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CONTEXTUALIZAÇÃO
O cenário produtivo e de negócios vem sofrendo contínuas transformações que ampliam o grau
de competição entre as organizações, especialmente com a abertura de mercados. Diante disso,
as empresas buscam melhorias na gestão e avanços tecnológicos, o que possibilita oferecer
uma gama maior de produtos e serviços, com maior qualidade e menor preço. Isto permite o
acesso por uma camada crescente de consumidores dos diferentes níveis de renda, gerando
efetiva inclusão social.
Um exemplo claro são os serviços de telecomunicação móvel, que há poucos anos eram caros e
precários. Hoje, toda a população tem acesso à telefonia celular, com qualidade e custo reduzido
em comparação aos valores inicialmente cobrados.
Trata-se de um círculo virtuoso, onde menos custo gera maior demanda e, portanto,
necessidade de maior investimento das empresas, criando-se também mais oportunidades de
emprego. Assim, há dois ganhos claros para toda a sociedade: mais inclusão social pelo
consumo e mais empregos.
1
Sondagem Especial CNI – Terceirização. Ano 7, nº 2, abril 2009, Brasília
» Concentração nos esforços estratégicos, com » Com a maior competitividade das empresas,
maior eficácia organizacional, melhor qualidade são necessários mais investimentos, gerando
de processos e produtos, maior produtividade e mais empregos e produtos com menor custo e
maior competitividade. maior qualidade.
Sustentabilidade
Empresarial
(Emprego, Renda,
Eficiência Investimento e
Desenvolvimento)
Qualidade Custo
Tecnologia
Inclusão Social
Especialização
(Mais acesso a
bens e Serviços –
Ex: Telecomunicações)
TERCEIRIZAÇÃO TANTO DA ATIVIDADE MEIO QUANTO DA ATIVIDADE FIM
Diante do vácuo legal sobre o tema, o Tribunal Superior do Trabalho editou há mais de 10 anos
a Súmula n. 331, que estabeleceu uma limitação à terceirização das atividades denominadas
“fim”, permitindo apenas a terceirização das atividades “meio”.
Em todo mundo, a busca pela competitividade envolve o trabalho das empresas por meio de
redes de produção sólidas, otimizando-se a gestão do negócio e obtendo-se produto final com
maior qualidade e menor custo. A inexistência de marco legal para regular as transações nas
redes de produção é um elemento de insegurança jurídica e, portanto, inibidor de investimentos.
Contrato de
Meio e Fim Meio e Fornecimento
Fim
Meio e Fim
Contrato de
Terceirização
Meio e Fim Meio e Fim
ENTENDENDO A RESPONSABILIDADE NA TERCEIRIZAÇÃO
Definições:
Trabalhador Trabalhador
Portanto, o primeiro ponto que fica claro é que não há prejuízo algum ao trabalhador.
O fato de o contratante poder ser acionado pelo trabalhador sem participação da contratada no
processo, mesmo tendo efetuado os pagamentos ajustados com regularidade, inibe qualquer
tentativa de terceirizar determinada atividade.
Em razão da contratante não ter a posse dos documentos que poderiam comprovar a
regularidade do cumprimento das obrigações dos pagamentos ao trabalhador (documentos
exclusivos da contratada), a terceirização se torna muito insegura, pois a contratada, não sendo
parte necessária em eventual processo trabalhista, não terá obrigação de apresentar
documentos.
A título exemplificativo, no caso de trabalhador por prazo determinado, a contratante poderia ser
condenada a pagar aviso prévio ou multa rescisória que não seriam devidos.
Do mesmo modo, pelo fato de a contratante não ter um histórico da saúde do trabalhador, como
exames admissional e periódicos, pode ter sua defesa prejudicada em ação trabalhista que
questione, por exemplo, indenização por dano material e moral em virtude de doença
ocupacional.
Não há razão para penalizar, injustificadamente, a empresa contratante que agiu de forma
correta.
É impossível uma empresa terceirizada que atende a diversos tomadores de serviços praticar
salários distintos para a mesma função.
O mesmo funcionário pode terminar um serviço pontual em uma empresa e ir para outra realizar
o mesmo ou diverso serviço, não sendo possível a redução de salários e benefícios caso o
contrato coletivo da primeira tomadora seja divergente do vigente na segunda
► Não confundir e não contratar serviços de terceirização como simples cessão de mão-
de-obra, que poderá ser interpretado como contratação por empresa interposta, e
configurar o vinculo de emprego dos empregados da contratada diretamente com a
contratante.
► Fiscalizar intensamente o cumprimento, pela contratada, das obrigações junto aos seus
empregados, para se evitar possíveis passivos.
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Texto elaborado por Emerson Casali, Marcus Vinicius Mendes Mugnaini e Pablo Rolim Carneiro – Unidade de Relações do Trabalho e
Desenvolvimento Associativo, em 07/08/2009.