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PRÁTICA 1 - AMOSTRAGEM E PRESERVAÇÃO DE AMOSTRAS

INTRODUÇÃO

Ao se proceder à coleta do material para se processar uma série de


análises deve-se primeiro definir os objetivos e as expectativas desejadas. Não é
uma questão que possa ser tratada de modo genérico, mas sim, uma questão que
requer um exame detalhado de cada situação. No caso de análises de águas e
efluentes líquidos podem-se identificar diferentes alvos:
• determinação da qualidade da água,
• tendências locais,
• determinação de fontes de impurezas,
• determinação da qualidade da água para uso com um propósito
específico,
• estimativa do dano potencial decorrente do despejo do efluente em
determinado recurso hídrico,
• estudo preliminar para o planejamento de uma planta de tratamento de
resíduos, obtenção de informações essenciais para operacionalização da
ETE,
• informações sobre taxas aplicadas, detecção e correção de falhas, etc.

A análise do efluente é muito importante, pois revela a condição sanitária


do mesmo, seu estado de decomposição, a concentração de diferentes
componentes bem como a eficiência do tratamento. Porém tal análise de nada
adiantará se a amostra colhida não for representativa. Uma vez definido o objetivo
da amostragem a ser realizada é necessária a elaboração de um Programa de
amostragem com base no levantamento prévio dos dados industriais (i.e,
quantificação da carga poluidora, conhecimento do ritmo produtivo, caracterização
físico-química e biológica e a medição da vazão industrial). O programa de
amostragem é composto dos seguintes itens:
• Período de amostragem;
• Metodologia para quantificação de vazões;
• Coleta das amostras;
• Análises laboratoriais, sua interpretação e comparação com a legislação
ambiental.

Período de amostragem
O período de amostragem pode ser definido pelo órgão ambiental, ou
estabelecido de forma que seja representativo pelas características da produção
industrial. Os fatores que podem influenciar o período de amostragem são:
• Sazonalidade da produção (indústrias de alimentos, de cosméticos e
têxteis);
• Variabilidade da produção;
• Fatores climáticos.

Coletas de amostras em diferentes matrizes


As coletas de amostras podem ser classificadas em simples ou
compostas, observando-se que algumas medições diretas devem ser realizadas in
loco. A definição do tipo de coleta é função da matriz a ser analisada, sendo
diversas as matrizes que podem estar relacionadas com a qualidade ou impacto
causado pelos efluentes industriais, tais como: águas naturais superficiais (rios,
represas, lagoas, lagos e mar), subterrâneas (fontes ou poços); esgotos sanitários
e efluentes industriais tratados ou não; resíduos industriais.
Quando a coleta de amostras for feita em águas naturais superficiais as
amostras são coletadas com o objetivo de se verificar o enquadramento do
manancial em conseqüência do lançamento de efluentes industriais. Neste caso
os pontos de amostragem devem ser situados à montante e à jusante do ponto de
lançamento do efluente da indústria, observando-se a distância necessária para a
mistura entre o efluente lançado e o próprio curso d’água.
No caso de amostragem de esgotos sanitários pode-se coletar as
amostras que caracterizem os esgotos bruto e o esgoto tratado ou em pontos do
processo de tratamento. Neste caso o objetivo pode ser de tratamento conjunto
dos efluentes ou monitoramento independente. Em alguns casos verifica-se a
possibilidade de interferência nos sistemas coletores de esgotos sanitários e
industriais.
Para águas residuárias industriais as amostras dos efluentes brutos
servem para quantificar a carga poluidora, verificar a sua variabilidade, definir o
processo de tratamento, dimensionar os sistemas de tratamento e para verificar a
eficácia e eficiência do tratamento aplicado.
Outras matrizes demandam outras formas de amostragem segundo
normas oficiais e objetivos definidos. Mas de forma geral as técnicas de coleta são
definidas a partir da matriz (águas, esgotos sanitários, efluente industrial e ou
resíduos), que por sua vez define os parâmetros representativos a serem
analisados. Os parâmetros são definidos também pelos objetivos, ou seja, pela
uso que se fará dos resultados analíticos obtidos.

CUIDADOS COM A AMOSTRAGEM

Para que os dados obtidos com os resultados da análise sejam indicativos


da realidade, devem-se tomar alguns cuidados:
• As amostras devem ser analisadas até, no máximo, 24 horas após a coleta,
se refrigeradas – os resultados serão mais reais quanto menor for o tempo
decorrido entre coleta e análise;
• Coletar amostras de modo a manter a verdadeira proporção entre o líquido
e os sólidos em suspensão.
• Evite aeração excessiva no momento da coleta – principalmente para
amostras de oxigênio dissolvido e DBO. Nestes casos deve-se usara
coletores específicos (garrafa de Hale);
• Não colete amostras junto às paredes ou próximo ao fundo dos canais para
evitar “zonas mortas”;
• O maior número de amostras coletadas em intervalos regulares fornece
resultados mais precisos;
• Amostras compostas – geladeira x conservantes (ácidos, formol ou
clorofórmio);
• As temperaturas do ar e da amostra, no momento da coleta, devem ser
registradas;
• Os gases dissolvidos, temperatura e pH deverão ser determinados no local
da coleta;
• Para coleta de amostras de bacteriologia devem ser observados os
seguintes cuidados: flambar a boca e a tampa do frasco de coleta de
amostra; mergulhar o frasco a uma profundidade mínima de 15 cm; colocar
a boca do frasco no sentido do fluxo; não encher totalmente o frasco com a
amostra; flambar boca e tampa antes de fechar;
• As amostras podem ser coletadas de forma manual - na qual se tem um
uso mínimo de equipamentos, mas por outro lado demandam tempo e mão
de obra ou podem ser amostrados automaticamente – desta forma pode-se
eliminar os erros humanos, se minimiza a mão de obra, é possível uma
amostragem com maior freqüência em intervalos regulares.

A freqüência de amostragem depende da vazão e das características da


amostra. Se a variabilidade for pequena, o intervalo de amostragem pode ser
maior.

FORMAS DE AMOSTRAGEM

1. Amostragem Fortuita

Nesta forma de amostragem se faz a coleta com o intuito de caracterizar o


material em um dado instante e local. É recomendada quando a composição do
efluente não varia ao longo do dia. Quando as características são variáveis com o
tempo, amostras simples coletadas em intervalos adequados, analisadas
separadamente podem indicar a extensão, freqüência e duração destas variações.

2. Amostragem Composta

É uma forma de amostragem em que se faz uma combinação de amostras


simples coletadas no mesmo ponto em diferentes tempos. Tais amostras são
misturadas para determinação da característica média do efluente. Amostras
compostas representando 24 horas podem ser consideradas padrões para muitas
determinações.
A amostra composta pode ser obtida por:
• alíquotas pré-estabelecidas ou volume pré-estabelecido.
• alíquotas variáveis, que são aquelas nas quais o volume varia de acordo
com, a vazão (neste caso são amostras de alíquotas proporcionais à
vazão), é por isto que em medições de água e esgoto, tem que se ter um
vertedor perto do ponto de coleta da amostra.

2.1. Amostragem Proporcional à Vazão

Consiste em obter a curva de vazão de 24 horas do afluente (que chega a


estação de tratamento). Com esta base, podem-se calcular as quantidades de
amostras que devem ser coletadas para obter um resultado que retrate a
realidade. O método de amostragem proporcional às vazões consiste em obter a
curva de vazão de 24 horas do afluente (que chega a estação de tratamento).
Com esta base, pode-se calcular as quantidades de amostras que devem ser
coletadas para obter um resultado que retrate a realidade.

Hora 02 04 06 08 10 12 14 16 18 20 22 24 Total

L/h 400 600 1000 1200 1300 1500 1600 1300 1200 1000 800 500 12500

1800
1600
1400
1200
1000
800
600
400
200
0
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24

Se quisermos 2500 mL de amostra basta dividir pela vazão total obtida


(12500 L, neste caso) e teremos o coeficiente de proporcionalidade: 0,2 , neste
caso. Portanto, para saber qual o volume de amostra que deve ser recolhida em
cada tempo, basta multiplicar a vazão pelo coeficiente de proporcionalidade. Em 8
horas, por exemplo, a vazão é de 1200 x 0,2 = 240 mL (quantidade a ser recolhida
para analise).

2.1.1. Dispositivos de Medição de Vazão

Existem dispositivos simples: para pequenas vazões, como por exemplo,


cubagem: Anota-se o tempo que a água leva para encher um recipiente de volume
conhecido. Como a vazão é o volume em função do tempo, é só dividir o volume
do recipiente pelo tempo que se levou para enchê-lo. Se não se conhece o volume
do recipiente, faz-se uma marca no recipiente, anota-se o tempo e depois vai-se
aferir o volume em outro local.
Existem locais de difícil acesso sendo praticamente impossível instalar um
dispositivo para se medir a vazão, ou nos casos que os custos forem elevados
para se instalar um vertedor só para se coletar uma amostra, pode-se adotar o
seguinte procedimento: fecha-se a entrada do reservatório, mede-se a altura (h) e
o tempo (T) que leva para se ter um desnível (∆h). Isto deve ser feito sem que se
prejudique o processo de fabricação. Neste caso, deve-se ter conhecimento do
processo de fabricação para saber a quantidade de água que se incorporou ao
produto (por exemplo, refrigerante), e as águas que são evaporadas.
Em indústrias modernas há hidrômetros em cada seção para se controlar
o consumo de cada seção da indústria ou etapa do processo. Aproveitam-se as
medições parciais obtidas por estes hidrômetros em cada ramal ou seção para se
chegar à vazão total.
Comumente, em estações de tratamento de águas e águas residuárias,
são usados vertedores os quais são adotados segundo a faixa de vazão
escolhendo então seu formato e equação específica. Vertedouros podem ser
definidos como instrumentos hidráulicos utilizados para medir vazão em cursos
d’água naturais e em canais construídos.
Ponto de medição da
profundidade (h)
Régua para medição
da carga hidráulica

Face: Presente nos


vertedores com
contrações laterais
Crista ou Soleira:
superfície por
onde a água
extravasa

As terminologias de um vertedor são as seguintes:


a) Crista ou soleira: é a borda horizontal em que há contato com a lâmina
d´água;
b) Faces: constituem as bordas verticais do vertedor. Se o contato da lâmina do
líquido for limitado a uma aresta biselada, ou seja; um comprimento bastante curto
(espessura de chapas metálicas), chama-se o vertedor de parede delgada, mas se
o contato do líquido com as bordas verticais do vertedor for de um comprimento
apreciável, o vertedor é chamado de parede espessa;
Podem ser usados vertedores retangulares que em seu formato não
apresentam área de restrição ou contração, vertedor triangular de Thompson e a
Calha Parshall que tem padrões pré estabelecidos, podendo ser adquirida pronta
(fibra de vidro) comercialmente ou construída em alvenaria sendo indicada para
vazões acima de 50 m3.h-1.
Para pequenas vazões o vertedor triangular é bastante conveniente.
Vazões abaixo de 30 l/s, com cargas entre 0,06 e 0,50 m, são indicadas. As
medições práticas de vazão com esses vertedores indicam que o ângulo de
abertura de 90º é o mais indicado, sendo calculados, com freqüência pela fórmula
de Thompson:
Q = 1,4 . h 2,5

Onde, h é altura da superfície até o vértice do


triângulo;
Limitada a: 0,05< h < 0,38 m, P>3.h, b>6.h

vertedores triangulares Calha Parsall

3. Amostragem Integrada

É uma forma de amostragem em que se faz a mistura de amostras


simples coletadas em pontos diferentes (em relação à largura, profundidade e
comprimento) e simultaneamente, ou no menor intervalo de tempo possível. É
recomendada no caso de tanques, lagoas e reservatórios, nos quais se deseja
uma amostra representativa do todo.

CUIDADOS COM A VIDRARIA DE AMOSTRAGEM E ESTOCAGEM

Todos os materiais de coleta sejam frascos e tampas, devem ser lavados


em banhos de soluções de detergentes especiais (por exemplo, das marcas
Extran ou Aussilab) e serem abundantemente enxaguados com água corrente.
Após, deverão ser descontaminados com solução de ácido nítrico 10%, seguindo-
se diversos enxágües com água destilada.
Frascos de formatos cúbicos, com dobras quadradas ou com tampas
muito pequenas apresentam dificuldades de serem descontaminados. Em frascos
destinados ao armazenamento de sub-amostras para as análises dos fosfatos e
nitrogenados, desaconselha-se o uso de detergentes e ácido nítrico na limpeza.

PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS APÓS A AMOSTRAGEM.

Após a coleta da amostra, no laboratório, a amostra de água/ou água


residuária deverá ser subdividida em várias sub-amostras, sendo uma para cada
parâmetro a ser analisado.

1. Sub-amostragem inicial:

A temperatura da amostra deve ser sempre o primeiro parâmetro a ser


medido.
O valor da temperatura será obtido diretamente no ambiente através da
imersão da sonda do termômetro. As primeiras sub-amostras devem ser
destinadas ao oxigênio dissolvido e a DBO. Para tanto, deverão ser utilizados
frascos especiais de vidro com tampa esmerilhada e volume definido no frasco,
seguindo-se as recomendações específicas, que estão descritas na tabela 1 e
citadas particularmente para cada método descrito adiante.
Para a análise da DBO, se o ambiente amostrado receber aportes de
matéria orgânica, será necessário uma diluição da amostra antes da incubação da
mesma. Detalhes dos procedimentos para esta diluição estão especificados no
roteiro para análises de DBO. A diluição da amostra poderá ser feita no próprio
ambiente ou no laboratório. Assim, têm-se duas opções:
Fazer a diluição no laboratório: para tanto, enche-se, no ambiente, um
frasco de um litro com a amostra e leva-se o mesmo ao laboratório para a
realização das diluições, incubação e determinação do oxigênio.
Fazer a diluição no próprio ambiente: em casos de se saber previamente
os níveis de oxigênio e de matéria orgânica no ambiente, mesmo que seja por
estimativa, pode-se programar antecipadamente o percentual de diluição da
amostra. Assim, a diluição prevista poderá ser efetuada no próprio ambiente
diretamente nos dois frascos a serem utilizados para a análise da DBO, desde que
os mesmos tenham seus volumes definidos. No frasco destinado a obtenção do
oxigênio inicial (OD1), deverá ser colocada, após a diluição, os reagentes
fixadores do oxigênio (R1 e R2), para posterior dosagem. O segundo frasco
deverá ser incubado logo após a chegada no laboratório. Até a chegada no
laboratório, todos os frascos deverão ser mantidos no escuro e resfriados.

2. Sub-amostragem secundária:

Seguindo a primeira sub-amostragem, deve ser recolhida uma alíquota


num frasco de tampa larga ou num béquer para a medição do pH, imediatamente
após a coleta. O tempo de espera máximo é uma hora. Nesse caso, manter o
frasco fechado, no escuro e a temperatura ambiente.

3. Sub-amostragem terciária:

Encher o frasco de 500 mL com a alíquota da amostra que será filtrada. A


filtração deverá ser iniciada a mais rápida possível, seguindo as recomendações e
especificações detalhadas no roteiro referente a análises do material em
suspensão e dos nutrientes dissolvidos.

4. Preservação das Sub-amostras

A importância de se preservar as amostras de água recém coletadas está


no fato, de que deve haver um compromisso do analista no sentido dos resultados
das análises representarem com fidelidade a situação ambiental. O senso comum
é considerar que o melhor e mais preciso método ou processo analítico perde seu
valor, se a sub-amostra trabalhada não retratar a situação do ambiente no
momento da amostragem. Deve-se sempre ter em mente que após uma amostra
de água ambiental ou água residuária ter sido coletada, ela continua a ser
biologicamente ativa, pois microbiota presente continua a digerir e a excretar
material.
Podem ocorrer mudanças físicas, como a evaporação, e químicas, como a
adsorção em partículas da amostra e no frasco, além de ocorrerem reações
químicas. Ainda, vários processos enzimáticos e adsortivos levam a uma série de
acréscimos de alguns constituintes e decréscimos de outros, simultaneamente.
O ideal é efetuarem-se as determinações analíticas o mais cedo possível,
depois das sub-amostras terem sido coletadas. Inclusive, para alguns parâmetros,
como o oxigênio e gases dissolvidos, em geral, devem ser efetuadas algumas
etapas das análises (fixação, por exemplo) imediatamente após a amostragem, e
continuá-las depois no laboratório. Evita-se assim, o surgimento de alterações
durante o armazenamento e o transporte das sub-amostras.
Deve se considerar que as técnicas de preservação apenas retardam as
alterações físicas, químicas e biológicas que, inevitavelmente, acontecerão após a
amostra ser separada de suas condições originais. Assim, essa técnica tem por
objetivo retardar ações de microorganismos (respiração e fotossíntese,
principalmente), reduzir hidrólise resíduos compostos químicos e complexos,
diminuir a volatilidade de alguns constituintes presentes na amostra e reduzir,
também, os efeitos da adsorção de elementos no frasco.
As sub-amostras que não necessitarem de filtração (fração total do
elemento analisado na água) deverão ser imediatamente congeladas. Entretanto,
se isso não for possível, essas sub-amostras, além daquelas que necessitarem
serem filtradas, devem ser mantidas no escuro e refrigeradas até a filtração, que
deverá ser o mais imediato possível após a sub-amostragem. A seguir,
apresentam-se algumas características destes procedimentos:

Refrigeração: mantêm-se a sub-amostra a cerca de 4 °C em um refrigerador ou


caixa térmica com gelo, até ser congelada ou filtrada. O tempo de refrigeração
deve ser o mínimo possível. Isso minimiza mudanças imediatas após a coleta.

Filtração: a escolha da porosidade e do tipo de filtro a ser usado depende do que


se pretende remover da amostra. O processo de filtração, em geral, proporciona a
remoção da maioria do material vivo e das partículas em suspensão, diminuindo
as mudanças nas concentrações de substâncias por metabolismo. Do ponto de
vista analítico, a filtração é necessária quando a turbidez pode interferir na
absorção da luz nas análises colorimétricas e/ou quando a exatidão dos
resultados pode ser comprometida pela adsorção de substâncias no material em
suspensão.

Congelamento: deve ser feito nas sub-amostras imediatamente ao resfriamento


ou a filtração. O congelamento atua efetivamente na diminuição da atividade
biológica, mas provoca algumas mudanças químicas que não são
necessariamente reversíveis, se o congelamento for efetuado antes da filtração.
Tem-se observado floculação de colóides após o descongelamento.
O congelamento é uma técnica razoável, quando comparada aos métodos
de preservação por adição de substâncias exógenas na amostra. Este
procedimento consiste em depositar as sub-amostras no congelador ou no freezer,
numa temperatura de cerca de -20 °C. Os frascos de plásticos e similares são os
mais apropriados (exemplo, do tipo polipropileno). Devem ser congelados não
totalmente cheios para não se romperem. Também devem ser mantidos na
posição vertical, visando impedir o contato da sub-amostra com a tampa, e evitar
vazamentos. Os frascos de vidro proporcionam menos adsorção durante a
estocagem, principalmente no caso dos fosfatos, mas tem alto risco de quebra
durante a estocagem e os transportes.
O descongelamento das sub-amostras deverá seguir as seguintes regras:
• Descongelar somente as que serão imediatamente analisadas;
• Não usar água quente sobre os frascos para apressar o descongelamento,
pois isso poderá favorecer a hidrólise de alguns compostos lábeis. Pode-se
usar um ventilador colocado à frente das sub-amostras congeladas. É
aconselhável agitar esporadicamente as alíquotas durante o
descongelamento. Isso dinamiza o processo do descongelamento; - jamais
imergir os frascos em banhos;
• Descongelar todo o volume da sub-amostra e depois, homogeneizá-la
antes da análise.
Quadro 1 – Resumo das estratégias de amostragem e métodos analíticos utilizados
para cada parâmetro a ser determinado nas amostras de água

VOLUME PROCEDIMENTO MÉTODOS


PARÂMETROS PRESERVAÇÃO
NECESSÁRIO APÓS A COLETA ANALÍTICOS
Uso de
termômetro.
Medido no Mergulhar a
Temperatura local sonda na
profundidade
desejada.
De preferência, medir
Retirar uma imediatamente após Mergulhar o
alíquota da a coleta ou esperar eletrodo em uma
pH 30 mL
garrafa de até cerca de 12 alíquota da
coleta. horas, mantendo a amostra
amostra no escuro
Medido no Mergulhar um
Transparência
local Disco de Secchi.
Conservar
Retirar uma
refrigerado e agitar
Turbidez 50 mL alíquota da Turbidímetro
antes da leitura que
garrafa de coleta
deverá ser imediata
Filtrar
Material em imediatamente a
Agitar antes da Método
suspensão 250 mL sub-amostra
filtração. gravimétrico.
total (MS) (0,45µm de
poro)

Resíduos fixos Filtro obtido na Conservar em


e voláteis no determinação do dessecador até a APHA, 1998.
MS MS queima.

Nutrientes
dissolvidos Após a filtração, Para o nitrato, o
. Filtrar
congelar as alíquotas nitrito, o fosfato e
imediatamente
Amônio, 250 mL de amostra o silício: métodos
(0,45µm de
nitrito, nitrato, separadamente para espectrofotométric
poro)
fosfato, cada nutriente. os
silicato
Manter no escuro, na Método
Adicionar 1 mL temperatura volumétrico de
Oxigênio
300 mL de R1 + 1 mL de ambiente e titular até Winckler, com
dissolvido
R2. um tempo máximo de modificação de
24 horas de espera. azida sódica.

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