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CRIMINOLOGIA
SISTEMA PENAL
Zaffaroni (apud Nilo Batista), lembra que sistema penal pode ser conceituado como o controle punitivo
institucionalizado, atribuindo à vox “institucionalizado” a acepção concernente a procedimentos
estabelecidos, ainda que não legais. Isso lhe permite incluir no conceito de sistema penal casos de
ilegalidade estabelecidas como práticas rotineiras, mais ou menos toleradas (ex.: tortura para obtenção
de confissões na polícia, uso ilegal de celas “surdas”, etc.).1
SE LIGA: esse ponto de “sistema penal” de criminologia não se confunde com “sistemas penais” em
Direito Penal. Geralmente em Direito Penal esse ponto (sistema penal) representa um conjunto de
elementos, cuja interação, segundo determinadas teorias e por meio de um conjunto de normas
(princípios e regras), formam o conceito analítico de crime.2
CONCEITO DE CRIMINOLOGIA
Para Nestor Sampaio3, “pode-se conceituar criminologia como a ciência empírica (baseada na observação
e na experiência) e interdisciplinar que tem por objeto de análise o crime, a personalidade do autor do
comportamento delitivo, da vítima e o controle social das condutas criminosas. A criminologia é uma
ciência do “ser”, empírica, na medida em que seu objeto (crime, criminoso, vítima e controle social) é
visível no mundo real e não no mundo dos valores, como ocorre com o direito, que é uma ciência do
“dever-ser”, portanto, normativa e valorativa.
CONTROLE SOCIAL
1
Batista, Nilo. Introdução crítica ao direito penal brasileiro. 12ª Edição, revista e atualizada. Rio de Janeiro. Revan,
2017.
2
Direito penal esquematizado®: parte geral/André Estefam e Victor Eduardo Rios Gonçalves. – 7. ed. – São Paulo:
Saraiva Educação, 2018. (Coleção esquematizado®/coordenador Pedro Lenza, p. 442.
3
NESTOR SAMPAIO PENTEADO FILHO. MANUAL ESQUEMÁTICO DE CRIMINOLOGIA (Locais do Kindle 258-274).
Saraiva. Edição do Kindle.
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CONCEITOS IMPORTANTES
ATENÇÃO
IMPORTANTE SABER: Você já ouviu falar em Política criminal atuarial? Pois bem. São estratégias para
prevenir e reprimir ações criminosas a partir da utilização de estudos matemáticos, cálculos, estatísticas,
controle de riscos, probabilidade, etc. Assim, na política atuarial, o comportamento criminoso é definido
por critérios estatísticos. O surgimento deu-se nos EUA, associado ao sistema Parole Boards. Esse sistema
de política criminal definia quem receberia o livramento condicional por meio de uma análise do fator
reincidência, a partir de fatores pessoais (idade, sexo, etc).
A tese de doutorado de Maurício Stegemann Dieter é sobre a Política Criminal Atuarial. Para ele, a lógica
atuarial consiste na “adoção sistemática do cálculo atuarial como critério de racionalidade de uma ação,
definindo-se como tal a ponderação matemática de dados – normalmente aferidos a partir de
amostragens – para determinar a probabilidade de fatos futuros concretos”. 4
#NÃOESQUECER
4
DIETER, Maurício Stegemann. Política Criminal Atuarial: a criminologia do fim da história. Tese Apresentada ao
Programa de Doutorado em Direito da Universidade Federal do Paraná. Curitiba: UFPR, 2012. P. 05.
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Há quem sustente5 que “as elevadas taxas de encarceramento, que não refletem necessariamente
elevadas taxas de criminalidade, bem como a ideologia da mercantilização das relações sociais, são o
substrato para a reafirmação da privatização de presídios. No Brasil, as teorias penais e penitenciárias
modernas, formuladas sobre infraestruturas econômicas de outros países, não encontram lugar ou são
adaptadas, reformuladas e reinterpretadas para a nossa realidade. O atraso das instituições e práticas
penais no Brasil não é explicado por uma suposta má execução dos projetos, mas por uma estrutura social
que combina atraso e modernidade em uma relação de reforço recíproco. Assim, a escravidão brasileira,
símbolo do atraso, se chocava com o ideal de uma sociedade disciplinar e sustentava uma série de
punições corporais truculentas que deixaram vestígios até hoje, porém tinha o seu papel na divisão
internacional do trabalho moderna. Por outro lado, a modernidade vislumbrada na privatização de
presídios toma corpo em uma sociedade como a nossa justamente por ser compatível com várias de suas
características arcaicas, tais como a descentralização do poder em oligarquias, a ambiguidade entre o
público e o privado e o patrimonialismo”6.
João Marcos Braga de Melo7 alerta que não é difícil perceber que, no Brasil, por uma cultura
estruturalmente machista, os homens presos recebem o maior número de visitas. Na maioria dos casos,
quando as mulheres estão encarceradas, elas não recebem visitas de seus companheiros. Além disso, tem
sido imposto às mulheres o pesado fardo de manter a unidade familiar pela prestação do afeto,
acolhimento e suporte, mesmo após o encarceramento.
RESUMA A MEDIDA CAUTELAR Nº 259/02 (PRESOS NA BASE MILITAR DOS ESTADOS UNIDOS
EM GUANTÁNAMO) EMITIDA PELA COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
5
Criminologia no Brasil: histórica e aplicações clínicas e sociológicas/Alvino Augusto de Sá, Davi de Paiva Costa
Tangerino e Sérgio Salomão Schecaira (Coordenadores). Rio de Janeiro, Elsevier, 2011.
6
Idem.
7
https://www.conjur.com.br/2019-mar-15/joao-melo-revista-intima-trafico-encarceramento-feminino
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PROCESSO DE CRIMINALIZAÇÃO
PRIMÁRIA É a criminalização de determinados atos.
SECUNDÁRIA É a ação punitiva exercida sobre pessoas determinadas.
TERCIÁRIA É o rótulo de “criminoso” atribuído a determinadas pessoas.
#NÃOESQUECER
PROCESSO DE VITIMIZAÇÃO
PRIMÁRIA É a provocada pelo cometimento do crime.
É aquela causada pelas instâncias formais de controle social. (Também
SECUNDÁRIA
chamada de sobrevitimização).
TERCIÁRIA Falta de amparo às vítimas.
8
Idem. (Locais do Kindle 387-397). Saraiva. Edição do Kindle.
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VITIMIZAÇÃO X VITIMOLOGIA
VITIMIZAÇÃO VITIMOLOGIA
Vitimização é o processo de ofensa física ou Vitimologia é a disciplina científica que auxilia o
moral à vítima. Direito Penal.
PROCESSO DE PREVENÇÃO
Consiste na atuação do estado, que concretizando direitos sociais, tem
PRIMÁRIA
como objetivo a diminuição dos índices de criminalidade.
O estado reconhece que falhou no tocante à concretização dos direitos
SECUNDÁRIA sociais e com o objetivo de diminuir os índices de criminalidade, decide
atuar através de medidas paliativas em locais específicos.
Destinada ao apenado, com o objetivo de efetivar a prevenção especial
TERCIÁRIA positiva, ou também chamada de “ressocialização”, a fim de que o apenado
não volte a delinquir...
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RACISMO ESTRUTURAL
POLICIZAÇÃO E MILITARIZAÇÃO
COMPLEMENTAÇÃO CRUCIAL
Vamos analisar cada um deles de forma individualizada, segundo lição do professor Nestor Sampaio
Penteado Filho9:
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PENTEADO, Nestor Sampaio Filho. Manual esquemático de criminologia/Nestor Sampaio Penteado Filho. – 8. ed.
– São Paulo: Saraiva Educação, 2018. p. 61-62.
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DIREITO PENAL
NORMAS PENAIS INCRIMINADORAS E NÃO INCRIMINADORAS
NORMAS PENAIS
INCRIMINADORAS NÃO INCRIMINADORAS
A norma traz, efetivamente, um núcleo do tipo e A norma, aqui, não traz um crime.
sua sanção.
Ex1: excludentes de ilicitude, como a legítima
defesa, estado de necessidade, etc.
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ESPECIALIDADE Ex.: o crime de infanticídio (art. 123, CP) é especial em relação ao crime
de homicídio (art. 121, CP), dadas as circunstâncias exigidas para a
caracterização do primeiro delito.
Há crimes chamados de “crimes de ação múltipla ou conteúdo variado”,
ALTERNATIVIDADE
que são aqueles que possuem vários núcleos do tipo.
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LEGALIDADE Para que uma infração penal (crime ou contravenção) exista, é preciso haver lei.
OFENSIVIDADE OU Atos internos não são puníveis. Só há crime se houver efetiva lesão ao bem
LESIVIDADE jurídico.
Não se pune a agressão a si mesmo.
Ex.: autolesão, suicídio etc.
ALTERIDADE
Exceção: se o agente se lesionou para tentar receber o seguro DPVAT, por
exemplo, estará cometendo crime.
FRAGMENTARIEDADE SUBSIDIARIEDADE
O Direito Penal deve proteger apenas aqueles bens Apenas quando nenhuma das áreas do direito
jurídicos mais relevantes. conseguir proteger o referido bem jurídico, é que o
direito penal protegerá. É o que a doutrina chama
de “ultima ratio”.
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SOBRE O TEMA ACIMA, QUAL FOI A TEORIA ADOTADA PELO NOSSO ORDENAMENTO
JURÍDICO? EXPLIQUE NO QUE DIZ RESPEITO AO TEMPO E LUGAR
EXTRA-ATIVIDADE
RETROATIVIDADE ULTRA-ATIVIDADE
Lei revogada continua regulando fatos que
A lei alcança fatos antes da sua vigência.
ocorreram quando esta ainda estava em vigor:
Súmula 711/STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua
vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
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Territorialidade
RESUMA AQUI
O §1ª do art. 5º, contudo, considera, para efeitos penais, como extensão do território nacional as
embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer
que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
Lembrem-se, por fim, que também é aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves
ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território
nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil (§ 2º
do art. 5º, CP).
Vejam abaixo quais são os princípios que excepcionam o princípio da territorialidade (regra geral).
10
Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1/Cleber Masson. – 8.ª ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro:
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014.
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11
Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1/Cleber Masson. – 8.ª ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro:
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014, p. 215.
12
Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1/Cleber Masson. – 8.ª ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro:
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014, p. 215.
13
Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1/Cleber Masson. – 8.ª ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro:
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014, p. 215.
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Lembrem-se que esses casos de extraterritorialidade estão no art. 7º do Código Penal, podendo ser
CONDICIONADA e INCONDICIONADA.
#PARANÃOESQUECER
Em resumo, para Gustavo Junqueira e Patrícia Vanzolini (2019, p. 40)16, pode-se explicar as diferenças
entre extraterritorialidade incondicionada e condicionada da seguinte forma.
14
Direito penal esquematizado – Parte geral – vol. 1/Cleber Masson. – 8.ª ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro:
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014, p. 216.
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CERTO. Art. 7º, CP: Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: II - os crimes: c) praticados
em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro
e aí não sejam julgados
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Manual de direito penal: parte geral/Gustavo Junqueira e Patrícia Vanzolini. – 5. ed. – São Paulo: Saraiva Educação,
2019.
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CAIU NA DPE-MA-2011-CESPE: Ficam sujeitos à lei – não ter sido o agente absolvido ou, se
brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os condenado, não ter cumprido pena no país em
crimes contra a vida do presidente da República, que o crime foi praticado;
exceto se o agente tiver sido condenado no
estrangeiro17. – não ter sido o agente perdoado no país em
que o crime foi praticado;
CAIU NA DPE-MA-2011-CESPE: Ficam sujeitos à lei
brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os – não estar extinta a punibilidade nem no Brasil
crimes contra a administração pública praticados nem no país em que o crime foi praticado;
por quem esteja ao seu serviço, exceto se o agente
for absolvido no estrangeiro.18 – estar o crime incluído entre aqueles pelos
quais a lei brasileira autoriza a extradição.”
A extraterritorialidade, como é excepcional, fica adstrita às hipóteses arroladas pelo legislador (no art. 7º
do CP), que podem ser traduzidas através esse quadro comparativo elaborado por Gustavo Junqueira e
Patrícia Vanzolini (2019, p. 40/41)19,
Hipóteses: Hipóteses:
– Crimes contra a vida ou liberdade do – Crimes que por tratado ou convenção o Brasil se
Presidente da República. obrigou a reprimir.
– Crimes contra o patrimônio ou a fé pública da – Crimes praticados em aeronaves ou embarcações
União, Distrito Federal, Estado, Município, privadas brasileiras, quando no estrangeiro e aí não
empresa pública, sociedade de economia mista, sejam julgados.
fundação pública. – Crimes praticados por brasileiro.
– Crimes contra a Administração Pública, – Crimes praticados contra brasileiro.
praticados por quem está a seu serviço.
– Crimes de genocídio, quando o agente for
brasileiro ou domiciliado no Brasil.
Imunidade Diplomática
No que se refere às imunidades diplomáticas, é preciso saber que são estabelecidas em Convenção
Internacional promulgada no Brasil em 1965 (Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas), vejam:
17
ERRADO. Art. 7º, CP- Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: a) contra a
vida ou a liberdade do Presidente da República § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira,
ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
18
ERRADO. Art. 7º, CP - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: c) contra a
administração pública, por quem está a seu serviço; § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei
brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro
19
Manual de direito penal: parte geral/Gustavo Junqueira e Patrícia Vanzolini. – 5. ed. – São Paulo : Saraiva
Educação, 2019.
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Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas Assinada em Viena, a 18 de abril de 1961. Aprovada
pelo Decreto legislativo nº 103, de 1964. Ratificada a 23 de fevereiro de 1965. Entrou em vigor para o
Brasil a 24 de abril de 1965. Promulgada pelo Decreto nº 56.435, de 8 de junho de 1965. Publicada no
Diário Oficial de 11 de junho de 1965.
(...)
Art. 31.
1. O agente diplomático gozará da imunidade de jurisdição penal do Estado acreditado. Gozará também
da imunidade de jurisdição civil e administrativa, a não ser que se trate de:
(...)
Art. 32. 1. O Estado acreditante pode renunciar à imunidade de jurisdição dos seus agentes diplomáticos
e das pessoas que gozam de imunidade nos termos do art. 37. 2. A renúncia será sempre expressa.
1. Os membros da família de um agente diplomático que com ele vivam gozarão dos privilégios e
imunidades mencionados nos artigos 29 e 36, desde que não sejam nacionais do Estado acreditado.
2. Os membros do pessoal administrativo e técnico da Missão, assim como os membros de suas famílias
que com eles vivam, desde que não sejam nacionais do Estado acreditado nem nele tenham residência
permanente, gozarão dos privilégios e imunidades mencionados nos artigos 29 a 35, com a ressalva de
que a imunidade de jurisdição civil e administrativa do Estado acreditado, mencionada no parágrafo 1º
do art. 31, não se estenderá aos atos por eles praticados fora do exercício de suas funções; gozarão
também dos privilégios mencionados no parágrafo 1º do art. 36, no que respeita aos objetos importados
para a primeira instalação.
3. Os membros do pessoal de serviço da Missão, que não sejam nacionais do Estado acreditado nem nele
tenham residência permanente, gozarão de imunidades quanto aos atos praticados no exercício de suas
funções, de isenção de impostos e taxas sobre os salários que perceberem pelos seus serviços e da
isenção prevista no art. 33.
4. Os criados particulares dos membros da Missão, que não sejam nacionais do Estado acreditado nem
nele tenham residência permanente, estão isentos de impostos e taxas sobre os salários que perceberem
pelos seus serviços. Nos demais casos, só gozarão de privilégios e imunidades na medida reconhecida
pelo referido Estado. Todavia, o Estado acreditado deverá exercer a sua jurisdição sobre tais pessoas de
modo a não interferir demasiadamente com o desempenho das funções da Missão.
MINHAS OBSERVAÇÕES
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DIREITO ADMINISTRATIVO
ATOS ADMINISTRATIVOS
Nem todo ato praticado pela administração é ato administrativo. “Atos da administração” (Gestão) é
gênero do qual “Atos administrativos” (Império) é uma das espécies.
• Atos Discricionários: a administração pública tem margem de escolha, dentro dos limites da Lei,
com base nos critérios de oportunidade e conveniência – mérito administrativo; o judiciário
apenas controla os limites de mérito, definidos na Lei.
• Atos Vinculados: todos os elementos do ato administrativo estão previstos na lei, não há margem
para discricionariedade;
• Atos Gerais: não se individualizam as pessoas que serão atingidas pelo ato;
• Atos Individuais: individualizam as pessoas que serão atingidas pelo ato;
• Atos de império (ius imperi): a administração atua com todas as prerrogativas e garantias de
direito público;
• Atos de gestão (ius gestiones): a administração atua no exercício de direito privado, em condição
de igualdade com o particular;
• Atos de expediente: dão andamento aos expedientes da administração pública; visam dar
execução à atividade da administração, ex.: despacho saneador num processo administrativo;
• Atos restritivos: impõem obrigações e aplicam penalidades. Restringem liberdades;
• Atos ampliativos: atos por meio dos quais a administração concede vantagens;
• Atos simples: estão perfeitos e acabados com uma única manifestação de vontade (seja de uma
pessoa ou um órgão), ex.: nomeação de um analista do TRT;
• Atos complexos: estão perfeitos e acabados com a soma de duas vontades absolutamente
independentes; ex.: a nomeação de um procurador da fazenda nacional – é feita com uma
portaria assinada pelo AGU e pelo Ministério da Fazenda. Da mesma maneira a aposentadoria,
que somente se aperfeiçoa com o exame de sua legalidade e consequente registro no tribunal
de contas competente.
• Atos compostos: há duas vontades, uma delas é principal e a outra é acessória, dependente da
primeira. A segunda vontade ratifica a primeira, se esta foi praticada de forma regular.
• Atos normativos: decorrem do exercício do poder normativo, são atos por meio dos quais a
administração pública expede normas gerais e abstratas, dentro dos limites da Lei.
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#NÃOESQUECER
- Regulamentos (ato) ou Decretos (forma do ato): são atos privativos do poder executivo. Podem ser
executivos, quando expedidos para fiel execução da lei, ou autônomos, quanto expedidos para substituir
o texto Legal (únicas hipóteses no Brasil, art. 84, VI da CF/88) - “o regulamento é expedido por meio de
um decreto”.
- Avisos/avisos ministeriais: são os atos normativos dos ministérios e secretarias municipais e estaduais.
São atos normativos para as autoridades imediatamente inferiores ao chefe do executivo.
- Instruções/Instruções Normativas/IN’s: atos normativos de outras autoridades públicas que não sejam
o chefe do executivo e os seus imediatamente inferiores (ministros ou secretários).
- Resoluções: atos normativos praticados pelos órgãos colegiados e agências reguladoras, visto que
manifestam seu poder normativo por meio de um conselho diretivo.
- Deliberações: trata-se de ato normativo expedido pelos órgãos colegiados, como representação de
vontade da maioria dos agentes que o representam.
Atos ordinatórios
Os atos ordinatórios são atos internos praticados no exercício do poder hierárquico. Manifestam-se para
organizar a estrutura interna do órgão. Não ensejam obrigações externas.
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Atos negociais
Os atos negociais são atos por meio dos quais o Estado concede ao particular alguma coisa pleiteada por
ele. O ato negocial é ampliativo.
- Licença: é ato de polícia, por meio do qual se permite que o particular faça uso material de atividades
fiscalizadas pelo Estado. É vinculada porque há critérios objetivos estabelecidos em Lei.
- Autorização: ato administrativo discricionário e precário. Não gera direito adquirido, portanto não se
fala em indenização. Há duas espécies de autorização no direito administrativo: - para uso de bens
públicos (quando para uso anormal ou privativo de bens de uso comum do povo) e - autorização de polícia
para uso material de atividades fiscalizadas pelo poder público, ex.: porte de arma, abertura de escola.
- Permissão: a única permissão que continua sendo ato administrativo negocial é a permissão de uso. Esta
é um ato discricionário e precário por meio do qual o Estado permite ao particular a utilização de um bem
público de forma anormal, privativa ou especial. Difere-se da autorização de uso porque esta é feita no
interesse do particular, ao passo que a permissão é feita no interesse público. Ex.: feira de artesanato na
praça, banca de revista na calçada, ambas difundem cultura.
- Admissão: ato por meio do qual o Estado permite que o particular usufrua de um serviço prestado por
ele. Ex. admissão em escola pública, internação em hospital.
Atos enunciativos
Os atos enunciativos atestam ou reconhecem situações de fato ou de direito (há quem entenda que são
atos da administração) – não há imperatividade nos atos enunciativos.
- Certidão: a situação já está registrada e o que se expede é o espelho desse registro, ex.: negativa de
débitos.
- Atestado: aqui a administração precisa verificar uma situação de fato para atestar depois, ex.: atestado
médico.
- Apostila/averbação: ato por meio do qual a administração pública acrescenta informações a um registro
público.
- Pareceres: por meio dos pareceres a administração pública expede opinião acerca de determinada
situação. Em regra, são opinativos e não vinculantes, salvo disposição legal em contrário. Ainda, podem
ser facultativos ou obrigatórios. Por fim, porque em regra opinativos, caso algum ato da administração
siga o parecer, quem o elaborou apenas responderá se o fez dolosamente.
Atos punitivos
Esses atos punitivos, como o próprio nome aduz, aplicam penalidades. Podem decorrer do poder de
polícia, quando estabelecem sanções decorrentes do descumprimento de normas gerias, ou do poder
disciplinar, quando decorrentes de vínculo especial com o poder público. São atos restritivos. Deve ser
precedido de um devido processo legal mediante respeito ao contraditório e a ampla defesa.
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Quando a administração pública pratica atos administrativos, pratica-os em nível de desigualdade com o
particular. As garantias e prerrogativas que o Estado goza na prática dos atos administrativos recebem o
nome de atributos do ato administrativo.
• Presunção de veracidade (fé pública): todos os fatos alegados pela administração têm presunção
juris tantum de veracidade – inversão do ônus da prova para que o particular apresente prova
negativa;
• Presunção de legitimidade: todo ato administrativo presume-se produzido de acordo com a lei,
até que se prove o contrário (juris tantum).
• Imperatividade: os atos que geram obrigação, atos restritivos, gozam o atributo da
imperatividade; implica dizer que impõem obrigações unilateralmente, dentro dos limites da Lei.
Não precisam de concordância do particular; ex.: proibição de estacionar.
• Exigibilidade/Coercibilidade: possibilidade de ser valer de meios indiretos de coerção a fim de
exigir a obrigação anteriormente imposta; ex.: multa por estacionar em local obrigatório.
• Autoexecutoriedade/Executoriedade: possibilidade de se valer de meios diretos de execução. A
autoexecutoriedade não está presente em todos os atos; para a doutrina majoritária esse
atributo se limita às situações previstas em Lei e aos casos de urgência. A autoexecutoriedade
adia o contraditório (contraditório diferido) porque o particular só apresenta suas razões depois
da prática do ato e, ainda, afasta o controle jurisdicional prévio uma vez que a administração
pratica o ato sem a necessidade de consentimento judicial. Ex.: reboque.
Em virtude da presunção de legitimidade dos atos administrativos, enquanto a validade de um ato não
seja questionada é possível que um ato administrativo inválido produza efeitos.
• Competência/sujeito competente – elemento sempre vinculado: agente público que a lei tenha
dado competência para a prática do ato. A competência é imprescritível (não se perde pelo
desuso), irrenunciável (não se pode abrir mão) e improrrogável (não se ganha pelo uso).
Entretanto, a Lei 9784/99 autoriza temporariamente a delegação, para agentes de mesma
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OBS 1: Quem pratica o ato é quem responde por ele, ainda que o tenha feito por delegação. Súmula 510
do STF.
OBS 2: A delegação não transfere competência, mas a estende/amplia; assim, o agente delegante se
mantém competente e torna competente o agente delegado, dá-se a isto o nome de cláusula de reserva.
OBS 3: Não existe delegação genérica. Deve-se dizer qual a competência e qual o prazo de sua duração.
OBS 4: Avocação é tomar para si temporariamente competência de outro agente cuja hierarquia seja
inferior.
OBS 5: É vedada a delegação e a avocação de competência para: - edição de atos normativos; - para
decisão de recurso hierárquico e - nos casos de competência exclusiva. Nota: O art.84, § Único da CF/88,
prevê que nos casos do inciso VI a competência pode ser delegada para Ministros de Estado, PGR e ao
AGU.
• Finalidade – elemento sempre vinculado: diz o que o ato almeja/ pretende alcançar. Finalidade
genérica: interesse público. Finalidade específica: definida na lei.
OBS.: No que tange a finalidade genérica, esta é sempre discricionária, uma vez que o “interesse público”
é um conceito jurídico indeterminado e cabe ao administrador fazer essa valoração. Portanto, há exceção
à regra de que a finalidade é elemento sempre vinculado.
• Forma – elemento sempre vinculado: meio pelo qual o ato administrativo se apresenta. Aplica-
se a instrumentalidade das formas.
OBS: No que diz respeito a este elemento, pode haver discricionariedade sempre que a lei não disser
expressamente qual é a forma do ato. Portanto, há exceção à regra de que a forma é elemento sempre
vinculado.
• Objeto – pode ser elemento discricionário/não vinculado: deve ser lícito, possível e
determinado/determinável. Diz respeito aquilo que o ato dispõe. É a consequência que a ato
enseja no mundo jurídico. É a consequência principal do ato. É possível também a existência de
efeitos secundários e podem ser: - reflexos: quando afeta pessoa que não estava vinculada
diretamente na prática do ato; ou - prodrômico: enseja a prática de outro ato.
• Motivo: são as razões que justificam a prática do ato; é a situação jurídica e fática que dá ensejo
a sua prática. O motivo justifica e determina a prática do ato, mas não se confunde com
motivação; esta implica na exposição daquele. Em algumas situações a Lei ou a CF dispensa a
motivação, ex. art. 37, II da CF (exoneração de servidor comissionado); entretanto, se esta
motivação for feita ela passa a integrar o ato administrativo e, estando viciado, torna possível a
anulação deste – teoria dos motivos determinantes.
20 Inclusive na delegação não é necessário que haja hierarquia entre a autoridade delegante e a autoridade
delegada; situação diversa se encontra na avocação, em que necessariamente deve haver hierarquia entre a
autoridade avocadora e a autoridade avocada.
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REVISÃO - META 1
#NÃOESQUECER
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REVISÃO - META 1
DIREITO CIVIL
CAPACIDADE
TEORIAS DA PERSONALIDADE
TEORIA NATALISTA A pessoa natural adquire direitos a partir do momento em que nasce.
#NÃOESQUECER
Maria Helena Diniz (citado por Flávio Tartuce, 2018, p. 89) classifica a personalidade jurídica em formal e
material:
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REVISÃO - META 1
CONCEITOS IMPORTANTES
Em resumo, a inseminação artificial é uma técnica em que médicos capacitam o material genético
masculino e colocam dentro do útero materno, aumentando as chances de êxito da concepção.
No caso Artavia Murillo e outros VS Costa Rica, a Corte IDH entendeu que a fertilização in vitro não viola
o direito à vida, previsto no artigo 4.1 da Convenção Americana de Direitos Humanos.
21 Inclusive a figura do concepturo possui previsão na sucessão testamentária, conforme se depreende do art. 1.799
do CC: Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder: I - os filhos, ainda não
concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão;
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28
REVISÃO - META 1
INCAPACIDADE
• Os pródigos.
MINHAS OBSERVAÇÕES
EMANCIPAÇÃO
IDADE NÚBIL
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29
REVISÃO - META 1
O FIM DA PERSONALIDADE
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
#NÃOESQUECER
DIREITOS DA PERSONALIDADE
O professor Flávio Tartuce22, em sua obra “Manual de Civil Volume Único”, 2018, p. 106/107, traz o
conceito de “direitos da personalidade” na visão de diversos doutrinadores, vejamos:
22
Tartuce, Flávio Manual de direito civil: volume único/Flávio Tartuce. – 8. ed. rev, atual. e ampl. – Rio de Janeiro:
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018.
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30
REVISÃO - META 1
Veremos, em síntese, as principais características dos direitos da personalidade segundo Carlos Roberto
Gonçalves (2017, p. 203).
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31
REVISÃO - META 1
O PROCESSO DE AUSÊNCIA
AUSÊNCIA: É aquele que desaparece do seu domicílio sem dele haver notícia, se não houver deixado
representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens.
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado
representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer
interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário
que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes.
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as circunstâncias,
observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores.
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de
dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador.
§ 1º Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta
ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.
§ 2º Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos.
§ 3º Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador.
DA SUCESSÃO PROVISÓRIA
Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou
procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se
abra provisoriamente a sucessão.
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados:
I - o cônjuge não separado judicialmente;
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;
IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas.
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32
REVISÃO - META 1
Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta
dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do
testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.
§ 1º Findo o prazo a que se refere o art. 2, e não havendo interessados na sucessão provisória, cumpre
ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente.
§ 2º Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventário até trinta dias depois de
passar em julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos
bens do ausente pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823 .
Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão dos bens móveis,
sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União.
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles,
mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos.
§ 1º Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo,
será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro
herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia.
§ 2º Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros,
poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar,
quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína.
Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão representando ativa e passivamente o
ausente, de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas.
Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará seus todos
os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem; os outros sucessores, porém, deverão capitalizar
metade desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29 , de acordo com o representante do
Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz competente.
Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada,
perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos.
Art. 34. O excluído, segundo o art. 30 , da posse provisória poderá, justificando falta de meios, requerer
lhe seja entregue metade dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria.
Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a época exata do falecimento do ausente, considerar-se-
á, nessa data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele tempo.
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória,
cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as
medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono.
DA SUCESSÃO DEFINITIVA
Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão
provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções
prestadas.
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos
de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.
Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de
seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se
acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem
recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.
Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum
interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou
do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União,
quando situados em território federal.
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33
REVISÃO - META 1
REGISTRO E AVERBAÇÃO
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34
REVISÃO - META 1
DIREITO EMPRESARIAL
TEORIA GERAL DO DIREITO SOCIETÁRIO
Uma sociedade é caracterizada por uma união de PESSOAS (universitas personarum), com finalidade
lucrativa e econômica. Diversamente ocorre nas universitas bonorum (ex.: fundação), que se centralizam
na figura de um patrimônio, com destinação certa.
Segundo o art. 981 do Código Civil, com o contrato de sociedade, pessoas23 se obrigam reciprocamente
a contribuir, por meio de bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica, partilhando entre os
mesmos os resultados24 dessa atividade.
São dois os tipos societários que não admitem a contribuição dos sócios por meio de serviços: a)
sociedade limitada; e b) sociedade anônima.
Em regra, para que haja uma sociedade é necessário que haja dois ou mais sócios, no entanto existem
agora três exceções à pluralidade de sócios em uma pessoa jurídica: a) a sociedade unipessoal de
advocacia b) a sociedade subsidiária integral e c) a sociedade limitada unipessoal.
CLASSIFICAÇÃO
Como o nome sugere, são criadas por contrato social e aplicam-se as regras
CONTRATUAIS
expressas no Código Civil quando da sua dissolução.
23
Pessoal, podemos ter uma pessoa jurídica como integrante de uma sociedade, são as famosas holdings.
24
Veja que quando eu falo resultado, estou englobando tanto lucro quanto eventuais prejuízos. Cuidado com as
pegadinhas de prova!
25
#LEISECAÉVIDA Segundo o parágrafo único do art. 982 do Código Civil: “Independentemente do objeto, considera-
se empresária a sociedade por ações e, simples, a cooperativa”.
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35
REVISÃO - META 1
#ANOTAÇÕES
#NÃOESQUECER
QUANTO À COMPOSIÇÃO
Deve-se destacar e relembrar, conforme foi dito anteriormente, que a classificação em SOCIEDADE
EMPRESÁRIA E SOCIEDADE SIMPLES não se trata de uma classificação com base nos tipos societários, e
sim conforme o objeto social da pessoa jurídica. Portanto, destacamos que existem 5 tipos societários
previstos legalmente para as sociedades empresárias26, quais sejam:
26
#NÃOESQUEÇA Saiba que não se admite tipo societário atípico (no que se refere às sociedades empresárias,
(guarde essa informação!). Assim, se o examinador vier com uma conversinha dizendo que é possível a criação de
uma sociedade empresária com um tipo societário diferente dos aqui expostos, vá logo marcando ERRADO na
alternativa.
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36
REVISÃO - META 1
EM NOME
COLETIVO
COMANDITA
SOCIEDADES
SIMPLES
SOCIEDADE
EMPRESARIAIS
LIMITADA
SIMPLES ANÔNIMA
COMANDITA POR
AÇÕES
Já quanto às sociedades simples, a lei não traz nenhum tipo societário (mas admite a utilização dos tipos
previstos para as sociedades empresárias), e assim o entendimento aqui é diametralmente oposto, uma
vez que se admite a criação de sociedades com tipos societários não previstos.
MINHAS OBSERVAÇÕES
A existência da personalidade jurídica das pessoas jurídicas se dá com o registro no órgão competente.
No caso das sociedades empresárias, como foi dito anteriormente, o registro se dará na Junta Comercial,
já no caso das sociedades simples o mesmo será feito no Cartório.
É preciso saber que para uma sociedade ser considerada como nacional, faz-se necessário apenas que
seja criada de acordo com as leis brasileiras, além de possuir sede no Brasil. Por outro lado, acaba sendo
óbvio afirmar que aquela que não observar os requisitos expostos, será considerada como uma sociedade
estrangeira. Nesses casos, vale salientar que para o funcionamento destas é necessário, antes de realizar
o registro na Junta Comercial, uma autorização do Poder Executivo (art. 1.134 do CC). Além disso, o
diploma civilista exige (art. 1.138) que a sociedade estrangeira tenha um representante permanente no
Brasil (é necessário a averbação do instrumento que o nomeou junto ao ato constitutivo da sociedade),
com poderes para resolver quaisquer questões, além de receber citação judicial pela sociedade.
O Código Civil admite a constituição de sociedade (seja ela empresária ou simples) que tenha como sócios
cônjuges (apenas entre estes ou também com terceiros), desde que não sejam casados no regime de
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37
REVISÃO - META 1
separação obrigatória de bens27, nem no da comunhão universal (art. 977). Vale destacar que não se
aplica a referida vedação aos casos de sociedades constituídas antes da vigência do Código Civil de 2002.
MINHAS OBSERVAÇÕES
#NÃOESQUECER
27
Lembrem-se que o regime de separação obrigatória de bens é imposto em casos como: a) quando houver
necessidade de suprimento judicial para casar; b) quando um dos cônjuges tiver mais de 70 anos de idade; e c) nas
hipóteses do art. 1.523 do CC (corre lá e leia as causas suspensivas do casamento!!).
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38
REVISÃO - META 1
CARACERÍSTICAS
• São as sociedades que ainda não tiveram os seus atos constitutivos inscritos
no órgão competente;
• Aplica-se subsidiariamente as regras das sociedades simples;
• Terceiros provam a existência da sociedade por qualquer meio, enquanto
os sócios só podem provar por escrito;
SOCIEDADE EM
• O patrimônio da sociedade é composto pelos bens pertencentes aos sócios
COMUM
e que forem usados no exercício da atividade. Haverá benefício de ordem
em eventual execução por atos praticados pela sociedade, devendo-se
buscar primeiro os bens pertencentes ao patrimônio social e apenas depois
os bens pessoais dos sócios. IMPORTANTE: Não haverá benefício de ordem
quanto ao sócio que contratar pela sociedade.
• Há nessa espécie de sociedade duas figuras: a) sócio ostensivo; b) sócio
participante. Aquele é quem efetivamente exerce o objeto social e se
obriga em seu próprio nome perante terceiros.
• Os sócios participantes não devem aparecer/negociar, se o fizerem
responderão de forma solidária junto ao sócio ostensivo.
• IMPORTANTE: Pessoal, reparem que a sociedade em conta de participação
SOCIEDADE EM é informal e mesmo que seja registrada não adquirirá personalidade
CONTA DE jurídica própria. É tanto que o art. 993 do Código Civil fala que eventual
PARTICIPAÇÃO contrato social só terá efeito entre os sócios, além de o registro perante
Junta Comercial ou Cartório não conferir personalidade jurídica à mesma.
• Por fim, haverá a constituição de patrimônio especial através da
contribuição dos sócios (ostensivo e participantes) para o exercício do
objeto social, no entanto, tal patrimônio somente produzirá efeitos perante
os sócios e não em face de terceiros, conforme preconiza o art. 994, §1 do
Código Civil.
SOCIEDADES PERSONIFICADAS
• São sociedades compostas apenas por pessoas físicas, que responderão de forma solidária e
ilimitada pelas obrigações sociais (art. 1.039 do CC). Vale destacar que por isso o nome
empresarial desses tipos societários será composto de firma social;
• Poderão os sócios dispor, através de convenção posterior ou ato constitutivo, limitar entre si a
responsabilidade de cada um (não produz efeitos perante terceiros);
• Apenas sócios podem participar da administração;
• Aplica-se subsidiariamente as regras das sociedades simples.
• Existem dois tipos de sócios (o contrato social explicitará qual tipo de sócio é cada um): a)
comanditados; b) comanditários. Aqueles respondem de forma solidária e ilimitada pelas
obrigações sociais, enquanto estes apenas pelo respectivo valor de suas cotas sociais.28
28
Gravem esse macete e vocês sempre acertarão questões sobre responsabilidade na sociedade em comandita
simples: o comanditADO é um coitADO, responde ilimitADO; o comanditÁRIO não é otÁRIO, responde limitado.
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39
REVISÃO - META 1
• O nome empresarial será composto por firma social, com os nomes apenas dos sócios
comanditados, uma vez que apenas estes respondem de forma solidária e ilimitada pelas
obrigações;
MINHAS OBSERVAÇÕES
#NÃOESQUECER
SOCIEDADE LIMITADA
• A responsabilidade dos sócios se restringe ao valor de suas quotas sociais, mas todos respondem
solidariamente pela integralização do capital social (art. 1.052 do CC);
• É constituída por meio de contrato social;
• Em caso de omissão quanto ao regramento previsto para as sociedades limitadas, haverá a
aplicação das regras destinadas às sociedades simples;
• Se houver a previsão expressa no contrato social, poderá também haver a regência supletiva da
sociedade limitada pelas normas das Sociedades Anônimas.
• O capital social será constituído por quotas iguais ou desiguais, não podendo ser integralizadas
por meio de serviços;
• A quota é indivisível quanto à sociedade, exceto se houver transferência;
• Se o contrato social não dispor de forma diversa, é possível a cessão de quotas a sócio
independentemente da audiência dos demais, e quanto à estranhos caso não haja a oposição de
mais de um quarto do capital social (em provas também pode aparecer “quórum de aprovação
de 3/4”, o que, a rigor, é a mesma coisa, mas dita de outra forma);
• A partir de 2017 o DREI passou a admitir a criação de quotas preferenciais29 no âmbito das
Sociedades Limitadas, desde que estas prevejam no seu contrato social a aplicação supletiva da
Lei das SA’s;
• O sócio remisso (aquele que não integralizou suas quotas): os sócios podem tomá-la para si ou
transferi-la a terceiros, excluindo o primitivo titular e devolvendo-lhe o que houver pago,
deduzidos os juros da mora, as prestações estabelecidas no contrato mais as despesas (art.1.058
do CC), sendo necessário a maioria absoluta do capital social;
• Segundo a Instrução Normativa 38/2017 do DREI: Se o contrato social contiver cláusula
determinando a regência supletiva da Lei de Sociedades por Ações, a sociedade limitada pode
adquirir suas próprias quotas, observadas as condições legalmente estabelecidas, fato que não
lhe confere a condição de sócia (Enunciado 391 da IV Jornada de Direito Civil do Conselho da
Justiça Federal);
• As Sociedades Limitadas apenas podem ser administradas por pessoas físicas.
NOVIDADE LEGISLATIVA – LEI DA LIBERDADE ECONÔMICA: o art. 1.052 do Código Civil ganhou dois novos
parágrafos:
§ 1º A sociedade limitada pode ser constituída por 1 (uma) ou mais pessoas. (Incluído pela Lei nº 13.874,
de 2019)
29
As quotas preferenciais são aquelas que preveem certas vantagens para os seus titulares, como benefícios
patrimoniais ou outros benefícios especiais. Além disso, haverá a exclusão ou a restrição ao direito ao voto.
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40
REVISÃO - META 1
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41
REVISÃO - META 1
DIREITO TRIBUTÁRIO
RECEITAS ORIGINÁRIAS RECEITAS DERIVADAS
São as receitas oriundas do exercício de funções em São as receitas decorrentes da imposição pelo
que o Estado atua ao lado do particular, ou seja, sem Estado de uma obrigação ao particular, por meio do
as prerrogativas inerentes ao Poder Público. Um bom seu Poder de Império. Envolve uma relação com
exemplo é a situação em que há lucro pela prevalência do Direito Público, portanto. São
exploração de uma atividade econômica por exemplos os tributos e as multas.
empresa pública ou sociedade de economia mista.
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42
REVISÃO - META 1
IMPOSTOS
ICMS
IPTU
MINHAS OBSERVAÇÕES
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43
REVISÃO - META 1
IMPOSTO DE RENDA
Conforme ensina Ricardo Alexandre (2017, p. 656)30, “o denominado Imposto de Renda é tributo com
finalidade marcantemente fiscal, constituindo-se no maior arrecadador entre os impostos federais. Como
a incidência do imposto é mais gravosa sobre os maiores rendimentos (progressividade), obtém-se o
efeito de redistribuição de renda, pois aqueles que menos (ou nada) contribuem são, em regra, os que
mais utilizam alguns serviços públicos (saúde e educação, por exemplo). Nos termos constitucionais, o
"imposto de renda" não incide apenas sobre a renda, mas também sobre os proventos de qualquer
natureza (CF, art. 153, III). O conceito de renda compreende o produto do capital (como os rendimentos
obtidos com uma aplicação financeira), do trabalho (como o salário recebido pelo empregado) ou da
combinação de ambos (como o lucro). Já o conceito de proventos é definido por exclusão,
compreendendo todos os acréscimos patrimoniais não enquadráveis no conceito, legal de renda. A título
de exemplo, podem-se citar os acréscimos patrimoniais decorrentes de atividade criminosa”.
Por fim, anote-se que o STJ no Inf. 662 (31.01.2020), fixou a tese de que não tendo participado do fato
gerador do tributo, a declaração conjunta de imposto de renda não torna o cônjuge corresponsável pela
dívida tributária dos rendimentos percebidos pelo outro. REsp 1.273.396-DF, Rel. Min. Napoleão Nunes
Maia Filho, Primeira Turma, por maioria, julgado em 05/12/2019, DJe 12/12/2019.
TAXAS
Pessoal, a taxa é uma espécie de tributo que pode ser instituída por quaisquer dos entes federativos, por
isso dizemos que ela é um tributo de competência comum. A CF (art. 145) expõe que elas podem ser
criadas “em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços
públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição”.
Súmula Vinculante 19 - A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção
e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o artigo145, II, da
Constituição Federal.
Súmula Vinculante 41 - O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.
Vale destacar ainda que por não se tratar de tributo, as tarifas/preços públicos não se submetem, por
exemplo, ao princípio da anterioridade, nem ao regime de direito público como um todo.
30
Alexandre, Ricardo. Direito tributárioIRicardo Alexandre - 11. ed. Revi. atual. e amp1. - Salvador - Ed. JusPodivm,
2017.
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44
REVISÃO - META 1
SÚMULA 545 do STF: Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente
daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em
relação à lei que as instituiu.31
Para o STF, o elemento nuclear para distinguir taxa e preço público é a compulsoriedade.
TAXA TARIFA
É uma prestação compulsória. É uma prestação voluntária.
O contribuinte paga a taxa de serviço não por É chamada de voluntária porque a pessoa só irá
conta de uma escolha que ele faça. Ele paga pagar se ela escolher utilizar aquele determinado
porque a lei determina que ele é obrigado, serviço que é efetivamente prestado.
mesmo que o serviço esteja apenas à sua O indivíduo escolhe se submeter a um contrato,
disposição, sem que haja uma utilização efetiva. no qual irão lhe fornecer um serviço e, em
A lei determina que ele pague, mesmo que não contraprestação, ele irá pagar o valor.
utilize de forma efetiva.
Ex.: custas judiciais. Ex.: pedágio.32
Quadro-resumo33:
31
Embora a súmula faça menção ao princípio da anualidade, tal postulado não foi previsto na atual Carta Magna.
Dessa forma, a súmula teve sua parte final prejudicada.
32
Disponível em: https://www.dizerodireito.com.br/2014/07/pedagio-possui-natureza-juridica-de.html.
33
Fonte do quadro: ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. São Paulo: Método, 2012, p. 38.
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45
REVISÃO - META 1
EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS
Os empréstimos compulsórios são uma espécie de tributo instituídos por meio de lei complementar, de
competência exclusiva da União Federal. Conforme dispõe a Constituição Federal, eles podem ser criados
em duas hipóteses: para atender as despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de
guerra externa ou sua iminência; no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante
interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
Informações complementares:
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS
MINHAS OBSERVAÇÕES
#NÃOESQUECER
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46
REVISÃO - META 1
DIREITO DO CONSUMIDOR
TEORIAS SOBRE O CONCEITO DE CONSUMIDOR
VULNERABILIDADE
VULNERABILIDADE TÉCNICA VULNERABILIDADE JURÍDICA VULNERABILIDADE ECONÔMICA
O comprador não possui É a falta de conhecimentos É o que acontece com o exemplo
conhecimentos específicos jurídicos, ou de outros como dado para fundamentar a teoria
sobre determinado produto ou contabilidade, matemática, etc. finalista mitigada.
serviço, podendo ser facilmente
enganado. É uma vulnerabilidade real diante do
parceiro contratual (empresa
multinacional que fabrica vidros e
vende para uma microempresa de
montagem de espelhos).
VULNERABILIDADE ORGANIZACIONAL: todos aqueles que são socialmente vulneráveis, como os
consumidores, os usuários de serviços públicos, os usuários de planos de saúde, os que queiram
\
47
REVISÃO - META 1
implementar ou contestar políticas públicas, como as atinentes à saúde, à moradia, ao saneamento básico,
ao meio ambiente.34
34
GRINOVER, Ada Pellegrini. Parecer sobre a legitimidade da Defensoria Pública para propor Ação Civil Pública.
Disponível em: www.anadep.org.br. Acesso em: 08/09/2020.
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48
REVISÃO - META 1
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49
REVISÃO - META 1
CONCEITO DE FORNECEDOR
É toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira;
Inclusive entes despersonalizados.
Que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de
produtos ou prestação de serviços.
Nesse sentido, a doutrina3536 e jurisprudência tratam dos tipos de fornecedor,
conforme se vê abaixo:
Fornecedor real ("fabricante"): Para a doutrina, é aquele que efetivamente
participa do processo de fabricação do produto, a exemplo do fabricante, do
produtor e do construtor.
Fornecedor presumido ("importador"): É aquele que não participa diretamente
FORNECEDOR do processo de fabricação/produção/construção do produto é, apenas, um
intermediário entre quem fabrica e o consumidor. Ex.: o importador (é
considerado fornecedor por presunção legal).
Fornecedor aparente ("mesmo nome"): É aquele que põe uma marca nos
produtos disponibilizados ao consumidor e cria no mesmo a confiança no produto
comercializado. Os defeitos desses produtos são de responsabilidade do
franqueador.
"Fornecedor por equiparação": "Aquele terceiro que na relação de consumo
serviu como intermediário ou ajudante para a realização da relação principal, mas
que atua frente a um consumidor como se fosse o fornecedor. Em outras palavras:
ele não é o fornecedor do contrato principal, mas como intermediário é o “dono”
da relação conexa e possui uma posição de poder na relação com o consumidor"
PRODUTO X SERVIÇO
PRODUTO Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
É qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração,
SERVIÇO inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes
das relações de caráter trabalhista
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50
REVISÃO - META 1
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51
REVISÃO - META 1
REVISANDO AS SÚMULAS
Súmula 608-STJ: Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde, salvo os
administrados por entidades de autogestão. STJ. 2ª Seção. Aprovada em 11/04/2018, DJe 17/04/2018.
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52
REVISÃO - META 1
DIREITO CONSTITUCIONAL
CONSTITUCIONALISMO
O Constitucionalismo é como se denomina o movimento social, político e jurídico e até mesmo ideológico,
a partir do qual surgem as primeiras Constituições nacionais. Em outras palavras, constitui-se parte de
normas fundamentais de um ordenamento jurídico de um Estado.
O prof. Dromi (José Roberto Dromi) anota, segundo Lenza (2018) “que o futuro do constitucionalismo
deve estar influenciado até identificar-se com a verdade, solidariedade, consenso, continuidade,
participação, integração e universalidade”. É que sem dúvidas o constitucionalismo do futuro deve
consolidar os direitos humanos.
37
Disponível em: https://www.conjur.com.br/2009-jul-12/fimde-entrevista-marcelo-neves-professor-conselheiro-
cnj. Acesso em: 08/09/2020.
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53
REVISÃO - META 1
1. Contramajoritário;
2. Representativo e
3. Iluminista.
PAPEL
CONTRAMAJORITÁRIO
PAPEIS DESEMPENHADOS
PELAS CORTES PAPEL REPRESENTATIVO
CONSTITUCIONAIS
PAPEL ILUMINISTA
SENTIDO SOCIOLÓGICO
Essa acepção está associada à Ferdinand Lassalle, pois para este, a Constituição só seria legítima se
representasse a soma dos fatores reais de poder dentro de uma sociedade. Caso contrário, a Constituição
seria apenas “uma simples folha de papel”.
SENTIDO POLÍTICO
Essa acepção está associada a Carl Schmitt, que faz uma diferença entre Constituição e Lei constitucional.
Para este, a Constituição é a decisão política fundamental (por exemplo, estrutura dos órgãos do Estado,
direitos individuais, etc.). Já as leis constitucionais seriam os demais dispositivos que não contivessem
decisão política.
SENTIDO JURÍDICO
Mas foi através de Kelsen que surgiu o sentido jurídico. Para ele, a Constituição está no plano do dever
ser e não no mundo do ser, sendo caracterizada pelo fruto da vontade racional do homem. Para ele, há
dois planos distintos no direito: o jurídico-positivo e o lógico-jurídico.
SENTIDO CULTURALISTA
Tem sido cobrado também o sentido culturalista. Essa acepção está associada a uma Constituição total,
segundo o professor J. H. Meirelles Teixeira. A Constituição Culturalista é produto de um fato cultural,
produto da sociedade (aqui entra elementos históricos, sociais, racionais, espirituais, reais, etc).
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54
REVISÃO - META 1
1. Constituição-lei
2. Constituição-fundamento (Constituição total)
3. Constituição-moldura
4. Constituição-dúctil
CONSTITUIÇÃO-LEI
Aqui a Constituição é como se fosse uma lei comum. “A Constituição não está acima do poder legislativo,
mas à disposição dele”.
Essa acepção tem caído bastante. Segundo Marcelo Novelino, “nas sociedades pluralistas hodiernas, o
papel da Constituição não deve consistir na realização direta de um projeto predeterminado da vida
comunitária, cabendo-lhe apenas a tarefa básica de assegurar as condições possíveis para uma vida em
comum”.38 Visto isso, vamos avançar para uma classificação muito importante, que tem caído em provas
e que não é muito difícil.
CONSTITUIÇÃO SIMBÓLICA
38
Gustavo Zagrebelsky, El derecho dúctil, p.13 e 17, citado por Marcelo Novelino, Direito Constitucional, 2ª ed., São
Paulo: Saraiva, p. 55.
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55
REVISÃO - META 1
ORIGEM PROMULGADA
FORMA ESCRITA
EXTENSÃO ANALÍTICA
CONTEÚDO FORMAL
CLASSIFICAÇÕES
DA CF/88
MODO DE
DOGMÁTICA
ELABORAÇÃO
ALTERABILIDADE RÍGIDA
IDEOLOGIA ECLÉTICA
ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO
a) ELEMENTOS ORGÂNICOS
Os elementos orgânicos são aquelas normas que regulam a estrutura do estado, como é o caso dos
títulos, capítulos e seções que envolvam os Poderes, tributação, orçamento, etc.
\
56
REVISÃO - META 1
b) ELEMENTOS LIMITATIVOS
Entre os elementos de estabilização estão a ação direta de inconstitucionalidade, as normas que tratam
sobre o estado constitucional de crises (intervenção federal, estado de sítio e estado de defesa), etc.
Esses elementos estão em normas que apresentam regras de aplicação da própria Constituição, como é
o caso do ADCT e preâmbulo, por exemplo.
As normas de eficácia limitada necessitam da edição de uma nova lei (norma regulamentadora) para a
produção dos seus efeitos. Assim, sua aplicabilidade é indireta, mediata e reduzida.
\
57
REVISÃO - META 1
Ademais, a norma constitucional de eficácia limitada também possui a chamada eficácia NEGATIVA, que
se subdivide em duas vertentes, conforme doutrina39:
O professor Uadi L. Bulos ainda traz uma classificação interessante, que é a das normas de eficácia
exaurida (ou esvaída) e aplicabilidade esgotada. Essas normas seriam, por exemplo, as normas previstas
no ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias).
39
Classificação das Normas Constitucionais. Disponível em: https://www.espacojuridico.com/blog/classificacao-
das-normas-constitucionais/. Acesso em: 08/09/2020.
\
58
REVISÃO - META 1
DIREITO CIVIL
PRINCÍPIO DA ETICIDADE
Segundo Flávio Tartuce40, trata-se da valorização da ética e da boa-fé, principalmente daquela que existe
no plano da conduta de lealdade das partes (boa-fé objetiva).
PRINCÍPIO DA SOCIALIDADE
Segundo apontava o próprio Miguel Reale, como lembra Tartuce, “um dos escopos da nova codificação
foi o de superar o caráter individualista e egoísta da codificação anterior.41
PRINCÍPIO DA OPERABILIDADE
Tartuce lembra que “esse princípio tem dois sentidos. Primeiro, o de simplicidade ou facilitação das
categorias privadas, o que pode ser percebido, por exemplo, pelo tratamento diferenciado da prescrição
e da decadência. Segundo, há o sentido de efetividade ou concretude, o que foi buscado pelo sistema
aberto de cláusulas gerais adotado pela atual codificação material.”42
VACATIO LEGIS
NO BRASIL NO ESTRANGEIRO
Regra: 45 dias depois de oficialmente publicada. Se inicia 3 meses depois de oficialmente publicada.
40
P. 41.
41
Idem, p. 41.
42
Idem, p. 41.
\
59
REVISÃO - META 1
PS1: Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o
prazo começará a correr da nova publicação43.
PS2: Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.
Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reúna os seguintes requisitos:
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia;
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em
que foi proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado.
e) ter sido homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.
43
Caso haja a nova publicação de apenas parte do texto, o prazo começará a correr novamente em relação apenas
a essa parte; os outros dispositivos da lei que não sofreram alteração continuarão a contar o prazo original. Assim,
na prática, pode ocorrer o curioso caso de uma parte da lei entrar em vigor e o restante começar a vigorar apenas
em data posterior.
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60
REVISÃO - META 1
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61
REVISÃO - META 2
META 2
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1
REVISÃO - META 2
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2
REVISÃO - META 2
EXECUÇÃO PENAL
PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO PENAL
1. Princípio da humanidade
2. Princípio da legalidade
3. Princípio da não marginalização (ou não discriminação) das pessoas presas ou internadas
4. Princípio da individualização da pena
5. Princípio da intervenção mínima
6. Princípio da culpabilidade
7. Princípio da lesividade
8. Princípio da transcendência mínima
9. Princípio da presunção de inocência
10. Princípio da proporcionalidade
11. Princípio da celeridade (ou razoável duração) do processo de execução penal
12. Princípio do numerus clausus
Para Roig, “apesar da difusão das posições que passaram a enxergar o recluso como sujeito de direitos,
jamais foi abandonada que as pessoas presas deveriam ter necessariamente menos garantias ou menos
direitos do que as pessoas livres”.
Para alguns autores, sempre haverá a transcendência (ex.: filhos sempre sofrerão com o pai ou mãe
submetidos ao cárcere), mas ela deve ser mínima, razão pela qual o nome técnico do princípio seria
transcendência mínima.
Para Roig, o princípio do “numerus clausus” é, na verdade, “um princípio por meio do qual cada nova
entrada de uma pessoa no âmbito do sistema carcerário deve necessariamente corresponder ao menos
\
3
REVISÃO - META 2
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4
REVISÃO - META 2
A execução penal tem natureza jurídica jurisdicional ou administrativa? Para Roig, a existência de
atividades de cunho administrativo no curso da execução da pena não desnatura sua natureza
jurisdicional.
Sobre exame criminológico vocês precisam saber que a Lei nº 10.792/2003 alterou a redação do art.
112, caput, e §2º, da LEP e retirou do nosso ordenamento a antiga exigência do exame criminológico,
tanto para progressão, quanto para livramento condicional. É isso mesmo. Não há qualquer previsão
hoje, no país, para que seja feito o exame criminológico para fins de concessão de benefícios (leia-se
direito subjetivo).
SÚMULA VINCULANTE Nº 26: Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime
hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei nº
8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos
objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a
realização de exame criminológico.
SÚMULA 439-STJ: Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão
motivada.
Para finalizarmos, cuidado com o chamado “exame de classificação”, que não é a mesma coisa que
“exame criminológico”. Esse “exame de classificação” tem expressa previsão na LEP, e é permitido, pois
não interfere na concessão ou não de direitos, mas apenas na melhor individualização da pena:
Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para orientar
a individualização da execução penal.
Art. 6º A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará o programa
individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso provisório. (Redação
dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida pelo
diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1
(um) assistente social, quando se tratar de condenado à pena privativa de liberdade.
Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará junto ao Juízo da Execução e será integrada por
fiscais do serviço social.
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado, será
submetido a exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada
classificação e com vistas à individualização da execução.
(ATENÇÃO: embora a expressão aqui seja exame criminológico, ele está se referindo, em tese, ao exame
de classificação).
Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser submetido o condenado ao cumprimento
da pena privativa de liberdade em regime semiaberto.
Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados reveladores da personalidade, observando a
ética profissional e tendo sempre presentes peças ou informações do processo, poderá:
I - entrevistar pessoas;
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5
REVISÃO - META 2
MODIFIFAÇÕES IMPORTANTES
A Lei nº 13.964/2019, conhecida como “Pacote Anticrime”, alterou o art. 9-A da Lei de Execução Penal,
embora parte dele tenha sido vetado pelo Executivo.
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6
REVISÃO - META 2
1
RAZÕES DO VETO DO § 5º: “A propositura legislativa, ao vedar a utilização da amostra biológica coletada para
fins de fenotipagem e busca familiar infralegal, contraria o interesse público por ser uma técnica que poderá
auxiliar no desvendamento de crimes reputados graves, a exemplo de identificação de irmãos gêmeos, que
compartilham o mesmo perfil genético, e da busca familiar simples para identificar um estuprador, quando o
estupro resulta em gravidez, valendo-se, no caso, do feto abortado ou, até mesmo, do bebê, caso a gestação seja
levada a termo.”
2
RAZÕES DO VETO DO § 6º: “A proposta legislativa, ao prever o descarte imediato da amostra biológica, uma vez
identificado o perfil genético, contraria o interesse público tendo em vista que a medida pode impactar
diretamente no exercício do direito da defesa, que pode solicitar a refeitura do teste, para fins probatórios.
Ademais, as melhores práticas e recomendações internacionais dizem que após a obtenção de uma coincidência
(match) a amostra do indivíduo deve ser novamente testada para confirmação do resultado. Trata-se de
procedimento de controle de qualidade com o objetivo de evitar erros.”
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7
REVISÃO - META 2
TRABALHO PENITENCIÁRIO
Segundo Roig, o trabalho do preso possui características interessantes. Primeiro, atente-se para o fato
de que o trabalho é direito subjetivo do condenado e também um dever. O artigo 31 da LEP estabelece
que o condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões
e capacidades.
Por outro lado, no artigo 39 da Lei de Execução Penal o trabalho é um dever imposto ao condenado e
sua recusa caracteriza falta grave. Isso deve ser duramente criticado. Punir o condenado com falta grave
(que interfere diretamente na execução da pena) pela não realização do trabalho viola a Constituição e
diversos tratados internacionais. Deve-se sustentar, em provas discursivas e orais que isso caracteriza
claramente trabalho forçado!
TRABALHO EXTERNO
O STF já decidiu que a exigência objetiva do art. 37 (de que o condenado tenha cumprido no mínimo 1/6
da pena), para fins de trabalho externo, aplica-se apenas aos condenados que se encontrem em regime
fechado.
Para obtenção dos benefícios de saída temporária e trabalho externo, considera-se o tempo de
3
RAZÕES DO VETO DO § 7º: “A proposta legislativa, ao determinar que a coleta da amostra biológica ficará a cargo
de perito oficial, contraria o interesse público, notadamente por se tratar de mero procedimento de retirada do
material. Ademais, embora a análise da amostra biológica e a elaboração do respectivo laudo pericial sejam
atribuições exclusivas de perito oficial, já existe um consenso que a coleta deve ser supervisionada pela perícia
oficial, não necessariamente realizada por perito oficial. Além disso, tal restrição traria prejuízos à execução da
medida e até mesmo a inviabilizaria em alguns estados em que o número de peritos oficiais é insuficiente.
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8
REVISÃO - META 2
Vocês precisam saber que estando o apenado no regime fechado, o trabalho externo é admitido apenas
em serviços ou obras públicas realizadas por órgãos da administração direta ou indireta, ou entidades
privadas, desde que tomadas as cautelas contra fuga e em favor da disciplina.
DEVERES DO PRESO
VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua manutenção, mediante
desconto proporcional da remuneração do trabalho;
Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o disposto neste artigo.
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9
REVISÃO - META 2
Direitos do preso
IV - constituição de pecúlio;
VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que
compatíveis com a execução da pena;
XI - chamamento nominal;
XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios
de informação que não comprometam a moral e os bons costumes.
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da autoridade
judiciária competente. (Incluído pela Lei nº 10.713, de 2003)
Recentemente o STF entendeu, no Recurso Extraordinário 580.252-MG, que esse tipo de violação aos
direitos das pessoas presas implica na responsabilização do estado em danos morais e materiais.
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10
REVISÃO - META 2
Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na obediência às determinações das
autoridades e seus agentes e no desempenho do trabalho.
Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado à pena privativa de liberdade ou restritiva de
direitos e o preso provisório4.
Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou regulamentar.
Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da execução da pena ou da prisão, será cientificado das
normas disciplinares.
Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena privativa de liberdade, será exercido pela autoridade
administrativa conforme as disposições regulamentares.
Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o poder disciplinar será exercido pela autoridade
administrativa a que estiver sujeito o condenado.
Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade representará ao Juiz da execução para os fins dos artigos
118, inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra d, e 2º desta Lei.
FALTAS DISCIPLINARES
Primeiro, as faltas disciplinares podem ser classificadas em leves, médias e graves. A LEP, por outro lado,
só cuida das infrações graves.
Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves. A legislação local especificará as
leves e médias, bem assim as respectivas sanções.
O art. 49, parágrafo único da LEP diz que a tentativa é punida com a sanção correspondente à falta
disciplinar consumada:
4
Isso DESPENCA EM PROVA: condenado em LIVRAMENTO CONDICIONAL NÃO SE SUBMETE AO REGIME
DISCIPLINAR, pois, segundo a LEP, quem está em condicional é considerado EGRESSO.
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11
REVISÃO - META 2
Vamos às faltas graves em espécie para aqueles que estejam cumprindo pena privativa de liberdade,
dando atenção especial ao inciso VIII, nova espécie de falta grave inserida pelo denominado “Pacote
Anticrime”.
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:
II - fugir;
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a
comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007)
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12
REVISÃO - META 2
VIII - recusar submeter-se ao procedimento de identificação do perfil genético (INCISO INSERIDO COM
O PACOTE ANTICRIME).
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso provisório.
Além disso, é importante que você saiba da existência do enunciado 533 da Súmula do STJ:
Saiba que não se aplica, no âmbito da execução penal, o enunciado nº 5 da Súmula Vinculante:
Súmula Vinculante 5: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não
ofende a Constituição.
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13
REVISÃO - META 2
O RDD é o Regime Disciplinar Diferenciado. Tem expressa previsão na LEP e vocês precisam decorar
TUDO sobre ele (porque cai e não é pouco), sobretudo depois do chamado “Pacote Anticrime”, que o
alterou substancialmente.
APONTE CRÍTICAS AO RDD.
COM O PACOTE ANTICRIME HOUVE RECRUDESCIMENTO?
Alguns autores, a exemplo de Roig, entendem pela inconstitucionalidade do RDD. Viola, inclusive, as
Regras de Mandela, além de princípios constitucionais, como a dignidade da pessoa humana e a
proibição de tratamentos cruéis e degradantes.
I - advertência verbal;
II - repreensão;
IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que possuam alojamento
coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei.
Quem aplica as sanções? Segundo o art.54 da LEP, o diretor do estabelecimento aplica todas as sanções,
exceto a inclusão no RDD.
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14
REVISÃO - META 2
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato motivado do diretor do
estabelecimento e a do inciso V (RDD), por prévio e fundamentado despacho do juiz competente.
(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
§ 1º A autorização para a inclusão do preso em regime disciplinar dependerá de requerimento
circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridade administrativa.
§ 2º A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime disciplinar será precedida de manifestação
do Ministério Público e da defesa e prolatada no prazo máximo de quinze dias.
É importante que você saiba que, conforme enunciado 534-STJ, a prática de falta grave interrompe a
contagem do prazo para a progressão de regime de cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do
cometimento dessa infração. No entanto, até a publicação do “Pacote Anticrime” não havia previsão
legal.
Agora, com a Lei nº 13.964/2019, fora acrescido o § 6º ao art. 112 da LEP, segundo o qual “o
cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe o prazo para
a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da contagem do
requisito objetivo terá como base a pena remanescente”.
EXECUÇÃO PENAL5
Consequências decorrentes da prática de FALTA GRAVE
ATRAPALHA NÃO INTERFERE
• PROGRESSÃO : interrompe o prazo para a progressão • INDULTO E COMUTAÇÃO DE PENA: a prática de
de regime. falta grave não interrompe o prazo para fim de
comutação de pena ou indulto (Súmula 535-STJ).
• REGRESSÃO: acarreta a regressão de regime.
A concessão de comutação de pena ou indulto
• SAÍDAS: revogação das saídas temporárias. deverá observar o cumprimento dos requisitos
• TRABALHO EXTERNO: revogação do trabalho externo. previstos no decreto presidencial.
• REMIÇÃO: revoga até 1/3 do tempo remido. • SAÍDA TEMPORÁRIA E TRABALHO EXTERNO
• RDD: pode sujeitar o condenado ao RDD. (requisito objetivo): a prática de falta grave
durante o cumprimento da pena não acarreta a
• DIREITOS: suspensão ou restrição de direitos. alteração da data-base para fins de saída
• ISOLAMENTO: na própria cela ou em local adequado. temporária e trabalho externo.
LIVRAMENTO CONDICIONAL: para ter direito ao benefício o réu não pode ter cometido falta grave nos
últimos 12 meses. Por outro lado, a falta grave não interrompe o prazo para obtenção do livramento
condicional (Súmula 441-STJ).
#BORAPRATICAR
5
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Resumo das consequências decorrentes da prática de falta grave. Buscador
Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/861578d797aeb0634f77aff3f488cca2.
Acesso em: 08/09/2020.
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15
REVISÃO - META 2
Vocês precisam ler sobre os órgãos da execução penal. Não vou transcrever aqui para não ficar muito
extenso e causar aquela sensação de MUITO conteúdo, mas leia do art. 61 ao 81 da LEP depois volte
para continuar.
Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular execução da pena e da medida de segurança,
oficiando, no processo executivo e nos incidentes da execução, para a defesa dos necessitados em todos
os graus e instâncias, de forma individual e coletiva. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública: (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado;
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
g) a aplicação de medida de segurança e sua revogação, bem como a substituição da pena por medida
de segurança; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
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16
REVISÃO - META 2
k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca; (Incluído pela Lei nº 12.313, de
2010).
l) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º do art. 86 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.313,
de 2010).
II - requerer a emissão anual do atestado de pena a cumprir; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária ou administrativa durante a
execução; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
O ART. 81-A PODE SER CONSIDERADO UMA FORMA DE INTERVENÇÃO COMO “CUSTOS
VULNERABILIS?”
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17
REVISÃO - META 2
DIREITO ADMINISTRATIVO
PODERES DO ESTADO
O Brasil adotou a teoria clássica de tripartição das funções, organizada por Montesquieu. Neste sentido,
restou definido o funcionamento dos seguintes “poderes”: legislativo, executivo e judiciário.
Cada um deles tem sua atividade principal e outras secundárias. Sendo a principal chamada de função
típica e a secundária de atípica.
A FUNÇÃO LEGISLATIVA estabelece a possibilidade de se instituir normas gerais e abstratas, que inovam
o ordenamento jurídico criando direitos e obrigações aos particulares; a FUNÇÃO JUDICIAL, por seu
turno, possibilita o julgamento dos litígios com a finalidade de pacificação social – a jurisdição tem o
poder de proferir decisões com caráter de definitividade, produzindo a coisa julgada e, por fim, a
FUNÇÃO EXECUTIVA/FUNÇÃO ADMINISTRATIVA permite a aplicação das normas administrativas ao
caso concreto, sendo, portanto, a função que atua na defesa concreta dos interesses públicos.
GOVERNO X ESTADO
GOVERNO: O governo é, por sua vez, elemento formador do Estado e com ele não se confunde. O
governo em sentido subjetivo/formal delimita a cúpula diretiva do Estado responsável pela condução
das atividades estatais; Já em sentido objetivo/material é a atividade diretiva do Estado, confundindo-
se com seu complexo de funções básicas.
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18
REVISÃO - META 2
ADMINISTRAÇÃO DIRETA: conjunto de órgãos e agentes públicos que compõem os entes federativos
(União, Estados, DF e Municípios).
ENTIDADES PARAESTATAIS: São pessoas jurídicas de direito privado que não integram a Administração
Pública, mas colaboram com o Estado desempenhando atividades de interesse público, sem fins
lucrativos. Exemplos: Serviços Sociais Autônomos, Organizações Sociais e Organizações da Sociedade
Civil de Interesse Público.
Tais conceitos dizem respeito à forma através da qual o Estado irá exercer a função administrativa.
a) DESCENTRALIZAÇÃO POR OUTORGA OU POR SERVIÇOS: aqui o Estado institui, ou seja, cria uma
nova pessoa jurídica para executar uma dada atividade administrativa ou prestar um dado serviço
público. A criação se dá por lei criadora ou lei autorizadora da criação. Na descentralização por
outorga, transfere-se a própria titularidade da atividade ou serviço.
• É possível haver retomada pelo Estado, da titularidade, no entanto, deve haver nova lei neste
sentido em razão do princípio da simetria das formas;
• As entidades criadas por meio de descentralização, em regra, “nascem” sem um prazo determinado
“de vida”. São criadas, portanto, com prazo indeterminado;
• NÃO HÁ RELAÇÃO DE HIERARQUIA ENTRE AS ENTIDADES CRIADAS PELO ESTADO E ESTE, O QUE HÁ
É MERA VINCULAÇÃO! Ou seja, ente federativo que houver criado a entidade (autarquia, fundação
pública, empresa pública ou sociedade de economia mista), não é hierarquicamente superior a ela;
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19
REVISÃO - META 2
• Existe controle do Estado sobre a entidade, mas este controle não é exercido com base em relação
de hierarquia, e sim em mera vinculação. Fala-se, nesse caso, em CONTROLE FINALÍSTICO, OU
TUTELA ADMINISTRATIVA OU AINDA EM SUPERVISÃO MINISTERIAL. Significa dizer, portanto, que o
controle se limita à verificação dos objetivos para os quais fora criada a entidade, limita-se à
verificação do cumprimento de suas funções institucionais. O controle é exercido nos estritos
limites da lei. A fiscalização, portanto, é condicionada aos termos da lei.
• Cada uma dessas entidades encontra-se vinculada a um dado órgão da Administração Pública,
normalmente àquele com competência na área em que atuar a entidade. É neste sentido, a
propósito, art. 4º, parágrafo único, do DL 200/67: as entidades compreendidas na Administração
Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal
atividade.
Fique atento: autorização administrativa – pode não conter prazo certo, em vista da precariedade de
que se reveste, é passível de revogação a qualquer tempo, sem direito a indenização (via de regra).
• Também não há relação de hierarquia. Porém, o controle é mais amplo porque envolve diversas
prerrogativas inerentes aos contratos administrativos (ex.: rescisão e alteração unilateral do
contrato, fiscalização constante de sua execução, aplicação de sanções ao delegatário em caso de
irregularidades contratuais, entre outras medidas).
Traço marcante: aos Territórios são atribuídas competências administrativas genéricas, ao passo que as
demais entidades objeto de descentralização recebem atribuições específicas, ou seja, atuam em
segmentos administrativos ou econômicos específicos.
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20
REVISÃO - META 2
Por fim, a DESCONCENTRAÇÃO ADMINISTRATIVA é uma técnica de organização administrativa pela qual
o Estado realiza uma distribuição interna de competências no âmbito da própria estrutura
organizacional de uma mesma pessoa jurídica.
ÓRGÃOS PÚBLICOS
CONCEITO: Na linha do que acima se desenhou, órgãos públicos, segundo autorizada lição doutrinária
de Hely Lopes Meireles, são “centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais,
através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem.”
CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES:
Órgãos públicos são entes despersonalizados, isto é, desprovidos de personalidade jurídica; não têm
aptidão para adquirirem direitos e contraírem obrigações em nome próprio. Não são sujeitos de
direitos.
Obs.: existem órgãos públicos na administração indireta. Ex.: O INSS, que é uma autarquia federal possui
como órgãos a gerência executiva, as agências de atendimento, etc.
Capacidade processual em caráter excepcional: os órgãos públicos, justamente por não ostentarem
personalidade jurídica própria, não detêm, como regra geral, capacidade de serem parte no âmbito de
relação jurídica processual. Nada obstante, excepcionalmente, a jurisprudência tem admitido que
determinados órgãos públicos, vale dizer, aqueles situados na cúpula da Administração Pública, os quais
têm sua disciplina prevista diretamente na Constituição da República, possam ir a juízo, em nome
próprio, sobretudo na defesa de suas competências constitucionais, acaso se verifique indevida
usurpação destas por parte de outro órgão.
Vejam o que diz o enunciado 525 da Súmula do STJ: A Câmara de Vereadores não possui personalidade
jurídica, apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus
direitos institucionais.
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21
REVISÃO - META 2
de garantir a absoluta separação dos poderes, peca pela falta de imparcialidade. Neste, a
administração pública é julgada e julgadora.
EXPRESSOS:
• LEGALIDADE – subordinação à lei – define que a atuação do Estado depende de previsão legal
(art. 37 da CF); é diferente da legalidade para o particular, que se resume a não contradição à
lei (art. 5º, inciso II, CF).
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22
REVISÃO - META 2
• PUBLICIDADE – possibilita o controle e eficácia dos atos administrativos, exceto para atos
administrativos que violem a intimidade, vida privada, honra e segurança nacional e relevante
interesse coletivo. O princípio da publicidade não é elemento formativo do ato administrativo,
mas é requisito de eficácia dele (gente, atenção para este ponto; não é requisito de existência
pois este se refere aos elementos formadores do ato. Não é requisito de validade pois neste se
analisa a licitude em relação aos elementos formadores. É, portanto, requisito de EFICÁCIA,
inerente à devida produção de efeitos. #VAICAIRNASUAPROVA).
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
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23
REVISÃO - META 2
CRIMINOLOGIA
ESCOLA CLÁSSICA
Segundo a doutrina, não existiu propriamente uma Escola Clássica, que foi assim denominada em tom
pejorativo pelos positivistas (Ferri). No entanto, há nítida influência do iluminismo na redação da obra
Dos Delitos e Das Penas, de Cesare Beccaria, com a proposta de humanização das ciências penais. Além
de Beccaria, a Escola Clássica tem como expoentes Francesco Carrara e Giovanni Carmingnani.
Em provas objetivas, caso caia algo sobre a Escola Clássica, lembrem-se de quatro princípios
fundamentais:
a) livre arbítrio;
b) penas humanizadas;
c) penas como retribuição ao mal causado; e
d) método e raciocínio lógico-dedutivo.
A Escola Positiva, como bem assevera Nestor Sampaio, deita suas raízes no início do século XIX na
Europa. Pode-se afirmar que o positivismo criminológico teve três fases: antropológica (Lombroso),
sociológica (Ferri) e jurídica (Garófalo).
LOMBROSO
Cesare Lombroso, por exemplo, (fase antropológica) publicou uma obra chamada O homem
delinquente. Lombroso, que também era médico, examinou com intensa profundidade as
características fisionômicas de diversas pessoas, e as comparou com os dados estatísticos de
criminalidade. Peso, cabelo, tamanho do crânio, tamanho das pernas, tudo isso era determinante,
segundo Lombroso, para saber se o agente tinha ou não determinismo para o crime. Por isso, o
positivismo para Lombroso é chamado de antropológico, pois para ele o criminoso era “nato”, razão
pela qual seus estudos sobre o atavismo ganharam força no mundo científico.
FERRI
Enrico Ferri (fase sociológica) foi discípulo de Lombroso, e também conhecido por inaugurar a fase da
sociologia criminal. Para Ferri, o crime tem razões tanto antropológicas como físicas e culturais.
Atentem-se também para o fato de que Ferri negou a ideia de livre-arbítrio (mera ficção). Ele acreditava
que a prevenção geral era muito mais eficaz que a repressão.
\
24
REVISÃO - META 2
RAFAELLE GARÓFALO
Rafaelle Garófalo (1851-1934), conforme Nestor Sampaio6, afirmou que o crime estava no homem e
que se revelava como degeneração deste; criou o conceito de temibilidade ou periculosidade, que seria
o propulsor do delinquente e a porção de maldade que deve se temer em face deste; fixou, por
derradeiro, a necessidade de conceber outra forma de intervenção penal – a medida de segurança. Seu
grande trabalho foi conceber a noção de delito natural (violação dos sentimentos altruísticos de piedade
e probidade). Classificou os criminosos em natos (instintivos), fortuitos (de ocasião) ou pelo defeito
moral especial (assassinos, violentos, ímprobos e cínicos), propugnando pela pena de morte aos
primeiros (cf. n. 9.3, infra).
POSITIVISMO CRIMINOLÓGICO
LOMBROSO ENRICO FERRI RAFAELLE GARÓFALO
Fase antropológica. Fase sociológica. Fase jurídica.
Publicou uma obra chamada Fundou a noção de temibilidade
Foi discípulo de Lombroso.
O homem delinquente. e periculosidade.
Para ele o criminoso era “nato”,
Para Ferri o crime tem razões Teorizou que o crime estava no
razão pela qual seus estudos
tanto antropológicas como homem e que se revelava como
sobre o atavismo ganharam
físicas e culturais degeneração deste.
força no mundo científico.
Peso, cabelo, tamanho do
crânio, tamanho das pernas,
Negou a ideia de livre-arbítrio Fundamentou o direito de punir
eram determinantes para saber
(mera ficção). sobre a teoria da Defesa Social.
se o agente tinha ou não
determinismo para o crime.
Fixou, por fim, a necessidade de
Ele acreditava que a prevenção
conceber outra forma de
Criminoso é um ser atávico. geral era muito mais eficaz que
intervenção penal – a medida
a repressão.
de segurança.
6
Idem.
\
25
REVISÃO - META 2
São exemplos de teorias de consenso a Escola de Chicago, a teoria de associação diferencial, a teoria da
anomia e a teoria da subcultura delinquente. Por outro lado, são exemplos de teorias de conflito o
labelling approach (ou etiquetamento) e a teoria crítica ou radical.
ESCOLAS DO CONSENSO
Segundo Nestor Sampaio7, com a secularização, ocorreu a aproximação entre as elites e a classe baixa,
sobretudo por uma matriz de pensamento, formada na Universidade de Chicago, que se denominou
“teoria da ecologia criminal” ou “desorganização social” (Clifford Shaw e Henry Mckay). Em função do
crescimento desordenado da cidade de Chicago, que se expandiu do centro para a periferia (movimento
circular centrífugo), inúmeros e graves problemas sociais, econômicos, culturais, etc. Criaram ambiente
favorável à instalação da criminalidade, ainda mais pela ausência de mecanismos de controle social.
ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL
É considerada uma teoria de consenso, desenvolvida pelo sociólogo americano Edwin Sutherland (1883-
1950), inspirado em Gabriel Tarde.
7
NESTOR SAMPAIO PENTEADO FILHO. MANUAL ESQUEMÁTICO DE CRIMINOLOGIA (Locais do Kindle 1282-1302).
Saraiva. Edição do Kindle.
\
26
REVISÃO - META 2
Lembra Nestor Sampaio que a teoria da associação diferencial apregoa que o comportamento do
criminoso é aprendido, nunca herdado, criado ou desenvolvido pelo sujeito ativo. Sutherland não
propõe a associação entre criminosos e não criminosos, mas sim entre definições favoráveis ou
desfavoráveis ao delito. Nesse contexto, a associação diferencial é um processo de apreensão de
comportamentos desviantes, que requer conhecimento e habilidade para se locupletar das ações
desviantes. Isso é aprendido e promovido por gangues urbanas, grupos empresariais, aquelas
despertadas para a prática de furtos e arruaças, e estes, para a prática de sonegações e fraudes
comerciais.
Apesar de ser vista também como teoria de consenso há nuances marxistas. Afasta-se dos estudos
clínicos do delito porque não o compreende como anomalia. De plano, convém citar que essa teoria
insere-se no plano das correntes funcionalistas, desenvolvidas por Robert King Merton, com apoio na
doutrina de E. Durkheim (O suicídio). (NESTOR SAMPAIO, p. 60).
A teoria da subcultura delinquente é tida como teoria de consenso, criada pelo sociólogo Albert Cohen
(Delinquent boys, 1955). Três ideias básicas sustentam a subcultura: 1) o caráter pluralista e atomizado
da ordem social; 2) a cobertura normativa da conduta desviada; 3) as semelhanças estruturais, na
gênese, dos comportamentos regulares e irregulares. Essa teoria é contrária à noção de uma ordem
social, ofertada pela criminologia tradicional. Identificam-se como exemplos as gangues de jovens
delinquentes, em que o garoto passa a aceitar os valores daquele grupo, admitindo-os para si mesmo,
mais que os valores sociais dominantes. (Nestor Sampaio, p. 62).
ESCOLAS DO CONFLITO
TEORIAS DO CONFLITO
LABELLING APPROACH Para esta teoria, a sociedade define o que entende por “conduta
(Também conhecida como desviante”, isto é, todo comportamento considerado perigoso,
interacionismo simbólico, constrangedor, impondo sanções àqueles que se comportarem dessa
\
27
REVISÃO - META 2
etiquetamento, rotulação ou forma, criando rótulos e escolhendo sobre quem o direito penal irá
reação social). recair, e quase sempre sobre pessoas pobres, negras, em situação de
rua, etc.
De origem marxista, questiona por que o Direito Penal pune de
maneira mais rigorosa as condutas típicas de grupos mais
vulneráveis, como é o caso, por exemplo, do furto de semovente
CRIMINOLOGIA CRÍTICA OU
domesticável, que tem a pena mínima idêntica ao crime de
RADICAL
submissão de pessoa à situação análoga à de escravo, o que
demonstra o descompasso do legislador na proteção de bens
jurídicos.
PRISIONIZAÇÃO
É importante saber, ainda, sobre o instituto da Prisionização, que é conceituado por Alessandro Baratta
nos seguintes termos:
“Trata-se da assunção das atitudes, dos modelos de comportamento, dos valores característicos da
subcultura carcerária. Estes aspectos da subcultura carcerária, cuja interiorização é inversamente
proporcional às chances de reinserção na sociedade livre, têm sido examinados sob o aspecto das
relações sociais e de poder, das normas, dos valores, das atitudes que presidem estas relações, como
também sob o ponto de vista das relações entre os detidos e o staff da instituição penal. (BARATTA,
Alessandro. Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal. 3. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2002, p. 184-
185).”
O movimento minimalista nasce a partir das propostas de alguns autores (entre eles podemos citar
Baratta). Em síntese, para os minimalistas, o direito penal tem que intervir o mínimo possível (daí a
expressão minimalista), de modo que tenha aplicação subsidiária a outras formas de controle social.
\
28
REVISÃO - META 2
Já o garantismo penal, que não se confunde com o minimalismo, encontra guarida a partir dos estudos
de Ferrajoli, em que foram elaborados, inclusive, os 10 axiomas.8
8
Axiomas: A1) Nulla poena sine crimine (Não há pena sem crime). Princípio da retributividade ou da
consequencialidade da pena em relação ao delito. A2) Nullum crimen sine lege (Não há crime sem lei). Princípio
da legalidade, no sentido lato ou no sentido estrito. A3) Nulla lex (poenalis) sine necessitate (Não há lei penal sem
necessidade) Princípio da necessidade ou da economia do direito penal. A4) Nulla necessitas sine injustia (Não há
necessidade sem ofensa a bem jurídico). Princípio da lesividade ou ofensividade do evento. A5) Nulla injuria sine
actione (Não há ofensa ao bem jurídico sem ação) Princípio da materialidade ou da exterioridade da ação. A6)
Nulla actio sine culpa (Não há ação sem culpa) Princípio da culpabilidade ou da responsabilidade pessoal. A7) Nulla
culpa sine judicio (Não há culpa sem processo); Princípio da jurisdicionalidade no sentido lato ou estrito. A8) Nulla
judicium sine accustone (Não há processo sem acusação) Princípio acusatório ou da separação ente o juiz e a
acusação. A9) Nulla accusatio sine probatione (Não há acusação sem prova) Princípio do ônus da prova ou da
verificação. A10) Nulla probatio sine defensione Princípio do contraditório ou da defesa ou da falseabilidade.
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29
REVISÃO - META 2
DIREITO PENAL
TEORIA DA PENA
SANÇÃO PENAL
PENA Pautada na noção de culpabilidade.
MEDIDAS DE SEGURANÇA Pautada na noção de periculosidade.
9
Segundo Ferrajoli, “inobstante livres da confusão substancialista entre direito e moral, as doutrinas da prevenção
geral negativa são também idôneas a fundar modelos de direito penal máximo, pelo menos nos termos em que
normalmente se fundam. Tal assertiva vale, seguramente, para a primeira das duas versões acerca da prevenção
geral, ou seja, aquela baseada na eficácia deterrente do exemplo fornecido com a aplicação da pena, (...) que se
\
30
REVISÃO - META 2
verifica em Grócio, Hobbes, Locke, Pufendorf, Thomasius, Beccaria, Bentham, Filangieri e, em geral, nos
pensadores jusnaturalistas dos séculos XVII e XVIII. Mais do que qualquer outra doutrina utilitarista, esta ideia da
função exemplar da execução da pena dá margem, com efeito, à objeção kantiana segundo a qual nenhuma
pessoa pode ser utilizada como meio para fins a ela estranhos, ainda que sociais e elogiáveis. E, em se condividindo
tal princípio moral, referida justificação do direito penal é expressamente imoral. Ademais, tal concepção da
finalidade da pena legitima intervenções punitivas orientadas para a máxima severidade, privadas de qualquer
certeza e garantia, tais como a pena "exemplar", e, até mesmo, a "punição do inocente", desvinculada da
culpabilidade e da própria verificação da existência do crime, exatamente como acontece no extermínio e na
represália. Ferrajoli, Luigi Direito e razão: teoria do garantismo penal - São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
2002, p. 223.
\
31
REVISÃO - META 2
TEORIAS DESLEGITIMADORAS
ESPÉCIES DE PENAS
o Reclusão
PENAS RESTRITIVAS DE
o Detenção
LIBERDADE
o Prisão simples
o Interdição temporária de direitos
o Perda de bens e valores
PENA RESTRITIVAS DE DIREITOS o Limitação de fim de semana
o Prestação de serviços à comunidade
o Prestação pecuniária
PENA DE MULTA o Valor a ser revertido para o Fundo Penitenciário Nacional.
\
32
REVISÃO - META 2
DIREITO INSTITUCIONAL
GRATUIDADE DE JUSTIÇA OU Isenção de custas e emolumentos para hipossuficientes. Dentro do
JUSTIÇA GRATUITA processo e deferido pelo magistrado.
Possibilidade de representação endoprocessual de pessoas
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
hipossuficientes. Prestada por Defensora ou Defensor Público
GRATUITA
dentro do processo.
Possibilidade de representação endo e extraprocessual de pessoas
ASSISTÊNCIA JURÍDICA hipossuficientes. É bem mais ampla que as duas primeiras. É
GRATUITA prestada por Defensora ou Defensor Público dentro e fora do
processo.
Ainda, precisamos falar sobre os modelos de prestação de assistência jurídica no Brasil e no mundo.
Segundo Diogo Esteves e Franklyn Roger Alves Silva10.
10
Princípios Institucionais da Defensoria Pública/Diogo Esteves, Franklyn Roger Alves Silva. - 3. ed. - Rio de Janeiro:
Forense, 2018, p.7/14.
11
Idem.
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33
REVISÃO - META 2
\
34
REVISÃO - META 2
Pedro Lenza (2018) afirma que Bheron Rocha (Defensor Público do Estado do Ceará e escritor de várias
obras sobre Defensoria) identifica três grandes modelos de atuação:
Nesse sentido, gostaria de tratar especificamente sobre a atuação da Defensoria como “custos
vulnerabilis”, terceiro modelo visto nesse quadrinho. Para alguns, é no art. art. 554, § 1º do NCPC onde
está positivado o embrião do custos vulnerabilis. Vejam o art. 554, § 1º do NCPC:
§ 1º No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão feitas
a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais,
determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de
hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública.
\
35
REVISÃO - META 3
META 3
jurídica. Dano moral coletivo.
Movimento de Lei e Ordem. Tolerância zero.
CRIMINOLOGIA ( )
Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90) –
CRIANÇA E ADOLESCENTE PARTE I
( )
\
1
REVISÃO - META 3
\
2
REVISÃO - META 3
DIREITO PENAL
Bem jurídico penal é todo aquele bem que possui relevância, a fim de que seja acobertado pelo direito
penal, considerando os princípios da ultima ratio (intervenção mínima, fragmentariedade e
subsidiariedade).
Para parte da doutrina, o bem jurídico protegido deve ser certo e materializado (vida, patrimônio,
liberdade, etc).
\
3
REVISÃO - META 3
Assim, com a proteção a bem jurídicos desmaterializados, a doutrina aponta que está ocorrendo uma
“espiritualização do direito penal”, também chamada de liquefação ou desmaterialização.
\
4
REVISÃO - META 3
TEORIAS DA CONDUTA
Para a doutrina, “a teoria clássica (ou teoria causal naturalista, teoria causalista, teoria naturalística ou
teoria mecanicista), idealizada por Franz von Liszt, Ernst von Beling e Gustav Radbruch, surge no início
do século XIX e faz parte de um panorama científico marcado pelos ideais positivistas que, no âmbito
científico, representavam a valorização do método empregado pelas ciências naturais, reinando as leis
da causalidade (relação de causa-efeito).”1
Rogério Sanches estabelece que “a teoria neokantista tem base causalista (por isso é também
denominada de teoria causal-valorativa) e foi desenvolvida nas primeiras décadas do século XX. Tendo
como maior expoente Edmund Mezger, fundamenta-se numa visão neoclássica marcada pela superação
do positivismo (o que não significa a sua negação) através da introdução da racionalização no
método.”.2
1 Manual de direito penal: parte geral (arts. 1 o ao 120). I Rogério Sanches Cunha - 4. ed. rev., ampl. e atual.- Salvador:
JusPODIVM, 2016, p. 178/183.
2 Manual de direito penal: parte geral (arts. 1 o ao 120). I Rogério Sanches Cunha - 4. ed. rev., ampl. e atual.- Salvador:
\
5
REVISÃO - META 3
“Criada por HANS WELZEL em meados do século XX (1930-1960), a teoria finalista concebe a conduta
como comportamento humano voluntário psiquicamente dirigido a um fim. A finalidade, portanto, é a
nota distintiva entre esta teoria e as que lhe antecedem. É ela que transformará a ação num ato de
vontade com conteúdo, ao partir da premissa de que toda conduta é orientada por um querer. Supera-
se, com esta noção, a "cegueira'' do causalismo, já que o finalismo é nitidamente "vidente".3
O FATO TÍPICO
3 Manual de direito penal: parte geral (arts. 1 o ao 120). I Rogério Sanches Cunha - 4. ed. rev., ampl. e atual.- Salvador:
\
6
REVISÃO - META 3
A EVOLUÇÃO DO TIPO
Ele NÃO depende dos outros Assim, até que não se Assim, se o fato é típico, ele
elementos, como ilicitude e comprove que o agente atuou, também será ilícito. O que às
culpabilidade. por exemplo, acobertado por vezes é falho, já que é possível
legítima defesa, o fato será que o fato seja típico, mas o
Teoria da absoluta presumidamente ilícito. autor haja em legítima defesa (o
independência. fato será típico, mas não será
Teoria da ratio cognoscendi. ilícito, não preenchendo os
Adotada no Brasil. requisitos do crime).
\
7
REVISÃO - META 3
ESPÉCIES DE DOLO
\
8
REVISÃO - META 3
O agente, com a sua conduta, não busca resultado certo e determinado. Possui
2.DOLO INDIRETO
duas formas: dolo alternativo e dolo eventual (SANCHES, 2016).
Ocorre quando o agente prevê uma pluralidade de resultados, dirigindo sua
2.1 DOLO
conduta para perfazer qualquer deles com a mesma intensidade de vontade (Ex.:
ALTERNATIVO
quero ferir ou matar, tanto faz). (SANCHES, 2016).
2.2 DOLO No dolo eventual o agente não está nem aí para o resultado, pois assume o risco.
EVENTUAL Ex.: ultrapassar o sinal vermelho em alta velocidade para sentir uma “adrenalina”.
TEORIAS DO DOLO
TEORIA DA VONTADE
Vontade livre e consciente de praticar o crime.
(ADOTADA NO DOLO DIRETO)
TEORIA DA REPRESENTAÇÃO Só é possível o resultado se o agente consegue prevê-lo
(ADOTADA NA CULPA CONSCIENTE) antes. É, na verdade, culpa consciente (veremos abaixo).
TEORIA DO
O agente não tem previsão do resultado, mas assume o risco
ASSENTIMENTO/CONSENTIMENTO
de produzi-lo. É, na verdade, o conceito de dolo eventual.
(ADOTADA NO DOLO EVENTUAL)
4 Manual de direito penal: parte geral (arts. 1 o ao 120). Rogério Sanches Cunha - 4. ed. rev., ampl. e atual.- Salvador:
\
9
REVISÃO - META 3
CLASSIFICAÇÕES DA TENTATIVA
TENTATIVA IMPERFEITA OU O agente é impedido de prosseguir, deixando de praticar os atos
INACABADA executórios que assim o desejava.
O agente faz tudo que está ao seu alcance, praticando todos os atos
TENTATIVA PERFEITA
executórios à sua disposição, mas mesmo assim não consegue
(ACABADA OU CRIME FALHO)
consumar o crime.
TENTATIVA BRANCA OU O agente não atinge a vítima. Em outras palavras, o bem
INCRUENTA juridicamente tutelado não chega a ser lesionado.
O agente atinge a vítima. Em outras palavras, o bem juridicamente
tutelado chega a ser lesionado, em que pese o crime não tenha
TENTATIVA VERMELHA OU
consumado.
CRUENTA
A vítima é atingida.
O resultado, embora seja possível, não é atingido por
TENTATIVA IDÔNEA circunstâncias alheias à vontade do agente. É a tentativa por
excelência.
É o crime impossível (absoluta impropriedade do objeto ou
TENTATIVA INIDÔNEA
absoluta ineficácia do meio).
\
10
REVISÃO - META 3
CRIMES CULPOSOS
CONCEITO DE CULPA
Inobservância de um dever objetivo de cuidado.
ESPÉCIES DE CULPA
IMPRUDÊNCIA
Ação que extrapola os limites esperados, agindo sem cautela e zelo.
(ação)
NEGLIGÊNCIA
Deixar de fazer algo que deveria ter feito.
(omissão)
IMPERÍCIA
Praticar um ato em que não se tem conhecimento.
(ação)
NEXO DE CAUSALIDADE
\
11
REVISÃO - META 3
TIPOS DE CONCAUSAS
CONCAUSA O resultado obtido depende da conduta do indivíduo. O agente responde pelo
DEPENDENTE crime, pois o resultado está dentro da cadeia normal do nexo de causalidade.
Capaz de produzir, por si só, o resultado.
CONCAUSA Podem ser:
INDEPENDENTE a) absolutamente independentes e
b) relativamente independentes.
\
12
REVISÃO - META 3
RESULTADO
JURÍDICO NATURALÍSTICO
Todo crime tem resultado jurídico. É, em suma, a Nem todos os crimes têm resultado naturalístico,
violação ou o perigo/ameaça de lesão ao bem pois o resultado naturalístico é a modificação no
jurídico. mundo dos fatos.
Rogério Sanches (20165) traz três classificações curiosas que podem ser cobradas em provas:
CRIME DE TENDÊNCIA INTERNA TRANSCENDENTE (OU CRIME DE INTENÇÃO): “O sujeito ativo quer um
resultado dispensável para a consumação do delito. O tipo subjetivo é composto pelo dolo e por
elemento subjetivo especial (finalidade transcendente). Ex.: na extorsão mediante sequestro - art. 159
do Código Penal- a obtenção da vantagem (resgate) é dispensável para a consumação (que se contenta
com a privação da liberdade da vítima).
CRIME MUTILADO DE DOIS ATOS: também espécie de crime de intenção, o crime mutilado de dois atos
se verifica quando o resultado dispensável depende de novo comportamento do agente, está em sua
esfera de decisão. Ex.: no crime de petrechos para falsificação de moeda, a efetiva falsificação das
moedas e sua colocação em circulação, ambos resultados dispensáveis para a consumação, dependem
de nova decisão do agente.”
TIPICIDADE
5 Manual de direito penal: parte geral (arts. 1º ao 120). I Rogério Sanches Cunha - 4. ed. rev., ampl. e atual.- Salvador:
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13
REVISÃO - META 3
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
Requisitos para aplicação (decorar o nome O juiz, na aplicação da pena, entende que aplicar
MARI). uma pena naquela situação iria de encontro ao
o Mínima ofensividade da conduta. direito, considerando que o art. 59 do Código
o Ausência de periculosidade. Penal diz que o Juiz “estabelecerá, conforme seja
o Reduzido grau de reprovabilidade. necessário e suficiente para reprovação e
o Inexpressividade da lesão provocada. prevenção do crime”.
MINHAS OBSERVAÇÕES
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14
REVISÃO - META 3
DIREITOS HUMANOS
PROPORCIONALIDADE6
Por alguns denominada exigibilidade, a adoção da medida que possa
NECESSIDADE restringir direitos só se legitima se indispensável para o caso concreto e
não se puder substituí-la por outra menos gravosa;
Também chamado de pertinência ou idoneidade, quer significar que o
ADEQUAÇÃO
meio escolhido deve atingir o objetivo perquirido;
PROPORCIONALIDADE EM Sendo a medida necessária e adequada, deve-se investigar se o ato
SENTIDO ESTRITO praticado, em termos de realização do objetivo pretendido, supera a
6 Tabela feita com base na obra de Pedro Lenza (2019, p. 177, Saraiva).
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15
REVISÃO - META 3
Razoabilidade Proporcionalidade
Direito anglo-saxão Direito germânico
Não podemos deixar de saber as principais características dos Direitos Humanos, que são praticamente
as mesmas dos Direitos Fundamentais, quais sejam:
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16
REVISÃO - META 3
Historicidade
Universalidade
Essencialidade
Inalienabilidade
CARACTERÍSTICAS
DOS DIREITOS Inexauribilidade
HUMANOS
Imprescritibilidade
Irrenunciabilidade
Vedação ao
retrocesso
Inviolabilidade
Segundo André de Carvalho Ramos (2018, p. 109), os direitos humanos caracterizam-se pela existência
da proibição do retrocesso, também chamada de “efeito cliquet”, princípio do não retorno da
concretização ou princípio da proibição da evolução reacionária, que consiste na vedação da eliminação
da concretização já alcançada na proteção de algum direito, admitindo-se somente aprimoramentos e
acréscimos.
Você sabe dizer se proibição ao retrocesso é a mesma coisa que proteção contra efeitos retroativos?
Cuidado, pois são coisas diferentes.
Para André de Carvalho Ramos há diferença entre a proibição do retrocesso e a proteção contra efeitos
retroativos. Para o autor, este é proibido por ofensa ao ato jurídico perfeito, da coisa julgada e do direito
adquirido. A vedação do retrocesso é distinta: proíbe as medidas de efeitos retrocessivos, que são
aquelas que objetivam a supressão ou diminuição da satisfação de um dos direitos humanos. Abrange
não somente os direitos sociais (a chamada proibição do retrocesso social), mas todos os direitos
humanos, que, como vimos, são indivisíveis.8
Embora a proibição do retrocesso não represente uma garantia absoluta, a doutrina indica três
condições para que eventual diminuição na proteção normativa ou fática de um direito seja permitida:
1) que haja justificativa também de estatura jusfundamental; 2) que tal diminuição supere o crivo da
proporcionalidade e 3) que seja preservado o núcleo essencial do direito envolvido.9
7 Curso de direitos humanos/André de Carvalho Ramos. – 5. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018. p. 109
8 Curso de direitos humanos/André de Carvalho Ramos. – 5. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018. p 109
9 Curso de direitos humanos/André de Carvalho Ramos. – 5. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018, p.110
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17
REVISÃO - META 3
A Vedação do Retrocesso Social, nas palavras do Min. Celso de Mello10, impede que sejam
desconstituídas as conquistas já alcançadas pelo cidadão, que não pode ser despojado, por isso mesmo,
em matéria de direitos sociais, no plano das liberdades reais, dos níveis positivos de concretização por
ele já atingidos.
A Vedação do Retrocesso Político, para a Min. Cármen Lúcia, impede que direitos conquistados (como
o da garantia de voto secreto pela urna eletrônica) retroceda para dar lugar a modelo superado (voto
impresso) exatamente pela sua vulnerabilidade.11
A Vedação do Retrocesso Civil, por outro lado, tem como exemplo a decisão do STF que entendeu pela
inconstitucionalidade do tratado dado pelo Código Civil ao regime sucessório dos companheiros. Para
o Min. Barroso, o Código Civil de 2002 foi anacrônico e representou um retrocesso vedado pela
Constituição na proteção legal das famílias constituídas pela união estável.12
A Vedação ao Retrocesso Ambiental, por fim, veda-se aos Poderes Públicos que promovam uma
desconstrução e regressão dos níveis de proteção ambiental já alcançados, notadamente diante de um
dever constitucional justamente em sentido oposto, isto é, de que o Estado assegure uma progressiva
efetividade do direito ao meio ambiente equilibrado, como se extrai do art. 225, §1º, da Constituição
Federal.13
10 ADI 3.104, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 26-9-2007, Plenário, DJ de 9-11-2007.
11 ADI 4.543-MC, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 19-10-2011, Plenário.
12 RE 878694/MG, Rel. Min. Roberto Barroso, julgamento em 10-5-2017.
13 Disponível em: www.conjur.com.br/2019-mai-25/ambiente-juridico-brasil-vedacao-retrocessos-ambientai.
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18
REVISÃO - META 3
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19
REVISÃO - META 3
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20
REVISÃO - META 3
DIFUSOS E COLETIVOS
(...) Segundo Carlos Alberto Bittar, “dano moral coletivo é a injusta lesão da esfera moral de uma dada
comunidade, ou seja, é a violação antijurídica de um determinado círculo de valores”. Assim, dano moral
coletivo ocorre quando “o patrimônio valorativo de uma certa comunidade (maior ou menor),
idealmente considerado, foi agredido de maneira absolutamente injustificável do ponto de vista
jurídico: quer isso dizer, em última instância, que se feriu a própria cultura, em seu aspecto imaterial”.
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21
REVISÃO - META 3
Cleber Masson e Ernani Vilhena Jr (2019, p. 335/33614) apontam as seguintes características para o TAC:
Procedimental: o TAC deve ser firmado no seio de um procedimento, que pode ser um inquérito civil ou
mesmo um procedimento administrativo.
Abrangências: o objeto do TAC pode ser parcial, ou seja, apenas uma parte da situação em
discussão/investigação pode ser solucionada no TAC, enquanto o inquérito civil continua em curso para
a solução da questão não abrangida pelo TAC. É possível, igualmente que seja objeto do TAC uma
14 Prática Penal, civil e tutela coletiva: Ministério Público. Cleber Masson, Ernani de Menezes Velhena Jr. 4, Ed.Rio de Janeiro.
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22
REVISÃO - META 3
composição provisória. Uma ou mais etapas podem ser pactuadas antes de se alcançar a solução
definitiva. Em todos os casos, o TAC será submetido à homologação do órgão de controle, sendo o objeto
do inquérito civil arquivado total ou parcialmente, dependendo da abrangência da solução tratada no
TAC.
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REVISÃO - META 3
DIREITO DO CONSUMIDOR
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24
REVISÃO - META 3
RECALL
Recall é a forma pela qual um fornecedor vem a público informar que seu produto ou serviço
apresenta riscos aos consumidores, estando previsto no art. 10 do CDC e seus parágrafos.
Produto ou serviço apresenta problemas, que Produto ou serviço defeituoso, que causa um
não são capazes de prejudicar a saúde ou verdadeiro acidente.
segurança do consumidor.
Atinge a incolumidade física e segurança do
Ex.: celular que não liga. consumidor. Ex.: celular que explode.
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REVISÃO - META 3
O consumidor poderá fazer uso imediato (sem aguardar os 30 dias) das três exigências que vimos acima,
sempre que, em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a
qualidade ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.
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REVISÃO - META 3
Ex.: taxista que adquire um carro, e este vem com defeito de fabricação que não liga. Neste caso, se ele
for esperar 30 dias, o prejuízo será grande, considerando tratar-se de produto essencial.
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REVISÃO - META 3
CRIMINOLOGIA
MOVIMENTO LEI E ORDEM E TOLERÂNCIA ZERO
“THREE STRIKES AND YOU ARE OUT” E TEORIA DAS JANELAS QUEBRADAS
“THREE STRIKES AND YOU ARE OUT” TEORIA DAS JANELAS QUEBRADAS
Influenciada pela Escola de Chicago, crimes mais Para a teoria das janelas quebradas, se não forem
graves (homicídio, roubo, sequestro, tráfico de reprimidos, os pequenos delitos ou
drogas entre outros) devem ser etiquetados contravenções, conduzem inevitavelmente a
como verdadeiros strikes. condutas criminosas mais graves, em vista do
descaso estatal em punir os responsáveis pelos
Caso o agente viesse a praticar o 3º “strike”, no crimes menos graves.
caso, o terceiro crime grave, seria punido de
maneira tão grave, que não teria direito a O nome “teoria das janelas quebradas” é em
usufruir qualquer benefício da execução penal. razão do estudo feito em Chicago, em que dois
pesquisadores observaram que se uma janela
estiver quebrada, tal fato gera uma sensação de
desordem, fomentando o crime.
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REVISÃO - META 3
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REVISÃO - META 3
CRIANÇA E ADOLESCENTE
FASES DA VIDA
Seção III
Da Autorização para Viajar
Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora da comarca onde reside, desacompanhada dos pais
ou responsável, sem expressa autorização judicial.
Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos poderá viajar para fora da
comarca onde reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem expressa autorização judicial.
(Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)
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30
REVISÃO - META 3
b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos estiver acompanhado: (Redação dada pela
Lei nº 13.812, de 2019)
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, conceder autorização válida por
dois anos.
II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro através de documento
com firma reconhecida.
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente nascido em
território nacional poderá sair do País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no
exterior.
Além disso, cuidado também com a Lei nº 13.441/17, que incluiu no ECA a seção V-A que trata sobre o
procedimento de infiltração de agentes para a investigação de crimes contra a dignidade sexual de
crianças e adolescentes. Os artigos 190-A a 190-E são de leitura obrigatória e trazem informações
importantes que já caíram em provas.
O parágrafo segundo do art. 190-A faz a diferenciação dos conceitos de dados de conexão para dados
cadastrais.
I – dados de conexão: informações referentes a hora, data, início, término, duração, endereço de
Protocolo de Internet (IP) utilizado e terminal de origem da conexão;
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31
REVISÃO - META 3
Além dessa diferença, importante ter em mente o prazo de duração16 do presente procedimento:
III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que
o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja demonstrada sua efetiva necessidade, a critério
da autoridade judicial.
16 Parte da doutrina critica a limitação de prazo para a infiltração de agentes; isso porque as redes em que os membros
compactuam com esse tipo de crime (como aquelas em que os membros compartilham entre si material pornográfico infantil)
são extremamente fechadas, com acesso restrito, havendo sérias dificuldades para que os agentes policiais consigam penetrá-
las e investigar os suspeitos. Assim, essa doutrina assevera que não deveria haver a limitação de 720 dias para o procedimento.
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REVISÃO - META 3
APADRINHAMENTO
FAMÍLIA NATURAL
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus
descendentes.
Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante GUARDA, TUTELA ou ADOÇÃO,
independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei.
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REVISÃO - META 3
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34
REVISÃO - META 3
O QUE É O CONANDA?
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REVISÃO - META 4
META 4
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1
REVISÃO - META 4
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2
REVISÃO - META 4
EXECUÇÃO PENAL
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por
trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena.
§ 6º O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade
condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional,
parte do tempo de execução da pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do § 1º
deste artigo.
I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamental,
médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no
mínimo, em 3 (três) dias.
§ 5º O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de
conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que
certificada pelo órgão competente do sistema de educação.
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3
REVISÃO - META 4
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido,
observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar.
“Reconhecida falta grave no decorrer da execução penal, não pode ser determinada a perda dos dias
remidos na fração máxima de 1/3 sem que haja fundamentação concreta para justificá-la. STJ. 6ª
Turma. HC 282265-RS, Rel. Min. Rogerio Shietti Cruz, julgado em 22/4/2014 (Info 539).”
LIVRAMENTO CONDICIONAL
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4
REVISÃO - META 4
Revogação obrigatória
Art. 86, CP - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade,
em sentença irrecorrível:
I - por crime cometido durante a vigência do benefício;
II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código.
Revogação facultativa
Art. 87, CP - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer
das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou
contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
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5
REVISÃO - META 4
Efeitos da revogação
Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a revogação
resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o tempo
em que esteve solto o condenado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
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6
REVISÃO - META 4
CONDIÇÕES AO
LIVRAMENTO
CONDICIONAL
OBRIGATÓRIAS FACULTATIVAS
Art. 132,LEP. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica subordinado o livramento.
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes:
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho;
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização deste.
§ 2º Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações, as seguintes:
a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da observação
cautelar e de proteção;
b) recolher-se à habitação em hora fixada;
c) não frequentar determinados lugares.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
Extinção
Art. 89, CP - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença em
processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento.
Art. 90, CP - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa
de liberdade1.
1
Lembrem-se: se durante o LC (livramento condicional) o agente praticar um crime e há o trânsito em julgado,
ou então ocorrer o trânsito em julgado por um crime anterior, o juiz da execução necessariamente deverá
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7
REVISÃO - META 4
INDULTO
O indulto é concedido pelo Presidente da República a pessoas presas que se adequem a alguns
requisitos (objetivos e subjetivos). É, na verdade, segundo o art. 107, II do CP, uma forma de extinção
de punibilidade.
INDULTO X ANISTIA
Anistia se dá por intermédio de uma lei editada pelo Congresso Nacional (lembrem-se da Lei da Anistia
que o STF entendeu que era constitucional). Também não se confunde com a “Graça”, que é uma
forma de “indulto” individual (para pessoas específicas e que também é concedido pelo Presidente da
República).
Vejam que tabela interessante feita pelo Márcio André Cavalcante do Dizer o Direito:2
GRAÇA INDULTO
ANISTIA
(ou indulto individual) (ou indulto coletivo)
É um benefício concedido pelo Concedidos por Decreto do Presidente da República.
Congresso Nacional, com a sanção do
Presidente da República (art. 48, VIII, Apagam o efeito executório da condenação.
CF/88), por meio do qual se “perdoa” a
prática de um fato criminoso. A atribuição para conceder pode ser delegada ao(s):
Normalmente, incide sobre crimes · Procurador Geral da República;
políticos, mas também pode abranger · Advogado Geral da União;
outras espécies de delito. · Ministros de Estado.
declarar a revogação do LC. Isto é, a revogação NÃO É AUTOMÁTICA. Portanto, se o prazo do LC encerrar, não
poderá o juiz revogá-lo. A pena já estará extinta.
2
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Indulto e exame criminológico. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em:
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/96b250a90d3cf0868c83f8c965142d2a.
Acesso em: 08/09/2020.
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8
REVISÃO - META 4
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9
REVISÃO - META 4
MONITORAÇÃO ELETRÔNICA
MONITORAÇÃO
ELETRÔNICA
E qual a diferença? É que no âmbito da execução penal ela só caberá em DOIS casos: 1) saída
temporária e 2) prisão domiciliar.
Percebam que existiam outros casos, mas foram vetados pelo poder executivo:
Art. 146-B, LEP. O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração eletrônica quando:
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
II - autorizar a saída temporária no regime semiaberto; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
No CPP ela existe como medida cautelar diversa da prisão, no famoso art. 319, veja:
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10
REVISÃO - META 4
DIREITO ADMINISTRATIVO
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
TEORIAS
IRRESPONSABILIDADE DO ESTADO
A ideia da teoria da irresponsabilidade do Estado era baseada nos estados absolutistas, e tinha a noção
de que o Rei, como expressão de uma escolha divina direta, não cometia erros. É sintetizada pela
máxima “The king can do no wrong”. Desse modo, nesses tempos, nem o Rei, nem seus
representantes, respondiam pelos seus atos.
Di Pietro (2019, p. 1459/1.460)3 lembra que essa teoria distinguia-se, de um lado, a culpa individual do
funcionário, pela qual ele mesmo respondia, e, de outro, a culpa anônima do serviço público; nesse
caso, o funcionário não é identificável e se considera que o serviço funcionou mal; incide, então, a
responsabilidade do Estado. Essa culpa do serviço público ocorre quando: o serviço público não
funcionou (omissão), funcionou atrasado ou funcionou mal. Em qualquer dessas três hipóteses, ocorre
a culpa (faute) do serviço ou acidente administrativo, incidindo a responsabilidade do Estado
independentemente de qualquer apreciação da culpa do funcionário.
3
Di Pietro, Maria Sylvia Zanella Direito administrativo/Maria Sylvia Zanella Di Pietro. – 32. ed. – Rio de Janeiro:
Forense, 2019.
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11
REVISÃO - META 4
No que se refere à teoria do risco integral, vale dizer que esta também se baseia na teoria da
responsabilidade objetiva (e por isso a vítima não precisa provar a culpa lato sensu), no entanto, se
difere da teoria do risco administrativo especialmente por nela não caberem as excludentes de
responsabilidade. É adotada em algumas oportunidades, como em caso de dano nuclear ou ambiental.
- O Supremo Tribunal Federal entende que a responsabilidade objetiva se aplica mesmo em relação
aos danos que sua atuação cause a terceiros não usuários do serviço público;
- Basta que o agente esteja agindo na qualidade de agente público, mesmo que atue de forma ilegal ou
fora de sua competência;
- É necessário que o agente tenha algum vínculo com a administração, mesmo que este seja inválido.
Dessa forma, se aplica a responsabilidade objetiva ao funcionário de fato, mas não a alguém que
esteja usurpando alguma função.
Conforme foi dito no tópico anterior, a responsabilidade objetiva do Estado se restringe às hipóteses
de atuação positiva deste (um fazer). Noutra banda, a responsabilização pelas condutas omissivas, em
regra4, se dará de acordo com a teoria da culpa administrativa.
4
Em relação às condutas omissivas, há divergência entre o STF e o STJ.
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12
REVISÃO - META 4
POR ATOS LEGISLATIVOS: São elas: a) a edição de leis declaradas inconstitucionais pelo Supremo
Tribunal Federal; b) a edição de leis com efeitos concretos5. Em ambos os casos se faz necessária a
propositura de uma ação específica para buscar a reparação dos danos causados por tais atos.
POR ATOS JURISDICIONAIS: Já no que tange à responsabilidade por atos praticados no exercício da
função jurisdicional, a própria constituição determina a possibilidade de o Estado indenizar aquele que
for prejudicado por erro judiciário no âmbito de ação penal, bem como no caso de apenado que
permanecer preso por tempo além do que foi determinado na sentença (art. 5º, LXXV da Constituição
Federal de 1988).
Além disso, o Novo Código de Processo Civil prevê em seu art. 143, que:
II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a
requerimento da parte.
Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão verificadas depois que a parte
requerer ao juiz que determine a providência e o requerimento não for apreciado no prazo de 10 (dez)
dias.
5
As leis de efeitos concretos são, na verdade, materialmente atos administrativos. Isso porque, os citados atos
normativos se destinam a pessoas e situações específicas, sem carregar duas das suas principais qualidades: a
abstração e a generalidade.
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13
REVISÃO - META 4
O STF, no RE 1027633/SP, julgado em 14.8.2019, entendeu que a teor do disposto no art. 37, § 6º, da
Constituição Federal (CF), a ação por danos causados por agente público deve ser ajuizada contra o
Estado ou a pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público, sendo parte ilegítima para
a ação o autor do ato, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou
culpa. RE 1027633/SP, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 14.8.2019. (RE-1027633). Por outro
lado, há entendimento do Superior Tribunal de Justiça em que o particular pode optar entre processar
a pessoa jurídica de direito público, o agente público ou os dois. Além disso, o prazo prescricional para
propor a ação de reparação de danos em face do Poder Público ou da pessoa jurídica de direito
privado prestadora de serviços públicos é de 5 anos 6.
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Chamo a atenção de vocês para lembrá-los que a Lei de Improbidade Administrativa, isto é, a Lei nº
8.429/92, também sofreu alteração com o chamado Pacote Anticrime (Lei nº 13.964/2019). O art. 17
ganhou um novo parágrafo único, vejam:
6
Houve certa celeuma no que se refere à definição do prazo prescricional das ações aqui tratadas, uma vez que o
Código Civil pátrio preconiza o prazo de 3 anos para as ações de reparação civil, tendo o Superior Tribunal de
Justiça se manifestado da seguinte forma: A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que a prescrição
contra a Fazenda Pública é quinquenal, mesmo em ações indenizatórias, uma vez que é regida pelo Decreto
20.910/32, norma especial que prevalece sobre lei geral. (…) (STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 768.400/DF, Rel.
Min. Humberto Martins, julgado em 03/11/2015)
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14
REVISÃO - META 4
Com o pacote anticrime (Lei nº 13.964/2019) o Congresso Nacional trouxe a previsão do chamado
“acordo de não persecução cível” nas ações de improbidade administrativa. No entanto, o Chefe do
Executivo realizou veto de todo o art. 17-A, por entender, em síntese, que a propositura legislativa, ao
determinar que caberá ao Ministério Público a celebração de acordo de não persecução cível nas
ações de improbidade administrativa, contraria o interesse público e gera insegurança jurídica ao ser
incongruente com o art. 17 da própria Lei de Improbidade Administrativa. Este se mantém inalterado,
dispondo que a ação judicial pela prática de ato de improbidade administrativa pode ser proposta pelo
Ministério Público e/ou pessoa jurídica interessada (leia-se, aqui, pessoa jurídica de direito público
vítima do ato de improbidade). Assim, excluir o ente público lesado da possibilidade de celebração do
acordo de não persecução cível representa retrocesso da matéria, haja vista se tratar de real
interessado na finalização da demanda, além de não se apresentar harmônico com o sistema jurídico
vigente.
Conforme dispõe a própria Lei de Improbidade Administrativa em seu caput do art. 1º, esta se aplica a
todos os atos:
No entanto, nesses casos em que o ente tenha concorrido ou concorra com menos de 50% do
patrimônio ou receita anual, o ressarcimento estará limitado ao valor do dano praticado contra os
cofres públicos. Ademais, a lei também aplica-se aos atos de improbidade praticados contra o
patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão
público.
Ainda segundo a lei, de modo conciso, agente público é aquele que exerce cargo, função, mandato,
ainda que transitoriamente ou sem remuneração. Desse modo, é possível considerar como agente
público, além dos servidores públicos e agentes políticos, também notários e registradores, além dos
estagiários (info 568 do STJ). Portanto, o conceito de agente público sujeito à LIA é bastante extenso.
Além disso, deve-se destacar que o ato ímprobo também pode ser praticado por terceiro, conforme
preconiza o art. 3º da mencionada lei, de modo que aquele que induza, concorra ou se beneficie da
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REVISÃO - META 4
improbidade, mesmo sem ser agente público, também responderá pela improbidade administrativa.
DIZER O DIREITO: para que o terceiro seja responsabilizado pelas sanções da Lei nº 8.429/92 é
indispensável que seja identificado algum agente público como autor da prática do ato de
improbidade. Assim, não é possível a propositura de ação de improbidade exclusivamente contra o
particular, sem a concomitante presença de agente público no polo passivo da demanda. STJ. 1ª
Turma. REsp 1.171.017-PA, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 25/2/2014 (Info 535).
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REVISÃO - META 4
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REVISÃO - META 4
DIREITO TRIBUTÁRIO
Aqui vai uma tabelinha para você nunca mais esquecer: #GABARITARTRIBUTÁRIO
IMUNIDADE ISENÇÃO
Prevista na Constituição Federal Prevista na lei
Limita a competência tributária Dispensa o pagamento
(antes do fato gerador) (depois do fato gerador)
Interpretação ampliativa Interpretação literal (art. 111, ii, do CTN)
Em regra, alcança só impostos Alcança todos os tributos
Exclui a competência tributária É decorrência da competência tributária
Irrevogável Revogável
Perene Tende à temporariedade
PRINCÍPIOS
Aqui iremos tratar de forma bastante objetiva apenas dos principais princípios do direito tributário.
Vamos lá.
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REVISÃO - META 4
PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS
Apenas é possível a criação, a extinção (paralelismo das formas) ou o aumento
LEGALIDADE de tributos através de lei7. (FIZEMOS ALGUMAS TABELAS ABAIXO COM AS
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE, TEM QUE SABER!)
Preconiza que apenas é possível a cobrança de tributo se a lei que o instituiu
ou o majorou for publicada no exercício financeiro (ano civil) anterior ao da sua
cobrança.
7
Em regra, basta a lei ordinária, no entanto em alguns casos a CF exige lei complementar, quais sejam: a)
empréstimos compulsórios; b) imposto sobre grandes fortunas; c) impostos residuais e d) contribuições sociais
residuais.
8
Fique ligadíssimo!! Se a questão pedir expressamente a resposta de acordo com a CF, tal princípio se aplica
apenas aos IMPOSTOS!!
9 A capacidade contributiva pode ser aplicada concretamente por quatro meios: a) imunidades; b) isenções; c) a progressão
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REVISÃO - META 4
PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO Deve haver proporcionalidade na fixação dos tributos, a ser aferida em cada
AO CONFISCO OU caso concreto, mas analisando-se a carga tributária total. Vale destacar que o
RAZOABILIDADE DA STF já admitiu a aplicação de tal princípio também às multas tributárias.
CARGA TRIBUTÁRIA
PRINCÍPIO DA Não deve haver tratamento distinto entre contribuintes que se encontrem na
ISONOMIA mesma situação (art. 150, II, CF) 10
10 A jurisprudência pátria entende que o Poder Judiciário não pode estender uma isenção a outro contribuinte, por tratar-se
de ato discricionário do Poder Executivo: A Constituição, na parte final do art. 151, I, admite a "concessão de incentivos
fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do país". A
concessão de isenção é ato discricionário, por meio do qual o Poder Executivo, fundado em juízo de conveniência e
oportunidade, implementa suas políticas fiscais e econômicas, e, portanto, a análise de seu mérito escapa ao controle do
Poder Judiciário. Precedentes: RE 149.659 e AI 138.344 AgR. Não é possível ao Poder Judiciário estender isenção a
contribuintes não contemplados pela lei, a título de isonomia (RE 159.026). [RE 344.331, rel. min. Ellen Gracie, j. 11-2-
2003,1ª T, DJde 14-3-2003.]. Além disso, também entende pela impossibilidade de isenção de IPTU em razão da qualidade de
servidor público, por violação ao princípio da isonomia: Isenção de IPTU, em razão da qualidade de servidor estadual do
agravante, postulada em desrespeito da proibição contida no art. 150, II, da CF de 1988. [AI 157.871 AgR, rel. min. Octavio
Gallotti, j. 15-9-1995, 1ª T, DJ de 9-2-1996.].
11 Conforme o disposto no art. 149, § 2º, II, c/c art. 177, § 4º, I, “b”, parte final, ambos da CF, o Poder Executivo Federal
poderá reduzir e restabelecer as alíquotas do tributo por meio de ato próprio – no caso, o decreto presidencial –, não se lhe
aplicando a regra da anterioridade anual (art. 150, III, “b”, CF). Alteração promovida pela EC 33/2001 (SABBAG, 2016).
12 Conforme o disposto no art. 155, § 4º, IV, “c”, da CF, acima reproduzido, o intitulado “ICMS - Combustível” será uma
ressalva à anterioridade anual, no tocante à redução e restabelecimento de sua alíquota, à semelhança da CIDE-Combustível.
Alteração também promovida pela EC 33/2001 (SABBAG, 2016).
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REVISÃO - META 4
IMUNIDADES
IMUNIDADE RECÍPROCA
Deve-se destacar que nessa hipótese do art. 150, VI, a da CF, inclui-se apenas a União, os Estados, o DF
e os Municípios (entes políticos), aos quais “é vedado a instituição de tributos sobre o patrimônio,
renda e serviços uns dos outros”. É um exemplo de imunidade ontológica, pois decorre do Pacto
Federativo existente entre os entes políticos, além da ausência de capacidade contributiva nesses
casos. Engloba apenas os IMPOSTOS e não outras espécies tributárias.
13
Segundo o STF, não se aplica a imunidade subjetiva nos casos em que a pessoa imune é contribuinte de fato.
STF. Plenário. RE 608872/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, j. em 22 e 23/2/2017 (repercussão geral) (Info 855).
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REVISÃO - META 4
IMUNIDADE RELIGIOSA
A Constituição Federal aduz que não poderá haver a instituição de tributos sobre templos de qualquer
culto; no entanto, a jurisprudência e a doutrina entendem que deve ser dada interpretação ampliativa
a tal dispositivo, não se restringindo a imunidade tão somente ao templo onde é realizada a liturgia
religiosa, e sim à entidade.
IMUNIDADE CULTURAL
O inciso VI, alínea d, do art. 150 da CF prevê a chamada imunidade cultural, que recai sobre livros,
jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão. Tem por finalidade proteger a difusão de
conhecimento, seja ele qual for. Por não tratar-se de imunidade subjetiva (que recai sobre as pessoas,
como ocorreria quanto à livrarias, gráficas, etc.) haverá o recolhimento de tributo quanto à
propriedade de veículos automotores (IPVA) e de imóveis (IPTU) pertencentes às gráficas e livrarias,
além do IR sobre a renda auferida com a venda de livros e periódicos, não incidindo no entanto o IPI e
o ICMS (por que recaem diretamente sobre os mesmos).
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22
REVISÃO - META 4
DIREITOS HUMANOS
A Declaração Universal de Direitos Humanos (DUDH) de 1948, que integra o sistema onusiano, foi
elaborada pela Organização das Nações Unidas para ser uma etapa anterior à elaboração de um
“tratado internacional de direitos humanos”.
INTERNACIONAL
BILL OF RIGHTS
DIPLOMAS QUE
A INTEGRAM
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23
REVISÃO - META 4
Atenção, pois o PIDESC (Pacto Internacional aos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais) tem um
protocolo facultativo (mas este não foi ratificado pelo Brasil ainda).
PNDH-1
Lembra André de Carvalho Ramos que, “por ser pioneiro, o PNDH de 1996 é também denominado
PNDH-1, sendo voltado à garantia de proteção dos direitos civis, com especial foco no combate à
impunidade e à violência policial, adotando, ainda, como meta a adesão brasileira a tratados de
direitos humanos. Além disso, o PNDH-1 inaugurou um processo, depois repetido, de consulta e
debate prévio com a sociedade civil.”
PNDH-2
Valério Mazzuoli (2018, p. 516), ensina que “o programa visou, entre outros, promover a concepção
de direitos humanos como um conjunto de direitos universais, indivisíveis e interdependentes, que
compreendem direitos civis, políticos, sociais, culturais e econômicos; identificar os principais
obstáculos à promoção e defesa dos diretos humanos no país e a proposição de ações
governamentais e não governamentais voltadas para a promoção e defesa desses direitos; difundir o
conceito de direitos humanos como elemento necessário e indispensável para a formulação, execução
e avaliação de políticas públicas”...
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Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos da ONU.
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REVISÃO - META 4
PNDH-3
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REVISÃO - META 4
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