O documentário fala da importância do brincar através dos relatos de vários
entrevistados. Relatos de jovens que tiveram a infância livre, outros presos devido a trabalho infantil ou a problemas de saúde. Todos destacam suas infâncias no processo do brincar. Eles falam da importância do brincar, pois o brincar estimula a criatividade. Falam como o brincar tem a ver com a alegria, com a exploração da própria existência. Eles falam como as pessoas são ́sérias e fechadas. Desde muito pequenas são impostas a uma rotina atarefada, a criança sempre ocupada com alguma atividade, sem poder brincar. Falam que os filhos dos ricos ficam brincando e vivendo a infância plenamente, pois os ricos sabem que é importante para a criança. Eles falam como a cultura popular traz ao adulto essa oportunidade de brincar, de ser quem não é, independente do dinheiro. Na religião também experienciam essa vivência, quando celebram as festas. As crianças das favelas brincam com as pipas. Os ricos são levados a ter uma vida para ter dinheiro, a criança pobre não tem nada a perder, então sai da escola e vai pras ruas brincar. Os estudiosos fora do Brasil entendem que brincar é importante para as sinapses da criança. A educação mina a brincadeira, ela reprime, apesar da educação ser importante, ela tira a criança da possibilidade de explorar. Através da brincadeira a criança pode descobrir sua vocação para trabalhar. Quando a pessoa brinca enquanto trabalha, ela não se sente trabalhando. Winnicott nos diz que a mãe suficientemente boa regula as adaptações dos objetos transicionais com a realidade, permitindo à criança que aquela realidade possa existir, mesmo através da brincadeira. Nisso a criança consegue lidar com aquela realidade, e quem sabe, viver mais próxima dela dentro de sua própria vida, através dessa vivência no trabalho. O brincar no trabalho, é fazer algo que você se sente realizado em fazer. O folclore e a cultura popular são importantes ao povo pois trazem a história desse povo, trazem a alegria desse povo, a possibilidade de expressão desse povo. Quando você dá um brinquedo pronto para criança ela não passa pelo processo de fabricar o produto, o carrinho que é muito importante e valioso. As pessoas se preocupam muito em passar no vestibular e menos em viver suas infâncias e ser feliz. Um mundo que vive no consumismo. No brincar, Winnicott traz a ideia de que a ideia de um objeto transicional, ao qual o bebê se apega e se torna muito importante para esse processo de realidade. Essa fase intermediária, onde se vê o que pertence a realidade interna ou externa, é experimentada através da vida pelas artes, religião, trabalho científico e o viver imaginativo. Apesar da época da escravidão ter reprimido a cultura africana, as culturas populares trazem os santos, as figuras simbolicas, e uma posição que talvez essas pessoas nao estariam, como rei ou rainha ou lider de um festival. Vê que elas usam dessa fase intermediária para processar as situações e privações que passaram durante a vida.
Winnicott DW. O brincar e a realidade. Rio de Janeiro:Imago;1975.