Você está na página 1de 20

1

Alberto Sebastião
Antónia A. Samuge
Jumilda Nayna
Quelvene Namingano
Teresa Baptista

1º Grupo

Teoria da Organização Administrativa


(Licenciatura em Direito)

Universidade Rovuma
Extensão de Lichinga
2020
2

Alberto Sebastião

Antónia A. Samuge

Jumilda Nayna

Quelvene Namingano

Teresa Baptista

Teoria da Organização Administrativa

(Licenciatura em Direito)

Trabalho da cadeira de Direito


Administrativo, a ser entregue no
departamento de ciências
jurídicas para fins avaliativos sob
orientação do dr.‫ ׃‬Guilherme

Universidade Rovuma

Extensão de Liching

2020
3

Índice
1. Objectivo geral:..........................................................................................................4

1.1. Objectivos específicos:.......................................................................................4

2. Teoria geral da organização administrativa...............................................................5

3. Teoria da Personalidade colectiva..............................................................................5

3.1. Pessoa colectiva..................................................................................................6

3.2. Espécies..............................................................................................................6

3.3. Tipos de pessoas colectivas................................................................................7

4. Regime jurídico..........................................................................................................7

5. Órgãos........................................................................................................................9

5.1. Classificação dos órgãos...................................................................................10

5.2. Dos órgãos colegiais em especial.....................................................................12

6. Atribuições e competências......................................................................................14

6.1. Da competência em especial.............................................................................15

6.2. Critérios de delimitação da competência..........................................................15

6.4. Conflitos de Atribuições e de Competência.....................................................17

6.5. Soluções de conflitos de atribuição e conflitos de competência.......................18

7. Bibliografia..............................................................................................................19

8. Conclusão.................................................................................................................20
4

Introdução

O presente trabalho, fala sobre a Teoria da organização Administrativa, onde abordamos


títulos como As pessoas colectivas, Espécies, o Regime jurídico, órgãos, competência,
Atribuições e conflitos. Falar que este tema é um tema com muita relevância no que
tange a Administração Publica pois, actualmente têm visto algumas relações entre os
Entes públicos e os Entes privados e nesta abordagem vai-se falar mais de como se
manifesta a organização da administração pública face estas duas entidades. Neste
trabalho de pesquisa vamos falar também das espécies das pessoas colectivas e viu-se
que temos seis (Espécies de pessoas colectiva) que são o Estado; Os institutos públicos;
As empresas públicas, na modalidade de entidades públicas empresariais; As
associações públicas; As autarquias locais; e As regiões autónomas; não deixando de
tocar o regime jurídico dos mesmos onde viu-se que o regime jurídico das pessoas
públicas não é uniforme isto porque cada Pessoa colectiva tem o seu Estatuto mas o
mesmo se espelha na Lei mãe.

Este tema tem uma relevância para compreensão da seguinte questão: O que é
Administração Publica? Como se manifesta a organização administrativa? E mais outras
questões que muitos de nós tinhas em duvida.

1. Objectivo geral:
 Conhecer a Teoria da Organização Administrativa;
1.1. Objectivos específicos:
 Identificar os aspectos da teoria da organização Administrativa;
 Citar autores que divergem sobre os aspectos da organização Administrativas;
 Definir as pessoas colectivas;
 Classificar os Órgãos e competências;
 Enumerar a distribuição das competências.
5

2. Teoria geral da organização administrativa

A organização administrativa é a maneira em que é estruturada a Administração pública


de um determinado Estado, numa determinada época.

Segundo AMARAL (1941), “organização administrativa é o modo de estruturação


concreta que, em cada época, a lei dá à administração pública de um dado paísˮ.

Na Administração publica a organização tem por unidade básica o serviço


administrativo. Cada serviço forma uma estrutura onde as funções distribuídas por
diversos indivíduos são ordenadas para, mediante a utilização dos meios jurídicos e
materiais adequados, serem prosseguidos com continuidade certo objectivo.
Organização Administrativa é um produto da ordem jurídica e destina-se a actuar em
termos jurídicos. Os serviços têm portanto de ter como suportes, para o efeito das
relações jurídicas, pessoas colectivas. São os órgãos destas que formam o sistema da
Administração Publica. (CAETANO,Pag.176)

Segundo AMARAL (1941) a organização administrativa tem dois elementos


basicamente:

 Pessoas colectivas públicas; e


 Serviços públicos.
3. Teoria da Personalidade colectiva

A personalidade é uma qualidade jurídica, que permite adquirir e exercer direitos e


contrair obrigações, ser, portanto, sujeito de relações jurídica.
Tal qualidade é atribuída pelo Direito, pois constitui um produto da ordem jurídica. Mas
o legislador não precede arbitrariamente. Só certa matéria é personificavel. Essa
matéria, esse substrato, consiste num centro autónomo de interesses que possam ser
realizadas por uma vontade ao seu serviço.
Interesses, vontade eis os dois elementos essenciais para que exista a matéria a que a
ordem jurídica pode atribuir a forma de pessoa.
Nos nossos dias reconhece-se a personalidade a qualquer Homem por se entender que
todo ser racional e voluntários é tutelar de interesse digno de protecção jurídica.
Para demostrar a possibilidade de reconhecer a personalidade aos seres sociais
(Associações e fundações) bastara provar que neles existem interesses colectivos
diferentes dos interesses dos indivíduos que compõem o grupo ou que beneficiam do
6

património e que esses interesses são servidos por uma vontade colectiva
funcionalmente diversa da vontade individual.
Se há centro de interesses colectivos servidos por uma vontade própria há matéria
personifivavel, existe o substrato a que a lei poderá conferir a qualidade jurídica de
pessoa. (CAETANO, Pag. 176 e seguintes)

3.1. Pessoa colectiva

Pessoas Colectivas são entidades destinadas à prossecução de certos fins comuns e as


quais o Direito atribui a qualidade de pessoas jurídicas, ou seja, a capacidade de terem
direitos e obrigações. Podem assumir formas muito diversas, dividindo-se em pessoas
colectivas de Direito privado e de Direito publico.

Segundo as (SIMÃO) pessoas colectivas publicas são entes colectivos criados por
iniciativa publica para assegurar prossecução necessária de interesses públicas,
dispondo de poderes políticos e estando submetido a deveres Públicos.

3.2. Espécies

Segundo o AMARAL (1941) divide as pessoas colectivas e seis (6) categorias que
são:

a) O Estado;
b) Os institutos públicos;
c) As empresas públicas, na modalidade de entidades públicas empresariais;
d) As associações públicas;
e) As autarquias locais; e
f) As regiões autónomas.

Salientar-se que a lista apresentada nesta ordenada segundo o critério da maior


dependência para a menor dependência do Estado: Assim, os institutos públicos e as
empresas públicas são as categorias de pessoas colectivas publicam mais dependentes
do Estado; A seguir vem as associações públicas, bastante mais autónomas; e, depois, as
autarquias locais e as regiões autónomas, que por definição tem maior autonomia face
ao Estado, as segundas mais ainda do que as primeiras (AMARAL, Pag. 756, 1941).
7

3.3. Tipos de pessoas colectivas

Como anteriormente vimos as Espécies das pessoas colectivas, o mesmo autor agrupa as
pessoas colectivas colectivas em três (3) tipos e insere as Espécies no seu devido lugar.

a) As pessoas colectivas de população e território, ou do tipo territorial – onde


se inclui o Estado, as regiões autónomas e as autarquias locais;
b) Pessoas colectivas de tipo institucional – aqui correspondem as diversas
espécies de instituto público que estudamos bem como as empresas Publicas
qualificadas como entidades públicas empresariais;
c) Pessoas colectivas do tipo associativo – aqui correspondem as associações
pública que também analisamos oportunamente.

Nesta divisão não poderíamos deixar de falar do Marcelo Caetano, pois este autor
classifica as pessoas colectivas da mesma maneira mas com uma Nota:

Destas em geral as da alínea a) visam fins múltiplos de uma colectividade


territorial, ao que as outras são criadas para fins especiais. (CAETANO, Pag.
185)

4. Regime jurídico

O regime jurídico das pessoas colectivas públicas não é um regime uniforme, não é
igual para todas elas: depende da legislação aplicável. No caso das autarquias locais,
todas as espécies deste género tem o mesmo regime, definido basicamente na Lei N°.
6/2018. Mas já quanto aos institutos públicos (apesar da existência de uma Lei-Quadro,
como se viu), empresas públicas e associações públicas, o regime varia muitas vezes de
entidade para entidade, conforme a respectiva lei orgânica. Deste modo, quando
pretendemos saber qual é o regime aplicável a uma certa pessoa colectiva publica, não
nos podemos basear apenas nos traços gerais que a doutrina enumera: temos de estudar
concretamente a legislação aplicável a essa pessoa colectiva. (AMARAL, Pag. 757)

Os aspectos predominantes do regime jurídico segundo o AMARAL (1941) são:

Criação e extinção ˗ já vimos que as maiorias das pessoas colectivas publica são
criadas por acto do poder central: mas há casos de criação por iniciativa publica local.
Entretanto, as pessoas colectiva publicas não têm o direito de se dissolver: elas não se
podem extinguir a si próprias, ao contrário do que acontece com as pessoas colectivas
8

privadas. E nem sequer estão sujeitas a falência ou a insolvências: uma pessoa colectiva
publica não pode ser extinta por iniciativa dos respectivos credores, só por decisão
públicas.

Capacidade jurídica de direito privado e património próprio ˗ todas as pessoas


colectivas publicas possuem estas características, cuja importância se salienta
principalmente no desenvolvimento da actividade de gestão privada;

Capacidade de direito público ˗ as pessoas são titulares de poderes e deveres públicas.


Entre eles, assumem especial relevância os poderes de autoridades, aqueles que
denotam supremacia das pessoas colectivas públicas sobre os particulares e,
nomeadamente, consiste no direito que essas pessoas têm de definir a sua própria
conduta ou a conduta alheia em termos obrigatórios para terceiros, independentemente
da vontade destes, oque naturalmente não acontece com as pessoas colectivas privadas.

Autonomia administrativa e finanças ˗ as pessoas colectivas publicas dispõe de


autonomia administrativa e de autonomia financeira, conceito que já são conhecidos;

Isenções fiscais ˗ é um trecho característico e da maior importância.

Direito de celebrar contratos administrativos ˗ as pessoas colectivas privadas não


possuem, em regra, o Direito de fazer contratos administrativos com particulares.

Bens do domínio ˗ as pessoas colectivas publicas são, ou podem ser titulares de bens do
domínio público e não apenas do domínio privado.

Funcionários Públicos ˗ o pessoal das pessoas colectivas publicas esta submetido ao


regime da função publica e não ao contrato individual do trabalho. Isto por via de
regras: já sabemos que os institutos públicos e, principalmente, as empresas publicas
constituem importante excepção a tal principio.

Sujeição a um regime administrativo de responsabilidade ˗ pelos prejuízos que


causarem a outrem, as pessoas colectivas publicas respondem nos termos da legislação
própria do Direito administrativos e não nos termos da responsabilidade regulada pelo
código civil. Isto com a mesmas excepção das empresas publicas.
9

Sujeição a tutela administrativa ˗ a actuação destas pessoas colectivas esta sujeita a


tutela administrativa do Estado.

Sujeição a fiscalização do tribunal de contas ˗ as contas das pessoas colectivas


públicas estão sujeitas a fiscalização dum tribunal de contas.

Foro administrativo ˗ as questões surgidas da actividade publica desta pessoa s


colectiva pertence a competência dos tribunais do contencioso administrativo, e não a
dos tribunais judiciais,

São estes os trechos mais característicos do regime jurídico das pessoas colectivas
públicas no nosso direito.

5. Órgãos

Como se sabe, todas as pessoas colectivas e, portanto, todas as pessoas colectivas


públicas são dirigidas por órgãos. A este cabe tomar decisões em nome da pessoa
colectiva ou, noutra terminologia, manifestar a vontade imputável a pessoas colectivas.
(AMARAL, Pag.759)

A respeito da natureza dos órgãos das pessoas colectivas, debatem-se duas grandes
concepções:

a) A primeira, que foi defendida não campo do Direito Administrativo por


Marcello Caetano, considera que os órgãos são instituições, e não indivíduos;
b) A segunda, que foi designadamente defendida entre nós, por Afonso Queiro e
Marques Guedes, considera que os órgãos são os indivíduos, e não as
instituições.

Para a primeira concepção, os órgãos são instituições, isto é, são centros


institucionalização de poderes funcionais, a exercer pelos indivíduos ou colégios de
indivíduos que neles estejam providos, com o objectivo de expressar a vontade
juridicamente imputável a pessoa colectiva. Os indivíduos é que agem no mundo real
em nome das pessoas colectivas: mas agem como titulares dos órgão destas, pois os
órgãos, são instituições, são centros institucionalizados de poderes funcionais, são
feixes de competências.
10

Para estes autores há, pois, que distinguir muito claramente entre o órgão e o titular dos
órgãos: uma coisa é o órgão, outra o seu titular. O órgão é o centro de poderes
funcionais; o titular é o individuo que exerce esses poderes funcionais em nome da
pessoa colectiva. Portanto, o órgão é uma instituição; o titular do órgão é um individuo.

De acordo com a segunda concepção, o órgão não é o centro de poderes e deveres. O


conjunto de poderes funcionais chama-se competência, não se chama órgão: é a
competência do órgão. Para estes outros autores, o órgão é o individuo.

Porque (dizem), se define órgão como aquele elemento da pessoa colectiva a quem cabe
tomar decisões em nome dela, ou a quem compete manifestar uma vontade imputável a
pessoa colectiva, é evidente que o órgão tem de ser o individuo, porque só os indivíduos
tomam decisões e podem manifestar uma vontade; os centros institucionalizados de
poderes funcionais não tomam decisões; portanto, não são órgão; o órgão e o individuo.

Em resumo: para nos, os órgãos (isto e, das pessoas colectivas publicas que integram a
Administração) da organização administrativa, e como indivíduos para efeitos de teoria
da actividade administrativa. (AMARAL, Pág. 759 a 763)

5.1. Classificação dos órgãos

Classificação dos órgãos das pessoas colectivas públicas segundo o AMARAL (1941).
Aqui vamos referir apenas as mais importantes:

Órgãos singulares ou colegiais ˗ são órgãos «singulares» aqueles que tem apenas um
titular; são «colegiais» os órgãos compostos por dois ou mais titulares.

Órgãos centrais e locais ˗ órgãos «centrais» são aqueles que têm competência sobre
todo o território nacional; órgãos «locais» são os que tem a sua competência limitada a
uma circunscrição administrativa, ou seja, apenas a uma parcela do território nacional;

Órgãos primários, secundários e vicários ˗ órgão «primários» são aquelas que


dispõem de uma competência própria para decidir as matérias que lhes estão confiadas;
órgãos «secundários» são os que apenas dispõem de uma competência delegada; e
órgãos «vicários» são aquelas que só exercem competência por substituição de outros
órgãos.
11

Órgãos representativos e órgãos não representativos ˗ Órgãos «representativos» são


aqueles cujos titulares são livremente designados por eleição. Os restantes são órgão
«não representativos»

Órgãos activos, consultivos e de controlo ˗ Órgãos «activos» são aqueles a quem


compete tomar decisões ou executá-la. Órgãos «consultivos» são aqueles cuja função é
esclarecer os órgãos activos antes de estes tomaram uma decisão, nomeadamente
através da emissão de pareceres. Órgãos «de controlo» são aqueles que tem por missão
fiscalizar a regularidade do funcionamento de outros órgãos.

Órgãos decisórios e executivos ˗ Os órgãos activos, que definimos na alínea anterior,


podem por sua vez classificar-se em decisórios e executivos. São órgãos «decisórios»
aqueles a quem compete tomar decisões. São órgãos «executivos» aqueles a quem
compete executar tais decisões, isto é, pô-las em prática. Dentro dos órgãos decisórios,
costuma reservar-se a designação de órgãos «deliberativos» aos que tenham carácter
colegial;

Órgãos permanentes e temporários ˗ são órgãos «permanente» aqueles que segundo a


lei tem duração indefinida; são órgão «temporários» os que são criados para actuar
apenas durante um certo período (comissões para estudo de um problema, grupo para a
elaboração de um diploma, júris de exames ou concurso públicos, etc);

Órgãos simples e complexos ˗ os órgãos «simples» são os órgãos cuja estrutura é


unitária, a saber, os órgãos singulares (um só titular) e os órgãos colegiais cujos titulares
só podem actuar colectivamente quando reuni9dos em conselho. Os órgãos complexos
são aqueles cuja estrutura é diferenciada, isto é, aqueles que como governo são
constituídos por titulares que exercem também competências próprias a titulo individual
(ministros) e são em regra auxiliados por adjuntos, delegados e substitutos (secretário
do Estado, subsecretários do Estado).

A alegada distinção entre órgãos directos e indirectos ˗ segundo os autores que


preconizam esta classificação, seriam órgãos directos os que actuam em nome próprio,
embora no exercício de um poder ou de uma função alheios. Discordamos, porem, desta
maneira de ver as coisas: primeiro, porque não podemos conceder que haja órgãos que
não actuem em nome da pessoa colectiva a que pertence; depois, porque a sugerida
definição de órgãos indirecto, nos termos em que é proposta, confunde-se com a de
12

órgão delegado, tendo esta expressão a vantagem de ser muito mais clara, além de
cientificamente bem identificada; enfim, porque não aceitamos que pessoas colectivas
possam ser órgãos de outras pessoas colectivas.

5.2. Dos órgãos colegiais em especial

Segundo (NUNES) Um órgão colegial é um grupo composto por vários membros que
em conjunto tomam decisões de gestão em nome de determinada organização que
representam. Num órgão deste tipo, não esta implícita ou explícita qualquer tipo de
hierarquia, pelo que todos os seus membros têm a mesma autoridade e o mesmo poder
de decisão, dai a sua designação. São exemplos de órgãos colegiais as juntas, conselhos,
comités, grupos de trabalho, comissões, entre outros, e pode ser encontradas quer em
instituições públicas quer em instituições privadas.

Os órgãos são colegiais quando tem por titular dois ou mais indivíduos, designados para
em reunião exprimirem a vontade da pessoa colectiva. (CAETANO, Pag.207)

Numerosos termos técnicos são utilizados para identificar as diferentes fazes e


operações em que se decompõe a constituição e o funcionamento dos órgãos
administrativos de tipo colegial, sendo que em vários casos esses termos se prestam a
algumas confusões. Indicamos a seguir os principais termos que cumpre conhecer
(AMARAL, Pag. 767):

Composição e constituição: a composição é o elenco abstracto dos membros que hão-


de fazer parte do órgão colegial, uma vez constituído; A constituição é o acto pelo qual
os membros de um órgão colegial, uma vez designados, se reúnem pela primeira vez e
dão início ao funcionamento desse órgão.

Marcação e convocação de reunião: para os órgãos colegiais possam funcionar, cada


uma das suas reuniões tem de ser marcada e convocada. A marcação é a fixação da data
e hora em que a reunião terá lugar; A convocação é a notificação feita a todos e cada um
dos membros acerca da reunião, o local desta e a respectiva ordem do dia.

Reuniões e sessões: a reunião de um órgão colegial é o encontro dos respectivos


membros para deliberarem sobre matéria da sua competência. As sessões são, pois, os
períodos dentro dos quais podem reunir os órgãos colegiais de funcionamento
intermitente. Tanto as reuniões como as sessões podem ser ordinárias, se se realizam
13

regularmente em datas ou períodos certos, ou extraordinárias, se são convocadas


inesperadamente fora dessas datas ou períodos.

Membros e vogais: os órgãos colegiais são por definição compostos por uma
pluralidade de titulares. Os membros são todos titulares do órgão colegial. Vogais são
apenas os membros que não ocupam uma posição funcional dotada expressamente de
uma denominação apropriada.

Funcionamento, deliberação e votação: os órgãos colegiais, uma vez constituídos,


começam a funcionar, isto é, a desempenhar as funções para que foram criados. O seu
funcionamento realiza-se através de reuniões, e cada reunião começa quando é
declarada aberta pelo presidente e termina quando por ele é declarada encerada. Mas a
parte essencial é a deliberativa, isto é, aquela em que o órgão colegial é chamado a
tomar decisões em nome da pessoa colectiva a que pertence. O processo jurídico mais
frequente pelo qual os órgãos colegiais deliberam chama-se votação, que permite apurar
a vontade colectiva pela contagem das vontades individuais dos membros.

Quórum: significa o número mínimo de membros de um órgão colegial que a lei exige
para que ele possa funcionar regularmente ou deliberar validamente.

Modos de votação: há variados modos de votação utilizáveis nos órgãos colegiais. A


votação pública, em que todos presentes ficam a saber o sentido do voto de cada um,
pode ser por levantados e sentados, por braços erguidos ou caídos, dor divisão, ou ainda
por método electrónico. A votação secreta, ou escrutínio secreto, em que o sentido do
voto de cada um não se toma conhecido dos demais, pode ser por listas, por esferas, ou
também por método electrónico.

Maioria: a lei exige normalmente, para se poder considerar ter sido tomada uma
decisão, que nesse sentido tenha votado a maioria. A maioria é habitualmente definida
como metade dos votos e mais um; esta definição é, porem, incorrecta, pois não se
ajusta às hipóteses em que o número global de votos seja impar. Deve por isso definir-se
maioria como sendo mais de metade dos votos.

Voto de desempate e voto de qualidade: a forma mais usual que a lei utiliza para
resolver o impasse criado por uma votação empatada consiste na atribuição ao
14

presidente do órgão colegial do direito de fazer um voto de desempate ou um voto de


qualidade.

Adopção e aprovação: os órgãos colegiais deliberam sobre propostas ou projectos que


lhes são apresentados. Se a votação é favorável a uma certa proposta ou projecto, diz˗se
destes que foram adoptados ou aprovados pelo órgão colegial; A primeira é uma
formalidade do processo deliberativo interno de um órgão colegial, a segunda é um tipo
de acto normativo externo, susceptível de ser praticado por quaisquer órgãos da
administração, singulares ou colegiais.

Decisão e deliberação: há quem distinga estes dois termos entendendo que decisões são
as resoluções dos órgãos singulares e deliberações, as dos órgãos colegiais. Quer-nos
parecer, porem, que é mais correcto admitir que todo o acto administrativo é uma
decisão, sendo a deliberação o processo específico usado nos órgãos colegiais para
tomar decisões.

Actos e actas: os órgãos colegiais da Administração publica tomam decisões que


configuram actos jurídicos. Os actos são as decisões tomadas; As actas são as narrativas
das reuniões efectuadas, onde se menciona não só as decisões tomadas mas tudo o mais
que tiver ocorrido em reunião.

Dissolução e demissão: há quem entenda que a dissolução é o acto que poe termo
colectivamente ao mandato dos titulares de um órgão colegial, sendo a demissão o acto
que faz cessar as funções de um órgão singular. Mas não é bem assim. Só há dissolução
quanto a órgãos colegiais designados por eleição; se os titulares do órgão colegial são
nomeados, o acto que poe termo colectivamente as suas funções é uma demissão.

6. Atribuições e competências

As pessoas colectivas existem para prosseguir determinados fins. Os fins das pessoas
colectivas públicas chamam-se atribuições.

Atribuições são os fins ou interesses que a lei incumbe as pessoas colectivas publicas
de prosseguir.

Para o fazerem, as pessoas colectivas publicas precisam de poderes são chamados


poderes funcionais. Ao conjunto dos poderes funcionais chamamos competências.
15

Competência é o conjunto de poderes funcionais que a lei confere para a prossecução


das atribuições das pessoas colectivas publicas. (AMARAL, Pag. 776)

Em princípio a maioria dos casos, nas pessoas colectivas publicas as atribuições


referem-se à pessoa colectiva em si mesma, enquanto a competência se reporta aos
órgãos.

A Lei especificara, portanto, as atribuições de cada pessoa colectiva e, noutro plano, a


competência de cada órgão.

As atribuições e competências limitam-se, assim, reciprocamente uma às outras:


nenhum órgão administrativo pode exercer a sua competência fora das atribuições da
pessoa colectiva em que se integra. (AMARAL, Pag. 777)

6.1. Da competência em especial

Importa agora examinar mais detidamente a competência.

O primeiro principio que cumpre sublinhar desde já é o de que a competência só pode se


conferida, delimitada o retirada pela lei: é sempre a lei (ou regulamento) que fixa a
competência dos órgãos da Administração Publica. (AMARAL, Pag.780)

Deste princípio decorem alguns corolários da maior importância:

A competência não se presume: isto quer dizer que só há competência quando a lei
inequivocamente a confere a um dado órgão. Esta regra tem a excepção da figura da
competência implícita, adiante referida;

A competência é imodificável: nem a Administração nem os particulares podem alterar


o conteúdo ou a repartição da competência estabelecida por lei;

A competência é irrenunciável e inalienável: os órgãos administrativos não podem


em caso algum praticar actos pelos quais renunciem aos seus poderes ou os transmitam
para outros órgãos da Administração ou para entidades privadas. (AMARAL, Pag. 781)

6.2. Critérios de delimitação da competência

A distribuição de competências pelos vários órgãos de uma pessoa colectiva publica


segundo o AMARAL (1941):
16

1. Em razão da matéria: quando a lei diz, por exemplo, que à Assembleia


Municipal incumbe fazer regulamentos e ao Presidente do Município celebrar
contratos, esta é uma delimitação da competência em razão da maioria.
2. Em razão da hierarquia: quando, numa hierarquia, a lei efectua uma repartição
vertical de poderes, conferindo alguns ao superior e outros aos subalternos,
estamos perante uma delimitação da competência em razão da hierarquia.
3. Em razão do território: a repartição de poderes entre órgãos centrais e órgãos
locais, ou a distribuição de poderes por órgãos locais diferentes em função das
respectivas áreas ou circunscrições, é uma delimitação da competência em razão
do território.
4. Em razão do tempo: em princípio, só há competência administrativa em
relação ao presente: a competência não pode ser exercida nem em relação ao
passado, nem em relação ao futuro.
6.3. Espécies de competência

As principais classificações de Competência que interessa conhecer segundo o


(AMARAL) são as seguintes:

Quanto ao modo de atribuição legal da competência: segundo este critério a


competência pode ser explícita ou implícita. Explicita quando a lei confere por forma
clara e directa; Enquanto que a Implícita quando apenas é deduzida a outras
determinações legais ou de certos princípios gerais do Direito publico.

Quanto aos termos do exercício da competência: a competência pode ser


condicionada ou livre, conforme o seu exercício esteja ou não dependente de limitações
específicas impostas por lei ou ao abrigo da lei.

Quanto à substância e efeitos da competência: à luz deste terceiro critério, fala-se


habitualmente em competência dispositiva e em competência revogatória. A
competência dispositiva é o poder de emanar um dado acto administrativo sobre uma
determinada matéria; a competência revogatória é o poder de revogar esse primeiro
acto, com ou sem possibilidade de o substituir por outro diferente.

Quanto a titularidade dos poderes exercidos: se os poderes exercidos por um por um


órgão da administração são poderes cuja titularidade pertence nesse mesmo órgão, diz-
se que a sua competência é uma competência própria; se, diferentemente, o órgão
17

administrativo exerce nos termos da lei uma parte da competência de outro órgão, cujo
exercício lhe foi transferido por delegação ou por concessão, dir˗se˗à que essa é uma
competência delegada ou uma competência concedida.

Quanto ao número de órgãos a que a competência pertence: quando a competência


pertence a um único órgão, que a exerce sozinho, temos uma competência singular; a
competência conjunta é a pertence simultaneamente a dois ou mais órgãos diferentes,
tendo de ser exercida por todos eles em acto único.

Quanto a inserção da competência nas relações interorgânicas: sob esta óptica, a


competência pode ser «dependente» ou «independente», conforme o órgão seu titular
esteja ou não integrado numa hierarquia e, por consequência, se ache ou não sujeito ao
poder direcção de outro órgão e ao correspondente dever de obediência. Dentro da
competência dependente há a considerar os casos de competência comuns e
competência próprias: diz-se que há «competências comuns» quando tanto o superior
como o subalterno podem tomar decisões sobre o mesmo assunto, valendo como
vontade da Administração aquela que primeiro for manifestada (ficando assim
prevenida a jurisdição); e há «competência própria», pelo contrário, quando o poder de
praticar um certo acto administrativo é atribuído directamente por lei ao órgão
subalterno.

6.4. Conflitos de Atribuições e de Competência

Na prática da vida administrativa ocorrem, não poucas vezes, conflitos de atribuições e


conflitos de competência, isto é, disputa ou litígio entre órgão da Administração acerca
das atribuições ou competências que lhes cabe prosseguir ou exercer. E esses conflitos
podem ser positivos ou negativos.

Assim, diz-se que há um conflito positivo quando dois ou mais órgãos da


Administração reivindicam para si a prossecução da mesma atribuição ou o exercício da
mesma competência; e que há conflito negativo quando dois ou mais órgão consideram
simultaneamente que lhes faltam as atribuições ou a competência para decidir um dado
caso concreto.

Por outro lado, entende-se por conflito de competência aquele que se traduz numa
disputa acerca da existência ou do exercício de um determinado poder funcional; e por
18

conflito de atribuições aquele em que a disputa versa sobre a existência ou a


prossecução de determinado interesse publico.

Refira-se ainda que é costume falar em conflito de jurisdição quando o litígio opõe
órgãos administrativos e órgão judiciais, ou órgãos administrativos e órgãos
legislativos, isto é, quando o conflito se reporta ao princípio da separação dos poderes.

6.5. Soluções de conflitos de atribuição e conflitos de competência

Se envolverem órgãos de pessoas colectivas diferentes os conflitos são resolvidos no


tribunal administrativo, em processo impugnatória que segue os termos da acção
especial.

Se envolverem órgãos de ministérios diferentes na falta de acordo os conflitos são


resolvidos pelo Primeiro Ministério, porque é a ele que constitucionalmente compete
assegurar a coordenação interministerial.

Se envolverem órgãos do mesmo ministério ou pessoas colectivas autonomia sujeitas ao


poder de superintendências do ministro, na falta de acordo os conflitos são resolvidos
pelo respectivo ministro.

Em fim, se os conflitos envolverem órgãos subalternos integrados na mesma hierarquia,


serão resolvidos pelo seu comum superior de menos categoria hierárquica. (AMARAL,
Pag. 788, 789)
19

7. Bibliografia

AMARAL, Diogo Freitas do. Curso de Direito Administrativo. 3ª edição., 5ª


reimpressão. Coimbra. Edições Almedina, SA. 1941

CAETANO, Marcello. Manual de Direito Administrativo. 10ª edição. Coimbra. Livraria


Almedina. 1980

MUMES, Paulo. Órgãos Colegiais. https://kmoow.net> … >Gestão órgão colegial ˗


knoow

Visitado 15 de Marco de 2020 as 10 horas

SIMAO. https://www.google.com/url?
sa=t&source=web&rct=j&url=https://www.direitosedeveres.pt/q/vida˗pessoal˗colectiva
s/quais˗as˗diferencas˗entre˗as˗pessoas˗colectivas˗publicas˗e˗privadas&ved=zahUEwjav
vkkiproAhuPxYUKwu9B5EQFjAIegQIDhAL&usg=AOvVaaw187z05LEgpEU5sPqf3

Visistado em 15 de Marco de 2020 as 08 horas


20

8. Conclusão

Em fim, o presente Trabalho foi concluído sem nenhuma dificuldade visto que tivemos
facilidade na pesquisa uma vez que as obras estavam disponibilizadas nas bibliotecas.
Como nos referimos a prior, Este trabalho tem como abordagem A Teoria da
Organização Administrativa e neste tema tivemos o privilégio de falar sobre a
Administração Publica e como ela se manifesta nas Pessoas colectivas públicas e
Privadas. Falamos também dos órgãos (espécies e tipos), competências (tipos,
atribuições e conflitos).

Este trabalho contribuirá para que saibamos como é que os entes públicos e privados são
compostos e como se manifestam face aos particulares. De certeza que muitos de nós
tínhamos dificuldade de compreender a cerca da Organização Administrativa mas com
este trabalho pode-se preencher as lacunas que tínhamos sobre este Tema que tem uma
relevância enorme para sociedade actual.

Você também pode gostar