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Resistência dos Materiais

MATERIAL DE APOIO

2018
IMPORTANTE
Os textos a seguir são notas extraídas de materiais disponíveis na internet, não sendo, por tanto, fruto de minha
autoria. Limitei-me apenas a compilação deste material.

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1.1 DESCRIÇÃO
Introdução a Resistência dos Materiais
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A resistência dos materiais é o ramo da mecânica que estuda as relações entre cargas externas aplicadas a um corpo
deformável e a intensidade das forças internas que atuam dentro do corpo, abrangendo também o cálculo das
deformações do corpo e o estudo da sua estabilidade, quando submetido a solicitações externas (HIBBELER, 2004).

1.2 OBJETIVO DO ESTUDO

O principal objetivo do estudo da resistência dos materiais consiste na determinação dos esforços, das tensões e das
deformações a que estão sujeitos os corpos sólidos (barras) devido à ação dos carregamentos atuantes.

Além disso, a Resistência dos Materiais também visa:

• O equilíbrio de um corpo deformável;


• A verificação da segurança;
• E o dimensionamento das peças.

1.3 EXEMPLOS GERAIS DE APLICAÇÃO

1.3.1 Dimensionamento de estruturas - CABOS

MUSEU DE ARTE DE MILWAUKEE


Cabos de aço dão forma de pássaro a estrutura inusitada - Projeto de Santiago Calatrava.
Local: Museu de Arte / Edifício Memorial da Guerra, condado de Milwaukee, na costa do Lago Michigan.

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PONTE SAMUEL BECKETT – DUBLIN
Projeto de Santiago Calatrava.

1.3.2 Dimensionamento de estruturas - ARCOS

AQUEDUTO ROMANO SHOPPING IGUATEMI – FORTALEZA

PASSARELA PARA PEDESTRES - MUHARRAQ.


Reino de Bahrein

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1.3.3 Dimensionamento de estruturas - TRELIÇAS

NOVA SEDE DA BRAZILGLASS - SÃO PAULO


Projeto do Escritório Sidonio Porto

COBERTUTA TRELIÇADA - Estação


King’s Cross, em Londres

1.3.4 Dimensionamento de estruturas - CASCAS

RESTAURANTE DO OCEANÁRIO DE VALÊNCIA


Espanha
HEYDAR ALIYEV CENTER - ZAHA HADID.
Azerbaijão

1.4 INTERAÇÃO COM OUTRAS DISCIPLINAS

De forma direta: De forma indireta:

• Resistência dos Materiais – Estabilidade • Todas as disciplinas de Projeto


• Sistemas Estruturais – Conceito para Cálculo Arquitetônico
• Sistemas Estruturais – Concreto
• Sistemas Estruturais – Madeira e Metal
• Mecânica dos Solos e Fundações

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2.1 DESCRIÇÃO
Estruturas
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“No caso das edificações, a estrutura é também um conjunto de elementos – lajes, vigas e pilares – que se inter-
relacionam - laje apoiando em viga, viga apoiando em pilar – para desempenhar uma função: criar um espaço
em que pessoas exercerão diversas atividades.” (Yopanan C. Rebello, em ‘A Concepção Estrutural e a
Arquitetura’)

2.2 O CONHECIMENTO É INERENTE?

“O desinteresse do público pela arquitetura não pode, contudo, ser considerado fatal e inerente a natureza
humana ou a natureza da produção de edifícios, de tal forma que tenhamos de nos limitar a constatá-lo. Existem
sem dúvida dificuldades objetivas, e uma incapacidade por parte dos arquitetos dos historiadores da arquitetura
e dos críticos de arte para se fazerem portadores da mensagem arquitetônica, para difundir o amor pela
arquitetura, pelo menos entre a maioria das pessoas cultas”. (Bruno Zevi, em ‘Saber Ver a Arquitetura’)

“A noção de estrutura é parte integrante do inconsciente coletivo. Todo ser humano nasce com a intuição de
estrutura e ao longo das suas experiências vividas pode aperfeiçoar esse conhecimento. Nas atitudes mais
corriqueiras das pessoas pode-se verificar essa afirmação: na maneira como manuseiam os objetos, como pegam
uma folha de papel, como colocam um objeto sobre a mesa, procurando mantê-lo estável.

O ser humano, desde a mais tenra idade, sem qualquer conhecimento sistemático de estrutura, coloca de pé o seu
próprio corpo, uma das estruturas mais complexas. Todo ser humano dito normal tem no subconsciente a noção
de equilíbrio. Assim, é natural que os fenômenos físicos que envolvem a estabilidade de uma estrutura sejam
facilmente assimilados. Assim, é natural que os fenômenos físicos de uma estrutura sejam facilmente assimilados.

A dificuldade está, no entanto, na tradução matemática desses fenômenos, quando essa tradução é colocada antes
de sua conceituação física. Uma forma muito interessante, agradável e de fácil acesso para se aprimorar no
entendimento do comportamento das estruturas é a observação da natureza.

A natureza tende a resolver seus problemas de ordem biológica e física da maneira mais simples, econômica e
bela. Um galho de árvore pode mostrar, de maneira muito visível, os princípios físicos que regem o
comportamento de uma viga em balanço (viga fixada em apenas um apoio). Uma folha de papel pode ensinar
como obter resistência usando dobraduras em folhas finas.” (Yopanan C. Rebello, em ‘A Concepção Estrutural
e a Arquitetura’)

2.3 A ESTRUTURA COMO CAMINHO DAS FORÇAS

Viu-se que estrutura é um conjunto de elementos. No caso da estrutura das edificações, esse conjunto de
elementos torna-se o cainho pelo qual as forças que atuam sobre elas devem transitar até chegar ao seu destino
final, o solo.

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O caminho natural que as forças gravitacionais, ou seja, os pesos dos objetos e das pessoas, tendem a tomar é o da
vertical. Se for oferecido a estas forças um caminho mais longo, elas obrigatoriamente terão que percorre-lo,
desviando-se, assim, de sua tendência natural e provocando esforços que solicitarão os elementos presentes neste
caminho.

É como percorrer um labirinto cheio de desvios: a tendência seria seguir em linha reta e, com isso, não se
submeter a maiores esforços; casa curva realizada se é forçado a mudar de direção, solicitando um esforço
adicional ao corpo. Ao final da corrida, a fadiga será maior do que se fosse percorrido um caminho reto.

A analogia com uma estrutura viária deixa bem clara essa noção de distribuição de caminhos. Se a ligação entre
dois bairros for feita por apenas uma rua, deve-se construir uma rua bem larga, para que não haja engarrafamento.
Se, ao contrário, houver várias ruas ligando os dois bairros, não haverá necessidade de ruas muito largas.

Estruturas como a treliça espacial de cobertura do Parque Anhembi, em São Paulo, é um exemplo de estrutura
com muitos caminhos. As barras que constituem a treliça são bastante esbeltas, produzindo uma leveza tanto física
como visual.

COBERTURA DO PARQUE ANHEMBI


São Paulo

Já o mesmo não ocorre com a estrutura do MASP, também em São Paulo, na qual apenas quatro vigas e pilares
transmitem a maior parte da carga ao solo. É fácil perceber, neste edifício, o peso físico e visual dessas vigas e
pilares.

MUSEU DE ARTES DE SÃO PAULO - MASP


São Paulo

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2.4 QUAL A MELHOR SOLUÇÃO ESTRUTURAL?

Qual a melhor solução: uma estrutura com poucos ou muitos caminhos? Para responder
a essa questão é interessante socorrer-se de outra analogia. Suponha-se que em uma
praça qualquer se queira apoiar uma estátua sobre uma estrutura adequada.
Figura A
Uma primeira proposta pode ser a criação de um único pedestal sob a estátua (Figura
A). Essa solução resolve o problema de maneira bastante simples e direta.

Mas, supondo-se que, além de apoiar a estátua, a estrutura


devesse permitir a passagem de pessoas sob ela, a solução
do pedestal único torna-se inviável, exigindo uma solução
como a proposta ao lado (Figura B).
Figura B
Se o espaço sob a estátua devesse ser o
mais amplo possível, a solução mais
adequada seria a apresentada na figura
ao lado (Figura C).
Figura C
Ao analisar as 3 propostas sob o ponto
de vista puramente estrutural, ou de menores esforços, é óbvio que a
primeira solução seria a melhor, pois corresponde ao caminho de
mais curto percurso para a carga até o solo. Se outros requisitos forem
colocados, poderia não ser este o melhor caminho.

No exemplo, a necessidade de um espaço sob a estátua exige que se


procurem alternativas.

A primeira tentativa seria propor uma estrutura que desviasse a força o mínimo possível de seu caminho natural,
como mostrado na Figura B.

No entanto, a exigência de espaço amplo fez com que a melhor estrutura se tornasse a que mais desvia a força do
seu caminho natural: a estrutura apresentada na Figura C.

Então, qual a melhor solução estrutural?

Para responder à pergunta é necessária a formulação de outra: melhor em relação a quê?

A mais fácil de construir? A mais bonita? A mais econômica?

A melhor estrutura na verdade não existe.

Existe sim, uma boa solução que resolve bem alguns pré-requisitos.

Assim mesmo, não resolve todos os requisitos com o mesmo grau de eficiência.

Uma solução poderá ser econômica no consumo de materiais, mas poderá ser feia e de execução demorada. Outra
poderá ser bonita, mas cara e difícil de ser executada, e assim por diante. Para orientar a escolha é necessário
estabelecer uma hierarquia de quesitos aos quais a solução deverá atender, de maneira que se estabeleçam
categorias de importância, de forma que a solução encontrada atenda muito bem os mais importantes e bem os
menos importantes.

Pode acontecer que se exija que a solução estrutural seja, em primeiro lugar, econômica, em segundo, bonita, em
terceiro, fácil de construir, e assim por diante. É função de quem concebe a estrutura fazer com que, apesar de
hierarquizados, os requisitos sejam atendidos da forma mais eficiente possível.

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Por exemplo, conceber uma estrutura muito econômica, bem bonita e fácil de executar; ou se a hierarquia for
outra, uma estrutura muito bonita, bem fácil de executar e econômica. Nem sempre se pode afirmar
categoricamente qual é a melhor solução, mas, sem dúvida, pode-se afirmar qual é a pior: a que apresentar o maior
desencontro entre os objetivos do projeto de arquitetura e os do projeto de estrutura.

Outra questão que preocupa quem concebe um novo projeto é o de ser o mais criativo e original possível.

“Nenhuma solução é tão original que não tenha um precedente parecido” (Torroja).

“Original é o que volta às origens” (Gaudí).

Uma obra, para ser criativa, não precisa ser necessariamente inédita. A criação do novo passa, também, pela
releitura do existente, vendo-o com novos olhos. Para isso, o conhecimento profundo de soluções utilizadas em
projetos semelhantes àquele que se vai propor é de capital importância.

2.5 QUEM CONCEBE A ESTRUTURA?

É quase um dogma a ideia de que quem concebe a estrutura é o profissional engenheiro, que estudou
profundamente fórmulas complexas, capazes de resolver os mais difíceis sistemas estruturais. Isto é um grande
engano.

Uma coisa é conceber a estrutura, outra é dimensioná-la para que seja capaz de suportar as condições de trabalho
às quais estará submetida. Conceber é compreender, entender e ser capaz de explicar. Conceber algo não significa
necessariamente materializá-lo.

A concepção da estrutura é anterior ao seu dimensionamento, ou seja, à sua quantificação. É uma atitude ao
mesmo tempo metódica e intuitiva.

Conceber uma estrutura é ter consciência da possibilidade da sua existência; é perceber a sua relação com o
espaço gerado; é perceber o sistema ou sistemas capazes de transmitir as cargas ao solo, da forma mais natural; é
identificar os materiais que, de maneira mais adequada, se adaptam a esses sistemas.

Não se pode imaginar uma forma que não necessite de uma estrutura, ou uma estrutura que não tenha uma forma.
Toda forma tem uma estrutura e toda estrutura tem uma forma. Dessa maneira, não se pode conceber uma forma
sem se conceber automaticamente uma estrutura e vice-versa.

É muito comum ver-se a arquitetura como a criadora de forma que aparentemente possam existir independentes de
sua estrutura, dos materiais de que são feitas e do processo de sua construção. Na verdade, a concepção de uma
forma implica na concepção de uma estrutura e, em consequência, dos materiais e processos para materializá-la. A
estrutura e a forma são um só objeto, e, assim sendo, conceber uma implica em conceber outra e vice-versa.

A forma e a estrutura nascem juntas.


Logo, quem cria a forma cria a estrutura.

O ato de desenhar um pequeno compartimento de um edifício compromete o autor com a solução da estrutura que
lhe dará sustentação. O que acontece é que nem sempre o criador da arquitetura tem consciência de que no seu ato
criador dos espaços está intrínseco o ato criador da estrutura. Quando o criador da forma não se preocupa com o
ato gêmeo da concepção estrutural, delegando a outro profissional esta função, corre o risco de ver seu projeto
totalmente desfigurado.

O profissional que vem de fora, por mais boa vontade que tenha, nunca conseguirá responder adequadamente aos
anseios daquele que viveu o momento íntimo da criação da forma.

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2.6 O PAPEL DO CÁLCULO ESTRUTURAL

“Antes e acima de todo o cálculo está a ideia, modeladora do material em


forma resistente, para cumprir sua missão” (Torroja).

Não é o cálculo que concebe uma forma, mas sim o esforço idealizador da mente humana. O cálculo existe para
comprovar e corrigir o que se intuiu. O cálculo é uma ferramenta com a qual se manipula um modelo físico. Para
isso, é necessário que a ferramenta seja ajustável ao modelo. Não tem sentido aplicar-se um modelo matemático -
o cálculo - a um modelo físico que não lhe corresponda, pois se chegará a um resultado errado ou, mesmo, a
nenhum.

Muitas vezes, a aplicação de um modelo matemático a um modelo físico, tentando descrever seu comportamento
da maneira mais próxima do real, torna-se inviável, devido à complexidade dos cálculos envolvidos. Neste caso,
simplificações e pressupostos nem sempre realistas são feitos, para tornar o cálculo processável até para poderosos
computadores.

Por isso, é importante ter-se em mente que, por mais precisos que sejam, os cálculos nem sempre conseguem
descrever com precisão a realidade. É preciso colocar a importância dos números em seu devido lugar.

2.7 A GEOMETRIA DOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS

Um fio de aço, por mais resistente que seja, não é capaz de suportar a si próprio
quando colocado em pé sobre um apoio qualquer; nem será capaz de manter uma
forma reta quando apoiado em seus extremos, recebendo uma força transversal ao seu
eixo. No entanto, quando pendurado, será bastante eficiente para suportar carga
aplicada na direção do seu eixo.

Uma folha de papel não é capaz de suportar a si mesma quando se projeta fora da
mão. Se for dada a essa folha uma pequena curvatura, ela passa a ter uma rigidez
maior e a ser capaz de suportar forças perpendiculares ao seu plano.

Pode-se concluir que não é só a resistência do material que garante a um elemento


estrutural a capacidade de suportar cargas. Sua forma é muitas vezes mais
determinante da sua resistência do que a própria resistência do material.

Materiais em princípio frágeis podem ser bem aproveitados estruturalmente


quando sua forma for adequadamente projetada para o vão proposto e para o
carregamento ao qual estará submetido.

Quando a forma de uma peça estrutural é bem elaborada, ela se traduz em


ganho na sua capacidade resistente; entenda-se que isto significa ganho para
a própria arquitetura; em muitas ocasiões, a forma do elemento estrutural é
determinante da arquitetura. Os elementos estruturais podem ser usados
isoladamente ou agrupados.

O sistema estrutural denominado arco pode ter o bloco de pedra como


elemento básico. Quando esses blocos de pedras são adequadamente
agrupados, formam um sistema capaz de vencer vãos e suportar cargas
grandes. No entanto, esses mesmos blocos, quando agrupados de outra
forma, são incapazes de vencer vãos significativos ou de suportar qualquer
carga.

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Um tronco de árvore pode, sozinho, vencer um vão e suportar cargas, quando,
por exemplo, utilizado como ponte para travessia de pessoas.

A lona de circo, por outro lado, só pode cobrir


um espaço, ou seja, vencer vão e suportar
cargas, quando apoiada em mastros e
convenientemente esticada com cabos.

Nos exemplos anteriores, é fácil observar a


diferença de geometria que existem entre um bloco de pedra, um tronco de
árvore ou uma lona de circo. Cada um desses elementos apresenta relações
geométricas bastante diferenciadas entre as suas três dimensões.

São essas relações que atribuem a cada tipo de elemento estrutural características que lhe permitem ou não
constituir determinados sistemas estruturais. Quanto às suas relações geométricas, os elementos estruturais podem
ser classificados em três tipos básicos: o bloco, a barra e a lâmina.

O BLOCO é um elemento estrutural em que as três dimensões apresentam a mesma ordem de grandeza.

O bloco só serve como estrutura quando usado em associações nas quais resultem forças internas que tendam a
aproximá-los. Colocados lado a lado , escorregam entre si e não conseguem
manter-se na posição.

Por outro lado, se for aplicada uma força externa que tenda a aproximar os
blocos colocados lado a lado e que evite que eles escorreguem entre si, pode-se
criar um sistema estrutural capaz de vencer um vão reto. Esse princípio é usado
na construção de pontes: elementos pré-fabricados na forma de blocos (as
aduelas) são gradualmente juntados entre si por meio de uma força externa
aplicada por um cabo.

Essa força tende a apertar as aduelas umas contra as outras e é denominada força de protensão. A medida que
esses elementos pré-fabricados vão sendo unidos, a ponte vai-se projetando no vão. Isso é feito em duas frentes de
trabalho que se encontram no meio do vão. Tal procedimento evita o uso de fôrmas de madeira para a execução da
viga de concreto. Esse sistema de construção de pontes é denominado sistema construtivo em balaços sucessivos.

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A BARRA é um elemento estrutural em que uma de suas dimensões, o comprimento,
predomina em relação às outras duas, largura e altura da secção transversal. A barra, ao
contrário do bloco, pode ser utilizada isoladamente; não exige associações especiais,
como no caso dos blocos de pedra.

A barra é um elemento estrutural de uso mais amplo.

Pode ser utilizada para pendurar cargas, como um cabo, para


apoiar cargas, como um pilar, ou vencer vãos, como uma viga.
As barras podem, ainda, ser associadas, criando assim sistemas
estruturais mais complexos capazes de vencer grandes vãos; essas barras podem ter
pequenos comprimentos, como as que compõem a estrutura mostrada na figura abaixo (a
seguir), denominada treliça.

TRELIÇA

A LÂMINA é um elemento estrutural em que duas de suas dimensões, comprimento e largura, prevalecem em
relação a uma terceira, a espessura. As figuras mostram três tipos de estruturas em que o elemento estrutural
básico pode ser classificado como lâmina.

LONA DE CIRCO LAJE ABÓBODA

Apesar de geometricamente todos os elementos serem lâminas, cada um tem características estruturais diferentes
dos demais. O resultado formal que cada elemento estrutural apresenta também difere dos outros dois.

No caso da lona de circo (membrana), a forma só se realiza com a colocação de barras verticais ou inclinadas (o
mastro) e pela ação de barras esticadas (o cabo ou tirante). Qualquer alteração na posição de um desses elementos
resultará em uma nova forma.

No caso da laje, a forma da lâmina se mantém permanente, independente de fatores externos. Além disso, a laje
pode ser executada horizontalmente, o que é impossível com a lona. Essa característica da laje é obtida com um
grande aumento na espessura da lâmina.

A terceira possibilidade estrutural de uso da lâmina aparece na abóbada. Sua forma mantém-se constante, para
qualquer situação externa, sem que para isso haja necessidade de grande aumento na espessura. A sua resistência é
determinada pela curvatura que lhe é dada.
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As lâminas que apresentam características semelhantes às da lona denominam-se membranas. Membranas são
lâminas muito finas e que apresentam resistência apenas no seu plano. Cargas perpendiculares ao seu plano
provocam alteração na sua forma.

A membrana tende sempre a adquirir a forma do carregamento que a solicita. Uma bexiga cheia de água terá a
forma de uma gota, suspensa ou apoiada sobre um plano. Pode-se diminuir o efeito de mudança de forma nas
membranas, devido a cargas normais ao seu plano, aumentando-se o esforço aplicado no seu plano. Em outras
palavras, uma lona bem esticada apresenta maior estabilidade de forma para cargas normais ao seu plano.

O uso de estruturas com lonas infladas com ar é uma aplicação desse princípio. O ar estica a lona, aumentando sua
estabilidade a cargas externas.

As lâminas que apresentam características semelhantes à laje são denominadas placas. As placas são lâminas que,
devido à sua maior rigidez, apresentam a capacidade de vencer vãos, suportando cargas transversais ao seu plano,
sem a necessidade de aplicação de cargas adicionais no seu plano.

Associando-se a propriedade peculiar da membrana - pequena espessura - com a da placa - resistência a cargas
normais ao seu plano - obtemos um terceiro tipo de lâmina: a casca. A resistência transversal obtida pela casca só
é possível devido a curvaturas ou dobraduras aplicadas em seu plano.

Quanto mais predominar o efeito de membrana, ou seja, quanto mais os esforços se distribuírem no seu plano,
mais esbelta será a casca. Isso é possível com uma adequada relação entre a forma da casca e o carregamento que
a solicita.

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3.1 INTRODUÇÃO
Sistemas Estruturais
3
Uma construção pode existir sem pintura e sem aquecimento, porém, não pode existir sem estrutura. Conhecer a
origem estrutural da arquitetura é básico para a profissão do arquiteto.

Todos os sistemas estruturais estão sujeitos a fenômenos que, se não existissem, tornariam supérfluos os sistemas
estruturais arquitetônicos, ou pelo menos requereria sistemas estruturais essencialmente diferentes dos atualmente
conhecidos.

Esses fenômenos são:

• O peso (carga vertical) (a ação contínua da gravidade da terra sobre todas as estruturas com massa);
• Cargas horizontais (ventos, abalos sísmicos, etc);
• Tensões em função de variações (térmicas, de falta de estabilidade ou recalques, etc)

Através do projeto estrutural as cargas gravitacionais, as forças externas e as tensões internas são mantidas sob o
controle e canalizadas ao longo dos trajetos previstos. A intenção é mantê-los num sistema de ação–reação
independentes, que dê o equilíbrio a cada componente individual, assim como ao sistema estrutural como um
todo.

Segundo o arquiteto Henrich Engel, em seu livro “Sistemas de Estruturas” podemos classificar os sistemas
estruturais de arquitetura em 5 grupos:

1. Sistemas de estrutura de forma ativa;


2. Sistemas estruturais de vetor ativo;
3. Sistemas estruturais de massa ativa;
4. Sistemas estruturais de superfície ativa;
5. Sistemas estruturais verticais.

3.2 SISTEMAS ESTRUTURAIS DE FORMA ATIVA

Sistemas de estrutura de forma ativa ou sistemas estruturais em estado de compressão e tração simples são
estruturas que atuam principalmente através de sua forma material. A característica dos sistemas estruturais de
forma ativa é que eles transmitem cargas somente através de esforços normais simples, isto é, através de
compressão e tração.

A coluna vertical ou o arco e o cabo de suspensão vertical são os protótipos de sistemas estruturais de forma ativa:
a coluna e o arco, por compressão; e o cabo de suspensão, por tração.

Os sistemas de forma ativa possuem a característica de poderem cobrir grandes vãos.

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EXEMPLOS

3.3 SISTEMAS ESTRUTURAIS DE VETOR ATIVO

Sistemas estruturais de vetor ativo ou sistemas estruturais com tração e compressão concorrentes são estruturas
que atuam principalmente por meio de composição de elementos em compressão e tração. A característica dos
sistemas estruturais de vetor ativo é a montagem triangular das peças – triangulação.

As peças compressíveis e tracionáveis, dispostas em formas trianguladas e colocadas em sistemas com juntas
articuladas podem retransmitir as cargas a longas distâncias sem a necessidade de apoios intermediários.
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As peças compressíveis e tracionáveis, dispostas em formas trianguladas e colocadas em sistemas com juntas
articuladas podem retransmitir as cargas a longas distâncias sem a necessidade de apoios intermediários.

EXEMPLOS

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3.4 SISTEMAS ESTRUTURAIS DE MASSA ATIVA

Sistemas estruturais de massa ativa ou sistemas estruturais em estado de flexão são estruturas que atuam
principalmente por massa e continuidade material. Os elementos lineares retos que apresentam resistência podem
realizar funções estruturais. Com resistência à compressão podem ser usados como barras de compressão. Com
resistência à tração, podem ser usados como barras de tração.

Se, além disso, dispuserem de rigidez a flexão, então teremos uma viga.

As vigas são elementos estruturais retos, resistentes à flexão, que resistem às forças que atuam na direção de seu
eixo, aos esforços secionais, às forças perpendiculares a seu eixo e ainda são capazes de retransmitir os esforços
lateralmente ao longo de seu eixo até os apoios das extremidades. As vigas são os elementos básicos dos sistemas
estruturais de massa ativa.

EXEMPLOS

3.5 SISTEMAS ESTRUTURAIS DE SUPERFÍCIE ATIVA

Sistemas estruturais de superfície ativa ou sistemas estruturais em estado de tensão de membrana são estruturas
que atuam principalmente por continuidade de superfície. Superfícies são geometrias que definem espaços. Uma
superfície pode dividir ambientes, separar o meio externo do meio interno, etc.

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Quando as superfícies podem exercer função estrutural, podemos considerá-las sistemas estruturais de superfície
ativa. A continuidade estrutural dos elementos em dois eixos, isto é, superfície resistente à compressão, tração e
cisalhamento, é o primeiro requisito e a primeira característica das superfícies-ativas.

Os sistemas estruturais de superfície ativa são ao mesmo tempo o invólucro da edificação e a parte estrutural da
mesma. Citam-se como exemplos as “cascas estruturais” e os sistemas pré-fabricados em placas estruturais de
fechamento externo, dentre outros.

EXEMPLOS

3.6 SISTEMAS ESTRUTURAIS VERTICAIS

São estruturas que atuam principalmente por transmissão vertical de cargas. São os sistemas estruturais cuja
função principal é a de agrupar cargas de planos horizontais, colocados uns sobre os outros; e retransmiti-las
verticalmente à base da estrutura.

Estes sistemas requerem continuidade dos elementos que transportam as cargas à base, e portanto, necessitam de
congruência dos pontos de agrupamento de carga para cada planta tipo. São os sistemas estruturais adotados nos
edifícios de grandes alturas.

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EXEMPLOS

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QUADRO RESUMO1

1
Henrich Engel, livro “Sistemas de Estruturas”
21
4.1 CONCEITO DE FORÇA
Cargas
4
De maneira intuitiva associamos o termo “força” a qualquer ato de puxar ou empurrar algo. Em geral tal termo
representa a ação de um corpo sobre o outro (força de contato). No ambiente da construção civil temos a força de
contato que uma viga faz na outra, a força de reação normal que o chão faz na viga além da força peso. Na física
newtoniana força é uma grandeza vetorial de forma que ao expressa-la, devemos fazer não apenas com um valor
numérico (módulo), mas também por meio de sua direção e sentido. A intensidade de uma força é expressa em
Newton (N) no Sistema Internacional de Unidades (SI).

A direção de uma força é definida por sua linha de ação, ou seja, é a reta ao longo da qual a força atua, sendo
caracterizada pelo ângulo que a mesma forma com algum eixo de referência, como indicado na figura abaixo. Por
conveniência costuma-se descrever a força por meio de suas componentes em algum sistema de coordenadas. As
direções mais comuns são a vertical e horizontal. Na parte direita da figura temos um exemplo da decomposição
do vetor A em termos de suas componentes, paralela e perpendicular ao segmento de reta aa’.

Vetor Força

O sentido da força indica a orientação do vetor ao longo de uma direção (esquerda, direita, cima, baixo).

Na grande maioria das situações reais, um corpo está sujeito a mais de uma força. Denomina-se grupo de forças,
o conjunto de forças aplicadas em um único ponto de um corpo. Sistema de forças é o conjunto de forças
aplicadas simultaneamente em pontos diversos de um mesmo corpo. Em boa parte dos problemas estaremos
interessados no vetor força que representa a superposição (soma) de todas as forças (ou parte delas) que atuam em
um corpo. Esse vetor se chama vetor resultante que está representado na figura abaixo juntamente com um
exemplo de Grupos de força e Sistema de forças.

Grupo de forças Sistema de forças

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No nosso estudo precisaremos dos conceitos abaixo:

ESPAÇO: o conceito de espaço é associado à noção de posição de um ponto material, o qual pode ser
definido por três comprimentos, medidos a partir de um certo ponto de referência, ou de origem,
segundo três direções dadas. Estes comprimentos são conhecidos como as coordenadas do ponto;

FORÇA: a força representa a ação de um corpo sobre outro; é a causa que tende a produzir movimento
ou a modificá-lo. A força é caracterizada pelo seu ponto de aplicação, sua intensidade, direção e
sentido; uma força é representada por um vetor;

Além destes conceitos precisamos conhecer também as unidades utilizadas. Aqui no Brasil adotamos o Sistema
Internacional de Unidades (SI). O SI é subdividido em unidades básicas e unidades derivadas.

As unidades básicas são: metro (m), quilograma (kg) e segundo (s). As unidades derivadas são, entre outras, força,
trabalho, pressão, etc.

As unidades do SI formam um sistema absoluto de unidades. Isto significa que as três unidades básicas escolhidas
são independentes dos locais onde são feitas as medições.

A força é medida em Newton (N) que é definido como a força que imprime a aceleração de 1 m/s2 à massa de 1
kg. A partir da Equação F=m.a (segunda Lei de Newton), escreve-se: 1 N = 1 kg × 1 m/s2.

O peso de um corpo também é uma força e é expresso em Newton (N). Da Equação P=m.g (terceira Lei de
Newton ou Lei da Gravitação) segue-se que o peso de um corpo de massa 1 kg é = (1 kg)×(9,81 m/s2) = 9,81 N,
onde g=9,81m/s2 é a aceleração da gravidade.

A pressão é medida no SI em Pascal (Pa) que é definido como a pressão exercida por uma força de 1 Newton
uniformemente distribuída sobre uma superfície plana de 1 metro quadrado de área, perpendicular à direção da
força Pa = N/m2 . Pascal é também unidade de tensões normais (compressão ou tração) ou tensões tangenciais
(cisalhamento).

4.2 CONCEITOS DE MASSA, PESO, MASSA ESPECÍFICA

Os conceitos de peso e massa são constantemente trocado no dia a dia. Uma pessoa ao se pesar, por exemplo, diz
estar consultando o valor de seu peso e o trata em quilogramas, uma unidade de massa. O peso é uma força e por
isso deve ser medido em unidades como Newton, entre outras.

A massa (m), de acordo com a mecânica clássica é uma grandeza escalar de propriedade fundamental da matéria,
que se mantêm constante independente da posição do corpo, e que revela a medida de inércia, ou seja, de
resistência de um corpo. Basicamente, é a quantidade de matéria que se faz presente num determinado corpo. Sua
unidade de medida padrão, de acordo com o SI, é o quilograma (kg). Peso (P), no entanto, é uma força que se tem
devido à ação da aceleração da gravidade na Terra. Essa aceleração multiplica-se com a massa do corpo,
resultando no peso. Hipoteticamente, ao abandonar um corpo com massa m acima da superfície da Terra, numa
região onde há vácuo, a força resultante sobre esse corpo, será o peso. O peso de um corpo que se encontra
próximo a um planeta ou estrela, será a força com que ele é atraído por este.

Sendo assim, um astronauta que tenha um peso x aqui na terra, ao ir para outro planeta de gravidade diferente, terá
um peso diferente, porém sua quantidade de matéria (massa) continuará sendo a mesma.

A massa é uma grandeza física fundamental. Segundo a mecânica newtoniana, ela dá a medida da inércia ou da
resistência de um corpo em ter seu movimento acelerado. Ela também é a origem da força gravitacional, atuante
sobre os corpos no Universo. Logo, os conceitos de massa e inércia estão diretamente relacionados. Mais adiante
iremos tratar sobre equilíbrio dos corpos, onde retomaremos o conceito de inércia.
23
Definimos a massa especifica (μ) de uma substância através da razão entre a massa (m) de uma porção compacta
e homogênea dessa substância e o volume (V) ocupado por ela, por isso a massa específica é característica de cada
substância. Matematicamente expressamos a massa específica da seguinte forma:
𝒎
𝝁=
𝑽

Onde m é a massa da porção de substância e V é o volume ocupado por ela. No SI, para casos estruturais, a
unidade de massa específica é kgf/m3. É comum o uso de kN/m³ como unidade de medida para a massa específica.

Lembre-se de que a massa específica de uma substância (μ) não é necessariamente igual à densidade de um corpo
formado totalmente dessa substância. Elas são diferentes quando o corpo não é maciço: se o corpo possui em seu
interior espaços vazios, ele ocupa um volume bem maior do que ocuparia se fosse composto.

É importante ter clareza de que a massa específica é definida para uma substância e que a densidade é definida
para um corpo.

4.3 TIPOS DE CARREGAMENTO EM ESTRUTURAS

É absolutamente necessário que as forças que atuam nas edificações sejam muito bem conhecidas, na sua
intensidade, direção e sentido, pra que a concepção estrutural seja coerente com o caminho que essas forças
devem percorrer até o solo e para que os elementos estruturais sejam adequadamente dimensionados.

As forças externas são denominadas cargas. As cargas permanentes são as que ocorrem ao longo da vida útil da
estrutura e cargas acidentais as que ocorrem eventualmente. As cargas permanentes são devidas exclusivamente a
forças gravitacionais, ou pesos. As cargas acidentais podem variar, de tipo: peso das pessoas, do mobiliário, dos
carros, força do vento, etc.

4.3.1 DISTRIBUIÇÃO DAS CARGAS

A distribuição de cargas sobre uma estrutura pode ser diferente de um ponto para outro. As cargas que têm a
mesma intensidade ao longo do elemento estrutural são denominadas cargas uniformes, as que variam são
denominadas cargas variáveis. Quanto à geometria as cargas podem ser:

• Localizadas em um ponto, denominadas de cargas • Distribuídas sobre uma área, denominadas cargas
pontuais ou concentradas. superficiais.

• Distribuídas sobre uma linha, denominadas de cargas lineares.

24
4.4 TRANSFORMAÇÃO DE UNIDADES

PRINCIPAIS PREFIXOS DAS UNIDADES SI


NOME SÍMBOLO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO DA UNIDADE
tera T 1012 = 1 000 000 000 000
giga G 109 = 1 000 000 000
mega M 106 = 1 000 000
quilo k 103 = 1 000
hecto h 102 = 100
deca da 10
UNIDADE
deci d 10-1 = 0,1
centi c 10-2 = 0,01
mili m 10-3 = 0,001
micro μ 10-6 = 0,000 001
nano n 10-9 = 0,000 000 001
pico p 10-12 = 0,000 000 000 001

Unidades de medida (comprimento, área, volume).

COMPRIMENTO
NOME SÍMBOLO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO DA UNIDADE
quilometro km 103 = 1 000
hectometro hm 102 = 100
decametro dam 10
UNIDADE – METRO → m
decímetro dm 10-1 = 0,1
centímetro cm 10-2 = 0,01
milímetro mm 10-3 = 0,001
micrometro μm 10-6 = 0,000 001

ÁREA
NOME SÍMBOLO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO DA UNIDADE
quilometro quadrado km² 106 = 1 000 000
hectometro quadrado hm² 104 = 10 000
decametro quadrado dam² 10² = 100
UNIDADE – METRO QUADRADO → m²
decímetro quadrado dm² 10-2 = 0,01
centímetro quadrado cm² 10-4 = 0,0 001
milímetro quadrado mm² 10-6 = 0,000 001

VOLUME
NOME SÍMBOLO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO DA UNIDADE
quilometro quadrado km³ 109 = 1 000 000 000
hectometro quadrado hm³ 106 = 1 000 000
decametro quadrado dam³ 10³ = 1 000
UNIDADE – METRO CÚBICO → m³
decímetro quadrado dm³ 10-3 = 0,001
centímetro quadrado cm³ 10-6 = 0,000 001
milímetro quadrado mm³ 10-9 = 0,000 000 001

25
Força, peso, carga, carregamento.

NOME SÍMBOLO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO DA UNIDADE


Unidade - quilograma força → kgf
tonelada força tf 1 000
Unidade - Newton → N
quilonewton kN 1 000
RELAÇÃO
1 kgf = 10 N 1 tf = 10 kN

Pressão

NOME SÍMBOLO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO DA UNIDADE


Unidade - Pascal → Pa
mega Pascal MPa 106 = 1 000 000
giga Pascal GPa 109 = 1 000 000 000
Unidade - Newton por milímetro quadrado → N/mm²
Newton por centímetro quadrado N/cm² 10-2 = 0,01
Newton por metro quadrado N/m² 10-6 = 0,000 001
quilo Newton por milímetro quadrado kN/mm² 10³ = 1 000
quilo Newton por centímetro quadrado kN/cm² 10
quilo Newton por metro quadrado kN/m² 10-3 = 0,001
RELAÇÃO
1 Pa = 1 N/m² 1 MPa = 1 N/mm²
1 GPa = 1 000 MPa 1 MPa = 0,1 kN/cm²

VOCÊ SABIA?2

2
Elementos de Resistência dos Materiais e de Estática das Estruturas – Norman Barros Logsdon. 2011.
26
QUADRO RESUMO – CONCEITOS ESSENCIAIS NO COMPORTAMENTO DAS ESTRUTURAS3

Força Força = massa x aceleração


É a grandeza que faz com que um sólido se mova ou mude 𝑭= 𝒎×𝒂
sua posição ou estado (ou sua forma). UNIDADES: N, kN, kgf, tf

Cargas
São forças que agem sobre um sólido desde o exterior, Carga = força atuante
com exceção das forças reativas emanadas dos suportes do 𝑪=𝑭 =𝒎×𝒂
UNIDADES: N, kN, kgf, tf
sólido.

10 kgf x 10 Força gravitacional Força da gravidade = massa x gravidade


= 100 kN
É a força pela qual a massa da Terra consegue uma sólida 𝑮 = 𝒎 × 𝟗, 𝟖𝟏∗
adequação à quantidade de sua massa / = peso. UNIDADES: N, kN, kgf, tf
(peso próprio da estrutura) *usaremos 10

Momento Momento = força x distância


É o movimento giratório induzido por um par, ou exercido 𝑴= 𝒇×𝒅
por uma força em um sólido, cujo centro de movimento UNIDADES: Nm, kNm, kgfm, tfm
está fora da direção da força.

Tensão Tensão = força : área


É a força de resistência interna por unidade de área, que é 𝝈= 𝒇÷𝑨
mobilizada em um sólido através de uma força externa. UNIDADES: N/m², kN/m², kgf/m²,
tf/m²

Resistência
É a força pela qual um sólido resiste a uma deformação ou Resistência = força de resistência
movimento induzido pela ação de uma força externa /= 𝑹 = 𝑭𝑨 = 𝒎 × 𝒂
força de resistência. UNIDADES: N, kN, kgf, tf

Equilíbrio Soma total das forças e momentos = 0


É o estado no qual a soma total das forças agindo sobre um
sólido não produz nenhum movimento, significando que ෍𝑭 + 𝑴 = 𝟎
ela é igual a zero.

3
Henrich Engel, livro “Sistemas de Estruturas”
27
Vínculos e Equações Fundamentais da
Estática 5
5.1 APOIOS

Para o estudo do equilíbrio dos corpos rígidos não bastam conhecer somente as forças externas que agem sobre
ele, mas também é necessário conhecer como este corpo rígido está apoiado. Apoios são elementos que restringem
os movimentos das estruturas e recebem a seguinte classificação:

• Apoio móvel

→ Impede movimento na direção normal (perpendicular) ao plano do apoio;


→ Permite movimento na direção paralela ao plano do apoio;
→ Permite rotação.

Apoios móveis (roletes)

• Apoio fixo

→ Impede movimento na direção normal ao plano do apoio;


→ Impede movimento na direção paralela ao plano do apoio;
→ Permite rotação.

Apoios fixos

28
• Engaste

→ Impede movimento na direção normal ao plano do apoio;


→ Impede movimento na direção paralela ao plano do apoio;
→ Impede rotação.

Engastes

TIPO DE APOIO SIMBOLOGIA GRAU DE LIBERDADE REAÇÕES

Articulado móvel, apoio


do primeiro gênero

Articulado fixo, apoio do


segundo gênero

Engaste, apoio do
terceiro gênero

ATENÇÃO!
→ APOIOS: dispositivos que ligam pontos do sistema a outros sistemas impedindo determinados movimentos; o
número de reações é igual ao número de movimentos que impedem.
→ VÍNCULOS: cada uma das restrições impostas por um apoio; o número de vínculos é o número de reações.

29
5.2 ESFORÇOS ATIVOS E REATIVOS

QUADRO RESUMO – DIVERSIDADE DE FORÇAS EM ESTRUTURA/DENOMINAÇÃO4

FORÇAS EXTERNAS FORÇAS INTERNAS FORÇAS CORTANTES FORÇAS GRAVITACIONAIS

1 TIPOS FORÇAS ATUANTES FORÇAS REATIVAS FORÇAS RESISTÊNTES

COMPRESSÃO TRAÇÃO EMPUXO CIZALHAMENTO

2 ESFORÇOS TORÇÃO FLEXÃO FRICÇÃO FORÇA DE MEMBRANA

4
Henrich Engel, livro “Sistemas de Estruturas”
30
FORÇAS HORIZONTAIS FORÇAS VERTICAIS FORÇAS OBLÍQUAS FORÇAS PLANAS FORÇAS NORMAIS

3 DIREÇÃO

FORÇAS PONTUAIS FORÇAS LINEARES FORÇAS PLANAS FORÇAS ESPACIAIS

4 DISTRIBUIÇÃO

FORÇAS ESTÁTICAS: FORÇAS DINÂMICAS:


→PESO PRÓPRIO →FORÇAS DE MOVIMENTO
5 DURAÇÃO
→CARGA DE USO →FORÇAS DE RESSONÂNCIA

FORÇA DE BARRA FORÇA DE CABO FORÇA DE ESTACA FORÇA DE SUPORTE


ELEMENTO
6
ESTRUTURAL FORÇA DE ARCO FORÇA DE EMPUXO OUTRAS

FORÇA DE ARCO FORÇA MERIDIONAL FORÇA DE COROA

7 GEOMETRIA
FORÇA DE BORDA FORÇA RADIAL OUTRAS

8 CAUSA PESO PRÓPRIO CARGA DE USO CARGA DE NEVE CARGA DE VENTO PRESSÃO DO SOLO FORÇAS DE MASSA FORÇAS DE COESÃO

31
5.2.1 ESFORÇOS EXTERNOS:
Esforços externos ativos: carregamentos que exigem a construção de uma estrutura que os suporte; exemplos: o
peso de objetos e pessoas sobre uma laje, a pressão do vento sobre um telhado, a pressão da água sobre as paredes
de uma caixa d’água, o peso próprio de uma ponte.

Esforços externos reativos: introduzidos pelos apoios.

5.3 CLASSIFICAÇÃO DOS ESFORÇOS:


Esforços reativos (reações de apoio) de uma estrutura (conjunto de partes resistentes de uma construção) isostática
são determinados em função dos esforços ativos (cargas externas aplicadas) apenas com as equações de equilíbrio
da estática dos corpos rígidos.

Esforços solicitantes são esforços (efeitos) internos:

→ Força normal (N), perpendicular à seção;


→ Força cortante (Q, ou V), no plano da seção;
→ Momento fletor (M), no plano perpendicular à seção;
→ Momento torçor (T), no plano da seção.

5.4 ESTABILIDADE DAS ESTRUTURAS (PLANAS):


5.4.1 EQUILÍBRIO DE UM CORPO RÍGIDO
→ Corpo rígido: todo sólido capaz de receber forças sem se deformar.
→ Sem deformar: ação de forças produz movimentos.

Como trabalhamos com estruturas planas, temos:

• Espaço bidimensional → Um plano;


• Estrutura, cargas e deslocamentos → no plano;
• Movimentos independentes → apenas três (translação horizontal, translação vertical e rotação);
• Sistemas “3 x 3”.

32
Exemplo de aplicação:

Verificar o equilíbrio do corpo rígido plano esquematizado na figura abaixo.

RESOLUÇÃO

5.5 CLASSIFICAÇÃO DAS ESTRUTURAS:

• Hipostática: estrutura que pode apresentar movimento; o número de vínculos é menor que o número
necessário.

33
• Isostática: estrutura cujos vínculos impedem que ela se movimente; o número de vínculos é o
estritamente necessário para impedir movimento.

• Hiperestática: estrutura que não pode apresentar movimento mesmo retirando-se algum vínculo, o
número de vínculos é maior que o número necessário.

34
Estudo das reações de apoio

6.1 CÁLCULO DE REAÇÕES DE APOIO EM ESTRUTURAS ISOSTÁTICAS – EQUILÍBRIO EXTERNO DAS VIGAS
6
6.1.1 VIGAS BIAPOIADAS SEM BALANÇOS

O equilíbrio externo das vigas depende das cargas que atuam sobre as vigas
e das reações a essas cargas provocadas pelos vínculos, denominadas
reações de apoio. As primeiras cargas são denominadas cargas externas
ativas e as segundas, reativas. RV

Em uma viga, as cargas externas ativas são: cargas distribuídas decorrentes


do peso próprio da viga; as cargas aplicadas pelas lajes e alvenarias; e as
RH
cargas concentradas devidas a outras vigas que nela se apoiam.

Para determinação das cargas externas reativas, é necessário conhecer-se as RV


forças de reação que cada vínculo é capaz de admitir.

Assim, um apoio articulado móvel, que permite giro e deslocamento M


horizontal, só reage a forças verticais. Portanto, esse vínculo só admite
reação vertical. RH

O vínculo articulado fixo, por impedir deslocamento vertical e horizontal, RV


admite reações vertical e horizontal. O vínculo engastado, que impede
rotação e deslocamentos, admite reação vertical, horizontal e momento.

Se, sob a ação das cargas externas ativas e reativas, a viga estiver em equilíbrio estático valem as condições de
estabilidade já enunciadas, ou seja, não anda na horizontal, não anda na vertical e não gira. Essas condições
podem ser traduzidas matematicamente pelas chamadas equações da estática, ou seja:

• não anda na horizontal → ƩFH = 0


• não anda na vertical → ƩFV = 0
• não gira → ƩM = 0

OBS: o símbolo Ʃ significa soma.

Não andar na horizontal significa que a soma de todas as forças na horizontal (incluindo as projeções horizontais
das forças inclinadas) deve resultar nula. O mesmo para as forças verticais. Não girar significa que os giros
(momentos) que as forças ativas e reativas tendem a provocar em relação a um ponto qualquer, preestabelecido,
são nulos. 2 tf

Exemplo: determinar as reações de


apoio da viga da figura ao lado. A B

3m 2m

5m
35
Denominem-se de A e B os apoios. Colocando a seguir as reações possíveis em cada tipo de vínculo, tem-se:

2 tf

A B Convenção
RHB de sinais

3m 2m
RVA RVB
5m

Em seguida apliquem-se as três equações da estática: ƩFH =0 ƩFV = 0 e ƩM = 0


Usando a primeira equação e convencionando um sinal para as forças,
ou seja, se a força horizontal tiver o sentido da esquerda pra a direita ƩFH = 0
será positiva, caso contrário, negativa. Essa convenção pode ser oposta a -RHB = 0 → RHB =0
esta sem que os resultados sofram qualquer alteração. Assim:

Como não existe nenhuma força horizontal atuando na viga, a equação resulta no óbvio, ou seja, a reação
horizontal no apoio B é zero, não existe.
ƩFV = 0
Aplicando a segunda equação e também convencionando que as forças
com sentido de baixo para cima são positivas e as de sentido contrário
+RVA -2,0tf + RVB = 0
negativas, tem-se: RVA + RVB = 2,0tf (Equação1)
Deve-se aplicar, ainda, a terceira equação, a que se refere ao giro, convencionando-se que se a força tender a fazer
a viga girar no sentido horário, em relação a um ponto qualquer escolhido, ela será positiva, caso contrário,
negativa. Antes de aplicar essa terceira equação é necessário escolher um ponto qualquer (mas qualquer mesmo)
para se tomar os momentos das forças ativas e reativas que atuam na viga.

Para tomar o resultado mais rápido, recomenda-se que o ponto escolhido (também denominado polo de momento)
para considerar os momentos das forças, seja um dos apoios.

Seja, neste exemplo, o ponto B o polo dos momentos. Assim: ƩMB =0


Considere-se o momento de cada força (lembre-se RHB = 0), desconsiderando, em princípio, as demais, ou seja:

Sentido horário
(+)

A B

Momento de RVA em
relação a B

3m 2m
RVA
5m

36
2 tf

A B

Sentido anti-horário Momento de 2,0 tf


(–) em relação a B

3m 2m

5m

A B

Momento de RVB em
relação a B

3m 2m
RVB
5m

Portanto, tem-se:

+ RVA . 5 m – 2 tf . 2 m + RVB . 0 = 0 (Equação 2)

Como M = F . d, no primeiro caso tem-se como força a reação RVA, cuja distância ao polo B é 5 m. Sua tendência
de giro em relação a B é no sentido horário. Soma-se a esse momento o momento da força de 2,0 tf, cuja distância
ao polo B é de 2 m e cujo sentido de giro em relação a B é anti-horário.

No terceiro caso, a linha de ação da reação RVB passa pelo ponto B, logo sua distância a B é zero, o que resulta em
um momento nulo.

Completando-se a equação 2, tem-se:

RVA . 5 m – 4 tfm = 0
RVA . 5 m = 4 tfm
RVA = 4 tfm / 5 m
RVA = 0,8 tf

Para determinar RVB, substitui-se o valor de RVA na Equação 1.

RVA + RVB = 2,0tf (Equação1)


0,8tf + RVB = 2,0tf
RVB = 2,0tf - 0,8tf
RVB = 1,2tf

37
Para simplificar o cálculo, pode-se generalizar os resultados, usando uma força P qualquer atuando sobre a viga de
vão l qualquer e distante a e b dos apoios A e B, respectivamente.

A B
RHB

a b
RVA RVB
l

ƩFH = 0
-RHB = 0 → RHB =0

ƩFV = 0
RVA + RVB = P (Equação1)
+RVA –P + RVB = 0
[(P . b)/l] + RVB = P
RVA + RVB = P (Equação1)
RVB = P - [(P . b)/l]
ƩMB = 0
RVB = [(P . l) – (P . b)]/l
+RVA . l –P . b + RVB . 0 = 0
RVB = [P . (l – b)]/l
RVA . l –P . b = 0
Como (l – b) é a, temos:
RVA . l = P . b
RVB = (P . a)/l
RVA = (P . b)/l

Desta maneira, basta aplicar diretamente essas relações genéricas, sem necessidade de se determinar os valores
das reações usando, toda vez, as equações da estática.

Se houver mais de uma carga na viga, faz-se o cálculo das reações parciais para cada carga, somando-se ao final
esses valores parciais para obter a reação total em cada apoio.

Exemplos:
2 tf Usando as fórmulas para RVA e RVB:
𝑃×𝑏
𝑅𝑉𝐴 =
𝑙
A B 2 𝑡𝑓 × 2 𝑚
RHB 𝑅𝑉𝐴 =
5𝑚
𝑹𝑽𝑨 = 𝟎, 𝟖 𝒕𝒇

3m 2m
RVA RVB 𝑃×𝑎
5m 𝑅𝑉𝐵 =
𝑙
2 𝑡𝑓 × 3 𝑚
𝑅𝑉𝐵 =
෍ 𝐹𝑉 = 0 → 𝑹𝑯𝑩 = 𝟎 5𝑚
𝑹𝑽𝑩 = 𝟏, 𝟐 𝒕𝒇

38
2,0 tf 1,0 tf 4,0 tf

A B

2m 1m 1,5m 1,5m
RVA RVB
6m

𝑃×𝑏
𝑅𝑉𝐴 =
𝑙
[2,0𝑡𝑓 × (1𝑚 + 1,5𝑚 + 1,5𝑚)] + [1,0𝑡𝑓 × (1,5𝑚 + 1,5𝑚)] + (4,0𝑡𝑓 × 1,5𝑚)
𝑅𝑉𝐴 =
6𝑚
(2,0𝑡𝑓 × 4𝑚) + (1,0𝑡𝑓 × 3𝑚) + (4,0𝑡𝑓 × 1,5𝑚)
𝑅𝑉𝐴 =
6𝑚
8,0𝑡𝑓𝑚 + 3𝑡𝑓𝑚 + 6𝑡𝑓𝑚
𝑅𝑉𝐴 =
6𝑚
𝑹𝑽𝑨 ≅ 𝟐, 𝟖𝒕𝒇

𝑃×𝑎
𝑅𝑉𝐵 =
𝑙
(2,0𝑡𝑓 × 2𝑚) + [1,0𝑡𝑓 × (2𝑚 + 1𝑚)] + [4,0𝑡𝑓 × (2𝑚 + 1𝑚 + 1,5𝑚)]
𝑅𝑉𝐵 =
6𝑚
(2,0𝑡𝑓 × 2𝑚) + (1,0𝑡𝑓 × 3𝑚) + (4,0𝑡𝑓 × 4,5𝑚)
𝑅𝑉𝐵 =
6𝑚
4,0𝑡𝑓𝑚 + 3𝑡𝑓𝑚 + 18,0𝑡𝑓𝑚
𝑅𝑉𝐵 =
6𝑚
𝑹𝑽𝑩 ≅ 𝟒, 𝟐𝒕𝒇

No caso de cargas uniformemente distribuídas sobre a viga, tais como seu peso próprio, laje e alvenaria, usa-se o
artifício de substituir a carga distribuída pela sua resultante.

Como a carga distribuída é de 2,0tf/m e o seu comprimento é de 4m, sua resultante é de P = 2,0tf/m . 4m = 8,0tf,
aplicada no meio, ou seja:
8,0tf

q = 2,0 tf/m
A B A B

4m 2m 2m
RVA RVB RVA RVB
4m

39
Usando as equações da estática, desconsiderando a
8,0tf
que se refere a forças horizontais, já que só existem
cargas verticais atuando sobre a viga, tem-se:

A B
ƩFV = 0
+RVA – 4m . 2tf/m + RVB = 0
RVA – 8tf + RVB = 0
2m 2m
RVA + RVB = 8tf (Equação1) RVA RVB
ƩMB = 0 4m

+RVA . 4m – 8tf . 2m + RVB . 0 = 0


RVA . 4m – 8tf . 2m = 0 RVA + RVB = 8tf (Equação1)
RVA . 4m = 16tfm 4tf + RVB = 8tf
RVA = 16tfm/4m RVB = 8tf - 4tf
RVA = 4tf RVB = 4tf

Resultados que eram de se esperar: já que a carga é uniformemente distribuída sobre toda a extensão da viga,
metade de seu valor vai para cada apoio. Generalizando, considerando a carga distribuída q e o vão l., tem-se:
P = q . l (tf)

q.
A B A B

l l/2 l/2
RVA RVB RVA RVB
l

ƩFV = 0
+RVA – q . l + RVB = 0
RVA + RVB = q . l (Equação1) RVA + RVB = q . l (Equação1)
ƩMB = 0 [(q . l)/2] + RVB = q . l
+RVA . l – q . l . (l/2) + RVB . 0 = 0 RVB = q . l – [(q . l)/2]
RVA . l –= 0 RVB = [(2 . q . l) – (q . l)]/2
RVA . l = (q . l²)/2 RVA = (q . l)/2
RVA = (q . l²)/(2 . l)
RVA = (q . l)/2

40
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Introdução à Resistência dos Materiais
Descrição, objetivos do estudo da resistência dos materiais, exemplos gerais de aplicação, interação com
outras disciplinas.

Estruturas
Classificação dos elementos estruturais em função de sua forma e função: Estruturas reticulares, placas,
cascas, estruturas volumétricas, tenso-estruturas.

Cargas
Forças: tipos e forma de aplicação; decomposição de forças; unidades.
Massa, peso, massa específica: conceituação e exemplos.
Tipos de carregamentos em estruturas: cargas distribuídas e cargas concentradas. Transformação de
unidades.

Vínculos
Tipos de vínculos - apoios de uma estrutura.
Casos mais comuns: apoio simples fixo, apoio simples móvel e engaste. Esforços ativos e reativos (reações
de apoio).

Equações Fundamentais da Estática


Equações de equilíbrio das estruturas.
Classificação das estruturas segundo seu equilíbrio.
Estudo das reações de apoio: Cálculo de reações de apoio em estruturas isostáticas: reações verticais,
reações horizontais e momentos de engastamento.

Esforços Solicitantes – Momentos Fletores, Esforços Cortantes, Esforços Normais e Esforços Torçores
Conceitos Gerais. Cálculo dos esforços internos solicitantes: Linhas de estado - representação gráfica dos
esforços - diagramas de esforços. Vigas isostáticas: bi-apoiadas, em balanço, vigas contínuas. Estruturas
aporticadas.

41

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