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CURSO EAD

Promotores e Promotoras
da Saúde LGBT
para Profissionais
no SUS
2ª Edição
DADOS INTERNACIONAIS PARA CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)

P965 Promotores e promotoras da saúde LGBT para profissionais no SUS /


Coordenação geral do projeto: Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, Instituto Federal do Rio Grande do Sul ; Coordenadores do
projeto: Daniel Canavese de Oliveira, Maurício Polidoro ;
Apoiadores do projeto: Marcos Cláudio Signorelli, Rodrigo Otávio
Moretti Pires ; Apoio técnico: Iuday Gonçalves Motta ; Organização
do material: Lara Yelena Werner Yamaguchi, Rafael Barcellos. - 2.
ed. - Porto Alegre: UFRGS, 2018.
39 p. : il.

ISBN 978-85-9489-144-0

1. Promoção da saúde 2. Saúde das minorias 3. LGBT 4. Pessoal


de saúde 4. Sistema Único de Saúde I. Universidade Federal do Rio
Grande do Sul II. Instituto Federal do Rio Grande do Sul III. Oliveira,
Daniel Canavese IV. Polidoro, Maurício V. Signorelli, Marcos Cláudio VI.
Pires, Rodrigo Otávio Moretti VII. Motta, Iuday Gonçalves VIII.
Yamaguchi, Lara Yelena Werner IX. Barcellos, Rafael

CATALOGAÇÃO NA FONTE: RUBENS DA COSTA SILVA FILHO CRB10/1761


A Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT):
estratégias de análise, avaliação e formação para o aprimoramento do Sistema Único de Saúde
Ministério da Saúde/Fundo Nacional da Saúde/GESCON nº 92969.8560001/17­010

Coordenação Geral do Projeto


Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil
Instituto Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil

Financiamento e Apoio Institucional


Ministério da Saúde
Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa
Departamento de Apoio à Gestão Participativa/SGEP/MS
Coordenação-Geral de Apoio ao Controle Social, à Educação Popular em Saúde
e às Políticas de Equidade do SUS - CGASOC

Apoio Técnico e Institucional


Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Secretaria Estadual de Saúde
Departamento de Ações em Saúde - DAS
Coordenação Estadual da Saúde da População LGBT

Instituições Parceiras
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Brasil
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil

Pesquisadores Coordenadores do Projeto


Prof. Dr. Daniel Canavese de Oliveira, UFRGS
Prof. Dr. Maurício Polidoro, IFRS

Pesquisadores Apoiadores do Projeto


Prof. Dr. Marcos Cláudio Signorelli, UFPR
Prof. Dr. Rodrigo Otávio Moretti Pires, UFSC Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative
Commons - Atribuição - Não Comercial -
Apoio Técnico Institucional Compartilhamento
Iuday Gonçalves Motta, SES-RS pela mesma licença 4.0 Internacional.

Organização deste documento É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde
Lara Yelena Werner Yamaguchi, UFRGS que citada a fonte.
Rafael Barcellos, UFRGS
A coleção institucional da Universidade Federal do
Apoio Técnico Acadêmico Rio Grande do Sul pode ser acessada, na íntegra,
Bruna Vargas, UFRGS no Repositório Lume <https://www.lume.ufrgs.br>.
Jeferson Pinheiro, UFRGS
Martha Reus, UFRGS
Fatores de risco
à integridade física, psíquica, social e moral
de pessoas com orientação sexual e identidade
de gênero não hegemônicas relacionados
ao entorno, comunidade, escola e família
e seus impactos
FATORES DE RISCO à integridade física, psíquica e moral de pessoas com orientação sexual e identidade de gênero não hegemônicas

O preconceito e a discriminação contra pessoas cuja identi- ● Evidenciar condutas violentas: padrões parentais violentos
dade de gênero e/ou orientação sexual não correspondem ou excessivamente restritivos; expressão de repúdio e
aos padrões heteronormativos* e cisnormativos* impostos ou legitimação de ações violentas contra pessoas em razão
naturalizados pela sociedade apresentam-se desde cedo e de sua orientação sexual e identidade de gênero.
de maneira bastante frequente no cotidiano dessas pessoas,
● Excessiva vigilância sobre a expressão de gênero de
impactando negativamente seu desenvolvimento pessoal e
meninas, meninos e adolescentes; castigar de maneira
social desde a infância até a idade adulta.
frequente a quem sai dos parâmetros sociais hegemônicos
(ex: pessoas do sexo masculino com expressão de gênero
Recomendamos observar com atenção a existência das situa-
femininas, pessoas do sexo feminino com expressão de
ções e comportamentos descritos a seguir:
gênero masculinas).

● Não falar abertamente sobre as orientações sexuais e


● Considerar inofensivas as piadas e provocações sexistas
identidades de gênero não hegemônicas, e torná-las um
que ofendem e rebaixam a vida das pessoas com orienta-
tema tabu na família, instituições e espaços de trabalho e
ção sexual e identidade de gênero não hegemônicas.
convivência.
● Reprimir as expressões de afeto e solidariedade entre
● Estigmatizar e criminalizar pessoas com orientação sexual
meninos e rapazes.
e identidade de gênero não hegemônicas, sobretudo
● Obrigar as meninas a assumir papéis tradicionais de cuida- dentro da comunidade familiar e escolar.
do em relação a outras pessoas.
● Expressar abertamente preconceitos sobre pessoas com
● Premiar ou reconhecer atitudes que reforçam os estereó- orientação sexual e identidade de gênero não
tipos da masculinidade hegemônica* (uso da força para hegemônicas, por parte de mães, pais ou responsáveis:
subordinar outras pessoas, insultos e comentários desres- declarações como "melhor ter um filho(a) morto(a), assas-
peitosos sobre pessoas com orientação sexual e identida- sino(a) ou delinquente do que gay ou lésbica", "essas
de de gênero não hegemônicas, entre outros). pessoas são nojentas".

* Ver Glossário

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FATORES DE RISCO à integridade física, psíquica e moral de pessoas com orientação sexual e identidade de gênero não hegemônicas

● Considerar, por parte de mães, pais ou responsáveis, que ● Inexistência de referências claras para que meninas,
pessoas com orientação sexual e identidade de gênero meninos e adolescentes com orientação sexual e identi-
não hegemônicas são um mau exemplo para seus filhos e dade de gênero não hegemônicas possam recorrer em
filhas; isolar e impedir sua interação; ou então punir e situações de vulnerabilidade.
demonizar relacionamentos amigáveis com crianças e ado-
● Criminalizar e impedir o acesso a informações relacionadas
lescentes cuja expressão de gênero exceda às normas.
a direitos humanos, sexuais e direitos reprodutivos.
● Focalizar o exercício da maternidade ou paternidade na
● Inexistência de referências que permitam evidenciar a
reprodução de modelos tradicionais de comportamento.
participação de pessoas com orientação sexual e identi-
● Fazer referência explícita para que meninas, meninos e dade de gênero não hegemônicas na construção social da
jovens desenvolvam projetos de vida heteronormatizados, comunidade em que vivem.
ou seja, a heterossexualidade enquanto norma (casando-
se com uma pessoa do outro gênero, tendo filhos ou
filhas, trabalhando, cuidando da casa, no caso de Como consequências desses fatores de risco, observam-se
meninas, entre outros). os seguintes comportamentos e sentimentos em pessoas
com orientação sexual e identidade de gênero não hegemô-
● Não atuar para prevenir ou sancionar ações discrimina- nicas, vulnerabilizando-as:
tórias contra pessoas com orientação sexual e identidade
de gênero não hegemônicas no ambiente educativo - isso ● isolamento;
se agrava quando docentes expressam repúdio contra ● busca de espaços clandestinos para encontros com
elas. seus pares;
● Legitimar de maneira exclusiva as relações afetivas ou ● ideação suicida;
configurações familiares heterossexuais nos conteúdos
● insegurança;
trabalhados em sala de aula .
● culpabilização e sentimentos de inadequação consigo
● Considerar que pessoas com orientação sexual e identi- mesmo(a);
dade de gênero não hegemônicas não merecem ter os
mesmos direitos que as demais. ● sensação de solidão e inadequação em todos os espaços;

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FATORES DE RISCO à integridade física, psíquica e moral de pessoas com orientação sexual e identidade de gênero não hegemônicas

● medo de construir um projeto de vida na comunidade Nesta perspectiva, a hostilidade do contexto social provoca
(algumas pessoas abandonam ou mudam-se para outros uma atitude vigilante derivada da percepção de discrimi-
lugares); nação com o grupo social ao que pertence, a partir da qual
se antecipam reações negativas que possam vir de membros
● fuga do lar em busca de espaços de proteção;
do grupo dominante, mesmo sem ter sido vítima direta de
● relações afetivas com pessoas que podem colocar em preconceito.
risco as crianças e adolescentes;
● evasão escolar e abandono dos estudos;
● baixo rendimento acadêmico;
● tendência ao consumo de substâncias psicoativas; PRECONCEITO EXPERIENCIADO

● estresse de minorias. 1 Experiência direta de preconceito


por meio de discriminação e
violência
O estresse de minorias é um tipo particular de estresse que
atende às seguintes condições:
PRECONCEITO ANTECIPADO
1) é único, pois é aditivo ao estresse experimentado pelas
pessoas em geral e requer um esforço adicional para lidar
2 Percepção de que não será aceito(a)
e sofrerá discriminação
com isso;
2) é crônico, dado que as posições sociais derivadas dessas
categorias tendem a ser permanentes; e PRECONCEITO INTERNALIZADO

3) tem uma base social, ou seja, deriva de processos sociais, 3 Sentimentos e crenças negativas a
respeito de si mesmo(a)
instituições e estruturas, além de eventos individuais.

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LEITURA COMPLEMENTAR

O que exatamente as pessoas transgêneras ameaçam?


Pesquisas recentes investigam a relação entre o binário de gênero e o preconceito contra pessoas trans

Karen L. Blair, tradução de Beatriz Pagliarini Bagagli

Uma nova pesquisa tentou entender melhor as circunstâncias gênero seria visto como o mais perturbador para aqueles que
em que os indivíduos se sentem ameaçados pelo comporta- valorizam o binário de gênero. Embora seja possível que
mento de não-conformidade de gênero. Em geral, sabemos qualquer um se desvie mais ou menos do binário de gênero,
que as pessoas tendem a reagir negativamente a indivíduos muitas vezes os indivíduos transgêneros parecem ser per-
que não aderem ao binário de gênero – isto é, a noção de que cebidos como uma ameaça maior a visões binárias de gênero
existem dois sexos, masculino e feminino, e que qualquer que do que as pessoas cis em não conformidade de gênero.
seja seu sexo ele deve ditar claramente seu gênero e seu
papel de gênero comportamental como de homem ou mulher. Kristin Broussard e Dr. Ruth Warner propuseram que uma das
Se uma pessoa é biologicamente masculina, mas se comporta razões para isso está no fato dos indivíduos transgêneros
de maneira estereotipicamente feminina, podemos entender poderem ser vistos como transgressores simultaneamente das
essa não-conformidade de gênero pertencendo a um indiví- normas de gênero de ambos os gêneros binários. Por exem-
duo cisgênero (isto é, alguém cujo sexo biológico é o mesmo plo, uma mulher trans (isto é, alguém designado como homem
que sua identidade de gênero). Da mesma forma, um no nascimento e que agora se identifica como mulher) está
indivíduo transgênero (isto é, alguém cujo sexo identificado no transgredindo as normas masculinas ao se identificar como
nasci- mento não se alinha com sua identidade de gênero) mulher, mas também pode ser vista como transgressora das
pode ser visto como em não-conformidade de gênero normas de ser mulher por não parecer feminina o suficiente.
simplesmente por ser transgênero. De fato, outras pesquisas descobriram que as mulheres tran-
sexuais estão particularmente em risco de sofrer preconceito e
Pesquisadoras da Universidade de St. Louis procuraram violência devido à tendência geral da sociedade de policiar a
determinar qual desses dois tipos de não-conformidade de feminilidade e punir as transgressões da feminilidade marginal.

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BLAIR/BAGAGLI | O que exatamente as pessoas transgêneras ameaçam?

Em seu artigo, Broussard e Warner tentaram identificar como seguranças e instaladores de sistemas de segurança
o binarismo de gênero, ou a “crença de que existem apenas doméstica. Essa experiência provocaria altos níveis de
dois gêneros, correspondendo ao sexo biológico”, podem ameaça de distintividade em policiais cujas identidades
estar associados ao preconceito contra pessoas trans. estiverem altamente entrelaçadas em ser um policial.

As pesquisadoras previram que, para indivíduos que manifes- Quase todo mundo em uma sociedade ocidental define uma
tavam alto binarismo de gênero, os indivíduos trans seriam boa parte de sua identidade pessoal por seu gênero. Muitos
vistos como particularmente ameaçadores psicologicamente, nomes são considerados apropriados para apenas um
porque elas vão de encontro a algo que esses participantes gênero, e nosso nome talvez seja a parte mais identificadora
acreditam ser um traço humano essencial e imutável: o gênero de quem somos como indivíduo. Da mesma forma, nosso
e, por extensão, a conexão entre sexo e gênero. gênero frequentemente dita as roupas que vestimos, o estilo
de corte de cabelo que fazemos e se cultivamos ou
As pesquisadoras se concentraram em uma noção chamada removemos nossos pelos faciais! Assim, para muitos
de “ameaça de distintividade”. De acordo com a Teoria da indivíduos, a noção de desfocar os limites em torno do gênero
Identidade Social, nossas identidades sociais, ou os grupos pode ser experimentada da mesma forma que os policiais
aos quais pertencemos, nos ajudam a definir nossas identi- responderiam a uma proposta de renomeá-los como
dades pessoais. Na medida em que os limites em torno dos “profissionais de segurança”, sem nada para distingui-los de
grupos que são importantes para nossas identidades tornam- um segurança de shopping ou de um estudante de férias
se indistintos, podemos experimentar uma ameaça de distinti- instalando sistemas de segurança doméstica.
vidade. Em suma, a singularidade de quem somos como indi-
víduo é ameaçada quando os limites em torno das definições Assim, as pesquisadoras esperavam que indivíduos que valori-
de grupo que usamos para nos definir mudam ou se tornam zassem muito um sistema binário de gênero e que definissem
maleáveis. o que significa ser um homem ou uma mulher com muita rigi-
dez estariam mais propensos em experimentar uma ameaça
Por exemplo, imagine que você é um policial e que ser um de distintividade quando confrontados com comportamentos
policial é fundamental para sua identidade. Imagine então que de não-conformidade de gênero tanto de indivíduos cisgê-
a categoria de policial foi substituída por “Profissional de neros como transgêneros, mas especialmente de indivíduos
Segurança” e que essa nova categoria incluiria policiais, transgêneros. Como disse Broussard, “algumas pessoas
acham
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LEITURA COMPLEMENTAR

acham que as pessoas transgêneras são ameaçadoras vável que os indivíduos transgêneros em conformidade de
porque não se encaixam em uma das duas caixas de gêneros, gênero (porque eles podem “passar” como seu gênero autên-
ou se encaixam em uma das caixas, mas não na que foram tico) são especialmente ameaçadores porque fornecem algu-
atribuídas no momento do nascimento”. ma evidência de que existem mais de dois gêneros binários,
ou que o gênero binário [de alguém] pode ser alterado.”
As pesquisadoras realizaram três estudos. Em cada estudo,
os participantes leram histórias sobre indivíduos hipotéticos Em outras palavras, se você acredita firmemente que existem
que estavam ou em alta conformidade de gênero ou em não- apenas dois sexos e que esses dois sexos sempre criam dois
conformidade de gênero, e que eram ou transgêneros ou gêneros, e que não seja possível alguém mudar de um gênero
cisgêneros. Depois de ler as histórias, os participantes foram para outro, ser apresentado a um homem trans masculino
questionados sobre o quanto eles achavam que gostariam da (alguém que foi identificado como mulher ao nascer), que
pessoa na história, o quanto eles aceitaram a expressão de visual e comportamentalmente é indistinguível de um homem
gênero da pessoa e a percepção da ameaça de distintividade cisgênero, pode ser uma experiência muito chocante que
que sentiram como resultado da leitura da história. desafia as crenças binárias sobre gênero. Além disso,
indivíduos trans em conformidade de gênero podem provocar
Nos três estudos, elas descobriram que, no geral, os parti- ameaça de distintividade porque se você é um homem e
cipantes relataram gostar mais dos indivíduos em conformi- depende muito de sua identidade como homem, o que essa
dade de gênero e cisgêneros do que indivíduos transgêneros parte de sua identidade realmente significa se alguém nascido
e em não conformidade de gênero (por exemplo, mulheres mulher puder “passar” como homem tanto quanto você?
masculinas, homens femininos). Os participantes também Assim, quanto mais um indivíduo acredita firmemente no
viam os indivíduos transgêneros e em não-conformidade de binário de gênero, mais os indivíduos transgêneros se tornam
gênero como mais ameaçadores para as fronteiras que ameaçadores (especialmente aqueles que “passam”) para a
definem o que significa ser um homem ou uma mulher (ou identidade pessoal do indivíduo como homem ou mulher.
seja, maior ameaça à distintividade). No entanto, foram os
indivíduos transgêneros em conformidade de gênero (isto é, Por fim, é importante enfatizar que a expressão de gênero de
mulheres transgêneras femininas ou homens transexuais um indivíduo transgênero não é responsável por provocar o
masculinos) que foram vistos como os mais ameaçadores preconceito de outras pessoas. Ao invés disso, o preconceito
para as fronteiras de gênero. Como Broussard coloca, “é pro- contra pessoas trans deriva de um processo interno no qual a

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BLAIR/BAGAGLI | O que exatamente as pessoas transgêneras ameaçam?

pessoa que detém o preconceito experimenta uma ameaça a LEIA TAMBÉM


um aspecto de sua própria identidade e, portanto, ataca os Não-binários: O 3º Gênero que parece
indivíduos trans como um meio de tentar reafirmar as novidade hoje já existe há séculos
fronteiras que envolvem aspectos importantes – neste caso,
do seu gênero.


Logicamente, assim como tudo o que é novo,
essa definição tem causado estranhamento e,
infelizmente, o tão desnecessário preconceito.
TRADUÇÃO PUBLICADA EM
A questão é que o gênero não-binário parece não ser
🔗 https://transfeminismo.com/o-que-exatamente-as-pessoas-tr
ansgeneras-ameacam/
algo tão novo assim. Muitas culturas orientais já são
acostumadas com a ideia mais ampla de identidade de
gênero.
VERSÃO ORIGINAL PUBLICADA EM
Na Indonésia, por exemplo, a concepção do gênero
🔗 https://www.psychologytoday.com/us/blog/inclusive-insight/
201809/what-precisely-do-transgender-people-threaten
não-binário é algo que existe há alguns séculos. Isso
mesmo, você não leu errado: séculos. O maior grupo
étnico do sul do país, os Bugis, tem simplesmente
cinco tipos de identidade de gênero. Além dos
cisgêneros feminino e masculino, concepções com as
quais estamos familiarizados, os Bugis também têm o
gênero calabai (homem feminino), calalai (mulher
masculina) e bissu, que é a combinação de todos os
gêneros.

A antropóloga Shatyn Graham explica que, se pergun-


tarmos aos Bugis como eles acham que a formação de
gêneros é definida no mundo, eles provavelmente res-
ponderiam que a maioria das pessoas se encaixa em
bissu.

” 🔗 Texto na íntegra aqui

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AUDIOVISUAL

Selecionamos alguns filmes sobre a temática LGBTI como sugestão, para serem assistidos em algum momento de lazer ou
proposição de atividades de sensibilização. Boa sessão!

Dzi Croquettes Meu nome é Jacque


(Brasil, 2009) (Brasil, 2016)
Documentário Documentário
Direção: Tatiana Issa, Raphael Direção: Angela Zoé
Alvarez
Com depoimentos de Marília
Pera, Pedro Cardoso, Elke
Maravilha, Liza Minelli e outros

Aborda a trajetória do grupo artístico que revolucionou a cena Retrata e vida de Jacqueline Rocha Côrtes, mulher transexual e
underground brasileira em plena ditadura militar, com suas perfor- ativista brasileira com destacado trabalho internacional na política
mances artísticas que desafiavam os papéis e expressões tradi- pública de HIV, suas relações familiares, memórias e projetos.
cionais de gênero, e seu reconhecimento internacional. Filme completo aqui (disponível para assinantes)
Filme completo.

Meninos não choram Pária


(Boys don’t cry, EUA, 1999) (Pariah, EUA, 2011)
Drama Drama
Direção: Kimberly Peirce Direção: Dee Rees
Elenco: Hilary Swank, Chlöe Elenco: Adepero Oduye,
Sevigny, Peter Sarsgaard, Aasha Davis, Charles Parnell,
Brendan Sexton Kim Wayans

Baseado na história verídica de Brandon Teena, rapaz transexual O filme aborda o conflito vivido por uma adolescente negra que
e suas relações sociais em uma nova cidade, até ser vítima de um se percebe lésbica, e a pressão familiar e expectativas sobre sua
crime de ódio. identidade e os papéis de gênero esperados.
AUDIOVISUAL

Os tempos de Harvey Milk XXY


(The times of Harvey Milk, (França, Argentina, Espanha,
EUA, 1984) 2009)
Documentário Drama
Direção: Robert Epstein Direção: Lucia Puenzo
Elenco: Inés Efron, Martín
Piroyansky, Ricardo Darín,
Valeria Bertuccelli
O documentário mostra a trajetória de Harvey Milk, ativista gay Alex nasceu com ambas as características sexuais, sendo criada
nos Estados Unidos que ingressa na vida política como uma em um vilarejo no Uruguai por seus pais, que recusam cirurgias
maneira de promover a cidadania das pessoas LGBT e outros até que a própria jovem possa decidir sobre o procedimento. A
grupos minorizados, até o seu assassinato em 1978. Figura adolescência se mostra como um período em que a sexualidade
visionária, Milk foi um dos articuladores da Parada do Orgulho e a identidade colocam desafios para a jovem intersexo e sua
LGBT em San Francisco, a primeira do gênero e que inspirou os família. Filme completo.
eventos em outras localidades. Filme completo aqui (dublagem
em espanhol).

Orações para Bobby Tomboy


(Prayers for Bobby, EUA, (França, 2011)
2009)
Drama
Drama Direção: Céline Sciamma
Direção: Russel Mulcahy Elenco: Zoé Héran, Jeanne
Elenco: Sigourney Weaver, Disson, Malonn Lévana,
Henry Czerny, Ryan Kelley Sophie Cattani, Mathieu Demy

Baseado na história de Mary Griffith, religiosa cujo filho se suici- O filme aborda as interações sociais de uma criança e seu
da após intensa pressão familiar, na tentativa de curá-lo de sua processo de elaboração de questões como identidade e expres-
homossexualidade. Com a perda de Bobby, Mary se converte são de gênero, papéis sociais e sexualidade.
em defensora dos direitos homossexuais. Filme completo aqui.
Glossário

Cisnormatividade Interseccionalidade

Termo utilizado para descrever a ocorrência da cisgeneridade Conceito elaborado pelo movimento feminista negro, com o
(a aceitação da identidade de gênero de acordo com a objetivo de instrumentalizar as análises sobre desigualdades e
convenção social designada para o sexo biológico) como iniquidades sociais considerando a relação e interligação de
padrão aceitável e naturalizado socialmente, ou, de maneira diversas variáveis, a partir da experiência de grupos minoriza-
resumida, a cisgeneridade como norma ou padrão imposto. dos. Desta maneira, as relações de poder em uma sociedade
podem ser melhor descritas, considerando-se a complexidade
A cisnormatividade, portanto, é um dispositivo discursivo e dos fenômenos sociais e suas correlações históricas.
ideológico de controle dos corpos e subjetividades, a partir do
momento em que traça padrões de comportamento A teoria interseccional permite, então, observar que fatores
previsíveis e, sobretudo, desejáveis para a totalidade da como o racismo, sexismo, classismo, capacitismo, homofobia
sociedade. e transfobia (discriminação a partir da diferenciação negativa
decorrente da origem étnico-racial, sexo, classe social,
É importante perceber que este discurso tem efeitos nocivos à deficiências, orientação sexual e identidade de gênero, res-
medida que reforça concepções estereotipadas e sexistas, pectivamente), além de outros, não podem ser considerados
alimentando atitudes discriminatórias e violentas que culminam isoladamente. Assim, as análises a partir desse referencial per-
em atos de transfobia. Desconstruir os mecanismos e as mitem melhores respostas ao enfrentamento das violências
lógicas de afirmação da cisnormatividade é um passo impor- que vitimizam grupos aglutinados segundo sua identidade
tante para o enfrentamento e erradicação deste grave proble- social, uma vez que os fatores de opressão se sobrepõem ou
ma social, de violação dos direitos humanos e saúde pública, ocorrem simultaneamente.
uma vez que o Brasil é o país com maior número de assassi-
natos de pessoas transexuais no mundo (TRANSGENDER
EUROPE, 2017).
34
GLOSSÁRIO

Hegemonia Heteronormatividade

Superioridade ou predomínio incontestável (DICIONÁRIO CALDAS Termo utilizado para evidenciar a imposição da heterossexuali-
AULETE). dade como orientação sexual dominante e aceitável, em detri-
mento das outras formas de orientação.
Inicialmente, a hegemonia caracterizava as relações de poder
entre os povos na Grécia antiga, que se dava através do A heteronormatividade se afirma através da compulsoriedade
subjugo de uma etnia sobre outra através do uso de forças da heterossexualidade, ou das práticas e instituições que legi-
militarizadas (exércitos). Com isso, as comunidades subjuga- timam e privilegiam a heterossexualidade e relacionamentos
das passavam a seguir o regramento social e as caracterís- heterossexuais como fundamentais e “naturais” dentro da
ticas culturais daquelas que exerciam o domínio - assim, por sociedade, em consequência do binarismo sexo-gênero.
exemplo, ocorreu a expansão dos impérios grego e romano.

Hegemonia cultural é um conceito que busca explicar as Homofobia


relações de poder dentro da sociedade, em que necessaria-
mente estão presentes mecanismos de produção de consen- Termo empregado inicialmente para expressar a aversão ou o
so e coerção. Desta maneira, os grupos subalternizados ódio irracional a todas as pessoas que não se adequam aos
reproduzem socialmente as regras do grupo hegemônico, padrões impostos de orientação sexual, expressão e identida-
naturalizando-as e tornando praticamente imperceptíveis as de de gênero, de maneira indistinta. Atualmente, denomina-
relações de poder implícitas, dificultando sua crítica. mos a violência praticada contra homens gays como sendo
homofobia, lesbofobia a violência contra mulheres lésbicas,
Não hegemônico e contra-hegemônico referem-se a tudo bifobia aquela praticada contra pessoas bissexuais, e
que não corresponde ao padrão hegemônico vigente, sejam transfobia a violência praticada contra transexuais e travestis,
comportamentos, culturas ou ideias. Tais posicionamentos ou agora agrupadas sob o termo LGBTfobia. Todavia, o termo
experiências encontram dificuldades em relação ao meio em homofobia expressou, durante algum tempo, o conceito geral
que se encontram, justamente por colocar em evidência as da violência praticada contra essas pessoas, conforme a
estruturas de poder vigentes. abrangente definição:

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GLOSSÁRIO

[...] a hostilidade geral, psicológica e social em relação a O conceito de masculinidade hegemônica – branca,
aqueles e aquelas que supõe-se desejar indivíduos de seu heterossexual e dominante é um modelo culturalmente
próprio sexo ou ter práticas sexuais com os mesmos. ideal. Assim sendo, não é atingível por praticamente
Forma específica de sexismo, a homofobia também rejeita nenhum homem, mas de maneira semelhante, exerce um
todos que não se conformam com o papel pré- efeito controlador que exclui todo um campo afetivo que é
determinado ao seu sexo biológico. Construção ideológica considerado feminino. A esse pensamento hegemônico de
que consiste na promoção de uma forma de sexualidade masculinidade, vários autores têm atribuído a origem de
(hétero) em detrimento de outra (homo), a homofobia muitos agravos à saúde e das relações desiguais entre
organiza uma hierarquização das sexualidades e extrai homens e mulheres. Esta hegemonia aceita e acatada por
dela consequências políticas. (BORILLO, 2001, p.31 apud homens e mulheres, tem cada vez mais gerado tensões,
MELLO et al., 2014, tradução nossa) mal estar, conflito e repúdio. A masculinidade tradicional e
estereotipada se opõe aos valores vitais para as relações
humanas, como exemplo está a ética, a solidariedade, o
reconhecimento mútuo, o respeito à vida e à
individualidade e a diversidade humana. Os homens que
não conseguem atender ou satisfazer todos os predicados
Masculinidade Hegemônica desta masculinidade sofrem terrivelmente, chegando a
pagar com a própria saúde e em alguns casos com a vida,
para demonstrar sua macheza. Os homens, ao não
Masculinidades são as diferentes maneiras de expressão das
demonstrarem os atributos masculinos, poderiam vistos
relações de gênero masculinas, recebendo influências tanto como mulheres ou homossexuais, condição que deve ser
sociais quanto subjetivas. É uma construção dinâmica, que veementemente repudiada. (CENTA, 2006 apud SANTOS;
pode mudar ao longo do tempo, assim como em relação à MARTINS, 2013)
localidade ou cultura.

Masculinidade hegemônica é a forma de masculinidade que é


cultural e politicamente dominante em um determinado tempo
e lugar. Tal conceito aplica o referencial gramsciano ao campo
dos estudos de gênero, e tem sido associado às análises
sobre violência estrutural na sociedade.

36
GLOSSÁRIO

Passabilidade É frequente a apresentação do acrônimo LGBTI+, com a inclu-


são da intersexualidade enquanto condição biológica, e outras
Termo empregado para descrever o desenvolvimento de formas autodeterminadas de orientação sexual e identidade
características corporais, em pessoas transgênero, de modo de gênero. Temos também a sigla LGBTTQIA+, com o duplo T
que seja possível seu reconhecimento como uma pessoa distinguindo as travestis das pessoas transexuais, visando sua
cisgênero. Embora a passabilidade seja um ideal para muitas visibilidade; Q referente à expressão queer (palavra cuja
pessoas trans, essa questão também tem sido tradução aproximada é ‘esquisito’), um movimento social e
problematizada pelo movimento, uma vez que estabelece a corrente teórica que tem se debruçado sobre as questões de
cisgeneridade como padrão desejável a ser atingido através identidades de gênero e orientação sexual não hegemônicas,
do processo de transição (uso de hormônios, cirurgias e e A referente à assexualidade. Também se encontra o duplo
outros recursos), reafirmando-a enquanto norma. A, em referência às pessoas agênero (que não se identificam
com nenhum gênero), bem como outras variações.

Sigla

A sigla para designar o movimento social de pessoas com Visibilidade Intersexo


identidade de gênero e orientação sexual não hegemônicas
vem passando por alterações ao longo do tempo, à medida O Dia Internacional da Visibilidade Intersexo (Intersex
que as discussões sobre sexualidade e identidade ganham Awareness Day) é celebrado em 26 de outubro, em alusão à
espaço na sociedade. Formada a partir do acrônimo, a sigla já primeira intervenção pública sobre o tema, realizada em 1996
se apresentou como GLS (gays, lésbicas e simpatizantes), pelos ativistas Max Beck e Morgan Holmes durante a
GLBT (gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais), e conferência anual da Sociedade Americana de Pediatria, em
não devem mais ser empregadas. LGBT é a forma utilizada Boston (EUA).
em documentos oficiais brasileiros, a partir do indicativo da
1ª Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Desde 2003 a data é anualmente visibilizada por ativistas em
Travestis e Transexuais, realizada em 2008. Tal mudança todo o mundo, em uma jornada que culmina no dia 8 de
visou contemplar as reivindicações do movimento de mulheres novembro, o Dia da Solidariedade Intersexo.
lésbicas quanto à visibilidade das questões de gênero.
37 le
GLOSSÁRIO

Visibilidade Lésbica Visibilidade Trans

O Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, celebrado em 29 de Celebrada em 29 de janeiro, o Dia Nacional da Visibilidade
agosto, dedicou esta data em virtude da realização do 1º Trans foi escolhido em virtude do evento de lançamento, em
Seminário Nacional de Lésbicas (SENALE, atualmente 2004, da campanha do Ministério da Saúde, com o seguinte
SENALESBI), ocorrido em 1996 na cidade do Rio de Janeiro, lema: “Travesti e respeito: já está na hora dos dois serem
com a participação e organização de diversos coletivos. vistos juntos. Em casa. Na boate. Na escola. No trabalho. Na
vida”. A campanha, integrante do Programa Nacional de
O Dia do Orgulho Lésbico, por sua vez, é celebrado em 19 Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (DST/AIDS), foi
de agosto desde o ano de 2003, em memória da ativista lançada no Congresso Nacional, onde transexuais e travestis
Rosely Roth que, em 1983, liderou a primeira manifestação que integraram a elaboração da mesma expuseram aos
lésbica contra o preconceito em frente a um bar no centro de parlamentares suas demandas por cidadania e respeito na
São Paulo, na mesma data. sociedade.

As pautas do movimento de mulheres lésbicas são bastante A campanha consistiu na primeira ação governamental
marcadas pelo enfrentamento à lesbofobia e invisibilidade des- positiva de combate à transfobia e voltada especificamente
te segmento, seja nas políticas públicas ou no próprio movi- para este público. O material produzido (cartazes, folder para
mento LGBT, e denunciam graves e persistentes problemas educadores e profissionais de saúde e uma cartilha voltada ao
de violência perpetrados contra este grupo, como o estupro público travesti e transexual) pode ser acessado aqui.
corretivo1, discriminação, intensa violência física e psicológica
e outras opressões específicas.

1 O estupro corretivo consiste em violência sexual praticada por


homens principalmente contra mulheres lésbicas, mas também
contra gays e pessoas transgênero com o objetivo de "corrigir" e
punir suas sexualidades e identidades. Além da violência sexual em
si, tal prática deve ser vista como tortura.

38
GLOSSÁRIO

Violência Institucional

Segundo Minayo (2007), a violência institucional se caracteriza Instituído em 2001 e reestruturado em 2010, o Conselho
e pode ser exemplificada como Nacional de Combate a Discriminação e Promoção dos
Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e
aquela que se realiza dentro das instituições, sobretudo Transexuais (CNCD/LGBT) é um órgão colegiado composto
por meio de suas regras, normas de funcionamento e paritariamente pela Sociedade Civil e Governo Federal, com a
relações burocráticas e políticas, reproduzindo as finalidade de formular e propor diretrizes de ação
estruturas sociais injustas. Uma dessas modalidades de
violência ocorre na forma como são oferecidos, negados
governamental, em âmbito nacional, voltadas para o combate
ou negligenciados os serviços públicos. Os serviços de à discriminação e para a promoção e defesa dos direitos de
saúde, de seguridade social e de segurança pública são Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais; fomentar
os principais exemplos dados pela própria população e acompanhar as políticas públicas; e sensibilizar os órgãos de
quando se refere à violência institucional (...). No caso do
setor saúde, a tentativa de criar um programa transversal
Estado nas ações de defesa e garantia dos direitos da
de humanização do SUS, em última instância, é o população LGBT.
reconhecimento de que a tendência da instituição e dos
profissionais é a burocratização ou a tecnificação. Essas
falhas se apresentam na despersonalização dos pacientes
e na substituição de uma relação dialógica por exames e
procedimentos que transformam o setor saúde em
produtor de violência contra os usuários. (p.33)

Considerando a magnitude da violência institucional, suas


características e determinantes, seu enfrentamento demanda
ações coordenadas, transversais e abrangentes, uma vez que
esta modalidade de violência incide diretamente sobre o gozo
de direitos fundamentais dos indivíduos.

39
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