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Personagens:
Dinda
Joãozinho
Aninha
Lucrécia
Batista
Puff
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Fada-Madrinha
Sinopse:
Dentre tantas fadas com determinadas funções mágicas, Dinda é a fada responsável pela
felicidade e segurança de todos os animaizinhos e criançinhas. Durante um de seus raros
momentos de descanso, Dinda é chamada para atender a um caso duplo: ajudar a uma criança
que se encontra em apuros com sua madrasta má e solucionar o desaparecimento do cãozinho
do menino que está em perigo nas mãos de um divertido e atrapalhado vilão. Além de ajudar a
encontrar o cãozinho e fazer feliz o Joãozinho, Dinda ainda deve consolar e alegrar a melhor
amiga de Joãozinho que o ama em segredo.
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Cena 1
(Dinda)
(Dinda dorme sentada até ser despertada por uma agitação em sua varinha de condão.)
Dinda – Oh, não! Minha varinha! Bem na hora da minha sonequinha? Mas tudo bem, uma boa
funcionária não tem folga! Quanto mais trabalhar, mais abraços para ganhar! Se me diz que uma
criançinha ou animalzinho precisa de ajudinha, até dispenso minha sonequinha, pois destas
adoráveis criaturinhas sou a fada-madrinha. Me chamem Dinda ou Dindinha! Vamos lá varinha!
Sob a brisa da noite, me leve até a criançinha que precisa agora da minha ajudinha!
(Sai Dinda).
Cena 2
(Joãozinho em seu quarto, sentado em sua cama discute com sua madrasta.)
Joãozinho – Se eu sou feio você é mais feia ainda! É horrorosa e horrível! A Madrasta mais feia
do mundo! Parece uma bruxa!
Joãozinho – Fora?
Lucrécia – Na rua!
Joãozinho – Na rua?
Lucrécia – Sim!
Lucrécia – O Batista virá me visitar esta noite e não quero sua presença de vela tagarela ao
nosso lado!
Joãozinho – Já arrumou outro papai pra mim é? Que feio! Nem esperou o lençol esfriar!
Lucrécia – Ouça Joãozinho: Logo mais o Batista virá morar aqui comigo e você irá para um
orfanato!
Lucrécia – Sim!
Lucrécia – Sim! Aliás, não sei se se lembra mas... Você não tem mais papai nem mamãe!
Lucrécia – Não tem mais! Esqueça o Puff! Faça de conta que ele morreu!
Joãozinho – Malvada! Seu nome não devia ser Lucrécia devia ser Lucredo!
Lucrécia – E o seu não devia ser Joãozinho, devia ser... Devia ser... Rrrrrr!
(Lucrécia sai.)
Joãozinho – Papai do Céu, cuida do meu papai e da minha mamãe aí no céu. Diz pra eles que eu
amo muito eles... Papai do Céu, traz o Puff de volta pra mim, por favor. Ele é o único
amiguinho que eu tenho agora e se ele não voltar eu vou ficar sozinho. Onde o Puff estiver, diz
para ele que eu amo muito ele!
Joãozinho – Ah, Papai do Céu! Faz o monstro comer a cabeça dela! Muito obrigado, amém!
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(Joãozinho se deita e dorme.)
(Joãozinho acorda)
Joãozinho – Então você é a bruxa? Ai, Papai do Céu faz essa bruxa desaparecer! Desaparece!
Dinda (Rindo) – Bruxa? Não, claro que não! Pareço uma bruxa, Joãozinho?
Dinda – Joãozinho, não sabe a diferença entre uma bruxa e uma fadinha?
Joãozinho – Ufa! Que alívio! E porque você veio? Eu não te chamei, nem sabia que você
existia!
Dinda – Não precisa chamar. Enquanto for criança e se estiver triste, perdendo a esperança,
Dinda aparecerá!
Joãozinho – Que bom! Eu tô triste mesmo. Sem papai nem mamãe... E meu cachorrinho foi
embora!
Dinda – Embora?
Dinda – Na rua?
Dinda – Vou tentar. Minha mágica não vai muito longe. Se seu cachorrinho não estiver por
perto, não conseguirei encontrar!
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Dinda – Varinha, vamos lá! Joãozinho quer o Puff, gire até encontrar, achando o seu
cachorrinho aqui ele aparecerá!
Joãozinho – Onde?
Dinda – Sim!
Dinda – É que... Bem... Sabe como é Joãozinho... As fadas estão passando por uma crise e...
Bem... Tudo fica mais difícil não é? A varinha só faz aparecer o que está mais ou menos
próximo. O Puff deve estar muito longe agora... A mágica não vai além de alguns quilômetros
de distância!
Joãozinho – Que coisa, hein? Quer dizer que essa pulga apareceu na sua mão por que não estava
muito longe é?
Joãozinho – Oh!
Dinda – Devia estar ai por cima da sua cama. Provavelmente o Puff a deixou antes de ir
embora... Pra rua!
Joãozinho – Que fada fajuta! Quanto eu pago por esse serviço, hein?
Dinda – Nada. Papai do Céu me mandou aqui de graça para ajudar você!
Joãozinho – Que coisa hein, Papai do Céu! Era melhor ter mandado o monstro pra comer a
cabeça da minha madrasta!
Dinda – Não fique assim Joãozinho! A pulginha, será sua amiguinha até que eu encontre o seu
cachorrinho!
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Dinda – Vou voar pelo ar para o Puff procurar! Mas antes de continuar, devo a verdade contar:
nem totalmente de graça passo o tempo a trabalhar! Para flutuar, minhas forças preciso renovar!
Dinda – É só contar!
Cena 3
(Joãozinho e Aninha)
Joãozinho (No portão da escola falando com a pulga) – Como é seu nome? Que? Não tem nome
ainda? Sua mãe não te deu nome não, é?
Joãozinho – Ai! Que susto Aninha! (Joãozinho deixa cair a pulga) Não faz mais isso!
Aninha – Eu?
Aninha – Quem?
Joãozinho – A pulga!
Aninha – Pulga?
Joãozinho - Ainda bem que ela está bem! Está até respirando!
Joãozinho – Do Puff!
(Aninha concorda).
Joãozinho – A Lucrécia quer me mandar para o orfanato de órfãos, mas a Dinda não vai deixar
eu ir sem o Puff.
Aninha – Não quero que você vá embora. Se você for, eu vou com você!
Joãozinho – Mas você tem sua mamãe. Não pode deixar ela sozinha.
Cena 4
Dinda – Não fique assim Joãozinho! As coisas irão melhorar! Vou fazer muita mágica para tudo
dar certo!
Dinda – Vou pensar em alguma! Sua madrasta está chegando com o namorado! Tenho que ir!
Comporte-se Joãozinho!
Batista – Não entendo porque viemos para a sua casa Lucrécia! Poderíamos jantar num
restaurante! Sabe que faço questão de pagar!
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Lucrécia – Sim, meu querido, mas já estou farta de restaurantes! Além do mais, já está na hora
de conhecer sua futura casa!
Lucrécia – Oi?
Joãozinho – Se eu sou feioso você é mais feiosa! É horrorosa e horrível! Não quero jantar com
você!
Lucrécia – Não me faça passar vergonha! O Batista é rico! Uma mina de ouro e esta é minha
chance de tirar o pé da lama e me livrar de você! Vai jantar querendo ou não. Desta vez, quero
que ele te conheça para ir se acostumando. Esteja pronto em um segundo!
(Joãozinho estende a mão para Batista, porém quando Batista faz menção de aberta-la,
Joãozinho retira a mão e começa a gargalhar).
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Lucrécia – Pois é! Mas sabe Batista, Joãozinho é muito educado. Tanto que provará para você
que o eduquei muito bem. Joãozinho, faça como eu te ensinei! Vamos! Ajude o Batista a se
sentar!
(Joãozinho afasta a cadeira para Batista se sentar, porém antes que ele se sente, Joãozinho puxa
a cadeira e Batista cai no chão. Joãozinho gargalha).
(Lucrécia ajuda Batista a se levantar enquanto Joãozinho abre a caixinha de fósforos e joga a
pulga no cabelo de dela).
Lucrécia – Batista meu amor, preparei um peixe ao molho que é uma delícia, você vai a-do-rar!
Lucrécia – Tem razão! Mas Batista, juro que... Peraí, eu conheço esse fedor!
Batista – Estou vendo mesmo qual é o tipo de educação que você dá para esse menino Lucrécia!
Joãozinho – Hahahaha!
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Batista – Mas nós nem comemos ainda Lucrécia!
Batista – Um montão de piolho? Oh, não! Que nojo! Vou embora antes que eu pegue piolho
também!
(Batista sai.)
Lucrécia – Ah, então você aprontou toda essa confusão de propósito não foi?
Joãozinho – Castigo?
Lucrécia – Uma semana sem ver televisão, uma semana sem jogar vídeo-game, uma semana
sem ler gibis e uma semana sem comer sobremesa!
Joãozinho – Não?
Lucrécia – Não! (Pega Joãozinho por um braço.) Agora vou ensiná-lo a ser um bom menino!
Cena 5
(Aninha e Joãozinho)
(Entra Joãozinho).
Aninha – Você está atrasado Joãozinho! O portão da escolinha já abriu e a tia já chamou!
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Aninha – Estragou o jantar daquela feiosa?
(Joãozinho afirma novamente, sem dizer palavra e passa por Aninha para entrar na escolinha.
Sai de cena. Aninha fica triste e lentamente, também entra na escolinha).
Cena 6
(Aninha e Dinda)
(Aninha entra em seu quarto e pega uma foto de Joãozinho. Olha bem para a foto e depois de
sorrir, beija o retrato. Sobe em sua cama e faz uma rápida oração silenciosa. Deita-se e abraçada
ao porta-retrato, adormece).
(Dinda aparece).
Dinda – Aqui há uma criançinha desanimadinha, para reanimá-la aqui estou eu – A fada-
madrinha!
Aninha – Aahhh!
Dinda – Eu sou...
Dinda - Ora Aninha! Não percebe a diferença entre um monstro e uma fada-madrinha?
Dinda – Pelo que acabei de dizer ora! Sou sua fada-madrinha! Me chamo Dinda ou Dindinha!
Aninha – Sim! Você é aquele fantasma que assombra o quarto dele não é?
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Aninha – Ah...
Dinda – Fazer o quê? Bem, Aninha diga-me: por que está triste?
Aninha – Pelo Joãozinho. Ele perdeu o Puffinho e me contou que a Lucredo bateu nele hoje...
Dinda – Lucredo?
Dinda – Concordo.
Aninha – Ela é muito má! Não quero que ela bata mais nele...
Dinda – Tem razão Aninha! Isso não pode ficar assim! Sou uma fadinha boazinha, mas dona
Lucrécia bem que merece uma liçãozinha!
Dinda – As fadas não tem o poder de fazer esse tipo de magia.... Ah! Já sei o que fazer!
Dinda – Não, Aninha! As fadas não poder para fazer esse tipo de...
Dinda – Não se preocupe Aninha! Não será preciso fazer tanto esforço! Dona Lucrécia é dura
com as criançinhas, mas já percebi que é frágil como um dente de leite! Quer mesmo que eu dê
uma lição na Lucrécia e livre o Joãozinho dela?
Dinda – Só contar!
Aninha – Dindinha!
Aninha – O Puff?
Dinda – O Puff está por perto! A varinha está louca! Oh, céus!
(Aninha sai.)
Cena 7
(Lucrécia)
Lucrécia (Ao telefone) – Batista querido! Sinto muito pelo mal entendido de ontem à noite!
Não, não se preocupe! Sim, ainda bem que percebeu que foi tudo culpa do meu enteado. Depois
que o pai partiu Joãozinho passou a me odiar não sei por quê! A propósito, já se livrou do Puff?
Ainda não? Que demora Batista! Trate de livrar-se desse cachorro! Joãozinho vive me
perturbando, querendo que eu trouxesse o cãozinho de volta e a última coisa que quero é que ele
veja o cachorro por aqui pela vizinhança e já que você mora próximo a nossa casa, isso é bem
possível! Não sei! Apenas livre-se do pulguento! Está vindo para cá? Ótimo, estou preparando
outro jantar e assim tiramos a má impressão de ontem. Está com o Puff aí? Vai livrar-se dele no
caminho? Ótimo! Não sei! Pode jogá-lo dentro de um caminhão de lixo ou algo assim, apenas
faça o Puff sumir! Estou te esperando para o jantar, não demore!
Cena 8
Batista – Oh! Lucrécia me mete em cada uma! Como me livro de um filhote de cachorro? Jogo
no caminhão de lixo? Mas ele é tão bonitinho! Que olhinhos pequeninos! Não! Pára Batista!
Você tem que se livrar do cachorro! Se livrar! E logo antes que apareça alguém ou a polícia!
Dinda – O que?
Dinda – Varinha, não sei o que fazer, mas antes que o homem fuja faça alguma coisa!
Aninha – Ué! Dessa vez você não rimou para fazer a mágica! Mas foi uma boa idéia
transformar ele em estátua!
Dinda – Me dê isso aqui! Não tem vergonha? O que ia fazer com esse pobre filhotinho de
cachorro?
Aninha – Fora?
Dinda – De lixo?
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Dinda – Não tenho poder para...
Dinda – Apenas vamos embora. Temos que devolver o Puff para o Joãozinho!
Dinda – Lucrécia?
Aninha – Dinda! Antes de falar com o Joãozinho, vamos para a minha casa!
Cena 9
(Lucrécia dorme em seu quarto. Entra Dinda com uma máscara de monstro.)
(Lucrécia grita.)
Lucrécia – Não! Não seu monstro! Ai meu santinho! Seu monstro... Tem um menino aí no
quarto ao lado, ele é suculento e tem uma cabeça bem grande, eu não tenho quase cabeça, veja!
E... E... É oca e... Vá lá comer a cabeça dele que é cheia de... De... De...
Dinda – Mulher malvada! Não como cabeças de crianças só de madrastas más de crianças!
Lucrécia – Que? Que? Que? Eu... Eu sou uma... Uma madrasta má? Eu... Eu... Eu sou?
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Dinda – Mandou jogar fora o cãozinho do pobre garoto!
Dinda – O Batista!
Lucrécia – Dedo-duro!
Dinda – Nada!
Lucrécia – Nada?
Dinda – Nada se você prometer que não vai mais maltratar o menino.
Lucrécia – Eu faço tudo! Faço tudo! Mas suma daqui! Suma! Ah, socorro!
Joãozinho – O que é?
(Entra Aninha.)
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Dinda – Não... Nem poderia com essa crise das fadas! Na verdade... Ele ainda estava por aí pelo
bairro!
Joãozinho – Ah!
Dinda – Não se preocupe com Lucrécia. Dei uma boa lição nela!
Joãozinho – Comeu...
Dinda – Ela apenas não vai mais ser tão má, pode apostar!
Joãozinho – Mas depois que vocês forem embora ela vai voltar a ser má!
Joãozinho – Eu?
Dinda – Sabe Joãozinho, nem todos os adultos são maus. A mãe da Aninha gosta muito de você
e...
Joãozinho – Quero!
Aninha – Oba!
Aninha – Ajudo!
Dinda – Gente! Tem outras crianças precisando de mim e eu tenho que ir embora...
Aninha – Ah...
Joãozinho – Como?
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Dinda – É só contar!
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