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ANÁLISE DE SISTEMAS DE TRANSPORTE E TRÂNSITO

Demanda
por
Transporte

Foto: Craig Adderley


 Prof.: André Leite Guerra
1

 Demanda por transporte


- É o desejo de uma entidade (pessoa ou grupo de
pessoas, físicas ou jurídicas) de locomover alguma
coisa (a si próprio, outra(s) pessoa(s) ou carga);
- É consequência de outras demandas (necessidade
Demanda por de trabalhar, estudar etc.) – demanda por transporte
é derivada;
transporte
- Oscila com o tempo no curto (períodos de pico,
épocas do ano...) e no longo prazo (migração para
outros modos, uso de tecnologia de comunicação
contribuem para a redução da necessidade de
transporte);
- Pode ser reprimida: impedimento de um grupo de
pessoas em satisfazer sua demanda (distância longa
e não há tecnologia capaz de realizar a viagem no
tempo disponível, tarifa elevada, nível de serviço é
muito baixo etc.);

1
- Fatores importantes de serem considerados no
planejamento:
- Pessoas precisam de transporte para participar de determinada atividade;
- Demanda nem sempre coincide com a oferta (O/D, frequência, modalidade,
tipo de veículo);
- Recursos são geralmente caros (vias, veículos, terminais etc.);
- Satisfazer a demanda de todos é tarefa difícil (se não impossível) –
Demanda por recursos são limitados.
transporte
- Atendimento da demanda deve ser feito com os devidos
cuidados para se evitar injustiças ou desperdício de
recursos;
- Conhecimento da demanda por transporte é
indispensável ao planejamento:
- Mostra os deslocamentos potenciais de pessoas ou mercadorias em um
espaço físico;
- Estabelecer prioridades de atendimento;
- Dimensionamento da oferta;
- Indicar população beneficiada.

 Análise da demanda por transporte

- Processo pelo qual se procura compreender os


determinantes e a maneira como eles interagem e afetam
a evolução do volume de tráfego;
Demanda por - O tipo, o nível e a localização das atividades estão
transporte relacionados à demanda por transporte;
- Os resultados da análise são relações (geralmente
matemáticas) entre medidas de demanda por transporte e
medidas do nível de atividades socioeconômicas e dos
usuários – modelos de demanda por transporte;
- O comportamento do usuário de transporte pode ser
explicado através da teoria do consumidor.

2
 Variação ao longo do dia

- Picos da manhã (saída para


Va riaçã o Diá ria de De m a nda e m um a linha
trabalho e escola) e da tarde (volta
para casa); 2000
1800
1600
- Em cidades menores ocorrem 1400

passageiros
também picos na hora de almoço 1200
1000
(ida e volta do almoço); 800
600
400
- Dias típicos, que apresentam um 200
0
padrão de comportamento uniforme 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24

- são terça, quarta e quinta, hora

apresentando variações nos


demais.

 Variação ao longo da semana

- os dias úteis apresentam


Média de Passageiros (tipo de dia) quantidade de viagens
3500
praticamente constante, mas a
3000
conformação de segunda e sexta
2500
tende a ser diferente dos demais,
2000
nos seus extremos: segunda pela
1500
manhã e sexta à tarde;
1000

500
- os finais de semana têm
0
comportamento dependente das
Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb características da linha (se atende
áreas residenciais, tende a cair
muito, se atende áreas de lazer,
nem tanto).

3
 Variação sazonal Média Mensal de Passageiros (DU)

3500
- os meses de férias (dezembro,
3000
janeiro, fevereiro e julho) também
2500
apresentam diferenças significativas
2000
em relação aos demais meses, 1500
considerados típicos, com uma 1000
tendência de queda da demanda, 500
exceto nas linhas de regiões 0
turísticas. Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

 Divisão em modos de transporte

Demanda por
transporte

4
 Variação da demanda com o custo da viagem

Demanda por
transporte

Demanda por
transporte

10

5
 Particularidades da demanda nos finais de semana

50

45

Pass/viagem
100%
90%
80%
70% 33
60%
50%
DU SAB DOM
40%
30%
20% 1,31
10%
1,18
0%
DU SAB DOM

IPK
Viagens PQ Passageiros
0,95

DU SAB DOM

11

 Efeito da renda na demanda nos finais de semana

2º Domingo do
mês
Demanda por 280.000
> Demanda
transporte 260.000

240.000

220.000

200.000

180.000

160.000

140.000

120.000

100.000
03/09/2017 10/09/2017 17/09/2017 24/09/2017

12

6
 Particularidades da demanda nos finais de semana

DIA ÚTIL DOMINGO


4% 4%
4% 6%
19%
27% Dinheiro
19% 18% Vale Transporte
Cidadão
Gratuidade
Outros
54%
45%

19% dinheiro 27% dinheiro


81% cartão 73% cartão

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 Particularidades da demanda nos finais de semana

Compartilhamento do cartão Nº de integrantes

100%
90%
DU DOM
80%

8% DIA ÚTIL 70%


60%

19% DOMINGO 50%


40%
30%
20%
10%
0%
2 3 4

14

7
TEORIA DO
COMPORTAMENTO DO
CONSUMIDOR
15

- A demanda do mercado é assumida como a soma


das demandas dos indivíduos consumidores;
- Consumidor é racional: dada sua renda e os preços
do mercado ele planeja o gasto de sua renda de
Teoria do
forma a obter o máximo possível de satisfação (ou
Comportamento
do Consumidor utilidade);
- Assume-se que o consumidor possui pleno
conhecimento de todas as informações relevantes
para sua decisão (bens/serviços disponíveis, seus
preços e sua renda);
- Dois enfoques básicos para o problema da
comparação de utilidades: cardinalista e ordinalista.

16

8
 Cardinalista:

- Utilidade pode ser medida por várias maneiras;


- Unidades monetárias: quantidade de dinheiro que o
consumidor está disposto a sacrificar por outra unidade
de um bem/serviço;
Teoria do
- Medida de utilidade em unidades subjetivas, utils.
Comportamento
do Consumidor  Ordinalista:

- Utilidade não é mensurável, mas é ordinal;


- O consumidor não precisa conhecer a unidade de medida
da utilidade de vários produtos/ serviços para fazer sua
escolha;
- Basta ranquear as diversas opções de produtos/ serviços;
- Principais teorias: curvas de indiferença e hipótese da
preferência revelada.

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 Pressupostos da utilidade cardinal:

- Racionalidade: O consumidor tem por objetivo maximizar sua


utilidade (satisfação), sujeito às restrições impostas por sua
renda;
- Utilidade cardinal: A utilidade é mensurável e a medida mais
Teoria do conveniente é dinheiro (valor que o consumidor está
Comportamento preparado para pagar pela unidade do produto ou serviço);
do Consumidor - Utilidade marginal constante do dinheiro: Unidade de medida
monetária é constante. Se a utilidade marginal do dinheiro
muda com a variação da renda, a métrica comporta-se como
uma régua elástica, sendo inapropriada;
- Utilidade marginal decrescente: A utilidade de um bem ou
serviço diminui à medida que o consumidor adquire
quantidades maiores;
- A Utilidade total de uma cesta de n bens/serviços depende da
quantidade.
𝑈 = 𝑓(𝑥 , 𝑥 , … , 𝑥 )

18

9
 Equilíbrio do Consumidor
- O consumidor está em equilíbrio quando a utilidade marginal (MU)
do produto (x) se iguala a seu preço de mercado (P):
𝑀𝑈 = 𝑃
- 𝑀𝑈 > 𝑃 : o consumidor pode aumentar seu bem-estar comprando
Teoria do mais unidades;
Comportamento - 𝑀𝑈 < 𝑃 : o consumidor pode aumentar sua satisfação total
do Consumidor comprando menos unidades e mantendo parte de sua renda que
não foi gasta;
- 𝑀𝑈 = 𝑃 : maximização da utilidade;
- Se existe mais de bens/serviços, a condição de equilíbrio é a
equalização das razões das utilidades marginais:
𝑀𝑈 𝑀𝑈 𝑀𝑈
= =⋯=
𝑃 𝑃 𝑃
- Se o consumidor deriva maior utilidade de qualquer um bem ou
serviço, ele pode aumentar seu bem-estar ao gastar mais naquele
bem/serviço e menos nos outros até atingir um equilíbrio.

19

Derivação da Demanda do Consumidor

- A derivação da demanda é baseada no pressuposto da utilidade marginal


decrescente.
M.U aumenta, taxa
decresce até zero.
Depois, utilidade
declina e M.U
torna-se negativa
MUx

x qx
x qx

20

10
Derivação da Demanda do Consumidor

- A derivação da demanda é baseada no pressuposto da utilidade marginal


decrescente.

MUx Px

P1
MU1

P2
MU2

P3
MU3

x1 x2 x3 x qx x1 x2 x3 x qx

21

Utilidade Marginal

Barras de chocolate Frutas (kg)

Q MU Q MU
Teoria do 1 100 1 120
Comportamento 2 80 2 100
do Consumidor
3 60 3 50

4 40 4 20

O importante é a comparação com os outros valores.


ex: 1kg de frutas é 20% a mais que 1 barra de chocolate.
Em vez de 100-120-80, poderia ser 1000-1200-800, ou
10-12,80. O importante é manter a mesma relação.
Fonte: Khan Academy

22

11
Utilidade Marginal

Barras de chocolate Frutas (kg)

Q MU Q MU
Teoria do 1 100 1 120
a barra seguinte não tem
Comportamento 2 80 tanta utilidade marginal 2 100
do Consumidor quanto a anterior
3 60 3 50

4 40 4 20

A segunda barra não traz tanta “animação” quanto a primeira,


pois meu desejo já foi saciado em parte, e assim por diante.

Se a quantidade aumentar muito, a utilidade


marginal pode ser zerada ou negativa .
“Não quero ver chocolate nunca mais!” Fonte: Khan Academy
23

Utilidade Marginal

- Imaginemos os preços unitários: R$ 1,00/barra e R$ 2,00/kg


- Tenho R$ 5,00 para gastar. Como gastar (máximo de satisfação)

Teoria do
Comportamento
do Consumidor R$5,00: 1 2 3 4 5

Barras de chocolate Frutas (kg)


Q MU MU/P Q MU MU/P
1 100 100 1 120 60

2 80 80 2 100 50

3 60 60 3 50 25

4 40 40 4 20 10
Fonte: Khan Academy

24

12
Utilidade Marginal

- Obtenho maior satisfação com os dois primeiros reais comprando 2 barras;


- No 3º real, tanto faz comprar a 3ª barra ou ½kg de fruta. A partir desse
ponto começo a variar entre os dois produtos;

- Equilíbrio: =
Teoria do
Comportamento
do Consumidor R$5,00: 1 2 3 4 5

Barras de chocolate Frutas (kg)


Q MU MU/P Q MU MU/P
1 100 100 1 120 60

2 80 80 2 100 50

3 60 60 3 50 25

4 40 40 4 20 10
Fonte: Khan Academy

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Críticas ao Enfoque Cardinal

- O pressuposto da utilidade cardinal é extremamente


Teoria do duvidoso: a satisfação não pode ser medida
Comportamento objetivamente. A tentativa de utilizar unidades
do Consumidor
subjetivas não provê soluções satisfatórias.
- Pressuposto da utilidade constante do dinheiro é
irreal. Quando a renda aumenta, a utilidade muda.
- Pressuposto da unidade marginal decrescente é uma
lei psicológica, difícil de provar.

26

13
Curva de Indiferença
 Pressupostos básicos:

- Racionalidade: O consumidor tem por objetivo maximizar sua


utilidade (satisfação), sujeito às restrições impostas por sua renda.
- A utilidade é ordinal: É considerado verdadeiro que o consumidor
pode ranquear suas preferências de acordo com a satisfação de
Teoria do cada uma. Ele não precisa saber exatamente a quantidade de
Comportamento satisfação.
do Consumidor
- Taxa marginal de substituição decrescente: As preferências são
ranqueadas em termos das curvas de indiferença, convexas em
relação à origem - inclinação diminui (taxa marginal de substituição
decrescente).
- A Utilidade total do consumidor depende da quantidade consumida.
𝑈 = 𝑓(𝑞 , 𝑞 , 𝑞 , … , 𝑞 )
- Consistência e transitividade da escolha: Consumidor é consistente
na escolha. Se em um período ele escolhe A sobre B, ele não
escolherá B sobre A em outro período. Escolhas são caracterizadas
pela transitividade: se A é preferida em relação a B e B em relação
a C, então A é preferida em relação a C.

27

Curva de Indiferença

- Conjunto de pontos
(combinações particulares de
cestas de bens ou serviços)
que produz o mesmo nível de
utilidade (satisfação) para o
Teoria do consumidor;
Comportamento
do Consumidor - O consumidor é indiferente a
qualquer combinação particular
que venha a consumir;
- Combinações situadas em
curvas mais altas produzem
maior nível de satisfação;
- A inclinação negativa de uma
curva de indiferença em
qualquer ponto é denominada
“taxa marginal de substituição”.
28

14
Curva de Indiferença

Chocolate
(barras)

Teoria do
Comportamento
do Consumidor

8
7

14 17 Frutas (kg)

Fonte: Khan Academy

29

Taxa Marginal de Substituição

Chocolate
(barras)
𝑑 representa o quão
𝑀𝑅𝑆 , =
𝑑 disposto estou em trocar
um produto pelo outro
Teoria do
Comportamento 𝑑 −9
= = −3 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 ⁄𝑓𝑟𝑢𝑡𝑎𝑠
do Consumidor 𝑑 3

𝑑 −3
= = −0,4 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 ⁄𝑓𝑟𝑢𝑡𝑎𝑠
𝑑 7

Frutas (kg)

taxa marginal
de substituição Fonte: Khan Academy

30

15
Caso dos Transportes

- Basicamente uma atividade de serviços;


- Uma função de utilidade típica dos transportes é a
seguinte:
Teoria do 𝑈 =𝛼 +𝛼 𝑇+𝛼 𝐶
Onde:
Comportamento - 𝛼: parâmetro
- T: variável tempo
do Consumidor - C: variável custo

- Taxa marginal de substituição – trade off entre custo e


tempo;
𝑀𝑅𝑆 , =

- Valor do Tempo: conceito amplamente utilizado no


planejamento de transportes e nas avaliações de projetos
de transportes, itens fundamentais para a correta e
racional análise de sistemas de transportes.

31

Propriedades da Curva de Indiferença

1. Inclinação negativa: quantidade de um bem/serviço


Teoria do decresce, a do outro cresce, no mesmo nível de
Comportamento satisfação;
do Consumidor
2. Quanto mais distante a curva está da origem
(curvas mais altas), maior é o nível de utilidade;
3. As curvas de indiferença não se interceptam;
4. Curvas são convexas à origem – taxa de
substituição é decrescente (produtos “normais” –
substitutos imperfeitos).

32

16
Propriedades da Curva de Indiferença

- Curvas convexas implicam que os bens/ serviços não


são substitutos perfeitos;
Teoria do
Comportamento
do Consumidor - Se produtos são substitutos perfeitos, y

a curva transforma-se em uma linha


reta com inclinação negativa (ex: notas
de R$10 e R$5 e MM’s coloridos);
x

y
- Se produtos são complementares
perfeitos, a curva assume a forma
de um ângulo reto (ex: sapato do pé
esq. e dir.); x

33

Restrição de Orçamento do Consumidor

- O consumidor tem uma dada renda que define limites


para maximizar seu comportamento;
Teoria do
Comportamento - A restrição de renda, no caso de dois bens ou
do Consumidor serviços, pode ser escrita como:
𝑌 =𝑝 𝑞 +𝑝 𝑞
Onde:
- Y: renda
- p: preço unitário do bem/serviço
- q: quantidade do bem/produto

- Assume-se que:
- a renda é igual aos gastos (não há poupança);
- gasta-se toda a renda com apenas 2 produtos (simplificação do problema).

34

17
Restrição de Orçamento do Consumidor

linha de restrição orçamentária


𝑌 = 𝑅$ 20/𝑚ê𝑠 qc
𝑝 = 𝑅$ 1,00/𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎
20
Teoria do 𝑝 = 𝑅$ 2,00/𝑓𝑟𝑢𝑡𝑎
Comportamento
do Consumidor 𝑌 =𝑝 𝑞 +𝑝 𝑞 não há orçamento

𝑞 = −

𝑞 = 20 − 2𝑞 poupa
dinheiro
a inclinação é a razão dos preços qf
dos dois produtos (preço relativo) 10

igual a -2 barras/kg: significa que para comprar 1 kg


de fruta, preciso abrir mão de 2 barras de chocolate Fonte: Khan Academy

35

Equilíbrio do Consumidor
- Taxa marginal de substituição (MRS) igual à razão dos
produtos/serviços;
- Curva de indiferença convexa à origem – MRS decrescente;
Teoria do - Graficamente:
Comportamento
do Consumidor qy

y* a inclinação da linha orçamentária e


da curva de indiferença são iguais

𝑀𝑈 𝑝
𝑀𝑅𝑆 , = =
𝑀𝑈 𝑝
x* qx

36

18
- Quando o preço de uma mercadoria diminui (x, por exemplo), a linha
de orçamento do consumidor se desloca para a direita, devido ao
aumento do poder de compra do consumidor;
- Maior poder de compra – consumidor pode adquirir maior
quantidade de x (ou y);
- A nova linha de orçamento é tangente à maior curva de indiferença.
Teoria do
Comportamento
do Consumidor qy

e2
e1

x1 x2 qx

37

- A medida que o preço cai, mais mercadorias podem ser


adquiridas;
- Ponto e1: quantidade x1, preço p1;
- Ponto e2: quantidade x2 (>x1), preço p2(<p1);
- Pares preço-quantidade (ponto de equilíbrio): curva de
Teoria do demanda, sempre negativamente inclinada.
Comportamento a quantidade adquirida
qy
do Consumidor aumenta à medida que o
Px
preço diminui

p1
e2 p2
e1
p3

x1 x2 x3
x1 x2 qx qx

38

19
- Efeito substituição:
- Aumento da quantidade adquirida à medida que o preço da mercadoria diminui;
- O consumidor compra mais de x agora que é mais barato, substituindo y por x;
- Variação compensatória permite o isolamento do efeito da substituição, mas não
aponta no novo equilíbrio do consumidor.

Teoria do qy
Comportamento
do Consumidor - Efeito renda:
- Consumidor possui na
verdade um poder de compra
maior;
- Ele gastará parte de sua e2
renda real aumentada, e1
mudando de x’1 para x2. e'1

qx
x1 x'1 x2

efeito substituição efeito renda


39

Políticas de governo e Curvas de indiferença:

O que seria melhor para sociedade:


- Total subsídio no transporte público para aposentados? ou
- Renda extra para os aposentados?

Teoria do
renda
Comportamento Objetivo do governo:
do Consumidor A como passar para a outra curva
de indiferença (aumentar o nível
Renda gasta de satisfação)
com x1

Z e1
Renda para
gastar com
outros itens

B viagens
x1
viagens outros

40

20
Políticas de governo e Curvas de indiferença:

- Efeito dos subsídios das viagens

Governo fornece meia passagem:


com o subsídio o aposentado paga AL;
Teoria do
renda sem o subsídio, o aposentado teria que
Comportamento gastar AK; portanto, o valor do subsídio é
do Consumidor A AK - AL = LK

Z
L e1 e2

Custo do
subsídio
K
x2 B viagens
x1 B’

41

Políticas de governo e Curvas de indiferença:

- Efeitos dos subsídios das viagens:


1. O custo para o governo (e, assim, para o contribuinte) é
Teoria do LK;
Comportamento 2. O preço da passagem não é afetado (pois há o “subsídio”),
do Consumidor então os outros passageiros continuam pagando o preço
original;
3. O governo entende que os aposentados passarão a se
movimentar mais, diminuindo o excedente de oferta, o que
é desejável (admitindo que a procura por transportes
público tem caído nos últimos anos);
4. Isso pode indicar uma tendência de como o aposentado
gastará parte de sua renda.

42

21
Políticas de governo e Curvas de indiferença:

- Efeitos de uma política de renda suplementar:

renda Para que o aposentado viaje mais, o


governo dá uma renda suplementar
Teoria do C CA para o aposentado
Custo da renda
Comportamento suplementar
do Consumidor A No exemplo, CA é menor do que o
subsídio e OX3 é menor do que OX2

O aposentado irá comprar, agora,


OX3 passagens
e3
Z e1 e2
L
Custo do
subsídio
K
x1 D viagens
x3 x2 B

43

Políticas de governo e Curvas de indiferença:

 Qual política adotar? É preciso saber que:

- Ambas atingem o objetivo de aumentar a utilidade total dos


Teoria do aposentados;
Comportamento
do Consumidor - O consumo maior é no caso do subsídio de viagens;
- Depende dos objetivos do governo; exemplo: se houver um
excedente da oferta, a política mais onerosa de subsídio
deixará os aposentados mais satisfeitos e o produtor
(operadores de ônibus) também;
- Políticas de renda suplementar são mais inflacionárias, pois
podem aumentar os preços de outros produtos para todos os
consumidores, diminuindo o bem estar.

44

22
DEMANDA E
PLANEJAMENTO
DE TRANSPORTES

45

Modelo quatro etapas

- A demanda de mercado é a soma das demandas


individuais. Isso significa dizer que a quantidade
demandada no mercado a cada nível de preço é a
Demanda e
soma das demandas individuais de todos os
Planejamento de
Transportes consumidores naquele preço;
- No caso dos transportes existe uma estruturação
clássica para definir a demanda por transportes que
está baseada no denominado “modelo quatro
etapas”;
- Antes da modelagem em si, algumas ações são
necessárias: estabelecimento de um zoneamento e
definição da rede.

46

23
Modelo quatro etapas

Demanda e Geração de viagens


Planejamento de
Transportes
Distribuição de viagens

Divisão modal

Alocação de viagens

47

 Estimação de modelos de demanda

- O comportamento do usuário (conceito de


utilidade) nos permite inferir o modo e a rota que
Demanda e provavelmente serão adotados pelo indivíduo em
Planejamento de suas viagens;
Transportes
- Para podermos estimar o volume de viagens que
ocorre entre um par de regiões, por determinados
motivo e modo de viagem, precisamos também da
demanda total naquele par de origem e destino;
- Os métodos de quantificação da demanda passam
pela especificação de uma função matemática que
via de regra é denominada modelo de demanda.

48

24
Por quê modelar a demanda?
Não é mais fácil contar o volume de tráfego nas vias?
Demanda e
Planejamento de
Transportes
- Se o objetivo é conhecer o atual volume de tráfego
numa ligação, a resposta é sim;
- Porém, se o objetivo é estimar o futuro volume de
tráfego, a resposta é não.

49

- No segundo caso temos dois caminhos a seguir:


- Analisar a variação ocorrida no volume de tráfego daquela
ligação, ao longo do tempo, e projetá-la para uma data futura,
sempre levando em consideração a tendência no passado;
Demanda e
Planejamento de - Analisar os fatores que possivelmente influem no volume de
Transportes tráfego de uma ligação, estudar a forma como essa influência
se dá, projetar aqueles fatores para uma data futura, e
finalmente estimar o provável volume de tráfego futuro.

- A principal diferença entre estes dois caminhos é


que o segundo permite que o modelo resultante
seja aplicado, com certas ressalvas, para
estimação do volume de tráfego de um outra
ligação cujas características sejam diferentes
daquelas que originaram o modelo;

50

25
- O uso mais comum dos modelos de demanda está
ligado à estimativa do nível de uso de
componentes do sistema de transporte num
Demanda e
Planejamento de
determinado cenários;
Transportes - Inicialmente deve-se definir o cenário que
provavelmente ocorrerá na pós-intervenção no
sistema de transporte;
- Para que o modelo seja representativo e sensível
às modificações previstas, é importante conter
variáveis representativas do cenário – principais
variáveis;

51

- Fatores que influem no nível de utilização de um


componente de sistema de transporte:
- Atributos socioeconômicos da área de influência do
componente (população, número de empregos, renda
etc.);
Demanda e
- Custo de uso do componente;
Planejamento de
Transportes - Nível de serviço do componente.
- A importância relativa dos fatores varia de acordo
com o caso;
- É tarefa do analista ou planejador de sistemas de
transporte definir para uma dada situação:
- Importância relativa dos fatores;
- Relação funcional existente entre os fatores;
- Quais características do fator devem ser medidas;
- Determinar os coeficientes e expoentes das variáveis.

52

26
Métodos de Previsão de Demanda

 Incondicional:

- Não vinculada a outras variáveis, utilizando séries


Demanda e históricas.
Planejamento de  Condicional:
Transportes
- Vinculada a outras variáveis que podem ter
influência sobre o comportamento da demanda,
por exemplo:
- Tarifa
- Renda
- População
- Produção
- Etc.

53

Métodos de Previsão de Demanda

 Estimativa incondicional:
Demanda e
Planejamento de - Tipos de projeção:
Transportes
- Linear
- Geométrica (ou exponencial)
- Potência
- Logarítmica
- Logística

54

27
Métodos de Previsão de Demanda

 Estimativa incondicional:

55

Métodos de Previsão de Demanda

 Estimativa incondicional:

- Projeção linear: Demanda cresce segundo uma


Demanda e
Planejamento de progressão aritmética, em que o primeiro termo é
Transportes a demanda inicial e a razão é o percentual de
crescimento desta demanda por ano
Demanda no Taxa de crescimento
ano base anual

Dn  D0 1  na 

Demanda no Número de anos


ano n após o ano base
56

28
Métodos de Previsão de Demanda

 Estimativa incondicional:

- Projeção geométrica (ou exponencial): Demanda


Demanda e
Planejamento de cresce segundo uma progressão geométrica, em
Transportes que o primeiro termo é a demanda inicial e a
razão é o fator de crescimento anual

Dn  D0 1  a 
n

57

Métodos de Previsão de Demanda

 Estimativa incondicional:

- Curva logística: Muito usada quando se estuda a


Demanda e
Planejamento de variação de volumes através de dados históricos,
Transportes em função da capacidade.
Capacidade (rodovia, sistema...)
Ano de Vn
C
Volume no Vn 
1  ke  0 
b n n
ano n

Ano base
k e b são constantes

58

29
Métodos de Previsão de Demanda

 Estimativa incondicional:

- Curva logística: Constantes k e b


Demanda e
Planejamento de
Transportes
C C
z  ke  0  w  ln z z 1
b n n
Vn 
1 z Vn

ln z  ln k  bn0  bn w  ln k  b  n0  n 

y a b x

59

Métodos de Previsão de Demanda

 Estimativa incondicional:

- Exemplo: A tabela a seguir apresenta uma séria histórica


Demanda e de volume de tráfego numa rodovia. Identifique as
Planejamento de funções linear e geométrica que permitem estimar o
Transportes
volume de tráfego para 2012.

Ano VMDA
1994 7.401
1995 7.886
1996 8.402
1997 11.255
1998 11.479
1999 12.002
2000 12.704

60

30
Métodos de Previsão de Demanda

 Estimativa condicional:
Demanda e
Planejamento de - Exemplo de variáveis utilizadas para estimar demanda por
Transportes transporte de carga:
- Produção;
- PIB;
- Salário mínimo;
- Consumo de combustível;
- Custo do transporte.

61

Métodos de Previsão de Demanda

 Estimativa condicional:
Demanda e
Planejamento de - Exemplo de variáveis utilizadas para estimar demanda por
Transportes transporte de passageiro:
- População;
- Renda;
- Pessoas empregadas;
- Custo de transporte.

62

31
Métodos de Previsão de Demanda

 Estimativa condicional:
Demanda e
Planejamento de - Métodos: regressão simples.
Transportes

Variável
independente

Demanda y  a  bx
(volume,
viagens, etc.)

63

Métodos de Previsão de Demanda

 Estimativa condicional:
Demanda e - Validade estatística:
Planejamento de
Transportes - Coeficiente de determinação R²:
- representa a variação total de y explicada pelo ajuste (1 indica
representação perfeita).
- Teste t:
- Indica a significância do coeficiente de regressão de cada variável
independente;
- valor p deve ser baixo (< 5%) e estatística t > tcrít (geralmente
igual a 2,0).

64

32
Métodos de Previsão de Demanda

 Estimativa condicional:
- Exercício: Considerando os mesmos dados do exemplo
Demanda e anterior, foram agregadas algumas informações
Planejamento de referentes ao período conforme apresentado na tabela
Transportes abaixo. Elaborar um modelo de demanda. Dica: análise
de correlação e regressão variando-se as variáveis.

Ano VMDA PIB (x106) Renda Méd. Litro gas. Sal. Mín.

1994 7401 1494 491,56 1759 70,00


1995 7886 1557 541,23 1563 100,00
1996 8402 1599 549,23 1662 112,00
1997 11255 1651 550,91 1851 120,00
1998 11479 1653 556,96 1852 130,00
1999 12002 1666 525,54 2163 136,00
2000 12704 1739 524,49 2476 151,00

65

 Estimação de um modelo de demanda

- O objetivo principal é especificar uma função de demanda que


represente o volume de viagens que ocorrem em um par de
origem e destino por um determinado modo em função das
características, fatores ou atributos;
Demanda e
Planejamento de - Geralmente, uma série de especificações são levadas em
Transportes consideração sem que todas elas sejam usadas;

- Submissão a testes para utilizar as que obtiverem melhor


desempenho.

𝑄 = 𝛼 + 𝛽. 𝑋 +𝛾. 𝑋 + 𝛿. 𝑋 + 𝜀. 𝑋 …

𝑄 - volume de usuários que vão de 𝑖 a 𝑗, por motivo 𝑛, usando o modo 𝑚;


𝑋 - são as variáveis do modelo;
Letras gregas são os parâmetros do modelo que determinam o peso
relativo da variável para explicar a demanda.

66

33
𝑄 = 𝛼 + 𝛽. 𝑋 +𝛾. 𝑋 + 𝛿. 𝑋 + 𝜀. 𝑋 …

- Calibrar um modelo significa estimar


parâmetros de modelo de maneira
que ele possa reproduzir, ao menos
no âmbito dos dados utilizados na
calibração, os valores da variável
dependente, quando se substitui no
modelo as variáveis independentes
correspondentes;
- Técnica mais utilizada na calibração
é a regressão linear – minimizar a
somatória dos quadrados das
diferenças entre os valores
observados e modelados.

67

- Os dados utilizados na calibração podem ser uma série


temporal ou uma série espacial:
- Série temporal: dados sobre um determinado objeto, em datas
diferentes;
- Série espacial: dados sobre objetos semelhantes coletados em
diferentes regiões ou zonas.
Demanda e
Planejamento de - Exemplo:
Transportes - Modelo que representa o volume de automóveis entre duas cidades
próximas;
- Dispomos de evoluções socioeconômicas das duas cidades e das
condições de viagens por cada um dos modos;
- Séries históricas de volume de tráfego: série temporal;
- Dados atuais de viagens das duas cidades e do entorno: série
espacial.

A B

68

34
 Projeção de demanda

- A projeção do futuro volume de tráfego é o propósito


mais comum para se formular e estimar modelos de
demanda;
Demanda e - A projeção pode ser realizada com o intuito de
Planejamento de investigar novas estratégias gerenciais tais como
Transportes mudanças no preço, ou de planejar grandes
investimentos que requerem previsões de longo prazo;
- Com o modelo pronto, o volume futuro pode ser
estimado:
- Definição de cenários futuros: mais provável, otimista e pessimista;
- Caracterização do cenário futuro em termos de variáveis do modelo
(valores correspondentes ao cenário);
- Cálculo do volume futuro substituindo os valores futuros das variáveis
no modelo – cenários otimista e pessimista fornecem os limites de
variação superior e inferior.

69

 Curvas deslocadas de demanda

- A curva de demanda é bastante


elucidativa, mostrando claramente
os aspectos do comportamento
humano que percebemos
intuitivamente;
- Através dela é possível mostrar,
por exemplo: benefício ao usuário
pela redução do custo operacional,
a receita do operador etc.;
- A demanda pode variar mesmo
sem ter havido mudança no preço
– função multivariada.

70

35
 Curvas deslocadas de demanda

- O resultado de uma mudança no preço é mostrado


pelo movimento de um ponto para outro na mesma
curva de demanda;

Demanda e - O efeito de mudanças em outros determinantes é


mostrado por um salto da curva de demanda.
Planejamento de
Transportes preço

D3
D2
D1

p0

q1 q2 q3 quantidade

71

ELASTICIDADE DA DEMANDA

72

36
Elasticidade da demanda

- Permite avaliar uma possível alteração na demanda em


função das características dos serviços (tarifa, frequência
dos serviços, tempo de viagem, etc.)

Elasticidade - Muito útil para empresas de transporte, uma vez que, por
da Demanda meio da curva de demanda, é possível inferir sobre a
variação da demanda em função de diferentes parâmetros
- Demanda é função de parâmetros socioeconômicos:
- Renda
- PIB
- Salário mínimo
- Etc.

73

Elasticidade da demanda

- Demanda Q é função de uma variável X (exemplo: tarifa)


- O que acontece com a demanda se X varia (XA para XB)

Elasticidade
da Demanda Variável x QB  QA
QA Q X A
  
X B  X A X Q A
XA
xA
ΔX Para cada 1% de
xB variação em X, a
demanda muda ε
vezes (em %)
ΔQ
qA qB Demanda q

74

37
Elasticidade da demanda

- Elasticidade preço
Elasticidade
- Elasticidade receita total
da Demanda
- Elasticidade renda

- Elasticidade cruzada

75

 Elasticidade preço da demanda

Medida da resposta da demanda a mudanças no preço do


próprio produto ou serviço:
- Elasticidade ponto: quando as mudanças no preço são muito
pequenas;

Elasticidade - Elasticidade arco: quando as mudanças no preço não são pequenas.


da Demanda
Preço (p)

A % 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑞
B 𝜀=
% 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑝
C
D

E
F

Quantidade (q)

76

38
Analogia com um objeto

Inelástico Elástico
Elasticidade Objeto será deformado
Objeto rígido não vai se
da Demanda facilmente quando
deformar quando submetido
e uma força de tração submetido à mesma força

Fonte: Khan Academy

77

Relação do objeto com a demanda

% 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑞
𝜀=
% 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑝

Elasticidade
da Demanda - Demanda muito elástica: Com uma dada mudança no
% do preço 𝑝, temos uma grande mudança na
quantidade demandada 𝑞.
- Demanda pouco elástica: Com uma dada mudança no
% do preço 𝑝, temos uma pequena variação na
quantidade demandada 𝑞.

A ideia é a mesma do objeto, porém em vez de força e


deformação, temos preço e quantidade demandada.
Fonte: Khan Academy

78

39
 |𝜀| = 0: demanda perfeitamente

Maior influência da variável


inelástica
Elasticidade

sobre a demanda
da Demanda  0 < |𝜀| < 1: demanda inelástica
 |𝜀| = 1: demanda tem elasticidade
unitária
 1 < 𝜀 < ∞: demanda elástica
 |𝜀| → ∞: demanda perfeitamente
elástica

Fonte: Khan Academy

79

 Elasticidade ponto

dQ P
p  
dP Q
- Se a curva de demanda é linear:
Elasticidade
da Demanda Q  b0  b1P
- Se a inclinação (coeficiente angular da reta) é
dQ/dP = -b1:

P 1  b0  Q  b0
 p  b1  ou  p  b1     1
Q Q  b1  Q

Elasticidade muda de acordo com o ponto da curva de demanda (linear)

80

40
 Elasticidade ponto

- Elasticidade no ponto F:

b0 D' FD ' Dedução!


 p  1  1  (usando semelhança
Q Q1 FD de triângulos)
Elasticidade
da Demanda preço
D

p1 F
No meio da reta: ep = 1!

D’
q1 quantidade

81

 Elasticidade ponto

- Exemplo: Para a função demanda abaixo, achar a


elasticidade da demanda para Q = 0, 50, 100, 150, 200
viagens, quando o preço da passagem é, respectivamente,
Elasticidade P = 20, 15, 10, 5 e 0 centavos.
da Demanda

Q  200  10 P

82

41
 Elasticidade ponto

- Exemplo: Para a função demanda abaixo, achar a


elasticidade da demanda para Q = 0, 50, 100, 150, 200
viagens, quando o preço da passagem é, respectivamente,
P = 20, 15, 10, 5 e 0 centavos.
Elasticidade
da Demanda
20 -

-3
15
Preço P

-1
10

-0,333
5
0
0
0 50 100 150 200
Volume Q

83

 Elasticidade arco

- Se o preço muda substancialmente, calcula-se a


elasticidade para o ponto médio da corda que conecta os
dois pontos;

Elasticidade
preço
da Demanda

P0

ponto médio

P1

Q0 Q1 quantidade

84

42
% 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑞 ∆𝑞 𝑃 2 (9 + 8)⁄2
𝜀= = × = × = −5,67
% 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑝 𝑄 ∆𝑝 (4 + 2)⁄2 −1

ponto médio entre A e B, pois a elasticidade deve ser


a mesma se mudamos de A para B ou de B para A
cenário preço quant. 𝜺 |𝜺 |
Elasticidade A 9 -1 2
da Demanda Preço (p)
2
-5,67 5,67
B 8 4
| 𝜀 |=5,67 C 5,50 9
-1 2 -1 1
D 4,50 11
A
E 2 16
B | 𝜀 |=1 -1 2 -0,18 0,18
F 1 18
C
D | 𝜀 |=0,18

E
F
Fonte: Khan Academy
Quantidade (q)
85

- Apesar da variação ser a mesma em termos absolutos (-1 e 2) em todos os pontos, a


variação percentual (em relação ao ponto médio) é diferente;

- No intervalo AB, a variação no preço é baixa (-1 em 8,5), mas provoca uma variação
alta (2 em 3) na quantidade demandada – elasticidade alta;

- Por outro lado, no intervalo EF, uma variação grande no preço (1 em 1,5) provoca uma
variação muito pequena na quantidade demandada (2 em 17) – elasticidade baixa.

cenário preço quant. 𝜺 |𝜺 |


Elasticidade A 9 -1 2
da Demanda Preço (p)
2
-5,67 5,67
B 8 4
| 𝜀 |=5,67 C 5,50 9
-1 2 -1 1
D 4,50 11
A
E 2 16
B | 𝜀 |=1 -1 2 -0,18 0,18
F 1 18
C
D | 𝜀 |=0,18

E
F
Fonte: Khan Academy
Quantidade (q)
86

43
- A elasticidade varia com a quantidade demandada, ou
seja, varia em cada ponto da curva de demanda.

Elasticidade
da Demanda Preço (p)

| 𝜀 |=5,67 | 𝜀 |>1: relativamente elástica

A
B | 𝜀 |=1 Elasticidade unitária

C
D | 𝜀 |=0,18 | 𝜀 |<1: relativamente inelástica

E
F
Fonte: Khan Academy
Quantidade (q)
87

 Elasticidade arco

- Exemplo: Considere um museu cujo o preço da entrada é


Elasticidade de R$ 5,00 e que as pessoas fazem 20 visitas/ano. A
da Demanda entrada passou para R$ 6,00 e a visitação passou a ser de
16 visitas/ano. Calcule a elasticidade da demanda para
esta variação de preço.

88

44
 Elasticidade Perfeitamente Inelástica

Exemplo:
- Medicamento/insulina
- Quantidade necessária (Q): 100 frascos por mês
Elasticidade
da Demanda P Q
R$1,00 100 % 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑞 0
-4 0 𝜀= = =0
% 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑝 −4
R$5,00 100

R$100,00 100

Q
100

89

 Elasticidade Perfeitamente Elástica

Exemplo:
- Máquinas de venda automática (duas idênticas)
- Quantidade vendida: 100 latas de Coca-Cola/semana cada
máquina
Elasticidade
da Demanda 𝜀=∞
P Q
R$1,00
R$0,99 200 R$1,00 (fixo)
R$1,00 100

R$1,01 0

R$1,00

90

45
 Elasticidade receita total

- Receita total da empresa: preço x volume


Elasticidade
da Demanda consumido;
- Variação no preço afeta a receita total: volume
consumido varia com o preço do bem.

91

P
 Elasticidade receita total A
B

C
D

cen. P Q R E
F
Elasticidade A 9 2 18
da Demanda B 8 4 32
Q
C 5,50 9 49,5
D 4,50 11 49,5
receita

E 2 16 32
F 1 18 18

Fonte: Khan Academy Q

92

46
 Elasticidade receita total

variação porcentual da demanda por um bem (unidades)


p 
variação porcentual do preço

Elasticidade
da Demanda - εp > 1: demanda elástica e relação negativa entre preço e
receita total:
- Aumento no preço causa redução na receita

- εp < 1: demanda inelástica e relação positiva entre preço e


receita total:
- Aumento no preço causa aumento na receita

- εp = 1: receita não varia com variação do preço

93

 Elasticidade receita total

Elasticidade
da Demanda

94

47
 Elasticidade renda

- Mudança proporcional na quantidade demandada


em função de uma mudança proporcional na
renda:
Elasticidade
da Demanda
variação porcentual da demanda por um bem
𝜀 =
variação porcentual da renda

𝑑𝑄
𝑄 𝑑𝑄 𝑌
𝜀 = = ⋅
𝑑𝑌 𝑑𝑌 𝑄
𝑌

95

 Elasticidade renda

- Bens normais: εy > 0


Elasticidade - Inelástico à renda
da Demanda
- Bens superiores: εy > 1
- Elástico à renda (ex.: automóvel)

- Bens inferiores: εy < 0


- Demanda diminui quando a renda cresce (ex.: transporte coletivo)

96

48
 Conceito anterior de elasticidade:

- Baseia-se nos efeitos sobre a demanda a partir de


mudanças numa variável ou atributos relacionados
com o bem/serviço analisado (elasticidade direta).
Elasticidade  Elasticidade cruzada (ou indireta) da demanda:
da Demanda
- Mudança proporcional na quantidade demandada
de x resultante de uma mudança proporcional no
preço de y:

dQx
Qual o efeito do aumento da
Q dQx Py
 xy  x   tarifa de ônibus na demanda
dPy dPy Qx por transporte ferroviário?
Py

97

 Elasticidade cruzada da demanda:

- Bens superiores: εxy > 0


- x e y são bens/serviços substitutos.

Elasticidade
da Demanda

VIAGENS
DE USO
PREÇO PARA
CARRO TRANSPORTE
ESTACIONAR
PÚBLICO

98

49
 Elasticidade cruzada da demanda:

- Bens superiores: εxy < 0


- x e y são bens/serviços complementares.

Elasticidade
da Demanda

DEMANDA
VIAGENS POR
PREÇO DE ESTACIONA-
PARA CARRO MENTO
ESTACIONAR

99

 Elasticidade cruzada da demanda:

- Quanto mais alto o valor da elasticidade cruzada,


Elasticidade
mais forte o grau de substitutabilidade ou
da Demanda complementaridade de x e y;
- Se dois bens podem satisfazer igualmente a
mesma necessidade, a elasticidade é alta, e vice-
versa.

100

50
 Elasticidade cruzada da demanda:

- Exercício: Observou-se numa área urbana que


Elasticidade
após um acréscimo de 20% no custo de viagem
da Demanda por automóvel houve um acréscimo de 5% de
pessoas transportadas pelo metrô e de um
decréscimo de 10% das viagens por automóvel.
Verifique a elasticidade da demanda de viagens
por automóvel e a elasticidade cruzada da
demanda de viagens por metrô.

101

 Senna, Luiz Afonso dos Santos. Economia e Planejamento


dos Transportes. 2014
Referências  Kawamoto, Eiji. Análise de Sistemas de Transportes.
Universidade de São Paulo. Escola de Engenharia de São
Carlos. Departamento de Transportes. 1994.
 Khan Academy, acessado em 08.04.2019,
www.khanacademy.org

106

51

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