Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Liderança Organizacional
7
1. Objetivos
• Compreender a necessidade de liderança no ambiente
organizacional.
• Conhecer a evolução histórica da teoria da liderança e
suas principais conceituações.
• Identificar e reconhecer as diferenças entre as teorias: os tra-
ços, o estilo de liderança e a abordagem da nova liderança.
• Identificar as características que compõem o perfil do líder.
2. Conteúdos
• Liderança organizacional.
• Evolução histórica da Teoria da Liderança.
• Teoria dos traços.
• Estilos de liderança.
122 © Práticas Corporais Alternativas
• Liderança situacional.
• Abordagem da Teoria da Nova Liderança.
• Características do líder.
geral dobrou nos últimos 13 anos. Desde o ano passado, elas já são maioria nos
cargos de coordenadora, encarregada ou análogos, ocupando 55% das vagas
em cada uma dessas áreas, e devem imperar, nos próximos dois anos, também
entre chefes e supervisores.
A leitura de Chieko Aoki, proprietária da rede de hotéis Blue Tree e presidente
de honra do Grupo de Mulheres Líderes Empresariais (Lidem), é de que o tempo
em que não havia espaço para a sensibilidade feminina na liderança empresarial
acabou com a cultura do pragmatismo exagerado entre as companhias após a
segunda guerra mundial – quando o mais importante era reconstruir, e não ino-
var. "Naquele tempo, as características da mulher eram vistas como desvanta-
gem, um peso que atrasaria o desenvolvimento. Isso mudou. A mulher geralmen-
te se preocupa em compartilhar, em ter contato com as pessoas no ambiente de
trabalho. É uma qualidade que tem sido reconhecida e aplicada inclusive pelos
homens", ressalta.
Essa proximidade com empregados e clientes está no cotidiano de Chieko, que
escreve e responde e-mails, cartas e bilhetes, e visita periodicamente as unida-
des da rede de hotéis, onde aproveita para fazer reuniões de trabalho, desde que
não sejam longas e possam ser centralizadas em um endereço por dia. "O trânsi-
to anda terrível", comenta. O pragmatismo faz parte do lado racional de Chieko:
ela costuma dizer que se não vai conseguir fazer algo, não insiste. Foi assim com
a tentativa de ter filhos. "Mas não tem problema, meus quatro sobrinhos já dão
um trabalhão", brinca.
A empresária diz que não há um padrão que descreva a mulher executiva, nem
mesmo entre as participantes do Lidem (hoje, são cerca de 90, que atuam em
áreas tão distintas quanto o mercado financeiro e a prestação de serviços em
tecnologia). Mas existem traços em comum: a idade da mulher que "chegou lá"
circunda os 45 anos; elas costumam manifestar o desejo quase nunca realizado
de ter filhos, mas negam sob qualquer hipótese abandonar o trabalho para se
dedicar exclusivamente à família ou aos afazeres domésticos, e frequentemente
encontram dificuldades com os parceiros quando são mais bem-sucedidas do
que eles. Fora, claro, as adversidades geradas por "núcleos de resistência" do
machismo.
Na marra
A escalada nem sempre é só cor-de-rosa. A administradora Elza Aguiar, hoje
vice-presidente da Marinho Despachantes, uma das maiores empresas do setor,
começou na empresa com 16 anos de idade, como recepcionista, e teve de con-
quistar seu espaço contra tudo e todos. "Nosso ramo de atuação é 100% machis-
ta. Encontrei obstáculos toda vez que cresci na empresa. Tinha de provar minha
competência na raça. Até hoje, com 30 anos de casa, vice-presidente, ainda
tenho dificuldades, tanto entre alguns colegas de trabalho quanto com contatos
externos", conta. "Até porque quando comecei a trabalhar aqui, eu era a única
mulher na companhia inteira. Hoje, as coisas estão se equilibrando", acredita.
Responsável pelos maiores filões da empresa no mercado – seguradoras e finan-
ceiras –, Elza comanda diretamente um diretor e quatro gerentes, além dos 202
funcionários da empresa. E já há novas "elzas" entre eles. "A gente percebe que
a mulher investe mais em formação pessoal. Quando nós abrimos inscrição para
cursos de aprimoramento, elas são as primeiras. Então há mulheres aqui que,
em cinco anos de casa, alcançaram postos mais altos que alguns homens em
30 anos", afirma. Essa transformação na hierarquia da empresa incentiva os ho-
mens a se fecharem em ainda mais machismo? Elza não sabe. De qualquer forma,
quando eles são forçados a correr atrás, quem ganha é a empresa. "Temos per-
cebido, sim, ganho na produtividade com um espaço de trabalho ‘misto’", avalia.
A própria Elza diz que, para realizar tudo que gostaria, teria de considerar sua
agenda lotada "até os 79 anos de idade" – motivo pelo qual acabou desistindo
dos filhos, "porque, depois dos 30, passou da hora". Mas ela firmou como obje-
tivo ajudar a empresa a criar mais postos de trabalho e mais oportunidades de
crescimento como as que ela teve, para ambos os sexos. "Você me pergunta se
não me arrependo de não ter tido filhos. Tenho minhas sobrinhas, que são mara-
vilhosas, e 202 filhos e filhas na empresa. É suficiente", brinca. "Se alguém me
pergunta se eu não estou cansada ou se não queria deixar o trabalho para criar
família, eu digo que não. Eu quero é cada vez mais", afirma.
Sete véus
O fim do primeiro casamento de Patrícia de Toledo, hoje à frente da diretoria de
Desenvolvimento e Apoio do Hospital Geral de Pedreira, situado na Zona Sul da
capital paulista, teve relação direta com seu crescimento profissional. "Nós brigá-
vamos porque eu tinha maior poder aquisitivo do que ele. Discutíamos também
por causa dos compromissos externos que o meu trabalho exige. Acho que ele
esperava que eu fosse uma dona de casa", conta. Ela casou-se novamente e os
problemas acabaram. "Mas no começo eu percebia algum desconforto nele, por
exemplo, quando queríamos comprar algo. Ele fazia as contas e dizia: ‘não dá’.
Aí eu dizia, dá sim, eu tenho esse dinheiro", lembra.
O momento é de atenção total ao Hospital de Pedreira, que se prepara para con-
quistar as últimas credenciais para que seja considerado o melhor hospital públi-
co do país – sob a direção de uma organização que, há séculos, é liderada por
mulheres. "É um grupo de quase 500 anos tocado por freiras, então sempre teve
as mulheres à frente. Também por isso nunca sofri preconceito entre os colegas.
Cresci profissionalmente aqui dentro e estudei muito para deixar sempre clara a
minha competência", afirma. Para ela, a mulher consegue muito mais facilmente
invocar a sensibilidade no ambiente de trabalho. "Se torna uma vantagem sobre
os homens. Acho que eles não gostam de ouvir isso, mas...", comenta.
Patrícia tem MBA em serviços de saúde e atualmente faz pós-graduação em
administração hospitalar. Sua mãe, que não pôde ter ensino superior, sonhava
com esse sucesso. "Mas não acreditava que iria tão longe", comemora Patrícia.
E com tantas atividades, a agenda continua dificultando as horas livres, mas ao
menos ela encontrou uma atividade física que, ao mesmo tempo em que reafirma
a feminilidade de quem não quer ser vista como "gerentona", ainda agrada ao
marido: dança do ventre. "Escolhi porque faz bem à saúde, é prazeroso até para
alimentar a vaidade".
Sim, senhora!
Já Fátima Ramos Dutra precisa de mais do que exercitar a vaidade para evitar a
"curiosidade", como ela própria diz, sobre sua carreira. Não se trata exatamente
de um cargo de CEO, mas exige tanto poder de gerenciamento quanto, ou até
mais: ela é coronel da Polícia Militar, subcomandante do Comando de Policia-
mento 7, baseado em Sorocaba. Sob o seu comando, estão policiais de 79 mu-
nicípios no interior. "Eu cuido diretamente de todas as questões administrativas
dos sete batalhões nessa área, mais a sede. É uma carreira mais masculina, mas
eu nunca esbarrei em machismo. Sendo uma coronel mulher, vejo muito mais
curiosidade. As pessoas ficam me indagando as mesmas coisas que você está
perguntando agora", conta.
© U7 - Liderança Organizacional 125
O primeiro efetivo feminino de polícia de São Paulo surgiu em 1955, com 13 mulheres.
Hoje, elas já são 9,5 mil, embora dentro de um contexto de 94 mil policiais militares
no total. Mulheres coronéis, há menos de uma dezena. "Elas somam à corporação
como qualquer pessoa. A responsabilidade é a mesma entre homens e mulheres. A
evolução que houve aconteceu de forma conjunta: estamos todos mais propensos a
ouvir, a ser mais sensíveis no trabalho. É uma coisa boa que estejamos todos mais
preocupados uns com os outros", avalia, sobre a contribuição feminina à corporação.
Sair da carreira só depois de aposentada. "Talvez dar aulas, que é algo que eu
gosto, ou então lidar com decoração. Parar de trabalhar eu não vou nunca",
ressalta. Fátima vem de família de policiais militares: o pai era PM, sua irmã é
sargenta na mesma corporação e a tradição pode ser levada adiante. "Eu ainda
quero ter filhos. Por que não? Acho interessante. Mas a polícia eu não largo de
jeito nenhum", afirma. "O importante é ter nos filhos algo que nos motive ainda
mais a fazer um bom trabalho. As policiais mulheres que comandamos e que têm
filhos são excelentes, prestam um ótimo atendimento. Nossos filhos são benefi-
ciados por uma polícia eficiente", pondera.
Pela internet
Mãe de três meninos e diretora-executiva da Folha Online e da PubliFolha, res-
pectivamente site e editora de livros do jornal Folha de S.Paulo, Ana Lucia Busch
tem a mesma opinião: "Só consigo ser tão feliz por poder trabalhar com o que
gosto, do jeito que gosto e ainda assim ter uma família maravilhosa". Contudo,
ela admite que, em um ramo que não tem fins de semana, seu lado dona de casa
não larga celular e notebook. "Eles reclamam, mas precisam entender. É uma
questão de adaptação como em qualquer outra situação da vida", diz. "É possível
separar trabalho e lazer, mesmo que a divisão não seja por dias da semana, e
sim por horas do dia", completa.
Pior do que a correria durante a rotina normal, foi estar à frente do veículo eletrô-
nico do Grupo Folha durante o estouro da "bolha" da Internet, em 2002, ocasião
em que centenas de empresas virtuais desabaram como um castelo de cartas.
"Morreram as empresas que tentaram pôr em prática projetos que só funciona-
ram em tempos de exceção. Quem manteve um planejamento austero sobrevi-
veu. A Internet é só um meio, não pode alterar a forma de conduzir os negócios.
Quem não percebeu isso não tinha como continuar", avalia.
E as finanças pessoais? Independentemente da experiência de enfrentar uma
crise de mercado em uma grande companhia ou do dia a dia naturalmente puxa-
do, as prioridades de Ana Lúcia resumem o que pesquisas apontam como con-
senso entre as mulheres que comandam as contas da casa: "Viagens diferentes,
livros para as crianças e aprendizado de novas coisas". Lazer, família e aprimo-
ramento profissional. "A recompensa é enorme", garante (SARTORATO, 2010).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
4. INTRODUÇÃO à unidade
Desde o início de nossos estudos sobre a administração nas
organizações, estamos aprendendo as técnicas administrativas e
como elas são úteis na condução das empresas.
5. LIDERANÇA ORGANIZACIONAL
Neste tópico, abordaremos os principais conceitos de lide-
rança. Também enfocaremos a importância do uso desses concei-
tos na condução das organizações, especialmente para os ocupan-
tes dos cargos de chefia.
Teoria da Liderança––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O crescimento da literatura sobre o tema reflete no aumento de artigos no Hand-
book of leadership. Em 1974, esse manual apresentava 3.000 estudos, após sete
anos, 5.000 e em 1995 passou dos 7.000. No entanto, a popularidade da pesquisa
não foi compatível com a sua relevância. Os títulos das teorias, novas e antigas,
demonstram a natureza dessas pesquisas: minuciosas e alienadas, totalmente
fora da realidade cotidiana (KETS DE VRIES apud DUTRA, 2006, p. 22).
[...]
A preocupação com a liderança é tão antiga quanto a história escrita. Platão
constituiu um bom exemplo dessas preocupações iniciais ao falar da adequada
educação e treino dos líderes políticos, assim como da grande parte dos filósofos
políticos que, desde essa época, procuraram lidar com esse problema. No estu-
do da liderança é preciso interpretar o conjunto de todos os pontos de vista dos
autores, a fim de que se tenha uma visão mais abrangente do tema.
A evolução histórica da liderança é compreendida de quatro etapas correspon-
dentes a um determinado período. A Teoria dos Traços, que marca o início dos
estudos sobre liderança, originou-se de pesquisas disponíveis a respeito de lide-
rança dentro dos períodos compreendidos entre 1904-1948 (BERGAMINI apud
DUTRA, 2006, p. 22).
A abordagem do estilo, caracterizada pela dinâmica do comportamento do líder,
iniciou na década de 50 e prevaleceu até o final dos anos 60" (BERGAMINI apud
DUTRA, 2006, p. 22).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Nessa época, ocorreu o apogeu da abordagem contingencial,
que durou até o início da década de 1980, com o surgimento da mais
importante abordagem sobre o tema: a influente Nova Liderança.
[...]
Cada uma dessas etapas indica uma transformação de enfoque e
não o fim das anteriores, sendo que a cronologia dos estudos está
associada à mudança de ênfase.
A cobertura e a interpretação dessas principais abordagens serão
dispostas a seguir, dividindo-as em tópicos específicos, os quais re-
presentam uma forma mais evoluída sobre o estudo da liderança
(BERGAMINI apud DUTRA, 2006, p. 22).
© U7 - Liderança Organizacional 131
8. Estilos de liderança
A ênfase da Teoria Estilos de Liderança surge no final da década
de 1940. Nessa época, os pesquisadores pararam de pensar nas carac-
terísticas pessoais dos líderes e começaram a se preocupar especifica-
mente com a ação de um bom líder, ou seja, com seu comportamento.
A seguir, acompanharemos algumas reflexões de Dutra
(2006, p. 24) sobre o assunto:
Estilos de Liderança–––––––––––––––––––––––––––––––––––
Esta segunda etapa que norteia os estudos sobre Estilos de Liderança inicia-se
após a II Grande Guerra Mundial, no momento em que a grande preocupação
é as atividades de gestão do dia-a-dia das organizações. A concentração de
esforços foi conduzida no sentido de analisar o comportamento e ação adequa-
da do líder. Essa mudança denotou uma alteração nas implicações práticas da
pesquisa sobre liderança. Enquanto a Teoria dos Traços caracterizou os tipos de
pessoas que se tornaram líderes e diante dessa proposta possuíam enorme po-
tencial para abastecer as organizações com informações importantes na seleção
de líderes atuais ou futuros, a abordagem do Estilo de Liderança tem sua ênfase
no treinamento em detrimento da seleção dos líderes.
[...]
Muitas pesquisas com a visão de colocar em evidência comportamento e eficá-
cia dos líderes foram aplicadas. A hipótese proposta era determinar o nível de
desempenho obtido pelo grupo comparado com o estilo de liderança do líder
(DUTRA, 2006, p. 25).
[...]
Os dois itens abordados com maior ênfase no questionário destas pesquisas sobre
o comportamento do líder foram a consideração e iniciativa de estruturar. O primeiro
© U7 - Liderança Organizacional 133
9. LIDERANÇA SITUACIONAL
Neste tópico, iremos nos apoiar novamente nos apontamen-
tos de Dutra (2006, p. 27). Vejamos o que esse autor comenta so-
bre a liderança situacional.
Liderança Situacional––––––––––––––––––––––––––––––––––
As teorias situacionais possuem como principal foco de interesse o estudo do
comportamento contingente em liderança, que se refere ao ambiente organiza-
cional e ao perfil e comportamento dos liderados
Os defensores da abordagem contingencial destacam os fatores situacionais
para a compreensão de liderança e, assim, buscam especificar as variáveis si-
tuacionais que moderarão a efetividade das diferentes abordagens de liderança
(BRYMAN apud DUTRA, 2006, p. 27).
Segundo Hersey e Blanchard (apud DUTRA, 2006, p. 27), não existe um só
modo de influenciar as pessoas. O estilo de liderança que uma pessoa deve
adotar para influenciar indivíduos ou grupos de pessoas depende do nível de
maturidade dos envolvidos.
Essa maturidade varia em quatro níveis e inclui a dosagem certa de comporta-
mento de tarefa e comportamento de relacionamento (DUTRA, 2006, p. 27).
Nesse contexto, entende-se por comportamento de tarefa a conformidade que o
líder dirige as pessoas e deve dizer a elas o que, como, quando e onde fazer. Por
outro lado, o comportamento de relacionamento é a conformidade que um líder
se dedica na comunicação com as pessoas e tem a intenção de encorajá-las e
motivá-las (HERSEY; BLANCHARD apud DUTRA, 2006, p. 27).
Nova Liderança–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A caracterização da expressão Nova Liderança tem sido usada para denotar as
abordagens atuais que surgiram na década de 1980 e que, consequentemente,
sinalizam um novo modo de conceituar e pesquisar a liderança.
Escritores e pesquisadores empregaram uma variedade de termos para nomear
os recentes tipos de liderança. No presente estudo, serão apresentados alguns
tipos de liderança desta nova abordagem.
O aparecimento de modelos que têm ênfase transformacional e aspectos tran-
sacionais de liderança reativou esta como tópico principal de interesse teórico e
prático nos recentes anos 80 (DUTRA, 2006, p. 29).
Os estudiosos construíram modelos de situação, contingentes e transformação,
incorporando conceitos carismáticos, transacionais e visionários em um paradig-
ma da nova liderança.
Em virtude das pressões da competitividade econômica, que as organizações
enfrentaram na década de 1980, havia interesse crescente nos exemplos de um
único gerente que cria extraordinários níveis de compromisso, esforço e vontade
no empregado para correr altos riscos na organização (DUTRA, 2006, p. 29).
[...]
Em decorrência da necessidade das organizações de encontrarem líderes que
pudessem concretizar comportamentos de compromisso e motivação, a auto-
ridade carismática surge como retaguarda, pois está baseada nas convicções
de seguidores no caráter exemplar do líder. É vista como liderança carismática
quando requer as características de autoconfiança, convicção e as condições de
tensão e incerteza, metas de difícil mensuração e excelente grau de envolvimen-
to (DUTRA, 2006, p. 30).
Muitos estudiosos da liderança carismática também apresentaram a visão como
central para a liderança organizacional. A visão e a missão quase equivalem à defi-
nição característica da liderança carismática (BRYMAN apud DUTRA, 2006, p. 30).
Bryman analisa os estudos sobre a ova Liderança como sinais de mudança de
orientação, uma vez que considera o líder como um gestor de significado e reco-
nhece o papel fundamental da visão no processo (DUTRA, 2006, p. 30).
No estudo de Burns, os líderes políticos podem ser distinguidos em termos de
uma dicotomia entre liderança transacional e transformacional. A primeira com-
preende uma troca entre líderes e seguidores, especificada na oferta de recom-
pensas na forma de prestígio e dinheiro em obediência a seus desejos (BRYMAN
apud DUTRA, 2006, p. 30).
Na análise literal do termo, transacional significa trocar algo por um outro ob-
jetivo, sentido ou ação. Segundo Steiner (1976), psicólogo americano, a teoria
transacional é sustentada quando o comportamento entre duas pessoas é mais
compreensível examinado em termos de transações (DUTRA, 2006, p. 30).
[...]
Liderança transacional é um processo de troca social entre os liderados e líderes
que envolvem várias transações baseadas em recompensas. O líder transacio-
nal transmite as expectativas de desempenho, metas e o ponto em que serão
confrontadas as metas e recompensas. O líder, também, monitora o desem-
penho dos seguidores e propõe ações corretivas quando necessário (DUTRA,
2006, p. 31).
Enquanto a segunda vertente, a liderança transformacional, é baseada na mu-
tualidade de propósito, na qual o líder transformacional eleva as aspirações de
seus seguidores (BRYMAN apud DUTRA, 2006, p. 31).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O termo "liderança transformacional" foi mencionado pela
primeira vez por J. V. Dowton, em 1973, em seu livro Rebel Lea-
dership. Burns, no livro Leadership, de 1978, forneceu um quadro
teórico para este termo, bem como o modelo e o método de men-
suração (BRYMAN, 2004).
Segundo Bergamini (apud Dutra, 2006, p. 31),
A proposta da liderança transformacional está baseada na influên-
cia do líder sobre o seguidor. A ação da liderança nesse caso tem
que ocorrer em dupla direção a fim de que se estabeleça o clima de
respeito ao outro enquanto pessoa integral.
Na ação da liderança transformacional o líder retira fonte de infor-
mações na convivência com o seguidor para exercer o seu papel,
portanto, não somente o influencia como também é influenciado
por ele.
Características do Líder––––––––––––––––––––––––––––––––
O ser humano, na evolução da história, transformou o mundo gradativamente e,
portanto, necessita de estratégias especiais a fim de que suas potencialidades sejam
devidamente absorvidas e aproveitadas nas instituições (DUTRA, 2006, p. 34).
2) Para liderar um grupo, quais requisitos uma pessoa deve preencher? Identi-
fique pelo menos seis deles.
3) Você acha que a liderança é nata ou pode ser desenvolvida? Justifique sua
resposta.
5) Trabalho em equipe – O líder precisa saber quais são suas fraquezas e en-
contrar pessoas que equilibrem essa deficiência.
6) Comunicação – Líder é quem consegue fazer com que suas mensagens
cheguem aos corações e às mentes das pessoas. "A realização das ideias e
princípios se faz através dos outros", explicou (CRA/SP, 2005).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
13. Considerações
As questões levantadas nesta unidade refletem parte dos
estudos sobre a liderança, desde os primeiros conceitos estabe-
lecidos, cujas vertentes possuíam como enfoque a figura do líder
nato, até a liderança com perfil organizacional, na qual a aborda-
gem estuda a ação da liderança nas instituições.
Nas pesquisas mais recentes sobre o tema, os autores têm
como propósito investigar se a ação da liderança é eficaz na pro-
dução de resultados e também se seus seguidores estão convictos
de que as atividades atribuídas a eles pelos líderes são compactua-
das, isto é, se os liderados acatam as ordens dos líderes e lhes dão
credibilidade.
As pesquisas sobre liderança necessitam de um maior com-
prometimento dos teóricos, estudantes, professores, enfim, da
comunidade acadêmica e científica. Além disso, é preciso que haja
um engajamento das instituições para permitir a difusão dos es-
tudos, pois a pesquisa de campo é essencial para a descoberta de
novas ideias.
14. E-REFERÊNCIAS
Site pesquisado
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE SÃO PAULO (CRA/SP). O líder precisa
saber quais são suas fraquezas. Extraído de: Jornal do Administrador, n. 234, dez. 2005.
Disponível em: <http://www.crasp.gov.br/crasp/WebForms/default.aspx>. Acesso em:
08 out. 2012.
© U7 - Liderança Organizacional 141