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Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais - FIEMG

Comandos elétricos

Belo Horizonte
2009

1
Presidente da FIEMG
Robson Braga de Andrade

Gestor do SENAI
Petrônio Machado Zica

Diretor Regional do SENAI e

Superintendente de Conhecimento e Tecnologia


Alexandre Magno Leão dos Santos

Gerente de Educação e Tecnologia


Edmar Fernando de Alcântara

Gerente de Tecnológica Industrial


José Eustáquio Drumond

Elaboração
Eustáquio Damasceno Pereira
Ronaldo José de Oliveira

Unidade Operacional

CETEM – Centro de Excelência em Tecnologia e Manufatura “Maria Madalena”

CETEL – Centro Tecnológico de Eletrônica “César Rodrigues”

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Sumário

APRESENTAÇÃO................................................................... Erro! Indicador não definido.

1. DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO E CONTROLE .......................................................... 7


1.1 Introdução aos dispositivos ................................................................................ 7
1.2 Fusíveis ................................................................................................................ 7
1.3 Disjuntor ............................................................................................................ 22
1.4 Disjuntor motor ................................................................................................. 29
1.5 Dispositivos diferenciais residuais .................................................................... 32
1.6 Relé Térmico de Sobrecarga ............................................................................. 37
1.7 Contatores.......................................................................................................... 45
1.8 Botões de comando ............................................................................................ 56
1.9 Relé de Tempo .................................................................................................... 63
1.10 Chave Auxiliar Tipo Fim de Curso .................................................................. 69
1.11 Sensores ........................................................................................................... 75
1.12 Motor de Indução Trifásico ............................................................................. 83
1.13 Transformadores Para Comandos Elétricos ................................................... 92
1.14 Chaves Seccionadoras ................................................................................... 100
1.15 Sinalização ..................................................................................................... 108
1.16 Terminais ....................................................................................................... 112
1.17 Bornes de conexão ......................................................................................... 116
1.18 Soft-Starter ..................................................................................................... 123
1.19 Inversores de Freqüência .............................................................................. 138

2. NOÇÕES DE SEGURANÇA EM ELETRICIDADE .................................................. 152


2.1 Introdução........................................................................................................ 152
2.2 Choque elétrico ................................................................................................ 152
2.3 Medidas de Segurança Contra o Risco Elétrico.............................................. 157

3. ESQUEMAS ELÉTRICOS ........................................................................................... 162


3.1 Redes de alimentação ...................................................................................... 162
3.2 Tipos de esquemas elétricos ............................................................................ 164
3.3 Interligação das bobinas do motor trifásico de indução ................................. 167
3.4 Sistemas de partidas para motores de indução trifásicos ............................... 171

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................196

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Prefácio

“Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do


conhecimento”.
Peter Drucker

O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os


perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção,
coleta, disseminação e uso da informação.

O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país, sabe disso, e


consciente do seu papel formativo, educa o trabalhador sob a égide do conceito da
competência:

“formar o profissional com responsabilidade no processo


produtivo, com iniciativa na resolução de problemas, com
conhecimentos técnicos aprofundados, flexibilidade e
criatividade, empreendedorismo e consciência da necessidade de
educação continuada.”

Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento, na sua área tecnológica,


amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se faz necessária.
Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia, da conexão de
suas escolas à rede mundial de informações – internet - é tão importante quanto
zelar pela produção de material didático.

Isto porque, nos embates diários, instrutores e alunos, nas diversas oficinas e
laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais
didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos.

O SENAI deseja, por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua
curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre os
diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada !

Gerência de Educação Profissional

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Apresentação

Comandos elétricos são circuitos que utilizam dispositivos elétricos destinados


a comandar e controlar o funcionamento de sistemas elétricos, tais dispositivos tem
funções definidas para proteção, controle, sinalização, conexão, comutação,
temporização,etc.

Os dispositivos usados em acionamentos elétricos industriais são


dimensionados de acordo com as características elétricas das cargas que irão
acionar. O bom desempenho destes dispositivos depende de uma série de fatores,
como: condições ambientais, procedência de fabricação, tempo de uso e
principalmente de sua correta instalação e manutenção.

O técnico deve estar seguro, e ser eficaz ao fazer montagens e manutenções


nos sistemas elétricos, principalmente quando se trata da substituição de
dispositivos que compõe os circuitos, onde se torna necessário estar atento quanto
às características dos componentes, para garantir a eficácia no funcionamento
desses sistemas. Para que a montagem e manutenção dos sistemas elétricos sejam
eficazes, é necessário que o técnico conheça as principais características dos
componentes dos circuitos.

Este recurso didático tem como objetivo fornecer informações tecnológicas


sobre os principais dispositivos usados nos sistemas elétricos industriais, onde,
eletricistas e técnicos possam interpretar diagramas, especificar dispositivos, montar
e dar manutenção nos circuitos elétricos.

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1. Dispositivos de Proteção e Controle

1.1 Introdução aos dispositivos

Os equipamentos e máquinas industriais, como por exemplo: tornos,


impressoras, prensas, guilhotinas entre outros, dependem fundamentalmente da
eletricidade para seu funcionamento. A maior parte desses equipamentos e
máquinas é controlada por dispositivos de comando para sua correta partida,
parada, controle, proteção, etc.
Os dispositivos de comando elétrico são desenvolvidos para proporcionar
novas tecnologias aos equipamentos com foco principalmente em automatizar os
processos de produção, por isso, os dispositivos de comando empregados em
circuitos de baixa tensão, são dos tipos mais variados e com características de
funcionamento bem distintas, dependendo das funções especificas que cada
dispositivo efetua no circuito.
Todo circuito elétrico deve possuir proteções a fim de se evitar danos às
instalações, aos equipamentos e riscos de acidentes pessoais. Neste capítulo serão
analisados os dispositivos utilizados para cada necessidade e o método mais
adequado para escolha certa em cada situação. Através da análise de curvas de
atuações desses dispositivos, da potência instalada e da ação seletiva entre eles, é
possível coordenar as proteções entre si, garantindo o máximo de segurança às
instalações e usuários.

1.2 Fusíveis

São dispositivos usados nas instalações elétricas, cuja função é Interromper o


fluxo de corrente elétrica toda vez que esta corrente for excessiva e puder causar
danos ao sistema.
A figura a seguir apresenta alguns tipos de fusíveis.

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Figura 1.1: Tipos de fusíveis.

1.2.1 Simbologia

Figura 1.2: Simbologia do fusível.


Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. NBR 5444/1989.

1.2.2 Aplicação

Os fusíveis são aplicados em toda e qualquer instalação elétrica e no Brasil, a


ABNT normatiza sua utilização. Em geral os fusíveis são utilizados em aparelhos
eletrônicos, residências, automóveis e indústrias etc. Eles protegem os circuitos
contra os efeitos de curto-circuito ou sobrecargas que podem, em algumas
situações, provocar incêndios e explosões.

1.2.3 Constituição

O fusível é constituído basicamente por: Contatos, corpo isolante, elo de


fusão e indicador de queima.

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Figura 1.3: Partes componentes do fusível.
Fonte: SENAI-MG. 1999. p.13, 122.

Contatos

Servem para fazer a conexão dos fusíveis com os componentes das


instalações elétricas. São feitos de latão ou cobre prateado, para evitar oxidação e
mau contato.

Corpo Isolante

É feito de material isolante de boa resistência mecânica, que não absorve


umidade, geralmente de cerâmica, porcelana ou esteatita. Dentro do corpo isolante
se aloja o elo fusível e, em alguns casos, um elo indicador de queima, imerso em
material granulado extintor - areia de quartzo - de granulometria adequada.

Elo de Fusão

Material condutor de corrente elétrica com baixo ponto de fusão. É feito em


forma de fios ou lâminas.
 Tipos de Elos de Fusão

a) Em forma de fio

Figura 1.4: A fusão pode ocorrer em qualquer ponto do elo (fio).

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b) Em forma de lâmina

Figura 1.5: Elo fusível com seção constante - a fusão pode ocorrer em qualquer ponto do elo.

Figura1.6: Elo fusível com seção reduzida normal - a fusão sempre ocorre na parte onde a seção é
reduzida.

Figura 1.7: Elo fusível com seção reduzida por janelas - a fusão sempre ocorre na parte entre as
janelas de maior seção.

Figura 1.8: Elo fusível com seção reduzida por janelas e um acréscimo de massa no centro - a fusão
ocorre sempre entre as janelas.

Elo indicador de queima (espoleta)

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Facilita a identificação da queima de um fusível, pois se desprende em caso de
queima.
É constituído de um fio muito fino, que está ligado em paralelo com o elo fusível.
No caso de fusão do elo fusível, o fio do indicador de queima não suportará a
corrente e também se fundirá, provocando o desprendimento da espoleta. (Figura
1.9)

Figura 1.9: Elo indicador de queima do fusível.


Fonte: SENAI-MG.1999. p.13.

1.2.4 Características dos fusíveis quanto ao tipo de ação

Fusíveis de ação rápida ou normal

Neste caso a fusão do elo ocorre logo após receber uma sobrecarga ou curto
circuito. São próprios para proteger circuitos com cargas resistivas, como lâmpadas
incandescentes e resistores em geral.

Fusíveis de ação ultra-rápida

Neste caso, a fusão do elo é imediata, quando recebe uma sobrecarga ou curto-
circuito mesmo sendo de curta duração. São próprios para proteger circuitos
eletrônicos, pois os semicondutores são muito sensíveis e precisam ser protegidos
contra sobrecargas, mesmo de curta duração.

Fusíveis de ação retardada

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A fusão do elo só acontece quando houver sobrecargas de longa duração ou
curto-circuito. São próprios para proteger circuitos com cargas indutivas e/ou
capacitivas, como motores, transformadores, capacitores e indutores em geral.

1.2.5 Características elétricas dos fusíveis

Corrente nominal (In)

A principal característica de um fusível é a sua corrente nominal. É o valor da


máxima corrente que o fusível suporta em regime contínuo, sem se queimar.
Correntes maiores que a nominal irão provocar a ruptura do elo fusível após algum
tempo e esta relação, tempo x corrente de ruptura é a curva característica do
fusível. O valor de corrente vem impresso no corpo do componente. Há porém,
fusíveis nos quais a corrente nominal vem identificada por código de cores; ver
tabela 1 no final deste capítulo.

Tensão Nominal (Un)

É o valor da máxima tensão de isolamento do corpo isolante do fusível.

Resistência de Contato

A resistência de contato entre a base e o fusível pode causar aquecimento,


podendo até causar a queima do fusível.

Capacidade de Ruptura

É a capacidade que um fusível possui de proteger com segurança um circuito,


fundindo apenas seu elo de fusão, não permitindo que a corrente elétrica continue a
circular. Seu valor é dado em kA (quilo Ampere). Veja figura 1.10.

Característica Tempo x Corrente

Esta característica é representada em diagrama tempo x corrente em escala


logarítmica. A curva característica tempo de fusão x corrente desenvolve-se a partir

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da corrente mínima de fusão que seria capaz de fundir o elemento. A figura a
seguir demonstra um exemplo de leitura para fusível rápido, num diagrama de
característica tempo de fusão x Corrente.

Figura 1.10: Curvas características Tempo x Corrente de fusíveis rápidos.


Fonte: SENAI-MG. 1999. p. 20.

O perfil da curva característica depende principalmente da dissipação de calor


no elemento fusível. Na norma VDE 0636 estão definidas faixas de tempo e de
corrente dentro das quais essas curvas devem se situar.
Analisando a Figura 1.11, um fusível de 10A, não se funde com a corrente de
16A, pois a reta vertical que correspondente a 10A não cruza a curva
correspondente do fusível. Com uma corrente de 30A o fusível se fundirá em
aproximadamente 18 segundos.

Influência da temperatura ambiente

Nos catálogos estão representadas as características tempos de fusão x


corrente médias levantadas à temperatura ambiente de 20º (mais ou menos 5º).

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Alguns tipos de fusíveis sofrem uma influência desprezível com a
temperatura, em uma margem bem grande de variação desta.

Figura 1.11: Curvas características Tempo x Corrente de fusíveis retardados.


Fonte: <http://www.fusivel.com.br/4-38-weg>. Acesso em: 25 maio 2007.

Substituição

Quando houver a queima de um fusível, em nenhuma hipótese deverá haver


o recondicionamento do mesmo, devendo ser substituído por outro de mesma
capacidade de corrente e características.

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Dimensionamento

É a escolha de um fusível adequado para fazer proteção de um determinado


circuito. A escolha do fusível deve ser feita de tal modo que uma anormalidade
elétrica fique restrita a um setor, sem atingir as demais partes do mesmo.
Para dimensionar um fusível é necessário levar em consideração as seguintes
grandezas elétricas:
a) Corrente nominal do circuito.
b) Corrente de curto-circuito.
c) Tensão nominal.

1.2.6 Sistemas de segurança Diazed e NH

Existem diversos tipos de fusíveis usados para proteção dos circuitos elétricos
(cartucho, Diazed, de vidro, NH e outros). Dar-se-á ênfase ao estudo dos fusíveis
Diazed e NH, por serem os sistemas de proteções mais utilizados nas áreas
industriais.

Segurança Diazed

A segurança Diazed é composta de um conjunto de componentes, onde se


encontra alojado o fusível. Este conjunto é composto de base, parafuso de ajuste,
fusível, tampa, anel de proteção e cobertura da base. Veja a próxima Figura.

Figura 1.12: Segurança Diazed.

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 Base

Elemento de porcelana que reúne e sustenta as demais partes da segurança


Diazed. Comporta um corpo metálico roscado interna e externamente, ligado a um
dos bornes. O outro borne está isolado do primeiro, e é ligado ao parafuso de ajuste.
Estas bases podem ser fornecidas com dispositivo de fixação rápida, para
montagem sobre trilho, conforme apresentado na Figura 1.13.

Figura 1.13: Base do sistema de Segurança Diazed.

 Cobertura da Base

É um elemento de baquelite ou porcelana, cuja função é alojar a base aberta,


não permitindo que nenhuma parte sob tensão fique exposta. São fornecidas para
bases de até 63ª, conforme Figura 1.14.

Figura 1.14: Cobertura da base

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 Parafuso de Ajuste

É um elemento feito de porcelana, com um parafuso metálico na parte


posterior, para ser introduzido na base. Na parte anterior, possui um rebaixo, cujo
diâmetro não permite a colocação de fusível de maior capacidade de corrente. Existe
um código de cores padronizado para identificar a corrente nominal do parafuso de
ajuste, ver Tabela 1 no final deste capítulo.

Figura 1.15: Parafuso de ajuste.

 Chave para parafuso de ajuste

Serve para fixar os parafusos de ajuste à base das seguranças Diazed.

Figura 1.16: a) Chave para parafuso de ajuste – b) Forma de encaixe da chave ao parafuso.

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 Tampa

Peça constituída em porcelana com casquilho metálico, que tem a função de


alojar o fusível permitindo a troca do mesmo, em caso de queima, com a instalação
sob tensão Possui tamanhos D II - rosca E27 e D III - rosca E33. O tamanho D II é
para fusíveis até 25A e tamanho D III para fusíveis até 63A.

Figura 1.17: Tampa.

 Anel de Proteção

É um elemento fabricado em porcelana ou plástico roscado internamente. Sua


função é isolar a rosca metálica da base com relação ao painel e evitar possíveis
choques acidentais. Possui tamanho e rosca igual à tampa. (Figura 1.18).

Figura 1.18: Anel de proteção.

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 Fusível

É a peça de maior importância no sistema. Possui um corpo de porcelana ou


esteatite, que tem ótima resistência mecânica e uma excelente rigidez dielétrica,
onde estão impressas suas características elétricas. A Tabela 1, no final deste
capítulo, mostra o código de cores padronizado para cada valor de corrente nominal.
As cores estão numa espoleta indicadora de queima que se encontra presa pelo elo
indicador de queima. (Figura 1.19)

Figura 1.19: Fusível diazed.

Dispositivo de segurança NH
A segurança NH é composta de fusível, base e punho, isolados para tensões
até 500Vca ou 600Vca.

Figura 1.20: Segurança NH.

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 Fusível

A segurança NH reúne as características de fusível retardado para correntes


de sobrecarga e fusível rápido para correntes de curto circuito. Possui corpo de
porcelana, onde estão impressas suas características elétricas, conforme
apresentado na Figura 1.21.

Figura 1.21: Fusível NH.

 Base

Possui contatos especiais prateados que garantem contato perfeito e alta


durabilidade. Uma vez retirado o fusível, a base constitui uma separação visível das
fases, tornando dispensáveis, em muitos casos, a utilização de um seccionador
adicional. A base é construída de esteatite, plástico ou termofixo, possuindo meios
de fixação a quadros ou placas. A pressão das garras é garantida por molas de aço.
Veja na Figura 1.22.

Figura 1.22: Base de segurança NH.

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 Punho

Também denominado saca Fusível, destina-se à montagem ou substituição


de fusíveis NH de suas respectivas bases, mesmo estando a instalação sob tensão.
(Figura 1.23).

Figura 1.23: Utilização do punho em montagem ou substituição de fusíveis NH.

Tabelas de correntes:

Corrente nominal (A) Para bases


Código de Cor

2 Rosa

4 Marrom

6 Verde
Rosca
10 Vermelho
E27
16 Cinza

20 Azul

25 Amarelo

21
35 Preto
Rosca
50 Branco
E33
63 Cobre

Tabela 1: Capacidade de corrente e código de cores para fusível Diazed.


Fonte: <http:www.siemens.com.br/fusiveis>. Acesso em: 25 maio 2007.

Corrente
Tamanho Tamanho Corrente Nominal (A)
Nominal (A)
6 40
10 50
16 63
20 80
25 100
000 32 125
40 1 160
50 200
63 224
80 250
100
125
00
160

Tabela 2: Capacidade de corrente para fusível NH.


Fonte: <http:www.siemens.com.br/fusiveis>. Acesso em: 25 maio 2007.

1.3 Disjuntor

1.3.1 Definição
É um equipamento de comando e proteção de circuitos elétricos, cuja
finalidade é conduzir continuamente a corrente de carga sob condições nominais e
interromper correntes anormais de sobrecarga e de curto circuito. (Figura 1.24)

22
Figura 1.24: Mini disjuntores.
Fonte: <http://www.ge.com.br/mini_dr>. Acesso em: 01 jun. 2007.

Por definição do Dicionário Brasileiro de Eletricidade (ABNT) tem-se:


Dispositivo de manobra - Dispositivo elétrico destinado a estabelecer ou interromper
corrente, em um ou mais circuitos elétricos.

O Disjuntor unipolar (monopolar) é constituído por um único pólo e o disjuntor


multipolar (bipolar ou tripolar) é constituído por dois ou mais pólos ligados
mecanicamente entre si de modo a atuarem em conjunto.
Os valores nominais de corrente do disjuntor são impressos externamente em
sua carcaça, seja em alto-relevo, seja na forma de uma placa. Esses valores são
obtidos segundo as normas de ensaio que se aplicam ao dispositivo, na forma
individual, ou seja; é ensaiado uma unidade de disjuntor, seja unipolar ou multipolar,
perante condições de temperatura e altitude estabelecidas em norma.
Os disjuntores são normalmente dotados de relés de sobrecarga e de curto-
circuito, cada um tendo a sua curva característica, que devem ser adequadamente
coordenadas entre si.

23
1.3.2 Constituição

Na Figura 1.25 pode-se observar a constituição interna de um disjuntor


monopolar.

Figura 1.25: Constituição interna disjuntor monopolar.


Fonte: <http://www.ge.com.br/mini_dr>. Acesso em: 01 jun. 2007.

Descrição das partes internas

1) Proteção externa termoplástica – protege os elementos internos do disjuntor;


2) Terminal superior – terminal de conexão ao circuito externo;
3) Câmara de extinção de arco – extinguir e dissipar o calor gerado durante a
comutação do disjuntor.
4) Bobina – responsável pelo disparo instantâneo (magnético)
5) Alavanca (0 – desligado –verde visível e 1 ligado – vermelho visível);
6 e 7, respectivamente contato fixo e contato móvel – quando apoiados um ao
outro, permite circular corrente no circuito.

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8) Guia para o arco – sob condições de falha o contato móvel se afasta do
contato fixo e o arco resultante é guiado para a câmara de extinção evitando
danos ao bimetal em casos de altas correntes (curto-circuito);
9) Bimetal – é responsável pelo disparo do dispositivo por sobrecarga térmica;
10) Terminal inferior – terminal de conexão ao circuito externo;
11) Clip – dispositivo para fixação em trilho DIN.

1.3.3 Princípio de funcionamento

Analise a Figura abaixo:

Figura 1.26: Princípio de funcionamento do disjuntor.


Fonte: <www.mspc.eng.br/elemag>. Acesso em: 18 jun. 2007.

Entre os bornes 1 e 2, a corrente passa pela resistência de baixo valor R (que


está próxima da lâmina bimetálica B), pela bobina do eletroímã E e pelo par de
contatos C. Este tende a abrir pela ação da mola M2 mas o braço atuador A impede
com ajuda da mola M1. A corrente nominal que produz ação térmica sobre o bimetal
varia aproximadamente na mesma proporção em que varia a corrente nominal do
condutor com a temperatura. O eletroímã E é dimensionado para atrair a
extremidade do atuador A, somente em caso de corrente muito alta (curto circuito) e,
nesta situação, A irá girar no sentido indicado, liberando a abertura do par de
contatos C pela ação de M2. A intensidade magnética capaz de acionar o atuador é
proporcional ao número de espiras da bobina e da intensidade da corrente elétrica.

25
De forma similar, R e o bimetal B são dimensionados para que este último não
toque a extremidade de A dentro da corrente nominal do disjuntor. Acima desta, o
aquecimento do bimetal o levará a tocar o atuador A, interrompendo o circuito de
forma idêntica à do eletroímã.

Disjuntor magnético

A ação magnética funciona conforme descrito acima e na ocorrência de


curtos-circuitos. (Figura 1.27a)

Disjuntor térmico

Conforme analisado anteriormente, o disjuntor térmico protege os


condutores contra as sobrecargas. (Figura 1.27b)

Disjuntor termomagnético

Denominação dada aos disjuntores que combinam ambas as formas de


proteção. (Figura 1.27c).

Os três símbolos da figura 1.27 referem-se a disjuntores monofásicos. A


manobra através de um disjuntor é feita manualmente – geralmente por meio da
alavanca – ou pela ação de seus relés de sobrecarga (bimetálico) e de curto-cicuito
(eletromagnético).

Figura 1.27: Simbologia – disjuntor monopolar.

26
Observa-se nesse ponto que os relés não desligam o circuito: eles apenas
induzem ao desligamento, atuando sobre o mecanismo de molas, que aciona os
contatos principais. É válido mencionar que para disjuntor de elevadas correntes
nominais, os relés de sobre-correntes são constituídos por transformadores de
corrente e módulo eletrônico que irá realizar a atuação do disjuntor por correntes de
sobrecargas, correntes de curto-circuito com disparo temporizado e instantâneo e
até disparo por corrente de falha à terra.

1.3.4 Aplicação

Cada aplicação requer um tipo específico de disjuntor para manobra e


proteção. Os disjuntores possuem curvas características classificadas, por exemplo
em curva B e C. Observe as Figuras abaixo.

Figura 1.28: Curvas características de disjuntores.


Fonte: <http://www.siemens.com.br/conceito_teoria>. Acesso em: 11 abr. 2007.

A curva B refere-se a disjuntores destinados à proteção de condutores e a


curva C destina-se à proteção de cargas em geral.

27
1.3.5 Características comparativas de fusível x disjuntor

Disjuntor e fusível exercem basicamente a mesma função: ambos têm como


maior e mais difícil tarefa, interromper a circulação da corrente de curto-circuito,
mediante a extinção do arco que se forma. Esse arco se estabelece entre as peças
de contato do disjuntor ou entre as extremidades internas do elemento fusível. Em
ambos os casos, a elevada temperatura que se faz presente leva a uma situação de
risco que pode assim caracterizar-se:

A corrente de curto-circuito (Ik)

É a mais elevada das correntes que pode vir a circular no circuito, e como é
em superior à corrente nominal, só pode ser mantida por um tempo muito
curto, sob pena de danificar ou mesmo destruir componentes de um circuito.
Portanto, o seu tempo de desligamento deve ser extremamente curto.

Essa corrente tem influência tanto térmica (perda joule) quanto


eletrodinâmica, pelas forças de repulsão que se originam quando essa
corrente circula entre condutores dispostos em paralelo, sendo por isso
mesmo, fator de dimensionamento da seção condutora de cabos.
O seu valor é calculado em função das condições de impedância do sistema,
e é por isso variável nos diversos pontos de um circuito. De qualquer modo,
representa em diversos casos até algumas dezenas de quilo-ampéres que
precisam ser manobrados, seja pela atuação de um fusível, seja pelo disparo
por um relé de curto-circuito que ativa o mecanismo de abertura dos contatos
do disjuntor.
Entretanto, existem algumas vantagens no uso do fusível, e outras usando
disjuntor. Veja quadro a seguir comparativa, perante a corrente de curto-
circuito Ik.

A confiabilidade de operação do fusível ou disjuntor é assegurada pela


conformidade das normas vigentes e referências do fabricante.

28
Quadro 1: Características para desempenho no curto-circuito.

Disjuntor
Fusível
 Dispensa cálculo fino da  Necessita de cálculo fino da
Corrente de curto-circuito corrente de curto-circuito
 Alta capacidade de interrupção  Capacidade de interrupção
 Elevada limitação variada
 Otimização do tempo de  Limitação em alta capacidade de
Q
uInterrupção interrupção
a
d Disponibilidade fácil  Tempo de interrupção variado
r
o
 Baixo custo  Disponibilidade com restrições
 Custo variado
1

1.4 Disjuntor motor


1.4.1 Definição

O disjuntor motor ou também guarda motor, é um dispositivo de manobra


mecânico utilizado para estabelecer, conduzir e interromper correntes sob condições
normais do circuito, e interromper correntes sob condições anormais do circuito,
como: curto-circuito, sobrecarga ou subtensão. (Figura 1.29)

Figura 1.29: Disjuntor motor.


Fonte:GE. Disjuntor_Motor_SFK.

29
1.4.2 Simbologia

Figura 1.30: Disjuntor motor magnético (a) e termomagnético (b)

1.4.3 Tipo de disjuntor motor

Disjuntor-motor magnético

Segundo informações do fabricante este disjuntor possui as seguintes


características:
 Proteção contra curto-circuito e seccionamento com possibilidades de
bloqueio mecânico por circuito individual de motores;
 Disparador térmico ajustável para proteção contra sobrecargas e dotado de
mecanismo diferencial com sensibilidade a faltas de fase, incorporado no relé
de sobrecarga;
 Disparador magnético fixo e calibrado em 12 vezes a corrente nominal do
disjuntor.

Disjuntor-motor termomagnético

Este disjuntor tem as seguintes características:


 Proteção contra curto-circuito e seccionamento com possibilidades de
bloqueio mecânico por circuito individual de motores;

30
 Disparador térmico ajustável para proteção contra sobrecargas e dotado de
mecanismo diferencial com sensibilidade a faltas de fase, incorporado no
disjuntor-motor;
 Disparador magnético fixo e calibrado em 12 vezes a corrente nominal do
disjuntor.

Ambos apresentam outras características aqui não relacionadas e que


poderão ser obtidas consultando o Catálogo do Fabricante.
A Figura a seguir apresenta, respectivamente, o diagrama elétrico do
disjuntor-motor magnético e termomagnético.

1.4.4 Curva de disparo do


disjuntor-motor
Exemplificando, a figura 1.31 apresenta a curva de disparo do disjuntor-motor marca
GE, modelo SFKOJ. O tempo de disparo está em função da corrente ajustada a frio. Em
estado aquecido, devido à passagem da corrente nominal de serviço, os tempos de atuação dos
relés de sobrecarga ficam reduzidos em 4 vezes.

Curva 1: disparo térmico, funcionamento com 2 pólos.

31
Curva 2: disparo térmico, funcionamento com 3 pólos.

Figura 1.31: Curva de disparo.


Fonte: <http://www.ge.com.br/disjuntor_motor>. Acesso em: 01 jun. 2007.

1.5 Dispositivos diferenciais residuais

1.5.1 Definição

32
São dispositivos contra fuga de corrente elétrica permitem otimização de energia e
evitam choques elétricos. Eles asseguram o comando e seccionamento dos circuitos elétricos.
A utilização deste tipo de dispositivo é obrigatória nas edificações segundo a norma NBR
5410/97, que define seu uso nas áreas frias ou sujeitas a umidade, como banheiros, áreas de
serviço e áreas externas.

Figura 1.32: Dispositivo diferencial residual.


Fonte: <http://www.siemens.com.br/dispositivos>. Acesso 20 jun. 2007.

1.5.2 Simbologia

Figura 1.33: Dispositivo diferencial residual

33
1.5.3 Constituição
A figura a seguir ilustra uma vista em corte e a constituição interna de um
dispositivo diferencial capaz de detectar correntes de falta CA, CC pulsante CC lisas.
Figura: 1.34: Constituição interna de um dispositivo diferencial residual.

Fonte: ABNT. NBR 5410.

Legenda

R – relé de disparo
A – unidade de medição e comparação para correntes residuais contínuas lisas.
T – botão de teste
W1 – sensor de correntes senoidais e correntes contínuas pulsantes
W2 – sensor de correntes contínuas puras

34
1.5.4 Funcionamento

Referindo-se à figura anterior, o dispositivo mede permanentemente a soma


vetorial das correntes que percorrem os condutores de um circuito. Enquanto o
circuito mantiver eletricamente equilibrado, a soma das correntes em seus
condutores é praticamente nula. Se houver falha de isolação no equipamento ou
alguma pessoa tocar na parte viva do circuito protegido pelo DR, surgirá uma
corrente de fuga à terra. Isso ocorrendo, a soma vetorial das correntes nos
condutores monitorados pelo DR não será mais nula. O dispositivo detecta
exatamente essa diferença de corrente. Quando a intensidade de corrente de fuga
atinge um determinado valor, o relé R é ativado e por sua vez desativa os contatos
principais do próprio dispositivo ou outro dispositivo – contator ou disjuntor – a ele
associado.

Segurança

Uma pequena falha em um eletrodoméstico, um fio decapado, uma


tomada ou um interruptor com defeito pode colocar em sérios riscos a saúde da
sua família e até a sua residência. É sempre bom lembrar que todas as funções
biológicas do organismo humano são feitas por meio de pequenos impulsos
elétricos. Portanto, não é difícil imaginar o que poderá causar de dano a saúde
uma descarga elétrica, mais conhecida como choque.

1.5. 5 Tipos

Disjuntor com proteção diferencial-DDR

35
Os DDR's são disjuntores com proteção diferencial, onde já estão
incorporados em um único produto as funções do DR (Diferencial Residual) e o
Mini-Disjuntor. O DDR possui proteção diferencial contra contatos diretos e

indiretos e proteção contra sobrecarga e curto-circuito. Normalmente são


disponíveis nas curvas B e C e sensibilidade de 30 e 300 mA. Sendo assim o
DDR protege as pessoas dos efeitos maléficos de um choque elétrico (corrente
até 30mA) e os equipamentos patrimoniais (correntes entre 100 e 500mA).
Apresenta um custo maior em relação ao IDR.

Figura 1.35: Dispositivo diferencial residual.


Fonte: <http://www.ge.industrial.com.br/produtos/protecao>. Acesso em: 20 jun. 2007.

Interruptor diferencial residual – IDR

É um importante dispositivo de proteção e detecção de fuga de corrente. Além


de proteger pessoas contra os efeitos do choque elétrico por contato direto ou
indireto causado por fuga de corrente, protege contra perda de energia elétrica. Um
dos principais pontos de sua segurança é que ele é capaz de detectar uma pequena
diferença entre a corrente que entra e sai do circuito. Ao detectar essa fuga de
corrente, o IDR desliga automaticamente os circuitos elétricos, garantindo a
segurança de pessoas e patrimônios.

36
1.6 Relé Térmico de Sobrecarga

1.6.1 Definição

São dispositivos que atuam pelo efeito térmico provocado pelas


sobrecorrentes de longa duração, ou quando ocorre sobrecarga que superaquecem
o circuito ou partes do circuito a níveis inadmissíveis. Este superaquecimneto pode
ocorrer por exemplo em função de:
• Sobrecarga mecânica na ponta do eixo do motor;
• Falta de uma fase;
• Tempo de partida prolongado de um motor.

Figura 1.36: Relé Térmico de Sobrecarga.


Fonte: WEG. p. 278-279.

1.6.2 Simbologia

Figura 1.37: Simbologia do relé de sobrecarga.

37
1.6.3 Principio Construtivo de um Relé de Sobrecarga

Um relé de sobrecarga é composto dos seguintes componentes:

Figura 1.38: Composição do relé de sobrecarga.


Fonte: SENAI-MG. 1999. p. 67.

Contatos Auxiliares

Geralmente o relé térmico de sobrecarga possui dois contatos, um


normalmente fechado NF (abridor) e outro normalmente aberto NA (fechador). O
contato NF é responsável pela interrupção de funcionamento do circuito elétrico em
caso de sobrecarga, podendo retornar a posição inicial de forma automática ou
manual. Já o contato NA normalmente é utilizado na sinalização de relé atuado.

38
Botão de Rearme

Têm a função de rearmar os contatos auxiliares do relé de sobrecarga.

Lâmina Bimetálica Auxiliar

Tem a função de fazer a compensação do ajuste, de acordo com a variação


da temperatura ambiente.

Lâminas Bimetálicas Principais

Tem a função de acionar o dispositivo mecânico quando sofrem uma


dilatação e conseqüente deflexão devido a elevação da corrente elétrica, comutando
os contatos móveis do relé.

Mecanismo de Regulagem (Ajuste de Corrente)

Permite efetuar a regulagem da corrente solicitada pela carga, que poderá


circular no circuito.

1.6.4 Funcionamento

Os relés de sobrecarga foram desenvolvidos para operar baseados no


princípio de pares termoelétricos. O princípio de operação do relé é baseado nas
diferentes dilatações que os metais apresentam, quando submetidos a uma variação
de temperatura. Duas ou mais lâminas de metais diferentes (normalmente ferro e
níquel) são unidas através de soldas, sob pressão ou eletroliticamente. Quando
aquecidas elas se dilatam diferentemente e se curvam. Esta mudança de posição é
usada para comutação de um contato.
Durante o esfriamento, as lâminas voltam à posição inicial. O relé está, então,
novamente pronto para operar, desde que não exista no conjunto um dispositivo
mecânico de bloqueio. O relé térmico permite que o seu ponto de atuação seja
ajustado com o auxílio de um dial. Isto possibilita ajustar o valor de corrente que para
a atuação do relé.

39
Deve-se calibrar a corrente de ajuste do relé em função da corrente nominal
do componente a ser protegido, por exemplo, um motor.

Figura 1.39: Dilatação do bimetal.


Fonte: SENAI-MG, 1999. P. 68.

Ação da corrente nas lâminas

As lâminas do relé de sobrecarga bimetálico podem ser aquecidas de


diversas formas pela corrente.

 Aquecimento Direto

As Lâminas estão no circuito principal e são percorridas pela corrente total ou


parte dela. O aquecimento, neste caso, é função da intensidade de corrente e da
resistência das lâminas.

Figura 1.40: Aquecimento direto.


Fonte: SENAI-MG. Dispositivos de proteção e controle. 1999. p. 68.

40
 Aquecimento Indireto

Neste caso, as lâminas ou são envolvidas ou recebem calor de um elemento


resistivo.

Figura 1.41: Aquecimento indireto.


Fonte: SENAI-MG. 1999. p. 68.

 Aquecimento Semi-Direto

As Lâminas são aquecidas pela passagem de corrente e, adicionalmente, por


um elemento resistivo. O elemento resistivo pode ser ligado em série ou paralelo
com as lâminas. Este tipo de relé é usado para pequenas correntes de atuação para
se conseguir a dilatação necessária. Veja na Figura 1.41.

Figura 1.42: Aquecimento indireto em série e em paralelo.


Fonte: SENAI-MG. Dispositivos de proteção e controle. 1999. p. 68.

1.6.5 Relés de Sobrecarga com Operação através de Transformadores de Corrente

Utilizam-se dois tipos de transformadores de correntes:


a) Os que operam linearmente até aproximadamente 10 vezes a corrente nominal
primária.

41
b) Os que operam em sobrecorrente de sobrecarga a partir da corrente nominal.

Figura 1.43: Aquecimento através de transformador de corrente (TC).


Fonte: SENAI-MG, 1999. P. 69.

1.6.6 Características de disparo do relé de sobrecarga

A característica de disparo do relé de sobrecarga indica os vários tempos de


atuação em função de múltiplos ajustes.

Estas características de disparo devem ser definidas sob a forma de curvas


fornecidas pelo fabricante, conforme mostra a Figura 1.43.

42
Figura 1.44: Curvas de disparos de cargas.
Fonte: SENAI-MG. 1999. p. 69.

1.6.7 Condições de serviço

Influência da Temperatura Ambiente


As características de disparo correspondem a um valor determinado da
temperatura ambiente, e são baseadas na ausência de carga prévia do relé de
sobrecarga (ou seja, estado frio). Este valor de temperatura ambiente deve ser
claramente indicado nas curvas de disparo; os valores preferenciais são de + 200 C
ou + 400 C.

43
Compensação de Temperatura
Os relés de sobrecarga térmicos possuem compensação de temperatura
ambiente, exemplificando:
Com uma temperatura ambiente de + 300 C, as lâminas bimetálicas principais se
dilatarão, curvarão e terão deslocado através do cursor, uma parte do percurso e,
para um determinado valor de corrente, resultaria um tempo de disparo menor. Para
que isto seja evitado, o cursor atua sobre a lâmina bimetálica auxiliar. Esta lâmina
não é, contudo, percorrida pela corrente. Ela é aquecida somente pela temperatura
ambiente e se curvará na proporção das lâminas principais. Desta forma as lâminas
aquecidas pela corrente determinarão um mesmo tempo de disparo para qualquer
temperatura ambiente .Este tipo de compensação de temperatura satisfaz na faixa
de 200 a + 500 C.

Proteção contra Religamento Involuntário


Após um disparo por sobrecarga, as lâminas bimetálicas necessitam
resfriarem e retornarem à sua posição inicial até que o relé esteja novamente em
condições de serviço. Assim, o intervalo de repouso necessário ao motor fica
obrigatoriamente assegurado.
Relés de sobrecarga em rearme automático são utilizados com contatores
comandados por botão de impulso. Após o tempo de resfriamento, o contato auxiliar
do relé retorna à sua posição inicial não ativando o circuito de comando.
Relés de sobrecarga em rearme manual são utilizados em contatores
comandados por chave de posição fixa. O contato auxiliar do relé permanece aberto
após o tempo de resfriamento, impedindo ativar-se o circuito de comando.

Proteção contra Falta de Fase


A curva característica de disparo de um relé de sobrecarga trifásico é dada na
condição de que todas as três lâminas são percorridas por correntes equilibradas.
No caso de falta de fase, apenas duas lâminas são aquecidas e devem produzir
sozinhas o deslocamento/força necessária para atuação do mecanismo de disparo.

44
Os Relés de sobrecarga trifásicos, com proteção contra falta de fase,
oferecem a vantagem de atuação mais rápida quando sob carga bifásica, ou seja,
falta de uma fase.

1.7 Contatores

1.7.1 Definição

São dispositivos de manobra mecânicos, acionados eletromagneticamente e


operados à distância. São construídos para uma elevada freqüência de operações e
capazes de estabelecer, conduzir e interromper correntes em condições normais do
circuito, inclusive sobrecargas no funcionamento. São usados para manobra de
circuitos auxiliares de vários tipos, ligação de motores e outras cargas.

Figura 1.45: Contator.


Fonte: SENAI-MG, 1998.p. 49.
Fonte: WEG. S. d. p. 251.

45
1.7.2 Simbologia

Na Figura 1.45 está representado a simbologia de um contator com seus


contatos principais, 02 contatos auxiliares NA e 01 contato auxiliar NF.

Figura 1.46: Símbolo de contator.

Identificação dos terminais de contatores

A identificação dos terminais de um contator é utilizada para facilitar a


execução de projetos de comandos e a localização e função desses elementos na
instalação.

A seguir será apresentada a identificação dos diversos terminais de um


contator.

 Bobinas
São identificadas de forma alfanumérica com A1 e A2.

Figura 1.47: Símbolo da bobina de um contator.

46
 Terminais dos Contatos Principais
Devem ser identificados por números unitários e por um sistema alfanumérico.
Os terminais 1L1, 3L2 e 5L3 são ligados na rede (fonte) e os terminais 2T1, 4T2 e
6T3 devem ser conectados na carga.

Figura 1.48: Identificação de contatos principais.

 Terminais de contatos auxiliares

Os terminais dos circuitos auxiliares são identificados com dois números, onde:

• A unidade representa a função do contato;


• A dezena representa a seqüência de numeração.

A Figura 1.49mostra um sistema de identificação de contatos auxiliares:

Figura 1.49: Identificação de contatos auxiliares.


Fonte: WEG. s. d. p. 247.

47
1.7.3 Constituição

O contator é constituído de sistema de acionamento (núcleo móvel, núcleo


fixo e bobina) e sistema de manobra de carga (contatos móveis e fixos e câmara de
extinção de arco).

Contatos
Podem ser fixos ou móveis. Também podem ser principais (usados para
conduzir a corrente de carga) e auxiliares (usados para a comutação de circuitos
auxiliares, sinalização e intertravamento elétrico, entre outras aplicações).

 Contatos Fixos: prtes dos contatos que são fixadas à carcaça do contator.
 Contatos Móveis: peças movidas quando se energiza a bobina do
contator. Esses contatos farão contato físico com os contatos fixos,
estabelecendo o circuito.

Câmara de extinção
É um compartimento que envolve os contatos principais. Seu principal
objetivo é a extinção da faísca, ou arco voltáico, que surge quando se interrompe um
circuito elétrico que está energizado. O arco é extinto pelo processo denominado
“sopro dinâmico”, através do campo magnético formado por ele.

Terminais de Conexão
Destinam-se à interligação do contator com outros dispositivos do circuito.

Carcaça
É a parte que aloja e sustenta todos os componentes do contator. É feita de
material isolante e que ofereça boa resistência elétrica e mecânica.

Suporte dos Contatos Móveis


Sustenta mecanicamente os contatos móveis e se encontra preso ao núcleo
móvel. É feito de material isolante de alta resistência mecânica.

48
Núcleo Móvel
Elemento feito de lâminas de ferro sobrepostas, isoladas entre si, acoplado
mecanicamente ao suporte dos contatos móveis.

Núcleo Fixo
Elemento responsável pela concentração das linhas de força do campo
magnético criado pela bobina, evitando que elas se dispersem. É feito de lâminas de
ferro sobrepostas, isoladas entre si. Nos contatores com acionamento em corrente
alternada é inserido nos pólos magnéticos do núcleo fixo um anel metálico,
denominado de anel de defasagem (anel de curto - circuito). Sua função é a de
evitar ruídos e trepidações do contator quando a corrente alternada passar pelo
zero, momento em que não haveria campo magnético (Figura 1.50)

Figura 1.50 Anel de defasagem.


Fonte: SENAI-MG.1998. p. 51.

Bobina
Elemento responsável pela criação do campo eletromagnético que faz
movimentar o sistema móvel do contator. A bobina é constituída por um condutor de
cobre esmaltado, enrolado em forma de espiras num carretel isolante.

A Figura 1.51apresenta o desenho em corte de um contator, onde poderão


ser observados seus componentes.

49
Figura 1.51: Constituição de um contator.
Fonte: WEG. .d. p 245.

1.7.4 Acessórios

Supressor de Surto
São dispositivos conectados em paralelo com a bobina do contator e
utilizados no amortecimento das sobre - tensões provocadas durante as operações
de abertura, que podem danificar componentes sensíveis.
São compostos de circuitos RC ou Varistores (Figura 1.51).

Figura 1.52: Supressor de surto.


Fonte: SENAI-MG.1998.p. 51

50
Bloco de Contatos auxiliares
Alguns contatores possuem contatos auxiliares diretamente na sua carcaça.
Atualmente, os blocos de contatos são acessórios que poderão ser acoplados aos
contatores.
Os contatos auxiliares podem ser aberto (NA) ou fechado (NF). Na Figura
1.52 pode-se observar os detalhes de um bloco de contatos auxiliares com fixação
no topo e fixação lateral.

Figura 1.53: Bloco de contatos auxiliares.


Fonte: WEG. s. d. p. 246.

Temporizador Pneumático
Elemento de temporização fixado na parte frontal dos contatores é fabricado
para retardo na energização ou retardo na desenergização.

Figura 1.54: Bloco de contato auxiliar temporizado.


Fonte: WEG. s. d. p.. 264.

51
Intertravamento Mecânico
É a combinação que garante mecanicamente a impossibilidade de fechamento
simultâneo entre dois contatores. A sua montagem normalmente é feita lateralmente,
entre os dois contatores.

Figura 1.55: Intertravamento mecânico.


Fonte: WEG. s. d. p. 263.

1.7.5 Funcionamento

a) Acionamento
Quando a bobina do contator é energizada a partir de um dispositivo de
comando (botoeiras, chaves fim de curso, relés, etc.), cria-se um campo magnético,
e o núcleo fixo atrai o núcleo móvel, deslocando os contatos móveis que estão
acoplados mecanicamente a este, desta forma haverá a comutação dos contatos
principais e auxiliares.

b) Desligamento
Para desligamento do contator, é necessário interromper a alimentação da
bobina, fazendo com que desapareça o campo magnético, provocando por molas o
retorno do núcleo móvel e, conseqüentemente, o retorno dos contatos ao estado de
repouso.

52
1.7.6 Tipos de Contatores
De acordo com as características elétricas e as condições de serviço, os
contatores podem ser classificados em: Contatores Tripolares de Potência e
Contatores Auxiliares.

Contator Tripolar:
É destinado a efetuar o acionamento de diversos tipos de cargas das
instalações industriais, como motores elétricos, capacitores, sistemas de
aquecimento, etc.

Suas principais características são:

• Podem possuir contatos principais e auxiliares;


• Maior robustez de construção;
• Facilidade de associação a relés;
• Tamanho físico de acordo com a potência da carga;
• A potência da bobina do eletroímã varia de acordo com o tipo de contator;
• Geralmente tem câmara de extinção de arco;
• Podemos inserir blocos de contatos auxiliares e outros acessórios fornecidos pelo
fabricante.

Contator Auxiliar
É destinado a efetuar o comando de pequenas cargas. É utilizado no
comando de sinalizações, eletroválvulas, bobinas de contatores tripolares, etc.
Também são utilizados para aumentar o número de contatos auxiliares dos
contatores tripolares.

Suas principais características são:

• Tamanho físico variável, conforme o número de contatos;


• Corrente nominal de carga máxima igual a 10 A para todos os contatos;
• Câmara de extinção inexistente.

53
1.7.7 Características Elétricas e Dimensionamento
O contator é um dos dispositivos mais usados para seccionamento nas
instalações elétricas industriais. Para fazermos a escolha de um contator, devemos
conhecer suas características elétricas, que são informações padronizadas por
normas e estão contidas nos selos de identificação e nos catálogos de fabricantes.

As principais características elétricas de um contator são:

• Tensão Nominal de Isolação: valor da tensão que caracteriza a resistência


de isolamento entre as partes isolantes e condutoras do contator.
• Tensão Nominal de Serviço: valor eficaz da tensão em que o contator
deverá operar( 220V - 380V).
• Potência Nominal Elétrica e Mecânica: potência real consumida por um
equipamento elétrico e que deverá ser transferida através dos contatos
principais do contator.
• Corrente Nominal de Serviço: corrente máxima que os contatos de um
dispositivo suportam, sem danificar as partes isolantes. É indicada pelo
fabricante e depende da tensão nominal de serviço, da freqüência e da
categoria de emprego
• Freqüência de Manobras: número de manobras (abertura ou fechamento
dos contatos) por hora que o contator deve realizar. Quanto maior for o
número de manobras especificado pelo fabricante, maior será a vida útil
dos contatos.
• Tensão de Comando: tensão de alimentação da bobina do contator, que
deve operar perfeitamente com até 85% dessa tensão.
• Número de Contatos Auxiliares: definidos de acordo com a necessidade
do circuito
• Categorias de Emprego: determina as condições para a ligação e
interrupção da corrente e da tensão nominal de serviço
correspondentemente, para a utilização normal do contator, nos mais
diversos tipos de aplicação para CA e CC. Observe o Quadro 2.

54
Quadro 2: Categorias de Emprego de Contatores conforme IEC 947
TIPO DE CATEGORIA APLICAÇÃO
CORRENTE
AC AC – 1 Manobras leves; carga ôhmica ou pouco indutiva (aquecedores, lâmpadas
incandescentes e fluorescentes compensadas).
AC – 2 Manobras leves; comando de motores com anéis coletores
(guinchos,bombas, compressores). Desligamento em regime.
AC – 3 Serviço normal de manobras de motores com rotor gaiola (bombas,
ventiladores, compressores). Desligamento em regime.*
AC – 4 Manobras pesadas. Acionar motores com carga plena; comando
intermitente (pulsatório); reversão a plena marcha e paradas por
contracorrente (pontes rolantes, tornos, etc.).
AC – 5a Chaveamento de controle de lâmpadas de descargas elétricas
AC – 5b Chaveamento de lâmpadas incandescentes
AC – 6a Chaveamento de transformadores
AC – 6b Chaveamento de bancos de capacitores
AC – 7a Aplicações domésticas com cargas pouco indutivas
AC – 7b Cargas motoras para aplicações domésticas
AC – 8a Controle de compressor-motor hermeticamente refrigerado com reset
manual para liberação de sobrecarga**
AC – 8b Controle de compressor-motor hermeticamente refrigerado com reset
automático para liberação de sobrecarga**
AC – 12 Controle de cargas resistivas e cargas de estado sólido com isolamento
através de acopladores ópticos.
AC – 13 Controle de cargas de estado sólido com transformadores de isolação.
AC – 14 Controle de pequenas cargas eletromagnéticas (72VA)
AC – 15 Controle de cargas eletromagnéticas (> 72VA)

DC DC – 1 Cargas não indutivas ou pouco indutivas, (fornos de resistência)


DC – 3 Motores CC com excitação independente: partindo, em operação
contínua ou em chaveamento intermitente. Frenagem dinâmica de
motores CC.
DC – 5 Motores CC com excitação série: partindo, operação contínua ou em
chaveamento intermitente. Frenagem dinâmica de motores CC.
DC – 6 Chaveamento de lâmpadas incandescentes
DC – 12 Controle de cargas de cargas resistivas e cargas de estado sólido
através de acopladores ópticos.
DC – 13 Controle de eletroímãs
DC – 14 Controle de cargas eletromagnéticas que têm resistores de economia no
circuito.

* A categoria AC – 3 pode ser usada para regimes intermitentes ocasionais por um período de

55
tempo limitado como em set-up de máquinas; durante tal período de tempo limitado o número de
operações não pode exceder 5 por minuto ou mais que 10 em um período de 10 minutos.
** Motor-compressor hermeticamente refrigerado é uma combinação que consiste em um
compressor e um motor, ambos enclausurados em um invólucro, com eixo não externo, onde o
motor opera neste meio refrigerante.

Fonte: WEG. s. d. p. 258.

1.8 Botões de comando

1.8.1 Definição

São dispositivos destinados a estabelecer ou interromper momentaneamente,


no local ou à distância e de forma indireta, o comando de equipamentos de manobra
e/ou de operação.

Figura 1.56: Diversos modelos de botões.


Fonte: <http://www.schmersal.com.br/catalogos/> Acesso em: 18 jun. 2007.
Fonte: <http://www.catalogo.weg.com.br/files> Acesso em: 18 jun. 2007.

1.8.2 Simbologia

Figura 1.57: Simbologia para botões.

56
1.8.3 Constituição

Há vários tipos de botões de comando. Geralmente são compostos por um


elemento frontal de comando (cabeçote) e um bloco de contatos.
Pelo princípio de montagem modular, há possibilidade de adaptar vários blocos
de contato por botão de comando elétrico e cada bloco possuindo contatos NA, NF
ou ambos, ampliando assim, a aplicação deste dispositivo de comando. Este
princípio é denominado de blocos de contatos intercambiáveis e conforme aplicação,
os cabeçotes podem apresentar diâmetros de 10, 15, 16, 22 e 30 mm.

Bloco de Contato
Elemento constituído de um corpo isolante, contatos móveis, fixos e bornes
para conexões.

Figura 1.58: (a) Bloco de contatos simples. (B) - Bloco de contatos duplo.
Fonte: <http://www.weg.com.br/FILES/Artigos/4-515>. Acesso em: 18 jun. 2007.

 Corpo isolante
Serve para envolver os contatos e sustentar os bornes para conexões. É feito
de material termoplástico (isolante) de boa resistência mecânica.

 Contatos
São elementos responsáveis pela continuidade da corrente elétrica do
circuito. Os contatos são, normalmente, em forma de pastilha de liga de prata
superdimensionada, tanto nas partes fixas como nas móveis, garantindo assim uma
alta capacidade de ruptura, que acarreta uma vida mais longa para os contatos.
Alguns fabricantes fornecem, sob encomenda, contatos com banho de ouro.

57
 Bornes para Conexões
São elementos que estabelecem a ligação dos condutores aos contatos fixos.

Elemento Frontal de Comando

O elemento de acionamento do botão de comando pode ser de vários tipos:

 Normal
Utilizados nos comandos elétricos em geral. É um botão de longo curso e
praticamente inexiste a possibilidade de manobra acidental.

 Faceado Simples
Possui somente um dispositivo para acionamento. (Figura 1.59)

Figura 1.59: Botão de acionamento normal e faceado.


Fonte: <http://www.siemens.com.br/botões 3sb3[1]>. Acesso em: 24 maio 2007.

 Faceado Duplo

Possui dois dispositivos para acionamento: um botão verde (liga) e um botão


vermelho (desliga) e, em alguns casos, um dispositivo de sinalização luminoso, que
acenderá ao ser acionado o botão verde. (Figura 1.60).
Este tipo de elemento pode ser encontrado com ligações internas, que facilita
a sua conexão aos circuitos de comando. Os fabricantes fornecem no corpo do
componente o diagrama de ligação.

58
Figura 1.60: Botão de acionamento faceado duplo iluminado.
Fonte: <http://www.siemens.com.br/Botoesduplos>. Acesso em: 24 maio 2007.

 Saliente

Sua construção torna o acionamento mais rápido, porém oferece a


possibilidade de manobra acidental, se não houver guarnição. (Figura 1.61). Alguns
tipos de botões de comando possuem cabeçotes dotados de uma lâmpada interna,
que acenderá quando acionarmos o dispositivo, sinalizando a operação.

Figura 1.61: Elemento saliente iluminado.


Fonte: <http://.www.weg.com.br/files>. Acesso em: 23 maio 2007.

 Saliente com guarnição


Possuem uma guarnição (guarda total) que impede o acionamento acidental
do botão promovendo maior segurança. (Figura 1.62).

Figura 1.62: Botão de comando saliente com guarda total.


Fonte: <http://www.schmersal.com.br/catalogos> Acesso em: 23 maio 2007.

59
 Tipo cogumelo
Normalmente são destinados a interromper circuitos em caso de emergência.
(Figura 1.62).

Figura 1.63: Botão de comando tipo cogumelo.


Fonte: <http://www.siemens.com.br/botõessignum>. Acesso em: 24 maio 2007.

 Seletor de Posições
O seletor é essencialmente um comutador para aplicações industriais, que
permite resolver certos problemas de esquemas elétricos. São aqueles nos quais o
acionamento é obtido através do giro de alavancas, knobs, chaves tipo yale e pode
acionar uma ou mais seções de contatos NA ou NF.

O Comutador com Chave Yale é Indicado para comando de circuitos onde


somente o operador responsável executa a manobra. Os tipos de cabeçote de
comando mais comuns para botões de comutação estão demonstrados na figura
1.63.

Figura 1.64: (a) Seletor de posição tipo Alavanca. (b), Yale. (c) Knob.
Fontes: <http://www.schmersal.com.br/catalogos>. Acesso em: 23 maio 2007.
<http://www.weg.com.br/files>. Acesso em: 23 maio 2007.
<http://www.weg.com.br >. Acesso em: 23 maio 2007.

60
1.8.4 Classificação dos botões conforme sistema de travamento elétrico

Acionamento por impulsão livre (sem retenção)

São aqueles nos quais o acionamento é obtido através de pressão do dedo


do operador, no cabeçote de comando dos botões; tirando-se o dedo do botão, ele
retorna automaticamente à posição de repouso.

Os contatos são montados de tal forma que ao ser acionado, abre-se o NF e


logo após fecha-se o NA, voltando à posição de repouso por meio de molas, quando
cessa a pressão sobre ele exercida. (Figura 1.64).

Figura 1.65: Impulsão livre (sem retenção).


Fonte: < http://www.schmersal.com.br/catalogos>. Acesso em: 23 maio 2007.

Acionamento por impulsão com retenção


Quando pressionado, se mantém na posição a que foi acionado, até novo
acionamento. Normalmente botões de emergência do tipo cogumelo com trava ou
chave Yale são vermelhos. Observe a Figura 1.66:

Figura 1.66: (a)Impulsão com retenção - Girar para soltar (b)Retenção com chave Yale.
Fonte: <http://www. schneider.com.br/XB4_XB5>. Acesso em: 11 set. 2007.

1.8.5 Botões luminosos

61
Existem dois tipos: com alimentação direta e com alimentação através de
transformador. A Figura 1.67 apresenta o modelo com alimentação direta.

Figura 1.67: Faceado com guarnição e alimentação direta.


Fonte: <http://www.schmersal.com.br/catalogos/fnewfix> Acesso em: 23 maio 2007

1.8.6 Botoeiras

É a denominação que se dá a um conjunto formado, geralmente, por dois ou


mais botões de comando elétrico. São empregados nos circuitos industriais típicos
de serviços pesados, como por exemplo, em máquinas que possuem dois ou mis
motores elétricos. O comando destes motores é feito separadamente, através de
botões distintos, localizados em um mesmo invólucro. (Figura 1.68)
Aplicação: comando de pontes rolantes, talhas, alarme contra incêndio, etc.

Figura 1.68: Caixas e botoeiras.


Fonte: <http://www.schmersal.com.br/catalogos> Acesso: 24 maio 2007.

62
1.8.7 Código de Cores
Os botões de comando são fabricados segundo um código internacional de
cores, o que facilita a identificação do regime de funcionamento das máquinas
comandadas por esses botões. O quadro a seguir mostra as cores e a indicação de
suas funções.
Quadro 3: Código de cores e funções de botões.
Cor padronizada Regime de Funcionamento
Parar – desligar
Vermelho Parada de emergência
Acionamento.
Verde ou Preto
Início do ciclo de operação de máquina.
Atenção, cuidado.
Partida de retrocesso fora das condições
Amarelo normais de operação.
Partida de um movimento para evitar
condições de perigo.
Qualquer função para a qual as cores
Branco ou Azul
mencionadas não têm validade.
Claro
Informações especiais.

1.9 Relé de Tempo


1.9.1 Definição

Os relés de tempo são dispositivos empregados nos circuitos de comandos


elétricos, com o objetivo de fazer a temporização de manobras, em circuitos
auxiliares de comando, circuitos de proteção, etc.

1.9.2 Simbologia

Figura 1.69: Simbologia de temporizadores.

63
1.9.3 Tipos de relés de tempo quanto à ação dos contatos

Instantâneo a Energização
Alimentando-se o dispositivo, inicia-se a contagem do tempo e
simultaneamente os contatos serão ativados. Após o tempo programado, os
contatos serão desativados. Interrompendo-se a alimentação durante o processo de
contagem do tempo, o mesmo é anulado e os contatos serão desativados.

Figura 1.70 Temporização instantânea.

Com Retardo a Energização

Alimentando-se o dispositivo, inicia-se a contagem do tempo. Transcorrido o


tempo programado, os contatos serão ativados e só serão desativados quando a
alimentação for desligada. Interrompendo-se a alimentação durante a contagem do
tempo, o mesmo será anulado (Figura 1.71).

Figura 1.71: Temporização com retardo a energização.

Com Retardo a Desenergização

Alimentando-se o dispositivo, os contatos serão ativados instantaneamente


(haverá a comutação dos contatos). Ao desenergizarmos o dispositivo, inicia-se a

64
contagem do tempo. Após o tempo programado, os contatos serão desativados
(Figura 1.72).

Figura 1.72: Temporização com retardo a desenergização.

1.9.4 Tipos de relés de tempo quanto ao princípio de funcionamento e às


características físicas e construtivas

Os temporizadores podem ser classificados quanto ao princípio de


funcionamento e características construtivas, em:
Eletrônico (Analógico e Digital); Pneumático; Eletromecânico; Térmico.
Daremos ênfase ao estudo dos temporizadores eletrônicos e pneumáticos,
por serem dispositivos que apresentam uma série de vantagens sobre os demais,
como: Maior precisão, menor desgaste, ocupam menor espaço físico, etc.

Temporizadores eletrônicos

São dispositivos usados nos circuitos elétricos com o objetivo de processar a


temporização de manobras. (Figura 1.73).

Figura 1.73: Temporizador.


Fontes: <http://www.jaguareletrica.com.br/produtos> Acesso em: 23 maio 2007.
<http://www.tron-ce.com.br/produtos/produtos_tempo> Acesso em: 23 maio 2007.

65
 Constituição
É constituído de um circuito eletrônico de temporização, que atua sobre um
relé magnético, o circuito está alojado em uma caixa de material isolante. Na parte
frontal dessa caixa são colocados: um seletor de tempo (que gira sobre uma escala
numerada, representando o tempo em segundos) e os bornes para ligação dos
condutores.

 Funcionamento
Quando os bornes A1 e A2 (a e b) forem energizados, o circuito eletrônico
entrará em operação, realizando a temporização pré-selecionada através do botão
seletor. Uma vez vencido este tempo, é feito o acionamento do relé magnético, que
comutará os seus contatos (abrirá 15 - 16 e fechará 15 - 18). Os contatos do relé
magnético voltarão à posição de repouso quando os bornes A1 e A2 (a e b) forem
desenergizados.
Obs: Retardo na energização

 Características elétricas
Suas principais características elétricas são:
• Tensão de Acionamento: normalmente 24V, 127V ou 220V;
• Tensão Máxima de Serviço: normalmente de 250V;
• Corrente Nominal: corrente dos contatos do relé (normalmente 10A);
• Faixa de Ajuste: é a faixa de tempo a ser ajustada no seletor externo.

Temporizadores pneumáticos

É um dispositivo de temporização com características eletropneumáticas, cujo


funcionamento está baseado na ação de um eletroímã que aciona uma válvula
pneumática, dando temporização definida e regulável (Figura 1.74).

66
Figura 1.74: Temporizador pneumático.
Fonte: SENAI. MG. 1999. p. 99.

 Constituição

A Figura 1.75 apresenta os componentes do relé pneumático, em vista explodida.

Figura 1.75: Vista explodida de relé pneumático.


Fonte: SENAI. MG. 1999. p. 100.

67
Legenda:
1 - Alavanca de armamento do temporizador, que liga a sanfona ao bloco de contatos elétricos.
2- Balancim.
3 - Mola Superior.
4 - Válvula.
5 - Sanfona (resistente aos óleos e envelhecimento).
6 - Contatos abridores e fechadores.
7 - Dispositivo de acionamento da regulagem do temporizador.

 Funcionamento
Temporizador Pneumático ao Trabalho: estando o temporizador pneumático
acoplado ao contator e sendo este alimentado, o núcleo atrairá o balancim, que
libera a sanfona, que irá encher-se de ar, deslocando-se em direção ao balancim.
Terminado o tempo, regulado previamente, a sanfona estará cheia de ar e
pressionará uma pequena alavanca, que liberará o balancim. O seu deslocamento
provocará a abertura do contato NF e o fechamento do contato NA, que
permanecerão assim enquanto o contator estiver alimentado.
Quando seccionarmos a alimentação do contator, o seu núcleo deslocará o
balancim em direção à sanfona, expulsando o ar nela contido. Com isto, os contatos
voltarão à posição original de repouso, deixando o temporizador pneumático apto
para um novo ciclo de operação.
Temporizador Pneumático ao Repouso: estando o temporizador pneumático
acoplado ao contator, os contatos NA e NF do temporizador estão em repouso.
Quando o contator for alimentado, o núcleo forçará o deslocamento do balancim em
direção à sanfona, pressionando-a para que expulse o ar nela contido. Também
ocorrerá a abertura do contato NF e o fechamento do contato NA.
Quando seccionarmos a alimentação do contator, o balancim voltará à
posição original, liberando a sanfona para que se encha de ar novamente. Quando
terminar o tempo programado, a sanfona estará cheia de ar e pressionará uma
pequena alavanca (disparador), que acionará o sistema de sustentação dos
contatos, fazendo com que estes voltem à posição de repouso, isto é, o contato NF
fechará e o contato NA abrirá.
Para iniciar um novo ciclo de operação, devemos acionar novamente o
temporizador pneumático.

68
1.10 Chave Auxiliar Tipo Fim de Curso
1.10.1 Definição

Fim de Curso é uma Chave que opera em função de posições pré-


determinadas, atingidas por uma ou mais partes móveis do equipamento controlado.

Figura 1.76: Chave fim de curso.


Fonte: <http://www.kap.com.br>. Acesso em: 17 maio 2007.

1.10.2 Simbologia

O símbolo usado na representação das chaves fim de curso está


representado na figura 1.77.

Figura 1.77- Simbologia de chave fim-de-curso.

69
1.10.3 Constituição
É basicamente composta por um corpo (carcaça), bloco de contatos e
um elemento de acionamento (cabeçote).

Corpo
É o elemento responsável pela proteção mecânica dos contatos e bornes. Serve
como suporte de fixação do elemento de acionamento. Feito de materiais de elevada
resistência mecânica e trabalham em temperaturas variadas (Figura 1.78).

Figura 1.78: Corpo de chave fim – de – curso.


Fonte: SENAI. MG. 1999. p. 40.

Bloco de Contatos
É o elemento responsável pelo acionamento elétrico do circuito de comando,
quando acionado mecanicamente pelo cabeçote

 Sistemas de Contato

a) Contatos Simples ou por Impulso


Possuem um estágio intermediário entre a operação dos contatos NF e NA,
dependente da velocidade de atuação .

b) Contatos Instantâneos
Não possuem estágio intermediário entre a operação dos contatos NF e NA.
A abertura e fechamento dos contatos não dependem da velocidade de atuação.

70
c) Contatos Prolongados
São usados para situações especiais (específicas).
Ex: Quando acionado, o contato NA fechará antes que o contato prolongado NF
abra, que ficará fechado até quase o final do curso da ação, quando então se abrirá.

OBS: os bornes dos contatos são identificados por código numérico, idêntico
aos contatos auxiliares dos outros dispositivos já estudados, padronizados
pela I.E.C.

Elemento de acionamento (cabeçote)


Elemento que abriga os mecanismos de acionamento da chave fim - de –
curso. É escolhido de acordo com o comando a ser executado. Existem
vários tipos de cabeçote, que trabalham em dois movimentos básicos:
percurso de ação retilínea e percurso de ação angular, e seu retorno pode
ser automático ou por acionamento.

a) Percurso de Ação Retilínea


Os cabeçotes podem ser acionados na posição vertical ou horizontal (Figura
1.79).

Figura 1.79: Cabeçote de percurso retilíneo.


Fonte: http://www.kap.com.br./chavefimdecurso > Acesso em : 17maio 2007.

71
b) Percurso de Ação Angular
Para cabeçotes de alavanca e cabeçotes de hastes, o mecanismo operador
externo (Batente) deverá acionar perpendicularmente ao eixo de rotação da
alavanca(Haste).

Figura 1.80: Cabeçote de percurso angular.


Fonte: http://www.kap.com.br./chavefimdecurso > Acesso em: 17 maio 2007.

A Figura 1.81 ilustra algumas recomendações de acionamento, as setas


indicam o sentido do acionamento do cabeçote.

Figura 1.81: Percurso de Acionamento.


Fonte: <http://www.kap.com.br/chavefim decurso >Acesso em: 17 maio 2007.

A Figura 1.82 mostra alguns tipos de acionamentos (cabeçotes) das chaves


fim – de – curso disponíveis no mercado. ]

72
Figura 1.82: Tipos de acionamentos de chaves fim – de – curso.
Fonte: http://www.kap.com.br/chavefimdecurso>. Acesso em: 17 maio 2007.

1.10.4 Funcionamento
Acionando-se o cabeçote de comando, através de partes móveis de
máquinas como hastes, excêntricos, ressaltos, etc. Será executada a comutação dos
contatos, que irão operar diretamente em circuitos auxiliares e de comando.

1.10.5 Características

As principais características das chaves fim – de – curso, são:

Tensão Nominal de Isolamento


Varia de acordo com o material usado na fabricação do dispositivo.
Normalmente é de 500VCA ou 600 VCC.

Corrente Nominal
É baseada na estrutura de seus contatos e bornes. Normalmente é de 10A.

Número de manobras
Define a vida útil do dispositivo.
Ex: 10 milhões de manobras, 50 milhões de manobras, etc.

73
Grau de Proteção
O grau de proteção é expresso em código, devidamente normalizado, que
classifica para determinado equipamento, sua proteção contra choques, penetração
de corpos estranhos sólidos e líquidos.

Ex: IP 65
• IP: Significa Grau de Proteção;
• Primeiro algarismo (6): proteção total contra contato com partes sob tensão ou em
movimento. Proteção total contra penetração de pó;
• Segundo algarismo (5): proteção contra jatos de água, provenientes de qualquer
direção.
No Quadro 4, estão relacionadas as diversas classificações a que estão
sujeitos os invólucros dos aparelhos elétricos, no que diz respeito ao grau de
proteção.
Quadro 4: Índices de Proteção.1’

1º Algarismo Proteção do acesso às partes 2ºAlgarism Proteção contra líquidos


energizadas o
0 Sem proteção 0 Sem proteção
1 Proteção contra toque acidental com a 1 Proteção contra gotas de água na
mão. vertical.
Proteção contra corpos estranhos
sólidos, de dimensões acima de 50 mm.
2 Proteção contra toque dos dedos. 2 Proteção contra gotas de água até
Proteção contra corpos estranhos uma inclinação de 15 graus com a
sólidos, de dimensões acima de 12 mm. vertical.
3 Proteção contra acessos acidentais de 3 Proteção contra respingos de água
ferramentas. até uma inclinação de 60 graus com
a vertical.
4 Proteção contra ferramentas. 4 Proteção contra respingos de água
Proteção contra corpos sólidos acima de de todas as direções.
1 mm.
5 Proteção completa contra toque. 5 Proteção contra jatos de água de
Proteção contra acúmulo de poeiras todas as direções.
nocivas.
6 Todas as peças energizadas 6 Proteção contra submersão.
completamente protegidas.
Blindagem à prova de pó.

74
1.11 Sensores
1.11.1 Definição

O sensor é um dispositivo capaz de monitorar a variação de uma grandeza


física e transmitir esta informação a um sistema de controle. Nas industrias com
processos automatizadas os sensores são elementos muito importantes. Há vários
tipos de sensores em um processo automatizado que pode ser colocado em
diferentes pontos. Podemos afirmar que todos os processos que necessitam de
algum tipo de controle ou supervisão requerem sensores para fornecer informações.

1.11.2 Tipos de sensores

Microchave ou sensor de fim de curso.


As microchaves transmitem apenas sinais digitais, ou seja, possuem apenas
dois estados (ligado ou desligado, aberto ou fechado).
O sinal de saída da microchave é elétrico e indica se ela foi ou não acionada.
Este sinal pode servir de entrada, por exemplo, para o controlador do avanço e
recuo de um cilindro pneumático. Não é aconselhável usar sensor do tipo detector
por contato em aplicações que exijam grande número de comutações do sensor
porque abrir e fechar a chave um grande número de vezes, provoca desgaste nos
contatos elétricos do sensor. A Figura a seguir ilustra uma microchave industrial.

Figura 1.83: Microchave.


Fonte: <http://www.metaltex.com.br>. Acesso em: 24 maio 2007.

75
Sensor de contato (reed-switch)
O sensor de contato reed switch funciona de maneira semelhante a
microchave. A diferença é que seu acionamento não é pela ação de um contato
físico, mas pela ação de um campo magnético, como o de um imã por exemplo.
O sensor é composto de uma ampola de vidro a qual Contém, duas lâminas e
um gás inerte. Quando o conjunto estiver sob a ação de um campo magnético, as
lâminas se unem fechando o contato elétrico.

O contato irá abrir quando o campo magnético deixar de existir. Este sensor
pode ter os contatos abertos ou fechados na posição de repouso (sem ação de
campo magnético), sendo que os abertos são chamados de contatos NA (normal
aberto) e os fechados de contatos NF (normal fechado).

Figura 1.84: Composição do sensor de contato (reed-switch).

76
Figura 1.85: Símbolo do sensor de contato (reed-switch).

Sensores de proximidade

O sensor de proximidade é uma chave eletrônica semelhante a um fim de


curso mecânico, com a vantagem de não possuir nem contatos, nem atuadores
mecânicos. O sinal de um sensor pode ser usado para habilitar, desabilitar ou
controlar o funcionamento de um circuito, dispositivo ou equipamento.
A Figura 1.86 mostra alguns tipos de sensores de proximidade.

Figura 1.86: Sensores de proximidade.


Fonte: <http://www.b2babimaq.com.br >. Acesso em: 18 fev. 2009.

O acionamento dos sensores, entretanto, não depende de contato físico com


as partes móveis dos equipamentos, basta apenas que estas partes se aproximem ,
a uma distância que varia de acordo com o tipo de sensor utilizado.

77
Os sensores de aproximação foram desenvolvidos para atender às
especificações de sistemas mais modernos, onde é necessário conciliar altas
velocidades e grande confiabilidade nos acionamentos.

 Sensores Indutivos
O sensor indutivo é utilizado para detectar a presença ou o deslocamento de
objetos metálicos. O seu funcionamento é baseado, no princípio da variação da
indutância eletromagnética.

Figura 1.87. Principio de funcionamento do sensor indutivo.

A superfície externa frontal do sensor, forma uma região chamada "região


ativa" onde o sensor detecta a presença ou deslocamento de objetos. Quando se
aproxima um objeto metálico da região ativa do sensor há mudanças na amplitude
do sinal do circuito oscilador que são percebidas pelo demodulador. As variações
percebidas pelo demodulador são transformadas em nível de tensão e aplicadas no
detector de nível da tensão. Na saída, o sinal que foi enviado é amplificado e
compatibilizado com os níveis de tensão especificados pelo fabricante. Há diversos
modelos de sensores indutivos que variam, principalmente em relação à distância de
acionamento. Os tipos mais comuns são de construção com corpo plástico ou
metálico como mostra a Figura 1.88:

78
Figura 1.88: Sensor indutivo.
Fonte: <http://www.metaltex.com.br>. Acesso em: 18 fev. 2009.

A utilização dos sensores indutivos possui vantagens como:

• Alta durabilidade;
• Baixa manutenção;
• Boa imunidade às influências do ambiente em que ele está instalado;
• Alta sensibilidade.

O símbolo de um sensor indutivo é apresentado na Figura 1.89.

Figura 1.89: Símbolo de um sensor indutivo.

 Sensor Capacitivo
O sensor capacitivo é utilizado para detectar materiais metálicos e não
metálicos como plásticos vidros líquidos e etc. O princípio de funcionamento deste
tipo de sensor está baseado na variação da capacitância de um capacitor.

79
A distância de detecção normalmente varia de 0 a 20 mm, dependendo da
massa do material a ser detectado e das características determinadas pelo
fabricante. Da mesma forma que o sensor indutivo, os sensores capacitivos são
construídos com um de corpo plástico ou metálico. O diagrama de blocos do sensor
capacitivo apresenta um funcionamento semelhante ao do diagrama do sensor
indutivo. A diferença encontra-se no estágio oscilador. Quando um objeto é colocado
na região ativa do sensor, ocorre uma mudança da freqüência de oscilação devido à
alteração do valor da capacitância formada pela placa sensível e a região ativa.

Figura 1.90: Princípio de funcionamento de um sensor capacitivo.

Os sensores capacitivos são menos utilizados que os indutivos. Eles são


utilizados na medição de pequenas pressões diferenciais ou na medição do nível de
um líquido em um tanque.

Figura 1.91: Sensor capacitivo.


Fonte: <http://www.metaltex.com.br>. Acesso em: 18 fev. 2009.

80
O símbolo de um sensor capacitivo está apresentado na Figura 1.92:

Figura 1.92: Símbolo do sensor capacitivo.

Sensores Ópticos (Fotoelétricos)


Os sensores ópticos detectam a aproximação de qualquer tipo de objeto,
desde que este não seja transparente. À distância de detecção normalmente varia
de 0 a 100 mm, dependendo da luminosidade do ambiente. Normalmente, os
sensores ópticos são construídos em dois corpos distintos, sendo um emissor de luz
e outro receptor. Quando um objeto se coloca entre os dois, interrompendo a
propagação da luz entre eles, um sinal de saída é então enviado ao circuito elétrico
de comando. Outro tipo de sensor de proximidade óptico, muito usado na
automação industrial, é o do tipo reflexivo no qual emissor e receptor de luz são
montados num único corpo, o que reduz espaço e facilita sua montagem entre as
partes móveis dos equipamentos industriais. À distância de detecção é, entretanto
menor, considerando-se que a luz transmitida pelo emissor deve refletir no material a
ser detectado e penetrar no receptor, o qual emitirá o sinal elétrico de saída.

Figura 1.93: Aparência típica de sensores fotoelétricos.


Fonte: <http://www.metaltex.com.br>. Acesso em: 18 fev. 2009.

81
O símbolo de um sensor óptico é apresentado na figura a seguir:

Figura 1.94: Símbolo do sensor óptico.

 Encoder

Um gerador de Pulsos (encoder) é um sensor/transdutor que converte


movimento ou posição mecânica através de um eixo em uma série de pulsos
eletrônicos. Existem vários modelos com especificações mecânicas e eletrônicas
diferentes. Um exemplo é o encoder incremental que é chamado assim porque o
sinal de saída é produzido sucessivamente e a Informação dada é o quanto foi
incrementado à posição atual em relação à posição de referência. A posição de
referência (o "zero" do encoder) é dada ao se acionar, por exemplo, uma
microchave. Este tipo de encoder não informa a posição angular, mas sim o
deslocamento em relação a uma posição de referência.

82
Figura 1.95: Dispositivo chamado de encoder.

Figura 1.96: Encoder incremental.


Fonte: <http://www.metaltex.com.br>. Acesso em: 24 maio 2007.

1.12 Motor de Indução Trifásico

1.12.1 Introdução

Os motores elétricos de indução podem ser monofásicos ou trifásicos. Os


motores de indução monofásicos são mais utilizados para o acionamento de
pequenas cargas, como ventiladores, pequenas bombas e aparelhos de uso
doméstico. O motor de indução trifásico, ou simplesmente MIT, é o motor mais
utilizado na indústria em virtude de sua robustez, baixo custo, vida útil e facilidade na
manutenção, por isso será o tema estudado neste capítulo.

83
Figura 1.97: Motor de indução trifásico.
Fonte: WEG. 2004. p. 2.

1.12.2 Definição

Motor elétrico é uma máquina que tem como função converter energia elétrica
em mecânica através do movimento rotativo de um eixo, quando é aplicada em seus
enrolamentos uma tensão elétrica alternada.

1.12.3 Tipos de Motores Elétricos de Indução Trifásico

Motor Sincrono
Os motores síncronos são motores de velocidade constante e proporcional
com a frequência da rede. Seu uso é limitado a grandes potências e acionamentos
especiais, que requerem velocidades invariáveis em função da carga.

Motor assíncrono
É utilizado na grande maioria das máquinas e equipamentos industriais por
serem robustos e mais baratos. Sua velocidade sofre ligeiras variações em função
da variação da carga mecânica que é inserida ao seu eixo.

84
 Classificação dos motores assíncronos
Os motores assíncronos podem ser do tipo rotor gaiola de esquilo, são assim
chamados porque seu enrolamento rotórico tem a característica de ser curto-
circuitado, assemelhando-se a uma gaiola de esquilo. Outro tipo de motor
assíncrono é o motor de anéis ou motor de rotor bobinado, que possui a mesma
característica construtiva do motor de indução com relação ao estator, mas o seu
rotor é bobinado com um enrolamento trifásico, cujo acesso é feito através de três
anéis com escovas coletoras no eixo.

1.12.4 Construção
O MIT é composto, basicamente por duas partes:

• Estator e rotor, conforme mostra a Figura 1.97.

Figura 1.98: Motor de indução trifásico em corte.


Fonte: WEG. 2004. p.11.

85
Rotor
O rotor é constituído de um eixo onde é acoplada uma carga mecânica, o
mesmo possui um “pacote” de chapas magnéticas denominado núcleo, que tem
como objetivo melhorar a permeabilidade magnética do meio. O enrolamento do
rotor pode ser bobinado ou do tipo gaiola de esquilo.
No rotor gaiola de esquilo os condutores são normalmente de alumínio em
forma de barras e estão curto circuitados em cada terminal por anéis contínuos,
como mostra a figura acima.
Já o rotor bobinado é constituído de um enrolamento trifásico, fechado
internamente em estrela, acessível através de três anéis com escovas coletoras no
eixo, conforme mostra a Figura 1.98.

Figura 1.99: Motor assíncrono de rotor de anéis.


Fonte: WEG. 2004. p.19

Estator
É formado por uma carcaça normalmente construída de ferro fundido, que é a
estrutura de todo o conjunto. Internamente a ela existe o núcleo que é um “pacote”
de chapas magnéticas com a função de concentrar as linhas de indução criadas
pelos enrolamentos quando são conectados à corrente alternada. Nas ranhuras do
núcleo do estator, existe o enrolamento trifásico que é constituído de três conjuntos
de bobinas de cobre, defasadas de 120º geométricos. Estas bobinas interagem-se,
produzindo um campo magnético girante, que só é possível graças à construção do
estator (as bobinas estão defasadas de 120º geométricos), e por serem alimentados
por correntes alternadas trifásicas, cujas fases estão defasadas entre si de 120º
elétricos.

86
1.12.5 Princípio de Funcionamento
Quando é aplicada uma tensão alternada nos enrolamentos do estator, surge
um campo magnético girante, devido à circulação de corrente. As linhas de indução
deste campo magnético “cortam” os condutores do rotor, induzindo neles uma
diferença de potencial (DDP), como o circuito está fechado, surge uma corrente
induzida que gera um campo magnético em volta dos condutores do rotor, que tende
a acompanhar, ou alinhar-se, com o campo girante produzido pelo estator, criando
assim o movimento do eixo do motor.

1.12.6 Características gerais dos motores

Os motores elétricos possuem uma placa de identificação, colocada pelo


fabricante para identificar o motor e mostrar suas principais características, na qual
pelas normas, deve ser fixada na carcaça do motor em local visível.

Figura 1.100: Dados de placa de um motor.

87
Para instalar adequadamente um motor elétrico, é necessário saber
interpretar os dados de placa. Geralmente encontramos os seguintes dados nesta
placa.

a) Identificação do fabricante:
Nome, marca e endereço do fabricante;
b) Número de fases
(por exemplo, TRIFÁSICO ou 3FAS);
c) Modelo
Modelo do motor;
d) Freqüência nominal:
É a freqüência do sistema elétrico para o qual o motor foi projetado;
e) Categoria do Motor.
As normas estabelecem 5 categorias básicas de motores: classe N, classe H,
classe D, classe NY, classe HY (a antiga norma NBR 7094 estabelecia apenas 3
categorias de motores: N , H e D). A maioria dos motores é categoria N.
Será necessário um estudo mais aprofundado sobre as máquinas elétricas
para discutirmos o assunto, o que não faz parte do objetivo desse material didático.
f) Potência Nominal:
É a potência que o motor pode fornecer dentro de suas características
nominais, em regime continuo (Watts , CV ou HP);
g) Velocidade nominal
Indica a velocidade em rotações por minuto (RPM) em condições nominais;
h) Fator de Serviço
É o fator aplicado à potência nominal que indica a máxima sobrecarga
permissível continuamente. O fator de serviço FS = 1,0, significa que o motor não foi
projetado para funcionar continuamente acima de sua potência nominal, Se o fator
de serviço for de 1,15, significa que é admissível uma sobrecarga de 15% acima da
potência nominal ;
i) Classe de isolamento
A classe de isolamento, identifica o tipo de materiais isolantes empregados no
isolamento do motor. De acordo com a ABNT as classes de isolamento são:
Classe A = 105°C

88
Classe E =120°C
Classe B = 130°C
Classe F = 155°C
Classe H = 180°C
j) Ip/In
É a relação entre a corrente de partida e a corrente nominal
k) Grau de Proteção
A norma NBR 6146 define os graus de proteção dos equipamentos elétricos
por meio das letras características IP, seguidas por dois algarismos, o 1º Algarismo:
indica o grau de proteção contra penetração de corpos sólidos estranhos e contato
acidental e o 2º Algarismo: indica o grau de proteção contra penetração de água no
interior do motor.

89
Quadro 5. Graus de proteção.

Fonte: WEG. 2004. p.103.

l) Tensão nominal
É a tensão da rede para o qual o motor foi projetado, suportando uma
variação de aproximadamente 10% ( em Volts);
m) Corrente nominal
É a corrente absorvida quando o motor funciona em potência nominal (em A);
n) Letra-Código

90
Muitos fabricantes fornecem uma letra-código indicando a relação entre
corrente nominal com rotor bloqueado sob tensão nominal. Com isso fornece uma
relação aproximada entre os KVA consumidos por CV de potência com o rotor
bloqueado.
o) Rendimento Nominal
O rendimento representa a relação em percentual entre a potência elétrica
fornecida pela rede e a potência mecânica fornecida no eixo.
m) Fator de potência: Indica a relação entre a potência aparente e a potência ativa.
p) Regime
O regime é o grau de regularidade da carga a que o motor é submetido. Os motores
normais são projetados para regime contínuo, isto é, um funcionamento com carga
constante, por tempo indefinido, desenvolvendo potência nominal. São previstos, por
norma, vários tipos de regimes de funcionamento.
q) Formas de ligação
Indica por meio de esquemas e números a forma de se ligar o motor.
O motor de indução pode ser ligado a uma, duas, ou quatro tensões
diferentes, padronizadas por norma. As tensões que poderão ser aplicadas ao
estator serão determinadas pelo tipo de ligação e dependerão do número de
terminais (pontas) do estator., como por exemplo, o motor de 3 terminais só poderá
ser ligado em uma tensão, o motor de 6 e 9 terminais poderá ser ligado em 2
tensões e o motor de 12 terminais poderá ser ligado em 4 tensões.
Mas independente do número de terminais, e da tensão aplicada aos terminais do
motor, através da combinação desejada, a bobina só trabalha com uma tensão, a
tensão de triângulo. As figuras a seguir apresentam as ligações de motores
trifásicos que atualmente são as mais usadas em baixa tensão.
Ligação de motores de 6 terminais:

91
Figura 1.101: Ligação de motores de seis terminais em triângulo e estrela.

Ligação de motores de 12 terminais:

Figura 1.102: Ligação de motores de 12 terminais em triângulo-triângulo(220V), estrela-


estrela(380V) e triângulo(440V).

1.13 Transformadores Para Comandos Elétricos

1.13.1 Definição

São dispositivos empregados em comandos elétricos para modificar os


valores de tensão e/ou corrente, numa determinada relação de transformação, que
varia de acordo com a aplicação. O transformador de comando tem como objetivo
compatibilizar a tensão/corrente da rede elétrica com a tensão/corrente necessário
no comando.

92
1.13.2 Tipos de transformadores

Transformadores de tensão
São transformadores redutores de tensão. Sua função é alimentar circuitos de
controle, sinalização e comandos (Figura 1.102).

Figura 1.103: Transformador de tensão (Aspecto físico).


Fontes: <http://www.inventec.com.br/acessorios> Acesso em: 24 maio 2007.
<http://www.valvestate.fateback.com>. Acesso em: 24 maio 2007.

 Simbologia
Os símbolos do transformador de tensão são mostrados na Figura a seguir.

Figura 1.104: Símbolos do transformador de tensão.

 Constituição
São compostos por duas bobinas, sendo uma bobina primária e uma
secundária, montadas sobre um núcleo de ferro – silício laminado.

• Núcleo de Ferro: responsável pela concentração do campo magnético criado a


partir da alimentação do enrolamento primário;
• Enrolamento Primário: bobina onde aplicamos a tensão que será modificada;
• Enrolamento Secundário: bobina onde será obtida a tensão desejada.

93
Figura 1.105: Construção do transformador.
Fonte: <http://www.geocities.com/saladefisica/funciona/transformador>. Acesso em: 24 maio
2007.

 Funcionamento
Quando uma tensão alternada é aplicada ao enrolamento primário, cria-se um
campo magnético variável. O enrolamento secundário, ao ser cortado pelo fluxo
variável, produzirá uma Força Eletromotriz Induzida no enrolamento secundário, que
é o valor de tensão desejada de saída.

94
Figura 1.106: Funcionamento do transformador.
Fonte: <http://br.geocities.com/saladefisica7/funciona/transformador> Acesso em: 24 maio 2007.

 Características

Para especificar corretamente um transformador de tensão, é necessário


conhecer as principais características do dispositivo:
• Relação de Transformação: é a relação entre a tensão aplicada ao enrolamento
primário e a tensão induzida no enrolamento secundário;
Ex: Relação de transformação 2:1 – significa que:
Se aplicarmos 220V no enrolamento primário, teremos no secundário 110V.
• Tensão Nominal do Primário: máxima tensão que deve ser aplicada ao
enrolamento primário do transformador;
• Tensão Nominal do Secundário: tensão de saída do transformador. Será obtida
de acordo com a relação de transformação;
• Corrente Nominal do Secundário: corrente máxima que pode percorrer o
enrolamento secundário.

95
 Aplicações

• Reduzir a tensão da rede a nível compatível com o valor da tensão de alimentação


dos componentes de comando (bobinas, sinaleiros luminosos, relés, etc.).
• Segurança das pessoas, nas intervenções de manobras e correções de defeitos
do equipamento.
• Separar o circuito principal do circuito auxiliar, restringindo e limitando possíveis
curtos - circuitos a valores que não afetem os condutores do circuito a que estão
ligados.

Auto - transformador
Dispositivo usado para reduzir a tensão de partida dos motores de rotor em
curto - circuito, mantendo um conjugado para a partida e aceleração do motor.

 Simbologia
O símbolo do auto-transformador trifásico é mostrado na Figura 1.106.

Figura 1.107: Auto-transformador trifásico.

 Constituição
É constituído por três bobinas enroladas sobre um núcleo de ferro laminado,
formando um conjunto trifásico. As bobinas possuem derivações, normalmente 65%
e 80%, que são ligadas à carga. Os três bornes superiores das bobinas são ligados

96
à rede elétrica e nos outros três inferiores se faz um fechamento em estrela (Y),
conforme mostra a Figura 1.107.

Figura 1.108: Conexões e taps do auto – transformador.

 Funcionamento
Os motores trifásicos de rotor em curto - circuito absorvem na partida valores
de corrente que podem atingir até 7 vezes o seu valor nominal.
Ligando-se a alimentação da rede aos terminais de entrada do auto-
transformador e a carga em uma de suas derivações, com percentual definido (65%
ou 80%), reduziremos ao percentual do valor da derivação a tensão na carga,
reduzindo a corrente na partida do motor.
Importante: a capacidade do auto - transformador deve ser compatível com a
potência do motor.

Transformador de corrente – TC
O transformador de corrente é um dispositivo que reduz os valores de
correntes a outros de menor intensidade, de acordo com sua relação de
transformação (Figura 1.108).

97
Figura 1.109 Transformador de corrente.

 Simbologia
Os símbolos do transformador de corrente estão mostrados na Figura 1.109.

Figura 1.110: Símbolos do transformador de corrente.

 Funcionamento
O enrolamento primário é o próprio barramento ou cabo que conduz a
corrente da carga, que tem um valor elevado, e deverá ser reduzida. Essa corrente
induz uma corrente na bobina do secundário, tão menor quanto maior a relação de
transformação do TC. O secundário alimenta os instrumentos ou dispositivos que
irão funcionar com corrente reduzida.
Devido às características construtivas do TC, surgem tensões de vários
kilovolts nos terminais do secundário, caso seja aberto em funcionamento.
Os inconvenientes destes fatos são:

98
• Risco de vida para operadores.
• Aquecimento excessivo, que causa a destruição do isolamento e pode provocar
contato entre o circuito primário, o secundário e a terra.
• Se não houver danos, é possível que sejam alteradas as características de
funcionamento e de precisão.

Por medida de segurança pessoal e do próprio aparelho, nunca deixe o TC


com o secundário aberto. Se for necessário realizar qualquer operação neste
circuito, deve-se curto – circuitá-lo antes com um condutor de baixa impedância.

 Aplicações
São normalmente usados em circuitos onde se deseja fazer medições ou
proteção.
• Medição: imagine uma situação em que se necessite medir uma corrente de 1000
A. Usando-se um TC com relação de 1000 / 50 e um amperímetro adequado para
esta situação (com escala graduada de 0 – 1000 A), faz-se a medição. Quando
circular uma corrente de 1000 A pelo circuito, será de 50 A a corrente no secundário
do TC e no amperímetro, que indicará a medida real, ou seja, 1000 A .

Figura 1.111: TC com relação de transformação de 1000 / 50 A.


Fonte: SENAI. MG. p. 110.

99
• Proteção: neste caso, o TC é associado a um relé térmico, cuja corrente nominal é
inferior à da rede. Se usarmos um TC com relação 200 / 5, significa que quando
houver uma corrente de 200 A na rede, a corrente no relé será de 5 A. Dessa forma,
o relé térmico terá seu tamanho reduzido e poderá ser um relé normalizado (da linha
de produção).

1.14 Chaves Seccionadoras


1.14.1 - Definição

Segundo a norma IEC-60947-3, seccionador é um dispositivo de manobra


(mecânico) que assegura, na posição aberta, uma distância de isolamento que
satisfaz requisitos de segurança especificados. O seccionador deve ser capaz de
fechar ou abrir um circuito, ou quando a corrente estabelecida ou interrompida é
desprezível, ou quando não se verifica uma variação significativa na tensão entre
terminais de cada um dos seus pólos.

Um seccionador deve ser capaz também de conduzir correntes em condições


normais de circuito, e também de conduzir por tempo especificado, as correntes em
condições anormais do circuito, tais como as de curto-circuito.

As chaves seccionadoras têm as seguintes funções:

• Isolar equipamentos ou linhas para a execução de manutenção;


• Manobrar circuitos (transferência de circuitos entre os barramentos de uma
subestação);
• “Bypassar” equipamentos, por exemplo: disjuntores ou capacitores série para
execução de manutenção ou por necessidade operativa;

No contexto apresentado, Bypassar significa criar um caminho alternativo para a


corrente elétrica.

100
As Seccionadoras somente podem operar quando houver uma variação de
tensão insignificante entre os seus terminais ou nos casos de interrupção ou
restabelecimento de correntes insignificantes.

1.14.2 Tipos de Chaves

Chave Seccionadora Primária


É um equipamento destinado a interromper, de modo visível, a continuidade
metálica de um determinado circuito.

Devido a seu poder de interrupção ser praticamente nulo, as chaves


seccionadoras devem ser operadas com o circuito a vazio (somente tensão).

Também são fabricadas chaves seccionadoras interruptoras, do tipo manual


ou automática, que são capazes de desconectar um circuito operando a plena carga.

As chaves seccionadoras podem ser construídas com um só pólo (unipolares)


ou com três pólos (tripolares). As primeiras são próprias para utilização em redes
aéreas de distribuição; o segundo tipo, normalmente, é utilizado em subestações de
instalação abrigada, em cubículo de alvenaria ou metálico.

Observe as Figuras 1.112 e 1.113

101
Figuras 1.112: Secionador monopolar de alta tensão a vazio (fechado - aberto).
Fonte: <http://www.celsa.com.co/protecciones/espanol/seccionador>. Acesso em 05 jul. 2007.

 Mecanismo de operação

O mecanismo de operação da seccionadora pode ser manual ou


motorizado. A operação manual pode ser feita por uma simples vara isolante (por
exemplo: chave-fusível em redes de distribuição) ou por uma manivela (ou volante)
localizada na base do seccionador. A operação motorizada pode ser feita por um
único mecanismo que, através de hastes, comanda a operação conjunta dos três
pólos ou por mecanismos independentes para cada pólo do seccionador
(pantográficos e semi-pantográficos).

A seccionadora motorizada, geralmente, tem mecanismos de operação


manual, usados em caso de defeito do mecanismo motorizado ou no caso de ajuste
das lâminas durante os serviços de manutenção.

102
Figuras 1.113: Seccionador tripolar a vazio – alta tensão.
Fonte: <http://www.amt.efacec.pt/images>. Acesso em: 05 jul. 2007.

Figuras 1.114: Interruptor-Seccionador fusível – alta tensão.


Fonte: <http://www.amt.efacec.pt/images>. Acesso em: 05 jul. 2007.

103
 Especificação sumária
Para especificar uma chave seccionadora tripolar primária é necessário que
sejam definidos os seguintes elementos:
• corrente nominal, em A;
• tensão nominal, em kV;
• tensão suportável a seco, em KV;
• tensão suportável sob chuva, em kV;
• tensão suportável de impulso (TSI), em kV;
• uso (interno ou externo);
• corrente de curta duração para efeito térmico, valor eficaz, em kA;
• corrente de curta duração para efeito dinâmico, valor de pico, em kA;
• tipo de acionamento (manual: através de alavanca de manobra, ou
motorizada).

Chave seccionadora tripolar de baixa tensão

É um equipamento capaz de permitir a abertura de todos os condutores não


aterrados de um circuito, de tal modo que nenhum pólo possa ser operado
independentemente. As chaves seccionadoras podem ser classificadas em dois
tipos: seccionadora com abertura sem carga e seccionadora sob carga ou
interruptor.

 Chave seccionadora com abertura sem carga (a vazio)

O Seccionador a vazio é um equipamento de manobra que deve operar


sempre a vazio, ou seja; sem corrente.
• É uma chave de comando manual (local ou à distância quando motorizada).
• Destina-se especificamente para fins de manutenção;
• Pode ser construída para instalações abrigadas ou no tempo;
• Geralmente é equipada com contatos auxiliares, permitindo o intertravamento
com disjuntores ou outros equipamentos de manobra;
• Não contém câmara para extinção de arco voltaico, o que a torna inadequada
para operação sob carga.

104
Veja simbologia nas Figuras 1.115 e 1.116

Figura 1.115: Simbologia de seccionador acionado sem carga.

Figura 1.116: Simbologia de seccionador-fusível acionado sem carga.

 Chave seccionadora sob carga ou interruptor

É aquele que é capaz de operar com o circuito desde a condição de carga


nula até a de carga plena. As seccionadoras de atuação em carga são providos de
câmaras de extinção de arco e de um conjunto de molas capaz de imprimir uma
velocidade de operação elevada. (Figura 1.117).

105
Figura 1.117: Seccionador para manobra sob carga.
Fonte: <http://www.jaguareletrica.com.br/imagens/seccionadora>. Acesso em: 05 jul. 2007.

A principal função das chaves seccionadoras é permitir que seja feita


manutenção segura numa determinada parte do sistema. Quando as seccionadoras
são instaladas em circuitos de motores, deve-se desligar tanto os motores como o
dispositivo de controle.
Sobre os dispositivos de seccionamento pode-se estabelecer:

• A posição dos contatos ou dos outros meios de seccionamento deve ser


visível do exterior ou indicada de forma clara e segura;
• Os dispositivos de seccionamento devem ser projetados e/ou instalados de
forma a impedir qualquer restabelecimento involuntário. Esse
restabelecimento poderia ser causado, por exemplo, por choque ou vibrações;
• Devem ser tomadas medidas para impedir a abertura inadvertida ou
desautorizada dos dispositivos de seccionamento, apropriados à abertura
sem carga.

Recomenda-se que as seccionadoras utilizadas em circuitos de motores de


até 600 V devem ser dimensionadas pelo menos para 115% da corrente nominal,
isto é:

I = 1,15 x Inm

106
Quando são instalados em circuitos de capacitor, devem ser dimensionados
pelo menos para 135% da corrente nominal do banco, ou seja:

Isec = 1,35 x Icap

As chaves seccionadoras devem ser dimensionadas para suportar, durante o


tempo de 1s, a corrente de curto-circuito, o valor eficaz (corrente térmica) e o valor
de crista da mesma corrente (corrente dinâmica).
 Seccionadoras sem porta fusíveis
• Apresentam as mesmas características das seccionadoras sob carga, porém,
não permitem a incorporação de fusíveis.
• Os fusíveis, quando previstos, devem ser montados separadamente

Figura 1.118: Simbologia de seccionador sob carga.

 Seccionadoras com porta fusíveis

Figura 1.119 : Seccionadoras sob carga .


Fonte:http://www.mediaibox.siemens.com.br/templates/produto. Acesso em: 05 jul. 2007.

107
• São chaves tripolares normalmente utilizadas em instalações industriais no
ramo de alimentação de motores;
• Também são utilizadas como chave geral de distribuição de circuitos;
• São usadas com fusíveis incorporados, sobrepostos na sua parte frontal;
• Oferecem segurança na troca de fusíveis, uma vez que quando
desligadas, os fusíveis ficam sem tensão.
• Permitem um seccionamento seguro mesmo quando a carga estiver
conectada.
Simbologia

Figura 1.120: Simbologia de seccionador-fusível sob carga.

1.15 Sinalização

1.15.1 Introdução

A sinalização é uma forma visual, ou sonora, de indicar uma determinada


operação em um circuito, em uma máquina ou num conjunto de máquinas. Pode ser
feita por buzinas, campainhas, sinaleiros luminosos ou sinalizadores áudio-visuais.
Neste estudo serão abordados apenas os sinaleiros luminosos.

1.15.2 Simbologia

Os símbolos dos sinalizadores mais usados estão no Quadro abaixo.


¨

108
Quadro 6: Sinalização áudio-visual.

1.15.3 Sinaleiros luminosos

São sinaleiros usados para indicar as condições de operação de um circuito,


através de um visor com cores padronizadas. (Figura 1.121).

Figura 1.121: Alguns modelos de sinaleiros luminosos.


Fonte:<http://www.schmersal.com.br/catalogos>.Acesso em: 28 maio 2007.

Constituição

O sinaleiro luminoso é constituído de um elemento frontal de sinalização e um


elemento soquete, que podem estar agrupados em uma peça e em alguns
casos são modulares, conforme descrito a seguir:

109
a) Elemento frontal de Sinalização

Possui um visor colorido à frente de uma lâmpada conforme mostra figura


1.121. As cores dos visores são padronizadas para as principais aplicações e estão
relacionadas no Quadro 7.

Figura 1.122: Visor frontal de sinaleiro.


Fonte:http://www.schmersal.com.br/catalogos. Acesso em: 28 maio 2007.

Quadro 7: Cores padronizadas de sinalizadores.


Condições de
Exemplos de Aplicação
Cor Operação
-Indicação de que a máquina está paralisada
devido à atuação de um dispositivo de
Vermelho Condições Anormais proteção, perante, por exemplo, uma
sobrecarga ou a qualquer falha.
-Partida normal; todos os dispositivos
auxiliares funcionam e estão prontos para
Equipamento pronto operar. A pressão hidráulica ou a tensão estão
Verde nos valores especificados. O ciclo de operação
para operar
está concluído e a máquina está pronta para
operar novamente.
-O valor de uma grandeza aproxima-se do seu
Amarelo Atenção ou cuidado valor limite (corrente, temperatura).-Sinal para
ciclo de operação automático.
-Chave principal na posição LIGA.-Escolha da
Circuitos sob tensão velocidade ou do sentido de rotação.-
em operação Acionamentos individuais e dispositivos
Branco
(funcionalmente) auxiliares estão operando.
normal -Máquina em movimento.
Todas as funções para as quais não se
Azul Informação
aplicam as cores acima

Em alguns casos, pode-se usar sinaleiro com visor translúcido, que possibilita a
inserção de dizeres, números ou símbolos em suas lentes. A especificação é feita de
acordo com o modelo (que determina suas dimensões, cores, etc.), diâmetro da

110
furação e forma de fixação ao painel, que é por meio de rosca no corpo do
sinalizador.

b) Elemento Soquete

É um dispositivo acoplável aos elementos frontais de comando. São


projetados para uso de lâmpadas incandescentes - soquetes E-14 e BA9S. O
elemento soquete pode ser acoplado a um transformador, resistor, conversor ou um
pisca - pisca, de acordo com as características elétricas da lâmpada usada e do tipo
de sinalização, conforme Figura 1.123.

Figura 1.123: Elemento soquete.


Fonte: SENAI. MG. 1998. p.. 93.

A especificação do sinaleiro é feita de acordo com o tipo de lâmpada a ser


usada, tensão, potência e temperatura nos quais o componente será submetido.
Exemplo:
220V/2W (T= 85º C)
Abaixo estão apresentados alguns dados técnicos de sinaleiros da Linha
Sinofix, retirados de catálogo eletrônico da Ace Schmersal.
• “Corpo: Termoplástico”;
• Aro frontal: Termoplástico;
• Visor: Termoplástico, internamente estriado ou serrilhado;
• Fixação ao painel: Por pressão/encaixe no furo;
• Espessura da chapa do painel: Entre 0,8 e 2,0 mm;

111
• Lâmpadas: a) Incandescente de 6, 12, 24 e 48 ~ / b) Neon de 110 e 220V~
(com resistor) / c) Diodos luminosos de 6, 12, 24 e 48V~ (com resistor e diodo
de proteção) d) LED de 6, 12, 24, 48 e 110V;
• Ligação: Terminais chatos de latão estanhado 2,8 x 0,8 mm, soldáveis ou
"plug-in";
• Temperatura admissível: 70º C;
• Proteção: IP40 no frontal do painel.

1.16 Terminais
1.16.1 Introdução

Os terminais são componentes que são conectados aos condutores dos


circuitos e tem como função aumentar o contato elétrico entre o condutor e o borne
ou outro local a ser conectado o condutor, eliminando assim, as perdas devido a mal
contato.

1.16.2 Tipos de terminais

Terminal e luva pré isolados


São terminais fabricados em cobre eletrolítico com acabamento estanhado e
a isolação em PVC, normalmente tem ranhuras no interior para melhorar o contato
elétrico e aumentar a resistência ao deslizamento do condutor. Normalmente
abrange as bitolas de 0,25 a 6mm², podendo ser sem isolação, pré-isolados e pré-
isolados reforçados. Constituem-se em: anéis, forquilhas, forquilhas tipo anel,
anzóis, linguetas planas, forquilhas pontas dobradas, pinos, pinos retos, luvas de
emenda, paralelos de derivação, etc.

Figura 1.124: Terminais.


Fonte: < http://www.crimper.com.br>. Acesso em: 29 maio 2007.

112
É possível identificar a seção transversal do cabo que poderá ser conectado
aos terminais através de um código de cores, sendo:

Exemplo:

• Os terminais de cor vermelha – Cabos de 0,5 a 1,5 mm²;


• Os terminais de cor azul – Cabos de 1,5 a 2,5 mm²;
• Os terminais de cor amarelo – Cabos de 4,0 a 6,0 mm².

Figura 1.125: Identificação dos terminais pela cor.


Fonte: <http://www.intelli.com.br/produtos.phpis>. Acesso em: 29 maio 2007.

Terminais de encaixe
São terminais fabricados a partir de fitas de latão ou cobre, possui tratamento
superficial de estanho. Abrange as bitolas de 0,25 a 6mm², podendo ser sem
isolação, com isolação e com garra, pré-isolados, pré-isolados reforçados,
totalmente isolados e isolados em acopladores de nylon. Constituem-se
normalmente em engates tipo fêmea, engates tipo fêmea totalmente isolados,
engates tipo macho, engates tipo macho-fêmea, etc.

Figura 1.126: Terminais de encaixe.


Fonte: < http://www.intelli.com.br/produtos>. Acesso em: 29 maio 2007.

Terminais e luvas tubulares

113
Normalmente são fabricados a partir de tubos de cobre de alta condutibilidade
e possui tratamento superficial de estanho, resistente aos efeitos da corrosão.
Abrange a bitolas de 0,50 a 630,00mm², podendo ser nos seguintes modelos:
terminais tubulares: 1 furo e 1 compressão ou 1 furo e 2 compressões, 2 furos e 1
compressão ou 2 furos e 2 compressões. Luvas tubulares: 1 compressão ou 2
compressões, ambas com limitador central para posicionar corretamente os
condutores.”

Figura 1.127: Terminais e luvas tubulares.


Fonte: < http://www.crimper.com.br>. Acesso em: 29maio 2007.

Terminal Pré-isolado tipo ilhós (Pino Tubular)


“São terminais fabricados em cobre com camada de estanho. Apropriado para
uso em componentes eletro-eletrônicos que exigem reduzidas dimensões para
contato e excelente resistência às vibrações. Disponíveis para cabos de bitola 0,75 a
25 mm².”

Figura 1.128: Terminais tipo ilhós.


Fonte: < http://www.intelli.com.br>. Acesso em: 29 maio 2007.

Ferramentas

As ferramentas para aplicação deverão ser escolhidas de acordo com o tipo


de terminal que está sendo utilizado. Na figura abaixo serão apresentados alguns

114
tipos de alicates usados para aplicação de terminais que estão disponíveis no
mercado.

Figura 1.129: Alicates prensa-terminais.


Fonte: <http://www.hellermann.com.br>. Acesso em: 29 maio 2007.

115
1.17 Bornes de conexão
1.17.1 Introdução
São dispositivos usados nas instalações elétricas para facilitar o processo de
interligação entre circuitos, como alimentação, carga, teste, e medição,
proporcionando para tais circuitos, a possibilidade de derivações, emendas,
continuidade, ligações, saídas, etc. (Figura 1.130).

Figura 1.130 Bornes de conexões.


Fonte: <http://www.siemens.com.br/upfiles>. Acesso em: 30 maio 2007.

1.17.2 Simbologia:

O símbolo de borne de conexão é mostrado na Figura 3.131.

Figura 1.131 Símbolo de borne de conexão.

1.17.3 Constituição de um sistema de conexão


Os conectores, com seus respectivos acessórios, representam um sistema
fácil e flexível de conexões, resolvendo inúmeros problemas de ligações elétricas,
mediante um mínimo de peças necessárias.

116
Os componentes deste sistema são:
a) - Componente Principal: conector unipolar
b) - Acessórios: placa final, garra final, trilho, placa separadora, ponte de
interligação, identificadores e tampa de proteção.

Figura 1.132: Componentes de um sistema de conexão.


Fonte: <http://www.conexel.com.br>. Acesso em: 16 maio 2007.

Conector Unipolar:
Possui corpo isolante, que permite a montagem e isolamento das peças
condutoras (contatos). Apresenta bornes em seus extremos, para entrada dos
condutores e em sua parte inferior uma saliência, que serve para encaixe do
conector ao trilho (Figura 1.133).

Figura 1.133: Conector unipolar.


Fonte: <http://www.siemens.com.br>. Acesso 30 maio 2007.

Placa Final
É uma placa isolante que serve para fechar o último conector montado no
trilho, conforme mostra a Figura 1.134.

117
Figura 1.134 Placa final.
Fonte: <http://www.conexel.com.br>. Acesso em: 16 maio 2007.

Garra Final

Elementos que são fixados nas extremidades do trilho, para evitar o


desprendimento dos conectores. Para cada conjunto de conectores são utilizadas
duas garras de fixação, também chamadas de postes, Veja a Figura 1.135.

Figura 1.135: Garra final ou poste.


Fonte: <http://www.conexel.com.br>. Acesso em: 16 maio 2007.

Trilho

É o elemento suporte, onde serão fixados os conectores unipolares e outros


elementos acessórios, apresentado na Figura 1.136.

118
Figura 1.136 Trilho.
Fonte: <http://www.conexel.com.br> . Acesso em: 16 maio 2007.

Placa Separadora

É uma placa que serve para separar e isolar os bornes.


Na figura abaixo, podemos observar um conjunto de conectores unipolares, onde
temos 3 placas separadoras na cor amarela.

Figura 1.137: Placa separadora.


Fonte: <http://www.siemens.com.br> . Acesso em: 30 maio 2007.

Ponte de Interligação

Serve para interligar dois ou mais conectores, de acordo com a necessidade


do circuito. (Figura 1.138).

119
Figura 1.138: Ponte de interligação.
Fonte: <http://www.conexel.com.br> . Acesso em: 16 maio 2007.

Identificadores

São de diversos modelos e utilizados para identificar os bornes dos


conectores. São encaixados no conector manualmente. Observe a Figura 1.139.

Figura 1.139: Identificador de bornes.


Fonte: <http://www.conexel.com.br>. Acesso em: 16 maio 2007.

1.17.4 Características elétricas

As principais características deste dispositivo são:


Tensão de Isolação: deve superar o valor da tensão da rede onde serão
instaladas.
Corrente Nominal: varia de acordo com a capacidade de corrente dos
condutores instalados.

120
Seção dos Condutores: possuem uma faixa para os valores de seção, que
estabelece os limites máximo e mínimo das bitolas dos condutores
adequados a cada tipo de borne.
Tensão Nominal: deve ser compatível com a tensão onde o borne será
instalado.

A Tabela 3 mostra dados técnicos de um conector da linha 8WAI da Siemens.


Tabela 3 - Conector 8WAI Siemens.
Seção (mm2) 2,5 4,0
Corrente Permanente (A) 26,0 34,0
Tipo de condutor
Fio (mm2) 0,25 - 4,0 0,5 - 6,0
2
Cabo Flexível (mm ) 0,5 - 2,5 1,5 - 4,0
Temperatura Ambiente até 55º até 55º
Temperatura Máxima 100º 100º
Tensão de Isolação 800 V 800 V

1.17.5 Tipos de conectores unipolares

Conectores de Passagem:
São usados para permitir a continuidade do circuito, emenda nos condutores,
saídas, etc. São fabricados para cabos entre 2,5 mm2 e 35 mm2 (Figura 1.140).

Figura 1.140: Conectores de passagem.


Fonte: http://www.siemens.com.br/upfiles>. Acesso em: 30 maio 2007.

121
Conectores Seccionadores de medição:
São utilizados para testar e seccionar circuitos com transformadores de
corrente, sem interrupção do serviço (Figura 1.141).

Figura 1.141: Conectores seccionadores.


Fonte: <http://www.siemens.com.br/upfiles>. Acesso em: 30 maio 2007.

Conector Seccionador Fusível:


Além de fazer a conexão entre as partes do circuito, destina-se à proteção de
curto - circuito (Figura 1.142).

Figura 1.142: Conector seccionador fusível.


Fonte: <http://www.siemens.com.br/upfiles>. Acesso em: 30 maio 2007.

122
Conectores Terra

É um tipo de conector de passagem que efetua a continuidade elétrica dos


circuitos e o aterramento dos mesmos.

Figura 1.143: Conector Terra.


Fonte: <http://www.siemens.com.br> Acesso em: 30 maio 2007.

OBS: além dos conectores unipolares, existem outros tipos, tais como: conectores em
barra (Sindal), conectores para motores, etc...

1.18 SOFT-STARTER

1.18.1 Introdução

Algumas técnicas foram desenvolvidas com o objetivo de controlar a corrente


de partida de motores elétricos, um claro exemplo é o sistema que utiliza as chaves
de partida tipo soft-starter. Estes equipamentos eletrônicos, vem assumindo
significativamente o lugar de outros sistemas anteriormente desenvolvidos,
principalmente porque faz com que a partida do motor seja realizada de forma
suave, aumentando desta forma a qualidade da partida.

123
Figura 1.144: Aspecto físico de uma soft-starter.
Fonte: <http://www.wegelectricalmotors.com>. Acesso em: 31 maio 2007.

1.18.2 Princípio de funcionamento/estrutura básica

Segundo o guia de aplicação de soft-starter da WEG, p. 65:

“O funcionamento das soft-starters está baseado na utilização


de um circuito eletrônico de potência, que é comandado através
de uma pa eletrônica de controle, a fim de ajustar a tensão de
saída, conforme uma programação feita previamente...”

124
“Um Soft-Starter que inclua características de otimização de
energia altera a operação do motor. A função de otimização de
energia reduz a tensão aplicada aos terminais do motor de
modo que a energia necessária para suprir o campo seja
proporcional à demanda da carga. Isso nos trás benefícios na
prática, pois é comum selecionar um motor com potência
superior ao máximo que a carga exige. O motor selecionado
para qualquer aplicação estará quase certamente
sobredimensionado e por esta razão, quando alimentado à
tensão nominal, esta energia poderá ser economizada, mesmo à
plena carga.” (WEG, p. 74)

Além disso, existem ainda, algumas aplicações onde a potência do motor


deve ser definida em função de um pico de carga, que ocorre intermitentemente,
apesar de a carga nominal muitas vezes ser muito menor, como no caso de
compressores.

Como podemos ver na Figura 1.145, a soft-starter controla a tensão da rede


através do circuito de potência, onde variamos o valor eficaz de tensão aplicada ao
motor. A seguir, faremos uma análise mais detalhada de cada uma das partes
individuais desta estrutura, já que notamos nitidamente que podemos dividir a
estrutura acima em duas partes, o circuito de potência e o circuito de controle.

125
Figura 1.145: Diagrama em blocos simplificado.
Fonte: WEG. Guia de aplicação de soft-starter. p. 65

Circuito de potência

Segundo o Manual de treinamento WEG, módulo : comando e proteção. p.399,

“Este circuito é por onde circula a corrente que é fornecida para


o motor. É constituído basicamente pelos SCRs e suas
proteções, e os TCs (transformadores de corrente).

Os transformadores de corrente fazem a monitoração da


corrente de saída permitindo que o controle eletrônico efetue a
proteção e manutenção do valor de corrente em níveis pré-
definidos (função limitação de corrente ativada).”

126
Circuito de controle
De acordo com o Manual de treinamento WEG, módulo 1 – comando e proteção. p.
399:

“Onde estão os circuitos responsáveis pelo comando,


monitoração e proteção dos componentes do circuito de
potência, bem como os circuitos utilizados para comando,
sinalização e interface homem-máquina que serão
configurados pelo usuário em função da aplicação. Atualmente
a maioria das chaves soft-starters disponíveis no mercado são
microprocessadas, sendo assim, totalmente digitais. Alguns
fabricantes ainda produzem alguns modelos com controle
analógico, mais no sentido de oferecer uma opção mais barata
para aplicações onde não sejam necessárias funções mais
sofisticadas.”

1.18.3 Principais características/ funções


Além das características mostradas anteriormente as soft-starters também
apresentam funções programáveis que permitirão configurar o sistema de
acionamento de acordo com as necessidades do usuário.

Rampa de tensão na aceleração

As chaves soft-starters tem uma função que gera na saída da mesma, uma
tensão eficaz gradual e continuamente crescente até que seja atingida a tensão
nominal da rede. Graficamente podemos observar isto através da Figura 1.146.

127
Figura 1.146: Rampa de tensão aplicada ao motor na aceleração.

“Atentem ao fato de que quando ajustamos um valor de tempo


de rampa, e de tensão de partida (pedestal), isto não significa
que o motor irá acelerar de zero até a sua rotação nominal no
tempo definido por t a. Isto na realidade dependerá das
características dinâmicas do sistema motor/carga, como por
exemplo: sistema de acoplamento, momento de inércia da
carga refletida ao eixo do motor, atuação da função de
limitação de corrente, etc .

Tanto o valor do pedestal de tensão, quanto o de tempo de


rampa são valores ajustáveis dentro de uma faixa que pode
variar de fabricante para fabricante.

Não existe uma regra prática que possa ser aplicada para
definir qual deve ser o valor de tempo a ser ajustado, e qual o
melhor valor de tensão de pedestal para que o motor possa
garantir a aceleração da carga. A melhor aproximação poderá
ser alcançada através do cálculo do tempo de aceleração do
motor, o qual não estudaremos neste módulo.” (WEG. Guia de
aplicação de soft-starter. p. 69

128
Rampa de tensão na desaceleração

“Existem duas possibilidades para que seja executada a


parada do motor, por inércia ou controlada, respectivamente.
Na parada por inércia, a soft-starter leva a tensão de saída
instantaneamente a zero, implicando que o motor não produza
nenhum conjugado na carga, que por sua vez, irá perdendo
velocidade, até que toda energia cinética seja dissipada.
Na parada controlada a soft-starter vai gradualmente reduzindo
a tensão de saída até um valor mínimo em um tempo pré-
definido.

Graficamente podemos observar a Figura 1.147.

Figura 1.147: Perfil de tensão na desaceleração.


Fonte: WEG, p. 70.

Kick Start.
“Existem cargas que no momento da partida exigem um
esforço extra do acionamento em função do alto conjugado
resistente. Nestes casos, normalmente a soft-starter precisa
aplicar no motor uma tensão maior que aquela ajustada na

129
rampa de tensão na aceleração, isto é possível utilizando uma
função chamada ”Kick Start”.

Como podemos ver na Figura 1.147:

“...esta função faz com que seja aplicado no motor um pulso de


tensão com amplitude e duração programáveis para que o
motor possa desenvolver um conjugado de partida, suficiente
para vencer o atrito, e assim acelerar a carga. Deve-se ter
muito cuidado com esta função, pois ela somente deverá ser
usada nos casos onde ela seja estritamente necessária.”
(WEG. Guia de aplicação de soft-starter. p. 71-72).

Figura 1.148: Representação gráfica da função “Kick Start”.


Fonte: WEG. p. 72.

Limitação de corrente

“Na maioria dos casos onde a carga apresenta uma inércia elevada, é utilizada uma
função denominada de limitação de corrente. Esta função faz com que o sistema
rede/soft-starter forneça ao motor somente a corrente necessária para que seja
executada a aceleração da carga.” (WEG. Guia de aplicação de soft-starter. p. 72).

130
No Gráfico abaixo podemos observar como esta função é executada.

Gráfico 1: Limitação de corrente.


Fonte: WEG. p. 402.

“Este recurso é sempre muito útil, pois, garante um


acionamento realmente suave e, melhor ainda, viabiliza a
partida de motores em locais onde a rede se encontra no limite
de sua capacidade. Normalmente nestes casos a condição de
corrente na partida faz com o sistema de proteção da
instalação atue, impedindo assim o funcionamento normal de
toda a instalação. Ocorre então a necessidade de se impor um
valor limite de corrente de partida de forma a permitir o
acionamento do equipamento bem como de toda a indústria. A
limitação de corrente também é muito utilizada na partida de
motores cuja carga apresenta um valor mais elevado de
momento de inércia. “ (WEG. Guia de aplicação de soft-starter.
p. 73.).

Pump control

“Esta função é utilizada especialmente para a aplicação de


partida soft-starter em sistemas de bombeamento. Trata-se na
realidade de uma configuração específica (pré-definida) para

131
atender este tipo de aplicação, onde normalmente é necessário
estabelecer uma rampa de tensão na aceleração, uma rampa
de tensão na desaceleração e a habilitação de proteções. A
rampa de tensão na desaceleração é ativada para minimizar o
golpe de aríete, prejudicial ao sistema como um todo. São
habilitadas também as proteções de seqüência de fase e
subcorrente imediata.” (WEG. Guia de aplicação de soft-starter.
p. 74).

Economia de energia

“Uma soft-starter que inclua características de otimização de


energia simplesmente altera o ponto de operação do motor.
Esta função, quando ativada, reduz a tensão aplicada aos
terminais do motor de modo que a energia necessária para
suprir o campo seja proporcional à demanda da carga.
Em termos práticos pode-se observar uma otimização com
resultados significativos somente quando o motor está
operando com cargas inferiores a 50% da carga nominal. Isto,
diga-se de passagem, é muito difícil de encontrar, pois
estaríamos falando de motores muito sobredimensionados, o
que atualmente em virtude da crescente preocupação com o
desperdício de energia e fator de potência, vem sendo evitado
a todo custo.” (WEG. Guia de aplicação de soft-starter da
WEG. p. 74-75).

1.18.4 Proteções

Sobrecorrente imediata na saída

“Ajusta o máximo valor de corrente que a soft-starter permite fluir para o motor
por período de tempo pré ajustado (via parametrização).”

132
Gráfico 2: Proteção de sobrecorrente imediata.
Fonte: WEG. p. 403.

Subcorrente imediata
“Ajusta o mínimo valor de corrente que a
soft-starter permite fluir para o motor por período de tempo pré
ajustado (via parametrização); esta função é muito utilizada
para proteção de cargas que não possam operar em vazio
como, por exemplo, sistemas de bombeamento”.

Gráfico 3: Proteção de subcorrente imediata.


Fonte: WEG. p. .404.

133
Sobrecarga na saída (Ixt)

“Supervisiona as condições de sobrecarga conforme a classe térmica


selecionada, protegendo o motor termicamente contra sobrecargas aplicadas ao seu
eixo”. (WEG. Manual de treinamento, p. 404).

Sobretemperatura no circuito interno de potência

“Monitora a temperatura no circuito de potência através de um


termostato montado sobre o dissipador de alumínio, onde
também estão montados os tiristores. Caso a temperatura do
dissipador superar 90 °C, o termostato irá comutar fazendo
com que a CPU bloqueie imediatamente os pulsos de disparo
dos tiristores, enviando uma mensagem de erro que será
mostrada no display”. (WEG. Manual de treinamento. p. 405).

Seqüência de fase invertida

“Alguns modelos de soft-starters irão operar somente se a


seqüência de fase estiver correta. Esta proteção pode ser
habilitada para assegurar que cargas sensíveis a inversão do
sentido de giro não sejam danificadas, como exemplo,
podemos citar o acionamento para bombas. Uma desvantagem
dos modelos que são sensíveis a mudança da seqüência de
fase, é que qualquer operação de reversão deverá ser feita na
saída da chave”.(WEG. Manual de treinamento. p. 405).

Falta de fase na rede


“Detecta a falta de uma fase na alimentação da softstarter e bloqueia os
pulsos de disparo dos tiristores”.

Falta de fase no motor

134
“Detecta a falta de uma fase na saída da soft-starter e bloqueia os pulsos de disparo
dos tiristores”.

Falha no circuito interno


“Detecta se o circuito interno está danificado. Caso exista defeito, bloqueia o disparo e
envia uma mensagem de erro através do display”.

Erro na CPU (watchdog)


“Ao energizar-se, a CPU executa uma rotina de auto diagnose e verifica os circuitos
essenciais. Caso haja alguma irregularidade, serão bloqueados os pulsos de disparo dos
tiristores e será enviada uma mensagem de erro através do display”.
Interferência eletromagnética também pode causar a atuação desta proteção.

Erro de programação
“Não permite que um valor que tenha sido alterado incorretamente seja aceito.
Normalmente ocorre quando se altera algum parâmetro com o motor desligado e nas
condições de incompatibilidade”.
Manual de treinamento WEG, módulo 1 – comando e proteção.P405

Erro de comunicação serial


“Impede que um valor alterado ou transmitido incorretamente através da porta de
comunicação serial, seja aceito”.
Defeito externo
“Atua através de uma entrada digital programada. São associados dispositivos de
proteção externos para atuarem sobre esta entrada, como por exemplo, sondas térmicas,
pressostatos, relés auxiliares, etc”.
Manual de treinamento WEG, módulo 1 – comando e proteção.P406

135
1.18.5 Comparação entre
sistemas de partida de motores
Comparativo soft-starters x partida estrela-triângulo

ESTRELA-TRIÂNGULO

• Vantagens
A) Custo reduzido.
B) A corrente de partida é reduzida a 1/3 quando comparada com a partida direta.
C) Não existe limitação do número de manobras/hora.

• Desvantagens
A) Redução do torque de partida a aproximadamente 1/3 do nominal.
B) São necessários motores com seis bornes.
C) Caso o motor não atingir pelo menos 90% da Velocidade nominal, o pico de corrente na
comutação de estrela para triângulo é equivalente ao da partida direta.
D) Em casos de grande distância entre motor e chave de partida, o custo é elevado devido a
necessidade de seis cabos.

SOFT-STARTER

• Vantagens
A) Corrente de partida próxima à corrente nominal.
B) Não existe limitação do número de manobras/hora.
C) Longa vida útil pois não possui partes eletromecânicas móveis.
D) Torque de partida próximo do torque nominal.
E) Pode ser empregada também para desacelerar o motor.

• Desvantagens
A) Maior custo na medida em que a potência do motor é reduzida.

136
Comparativo soft-starters x partida compensada

• Partida Compensada
A) Utilização somente em motores de indução standard.
B) Corrente de partida Ip = +/- 3,0 x In
C) Possui normalmente 2 tap’s (65 e 85% da Vn do motor) para ajuste da tensão de
partida.

D) Gera um pico de corrente instantâneo na transição para a tensão nominal (motor


em regime)

E) Auto-transformador possui condição térmica limitante; não suporta um número alto de


partidas por hora.
F) Peso e volume elevados.

G) Desgaste das partes móveis de contatores e outros componentes elétricos.

• Soft-Starters (Partida Estática)


A) utilização em motores de indução standard e motores de anéis.

B) Corrente de partida = +/- 2,0 x In


C) Possui diversos tap’s ( 25, 40, 55 ou 75% da Vn do motor ) para ajuste da tensão
de partida ( ajuste simples através de dip-switches ).

D) Permite aceleração suave pelo acréscimo linear da tensão ao motor não gerando picos de
corrente.
E) Função Kick-Start ( pulso de tensão na partida ) para partidas com inércia
elevada.

F) Existe uma série de proteções, como: limitação de corrente, relé de sobrecarga,


sobrecorrente, subcorrente, falta de fase incorporados à Soft-Starter.
G) Utilização em ciclos com economia de energia com redução automática das
perdas magnéticas do motor.

H) Ausência de contatos móveis prolongando a vida elétrica do equipamento.

137
Peso e tamanho reduzido.

1.19 Inversores de Freqüência

1.19.1 Introdução
Um acionamento elétrico é um sistema capaz de converter energia elétrica em energia
mecânica (movimento), mantendo sob controle tal processo de conversão. Estes são
normalmente utilizados para acionar máquinas ou equipamentos que requerem algum tipo de
movimento controlado, como por exemplo a velocidade de rotação de uma bomba.
Um acionamento elétrico moderno é formado normalmente pela combinação dos
seguintes elementos:
A) Motor - converte energia elétrica em energia mecânica.
B) Dispositivo eletrônico -comanda e/ou controla a potência elétrica entregue ao motor
C) Transm-issão mecânica - adapta a velocidade e inércia entre motor e máquina (carga).
Os motores mais utilizados nos acionamentos elétricos são os motores de indução.
Estes motores, quando alimentados com tensão e freqüência constantes, sempre que não
estejam operando a plena carga (potência da carga igual a potência nominal do motor) estarão
desperdiçando energia. É importante ressaltar também o fato de que um motor de indução
transforma em energia mecânica aproximadamente 85% de toda a energia elétrica que recebe
e que os 15% restantes são desperdiçados, sendo assim o acionamento elétrico de máquinas é
um assunto de extrema importância no que se refere a economia de energia.

1.19.2 Sistemas de velocidade


variável
Durante muitos anos, as aplicações industriais de velocidade variável foram ditadas
pelos requisitos dos processos e limitadas pela tecnologia, pelo custo, pela eficiência e pelos
requisitos de manutenção dos componentes empregados.

138
Os sistemas mais utilizados para variação de velocidade foram por muito tempo
implementados com motores de indução de velocidade fixa, como primeiro dispositivo de
conversão de energia elétrica para energia mecânica. Para a obtenção de velocidade variável o
sistema necessitava de um segundo dispositivo de conversão de energia que utilizava
componentes mecânicos, hidráulicos ou elétricos. Com a disponibilidade no mercado dos
semicondutores, a partir dos anos 60 este quadro mudou completamente. Mas foi mesmo na
década do 80 que, com o desenvolvimento de semicondutores de potência com excelentes
características de desempenho e confiabilidade, foi possível a implementação de sistemas de
variação de velocidade eletrônicos. O dispositivo de conversão de energia elétrica para
mecânica continuou sendo o motor de indução, mas agora sem a utilização de dispositivos
secundários mecânicos, hidráulicos ou elétricos. Em muitos casos a
eficiência das instalações equipadas com estes novos dispositivos chegou a ser duplicada
quando comparada com os sistemas antigos.
Estes sistemas de variação continua de velocidade eletrônicos proporcionam, entre outras, as
seguintes vantagens:

• Economia de energia;
• Melhoramento do desempenho de máquinas e equipamentos, devido a adaptação da
velocidade aos requisitos do processo;
• Elimina o pico de corrente na partida do motor;
• Reduz a freqüência de manutenção dos equipamentosl Etc.

Estes novos dispositivos eletrônicos para variação de velocidade de motores de


indução são conhecidos como Inversores de Freqüência. A aplicação de motores de indução
tem se regido historicamente pelas características descritas na placa de identificação do motor.
Na aplicação dos inversores de freq üência o motor de indução, ao contrário do que
acontece quando ligado diretamente à rede de distribuição de energia elétrica, é alimentado
com freqüência e tensão variável. Isto possibilita obter velocidade variável no eixo do próprio
motor.
É muito importante, assim, conhecer e entender o funcionamento destes sistemas
(motor + inversor) para prevenir erros de aplicação que poderiam acabar com os benefícios

139
que estes dispositivos proporcionam. Os técnicos ou engenheiros envolvidos com aplicações
de velocidade variável não precisam de conhecimentos
sobre o projeto de motores e projeto de sistemas eletrônicos de comando/controle, mas sim
sobre o funcionamento e utilização dos mesmos. As dúvidas mais freqüentes podem resumir-
se nas seguintes perguntas:

• Como funciona meu motor?


• Como o motor se comporta ante uma determinada carga?
• Como eu posso melhorar/otimizar o funcionamento do meu motor e carga?
• Como eu posso identificar problemas no meu sistema?

Esta apostila tem por intenção, fornecer, mesmo para pessoas sem experiência no
assunto, informações sobre o funcionamento dos modernos sistemas de velocidade variável
disponíveis e como eles se comportam ante diferentes cargas, tentando assim responder as
perguntas formuladas anteriormente.

1.19.3 Aplicações
Muitos processos industriais requerem dispositivos de acionamento de cargas com
velocidade variável.
Exemplos:
• Bombas variação de vazão de líquidos
• Ventiladores variação de vazão de ar
• Sistemas de transporte variação da velocidade de transporte
• Sistemas de dosagem variação da velocidade de alimentação
• Tornos variação da velocidade de corte
• Bobinadeiras compensação da variação de diâmetro da bobina.

140
1.19.4 Instalação de inversores
de freqüência
Este capítulo tem como objetivo apresentar os componentes e informações gerais
necessárias para a instalação de um inversor de freqüência. A utilização de cada componente
dependerá de cada caso particular.
Serão abordados os seguintes tópicos (ver figura abaixo):
• Rede de Alimentação;
• Manobra e proteção - Chave Seccionadora, Fusíveis de Alimentação;
• Condicionamento da Alimentação - Transformador Isolador, Reatância de Rede,
Filtro de Rádio Freqüência, Contatores;
• Interferência Eletromagnética - EMI Interferência Eletromagnética, RFI
Interferência de RF;
• Aterramento;
• Cabos;
• Dispositivos de Saída - Relés Térmicos, Reatância;
• Instalação em painéis.

141
Figura 1.149: Instalação de um inversor.
Fonte: WEG, P.111.

Rede de alimentação elétrica

142
Os inversores são projetados para operar em redes de alimentação simétricas. A tensão
entre fase e terra deve ser constante, se por algum motivo esta tensão varia, por exemplo pela
influência de algum outro equipamento ligado a rede, será necessário colocar um
transformador de isolação.

Fusíveis
Os inversores geralmente não possuem proteção contra curto-circuito na
entrada, sendo assim, é responsabilidade do usuário colocar fusíveis para proteção.
Estes são normalmente especificados na documentação técnica.

Condicionamento da rede de alimentação


Geralmente os inversores podem ser ligados diretamente a rede de alimentação.
Existem, no entanto, certas condições que devem ser levadas em conta na instalação de um
inversor, sendo necessária a utilização de transformadores isoladores e/ou reatâncias de rede.

Exemplos:
• A rede elétrica experimenta freqüentes flutuações de tensão ou cortes de energia
elétrica (transformador isolador / reatância);
• A rede elétrica não tem neutro referenciado ao terra (transformador isolador);
• A rede tem capacitores para correção de fator de potência não conectados
permanentemente. Isto significa que o banco de capacitores estará sendo
conectado e desconectado da rede permanentemente (reatância de rede);
Deve se levar em conta que a colocação de uma reatância de rede reduz a tensão de
alimentação em aproximadamente 2 a 3%. As reatâncias de rede são utilizadas também para:
A)Minimizar falhas no inversor provocadas por sobretensões transitórias na rede de
alimentação
B) Reduzir harmônicas
C) Melhorar o fator de potência
D) Aumentar a impedância da rede vista pelo inversor.

 Filtro de rádio-freqüência:
Os filtros de rádio freqüência são utilizados na entrada dos inversores para filtrar sinais
de interferência (ruído elétrico) gerado pelo próprio inversor, que serão transmitidas pela rede

143
e poderiam causar problemas em outros equipamentos eletrônicos. Na grande maioria dos
casos não são necessários pois os inversores já possuem internamente um filtro na entrada que
evita problemas causados por Interferência Eletromagnética (EMI). Caso seja necessário,
devem ser montados próximos a alimentação do inversor, estando tanto o inversor como o
filtro mecanicamente sobre uma placa de montagem metálica aterrada, havendo bom contato
elétrico entre a chapa e os gabinetes do filtro e inversor.

 Contatores:
Com a finalidade de prevenir a partida automática do motor depois de uma interrupção
de energia, é necessário colocar um contator na alimentação do inversor ou realizar algum
intertravamento no comando do mesmo. O contador também permite um seccionamento
remoto da rede elétrica que alimenta o inversor.

Interferência eletromagnética (emi)

 Conceitos básicos
A radiação eletromagnética que afeta adversamente o desempenho de equipamentos
eletro-eletrônicos é conhecida geralmente por EMI, ou Interferência eletromagnética. Muitos
tipos de circuitos eletrônicos são suscetíveis a EMI e devem ser protegidos para assegurar seu
correto funcionamento. Da mesma forma, emissões irradiadas desde dentro dos equipamentos
eletrônicos podem prejudicar o funcionamento dos mesmos ou de outros equipamentos que se
encontrem perto destes. Para assegurar o correto funcionamento de equipamentos eletrônicos,
as emissões eletromagnéticas produzidas por equipamentos comerciais não devem exceder
níveis fixados por organizações que regulamentam este tipo de produtos.

 Em que consistem as EMIs?

A radiação eletromagnética são ondas eletromagnéticas formadas por dois campos: um


campo elétrico (“E”) e um campo magnético (“H”) que oscilam um a 90 graus do outro. A
relação de “E” para “H” é chamada a impedância de onda. Um dispositivo que opera com alta
tensão e baixa corrente gera ondas de alta impedância (campos “E”). Reciprocamente, se um
dispositivo opera com correntes elevadas comparado a sua voltagem, gera campos de baixa
impedância (campo “H”).

144
A importância da impedância de onda é posta em evidência quando uma onda de EMI
encontra um obstáculo tal como uma proteção de metal. Se a impedância da onda é muito
diferente da impedância natural da proteção, a maior parte da energia é refletida e a energia
restante é transmitida e absorvida através da superfície .
As emissões eletromagnéticas (EMI) da maioria dos equipamentos comerciais são
tipicamente de alta freqüência e alta impedância. A maior parte do campo emitido é do tipo
“E”. Os metais possuem baixa impedância por causa de sua alta condutividde. É assim que as
ondas eletromagnéticas produzidas por campos “E” são refletidas por proteções de metal.
Contrariamente, ondas de baixa impedância (campo H dominante) são absorvidas por uma
proteção de metal.

 Como proteger os equipamentos da EMI?


Para proteger os equipamentos é necessário fazer uma blindagem. Entende-se por
blindagem a utilização de materiais condutivos para absorver e/ou refletir a radiação
eletromagnética, causando uma abrupta descontinuidade no caminho das ondas. Como já foi
comentado para ondas de baixa freqüência a maior parte da energia é refletida pela superfície
da blindagem, enquanto que a menor parte é absorvida.
Para ondas de alta freqüência geralmente predomina a absorção.
O desempenho da blindagem é uma função daspropriedades e configuração do material
empregado (condutividade, permeabilidade e espessura), da freqüência, e da distância da
fonte de radiação à proteção (blindagem).

 Aterramento e Blindagem
O aterramento de um equipamento é de extrema importância para o seu correto
funcionamento, devido a segurança e a blindagem eletromagnética.
Todas as partes condutoras de um equipamento elétrico que podem entrar em contato com o
usuário, devem ser aterradas para proteger os mesmos de
possíveis descargas elétricas.
A blindagem dos equipamentos é realizada normalmente com placas metálicas
formando um gabinete ou caixa. Estas devem estar ligadas umas as outras através de materiais
condutores e todas corretamente aterradas.

 Quando é necessária a blindagem eletromagnética?

145
Todo equipamento que gera ondas EMI (exemplo: transistores chaveando cargas a alta
freqüência e com altas correntes – inversores) devem possuir blindagem eletromagnética e
esta deve estar corretamente aterrada. Principalmente quando são utilizados em conjunto com
outros equipamentos eletrônicos.

 Blindagens eletromagnéticas típicas:

Gabinetes metálicos utilizados em equipamentos eletrônicos provêem bons níveis de


blindagem eletromagnética, a qualidade desta blindagem depende do tipo de metal e espessura
utilizada na fabricação dos gabinetes. Plástico e outros materiais não condutores, quando
utilizados como gabinetes, podem ser metalizados com pinturas condutivas, camadas de filme
metálico, etc. Portas, aberturas, janelas, painéis de acesso, e outras aberturas em gabinetes são
um caminho de entrada e saída das EMIs. Sendo assim é necessário projetar adequadamente
este tipo de aberturas para minimizar a radiação emitida e absorvida.

Cabos

Os sinais elétricos transmitidos pelos cabos podem emitir radiação eletromagnética e


também podem absorver radiação (se comportam como antenas) provocando falsos sinais que
prejudicarão o funcionamento do equipamento. É assim que existem cabos especiais com
blindagem para minimizar este tipo de interferências.
Alguns inversores possuem boa imunidade a interferência eletromagnética externa. É
necessário porém seguir estritamente as instruções de instalação (ex.: o gabinete precisa ser
aterrado). Se perto do equipamento houver contatores, será necessário instalar supressores de
transientes nas bobinas dos contadores.

 Cabos
O cabo de conexão do inversor com o motor é uma das fontes mais importantes de
emissão de radiação eletromagnética. Sendo assim é necessário seguir os seguintes
procedimentos de instalação:
• Cabo com blindagem e fio-terra, como alternativa pode ser usado eletroduto
metálico com fiação comum interna.

146
• Blindagem ou eletroduto metálico deve ser aterrado conforme figura .1.
• Separar dos cabos de sinal, controle e cabos de alimentação de equipamentos
sensíveis.
• Manter sempre continuidade elétrica de blindagem, mesmo que contatores ou relés
térmicos sejam instalados entre conversor e o motor.

 Cabos de Sinal e Controle:


• Cabo blindado aterrado ou eletroduto metálico aterrado;
• Separação da fiação de potência;
• Caso necessário, cruzamento de cabos, fazê-lo a 90º.
• Caso necessário seguirem na mesma canaleta, usar separador metálico aterrado.
• Cabos paralelos (potência e sinais de controle) separados conforme tabela
abaixo:

Tabela 4: Cabos de sinal e controle.


Fonte: WEG, P.117.

147
Figura 1. 150: Instalação de equipamentos.
Fonte: WEG, P.117.

Afastar os equipamentos sensíveis a interferência eletromagnética (CLP, controladores


de temperatura, etc) dos conversores, reatâncias, filtros e cabos domotor (mínimo em 250
mm).

Aterramento

Aterramento em um Único Ponto


• Filtro + conversor + motor;
• O motor pode também ser aterrado na estrutura da máquina (segurança).
• Nunca utilizar neutro como aterramento;

148
• Não compartilhe a fiação de aterramento com outros equipamentos que operem altas
correntes (motores de alta potência, máquina de solda, etc);
• A malha de aterramento deve ter uma resistência L < 10 Ohms;
• Recomenda-se usar filtros RC em bobinas de contatores, solenóides ou outros
dispositivos similares em alimentação CA. Em alimentação CC usar diodo de roda
livre.

Conexão de Resistores de Frenagem Reostática


• Cabo com blindagem aterrada ou eletroduto metálico aterrado;
• Separado dos demais.

A rede elétrica deve estar referenciada ao terra (neutro aterrado na subestação).

Figura 1.151: Montagem típica “CE” em placa metálica.


Fonte: WEG, P.119.

149
Dispositivos de saída

 Relés térmicos

Os inversores possuem normalmente proteção contra sobrecorrentes que tem como


finalidade proteger o motor. Quando mais de um motor é acionado pelo mesmo inversor será
necessário colocar um relé térmico de proteção em cada motor. Como o sinal de saída do
inversor é chaveado a altas freqüências, podem acontecer disparos nos relés, mesmo sem estes
terem atingido a corrente nominal de disparo. Para isto não acontecer é necessário aumentar a
corrente de disparo do relé em aproximadamente 10% da corrente nominal do motor.

 Reatância de saída

Quando a distância entre motor e inversor é grande (valor dependente do tipo de motor
utilizado) podem ocorrer:
A - Sobretensões no motor produzidas por um fenômeno chamado de onda refletida.
B - Geração de capacitâncias entre os cabos de potência que retornam para o inversor
produzindo o efeito de “fuga a terra”, bloqueando o inversor. Este tipo de problemas pode ser
solucionado utilizando uma reatância entre o motor e o inversor. Esta reatância deve ser
projetada especialmente para altas freqüências, pois os sinais de saída do inversor possuem
freqüências de até 20 kHz.

Instalação em painéis – princípios básicos

As fiações blindadas nos painéis devem ser separadas das fiações de potência e
comando. Os sinais analógicos de controle devem estar em cabos blindados com blindagem
aterrada em apenas umlado, sendo efetuado sempre do lado que o sinal é gerado conforme
figura 1.152.’

150
Figura 1.152: Instalação em painéis.
Fonte: WEG, P.120.

Os sinais de encoder e comunicação serial devem ser aterrados conforme orientação


específica no manual do equipamento, o qual estará representado no projeto.
Os cabos de aterramento de barras de (“0V” e malhas) devem ser maior ou igual a 4
mm 2.
Os cabos de saída de potência dos conversores devem ser separados das demais
fiações dentro do painel. Quando não é possível, devem cruzar-se a noventa graus.
Os cabos de entrada de sinais de transdutores tipo isoladores galvânicos devem ser
separados dos cabos de saída de sinal dos mesmos.
Os aterramentos dos equipamentos devem ser efetuados rigorosamente conforme
tabela de fiação que, por sua vez, deve estar rigorosamente conforme projeto, ou seja,
somente devem ser efetuados os aterramentos indicados no projeto, exceto os aterramentos de
estrutura, placas, suporte e portas do painel. Conecte diferentes partes do sistema de
aterramento, usando conexões de baixa impedância. Uma cordoalha é uma conexão de baixa
impedância para altas freqüências. Mantenha as conexões de aterramento as mais curtas
possíveis.

151
2 Noções de Segurança em Eletricidade
2.1 Introdução

A eletricidade é um agente de risco causador de muitos acidentes, principalmente na


área industrial tem provocado muitos danos pessoais a trabalhadores, usuários e outras
pessoas. Além de danos pessoais, a eletricidade quando usada de forma inadequada gera
danos materiais e grandes prejuízos para as empresas.
A Norma Regulamentadora NR 10 fixa as condições mínimas exigíveis para
garantir a segurança dos empregados que trabalham em instalações elétricas, em
suas diversas etapas, incluindo projeto, execução, operação, manutenção, reforma e
ampliação e, ainda, a segurança de usuários e terceiros.
Vamos tomar essa Norma como referência para abordarmos alguns assuntos que
irão nos ajudar a desenvolver trabalhos com eletricidade de forma segura,
minimizando os riscos elétricos.

2.2 Choque elétrico

2.2.1 Definição
É uma perturbação e efeitos diversos que se manifesta quando circula uma corrente elétrica
pelo corpo humano.

Figura 2.1: Choque elétrico.


Fonte: CPNSP. Somos Pura Energia – slide 2.

152
2.2.2 Causas e efeitos
O corpo humano se comporta como um condutor elétrico, possuindo uma resistência
elétrica. O choque elétrico pode ocasionar contrações dos músculos, paradas
cardiorespiratória, lesões térmicas e não térmicas, podendo provocar a morte. O choque
elétrico pode ocasionar também efeito indireto como por exemplo, quedas de poste ou escada.

2.2.3 Tipos de choque


O choque elétrico pode ser distinguido em três categorias:

• O choque produzido pelo contato com o circuito energizado

Um circuito se diz energizado, quando tem uma ligação permanente com uma
fonte de energia elétrica em funcionamento (bateria, gerador elétrico etc).
Estabelecido um contato com o circuito energizado, o choque dura enquanto
perdurar este contato. Diz-se então que o choque é dinâmico.

• O choque que ocorre pelo contato com o corpo eletrizado

O choque produzido pelo contato com o corpo eletrizada, normalmente


permanece por um intervalo de tempo muito pequeno, somente o necessário para
descarregá-lo. Podemos chamá-lo de choque estático.

• O choque devido à ação direta ou indireta das descargas atmosféricas.

O choque produzido pelo raio ou choque atmosférico, geralmente tem efeitos


imediatos e destrutíveis.

 O tipo de choque que mais nos interessa é o dinâmico, visto que nos
sistemas elétricos, trabalhamos quase que exclusivamente com a
eletricidade dinâmica.

153
Contato Unipolar Contato Bipolar Contato pelo Dielétrico

Figura 2.2: Choque dinâmico


Fonte: CPNSP. Somos Pura Energia – slide 5.

2.2.4 Tipos de tensão que


podem favorecer a ocorrência
do choque elétrico
Tensão de toque
Tensão de toque é a tensão elétrica existente entre os membros superiores e inferiores do
indivíduo, devido a um choque dinâmico.
Tensão de passo
A tensão de passo é a tensão elétrica entre os dois pés no instante da operação ou defeito do
tipo curto-circuito monofásico à terra no equipamento.

154
Tensão de toque Tensão de passo
Figura 2.3: Tensão de toque e Tensão de passo.

Fonte: CPNSP Somos Pura Energia – slide 6.

2.2.5 Características da
corrente elétrica
A intensidade da corrente é um fator predominante na gravidade de acidentes com
choque elétrico. Para a Corrente Contínua (CC), as intensidades deverão ser mais elevadas
para ocasionar as sensações do choque elétrico com risco de lesões graves e até a morte.
As correntes alternadas de freqüência entre 20 e 100 Hertz são as que oferecem
maior risco. Especificamente as de 60 Hertz, usadas nos sistemas de fornecimento
de energia elétrica, são especialmente perigosas, pois estão próximas à freqüência
que leva a ocorrência de uma possível parada cardiorespiratória.

A tabela a seguir, mostra valores de corrente x efeitos causados.

Efeitos Corrente elétrica (mA) – 60Hz


Homens Mulheres
Limiar de percepção 1,1 0,7
Choque não doloroso, sem perda do 1,8 1,2
controle muscular

155
Choque doloroso, limiar de largar 16,0 10,5
Choque doloroso e grave contrações 23,0 15,0
musculares, dificuldade de respiração
Tabela 2.1: Tabela de correntes x efeitos causados.

2.2.6 Efeitos do choque elétrico


no corpo humano
• Queima de terminações nervosas e sensoriais;
• Aquecimento e dilatação dos vasos sangüíneos;
• Queimadura de 1º, 2º e 3° graus nos músculos e pele;
• Aquecimento/carbonização de ossos e cartilagens.

2.2.7 Lesões não térmicas


• Espasmos musculares;
• Contração descoordenada do coração (fibrilação);
• Parada cardiorespiratória;
• Ferimentos resultantes de quedas e perda do equilíbrio.

Figura 2.4: Lesões não térmicas.

156
Importante:
Deve-se ter toda a segurança ao trabalhar com eletricidade, pois, todo choque elétrico é
perigoso.

2.3 Medidas de Segurança Contra o Risco Elétrico

De acordo com o item 10.4.1 da NR 10, as instalações elétricas devem ser construídas,
montadas, operadas, reformadas, ampliadas, reparadas e inspecionadas de forma a garantir a
segurança e a saúde dos trabalhadores e dos usuários e serem supervisionadas por profissional
autorizado. Uma importante medida de controle do risco elétrico é a desenergização.

2.3.1 Desenergização
Desenergização são ações coordenadas, seqüenciadas e controladas. Somente serão
considerados desenergizadas as instalações elétricas liberados para trabalho, mediante os
procedimentos descritos a seguir:

Seccionamento
É quando se provoca a interrupção total da corrente elétrica, esta interrupção é obtida
através do acionamento de dispositivos apropriados.

157
Figura 2.5: Seccionamento.
Fonte: CPNSP. Somos Pura Energia – slide 1.

Impedimento de reenergização
São condições que impedem, a reenergização do circuito ou equipamento
desenergizado, garantido total segurança e controle ao trabalhador.

Figura 2.6: Impedimento de reenergização.


Fonte: CPNSP. Somos Pura Energia. Slide 15.

Verificação da ausência de tensão


Após o seccionamento o trabalhador deve verificar a efetiva ausência de tensão nos
condutores do circuito, utilizando instrumentos adequados de acordo com os tipos e níveis de
tensão.

158
Figura 2.7: Constatação da ausência de tensão.
Fonte: CPNSP. Somos Pura Energia. Slide 2.

Instalação de aterramento temporário dos condutores dos circuitos


Após a certificação efetiva da inexistência de tensão no circuito, todos os condutores
fases deverão ser ligadas à haste terra do conjunto de aterramento temporário.

Figura 2.8: Instalação de aterramento temporário dos condutores fases do circuito.


Fonte: CPNSP. Somos Pura Energia. Slide 2.

Sinalização impedindo o religamento sem autorização


Todo o circuito elétrico quando em manutenção deverá possuir uma identificação da
razão do desligamento e informações do responsável com o objetivo de impedir o religamento
sem autorização.

159
Figura 2.9: Sinalização impedindo o religamento sem autorização.
Fonte: CPNSP. Somos Pura Energia. Slide 3.

2.3.2 Aterramento
Ligação intencional a terra através da qual correntes elétricas podem fluir.
O aterramento pode ser:

• Funcional: ligação através de um dos condutores do sistema neutro.


• Proteção: ligação à terra das massas e dos elementos condutores estranhos à
instalação.
• Temporário: ligação elétrica efetiva com baixa impedância intencional a terra,
destinada a garantir a equipotencialidade e mantida continuamente durante a
intervenção na instalação elétrica.

160
2.3.3 Seccionamento
automático da alimentação
Os circuitos elétricos devem possuir dispositivos de proteção que interrompam
automaticamente a circulação de corrente elétrica do circuito ou equipamento sempre ocorrer
uma falha originando a uma corrente superior ao valor determinado e ajustado.

Figura 2.10: Seccionamento automático da alimentação.


Fonte: CPNSP. Somos Pura Energia. Slide 11.

161
3 Esquemas Elétricos

Esquema elétrico – e não um diagrama – é a representação parcial ou total de uma


instalação elétrica. O esquema é representado por símbolos gráficos definidos por normas
nacionais (ABNT, dentre elas a NBR-5444) e normas internacionais.

3.1 Redes de alimentação

As redes de alimentação são classificadas de acordo com o número de fases:


rede com apenas uma fase é denominada monofásica, com duas fases é bifásica e
com três é trifásica.

162
Figura 3.1: Redes de alimentação.

Na representação da rede, é necessário indicar a


quantidade de fases, se existe condutor neutro, forma de onda, frequência, e tensão.
Exemplo: na representação – 3N~60Hz-220V temos as indicações de três
condutores fases(3), neutro(N), onda senoidal (~), frequência (60 Hz), tensão
(220V).

3.1.1 Rede monofásica


É composta por dois condutores (fios ou cabos), estes condutores são
denominados de fase e neutro. (Figura 3.1a).

3.1.2 Rede bifásica


É composta por dois ou três condutores; dois condutores fases e um neutro. A
tensão indicada no diagrama corresponde à tensão presente entre as duas fases. A

163
vantagem de se usar o neutro está na possibilidade de se obter uma tensão entre
fase-neutro 3 menor que a tensão fase-fase. (Figura 3.1b).

3.1.3 Rede trifásica


Numa rede de alimentação trifásica, as fases são denominadas de L1, L2 e L3 ou
então, R, S, T. O neutro é representado por N e o condutor de proteção por PE. A rede
trifásica pode ser a três ou quatro condutores ou seja; utilizando apenas três fases (figura 3.1c)
ou três fases e neutro (figura 3.1d). A utilização do neutro apresenta a mesma vantagem
descrita para a rede bifásica. Nas redes descritas na figura 3.1 pode-se ainda acrescentar o
condutor de proteção (condutor terra), conforme demonstrado nas figura 3.1a e 3.1e.

Uma rede trifásica de 380V entre fases permite obter uma tensão
entre fase-neutro de 220V. E numa rede trifásica de 220V obtêm-se entre fase e neutro uma
tensão de 127V. Veja cálculo a seguir.

380 220
UFN = = 220V UFN = = 127V
3 3

3.2 Tipos de esquemas elétricos

3.2.1 Definição

164
Dependendo da complexidade de ligações em um diagrama elétrico, este
diagrama pode ser representado na forma simplificada (unifilar) ou detalhada
(multifilar), ou (funcional). Estes esquemas utilizam simbologias específicas que
representam a instalação elétrica, seja ela residencial, comercial ou industrial.

Esquema Unifilar

No diagrama unifilar um conjunto de condutores é representado por apenas


uma linha. A figura 3.2 apresenta o diagrama unifilar representando um circuito
monofásico. Alguns símbolos são utilizados para representar a multiplicidade de
componentes existentes no circuito.

Figura 3.2: Esquema elétrico unifilar.

Esquema multifilar

É a forma de representação na qual todos os condutores e sistema elétrico


são representados com detalhes, porém, é utilizado para diagramas mais simples.
(Figura 3.3).

165
Figura 3.3: Esquema elétrico unifilar.

Esquema funcional

Em esquemas mais complexos passou-se a utilizar esquemas funcionais. Este tipo de


esquema representa com clareza o processo e o modo de atuação dos contatos, facilitando a
compreensão da instalação e o acompanhamento dos diversos circuitos na localização de
eventuais defeitos. Basicamente o esquema funcional é composto por 2 circuitos: o circuito
principal ou de força e o circuito de comando. A figura 3.4 mostra um esquema contendo os
dois tipos de circuitos, e com detalhes, as conexões entre os componentes ligados a uma rede
trifásica.

Circuito Principal ou de Força

Circuito onde estão localizados todos os elementos que tem interferência direta na
alimentação da máquina, ou seja, aqueles elementos por onde circula a corrente que alimenta
a respectiva máquina. (Figura 3.4a).

166
Figura 3.4: Esquema Funcional.

Circuito Auxiliar ou de Comando

Circuito onde estão todos os elementos que atuam indiretamente na abertura,


fechamento e sinalização dos dispositivos utilizados no acionamento da máquina, em
condições normais e anormais de funcionamento. (Figura 3.4b).

3.3 Interligação das bobinas do motor trifásico de indução

3.3.1 introdução
Para entender como interligar as bobinas do motor e ligá-lo corretamente na
rede de energia elétrica de forma a atender às necessidade da instalação, é

167
necessário conhecer as entradas e saídas das bobinas. A figura 3.5 apresenta a
representação do agrupamento de bobinas de um motor de 6 e 12 terminais.

Figura 3.5: Terminais de bobinas do motor de indução trifásico.

3.3.2 Fechamento em triângulo


e fechamento em estrela
Pode-se observar pela figura 3.6 que o fechamento em triângulo (∆) é
utilizado quando se deseja ligar o motor na menor tensão, indicada na placa de
dados do motor. Logicamente, o fechamento em estrela (Y) destina-se à ligação
para maior tensão.

168
Figura 3.6: Interligação em ∆ e Y para motor de seis terminais.

Na ligação em triângulo cada bobina do motor fica submetida ao valor da


tensão total da rede elétrica, nesse caso exemplificado 220V. No fechamento em
estrela a tensão em cada bobina será 3 menor que a tensão da rede (tensão de
linha). Explicando melhor: se o motor é fechado em estrela significa que será ligado,
conforme o exemplo, em 380V; portanto, a tensão em cada bobina (tensão de fase)
será 220V. Este conhecimento será importantíssimo na análise de sistemas de
partida de motores trifásicos de indução.

Os motores trifásicos de 12 terminais apresentam a possibilidade de serem


ligados em quatro diferentes níveis de tensão: 220/380/440/760V. A forma de
realizar a interligação das bobinas em 220V será demonstrada na figura 3.7.

Fechamento em triângulo paralelo (∆∆ ) – para 220V.

169
Figura 3.7: Interligação ∆∆ em paralelo para 220V.

As demais ligações serão demonstradas nas figuras a seguir.

Fechamento em estrela paralela ( YY ) – para 380V.

Figura 3.8: Interligação YY em paralelo para 380V.

Fechamento em triângulo e estrela série.

170
A figura seguinte apresenta o sistema de fechamento para motor trifásico de
indução para as tensões de 440V e 760V.

Figura 3.9: Interligação ∆ em série e Y em série para motor de doze terminais.

3.4 Sistemas de partidas para motores de indução trifásicos

Existem vários sistemas de partidas de motores, cada qual com sua


peculiaridade. O sistema de partida indica a forma como o motor deve iniciar sua
marcha (partida) e em alguns casos o sentido de rotação. Os sistemas de partidas
podem ser manuais ou automáticos. Neste estudo será abordado o sistema
automático.

3.4.1 Partida direta


É o método de acionamento de motores de corrente alternada, na qual o
motor é conectado diretamente à rede elétrica. Ou seja, ela se dá quando aplicamos
a tensão nominal sobre os enrolamentos do estator do motor, de maneira direta.

171
Neste tipo de partida, a corrente de pico (Ip) pode variar de 4 a 12 vezes a corrente
nominal do motor, sendo a forma mais simples de partir um motor. Comumente, a
vantagem principal é o custo, pois não é necessário nenhum outro dispositivo de
suporte que auxilie a suavizar as amplitudes de corrente durante a partida. Há
inúmeras desvantagens com relação a outros métodos de partida, como por
exemplo, um transiente de corrente e torque durante a partida. A corrente variando
entre 4 e 12 vezes a nominal, obriga o projetista do sistema elétrico a
superdimensionar o sistema de alimentação, disjuntores, fusíveis, que fazem parte
do circuito elétrico que alimenta o motor. Dependendo dos valores de pico de
corrente, a tensão do sistema pode sofrer quedas. O Transiente de torque, faz com
que os componentes mecânicos associados ao eixo do motor, sofram desgaste
prematuro. A situação piora à medida que a potência elétrica do motor aumenta.
Métodos alternativos que suavizam a partida direta, podem ser obtidos com
contatores e temporizadores (partida Estrela-Triângulo), Autotransformadores ou
sistemas eletrônicos como os Soft Starters.

Circuito de carga e comando

172
Fi
gura 3.10: Partida direta.

Funcionamento

Na figura anterior, encontram-se os dois tipos de circuitos. O circuito da


esquerda é denominado circuito de carga e o da direita circuito de comando. O
circuito de partida apresentado é o convencional ou seja, utiliza fusíveis para
proteção contra curto-circuito e sobre carga de longa duração e relé térmico para
proteção contra falta de fase no motor.

Para analisar o funcionamento do circuito deve-se considerar a linha de


alimentação energizada (ligada). Então, o circuito funciona assim:

Acionando o botão pulsante S1, a bobina do contator K1 energiza e aciona


(fecha) os contatos principais que estão em série com o motor M fazendo-o girar

173
para a direita o para a esquerda. No mesmo instante o contato auxiliar NA ( 13 e 14),
denominado contato de “selo”, também se fecha permitindo que se tire o dedo de S1
e o contator se mantenha energizado. Ao pressionar o botão pulsante S0,
interrompe-se a alimentação da bobina de K1 que desliga e conseqüentemente abre
os contatos principais e auxiliar. Nesta condição o motor será desligado. Qualquer
problema que houver no circuito de carga ou de comando, o motor será desligado.
Caso o relé de sobrecarga F3 atuar, por exemplo por falta de fase, seus contatos
principais e auxiliar se abrirão, desligando o motor e o comando simultaneamente.

3.4.2 Partida direta co m


reversão
Circuito de carga e comando.

174
Figura 3.11: Partida direta com reversão.

 Funcionamento

A partida direta com reversão é utilizada em aplicações nas quais se deseja inverter o
sentido de giro do motor. Para inverter o sentido de giro, basta inverter as ligações de duas
fases que se ligam ao motor. A inversão de fases é feita automaticamente pelos contatores.
Observar e analisar as ligações dos contatos principais de k1 e k2 na figura anterior

O funcionamento deste circuito é semelhante ao circuito anterior. Porém,


neste tipo de acionamento é possível direcionar o sentido de giro do motor. K1 faz o
motor girar por exemplo, à direta e k2 faz o motor girar em sentido contrário.

O botão S1 quando acionado liga o contator k1 que se mantém energizado


através de seu contato auxiliar NA (13 e 14). Os contatos principais de K1 que estão
em série com o motor, se fecham e o motor gira. Ao energizar k1, o contato auxiliar

175
NF(21 e 22) se abre impedindo que k2 energize caso S2 seja pressionado
acidentalmente ou de propósito.

Análise semelhante se dá ao pressionar S2. Neste caso o motor girará em


sentido contrário ao anterior. Quando k2 estiver energizado, k1 é impedido de ligar.
Esta técnica na qual um contator energizado impede a ligação de outro contator é
denominada de intertravamento por contato de contatores. Nesta técnica de
comando a inversão de rotação só é possível quando o motor for desligado, no caso
em análise, por S0. Neste sistema de partida não há inversão instantânea de
rotação. Quando for necessário fazer inversão instantânea de rotação, coloca-se em
série com as bobinas de k1 e k2 contatos fechados dos botões S1 e S2 em
substituição aos contatos NF dos mesmos contatores.

3.4.3 Partida em estrela-


triângulo
Circuito de carga.

176
Figura 3.12: Circuito de carga - Partida Estrela/Triângulo.

Quando a corrente de partida de um motor é muito elevada poderá


sobrecarregar os condutores da rede de alimentação, causando queda de tensão
superior ao limite estabelecido pela concessionária de energia. A partida em estrela-
triângulo tem como objetivo permitir que o motor dê partida com corrente reduzida,
pois a tensão nas bobinas ( tensão de fase) do motor será 3 menor que a tensão
de linha (tensão da rede elétrica). Para este tipo de partida é necessário que o motor
tenha possibilidade de trabalhar com dois níveis de tensão por exemplo: 220/380V.
Analisar o esquema de ligações do circuito de carga representado na figura 3.12.

177
Circuito de comando

Figura 3.13: Circuito de comando - Partida Estrela/Triângulo.

 Funcionamento

A figura 3.13 mostra o esquema de comando para o circuito da figura 3.12. O botão de
comando S1 através de seu contato NA (13 e 14) aciona o contator k3 e ao mesmo tempo
impede, através de seu contato NF (21 e 22), o ligamento de k2. Quando a bobina de K3
energiza seus contatos principais fecham as bobinas do motor em estrela e ao mesmo tempo
liga o contator principal k1, responsável por aplicar as fases na bobina do motor. O motor
inicia sua partida (marcha). Após, transcorrido certo tempo, o contato temporizado de k3 (55 e
56) se abre desligando sua bobina. Quando k3 desliga, seu contato auxiliar NF (11 e 12) que se

178
encontrava aberto, volta a fechar. Como o contator principal encontra-se energizado, seu
contato auxiliar NA (23 e 24) também está fechado. Nesta situação k2 energiza e fecha em
triângulo as bobinas do motor e se mantém energizado através de seu contato auxiliar (13 e
14). Ao energizar ao bobina de k2 seu contato auxiliar (21 e 22) que está em série com a
bobina de k3 se abre impedindo que k3 volte a energizar se o botão S1 for acionado
acidentalmente ou de propósito. Este sistema de proteção é denominado “intertravamento por
contato de contator e por botão. O desligamento geral do circuito é possível através de S0. Se
houver qualquer falha no circuito de carga ou comando, os fusíveis e o relé térmico F3 atuam
desligando todo circuito.

179
3.4.4 Partida em estrela-
triângulo com reversão
Circuito de carga

Figura 3.14: Circuito de carga - Partida Estrela/Triângulo com reversão.

180
Diagrama de comando

Figura 3.15: Circuito de comando - Partida Estrela/Triângulo com reversão.

 Funcionamento

Pressionado o botão S1 (13 e 14) ou S2 (13 e 14) o contator K4, liga e se mantém
ligado através de seu contato de selo NA (13-14) e os terminais 4, 5 e 6 do motor serão
fechados em estrela, veja figura 3.14. Ao ligar K4, o contator principal K1 ou K2 também será
ligado e o motor parte em estrela. O sentido de giro dependerá de qual contator, K1 ou K2, foi
acionado. Portanto, acionando S1 ligam-se os contatores K1 e K4 e o motor gira, por exemplo,
à direita; acionando S2 ligam-se os contatores K2 e K4 e o motor gira em sentido contrário ao
anterior. É importante notar que em série com a bobina de K2 existem os contatos fechados
(21 e 22) de S1 e K1 que impedem o ligamento de K2 e em série com K1 existem os contatos

181
fechados (21 e 22) de S2 e K2 que impedem o ligamento de K1. Esta técnica de
intertravamento é denominada de intertravamento por contato de contator e botão.

Após um tempo pré-determinado pelo relé de tempo de K4 o contato NF (55 e 56) se


abre e K4 é desligado, conseqüentemente K3 é ligado e os terminais 4, 5 e 6 do motor serão
fechados em triângulo com os terminais 1, 2 e 3. (Figura 3.14).
Com o fechamento em estrela as bobinas do motor ficam submetidas a uma tensão 3 menor
que a tensão da rede elétrica, nesse caso a corrente de partida também será menor não
sobrecarregando os condutores de alimentação. Quando o contator K3 muda o fechamento do
motor para triângulo as bobinas do motor ficam submetidas a 100% da tensão da rede e o
motor gira a plena carga.

182
3.4.5 Partida compensada com
auto-transformador

Diagrama de carga

O sistema de partida compensada também tem como função permitir que o motor dê
partida com tensão. O auto-transformador geralmente possui derivações (TAP’s) de 50%,
65% e 80%. Se por exemplo for utilizado os tap’s de 65%, durante a partida o motor partirá
com uma tensão correspondente a 65% da tensão da rede de alimentação. Analisar o esquema
a seguir.

183
Figura 3.16: Partida compensada com auto-transformador.

Diagrama de comando

184
Figura 3.17: Comando para partida compensada com auto-transformador.

 Funcionamento

Para que o motor possa dar partida é necessário que os contatores K2 e K3


sejam energizados (ligados). Inicialmente, quando o botão S1 for acionado o contator
K1 será bloqueado, e simultaneamente K2 energiza e mantém-se energizado pelo
contato de selo (13 e 14) e assim, seu contato (11 e 12) que está em série com a
bobina de K1 reforça o bloqueio de K1. Ao ligar K2, o contator K3 também será ligado
e nesse momento o motor dará partida com tensão reduzida em suas bobinas. Após
o tempo pré-determinado por KT, e com o motor girando em plena carga, o contato
temporizado (55 e 56) se abre e desliga o contator K2 e K3. Simultaneamente o
contato temporizado (67 e 68) se fecha e o contator K1 liga e se mantém ligado pelo
seu contato de selo (13 e 14). Observa-se pelo diagrama que enquanto K1 estiver
energizado, K2 ficará bloqueado, mesmo se S1 for acionado acidentalmente ou de
propósito. O botão S0 desliga todo o circuito a qualquer momento. Os fusíveis e relé
térmico protegem a carga e o comando contra sobre carga e curto-circuito.

185
3.4.6 Partida consecutiva de
motores
Circuito de carga
Para este circuito foram utilizados disjuntores motores ao invés de fusíveis e
relés térmicos e no circuito de comando foram utilizados os contatos auxiliares NA
dos disjuntores. Os contatores K1, k2 e k3 ligam respectivamente os motores M1, M2,
M3. Temporizadores pneumáticos estão acoplados mecanicamente aos contatores
k1 e k2. A seguir, apresenta-se o circuito de comando e a descrição de
funcionamento do diagrama de comando e carga.

Figura 3.18: Circuito de partida consecutiva de motores.

186
Circuito de comando.

Figura 3.19: Circuito de comando para partida consecutiva de motores.

 Funcionamento

Acionando o botão S1, o contator K1 será energizado e manterá energizado através do


seu contato auxiliar NA (13 e 14). Neste momento o motor M1 será ligado através dos
contatos principais de k1. Após um tempo pré-determinado o contator K2 será energizado pelo
contato temporizado de K1 que se encontra em série com sua bobina e também se manterá
energizado pelo contato auxiliar NA (13 e 14). Agora quem será ligado é o motor M2 através
dos contatos principais de k2. Em seguida, após certo tempo, o contato temporizado de K2 se
fecha ligando o contator K3. K3 manterá ligado através de seu contato de selo (13 e 14) que

187
nesse momento estará fechado. Com o ligamento de K3 o motor M3 será ligado. A qualquer
momento se o botão S0 for pressionado, os motores serão desligados. Se houver falhas por
curto-circuito ou sobrecargas, os disjuntores atuarão desligando o circuito de carga e
simultaneamente o comando.

3.4.7 Sistema de frenagem


Diagrama de frenagem por corrente contínua

Um sistema de frenagem de motor trifásico de indução é possível aplicando ao motor


uma corrente contínua. A figura 3.20, apresenta um circuito de carga e comando com
frenagem por corrente contínua.

188
Figura 3.20: Sistema de frenagem por corrente CC.

 Funcionamento

Considerações:
V1 é uma ponte retificadora cuja função é converter a tensão alternada da rede elétrica
em tensão contínua pulsante. A ponte V1 e k2 são responsáveis por aplicar tensão continua ao
motor, provocando o travamento magnético do rotor. O disjuntor Q1 e contator K1 são
responsáveis pela alimentação trifásica do motor mantendo seu funcionamento normal.

Estando a rede de alimentação energizada e o disjuntor Q1 ligado, o circuito de carga e


comando estará em condições de funcionamento. Acionando o botão S1 a bobina de k1 será
energizada e simultaneamente o contato de selo (13 e 14) se fecha mantendo a bobina nesta
condição. No mesmo instante de tempo se fecham também os contatos principais que estão

189
em série com o motor. O motor girará em qualquer sentido; dependerá do fechamento
realizado entre as fases e as bobinas. Se o motor girar em sentido contrário ao desejado, basta
inverter duas das fases que alimentam o motor. Pode-se observar que o contato NF(21 e 22)
de k1 está em série com a bobina de k2 então, com k1 ligado, k2 não ligará.

Como funciona o sistema de frenagem?

Bem, para desligar o motor, basta acionar o botão S0. Neste mesmo instante o contato NF (21
e 22) de S0, que está em série com a bobina de k1 será aberto e k1 desligará, porém, o contato
NA (13 e14) de S0 será fechado e ligará a bobina de k2, pois, também o contato NF (21 e 22)
de k1 retornou à condição de repouso (fechado). Ao ligar k2 seus contatos principais também
serão ligados e uma tensão contínua será aplicada às bobinas do motor provocando a parada
instantânea do motor. Ao liberar S0 todo sistema ficará desligado.
Apresentou-se nesse tópico apenas um exemplo de sistema de frenagem, porém,
existem outros sistemas inclusive utilizando inversores de freqüência.

3.4.8 Sistema de partida com


soft starter
Sistema de partida e parada simplificado

A figura 3.21 demonstra um sistema de partida simplificado, utilizando soft starter.


Quando o botão S1 estiver acionado a entrada digital (DI-1) será energizada e a soft starter
ligará o motor, obedecendo aos parâmetros que forem ajustados nos trimpots. Ao desligar o
botão S1, a soft starter e motor serão desligados automaticamente. Q1 é uma chave
seccionadora de abertura sob carga.

190
Figura 3.21: Sistema de partida e parada simplificado.

Diagrama de partida e parada utilizando contator

A figura 3.23 demonstra outra possibilidade de comando para partida de motor com
soft starter. Quando o botão S1 for acionado, o contato interno (13 e 14) da soft starter se
fechará e energizará a bobina de k1 que por sua vez causará o fechamento de seus contatos
principais. Quando os contatos principais de k1 (em série com as bobinas do motor) estiverem
fechados, o motor girará obedecendo aos parâmetros que forem ajustados nos trimpots. A
entrada digital1 (DI-1) permanecerá ligada através do contato de selo (13 e 14) de k1; esta
condição é necessária para manter o soft starter e motor ligados. Ao acionar o botão S0, a
entrada digital (DI-1) será desligada, consequentemente, a soft starter e motor desligarão
automaticamente.

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Figura 3.22: Sistema de partida e parada utilizando contator.

Há outras possibilidades de comando, inclusive utilizando a entrada digital (DI-2) e o


contato fechado (23 e 24) da soft starter, porém, não é intenção deste trabalho esgotar o
assunto. Para se ter uma idéia, é possível, por exemplo, comandar a partida de dois motores
utilizando um único soft starter. O manual do equipamento trás outras informações que
poderão enriquecer o aprendizado.

Os parâmetros de partida, aceleração e


desaceleração da soft starter são ajustados através de trimpots. Estes trimpots são:

192
• Ajuste de tensão inicial;
• Ajuste de tempo da rampa de aceleração;
• Ajuste de tempo da rampa de desaceleração;
• Ajuste da corrente do motor.

Para Informações mais detalhadas consultar o manual do equipamento


utilizado.

3.4.9 Sistema de partida com


Inversor de freqüência
Parametrização

Os inversores já vem de fábrica com alguns parâmetros previamente fixados.


Porém, esses parâmetros podem ser alterados pelo BOP.

O BOP possui um display de cinco dígitos com sete segmentos cada, para
mostrar os números e valores dos parâmetros, alarmes e falhas, e valores de
referência e atuais. Jogos de parâmetros não podem ser salvos no BOP.

A Tabela 1 mostra os ajustes básicos necessários para operação com o display


frontal do inversor.

Parâmetro Significado Padrão

193
50 Hz, (60Hz,)
P0100 Modo de operação
Unidade (kW (Hp)), dependendo
P0307 Potência nominal do motor do ajuste de P0100.
[Valor depende do aparelho.]
50/60 Hz
P0310 Frequência nominal do motor
1395 (1680) rpm [depende do
P0311 Velocidade nominal do Motor
aparelho]
50 Hz (60 Hz)
P1082 Máxima frequência do motor

Quadro 1: Parâmetros básicos.

Diagrama de carga e comando

Figura 3.23: Controle de velocidade motor trifásico de indução com inversor de frequência

 Funcionamento

Considerando a rede de energia energizada e acionando o botão S1, o


contator K1 será energizado e mantên-se energizado através do contato interno do
inversor (RA – RC) que estára fechado ao ligar o inversor. Neste momento os

194
contatos principais de K1 que estão em série com o motor, se fecham e energizam
as entradas de alimentação (L1, L2 e L3) do inversor. O motor somente começa a
girar quando o botão S2 for acionado. Com S3 desligado o motor gira para a direita.
Sua partida será instantânea ou lentamente acelerada até atingir a velocidade
nominal conforme parâmetros programados.

Acionando o botão S3, o motor irá parar lentamente, em seguida inverterá a


rotação. Da mesma forma a velocidade será instantânea ou lentamente acelerada
até atingir o valor nominal em rpm. O potenciômetro permite a variação da
velocidade, conforme parâmetro utilizado. Acionando S0 o motor desliga.

Há outras formas de acionamento utilizando inversor de frequência, inclusive


controlar a velocidade do motor através de sinal analógico proviniente do processo
no qual o inversor está inserido. A figura 3.23 sugere apenas uma das possibilidades
de comando.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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Contagem: SENAI/MG, 2004.

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Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina, 2005. Pág. 21-23.

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controle. Belo Horizonte: SENAI/MG, 1999. Pág. 65 a 74.

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