributária Dispensa o pagamento
(antes do fato gerador) (depois do fato gerador)
Interpretação ampliativa Interpretação literal (art. 111, ii, do CTN)
Em regra, alcança só impostos Alcança todos os tributos
Exclui a competência tributária É decorrência da competência tributária
Irrevogável Revogável
Perene Tende à temporariedade

OBSERVAÇÕES RELEVANTES SOBRE O TEMA

PRINCÍPIOS

Aqui iremos tratar de forma bastante objetiva apenas dos principais princípios do direito tributário.
Vamos lá.

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REVISÃO - META 4

PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS
Apenas é possível a criação, a extinção (paralelismo das formas) ou o aumento
LEGALIDADE de tributos através de lei7. (FIZEMOS ALGUMAS TABELAS ABAIXO COM AS
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE, TEM QUE SABER!)
Preconiza que apenas é possível a cobrança de tributo se a lei que o instituiu
ou o majorou for publicada no exercício financeiro (ano civil) anterior ao da sua
cobrança.

Segundo o enunciado 50 da Súmula Vinculante: Norma legal que altera o prazo


de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da
anterioridade.

Obs.: o conteúdo do enunciado 50 da Súmula Vinculante é altamente criticável,


uma vez que fere a segurança jurídica dos sujeitos passivos tributários. Basta
ANTERIORIDADE ANUAL
imaginar que a população se prepara para pagar um tributo que vence no dia
(OU DE EXERCÍCIO)
10 e, subitamente, o governo altera a data de vencimento para o dia 3.
Certamente isso prejudicará incontáveis pessoas.

No que tange à revogação de isenção ou benefício fiscal, há divergência no


STF: A 1ª Turma entende que a revogação de isenção ou benefício fiscal deve
se submeter ao princípio da anterioridade tributária, visto que causa aumento
indireto de tributo; por outro lado, a 2ª Turma entende que nesses casos não
deve haver o respeito ao referido princípio, por ser assunto ligado à política
econômica e que por isso pode ser alterada a qualquer tempo. (TABELA COM
AS EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ANUAL LOGO ABAIXO)
Conjugado com o princípio da anterioridade anual, a anterioridade
nonagesimal diz que além de respeitar o ínterim entre um exercício financeiro
e outro, deve-se também observar um prazo de 90 dias entre a publicação da
ANTERIORIDADE
lei que institui ou majora um tributo e a sua cobrança. Obs.: no que tange às
NONAGESIMAL
medidas provisórias, só produzirá efeitos no exercício seguinte se houver sido
convertida em lei até o último dia daquele em que foi indicada (TABELA COM
AS EXCEÇÕES ABAIXO).
Diz que sempre que possível os impostos serão fixados conforme a capacidade
contributiva (a CF fala expressamente em capacidade econômica) do
contribuinte, além de terem caráter pessoal (§ 1º do art. 145 da CF).

Obs. 1: Destaque para o fato de a CF falar apenas em IMPOSTOS8. Ainda assim,


CAPACIDADE
é possível afirmar que é possível também a sua aplicação aos demais tributos,
CONTRIBUTIVA
conforme jurisprudência. Deve-se destacar a existência de dois aspectos dentro
do princípio da capacidade contributiva: a) objetivo, que observa apenas os
valores percebidos (sinais de riqueza, como ter uma casa ou um carro) e b)
subjetivo, que verifica as peculiaridades de cada contribuinte (por exemplo,
pessoa com deficiência física ou com idade avançada).9

7
Em regra, basta a lei ordinária, no entanto em alguns casos a CF exige lei complementar, quais sejam: a)
empréstimos compulsórios; b) imposto sobre grandes fortunas; c) impostos residuais e d) contribuições sociais
residuais.
8
Fique ligadíssimo!! Se a questão pedir expressamente a resposta de acordo com a CF, tal princípio se aplica
apenas aos IMPOSTOS!!
9 A capacidade contributiva pode ser aplicada concretamente por quatro meios: a) imunidades; b) isenções; c) a progressão

conforme a base de cálculo (ex.: IR) e d) através da seletividade da coisa ou do serviço.

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REVISÃO - META 4

PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO Deve haver proporcionalidade na fixação dos tributos, a ser aferida em cada
AO CONFISCO OU caso concreto, mas analisando-se a carga tributária total. Vale destacar que o
RAZOABILIDADE DA STF já admitiu a aplicação de tal princípio também às multas tributárias.
CARGA TRIBUTÁRIA
PRINCÍPIO DA Não deve haver tratamento distinto entre contribuintes que se encontrem na
ISONOMIA mesma situação (art. 150, II, CF) 10

Agora vamos às exceções ao princípio da legalidade (isso costuma cair, gente):

EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE


IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO
IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO
IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS
IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS
CIDE COMBUSTÍVEIS
ICMS COMBUSTÍVEIS (MONOFÁSICO)
ALTERAÇÃO DO PRAZO PARA PAGAMENTO
ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA DA BASE DE CÁLCULO DO TRIBUTO
CRIAÇÃO DE OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

Vejamos agora as exceções ao princípio da anterioridade anual:

EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ANUAL


IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO
IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO
IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS
IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS
IMPOSTO EXTRAORDINÁRIO DE GUERRA
EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS PARA CALAMIDADE PÚBLICA OU GUERRA EXTERNA
CIDE-COMBUSTÍVEL11
ICMS-COMBUSTÍVEL12

Vejamos agora as exceções ao princípio da anterioridade nonagesimal:

10 A jurisprudência pátria entende que o Poder Judiciário não pode estender uma isenção a outro contribuinte, por tratar-se

de ato discricionário do Poder Executivo: A Constituição, na parte final do art. 151, I, admite a "concessão de incentivos
fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do país". A
concessão de isenção é ato discricionário, por meio do qual o Poder Executivo, fundado em juízo de conveniência e
oportunidade, implementa suas políticas fiscais e econômicas, e, portanto, a análise de seu mérito escapa ao controle do
Poder Judiciário. Precedentes: RE 149.659 e AI 138.344 AgR. Não é possível ao Poder Judiciário estender isenção a
contribuintes não contemplados pela lei, a título de isonomia (RE 159.026). [RE 344.331, rel. min. Ellen Gracie, j. 11-2-
2003,1ª T, DJde 14-3-2003.]. Além disso, também entende pela impossibilidade de isenção de IPTU em razão da qualidade de
servidor público, por violação ao princípio da isonomia: Isenção de IPTU, em razão da qualidade de servidor estadual do
agravante, postulada em desrespeito da proibição contida no art. 150, II, da CF de 1988. [AI 157.871 AgR, rel. min. Octavio
Gallotti, j. 15-9-1995, 1ª T, DJ de 9-2-1996.].
11 Conforme o disposto no art. 149, § 2º, II, c/c art. 177, § 4º, I, “b”, parte final, ambos da CF, o Poder Executivo Federal

poderá reduzir e restabelecer as alíquotas do tributo por meio de ato próprio – no caso, o decreto presidencial –, não se lhe
aplicando a regra da anterioridade anual (art. 150, III, “b”, CF). Alteração promovida pela EC 33/2001 (SABBAG, 2016).
12 Conforme o disposto no art. 155, § 4º, IV, “c”, da CF, acima reproduzido, o intitulado “ICMS - Combustível” será uma

ressalva à anterioridade anual, no tocante à redução e restabelecimento de sua alíquota, à semelhança da CIDE-Combustível.
Alteração também promovida pela EC 33/2001 (SABBAG, 2016).

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REVISÃO - META 4

EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL


IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO
IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO
IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS
IMPOSTO EXTRAORDINÁRIO DE GUERRA
IMPOSTO DE RENDA
ATUALIZAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO IPTU E IPVA (DECRETO)
EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS PARA CALAMIDADE PÚBLICA OU GUERRA EXTERNA

IMUNIDADES

Existiriam ainda que a CF não previsse expressamente. Destinam-se


IMUNIDADES
especialmente a respeitar o princípio da isonomia, da capacidade contributiva
ONTOLÓGICAS
e o pacto federativo. Ex.: Imunidade recíproca entre os entes federativos.
IMUNIDADES
São decisões políticas.
POLÍTICAS

Levam em consideração a pessoa, ou seja, o foco é aquele a quem a


imunidade se destina.

IMUNIDADES Ex.: imunidade recíproca entre os entes federativos, destinada a templos de


SUBJETIVAS13 qualquer culto e por fim, quanto ao patrimônio, renda ou serviços de partidos
políticos, suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das
instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos
os requisitos da lei (art. 150, VI da CF, leia!)
Relacionadas a fatos, bens ou situações.
IMUNIDADES
OBJETIVAS Ex.: imunidade destinada à livros, jornais, periódicos e o papel destinado à
sua impressão.
Há a combinação entre os dois critérios anteriormente citados.
IMUNIDADES
Ex.: imunidade quanto ao ITR no que se refere à pequenas glebas rurais,
MISTAS
definidas em lei, quando as explore proprietário que não possua outro imóvel
(art. 153, §4º, II, CF).

IMUNIDADE RECÍPROCA

Deve-se destacar que nessa hipótese do art. 150, VI, a da CF, inclui-se apenas a União, os Estados, o DF
e os Municípios (entes políticos), aos quais “é vedado a instituição de tributos sobre o patrimônio,
renda e serviços uns dos outros”. É um exemplo de imunidade ontológica, pois decorre do Pacto
Federativo existente entre os entes políticos, além da ausência de capacidade contributiva nesses
casos. Engloba apenas os IMPOSTOS e não outras espécies tributárias.

13
Segundo o STF, não se aplica a imunidade subjetiva nos casos em que a pessoa imune é contribuinte de fato.
STF. Plenário. RE 608872/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, j. em 22 e 23/2/2017 (repercussão geral) (Info 855).

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REVISÃO - META 4

IMUNIDADE RELIGIOSA

A Constituição Federal aduz que não poderá haver a instituição de tributos sobre templos de qualquer
culto; no entanto, a jurisprudência e a doutrina entendem que deve ser dada interpretação ampliativa
a tal dispositivo, não se restringindo a imunidade tão somente ao templo onde é realizada a liturgia
religiosa, e sim à entidade.

IMUNIDADE CULTURAL

O inciso VI, alínea d, do art. 150 da CF prevê a chamada imunidade cultural, que recai sobre livros,
jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão. Tem por finalidade proteger a difusão de
conhecimento, seja ele qual for. Por não tratar-se de imunidade subjetiva (que recai sobre as pessoas,
como ocorreria quanto à livrarias, gráficas, etc.) haverá o recolhimento de tributo quanto à
propriedade de veículos automotores (IPVA) e de imóveis (IPTU) pertencentes às gráficas e livrarias,
além do IR sobre a renda auferida com a venda de livros e periódicos, não incidindo no entanto o IPI e
o ICMS (por que recaem diretamente sobre os mesmos).

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REVISÃO - META 4

DIREITOS HUMANOS

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DE DIREITOS HUMANOS (DUDH) DE 1948

A Declaração Universal de Direitos Humanos (DUDH) de 1948, que integra o sistema onusiano, foi
elaborada pela Organização das Nações Unidas para ser uma etapa anterior à elaboração de um
“tratado internacional de direitos humanos”.

QUAL A NATUREZA JURÍDICA DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DE DIREITOS HUMANOS?

INTERNATIONAL BILL OF RIGHTS

INTERNACIONAL
BILL OF RIGHTS

DIPLOMAS QUE
A INTEGRAM

DUDH (1948) PIDCP (1966) PIDESC (1966)

EXISTE ALGUM CASO EM QUE O BRASIL FOI RESPONSABILIZADO PERANTE O SISTEMA


ONUSIANO (GLOBAL)? EXPLIQUE

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23
REVISÃO - META 4

PROTOCOLOS FACULTATIVOS AO PIDCP14


Institui mecanismo de análise de petições de
PRIMEIRO PROTOCOLO FACULTATIVO vítimas ao Comitê de Direitos Humanos por
(internalizado pelo Brasil) violações a direitos civis e políticos previstos no
Pacto. (Treaty Bodies).
SEGUNDO PROTOCOLO FACULTIVO
Objetiva à Abolição da Pena de Morte.
(internalizado pelo Brasil com ressalva)

PACTO INTERNACIONAL DOS DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS (PIDESC)

Atenção, pois o PIDESC (Pacto Internacional aos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais) tem um
protocolo facultativo (mas este não foi ratificado pelo Brasil ainda).

PROTOCOLO FACULTATIVO AO PIDESC


As vítimas de violações de direitos econômicos, sociais e culturais agora dispõem de um mecanismo
para apresentar suas queixas e denúncias em âmbito internacional ante o Comitê de Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais da ONU. CUIDADO: até agora o Brasil não ratificou.

PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS

PNDH-1

Lembra André de Carvalho Ramos que, “por ser pioneiro, o PNDH de 1996 é também denominado
PNDH-1, sendo voltado à garantia de proteção dos direitos civis, com especial foco no combate à
impunidade e à violência policial, adotando, ainda, como meta a adesão brasileira a tratados de
direitos humanos. Além disso, o PNDH-1 inaugurou um processo, depois repetido, de consulta e
debate prévio com a sociedade civil.”

PNDH-2

Valério Mazzuoli (2018, p. 516), ensina que “o programa visou, entre outros, promover a concepção
de direitos humanos como um conjunto de direitos universais, indivisíveis e interdependentes, que
compreendem direitos civis, políticos, sociais, culturais e econômicos; identificar os principais
obstáculos à promoção e defesa dos diretos humanos no país e a proposição de ações
governamentais e não governamentais voltadas para a promoção e defesa desses direitos; difundir o
conceito de direitos humanos como elemento necessário e indispensável para a formulação, execução
e avaliação de políticas públicas”...

OBSERVAÇÕES SOBRE O TEMA

14
Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos da ONU.

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REVISÃO - META 4

PNDH-3

Eixos orientadores expressos no art. 2º do Decreto nº 7.037/2009:

EIXOS ORIENTADORES DO PNDH-3


a) Diretriz 1: Interação democrática entre Estado e sociedade civil como
instrumento de fortalecimento da democracia participativa;
I – Eixo Orientador I
b) Diretriz 2: Fortalecimento dos Direitos Humanos como instrumento
Interação democrática transversal das políticas públicas e de interação democrática; e
entre Estado e sociedade
civil: c) Diretriz 3: Integração e ampliação dos sistemas de informações em
Direitos Humanos e construção de mecanismos de avaliação e
monitoramento de sua efetivação;
a) Diretriz 4: Efetivação de modelo de desenvolvimento sustentável,
com inclusão social e econômica, ambientalmente equilibrado e
tecnologicamente responsável, cultural e regionalmente diverso,
II – Eixo Orientador II participativo e não discriminatório;

Desenvolvimento e Direitos b) Diretriz 5: Valorização da pessoa humana como sujeito central do


Humanos: processo de desenvolvimento; e

c) Diretriz 6: Promover e proteger os direitos ambientais como Direitos


Humanos, incluindo as gerações futuras como sujeitos de direitos;
a) Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de forma universal,
indivisível e interdependente, assegurando a cidadania plena;
III – Eixo Orientador III:
b) Diretriz 8: Promoção dos direitos de crianças e adolescentes para o
seu desenvolvimento integral, de forma não discriminatória,
Universalizar direitos em
assegurando seu direito de opinião e participação;
um contexto de
desigualdades:
c) Diretriz 9: Combate às desigualdades estruturais; e

d) Diretriz 10: Garantia da igualdade na diversidade;


a) Diretriz 11: Democratização e modernização do sistema de segurança
pública;

b) Diretriz 12: Transparência e participação popular no sistema de


IV – Eixo Orientador IV:
segurança pública e justiça criminal;
Segurança Pública, Acesso
c)Diretriz 13: Prevenção da violência e da criminalidade e
à Justiça e Combate à
profissionalização da investigação de atos criminosos;
Violência:
d) Diretriz 14: Combate à violência institucional, com ênfase na
erradicação da tortura e na redução da letalidade policial e carcerária;

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REVISÃO - META 4

e) Diretriz 15: Garantia dos direitos das vítimas de crimes e de proteção


das pessoas ameaçadas;

f) Diretriz 16: Modernização da política de execução penal, priorizando


a aplicação de penas e medidas alternativas à privação de liberdade e
melhoria do sistema penitenciário; e

g) Diretriz 17: Promoção de sistema de justiça mais acessível, ágil e


efetivo, para o conhecimento, a garantia e a defesa de direitos;
a) Diretriz 18: Efetivação das diretrizes e dos princípios da política
nacional de educação em Direitos Humanos para fortalecer uma cultura
de direitos;

b) Diretriz 19: Fortalecimento dos princípios da democracia e dos


Direitos Humanos nos sistemas de educação básica, nas instituições de
ensino superior e nas instituições formadoras;
V – Eixo Orientador V:
c) Diretriz 20: Reconhecimento da educação não formal como espaço
Educação e Cultura em
de defesa e promoção dos Direitos Humanos;
Direitos Humanos:
d) Diretriz 21: Promoção da Educação em Direitos Humanos no serviço
público; e

e) Diretriz 22: Garantia do direito à comunicação democrática e ao


acesso à informação para consolidação de uma cultura em Direitos
Humanos;
a) Diretriz 23: Reconhecimento da memória e da verdade como Direito
Humano da cidadania e dever do Estado;
VI – Eixo Orientador VI:
b) Diretriz 24: Preservação da memória histórica e construção pública
Direito à Memória e à da verdade; e
Verdade:
c) Diretriz 25: Modernização da legislação relacionada com promoção
do direito à memória e à verdade, fortalecendo a democracia.

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