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RELATÓRIO
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•^È0
É o relatório
VOTO
PEDIDO DE
UNIFORMIZAÇÃO DE
JURISPRUDÊNCIA.
APOSENTADORIA POR
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO.
NÃO ENQUADRAMENTO DE
ATIVIDADE EM CONDIÇÕES
POR EXPOSIÇÃO AO
AGENTE NOCIVO SER
OCASIONAL E
INTERMITENTE.
FUNDAMENTAÇÃO
CONTRÁRIA À RESOLUÇÃO
21/2014 DO CONSELHO
PLENO. ARTIGO 63, INCISO I
DA PORTARIA MDSA
116/2017.
Da Divergência
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A Uniformização de Jurisprudência, no caso concreto, está
disciplinada no artigo 3°, inciso II e artigo 63, inciso I e §1° da Portaria MDSA
116/2017, a seguir transcritos:
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exposição a ruído excessivo em decorrência da não utilização da metodologia
de medição do ruído conforme NHO-01 da FUNDACENTRO.
DO MÉRITO
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conforme NHO-01, está superior ao limite estabelecido e caso não tenha sido
feita assim, mantendo a técnica da NR-15 que era então utilizada até
18/11/2003, ainda o ruído seria superior ao limite estabelecido, devendo
portanto, o período ser computado como especial.
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a) os limites de tolerância definidos no Quadro
do Anexo I da NR-15 do MTE; e
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Veja-se que o artigo citado estabelece a competência do INSS para
realizar através dos seus agentes, quando assim designados, as medidas
necessárias para a "verificação do atendimento das obrigações não tributárias
impostas pela legislação previdenciária". Ou seja, das obrigações
previdenciárias. A Lei n° 8.213/91, a chamada Lei de Benefícios, é o referencial
normativo central para se saber quais são estas obrigações.
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VOTO DWERGENTE
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VOT
EMENTA: PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. ATIVIDADE
ESPECIAL EM RAZÃO DE EXPOSIÇÃO AO AGENTE NOCIVO RUÍDO.
NÃO RECONHECIMENTO DE EXPOSIÇÃO AO AGENTE RUÍDO,
QUANDO A TÉCNICA INFORMADA NO FORMULÁRIO PPP N.Ã.O.FOR
A DO NEN — NÍVEL ESTABILIZADO NORMALIZADO, AFERIDO
SEGUNDO OS PROCEDIMENTOS DETERMINADOS NA NHO N° 1 —
NORMA DE HIGIENE OCUPACIONAL DATUNDACENTRO.
O processo foi remetido a este Conselho Pleno, tempestivamente, visando análise
de pedido de Unificação de Jurisprudência,- no âmbito do CRSS, requerida pelo Sr. Edson
Aparecido da Silva, titular do beneficio NB 42/1 70.007_499-4, por entender que Existem
divergências de entendimentos nas decisões prolatadas nos Acórdãos:
a) n° 1407/2016 de 17/3/16, proferido pela la Composição Adjunta da 33 CaJ, no
benefício de n° 46/167.480.239-2;
b) II° 4496/2016 de 05/5/16, proferido pela 13 CaJ, no benefício de n°
42/1 70.007.499-4; e
c) n° 4047/2016 de 11/5/2016, proferido pela .33 CaJ, no beneficio de n°
42/159.132.559-2.
Registre-se que o pedido suscitado é tempestivo, na forma do Artigo 63, § 2°, da
Portaria IVIDSA n° 116/17, por não constar, nos autos, a data da ciência do Acórdão de
segunda instância pelo requerente_
Inicialmente se esclarece que o solicitante em seu pedido de uniformização,
reporta duas questões que não guardam simetria entre si, quais sejam:
a) Se o fato de no subitem 13.7 do PPP, destinado às informações sobre o código
de ocorrência- da . GFIP estiver em branco, seria óbice ao reconhecimento de exposição do
trabalhador a agente nocivo; e
b) Se o fato da não utilização da metodologia da NHO 01 para fins de aferição do
Ruído, é fator determinante para o não reconhecimento da exposição ao agente nocivo acima
do limite de tolerância previsto na legislação previdenciária. -
Confrontando-se os acórdãos juntados ao pedido formulado, pelo postulante, se
constata claramente que. a questão tratada na alínea "a" não foi objeto de deliberação em
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ambos os acórdãos não encontrando guarida nas hipóteses elencadas no Artigo 63, I e § '1°, da
PT MDSA n° 116/17, razão pela qual, este Relator opina por rejeitar o pedido sobre a matéria
aventada.
Quanto a -matéria relacionada na alínea "b" - aplicação da metodologia da NFIO n°
01, tem-se que restam presentes os requisitos do Artigo 63, I e § 1°, da referida Portaria, eis
que Acórdão Paradigmas tratam do mesmo objeto, porém, com entendimentos divergentes.
DO IVIÉRITO
Antes de adentrar no mérito, peço vênia para rememorar a legislação que trata do
reconhecimento dé atividade especial.
A legiàação que rege a matéria, encontra-se pacificada nos Artigos 64 e 65 c/c
Artigo 68, todos do Decreto-n° 3.048/99, que se transcrevem:
DECRETO N° 3.048/99:
Art. 64. A aposentadoria especial, unia vez cumprida a carência exigida, será devida ao segurado
empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual, este somente quando cooperado filiado a
cooperativa de trabalho ou de produção, que tenha trabalhado durante quinze, vinte ou vinte e
cinco anos, conforme o caso, sujeito a 'condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física. (Redação dada pelo Decreto n° 4.729, de 2003)
§ 1° A concessão da aposentadoria espedia] prevista neste artigo dependerá da
comprovação, durante o período mínimo fixado no caput: (Redação dada pelo Decreto n° 8.123,
de 2013)
Art. 65. Considera-se tempo de trabalho permanente aquele que é exercido de forma \\`‘
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Art. 68. A relação dos agentes nocivos químicos. fisicos, biológicos ou associação de
agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, considerados para fins de concessão de
aposentadoria especial, consta do Anexo IV.
§ &• A empresa que não mantiver laudo técnico atualizado com referência aos agentes
nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou que emitir dócumento
de comprovação de efetiva exposição em desacordo com o respectivo laudo estará sujeita às
penalidades previstas na legislação. (Redação dada pelo Decreto n° 8.123, de 2013) grifos
meus.
§ 12. Nas avaliacões ambientais deverão ser considerados. além do disposto no Anexo IV, a
metodologia e os procedimentos de avaliacão estabelecidos- pela Fundacão Jorge Duprat
Figueiredo de Seguranca e Medicina do Trabalho - FUNDACENTRO. (Incluído pelo Decreto
n' 8.123, de 2013)
DECRETO N° 4.882/03:
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S, 5o O INSS definirá os procedimentos para fins de concessão do benefício de que trata esta
Subsecão, podendo, se necessário, inspecionar o local de trabalho do segurado para confirmar as
informações contidas nos referidos documentos.
V7o O laudo técnico de que tratam os §§ 20 e 30 deverá ser elaborado ,com observância das
normas editadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego e dos atos normativos expedidos pelo
INSS.
"Art. 58.
§ I° A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante
formulário, na forma estabetecida pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, emitido
pela empresa ou seu proposto, com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho
expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho nos termos da legislação
trabalhista. Grifei.
Em razão da determinação legal e da competência que lhe foi atribuída, a
Autarquia normalizou a matéria com a edição da Instrução Normativa DC-INSS 118/2005,
que trata do preenchimento do formulário PPP, onde se verifica:
CAMPO DESCRIÇÃO INSTRUÇÃO DE PREENCHIMENTO
15.4 Intensidade / Concentração I Intensidade ou Concentração, dependendo do tipo de
agente, com até 15 (quinze) caracteres alfanuméricos.
15.5 Técnica Utilizada Técnica utilizada para apuração do item 15.4, com
até 40 (quarenta) caracteres alfanuméricos.
Infere-se que a norma determina que no campo 15.5, seja informada a técnica
utilizada para a apuração da intensidade ou concentração do agente nocivo, e que a NHO 01
traz em si duas técnicas distintas: a primeira do NE — Nível Estabilizado e a segunda do
NEN — Nível Estabilizado Normatizado, assim, no campo 15.5 do PPP deverá ser
informada qual das duas técnicas que realmente foi utilizada para avaliar- a
intensidade/concentração, como segue:
NHO N° 1:
Ia) - Técnica do NE — Nível de Exposição: Nível médio representativo da
ocupação diária:
.450 D+5
1,TE =1.0 y: logl [dB]
T 100
TE 1
D = — :: 100 2 % [°/°]
420
onde:
NE = nível de exposição;
D = dose diária de ruído em porcentagem;
TE = tempo de duração, em minutos, da jornada diária de trabalho.
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Dosímetro", sendo que Dosímetro, segundo a norma NHO-01 é o aparelho para medição
do nível sonoro e a NHO como diz o próprio nome Norina, portanto, não se tratam de
técnicas ou metodologia de aferição do agente Ruído.
2) No campo 15.5 do formulário PPP deverá ser informada,
obrigatoriamente, a técnica "NEN - Nível de Exposicão Normalizado que é o nível de
exposição, convertido para uma jornada padrão de 8 horas diárias, para fins de
comparação com o limite de exposição, segundo a metodologia da Norma NHO n° 1 da
Fundacentro, conforme determinam as legislações colacionadas acima.
A fundamentação e Voto do Acórdão atacado, que foi provido por unanimidade,
se encontra em consonância com a legislação previdenciária que rege a matéria, e que se
encontra expressa acima.
Saliente-se, que as normas que regem a matéria devem ser interpretadas de forma
restritiva, em razão de que a Constituição, tomada com norma geral, veda a adoção de
critérios diferenciados, reservando-se à Lei Complementar a definição de critérios para
determinação da prejudicialidade à saúde.
Por esta razão disso, é descabida a interpretação subjetiva no sentido de afastar a
legislação previdenciária, para enquadrar períodos em que a técnica utilizada não se encontra
em acordo com as determinações e procedimentos da NHO-01, da FUNDACENTRO.
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DECLARAÇÃO DE VOTO
- Com a NHO 01 o fator de dobre cai para 3 (q= 3); introduz o conceito de
Nível de exposição — NE, o Nível de Exposição Normalizado — NEN. De se salientar que
o NEN é específico, para a elaboração de Laudos- para o INSS, com a finalidade de
comprovar o exercício da atividade em condição especial.
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DECISÓRIO
RESOLUÇÃO N° 26 /2018
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