Você está na página 1de 8

História, literatura e

marxismo(s): pensando as
relações entre história e
literatura pelas lentes do
"Materialismo Cultural"

LUAN LUCAS A. MORAIS –


PPGH/UFF
luanlucas7@hotmail.com
Arte e cultura na teoria
marxiana/engelsiana
Base e superestrutura: debates e criticidade

"[...] na produção social da própria existência, os


homens entram em relações determinadas,
necessárias, independentes da sua vontade; essas
relações de produção correspondem a um grau
determinado de desenvolvimento de sua forças
produtivas materiais. A totalidade dessas relações
constitui a estrutura econômica da sociedade, a base
real sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica
e polítca e à qual correspondem formas sociais
determinadas de consciência." (MARX, Karl. Prefácio.
In: _______. Contribuição à crítica da economia
política, [1859] 2010, p. 47).
Marx: determinista e economicista?

"Seria impraticável e falso, portanto, deixar as categorias


econômicas sucederem-se umas às outras na sequência em
que foram determinantes historicamente. A sua ordem é
determinada, ao contrário, pela relação que têm entre si na
moderna sociedade burguesa, e que é exatamente o inverso
do que aparece como sua ordem natural ou da ordem que
corresponde ao desenvolvimento histórico. Não se trata da
relação que as relações econômicas assumem
historicamente na sucessão de diferentes formas de
sociedade. [...] Trata-se, ao contrário, de sua estruturação
no interior da sociedade burguesa." (MARX, Karl.
Grundrisse. [1857-1858], 2011, p. 60)

• "Determinista" x "determinante";
• Forças produtivas e relações de produção;
• Ser social que gera a consciência: materialismo.
Engels e o materialismo determinante
"final"
"De acordo com a concepção materialista da história, o
elemento determinante final na história é a produção e
reprodução da vida real. Mais do que isso, nem eu e nem
Marx jamais afirmamos. Assim, se alguém distorce isto
afirmando que o fator econômico é o único determinante, ele
transforma esta proposição em algo abstrato, sem sentido e
em uma frase vazia. As condições econômicas são a
infraestrutura, a base, mas vários outros vetores da
superestrutura [...] também exercitam sua influência no curso
das lutas históricas e, em muitos casos, preponderam na
determinação de sua forma. Há uma interação entre todos
estes vetores entre os quais há um sem número de acidentes
[...] mas que o movimento econômico se assenta finalmente
como necessário." (ENGELS. Carta a Joseph Bloch. [1890]. In:
TUCKER, Robert C. (org.) The Marx-Engels reader. 2 ed.
New York: W. W. Norton & Company, 1978, p. 760, grifos do
autor) 2020 | DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
Análises

György Lukács Raymond Williams Ellen M. Wood


(1885-1971) (1921-1988) (1942-2016)

2020 | DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA


Marx e Engels: historiadores da literatura?

O que é "literatura"?

Há um sentido estético na obra de Marx e Engels?

O conceito de "cultura" em Marx e Engels:

"[...] é claro que a efetiva riqueza espiritual do indivíduo depende totalmente


da riqueza de suas relações reais. Somente assim os indivíduos singulares são
libertados das diversas limitações nacionais e locais, são postos em contato
prático com a produção (incluindo a produção espiritual) e em condições de
adquirir a capacidade de fruição dessa multifacetada produção de toda a
terra (criações dos homens)." (MARX; ENGELS. A ideologia alemã. [1844-
1845]. 2007, p. 41, grifos meus)
Arte e alienação:
• Produção e consumo;
• "Arte livre ou arte dirigida"?
• O "homem-mercadoria" e a consciência
social prática.

Arte e emancipação:
• A libertação das qualidades e dos
sentidos humanos;
• O realismo marxiano: "literatura como
missão".
Referências
• LUKÁCS, György. Introdução aos escritos estéticos de Marx e Engels. In: _________. Arte e sociedade: escritos
estéticos 1932-1967. [Org. e trad.: Carlos Nelson Coutinho; José Paulo Netto]. 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ,
2011, p. 87-119.
• MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã: crítica da mais recente filosofia alemã em seus
representantes Feuerbach, B. Bauer e Stirner, e do socialismo alemão em seus diferentes profetas. [1844-1845].
[Trad.: Rubens Enderle; Nélio Schneider; Luciano Cavini Martorano]. São Paulo: Boitempo, 2007.
• _______. Cultura, arte e literatura: textos escolhidos. [Trad. e ed.: José Paulo Netto; Miguel Makoto Cavalcanti
Yashida]. 2ª ed. São Paulo: Expressão Popular, 2012.
• MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos. [1844]. [Trad.: Jesus Ranieri]. São Paulo: Boitempo, 2004.
• _______. Grundrisse: manuscritos econômicos de 1857-1858. Esboços da crítica economia política. [Trad.: Mário
Duayer; Nélio Schneider]. São Paulo: Boitempo; Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2011.
• MÉSZÁROS, István. Aspectos estéticos. In: ____________. A teoria da alienação em Marx. [1970]. [Trad.: Isa
Tavares]. São Paulo: Boitempo, 2006, cap. VII, p. 173-193.
• ____________. Conceitos-chave na dialética de base e superestrutura. In: ____________. Estrutura social e formas
de consciência II: a dialética da estrutura e da história. [Trad.: Rogério Bettoni]. São Paulo: Boitempo, 2011, cap.
3, p. 65-103.
• WILLIAMS, Raymond. Base e superestrutura na teoria da cultura marxista. In: ____________. Cultura e
materialismo. [1980]. [Trad.: André Glaser]. São Paulo: Editora Unesp, 2011, p. 43-96.
• WOOD, Ellen M. Repensar base e a superestrutura. In: _______. Democracia contra capitalismo: a renovação
do materialismo histórico. [1995]. [Trad.: Paulo Cezar Castanheira]. São Paulo: Boitempo, 2003, p. 51-72.

Você também pode gostar